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PALAVRA DO PáROCO Nos passos de Jesus www.paroquiadapompeia.org.br/ [email protected] TIRAGEM: 3000 - DISTRIBUIçãO GRATUITA Periodicidade: mensal - Circulação: Zona Leste - Ano: XVIII - Edição de março de 2015 Anunciação do Senhor: O sim de Maria Página 3 Quando falamos em Semana Santa, falamos exatamente de que? O que nos remete essas palavras? O que elas representam em nossa caminhada de fé? O que devemos fazer diante desse itinerário que nos recomenda santidade? Com essas interrogações, con- vido você, caro leitor e paroquiano, a pensar, refletir, rezar e viver in- tensamente a Semana Santa. Fazer dela um programa de busca atenta aos apelos da liturgia e aos sinais dos tempos, nos passos de Jesus, contribuindo assim, para que você mesmo, o outro, a comunidade e a sociedade possam vislumbrar um novo mundo. Um mundo cheio de esperança, paz e alegrias! A Semana Santa é o ponto alto do ano litúrgico. A espiritualidade da mesma perpassa o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, o sa- cramento da reconciliação, a Quinta- feira Santa, a Sexta-feira da Paixão, o Sábado de Aleluia, a Vigília Pascal e o Domingo da Ressurreição. A liturgia da Semana Santa, por- tanto, ajuda-nos a permitir que Je- sus entre em nossas vidas. Que nela acompanhemos o Mestre no amor- sofrimento e aprendamos dele a confiar em Deus, que transforma a morte em ressurreição. Que possa- mos, com o coração aberto e gene- roso, percorrer os passos de Jesus e com Ele ressurgir para uma nova vida, para construirmos, de fato, um mundo de irmãos! São José e a importância de um pai terreno Página 3 Fase dois da catequese escolar: o curso de catequese Página 7 18 de março: Dia Internacional da Mulher Página 6 Frei Romero José da Silva, OFMCap Semana Santa: caminho do discípulo

Março de 2015

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Page 1: Março de 2015

palavra do pároco

Nos passos de Jesus

www.paroquiadapompeia.org.br/ [email protected]

Tiragem: 3000 - disTribuição graTuiTaPeriodicidade: mensal - Circulação: Zona Leste - ano: XViii - edição de março de 2015

anunciaçãodo Senhor: o sim de Maria

página 3

Quando falamos em semana santa, falamos exatamente de que? o que nos remete essas palavras? o que elas representam em nossa caminhada de fé? o que devemos fazer diante desse itinerário que nos recomenda santidade?

Com essas interrogações, con-vido você, caro leitor e paroquiano, a pensar, refletir, rezar e viver in-tensamente a semana santa. Fazer dela um programa de busca atenta aos apelos da liturgia e aos sinais dos tempos, nos passos de Jesus, contribuindo assim, para que você mesmo, o outro, a comunidade e a sociedade possam vislumbrar um novo mundo. um mundo cheio de esperança, paz e alegrias!

a semana santa é o ponto alto do ano litúrgico. a espiritualidade da mesma perpassa o domingo de ramos e da Paixão do senhor, o sa-cramento da reconciliação, a Quinta-feira santa, a sexta-feira da Paixão, o sábado de aleluia, a Vigília Pascal e o domingo da ressurreição.

a liturgia da semana santa, por-tanto, ajuda-nos a permitir que Je-sus entre em nossas vidas. Que nela acompanhemos o mestre no amor-sofrimento e aprendamos dele a confiar em deus, que transforma a morte em ressurreição. Que possa-mos, com o coração aberto e gene-roso, percorrer os passos de Jesus e com ele ressurgir para uma nova vida, para construirmos, de fato, um mundo de irmãos!

São José e a importância deum pai terreno

página 3

Fase dois dacatequese escolar:o curso de catequese

página 7

18 de março:dia Internacionalda Mulher

página 6

Frei Romero José da Silva, OFMCap

Semana Santa:caminho do discípulo

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2informativo da Paróquia - Nossa sra. do rosário de Pompeia - Frades Capuchinhos - março de 2015

pároco: Frei romero José da Silva, oFMcap

pastoral da comunicação – pascom:anderson penaandréa Matosdavid José Gonçalves Tierro ramosdébora cristina de o. drumond e SouzaFrei Glaicon Givan da rosa, oFMcapFrei Márcio José da Silva, oFMcapFrei romero José da Silva, oFMcapGuilherme augusto Santos oliveiraMaria Madalena loredo Neta

Endereço: rua Iara, 171 - pompeiaBelo Horizonte - MG

Telefone: (31) 3889 4980

E-mail: [email protected]

Site: www.paroquiadapompeia.org.br

arte e impressão: Fumarc Gráfica

os artigos assinados não representam, neces-sariamente, a opinião do jornal.

o Jornal o rosário reserva-se o direito de edi-tar os materiais recebidos.

