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Mateus Felipe dos Reis Martins MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO ESTADO DE MINAS GERAIS: CARACTERIZAÇÃO DOS PRODUTOS DE INFORMAÇÃO GERADOS PELO PROGRAMA DE GESTÃO ESTRATÉGICA DOS RECURSOS E AÇÕES DO ESTADO - GERAES Belo Horizonte Outubro de 2009

MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

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Page 1: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

Mateus Felipe dos Reis Martins

MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO ESTADO DE MINAS

GERAIS: CARACTERIZAÇÃO DOS PRODUTOS DE INFORMAÇÃO GERADOS

PELO PROGRAMA DE GESTÃO ESTRATÉGICA DOS RECURSOS E AÇÕES DO

ESTADO - GERAES

Belo Horizonte

Outubro de 2009

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Mateus Felipe dos Reis Martins

MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO ESTADO DE MINAS

GERAIS: CARACTERIZAÇÃO DOS PRODUTOS DE INFORMAÇÃO GERADOS

PELO PROGRAMA DE GESTÃO ESTRATÉGICA DOS RECURSOS E AÇÕES DO

ESTADO - GERAES

Monografia apresentada a Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho (EGMG) da Fundação João Pinheiro (FJP), como requisito parcial para obtenção de graduação no Curso de Administração, Habilitação em Administração Pública. Orientadora: Elisa Maria Pinto da Rocha.

Belo Horizonte

Outubro de 2009

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Mateus Felipe dos Reis Martins

Monitoramento dos projetos estruturadores do Estado de Minas Gerais: caracterização dos

produtos de informação gerados pelo programa de Gestão Estratégica dos Recursos e Ações

do Estado – GERAES

Monografia apresentada a Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho (EGMG)

da Fundação João Pinheiro (FJP), como requisito parcial para obtenção de graduação no

Curso de Administração, Habilitação em Administração Pública.

Aprovada na Banca Examinadora

_______________________________________________ Elisa Maria Pinto da Rocha (Orientadora) - FJP

(Doutora em Ciência da Informação)

_______________________________________________ Leonardo Barbosa de Moraes - FJP (Mestre em Ciência da Informação)

_______________________________________________ Rosânia Rodrigues de Sousa - FJP

(Mestre em Psicologia)

Belo Horizonte, 5 de novembro de 2009

Page 4: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

Agradeço,

A Deus, pelo dom da vida.

À Elisa pela orientação, disponibilidade e paciência.

Aos meus familiares e amigos pelo apoio na busca desta conquista.

À minha amada Laura por entender e suportar os momentos em que não pude dedicar-lhe o

amor e atenção merecidos.

À equipe do GERAES por ter me recebido tão bem.

E aos colegas do XVII CSAP.

Page 5: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

RESUMO

O Choque de Gestão iniciado no ano de 2003 marcou o início de uma reforma

administrativa em Minas Gerais no sentido da modernização da gestão pública. Dentre as

diversas medidas adotadas para o aumento da eficiência publica estão práticas

reconhecidamente bem sucedidas no setor privado. Uma delas é a Metodologia de Gestão

de Projetos, adotada para o monitoramento dos projetos estratégicos definidos como

prioridade pelo governo de Minas Gerais, os Projetos Estruturadores. A gestão de Projetos

é apoiada pelo programa de Gestão Estratégica dos Recursos e Ações do Estado -

GERAES, que representa o escritório de projetos mineiro. O trabalho de gerenciamento de

projetos realizado por este escritório baseia-se no uso intenso de informações, as quais

circulam entre as equipes executoras dos projetos, os técnicos do GERAES e a alta gerência

do Estado. Esta monografia visa descrever as atribuições inerentes ao GERAES no

processo reformista mineiro, bem como diferenciá-las das competências do programa

Estado para Resultados – EpR, escritório estratégico criado em 2007, na 2ª Geração do

Choque de Gestão. Tem ainda a preocupação de mapear e caracterizar os produtos de

informação utilizados pelo GERAES no monitoramento dos projetos estruturadores,

caracterizando-os conforme tipologia de Assis (2008), adaptada por Almeida (2008).

Palavras-chave:

Choque de Gestão – Gestão Pública – Gestão da informação – Produtos de Informação

Page 6: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

Lista de Siglas e Abreviaturas

BDMG – Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A.

COPEP – Comitê de Pré-Qualificação dos Empreendedores Públicos.

DCAERA – Diretoria Central de Alocação dos Recursos e Ações.

EpR – Estado para Resultados.

FJP – Fundação João Pinheiro.

GERAES – Gestão Estratégica dos Recursos e Ações do Estado.

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.

LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias.

LOA – Lei Orçamentária Anual.

MEPCP – Metodologia Estruturada de Planejamento e Controle de Projetos.

PAD – Pesquisa por Amostra de Domicílio.

PMBOK – Project Manangement Body of Knowledge.

PMDI – Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado.

PPAG – Plano Plurianual de Ação Governamental.

SCGERAES – Superintendência Central de Gestão Estratégica dos Recursos e Ações do

Estado.

SCPPO – Superintendência Central de Planejamento e Programação Orçamentária.

SEPLAG – Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão.

SIAD – Sistema Integrado de Administração de Materiais e Serviços.

SIAFI – Sistema Integrado de Administração Financeira.

SPLOR – Subsecretaria de Planejamento e Orçamento.

UAGP – Unidade de Apoio Gerencial aos Projetos Estruturadores.

Page 7: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................8

1.1 Objetivos....................................................................................................................11

2. TRATAMENTO METODOLÓGICO .........................................................................13

3. CHOQUE DE GESTÃO E INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO DO

GOVERNO MINEIRO ......................................................................................................16

3.1 A primeira Geração do Choque de Gestão (2003-2007) .......................................16

3.2 Estado para Resultados – 2ª Geração do Choque de Gestão................................23

3.3 - Instrumentos de Planejamento: PMDI e PPAG..................................................26

4. GERENCIAMENTO DA INFORMAÇÃO E PRODUTOS DE INFORM AÇÃO

..........................................................................................................................................34

4.1 Informação: Conceitos, significados e atributos valorativos................................34

4.2 Modelos Genéricos de Gerenciamento da Informação .........................................39

4.2.1 Guia PMBOK _ Gerenciamento das Comunicações de Projetos..................43

4.3 Produtos de Informação...........................................................................................45

5. DESCRIÇÃO DO ARRANJO INSTITUCIONAL ASSOCIADO AO GERAES E

AO EPR E CARACTERIZAÇÃO DOS PRODUTOS DE INFORMAÇÃO

GERADOS PELO GERAES.............................................................................................50

5.1 GERAES e EpR: estruturação, objetivos e atribuições........................................50

5.1.1 GERAES: dinâmica do acompanhamento e produtos de informação.........50

5.1.2 O programa Estado para Resultados...............................................................60

5.2 Caracterização dos Produtos Informacionais gerados pelo GERAES................69

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................75

REFERÊNCIAS .................................................................................................................78

ANEXOS .............................................................................................................................82

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1. INTRODUÇÃO

A Reforma Administrativa do Estado teve início em meados da década de 70, após a

chamada “Crise do petróleo”, da qual decorreu uma crise fiscal que desencadeou o início de

movimentos reformistas na busca de alternativas ao modelo burocrático de gestão já

esgotado. O novo cenário imposto pelo choque adverso da crise foi, dentre outros, um dos

fatores que contribuíram para a introdução de mecanismos característicos da administração

empresarial na gestão pública.

Este movimento, denominado Nova Administração Pública, que se intensificou na década

de 80, parte do reconhecimento de que os Estados Democráticos contemporâneos devem

formular e implementar políticas públicas estratégicas para suas respectivas sociedades,

tanto na área social, quanto nas áreas científica e tecnológica, não sendo apenas simples

instrumentos para garantir a propriedade e os contratos. (PEREIRA, 2008).

No Brasil, o marco da Nova Administração Pública foi a implementação do Plano Diretor

da Reforma do estado (Plano Bresser), na segunda metadade da década de 90, que teve

como principais objetivos a flexibilização das organizações públicas, o aumento da

transparência e da responsabilização dos gestores públicos e o aumento da interação

governo-cidadão.

O governo mineiro, inserido na tendência modernizadora da administração pública, passa a

implementar, a partir de 2003 um conjunto de ações estratégicas, vislumbrando os

horizontes de curto, médio e longo prazos, na busca da racionalização do uso dos recursos

públicos e de maior eficácia na condução das políticas públicas. Em seu primeiro momento,

o chamado Choque de Gestão incorporou práticas inovadoras, entre as quais destacam-se a

definição de uma carteira de projetos estratégicos do Estado - projetos estruturadores e a

criação de um escritório de projetos responsável pelo gerenciamento intensivo destes

projetos, o programa de Gestão Estratégica dos Recursos e Ações do Estado (GERAES).

Page 9: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

9

A reforma gerencial que ocorre em Minas Gerais requer abordagens e perspectivas que

enfatizem a importância da informação no contexto das mudanças gerenciais.

Especificamente no GERAES o Guia PMBOK, que rege o acompanhamento dos projetos,

ilustra este aspecto:

“O processo de Planejamento das comunicações determina as necessidades de

informações e comunicações das partes interessadas; por exemplo, quem precisa

de qual informação, quando precisarão dela, como ela será fornecida e por

quem. Embora todos os projetos compartilhem a necessidade de comunicar as

informações sobre o projeto, as necessidades de informações e os métodos de

distribuição variam muito. Um fator importante para o sucesso do projeto é

identificar as necessidades de informações das partes interessadas e determinar

uma maneira adequada para atender a essas necessidades”. (PMBOK, 2000).

Conforme se apreende do próprio PMBOK, a comunicação da informação por meio dos

produtos de informação constitui-se aspecto importante para o adequado desempenho do

projeto. Nesse sentido, torna-se relevante analisar os produtos de informação gerados pelo

GERAES.

Outro fato que evidencia a importância que a informação assume no contexto do

acompanhamento dos projetos estruturadores diz respeito à estrutura matricial adotada no

acompanhamento dos mesmos. Dados quantitativos e qualitativos relativos aos projetos

devem ser moldados e gerenciados para atender a distintos usuários: a alta gerência, as

equipes executoras e a equipe do GERAES, que na estrutura matricial atuam de forma

integrada, de modo a subsidiar suas decisões.

A primeira etapa do Choque de Gestão buscou integrar o planejamento no curto, médio e

longo prazos, por meio dos projetos estruturadores. Na segunda geração do movimento

reformista mineiro, a partir de 2007, foi enfatizada a mensuração dos resultados dos

projetos estruturadores e, para tanto, foi criada a estrutura inovadora do Estado para

Resultados - EpR.

Page 10: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

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Vinculado diretamente ao vice-governador, o EpR é a manifestação clara da preocupação

do Governo de Minas com o impacto social de suas políticas públicas, bem como é

exemplo de flexibilização e modernização da gestão pública.

O presente trabalho justifica-se pela dificuldade de delimitar a área de atuação do

GERAES, embora esta tenha sido criada em 2003, que recorrentemente confunde-se com a

atuação do Estado para Resultados – EpR, criado em 2007 na 2ª Geração do Choque de

Gestão. Isto porque ambos os programas têm atuação relacionada aos projetos

estruturadores, o GERAES no monitoramento da execução dos mesmos e o EpR, além de

assessorar o acompanhamento, na avaliação dos resultados obtidos através destes projetos

prioritários.

Alguns questionamentos que norteiam a elaboração desta monografia são relacionados a

seguir:

a) Qual a área de atuação e as atribuições do GERAES e do Estado para Resultados

enquanto arranjos institucionais de apoio à gestão para resultados no Estado de Minas

Gerais?

b) Quais são os principais produtos de informação gerados pelo GERAES? A quem se

destinam? Qual o conteúdo informacional destes produtos de informação, sua periodicidade

e atributos valorativos?

Page 11: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

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1.1 Objetivos

O objetivo geral desta monografia é descrever os dois principais instrumentos criados pelo

governo mineiro, GERAES e o EpR, voltados para as atividades de monitoramento e

avaliação de programas públicos, enfatizando-se os produtos de informação gerados pelo

GERAES.

Produtos de informação devem ser desenvolvidos como qualidades que agregam valor às

informações que estão sendo processadas, com o objetivo de auxiliar o usuário a tomar

melhores decisões, a perceber melhor as situações e, em última instância, empreender ações

mais eficazes. (TAYLOR, 1986, apud CHOO, 2003).

Assim, diante das principais questões de pesquisa expostas, os objetivos específicos do

presente trabalho são:

a) descrever o programa de Gestão estratégica de Recursos e Ações do Estado -GERAES e

o Estado para Resultados - EpR, buscando-se contextualizar o seu surgimento no âmbito da

reforma administrativa do Estado de Minas Gerais, iniciada a partir de 2003, e definir os

limites de atuação destes.

b) mapear os produtos de informação gerados pelo GERAES caracterizando-os quanto ao

conteúdo informacional, usuários, periodicidade, dentre outros aspectos.

Esta monografia encontra-se dividida em seis capítulos além desta Introdução. No segundo

capítulo são apresentadas considerações sobre a metodologia de elaboração do trabalho. As

etapas do Choque de Gestão e os instrumentos de planejamento do governo mineiro, o

PMDI e o PPAG, e o vínculo destes com o programa GERAES são tratados no terceiro

capítulo. No capítulo seguinte são apresentados conceitos e significados de informação, a

Page 12: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

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revisão dos principais modelos genéricos de gerenciamento da informação, bem como

conceitos relacionados a produtos de informação e a tipologia de Assis (2008), adaptada

por Almeida (2008), que caracteriza os produtos informacionais. No sexto e último capítulo

são apresentadas as considerações finais.

Page 13: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

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2. TRATAMENTO METODOLÓGICO

O presente trabalho monográfico trata-se de uma pesquisa científica por objetivar o alcance

de respostas aos problemas propostos no capítulo anterior, através de procedimento racional

e sistemático. Gil (2002)

Segundo Gil (1999) as pesquisas podem ser divididas em três níveis: exploratórias,

descritivas e explicativas:

As pesquisas exploratórias são aquelas cuja finalidade é esclarecer, desenvolver e mesmo

modificar idéias, de modo a formular problemas ou hipóteses passíveis de pesquisas

posteriores. O objetivo deste nível de pesquisa é “proporcionar visão geral do tipo

aproximativo acerca de determinado fato”. Gil (1999, p. 43)

O segundo nível é a pesquisa descritiva. Visa, como sugere a nomenclatura, a descrição de

um fenômeno e suas características ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Este

nível de pesquisa caracteriza-se pela utilização de procedimentos técnicos padronizados

para coleta de dados. Gil (1999)

As pesquisas explicativas, terceiro nível de pesquisa, aprofundam o conhecimento da

realidade explicando a razão, identificando “os fatores que determinam ou que contribuem

para a ocorrência dos fenômenos”. Gil (1999, p. 44). É notoriamente o mais complexo dos

níveis de pesquisa.

