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Mês 05 Portal Caminhos de Ogum www.jornaldeumbandaportalcaminhosdeogum.blogspot.com.br [email protected] 1 Diretor responsável Caio Augusto Novidades, textos, eventos, matérias, tudo que você Umbandista procura.

Mês de maio de 2015

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Edição em homenagem a Oroiná!

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Diretor responsável Caio Augusto

Novidades, textos, eventos,

matérias, tudo que você

Umbandista procura.

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NOTA:

Comunicamos que, o Jornal de Umbanda

Sagrada Portal Caminhos de Ogum é um espaço

livre que altores enviam seus textos e trabalhos e

é comunicado a na mídia Umbandista, cada um

tem total responsabilidade por seu texto, então o

jornal em geral só si responsabiliza pela

montagem e divulgação!!!!! boa leitura.

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(Caio Augusto)

Oro Iná Oro Iná é o polo feminino da irradiação da Justiça, fazendo par com nosso Pai Xangô e

sua irradiação é consumidora por natureza, já representando seu elemento que é o ígneo.

Senhora do fogo e dos vulcões, era muito cultuada na África há muitos anos. Culto

este que caiu no esquecimento no Brasil, pois não é um pais conhecido por ter vulcões e

sempre seu culto esteve ligado ao pedido de proteção quanto as erupções.

Oro Iná significa “Fúria de Fogo” e representa com excelência sua qualidade consumidora de desequilíbrios no campo da justiça e dos vícios dos seres, uma vez que

entendemos que nos pares dos Orixás, sempre um trabalha amparando e um corrigindo. Logo, se Xangô dá o equilíbrio, qualquer forma de desequilíbrio deve ser corrigido por

Oro Iná.

ORO INÁ

A forma de atuação de Oro Iná é feita através de seu fator ígneo consumidor de todo desequilíbrio ou até mesmo atuando de forma contrária e resfriando o ser que

estiver sob sua irradiação até paralisar seus desequilíbrios.

Saudação à Oro Iná: "Kali Yê"

Dia da Semana: Quinta-feira

Cor da Guia: Laranja ou vermelho

Símbolo: Espada de fogo

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Oração a Ewa

Senhora do céu rosado Senhora das tardes enigmáticas

Senhora das nuvens carregadas

Esteira do arco-íris Senhora das possibilidades

Das vantagens e dos caminhos Do encantamento e da beleza

Da alegria e da felicidade Senhora das senhoras das brumas

Dissipe as nuvens dos meus caminhos ó poderosa princesa

Invoque as forças dos ventos a meu favor

Que a chuva me cubra de prosperidade Que sua coroa cubra meu destino

ó princesa-mãe do culto Que eu seja o seu filho perdido

e bendito e suas graças Que a névoa que existe hoje

em meus passos Seja límpida no amanhã!

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Que assim seja!!

curta: https://www.facebook.com/t.u.portalcaminhosdeogumebaianoseverino

(Caio Augusto)

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(Douglas Elias)

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(Orlando Garcia)

A noite estava linda, a lua cheia e estrelas povoavam o céu, o barulho de cavalos e carroças que a cada vez aumentava mais ia me inquietando.

Havia um boato que os portugueses procuravam negros para serem levados ao Brasil; a dificuldade de arrumar negros escravos a cada dia ficava mais difícil. Em Angola negro que tinha profissão não era levado,

mas naquela noite ninguém teve perdão, homens, mulheres e mesmo crianças, todos foram levados, só ficaram alguns que devido a idade não suportariam a viagem. Permanecemos três dias trancados no porão do navio, esperando completarem a lotação. O cheiro de suor e o fedor de fezes e urina estava insuportável, mas a dor e as lágrimas eram piores.

