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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país JULGAMENTO DE LULA, QUARTA-FEIRA Edição Diária 7376| Salvador, segunda-feira, 22.01.2018 Presidente Augusto Vasconcelos DESMONTE Para atender as pressões do mercado, o governo Temer acelera o processo para privatização da Caixa. Suspendeu o socorro de R$ 15 bilhões, quer fechar agências, reduzir quadro de pessoal entre outras medidas que desmontam a estatal. É preponderante a unificação de influentes forças da sociedade para impedir a venda do único banco federal 100% público. Página 3 Mobilizar o Brasil em defesa da Caixa

JULGAMENTO DE LULA, QUARTA-FEIRA O BANCÁRIO · 2018-01-19 · bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país JULGAMENTO

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

JULGAMENTO DE LULA, QUARTA-FEIRA

Edição Diária 7376| Salvador, segunda-feira, 22.01.2018 Presidente Augusto Vasconcelos

DESMONTE

Para atender as pressões do mercado, o governo Temer acelera o processo para privatização da Caixa. Suspendeu o socorro de R$ 15 bilhões, quer fechar agências, reduzir quadro de pessoal entre outras medidas que desmontam a estatal. É preponderante a unificação de influentes forças da sociedade para impedir a venda do único banco federal 100% público. Página 3

Mobilizar o Brasil em defesa da Caixa

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 22.01.20182 RETROCESSO

Lei trabalhista e terceirização sóagradam o mercadoRedAçã[email protected]

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Temer governa para os bancos privados. O fim

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CeP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTe 879 dRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTe 4645 dRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTe 4590 dRT-BA e Renata Andrade- Reg. MTe 4409 SRTe-BA . Estagiária em jornalismo: Ilana Pepe e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

A pARCERIA entre Michel Te-mer e o sistema financeiro se fortalece no Brasil. A nova le-gislação trabalhista comprova que o governo atua para atender a agenda do poder econômico. A reforma da Previdência é ou-tro bom exemplo. Se aprovada, a medida vai render bilhões em lucro para os bancos privados, que já investem pesado em pre-vidência privada.

Ainda tem o desmonte dos bancos públicos. O fechamen-

to de agências, o corte de fun-cionários, a mudança na gestão que deixa de lado o papel social das instituições e aposta na atu-ação meramente mercadológi-ca, a falta de investimento em segurança e em estrutura físi-ca, desgastam a imagem das es-tatais, abrindo caminho para a privatização.

A terceirização irrestrita também atende aos interesses do sistema financeiro, que não gosta de cumprir com as obri-gações trabalhistas. Tanto que está entre os mais reclamados na Justiça por desrespeitar os direitos dos bancários. Mas, nem mesmo a forte rejeição po-pular às medidas dá freio ao go-verno, que segue acabando com o país e com a nação.

Mínimo tem de ser revisadoO vALOR de R$ 954,00 do salá-rio mínimo reajustado em 2018, abaixo do índice da inflação, não recompõe poder de compra do brasileiro. Ou seja, o povo ainda sofre para comprar pro-dutos essenciais para a sobrevi-vência, diante da agenda neoli-beral do governo Temer.

A informação é do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-econômicos), que recomenda a revisão do reajuste de 1,81% do salário mínimo, já que o INPC calculado pelo IBGE foi de 2,07%. Vale destacar que o sa-lário mínimo é referência para a remuneração de 48 milhões de brasileiros.

A pesquisa destaca a impor-tância da política de valorização do mínimo, adotada em 2003 pelo governo Lula e que possi-bilitou ganho real de 77% até

2016. O aumento conferiu dig-nidade ao trabalhador, ajudan-do a retirar milhões de pessoas da linha da pobreza.

Mas, com o golpe e a agenda neoliberal, tudo foi pelo ralo. O desemprego aumentou. A renda caiu, consequentemen-te o poder de compra também. A desigualdade social voltou a crescer e o Brasil voltou ao Mapa da Fome.

Mercado de trabalho é fracoA ALTA taxa de desemprego no Brasil tem influenciado negati-vamente o mercado de trabalho. Segundo dados da pesquisa da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Cari-be), a taxa média de desemprego na região poderá ficar em 9,4%.

Fruto das medidas do gover-no Temer, no Brasil, a taxa mé-dia de desemprego urbano está

perto dos 13%. Seguida da Ja-maica (12,4%) e da Colômbia (11%). Em toda região, o índice subiu para 10,1%.