Esta monografia aproxima-se de um estudo de caráter exploratório, pois busca esclarecer o

ainda confuso arranjo institucional associado aos programas GERAES e EpR. O primeiro

criado em 2003 no processo reformista mineiro denominado Choque de Gestão, e o

segundo em 2007 para o acompanhamento da execução da estratégia do governo de Minas

Gerais definida no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado – PMDI

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O presente trabalho possui ainda caráter descritivo por objetivar mapear e caracterizar os

produtos de informação gerados pelo GERAES, associando-os à tipologia de Assis (2008)

adaptada por Almeida (2008).

Os produtos de informação analisados são os de apoio ao monitoramento dos projetos

estruturadores: Status Report, Painel de Controle, Planos de Ação e Agenda Positiva, bem

como o principal produto da etapa de planejamento dos projetos, o Plano de Projeto. São

estes os produtos considerados de maior relevância para o trabalho do GERAES.

Primeiramente porque o Status Report, Painel de Controle e Agenda Positiva constam no

Acordo de Resultados, que é um contrato de gestão no qual são definidos, pelo governo, os

resultados esperados para cada área de atuação governamental, o primeiro como fonte de

informações e os demais como produtos pactuados. O Plano de Ação e o Plano de Projetos,

assim como os outros produtos selecionados, são importantes ferramentas utilizadas

recorrentemente no acompanhamento dos projetos.

No que tange aos procedimentos técnicos para a coleta de dados, foram utilizados a

pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental.

Conforme Marconi e Lakatos (1999, p.66) a pesquisa bibliográfica, abrange a “bibliografia

já tornada pública em relação ao tema de estudo”.

No que tange à bibliografia relacionada à Gestão da Informação, foram revisitados os

principais autores na temática: Davenport (1998), Choo (2003) e Mcgee e Prusak (1994),

bem como o Guia PMBOK (2000) especificamente o Capítulo de Gerenciamento das

Comunicações em Projetos.

O segundo procedimento é a pesquisa documental, que se caracteriza pela coleta de dados

em documentos. Destacam-se para este estudo os documentos institucionais produzidos

pela Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Minas Gerais – SEPLAG MG; a

Legislação referente às atribuições do GERAES e do EpR; além de documentos produzidos

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pelo GERAES no intuito de auxiliar o acompanhamento dos projetos estruturadores, aqui

tratados como produtos de informação do GERAES: Status Report, Plano de Ação, Painel

de Controle e Agenda Positiva e o Plano de Projeto.

Por fim, como conseqüência da orientação de se elaborar a monografia relacionada ao local

de realização do estágio supervisionado, esta pesquisa caracteriza-se também como

pesquisa-participante, conforme Thiollent (apud Gil, 2002, p.55):

“... um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada

em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um

problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes

representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo

cooperativo ou participativo.” Thiollent (apud Gil, 2002,p.55)

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3. CHOQUE DE GESTÃO E INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO DO GOVERNO MINEIRO

Este Capítulo trata do movimento reformista mineiro e dos planos de médio e longo prazos instituídos

para viabilizar o chamado Choque de Gestão. Serão abordados os dois momentos dessa reforma, bem

como a implementação do Plano Plurianual de Ação Governamental – PPAG e do Plano Mineiro de

Desenvolvimento Integrado – PMDI e o papel do GERAES na implantação destes instrumentos.

3.1 A primeira Geração do Choque de Gestão (2003-2007)

No ano de 2003, Minas Gerais estava inserida no cenário de crise fiscal, com notório déficit

orçamentário, e baixo nível de eficiência na gestão dos recursos públicos, problemas estes

que se tornavam evidentes na limitada capacidade de investimento público e na distância

entre os instrumentos de planejamento e a execução física do governo, gerando descrédito

dos planos governamentais.

O então eleito governador Aécio Neves, diante deste contexto, deu início ao chamado

Choque de Gestão, constituído por uma série de ações que visavam ao ajuste fiscal,

acompanhadas da implantação de um modelo de planejamento inovador que incorporava

visões de curto, médio e longo prazos. (GUIMARÃES; ALMEIDA, 2006).

Anastasia (apud Vilhena, 2006, p.15) explicita o conceito do Choque de Gestão como

sendo “um conjunto de medidas de rápido impacto para modificar de vez o padrão de

comportamento da Administração estadual, imprimindo-lhe um ritmo consentâneo com a

contemporaneidade própria de uma gestão eficiente, efetiva e eficaz”.

No âmbito fiscal os resultados foram obtidos ainda nos primeiros anos de governo, prova

disto foi o alcance do chamado “déficit zero”, ajuste das despesas fixadas (excluindo-se

precatórios e a dívida pública do governo) às receitas estimadas.

Conforme Guimarães e Almeida (2006, p.60), o processo de ajuste fiscal deu-se através de

três medidas principais:

Page 17: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

17

• ampliação da receita fiscal, por meio do Projeto Estruturador Modernização da

Receita Estadual;

• racionalização da despesa no âmbito do Choque de Gestão, com contingenciamento

de despesas correntes e medidas para aumentar a eficiência do gasto;

• integração entre o planejamento, orçamento e finanças, com o revigoramento da

junta de programação orçamentária;

Guimarães e Almeida (2006) apontam que para revigorar o planejamento público em Minas

seria necessário, além do ajuste fiscal, o aperfeiçoamento dos instrumentos de controle

gerenciais de planejamento e orçamento. Neste sentido foi implantado o denominado Duplo

Planejamento, “uma metodologia de planejamento estratégico baseado em abordagem dual,

com estratégias de curto prazo para o primeiro ano e, simultaneamente, a construção de

planos estratégicos de médio e longo prazo” GUIMARÃES (2006. p. 19)

No curto prazo as medidas principais consistiram na melhoria da gestão dos processos,

promovendo a redução das despesas; centralização da folha de pagamento; implantação do

Sistema Integrado de Administração de Materiais e Serviços (SIAD), o que representou

economia de despesas; além do avanço na gestão de contratos com fornecedores; e

parcerias com o setor privado, para introdução de novos métodos de gestão em diversas

áreas. (GUIMARÃES; ALMEIDA, 2006).

A reforma abarcou, ainda no curto prazo, a redução de seis secretarias de estado, 59

superintendências da administração direta ou diretorias de autarquias e fundações e 388

unidades de hierarquias inferiores, levando à extinção de 20% dos cargos comissionados

(1.326), através de 63 Leis Delegadas. (DIAS, 2008).

A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG, criada pela Lei Delegada n.

63 de 2003 (MINAS GERAIS, 2003a), é originada da fusão entre a até então Secretaria de

Estado de Planejamento e Coordenação Geral e a Secretaria de Estado de Recursos

Humanos, de modo a cumprir a medida de integração gerencial entre planejamento,

Page 18: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

18

orçamento e gestão. Centralizou-se nessa Secretaria de Estado a coordenação da estratégia

de modernização e reforma do estado (VILHENA et al., 2006).

Para o planejamento de longo prazo do estado, estabeleceu-se o Plano Mineiro de

Desenvolvimento Integrado – PMDI, com horizonte temporal de 20 anos, inicialmente de

2003 a 2020 e após revisão em 2006 estabelece o novo horizonte temporal de 2007 a 2023.

O PMDI consolida a visão de futuro para o estado. Em consonância com o PMDI, para o

médio prazo é elaborado para uma perspectiva de quatro anos o Plano Plurianual de Ação

Governamental, vigendo atualmente para os anos 2008-2011, no qual definem-se

programas e ações governamentais, bem como as previsões das realizações físicas e

financeiras. Atreladas a essa visão de médio-longo prazo, estão as Leis que regem o

planejamento de curto prazo, ano a ano, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e a Lei

Orçamentária Anual – LOA, as quais representam a estratégia para o presente, sem

desconectar-se das pretensões futuras (PMDI e PPAG) (VILHENA et al., 2006).

Conforme Guimarães (2006), a efetivação do Duplo Planejamento se dá a partir da efetiva

integração entre as referidas estratégias de curto prazo e os instrumentos de planejamento

de médio e longo prazos. Neste sentido, foi criada uma nova e importante estrutura,

denominada Gestão Estratégica dos Recursos e Ações do Estado – GERAES:

O GERAES é a espinha dorsal do Duplo Planejamento. Trata-se de um conjunto

de medidas de gestão do planejamento que visam transformar a estratégia

principal do governo em resultados, garantindo a presença dos principais

projetos de governo – os estruturadores – nos instrumentos de planejamento de

longo (PMDI), médio (PPAG) e curto prazo (LOA). Adicionalmente, o GERAES

incorpora técnicas de gerenciamento de projetos para apoio na realização da

estratégia, e introduz mecanismos que incentivam o atingimento das metas dos

projetos estruturadores. (GUIMARÃES; ALMEIDA, 2006, p. 18)

Page 19: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

19

Esse alinhamento é desempenhado através de ações que serão descritas de maneira mais

detalhada na seção 3.3 - Instrumentos de Planejamento: PMDI e PPAG.

Conforme Guimarães (2006, p.19) o GERAES “constitui-se de um conjunto de projetos

estratégicos do governo, denominados Estruturadores, e é objeto de uma metodologia

específica de gerenciamento”. Segundo o PPAG 2004-2007, o projeto estruturador deve ser

compreendido como uma iniciativa que:

“1. Transforma a visão de futuro em resultados concretos que sinalizam a

mudança desejada.

2. Tem efeito multiplicador do desenvolvimento econômico e social, em virtude

de sua capacidade de gerar outras iniciativas privadas ou públicas.

3. Mobiliza e articula recursos públicos, privados ou em parceria.

4. Produz a percepção da sociedade de que quem governa tem uma visão de

futuro que está sendo construída, mediante ações concretas.

5. Que se organiza como um projeto, ou seja: objetivo mensurável, ações, metas,

prazos, custos, resultados esperados, elementos que permitem um gerenciamento

intensivo “. (MINAS GERAIS, 2004, p.10)

A carteira inicial de projetos estruturadores, correspondente ao PPAG 2004-2007, continha

31 projetos que abrangeram a modernização da gestão pública, infra-estrutura, meio-

ambiente, educação entre outras áreas.

Outra inovação, não menos importante, é o diferencial do controle nos projetos

estruturadores através da Metodologia Estruturada de Planejamento e Controle de Projetos

– MEPCP ®, baseada no Guia PMBOK®, do Instituto de Desenvolvimento Gerencial que

auxiliou o governo de Minas na implementação da reforma administrativa. (GUIMARÃES;

ALMEIDA, 2006).

Page 20: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

20

O Guia PMBOK ® consiste no conjunto de conhecimentos de gerenciamento de projetos,

descreve métodos e práticas já estabelecidos, os quais podem significar aumento nas

chances de sucesso de determinado projeto. O Guia não traz uma metodologia uniforme, a

ser aplicada em todos os casos, cabendo à equipe do projeto, com base no conhecimento e

experiência de seus membros, definir dentre as boas práticas elencadas no Guia PMBOK

aquelas que são apropriadas ao projeto específico. (PMBOK, 2000).

Conforme Prado (2004), a Metodologia MEPCP define 13 áreas de atuação: Meta, Escopo,

Recursos, Tempo, Custos, Qualidade, RH, Riscos, Comunicações, Aquisições,

Regulamentos, Aspectos e Integração. Os gestores públicos devem atuar nestas áreas

através dos processos de inicialização, planejamento, execução, controle e fiscalização,

concentrando-se naquelas que podem proporcionar melhores resultados em relação aos

objetivos almejados. (PRADO, 2004).

Os processos desta metodologia subsidiaram tanto o planejamento, quanto o

acompanhamento dos projetos estruturadores (GUIMARÃES; ALMEIDA, 2006).

Para adoção da Metodologia MEPCP® criou-se o escritório de projetos chamado Unidade

de Apoio Gerencial aos Projetos Estruturadores – UAGP, atualmente o escritório consiste

na Superintendência Central de Gerenciamento Estratégico de Recursos e Ações do Estado

– SCGERAES, unidade integrante da Subsecretaria de planejamento e Orçamento –

SPLOR da Secretaria de Planejamento e Gestão – SEPLAG, cujas funções principais são:

- padronizar os procedimentos de gerenciamento dos projetos;

- manter a alta administração do governo e as câmaras informadas de todo o processo de execução dos projetos, principalmente sobre desvio de metas;

- assessorar os gerentes de projetos no planejamento, execução e controle do projeto;

- acompanhar o desempenho do projeto, reportando-se à situação do mesmo, riscos e restrições para os tomadores de decisão adotarem contramedidas;

- definir, utilizar e treinar nas ferramentas computacionais de gerenciamento de projetos;

Page 21: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

21

- apoiar o gerente do projeto em relação a demandas específicas.” (VILHENA et al.,2006, p.79)

A estrutura de gerenciamento de projetos do governo mineiro compõe-se da Equipe do

Projeto, formada por um Gerente-Executivo, responsável pela tomada de decisões e

indicado pela Secretaria à qual o projeto está ligado, que deve designar o restante da

equipe: Gerente Adjunto, auxiliar do Gerente-Executivo, e os responsáveis pelas ações, que

devem atuar como Gerentes-executivos no âmbito de suas ações específicas

(GUIMARÃES; ALMEIDA, 2006).

Adotou-se, de modo a proporcionar condições favoráveis ao gerenciamento dos projetos

estruturadores, a estrutura matricial na modalidade balanceada, arranjo organizacional

criado com a premissa de igualdade entre gerente do projeto e as unidades funcionais ou

setoriais participantes da execução, conforme figura 1.

Figura.1: Estrutura organizacional GERAES.

Fonte: Disponível em: <www.geraes.mg.gov.br>. Acesso em 20/05/09.

Essa visão matricial é baseada no gerenciamento de projetos que surgiu na esfera privada e

possibilita introduzir a lógica de ação segmentada e verticalizada, por secretaria de

Page 22: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

22

governo, para incluir a estrutura matricial, permitindo a responsabilização de vários

agentes públicos nos projetos e promovendo integração para atingir resultados esperados.

Os gerentes dos projetos estruturadores são nomeados independentemente da sua alocação

hierárquica no governo e se tornam os principais responsáveis pelo gerenciamento das

ações e do orçamento dos projetos estruturadores (GUIMARÃES; ALMEIDA, 2006).

Criada a estrutura, o planejamento de cada projeto estruturador inicia-se com o

detalhamento do seu escopo, para posterior acompanhamento. Tal detalhamento conta com

a submissão do projeto à apreciação da SEPLAG, secretários de Estado e demais

envolvidos em cada projeto (GUIMARÃES; ALMEIDA, 2006).

O produto da fase de planejamento é o plano de projeto que define as ações, metas a serem

alcançadas e cronogramas. O objetivo da etapa do planejamento ao envolver todos os atores

supracitados “é a pactuação dos resultados do projeto com os principais responsáveis pela

realização. Este processo atenua sensivelmente o problema informacional presente no setor

público e (...) cria constrangimento moral para os responsáveis pelas metas”.

(GUIMARÃES; ALMEIDA, 2006, p.47).

A fase de acompanhamento dos projetos estruturadores, etapa subseqüente ao

planejamento, será minuciosamente descrita na seção 5.1 que versa sobre as atribuições da

Superintendência Central de Gerenciamento Estratégico de Recursos e Ações do Estado na

condução do programa GERAES.

