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Naturale - Diagrarte

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2 Pedras preciosas de Minas Gerais

5 O mundo maravilhoso das rochas

7 Engenharia de tecidos biológicos: reconstruindo o órgão humano

10 Porção vibracional humana, você sabe o que é?

12 Doenças passíveis de transmissão durante o tratamento odontológico

14 Conhecimento & Gestão de pessoas

15 Pão Integral x Pão Branco

16 Educação: fator de harmonização entre o homem e o mundo

18 Duas histórias em uma só canção

20 Preocupação ambiental: dever de todos e também do comércio

Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora Ltda

CNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG

Editora: Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG)

ColaboradoresArticulistas: Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Angelo José Fernandes, Célio Gentil, Fábio Pedroso dos Santos, Dra. Gracia Costa Lopes, Guilherme Vasconcelos, Marcelo Ribeiro Barison, Maria de Lourdes Maia Gonçalves, Omar Viana Hadad, Wander Rodrigues Machado.

Revisão: Marília Bustamante Abreu MarierProjeto Gráfico: Elaine Cristina PereiraFoto da Capa: Elaine Cristina Pereira. Geodo de Ametista e escultura em rocha de Esmeralda. Peças da Jóias Baldaçara.Vendas: Diagrarte Editora LtdaImpressão: Gráfica Novo Mundo LtdaTiragem: 2.500 exemplares impressos e 10.000 eletrônico

Distribuição Gratuita em mídia impressa e eletrônica

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Direitos reservados. Para reproduzir é necessário citar a fonte.

Venha fazer parte da Naturale, anuncie, envie artigos e fotos.

Faça parte desta corrente pela informação e pelo bem.

Contate-nos: (35) 9982-1806 e-mail: [email protected]

Acesse a versão eletrônica: www.diagrarte.com.br/naturale_10ed.pdf

Impresso no Brasil com papel originado de florestas renováveis e fontes mistas.

expediente

Apoio

Caro leitor

Nesta edição vamos conhecer um pouco sobre as pedras. O reino mineral revela belezas e formações surpreendentes, além de guardar a história da terra.

Observar como a combinação de elementos químicos tomam formas e cores das mais variadas. e seguem a um pa-drão universal, abre um leque de estudos, desde suas formas geométricas, proporções áureas, simbologia, constituição, propriedades curativas, uso industrial e histórico. Em estado bruto ou lapidadas trazem a beleza do interior da terra, e aqui nos deixa uma reflexão sobre o reino mineral.

Interessante que o termo “lapidar”, passou a ser utilizado nas mais diversas áreas para significar o trabalho de trazer à luz a forma que mais ressalte “a beleza e o máximo brilho”, não apenas às pedras preciosas, mas também às pessoas. Mostrar o melhor potencial que algo ou alguém tem em seu interior.

Aqui parabenizamos todos os educadores, que como ar-tesãos, fornecem instrumentos para o aprimoramento de seus alunos.

Trazer o que há de melhor, de forma pura e estética tem sido também o trabalho do Madrigal Musicanto de Itajubá que completa 20 anos. Em sua pesquisa o maestro Angelo José Fernandes tem proporcionado à seus cantores o caminho para encontrar uma sonoridade saudável, rica e expressiva, dando a cada um a possibilidade de descobrir o potencial sonoro que guarda dentro de si.

Desejamos a você uma ótima leitura!

Elaine Pereira

Naturale10a edição Outubra/Novembro - 2011

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Pedras preciosas

Dr. Marcelo Ribeiro Barison

Um dos importantes setores econô-micos é o da comercialização de pedras preciosas. Em alguns países, como Angola que explora diamantes, este é seu grande e principal produto de exportação. No Brasil, o setor de pedras preciosas também apre-senta grande valor em função da enorme diversidade e elevada qualidade de nossas gemas, onde Minas Gerais, assim como Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Sul são os principais estados produtores.

Segundo Favacho (2001), o Estado de Minas Gerais é a província gemológica mais importante do país, sem contar que contribui com 25% de toda a produção mundial de gemas coradas, o que é um ín-dice muito elevado.

A falta de percepção de sua impor-tância no mercado de gemas é atribuído ao fato de que as gemas extraídas em Minas Gerais em sua grande maioria são comer-cializadas no seu estado bruto, sem serem lapidadas no próprio estado de origem, cujo valor inicial é muito baixo compara-do com o produto lapidado e utilizado nas joalherias do país (Revista Minas Faz Ciên-cia, No 4, 2000).

A diversidade de pedras preciosas que existem hoje são muitas e no Brasil ul-trapassam o número de cem, e o termo de preciosas e semipreciosas há muito tempo mudou. Schumann (1983) abordou que o termo semipreciosa deriva da baixa qua-lidade da gema frente à sua dureza, onde gemas facilmente riscáveis eram conside-

radas semipreciosas e as de dureza elevada, pedras preciosas. Porém não se classificam mais as gemas em pedras preciosas ou semipreciosas como era fei-to antes da década de 80, e sim, todas as gemas são consideradas preciosas. Isto se deve ao fato de que a valorização de uma gema não é advinda apenas de sua classificação e sim de outros parâmetros, tais como raridade, tamanho, cor, brilho, dentre outros. Portanto, existem gemas consideradas preciosas co-mo esmeraldas, que pela falta de qualidade e demais atributos são consideradas gemas sem valor econô-mico, não preciosas. Por outro lado, uma simples ametista de grande tamanho, com elevada pureza e cor acentuada, é considerada rara e assim, uma ge-ma preciosa.

A origem das pedras preciosas é diversa, muitas são encontradas em depósitos aluvionares (próximos de canais de rios), coluvionares (na base de encostas de solos) e outras em rochas tais como Xistos e Peg-matitos, em sua maioria.

Os principais polos mineradores de pedras pre-ciosas são os municípios de Ouro Preto, Itabira, Gua-nhães, Governador Valadares, Teófilo Otoni, Araçuaí, Diamantina e Corinto, onde é possível acompanhar uma série de atrativos ligados à atividade minerado-ra, além de promover o acesso e a comercialização das gemas e minerais produzidos no estado (http://

viagensinesqueciveis.wordpress.com).

Dentre as principais pedras preciosas encontra-das em Minas Gerais estão Esmeralda, Água-marinha, Topázio, Diamante, Turmalina, Crisoberilo (incluindo a variedade raríssima Alexandrita), Berilos (variedades Heliodoro e Morganita), Kunzita, Andaluzita, Cordie-rita, Granada, Quartzos (variedade roxa Ametista e amarela de Citrino) – (Fig. 1) – (Todas as imagens de

pedras preciosas utilizadas neste trabalho foram obtidas

dos sites www.ebay.com e www.mercadolivre.com).

de Minas Gerais

Figura 1. Da esquerda para direita: Andaluzita, Cordierita, Granada, Ametista e Kunzita, todas lapidadas.

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No município de Ouro Preto é encontrado um tipo ra-ro de topázio amarelo denominado Topázio Imperial, único no mundo, muito apreciado no mercado internacional. Esta gema é rara, encontrada apenas na Rússia e Afeganistão, porém as gemas de maior qualidade do mundo são encon-tradas apenas em Minas Gerais (Fig. 2).

Figura 2. Cristais brutos de Topázio Imperial e à direita Topázio Imperial lapidado.

A Esmeralda é uma variedade de Berilo de cor verde gra-ma, gema esta considerada rara e de alto valor econômico e é encontrada nos municípios de Nova Era e Itabira. Estas gemas são encontradas em rochas negras denominadas de Biotita Xistos, e às vezes associada a veios de Quartzo (Fig. 3).

Figura 3. Cristal natural de Esmeralda em Biotita Xisto e à direita, Esmeralda lapidada.

Também são encontradas na região de Itabira e Nova Era, uma variedade de Crisoberilo denominada Alexandrita, cujo valor excede o dos diamantes, devido a sua escassez, beleza e raridade. Esta gema tem uma propriedade de mu-dança de cor de acordo com o comprimento de onda da luz incidente, apresentando coloração verde na luz do dia e al-tera para vermelho na luz incandescente, tornando-a muito cobiçada e admirada (Fig. 4).