ExpEdIENTE ErraMoS

o artigo “Quarentena

de exercícios”, publicado

na página 5, na edição de

fevereiro, é de autoria do

Frei Prudente Nery, e não

do Frei márcio.

rEFlExÃo E doaÇÃoa Quaresma é o tempo de

refletirmos sobre nossa vida, nossas ações e, sobretudo, so-bre o quanto temos buscado se-guir os passos de Jesus e o seu exemplo de amor ao próximo.

sua contribuição é muito importante para que a Pastoral da misericórdia continue assis-tindo, mensalmente, 60 famílias em situação de vulnerabilidade social, com a entrega de cestas básicas. em março, estão faltan-do, principalmente, óleo e café.

as doações podem ser entregues nas celebrações eucarísticas ou na secretaria Paroquial.

com fé, restaurandoa casa da mâe.

a creche grazia barreca Castagna convida a comunidade da Pompeia a conhecer suas instalações e apadrinhar uma criança. as contribuições, de qualquer valor, podem ser feitas por meio de depósito em conta corrente (banco do brasil, agência 3494-9, conta 12.735-3) ou pagamento de carnê. os padrinhos também podem doar material escolar.

rua cel. otávio diniz, 14, vila São rafael – pompeia – Belo Horizonte

Banco Itaúagência: 0587conta: 15088-9

Matriz Nossa Senhora do rosário de pompeiaHorário: segunda, às 7h; de terça a sábado, às 7h e 19h;domingo, às 7h, 9h e 19hEndereço: rua Iara, 171 - Pompeia

comunidade São Judas TadeuHorário: domingo, às 19h; dia 28 de cada mês, às 8h e 20hEndereço: rua Iara, 727 - Pompeia

capela Nossa Senhora aparecidaHorário: sábado e domingo, às 18hEndereço: rua Violeta, 555 - Esplanada

capela Nossa Senhora da abadiaHorário: quarta e sábado, às 19h; domingo, às 9hEndereço: praça da Abadia, s/nº - Esplanada

comunidade São rafaelHorário: domingo, às 10hEndereço: rua Raimundo Venâncio da Silva, 15 - Santa Efigênia

celebraçõesEucarísticas

- MarÇo -

FaÇa parTE

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3informativo da Paróquia - Nossa sra. do rosário de Pompeia - Frades Capuchinhos - março de 2015

No dia 25 de março, na última quarta-feira do mês, exatamente nove meses antes do Natal, ce-lebramos a solene visita do anjo gabriel à Virgem maria, quando ele lhe diz que deus a escolhera para ser a mãe do menino deus que iria nascer. o senhor foi anunciado! Que melhor notícia a humanidade poderia receber? e junto à anunciação, celebramos também o grande mistério da encarnação do Verbo divino que se fez carne e veio habitar entre nós. É uma solenidade mariana, mas também cristológi-ca, pois Cristo é o centro dessa mensagem.

sabemos que esses mistérios começaram a ser celebrados liturgicamente depois da construção da basílica constantiniana sobre a casa de maria, em Nazaré, no século iV. a celebração se tornou comum no oriente e no ocidente uns trezentos anos depois da construção daquela igreja. e, du-rante mais de mil anos, essa solenidade teve, so-bretudo, caráter mariano, mas o beato Papa Paulo Vi devolveu-lhe o título de “anunciação do se-nhor”, repondo o seu caráter predominantemente cristológico. em síntese, trata-se de uma celebra-ção que, como já afirmamos, era e é festa de Cris-

to e da Virgem maria: do Verbo que se torna filho de maria, e da virgem que se torna mãe de deus, como nos ensina a Patrística (filosofia cristã).