Para mensurar os resultados obtidos na 1ª Geração do Choque de Gestão, Guimarães e

Almeida (2006) comparam a execução dos recursos do Tesouro dos projetos estruturadores

e dos projetos associados, os últimos não possuem acompanhamento intensivo. O resultado

observado é o direcionamento de recursos significativos para os projetos estruturadores e

um percentual maior de execução destes recursos nos mesmos, denotando o direcionamento

estratégico do orçamento às ações prioritárias do governo.

Page 23: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

23

Isto porque no intuito de alcançar o equilíbrio fiscal o Poder Executivo Mineiro não

sobreestimou a receita como ocorria recorrentemente na formulação da proposta

orçamentária para o exercício posterior, prática comum até 2003. Ao encaminhar a proposta

orçamentária o governo de Minas estimou um déficit de R$ 1,4 bilhão, sinalizando ao

Legislativo e à sociedade mineira a estratégia de se obter o equilíbrio fiscal no curto prazo.

Ainda no orçamento de 2004, através do Decreto de Programação Orçamentária e

Financeira, definiu-se o fluxo privilegiado de recursos orçamentários para os projetos

estruturadores, estes são os últimos a sofrer redução no crédito inicial do orçamento dentre

as despesas passíveis de contingenciamento.

No entanto, os resultados de uma reforma estratégica plena, como propõe o Choque de

Gestão, vão além do âmbito orçamentário. É no sentido de aprimorar as medidas da

primeira Geração e disseminar os resultados para os destinatários das políticas públicas que

surge o Estado para Resultados, dando início à 2ª Geração do Choque de Gestão, assunto da

próxima seção.

3.2 Estado para Resultados – 2ª Geração do Choque de Gestão

Criado em Janeiro de 2007, tendo como marco legal a Lei Delegada n°. 112 de 25 de

Janeiro de 2007, o programa Estado para Resultados surge no segundo mandato do

governador Aécio Neves, 2007-2010, como a segunda geração do Choque de Gestão. A

missão do Estado para Resultados é estruturar uma gestão por resultados efetiva no

Governo de Minas Gerais.

(GUIMARÃES; CAMPOS, 2008)

A Lei Delegada nº 112 de 2007, explicita as diretrizes para gestão por Resultados:

Art. 6º A gestão para resultados pautar-se-á pelas seguintes diretrizes:

Page 24: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

24

I - alocação de recursos financeiros, observados os critérios de prioridade definidos na

estratégia de longo prazo definida no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado -

PMDI;

II - gestão de recursos humanos orientada pela lógica de formação, capacitação,

qualificação e avaliação permanentes;

III - gestão de recursos técnicos orientada para integração das ações e potencialização de

resultados, racionalização de tempo de resolução e ampliação da abrangência e qualidade

de atendimento da rede de serviços públicos do Estado;

IV - articulação das técnicas organizacionais pela lógica da flexibilização; e

V - gestão de resultados com base em indicadores qualitativos e quantitativos, com ênfase

nos impactos sociais das ações. (MINAS GERAIS, 2007a)

As diretrizes acima elencadas retratam o papel do Estado para Resultados de difundir e

fazer valer o plano de longo prazo do Governo de Minas, o PMDI, bem como de adotar

práticas modernas de modo a aprimorar o serviço público e como ressaltado na quinta

diretriz, aferir os resultados das políticas públicas, principalmente aquelas cujos impactos

atinjam diretamente a sociedade.

Em Minas Gerais os instrumentos de planejamento são integrados. No horizonte de longo

prazo há o PMDI, que se desdobra em ações de médio prazo, contidas no PPAG. No curto

prazo há a Lei Orçamentária Anual – LOA que está alinhada aos instrumentos anteriores.

Cabe ao EpR, como estrutura governamental com a incumbência manter o foco nos

objetivos estratégicos do PMDI, apoiar a implementação dos projetos estruturadores no

horizonte de curto prazo, buscando manter e aprimorar o alinhamento dos instrumentos de

planejamento e das ações setor público estadual. (GUIMARÃES; CAMPOS, 2008)

A elaboração e gestão de um sistema de monitoramento e avaliação para o Governo está

também elencada entre as diretrizes da Gestão por Resultados. O PMDI, neste sentido,

agora abrangendo o intervalo 2007-2023, é inovador na gestão pública estadual, pois

incorpora indicadores finalísticos a serem alcançados pelo Estado. Tais indicadores

Page 25: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

25

vislumbram a situação atual, o horizonte até 2011 e, no longo prazo, valores para o ano de

2023.

O PMDI adota o planejamento setorial das ações governamentais divididas em treze Áreas

de Resultado, “lócus de atuação do Governo para a transformação da realidade para a

sociedade mineira” (GUIMARÃES; CAMPOS, 2008, p.6). Tais Áreas de Resultado

possuem um quadro de indicadores com metas. A figura 2 apresenta o Mapa Estratégico do

Estado, constante no PMDI, com as Áreas de Resultados e seus destinatários, a Figura

3.traz como exemplo o Quadro de Indicadores da Área de Resultados Protagonismo

Juvenil:

Figura 2 – Mapa Estratégico do Governo de Minas Gerais Fonte: MINAS GERAIS.

Fonte: MINAS GERAIS. Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado 2007-2023, p. 27.

Page 26: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

26

Figura 3. Quadro de Indicadores da Área de Resultado Protagonismo Juvenil.

Fonte: MINAS GERAIS. Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado 2007-2023p. 31

A descrição do arranjo institucional do Estado para Resultados será alvo de seção

específica, 5.1, e constitui um dos objetivos propostos neste trabalho, uma vez que a nova

configuração decorrente da criação do EpR está diretamente relacionada ao trabalho de

Gestão Estratégica dos Recursos e Ações do Estado – GERAES, sendo necessária uma

descrição e delimitação de cada um destes instrumentos de gestão.

3.3 - Instrumentos de Planejamento: PMDI e PPAG

Nesta seção busca-se caracterizar os Instrumentos de Planejamento mineiros que

vislumbram os horizontes de médio e longo prazos, respectivamente o Plano Plurianual de

Ação Governamental – PPAG e o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado – PMDI.

Estes instrumentos relacionam-se à atuação do GERAES como ferramenta fundamental do

Duplo Planejamento, que visa, como descrito na seção anterior, integrar os planejamentos

de curto e longo prazo.

Retomando o contexto do surgimento do Choque de Gestão em 2003, o governo mineiro

instituiu, com vias a promover maior racionalidade, transparência e eficiência ao seu

planejamento, a integração entre médio-longo prazo e os planos orçamentários anuais de

curto prazo.

Page 27: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

27

O PMDI 2003-2020 representou a visão de futuro desenvolvimentista para o Estado de

Minas Gerais. No médio prazo, foi elaborado o PPAG 2004-2007, expressão dos programas

prioritários da administração mineira, em consonância com as estratégias traçadas no

PMDI. A Lei orçamentária atua como reflexo dos instrumentos anteriores no curto prazo

(GUIMARÃES, 2006)

O PMDI foi elaborado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social,

coordenado pelo governador do estado, e apresentou escolhas norteadoras para construção

do futuro de Minas Gerais. São três as perguntas que ilustram o ambiente de incertezas que

envolvem o planejamento de longo prazo:

• Onde estamos?

• Aonde pretendemos estar?

• Como chegar lá?

(MINAS GERAIS, 2003b)

A resposta à primeira das questões foi dada a partir de um diagnóstico da realidade

socioeconômica de Minas Gerais. Foi realizado um panorama da situação mineira em suas

dimensões econômicas, sociais e de infra-estrutura e meio-ambiente, apontando problemas

e possíveis soluções para os mesmos, elaborado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas

Gerais S.A (BDMG), foi intitulado “Minas Gerais do Século XXI”.

Pautado nesse diagnóstico, o próximo passo foi o desenho de cenários de futuro para Minas

Gerais em 2020. Foram considerados variantes econômicos, políticos e sociais relacionados

tanto ao Estado de Minas Gerais quanto ao Brasil. Ainda como resposta a segunda questão,

“aonde pretendemos chegar?”, foi definida a visão de futuro de longo prazo, que representa

onde o Estado deseja chegar: “Tornar Minas o melhor Estado para se viver”.

Conforme o PMDI (2003), as expectativas do Governo são de recuperação da auto-estima

mineira e reconquista do orgulho pelo Estado, além da confiança na tangibilidade de um

futuro melhor.

Page 28: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

28

Diante da visão de longo prazo, em resposta ao desafio de “Como chegar lá?”, o PMDI

define três opções estratégicas:

• promover o desenvolvimento econômico e social em bases sustentáveis;

• reorganizar e modernizar a administração pública estadual:

• e recuperar o vigor político de Minas Gerais.

(MINAS GERAIS, 2003b).

De modo a viabilizar estas opções, foram definidos os seguintes objetivos estratégicos

(MINAS GERAIS, 2003b):

1. melhorar substancialmente a segurança dos mineiros, especialmente na Região

Metropolitana de Belo Horizonte;

2. prover a infra-estrutura requerida por Minas Gerais, com ênfase na ampliação e

recuperação da malha rodoviária e do saneamento básico;

3. melhorar e ampliar o atendimento ao cidadão, por meio da oferta de serviços públicos de

qualidade, especialmente na educação, saúde e habitação;

4. intensificar a atuação do Governo na gestão do meio ambiente, transformando-a em

oportunidade para o desenvolvimento sustentável do Estado;

5. contribuir para a geração de empregos através de iniciativas e do incentivo a atividades

que incluam jovens, mulheres e o segmento populacional maduro no mercado de trabalho;

6. fomentar o desenvolvimento econômico estadual, com ênfase no agronegócio, de forma

regionalizada e com mecanismos inovadores que não comprometam as finanças estaduais;

7. reduzir as desigualdades regionais com prioridade para a melhoria dos indicadores

sociais da região Norte e dos vales do Jequitinhonha e do Mucuri;

8. estabelecer um novo modo de operação do Estado, saneando as finanças públicas e

buscando a eficácia da máquina pública, por meio de um efetivo “Choque de Gestão”;

9. viabilizar novas formas de financiamento dos empreendimentos, construindo um novo

marco legal, orientado para as parcerias público-privadas; e

10. consolidar a posição de liderança política de Minas no contexto nacional

A partir destes objetivos foram ordenadas iniciativas estratégicas que detalham cada um

dos objetivos prioritários, sendo, assim, a base para a definição dos projetos estruturadores

Page 29: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

29

e dos programas prioritários, elencados no Plano Plurianual de Ação Governamental 2004-

2007 (OLIVEIRA, 2006).

O PPAG “é a materialização, em ações, da estratégia delineada no Plano Mineiro de

Desenvolvimento Integrado – PMDI” (MINAS GERAIS, 2004, p.1).

É importante ressaltar que o PMDI atual contempla o horizonte 2007-2023 e o PPAG os

anos de 2008-2011. Fato este que não altera o fato de que os Projetos Estruturadores,

definidos no PPAG como prioridade de governo, bem como os demais programas, estejam

integrados aos objetivos estratégicos do PMDI.

A figura 4 ilustra o planejamento integrado em Minas Gerais, já contemplando a

atualização do PMDI, que passou a vislumbrar o horizonte 2007-2023, bem como do

PPAG, relativo ao ciclo de planejamento 2008-2011

Figura 4: Construção da Estratégia MG - adaptada.

Fonte: Disponível em <www.estadopararesultados.mg.gov.br>.

Page 30: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

30

Guimarães (2006), ao tratar do planejamento integrado, ressalta a importância do programa

de Gestão Estratégica de Recursos e Ações do Estado. O vínculo entre o GERAES e o

PMDI é imprescindível para a condução efetiva da estratégia de longo prazo que o segundo

explicita. Embora seja um instrumento de planejamento de longo prazo, o Plano Mineiro de

Desenvolvimento Integrado está ligado a ações de curto prazo que o tornam efetivo,

evitando a prejudicial imagem do planejamento intangível.

Para que a estratégia definida no PMDI trouxesse benefícios reais à sociedade, foram

criadas onze áreas de resultados definindo-se os grandes desafios a serem superados nos

vários campos de atuação do Estado. Os atuais 57 Projetos Estruturadores monitorados pelo

GERAES estão subdivididos nestas áreas de resultados, evidenciando o importante papel de

sua atuação para consecução da estratégia de futuro.

O desdobramento do PMDI, para o período de 4 anos, se dá através do PPAG, que detalha

as principais ações do governo, destacando-se os projetos estruturadores, estabelecendo

previsões de realização física e financeira. Guimarães e Almeida (2006) enfatizam a

importância da subordinação dos orçamentos anuais ao PPAG:

“O PPAG define os principais produtos e ações por um horizonte de quatro

anos. Via de regra, nada impede que os orçamentos aloquem recursos de forma

distinta, inviabilizando a estratégia. [...] uma falha na transmissão da

informação – neste caso, entre o PPAG e o orçamento, penaliza a estratégia..”

(GUIMARÃES; ALMEIDA, 2006, p.15)

Os referidos autores destacam ainda a importância do Duplo Planejamento como meio de

manter a coerência intertemporal da estratégia do governo, produzindo planos e orçamentos

consistentes.

Neste sentido, a Lei 17.347 de 2008, que dispõe sobre o Plano Plurianual de Ação

Governamental - PPAG - para o período 2008-2011, estabelece em seu artigo 7º a revisão

Page 31: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

31

do PPAG, iniciando-se este processo com o encaminhamento de Projeto de lei até o dia 30

de setembro de cada ano.

Segundo Guimarães e Almeida (2006) a aderência dos orçamentos ao Plano em Minas

Gerais foi inovadora ao prever revisões anuais do PPAG, evitando que o mesmo seja

abandonado como instrumento de orientação estratégica de médio prazo.

Exemplo da busca pela integração entre planejamento e orçamento é a Lei nº 18.313, de

Agosto de 2009 (Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano de 2010 – LDO 2010). Em seu

artigo 4º, a LDO 2010 explicita a obrigatoriedade da consonância entre a Lei Orçamentária

Anual e o PPAG 2008-2011, revisto ano a ano:

Art. 4º: A lei orçamentária para o exercício de 2010, que compreende o

Orçamento Fiscal e o Orçamento de Investimento das Empresas Controladas

pelo Estado, será elaborada conforme as diretrizes, os objetivos e as metas

estabelecidas na revisão anual do PPAG 2008-2011 e nesta Lei, observadas as

normas da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, e da Lei

Complementar Federal nº 101, de 2000. (MINAS GERAIS, 2009c)

A revisão do PPAG 2008-2011, no que tange aos projetos estruturadores ocorreu, neste

ano, de maneira peculiar devido ao contingenciamento imposto pela crise financeira. Na

reunião de abertura do processo de revisão, realizada em 13 de julho de 2009, foi

apresentado o cenário de redução de arrecadação do Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços – ICMS, em virtude da crise financeira internacional, que impactou

diretamente na arrecadação do estado por ser uma de suas principais fontes de receita.

Isto implicou na definição de que não haveria margem para expansão das despesas.

