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começo #01janeiro2015

Liberté #01

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Tema do mês: começo. {uma revista comum, feita por pessoas comuns, para pessoas comuns}

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Page 1: Liberté #01

começo#01janeiro2015

Page 2: Liberté #01

tema do mês: começo

Page 3: Liberté #01

Fazia um tempo já que eu estava afi m de fazer um projeto pessoal... mas não sabia o que eu procurava exatamente. trabalho com editorial a um tempo e decidi que isso é o que me dá prazer, então tive a ideia de montar a liberté. uma revista que fala sobre pessoas normais, nenhuma celebridade. Aqui então me exponho por completo: meu estilo gráfi co, meu jeito de escrever, minha paixão por fotografi a, ilustração, design e pessoas. essa revista é feita nas horas em que passo entre um ônibus e outro e contém muita dedicação e amor. Ah, e todo dia 10, uma edição nova vai ao ar... e a cada mês, um tema novo. O tema dessa primeira edição é começo. e como ninguém é feliz sozinho, precisei de ajuda para tornar essa revista real: chamei as melhores pessoas que conheço, meus amigos, e cada um também expõe um pouco de si. espero que goste. que este ano que acabou de começar, seja o início de muitos começos bons =) beijos, mel.

nessa edição tem:Carolina Ferraz; eduardo monteiro; hellora Dana Finotti.e sempre tem:eric mudo; Jade meneguel; maria Clara Vieira; marina Costa;Natalia ghacham; Yane reis.projeto Gráfi co: melissa Costa.

um belo dia resolvi mudar e fazer tudo o que eu queria fazer{rita lee}

Page 4: Liberté #01

Sumário

Yane reis é formada em hotelaria pelo Senac, atualmente é gerente administrativa em uma rede de alimentação. Aqui escreve suas belas palavras.

Começo: Pra começar, por onde começo? Começo de ano, começo de metas, início de vida! Adoro os pontos de partida, não desmerecendo as linhas de chegada, mas como superar as descobertas do início do caminho?

O que esperar dessa primeira edição? que cada página seja uma janela, de onde você possa vislumbrar vários novos começos!

FOtO:eriC muDO

Page 5: Liberté #01

06 A vida que começa todo dia14 Produtos para começar16 O começo de uma doutora22 Fala, Clara23 Diz aí, Jade24 O começo de 328 Sabor para começar30 Poesia da Na

Se ACheleiA NA OrDem Ou PrOCure

O que mAiS te iNtereSSA.

Page 6: Liberté #01

Ensaio

começaa vida que

todo dia| fotos por eric mudo |

Page 7: Liberté #01

O COmeçO DO ANO

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O COmeçO DO ShOw

Page 9: Liberté #01

O COmeçO DO meDO

Page 10: Liberté #01

O COmeçO DO CAmiNhO

Page 11: Liberté #01
Page 12: Liberté #01

O COmeçO DO Ser

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eric mudo é fotógrafo e atualmente faz faculdade de cinema. ele tem experiência com vídeos também. Confi ra seu trabalho em: fl ickr.com/ericmudo

Page 14: Liberté #01

Produtos

produtospara começarcomeçou o ano: hora de recomeçar muitas coisas. temos aQui uma seleçÃo de produtos para seus diVersos recomeços

PARA COMEÇAR CAMINHADAS

SAPATINHO PERKYR$ 99,90

PARA COMEÇAR A SE ENTENDER

O LIVRO DA PSICOLOGIA; GLOBO LIVROSR$ 59,90

PARA COMEÇAR BANHOS DIVERTIDOS

ESPONJA DE BANHO ANTÍDOTOR$ 5,90

FOtO: mel COStA

Page 15: Liberté #01

PARA COMEÇAR 0 DIA FELIZ

MÁQUINA DE WAFFLE DO MICKEY$ 21,00

PARA COMEÇAR O BEM O VERÃO

PROTETOR SOLAR VICHY R$ 64,90

PARA COMEÇAR A FESTA

TRIO DE SOMBRAS (TUXEDO) MARY KAYR$ 29,00

PreçOS PeSquiSADOS em JANeirO, SuJeitO A muDANçAS

Page 16: Liberté #01

Começos

| texto po r mel costa|

CoMeÇo de uMadoutoRa

Page 17: Liberté #01

carol tem aPenas 26 anos e JÁ Pode ser

chamada de doutora. mas isso É só

o comeÇo.

