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Ano XVII | n o 3 | #55 Julho, Agosto e Setembro de 2014 Publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista Parceria com Pastoral da Pessoa Idosa pela conscientização sobre a estenose aórtica Campanha Coração Alerta cada vez mais próxima da população Excelência e inovações marcam o Congresso SBHCI 2014

Jornal Edição 3

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Julho, Agosto e Setembro

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Page 1: Jornal Edição 3

SBHCI – Jul/Ago/Set de 2014 – 1

Ano XVII | no 3 | #55Julho, Agosto e Setembro de 2014

Publicação trimestral da Sociedade Brasileirade Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista

Parceria com Pastoral da Pessoa Idosa pela conscientização sobre a estenose aórtica

Campanha Coração Alerta cada vez mais próxima da população

Excelência e inovações marcam o Congresso SBHCI 2014

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2 – SBHCI – Jul/Ago/Set de 2014

Palavra do Presidente

As conclusões desse estudo embasarão planejamentos governamentais e servirão de argumentos para exigências de nossa especialidade quanto a políticas públicas efetivas na saúde

Uma radiografia de nossa especialidade

Caros colegas, é com satisfação

que anuncio estarmos empreen-

dendo um trabalho muito bem

alicerçado para conhecer em detalhes o

cenário de nossa especialidade. Há alguns

meses abrimos canais para ouvir os associa-

dos, com o objetivo de organizar um levan-

tamento sobre os serviços de hemodinâmi-

ca e cardiologia intervencionista do Brasil.

Todas as informações apuradas estão agora

sendo consolidadas no I Censo SBHCI, para

apresentação a você, à classe médica, às au-

toridades de saúde e à comunidade.

Os focos da pesquisa são ensino e

treinamento de novos profissionais,

participação das instituições em estu-

dos multicêntricos controlados, exames

diagnósticos extracardíacos, política de

controle de seguimento de processos

intervencionistas, e condições de estru-

tura, entre outros assuntos essenciais ao

cotidiano do cardiologista.

As conclusões desse estudo emba-

sarão planejamentos governamentais e

servirão de argumentos para exigências

de nossa especialidade quanto a políticas

públicas efetivas na saúde. Teremos ainda

um retrato fidedigno da situação da área

de atuação na rede suplementar.

Já adianto que os resultados do Censo

serão divulgados na próxima edição do

Jornal da SBHCI. Serão muito abrangen-

tes, contemplando ainda questões relacio-

nadas a corpo clínico e equipe, infraestru-

tura, e equipamentos. Por isso, aproveito,

aqui, para agradecer a todos os colegas que

contribuíram, respondendo à pesquisa.

Ainda falando sobre ouvir os associados,

permitam-me dizer que estou muito feliz

com o feedback positivo que temos rece-

bido a respeito do Congresso SBHCI 2014.

Mais sobre esse grande encontro científi-

co, que reuniu cerca de mil especialistas

em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul,

você confere nas próximas páginas.

Hélio Roque

Presidente da SBHCI

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SBHCI – Jul/Ago/Set de 2014 – 3

índiCe

SBHCI – JAn/Fev/MAr de 2014 – 3

Conselho editorial: SBHCI – www.sbhci.org.brHélio Roque Figueira (RJ): PresidenteSalvador André Bavaresco Cristovão (SP): Diretor-administrativoAndré Gasparini Spadaro (SP): Diretor de Comunicação Luciana Constant Daher (AL): Editora Fábio Augusto Pinton (SP) e Breno Oliveira (SP): Coeditores

Equipe técnica: Acontece Comunicação e NotíciasJornalista responsável: Chico Damaso – MTB 17.358/SPDireção de arte: Giselle de Aguiar PiresTiragem: 2.000 exemplares Circulação: Em todo o território nacional

AconteceAconteceFone: (11) 3871-0894 | [email protected]

Jornal da SBHCI é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – SBHCI. Os textos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores ou fontes consultadas e não refl etem necessariamente a opinião da SBHCI.

#5503/2014

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ATUALIZAÇÃO

CONGRESSO SBHCI 2014Mais de mil congressistas

participaram da programação

NOVO CFM

ENTREVISTA COM CARLOS VITALPresidente do Conselho fala

sobre os desafi os da saúde

TAVI

CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A ESTENOSE AÓRTICASBHCI e Pastoral da Pessoa

Idosa fecham parceria

UPGRADE

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOSociedade renova portal e cria

aplicativo para navegação mobile

ENTREVISTA

COM A PALAVRA, PATRICK SERRUYSO que o cardiologista holandês

pensa sobre o futuro da medicina

NOVOS RECURSOS

Melody®

Prótese demonstra bons resultados

em pacientes brasileiros

INTERNACIONAL

A EXPERIÊNCIA DE AUGUSTO CELSO A. LOPES JR. NOS ESTADOS UNIDOSCardiologista aprovado no programa

“Siguemituzo Arie Research Fellowship”

NOVIDADE TERAPÊUTICA

SUPORTE DE TETO PARA AVENTAL PLUMBÍFEROOpinião do cardiologista intervencionista

Ricardo César Cavalcanti

HOMENAGEM

HONORÁVEIS NOVOS SÓCIOSEitel Santiago de Brito Pereira e Roberto

Luiz D’Ávila homenageados pela SBHCI

CIDADANIA

CAMPANHA CORAÇÃO ALERTAIniciativa completa dois anos

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4 – SBHCI – Jul/Ago/Set de 2014

atUaliZaÇÃo

Excelência e inovações marcam o Congresso SBHCI 2014Mais de mil congressistas participaram do Congres-

so SBHCI, no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), em Porto

Alegre, RS. De acordo com Gilberto Lahorgue Nunes, presi-dente da edição 2014, o encontro ocorrido de 30 de julho a 1o de agosto ficou marcado por proporcionar amplo painel de debates, troca de experiências e aprendizado sobre o ce-nário da moderna cardiologia intervencionista tanto brasi-leira como mundial: “O Congresso SBHCI 2014 atingiu plena-mente os objetivos propostos. Contamos com uma grande audiência de médicos, enfermeiros e cardiologistas clínicos vindos de todos os estados da federação, resultando em um evento com excelente nível de atualização e que, além dis-so, propiciou uma agradável confraternização. O Centro de Eventos FIERGS ofereceu as condições de conforto e como-

Nono onono nono nono nono nonon o nono nono nono nonon

O Congresso aconteceu no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS)

didade requeridas para o porte de nosso encontro, incluin-do a disponibilização de uma grande área para os estandes dos expositores”.