Não houve para os programas estruturadores o procedimento recorrente de realização do

Pleito Orçamentário, no qual há negociação dos recursos de cada projeto para o próximo

exercício. Os limites dos projetos, bem como suas principais entregas, foram definidos pelo

Governador.

Page 32: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

32

Coube ao GERAES, através de reuniões intermediárias com os gerentes Executivos e as

Equipes do Projeto, estabelecer as metas físicas e o fluxo orçamentário dentro do limite

imposto. A premissa principal foi a de que não haveria margem para a negociação de

pleitos adicionais para 2010. Qualquer nova demanda seria definida pelo Governador, a

prioridade seria a continuação daqueles projetos já iniciados.

Além de estar sujeito à revisão, o PPAG é também apresentado à sociedade,

especificamente os resultados alcançados pelos projetos estruturadores. A Lei nº 18.021, de

09 de Janeiro de 2009, que dispõe sobre a revisão do Plano Plurianual de Ação

Governamental - PPAG 2008-2011, no seu artigo 5º, traz a seguinte redação:

Art. 5º - Serão realizadas, nos meses de junho e novembro de 2009, no âmbito

do Poder Legislativo, audiências públicas de avaliação dos resultados

alcançados pelos programas estruturadores. (MINAS GERAIS, 2009b)

Tais audiências públicas são coordenadas pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais,

com apoio do GERAES para elaboração das apresentações nas quais constam dados de

execução física e financeira do projeto e convocação dos gerentes de cada projeto. As

audiências são espaços públicos para debate das realizações dos projetos estruturadores,

tanto físicas quanto financeiras, e representam avanço no princípio da transparência da

gestão pública.

O programa de Gestão Estratégica dos Recursos e Ações do Estado – GERAES, composto

pelos projetos estruturadores, foi apresentado nesta seção como o cerne estratégico do

PPAG para materialização da estratégia do PMDI.

Devido a este papel fundamental como propulsores do desenvolvimento do estado,

estimulando, inclusive, as demais ações do governo, os projetos estruturadores possuem

fluxo de recurso privilegiado e têm seu orçamento detalhado na Lei Orçamentária Anual –

LOA. Entre as despesas orçamentárias passíveis de contingenciamento, estes projetos são

os últimos a sofrer redução no crédito inicial do orçamento, em casos de restrição fiscal.

(GUIMARÃES; ALMEIDA, 2006)

Page 33: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

33

O Quadro 1. ilustra a relação descrita entre os instrumentos de planejamento integrado e o

GERAES e os resultados deste vínculo:

Instrumentos Vínculos com o GERAES Resultados observados

PMDI

O GERAES é a peça central da implementação do plano.

O planejamento de longo prazo possui um conjunto de ações para o curto prazo.

PPAG

O programa GERAES possui tratamento diferenciado com processos particulares para concepção e planejamento dos seus projetos/programas.

O PPAG hoje é um instrumento efetivo de orientação de médio prazo e serve para avaliação da política pública.

LDO

O GERAES compõe o anexo de metas prioritárias e coordena o processo de Revisão do PPAG previsto na LDO.

As diretrizes para integração PPAG e orçamento partem das definições contidas na LDO.

LOA

Os projetos estruturadores são orçados pela Superintendência Central GERAES. A carteira GERAES é a última a ser afetada por contingenciamentos.

O acompanhamento da execução da estratégia é mais claro. O fluxo orçamentário e financeiro privilegiado gera credibilidade ao processo.

Quadro 1: Vínculos entre GERAES e instrumentos de Planejamento (adaptado) Fonte: Guimarães e Almeida (2006, p.29).

Page 34: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

34

4. GERENCIAMENTO DA INFORMAÇÃO E PRODUTOS DE INFORM AÇÃO

Este capítulo consiste na revisão dos conceitos e modelos genéricos da Gestão da

informação de modo a contextualizar e tornar mais clara a importância do uso dos produtos

de informação na atuação do programa GERAES, a ser tratada nos capítulos seguintes.

4.1 Informação: Conceitos, significados e atributos valorativos

É clássica na literatura acadêmica a distinção entre dados, informação e conhecimento. O

foco desta monografia está no segundo dos três conceitos anteriores. Entretanto é prudente

estabelecer tal distinção, pois na prática tais termos ainda se confundem.

Inicia-se pelo conceito de dados, que conforme Davenport (1998, p.18) são “simples

observações sobre o estado do mundo”. Os dados são fatos brutos e, portanto, podem ser

estruturados e captados por máquinas com relativa facilidade. São entidades quantificáveis

de simples comunicação e armazenamento.

Mcgee e Prusak (1994), na distinção trivial entre Dados e Informação, expõem:

Dados podem ser considerados e discutidos em separado. A informação deve ser

discutida no contexto de usuários e responsáveis por decisões específicas.

Informação representa dados em uso, e esse uso implica um usuário. (MCGEE;

PRUSAK, 1994, p.24)

Incorporando-se o elemento humano ao processo informacional, os dados podem, então,

adquirir sentido, significado, relevância e propósito, passando a um nível de maior

complexidade, transformando-se em informação.

Para Mcgee e Prusak (1994, p.25) “informação são dados coletados, organizados,

ordenados, aos quais são atribuídos significados e contexto”. A informação pressupõe uma

análise subjetiva pelos usuários e responsáveis pelo processo de tomada de decisão, o uso e

Page 35: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

35

as relações contextuais estabelecidas a partir desta análise distinguem a informação dos

dados.

A necessidade da mediação humana torna mais complexa a transmissão fidedigna da

informação. É também importante destacar que a análise subjetiva dos dados possivelmente

será alvo de contestação quanto à sua relevância.

Quando por intermédio humano atribui-se à informação contexto mais amplo, significado e

interpretação, sintetizando múltiplas fontes de informação, temos o conhecimento.

Conforme Davenport (1998, p.19) “o conhecimento é a informação valiosa da mente

humana”, está na reflexão, o que o torna de difícil explicitação e dificulta sua transferência

no ambiente organizacional.

Segundo Choo (2003) o objetivo de longo prazo de uma organização é a manutenção de sua

prosperidade e a garantia de sua adaptabilidade frente às mudanças do ambiente externo.

Para tal é imprescindível o conhecimento:

O conhecimento organizacional é uma propriedade coletiva da rede de processos

de uso da informação, por meio dos quais os membros da organização criam

significados comuns, descobrem novos conhecimentos e se comprometem com

certos cursos de ação. (CHOO 2003, p.420).

Assim, as organizações utilizam a informação em três arenas principais: criação de

significado, construção do conhecimento e para a tomada de decisões. (CHOO, 2003)

Page 36: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

36

Conforme ilustra a figura 5:

Figura 5: A Organização do Conhecimento. Fonte: CHOO, Chun Wei. A organização do conhecimento. São Paulo: SENAC, 2003

A criação de significado consiste na interpretação do ambiente externo, que está

constantemente sujeito a mudanças, conferindo-lhe um sentido. Nesta etapa é importante a

equiparação da experiência passada ao atual contexto para que se possa reduzir ao máximo

as ambigüidades e tornar o ambiente mais previsível. Conforme K.E Weick , (apud CHOO

2003):

”As organizações devem fazer interpretações. Os executivos devem mergulhar

literalmente no enxame de acontecimentos que constituem e cercam a

organização e tentar colocar alguma ordem neles... Interpretação é o processo

de traduzir estes acontecimentos, desenvolver modelos para entendê-los, dar-lhes

significados e desenvolver modelos conceituais”. (CHOO 2003, p.36).

Page 37: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

37

Antes de avançar rumo à construção do conhecimento cabe uma explicação sucinta das

duas perspectivas do conhecimento: tácito e explícito. O conhecimento tácito reside no

âmbito pessoal, na subjetividade e é de difícil formalização. É constituído de intuições

oriundas de longos períodos em determinada atividade organizacional. O conhecimento

explícito, em contraponto, consiste na formalidade, nas regras, fórmulas e especificações

postas e de fácil transmissão entre os indivíduos que compõem a organização.

Os dois tipos de conhecimentos relacionam-se de forma complementar e a construção do

conhecimento é justamente, a conciliação entre a criação do conhecimento explícito,

tornando tangíveis e acessíveis aos demais membros da organização novas idéias e

informações que figuram no âmbito pessoal (tácito), e a internalização de experiências

adquiridas (conhecimento explícito) para que estas sejam revivenciadas por cada indivíduo

e possam gerar novas capacidades.

Por sua vez, a tomada de decisões relaciona-se ao processamento e análise da informação.

Embora sejamos seres racionais, capazes de interpretar o ambiente que nos cerca, nossa

racionalidade é limitada. São inúmeras variáveis e cursos de ação possíveis que tornam o

processo de tomada de decisões bastante complexo.

A tomada de decisão busca orientar a ação organizacional para consecução dos seus

objetivos de forma racional. Uma vez que esta capacidade cognitiva é limitada, a seleção

das alternativas de ação é pautada em premissas e orientações que norteiam o

comportamento organizacional na direção de suas metas e objetivos de longo prazo.

Para que seja convertida em conhecimento a informação deve tornar-se significativa.

Ao tratar da distinção conceitual entre dados e informação, nesta seção, viu-se que a

transformação de dados em informação relevante para tomada de decisão é um processo

que se dá somente através da intervenção humana. (CHOO, 2003)

Page 38: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

38

Considerando as informações como subsídio imprescindível para a redução das incertezas

no processo decisório, fato decorrente da limitação da racionalidade para análise de

variáveis referentes aos ambientes interno e externo das organizações, tem-se que as

informações que norteiam as decisões organizacionais têm um valor a elas agregado, ainda

que esta valoração seja subjetiva. (CHOO, 2003)

Ao discorrer sobre o assunto, Davenport (1998) destaca pelo menos seis características que

determinam o valor da informação na tomada de decisões: exatidão, oportunidade,

acessibilidade, envolvimento, aplicabilidade e escassez. Embora inter-relacionados tais

atributos apresentam distinções e são descritos a seguir:

a) Exatidão

Corresponde à informação precisa, exata e, portanto confiável. A exatidão está diretamente

relacionada à confiabilidade da informação. Para o aprimoramento de tal atributo o uso de

várias fontes de informação e o regular acompanhamento para atestar a verossimilhança da

informação são de suma importância. (DAVENPORT, 1998)

b) Oportunidade

A oportunidade é um atributo relativo, depende da situação específica da organização. Para

organizações que trabalham baseadas em séries históricas que subsidiam projeções futuras,

por exemplo, são oportunas informações de anos anteriores. Certas áreas, como o setor de

produção, no entanto, necessitam de informações mais atualizadas. No segundo caso,

informações oportunas podem ser obtidas pela comunicação informal e pela observação

direta, e não somente em sistemas complexos que tendem a ser mais lentos em alguns

casos. (DAVENPORT, 1998)

c) Acessibilidade

A garantia do acesso à informação de forma rápida e inteligível é um de seus atributos

valorativos. A acessibilidade não deve estar restrita à disponibilidade de informações em

computadores ou outros meios físicos, deve, além disto, assegurar que o usuário obtenha o

que deseja de forma compreensível e célere. (DAVENPORT, 1998)

Page 39: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

39

d) Envolvimento

Este atributo é altamente subjetivo e consiste na apresentação da informação ao usuário

como útil. Relaciona-se ao modo de dispor a informação correta ao usuário correto, ao meio

usado para tal è à forma de apresentação da mesma. O valor de uma informação que tenha

os requisitos para envolver o usuário é notório em ambientes em que há uma sobrecarga de

informações. (DAVENPORT, 1998)

e) Aplicabilidade

Refere-se à possibilidade d uso da informação para tomada de decisões, resolução de

problemas e demais atividades gerenciais de forma imediata, sem que sejam necessárias

novas análises de dados ou rearranjos. A relevância para o usuário é o que agrega valor

neste caso. (DAVENPORT, 1998)

f) Escassez

O acesso exclusivo a determinada informação pode significar uma importante vantagem

competitiva para a organização. Informações criadas internamente, em ambientes em que

há a escassez, são de alto valor e por isto são mantidas em sigilo. (DAVENPORT, 1998)

4.2 Modelos Genéricos de Gerenciamento da Informação

O gerenciamento informacional consiste no modo como as organizações obtêm, organizam,

distribuem e utilizam a informação, sendo portanto passível de sistematização como um

processo. O modelo processual de gerenciamento da informação permite não somente

mensurar os efeitos desse gerenciamento, mas avançar no sentido do constante

aperfeiçoamento.

Page 40: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

40

A criação de um modelo processual genérico, para Davenport (1998), deve iniciar-se com a

definição do processo principal. Ao analisar os principais autores que tratam do tema,

verifica-se que ao uso da informação é dedicada atenção especial.

Davenport (1998) traz o modelo mais genérico composto por quatro macro-processos:

Determinação das exigências; Obtenção; Distribuição e Utilização.(fig. 6.1)

Figura 6.1: O processo de gerenciamento da informação

Fonte: DAVENPORT, T. H. Ecologia da informação: porque só a tecnologia não basta para o

sucesso na era da informação. São Paulo: Futura, 1998.

Antes de discorremos sobre cada um desses processos, cabe destacar que os modelos

propostos por Choo (2003) (fig. 6.2) e Mcgee e Prusak (1994) são mais detalhados, do

processo de obtenção decorrem duas outras importantes etapas que também serão

abordadas nesta seção: A Classificação das informações obtidas e o Desenvolvimento de

produtos e serviços de informação.

Figura 6.2: Modelo processual de administração da informação. Fonte: CHOO, Chun Wei. A organização do conhecimento. São Paulo: SENAC, 2003

Page 41: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

41

O modelo genérico de Gerenciamento da Informação é descrito a seguir:

A necessidade de informação surge a partir de problemas, incertezas e ambigüidades no

ambiente organizacional. As demandas por informação são identificadas através de

questionamentos direcionados aos usuários: “o que você precisa saber”, “por que isso vai

ajudar você”, “em que forma você precisa saber disso”. Deste modo, define-se o tipo de

problema, os resultados a serem obtidos e onde procurar por soluções. (CHOO 2003)

Nesta etapa é importante ressaltar a dificuldade de se intuir, presumir e antecipar quais

informações serão necessárias a cada usuário. Uma prática útil é a disponibilidade de fontes

variadas, tanto quanto os fatores que exercem influência sobre a organização, a fim de que

se reduza a imprevisibilidade do ambiente que se pretende interpretar

(MCGEE; PRUSAK, 1994).

Embora seja importante para a organização dispor de fontes variadas de informação para

suprir sua necessidade de interpretar mudanças e reduzir incertezas, a capacidade cognitiva

do homem é limitada. Não somos capazes de analisar todo o volume de dados e

informações que nos é disponibilizado.

A aquisição de informações deve filtrar as referidas fontes informacionais adaptando-as às

necessidades dos usuários. Choo (2003) destaca que as pessoas são as fontes de maior valor

em uma organização:

As fontes humanas filtram e resumem as informações, enfatizam os elementos

importantes, interpretam aspectos ambíguos e em geral oferecem uma

comunicação mais rica e satisfatória de uma questão. (CHOO, 2003, p.412)

Ainda conforme Choo (2003), a focalização das informações a serem adquiridas é ainda

mais eficiente quando se alia Sistemas de Informação, que simplifiquem atividades de

busca e escolha, e especialistas que criem canais e rotinas para que a informação seja

partilhada.