Figura 4. Duas fotos da mesma gema Alexandrita, a primeira em luz do dia, e a segunda sob luz incandescente.

A Água Marinha, assim como a Esmeralda, também é uma variedade de Berilo de cor azul clara, sendo há mui-to tempo considerada uma das mais reconhecidas gemas brasileiras. É encontrada no município de Guanhães, Santa Maria do Itabira, Ferros e de Sabinópolis (Fig. 5). Durante o governo de Getúlio Vargas, foram oferecidos de presente de casamento, magníficos exemplares de Água Marinha para a rainha Elizabeth da Inglaterra, o que atualmente ornamen-tam jóias espetaculares na forma de tiaras, colares, brincos e anéis reais.

Figura 5. Cristal natural de Água Ma-rinha em Pegmatito, à esquerda e gema lapidada à direita.

Na grande região de Governador Valadares são encontradas uma grande variedade de gemas, dentre as quais se destacam Turmalinas, Granadas e Água-Marinhas. As Turmalinas são ge-mas que em geral apresentam cor verde escura, porém podem apresentar mais variedades de cores e tonalidades existentes de todas as gemas conhecidas. Cada cor de turmalina, exceto as ver-des, ganham nomes próprios, Incolita (azul), Rubelita (vermelha e rósea), Dravita (castanha e amarela), Acroíta (incolor) – (Fig. 6).

Figura 6. Variedades de cores de Turmalinas brasileiras.

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Em Minas Gerais são encontradas Safiras e Rubis, que são variedades de um mesmo mineral, o Coríndon. As gemas ver-melhas a púrpuras são consideradas Rubis e as demais cores são Safiras. A comercialização tem melhorado em função da melhoria da qualidade da cor e transparência por meio de tra-tamento térmico, embora sejam muito pequenas. Estas gemas são oriundas dos depósitos de Palmeiras, Indaiá, Sapucaia e Malacacheta, que apresentam boa intensidade de cor e trans-parência (LICCARDO, OLIVEIRA & JORDT-EVANGELISTA, 2005) – (Fig. 7).

Figura 7. Da esquerda para a direita: cristal bruto de Rubi, Rubi lapidado, cristal bruto de Safira, Safira lapidada e

demais safiras coloridas lapidadas.

Os diamantes de Minas Gerais são extraídos da Serra do Espinhaço desde o tempo colonial e ainda hoje continuam sendo explorados tanto por multinacionais quanto por inú-meros garimpeiros, enriquecendo o comércio local. Embora a maioria dos diamantes sejam incolores, em Diamantina são en-contrados também diamantes levemente coloridos, alguns na cor champanhe (castanho claro, amarelado), de grande beleza (Fig. 8).

Figura 8. Da esquerda para a direita: Diamante bruto, Diamante incolor e Diamante champanhe.

Em Coromandel, município mineiro próximo da divisa com o Estado de Goiás, os diamantes são extraídos de depósitos aluvionares por garimpeiros (Fig. 9) que se organizaram e assim criaram a Cooperativa de Garimpeiros da Região de Coroman-del (Coopergac), que reúne cerca de 135 trabalhadores do Alto do Paranaíba. Este é um exemplo de sucesso, pois por meio desta cooperativa, os diamantes podem ser comercializados pelos próprios garimpeiros, as gemas estão sendo avaliadas e pagas por valores mais concretos e de forma totalmente legal, pois apresentam o certificado Kimberley. Este certificado inter-nacional foi um sistema criado no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) para garantir a origem legal das pedras e evitar o comércio internacional dos “diamantes de sangue”. De acordo com as informações fornecidas por ABN Águas Boas News (http://aguaboanews.com.br), foi encontrado neste muni-

cípio um diamante cor de rosa intenso extremamente raro, de 3,89 quilates, avaliado em $180.000 dólares, ou seja, um valor próximo de R$ 311.400,00 (cotação do dólar em 14/09/2011).

A cidade de Governador Valadares mantém ainda um dos grandes eventos da área de pedras preciosas denominado A BRAZIL GEM SHOW, que traz vários expositores nacionais e in-ternacionais de pedras preciosas brasileiras e minerais raros, que afeta diretamente a economia local e do país neste seg-mento. Em Teófilo Otoni, anualmente tem-se a GEMS EXPORT ASSOCIATION (GEA) que representa a indústria e o comércio na FEIRA INTERNACIONAL DE PEDRAS PRECIOSAS (FIPP), com grande número de expositores.

Portanto, o Estado de Minas Gerais atualmente se destaca tanto pela variedade de pedras preciosas que são exploradas, assim como pela comercialização que tem ocorrido por meio de exposições e de feiras nacionais e internacionais, o que o trans-formou no polo gemológico de maior importância do país.

Prof. Dr. Marcelo Ribeiro Barison, Instituto de Recursos Naturais

(UNIFEI)

Figura 9. Garimpeiros trabalham em Coromandel, município mineiro localizado na divisa com o Estado de Goiás.

Foto: Arquivo Coopergac (http://aguaboanews.com.br).

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Há 33 anos adquiri a primeira rocha, consti-tuída por dois minerais (Ágata e Cristal de Rocha), numa feira agropecuária em Ourinhos/SP, cuja beleza ornamental, muito me atraiu. A partir daí se iniciava de maneira espontânea, uma pequena coleção, que para mim se tornou um importante hobby.

Uma rocha é um agregado de um ou mais mi-nerais e podemos adiantar a definição de mineral, como sendo um constituinte natural, inorgânico e sólido da crosta da Terra.

Os minerais com beleza de cores e formatos ressaltáveis, alguns dos quais podemos admirar nesta apresentação, levou-me à pesquisa quanto às suas formações e principalmente, quanto aos formatos de seus cristais. Estes formatos cúbicos, exagonais, octaedros, bipiramidais, pirâmide com prisma e diversos outros, são estabelecidos pelos arranjos geométricos espaciais, entre os átomos dos elementos químicos constituintes de suas moléculas.

Quanto às formações e localizações dos mi-nerais, é algo também fascinante, visto que eles fazem parte do magma vulcânico, estágio este em que os mais refinados, em razão da pressão, ocupam total ou parcialmente, o interior de bo-lhas de gases ou de vapor d’água, principalmente com relação à família do Quartzo que hoje são encontrados em cápsulas solidificadas, ocas, de-nominadas Geodos.

O Brasil é um dos países privilegiados por sua riqueza e variedade de minerais, principalmen-te em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e vários outros estados, onde são encontrados Geodos contendo os minerais Ametista, Citrino, Cristal de Rocha, Quartzo com Rutilo, Quartzo Rosa, Cal-cedônia, Ágata (uma variedade da Calcedônia) e vários outros. É importante ressaltar que o Quartzo (composição química: Dióxido de silício) é um dos minerais mais abundantes da Terra, com varieda-de intensa e de notória beleza, sendo encontrado também, agregado com enorme variedade de ou-tros minerais.

Geodo com o mineral Ametista (cor azul, família do Quartzo)

Malaquita (verde escuro) e Turquesa (azul claro)

Ágata (faixas coloridas) e Quartzo (branco) no centro.

Face sem polimento e face polida

Mica, cristalizada

Água Marinha (formatos tubulares) incrustado no Quartzo

Quartzo cristal de rocha (cor branca), sobre o Ametista (azul)

Gipsita (Sulfato hidratado de cálcio, cor amarela)

Pirita (Sulfeto de ferro, amarelo, vulgo Ouro dos tolos) e Calcita (Carbonato de cálcio, branco)

Turmalina rosa incrustada em Quartzo

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Madeira fossilizada (madeira petrificada), idade até 345 milhões de anos

Fóssil de Mesossauro, réptil aquático, viveu entre 286 a 360 milhões de anos

Fóssil de peixe, idade até 280 milhões de anos

Fóssil de Trilobita, animal marinho extinto, idade até 590 milhões de anos

Fóssil de dente de tubarão

Rocha vulcânica

Fóssil de madeira

Ainda podemos adiantar que a solidificação do magma pe-lo resfriamento, em consequência de sua aproximação da crosta terrestre, ou lançamento pelos vulcões, permitiram a formação de grandes extensões de rochas (montanhas), que compõem a crosta terrestre, em cuja composição se encontra toda gama de minerais.