Foram verificadas duas ten-dências: continuidade da dete-rioração de alguns indicadores do trabalho e um menor ritmo da piora. Segundo a Cepal e a OIT, a situação se reflete tam-bém na qualidade do emprego.

o poder de compra do salário mínimo caiu muito com o governo Temer

o Brasil de volta ao mapa da fome

Temer e os homens do sistema financeiro: o estado capturado pelos bancos

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o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, segunda-feira, 22.01.2018 3DESMONTE

Governo Temer quer entregar o único banco 100% público ao grande capitalRedAção [email protected]

manOel pOrTO

A Caixa é do Brasil

Sangria neoliberal A CAIxA sangra com o des-manche promovido pelo gover-no. Fechamento de agências, di-minuição do quadro de pessoal e a redução dos recursos para os projetos sociais atormentam empregados e a sociedade.

Único banco federal 100% público, a Caixa desempe-nha papel fundamental para

o desenvolvimento nacional e a redução das desigualdades sociais. Mas, o governo quer en-tregá-la ao grande capital.

A Caixa tem 157 anos e tem sido um instrumento funda-mental os empregados e a so-ciedade estarem unificados e mobilizados para impedir a privatização.

Protestos noBB pelo país NA SExTA-FEIRA foram rea-lizados atos em agências do BB de todo o país. A mobilização não pode parar, pois a empresa fechou mais de 500 unidades, transformou outras 400 em postos de atendimento e cortou quase 10 mil funcionários. Isso tudo em poucos meses.

Em Salvador, o protesto pro-movido pelo Sindicato dos Ban-cários da Bahia e a Federação dos Bancários da Bahia e Sergi-pe foi na agência de Itapuã. An-tes, possuía 24 funcionários e agora tem apenas 11.

Como por dia passam mais de 300 pessoas pelo setor de atendimento, a unidade vive cheia, empregados sobrecarre-gados e clientes insatisfeitos.

Segundo o delegado sindical Florival Bonfim, funcionário da unidade, a pressão resulta no aumento de bancários doentes.

A cliente Maria de Fátima Souza demonstrou indigna-ção com o fechamento da única agência do BB em Sátiro Dias. “Agora temos de percorrer cerca de 60 quilômetros para resolver as coisas em Inhambupe”

A CAIxA é o único banco fe-deral 100% público. Difícil en-contrar um brasileiro que não precise da instituição. É respon-sável pela realização do sonho da casa própria de milhões de

famílias, gestora de importantes programas de inclusão social e de grandes obras de infraestru-tura. O Brasil precisa da Caixa. Abrir o capital e entregá-la ao poder econômico significa aca-

bar com todo o papel social do banco. E é isso que o mercado quer.

O porta-voz do sistema fi-nanceiro, Henrique Meirelles, aproveita o caso do afastamento dos vice-presidentes, investiga-dos por corrupção, para querer influenciar a opinião pública. Usa a mídia para justificar a suspensão do socorro de R$ 15 bilhões que o banco receberia do FGTS. Alega falta de confia-bilidade na direção da empresa. Parece até piada.

Para compensar o corte dos R$ bilhões, o governo quer, além de abrir o capital da Caixa, fechar agências, reduzir o qua-dro de pessoal, extinguir van-tagens entre outras alternativas que prejudicam os empregados e a sociedade.

O Sindicato dos Bancários da Bahia defende a investigação. Mas, o banco enquanto bem público tem de ser protegido, para o bem da nação, e não di-lapidado como quer o governo Temer. O poder econômico usa todos os meios possíveis para meter as mãos na Caixa.

Por isso, os empregados, com o apoio das forças democráticas e nacionalistas da sociedade, devem aumentar a resistência em defesa do Caixa 100% públi-ca e dos programas sociais que o banco promove. A institui-ção responde por 68% da car-teira imobiliária do país, um segmento que o sistema finan-ceiro sempre quis controlar to-talmente.

