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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO CENTRO DE ENERGIA NUCLEAR NA AGRICULTURA MAIARA CURTOLO Mapeamento de QTL para qualidade de frutos de citros utilizando marcadores DArT-seq Piracicaba 2016

MAIARA CURTOLO Mapeamento de QTL para qualidade de … · apresentando os maiores valores de LOD score permitiu identificar a presença de ... 5.3 Análise comparativa entre o mapa

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

CENTRO DE ENERGIA NUCLEAR NA AGRICULTURA

MAIARA CURTOLO

Mapeamento de QTL para qualidade de frutos de citros utilizando

marcadores DArT-seq

Piracicaba

2016

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MAIARA CURTOLO

Mapeamento de QTL para qualidade de frutos de citros utilizando

marcadores DArT-seq

Versão revisada de acordo com a Resolução CoPGr 6018 de 2011

Dissertação apresentada ao Centro de Energia

Nuclear na Agricultura da Universidade de São

Paulo para obtenção do título de Mestre em

Biologia na Agricultura e no Meio Ambiente

Área de Concentração: Genética e Biologia

Molecular de Plantas

Orientador: Prof. Dr. Antonio Vargas de Oliveira

Figueira

Piracicaba

2016

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AUTORIZO A DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER

MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE

QUE CITADA A FONTE.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Seção Técnica de Biblioteca - CENA/USP

Curtolo, Maiara

Mapeamento de QTL para qualidade de frutos de citros utilizando marcadores

DArT-seq / Maiara Curtolo; orientador Antonio Vargas de Oliveira Figueira. - - Versão

revisada de acordo com a Resolução CoPGr 6018 de 2011. - - Piracicaba, 2016.

68 f. : il.

Dissertação (Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Ciências. Área de

Concentração: Biologia na Agricultura e no Ambiente) – Centro de Energia Nuclear na

Agricultura da Universidade de São Paulo.

1. Frutas cítricas 2. Mapeamento genético 3. Marcador molecular I. Título

CDU (575.116.4 + 577.21) : 634.3

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AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Antonio Vargas de Oliveira Figueira pela orientação, oportunidade e por

acreditar na minha capacidade e no meu crescimento profissional e pessoal.

Agradeço imensamente a Dra. Mariângela Cristofany Yaly pela ajuda, confiança,

amizade. Pela sua boa vontade e incentivo.

Ao Dr. Rodrigo Gazaffi e também ao Dr. Marco Aurélio Takita pelos ensinamentos e

auxílio na realização desse trabalho.

A todos os colegas de trabalhos, em especial, Fabio, Karina, Thiago e Nicolas, por toda

ajuda, colaboração e amizade.

Ao Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP, pela oportunidade de realização

do curso de Mestrado.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pela concessão

da bolsa de mestrado e pelo apoio financeiro para a realização desta pesquisa.

Ao Instituto Agronômico de Campinas, por colocar à disposição a área experimental e

o laboratório de biotecnologia do Centro de Citricultura “Sylvio Moreira”.

E a todos que direta ou indiretamente colaboraram para a concretização desse trabalho.

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RESUMO

CURTOLO, M. Mapeamento de QTL para qualidade de frutos de citros utilizando

marcadores DArT-seq. 2016. 68 f. Dissertação (Mestrado) – Centro de Energia Nuclear na

Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2016.

A incorporação de novas ferramentas biotecnológicas aos programas de melhoramento de citros

oferece inúmeras possibilidades. Os marcadores DArTTM (Diversity Arrays Technology),

combinados à técnica de sequenciamento de última geração, apresentam boa aplicabilidade na

construção de mapas genéticos de alta resolução e no mapeamento de QTL (Quantitative Trai

Loci). Assim, este estudo teve como objetivo construir um mapa genético integrado de tangor

‘Murcott’ e laranja ‘Pera’ usando os marcadores moleculares do tipo DArT_seqTM e localizar

QTLs para doze caracteres de qualidade de frutos. A partir de um cruzamento controlado entre

tangor ‘Murcott’ e laranja ‘Pera’, realizado no banco de germoplasma de Citros do Centro de

Citricultura "Sylvio Moreira", Instituto Agronômico de Campinas, localizado em

Cordeirópolis-SP, em 1997. Foi obtida uma família de 350 indivíduos híbridos, dos quais 278

foram selecionados para avaliação das características de fruto em 2012. No presente trabalho,

esses 278 indivíduos foram genotipados usando os marcadores DArTseqTM. Para construir o

mapa integrado foi utilizado o programa OneMap e foram considerados apenas os marcadores

que não apresentaram desvio de segregação mendeliana. A razão de verossimilhança foi

utilizada para a formação de grupos de ligação, além da informação genômica obtida a partir

do genoma sequenciado de Citrus sinensis L. Osbeck disponível em

(http://citrus.hzau.edu.cn/orange/index.php). O mapa parcialmente integrado foi composto de

661 marcadores, ligados em 13 grupos, que correspondem ao número haplóide de cromossomos

da espécie, com cobertura genômica de 2.774 cM. De acordo com as análises de mapeamento

por intervalo composto e os resultados do teste de permutação, um total 19 QTLs foram

identificados, tendo em conta as características de fruto analisadas: peso (g), diâmetro (cm),

altura (cm), relação diâmetro / altura, espessura da casca (cm), número de gomos, teor de

sólidos solúveis (°Brix), acidez titulável (%), rendimento de suco (%), número de sementes,

valor do índice tecnológico (IT) e número estimado de frutos por caixa. O mapa genético

integrado foi comparado com o genoma (pseudochromosomes) de Citrus sinensis e sintenias

foram claramente identificadas. A análise mais aprofundada das regiões genômicas (QTLs)

apresentando os maiores valores de LOD score permitiu identificar a presença de genes

candidatos que podem estar associados com as características analisadas.

Palavras-chaves: Mapa integrado. Variedades copa. Sintenia.

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ABSTRACT

CURTOLO, M. QTL mapping for fruit quality in Citrus using DArT-seq markers. 2016.

68 f. Dissertação (Mestrado) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São

Paulo, Piracicaba, 2016.

The incorporation of new biotechnological tools to citrus breeding programs provides many

new possibilities. The DArT markers (Diversity Arrays Technology), combined with Next-

Generation Sequencing presents good applicability in the construction of high resolution

genetic maps and QTL mapping. This study aimed to construct an integrated genetic map of

‘Murcott’ tangor and ‘Pera’ sweet orange using the DArTseqTM molecular markers, and localize

QTL for twelve fruit quality traits. A controlled cross between ‘Murcott’ tangor and ‘Pera’ sweet

orange was conducted at the Citrus Germplasm Bank at the "Sylvio Moreira" Citrus Centre of

Agronomic Institute, located in Cordeirópolis-SP in 1997.A family with 350 hybrid individuals

was obtained, from which 278 were selected for evaluation of fruit traits in 2012. In this study,

the 278 F1 individuals were genotyped using the DArTseqTM markers. To build the integrated

map, we used the OneMap program and considered all DArT loci that showed no segregation

deviation. The likelihood ratio was used for formation of linkage groups, besides the genomic

information obtained from the available Citrus sinensis genome sequence

(http://citrus.hzau.edu.cn/orange/index.php). The partially integrated map contained 661

markers linked in 13 linkage groups, with genomic coverage of 2,774 cM, the map is saturated

and represent the species haploid chromosome number. According to the analyses using

"Composite Interval Mapping" (CIM) and the results of the permutation test, a total of 19 QTL

were identified for the 12 fruits characteristics analyzed: diameter (cm), height (cm), ratio of

H/D, weight (g), rind thickness (cm), segments per fruit, total soluble solids ((°Brix), Acidity

(%), Juice content (%), number of seeds, ratio of total soluble solids /acidity and number of

fruits per box. The genome sequence (pseudochromosomes) of Citrus sinensis L. Osbeck was

compared to the genetic map, and sinteny was clearly identified. Further analysis of the map

regions with the highest LOD score enabled the identification of the presence of genes that

could be associated with the characteristics. The genome sequences allowed identification of

genes that may respond for phenotypic traits in Citrus.

Keywords: Integrated map. Scionvarieties. Sinteny.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 14

2.1 Citricultura no Brasil .......................................................................................................... 14

2.2 Botânica, genética e melhoramento de citros ..................................................................... 15

2.3 Marcadores Moleculares, mapas genéticos e identificação de QTLs ................................. 17

2.4 Características de qualidade dos frutos...............................................................................20

3 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 23

3.1 Objetivo Geral .................................................................................................................... 23

3.2 Objetivos Específicos ......................................................................................................... 23

4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 24

4.1Material Vegetal ................................................................................................................... 24

4.1.1 Extração do DNA total .................................................................................................... 24

4.2 Genotipagem ....................................................................................................................... 25

4.3 Construção do mapa de ligação integrado .......................................................................... 26

4.4 Analises fenotípicas – caracterização dos frutos ................................................................ 27

4.5 Análises Estatísticas ............................................................................................................ 28

4.6 Mapeamento de QTL .......................................................................................................... 28

4.7 Análise comparativa entre o mapa de ligação integrado e a montagem do genoma .......... 28

4.8 Conteúdo gênico nos intervalos de QTLs detectados.........................................................28

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 30

5.1 Avaliações das características físico-químicas dos frutos .................................................. 30

5.2 Estudos genéticos ............................................................................................................... 35

5.2.1 Genotipagem DArTseqTM ................................................................................................ 35

5.2.2 Construção do mapa genético .......................................................................................... 38

5.2.3 Mapeamento de QTL utilizando o software FullsibQTL ................................................. 42

5.3 Análise comparativa entre o mapa de ligação e o genoma de C. sinensis .......................... 49

5.4 Conteúdo gênico nos intervalos de QTLs detectados ......................................................... 53

6 CONCLUSÕES.................................................................................................................... 56

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 57

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1 INTRODUÇÃO

A laranja doce (Citrus sinenis L. Osbeck) é uma das frutas mais consumidas do mundo,

seja na de forma de frutos in natura, suco concentrado e congelado (FCOJ - frozen concentrated

orange juice) ou suco pasteurizado (NFC - not from concentrate).

Em 2013, a produção do Brasil foi de 17 milhões de toneladas, o que equivale a 430 mil

caixas de 40,8 kg (IBGE, 2013), representando 36% da produção mundial da fruta in natura.

Desse total de frutos, 70% foram esmagados para a fabricação de suco concentrado, valor este,

responsável por 57% de todo o suco produzido no mundo (CITRUSBR, 2014). A China,

segundo maior produtor da fruta in natura, foi responsável por 14,7% da produção mundial e

os Estados Unidos, segundo maior produtor de FCOJ (Suco de Laranja Concentrado e

Congelado), correspondendo 30,1% desse mercado.

De forma geral, o gênero Citrus apresenta características biológicas que torna o processo

de melhoramento genético longo e desafiador. Por se tratar de espécies propagadas

vegetativamente, de modo geral as cultivares de interesse agronômico apresentam grande

complexidade genética devido à alta heterozigosidade, o que dificulta a obtenção de variedades

a partir de cruzamentos, devido à grande segregação nas características de frutos que devem

manter padrões varietais rígidos para atender ao consumo in natura e à indústria. A natureza

poliembriônica das sementes, aliada à presença de óvulos e grãos de pólen estéreis, e a

existência da incompatibilidade gametofítica presentes em algumas variedades representam

barreiras genéticas adicionais. Por se tratar de espécie arbórea perene, os citros requerem longo

período juvenil, antes de florescer e produzir frutos (FROST; SOOST, 1968; GROSSER;

GMITTER, 1990; FEBRES, 2007; MACHADO et al., 2011).

Em função desses obstáculos genéticos e botânicos a grande maioria das variedades

existentes atualmente é originária da seleção de plantas que sofreram mutações naturais e foram

selecionadas de acordo com as características desejáveis aos programas tradicionais de

melhoramento de citros. Os objetivos dos programas visam à obtenção de variedades de porta-

enxertos e copas resistentes às doenças, pragas e mais adaptados a condições abióticas adversas,

combinados à produção de frutos de qualidade. Neste contexto, os marcadores moleculares

podem auxiliar no melhoramento da cultura, uma vez que eles detectam variações existentes no

genoma, e permitem acessar informações a respeito do controle genético da herança de

características importantes, tais como os caracteres relacionados com a qualidade de frutos,

diminuindo assim o tempo necessário para a obtenção de novas variedades.

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Em Citrus, diversos marcadores moleculares (RAPD - Random Amplified Polymorphic

DNA, AFLP - Amplified Fragment Length Polymorphism, SSR - Simple Sequence Repeat)

foram utilizados, permitindo a caracterização genética de um grande número de genótipos por

meio de procedimentos relativamente simples e rápidos. No entanto, o número de marcadores

polimórficos identificados era insuficiente para cobertura eficiente do genoma e mapeamento

dos nove grupos de ligação correspondentes ao número haplóide de cromossomos em citros.

Assim, um maior número de marcadores polimórficos e progênies avaliadas representaria um

grande avanço visando à identificação de locos de características quantitativas (QTL-

Quantitative Trait Loci). Tal estratégia auxilia no entendimento da arquitetura das

características sob análise, bem como na clonagem de regiões associadas a características de

importância agronômica e na seleção assistida por marcadores moleculares (ZHANG et al.,

2015).