Lemos no evangelho desta solenidade (Lc 1, 26-38) que no momento da anunciação, através do anjo gabriel, deus expõe a maria os seus desígnios. e maria, livre, consciente e generosamente, aceita a vontade do senhor a seu respeito, realizando-se as-sim o mistério da encarnação do Verbo. Nesse mo-mento, com efeito, a segunda pessoa da santíssima Trindade começa a sua existência humana. o Filho de deus faz-se “Filho do Homem”, nomenclatura usada por Jesus, para se referir a ele mesmo, e tam-bém usada com fartura pelo Primeiro Testamento, sobretudo pelos profetas.

o “sim” de maria, dado na anunciação, permitiu que o deus altíssimo se tornasse o “deus conosco”, emanuel, conforme lemos na primeira leitura da missa da solenidade, tirada do profeta isaías (is 7, 10-14; 8, 10).

Ismar Dias de Matos, professor de filosofia e

cultura religiosa na PUC Minas E-mail: [email protected]

aNuNcIaÇÃo do SENHor

o sim de Maria17 dE MarÇo: dIa dE SÃo JoSé

Como é ter um filho especial? Como é saber que seu filho será diferente dos demais? muitos pais re-cebem essa notícia com angústia e medo. José da galileia, carpinteiro, temente a deus, amava maria, sua jovem noiva, e dela recebe a notícia: um bebê estava em seu ventre, um sopro santo de deus tinha morada em seu seio, uma criança muito especial es-tava por vir para a vida do casal. José então se depa-rou com a questão: o que é ser pai?, e mais do que isso: o que é ser pai de uma criança especial? Jesus seria uma criança bem diferente. a tarefa de José era misteriosa e difícil, tanto que, no início, ele de-cide fugir da responsabilidade. mas, comovido com a presença do senhor em seus sonhos, no seu cora-ção, ele assume sua missão. Qual é o pai que corajo-samente assume uma criança especial?

em 1957, Clarck Wiley fica sabendo, por sua es-posa, irene, que será pai. Quando a criança nasce, o pediatra reconhece no bebezinho um leve sinal de retardo mental. a menina, susan Wiley, linda e preciosa, é diferente, especial. ao contrário de José da galileia, Clarck Wiley decide que não é capaz de criar um ser humano assim. então ele tranca a be-bezinha em um quarto, impede o contato de todos com a criança, e, durante treze anos, ele a man-tem presa, amarrada, impedida de se comunicar, alimentando-a com sobras e líquidos. Tudo isso, segundo ele, para protegê-la do mundo. Quando foi resgatada pela polícia, a partir de denúncia de maus tratos, em 1970, susan simplesmente não sa-bia falar, andar, interagir. isso mostra o quanto um pai pode ser negativo na vida de uma criança.

a importância de um pai na formação psíquica, moral e espiritual do filho é grande, principalmente no período crítico da aquisição da linguagem, que são os seus treze primeiros anos. esse é o tempo da delimitação das possibilidades do sistema nervoso, por meio do conjunto de estímulos que os pais es-tabelecem para que as crianças se desenvolvam, e o momento da formação da sua estrutura pessoal. o pai é a imagem da segurança, do cuidado, das normas, das proibições, da saciedade. Quando se comparam tomografias do cérebro de uma criança protegida com o cérebro de uma criança maltratada, percebe-se que possuem formatos diferentes, indi-cando que os estímulos negativos na infância geram sequelas cerebrais irreversíveis para a vida toda.

são José teve a missão de educar uma criança muito especial, o próprio Cristo. a natureza huma-na de nosso senhor Jesus não se realizaria sem a caminhada de uma família, sem o amor e dedi-cação dos pais, pois é assim que deus nos quer, frutos do amor. Não deve ter sido fácil para José cuidar de uma criança tão especial, mas a ternura, o compromisso e a força de Jesus só podem ser resultados da presença constante dos seus dois pais: o Pai eterno e do pai terreno.

David José Gonçalves Ramos, mestre em filosofia

a importânciade um pai terreno

São José com o Menino Jesus. 1635.Óleo sobre tela, por Guido remi. Museu Hermitage, São petesburgo, rússia (Imagem: reprodução)

a anunciação. 1644. Óleo sobre madeira, por phillipe de champaigne. Metropolitan Museum, Nova York (Imagem: reprodução)