Os minerais também são os responsáveis pela existência dos fósseis (animais, plantas e demais seres mortos, petrifica-dos). Esta petrificação se dá em razão da morte de qualquer ser por soterramento ou cobertura por lama. Sem a presença de ar, a matéria morta não apodrece. Com o correr do tempo, milhares ou milhões de anos, há penetração de minerais em seu interior, com consequentes cristalizações e endurecimento do ser morto, originando-se o fóssil. Na foto abaixo temos um fóssil de madeira que além de estar no interior de uma rocha constituída do mineral Ágata, também está com cristais deste mineral incrustado, o que a torna dura e compacta, portanto, uma madeira petrificada.

A pesquisa sobre as rochas aguça a mente para outras ma-ravilhas da natureza, do universo, abre um leque para outros atrativos, o que me proporcionou colecionar também fósseis, conchas marinhas, antiguidades da evolução tecnológica, or-quídeas, abelhas sem ferrão e fotografias.

A gama de minerais que compõem coleções espalhadas mundo afora, servem apenas como ornamentos, sendo adquiri-das através de permutas, angariações ou aquisições. Seu valor é bastante acessível, pois não se enquadram nas avaliações como minerais (pedras) destinados à jóias.

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Engenharia de tecidos biológicos:

reconstruindo o órgão humanoPelo Prof. Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz

Ao longo dos séculos, sempre houve no mundo dos mitos e da religião, profetas do apocalipse e da esperança, felizmente estes últimos predominaram. A Ciência também emite alertas de apocalipse e promessas de esperança, mas nela, os dois não podem ser separados.

Na ciência, a produção de tecidos biológicos e órgãos

sempre foi em toda a história da humanidade um misto de mito e ficção. Histórias da mitologia grega ou do cristianismo como por exemplo, a criação do homem por Prometeu ou de Eva a partir de uma costela de Adão (Fig. 1), representam bem a idéia de se criar seres vivos a partir da matéria inanimada, seja a partir do pó ou do osso.

Fig. 1. (A) Criação do homem por Prometeu segundo a mitologia grega. Com suas lágrimas de ódio a Zeus, Prometeu molhou o barro e criou um ser à semelhança de uma divindade. Prometeu soprou a vida à escultura, chamando-a de homem. Em seguida Prometeu desceu à terra e entregou o fogo aos homens. Era o princípio da revelação da sabedoria à humanidade.

(B) A criação de Eva a partir da costela de Adão segundo Michelangelo. (C) Pintura do Frei Angelico “Cura de Justiniano”.

(A) (C)(B)

Provavelmente a melhor inspiração quanto à idéia de que é possível se melhorar a saúde humana proporcionando longe-vidade através da união entre a biologia e a engenharia esteja na pintura do Frei Angelico “Cura de Justiniano” (Fig. 1) ilustran-do os irmãos São Cosme e Damião transplantando um enxerto alógeno de uma perna, para um soldado ferido. O enxerto aló-geno é aquele coletado de um indivíduo e transplantando para outro da mesma espécie. A utilização de enxertos alógenos é acompanhada por riscos como a transmissão de doenças, rejei-ção imunológica e a doença do enxerto contra o hospedeiro.

Embora a biologia tenha conseguido progressos espanto-sos a partir de 1923, ainda pouco se sabe acerca dos processos biológicos que afetam os seres humanos em sua essência. Muitos processos da biologia celular estão sendo desvenda-dos neste século e sua união com as engenharias permitirá o surgimento de novas tecnologias nas áreas da saúde. A Enge-nharia de Tecidos Biológicos é uma engenharia híbrida onde as ciências biológicas se unem à tecnologia carregando consigo o objetivo primário de melhorar a condição humana, levando es-perança para aqueles que precisam de um coração mais forte, um rim saudável, um novo pâncreas ou a regeneração de uma pele queimada.

A Engenharia de tecidos é dedicada à geração de tecidos biológicos usando os princípios de engenharia em conjunto com a compreensão e aplicação das ciências biológicas. Seus principais objetivos são projetar, produzir, modificar, expandir e manter tecidos biológicos vivos. A Engenharia de tecidos é um campo de pesquisa recente com uma grande projeção da medicina moderna. O desenvolvimento de tecidos biológicos humanos, e mesmo os organismos, que podem substituir teci-dos ou órgãos doentes deixa o campo da ficção científica e se torna realidade no presente século.

Diariamente ingressam nos hospitais de todo o mundo mi-lhares de pessoas com mau funcionamento em algum de seus órgãos (rim, coração, fígado) e em muitos casos, a situação do paciente só pode ser solucionada através de um transplante. Entretanto, devido à carência de doadores de órgãos, somente uma parcela muito pequena da população de pacientes pode ser transplantada.

O transplante de um órgão humano totalmente artificial, criado a partir das próprias células do paciente, acabaria com os problemas da falta de doadores ou a rejeição do órgão transplantado, já que as matrizes utilizadas são inertes e não possuem nenhuma capacidade de resposta imunológica.

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A estratégia inicial para se obter órgãos artificiais envolve o cultivo das células biológicas do próprio paciente sobre uma matriz ou arcabouço polimérico de forma a se conseguir a estrutura tridimensional do órgão que se deseja. O procedimento exige o desenvolvimento de matrizes de polímeros sintéticos biodegradáveis que propor-cionam um arcabouço para o crescimento das células e formação do tecido biológico pretendido (Fig. 2). Os arcabouços poliméricos de origem sintética são necessários para orientar o desenvolvimento de novas estruturas do tecido biológico danificado, funcionando como um suporte estrutural. As matrizes poliméricas são reabsorvidas com o tempo permanecendo somente o órgão artificial ou tecido biológico desejado.

Fig. 2. Princípios básicos da engenharia de tecidos para a criação de órgãos humanos artificialmente: (1) As células são retiradas do paciente, (2) expandidas em meio de cultura onde existem os nutrientes adequados para sua proliferação, (3) as células são transferidas para um arcabouço sintético, (4) cultivadas sobre o

arcabouço sintético em condições in-vitro para o crescimento do órgão ou tecido e (5) o tecido ou órgão regenerado é transferido para o paciente.

Recentemente o grupo de pesquisa do Centro de Estudos e Inovação em Ma-teriais Biofuncionais Avançados (CEIMBA) da UNIFEI tem se dedicado à produção de arcabouços poliméricos para o crescimento de células cardíacas e do tecido ósseo. A pesquisa tem se concentrado no preparo de arcabouços moleculares baseados em nanofibras para a engenharia de tecido cardíaco e estruturas porosas biorreabsorví-veis para a regeneração do tecido ósseo (Fig. 3). As estruturas tridimensionais dos arcabouços poliméricos estudados são formadas por redes de poros interconectadas que se assemelham a elementos da matriz extracelular nativa do corpo humano, faci-litando assim a fixação da célula apoiando seu crescimento e a regulação do processo de diferenciação celular.

Fig. 3. Micrografias do microscópio eletrônico de varredura dos arcabouços poliméricos para cultivo de células do miocárdio (A) e cultivo de osteoblastos (B). Em (A) se observam nanofibras de um polímero condutor (polianilina) e em (B) é

observado a microestrutura do polímero biorreabsorvível poli(caprolactona) (PCL).

(A) (B)

Estudamos em nossos laboratórios o crescimento de células cardíacas e célu-las do tecido ósseo em condições in-vitro nos arcabouços moleculares mostrados na Fig. 3. Células do miocárdio (coração) foram semeadas nas nanofibras (Fig. 3-A) e células do osso (osteoblastos) foram semeadas no arcabouço apontado na Fig. 3-B. Após algumas poucas semanas, o resultado foi um crescimento celular intenso de ambas as células, conforme pode ser observado na Fig. 4.