Desenvolvida há mais de 15 anos, a tecnologia DArT (Diversity Arrays Technology)

(JACCOUD et al., 2001) satisfaz os requisitos de custo competitivo, de rendimento e de

cobertura do genoma. Esta tecnologia é baseada em duas abordagens para a geração dos

marcadores moleculares. A primeira plataforma, desenvolvida em 2001 (JACCOUD et al.,

2001) é baseada na metodologia de hibridização de fragmentos em um microarranjo. Com o

advento da tecnologia de genotipagem por sequenciamento de nova geração ou NGS (Next

Generation Sequencing), surgiu uma variante dos marcadores DArT de microarranjo, os

chamados marcadores DArTseq, os quais se diferem pela genotipagem via sequenciamento

(KILIAN et al., 2005; SANSALONI et al., 2011).

Os DArTseq têm sido utilizados como marcadores moleculares altamente polimórficos

e reprodutíveis para um grande número de plantas e animais, e em relação à primeira

abordagem, esta apresenta algumas vantagens como a geração de maior densidade de

marcadores por análise (dezenas de milhares de marcadores) (CRUZ et al., 2013). Desta forma,

a sua utilização favorece a detecção de QTLs, contribuindo para a compreensão dos

mecanismos genéticos envolvidos nas características quantitativas. Além disso, apresentam

também grande potencial para estudos de diversidade e mapeamento, já que é independe de

informações prévias do genoma do organismo a ser estudado (JACCOUD et al., 2001).

A tecnologia DArTseq tem se mostrado eficiente e de uso crescente por ter cumprido de

forma eficiente os requisitos como transferibilidade entre genótipos da mesma espécie,

cobertura do genoma e já foram aplicados para mais de 40 espécies de planta, incluindo Citrus

(SANSALONI, 2011; MAURICIO, 2013). Em 2012, o Centro de Citricultura do Instituto

Agronômico – IAC iniciou os trabalhos utilizando marcadores DArTseq, que possibilitaram os

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estudos da diversidade e mapeamento genético em citros. Com a utilização destes marcadores,

foi superado o problema relativo ao baixo número de marcadores de DNA com sequências

conhecidas desenvolvidos previamente por meio de outras tecnologias.

Desta forma a utilização dos marcadores DArTseq permitiriam a identificação de maior

número de polimorfismos na progênie e com isso, tornou possível construir um mapa genético

saturado, facilitando assim a detecção de QTLs associados às características de qualidade de

frutos em citros.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Citricultura no Brasil

As primeiras plantas cítricas foram introduzidas no Brasil por intermédio dos

portugueses, que trouxeram mudas da Espanha, logo no início da colonização (NEVES; JANK,

2006). Por apresentar melhores condições de cultivo em relação ao centro de origem, a cultura

logo se desenvolveu ao longo do território nacional (SWINGLE; REECE, 1967; SOOST;

CAMERON; 1975; DONADIO; MOURÃO FILHO; MOREIRA, 2005). Devido às

características climáticas, às condições edáficas e à proximidade com o mercado consumidor,

a região centro-sul do Brasil foi o local onde a citricultura teve maior desenvolvimento. O

estado de São Paulo é reconhecido até hoje como o responsável pela maior concentração da

produção brasileira, com aproximadamente 74,2% da produção nacional de laranjas, que

corresponde a cerca de 13 milhões de toneladas, ocupando uma área de 446 mil ha. Outros

estados, como Bahia, Minas Gerais, Pará, Paraná e Rio Grande do Sul, contribuem para o

agronegócio dos citros com a produção, além de laranjas, também de tangerinas e de lima ácida

‘Tahiti’ (IBGE, 2013).

Segundo Neves (2010), o Brasil lidera (acima de 70%) as exportações de suco

concentrado no mercado internacional. Internamente, valores expressivos também são

alcançados, visto que a laranja representa 49% de toda a produção de frutas no país. Em 2013,

a produção do Brasil foi de 17milhões de toneladas, o que equivale a 430 mil caixas de 40,8 kg

(IBGE, 2013), representando 36% da produção mundial da fruta in natura. Desse total de frutos,

70% foram esmagados para a fabricação de suco concentrado, valor este, responsável por 57%

de todo o suco produzido no mundo (CITRUSBR, 2014). A China, segundo maior produtor da

fruta in natura, foi responsável por 14,7% da produção mundial e os Estados Unidos, segundo

maior produtor de FCOJ (Suco de Laranja Concentrado e Congelado), correspondendo 30,1%

desse mercado.

Com a expansão da citricultura, surgiram diversos problemas fitossanitários. Estima-se

que mais de 60% dos custos de produção de citros no Brasil estejam relacionados ao controle

de pragas e doenças. Neste contexto, o uso e a diversificação de porta-enxertos tem sido uma

importante ferramenta na formação de novos pomares que enfrentam problemas relacionados à

deficiência hídrica, doenças e quanto à qualidade dos frutos (SCHÄFER, 2001; DONADIO;

MOURÃO FILHO; MOREIRA, 2005).

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2.2 Botânica, genética e melhoramento de citros

Diversos sistemas de classificação taxonômica para o gênero Citrus têm sido

apresentados. De acordo com a classificação de Swingle (1967), o gênero Citrus pertence à

família Rutaceae, subfamília Aurantioideae, tribo Citreae, subtribo Citrinae, que também inclui

os gêneros Poncirus, Fortunella, Microcitrus, Eremocitrus, Clymenia, Severinia,

Pleiospermium, Burkillanthus, Limnocitrus, Hesperetusa, Citropsis e Atalantia.

No gênero Citrus, verifica-se a ocorrência da apomixia facultativa, onde ocorre a

coexistência da reprodução sexual e apomítica. Assim nas espécies de citros o nível de apomixia

é variável. De forma geral, as laranjas doces, laranja Azeda, tangerina Ponkan

(C. reticulata Blanco), os tangelos (C. reticulata Blanco x C. paradisi Macf) e os citranges (C.

sinensis x P. trifoliata) apresentam altas taxas de poliembrionia. Na maioria das vezes os limões

verdadeiros possuem número reduzido de embriões nucelares (OLIVEIRA et al., 2014).

Algumas espécies são monoembriônicas, produzindo apenas o embrião sexual, como é

o caso das cidras (C. medica L.), toranjas (C. grandis Osbeck), C. clementina,

C. tangerina, C. temple, C. nobilis e C. halimii (BARRETT; RHODES, 1976; SCORA;

KUMAMOTO, 1983) ou produzindo apenas embriões nucelares, como alguns citranges

(C. sinensis Osbeck x P. trifoliata Raf.) e tangelos (C. reticulata Blanco x C. paradisi Macf.).

As sementes monoembriônicas que produzem apenas o embrião sexual, não são utilizadas como

porta-enxertos, pois apresentam alta variabilidade na progênie e pouca uniformidade nos

plantios, no entanto, são muito úteis nos programas de melhoramento genético, uma vez que

não é necessário realizar a seleção do embrião zigótico dos nucelares (DAVIES; ALBRIGO,

1994).

Geralmente, as espécies de Citrus são alógamas e sexualmente compatíveis

possibilitando o cruzamento entre si e com gêneros afins, inclusive com produção de híbridos

interespecíficos e intergenéticos (CAMERON; FROST, 1968; BARRET, 1985). A grande

maioria das espécies de Citrus é diplóide, contendo 2n=18 cromossomos (GUERRA et al.,

1997, 2000). Em geral, o gênero possui um genoma relativamente pequeno. A estimativa do

tamanho do genoma da laranja doce é de 367 Mb/genoma haplóide (XU et al., 2012).

O melhoramento de citros é complexo e demorado, em razão de limitações biológicas

das espécies, tais como a elevada heterozigosidade, natureza poliembriônica das sementes, ciclo

reprodutivo longo, esterilidade, incompatibilidade e depressão por endogamia (GROSSER;

GMITTER JUNIOR, 1990). Esses fatores, somados às características botânicas do gênero e à

baixíssima variabilidade genética existente principalmente entre as variedades de laranjas

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doces, limitam a obtenção de novas variedades por meio dos programas tradicionais de

melhoramento genético de citros via hibridação (MACHADO et al., 2005; SOUZA et al., 2012).

Essas características tornam pequena a probabilidade de reunir boas combinações de genes em

um híbrido de sucesso, além do fato de haver pouca informação existente sobre o controle

genético das características (OLIVEIRA, 2014). Assim, o desenvolvimento de uma nova

variedade, pode demorar de 10 a15 anos (XIUXIN, 2005).

O melhoramento genético de plantas busca obter variedades que combinem diversas

características, dentre as quais se destaca a resistência a fatores bióticos e abióticos, associados

a condições de adaptação e produtividade. Na citricultura, o foco é a obtenção de novas

variedades de copas com alta produtividade e que apresentem frutos atrativos comercialmente,

com maior produção de sólidos solúveis totais (SST) por área cultivada, maior porcentagem de

suco por fruto e ampliação do período de colheita. Os programas de melhoramento também

buscam porta-enxertos resistentes a pragas e doenças, tolerantes a climas adversos e

compatíveis com as variedades de copa (GROSSER; GMITTER JUNOR, 2005; GROSSER et

al., 1998; SOOST; CAMERON, 1975; SPIEGEL-ROY; GOLDSCHMIDT, 2008).

Na busca pelo lançamento de variedades comerciais, o melhoramento de Citrus se

baseia em abordagens tradicionais tais como, seleção clonal, hibridação sexual, mutagênese

induzida e manipulação da ploidia, e em algumas alternativas como a transformação genética,

variação somaclonal e hibridação somática. No entanto, a grande parte das variedades cítricas

comerciais atuais surgiu em decorrência de algum tipo de mutação natural. Durante anos, a

seleção de mutações espontâneas foi o método de melhoramento mais usado na citricultura,

onde buscam-se mutações promissoras que ocorreram naturalmente em variedades

estabelecidas (AGUSTÍ, 2003). Em contrapartida, a mutação induzida requer o tratamento de

propágulos (sementes ou gemas) com método mutagênico (químico ou físico), e por isso é

aleatório e demanda tempo para seleção, entre outros desafios (quimerismos, estabilidade, etc.).

A hidridação sexual seguido de seleção é um método clássico para combinar características

favoráveis de genitores contrastantes, a partir da seleção de híbridos com combinações

superiores, que serão perpetuadas pela propagação assexuada (vegetativa). A manipulação de

ploidia é o método mais utilizado para a obtenção de variedade com frutos sem sementes

(plantas triplóides). A alteração da ploidia pode ocorrer de forma natural, onde os materiais

mono, tri, tetra, penta e octoplóides podem ter origem sexual ou somática e acontecer por

processos naturais, ou serem induzidos artificialmente, geralmente pelo uso de colchicina, ou

também mediante ao resgate de embriões (ZENG et al., 2006).

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Mais recentemente, métodos que envolvem o uso de ferramentas biotecnológicas têm

sido desenvolvidos e utilizados no melhoramento da cultura para superar as barreiras

relacionadas à biologia do gênero Citrus (FEBRES, 2007). Dentre elas podemos citar a

transformação genética, em que é possível introduzir genes de interesse, sendo o transgene da

mesma ou de outras espécies. Um dos problemas enfrentados por este método é que por utilizar

a cultura de tecido como forma de obtenção das plantas transformadas, a taxa de regeneração

da planta transgênica geralmente pode ser baixa (CARDOSO et al., 2010). Outra limitação se

refere a questões de biossegurança e aceitação pelo consumidor. A variação somaclonal

também é um método que pode dar origem a plantas mutantes; no entanto, as alterações surgem

do resultado de diferenças genéticas pré-existentes em células somáticas cultivadas in vitro, ou

induzidas pelo cultivo in vitro, e tendem a ser instáveis (KUMAR et al., 2010).

No melhoramento de citros a hibridação somática possui vantagens sobre a hibridação

sexual, pois permite a combinação de dois genomas complementares, a introdução de alguns

cromossomos ou organelas de uma espécie para outra espécie a ser melhorada, tornando

possível a transferência de um conjunto total de genes taxonomicamente semelhantes ou

distantes, além de permitir a combinação de citoplasmas diferentes na mesma célula e a fusão

assimétrica de protoplastos, onde a célula “selvagem” tem o núcleo fragmentado antes da fusão,

combinando características desejáveis sem perda significativa do vigor como pode ocorrer na

hibridização sexual (BASSAN et al., 2010).

Ainda há desafios relativos ao melhoramento de citros, porém, parte das limitações pode

ser superada com o advento das ferramentas biotecnologias. Neste contexto, os marcadores

moleculares também representam uma importante ferramenta a ser utilizada no melhoramento

dos Citrus (CRISTOFANI; MACHADO, 1999; MACHADO et al., 2005), uma vez que eles

possibilitam a seleção precoce de plantas nucelares e zigóticas de progênies resultantes de

cruzamentos controlados, a caracterização de acessos de bancos de germoplasma, obtenção de

fingerprints de cultivares (SCHINOR et al., 2011), estudos de relações filogenéticas entre

espécies e gêneros, construção de mapas genéticos de alta cobertura genômica e na localização

de genes de interesse econômico e de QTLs de expressão (OLLITRAULT et al., 2012; LIU et

al., 2013), gerando um grande volume de informações que podem tornar mais eficiente o

melhoramento de plantas cítricas.