Page 18: Liberté #01

mel: Você sempre sonhou em ser médica?Carol: Não. eu sempre sonhei em poder fazer algo que pudesse ajudar as pes-soas. trazer paz, conforto e segurança. Acho que a medicina foi o caminho que encontrei para meu objetivo fi nal.e mesmo sabendo que não seria fácil cursar medicina, o que te fez continuar nesse caminho?O amor. A cada dia que passou, amei mais estar ali, aprendendo dia a dia como o corpo humano funciona e a mente. Ver a realidade de cada familia e apartir disso desenvolver métodos para ajudar, não só fi sicamente, mas também psicologicamente sabe? Sentia que aq-uilo era feito para mim. Cada paciente, cada história diferente me dava mais força. me sentia cada dia melhor. O mel-hor momento era nas consultas de retor-no, onde via que o que planejei para essa

pessoa e ela seguiu a risca a benefi ciou. quando ela voltou estava bem, mais calma, mais bem disposta, mais feliz, enfi m mais saudável.Que lindo isso! espero que continue sempre esse encanto. mas, voltando ao começo, você prestou muitos vestibulares?Nossa, muitos! Comecei no terceiro ano, fi z uns 5. Depois fi z dois anos de cursinho e prestei uns 12 (vestibulares) por ano. No fi m do segundo ano eu fi nalmente passei.caramba! e mesmo assim não perdeu a vontade?Não, de forma alguma. Depois que decidi que era isso que eu queria, não deixei a peteca cair e fui me esforçando cada dia mais. enxerguei como um desafi o. me desafi ava todos dias, um exercicio a mais, um capitulo a mais, só mais uma hora de estudo. No fi m estudar se tornou mais gostoso. é lógico que tinham dias de desânimo, pois ninguém é de ferro, mas os de boa vontade e fé foram maiores e hoje estou aqui!e quando você passou na prova, quem foi a primeira pessoa a saber da novidade?minha mãe! Nossa, na hora que vi pela internet meu nome na lis-ta de aprovados eu desmontei na cadeira. Foi a melhor sensação, relaxamento e satisfação. Naquele momento me senti nas nuvens. eu não acreditava, entrei e sai do site umas 3 vezes (risos). Peguei o telefone e liguei para ela na hora. eu disse assim: “mãe passei!” e

caroliNa ferraZ ZaNetti aGora É doutora, mas aiNda Podemos cHamÁ-la de carol. ela É uma joVem que acaBa de comPletar a faculdade de mediciNa, um dos cursos mais requisitados do PaÍs, em alfeNas, iNterior de miNas Gerais. ela tem tudo Para ser uma Ótima ProfissioNal: É ateNciosa, iNteliGeNte e muito carismÁtica. aqui, ela coNta um Pouco desse NoVo começo.

FOtOS: rePrODuçãO iNStAgrAm

mel: Você sempre sonhou em ser médica?Carol: Não. eu sempre sonhei em poder fazer algo que pudesse ajudar as pes-soas. trazer paz, conforto e segurança. Acho que a medicina foi o caminho que encontrei para meu objetivo fi nal.e mesmo sabendo que não seria fácil cursar medicina, o que te fez continuar nesse caminho?O amor. A cada dia que passou, amei mais estar ali, aprendendo dia a dia como o corpo humano funciona e a mente. Ver a realidade de cada familia e apartir disso desenvolver métodos para ajudar, não só fi sicamente, mas também psicologicamente sabe? Sentia que aq-uilo era feito para mim. Cada paciente, cada história diferente me dava mais força. me sentia cada dia melhor. O mel-hor momento era nas consultas de retor-no, onde via que o que planejei para essa