Observamos que os arcabouços moleculares preparados em nossos labo-ratórios possibilitaram uma boa adesão e crescimento celular, tanto dos osteo-blastos como das células do miocárdio. O próximo passo será dar uma forma tri-dimensional ao tecido biológico que se forma à medida que a proliferação celu-lar avança.

Fig. 4. (A) Microscopia de fluorescência do estudo do crescimento de células de miocárdio em arcabouço polimé-rico nanofibroso. Observa-se uma

proliferação celular intensa das células cardíacas, estando seus núcleos cora-dos de azul. Em (B) são observadas as células de osteoblastos (osso) cultiva-

das em estrutura de PCL poroso através da microscopia eletrônica de varredura (MEV). As setas vermelhas

indicam as células do osso crescendo sobre a matriz porosa de PCL.

Nossas pesquisas têm como um primeiro objetivo o preparo de arcabou-

(B)

(A)

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ços moleculares contendo células do miocárdio ativas (Fig. 4) para a regeneração do músculo cardíaco lesado pelo infarto agudo do miocárdio (IAM), também conhecido como ataque cardíaco. O IAM é um dano no músculo cardíaco, cau-sado por uma redução ou falta no suprimento de sangue em uma determinada área do coração.

Para superar a escassez de doadores de coração, a engenharia de tecidos cardíacos aparece como uma abordagem nova e ambiciosa combinando os conhecimentos de engenharia, química dos materiais, biologia e medicina para re-generar o coração danificado por IAM. Em um período de uma década estaremos produzindo membranas capazes de revestir a área lesada pelo IAM e regenerar o músculo cardíaco, superando assim o mau prognóstico de pacientes com insufi-ciência cardíaca e ao mesmo tempo a escassez de doadores de coração.

O segundo objetivo específico de nossa pesquisa está em se preparar ar-cabouços poliméricos porosos para o crescimento do tecido ósseo. Na Fig. 4-B demonstra-se que há um bom crescimento de células ósseas sobre a estrutura porosa do PCL. A superfície porosa parece fornecer um substrato adicional à proliferação do tecido ósseo.

Atualmente, as duas novas tecnologias que viram o mundo de cabeça para baixo, a tecnologia do computador e a tecnologia da Engenharia de Tecidos Biológicos, percorrem caminhos separados. A tecnologia da informática nos promete autômatos autorreprodutivos, máquinas construídas de metal e semi-condutores capazes de substituir nossas máquinas atuais e de satisfazer nossas necessidades de modo barato e mais flexível.

Simultaneamente, a tecnologia da engenharia de tecidos biológicos faz promessas semelhantes. Uma célula pode agora ser programada para crescer e se diferenciar produzindo um órgão humano e eliminando a necessidade de doadores.

As duas tecnologias, dos autômatos e dos tecidos biológicos competem pelo papel da liderança na revolução industrial no século XXI. Até agora os computadores e autômatos estiveram na frente, mas a engenharia de tecidos biológicos não se encontra muito atrás. À medida que as estruturas físicas do computador moderno se tornam menores, e ao mesmo tempo em que as es-truturas biológicas da engenharia de tecidos se tornam mais versáteis, as duas tecnologias começam a se superpor e a se mesclar.

Atualmente nossa pesquisa está voltada para o projeto de biochips, siste-mas inteligentes baseados em dispositivos híbridos eletrônicos e biológicos que trabalham em conjunto na produção de um órgão artificial sem a presença da mão humana, ou seja, estamos projetando uma máquina autorreprodutiva que ao ser alimentada com células biológicas imprime, no sentido da palavra, um órgão ou tecido humano, estabelecendo uma simbiose entre o silício e a célula biológica de modo que somos incapazes de dizer onde um começa e o outro termina.

As doenças em que se tem muita esperança de que a engenharia de tecidos biológicos contribuirá decisivamente para a recuperação do órgão ou tecido bio-lógico humano lesionado são doenças neurológicas como a Doença de Parkinson e Alzheimer, doenças do coração como enfartes do miocárdio, diabetes, quei-maduras graves, substituição de órgãos ou tecidos devido ao câncer e lesões permanentes da medula espinhal. Se tudo andar bem, essa revolução trará lon-gevidade ao ser humano de todo o planeta. E se, como usualmente acontece nos assuntos humanos, nem tudo funcionar direito, então a beleza da evolução e a riqueza continuarão a ser distribuídas desigualmente, como antes.

A partir de 2012, a UNIFEI iniciará o curso de Engenharia de Bioprocessos. Será o único curso de Engenharia de Bioprocessos no Brasil que tem como prin-cipal foco a formação de Engenheiros na área de tecidos biológicos, aptos a desenvolverem projetos e técnicas voltadas para a reconstrução de órgãos huma-nos e tecidos vegetais para processos da biotecnologia de interesse industrial.

Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Coordenador Científico do Centro de Estudos e Inovação em Materiais Biofuncionais Avançados, Universidade Federal de Itajubá.

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Há milhares de anos antigas cultu-ras do oriente já percebiam que a nossa completa constituição não é formada so-mente por matéria, mas também por uma outra forma de manifestação que eles denominavam de energia. Você já esteve, em mãos, com um pedaço de pensamen-to! Contudo, em virtude da obscuridade cultural vivida no ocidente, durante a ida-de média, todo o saber, referente àquilo que não era imediatamente percebido pelos órgãos de sentido, foi condenado à esfera da bruxaria ou do misticismo, inclusive os princípios matemáticos; e esta herança cultural encontra-se arrai-gada, até os dias de hoje, influenciando a maioria dos segmentos sociais.

Com o desenvolvimento dos estu-dos sobre as manifestações de caráterondulatório (radiações), para subsidiarprincipalmente a tecnologia de teleco-municação, tornou-se impraticável per-manecer na obscuridade a respeito das funções vibracionais humanas, as quais completam a constituição do homem. Portanto, por volta da década de 70 do século passado, intensificaram-se os estu-dos acerca da porção vibracional humana, assim caracterizando um novo segmento da medicina que na Europa é classifica-da por medicina quântica e nos USA por medicina vibracional, de tal modo a esta-belecer uma ponte entre os conceitos da física moderna e os princípios milenares das medicinas chinesa e ayurvédica.

O reconhecimento da porção vibra-tória (ou energética) dos seres institui-se como uma providência urgente, em virtude de que as atividades de vida con-temporânea, tais como as circunstâncias de falar ao telefone, principalmente ao celular, escutar rádio, assistir TV, usar o computador, ficar exposto à presença de câmeras, permanecer nas proximidades de antenas de transmissão e recepção e viajar constantemente de avião, causam um acentuado desajuste nas condições energéticas das pessoas, acarretando, principalmente, sequelas de caráter psí-

Porção vibracional humana, você sabe o que é?

quico tais como a ansiedade, o estresse, a estafa, a irritação, a obesidade, como também os males de Parkinson e de Al-zheimer. Portanto, assim como foram estabelecidos os hábitos de higiene e as metodologias para o condicionamento da parte corpórea, torna-se, atualmente, imprescindível também serem criados os hábitos diários de higiene energética e as metodologias para o melhor con-dicionamento (ajuste) da nossa porção vibratória.

De que modo fazer a higiene ener-gética?

Nossos ancestrais orientais, por considerarem a porção energética dos seres, não só estabeleceram toda uma anatomia energética, a qual descreve os trajetos do circuito humano (nadis / me-ridianos) por onde se propaga uma forma de energia considerada vital (prana / chi / ki), e os reservatórios energéticos (cha-cras), cuja função assemelha-se aos dos capacitores; como também averiguaram que determinadas atividades, realizadas regularmente e obedecendo a rigorosos critérios, servem como hábitos de higie-ne próprios para manter as funções de caráter ondulatório em seus estados de equilíbrio. Dentre algumas dessas ati-

vidades podemos citar certos modos de respirar como a respiração abdomi-nal, posturas corporais executadas com suavidade, a automassagem em regiões e pontos específicos, e o relaxamento, sendo estas as mais comuns. No entan-to, os atos de cantar, dançar e, inclusive, o sexual, também podem participar para a manutenção do equilíbrio energético, desde que realizados corretamente e conscientemente para este fim. De tal modo, foram criadas as metodologias como a Hatha Yoga, o Mantra Yoga, o Do In, o Shiatsu, o Tai Chi Chuan, a Dança do Ventre, muitas das danças circulares, o Tantra e etc. Todas elas, em suas origens, guardam o propósito de manter equilibra-do os níveis dos padrões vibracionais.