2.3 Marcadores Moleculares, mapas genéticos e identificação de QTLs

Apesar de existirem vários tipos de marcadores moleculares (RFLP - Restriction

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18

Fragment Length Polymorphisms; RAPD Random Amplified Polymorphic DNA; AFLP

(Amplified Fragment Length Polymorphism; e Microssatélite ou SSR - Simple Sequence

Repeats), a maioria gera um número relativamente baixo de polimorfismos ao longo do

genoma, o que dificulta a construção de mapas de ligação e, consequentemente, a detecção de

regiões relacionadas com características agronomicamente importantes. Neste caso,

atecnologia DArT (Diversity Arrays Technology) (JACCOUD et al., 2001), satisfaz os

requisitos de custo, rendimento e de cobertura do genoma. A técnica de obtenção dos

marcadores DArT busca detectar grande número de variações genéticas dentro do genoma

estudado, utilizando plataformas de microarranjos ou de sequenciamento para a análise de

polimorfismo de DNA (JACCOUD et al., 2001). Os marcadores DArT baseados na

metodologia de microarranjo são obtidos por meio da redução da complexidade do genoma a

partir da digestão do DNA genômico com enzimas de restrição (KILIAN et al., 2005). Os

fragmentos resultantes da clivagem do DNA com enzimas de restrição de cortes raro e frequente

são utilizados para a construção de uma biblioteca que irão compor o microarranjo. O DNA a

ser analisado é, então, marcado com fluorescências que são identificadas a partir da leitura em

equipamento apropriado, detectando a presença ou ausência de hibridização de fragmentos ao

microarranjo (JACCOUD et al., 2001).

Com o advento da tecnologia de genotipagem por sequenciamento de nova geração ou

NGS (Next Generation Sequencing), surgiu uma variante dos marcadores DArT de

microarranjo, os chamados marcadores DArTseq, os quais se diferem pela genotipagem via

sequenciamento (KILIAN et al., 2005; SANSALONI et al., 2011). Nesta abordagem, as

sequências resultantes da clivagem pelas enzimas de restrição são sequenciadas e alinhadas com

um genoma de referência da espécie e detectados os polimorfismos a partir da comparação das

sequências (SANSALONI et al., 2011). Neste procedimento é identificada a presença/ausência

de fragmentos em comum entres as amostras sob análise, além de permitir a detecção de

variações, ou seja, SNPs (Single Nucleotide Polymorphism). Assim, os DArTseq fornecem duas

classes de marcadores, dominantes baseados na presença/ausência de fragmentos e

codominantes, os SNPs. Sendo assim os marcadores obtidos por meio de técnicas de

sequenciamento de alto rendimento, tais como as DArTseq, permitem construir mapas de

ligação com alta densidade de marcadores moleculares para diversas culturas (DEOKAR et al.,

2014).

Visando à construção de mapas genéticos, diversos programas têm sido desenvolvidos,

como Linkage 1 (SUITER et al., 1983), Mapmaker (LANDER et al., 1987), Gmendel (LIU;

KNAPP, 1992), JoinMap (STAM, 1993), Multimap (MATISE et al., 1994), Outmap

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(BUTCHER et al., 2002), AntMap (IWATA; NINOMIYA, 2006) e mais recentemente OneMap

(MARGARIDO et al., 2007). JoinMap e OneMap são exemplos de programas que permitem

utilizar, simultaneamente, marcadores de diversas classes e com grande volume de dados.

As espécies de Citrus apresentam características que dificultam a construção de mapas

genéticos (OLIVEIRA, 2013). A impossibilidade de obtenção de linhagens homozigóticas,

associadas à dificuldade de se obter gerações mais avançadas, a sobreposição de gerações, o

grande período necessário para completar o ciclo reprodutivo, a expressão de caracteres ao

longo de idades especificas dificultam a construção de populações apropriadas ao mapeamento.

Sendo assim, a maior parte das populações de mapeamento envolve populações F1 de irmãos

completos resultante de cruzamento biparental entre indivíduos heterozigotos.

Já foram publicados 26 mapas genéticos desenvolvidos em citros nos últimos 25 anos

por diversos grupos de pesquisa no mundo, a partir da utilização de vários tipos de marcadores

moleculares, tais como: RAPD (GMITTER JUNIOR et al., 1996;OLIVEIRA;

CRISTOFANI;MACHADO, 2004; GULSEN et al., 2010; GARCÍA; ASÍNS; CARBONELL,

2000), RFLP, AFLP (LURO et al., 1995; OLIVEIRA et al., 2004; DALKILIC et al., 2005;

OLIVEIRA et al., 2007), SSR (KIJAS et al., 1997; RUIZ; ASINS, 2002; CHEN et al., 2007;

RAGA et al., 2012) e SNP (OLLITRAULT et al., 2012). A partir dos mapas desenvolvidos,

diversas informações foram obtidas para a cultura de Citrus. No entanto, os mapas construídos

anteriormente possuem poucos marcadores posicionados aos mapas (baixa saturação), o que

prejudica a detecção de regiões relacionadas ao controle de características de interesse

agronômico (QTL) e a correlação entre os mapas construídos. A integração dos mapas

construídos é essencial, pois deverá permitir o desenvolvimento de um mapa de referência para

um genótipo modelo, o qual deve incluir um conjunto de marcadores altamente polimórficos

que podem ser mapeados em várias populações e, assim, permitir a comparação e combinação

de mapas diferentes (SOUZA et al., 2013).

Existem várias metodologias disponíveis para detecção e estimativa das regiões de

interesse (ou QTLs). Os modelos propostos por Weller (1986), Lynch e Walsh (1998), Stuber;

Edwards e Wendel (1987) possibilitam a detecção de QTL sem a necessidade de um mapa de

ligação, o que dificulta a localização da região identificada no genoma. Posteriormente, os

modelos propostos por Lander e Botstein (1989), Zeng (1994) e Jansen e Stam (1994), tornaram

necessária a disponibilidade de um mapa de ligação, permitindo a localização do QTL. No

entanto, os métodos ainda não são indicados para o estudo direto das interações epistáticas.

A maioria dos modelos foi desenvolvida apenas com populações resultantes de

linhagens homozigóticas, ou seja, de populações F2, retrocruzamento e linhagens endogâmicas

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recombinantes. Diante da impossibilidade de obter linhagens homozigoticas em Citrus, a

alternativa foi utilizar a metodologia do pseudo-testcross, em que apenas os marcadores com

segregação 1:1 são considerados (GRATTAPAGLIA; SEDEROFF, 1994), sendo excluídos os

demais. Segundo Souza et al. (2013), tradicionalmente, a construção de mapas genéticos de

populações F1, envolvem a estratégia pseudo-testcross, em que são construídos dois mapas, uma

para cada genitor, e apenas marcadores que segregam na proporção de 1:1 são consideradas.

Considerando modernas tecnologias de marcadores disponíveis, marcadores que segregam em 3:1

(dominantes), 1:2:1 (codominantes), e 1:1:1:1 (codominantes), para além de 1:1, podem ser usados

para integrar mapas de ligação individuais dos genitores a partir da genotipagem da população

F1(SOUZA et al., 2013).

Em citros existem vários estudos de mapeamento, a maioria para identificar QTL

ligados à resistência a doenças, tais como a tristeza dos citros (GMITTER JUNIOR et al., 1996;

DENG et al., 1997; FANG et al., 1998; CRISTOFANI et al., 1999),a clorose variegada dos

citros (CVC) (OLIVEIRA et al., 2004), a mancha marrom de alternaria (DALKILIC et al.,

2005), a gomose de Phytophthora (SIVIERO et al., 2006) além de caracteristicas como a

apomixia (GARCIA et al.,1999), resistência ou a susceptibilidade ao frio (CAI et al., 1994;

MOORE et al., 2000), juvenilidade (RAGA et al., 2012), vigor e acidez da fruta (GMITTER

JUNIOR et al., 1996), peso, tamanho de frutos e número de sementes (GARCÍA et al., 2000).

A utilização das informações obtidas com o mapeamento genético tradicional e com o

mapeamento físico do genoma deve facilitar a caracterização de genes e de regiões do genoma

relacionadas com a expressão fenotípica, dando subsídios para a clonagem de genes desejáveis

(ROCHA et al., 2003), tais como os genes relacionados com as características dos frutos em

citros.

2.4 Características de qualidade dos frutos

Existe uma ampla diversidade genética em características das frutas entre espécies

cítricas, como laranja, toranja, pomelo, tangerina, limão e cidra (GOLDENBERG et al., 2014).

Na comercialização de frutos cítricos de diferentes cultivares, são necessárias algumas

características requeridas pelo mercado, como coloração adequada da casca, tamanho

apropriado do fruto, casca fina, gomos com paredes delicadas, suco com adequado teor de

sólidos solúveis e acidez, aroma, pequeno número de sementes, resistência ao transporte e boa

conservação (PIO, 1992; BOTEON, 1999).

De acordo com Oliveira (2014), tendo como alvo características relacionadas à

qualidade dos frutos na citricultura, o foco do melhoramento genético de citros é a obtenção

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genótipos que produzam frutas saborosas, fáceis de descascar, de colorações intensas tanto da

casca quanto da polpa, coloração do suco, com alto teor de sólidos solúveis, acidez equilibrada

e sem sementes.

Para o processamento, a principal característica é sua qualidade organoléptica,

representada pelo sabor, aroma, textura, cor e seu valor nutritivo (CARVALHO; NOGUEIRA,

1979). O sabor dos frutos de citros é determinado pela quantidade de sólidos solúveis e acidez

total titulável no suco. O valor da relação entre essas características (sólidos solúveis

totais/acidez total titulável) é um indicativo da maturidade dos frutos (JACKSON, 1991;

BALDWIN, 1993; COSTA, 1994). O teor de sólidos solúveis aumenta e os de ácidos diminuem,

durante o crescimento e maturação dos frutos (BARTHOLOMEW; SINCLAIR, 1943). A razão

do teor de sólidos solúveis totais (°Brix) pela percentagem de acidez titulável é mais

popularmente conhecida como ratio (SST/ATT). Nesta razão, quanto menor o valor resultante,

mais ácido é o suco, e vice-versa (MORETTI, 1984; KIMBALL, 1991). Sendo assim o teor de

sólidos solúveis (°Brix), acidez e o ratio são características usadas para determinação da

maturação (CHITARRA; CAMPOS, 1981; NOGUEIRA, 1987; RUSSO, 1987). O rendimento

industrial é dado pelo índice tecnológico, representado pelas características físicas e químicas

do fruto, além de indicador da maturidade, e pode ser utilizado como indicador da qualidade do

fruto (SINCLAIR, 1984; SOULE; GRIERSON, 1986). O índice tecnológico é calculado pelo

rendimento em suco (%) x sólidos solúveis totais (°Brix) x peso da caixa padrão industrial de

citros (40,8 kg)/10.000, expresso em quilograma de sólidos solúveis totais por caixa(DI

GIORGI et al., 1990).

Em estudos que abordam as características que conferem qualidade em citros, Genú e

Pedrazzi (1981) determinaram que o teor de sólidos solúveis totais (SST) mínimo para que o

fruto possa ser considerado maduro é de 9,0 °Brix. Pereira et al. (2006) observaram que os

teores mínimos de SST adequados para a colheita de laranjas e tangerinas devem situar-se em

torno de 9,0 a 10,0 °Brix, e verificaram ainda que a acidez em frutos de laranjas e tangerinas

maduras deve estar entre 0,5 e 1,0%. Agustí e Almela (1991) relataram a importância da razão

(ratio) entre o teor de sólidos solúveis totais e acidez total titulável (SST/ATT), como sendo a

principal característica para indicar o ponto de maturação comercial de frutos cítricos.

Algumas características morfológicas dos frutos, como o tamanho do fruto de cada

espécie são determinadas por fatores genéticos. Os frutos são classificados de acordo com os

seguintes intervalos: muito grandes de 110 a 170 mm de diâmetro, e geralmente apenas as

toranjas chegam a ter este tamanho; grandes de 50 a 130 mm, e nesta classe encontram-se os

pomelos e cidras; médios de 50 a 90 mm, laranjas doces, azedas, limões, tangerinas e satsumas;

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pequenos de 40 a 60 mm, destacando as tangerinas ‘Cleopatra’ e Poncirus trifoliata; e muito

pequenos com menos de 40 mm, calamondin e kumquat (AGUSTÍ et al., 1996). Apesar de

haver uma tendência no tamanho dos frutos, há uma margem de variação bastante ampla para

a mesma variedade. Assim, árvores jovens produzem frutos de maior tamanho, com casca mais

grossa e rugosa. Geralmente, quando o tamanho do fruto é maior do que o tamanho típico

encontrado, evidencia-se a presença de caracteres indesejáveis (casca grossa e rugosa, pouco

rendimento de suco) (AGUSTÍ et al., 1996).