pessoa e ela seguiu a risca a benefi ciou. quando ela voltou estava bem, mais calma, mais bem disposta, mais feliz, enfi m mais saudável.Que lindo isso! espero que continue sempre esse encanto. mas, voltando ao começo, você prestou muitos vestibulares?Nossa, muitos! Comecei no terceiro ano, fi z uns 5. Depois fi z dois anos de cursinho e prestei uns 12 (vestibulares) por ano. No fi m do segundo ano eu fi nalmente passei.caramba! e mesmo assim não perdeu a vontade?Não, de forma alguma. Depois que decidi que era isso que eu queria, não deixei a peteca cair e fui me esforçando cada dia mais. enxerguei como um desafi o. me desafi ava todos dias, um exercicio a mais, um capitulo a mais, só mais uma hora de estudo. No fi m estudar se tornou mais gostoso. é lógico que tinham dias de desânimo, pois ninguém é de ferro, mas os de boa vontade e fé foram maiores e hoje estou aqui!e quando você passou na prova, quem foi a primeira pessoa a saber da novidade?minha mãe! Nossa, na hora que vi pela internet meu nome na lis-ta de aprovados eu desmontei na cadeira. Foi a melhor sensação, relaxamento e satisfação. Naquele momento me senti nas nuvens. eu não acreditava, entrei e sai do site umas 3 vezes (risos). Peguei o telefone e liguei para ela na hora. eu disse assim: “mãe passei!” e

caroliNa ferraZ ZaNetti aGora É doutora, mas aiNda Podemos cHamÁ-la de carol. ela É uma joVem que acaBa de comPletar a faculdade de mediciNa, um dos cursos mais requisitados do PaÍs, em alfeNas, iNterior de miNas Gerais. ela tem tudo Para ser uma Ótima ProfissioNal: É ateNciosa, iNteliGeNte e muito carismÁtica. aqui, ela coNta um Pouco desse NoVo começo.

FOtOS: rePrODuçãO iNStAgrAm

Page 19: Liberté #01

ela: “Passou onde, Carolina?” (ela estava atendendo um paciente no momento), e eu respondi: “Na faculdade mãe!!!”ela provavelmente se sentiu nas nuvens também né?Carol: Com certeza. Foi uma conquista nossa. ela sempre me incen-tivou, me ergueu nos momentos difi ceis, me levou para as provas. Sem-pre me mostrou que eu era capaz, nunca me deixou pensar o contrário.com a aprovação veio também a mudança: porquê você escolheu estudar em alfenas?Foi por indicação de um amigo que fazia faculdade lá. ele gostava muito da faculdade e me mostrou varias qualidades que ela ofere-cia. eu nunca quis morar fora de casa, mas foi uma boa oportuni-dade que Deus guardou para mim. muita coisa mudou a partir de lá.e como foi morar sozinha pela primeira vez, mudar de cidade e ainda por cima, fazer um curso tão puxado?No começo foi super assustador. Sempre fui fi lhinha de mamãe, tinha tudo na mão. Fazer comida, almoçar e jantar sozinha. Andar numa ci-dade que você não conhece, não sabia onde era o banco, o mercado, a igreja. e no começo você não tem amigos né, na verdade ninguém. Che-gar em casa e aquele silêncio. Você na verdade começa do zero. Apren-de a viver sozinha, a cozinhar, a decidir tudo da sua forma. Ninguem te incomoda e você não incomoda ninguém (risos). Ninguém está lá para

perguntar se você comeu, se não está es-tudando (risos). Você se torna indepen-dente e mais madura.sentiu muita saudade de casa, dos amigos?Nossa, como senti! Senti saudades da convivência com meus pais e irmãos, das brincadeiras das crianças, das bron-cas, da conversa na hora do almoço... e do almoço... comidinha de casa faz uma falta! Dos amigos também, foram os que eu mais fi quei distante, cada um tem sua rotina e fi cava difícil coincidir os fi ns de semana livres. Você via seus amigos se formando na faculdade, começando a trabalhar e você ainda lá no terceiro ano (risos). Foi uma mudança total de reali-dade. morava em um ambiente urbano mega agitado. mudei para uma cidade do interior de minas gerais.Você conheceu muita gente diferente em alfenas?