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4informativo da Paróquia - Nossa sra. do rosário de Pompeia - Frades Capuchinhos - março de 2015

dESTaQuE do MÊS

Semana Santa: caminho do discípulo

estamos vivenciando a quaresma, tempo litúrgi-co iniciado com a celebração da imposição das cin-zas, ritual que nos convida a repensar nossas atitudes egoístas e a alargar as estreitezas de nosso coração. Na mesa da Palavra, os textos bíblicos explicitavam o convite de deus a não rasgar as vestes, mas o co-ração (Jl 2,13). insistiam que os nossos propósitos quaresmais devem, antes, mudar o nosso coração, o modo em que vivemos e nos relacionamos; que a penitência não consiste tanto em gesto externos, mas brota do coração. Por várias vezes no evange-lho, foi-nos feito o apelo à discrição: “que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua direita” (mt 6,3). do contrário, não passam de mero teatro nossas práticas de vivência cristã: “eles desfiguram o rosto para que os homens vejam que eles jejuam” (mt 6,16).

o caminho quaresmal continua; seguimos os passos de Jesus, revelados nas leituras proclamadas durante as celebrações. o apelo que soa aos nos-sos ouvidos é o de aplainar o coração e orientá-lo consoante à boa Nova; de romper com o velho e dar lugar ao novo, à novidade do evangelho; de amar a deus e ao próximo com amor maior, com a totalida-de do coração. a caminhada quaresmal prepara-nos

e introduz-nos na semana santa, coração de nossa fé: paixão, morte e ressurreição do senhor.

durante os dias da semana santa, somos convi-dados a contemplar os passos daquele que nos tocou o coração. Na liturgia, celebramos o mistério de sua passagem, da Páscoa de Cristo, da morte para a vida. Não se trata de um teatro, de uma encenação, de um drama que assistimos como espectadores, mas da atualização do mistério pascal nos gestos da liturgia. Quando celebramos os dias da semana santa e, mais especialmente, o Tríduo Pascal, nossa história é revi-vida. É a Páscoa do senhor, mas é a nossa também.

a semana santa tem início no domingo de ra-mos, quando Jesus entra em Jerusalém montado em um burrinho e é aclamado pelo povo: “Hosa-na, bendito o reino do nosso pai davi, que está a chegar” (mc 11,10). “acompanhemos o senhor, que corre apressadamente para a sua Paixão e imitemos os que foram ao seu encontro. Não para estender-mos à sua frente, no caminho, ramos de oliveira ou de palma, tapetes ou mantos, mas para nos pros-trarmos aos seus pés, com humildade e retidão de espírito, a fim de recebermos o Verbo de deus que se aproxima e acolhermos aquele deus que lugar algum pode conter” (santo andré de Creta, ofício das Leituras do domingo de ramos).

Na quinta-feira, pela manhã, o povo se reúne com seu bispo para a missa do Crisma, em que acontece a bênção dos santos óleos. Nessa mesma celebração, os clérigos renovam seus compromis-sos. Na celebração da noite, fazemos memória da Ceia do senhor, a derradeira. Jesus reúne os seus para a ceia do adeus. antes, há um gesto que des-concerta: ele depõe o manto e, colocando uma

toalha na cintura, lava os pés dos seus. “Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice anunciamos, senhor, a vossa morte e pro-clamamos a vossa ressurreição”, respondemos na liturgia. após a ceia, Jesus e os discípulos seguem para o monte das oliveiras; Jesus vigia, reza, clama, chora, e entrega a sua vontade a do Pai, para que seja uma; os discípulos adormecem.

a celebração da Paixão do senhor, na sexta-feira, acontece antes do entardecer. em várias ci-dades brasileiras, após a celebração acontece a Procissão do enterro, também conhecida como Procissão do senhor morto, em que se percorrem algumas ruas tocando e cantando músicas que nos ajudam a penetrar esse mistério.

o sábado é dia de silêncio, meditação e recolhi-mento, o senhor ainda está no sepulcro. a celebra-ção da vigília acontece à noite. Para sempre, o senhor nos tirou das trevas e da morte e passamos a ser luz e vida. Cristo agora, ressuscitado, senhor da história, rompe de uma vez com a escravidão, com as trevas e nos traz sua claridade. “Ó noite de alegria verdadeira que une de novo o céu e a terra inteira” (Proclamação da Páscoa). Nessa mesma noite, acontece o batismo e renovamos nossos compromissos de cristãos.