O peso individual dos frutos e o número de frutos por árvores também são características

importantes na colheita. Entretanto, o número de frutos por árvore, apresenta relação negativa

com o peso e tamanho dos frutos, ou seja, um número muito elevado de frutos pode resultar em

frutos pequenos e consequentemente de peso reduzido (GOLDSCHIDT; MONSELISE, 1977;

GUARDIOLA et al., 1982; AGUSTÍ; ALMELA, 1991).

A ausência de sementes é uma característica altamente desejável, uma vez que existe

grande preferência do mercado consumidor por frutos apirênicos (OLIVEIRA et al., 2005).

Porém, poucas variedades possuem a habilidade natural para produzir frutos sem sementes

(partenocárpicos) com ou sem polinização (FROST; SOOST, 1968).

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

O presente trabalho teve como objetivo detectar locos controladores de características

quantitativas (QTLs) associados às características dos frutos em uma progênie F1 obtida do

cruzamento entre tangor ‘Murcott’ (TM) x laranja ‘Pera’ (LP).

3.2 Objetivos Específicos

1. Construção do mapa genético integrado de tangor ‘Murcott’ e laranja ‘Pera’ utilizando

marcadores DArTseq;

2. Identificação e análises de QTLs para as características dos frutos da progênie

segregante entre tangor ‘Murcott’ (TM) x laranja ‘Pera’ (LP);

3. Estudo da sintenia a partir da análise comparativa entre o mapa de ligação integrado

e o genoma de laranja doce (http://citrus.hzau.edu.cn/orange/index.php);

4. Localização de genes nos intervalos dos QTLs detectados.

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4 METODOLOGIA

4.1 Material Vegetal

Para a formação da população de mapeamento foram escolhidos genitores com carate-

rísticas contrastantes e complementares. Assim, o genitor tangor ‘Murcott’ se caracteriza por

apresentar frutos achatados, grande número de sementes, razoável facilidade de descasque e

resistência a CVC (clorose variegada dos citros), causada pela bactéria Xylella fastidiosa e a

leprose, causada pelo vírus da leprose dos citros (Citrus leprosis virus – CiLV). Já o genitor

laranja ‘Pera’ (LP) apresenta fruto com maior quantidade de polpa, mais alongado, com casca

aderente, acidez e teor de sólidos solúveis adequados ao mercado comercial de suco, mas sus-

cetível a CVC e a leprose. Na primavera de 1997, foi realizado o cruzamento controlado entre

tangor ‘Murcott’ (Citrus reticulata Blanco × C. sinensis (L.) Osb.) e laranja ‘Pera’

(C. sinensis (L.) Osb.) do banco de germoplasma de citros no Centro de Citricultura “Sylvio

Moreira”do Instituto Agronômico - IAC, situado em Cordeirópolis-SP.

Para a obtenção da população de mapeamento, os embriões zigóticos foram

identificados pela utilização de marcadores SSR (Oliveira et al., 2002). No total,

350 indivíduos híbridos foram identificados, dos quais 278 foram selecionados aleatoriamente

para compor a progênie de mapeamento.

Para a avaliação das características de fruto, os híbridos e genitores foram enxertados

em limão ‘Cravo’ (C. limonia Osbeck). O experimento foi estabelecido em 2004 no Centro de

Citricultura Sylvio Moreira do Instituto Agronômico (IAC), em Cordeirópolis – SP (22°32’ S e

47°27’ O, altitude de 639 m), com clima do tipo Cwa (clima temperado úmido com inverno

seco e verão quente), segundo a classificação de Köppen. O solo do ensaio é do tipo Latossolo

Vermelho distrófico típico. A média de precipitação pluvial anual é de 1.375,3 mm, e a

temperatura média anual é de 20,2 °C, sendo a média das máximas igual a 27,5 °C, e a das

mínimas 14,5 °C. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente ao acaso, com três

repetições clonais, e espaçamento 6 x 3 m.

4.1.1 Extração do DNA total

O DNA total foi extraído de folhas frescas de acordo com a metodologia descrita por

Murray e Thompson (1980), com modificações propostas por Machado et al. (1996).

Aproximadamente 2 g de folhas frescas foram lavadas e trituradas em almofariz com nitrogênio

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líquido até a obtenção de um pó fino, que foi transferido para tubos. Em seguida, foram

adicionados 700 µL de tampão de extração (1% CTAB; 0,7 M NaCl; 100 mM Tris-HCl pH 7,5;

10 mM EDTA; 2% sarcosil; 2% mercaptoetanol) e os tubos foram incubados

a 60 °C por 30 min. Após o resfriamento, foi adicionado ao extrato o mesmo

volume de clorofórmio/álcool isoamílico (24:1), e os tubos foram agitados por 3 min,

seguido de centrifugação por 8 min a 13.400 g. O sobrenadante foi então transferido para um

novo tubo e homogeneizado com mesmo volume de CTAB 10% (10% CTAB; 0,7 M NaCl), e

clorofórmio/álcool isoamílico (24:1). Os tubos foram novamente centrifugados por 8 min a

13.400 g. O sobrenadante foi então transferido para um novo tubo e a ele, foi adicionado igual

volume de tampão de precipitação (1% CTAB; 50 mM Tris-HCl pH 7,5; 10 mM EDTA), o qual

foi levemente misturado, seguido de 30 min em repouso e, posteriormente, centrifugado por 5

min a 9.300 g. Após a centrifugação, o sobrenadante foi descartado e o sedimentado (pellet) foi

dissolvido em 80 µL de TE com alta concentração de NaCl (1 M NaCl; 10 mM Tris-HCl pH

7,5; 1 mM EDTA) a 65°C até completa dissolução. Posteriormente, após resfriamento, o DNA

foi precipitado com 160 µL de etanol 100% e incubado a - 20°C por 12 h, centrifugado por 6

min a 9.300 g. O DNA obtido foi dissolvido em 80 µL de H2O MilliQ contendo 10 µg µL-1 de

RNAse para a eliminação completa de contaminação por RNA.

4.2 Genotipagem

O DNA foi enviado para a empresa Diversity Arrays Technology Pty Ltd (DArT P/L),

Austrália, onde a genotipagem foi realizada utilizando o método DArT, que se baseia na redução

da complexidade do genoma utilizando digestão por enzimas de restrição combinada com

sequenciamento de nova geração (NGS), técnica denominada DArTseqTM. As enzimas de

restrição utilizadas para a obtenção dos marcadores DArTseq foram PstI e TaqI, seguido de

sequenciamento. Adaptadores específicos para PstI e 96 códigos de barras distintos foram

ligados aos fragmentos de restrição. Os produtos resultantes foram amplificados e a qualidade

analisada. As amostras foram sequenciadas em equipamento Illumina Hiseq2000. Os

adaptadores Pstl incluíam um iniciador de sequenciamento de tal modo que as sequências foram

sempre lidas a partir dos sítios PstI. As sequências (arquivos FASTQ) resultantes foram filtradas

para a qualidade, com um nível de corte de 90% de confiança. As sequências

foram alinhadas com genoma de referência de tangerina ‘Clementina’

(www.phytozome.net/clementine). A partir deste procedimento, cerca de 30.000 marcadores

relacionados com a população de 278 indivíduos resultantes do cruzamento de tangor ‘Murcott’

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e laranja ‘Pera’, foram obtidos. Os marcadores DArTseq foram codificados como "0", se

ausente, ou "1", se presente, sendo denominados como dominantes. Todos os marcadores foram

analisados na descendência híbrida para os padrões de segregação Mendeliana esperados para

uma progênie F1.

4.2 Construção do mapa de ligação integrado

Para a construção do mapa integrado foram considerados todos os locos DArTseq que

não apresentaram desvio da segregação Mendeliana esperada, 1:1 [heterozigóticos para o

genitor masculino (oo x ao) ou para o genitor feminino (ao x oo)] ou 3: 1 (ao x ao). Os

marcadores selecionados para a construção do mapa foram codificados seguindo a notação

proposta por Wu et al. (2002) e foi empregado o software OneMap (Margarido et al., 2007),

que se baseia na abordagem multipontos utilizando o modelo oculto de Markov. Para a

construção do mapa foram considerados LOD score = 8 e fração máxima de recombinação de

0,3. A informação genômica obtida a partir do genoma sequenciado de Citrus sinensis,

disponível em http://citrus.hzau.edu.cn/orange/index.php foi considerada na construção dos

grupos de ligação.

Após a formação dos grupos, foi realizada uma ordenação prévia dos marcadores,

usando o algoritmo de RCD (Rapid Chain Delineation– DOERGE 1996) a fim de remover os

marcadores redundantes, ou seja, aqueles que apresentaram uma fração de recombinação igual

a zero. Em seguida, foram analisados os marcadores dentro de cada grupo de ligação. Nos

grupos de ligação com um número reduzido de marcadores com segregação 3:1 (menos de 10

marcadores), a integração entre marcadores do tipo D1 e D2 não foi eficiente. Nestes casos,

foram obtidos dois tipos de grupos de ligação, um com marcadores de 1:1 (polimórficos para

Tangor ‘Murcott’) e 3:1, codificados como "a", e grupos com marcadores 1:1 (polimórficos

para ‘Pera’) e 3:1, denominados como "b".

O procedimento de ordenação dos marcadores em cada grupo foi realizado através da

amostragem de um conjunto de marcadores que continha informação genômica. Usando a busca

exaustiva; a melhor ordem foi obtida, escolhendo aquela com maior valor de probabilidade,

através do comando COMPARE do software OneMap. Outros marcadores foram inseridos nos

grupos de ligação, através do comando TRY do mesmo software, de acordo com a posição mais

provável. As distâncias do mapa em centiMorgan (cM) entre os diferentes locos foram

estimadas pela função de mapeamento de Kosambi (1943), a partir da conversão das

frequências de recombinação.

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4.4 Analises fenotípicas – caracterização dos frutos

A colheita e a avaliação para as características dos frutos foram realizadas em julho de

2012 pela equipe do Centro de Citricultura. Para as análises, os frutos foram colhidos na porção

externa da copa, na faixa compreendida entre 1,0 e 2,0 m do solo e em toda a extensão do

perímetro da planta. Os frutos foram enviados ao Laboratório de Qualidade e Pós-Colheita do

Centro de Citricultura Sylvio Moreira do Instituto Agronômico - IAC.

A massa total dos frutos foi obtida a partir da pesagem de três amostras com cinco frutos

de cada genótipo, em balança de precisão da marca Filizola® com capacidade de 15 kg, com

sensibilidade 5 g. As determinações de altura e diâmetro do fruto foram realizadas através da

leitura direta de amostra de cinco frutos por genótipo, com auxílio de uma escala graduada, em

centímetros, sendo posteriormente calculada a relação altura/diâmetro (A/D). Já o número de

frutos por caixa representa o número de frutos necessário para atingir o peso padrão de uma

caixa (40,8 kg), obtido dividindo-se o valor de 40,8 kg pelo peso médio dos frutos.

O número de sementes e gomos por fruto foi avaliado após o corte do fruto ao meio e

contagem direta. A facilidade de descascar foi avaliada subjetivamente numa

escala de 1 (difícil) a 3 (fácil) por três avaliadores. Os dados apresentados correspondem a

média de 3 frutos de cada repetição de cada genótipo (3 repetições por genótipo).

As avaliações químicas dos frutos foram realizadas a partir de cinco frutos de cada

repetição de cada genótipo.O rendimento de suco foi determinado, após esmagamento de

amostras de cinco frutos na extratora OIC (Organização Internacional Centenário) modelo

OTTO 1800 (filtro com diâmetro interno = 26,11 mm; comprimento = 265 mm; furos de

diâmetro = 0,6 mm; área de vazão = 20%), e estimado por meio da relação massa do suco/massa

do fruto e expresso em porcentagem. O teor de sólidos solúveis totais (SST) foi determinado

com refratômetro digital, e os resultados expressos em °Brix. A acidez foi

obtida por titulação de 25 mL de suco, com uma solução 0,3125 N NaOH e fenolftaleína como

indicadora. Foi calculada a relação sólidos solúveis/acidez (ratio). Essa relação indica o estádio

de maturação dos frutos cítricos.

O valor do Índice Tecnológico (IT) foi obtido a partir da seguinte formula: IT =

rendimento em suco (%) x sólidos solúveis totais (°Brix) x peso da caixa padrão industrial de

citros (40,8 kg)/10.000, expresso em kg de sólidos solúveis totais por caixa, proposta por Di

Giorgi et al.(1990).

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4.5 Análises Estatísticas

Histogramas de distribuição das médias de todas as variáveis e os valores de correlação

de Pearson foram obtidos no Software R cran, (versão 3.1.3). As análises de variância e teste

de comparação de médias foram realizadas utilizando o programa SASM-Agri (CANTERI et

al., 2001).