Uma fácil atividade, que praticada todos os dias ao se levantar, contribui para o reequilíbrio da porção vibrató-ria, é a respiração abdominal, contudo, não se deve ficar restrito somente a es-ta atividade. Tal modo de respirar faz-se lentamente, profundamente, unicamen-te através das narinas e com o auxílio do abdomem, isto é, ao inspirar força-se o ventre expandindo-o para frente; e ao expirar contrai-se o ventre ao máximo. Treinar esta respiração deitado, com as

Por Omar Viana Hadad

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pernas dobradas e separadas, por um período de 3 a 5 minu-tos. A mão sobre o abdome facilita a percepção da sincronia do movimento abdominal, ou seja, a condição de estar ou não coincidindo com os atos de inspirar e expirar. Na inspi-ração a mão deve subir, e na expiração descer.

Cabe mencionar também algumas outras ações que por si só não promovem o reequilíbrio energético, entretanto, auxilia significativamente para a manutenção dele. São elas:

ª De modo nenhum dormir de bruços, e evitar dormir de decúbito dorsal; a maneira correta é de lado, com a coluna alinhada e as pernas um pouco dobradas.

ª Ao se levantar, como primeira ação do dia, tomar meio copo de água mineral ao natural, ou o suco de um limão misturado com um pouco de água, mas de modo nenhum adoçado.

ª Apreciar o momento da alimentação saboreando o que está sendo deglutido, e jamais assistir televisão ou ouvir mú-sica, e muito menos o noticiário, neste momento.

ª Evitar, ao máximo, adoçar as coisas, inclusive o café. Este é um hábito difícil de ser adquirido, então, primeiramente substitua o açúcar branco pelo mascavo, e depois, paulati-namente, diminua a dose.

ª Pisar descalço no chão que ficou exposto ao sereno. Caso não seja possível fazer isto todos os dias, pelo menos duas vezes por semana.

Em virtude do nível energético das pessoas, necessário para uma vida saudável, ser determinado pelas condições climáticas, geográficas e, principalmente, por fatores cultu-rais, ou seja, o modo de vida; idealizei em 2007, após instruir por mais de 12 anos a Hatha Yoga, o “Método da Revitali-zação Vibracional”, o qual corresponde a um modo prático e compacto compondo-se por uma criteriosa seleção de posturas corporais, respiração direcionada, técnica de rela-xamento e automassagem; fundamentado por conceitos da física moderna e respeitando os costumes e os hábitos da cultura brasileira. A significativa vantagem desta metodolo-gia evidencia-se por suas posturas fáceis, possíveis de serem realizadas por pessoas de qualquer porte físico, inclusive aquelas com idade mais avançada ou acima do peso.

A respeito das funções psíquicas, que nada mais repre-senta do que uma manifestação da parte vibratória, mostra-se fundamental percebermos que, do mesmo modo que jamais um desnutrido terá a condição de seguir as orientações de um técnico desportivo e tornar-se um atleta eficiente por lhe faltarem as devidas condições físicas, assim também acon-tece em relação à constituição vibratória, um desajustado vibratoriamente não reúne as condições de energia precisas para realizar inúmeras habilidades de ordem psíquica, inclu-sive a de superar os próprios bloqueios de comportamento, mesmo acompanhado de um “técnico”, ou melhor, de um especialista na área da psique. Provavelmente, este é um dos motivos pelos quais muitos tratamentos de caráter psíquico ou psicológico não apresentem resultados satisfatórios. Ca-recem da co-participação do “preparador energético”.

Omar Viana Hadad, licenciado em Física pela UFRJ, instrutor da Hatha Ioga. Autor do livro O Método da Revitalização Vibracional. Criou a Matemati-coterapia (técnica para o desenvolvimento da matemática intuitiva).

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Pela Dr. Gracia Costa Lopes

Doenças passíveis de transmissão durante o

tratamento odontológicoQuando o profissional não pratica medidas de biossegurança no dia-a-dia do consultório

A prática da odontologia abrange uma grande va-riedade de procedimentos, que podem incluir desde um simples exame até uma cirurgia mais complexa. Estes procedimentos geralmente implicam em con-tato com secreções da cavidade oral, algumas vezes representados simplesmente pelo contato com a sali-va, outras vezes pelo contato pelo sangue, secreções respiratórias e aerossóis. Isto tudo acaba resultando em possibilidade de transmissão de infecções, tanto de paciente para paciente, como dos profissionais pa-ra pacientes ou dos pacientes para os profissionais.

Principais doenças passíveis de transmissão du-rante o atendimento odontológico:

ª Sífilis – Transmissão feita pelo contato direto com as lesões bucais.

ª Gonorreia – Transmissão feita pelo contato direto com as lesões bucais.

ª Tuberculose – Transmitido pela saliva e aerossóis.

ª Sarampo – Transmissão mais comum é via secreção eliminada pela tosse.

ª Parotidite virótica (caxumba) – Transmissão direta pelo contato com gotículas de saliva.

ª Influenza (gripe).

ª Herpes – Transmitido mais frequentemente pelo contato direto com as lesões ou com objetos conta-minados.

ª Varicela (catapora) – Transmitida pelo contato dire-to com a pele.

ª Citomegalovirus – Transmitido pelo contato com excreções ou secreções contaminadas.

ª Hepatite A, B e C – Transmitido através do sangue e saliva.

ª AIDS – Transmitido através do sangue.

Existem algumas medidas básicas de controle de infecção que vi-sam quebrar ou minimizar o risco de transmissão de infecções durante o tratamento odontológico:

Lavagem e antissepsia das mãos, secando com papel toalha.

ª Uso de luvas descartáveis pelo dentista para procedimentos.

ª Uso de luvas pela auxiliar para limpeza de materiais e ambientes.

ª Uso de máscaras.

ª Uso de óculos de proteção.

ª Uso de vestimentas – Gorro, avental ou jaleco de mangas compridas – devem ser usadas exclusivamente dentro do local de trabalho.

ª Limpeza e desinfecção de materiais – O ambiente e equipamentos fixos que cercam o paciente durante o atendimento odontológico tor-nam-se contaminados em função da possibilidade de espirramento de secreções e/ou sangue. Todos os equipamentos devem ser limpos e desinfetados após cada paciente, todos os aparelhos que necessitam ser manipulados durante o atendimento odontológico, devem ser pro-tegidos com sacos plásticos, lâminas de plástico aderente ou papel alumínio.

ª Esterilização de materiais através da estufa e autoclave a vapor.

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Se observarmos através da linha do tempo, desde os povos primitivos (ágra-fos) na antiguidade até os nossos dias, o conhecimento é o alicerce da evolução do homem como também da filosofia e da ciência.

Cada período de evolução foi deter-minante. A lógica e a razão deram início fundamentalmente ao conhecimento fi-losófico com grandes nomes: Sócrates, Platão e Aristóteles.

A história registrou outros grandes estudiosos da Idade Média, Moderna e Contemporânea, deixando evidente a im-portância do “conhecimento” em todos os tempos.

Se o conhecimento é fundamental para a evolução humana, para as empre-sas, este tema não poderia ser tratado de qualquer maneira, considerando que os negócios são geridos pelos homens.

As empresas que valorizam este as-sunto e investem em seus colaboradores destacam-se e de forma estratégica, nas últimas décadas, superam grandes desa-fios, seja no âmbito regional, nacional ou internacional.

As transformações de ordem tec-nológica, política, econômica, social e a necessidade de se manter competitiva no mercado, levaram as empresas a faze-rem mudanças no sistema de gestão. De autocrática oriunda do Taylorismo, para um modelo de gestão e estrutura orga-nizacional mais participativa, flexível e descentralizada, buscando desenvolver e manter seus talentos.

As empresas impulsionadas por no-vos modelos de gestão e de processos buscam reduzir custos, minimizar etapas de trabalho e agregar valores que são per-cebidos pelos clientes.