“responde, pois, ó maria: no teu caminho o que havia? ‘Vi Cristo ressuscitado, o túmulo abandona-do’” (sequência Pascal). No primeiro dia da semana, maria madalena vai ao túmulo do seu senhor. Che-gando lá, está vazio. É domingo de Páscoa: aquele que havia cativado o coração de maria, e também o nosso, vive. a vida tem sentido. Cristo, nossa espe-rança, vive no meio de nós e, promete conosco ficar até a consumação dos tempos.

a revelação do senhor se dá no caminho, a vida do discípulo é uma constante caminhada; vivenciar a quaresma e a semana santa, coração de nossa fé, é percorrer passo a passo e aderir à vida e aos ensi-namentos de Cristo.

Frei Abdias Júnior, OFMCap

O apelo que soa aos nossos ouvidos é o de aplainar o coração e orientá-lo

consoante à Boa Nova.

a entrada de cristo em Jerusalém. 1842. afresco de Jean-Hippolyte Flandrin. Igreja de Saint-Germain-des-prés, paris, França (Imagem: reprodução)

a última ceia. 1495. afresco de leonardo da vinci. convento Santa Maria delle Grazie, Milão, Itália (Imagem: reprodução)

crucificação com a virgem, santos e anjos. 1502-03. Óleo sobre álamo, de rafael Sanzio. National Gallery,

londres, Inglaterra (Imagem: reprodução)

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5informativo da Paróquia - Nossa sra. do rosário de Pompeia - Frades Capuchinhos - março de 2015

proGraMaÇÃo da SEMaNa SaNTa 2015

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6informativo da Paróquia - Nossa sra. do rosário de Pompeia - Frades Capuchinhos - março de 2015

durante o ano, dentre todas as edições do jornal o rosário, contempla-mos, no mínimo, três edições com o tema-artigo acerca da mulher, nas seguin-tes datas: o dia internacional da mulher, o dia das mães e a Festa de santa Clara. seria pouco? Talvez. dependerá do nosso ponto de vista, do nosso olhar.

se estivermos com os pés fincados na era dos “ismos”, ou seja, do momen-to marcado pelo relativismo, subjetivismo, feminismo... e a lista seria inter-minável, certamente seria pouco. mas se estivermos sobrepostos aos ‘ismos’ e, mais ainda, ao sistema pensante opressor velado que é justamente o que fomenta e gera movimentos de lutas e de confrontos contrários à opressão, exigindo assim liberdade e justiça, e é nisso que encontramos e localizamos o eclodir, por exemplo, do dia internacional da mulher, nos permitiríamos despir de tudo isso e ficaríamos com o essencial: a pessoa. o nosso percurso históri-co está marcado por grandes confrontos que, quase sempre, culminaram em derramamento de sangue de mulheres inocentes que enfrentaram de modo afinco e heroico tais sistemas ou, não sei se pior, pelo sequestro de subjeti-vidades que permitiu a dissolução de muitas mulheres de modo paulatino e degradante. Quantas mulheres envolvidas em ambos os casos!

Jesus de Nazaré sempre esteve diante de mulheres que sofreram por estarem inseridas numa estrutura político-econômico-social-religiosa de opressão. Convenhamos, tais estruturas permanecem inabaláveis em nosso meio. em relação às mulheres, Jesus não enxergava nelas os olhos sofridos e lacrimejantes, mas era capaz de perceber o olhar de cada uma dirigindo-se a ele, carregado de esperança, de liberdade, de felicidade, de sonho, de en-cantamento, de transcendência, de eternidade.

oxalá esta data, e outras tantas, fosse oportuna para fomentar em todos nós o respeito e a liberdade necessária em prol da mulher. isso, tal-vez se dê, se tivéssemos, ou procurássemos ter, o mesmo olhar de Jesus de Nazaré em relação às mulheres, um olhar que visa à inteireza delas, a ponto de declararmos a todas elas, de forma sempre atualizada, em nos-sos dias: “Tua fé te salvou. Vai em paz!” (cf. Lc 7,50).