4.6 Mapeamento de QTL

Para realizar o mapeamento de QTL, foi empregada a abordagem descrita por Gazaffi

et al. (2014), que realiza o mapeamento por intervalo composto (CIM – Composite Interval

Mapping; ZENG et al., 1994) no âmbito de mapa genético integrado. Para aplicar o CIM,

cofatores foram incluídos no modelo para controlar os QTLs localizados fora do intervalo de

mapeamento. Para declarar se o QTL era significativo, foi obtido o valor de LOD score crítico

utilizando um nível de significância de 0,95 e 1.000 permutações (CHURCHILL; DOERGE,

1994), de acordo com a proposta de Chen e Storey (2006).

4.7 Análise comparativa entre o mapa de ligação integrado e a montagem do genoma

Foi realizada a análise comparativa entre o mapa de ligação integrado construído no

presente estudo com o genoma de referência de Citrus. Para que fosse possível esta comparação,

todas as sequências dos marcadores ancorados no mapa integrado foram alinhadas com o

genoma, a partir do blastn, onde somente o resultado do primeiro melhor alinhamento, com

base no E-value, foi utilizado para a comparação. Com o intuito de

facilitar a visualização dos resultados dos alinhamentos obtidos, de modo a permitir a

identificação de sintenias, foi gerada uma visualização gráfica a partir a plataforma

http://mkweb.bcgsc.ca/tableviewer/. A avaliação da ordem dos marcadores no mapa de ligação

com a posição física dos marcadores no genoma foi estimada alinhando-se os nove grupos de

ligação com os pseudocromossomos de laranja doce.

4.8 Conteúdo gênico nos intervalos de QTLs detectados

Para analisar o conteúdo gênico nos intervalos dos QTLs detectados, os marcadores que

flaqueavam cada região identificada, foram alinhados com as sequências do genoma de Citrus

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29

sinensis e suas posições foram determinadas. Esta posição foi considerada com uma coordenada

para que fosse então possível buscar na plataforma de dados http://citrus.hzau.edu.cn/orange/

os genes localizados dentro de cada intervalo e suas respectivas funções.

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30

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Avaliações das características físico-químicas dos frutos

As características físico-químicas foram obtidas dos frutos produzidos pelos genitores

e pelos 278 indivíduos híbridos da família derivada do cruzamento entre tangor ‘Murcott’ e

laranja ‘Pera’ (Anexo A). Um exemplo dos frutos dos genitores está representado na Figura 1,

assim como um exemplo da diversidade fenotípica obtida na população segregante (Figura 2).

A relação entre altura e diâmetro dos frutos (A/D) é uma característica que pode

evidenciar se o fruto possui características similares a um dos genitores. Desta forma, frutos

com relação próxima a 1 apresentam forma arredonda, valores superiores a 1, formato oval

(laranja ‘Pera’) e inferiores, frutos mais achatados (tangor ‘Murcott’) (PACHECO et al., 2014).

Silva et al. (2009) analisando variedades de tangerinas e de híbridos constataram que a relação

A/D apresentou valores menores que 1, visto que os frutos apresentavam frutos achatados.

Figura 1 - Frutos dos genitores da progênie utilizada para constituir o mapa genético integrado

de (A) tangor ‘Murcott’ (Citrus reticulata Blanco × C. sinensis (L.) Osb.) e (B) laranja ‘Pera’

(C. sinensis)

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31

Dentre a população de mapeamento, foram obtidos indivíduos com grande diversidade

em relação às características analisadas (Figura 2). É possível visualizar híbridos com diferentes

formatos, quantidades de sementes, espessuras e coloração de casca, quantidade e cor de polpa.

Figura 2 - Amostra da variabilidade fenotípica dos frutos de indivíduos da família derivada

do cruzamento entre tangor ‘Murcott’ x laranja ‘Pera’

Foram avaliadas as características de fruto: peso, altura, diâmetro, A/D, espessura da

casca, número de gomos, número de sementes, facilidade de descasque, rendimento do suco

(%), acidez, teor de sólidos solúveis totais (°Brix), ratio (SST/ATT), índice tecnológico e

número de frutos por caixa. As frequências de distribuição das médias para os valores dessas

características avaliadas ajustaram-se a uma distribuição normal (Figura 3). Os valores máximo

e mínimo, média e coeficiente de variação (%) para os caracteres peso, altura, diâmetro, A/D,

espessura da casca, número de gomos, número de sementes, facilidade de descasque,

rendimento, acidez, sólidos solúveis, ratio (SST/ATT), índice tecnológico e número de frutos

por caixa estão apresentados na Tabela 1.

Para algumas características, a variabilidade foi bastante evidente. Os frutos

apresentaram grandes diferenças em relação ao valor mínimo e máximo de peso dos

frutos (g), que variou de 36,8 a 353g. Da mesma forma, o número de gomos dos frutos oscilou

entre 8 a 21 gomos por frutos, assim como número de sementes, que variou de

0 a 44 sementes por fruto. O ratio, relação entre sólidos solúveis totais e acidez titulável total

(SST/ATT), variou de 2 a 31 e o número de frutos por caixa variou de 115 a 1108 (Tabela 1).

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32

Para o rendimento de suco também foi observada variação dentre os híbridos analisados de 19,5

a 60,1%.

Para as demais características, houve variação mais discreta entre os valores. Para a

característica altura dos frutos, a variação foi de 3,5 a 8,8 cm; já para o diâmetro dos frutos, o

valor mínimo foi de 4,4 e máximo de 9,7 cm, e a relação altura e diâmetro (A/D) apresentou

variação limitada, sendo entre 0,7 a 1,2. Para a espessura da casca, os valores variaram

de 0,1 a 1,4 cm. Foi verificada também uma variação limitada para acidez dos frutos, no teor

de sólidos solúveis e no índice tecnológico, que variam de 0,3 a 2,8; 6,9 a 15,9; 0,7

a 3,2 respectivamente.

Em geral, a variabilidade dos dados obtidos (Coeficiente de variação = CV) se manteve

pequena, inferior a 25 % (Tabela 1), com exceção do número de sementes que foi a

característica que apresentou mais heterogeneidade de dados, com coeficiente de variação de

26,1 %. A partir dos valores obtidos para as 12 características dos frutos, foi estimada a

correlação de Pearson entre elas (Tabela 2).

Tabela 1 - Valor mínimo, valor máximo, média e coeficiente de variação (%) para as variáveis

peso (g), altura (cm), diâmetro (cm), A/D, espessura da casca (cm), número de gomos, número

de sementes, facilidade de descasque, rendimento (%), acidez (%), sólidos solúveis, ratio,

índice tecnológico e número de frutos por caixa na progênie F1 de tangor ‘Murcott’ e laranja

‘Pera’.

Característica Valor

mínimo

Valor máximo Média Coeficiente de

Variação (%)

Peso (g) 36,8 353,0 157,4 15,1

Altura (cm) 3,5 8,8 6,2 7,7

Diâmetro (cm) 4,4 9,7 6,9 6,1

A/D 0,7 1,2 0,9 5,6

Espessura de casca (cm) 0,1 1,4 0,4 23,9

Número de gomos 8,0 21 11,0 10,1

Número de sementes 0,0 44 17,0 26,1

Facilidade de descasque 1,0 3,0 1,7 7,7

Rendimento de suco (%) 19,5 60,1 45,4 8,4

Acidez (%) 0,3 2,8 1,2 17,0

Sólidos Solúveis 6,9 15,9 10,6 8,7

Ratio 2,0 31,0 9,0 19,4

Índice Tecnológico 0,7 3,2 1,97 12,4

Números de frutos por caixa 115 1108 273,8 20,9

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33

Figura 3 - Frequências de distribuição das médias para os valores de peso (g), altura (cm), largura ou diâmetro (cm), relação altura/largura A/D,

espessura da casca (cm), número de gomos e sementes, facilidade de descasque (Valores de 1= difícil a 3= fácil), rendimento de suco (%), acidez

(ATT), teor de sólidos solúveis (SST), Ratio (SST/ATT), valor de índice tecnológicos (IT) e número de frutos por caixa da população segregante

contendo 278 indivíduos, e valores dos frutos obtidos dos genitores tangor ‘Murcott’ e laranja ‘Pera’ indicados pelas setas.

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Tabela 2 -Valores de correlação de Pearson, coeficiente de determinação (R), entre todas as características avaliadas [peso (g), altura – A (cm),

diâmetro – D (cm), relação A/D, espessura da casca (cm), número de gomos e sementes, facilidade de descasque (Valores de 1= difícil a 3= fácil),

rendimento de suco (%), acidez, teor de sólidos solúveis (SST), Ratio (SST/ATT), valor de índice tecnológicos (IT) e número de frutos por caixa]

para valores obtidos de frutos derivados dos 278 indivíduos híbridos da população ‘Murcott’ x ‘Pera’.

Peso Altura Diâmetro A/D Espessura da

casca

Número de

gomos

Número de

sementes

Facilidade de

descasque

Rendimento

de suco Acidez

Sólidos Solúveis

(TSS)

Ratio Índice

tecnológico

IT

Número de frutos por

caixa

Peso 1 0,81** 0,88** 0,19** 0,05 0,05 -0,1* -0,1* -0,14** 0,12** -0,2** -0,34** 0,07 -0,12**

Altura 1 0,76** 0,58** 0,12* -0,02 -0,11** -0,11** -0,11** 0,03 -0,1* -

0,349** -0,02 -0,19**

Diâmetro 1 0,04 0 0,06 -0,11** -0,11** -0,11** 0,14** -0,27** -0,33** 0,13** -0,1**

A/D 1 0,14** -0,05 -0,03 -0,03 -0,05 -0,1* 0,12** -0,15** -0,16** -0,16**

Espessura da casca 1 -0,02 -0,04 -0,04 -0,17** -

0,21** -0,04 -0,03 0,01 -0,17**

Número de gomos 1 0,08* 0,08* -0,17** -0,06 -0,09* -0,08 0,08* -0,07

Número de sementes 1 0,1* -0,19** 0,04 0,02 0,03 0,01 0,04

Facilidade de descasque 1 -0,19** 0,04 0,02 0,03 0,01 0,04

Rendimento de suco 1 -0,02 0,01 0,08 0 0,02

Acidez 1 0,03 0,05 0,01 0,73**

Teor de Sólidos Solúveis

1 0,17** -0,81** 0,14

Ratio 1 0,2** 0,7**

Índice Tecnológico 1 0,14**

Número de caixa por

frutos 1

*valor de p< 0,05 ** valor de p< 0,01

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As características que apresentaram valor de p significativo para correlação são

estatisticamente dependentes (Tabela 2). Assim, podemos inferir que a característica diâmetro

está positivamente relacionada com a altura, ou seja, quanto maior o diâmetro do fruto, maior

será sua altura. Garcia et al. (2000) observaram alta correlação entre o peso de frutos e o número

de sementes em citros. Entretanto, neste estudo, a correlação entre estas características se

manteve baixa (-0,1), provavelmente devido a grande variação do número de sementes

encontrada na progênie resultante do cruzamento ‘Murcott’ x ‘Pera’.

Houve correlação negativa significativa entre peso, altura do fruto, diâmetro dos frutos,

espessura da casca e número de gomos com o teor de sólidos solúveis. Viana et al. (2003)

também evidenciaram a ocorrência de correlações negativas entre os sólidos solúveis e

características físicas dos frutos, como altura, diâmetro e espessura da casca. Neste caso, em

que existe correlação negativa entre as variáveis estudadas, para a seleção de novos híbridos

torna-se necessária a utilização de estratégias para que o melhoramento de uma característica

não altere as demais negativamente.

5.2 Estudos genéticos

5.2.1 Genotipagem DArTseqTM

Os marcadores DArTseq desenvolvidos permitiram a genotipagem da população através

de milhares de marcadores ao longo de todo o genoma. Após rigorosos processos seletivos

baseados em diversos parâmetros de qualidade (Call rate) foi exportado um total de 27.960

marcadores DArTseq. Foram encontrados altos níveis de desvios de segregação (64,5%) para

os marcadores, que foram então excluídos (18.006) das análises, restando 9.939 marcas

DArTseq que não apresentaram desvios de segregação.

Em seguida, foi conduzida análise para verificar a fração de recombinação entre

marcadores. Para tanto, procedeu-se uma ordenação preliminar, sendo utilizado o algoritmo

RCD (rapid chain delineation; DOERGE, 1996). Com a ordenação preliminar, foi possível

remover marcadores que estavam distanciados com fração de recombinação nula. Com isso

foram disponibilizados 932 marcadores DArTseq para a construção do mapa.

Os marcadores exclusivos para cada um dos genitores apresentaram segregação 1:1,

assim, do total, 932 marcadores utilizados para a construção do mapa integrado,

394 segregaram para o genitor tangor ‘Murcott’, 378 a partir do genitor laranja ‘Pera’ e

160 marcadores em heterozigose foram comuns para ambos os genitores e apresentaram

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segregação na proporção 3:1, perfazendo 17,2 % do total de marcadores mapeados. Esta

condição se torna um desafio para a obtenção de um mapa de ligação integrado, por duas razões:

primeiro, o número reduzido de marcadores com segregação 3:1, que são essenciais para a

integração entre os marcadores segregantes 1:1 para tangor ‘Murcott’ e ‘Pera’. Em segundo

lugar, os marcadores com segregação 3:1 são marcadores dominantes e, consequentemente,

menos informativos para a integração do que marcadores codominantes com segregação 1:2:1

e 1:1:1:1 (WU et al., 2002; GARCIA et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2008).