Entre os vários temas importantes abordados durante o Congresso, cabe destacar as sessões sobre novas técnicas como denervação renal, implante percutâneo de válvulas cardíacas, oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo e tratamento por cateter dos defeitos septais. Além disso, as discussões de casos clínicos e de complicações na sala de hemodinâmica provocaram interessantes debates a respei-to das indicações e das técnicas de abordagem.

CientífiCoUm time expressivo e de renome, com 224 palestrantes na-

cionais das áreas médica e de enfermagem e 17 convidados in-

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Nono onono nono nono nono nonon o nono nono nono nonon”“O Centro de Eventos

FIERGS ofereceu as condições de conforto e comodidade necessárias ao bom desenvolvimento dos trabalhos

Mais de mil congressistas participaram do evento

Eberhard Grube, cardiologista alemão, discursa no Congresso

Durante os três dias, foram expostos 84 pôsteres na área médica e 43 trabalhos de enfermagem

Ainda havia um grande espaço para os estandes dos expositores

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6 – SBHCI – Jul/Ago/Set de 2014

atUaliZaÇÃo

Livro resgata a história dos 40 anos da SBHCI

Em 2015, a SBHCI completará 40 anos de existência. Para celebrar esse marco, será lançado no Congresso Bra-sileiro, no Distrito Federal, um livro comemorativo que resgata essas quatro décadas em prol da cardiologia in-tervencionista e da saúde dos cidadãos.

A obra mostrará desde o nascimento da entidade, em 10 de julho de 1975, ainda na condição de Departamen-to de Hemodinâmica e Angiocardiografia (DHA) da So-ciedade Brasileira de Cardiologia (SBC), passando por sua transformação em sociedade em 17 de agosto de 1993, seguindo até a gestão atual.

O trabalho de pesquisa e redação vem sendo feito pe-los jornalistas e historiadores Oldair de Oliveira e Patrícia Morgado. Atas, documentos, livros e jornais da SBHCI, além de entrevistas com cerca de 40 pessoas que fazem parte dessa trajetória, são as principais fontes para a exe-cução da obra. “Buscaremos fundir a leveza do texto jor-nalístico com o rigor histórico. Acredito que a obra trará surpresas até mesmo para aqueles que vivenciaram de perto a história da SBHCI”, adianta o escritor Oliveira.

ternacionais, abrilhantou a programação científica. Vale ressaltar a qualidade da conferência de abertura, transmitida ao vivo de Washington, Estados Unidos, ministrada por Ron Waksman, dire-tor da Divisão de Cardiologia do MedStar, que tratou dos supor-tes vasculares absorvíveis.

Além da tradicional excelência da programação científica, os con-gressistas também aprovaram integralmente as transmissões ao vivo de casos clínicos de três hospitais locais – Instituto de Cardiolo-gia do Rio Grande do Sul, Hospital Divina Providência e Hospital de Clínicas de Porto Alegre – e de dois centros internacionais – Centro Cuore Columbus, em Milão, Itália, e MedStar Washington Hospital Center, em Washington –, totalizando 14 casos complexos tratados.

Vale a pena ressaltar algumas inovações proporcionadas du-rante o evento, como a relevante integração entre a cardiologia clínica e a cardiologia intervencionista nas mesas-redondas so-bre síndromes coronárias agudas e farmacologia adjunta, culmi-nando em uma sessão conjunta entre a Sociedade de Cardiolo-gia do Rio Grande do Sul (SOCERGS) e a SBHCI, para abordar o tema “Diabetes e a Doença Multiarterial”.

“Outra novidade do Congresso, e que certamente terá sequência nos eventos futuros da SBHCI, foi a disponibilidade de um sistema de bate-papo eletrônico na arena principal. Assim, foi possível intensa interação entre a plateia e os palestrantes, o que enriqueceu sobremaneira o debate e a troca de experiên-cias”, destaca Nunes.

A sessão destinada à Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva, publicação da SBHCI, cujo foco foi orientar de maneira prática os colegas interessados em produzir trabalhos científi-cos, contou com pesquisadores de alto nível, que forneceram dicas sobre como elaborar, redigir e submeter um manuscrito e aumentar as chances de ser aceito para publicação.

“Jamais desistiremos de uma saúde digna”

O pernambucano Carlos Vital Tavares Corrêa Lima assumiu, em outubro, a Presidência do Conselho Federal de Medi-cina (CFM), convicto de que a autarquia tem pela frente

importantes desafios que poderão ser superados pela união da classe médica. Seu otimismo é motor que deve contribuir para avanços em batalhas em prol de uma saúde digna, dos direitos dos cidadãos e do respeito aos médicos brasileiros. Com uma gestão focada no fortalecimento da doutrina e da fiscalização, como caminho para consolidar no ato médico as reflexões bio-éticas e as normas deontológicas, ele enxerga no sistema con-selhal, conjunto autárquico independente, uma estrutura de-votada à causa pública, que, em sua opinião, no Brasil, inclui a extinção da cultura de impunidade.