Page 42: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

42

Depois de obtidas as informações são organizadas fisicamente em arquivos ou inseridas em

sistemas computadorizados para que sejam recuperadas e partilhadas pelos usuários. A

compilação de erros recorrentes e os históricos de boas práticas organizacionais são

exemplos de como os fatos passados podem tornar-se significativos para os que atuam no

presente. (CHOO, 2003)

Para que o acesso a estas informações não seja prejudicado pelo extenso volume de

registros, é realizada a categorização, que estrutura e organiza a informação, tornando-a

mais acessível.

Davenport (1998) ressalta que a classificação é uma tarefa altamente subjetiva, “as

classificações são sempre arbitrárias, embora algumas sejam mais úteis do que as outras”.

(DAVENPORT, 1998, p.185).

Os Produtos de Informação têm por finalidade agregar valor à informação em análise,

tornando a atuação dos usuários, a partir destas informações, mais eficiente. É oportuno

ressaltar que os atributos valorativos da informação tratados na seção anterior (exatidão,

oportunidade, acessibilidade, envolvimento, aplicabilidade) serão o foco dos produtos e

serviços de informação na busca constante pelo melhor aproveitamento dos mesmos.

Davenport (1998), embora não detalhe o modelo de gerenciamento da informação, como o

fazem Mcgee e Prusak (1994) e Choo (2003), discorre sobre os produtos e serviços de

informação ao tratar do modo como as informações devem ser formatadas e estruturadas

para que sejam melhor aceitas e utilizadas:

Quando consideram a forma parte do processo de gerenciamento informacional,

os analistas também podem sugerir que a informação venha acompanhada de

outros produtos e serviços. Os fornecedores de informação devem garantir para

cada classe de usuários, que todos encontrarão com maior eficiência aquilo de

que necessitam em um pacote composto por informações, produtos e serviços.

(DAVENPORT, 1998, p.187).

Page 43: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

43

Esta etapa do processo de gerenciamento da informação será tratada em seção específica

(4.3) em função da sua pertinência e importância para a análise do trabalho de

Gerenciamento dos Projetos Estruturadores realizado pelo GERAES.

Esta etapa envolve a ligação de gerentes e funcionários com a informação de que

necessitam. Sua efetividade depende do bom funcionamento de todas as etapas anteriores, a

definição correta da forma como a informação será disposta através de um produto, por

exemplo, torna mais ágil a sua distribuição. (DAVENPORT, 1998)

Choo (2003) relaciona a ampla distribuição da informação ao aprendizado organizacional e

à criação de novas informações através da junção de idéias que antes estavam esparsas. A

distribuição visa promover e facilitar a partilha de informações para dirimir ambigüidades e

atualizar interpretações dos usuários sobre o ambiente organizacional.

Por fim, temos a etapa da utilização da informação. O uso pode ser entendido como a

interpretação dos múltiplos significados da informação pelos indivíduos ou grupos da

organização da qual resultam os padrões de ação. É uma etapa de singular subjetividade,

devendo ser determinada por critérios flexíveis, conforme Choo (2003):

Os pressupostos devem ser expostos para serem vistos e revistos. Por meio da

troca e interpretação da informação, e da mistura dessa informação com o

conhecimento tácito e explícito, a organização é capaz de desenvolver novos

significados e novas capacidades para guiar a ação. (CHOO, 2003, p.416)

4.2.1 Guia PMBOK _ Gerenciamento das Comunicações de Projetos

O Guia PMBOK , Project Management Body of Knowledge, é o conjunto de

conhecimentos em gerenciamento de projetos. O trabalho realizado pelo GERAES é

pautado nas premissas deste guia e é pertinente analisar o capítulo específico destinado ao

Gerenciamento das Comunicações:

Page 44: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

44

O gerenciamento das comunicações do projeto é a área de conhecimento que

emprega os processos necessários para garantir a geração, coleta, distribuição,

armazenamento, recuperação e destinação final das informações sobre o projeto

de forma oportuna e adequada. (PMBOK, 2000, p.221)

Conforme Barreto (2002, p. 70) a essência da informação caracteriza-se “como a adequação

de um processo de comunicação que se efetiva entre emissor e receptor da mensagem”.

A importância de se realizar o gerenciamento das comunicações evidencia-se no potencial

de aprimoramento da comunicação entre os envolvidos na condução do projeto.

São quatro as fases de tal gerenciamento, descritas a seguir.

a) Planejamento das comunicações: determina as necessidades de informação e o modo

como estas serão atendidas, assim como ocorre na etapa de identificação das necessidades

de informação. (PMBOK, 2000)

b) Distribuição das Informações: envolve a colocação de informações ao alcance dos

interessados no projeto em situações e momentos oportunos. (PMBOK, 2000)

c) Relatório de Desempenho: é o desenvolvimento de produtos de informação específicos

que visam informar o desempenho do projeto quanto aos custos, prazos, execução e

qualidade. (PMBOK, 2000)

e) Gerenciamento das partes interessadas: busca satisfazer as necessidades das partes

interessadas e auxiliar na solução de problemas. Volta-se para as pessoas (usuários)

envolvidos no projeto de modo a aumentar a sinergia entre as mesmas, evitando desvios no

curso de ação pré-determinado.

(PMBOK, 2000)

Page 45: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

45

Assim, é possível perceber a existência de forte associação entre as fases do processo de

gerenciamento das comunicações e os modelos genéricos de gerenciamento da informação

descritos na seção anterior.

Esta associação reflete o fato de o gerenciamento das comunicações no âmbito do projeto

constituir-se processo intensivo no uso de informações.

4.3 Produtos de Informação Os produtos de informação estão diretamente ligados ao atendimento das necessidades dos

usuários, agregando valor à informação que está sendo processada. A caracterização dos

produtos de informação torna mais clara a percepção dos usuários em relação aos dados

disponíveis para a realização de suas atividades (ALMEIDA, 2008)

Choo (2003) aponta a necessidade do usuário como o fator que define o produto de

informação, sendo este parte integrante do processo de produção do produto utilizado por

ele mesmo. Para que o produto informacional atinja níveis de excelência são necessárias:

A transmissão perfeita das informações; a cobertura completa de um tópico ou

assunto; a atualização d dados e do vocabulário de acesso; a confiança do usuário

na qualidade e coerência do produto; e a inclusão de indicações sobre a

confiabilidade dos dados. (CHOO, 2003, p.405)

Outra característica específica, além da necessidade de informação, que define a natureza

dos produtos de informação é a tangibilidade. Produtos de informação são tangíveis na

medida em que possuem propriedades relativas ao formato, apresentação e suporte

tecnológico. Os produtos são moldados conforme o ambiente organizacional no qual é

produzido. (ASSIS, 2008)

Na seção 4.1 foram detalhados os atributos ou qualidades que conferem valor à informação,

de acordo com Davenport (1998). Estes atributos valorativos são de suma importância para

a elaboração de produtos de informação, os quais têm como objetivo sinalizar, reforçar e

Page 46: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

46

intensificar a utilidade das mensagens em uma organização, adequando-as às necessidades

de uso.

Estes atributos estão relacionados a quatro tarefas-chave da informação que visam o

incremento valorativo e a promoção de mudanças nas características informacionais de

modo a compatibilizar as demandas dos usuários e as informações disponíveis. São elas:

a) Condensação

Nesta tarefa a informação é “editada”, retirando-se o obsoleto e as imprecisões. O que

permanece após a condensação é o essencial da informação. Tal seleção do que é útil

baseia-se em critérios de qualidade, índice de procura pelos usuários (quanto maior mais

pertinente) e pela importância da informação no contexto da organização, privilegiando-se

aquelas que estejam condizentes com os objetivos organizacionais. (DAVENPORT, 1998)

b) Contextualização

O interesse do usuário e a aplicabilidade da informação serão tanto maiores quanto mais

visível for a sua relação com o ambiente em que está inserido. Contextualizar a informação

implica compará-la a um histórico que a envolve. Neste ponto reside um fator crítico: o

registro de históricos de informação é raro, já que a comunicação se dá de maneira

informal, através de encontros pessoais e telefonemas, por exemplo, e a mobilidade do

quadro funcional é significativa nas organizações atuais.

Há que se pensar, nesta tarefa, em formas de captar estas informações não estruturadas.

(DAVENPORT, 1998)

Page 47: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

47

c) Apresentação

Consiste em adequar o estilo de apresentação à situação/ público específico. É uma tarefa

voltada para além dos fatos, cuja utilidade é indiscutível, sem desconsiderar os aspectos

emocionais, subjetivos, dos usuários nos momentos decisivos:

Ainda que fatos sejam componentes importantes da ecologia da informação,

também é fundamental saber como os gerentes usam emoção e razão para

analisá-los. (..) Uma apresentação que cause impacto positivo faz com que a

informação seja respeitada, ao passo que uma apresentação pobre ou pouco

atraente só pode causar rejeição. (DAVENPORT, 1998, p.161).

d) Definição do Meio

A escolha do meio está ligada ao estilo de apresentação. Os meios de comunicação variam

da comunicação interpessoal ao uso de correio interno e externo, são inúmeros os modos

de transmissão da informação. O que se observa é que alguns meios permitem uma troca de

informações mais rica em detalhes, enquanto outros são limitados. Esta tarefa busca

orientar o detentor da informação a selecionar o meio mais adequado para seu

compartilhamento (DAVENPORT, 1998)

Assis (2008) elaborou uma tipologia para os produtos de informação, agrupando-os em

quatro categorias: Referencial, Analítico, Noticioso e Estatístico a partir da observação de

sua funcionalidade. Os principais critérios para tal categorização são o conteúdo e a forma

como o produto de informação atende às necessidades dos usuários.

A partir de Assis (2008) e buscando adaptar esta tipologia ao contexto da administração

pública Almeida (2008) formulou o quadro teórico ilustrado na Figura 7.

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48

Figura 7: Tipologia dos produtos de informação. Fonte: ALMEIDA, Helga Beatriz Gonçalves de. A Utilização dos Produtos de Informação na Elaboração de

Políticas de Recursos Humanos - reconhecendo o valor agregado dos registros administrativos dos servidores públicos da Administração Direta do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais. Dissertação (Mestrado em Curso de Mestrado em Administração Pública) - Fundação João Pinheiro, Belo Horizonte, 2008.

Os produtos de informação referencial prezam pela objetividade e simplicidade. Por serem

mais simples são, geralmente, os primeiros produtos desenvolvidos na organização.

Fornecem aos usuários dados primários e de referência, como o próprio indica. Seu

dinamismo está na possibilidade de modificação e aperfeiçoamento através da interação de

várias fontes de informação.

Os produtos de informação analíticos são aqueles que consolidam informações direcionadas

à análise dos gestores, retratando as oportunidades e ameaça do ambiente em que a

organização se insere, além de refletir os interesses e perspectivas da organização. A partir

da análise deste produto, novos processos podem ser estruturados.

O produto de informação noticioso contém informações de caráter técnico e objetiva a

sistematização do conhecimento na organização. É atualizado regularmente com

informações diárias podendo subsidiar mudanças nos mecanismos de gestão.

Page 49: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

49

Por sua vez, o produto de informação estatístico é composto por dados e índices de áreas

técnicas da organização oriundos de várias fontes de informação. Sua análise exige um

maior esforço de abstração, generalização e contextualização do usuário para subsidiar a

tomada de decisões.

Os produtos de informação, independentemente de suas características, devem contribuir

para a resolução de ambigüidades e incertezas de seus usuários. Nesse sentido, podem

assumir distintas modalidades conforme a tipologia de Assis (2008), adaptada por Almeida

(2008).

Tendo em vista o significado de produtos de informação bem como a associação entre

informação e comunicação, esta monografia assume a premissa de que o GERAES, diante

de suas competências e atribuições gera produtos de informação.

Conforme será discutido no capítulo seguinte, os principais produtos de informação gerados

pelo GERAES para o acompanhamento dos projetos estruturadores correspondem ao Status

Report, Painel de Controle, Plano de Ação e Agenda Positiva e o Plano de Projeto, sedo o

último o principal produto da etapa de planejamento dos projetos estruturadores.

Page 50: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

50

5. DESCRIÇÃO DO ARRANJO INSTITUCIONAL ASSOCIADO AO GERAES E AO EPR

E CARACTERIZAÇÃO DOS PRODUTOS DE INFORMAÇÃO GERADOS PELO

GERAES

Nesta seção analisa-se o arranjo institucional associado ao GERAES e ao EpR, através da

descrição de suas atribuições. De modo a ilustrar as diferentes funções desses dois

programas serão destacados os Produtos de informação mais relevantes produzidos para o

apoio ao trabalho de acompanhamento, monitoramento e avaliação dos projetos

estruturadores.

5.1 GERAES e EpR: estruturação, objetivos e atribuições

Dois blocos compõem esta sub-seção: A descrição da estrutura do GERAES no que

tange à estrutura interna, objetivos e atribuições e a mesma análise em relação ao

EpR, evidenciando ao fim suas diferenças.

5.1.1 GERAES: dinâmica do acompanhamento e produtos de informação

O programa de Gestão Estratégica dos Recursos e Ações do Estado - GERAES foi criado

no ano de 2003, na primeira etapa do Choque de Gestão, para ser o alicerce do Duplo

Planejamento, perspectiva dual que estabelece estratégias de curto prazo em consonância

com planos estratégicos de médio e longo prazos.

Conforme Guimarães e Almeida 2006, o GERAES é constituído por um conjunto de

projetos estruturadores que por serem estratégicos pressupõem monitoramento intensivo.

Tais projetos encontram-se detalhados quanto aos seus aspectos físicos e financeiros no

PPAG. Inicialmente foram criados 31 projetos estruturadores, previstos no PPAG 2004-

2007. A carteira atual, referente ao PPAG 2008-2011, é composta por 57 projetos

estruturadores.

Page 51: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

51

Para que o acompanhamento dos projetos estruturadores ocorresse de modo efetivo, foi

criada a Unidade de Apoio ao Gerenciamento de Projetos – UAGP, que atua como um

escritório de projetos do Estado de Minas Gerais. Suas principais funções são a elaboração

de relatórios gerenciais que retratem o desempenho mensal dos Projetos Estruturadores; a

aplicação de ferramentas de planejamento estratégico quando da fase de elaboração de cada

Projeto; a coordenação sistêmica da liberação de recursos financeiros aos Projetos

Estruturadores e a comunicação à alta instância de governo das dificuldades, obstáculos e

riscos dos projetos por meio de documentos gerenciais intitulados de Planos de Ação.

(MINAS GERAIS, 2007b)

Atualmente, após a vigência da Lei Delegada 126 de 25 de janeiro de 2007, a UAGP foi

transformada na Superintendência Central de Gestão Estratégica dos Recursos e Ações do

Estado – SCGERAES, constituída por uma única Diretoria Central de Alocação dos

Recursos e Ações – DCAERA e subordinada a Subsecretaria de Planejamento e

Orçamento, na estrutura da Secretaria de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, conforme

ANEXO E (Organograma SEPLAG).