A Caixa está presente na vida do brasileiro. Seja no crédito para realizar o sonho da casa própria, seja nas obras que levam rede de esgoto para milhares de famílias. O banco é realmente essencial para o país

Sindicato em protesto no BB Itapuã

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 22.01.20184

SAQUE

SAÚDE

Com medida, trabalhador tem somente 60 diaspara a recuperaçãoRedAçã[email protected]

Afastamento limitadoGARANTISMO A condenação de Lula, ao arrepio da lei, faz parte de um plano maior para barrar o avanço das forças popu-lares no Brasil. Quem afirma isso é o italia-no Luigi Ferrajoli, um dos maiores juristas do mundo, autor do Garantismo, teoria que interpreta o direito a partir de uma aborda-gem filosófica e vê no respeito às leis um dos pilares básicos para a vida em sociedade. Ele não é nenhum radical de esquerda. Pelo contrário, é um liberal. "Há uma ausência impressionante de imparcialidade por parte dos juízes e procuradores”, diz em carta que tem distribuído pelo mundo todo.

ACHINCALHE Pergunta que mexe com todo brasileiro hoje: será que o TRF4 vai condenar o ex-presidente Lula, mesmo de-pois de a própria Justiça federal reconhe-cer que o tríplex do Guarujá (SP), motivo da condenação em primeira instância, é propriedade da OAS? Aí é querer zombar da inteligência nacional, chamar o povo de otário. O golpismo desesperado.

ATITUDE Em nome da história da insti-tuição, a Ordem dos Advogados do Brasil deveria se manifestar oficialmente sobre o fato novo envolvendo a propriedade oficial do tríplex do Guarujá (SP), motivo da con-denação de Lula. Mesmo sem provas, o juiz Sérgio Moro afirma pertencer ao ex-presi-dente. Mas, semana passada a juíza federal Luciana Correa Tôrres de Oliveira penho-rou o imóvel para pagar dívidas da OAS. O caso ofende o Estado de direito, desrespeita as garantias individuais. A OAB não pode ficar omissa.

HISTÓRIA O TRF4 está anunciando a transmissão direta, via you tube, do julga-mento de Lula dia 24 próximo. Há quem apoie, alegando ser uma atitude democrá-tica, mas muitos condenam por considerar pura espetacularização. Seja como for, ser-virá para dar visibilidade a um momento da vida nacional muito importante para o futu-ro da democracia e para a história do Brasil.

DIFÍCIL A jornalista Tereza Cruvinel cha-ma atenção para a manobra da direita que, às vésperas do julgamento no TRF4, usa a mídia associada para convencer a sociedade que os defensores da democracia e do direi-to de Lula ser candidato são “violentos e não respeitam a Justiça”. Pode até tentar, mas não cola. O povo percebe cada vez mais se tratar de perseguição política. E sabe identi-ficar os golpistas. As pesquisas deixam isso bem claro.

QUANDO o cidadão pensa que a situação não pode piorar, eis que o governo surge com mais uma portaria contra o traba-lhador. Agora, as pessoas adoecidas são o alvo, com a nova Instrução Normativa 90, que limita o tempo de afastamento pago pelo INSS há, no máximo, dois meses.

Com a medida, o trabalhador tem data fixa para se recuperar: apenas 60 dias. Mas, com a atual rotina de trabalho, mui-tas vezes alucinante, com pressão, assédio, jornada extensiva, as doenças ocupacio-

nais são cada vez mais sérias, sobretudo as de cunho psicológico. Fazer um tratamen-to em dois meses é quase impossível.

A categoria bancária sabe disso. É uma das que mais se afastam das atividades por problemas psicológicos, decorrentes da ro-tina massacrante nas agências e a cobran-ça por metas inatingíveis. Tem ainda as Ler/Dort’s. Por tudo isso, é comum que o bancário afastado ingresse com pedido de prorrogação.

Mas, na real, o governo não está nem um pouco preocupado com o bem estar do brasileiro. Não importa se o cidadão está doente. Ele tem de voltar ao trabalho. A portaria libera ainda o trabalhador de retornar às atividades sem passar por perí-cia. Ou seja, se a empresa ligar e solicitar, o funcionário terá de retornar, mesmo sem liberação do médico. Muito grave.

Trabalhador rural sem previdênciapARA ganhar apoio popular, o governo divulga muitas mentiras sobre a reforma da Previdência. Uma das propagandas en-ganosas é que o trabalhador rural não será afetado com a norma, caso seja aprovada.

Pois bem, a proposta exige a contribui-ção previdenciária mensal e individual, medida que exclui 60% dos trabalhadores rurais da proteção da Previdência.

A política da Previdência Social é im-portante para as famílias que trabalham no campo. A reforma, caso aprovada, é um retrocesso sem precedentes.

o trabalhador tem perdido cada vez mais direitos depois do golpe que levou Temer ao poder

Trabalhador rural perde muito com a reforma