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Durante o percurso negros eram usados na limpeza e

nos remos até a exaustão; vi mãe com criança no colo se jogando em alto mar, para colocar fim em sua agonia. Muitos perderam a vida e foram jogados ao mar. Chegamos ao Brasil por volta de 1820 na região onde hoje é Prado - Bahia, fomos lavados e colocados em uma praça pública como mercadoria; em nosso redor senhores e senhoras bem vestidos nos olhavam de cima a baixo e cada um apontava aqueles que lhe interessavam, até que chegou minha vez. Fomos em

seis comprados pelo senhor Antônio dono da Fazenda São Francisco, e conhecemos quem seria nosso proprietário daquele dia em diante. Na fazenda fomos batizados num rio que cortava as terras do meu senhor, como era feito naquela época o batismo católico, eu que chamava Kapiñgala (pois era filho único) e o significado do meu nome é Herdeiro, passei a me chamar Joaquim. Para nós Angolanos não houve dificuldade com a língua porque convivíamos com os portugueses já

algum tempo, mas como havia outros negros de outras regiões demoramos um pouco até compreender a todos. A fazenda estava mudando seu plantio de café para algodão; trabalhei ali muitos anos. Me apaixonei por Quitéria e tivemos seis filhos sendo cinco homens e uma mulher, apenas dois vi crescer, os demais foram vendidos ainda muito pequenos, apenas Malaquias e Damião ficaram na fazenda. Já velho e com o boato do fim da escravidão perdi minha companheira para uma febre que mesmo com

todas as minhas ervas não consegui vencer. Algum tempo depois houve uma fuga em massa comandada por Zeferina uma negra que brigava feito homem, muitos negros fugiram para o quilombo do Urubu; diziam que o local era bonito e tinha até lagoa, eu e o velho Guiné não conseguimos acompanhar os mais novos. Malaquias quis ficar para nos ajudar, mas eu e Guiné não deixamos e falamos para ele que se salvasse, pois era novo, nós que já

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éramos velhos, nos escondemos numa cachoeira do

rio Caí. Lá fiquei até meu desencarne. Vivemos ali muitos anos, não sabíamos o caminho correto do quilombo e o medo de ser achado pelos cachorros e pelos capitães do mato impedia que os dois velhos se arriscassem, porém nas grutas da cachoeira os cães perdiam o faro e estávamos protegidos. Chegamos até a fazer amizades com quem ali vinha se banhar, até branco vinha conosco se aconselhar, ou procurar remédio para suas doenças com as ervas que conhecíamos ou mesmo para uma boa conversa.

Eu tinha um caroço no pescoço que a cada dia crescia mais, mal eu conseguia comer e aos poucos fui ficando fraco até que não mais levantei das folhas que me serviam de cama, lembro que falei para meu amigo Guiné, "vai meu velho você não tem mais nada a perder, procure nosso povo e viva com eles até nos encontrarmos novamente". E numa noite fria, vi do alto meu corpo deitado nas folhas e uma luz muito forte pôs fim as minhas dores.

Hoje sob a Cachoeira de minha mãe Oxum ainda dou os meus conselhos e minhas mirongas, usando como instrumento meu filho...... SALVE MINHA MÃE OXUM... SALVE MEU PAI OXALÁ.... SALVE AS ALMAS..... Orlando Garcia (Sacerdote da Tenda de Umbanda Pai Cipriano das Almas)

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(Glauco Mariani)

O dia 13 de maio na Umbanda é dedicado aos Pretos-Velhos

“data em que foi assinada a Lei Áurea” (libertação dos

escravos). Entidades de luz que são muito conhecidas e

procuradas nos inúmeros terreiros existentes no Brasil. Esses

espíritos que hoje voltam nessa “roupagem espiritual”, assim o

fazem pela evolução e nobreza de espírito que atingiram através

dos séculos e receberam esse grau de Pretos-Velhos.

Infelizmente o período que estes espíritos viveram na matéria

(encarnados), foi de muito sofrimento conhecido como época da

escravidão, onde seres humanos eram tratados como

mercadorias e vendidos dessa forma, até mesmo tinham um

valor diferenciado, por exemplo, escravos mais velhos tinham

um valor de venda inferior em relação aos escravos mais jovens

e mais fortes.