Contribuem também para as mu-danças, a tecnologia da informação, a nanotecnologia e a revolução da infor-mática, mostrando a necessidade de se repensar a gestão de pessoas e suas com-petências.

Podemos, de forma simples, lembrar que o sistema de gestão de pessoas evo-luiu, passando de um modelo hierárquico rígido e lento para um modelo flexível, inovador e empreendedor, sendo ele pri-meiramente chamado de Departamento de Pessoal, posteriormente Administração de Recursos Humanos e atualmente Gestão de Pessoas.

Hoje, o gerenciamento está focado nas pessoas, considerando seus talentos, capacidades, habilidades e o comprometi-mento com o sucesso da organização.

Fatores importantes são observados dentro das organizações, principalmente aspectos comportamentais dos indivíduos: como se relacionam, como vendem os produ-tos, como dirigem os veículos da companhia, como tomam decisões, entre outros.

Estes fatores estão também direta-mente ligados às diretrizes da organização, às “Políticas” estabelecidas de forma trans-parente, à compreensão da Visão do Clima, dos Valores e da Cultura Organizacional.

Podemos questionar por que as or-ganizações gerenciam as competências técnicas e comportamentais de seus cola-boradores. A resposta é simples, pois são as pessoas que definem os rumos das or-ganizações e lhe dão alma.

Para manter e reter seus talentos, é necessária uma relação entre empregado e empregador de “ganha & ganha”, onde os dois lados obtenham vantagens equili-bradas. As empresas buscam profissionais engajados, comprometidos e que ofereçam

qualidade ao seu trabalho e as pessoas buscam desenvolver-se profissionalmente, enfrentar e superar desafios, obter auto-nomia, sentir-se responsáveis, manter sua família econômica e afetivamente para ter uma vida feliz.

As empresas devem desenvolver uma política para o gerenciamento estratégico das pessoas, buscando inovação na gestão com resultados pessoais e empresariais.

As pessoas podem potencializar os pontos fortes de uma empresa ou reforçar as fragilidades.

Podemos citar alguns pontos impor-tantes utilizados por muitas empresas para melhoria na gestão de pessoas, tais como: manter elevada a “motivação” das pessoas por meio do reconhecimento, desafio pro-fissional e plano de carreira; capacitar as pessoas para a parceria focada em resul-tados, autodesenvolvimento e missão da empresa; fazer dos colaboradores, agentes de mudanças e transformações, visando a adequação da empresa no mercado glo-balizado; proporcionar um ambiente de trabalho seguro, onde haja confiabilidade entre as equipes, estilos gerenciais com liberdade de atuação e autonomia, adequa-ção na jornada de trabalho, entre outros.

As constantes variações do merca-do exigem flexibilidade das empresas para adaptarem-se rapidamente às novas tec-nologias, conceitos, políticas e tendências, afim de atender às expectativas da globali-zação, dos colaboradores e clientes.

Para concluir, a área de Gestão de Pessoas deve conquistar a confiança dos colaboradores, ser receptiva, aberta e man-ter uma postura ética, preocupada com os interesses das pessoas e da organização.

Célio Gentil, CG – Consultoria Empresarial e Recursos Humanos

Conhecimento & Gestão de pessoasPor Célio Gentil

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Pão Integral x Pão BrancoPor Fábio Pedroso dos Santos

O pão é o resultado do cozimento de farinha com água e sal de cozinha. Foi produzido pela primeira vez, pelos povos da Suíça, por volta do ano 10.000 a.C. No Egito o pão pagava salários, os campone-ses ganhavam três pães e dois cântaros de cerveja por dia de trabalho. O sistema de fabricação dos egípcios era muito simples – pedras moíam o trigo que adicionado à água formavam uma massa mole, hoje o trigo é tratado em moinhos, é lavado, escorrido e passado por cilíndros que se-param o grão da casca.

No Brasil, o consumo de pão só se popularizou no século 19. Até então, o brasileiro consumia, em grandes quanti-dades, a farinha de mandioca e o biju, a atividade de panificação se expandiu no início do século 20 o que tornou essencial o pão na mesa do brasileiro. Surgiram vá-rios tipos de pães, entre eles o integral. A principal diferença entre o pão integral e o branco, é que o primeiro está classifica-do no grupo de carboidratos complexos, onde também estão presentes: massas, arroz, cereais, batata, mandioca e farinha.

O pão integral se torna mais nutritivo por concentrar maior quantidade de vita-minas e ser um alimento rico em fibras, o que promove uma digestão mais lenta e, por isso, dá uma sensação de maior sacie-dade, além de regular o trânsito intestinal por absorver água e circular pelo intestino, o que aumenta o volume de sais e facilita sua eliminação.

O pão, por si só, não engorda. O que engorda é o consumo excessivo de car-boidratos, bem como de qualquer outro macro nutriente, como proteínas e gordu-ras. É errado pensar que os carboidratos devem ser cortados da dieta de quem quer emagrecer. O importante é não exceder os valores recomendados.

Os carboidratos são à base da nossa alimentação e a primeira fonte de energia

que o nosso corpo usa. Uma dieta po-bre em carboidratos pode trazer efeitos indesejados, como fraqueza, mal-estar, desidratação, dentre outros problemas. Para o bom funcionamento do organismo, 50% a 60% das calorias que nós ingerimos devem vir dos carboidratos.

Consumido moderadamente não existem contra-indicações no uso do pão integral. A quantidade geralmente é indi-cada por um Nutricionista.

Outra preocupação é quanto ao con-sumo de glúten, proteína encontrada nos cereais, portanto, presente no pão. Salvo as pessoas que têm alergia a esta proteína ou doença celíaca, o glúten não faz mal. Está presente no glúten um aminoácido chamado glutamina que é essencial para nutrir as células do intestino.

Quando comemos pão, dentro do nosso organismo, eles se transformam em açúcar (glicose, que gera energia para o nosso organismo). A principal diferença entre os pães é relacionada à forma que o organismo absorve o açúcar, que faz parte da composição.

Alguns pães fazem o açúcar ser absor-vido rapidamente, em outros a absorção é lenta. Esse processo é que vai fazer dife-rença na nossa saúde. Quando você come um pão branco, você absorve o açúcar rapidamente. A insulina — hormônio que capta o açúcar — faz com que o açúcar se transforme mais rápido em gordura. Quando você consome um pão integral, esse açúcar é liberado lentamente e você tem menos chance dele se transformar em gordura no seu organismo.

Com o consumo do pão de forma branco, a pessoa tem maior nível de açú-car e menos nutrientes (fibras, vitaminas e minerais).

As diferenças entre os pães lights e diets também devem ser destacadas. Pa-ra que o pão seja considerado light, deve ter, no mínimo, 25% a menos de algum componente (sal, açúcar, gordura...); já os diets, não podem conter o açúcar.

Há ainda os variados tipos de pães integrais e suas diferenças, quanto aos ingredientes usados, como por exem-

plo, o pão de linhaça, de centeio, com passas, com castanhas e o

100% integral, esse último, “o cam- peão dos pães, pois é o mais rico em

nutrientes”.

Fábio Pedroso dos Santos, Nutricionista

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Educação:fator de harmonização entre o homem e o mundo

Profa. Maria de Lourdes Maia Gonçalves

Certo dia, um menino pergunta à mestra quais razões a levaram a escolher tal profissão. A mestra lhe respondeu que ensinar é uma atividade prazerosa e gratifi-cante. Disse que quando os viu no primeiro dia de aula sentiu que seriam mais que pro-fessora e alunos. Sentiu que seriam, antes de tudo, amigos. Disse ainda, que aprender e ensinar constitui uma parceria imensa-mente enriquecedora, em que não se sabe quem aprende mais: a professora com os alunos ou os alunos com a professora. De qualquer forma, todos ganham conheci-mentos e valores inestimáveis – afirmou.