O número de marcadores obtidos nas diferentes espécies varia de acordo com a base

genética e a abordagem empregada. Este fato pode ser evidenciado quando se compara o

número de marcadores obtidos no presente estudo (27.960) com o número de marcas obtidas

por Sansaloni et al. (2010), ao caracterizar uma população de eucalipto (7.680 marcadores

DArT). Gulsen et al. (2010), ao utilizarem diversas classes de marcadores SRAP (Sequence-

Related Amplified Polymorphism), SSR (Simple Sequence Repeats), ISSR (Inter-Simple

Sequence Repeat), POGP (Peroxidase Gene Polymorphism), RGA (Resistant Gene Analog) e

RAPD (Randomly Amplified Polymorphic DNA) em progênie segregante de Citrus, obtiveram

609 marcadores. Desta forma, evidencia-se a eficiência da tecnologia DArtseqTM, empregada

no presente trabalho, na obtenção de um grande número de marcadores.

Uma possível explicação para a elevada quantidade de marcadores com frequência de

recombinação zero pode ser resultado do tamanho da população empregada no procedimento

(278 indivíduos). No entanto, em comparação com trabalhos anteriores, onde foram utilizadas

populações com 52 ( LURO et al., 1995), 57 (KIJAS et al., 1997; MOORE, GUY e WEBER,

2000), 60 (JARRELL et al., 1992;CAI et al., 1994), 65 (DURHAM et al., 1992; GMMITTER

JR et al., 1996; DENG et al ., 1997), 72 (DALKILIÇ et al., 2005), 80 (GARCIA et al.,

1999;GARCIA, ASINS e CARBONELL, 2000; RUIZ e ASINS, 2002; SIVIEIRO et al., 2006),

87 (OLIVEIRA et al., 2004), 94 (OLIVEIRA, CRISTOFANI e MACHADO, 2004), 97 (CHEN

et al., 2007), 143 (BASTIANEL et al., 2009), 151 (RAGA et al., 2012) e 164 (GULSEN et al.,

2010 ) indivíduos, o presente estudo possui tamanho amostral relativamente grande (278).

Porém, se marcadores DArtseq detectam polimorfismos fisicamente próximos, pode-se sugerir

que mais indivíduos devam ser analisados para formar uma população de estudo, de forma que

seja possível detectar recombinações entre os marcadores. Neste cenário, com o advento de

tecnologias high-throughput sequencing, o desafio de obter um grande número de marcadores

na progênie foi superado, e agora o problema seria aumentar o tamanho da população utilizada.

Em espécies perenes arbóreas, assim como os citros, esta dificuldade é ainda maior, uma vez

que é necessária grande área experimental. No entanto, os marcadores que apresentaram

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frequência de recombinação nula podem ser úteis em estudos utilizando a estratégia de

mapeamento por associação, em que o número de meioses ao longo de várias gerações, permite

encontrar recombinantes entre alguns desses marcadores.

Distorções de segregação também foram encontradas na maioria dos estudos anteriores

de mapeamento em citros (OLIVEIRA et al., 2008; RAGA et al.,2012). Utilizando marcadores

AFLP, observaram-se 61,5% de desvio de segregação para marcadores de laranja ‘Pera’

utilizando a mesma progênie do presente estudo (OLIVEIRA et al., 2007). Desvios de

segregações semelhantes (65%) foram encontrados no desenvolvimento de um mapa integrado

para uma população F2 em eucalipto utilizando marcadores DArT (SANSALONI et al., 2010).

Os altos níveis de distorção estão associados tanto com o tipo de marcador utilizado no estudo,

bem como com as espécies. Os possíveis responsáveis pela segregação distorcida em citros em

nível gamético e zigótico são a presença de fatores letais recessivos, o favorecimento de alguns

alelos na seleção gamética ou o aborto do embrião (RUIZ; ASINS, 2003). Já em relação ao

marcador utilizado, a tecnologia DArTseq possibilita a identificação de um grande número de

marcadores ao longo de todo o genoma de espécie; no entanto, a população de mapeamento do

estudo em questão, assim como a população de Eucaliptus (SANSALONI et al., 2010), possui

um tamanho relativamente pequeno em vista ao número de marcadores obtidos, sendo assim

um grande volume de marcas não foram polimórficas.

A exclusão de marcas que não aderiram ao teste X2 devido ao desvio da segregação

Mendeliana esperada pode comprometer a formação dos grupos de ligação e a saturação de

regiões com baixa densidade de marcas. Entretanto, caso estas marcas fossem inseridas na

análise de ligação, tanto a falta de acurácia na determinação das distâncias de mapa, quanto à

probabilidade de ocorrência do erro Tipo I (rejeição da hipótese nula) seriam muito maiores

(CLOUTIER; CAPPADOCIA; LANDRY, 1997).

Para a obtenção de um mapa integrado é importante dispor de um grande número de

marcadores com segregação 3:1 (GARCIA et al., 2006). Com o objetivo de verificar a

performance de marcadores DArT na construção de mapas para eucalipto, Sansaloni et al.

(2010) mapearam 811 marcas, sendo que 442 segregaram exclusivamente nos genitores e

369 segregaram na proporção 3:1, possibilitando assim a construção do mapa integrado que

depende de marcadores comuns aos genitores (3:1).

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5.2.2 Construção do mapa genético

De acordo com a metodologia adotada para a construção do mapa, foi necessário reduzir

o número de marcadores para que fosse possível utilizar programa OneMap

(Figura 4).

Figura 4 - Fluxograma da redução do número de marcadores DArTseq ao longo da construção

do mapa de ligação tangor ‘Murcott’ e laranja ‘Pera’

Este estudo foi o primeiro a mapear marcadores DArtseq em citros utilizando a

metodologia proposta por Wu et al. (2002). Porém, devido à ausência de marcadores 3:1

suficientes em alguns grupos, foram formados grupos de ligação de tangor ‘Murcott’ (a) ou

laranja ‘Pera’ (b). O mapa genético integrado possui 13 grupos de ligação, refletindo os nove

cromossomos, que representam o número haplóide da espécie. O tamanho dos grupos variou

de 40,48 cM (LG9) a 484,73 cM (LG1a), com um tamanho total de 2774,29 cM (Figura 1,

Tabela 1) e as distâncias entre os marcadores dos diferentes grupos de ligação variou de 0,1 a

38,45 cM, com uma distância média de 4,38 cM entre marcadores.

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Tabela 3 - Número de marcadores distribuídos em nove grupos de ligação de acordo com a

segregação mendeliana

Grupo de

Ligação

Número de Marcadores

DArTseq

Marcadores

C

Marcadores

D1

Marcadores

D2

Tamanho

(cM)

Grupo 1a 56 1 55 0 484,73

Grupo 1b 68 0 0 68 120,92

Grupo 2 74 17 38 19 204,77

Grupo 3 81 17 37 27 307,30

Grupo 4a 39 0 39 0 159,41

Grupo 4b 23 2 0 21 72,69

Grupo 5 109 24 44 41 423,30

Grupo 6a 29 10 19 0 109,63

Grupo 6b 32 10 0 22 150,39

Grupo 7a 33 5 28 0 230,40

Grupo 7b 60 4 0 56 428,51

Grupo 8 38 17 14 7 162,98

Grupo 9 19 19 0 0 40,48

Total 661 109 274 261 2774,29

*D1, D2 e C marcadores codificados de acordo com o manual do programa OneMap. D1: marcadores com

segregação 1:1 para o genitor tangor ‘Murcott’; D2: marcadores com segregação 1:1 oriundos do genitor

laranja ‘Pera’; e C: marcadores que apresentaram segregação 3:1, ou seja, estavam presente em ambos

genitores da população de mapeamento.

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Figura 5 - Mapa de ligação integrado construído no software OneMap. Com 13 grupos de ligação e tamanho total de 2.774,29 cM. Grupos de

ligação com “a”- tangor ‘Murcott’ e “b”- laranja ‘Pera’. Marcadores C em preto, D1em azul e D2 em vermelho.

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100053496|F|0100038967|F|0100017867|F|0100015326|F|0100022478|F|0100024927|F|0100041266|F|0100056018|F|0100019058|F|0100034474|F|0100039927|F|0100030277|F|0100020211|F|0100052762|F|0100045658|F|0100009414|F|0100121188|F|0100059559|F|0100046191|F|0100075401|F|0100043537|F|0100040999|F|0100043167|F|0100032235|F|0100058611|F|0100060624|F|0100047163|F|0100045370|F|0100097592|F|0100034709|F|0100161313|F|0100035488|F|0100009252|F|0100023543|F|0100033441|F|0100030874|F|0100011253|F|0100019936|F|0

8

100005534|F|0100037900|F|0100015134|F|0100038027|F|0100054768|F|0100039576|F|0100074745|F|0100029052|F|0100017127|F|0100064863|F|0100009991|F|0100041478|F|0100018834|F|0100010362|F|0100008287|F|0100013364|F|0100037333|F|0100153446|F|0100042601|F|0

9

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

240

260

280

300

320

340

360

380

400

420

440

460

480

Page 43: MAIARA CURTOLO Mapeamento de QTL para qualidade de … · apresentando os maiores valores de LOD score permitiu identificar a presença de ... 5.3 Análise comparativa entre o mapa

41

No mapa obtido no presente estudo, foram encontrados em média de 0,12 e 0,56

marcadores/cM. Os grupos de ligação, LG1a e LG1b apresentaram a menor e maior densidade,

respectivamente, com uma distância média de 1,7 e 8,6 cM entre os marcadores. Ollitrault et

al. (2012) construíram um mapa de referência de Clementina (961 marcadores e 1084,1 cM).

Os autores verificaram que o tamanho dos grupos de ligação variou de 87,5 cM (LG9) a 186,3

cM (LG3); LG7 e LG8 apresentaram uma densidade relativamente baixa de marcadores, com

uma média de 0,45 e 0,52 marcadores/cM, respectivamente. Em média, cerca de um marcador

por cM foi encontrado nos outros grupos de ligação do mapa de Clementina que foi considerado

como de média densidade. Seguindo este conceito, também podemos considerar o mapa

integrado de tangor ‘Murcott’ e laranja ‘Pera’ como de média densidade, já que desde os 932

marcadores disponíveis para construir o mapa, a apenas 661 foram efetivamente posicionados

nos grupos de ligação.

No que diz respeito à extensão do mapa, o tamanho do genoma de citros foi estimado

entre 1500 e 1700 cM (LANDER et al., 1987; JARREL et al., 1992). Neste estudo, utilizando

a função Kosambi (1943), o mapa integrado obtido apresentou 2774,29 cM, superando, assim,

os demais mapas obtidos para citros. A principal razão para extensão do mapa seria a presença

dos quatro grupos (1, 4, 6 e 7) onde não foi possível a completa integração, devido ao número

reduzido de marcas com segregação 3:1. Desta forma, a construção de um único grupo de

ligação não iria fornecer resultados consistentes, portanto, optou-se pela estratégia de separação

em dois grupos com a integração entre os marcadores D1 e C e marcadores D2 e C. Para

aumentar a integração das marcas neste mapa, é necessária a inclusão de marcadores

codominantes, especialmente com segregação 1:2:1 e 1:1:1:1, que podem ser encontrados em

outros sistemas de marcadores moleculares, tais como SNP e SSR, que provavelmente

integrarão esses quatro grupos, reduzindo o comprimento mapa.

Mapas genéticos para o tangor ‘Murcott’ e laranja ‘Pera’ foram previamente obtidos

com base em RAPD e marcadores AFLP por Oliveira et al. (2007), usando a estratégia pseudo-

testcross. Garcia et al. (2006) relataram que a estratégia de usar o mapa integrado, que inclui

marcadores com diferentes segregações, fornece vantagens sobre a dupla estratégia pseudo-

testcross. Estas vantagens incluem maior saturação devido à utilização de marcadores com

diferentes classes de segregação e, em particular, facilita a detecção de QTL. De acordo com

Carlier (2006), à medida que a cobertura de um mapa genético aumente, o número de grupos

de ligação se aproxima do número haplóide de cromossomos para a espécie e o número de

marcadores não ligados se aproxima de zero.

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42

5.2.3 Mapeamento de QTL utilizando o software FullsibQTL

O mapeamento de QTL foi realizado para as seguintes características: peso (g), altura

(cm) diâmetro (cm), relação de altura/diâmetro, espessura da casca (cm) número de gomos,

número de sementes, facilidade de descasque, rendimento de suco (%), acidez total titulável

(%), teor de sólidos solúveis totais, relação de sólidos solúveis/acidez ou ratio, índice

tecnológico e número de frutos por caixa. De acordo com a análise feita pelo método do

Mapeamento por Intervalo Composto (CIM) e o LOD Score crítico obtido pelo teste de

permutação (Tabela 3), considerando-se todas as características analisadas, um total de 19 QTL

foram detectados em 7 grupos de ligação (Figura 6, Tabelas 4 e 5). Não foi possível detectar

QTL associados às características peso dos frutos e espessura da casca. O índice tecnológico

(TI) foi a característica que apresentou o maior número de QTLs (5 QTLs).