Nessa época navios de vários países entravam no continente

africano e arrancavam a força de suas tribos os povos, a fim de

trazê-los a outros países, inclusive o Brasil para trabalhos

forçados. Homens, mulheres e crianças. O transporte era feito

da África para o Brasil nos porões dos navios negreiros.

Amontoados e em condições desumanas, muitos morriam antes

de chegar e seus corpos eram jogados ao mar. As mulheres

também foram escravizadas, porém os senhores de engenho

utilizavam esta mão de obra, mais para trabalhos domésticos

(cozinheiras, arrumadeiras e amas de leite).

Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro, os escravos

eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam de sol a sol

e recebiam como vestimentas apenas trapos e uma alimentação

de péssima qualidade. Dormiam em locais conhecidos como

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“senzalas” (espécies de galpões escuros, úmidos e sem

higiene), passavam a noite acorrentados e deitados em esteiras

de palha e muitas vezes no chão.

Muitos filhos de fé já escutaram relatos de Pretos-Velhos a

respeito dessa época e devido a sua nobreza de espirito, os

relatos não contém ódio nem mágoa por parte dessas

entidades.

Os nossos amados Pretos-Velhos são exímios conhecedores de

ervas, banhos, rezas que muito nos ajudam em nosso equilíbrio

espiritual.

Na época da escravidão, eram proibidos de praticar sua religião

de origem africana, realizar festas e rituais. Eram obrigados

pelos senhores de engenho a seguir a religião católica, bem

como adotar a língua portuguesa na comunicação. Porém

mesmo proibidos, realizavam escondidos seus rituais, festas,

representações artísticas, dessa forma evitando que sua cultura

fosse esquecida.

Antes de embarcarem nos navios negreiros, os escravos eram

obrigados a dar nove voltas em uma árvore que tinha na África,

conhecida como árvore do esquecimento, para que suas raízes

e crenças fossem esquecidas, mas não adiantou!

Quem nunca chorou ao conversar ou abraçar um Preto-Velho?

Que já sentiu a própria mágoa transformar-se em amor?

Essas são perguntas que nos fazemos, pois essas entidades

representam a humildade, força de vontade, a resignação, a

sabedoria, o amor e a caridade.

Os Pretos-velhos são nossos Guias ou Protetores. Usam branco

ou preto e branco, bem como a Guia de Lágrima de Nossa

Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem

dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de

encontrar na época.

Não se pode dizer que são todos Pretos-Velhos da escravidão.

Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas

vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos,

ricos, pobres, iluminados, etc. Mas, para ajudar aqueles que

necessitam, escolheram ou foram escolhidos para voltar à Terra

na linha de Preto-Velho.

Entenda que: O espírito que evoluiu tem a capacidade de

assumir qualquer forma, pois ele é energia viva e conduzente de

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luz, a forma é apenas uma consequência do que eles têm a fazer

na Terra.

Oração aos Pretos Velhos

Preto Velho

Carreteiro de Oxalá

Bastão bendito de Zâmbi

Mensageiro de Obatalá

Meu pensamento eleva-se ao teu espírito e peço Agô.

Que tuas guias sejam o farol que norteia a minha vida,

Que vossa pemba trace o caminho certo para todos os meus

atos,

Que vossas palavras, tão cheias de compreensão e bondade,

iluminem a minha mente e o meu coração,

Que o teu cajado me ampare em meus tropeços.

Ontem te curvastes aos senhores…

Hoje, ajoelho-me aos teus pés pedindo que intercedas junto a

Oxalá por mim e por todos que neste momento clamam por vós.

Maleme e paz sobre o meu lar e que a luz divina de Obatalá se

estenda pelo mundo,

E que o grito de todos os Orixás seja o sinal de vitória sobre

todas as demandas da minha vida.

Maleme as almas.