Em seu último ano, a gestão 2009-2014 enfrentou sé-rios embates com o Governo por conta de divergências em torno de programas e ações, como o Mais Médicos. Qual sua expectativa com relação à fase que se inicia?

Tenho as mãos cheias de preocupações, de disputas, de obri-gações, mas também de otimismo, de esperança e de coragem para enfrentar todos esses desafios no cargo que ora assumo. Os Conselhos Federal e Regionais de Medicina (CRMs), instituídos na República Federativa do Brasil pela Lei 3268, de 1957, como instâncias normativas, de justiça administrativa e de fiscalização, constituem em seu conjunto uma autarquia federal sui generis, por sua especial natureza jurídica, sem vinculações à Advocacia Geral da União, e com o mister de zelar com todos os meios a seu alcance pelo ético desempenho profissional dos médicos. Estou convicto de que continuaremos nossa luta na área da saú-de por maior financiamento, por melhores condições de traba-lho e pela valorização dos médicos. Seguiremos, unidos, até o final. Jamais desistiremos de uma saúde digna e de um povo respeitado em sua dignidade.

Como vê o Conselho Federal de Medicina no debate de-senrolado em torno das políticas públicas de saúde?

Como disse, o CFM é um conjunto autárquico federal que dis-põe de 56 conselheiros em cargos e funções meramente hono-ríficos. Trata-se de um grupo formado por pessoas experientes, muitos deles conselheiros de muito tempo, e por alguns cole-gas que renovam o quadro, mas também com características de compromissos vocacionais com a causa pública e com conhe-cimento necessário ao exercício de suas funções. Manteremos nosso status de instância de justiça independente e sem subor-dinações. Afinal, o sistema CFM/CRMs é composto e financiado apenas por profissionais brasileiros e estrangeiros inscritos em seus cadastros, todos, sem exceção, com diplomas de gradua-ção em medicina obtidos no Brasil ou aqui revalidados, em estri-ta observação aos princípios constitucionais da legalidade e da

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SBHCI – Jul/Ago/Set de 2014 – 7

novo CfM

moralidade na República, como se espera em um Estado Demo-crático de Direito, com lastro na dignidade humana, de acordo com os ditames de sua Carta Magna.

Quais são os parâmetros que orientarão a gestão que se inicia?

Os status epistemológico, jurídico e moral mais elevados da dignidade humana e seus envolvimentos com a ética médica são as principais referências dos pensamentos que continu-arão a iluminar a trajetória do CFM. A ética na práxis médica sempre esteve submetida ao processo dialético estabelecido entre a tradição e a ruptura, presente ao longo da evolução histórica e filosófica da humanidade. Nos últimos cinco anos no CFM, tive a oportunidade de contribuir com a transposi-ção de enormes obstáculos erguidos contra as prerrogativas institucionais e seus apriorísticos interesses. A continuidade de gestão da entidade conselhal, com portas abertas aos médicos e à sociedade, será feita nas mesmas linhas de ação, sem qual-quer nesga de ceticismo ou desânimo. Serão envidados todos os esforços no confronto de qualquer político ou governante que queira desqualificar os médicos ou agir em detrimento de seus legítimos anseios e direitos.

E como se dará a condução dos trabalhos?No âmbito interno do CFM, as decisões serão tomadas com

absoluta atenção aos limites de domínio de seu plenário e Dire-toria, em compartilhamento com seus membros e com base no consenso e na harmonia. Nossas atividades serão pautadas na austeridade orçamentária, sem prejuízo de projetos essenciais, do reconhecimento da competência e das adequações estrutu-rais de espaço físico e de tecnologia necessárias ao suporte de uma maior demanda e ao aprimoramento dos trabalhos.

Quais áreas receberão um foco especial?Em nossas missões precípuas, sem olvidar os segmentos ju-

dicante e normativo, terão privilégios a doutrina e a fiscalização com a intenção de que a disciplina prevista nas normas deonto-lógicas e as reflexões bioéticas estejam cada vez mais consolida-das no ato médico em seu estrito senso, de modo propício a seu maior enriquecimento com a perícia, a diligência, a humildade, a compaixão e a justiça.

Como encara o exercício da medicina nos tempos atuais?O exercício da medicina na atualidade exige compromissos

éticos fincados em um único pressuposto, que não é outro se-não o da cidadania em tempo integral e no mais elevado pata-mar da consciência, que nos permite transitar de fim para fim e de topo para topo da existência. Refiro-me à cidadania em total dimensão de sua qualidade, que inclui o sentido grego de identidade orgânica, do cidadão que vive com entusiástico en-gajamento o dia a dia de sua pólis, alcançando os espaços das relações primárias entre governantes e governados.

O senhor participou da revisão do Código de Ética Mé-dica e tem se dedicado à análise das relações médico-pa-ciente. Qual fator é determinante nesse diálogo?

William Shakespeare já dizia que a “transformação é uma por-ta que se abre por dentro”. Entendo que os médicos passaram progressivamente a adotar uma postura de extrema considera-ção ao direito de autodeterminação dos indivíduos, ou seja, ao alicerce de sua dignidade. Assim, na contemporaneidade, a arte e a ciência hipocráticas devem ser exercidas com reverência aos direitos naturais, aqueles direitos sem os quais as pessoas não são tratadas como pessoas. São direitos que se impõem ao le-gislador, aos juristas e a todos como exigência da ideia de direito e base ontológica da dignidade humana.