De forma geral, os valores de LOD score críticos calculados foram elevados, variando

de 4,76 (Sólidos Solúveis) a 10,77 (espessura da casca). Já os LOD score dos QTLs detectados

variaram de 4,60 a 16,44, evidenciando regiões consistentes. Os valores de variação fenotípica

(R2) explicada pelos QTLs se mantiveram baixos, variando de 0,04% a 9,7%, o que indica a

natureza poligênica dessas características. Como a maioria dos marcadores possui segregação

1:1, esta também foi a segregação mais presente nos QTLs detectados (encontrada em 7 dos 19

QTLs). Porém, outros tipos de segregação, tais como 1:2:1, 3:1 e 1:1:1:1 também foram

identificadas, o que é uma vantagem do mapeamento de QTL em um mapa genético integrado,

uma vez que estes QTLs não iriam ser encontrados em abordagem duplo pseudo-testcross

(SOUZA et al., 2013; GAZAFFI et al., 2014).

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43

Tabela 4 - Valores de LOD score críticos resultantes do teste de 1000 permutações no software

FullsibQTL e número de QTLs identificados para as diversas características físico-químicas de

frutos estudadas.

Característica Teste de permutação/LOD

score

Número de QTLs

Peso 7,03 0

Altura (A) 5,25 2

Diâmetro (D) 5,48 1

A/D 5,36 1

Espessura da casca 10,77 0

Número de gomos 6,22 1

Número de sementes 5,20 2

Facilidade de Descasque 6,49 1

Rendimento de suco 5,41 2

Acidez (ATT) 7.49 1

Sólidos Solúveis Totais (SST) 4,76 1

Ratio 6,48 1

Índice Tecnológico 5,76 5

Frutos por caixa 6,68 1

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44

Figura 6. Mapeamento de QTL para o tamanho dos frutos (altura, diâmetro, relação entre

altura/diâmetro e número de frutos por caixa), características internas (número de gomos,

número de sementes, fácilidade de descaque e rendimento de suco) e de qualidade (acidez,

sólidos solúveis, ratio (acidez titulável/sólidos solúveis) e índice tecnológico.

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45

Tabela 5 - QTLs identificados para as características de fruto peso (g), altura (cm), diâmetro (cm), relação A/D, espessura da casca (cm), número

de gomos e sementes, facilidade de descasque, rendimento de suco, acidez, teor de sólidos solúveis, ratio, índice tecnológico e número de frutos

por caixa

Característica G.L cM Marcadores flanqueadores LOD p LOD q LOD pq LOD Seg. R2

Altura 4b 54 100084126|F|0-100027978|F|0 7.96 -0.020 0.02 0.25 6.32 -0.06 0.21 1:1 2,0

Altura 5 331 100081813|F|0-100037856|F|0 5,38 -0.075 1.23 0.04 0.44 0.13 3.04 1:2:1 1,58

Diâmetro 8 32,25 100020211|F|0 5,95 0,14 3,78 -0,12 2,97 0,02 0,13 1:2:1 9.7

A/D 4b 52,23 100084126|F|0 5,87 0,02 0,67 0,01 2,41 -0,00 0,14 1:1 3,8

Frutos por caixa 8 32,25 100020211|F|0 10,90 -19,63 5,04 14,51 2,88 -11,2 1,62 3:1 9,7

Número de gomos 5 315,12 100013979|F|0 10,23 0,3 4,16 -0,39 5,9 -0,25 2,8 3:1 1,7

Número de sementes 3 148,90 100059880|F|0 5,23 1,91 3,68 1,90 2,54 1,59 2,06 3:1 1,8

Número de sementes 8 30,42 100039927|F|0 5,86 0,48 0,33 1,36 2,46 -1,21 1,9 1:2:1 9,3

Facilidade de descasque 3 126,49 100029799|F|0 16,43 -0,18 2.5 0,41 12,1 0,06 0,47 1:1:1:1 2,6

Rendimento de suco 3 121,71 100032263|F|0 6,58 1,17 1,57 -1,86 4,23 -0,46 0,29 1:2:1 0,7

Rendimento de suco 6b 0,0 100034495|F|0 7,63 -0,46 0,11 2,29 7,47 NA NA 1:1 1,1

Acidez 6b 130,73 100040907|F|0 8,43 -0,0 0,0 0,07 2,55 -0,08 3,03 1:2:1 4,0

Sólidos Solúveis 5 311,68 100065152|F|0 5,2 0,17 0,94 0,19 1,37 -0,3 3.32 3:1 2,0

Ratio 6b 100 100020025|F|0-100077391|F|0 7,74 0,18 0,35 -0,37 1,40 0,76 3,5 1:2:1 7,2

Índice Tecnológico 4 116,15 100044015|F|0 5,7 0,1 5,7 NA NA NA NA 1:1 0,04

Índice Tecnológico 5 340,0 100034974|F|0-100104371|F|0 12,47 0,05 1,36 0,08 4,5 -0,11 7,37 1:1:1:1 1,7

Índice Tecnológico 6b 34,0 100084924|F|0-100033965|F|0 8,26 0,05 1,73 0,1 5,47 0,11 4,69 1:1:1:1 3,4

Índice Tecnológico 7 83,51 100036043|F|0 5,87 0,07 2,74 0,06 2,25 0,09 3,13 3:1 1,8

Índice Tecnológico 8 73,53 100043537|F|0 5,97 -0,09 5,32 0,05 1,52 0,05 1,56 1:2:1 8,7

G.L=grupo de ligação, cM= posição em centimorgan do QTL identificado, LOD=LOD score, p= efeito para o genitor ‘Murcott’, q=efeito

para o genitor laranja ‘Pera’, pq=efeito da interação dos genitores da população de mapeamento, Seg= segregação do QTL, R2= variação

fenotípica explicada em expresso em percentual.

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46

As características altura, diâmetro, relação entre altura/diâmetro e número de frutos por

caixa foram relacionadas com o tamanho dos frutos. Para estas características, foram

identificados cinco QTLs, nos grupos de ligação 4b (54 cM e 52,23 cM), 5 (331 cM) e 8 (32,25

cM). Considerando a altura dos frutos, dois QTL foram mapeados com padrão de segregação

1:1 (LG4b a 54 cM) e outro com segregação 1:2:1 (LG 5 em 331 cM) explicando 3,58% da

variação fenotípica (R2). O primeiro QTL apresentou um efeito aditivo do genitor ‘Pera’ e o

segundo, um efeito significativo aditivo de tangor ‘Murcott’ e também de dominância. Ao

considerar o mapeamento de QTL para diâmetro dos frutos, apenas um QTL foi encontrado

(LG8 a 32,25 cM), explicando 9,7% da variação fenotípica, com ambos os genitores mostrando

efeitos aditivos significativos, gerando um QTL com padrão de segregação 1:2:1. Para a relação

altura/diâmetro um único QTL foi mapeado no LG 4b a 52,23 cM, que responde por 3,8% da

variação fenotípica, e seu padrão de segregação 1:1 resultou em um efeito aditivo significativo

do genitor ‘Pera’. Além deste, outro QTL foi mapeado no LG 8 a 32,25 cM para o número de

frutos por caixa, que apresentou um valor de R2 de 9,7% e segregação 3:1, uma vez que todos

os seus efeitos genéticos foram significativos.

Deve-se notar que a altura e a relação altura/diâmetro tem uma correlação significativa

de 0,58 (Tabela 2). Isto também é evidenciado pelo resultado de mapeamento de QTL, uma vez

que partilham um QTL comum, separados por apenas 1,77 cM, ambos com padrão de

segregação 1:1, e com efeito significativo para o genitor ‘Pera’. No entanto, isto não se verifica

com a altura/diâmetro e o diâmetro, em que a correlação é de 0,04. Provavelmente, pode-se

sugerir que a relação altura/diâmetro reflete mais a variação observada da característica altura

do que diâmetro.

Outra comparação pode ser feita entre o número de frutos por caixa e o diâmetro dos

frutos, que apresentam uma correlação significativa de -0,10. Estas características partilham um

QTL no LG8 em 32,25 cM, com efeito aditivo de tangor ‘Murcott’ e também do genitor ‘Pera’,

a principal diferença é o sinal de ambos os genitores, ou seja, quando, para a característica

diâmetro, for encontrado um efeito positivo, um efeito significativo negativo será encontrado

para o número de frutos por caixa.

Seis QTLs para as características de frutos (número de gomos, número de sementes,

facilidade de descaque e rendimento de suco) foram mapeados nos grupos de ligação 3 (121,71

cM, 126,49 cM e 148,90 cM), 5 (315,12 cM), 8 (30,42 cM) e 6b (0,0 cM). Para o número de

gomos, apenas um QTL foi mapeado no LG 5 a 315,12 cM, com um valor de R2 de 1,7% e

segregação 3:1, devido aos três efeitos significativos encontrados. Para a facilidade de

descasque, um QTL foi detectado no LG 3 a 126,49 cM, explicando 2,6% de variação fenotípica

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47

e apresentando 1:1:1:1 como padrão de segregação. Para o número de sementes, dois QTL

foram identificados, no LG 3 a 148,90 cM e no LG 8 a 30,42 cM, sendo responsável por 11,1%

da variação fenotípica quando considerados conjuntamente. O primeiro mostrou padrão de

segregação 3:1 e o segundo 1:2:1 devido ao efeito aditivo do genitor ‘Pera’ e também do efeito

significativo de dominância. Para o rendimento de suco, dois QTL foram mapeados, um sobre

LG 3 a 121,71 cM, com padrão de segregação 1:2:1 e outro no LG 6b a 0,0 cM, com segregação

de 1:1 devido ao efeito aditivo significativo para o genitor ‘Pera’.

Para as características de qualidade dos frutos (acidez, sólidos solúveis, ratio ou acidez

sólidos solúveis/acidez titulável, e índice tecnológico) foram identificados 8 QTLs. Foi

mapeado um QTL para a acidez no grupo de ligação 6b a 130,73 cM, com padrão de segregação

1:2 1 devido ao efeito aditivo do genitor ‘Pera’ e também do efeito de dominância, sendo

responsável por 4% da variação fenotípica. Para o teor de sólidos solúveis, outro QTL foi

detectado no grupo de ligação 5 a 311,68 cM, com valor de R2 de 2% e com segregação de 3:1,

já que todos os efeitos genéticos foram significativos. Considerando o ratio (sólidos

solúveis/acidez titulavel), uma única região foi detectada no LG 6b a 100 cM, com padrão de

segregação 1:2:1 devido ao efeito significativo aditivo do genitor ‘Pera’ e também do efeito de

dominância, este QTL explicou 7,2% da variação fenotípica. Para índice Tecnológico, foram

identificados cinco QTLs, no LG 4 a 116,15 cM, LG 5 a 340 cM, LG 6b em 34 cM,

LG 7 de 83,51 cM e LG 8 a 73,53 cM, explicando em conjunto 15,64% da variação do

fenotípica. O QTL localizado no LG 4 possui LOD score de 5,7 e o menor valor de R2 observado

para todos os caracteres, com 0,04%, e apenas um efeito aditivo significativo do genitor

‘Murcott’, segregando na proporção 1:1. O segundo QTL mapeado para o índice tecnológico

no LG 5 teve o mais alto pico com um LOD score de 12,47 e um valor de R2 de 1,7%, este QTL

possui segregação de 1:1:1:1 com efeito aditivo significativo para os genitores e também para

a dominância. O QTL mapeado no grupo de ligação 6b apresenta um LOD score de 8,26 e um

valor de R2 de 3,4 %, com efeitos aditivos dos genitores ‘Murcott’ e ‘Pera’ e um efeito

significativo de dominância que resulta em um padrão de segregação 1:1:1:1. O primeiro e

único QTL detectado no grupo de ligação 7 apresentou LOD score de 5,87 e um valor de R2 de

1,8%, segregando na proporção de 3:1. O último QTL detectado para o índice tecnológico foi

localizado no grupo de ligação 8 com LOD score de 5,97, um R2 de 8,7 e com padrão de

segregação de 1:2:1.

Considerando todos estes QTL, algumas comparações podem ser observadas. A

facilidade de descasque e o rendimento de suco apresentam uma correlação de -0,19, o que

também se reflete no mapeamento de QTL; por exemplo, no LG3 para as duas características

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48

foram detectados QTL espaçados por 4,78 cM. Os efeitos genéticos para ambos os genitores

estão em repulsão, sugerindo que a seleção para o mesmo sentido destas características é um

desafio devido à sua ligação e / ou efeito pleiotrópico. Outra comparação é o número de

sementes e o diâmetro dos frutos (correlação de -0,11), que tem um QTL em comum no LG6b,

espaçados por 2,25 cM, com o mesmo padrão de segregação (1:2:1), porém com efeitos

divergentes. Aqui, o único efeito genético que está presente em ambas características é a

aditividade do genitor ‘Pera’ em fase de repulsão. Para tangor ‘Murcott’, o efeito aditivo é

significativo apenas para o diâmetro, já o de dominância está presente somente no QTL para o

número de sementes.