Maleme para todos os meus inimigos, para que saiam do

negrume da vingança.

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E encontrem fonte fecunda e clara do amor e caridade.

(Jean de Ògún)

O Ajeun

O Ajeun é um repasto comunal realizado no fechamento da

kizomba em homenagem aos Inkises ou Orixás em suas datas

ou também nas “saídas de santo” nos candomblés e também

nas Umbandas Africanistas ou Umbanda cruzada com

“nação”. O Ajeun pode ser realizado com partes das

“obrigações de santo” (na maioria das vezes), mas também

pode ser realizado na forma de um jantar típico (com comidas

tradicionais) ou de maneira mais simples (uma feijoada),

quando o candomblé ou a umbanda africanista ou umbanda

cruzada com “nação” comemora algum tipo de evento social.

O Ajeun em que vão partes de uma “obrigação de santo” é

consumida pela comunidade do terreiro (sacerdotes, filhos

(as) e a comunidade de convidados e da própria assistência).

O formato de servir este Ajeun pode variar conforme a

ocasião, dependendo exclusivamente do olhar (administrativo)

do pai ou mãe de santo ou de seu responsável direto, logo

abaixo, dentro desta hierarquia, o pai ou mãe pequena ou

diretor (a), presidente responsável direto pelo terreiro. Pode

ser servido em uma sequência de esteiras que vão ao chão e

por cima se colocam as vasilhas ou panelas com os alimentos,

com banquinhos nas laterais das esteiras e ao qual vão

sentadas as filhas da casa mais velhas e que tem a famosa

“Mão de Pilão” e ajudaram no preparo destes alimentos.

Desta forma vão ser servidos em primeiro lugar obedecendo a

hierarquia do terreiro, o pai ou mãe de santo, depois o pai ou

mãe pequena, os filhos (as) mais antigos da casa, os mais

novos e por fim a comunidade. As filhas e filhos também

colaboram na hora da distribuição dos pratos já montados

pelas filhas mais antigas que estão servindo este Ajeun. Esta

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forma de servir o Ajeun é a mais tradicional e muito bonita de

se ver, onde o que impera é a tradição, mas também o que

prevalece é a decisão do pai, mãe ou outro dirigente

responsável que tem que organizar o tempo disponível no

terreiro dedicado aos Inkises/Orixás. Para realizar a kizomba

ou a festa/gira em homenagem aos Inkises/Orixás, o terreiro

começa alguns dias antes, quando tem início a decoração do

salão de festas e também a própria “obrigação” será realizada

antes. Por isto, dependendo da ocasião (influi uma porção de

fatores externos), o Ajeun pode ser também ser servido em

mesas e cadeiras destinada para este fim, ou montado em uma

mesa grande tipo (buffet), onde a assistência se serve ou é

servido (as) pelos filhos (as) ou também os pratos podem vir

montados diretos da cozinha de santo ou rifula e servidos

diretamente aos convidados e assistência pelos filhos (as). Só

obedece a hierarquia quando é feito na esteira

(obrigatoriamente, como manda a tradição), nas outras

prevalece a vontade do pai ou mãe, ou pai ou mãe pequena ou

também diretores ou presidentes responsáveis. Também

prevalece a vontade do dirigente do terreiro, quando é

realizado o Ajeun na esteira (de forma tradicional), pois pode

acontecer uma mudança na hora de montar ou de servir, mas

então qualquer mudança vai tirar a característica do

tradicional. Então, fica aqui um apelo, para que se possível,

seja realizado o Ajeun na forma tradicional sem mudanças (se

possível…), pois é pela tradição que tem de ser preservada,

que fazemos este apelo, mas também entendemos uma porção

de motivos para que seja feita a mudança de última hora

pelos responsáveis.

contatos: [email protected]

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(Hugo Lapa)