Frei Márcio, OFMCap

HoMENaGEM

8 de março: dia Internacional da Mulher

a entrada de cristo em Jerusalém. 1842. afresco de Jean-Hippolyte Flandrin. Igreja de Saint-Germain-des-prés, paris, França (Imagem: reprodução)

Junto ao Ministro provincial, Frei Sebastião, os no-vos frades que passaram a compor a Fraternidade de Belo Horizonte neste ano. da esquerda para a di-reita: Frei douglas (de Governador valadares), Frei Warley (de coroaci), Frei davy (de patos de Minas), Frei aeliton (de Santa Efigênia de Minas) e Frei ab-dias (de Governador valadares). Todos estão cur-sando o primeiro ano de filosofia no Instituto São Tomás de aquino (Ista) e acompanhando os traba-lhos pastorais na comunidade (Foto: arquivo)

a comunidade da paróquia Nossa Senhora do rosário de pompeia acolhe com alegria todos os pequeninos que receberam o sacramento do batismo na Matriz no dia 8 de fevereiro de 2015 (Foto: pastoral do Batismo).

acoNTEcEu Na parÓQuIa caÇa-palavraS

T r a S K l c M B F Y r E F a v N G B l Sr r r o M d M o T S r a S v S o F S c E ux G o I K r T u E N v I E u K Ç a v r T Bo a o M r S a T E u a Z p I d Ç v I E E Tl u r Y B c N c l Z S N d a u d a S p d EI S I v a E r E H l u M o r T d a E o o rT r p o d N T r H G d r G d S S Q M r c FN a c N o S a a I E r E E S E E K o v l uo d K T Ç a B a a v T r E H l u M l I a Gv S a a S d r d d o W I a N S o r S Y l IE I E d W I I o F W S Q o r a Y N o a a oW N N E a N J o E S B E l T o E r T S E Sc a o a o d a Ç a a E r c E G E S G E N lB a d N M B S v c a a I a a p T F o c I Il p H G H a c E o B l W H K r o a a I a aa a u v E Z T u S I x N M o v r l a a r FN c M I F N r E S l I E Q S o S E Y I E ua H S o I M I o I l Z a r E T o G I c a TK u d a I p M M K E p Z o M v N o T r a pB E l E Z a Y I r o M E M u c I I o c T Er F Z r I K d o S r E B o o Ç E a l Ç o SG a l E G r I a T N E l E M K r o E d I a

Neste mês em que se comemora o dia interna-cional da mulher, o rosário faz uma pequena ho-menagem a todas as mulheres, com o poema “Com licença poética”, de adélia Prado.

Quando nasci um aNJo ESBElTo,desses que tocam TrombeTa, anunciou:

vai carregar bandeira.Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.aceito os subTerFÚgios que me cabem,

sem precisar mentir.Não sou feia que não possa casar,

acho o rio de Janeiro uma beLeZa eora sim, ora não, creio em ParTo sem dor.mas o que sinto escrevo. Cumpro a siNa.

inauguro LiNHageNs, fundo reiNos— dor não é amargura.

minha tristeza não tem pedigree,já a minha VoNTade de aLegria,

sua raiZ vai ao meu mil avô.Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

muLHer é desdobrável. eu sou.

Disponível em: <http://www.releituras.com/aprado_bio.asp> Acesso em: 16 fev.2015.

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7informativo da Paróquia - Nossa sra. do rosário de Pompeia - Frades Capuchinhos - março de 2015

a segunda fase escolar da catequese aconteceu em contexto diferente. o mundo cristão e religio-so da sociedade tradicional deu lugar a um mundo moderno e cheio de questionamentos que a razão insistia em colocar em pauta. o século XiX despon-tou no horizonte cheio de novidades e a inteligência humana ganhou destaque, prometendo um mundo maravilhoso por meio da técnica e da ciência que cresciam cada vez mais, trazendo sempre novos pro-gressos. Tudo que a inteligência não explicasse, que ela não pudesse destrinchar, justificar, fazer crível, deveria estar sob suspei-ta. então as respostas do catecismo que pareciam cair prontas do céu já não faziam mais sentido. o que a gente não enten-dia, a gente rejeitava. e apesar de o catecismo de Trento perdurar (como foi a catequese que recebi nos anos 70), outro modo de fazer catequese já se implantava com força. a catequese passou a ser aula de religião, mas não como antes para decorar perguntas e respostas, mas para buscar as razões da fé.