Qual o papel do CFM e dos CRMs nesse processo?Por conta de seu dever de promoção e de preservação da ética

na prática médica, os conselhos de medicina estão situados no píncaro da devoção à causa pública. No Brasil, as causas públicas prioritárias são a erradicação do modo argentário de fazer coa-lizões ou alianças político-partidárias e a extinção da cultura de impunidade, que se opõe aos princípios jurídico e republicano de que a lei é para todos. Ou seja, o princípio de que ninguém, republicanamente ninguém, está acima do bem e do mal.

”“William Shakespeare

já dizia que a ‘transformação é uma porta que se abre por dentro’

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tavi

SBHCI e Pastoral da Pessoa Idosa: uma parceria pela conscientização sobre a estenose aórtica

Foi excelente o resultado de reunião realizada em Curitiba, PR, em agosto, com a presença de Marcelo Queiroga, Cos-tantino Costantini e Deborah Nercolini, representantes da

SBHCI, e da Irmã Terezinha Tortelli, coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa. Firmou-se um projeto de cooperação para incrementar a divulgação de informações sobre a estenose aórtica às pessoas idosas.

“A meta é levar ao conhecimento dos idosos o implante por cateter de bioprótese valvar aórtica (TAVI), procedimento que é direito de todo cidadão. Estamos fazendo nossa parte e espera-mos que o Poder Público torne a alternativa acessível a todos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS)”, destaca Irmã Terezinha.

Para a SBHCI, a parceria permitirá levar informações aos ido-sos sobre a existência da estenose aórtica, visto que essa doença afeta uma em cada 20 pessoas com mais de 70 anos de idade. Assim, a pessoa com suspeita de ser portadora da doença pode-rá ser encaminhada ao tratamento adequado.

Cerca de 18 mil voluntários da Pastoral, espalhados por 4.500 comunidades em todo o território nacional, levarão em suas car-tilhas, chamadas Guia do Líder, material específico, elaborado por Deborah e revisado por Queiroga, com informações sobre a doença, com a chancela do Ministério da Saúde.

Aqueles que apresentarem sintomas, como falta de ar, dor no peito, tontura ou desmaios, por exemplo, receberão um folheto e orientação para procurar uma unidade de saúde. A distribui-ção desse material deve começar em outubro.

“Vale ressaltar que o diagnóstico tardio compromete todo o prognóstico da doença. A partir dos primeiros sintomas, 25% dos pacientes morrem no primeiro ano, e 50% morrem no se-gundo ano. Não falamos apenas de longevidade, mas também de oferecer melhores condições e qualidade de vida, aliadas a um método não cirúrgico, como o TAVI”, esclarece Deborah, cardiologista intervencionista que trabalhou com o desenvolvi-mento da tecnologia na França, de 2003 a 2007.

PioneirisMoDeborah foi uma das precursoras da realização do implante

em todo o mundo. No Brasil, sua casuística ainda é limitada pe-las dificuldades encontradas na liberação do procedimento pelas operadoras de saúde, e mesmo dos usuários do SUS. De 2003 a 2007, esteve na Europa aplicando treinamentos e capacitações sobre a tecnologia, cujo desenvolvimento acompanhou de perto. “Atualmente, em Curitiba, a maioria dos procedimentos é realiza-da por liminar judicial. Ainda não conseguimos a inclusão no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e operadoras, assim como vislumbramos sua integração ao SUS. Com a atuação conjunta da SBHCI e da Pastoral, poderemos ampliar nossa ação no diagnóstico dessa doença, comprovando a necessidade da incorporação universal do TAVI para o tratamento da estenose aórtica grave de alto risco cirúrgico.””

“Meta é levar ao conhecimento dos pacientes o implante por cateter de bioprótese valvar aórtica, procedimento que é direito de todo cidadão

Marcelo Queiroga, da SBHCI, e Irmã Terezinha Tortelli, coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa

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UPGrade

Capacitação de cardiologistas para aplicação do TAVI

Em 7 de agosto, durante o XXIV Congresso Mineiro de Cardiologia, em Belo Horizonte, MG, a SBHCI, em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardio-vascular (SBCCV), realizou o Simpósio de TAVI (implan-te por cateter de bioprótese valvar aórtica), que reuniu cerca de 200 especialistas.

Ao todo foram ministradas seis palestras e uma ses-são de discussão e fechamento, todas conduzidas por renomados especialistas.

A programação teve início com uma aula sobre o protocolo para implante percutâneo de prótese aór-tica via transfemoral, ministrada por Walter Rabelo, e em seguida foram realizadas as palestras “Sapiens: in-dicações, técnicas e resultados”, ministrada por Fábio Sândoli de Brito Júnior; “CoreValve: indicações, técni-cas e resultados”, por Eduardo Keller Saa; “Inovare: in-dicações, técnicas e resultados”, por José Honório de Almeida Pauma da Fonseca; “Casos editados”, por Mar-cos Antônio Marino; e “Registro: análise de resultados”, por Fernando Antônio Roquette Reis Filho.

“Foi um grande sucesso! Contamos com a sala re-pleta e palestras esclarecedoras, em que expusemos as questões práticas e clínicas do TAVI. Também fo-ram apresentados os resultados do uso das próteses CoreValve, Inovare e Sapiens”, comentou Marcos Antô-nio Marino, diretor de Educação Continuada da SBHCI e um dos palestrantes do simpósio.

PastoralÀs vésperas de completar 10 anos de atividade em novem-

bro, a Pastoral atua com visitação domiciliar aos familiares e idosos, coletando dados e contribuindo com informações de interesse geral aos cidadãos.

Cada voluntário acompanha, em média, 10 pessoas idosas mensalmente. Essas pessoas são cadastradas no caderno do líder para acompanhamento de 8 indicadores, de forma siste-mática e contínua, com o intuito de manter a pessoa idosa inde-pendente e autônoma por mais tempo.