ela: “Passou onde, Carolina?” (ela estava atendendo um paciente no momento), e eu respondi: “Na faculdade mãe!!!”ela provavelmente se sentiu nas nuvens também né?Carol: Com certeza. Foi uma conquista nossa. ela sempre me incen-tivou, me ergueu nos momentos difi ceis, me levou para as provas. Sem-pre me mostrou que eu era capaz, nunca me deixou pensar o contrário.com a aprovação veio também a mudança: porquê você escolheu estudar em alfenas?Foi por indicação de um amigo que fazia faculdade lá. ele gostava muito da faculdade e me mostrou varias qualidades que ela ofere-cia. eu nunca quis morar fora de casa, mas foi uma boa oportuni-dade que Deus guardou para mim. muita coisa mudou a partir de lá.e como foi morar sozinha pela primeira vez, mudar de cidade e ainda por cima, fazer um curso tão puxado?No começo foi super assustador. Sempre fui fi lhinha de mamãe, tinha tudo na mão. Fazer comida, almoçar e jantar sozinha. Andar numa ci-dade que você não conhece, não sabia onde era o banco, o mercado, a igreja. e no começo você não tem amigos né, na verdade ninguém. Che-gar em casa e aquele silêncio. Você na verdade começa do zero. Apren-de a viver sozinha, a cozinhar, a decidir tudo da sua forma. Ninguem te incomoda e você não incomoda ninguém (risos). Ninguém está lá para

perguntar se você comeu, se não está es-tudando (risos). Você se torna indepen-dente e mais madura.sentiu muita saudade de casa, dos amigos?Nossa, como senti! Senti saudades da convivência com meus pais e irmãos, das brincadeiras das crianças, das bron-cas, da conversa na hora do almoço... e do almoço... comidinha de casa faz uma falta! Dos amigos também, foram os que eu mais fi quei distante, cada um tem sua rotina e fi cava difícil coincidir os fi ns de semana livres. Você via seus amigos se formando na faculdade, começando a trabalhar e você ainda lá no terceiro ano (risos). Foi uma mudança total de reali-dade. morava em um ambiente urbano mega agitado. mudei para uma cidade do interior de minas gerais.Você conheceu muita gente diferente em alfenas?

Page 20: Liberté #01

Conheci sim. Como toda faculdade de medicina, seus colegas de sala são de todo canto do brasil: Paraná, goiás, ba-hia, Aracaju, São Paulo, rio e a grande maioria de minas gerais. Diferentes so-taques, culturas e sonhos. em Alfenas me senti em casa, essas pessoas se en-contravam na mesma situação que eu, com o passar do tempo seus amigos se tornam a sua família. e não posso deix-ar de dizer o quanto os proprios mora-dores da cidade foram acolhedores. Sou muito suspeita a dizer, mas sou muito fã de mineiro. (risos)tão fã que arranjou um namorado por lá, né? (risos)(risos) muito mais que namorado, um amigo, meu braço direito, meu companheiro. O rafael esteve pre-sente na minha vida desde o início da faculdade, começou com uma am-