Se você perdeu oportunidades, isso não significa que você seja um perdedor. Se você se sentiu oprimido e desistiu de algo, isso não significa que você seja um fraco. Se você está se sentindo cansado, isso não significa que você seja preguiçoso. Se você se irrita de vez em quando, isso não significa que você seja nervoso e descontrolado. Se você não conseguiu realizar o que gostaria, isso não significa que você seja um fracasso. Se você se enganou, se deixou levar ou manipular, isso não significa que você seja sugestionável. Não se julgue, não se defina, não permita que outros ou você mesmo se rotule. O rótulo autoimposto é um fracasso maior do que o fracasso. Aqueles que acreditam nos rótulos acabam por experimenta-los em si mesmos e no mundo. De tanto acreditar tomamos medidas, até inconscientes, de concretizar esse mecanismo psíquico. As pessoas sempre são muito mais do um breve momento; A vida é sempre mais vasta do um período de tempo ou uma época. Há sempre infinitas possibilidades de se fazer, refazer, aprender , recomeçar e viver. Definir é dar fim, é limitar, é restringir, é demarcar algo que, em essência, não aceita divisões. Para que estabelecer fronteiras se a vida sempre segue seu curso? Hoje estamos enfraquecidos, mas amanhã soerguemos nossa alma. Sofremos até aprendermos a não mais sofrer; Caímos até aprender a não mais cair; Perdemos até aprender que nada se perde, tudo se transforma. Não transforme uma situação de momento numa realidade perene.

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Não confunda uma ação com o ser que você é. Ações são apenas um pequeno sinal o nosso estado de espírito num dado instante. Mas o nosso ser essencial não aceita qualquer limite, Nossa essência é infinita, eterna e incognoscível.

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Galerinha vagas abertas para novos colaboradores e apresentadores para fazer parte da nossa equipe seja você mais um guerreiro desse Portal, contate via e-mail : [email protected] ou via face gratidão

Maria Aparecida C Linares

13 de Maio => Feliz Aniversário

FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE "ABC"

Neste dia 13 de maio de 2015, a FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC

completa 43 anos de atividades. São 15.965 dias de trabalhos em prol da comunidade

umbandista. Um trabalho prazeroso e dignificante, porém árduo e contínuo.

A frente desse trabalho como um maestro emocionado, Pai Ronaldo Linares empunhou

"sua batuta" orientando o trabalho dos funcionários, bem como o daqueles que junto

dele, e de forma altruísta, transformaram a FUG."ABC" na instituição de referência

que é hoje, quando chegamos a 2.315 Templos de Umbanda devidamente registrados

em cartório.

Em 1.972 a situação da Umbanda e do umbandista no Brasil era muito diferente da

que encontramos hoje que, apesar das ocorrências em casos isolados, (muito mais por

uma minoria religiosa do que pela sociedade), de forma geral a religião e seus

praticantes tem sido muito melhor aceitos e respeitados. Os encontros inter-religiosos

têm sido preponderantes para a aproximação dos diversos credos. Excetuando-se uns

poucos grupos religiosos que não conseguem se livrar de preconceitos religiosos

praticando atos vergonhosos (não só com as religiões de matrizes africanas, mas,

principalmente com elas), vários eventos tem sido realizados com a presença de líderes

religiosos diversos com total e excelente integração. Em seu discurso de posse Papa

Francisco mencionou a importância dos diálogos inter-religiosos. Mas, em 1.972, puxa

vida, era muito diferente. Pai Ronaldo, assim como outros umbandistas, enfrentaram

inúmeras dificuldades e preconceitos.

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Ainda em 1972 a conferência das Nações Unidas reuniu-se na Suécia com o objetivo de

conscientizar a sociedade a melhorar sua relação com o meio ambiente visando atender

as necessidades da população atual sem comprometer as gerações futuras. Era a

primeira atitude mundial com essa finalidade, pois até então acreditava-se que o meio

ambiente era uma fonte inesgotável. Chamou-se Conferêcia de Estocolmo. Em 13 de

maio do mesmo ano, em sua criação, a F.U.G.A’BC’ já tinha como missão:

O desenvolvimento da solidariedade;

A preservação dos valores morais da nacionalidade;

A difusão de ideias que possam induzir a cooperação e a consolidar a

paz;

A melhora da comunidade pela condução exemplar de cada um na sua

vida pública e privada;

A Assistência Social pelos meios a seu alcance e os que puder motivar;

A preservação ambiental e

O civismo.