Os líderes da Pastoral se reúnem em um encontro mensal, para reflexão e avaliação das atividades desenvolvidas no mês anterior e para a formação contínua. Nessa reunião, é preen-chida a Folha de Acompanhamento Domiciliar da Pessoa Idosa (FADOPI), com os dados dos visitados. A FADOPI é enviada à co-ordenação nacional da Pastoral, que lança em sistema e gera os relatórios trimestrais.

“Buscamos contribuir para a qualidade de vida deles, e o TAVI é um dos caminhos essenciais para os pacientes da estenose aór-tica”, comenta Irmã Terezinha.

O portal de SBHCI acaba de passar por um completo processo de repaginação e modernização, para facili-tar o acesso dos associados aos conteúdos científico e

informativo. O upgrade foi realizado pela empresa Studiorama, também responsável pela criação de aplicativos que otimizam a navegação em celular ou tablet.

Ricardo Kudla, diretor de Projetos da Studiorama, relata que as atualizações foram baseadas nas estatísticas do acesso. “No-tamos que 57% dos usuários buscavam o portal via dispositivos móveis. Para que a navegação mobile se tornasse mais objetiva, criamos o aplicativo SBHCI.Org, disponível para Android e iOS, que descomplica diversas funcionalidades, como a leitura das duas publicações da SBHCI, Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva e Jornal da SBHCI.”

Ainda houve a segmentação do portal em duas áreas: Institucio-nal e Científica. Segundo Bruna Kumagai, designer da Studiorama, o novo layout tornou o conjunto mais moderno. “Optamos por um design clean. A divisão do conteúdo facilitou a navegação e con-tribuiu para a melhor organização visual. Via aplicativo, o usuário encontra facilmente estudos, artigos, casos clínicos e cobertura de congressos, além de excelente visualização da Revista e do Jornal.”

Vale registrar que o download do aplicativo SBHCI.Org pode ser feito gratuitamente na Play Store e na Apple Store. Não perca tempo e baixe já o aplicativo para seu uso diário.

Sociedade renova portal e cria aplicativo para navegação mobile

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esPeCial

Com a palavra, Patrick Serruys

Veja, em entrevista exclusiva concedida ao cardiologista Carlos Campos, o que o principal professor de cardiologia intervencionista do Thoraxcentre, do Hospital Universitário Erasmus, em Roterdã, Holanda, pensa sobre o futuro da cardiologia intervencionista e da medicina

Nas últimas décadas você tem orientado fellows de vá-rias partes do mundo e com diferentes culturas. Quais são as lições que aprendeu convivendo com essa diversidade cultural e qual o impacto em sua linha de atuação?

Acho que por ser uma pessoa calma, tendo viajado muito com meus pais pelo mundo, tendo um bisavô embaixador nos Estados Unidos, Argentina, China, Marrocos e Japão, sinto-me

bem à vontade com todas as culturas e raças: asiática, africa-na, caucasiana etc. Realmente aprecio a experiência cultural de todos, por exemplo a inacreditável imaginação dos italianos, a disciplina e o rigor dos alemães, o detalhamento e o trabalho analítico quase que obsessivo dos japoneses, e por aí vai. Cada cultura tem uma forma diferente de trabalhar e é um prazer conviver com essa diversidade, porque é essa mistura que faz o mundo ser melhor.

Quem o inspirou a ser pesquisador, seu orientador? Ali-ás, como percebeu que queria fazer pesquisa?

Tive três fases em termos de pesquisa. Primeiramente era es-tudante de fi losofi a. Queria muito estudar fi losofi a, mas meu pai me convenceu a fazer outro curso também, como engenharia, medicina ou direito, porque as perspectivas de trabalho para o fi lósofo não eram muito boas naquela época. Por isso estudei fi -losofi a e medicina ao mesmo tempo e agradeço a meu pai pelo conselho que me deu. Depois de um ano de curso, achei a fi loso-fi a entediante. No segundo ano deixei de lado a fi losofi a e passei a frequentar o laboratório de fi siologia com o professor Xavier Au-bert, onde tive oportunidade de desenvolver muitos trabalhos. O professor Aubert era uma pessoa incrível. Era doutor em medicina com licenciatura em estatística e em engenharia, fazia sua análise estatística sozinho e tinha seu conhecimento médico. No período em que fi quei nesse laboratório, fui para o Reino Unido, no Insti-tuto de Biologia da Universidade de Cambridge, e trabalhei com o Prêmio Nobel Sir Alan Hodgkin. Aproveitei imensamente a experi-ência, mas, quando voltei, percebi que nunca seria tão bom quan-to o professor Aubert, que era médico, estatístico e engenheiro ao mesmo tempo. Então decidi me dedicar integralmente à área clí-nica. Quando mudei para a Holanda e encontrei o professor Paul Hugenholtz, pessoa extremamente carismática e que dava muita liberdade para todos, comecei a trabalhar com pesquisa clínica e não mais com fi siologia.

Você tem mais de 2 mil artigos publicados, dezenas de livros editados, e diretrizes. Dentre todas essas publica-ções, tem a sua favorita?

É difícil ter a favorita, mas para mim duas são as mais impor-tantes. A primeira foi em 1991, no New England Journal of Me-dicine (NEJM), quando reportei os primeiros 102 pacientes que receberam a endoprótese WALLSTENT®, os quais, após um ano, apresentaram estenose em 25% desses stents. Naquela época o impacto desse resultado foi muito grande tanto na indústria como em Wall Street, pessoas me ligavam no meio da noite dire-tamente dos Estados Unidos para dizer quais eram as novidades e houve muito sensacionalismo ao redor do tema. Foram neces-sários outros três anos para realizar o segundo grande estudo, publicado no NEJM, o Benestent Trial, um estudo randomiza-do, e desta vez fomos capazes de provar algo positivo sobre os stents. Esses dois estudos foram a base de minha carreira. Gosto de várias coisas, como farmacologia e reestenose, mas basica-mente sempre trabalhei com stents, comparando os stents à cirurgia de revascularização do miocárdio e, recentemente, aos stents bioabsorvíveis.