As atribuições da SCGERAES estão previstas no Decreto 44.817 de 21 de maio de 2008,

art 16:

• coordenar o processo de formulação das diretrizes para as ações de

Governo, de acordo com as orientações estratégicas;

• estabelecer normas gerais, padronizar processos e prover orientação

técnica e apoio, necessários ao planejamento e detalhamento dos

Projetos Estruturadores; apoiar as equipes dos Projetos Estruturadores

mediante aplicação de técnicas e ferramentas de gestão de projetos;

• promover a integração setorial das secretarias, fundações, autarquias e

empresas governamentais do Estado em ações concorrentes ou

complementares;

• coordenar, compatibilizar e avaliar a operacionalização das ações dos

projetos, e propor alternativas de correção e redimensionamento das

restrições, riscos e dificuldades identificados;

Page 52: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

52

• acompanhar, analisar e avaliar o desempenho físico- financeiro dos

Projetos Estruturadores por meio de sistemas de informações, em

articulação com a Superintendência Central de Planejamento e

Programação Orçamentária - SCPPO;

• conciliar o planejamento e a agenda política do Governador do Estado,

representada no Programa Estado Para Resultados, consolidando as

informações necessárias ao acompanhamento das prioridades

estabelecidas pelo Governo em seus Projetos Estruturadores; e

• coordenar a integração das informações dos Projetos Estruturadores

com o Sistema de Gestão Estratégica do Programa Estado para

Resultados, de forma a subsidiar o acompanhamento dos objetivos

estratégicos e as metas governamentais previstas no Plano Mineiro de

Desenvolvimento Integrado - PMDI. (MINAS GERAIS, 2008a)

As atividades da SCGERAES iniciam-se ainda na fase de Planejamento do projeto, em que

ao mês de Outubro, é a definido e atualizado o Plano de Projeto que contém as metas,

marcos, ações, matriz de responsabilidades, planejamento de custos, planejamento de

suprimentos, planejamento de convênios e gerenciamento de riscos dos projetos

estruturadores. Plano de Projeto é o documento que detalha o Termo de Abertura,

autorização formal do um projeto em que se encontram os dados preliminares sobre o

mesmo, nivelando as informações para toda a equipe envolvida. Esta etapa é conduzida

pela equipe do GERAES, em reuniões com os gerentes de projeto e sua equipe.

(MINAS GERAIS, 2008b).

A etapa seguinte é a construção dos cronogramas, no caso de ações novas, e atualização das

ações que terão seqüência no exercício posterior. O cronograma é uma ferramenta

imprescindível ao acompanhamento dos projetos, com exceção daqueles que são

acompanhados essencialmente por suas metas físicas. Cada ação do projeto possui um

cronograma, no qual são definidas as atividades do projeto, constando para cada atividade o

marco inicial, a data de término planejada (linha de base), bem como uma coluna para

inserção da data de término real da atividade.

Page 53: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

53

Dentre as atividades de um projeto, as principais entregas, ou seja, aquelas de maior

relevância, são destacadas como marco, sendo assim acompanhadas nas reuniões mensais

que ocorrem entre a equipe do projeto e os técnicos do GERAES responsáveis pelo

acompanhamento. Nestas reuniões, denominas Reuniões de Status Report, os envolvidos na

execução das atividades do projeto reportam ao GERAES o andamento das tarefas

previstas, dentre as quais destacam-se os marcos.

O programa utilizado para a execução dos cronogramas é o MS Project da Microsoft, que

permite manter um servidor on-line onde os cronogramas são armazenados.

A figura 8 ilustra o cronograma, sublinhados encontram-se as principais tarefas do projeto,

denominadas marcos.

Figura 8: Cronograma da ação Implantação de Parques Tecnológicos. Projeto rede de inovação tecnológica Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Projetos Estruturadores: Monitoramento Intensivo, 2009

Id Nome da taref a Duração Início Término Planejado Término Predecessoras

1 Implantação de Parques Tecnológicos 178 dias Ter 13/11/07 Sex 22/8/08 Qua 23/7/082 VIÇOSA - PTV 178 dias Te r 13/11/07 Sex 22/8/08 Qua 23/7/083 Licenciamento ambiental do PTV 178 dias Ter 13/11/07 Sex 22/8/08 Qua 23/7/08

4 Licença de Imp lantação do PTV - LI 114 dias Ter 13/11/07 Qui 24/4/08 Qui 24/4/08

5 Preparar documentação inicial para instrução doprocesso junto à FEAM

30 diasd Ter 13/11/07 Qui 13/12/07 Qui 13/12/07

6 Rev isar documentação para instrução do processo 30 diasd Qui 13/12/07 Sáb 12/1/08 Sáb 12/1/08 5

7 Instruir processo junto à FEAM 30 diasd Sáb 12/1/08 Seg 11/2/08 Seg 11/2/08 6

8 Processo de licenciamento do PVT instruídojunto à FEAM

0 dias Seg 11/2/08 Seg 11/2/08 Seg 11/2/08 7

9 Análise inicial do processo pela FEAM 15 diasd Ter 13/11/07 Qua 28/11/07 Qua 28/11/07

10 Obter Licença de Implantação - LI do PTV 30 diasd Ter 25/3/08 Qui 24/4/08 Qui 24/4/08 8TI+32 dias

11 Licença de Imp lantação - LI do PTV conced ida 0 dias Qui 24/4/08 Qui 24/4/08 Qui 24/4/08 10

12 Licença de Operação - LO 64 dias Qui 24/4/08 Sex 22/8/08 Qua 23/7/08

13 Preparar documentação inicial para instrução doprocesso junto à FEAM

30 diasd Qui 24/4/08 Sáb 24/5/08 Sáb 24/5/08 11

14 Rev isar documentação para instrução do processo 30 diasd Sáb 24/5/08 Qua 23/7/08 Seg 23/6/08 13

15 Processo de licenciamento do PVT instruídojunto à FEAM

0 dias Seg 23/6/08 Qua 23/7/08 Seg 23/6/08 14

16 Obter Licença de Operação - LO do PTV 30 diasd Seg 23/6/08 Sex 22/8/08 Qua 23/7/08 15

17 Licença de Operação - LO do PTV concedida 0 dias Qua 23/7/08 Sex 22/8/08 Qua 23/7/08 16

Page 54: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

54

Definidos os marcos e metas, é realizada a Reunião Gerencial, na qual são apresentados ao

governador e demais lideranças os resultados do exercício e as metas pactuadas para o

exercício seguinte.

Guimarães e Almeida (2006, p.48) destacam que “para os Projetos Estruturadores, no início

de cada exercício as organizações já tem conhecimento e [...] se preparam para o

atingimento de marcos e metas intermediários,[...] pactuados no ano anterior”.

A pactuação dos resultados a serem alcançados pelo governo é realizada nas Reuniões

Gerenciais. O produto destas reuniões é o Painel de Controle (ANEXO C), documento que

sintetiza os principais marcos e as metas a serem alcançados no próximo ano. O Painel é

assinado pelo Governador, pelo Secretário de Planejamento e Gestão e pelo gerente do

projeto, formalizando o compromisso de cumprimento do planejamento pactuado.

Conforme Guimarães e Almeida (2006) o Painel de Controle atua no constrangimento

positivo, no sentido de atribuir maior responsabilidade aos gerentes e equipes executoras

dos projetos, que passam a responder diretamente ao governador sobre o andamento das

metas e marcos pactuados. Sua principal característica é ser um documento sintético. É

direcionado à alta direção do Estado (governador e secretários) e nele constam as principais

metas e marcos do projeto em questão. apresentado trimestralmente, é um instrumento que

visa subsidiar decisões que afetem as metas mais importantes de cada projeto. O Painel de

controle 2009 traz, além das metas e marcos do exercício corrente, pactuadas no

planejamento, o fluxo orçamentário mensal, para o exercício corrente.

Após a fase de planejamento, o acompanhamento é iniciado. Segundo Guimarães e

Almeida (2006, p.49) as principais tarefas desta fase são: “Obter dados do andamento do

projeto; verificar desempenho do projeto, identificar dificuldades e riscos, consolidar

solicitações orçamentárias e revisar o planejamento do projeto”.

Page 55: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

55

Tais tarefas são realizadas mensalmente, em reuniões de acompanhamento, entre a equipe

de cada projeto e os técnicos responsáveis pelo projeto do GERAES, denominadas

Reuniões de Status Report.

O produto de informação que consolida estas informações de situação do projeto é

chamado Status Report (ANEXO A) e figura como principal insumo para que os outros

produtos sejam elaborados posteriormente. (GUIMARÃES; ALMEIDA, 2006)

Neste documento, são registrados o andamento das atividades destacadas nos cronogramas

como marcos, bem como as metas físicas a serem cumpridas, através de um gráfico de

metas. A posição orçamentária por ação, que consiste na relação entre recursos autorizados

e as cotas aprovadas, também compõe o Status Report.

No que tange ao aspecto orçamentário, o Decreto 45.023 de 26 de Janeiro de 2009, que

dispõe sobre a programação orçamentária e financeira do Estado de Minas Gerais para o

exercício de 2009, estabelece o relatório de Status Report como condicionante para a

liberação de cotas às unidades executoras do projeto.

Art. 2º - Parágrafo único. As cotas orçamentárias dos projetos estruturadores

serão aprovadas pela Superintendência Central de Gestão Estratégica de

Recursos e Ações do Estado, a partir do relatório mensal de situação (Status

Report) do programa, elaborado conjuntamente pela Superintendência, pelo

Gerente Executivo do projeto estruturador e pelos responsáveis pelas

unidades de planejamento, gestão e finanças. (MINAS GERAIS 2009a)

O ciclo de liberação financeira inicia-se com a solicitação de cota financeira pela equipe do

projeto, que deve ser realizada na Reunião de Status e autorizada pelo gerente do Projeto. O

próximo passo envolve a análise do GERAES com atenção especial ao que prescreve o art.

1º, Parágrafo 7º, do Decreto de Programação Orçamentária e Financeira acima citado.

Page 56: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

56

Art 1º - § 7º Os projetos estruturadores terão suas despesas programadas na

proporção de quinze por cento para o primeiro quadrimestre, trinta por cento

para o segundo e cinqüenta e cinco por cento para o terceiro quadrimestre,

ficando a Superintendência Central de Gestão Estratégica de Recursos e

Ações do Estado - SCGERAES autorizada a distribuir os valores de cada

programa a seu critério, ressalvado o limite global quadrimestral.

(MINAS GERAIS 2009a)

Além de ser necessária esta prévia observação dos limites impostos pelo Decreto, o

GERAES deve ainda estabelecer relação entre o montante já liberado, as entregas físicas e

o cumprimento dos marcos previstos em cada ação. Após tais análises, se for pertinente o

pedido de cota, é realizada pelo GERAES a liberação orçamentária, através do Sistema

Integrado de Administração Financeira – SIAFI–MG, cabendo à Secretaria de Estado da

Fazendo realizar o repasse financeiro, para que o órgão executor do projeto possa realizar a

descentralização da despesa.

Para que a situação do projeto seja explícita, o Relatório de Status possui faróis nas cores

verde, amarelo e vermelho. Se a ação é acompanhada por marcos, o farol verde indica que

não há atrasos, o amarelo indica um atraso de até 60 dias em algum dos marcos e o

vermelho é utilizado quando o atraso em algum dos marcos excede o limite dos 60 dias.

Quando o acompanhamento da ação é feito através de gráficos de metas o farol da ação

sinaliza a execução das metas da seguinte forma:

1. Taxa de execução da meta maior ou igual que 100%: Farol Verde;

2. Taxa de execução da meta entre 80% (inclusive) e 100%: Farol Amarelo;

3. Taxa de execução da meta abaixo de 80%: Farol Vermelho.

Meta não-cumulativa: o farol obedece a execução média dos meses.

Meta cumulativa: o farol obedece a execução do último mês.

(MINAS GERAIS, 2009d)

As metas são expressas em gráficos de barras que representam a realização física da entrega

pactuada na periodicidade definida. Os períodos com metas em atraso são destacados

através de barras vermelhas, os que possuem meta igual ou superior ao previsto são verdes.

Page 57: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

57

Outra importante informação componente do Status Report é a taxa de execução, por ação e

para todo o projeto. Tal informação é obtida através da ponderação da execução dos

marcos, metas e do financeiro, quando na ação figurarem tais aspectos.

Se uma ação, por exemplo, é composta apenas por marcos e possui previsão orçamentária,

a composição da taxa de execução avalia apenas os marcos e o financeiro. No aspecto

financeiro avaliam-se os recursos originários da fonte 10.1 – Tesouro Estadual.

A valor atribuído ao aspecto financeiro para o cálculo da taxa de execução da ação será

igual a zero se:

- os marcos e/ou metas não forem realizados;

- a despesa empenhada for superior ao crédito inicial (excetuando-se

algumas situações específicas nas quais a suplementação é acompanhada por

aumento de meta física ou a suplementação ocorreu por acordo de troca de

fontes de recursos aprovada (MINAS GERAIS, 2009d)

De modo geral, a taxa de execução do projeto é a média ponderada das taxas de execução

de suas ações. A metodologia de cálculo não é aqui explicitada, uma vez que o sistema de

gerenciamento on-line dos projetos estruturadores realiza este cálculo.

Além desta importante funcionalidade este sistema permite o armazenamento dos

cronogramas dos projetos, cadastramento das metas que comporão os Status Report e

inserção de comentários que enriquecem o acompanhamento realizado pelos técnicos do

GERAES. É também no sistema de gerenciamento on-line que são cadastradas as

solicitações financeiras do mês, seus valores e o detalhamento sucinto da destinação do

gasto solicitado.

O Sistema de gerenciamento on-line dos Projetos Estruturadores foi

desenvolvido de forma a tornar ainda mais dinâmico e preciso o

monitoramento da carteira de projetos. Constitui-se em uma solução

desenvolvida com várias tecnologias e baseada em modelo web, [...], no qual

estarão disponíveis diversas informações imprescindíveis ao gerenciamento

intensivo, como cronogramas de ações, Status Report, Planos de Ação, dentre

outras. (MINAS GERAIS, 2009d)

Page 58: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

58

Visando cumprir a função de correção de riscos, utiliza-se no acompanhamento dos

projetos estruturadores o Relatório Executivo ou Plano de Ação (ANEXO D). Este produto

de informação é produzido mensalmente, assim como o Status Report, e visa estabelecer

medidas que reduzam ou mitiguem riscos e dificuldades que envolvem o projeto. A

dinâmica de acompanhamento destes riscos foi concebida como paralela e complementar

ao acompanhamento realizado por meio do Status Report.

Os campos que compõem o Plano de Ação incluem: A descrição do risco/dificuldade, a

medida a ser tomada, o responsável pela mobilização de esforços, o prazo para que seja

realizada a medida proposta, além de um campo para atualização do andamento do Plano

de Ação.