Em 2007 a Revista Espaço Acadêmico – Nº 73 – junho/2007 traz um artigo de Antonio

Ozaí da Silva sobre o filme ‘O pagador de promessas’ de 1962 (baseado na peça de Dias

Gomes) e intitulado: “PRECONCEITO E INTOLERÂNCIA RELIGIOSA EM O

PAGADOR DE PROMESSAS”.

“(…) Se considerarmos a sua sociedade enquanto uma realidade contraditória e em movimento, é possível rompermos com o determinismo de cunho político e economicista. Se a sociedade modela o indivíduo e determina os limites da sua ação, este, por ser agente histórico e ativo, também pode influir sobre os rumos da sociedade. Assim, a intolerância e o preconceito não são fixos e naturais, mas algo que interage com os diferentes contextos sociais. Diferentes épocas podem dificultar ou favorecer sua manifestação. E, mesmo em tempos sombrios, sempre há indivíduos cujas posturas contribuem para o questionamento e superação da intolerância, ainda que sejam minoritários e talvez não se façam ouvir. A peça de Dias Gomes é uma contribuição fundamental para que possamos pensar as relações entre as diversas religiões e a necessidade de desenvolvermos meios e comportamentos que favoreçam a tolerância religiosa. Pois, mesmo hoje os novos cruzados semeiam os ventos da intolerância. Os tempos são outros, mas o acirramento da competição no mercado de salvação das almas termina por reproduzir as pequenas e grandes inquisições que opõem o bem ao mal. A demonização da religião considerada como concorrente ainda é um recurso muito utilizado. Na sociedade em tempos de globalização parece acirrar-se a intolerância religiosa. No tempo presente, apesar de toda a sua evolução social e tecnológica, persistem o preconceito e a intolerância expressados na obra dos anos 1960. São renitentes e revitalizados não apenas por setores da Igreja Católica, mas também por outros grupos religiosos vinculados ao neopentecostalismo. Como ressalta Prandi: “O neopentecostalismo leva ao pé da letra a idéia de que o diabo está entre nós, incitando seus seguidores a divisá-lo nos transes rituais dos terreiros de candomblé e umbanda. Pastores da Igreja Universal do Reino de Deus, em cerimônias fartamente vinculadas pela televisão, submetem desertores da umbanda e do candomblé, em estado de transe, a rituais de exorcismo, que têm por fim humilhar e escorraçar as entidades espirituais afro-brasileiras incorporadas, que eles consideram manifestações do demônio” (PRANDI, 2004: 229). Esses e outros contendores fazem o papel que a polícia cumpriu em relação aos cultos afros e “fazem da perseguição às crenças afro-brasileiras um ato de fé, o que se pode testemunhar tanto no recinto fechado dos templos como no ilimitado e público espaço da televisão e do rádio” (id.). Antes, o braço do Estado fazia o papel de guardião das “boas” religiões, em especial o catolicismo. Agora são, predominantemente, os novos cruzados, através de poderosos meios de comunicação, que cumprem este papel. Expressa uma intolerância

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ainda mais intensa, pois nasce e se alimenta na própria sociedade e se pretende cumprir a função purificadora do bem contra o mal. Com efeito, a demonização do outro é um recurso importante não apenas para ganhar adeptos, mas também para purgar culpas. Se a arte expressa a realidade, ela permanece atual.”

O tempo foi passando e muito se conquistou em relação a respeito para nossa religião.