izade e hoje sem dúvidas se tornou um amor forte e verdadeiro, ele é o homem da minha vida.e agora que você já se formou e tem um companheiro de vida, qual o próximo sonho?meu sonho é me tornar uma ótima profi ssional. uma médica excelente e por em prática tudo que aprendi esses seis anos. quero trabalhar muito, atender muitos pacientes, aprender cada dia mais, estudar mais. tentar fi car mais próxima da minha família, conquistar minha inde-pendência. Casar, ter um lar nosso, viajar muito. ter uma vida tranquila e sempre poder ter saúde e boa vontade para ajudar o próximo.e o que mudou na carol de seis anos atrás?essa é difícil (risos). Acho que mudou tudo. me tornei mulher. uma pessoa mais aberta, mais segura, mais confi ante. minha fé se tornou maior. Vejo que sou capaz de ser tudo o que eu quiser, basta ter von-tade, coragem e persistência. Aprendi a dar valor ao que realmente é importante: a vida que nos foi dada generosamente e as pessoas que amamos. Acredito que estamos de passagem nesse mundo e quero deixar só o melhor de mim.

quero agradecer a melissa Costa pela oportunidade de mostrar um pouco de mim e principalmente pelo carinho e amizade.

Conheci sim. Como toda faculdade de medicina, seus colegas de sala são de todo canto do brasil: Paraná, goiás, ba-hia, Aracaju, São Paulo, rio e a grande maioria de minas gerais. Diferentes so-taques, culturas e sonhos. em Alfenas me senti em casa, essas pessoas se en-contravam na mesma situação que eu, com o passar do tempo seus amigos se tornam a sua família. e não posso deix-ar de dizer o quanto os proprios mora-dores da cidade foram acolhedores. Sou muito suspeita a dizer, mas sou muito fã de mineiro. (risos)tão fã que arranjou um namorado por lá, né? (risos)(risos) muito mais que namorado, um amigo, meu braço direito, meu companheiro. O rafael esteve pre-sente na minha vida desde o início da faculdade, começou com uma am-

izade e hoje sem dúvidas se tornou um amor forte e verdadeiro, ele é o homem da minha vida.e agora que você já se formou e tem um companheiro de vida, qual o próximo sonho?meu sonho é me tornar uma ótima profi ssional. uma médica excelente e por em prática tudo que aprendi esses seis anos. quero trabalhar muito, atender muitos pacientes, aprender cada dia mais, estudar mais. tentar fi car mais próxima da minha família, conquistar minha inde-pendência. Casar, ter um lar nosso, viajar muito. ter uma vida tranquila e sempre poder ter saúde e boa vontade para ajudar o próximo.e o que mudou na carol de seis anos atrás?essa é difícil (risos). Acho que mudou tudo. me tornei mulher. uma pessoa mais aberta, mais segura, mais confi ante. minha fé se tornou maior. Vejo que sou capaz de ser tudo o que eu quiser, basta ter von-tade, coragem e persistência. Aprendi a dar valor ao que realmente é importante: a vida que nos foi dada generosamente e as pessoas que amamos. Acredito que estamos de passagem nesse mundo e quero deixar só o melhor de mim.

quero agradecer a melissa Costa pela oportunidade de mostrar um pouco de mim e principalmente pelo carinho e amizade.

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É lógico que tinham dias de desânimo, mas os de boa vontade e fÉ foram maiores

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Fala, Clara

Não, esse texto não é sobre ciclo menstrual. O assunto aqui é outro: o famoso “fim de um ciclo de trabalho e aprendizagem” – aquela frase clichê que todo mundo diz (ou escreve por e-mail) na despedida de um emprego.

Por favor, neste ano novo, vamos mudar de pensamento. Você, que me lê, não obrigue seus colegas de baia a ouvir (ou ler) uma bobeira dessas. e não venha dizer que é poético! toda vez que me deparo com essa frase batida, eu me estremeço. Não há nada que me incomode mais do que um chavão sem fundamento.