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Falando sobre Benestent, você afi rmou que se sentiu culpado ao implantar um dispositivo de metal em uma coisa tão bonita como a artéria coronária, mas em segui-da publicou o Benestent, demonstrando as vantagens do stent em relação à angioplastia com balão. Mais tarde tor-nou-se pioneiro na disseminação dos stents farmacológi-cos e, recentemente, é outra vez um dos pioneiros no que se refere aos sca� olds biodegradáveis. Atualmente você se sente outra vez culpado por usar metal?

Sim, eu sempre me sinto culpado sobre o metal, porque os jovens não percebem os problemas envolvidos na implanta-ção de metal nas coronárias. Antes de mim, Sigwart, Puel e ou-tros poucos já haviam feito esse procedimento. O problema é que o barotrauma causa uma reação infl amatória muito inten-sa. Em vez de intoxicar o corpo todo com drogas, o próximo passo lógico seria ter drogas citotóxicas ou citostáticas apenas no stent. Seria o stent eluído em drogas. Mas essa obsessão em eliminar o metal da artéria coronária é antiga, datando do fi nal da década de 1980. Foram então desenvolvidos os stents farmacológicos. A propósito, trabalhei com alguns dos gigan-tes da cardiologia intervencionista no Brasil, como J. Eduardo Sousa. Implantei WALLSTENT® em seu laboratório, e fui ao seu laboratório quando do desenvolvimento do primeiro stent far-macológico. Roterdã, que tinha 15 pacientes, estava trabalhan-do com São Paulo, que tinha 30. Sousa, que estava trabalhando mais rápido que eu na Europa, tinha o paciente ideal em São Paulo, e nós não tínhamos esse tipo de população em Roterdã. Em 2006 presenciamos a crise dos stents farmacológicos com trombose tardia, conforme tínhamos previsto. Nós havíamos observado esse efeito pela primeira vez em 2004. Aí vieram os suportes vasculares biodegradáveis (Bioresorbable Vascular Scaff old – BVS), desenvolvidos pela Abott Vascular. Estávamos observando aquelas pessoas há muito tempo, então decidimos avaliar 30 pacientes em 4 centros, e Roterdã contribuiu com 16 dos primeiros 30 pacientes do mundo com suporte vascular biodegradável eluído em medicamento. Essa é a história com-pleta e meu palpite é que em 2020 haverá metal apenas em 15% ou 20% dos pacientes e que a maioria receberá stent bio-absorvível, porque o progresso é tal que devemos levar 6 anos para convencer o mundo. Para mim parece um pouco como um déjà vu, no sentido de que em 1994, quando fui apresentar os dados do Benestent no Transcatheter Cardiovascular Thera-peutics (TCT), antes da publicação no NEJM, terminei minha exposição dizendo que meu palpite seria que em 2000, ou seja, 6 anos depois, como agora, o mundo usaria stent na maioria dos pacientes. Naquela ocasião, na arena principal, houve um murmúrio de incredulidade. Mas isso acabou acontecendo de fato em 1999, um ano antes do que eu havia previsto. Esse ain-da é um dos maiores estudos em cardiologia intervencionista, com 11 mil pacientes em 55 centros no mundo, em que o stent foi utilizado em 89% de todos os casos. Demorou menos de 6 anos para convencer o mundo todo. Acho que o mesmo fenô-meno ocorrerá entre 2014 e 2020.

Quais são suas motivações e seus sonhos atuais como pesquisador?

Minha motivação é que sou completamente viciado em procurar a verdade. Busco o que é realmente pesquisa clínica correta. Sou completamente viciado em ter contato diário com pessoas jovens, dando as ideias mais malucas. Sou viciado na

juventude, nos jovens pesquisadores. Se tivesse um pouco mais de tempo, apostaria 100% na nanotecnologia. Esse é meu con-selho aos jovens: olhem para a nanotecnologia, porque esse realmente é um mundo novo. Se você olhar para a história, sa-ímos do metro para o centímetro, aí viemos ao microscópio, à micra e à tomografi a de coerência óptica, mas a nanotecnologia é realmente um mundo novo. Acho que o jovem cardiologista intervencionista deve olhar e trabalhar por trás da cena, e aposto que hoje é a nanotecnologia.

”“Minha motivação é

que sou completamente viciado em procurar a verdade. Busco o que é realmente pesquisa clínica correta

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novos reCUrsos

Prótese Melody® demonstra bons resultados em pacientes brasileiros

Presente em mais de 180 centros no mundo e em três instituições nacionais, a válvula pulmonar transcateter Melody® é composta de veia jugular bovina montada em

stent de platina e irídio, sendo expansível por balão. Desde 2013, quando essa prótese começou a ser empregada no Brasil, a SBHCI tem acompanhado os resultados de seu uso e recente-mente redigiu documento endereçado ao Conselho Federal de Medicina (CFM) com as normas para sua utilização.

Desde sua aplicação inicial na Europa, no início de 2000, seguida do Canadá, em 2006, e dos Estados Unidos, em 2010, o uso da prótese Melody® tem resultado em excelentes des-fechos clínicos no tratamento de pacientes com disfunções de conduto entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar no pós-operatório tardio de cardiopatias congênitas, como tetralogia de Fallot, atresia pulmonar, truncus arteriosus, trans-posição dos grandes vasos com comunicação intraventricular e estenose pulmonar. No Brasil, o método foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em feve-reiro de 2013, mas, em decorrência do excesso de demanda mundial por produção dessas válvulas, passou a ser utilizada apenas em dezembro daquele ano.