Atualmente o Santuário Nacional da Umbanda é procurado por alunos das mais diversas

áreas acadêmicas para trabalhos de conclusão de cursos, para teses de pós, mestrado ou

doutorado. Os temas são diversos mas o fim é o mesmo: levar ao público leigo a filosofia da

religião para a desmistificação de seus rituais. Não sabemos ainda se algum dia estaremos

totalmente livre de preconceitos, já que, como o autor do artigo menciona: “a intolerância e o preconceito não são fixos e naturais, mas algo que interage com os diferentes contextos sociais. Diferentes épocas podem dificultar ou favorecer sua manifestação”, mas sabemos

que sua intensidade sempre tenderá a diminuir.

Um dos orgulhos da FUG."ABC" é a Casa de Pai Benedito de Aruanda – Templo-sede

da Federação Umbandista do Grande "ABC". Inaugurada também na década de 70, foi um

acontecimento na cidade o assentamento da pedra fundamental coroada com uma enorme

queima de fogos numa ensolarada manhã de domingo.

A FUG."ABC" é a mantenedora do SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA e

responsável pela sua transformação. Pai

Ronaldo orgulha-se de dizer que não recebe

nenhuma ajuda financeira municipal, estadual

ou da União. Sempre que tem oportunidade

exalta a participação da família umbandista

nesse processo, sendo os usuários (através da

portaria e da locação das áreas) e os filiados

(através das mensalidades) responsáveis pelo

progresso e benfeitorias no local.

Desde sua inauguração Pai Ronaldo nunca

deixou de melhorar a infraestrutura para

que os usuários tivessem um local

adequado para seus trabalhos e práticas

espirituais.

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A data de fundação da Federação não foi apenas uma coincidência, mas escolhida por

ser um dia de alegria e de muita comemoração, pois, 13 de maio é o dia dos PRETOS

VELHOS, entidades sábias, experientes e benfazejas. Sempre têm a palavra certa para

nos confortar e nos enchem de forças com seus olhares puros e quando seguram nossas

mãos com as suas tão calejadas, nos deixam confiantes e com boas vibrações.

A história da FUG."ABC" começou há 43 anos e, a pelo menos há 36 faço parte dessa

família, portanto se eu tivesse que escolher uma música que traduzisse essa trajetória

eu escolheria A GUERRA DOS MENINOS (de Roberto Carlos), pois é a tradução da

luta daqueles que vivem para o bem, que se entregam, que doam suas almas, seus

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braços e suas vozes para que todos caminhem para um mesmo fim: o amor de Oxalá,

incondicional, sem cobranças e sem distinção.

Vejam a letra e digam se não concordam comigo!

Hoje eu tive um sonho que foi o mais bonito Que eu sonhei em toda a minha vida

Sonhei que todo mundo vivia preocupado Tentando encontrar uma saída

Quando em minha porta alguém tocou Sem que ela se abrisse ele entrou

E era algo tão divino, luz em forma de menino Que uma canção me ensinou

Tinha na inocência a sabedoria Da simplicidade e me dizia

Que tudo é mais forte quando todos cantam A mesma canção e que eu devia

Ensinar a todos por ali E quantos mais houvessem para ouvir

E a fé em cada coração, na força daquela canção Seria ouvida lá no céu por Deus

E saí cantando meu pequeno hino Quando vi que alguém também cantava

Vi minha esperança na voz de um menino Que sorrindo me acompanhava

Outros que brincavam mais além Deixavam de brincar pra vir também

E cada vez crescia mais aquele batalhão de paz Onde já marchavam mais de cem

De todos os lugares vinham aos milhares E em pouco tempo eram milhões Invadindo ruas, campos e cidades Espalhando amor aos corações Em resposta o céu se iluminou

Uma luz imensa apareceu Tocaram fortes os sinos, os sons eram divinos

A paz tão esperada aconteceu Inimigos se abraçaram e juntos festejaram

O bem maior, a paz, o amor e Deus

Page 28: Mês de maio de 2015

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