Não há fim nenhum em um ciclo. Vamos lá, é fácil: (1) está no dicionário. Ciclo = intervalo de tempo durante o qual se completa uma sequência de uma sucessão regularmente recorrente de eventos; o mesmo que anel; ou seja, ciclo não tem começo nem fim – é isso que faz dele um ciclo. (2) Seu ciclo não acabará porque trabalho e aprendizagem nunca terminam: todo dia aprendemos algo novo e, ainda que você se aposente, o trabalho (seja doméstico, seja voluntário) está sempre lá te esperando. (3) todo fim é, necessariamente, começo de algo novo, o que me leva a filosofar:

Vida é cicloCiclo é infinitoVida é infinitainfinito é ausência de fimAusência de fim é ausência de começoPor tanto, vida é ciclo, que é infinito, que é ausência de fim, que é aus-

ência de começo, que é mistério.que o seu 2015 comece (e termine) assim reflexivo.

Pelo fim do fim do ciclo

mAriA ClArA VieirA é FOrmADA em

JOrNAliSmO PelA uSP e é rePOrter NA

reViStA CreSCer

Page 23: Liberté #01

Diz aí, Jade

uma típica frase de réveillon que estamos até cansados de escutar é “Ano Novo, Vida Nova”. Se pararmos para pensar, tudo o que é novo sur-giu por um ponto de partida da ação de alguma pessoa, ou seja, pelo simples ato dessa pessoa ter começado algo. então, eu me questiono: Por quê começar as vezes é tão complicado?

em todos os sentidos da nossa vida, o que nos move e o que vai criando nossa personalidade são nossas decisões. São com elas que entramos em uma faculdade, escolhemos nossos círculos so-ciais, compramos um carro ou até mesmo escol-hemos qual filme assistir em uma noite chuvosa. todas essas decisões, pensadas cautelosamente ou não, foram causadas pela nossa ambição de começar a realizar um desejo.

Se eu fosse escrever um livro sobre o verbo começar, ele seria o herói da trama, onde tudo seria possível de acontecer. Poderia ficar escrevendo pági-nas e páginas de como ele entrou na vida de alguém para ajudar a começar pensar no futuro, começar uma nova dieta, começar a ter uma família, começar a viajar o mundo e como todos esses começos trariam bons resultados e finalizações. mas aí, bem no meio

do livro, apareceria o vilão da história, o famoso “mas e se...?” e se tudo der errado? e se eu mudar meus pla-nos no meio do caminho? e se o que eu comecei já não tem mais valor? e se eu começar e não terminar? e se...

é por isso que começar as vezes fica tão compli-cado. Antes de começar já vamos logo pensando no vilão da história e o que ele poderá fazer, criando cada vez mais a expectativa de que algo lá na frente irá nos impedir de trazer o tão desejado final do nos-so começo, desistindo sem nem menos dar chance ao nosso herói da história. Agora eu lhe pergunto: e se o famoso vilão apenas não existisse?

Particularmente, eu acredito que nós teríamos muito mais autoconfiança e força de vontade para re-alizar nossos tão sonhados desejos. Podemos ter uma vida completamente diferente do que imaginamos hoje, deixando aquela mesmice exaustante de lado pelo simples ato de ter começado algo novo e não ter se preocupado com o que poderá dar de errado.

Pensando nisso, eu espero que este ano seja real-mente seja um daqueles que faça jus a frase “Ano Novo, Vida Nova” para todos nós, repleto de pensa-mentos positivos e com muitos começos!

começar. mas de que jeito?

JADe meNeguel é FOrmADA em DeSigN gráFiCO PelA belAS

ArteS e eSCreVe em Seu Site: JADemeNeguel.COm

Page 24: Liberté #01

Começos

| fotos por duu monteiro e texto por hellora dana finotti |

o começode

hell e Du Já

SãO trêS. AgOrA

Só FAltA O théO

ChegAr PArA

COmeçAr.