A bondosa educadora sabe que aprender e ensinar são atos de amor. E para ensinar foi preciso primeiro aprender e dominar o ensinamento. Necessário se fez conhecer a si própria, para conhecer o outro e amá-lo. Amando-o, poderia exer-cer a sua arte com segurança e eficácia. Poderia contribuir de maneira satisfatória para a formação integral de seus alunos e os preparar para o exercício da cidadania.

Belíssimo ensinamento nos dá a esse respeito, Carlos Bernardo Gonzáles Peco-tche: “a segurança que cada um deve dar com o seu próprio exemplo”. E mais adian-te completa o renomado pensador: “... é outra coisa, quando através da palavra de quem ensina, coincidentes com seus atos vão se descobrindo qualidades relevantes; e outra coisa é, também, quando, no que escuta e aprende, vai se manifestando a capacidade de assimilação; então, o que aprende, aprende de verdade, e quem en-sina, ensina com consciência”.

Para o êxito do processo ensino/apredizagem é fundamental que se trabalhe em prol da inclusão social responsável e consciente. O educador deve valorizar as experiências e conhecimentos que os aprendizes trazem consigo e aprimorá-los pa-ra o bem comum. Deve-se entender que, mesmo aparentemente diferentes, todos somos muito semelhantes na essência. Conhecer a essência, ou seja, autoconhe-cer-se, é imprescindível para se atingir o aprimoramento da mente e do espírito e assim, ser capaz de conhecer o outro com maior profundidade; “compreender, amar e respeitar o Autor da Criação e descobrir sua Vontade através de suas Leis e das múltiplas manifestações de seu Espírito Universal”.

Cada um de nós abriga a centelha da Luz Divina, numa prova inconteste de que nascemos para sermos bons, felizes e integralmente evoluídos. Claro, depende da qualidade de educação que se recebe desde a mais tenra idade e das escolhas que se faz ao longo da vida. A verdade é que nascemos predestinados para amar e ser amados, indistintamente. Crescemos em busca de objetivos; vivemos para realizar coisas grandiosas, entre elas, tornar melhor a vida do ser humano em todos os aspectos, sobretudo, os valores morais, culturais e espirituais.

A melhor maneira de se alcançar essa meta é a educação. O único caminho para construirmos um mundo mais humano e mais feliz. A educação integral e não somente a posse de conhecimen-tos. A verdadeira educação prepara o ser humano para a vida, para a paz, para a realização material e espiritual.

É obrigação do educador lutar pela redução da violên-cia de qualquer origem, câncer social que dilacera a alma e a vida dos seres; é nossa obrigação zelar pela saúde do planeta onde vivemos e despertar no outro a necessidade de se ter uma educação ambiental voltada para a preservação e respeito à vida. Esses são apenas alguns exemplos do que entendo como educação humanística.

O bem é vontade de Deus e vocação do ser humano. “A força moral das nacionalidades surge sempre da potên-

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cia de sua cultura e da ilustração de seus pensamentos. A capacidade de estudo cresce ou decresce segundo o estímulo recebido para seu desenvolvimento. Nenhum labor deveria ser mais respeitado – já que não remune-rado – do que aquele que a inteligência realiza, pois só a ela se deve a soma dos avanços obtidos em todas as ordens da vida”.

A vocação, vontade e entusiasmo são condições precípuas para se obter o conhecimento e o aprimora-mento ideal de uma pessoa ou de um povo. É igualmente importante que se tenha as mesmas aspirações em favor da justiça social e do bem comum. Famílias ou nações que se fragmentam enfraquecem e sucumbem.

“Deve-se entender por vocação o pensamento que preside e anima o esforço em tenaz correspondência com a vontade, que em nenhuma hipótese deve decair, uma vez definido e preparado o caminho a seguir”.

Para compreender e se beneficiar do conheci-mento e, consequentemente, transmiti-lo aos outros é necessário voltar-se para dentro. Através da doutrina lo-gosófica o homem pode alcançar seu autoconhecimento e preparar-se para exercer sua função de iluminador de idéias e ações, bem como entender as suas limitações e procurar superá-las. E como nos ensina González Peco-tche, o eminente fundador da Logosofia, “... é a tocha convertida em luminária que passando de mão em mão, através das gerações continuará iluminando a vida dos que buscam no aperfeiçoamento de si mesmos a pró-pria inspiração...”.

Educar, por certo, é uma arte que requer muita sabedoria, considerada a maior das virtudes; paciên-cia, que compreende e aceita o ritmo e as limitações de cada um; abnegação, a capacidade de doar-se pelo próximo e enxergar nele um irmão.

Ademais, quem educa, seguramente, é movido por uma esperança imensa de tornar o mundo melhor e mais justo, ponto comum de todas as artes. Como o agricultor que planta sua semente em campo fértil con-fiante na colheita.

Somente pela educação o mundo poderá ser me-lhor. O homem capaz de viver em harmonia com o outro e com o mundo, poderá alcançar a plenitude de sua condição humana: sua formação integral. De posse des-se tesouro, terá a oportunidade de ser feliz e realizado – sonho acalentado por todos os homens.

A ciência logosófica, através de sua pedagogia, constitui-se como parâmetro para o desenvolvimento humano, sobretudo, porque abrange o conhecimento de si mesmo e dos semelhantes; do mundo mental e es-piritual e das Leis de Deus – Supremo Criador da Ciência Universal. “A ciência do homem é só um débil reflexo”...

Completo minhas palavras citando o criador da ci-ência logosófica: “A vida é o campo experimental onde tem lugar as lutas e onde cada um vence ou é derrotado; mas é, também, o cenário onde o espírito se tempera verdadeiramente e onde, pouco a pouco, com vontade e entusiasmo grandes, vai se lavrando um novo e eleva-do destino”.

Profa. Maria de Lourdes Maia Gonçalves, Membro da Aca-demia Itajubense de Letras e autora do livro Frestas.

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Inicialmente, o objetivo deste artigo era convidar os leitores desta revista para os concertos que serão realiza-dos de 2 a 5 de novembro em comemoração aos 20 anos do Madrigal Musicanto de Itajubá. Contudo, na medida em que fui escrevendo, percebi que muito mais do que convidar os prezados leitores para tal comemoração, meu coração desejava partilhar o orgulho e a alegria que sinto quando olho para esses 20 anos de muitas conquistas e vejo que, em grande parte deste tem-po, a história do Madrigal se confunde com minha própria história profissional.

Em setembro de 1991, eu e minha grande amiga Mariza Mohallem, de forma bastante despretensiosa, cria-mos o Madrigal Musicanto de Itajubá, contando com a participação de 12 amigos cantores, com o objetivo úni-co de ensaiar e cantar na cerimônia religiosa do casamento de Dalila Mohallem, irmã de Mariza, que aconteceria em abril do ano seguinte (1992). Antes mesmo que acontecesse este casamento, outra grande amiga que fazia parte do grupo – Cida Sales – nos pediu para que também cantássemos no casamento de sua irmã Márcia Sales no mês de março. Assim, percebendo nosso potencial para a execução de música sacra em cerimônias religiosas, decidimos manter o grupo e assumir profis-sionalmente outras apresentações da mesma natureza. Como eu morava em Belo Horizonte nesta época, nossos ensaios aconteciam a cada 15 dias na casa da Mariza.

Apesar de mantermos nossa prática de cantar em casamentos até hoje, essa proposta inicial de realizar somente um repertório apropriado para cerimônias religiosas durou pouco tempo. Ao longo do primeiro ano de ensaios fomos repensando nossas metas e passamos a nos dedicar a outros re-pertórios formados por obras de diversos estilos de música coral. No fim do ano de 1992 realizamos nosso primeiro concerto na Igreja Matriz de São José em Itajubá e, desde então, para atender às exigências sonoras de nosso repertório, abrimos as portas do coro para novos membros que de 12 foi para 16 em 1993, 24 em 1994, 32 em 1995, 40 em 1996 e 50 em 1998.

Desde sua criação, o Madrigal Musicanto de Itajubá foi para mim uma sala de aula onde fui alu-no e professor; um laboratório de prática vocal em conjunto através do qual pude oferecer a vivência da arte a um imenso número de pessoas; um campo de pesquisa no qual desenvolvi inúmeras in-

vestigações nas áreas de Técnica Vocal e Práticas Interpretativas; e, por muitas vezes, um verdadeiro campo de batalha onde até hoje aprendo sobre relações humanas.