Os riscos dividem-se em três níveis: estratégico, tático e operacional.

O primeiro envolve a alta gerência, como secretários de Estado, pelo fato do problema, e

suas conseqüências, ter o potencial de impactar metas fundamentais do projeto. O risco

estratégico necessita da intervenção do GERAES para que o problema seja solucionado. O

segundo nível, tático, é relativo a riscos que podem impactar o Projeto como um todo, mas

sua solução pode ser alcançada através da articulação dos próprios membros da equipe.

Neste caso cabe ao GERAES atenção para que o risco não afete o projeto. O nível

operacional é restrito a uma ação rotineira, operacional, que pode ser resolvida

internamente sendo, portanto, de menor impacto. (BARRETO, 2008)

Para o plano de ação estabeleceram-se faróis verde, amarelo e vermelho, sendo o verde:

problema concluído, o amarelo: a ação foi tomada, mas o problema persiste e o vermelho

nenhuma ação foi tomada. (MINAS GERAIS, 2008b)

Page 59: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

59

O Fluxo de acompanhamento do plano de ação é ilustrado pela figura 9.

Figura 9: Fluxo de acompanhamento do plano de ação Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão. Subsecretaria de Planejamento e Orçamento. Superintendência Central de Gestão Estratégica dos recursos e Ações do Estado. Curso de Gerenciamento de Projetos: Metodologia utilizada pelo Governo de Minas Gerais. Belo Horizonte mai. 2009d

O Agenda Positiva (ANEXO B), constitui outro produto de informação gerado pelo

GERAES, que relaciona as principais entregas, eventos, ou metas concluídas e mesmo

aquelas com previsão de conclusão confirmada. É ilustrado por fotos relacionadas aos

principais objetivos do projeto, característica muito importante uma vez que o Agenda

Page 60: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

60

Positiva é direcionado a área de Comunicação do Governo (GUIMARÃES; ALMEIDA,

2006).

Na Agenda Positiva são expostos os principais marcos do projeto tanto do exercício

corrente, quanto do exercício anterior. A manutenção das entregas principais do exercício

passado permite uma comparação e avaliação da continuidade, evolução ou redução do

ritmo de execução do projeto.

O arranjo institucional criado para o monitoramento da carteira de projetos estruturadores

foi nesta seção descrito, com ênfase nos produtos de informação gerados para execução de

tal monitoramento.

A seção seguinte segue na direção da 2ª Geração do Choque de Gestão, trata do programa

Estado para Resultados, que se volta para a avaliação dos resultados das políticas até então

implementadas em Minas Gerais.

5.1.2 O programa Estado para Resultados

O Programa Estado para Resultados representou importante iniciativa no sentido de

estruturar em Minas Gerais uma efetiva gestão por resultados. Suas atribuições estão

diretamente relacionadas à estratégia de longo prazo do governo sendo o PMDI o grande

norteador da atuação desse programa.

Segundo a Lei Delegada n.º 112, de 25 de Janeiro de 2007, que institui o EpR e dispõe

sobre a organização e a estrutura da Administração Pública do Poder Executivo do Estado,

os objetivos do Estado para Resultados são:

Art. 8º Fica instituído o Programa Estado para Resultado, que

tem por objetivos:

I - viabilizar a ação coordenada do Estado nas Áreas de Resultado

definidas no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado - PMDI;

Page 61: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

61

II - alinhar as ações estratégicas de governo, de forma a proporcionar a

atuação articulada dos órgãos e das entidades encarregados da gestão

de Projetos Estruturadores e Projetos Associados;

III - incentivar o alcance dos objetivos e metas das Áreas de Resultado,

Projetos Estruturadores e Projetos Associados;

IV - acompanhar e avaliar os resultados das políticas públicas

implementadas pela Administração Pública do Poder Executivo estadual;

V - oferecer conhecimento público das metas e resultados relacionados à

gestão estratégica do governo, de forma a contribuir para o seu controle

social.

A singularidade do EpR está no seu caráter temporário. Iniciado em 2007, o Programa tem

como prazo para extinguir-se no mês de Janeiro do ano de 2011. Neste intervalo de tempo

são propostas ações que abrangem desde o apoio ao já institucionalizado monitoramento

dos projetos estruturadores realizado pelo Programa GERAES, até a avaliação dos

resultados obtidos por meio da gestão e acompanhamento do conjunto de indicadores

contidos no PMDI. (GUIMARÃES; CAMPOS, 2008)

Outra característica do EpR é o fato dele não estar vinculado a nenhuma Secretaria de

Estado ou estrutura governamental. Conforme Decreto nº. 4.447 de 26 de Janeiro de 2007,

é de competência do Vice-Governador a direção do programa. Além de estar diretamente

ligado à alta gerência, a Lei que institui o EpR prevê ainda que “a execução do programa

seja compartilhada por Secretários de Estado e dirigentes de órgãos e entidades da

Administração direta e indireta do Poder Executivo”. (MINAS GERAIS, 2007a).

Borges (2008) destaca ainda que o Estado para Resultado possui status de Secretaria de

Estado e relaciona-se diretamente com a alta gerência das outras estruturas de governo.

A posição privilegiada do programa EpR denota a sua função estratégica no sentido de

imprimir a continuação e aprimoramento das ações relacionadas aos projetos

estruturadores, implementadas na 1ª geração do Choque de Gestão.

Page 62: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

62

A estrutura do Estado para Resultados completa-se, formalmente, com a Coordenação

Executiva, composta pelo Coordenador Executivo e pelo Coordenador executivo Adjunto.

Na prática o Programa é composto por quatro unidades: Unidade de Gestão Estratégica,

Unidade de Indicadores, Unidade de Empreendedores e Assessoria Técnica.

A Unidade de Gestão estratégica exerce papel de suporte à estratégia implementada no

Estado em 2003. É concebida como a responsável pela implantação efetiva da estratégia

proposta no PMDI, evitando que esta figure apenas como uma estratégia bem formulada.

Para tanto, suas ações são no sentido de apoiar o gerenciamento dos projetos estruturadores,

alinhar os esforços dos atores envolvidos neste gerenciamento e aos objetivos e metas

estratégicas. (GUIMARÃES; CAMPOS, 2008)

A Unidade de Gestão Estratégica tem atuação fortemente relacionada ao trabalho do

GERAES. Tanto que a primeira atividade desta Unidade, elaborar uma agenda estratégica

para o governo ainda em 2007, foi realizada com base no trabalho efetuado pelo referido

programa quando da elaboração do Painel de Controle:

A primeira atividade da Unidade de Gestão Estratégica com vistas à função

de alinhamento consistiu na formulação de uma agenda das principais

entregas do Governo (produtos e/ou serviços entregues à sociedade). Essa

atividade advém em grande medida do trabalho realizado pela SEPLAG, via

GERAES, escritório de projetos do Governo. (GUIMARÃES;

CAMPOS, 2008, p.9)

A agenda estratégica foi materializada, ainda no ano de 2007, em um Caderno de

Compromissos que viria a ser, após ajustes e refinamento, o documento precursor da

carteira de 57 projetos estruturadores instituída pelo PPAG 2008-2011. Como relatado na

seção anterior, o planejamento dos projetos estruturadores se dá ao final de cada ano, em

2007 ocorreu tal planejamento e pactuou-se as principais entregas através do Painel de

Controle na I Reunião Gerencial. (GUIMARÃES; CAMPOS, 2008)

Page 63: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

63

A agenda acompanhada pela Unidade de Gestão Estratégica consiste no filtro das entregas

pactuadas, somadas àquelas de maior valor para alta gerência: Governador e Vice-

Governador.

Para o acompanhamento da agenda estratégica, instituíram-se os Comitês de Resultado.

Os Comitês de Resultado são reuniões trimestrais nas quais são abordados riscos, gargalos,

atrasos e o andamento em geral dos projetos de uma determinada Área de Resultado. O

objetivo desta iniciativa é o alinhamento organizacional para que as entregas pactuadas

sejam realizadas no prazo e na forma anteriormente prevista.

Para as principais questões tratadas na reunião de Comitê são traçados Planos de Ação a

serem monitorados, que responsabilizam os executivos envolvidos na execução do projeto

para o provimento de soluções que melhorem a efetividade das ações previstas. Tais

soluções possuem um responsável definido, bem como o prazo para que sejam

executadas,contando com o auxílio da alta direção, se necessário, e devem ser apresentadas

ao Vice-Governador no Comitê subseqüente. (GUIMARÃES; CAMPOS, 2008)

Segundo Borges (2008), além das Reuniões de Comitê, que abordam os projetos

estruturadores de determinada área de resultado, são realizadas reuniões de menor

abrangência denominadas Pequenos Comitês, ou Petit Comitês. Nas palavras do autor:

É a reunião da alta gerência de caráter executivo e pontual, ou seja, seu

objetivo é encontrar uma solução adequada para um problema específico do

projeto em questão que impede a execução da estratégia governamental. O

produto principal do Petit Comitê são ações efetivas por parte dos altos

gestores das secretarias no sentido de resolver o problema em um prazo

determinado. (BORGES, 2008, p.64)

Outra vertente de atuação do EpR se dá através da Unidade de Indicadores. São dois os

principais objetivos desta unidade, conforme Guimarães e Campos (2008): consolidar um

Page 64: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

64

sistema de avaliação e aprimoramento dos indicadores finalísticos; desenvolver um efetivo

sistema de monitoramento e avaliação das políticas públicas mineiras em parceria com os

diversos órgãos do estado.

O primeiro desafio desta Unidade, segundo Guimarães e Campos (2008), foi a adequação

dos indicadores previstos no PMDI ao instrumento do Acordo de Resultados, que é

sucintamente, um mecanismo de incentivo aos órgãos do governo de Minas Gerais, através

do pagamento de prêmio por produtividade diretamente proporcional ao cumprimento das

metas pré-estabelecidas. Ocorria que alguns dos indicadores do PMDI não eram passíveis

de apuração anual, não possuíam forma de cálculo descrita, entre outras carências que

reduziam a funcionalidade dos mesmos para apuração dos resultados finalísticos, pactuados

no Acordo de resultados.

No sentido de melhorar a qualidade destes indicadores, a Unidade de indicadores trabalha

na revisão dos mesmos a cada ano, e no presente exercício foi publicado, como produto

deste aprimoramento, o Caderno de Indicadores 2009. Neste documento os então 106

Indicadores previstos no PMDI são revistos e aprimorados, aperfeiçoando-se também o

sistema de monitoramento e avaliação dos resultados finalísticos proposto na 2ª Geração do

Choque de Gestão. Conforme o Caderno de indicadores 2009:

apresenta-se o conjunto atual de 104 indicadores finalísticos revisado e

adequado ao monitoramento anual, organizado por Área de Resultados,

seguindo a lógica da concepção da estratégia de atuação do Governo. Esse

conjunto foi constituído sob a premissa de que todos os indicadores deveriam

ser passíveis de apuração anual, mesmo que com alguma defasagem

temporal. Dada a premissa, foram analisados os 106 indicadores elencados

no PMDI, buscando a maior aderência do conjunto de indicadores revisado

com a estratégia de longo prazo. (MINAS GERAIS, 2009d)

Quanto ao segundo objetivo da Unidade de Indicadores, as ações são realizadas em parceria

com outras entidades estatais, como a Fundação João Pinheiro, e consistem em avaliações

da qualidade das metas pactuadas pelo governo e dos impactos decorrentes da implantação

dos projetos estruturadores.

Page 65: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

65

A parceria EpR - FJP é também realizada na Pesquisa por Amostra de domicílios de Minas

Gerais - PAD, que permite traçar um panorama da configuração social do Estado como um

todo e obter informações sobre as regiões que carecem de informações sociais para uma

atuação que promova mudança em suas condições sócio-econômicas. Foi realizada ainda

Pesquisa de Controle de Qualidade do Serviço Público, em escala menor, como unidades

básicas de saúde e escolas, de modo a aferir a qualidade e adequação de seus equipamentos

sociais, visando a melhora nas grandes áreas da Educação e Saúde.

De modo a institucionalizar ações de monitoramento e avaliação, foi criado pelo Decreto

45029 de 29 de janeiro de 2009, o núcleo de Gestão Estratégica de Resultados. É composto

por membros da alta gerência, pelo Presidente da Fundação João Pinheiro; pelo Secretário-

Adjunto de Estado de Planejamento e Gestão; pelo Coordenador Executivo Adjunto do

Programa Estado para Resultados e pelo Coordenador Executivo do Programa Estado para

resultados, este sendo seu Presidente. Suas atribuições, conforme Decreto nº. 45029, são:

I - identificar iniciativas do Governo relacionadas ao monitoramento e à

avaliação de políticas públicas;

II - realizar análise crítica e validar o painel de resultados pactuados

pelo Governo do Estado de Minas Gerais;

III - implementar, por meio dos órgãos e entidades do Governo Estadual, a

realização de atividades ou pesquisas de monitoramento e avaliação de

políticas públicas;

IV - apoiar, quando solicitado por órgãos e entidades do Governo

Estadual, a realização de pesquisas para a avaliação de políticas públicas;

V - elaborar plano para a consolidação do modelo de gestão por

resultados em Minas Gerais, relativamente ao sistema de monitoramento

e avaliação;

VI - acompanhar o andamento das seguintes pesquisas e atividades de

monitoramento e avaliação:

a) Pesquisa por Amostra de Domicílios de Minas Gerais- PAD MG;

b) Avaliações de Impacto contratadas ou realizadas pelo Programa

Estado para Resultados - SEPLAG; e

Page 66: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

66

c) outras pesquisas ou atividades de monitoramento e avaliação

executadas no âmbito do Poder Executivo Estadual, a serem indicadas em

resolução do Programa Estado para Resultados - SEPLAG;

VII - consultar as Secretarias de Estado acerca das atividades ou das

pesquisas de monitoramento e avaliação em curso.

A terceira unidade componente da estrutura administrativa do EpR é a unidade de

Empreendedores. O cargo empreendedor público foi criado em 2007, como cargo de

provimento em comissão, e extingue-se em janeiro de 2011, assim como o Programa

Estado para Resultados. Os Empreendedores atuam no “apoio à coordenação das Áreas de

Resultado, na gestão de Projetos Estruturadores ou Associados e na gestão de Áreas

Estratégicas, podendo exercer suas atividades nos diversos órgãos e entidades da

Administração Pública.” (BERNARDI; GUIMARÃES, 2008, p.7)

Os empreendedores são selecionados de acordo com seu perfil e passam pelo Comitê de

Pré-Qualificação dos Empreendedores Públicos – COPEP, que seleciona o empreendedor,

através de avaliações técnicas e psicológicas, e o aloca na área de maior afinidade em

relação ao seu perfil. Para que se evite a alocação destes empreendedores em atividades

rotineiras dos órgãos estatais, existe um Plano de Trabalho que deve estar atrelado aos

objetivos estratégicos do governo mineiro, que proporciona uma parcela de remuneração

variável ao empreendedor. As ações deste plano de trabalho recorrentemente estão ligadas

às entregas e marcos dos projetos estruturadores, o que possibilita a atuação conjunta da

Unidade de Empreendedores, da equipe do projeto e da equipe do GERAES na

implementação da estratégia de governo.