Considerando o número de gomos e o teor de sólidos solúveis (correlação de -0,09),

pode-se encontrar QTLs para as duas características no LG7 espaçados por 5,44 cM. Neste

caso, todos os três efeitos genéticos são significativos, e os efeitos para tangor ‘Murcott’ e para

a dominância estão em fase de ligação; por outro lado, os efeitos do genitor ‘Pera’ estão em

repulsão.

O índice tecnológico (TI) foi obtido a partir da seguinte fórmula: TI = teor de sumo (%)

x sólidos solúveis totais (Brix) x peso da caixa da indústria de citros padrão (40,8 kg) / 10000.

No entanto, uma comparação direta entre estas características não é possível, assim como QTLs

próximos não foram encontrados. Por exemplo, no LG5 apresenta um QTL para sólidos

solúveis e também para o índice tecnológico, mas espaçados por 28,27 cM. Isto também ocorre

em LG6b, em que QTLs são espaçados por 34 cM.

Em suma, o mapeamento de QTL para todas as características indica mais de dois QTLs

detectados para cada característica, com exceção de IT (cinco QTL). Além disso, as proporções

estimadas de variação fenotípica (R2) explicadas pelos QTLs mapeados neste estudo tiveram

valores baixos, sendo o maior valor R2 foi de 9,7%. Budahn et al. (2009) relataram que QTLs

de maior efeito são responsáveis por mais de 45% da variação fenotípica, o que não é observado

aqui. Todos estes resultados indicam claramente o fato de que estas características são

controladas por muitos genes e o efeito individual de um desses genes no fenótipo é pequena.

No entanto, um maior número de QTLs para as características não foi identificado, talvez

devido ao tamanho relativamente pequeno da população (278 indivíduos), o que pode

influenciar na quantidade de recombinações identificadas pelos marcadores DArtseq e

consequentemente no número de QTLs detectados.

Por um lado, isso mostra a complexidade das características associadas à produção e /

ou qualidade dos frutos, no entanto, regiões comuns foram encontradas para diferentes

características nos LG5 (311,68 - 315,12 cM), LG6b (32,25 cM), LG 7 (311-315,12 cM). Essas

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49

correlações não eram fortes, mas ainda assim significativas, podendo assim ser sugerido como

regiões candidatas para futuros estudos para uma melhor compreensão dessas características.

Vale a pena notar que a comparação entre os QTLs mapeados neste estudo com outros

é difícil, porque a maioria das características mapeadas neste estudo não foram investigadas

anteriormente. O mapa obtido neste estudo é o primeiro integrado com marcadores DArTseq.

Outros fatores que fazem a comparação dos resultados um desafio são os genitores das

populações e as metodologias utilizadas, uma vez que não são comparáveis.

5.3 Análise comparativa entre o mapa de ligação e o genoma de C. sinensis

Foi então realizada a comparação entre as sequências dos marcadores do mapa com o

genoma de C. sinensis. A partir da visualização gráfica dos resultados do blastn (Figura 18), foi

possível verificar que basicamente que todos os grupos de ligação apresentam completa sintenia

com o genoma de referência utilizado, com exceção de marcadores que foram localizados no

cromossomo Un (Chr unassigned) ou aqueles que não estavam presentes no genoma de

C.sinensis (Chr N).

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Figura 7 - Comparação dos grupos de ligação construídos com o genoma de C. sinensis,

disponível em: http://citrus.hzau.edu.cn/orange/. Posicionadas à esquerda as siglas LG

representam os grupos de ligação construídos (LG1a, LG1b, LG2, LG3, LG4a, LG4b, LG5,

LG6a, LG6b, LG7a, LG7b, LG8, LG9), os quais representam o mapa integrado da população

‘Pera’ x ‘Murcott’. Os grupos de ligações com “a” (tangor ‘Murcott’) e “b”(laranja ‘Pera’) se

referem a grupos parcialmente integrados. Já as abreviações Chr (Chr1, Chr2, Chr3, Chr4, Chr5,

Chr6, Chr7, Chr8, Chr9), ilustram os cromossomos do genoma de referência utilizado. O Chr

Un (Chr unassigned) é um segmento do genoma de referência onde estão todas as sequências

que não foram posicionadas nos pseudocromossomos. O Chr N representa todas as sequências

que não foram alinhadas no genoma de Citrus sinensis

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Dentre as sequências, 69,3% foram localizadas nos cromossomos de correspondência,

9,97% foram localizadas no Chr Un, e 20,7% das sequências dos marcadores não foram

encontrados no genoma de referência utilizado (Chr N), o que revela que o mapa de ligação

construído contém sequências que anteriormente não estavam posicionadas no genoma de

referência.

Uma análise abrangente do projeto do genoma de laranja doce (Citrus sinensis)

proposta por Xu et al., (2012) mostrou que 87,3% do genoma estimado de laranja foi coberto.

75% das sequência montadas do genoma foram ancoradas aos nove grupos de ligação com os

marcadores genéticos correspondentes utilizados, os outros 15% foram não atribuído aos nove

grupos de ligação. Nesta parte, o estudo das sequências Un que foram distribuídas dentros os

treze grupos que representam os nove cromossomos podem contribuir para montagem do

genoma de referência.

Uma vez que o mapa se mostrou sintênico com o genoma, foi possível analisar a co-

linearidade entre as sequências presentes no genoma da laranja doce e o mapa de ligação inte-

grado construído no presente trabalho (Figura 8).

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Figura 8 - Comparação entre as posições dos marcadores dispostos nos grupos de ligação do mapa integrado e pseudocromossomos de C. sinensis

(Chr). Os grupos de ligações obtidos neste estudo estão representados por 1a, 1b, 2, 3, 4a, 4b, 5, 6a, 6b, 7a, 7b, 8 e 9, os Chr1, Chr2, Chr3, Chr4,

Ch5, Ch6, Chr7, Chr8, Chr9 representam os cromossomos do genoma de C. sinensis. As linhas que horizontais que ligam os grupos e os

cromossomos representam a ordenação e colinearidade dos marcadores ancorados no mapa com as sequências do genoma.

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A análise comparativa do genoma de C. sinensis e o mapa de ligação mostraram uma

colinearidade significativa. No entanto, evidenciam-se eventos de rearranjo cromossômico,

tanto inversões e translocações. Os grupos de ligação 1, 2, 8 e 9 apresentaram total colinearidade

com o genoma de referência, ou seja, a ordem dos marcadores ancorados é a mesma que se

encontra nas sequências do genoma. Já nos demais grupos, 3, 4, 5, 6 e 7, foram localizadas

regiões onde ocorreram inversões e mudança na ordem dos marcadores, possivelmente devido

á recombinação ocorrida nos gametas dos genitores da população. Esta análise comparativa só

é possível quando há disponibilidade do genoma sequenciado da espécie, ou marcadores

comuns entre os diferentes mapas de ligação (THUMMA et al., 2010).

5.4 Conteúdo gênico nos intervalos de QTLs detectados

Os marcadores DArTseqTM, que flanquearam os QTLs detectados para as características

estudadas, foram então posicionados na atual versão do genoma de referência de Citrus

(http://citrus.hzau.edu.cn/orange/) e suas coordenadas foram usadas para buscar os genes

presentes nos intervalos. No total, 19 regiões foram analisadas quanto ao conteúdo gênico,

somando 17 modelos gênicos. Em média, foi obtido um modelo gênico por QTL detectado. O

QTL detectado para a alturados frutos no grupo de ligação 5 foi o que apresentou maior

conteúdo gênico presumível (2), dentre os demais analisados. Por outro lado, não foram

identificados genes no genoma referência nas regiões dos QTLs para o rendimento de suco e

para o índice tecnológico (Tabela 6).

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Tabela 6 - QTLs detectados para cada característica e os modelos gênicos preditos observados

nos intervalos genômicos correspondentes na versão atual do genoma de referência de Citrus

sinensis

Características GL Gene Função

Altura 4b Cs4g03340 Mitochondrial outer membrane protein porin of 36

kDa

Altura 5

orange1.1t011

58

Cs5g13910

HAT family dimerisation domain containing protein,

expressed;Putative AC transposase; Putative AC9

transposase

Putative uncharacterized protein

Diâmetro 8 Cs8g03420 Branched-chain-amino-acid aminotransferase 2,

chloroplastic

A/D 4b Cs4g03340 Mitochondrial outer membrane protein porin of 36

kDa

Número de

gomos 5

orange1.1t008

27 N.D.

Número de

sementes 3 Cs3g07490 DNA polymerase epsilon catalytic subunit A

Número de

sementes 8 Cs8g02790

Putative uncharacterized protein Sb01g041340;Actin-

depolymerizing factor 5; Actin-depolymerizing factor

(Fragment); Putative actin-depolymerizing factor 8;

Actophorin; Cofilin; Cofilin-1B; Cofilin-1A;

Cofilin/actin-depolymerizing factor homolog; Cofilin-

4; Destrin

Facilidade de

descasque 3 Cs3g07400

Transposable element protein, putative,

Retrotrans_gag

Rendimento

de suco 3 N.D.

Rendimento

de suco 6b Cs6g02380

Serine carboxypeptidase-like 29;Virulence-related

protein Nf314;Similar to Hordeum vulgare

carboxypeptidase D

Acidez 8 Cs6g07720

Mitogen-activated protein kinase-binding protein 1;

WD repeat-containing protein 62; Echinoderm

microtubule-associated protein-like 5;Novel protein

similar to vertebrate mouse mitogen-activated protein

kinase binding protein 1-like (MAPKBP1) (Fragment)

Sólidos

Solúveis 5 N.D.

Ratio 6b Cs6g07610

Putative acetyl co-enzyme A carboxylase

carboxyltransferase alpha subunit;Acetyl-coenzyme A

carboxylase carboxyl transferase subunit alpha,

chloroplastic; Acetyl-coenzyme A carboxylase carboxyl

transferase subunit alpha

IT 4 Cs4g03200

Probable xyloglucan endotransglucosylase/hydrolase

protein 23; Xyloglucan

endotransglucosylase/hydrolase protein 22;

Brassinosteroid-regulated protein BRU1 Continua

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55

Conclusão

Tabela 6 - QTLs detectados para cada característica e os modelos gênicos preditos observados

nos intervalos genômicos correspondentes na versão atual do genoma de referência de Citrus

sinensis

IT 5 Cs5g14460

Coiled-coil domain-containing protein 94 homolog;

Coiled-coil domain-containing protein 94; Cell cycle

control protein cwf16; Protein CWC16;Synaptic

vesicle transporter SVOP and related transporters

(Major facilitator superfamily) (ISS)

IT 6b Cs6g01810

IT 8 Cs7g05440

Lectin protein kinase family protein, putative,

expressed;G-type lectin S-receptor-like

serine/threonine-protein kinase SD2-5; Probable

receptor-like protein kinase At5g20050

IT 8

Frutos por

caixa 6b Cs8g03420

Branched-chain-amino-acid aminotransferase 2,

chloroplastic; Branched-chain-amino-acid

aminotransferase 6; Putative branched-chain-amino-

acid aminotransferase 7

A co-localização de QTLs tem sido utilizada principalmente em espécies florestais,

como em Pinus taeda (BROWN et al., 2003), Pinus pinaster (POT et al., 2006) e

Picea glauca (PELGAS et al., 2011; PETROLI, 2013), como uma maneira de sugerir possíveis

genes candidatos ou para validar genes candidatos de forma indireta. No entanto, esta

abordagem pode apontar para diversos genes, com funções conhecidas ou desconhecidas

(GION et al., 2011).

No presente trabalho, por exemplo, foram identificadas sequências em regiões QTLs

associadas com o índice tecnológico (IT), com elevada homologia com a enzima xiloglucano

endotransglicosilase/hidrolase (XTH) (Tabela 6). Esta enzima estaria relacionada com o

processo de amadurecimento de frutos de morango (OPAZO et al., 2010). O IT, do presente

trabalho, está relacionado com o amadurecimento da fruta, pois é baseado no conteúdo solúvel

sólido e de suco. Assim, este gene e outros relacionados com esta função podem ser bons

candidatos para análise funcional visando ao melhoramento de citros.

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6 CONCLUSÕES

Os marcadores DArTseq, assim como a estratégia de mapeamento utilizada, possibilitou

a construção do mapa integrado para tangor ‘Murcott’ e laranja ‘Pera’, que representa o número

haploide de cromossomos da espécie e alta cobertura genômica.

Devido às restrições operacionais do programa utilizado (OneMap) não foi possível

utilizar os 9.939 marcadores DArTseq para a construção do mapa integrado.

Através do estudo de sintenia e colinearidade, foi possível concluir que o mapa

construído, possui alta sintenia e colinearidade com o genoma de referência utilizado.

Dentre as características estudadas, foi possível identificar 19 QTLs. Apenas para as

características peso e espessura da casca não foram detectados QTLs.

A co-localização entre QTLs para os intervalos dos mesmos, sugere a existência de

regiões genômicas possivelmente relacionadas com as características analisadas. Esta

abordagem contribuiu para identificar genes candidatos para as características quantitativas

relacionadas à qualidade dos frutos de citros.

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