“Hoje temos 12 pacientes tratados com a Melody® e, apesar do tempo de seguimento ainda ser um pouco limitado, desde dezembro do ano passado, até agora as válvulas têm funcionado muito bem, sem nenhum episódio de complicação ou efeitos adversos graves que não pudessem ser facilmente controlados. Os resultados observados no Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universida-de de São Paulo e no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, ambos em São Paulo, SP, e no Instituto de Cardiologia de Porto Alegre-Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC), de Porto

Alegre, RS, replicam o que foi retratado na literatura mundial e comprovam a segurança do método”, diz Carlos Pedra, membro da SBHCI, que, juntamente com Marcelo Queiroga, ex-presiden-te da Sociedade, está responsável pela avaliação da inserção dessa nova tecnologia no Brasil.

CfMEm 5 de agosto, Pedra e Queiroga se reuniram com o pre-

sidente do CFM, Roberto Luiz d’Ávila, e demais integrantes da Diretoria do Conselho para apresentar a prótese Melody®. Na ocasião, foi elaborado um documento reportando que a técnica não é mais considerada experimental e que há necessidade de a aplicação ser feita somente por especialistas capacitados e em hospitais com infraestrutura adequada, além de reforçar a im-portância do encaminhamento de relatos de resultados para as entidades médicas do País.

Embora o CFM ainda não tenha se pronunciado oficialmente, Pedra acredita que a recepção foi positiva. “Após apresentarmos os dados disponíveis, o presidente do Conselho se mostrou fa-vorável à normatização do uso da Melody® no Brasil. Esperamos que um parecer com esse teor seja publicado em breve.”

Melody® no sisteMa ÚniCo de saÚdeA SBHCI também trabalha com a expectativa de ampliar o

alcance dessa técnica cirúrgica no Brasil. “Os pacientes tratados com a prótese têm se mostrado muito gratos, pois a maioria já passou por mais de duas cirurgias ao longo da vida e a Melody® evita que se submetam a mais um procedimento. Para que essa inovação chegue a cada vez mais pessoas, estamos organizando estudos de custos da implementação para avaliar o impacto no Sistema Único de Saúde (SUS)”, adianta Pedra.

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internaCional

Dois anos no Brigham and Women’s Hospital, em Boston

Mudar para Boston, nos Estados Unidos, para trabalhar ao lado do renomado Elazer Edelman, professor de medicina da Harvard Medical School e cardiologista sênior do Bri-

gham and Women’s Hospital. Essa foi a oportunidade concedida em 2012 pela SBHCI, por meio do programa “Siguemituzo Arie Resear-ch Fellowship”, a Augusto Celso A. Lopes Jr., graduado em medicina com distinção acadêmica Magna Cum Laude pela Universidade Fe-deral do Ceará e especialista em cardiologia clínica e intervencionis-ta. Na entrevista que você confere a seguir, ele fala de sua experiên-cia, desde o desenvolvimento do estágio de dois anos no Brigham and Women’s Hospital até a adaptação pessoal em outro país.

Como obteve a oportunidade do estágio?Em 2012, a SBHCI instituiu o programa “Siguemituzo Arie Re-

search Fellowship”, que oferecia a um de seus associados a pos-sibilidade de realizar estágio de pesquisa com duração de dois anos no Brigham and Women’s Hospital (BWH), em Boston, nos Estados Unidos. Ao final do processo seletivo, que envolveu aná-lise curricular e entrevista durante o congresso da SBHCI realiza-do em Salvador, BA, fui agraciado com a bolsa.

Quando iniciou o estágio e qual a estimativa de término?Ainda em 2012, fui para Boston realizar uma série de entrevis-

tas para definir em que laboratório iria trabalhar. Acabei optan-do por trabalhar com Elazer Edelman, professor de medicina da Harvard Medical School (HMS) e cardiologista sênior do BWH. O professor Edelman também é coordenador de um laboratório de pesquisa básica no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Iniciei meu estágio em março de 2013 e a programação é retornar ao Brasil em março de 2015.

Você recebe apoio financeiro, bolsa do Brasil ou suporte da instituição no exterior?

Como disse anteriormente, minha bolsa é proveniente da SBHCI e paga totalmente no Brasil. Gostaria de aqui agradecer à SBHCI por essa oportunidade e por todo o apoio que recebo desde o início do processo.

Que atividades está desenvolvendo? Como é a rotina de

Augusto Celso A. Lopes Jr., aprovado no programa “Siguemituzo Arie Research Fellowship”, conta sua experiência nos Estados Unidos

trabalho? Tem contato com pacientes? Pode realizar proce-dimentos médicos? Faz pesquisa experimental em animais?

Trata-se de um laboratório de pesquisa básica translacional. A despeito de não ser exclusivamente voltado à cardiologia, pos-sui linhas de estudo para o desenvolvimento de dispositivos mé-dicos. Estou envolvido em um projeto que tem como objetivo geral o melhor entendimento da resposta vascular aos stents. Buscamos, por meio da construção de modelos tridimensionais do complexo stent/vaso e da simulação computacional do fluxo coronário, entender fenômenos como reestenose e trombose dos stents. Fui responsável por desenvolver o modelo experimental desde a bancada até os experimentos em animais. Para isso, tenho trabalhado intensivamente ao lado dos engenheiros no desenvol-vimento das ferramentas necessárias para a conclusão do projeto. Passo 90% de minha carga horária no laboratório, indo ao hospital para assistir às reuniões clínicas. Além disso, tenho a oportunidade de participar das atividades de ensino da HMS, auxiliando o pro-fessor Edelman nos cursos ministrados por ele.