Esta seção discorreu sobre os dois principais instrumentos criados para a consecução dos

objetivos propostos no Choque de Gestão em Minas Gerais. O primeiro deles é o GERAES

e tem como atribuição o monitoramento intensivo da carteira de projetos estruturadores. O

segundo instrumento, o Estado para Resultados, é uma iniciativa da 2ª Geração da reforma

mineira e dedica-se ao monitoramento e avaliação dos resultados expressos no Plano

Mineiro de Desenvolvimento Integrado.

Page 67: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

67

O Quadro 2 sintetiza os principais tópicos abordados nesta seção, a fim de tornar mais

claros os limites de atuação do GERAS e do EpR na condução das ações relacionadas aos

objetivos prioritários do governo.

Page 68: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

68

Quadro 2: Síntese da descrição dos programas GERAES e EPR

Fonte: Elaboração própria

Page 69: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

69

5.2 Caracterização dos Produtos Informacionais gerados pelo GERAES

Conforme Almeida (2008), produtos de informação caracterizam-se como instrumentos que

visam facilitar a percepção dos usuários em relação aos dados disponíveis para melhor

realização de suas atividades. (ALMEIDA, 2008)

No trabalho de monitoramento dos projetos estruturadores, é papel do GERAES gerar tais

produtos informacionais de modo a subsidiar a tomada de decisões da alta gerência e o

trabalho das unidades envolvidas com os projetos no sentido de fornecer-lhes informações

relevantes. É neste sentido que são produzidos e distribuídos o Agenda Positiva, o Painel de

Controle, o Plano de Ação e o Status Report, produtos informacionais gerados pelo

escritório de projetos do Estado de Minas Gerais.

A caracterização de tais produtos ateve-se a seis características descritas a seguir.

A primeira das características é o usuário direto ao qual o produto informacional é

destinado. A necessidade do usuário é determinante para a construção do produto de

informação. Conforme Choo (2003), tais produtos devem atribuir valor à informação e

voltar-se para “as condições padrões e regras de uso que tornam a informação significativa

para determinados indivíduos em determinadas situações”. (CHOO, 2003, p.405)

A segunda característica é o conteúdo informacional do produto. Avaliada a necessidade do

usuário é necessário provê-lo da informação que ofereça solução à sua problemática.

(ALMEIDA, 2008)

Outra característica analisada é o tipo de produto informacional, segundo a tipologia de

Assis (2008), ao qual o produto do GERAES se aproxima. São quatro as categorias da

tipologia de Assis (2008): Analítico, Estatístico, Noticioso e Referencial.

A caracterização consiste ainda na definição da periodicidade, do processo de comunicação

e das unidades envolvidas no uso dos produtos informacionais a serem caracterizados.

Page 70: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

70

O Agenda Positiva possui a característica única, dentre os produtos analisados, de ser

destinado aos cidadãos em geral. Não se trata, exclusivamente de um documento de trâmite

interno, mas visa tornar públicas as principais entregas do governo. É enviado

primeiramente à Comunicação do governo, para posterior disponibilização, bimestralmente,

por meio eletrônico, no site da SEPLAG.

Por ser um documento destinado ao público em geral, destacam-se como seus atributos

valorativos a acessibilidade, já que é disponibilizado em meio eletrônico sem qualquer tipo

de restrição ao acesso, e o envolvimento, por incluir, além da descrição sucinta da entrega,

imagens que ilustram os objetivos e metas do projeto.

Na tipologia de Assis (2008), enquadra-se na categoria de produto noticioso, por disseminar

as informações das tarefas cumpridas em cada projeto na forma de notícias. (ASSIS, 2008)

O Painel de Controle tem como usuários diretos a alta gerência e a equipe do projeto. A

necessidade de informação dos referidos usuários, no entanto, é distinta. A alta gerência

vale-se do painel de controle para verificar a cada trimestre o cumprimento das ações

estratégicas que compõem este produto.

À equipe do projeto o painel é de grande utilidade por indicar as tarefas às quais deverão

ser dedicados maiores esforços por terem sido considerados prioritários pelo governo.

São encaminhados aos gerentes dos projetos e Secretários de Estado por meio eletrônico.

Quanto ao tipo segundo Assis (2008) pode ser considerado um produto de informação

analítico. Almeida (2008) ressalta que produtos de informação analíticos são direcionados

aos gestores, destacando-se nestes produtos as informações mais importantes. (ALMEIDA,

2008)

É o que ocorre no Painel de Controle, que busca no Status Report os marcos de maior

importância e os consolida em um produto de informação destinado à alta gerência. Busca-

se, assim, garantir que as atividades fundamentais do projeto serão priorizadas através do

acompanhamento intensivo.

Page 71: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

71

O Status Report é notadamente o produto de maior relevância para o acompanhamento dos

projetos estruturadores. O Status Report expressa o desenvolvimento do projeto quanto aos

seus marcos, indicando possíveis atrasos, quanto à situação financeira e quanto ao

cumprimento de metas físicas.

Este produto é atualizado mensalmente em reuniões entre a equipe do projeto e o GERAES.

É arquivado fisicamente em cadernos que contêm os Status de todos os projetos

estruturadores, todo mês. É também armazenado pelo sistema de gerenciamento on-line,

cujo acesso é restrito aos técnicos do GERAES.

Além do GERAES e Equipe do projeto, o EpR é unidade envolvida no uso deste produto de

informação uma vez que em alguns projetos há a presença de um representante desta

unidade na reunião de Status, responsável por atuar em questões estratégicas do projeto,

como os planos de ação definidos nos Comitês de Resultado já tratados no capítulo

anterior.

É um produto de informação estatístico por trazer dados físico-financeiros que conforme

Almeida (2008) potencializam a tomada de decisão pelos gestores: “utilização deste tipo de

produto de informação exige maior abstração do usuário e subsidia tarefas no nível

gerencial”. (ALMEIDA, 2008, p. 36)

Assim como no Painel de Controle, destaca-se a sua aplicabilidade como atributo

valorativo, uma vez que ambos possibilitam o uso da informação para tomada de decisões

gerenciais.

O Plano de Ação é o produto de informação que instrumentaliza o gerenciamento de riscos. São

direcionados à equipe do projeto quando o risco é considerado tático ou operacional, sendo sua

contramedida possível através da atuação da equipe. Quando o risco vai além da ingerência da

equipe do projeto, e configura assunto estratégico, o Plano de Ação é encaminhado à alta

gerência.

O GERAES detecta os riscos através das reuniões mensais de Status Report, elaborando para os

mesmos um Plano de Ação. O EpR também elabora um Plano de Ação baseado nos riscos

Page 72: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

72

estratégicos discutidos nos Comitês das Áreas de Resultado, com a presença do vice-

governador.

É também um produto analítico, pois indica ameaças ao projeto e consolida dados para que seja

tomada uma contra medida pela equipe do projeto, ou pela alta gerência, dependo do nível que

o risco representa.

Por fim, apresenta-se como produto de informação referencial o Plano de Projeto. É o produto

criado a partir do planejamento dos projetos estruturadores, mas que é recorrentemente usado

durante o acompanhamento para o resgate das premissas iniciais do projeto. Por ser importante

como referência para o acompanhamento, resgatando a memória do planejamento quando

necessário, o Plano de Projeto foi caracterizado como referencial.

Destina-se à equipe do projeto, bem como aos técnicos do GERAES responsáveis pelo

acompanhamento do projeto. Embora seja elaborado ao final de cada ano, este produto de

informação é atualizado sempre que mudanças significativas ocorrem em seu conteúdo.

Conteúdo este composto por metas pactuadas, marcos, escopo do projeto, previsão de custos,

matriz dos responsáveis pelas ações do projeto, gerenciamento de riscos, dentre outros.

Davenport (1998) descreve o atributo valorativo da informação da oportunidade como

sendo uma característica que a torna apropriada, conveniente, em determinada situação da

organização.

O Plano de Projeto é oportuno na atividade de acompanhamento dos projetos uma vez que

representa a principal fonte de informação a ser consultada quando do surgimento de

incertezas relacionadas à concepção inicial do projeto, ainda que este já esteja em curso.

Cabe destacar que por tratarem-se de registros documentais, os produtos de informação

acima caracterizados devem prezar pelo atributo da exatidão, principalmente aqueles que

são base para formulação de outros produtos, como é caso do Status Report, que traz

informações acerca da execução dos projetos utilizadas no cálculo do desempenho das

unidades do governo para fins do Acordo de Resultados.

Page 73: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

73

Neste sentido, a SCGERAES tem percentual de erros detectados na entrega de seus

produtos e serviços como indicador pactuado no Acordo de Resultados, que como dito

anteriormente promove incentivos financeiros para o alcance de metas pelas unidades do

governo. A meta ser atingida em 2009 é o percentual nulo de erros.

O Quadro 3 sintetiza a caracterização dos produtos de informação do GERAES realizada

nesta seção:

Page 74: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

74

(1) Aproximação à tipologia de Almeida (2008)

Quadro 3: Caracterização dos produtos de informação gerados pelo GERAES Fonte: Elaboração própria

Page 75: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

75

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Estado de Minas Gerais, inserido no contexto das reformas administrativas no sentido da

modernização do setor público, implementou ações a partir de 2003, que, além do aumento

da eficiência, promoveram reduções significativas no déficit público. O movimento

reformista denominado Choque de Gestão incorporou à gestão pública mineira o

planejamento integrado de longo, médio e curto prazo, o qual alinha-se à proposta

orçamentária anual.

Com vias a materializar tais ações, foram criados os projetos estruturadores, projetos

prioritários para o alcance dos resultados objetivados nos instrumentos de planejamento. A

carteira de projetos estruturadores foi designada para acompanhamento pelo programa de

Gestão Estratégica dos Recursos e Ações do Estado – GERAES. A unidade responsável por

ser o escritório de projetos foi a Unidade de Apoio ao Gerenciamento de Projetos – UAGP,

através de metodologia específica, baseada no Guia PMBOK ®, buscou-se implementar

uma administração pública gerencial com foco em resultados, através da adoção de técnicas

de gerenciamento de projetos.

Atualmente a unidade que coordena o programa GERAES é a Superintendência Central de

Gestão Estratégica dos Recursos e Ações do Estado – SCGERAES.

O GERAES tem como objetivo transformar em resultados as estratégias de governo de

longo (PMDI), médio (PPAG) e curto prazos (LOA). Os vínculos entre tais instrumentos e

o programa permitem o alinhamento entre as ações médio-longo prazos e as ações de curto-

prazo, alinhamento este denominado Duplo Planejamento.

Na segunda geração do Choque de Gestão é criado o Estado para Resultados - EpR, cujo

foco são os objetivos estratégicos do PMDI e a avaliação dos resultados obtidos através da

estratégia desenhada em 2003, por meio de indicadores. Nota-se ao estabelecer um paralelo

entre o GERAES e o EpR, que as atribuições do primeiro relacionam-se à obtenção de

resultados através de mecanismos de incentivos à execução dos projetos estruturadores, o

EpR, por sua vez, auxilia no monitoramento destes projetos, mas caracteriza-se pela

Page 76: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

76

atribuição de avaliação dos resultados das políticas públicas implementadas pelo Executivo

Estadual. Os dois programas atuam de forma integrada na realização dos Comitês de

Resultados, no qual são apresentadas as ações estratégicas realizadas por ambas as

estruturas no âmbito dos projetos estruturadores e elaborados Planos de Ação para adoção

de medidas que auxiliam a consecução dos objetivos propostos em cada Área de resultados.

A fim de melhor descrever este arranjo complexo que envolve o monitoramento dos

projetos estruturadores esta monografia buscou mapear e caracterizar os produtos de

informação gerados neste monitoramento, além de caracterizar os produtos gerados pelo

programa GERAES.

Para tanto se fez necessária a revisão dos principais modelos genéricos de administração da

informação. A literatura destaca a importância especial nos processos de gerenciamento da

informação às etapas do uso da informação e da identificação das necessidades. Diante das

incertezas do ambiente organizacional é fundamental que o usuário encontre a informação

correta, de forma inteligível, para suprir a sua necessidade.

Conforme Choo (2003) os produtos de informação são os meios pelos quais agrega-se valor

às informações para que o usuário empreenda melhores ações em sua atividade. Diante da

importância do usuário em todo o processo de gerenciamento da informação, foram

também revistos na literatura, os atributos que conferem valor à informação que é

transmitida.

A revisão inclui também as tarefas chave, conforme Davenport (1998) para que as

demandas dos usuários sejam compatibilizadas com as informações disponíveis:

Condensação, Contextualização, Apresentação e Definição do meio. Tais tarefas

relacionam-se diretamente à função dos produtos de informação de agregar valor à

informação de modo a auxiliar a tomada de decisões pelos usuários.

A caracterização dos produtos de informação do GERAES considerou os usuários diretos

do produto informacional, seu conteúdo, a periodicidade em que este é disponibilizado, o

meio de comunicação e as principais unidades envolvidas. Tais características consolidam

as tarefas chave para o incremento valorativo da informação.

Page 77: MONITORAMENTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO …

77

Ainda na caracterização, foi utilizada a tipologia de Assis (2008), adaptada por Almeida

(2008), para a categorização da função à qual o produto de informação se destina.

Em caráter exploratório e descritivo, como descrito no capítulo referente à metodologia de

pesquisa, acredita-se que esse trabalho cumpriu seus objetivos ao descrever, em

consonância com a literatura acadêmica e pesquisa documental, o processo de reforma

implementado em Minas Gerais e as estruturas criadas para a difusão, gerenciamento e

monitoramento da mesma pelos órgãos e entidades do executivo estadual, particularmente

GERAES e EpR, diferenciando suas atribuições.

De modo específico foram caracterizados os principais produtos de informação gerados na

atuação do GERAES no exercício do monitoramento dos projetos estruturadores: O Status

Report, o Painel de Controle, o Plano de Ação, a Agenda Positiva e o Plano de Projeto.

Espera-se que o presente estudo possa contribuir para o avanço e disseminação da prática

da gestão de projetos, servindo como referência para consulta dos escritórios de projetos

que se desenvolvem nas Secretarias de Estado e diversos outros órgãos públicos estatais, a

exemplo a Polícia Civil.

O GERAES como escritório pioneiro no gerenciamento de projetos no Estado atua como

difusor destas práticas, sendo esta uma pesquisa que pode contribuir para que sejam criados

produtos de informação no âmbito interno das Secretarias, não somente para o

acompanhamento dos projetos estruturadores, como de suas outras atividades.

O que se tem, por fim, é a abertura para estudos futuros que envolvam a percepção dos

usuários sobre os produtos de informação utilizados no monitoramento dos projetos

estruturadores, através da técnica de entrevistas e levantamentos de campo, que não foi

abordada nesta monografia.

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78

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ANEXOS

ANEXO A - Status Report

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ANEXO B - Agenda positiva

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ANEXO C - Painel de Controle

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ANEXO D - Planos de Ação

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ANEXO E - Organograma SEPLAG