Page 25: Liberté #01
Page 26: Liberté #01

tANtA geNte DizeNDO “DOrme eNquANtO PODe” POrque DePOiS NãO Dá mAiS... AS VezeS eu PeNSO que “Nem me imPOrtA”, eu COm CertezA VOu quASe PerDer A PACiêNCiA AlgumAS VezeS mAS é tuDO tãO eStrANhO COmO Se NãO FOSSe PrOblemA NeNhum eu DeixAr De DOrmir Ou meSmO De FAzer miNhAS COiSAS... eSSA NOite eu PASSei em ClArO Até AS 6h DA mANhã, eu NãO Sei PrA CADA mãe mAS eu SemPre Fui umA mãe meiO relAxADA... rS.. POuCO CONVerSei COm O théO e POuCO imAgiNei COmO ele SeriA, COmO SeriA O rOStiNhO Dele.. mAS

mAiS FOtOS em: FliCkr.COm/DuumONteirO

Page 27: Liberté #01

tAmbém NãO me PreOCuPei quANDO FOrAm APAreCeNDO mAiS imPerFeiçõeS NO meu COrPO, é tuDO tãO relAtiVO quANDO VOCê reAlmeNte SeNte umA NeCeSSiDADe iNCONteStáVel De PrOteger Alguém... Só que eSSA NOite eu PASSei em ClArO imAgiNANDO COmO SeriA O rOStiNhO DO théO, O tAmANhO PequeNiNiNhO Dele, COmO SeriA Até O ChOrO Dele... meSmO ANteS De NASCer A geNte Já FiCA PreOCuPADA COm tANtA COiSA que VAi ACONteCer Aqui FOrA... “VAi, e Se Der meDO, VAi COm meDO meSmO”- hellOrA, 20 ANOS, mãe DO théO

Page 28: Liberté #01

Sabores

saborpara começaruma receitinha ideal para começo de um dia bom: crepe doce. a chef marina costa dá as coordenadas.

Para fazer essa delícia aí da foto, você precisa bater todos os ingredientes no liquidifi-cador, até a massa ficar bem homogênea. Sob a frigideira (ela tem que ser antiader-ente, ok?), espalhe a massa com uma concha pequena, formando uma circunferên-cia. O importante aqui é ga-rantir que a massa fique bem fininha, pois assim a crepe vai ficar mais leve, então, com a ajuda da concha, alise-a com muito cuidado. Deixe por alguns instantes e vire a crepe, quando ela ficar bem douradinha, é hora de tirar da frigideira. Pronto! Agora, se quiser, você pode polvil-har açúcar impalpável e re-chear da maneira que prefer-ir… A crepe da foto é de doce de leite, fica irresistível (Com Nutella e geléia de framboe-sa também fica divino!) tem como começar melhor o dia?

Você vai prec

isar d

e: trê

s ovo

s, 35

0ml d

e le

ite, 1

25g

de fa

rinha

de

trig

o,

du

as co

lher

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e açú

- c

ar e

40ml d

e óleo

vegeta

l.

FOtO: mel COStA

Page 29: Liberté #01

marina costa é chef de cozinha e tem uma cantina na r. augusta. sua mais nova empreitada é o bolo no pote, veja em sua página: facebook.com/obolonopote

Você vai prec

isar d

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CONtA-gOtAS logo de início:espreme suco de limão em olhos preto e brancosó para sentir a cor de janeiroe abrir garganta desmontadaremontada em pensamentos-colírio Pisca para poder de novo redizer a língua que lambeo cheiro do protetor solar daquela músicajá ouvida em milésima nota fresca. contínua...que dezembro já vem: pinga suco nele!

Poesia da Na

FOtO:NAtAliA ghAChAm

Page 31: Liberté #01

natalia Ghacham é formada em artes Visuais pela belas artes e atualmente escreve belas poesias e fotografa.confi ra seu trabalho em: acorde-acordes.blogspot.com

Page 32: Liberté #01

tODO DiA 10 umA NOVA reViStA COm NOVAS PeSSOAS e NOVAS hiStóriAS

FACebOOk.COm/reViStAliberte