e para buscar as razões da fé, era preciso partir da capacidade reflexiva do ser humano e não de um paco-te de verdades que cai pronto do céu. mas isso parecia um absurdo: o Concílio Vaticano ii (1962-1965) logo deu jeito de nos nessa tarefa. Com seus documentos, nos fez ver a beleza da encarnação: mostrou como deus

entrou na história humana e agora faz parte dela. seu Filho é um homem igualzinho a nós, com as mesmas necessidades e sujeito às mesmas condições históricas. deus se dá a conhecer no ser humano Jesus. então, tudo que é humano tornou-se belo e cheio de significado. a vida humana: a razão, as necessidades humanas, os so-frimentos, as alegrias, tudo tem o dedo de deus que se revela em Jesus de Nazaré. olhando para Jesus, a gente entende quem é deus; a gente vê deus nele. então, a fé é mais razoável e mais concreta e palpável do que a gente pensava e decorava no antigo catecismo. era hora

de esclarecer essa fé. Para esclarecer a fé,

foi preciso traduzi-la em categorias apropriadas para seu público. o pri-meiro passo foi abando-nar o antigo catecismo e fazer “um catecismo” mais com a cara da gente. Foi aí que se multiplicaram os manuais catequéticos por toda parte, no desejo de fazer uma catequese pé no

chão, bem pertinho da realidade do povo, na lingua-gem da criança, do jovem, do adulto, de acordo com a nossa vida cotidiana. Nada de respostas prontas. Nada de perguntas pré-fabricadas. aquele deus, dito como “espírito perfeitíssimo criador do céu e da terra”, não fazia parte do universo imperfeito e nada espiritual do povo. o inferno cheio de demônios horrendos não ameaçava mais que os horrores da própria vida, as do-enças, os sofrimentos, a pobreza, a fome, a guerra. os

“degredados filhos de eva” não entendiam mais a vida como vale de lágrimas ao qual estavam destinados, mas como desafio e promessa de dias melhores. a fé transmitida foi questionada; os dogmas foram postos em suspeita. entendeu-se que a fé não cai pronta do céu, que ela brota do chão da vida, da realidade con-creta, da vida humana. Compreendeu-se que a fé ilu-mina a vida, mas a vida real é que dá sentido à fé. Fé e vida; uma dupla que não pode ser separada. Nesse contexto, ganhou terreno outro tipo de catequese, chamada no brasil de catequese renovada.

Nessa inovação, o antigo catecismo ficou para trás. a catequese renovada deu seus frutos, fazendo a pas-sagem do catecismo (que era previamente fabricado) para a catequese (construída com a turma a partir de sua realidade). mas, infelizmente, essa catequese ain-da não deu conta de fazer a passagem da aula para o encontro. mesmo com todo esforço, a catequese continuou escolar: caderno de catequese, livro de ca-tequese, catequista como professor de catequese, ca-tequizando como aluno de catequese. uma aula mais dinâmica, é verdade, com temas mais apropriados, com teologia mais popular, com métodos mais mo-dernos, com pedagogia menos imposta e mais cons-truída com a turma, mas ainda assim uma aula ou um curso. e isso pode ser visto ainda hoje nas paróquias: a catequese funciona como um curso de religião por ocasião dos sacramentos. um curso com direito a festa de formatura e tudo mais no final. Por isso é tão difí-cil a perseverança. se o curso acaba com a recepção do sacramento, acaba a motivação para frequentar. e os catequizandos vão embora. Nada de anormal: es-tão no seu direito. Com esse formato de catequese, todinha em torno dos sacramentos, não há mesmo motivação para continuar. sobre isso, vamos falar no próximo número. Vamos ver que a Paróquia Nossa se-nhora do rosário de Pompeia está implantando uma catequese que não gira em torno da preparação para os sacramentos, apesar de contemplar a recepção de-les; ela propõe uma caminhada de discipulado, de co-nhecimento de Jesus, uma oportunidade de crescer na amizade com ele. e os pais, os catequizandos e toda a comunidade paroquial só têm a ganhar com isso.

Solange Maria do CarmoMestre em teologia bíblica e

doutora em teologia catequética

caTEQuESE pErMaNENTE

A vida humana: a razão, as necessidades humanas, os

sofrimentos, as alegrias, tudo tem o dedo de Deus que se revela em Jesus de Nazaré.

Fase dois da catequese escolar:o curso de catequese

Entendeu-se que a fé não cai pronta do céu, que ela brota do chão da vida, da

realidade concreta, da vida humana.

ainda hoje nas paróquias a catequese funciona como um curso de religião por ocasião dos sacramentos (Imagem da Internet)

a paróquia da pompeia está implantando uma ca-tequese que propõe uma caminhada de discipulado, de conhecimento de Jesus, uma oportunidade de crescer

na amizade com ele (Imagem da Internet)

Page 8: Março de 2015

8informativo da Paróquia - Nossa sra. do rosário de Pompeia - Frades Capuchinhos - março de 2015

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ligue: (31) 3467-4848