Foi no Madrigal e para o Madrigal que eu aprendi a reger, a cantar e, mais do que tudo, a ensinar canto. Devo a este coro a realização de muitos de meus sonhos profissionais, minha posição privilegia-da como regente no meio musical brasileiro, grande parte de meu conhecimento sobre técnica vocal, o respeito que adquiri de muitos de meus alunos nos Institutos de Artes da UNESP e da UNICAMP, minha Especialização na UFMG, meu Mestrado, meu Doutorado e meu Pós-Doutorado na UNICAMP.

Fascinado com a sonoridade do canto em grupo, passei os últimos 20 anos de minha vida estu-dando canto e pesquisando sobre técnica vocal para ter condições de ensinar os cantores deste coro, na sua maioria amadores, a cantar de forma saudável e expressiva. Na verdade, o coro sempre fun-

cionou como uma escola uma vez que, por muitos anos, eu mantive uma classe particular de canto, técnica vocal e per-cepção musical na sede do coro. Muitos de meus alunos particulares eram cantores do coro o que me ajudou muito na construção da sonoridade que eu perseguia.

Ao longo dos primei-ros 10 anos de existência do grupo, investimos muito no crescimento técnico e mu-sical dos membros do coro, tornando-o um dos mais im-portantes grupos corais do estado mineiro através de um amplo trabalho de formação de novos cantores e regentes e de disseminação do canto coral em Itajubá, na região e em todo país. Sob minha re-gência, o coro se apresentou em vários dos mais significa-tivos eventos de canto coral em diversos estados brasi-leiros como Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catari-na, Paraná, Alagoas, Goiás e Distrito Federal.

A partir do ano de 2001, na medida em que eu ama-durecia profissionalmente, as

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Por Angelo José Fernandes

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realizações do coro foram mudando de perfil. Passamos a viajar menos, escolhen-do sempre oportunidades que fizessem o grupo crescer. Em novembro de 2004, tendo sido selecionado para participar do 10th Athens International Choir Festival, em Atenas na Grécia, o Madrigal Musi-canto de Itajubá conquistou a medalha de prata na categoria Chamber Choirs (coros de câmara) e a medalha de bronze da categoria Mixed Choirs (coros mistos). Graças ao sucesso de nossa participação no evento em Atenas, fomos convidados em 2005 para realizar um concerto na III Convenção da ABRC – Associação Brasi-leira de Regentes de Coros, em Goiânia, para um público formado por regentes de todo o país. Nesta ocasião, fomos indica-dos para representar o Brasil no V Festival de Coros de San Juan na Argentina, evento do qual participamos em agosto de 2006 nas cidades de San Juan e Buenos Aires. Neste mesmo ano, realizamos concertos com a Orquestra Sinfônica de Campinas, uma série de eventos comemorativos aos 15 anos de aniversário do coro e, também, meu Recital de Doutorado. De 2007 até o momento atual temos realizado diversos concertos apresentando repertórios de música a cappella (sem acompanhamento instrumental) e também obras compostas para coro e orquestra.

Seria muito difícil, no âmbito des-te, enumerar as várias performances do Madrigal Musicanto. Particularmente, en-tretanto, devo ressaltar sua participação em importantes momentos de minha vida acadêmica. O coro realizou um concerto na Escola de Música da UFMG na ocasião da conclusão de minha Especialização em Regência Coral. Durante o meu mestrado e o meu doutorado o coro realizou três

concertos com a presença de uma ban-ca de professores do Instituto de Artes da UNICAMP como pré-requisitos para a obtenção do grau de Mestre e Doutor em Música. Além desses concertos, na defesa de minha tese de doutorado realizada no princípio de 2009, o Madrigal Musicanto de Itajubá esteve presente se apresentan-do e comprovando resultados que obtive ao longo de minha pesquisa.

Tenho muito que agradecer a este grupo e a comemorar. São 20 anos de um trabalho pautado na qualidade técnica e artística, no crescimento dos cantores e na construção de uma sonoridade vocal rica, saudável e esteticamente bonita. São 20 anos de relacionamento com pessoas dos mais variados segmentos sociais e das mais diversas ocupações profissionais. São 20 anos construindo as melhores amizades que se pode ter. São 20 anos fazendo arte de qualidade com dignidade e comprometimento. São 20 anos promo-vendo Itajubá em todo o país e fora dele.

Para comemorar em grande estilo, aproveito, pois, para convidar aos leitores que participem do III Encontro Musicanto de Coros que contará com a participação de importantes grupos corais brasileiros vindos de São Paulo, Campinas, Botucatu, Itabirito e Rio Claro nas noites de 2 a 5 de novembro, às 20h30, na Capela do Colé-gio Sagrado Coração de Jesus, local santo que marcou os melhores momentos deste coro em nossa cidade.

Angelo José Fernandes, maestro, pianista e cantor, é docente do Instituto de Artes da Uni-versidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP. É doutor e mestre em Música pe-lo Instituto de Artes da UNICAMP e Especialista em Regência Coral e Bacharel em Música pela

Escola de Música da UFMG.

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Naturaleoutubro/novembro - 2011

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Preocupação ambiental: dever de todos e também do comércio

O comércio tem papel fundamental na comunidade. Ele movimenta a eco-nomia e influi diretamente no desen-volvimento do município. O fato é que, em tempos atuais, “desenvolvimento” caminha junto com “sustentabilidade” e “preservação”, palavras de ordem na maioria das indústrias.

No comércio não é diferente. A preocupação do lojista com o ambiente onde está inserido é cada vez mais levada em conta pelo cliente. Ações como des-cartar o lixo de forma correta, colocá-lo no horário marcado e não utilizar papel picado no chão dos estabelecimentos fazem enorme diferença. São atitudes simples, mas que colaboram para o visu-al das lojas e do centro comercial como um todo, além, é claro, de preservar o meio ambiente.

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Itajubá tem buscado o apoio dos lojistas a fim de evitar o uso de pa-pel picado como “enfeite”. Segundo o presidente da entidade, Daniel El Alam, o uso do material, além de poluir o meio ambiente, pouco incentiva as vendas. “Muito pelo contrário, os clientes estão cada vez mais atentos às práticas de sustentabilidade e dão preferência às empresas e produtos que se preocupam com o meio ambiente”, afirmou.

Papel no chão da loja tem o mesmo efeito que lixo jogado na rua. Ele é levado para fora do estabelecimento à medida que os clientes caminham e podem en-tupir bueiros e galerias de águas pluviais, provocando enchentes desastrosas no

período chuvoso, além de deixar ruas e calçadas com um aspecto nada higiêni-co. “Em Itajubá, já tivemos a infelicidade de sofrer com as cheias e muitos comér-cios foram atingidos. É bom relembrar o prejuízo que a chuva trouxe e tomar ações mais conscientes buscando mini-mizar esses efeitos”, defendeu Daniel.

Colocar o lixo minutos antes da coleta também pode trazer efeitos po-sitivos para a limpeza urbana. Com esta ação, evita-se que o lixo fique expos-to por longos períodos e acabe por se espalhar na região central, a mais mo-vimentada e com o maior número de estabelecimentos comerciais da cidade. Desde 2010, os lojistas são convidados a depositar o lixo somente no horário da rota da coleta.

No centro, o lixo é recolhido de segunda a sábado, sempre às 19h30, evitando a passagem do caminhão em horário de pico, o que melhora a fluidez do trânsito. Além do horário apropriado para colocar o lixo, a campanha tam-bém sugere aos lojistas que façam o descarte adequado, separando lixo seco e molhado e utilizando sacos plásticos resistentes.

Outras ações podem fazer a dife-rença. Alertar os funcionários sobre o uso correto da água e da energia dentro da empresa é uma boa forma de poupar o meio ambiente. O simples ato de apa-gar a luz ao desocupar uma sala mostra a preocupação ambiental, além de re-presentar economia na conta de energia. Vamos começar?

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Por Guilherme Vasconcelos

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