Relate publicações e apresentações em congressos que são fruto do trabalho no exterior.

O primeiro ano foi voltado exclusivamente para o desenvolvi-mento do protocolo experimental e a realização dos primeiros experimentos piloto. Atualmente, estamos adquirindo os dados e iniciando as análises. Nossa programação é apresentar os resul-tados a partir do próximo ano.

Que aspectos diferenciam a forma de trabalho no exte-rior e a que estava habituado no Brasil?

Primeiro, tive de me adaptar a trabalhar exclusivamente com pes-quisa. No Brasil, grande parte da minha carga horária era voltada à assistência e uma menor parcela à pesquisa clínica. Aqui trabalho

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100% com pesquisa básica – translacional, bem diferente de minha experiência anterior. Assim, os primeiros meses foram de adaptação: da frustração dos primeiros experimentos sem sucesso até a alegria de finalmente obter alguns resultados. Nesse aspecto, a equipe do laboratório foi fundamental, proporcionando um ambiente agra-dável e dando todo o suporte que precisava. Quando comparo o trabalho como pesquisador nos Estados Unidos e no Brasil, não diria que existe grande diferença quanto à estrutura de apoio à pesquisa, pois possuímos grandes agências federais e estaduais. Entretanto, as maiores diferenças são a quantidade de recursos financeiros dis-poníveis e a profissionalização do pesquisador. São raros os institu-tos brasileiros que contratam profissionais exclusivamente para de-senvolver pesquisas. Para fazer pesquisa no Brasil, de maneira geral, é necessário ser professor de uma universidade ou se matricular em um programa de pós-graduação. O que dificulta a possibilidade de dedicação plena à atividade científica, diminuindo, ao final, a origi-nalidade das nossas pesquisas.

Fale de sua adaptação pessoal e da família.Cheguei em Boston no começo de março em 2013. Era fim

do inverno no hemisfério norte, mas tive o “prazer” de enfren-tar minha primeira tempestade de neve logo de cara. Para mim, algo impressionante; para eles, apenas mais uma e bem pequena por sinal. O primeiro mês passou rápido, pois tive que resolver todos os problemas inerentes a uma mudança dessa magnitude, como moradia, seguro saúde e banco, ao mesmo

tempo em que precisei vencer a barreira da língua. Sou casado e temos uma filha de dois anos. Essa oportunidade também tem sido muito importante para elas. Nossa filha tem ido ao daycare desde o primeiro ano, o que lhe proporciona a oportunidade de crescer como uma criança bilíngue, o que irá ajudá-la nesse mundo cada vez mais globalizado.

Foi fácil encontrar um bom lugar para morar?Por ser uma cidade universitária, o mercado imobiliário em

Boston é bastante aquecido durante todo o ano. Há opções de apartamentos e casas, entretanto trata-se de uma das regiões mais caras dos Estados Unidos. Estou morando próximo ao MIT, o que foi importante no inverno. A cidade possui um sistema de transporte público de alta qualidade, assim uso o metrô diaria-mente para ir ao trabalho.

E as opções culturais e de lazer? A cidade de Boston é culturalmente muito rica. Os cam-

pi do MIT e de Harvard são muito bonitos. Existem excelentes museus, como o Museum of Science, o Children’s Museum e o Museum of Fine Arts. Os parques da região histórica de Boston, às margens do Charles River, que divide Boston e Cambridge, são paradas obrigatórias. A cidade teve relevante papel na in-dependência americana, possuindo muitos pontos históricos e passeios turísticos, como o Freedom Trail. Assim, é uma cidade que definitivamente merece uma visita.

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entrevista

Suporte de teto para avental plumbíferoÉ conhecida a alta incidência de dores lombar e cervical em

médicos intervencionistas, pelo uso de equipamentos de proteção radiológica, sobretudo na atualidade, quando o

tempo dos procedimentos terapêuticos tem aumentado muito em função da complexidade crescente dos casos tratados.

Pensando em como reduzir esses danos, um dispositivo para eliminar o peso do avental de chumbo foi criado pelo cardiologis-ta intervencionista Ricardo César Cavalcanti, do Hospital do Cora-ção de Alagoas, o suporte de teto para avental plumbífero, visan-do a minimizar os problemas de coluna decorrentes ou agravados pelo uso dos equipamentos de proteção radiológica durante pro-cedimentos intervencionistas. O Jornal da SBHCI entrevistou o médico alagoano a respeito do novo dispositivo. Confira.

Como surgiu essa iniciativa?Na realidade havia uma necessidade pessoal em reduzir o es-

forço sobre a coluna em função de uma hérnia de disco lombar. A ideia, entretanto, surgiu de uma conversa com o educador físico Amândio Geraldes, a quem procurei para discutir sobre pilates e musculação. Durante a conversa, Geraldes, com quem divido esse projeto, relatou sua perplexidade diante da quanti-dade de odontólogos com queixa de dor no ombro e para os quais ele tinha imaginado um suporte para apoio do braço. De imediato pensei em um suporte de teto para o avental de chum-bo, eliminando seu peso sobre os ombros e ainda permitindo a mobilidade que precisamos.

Quais foram os passos depois da formulação da ideia?Por estar há vários meses em crise, rapidamente desenhei e

mandei construir um protótipo que constava de um trilho no teto e um suporte tipo “cabide” para sustentar o avental. O dese-nho foi melhorado a partir dessa utilização e de várias opiniões, inclusive do pessoal de sala. O desenho final tem permitido tra-balhar com boa mobilidade e sem o peso do avental.

Quem deve usar esse dispositivo?Em um primeiro momento, acredito que apenas os já afetados

por alguma afecção de coluna ou dor crônica se interessarão em usar o suporte de teto para avental plumbífero (STAP). Existe uma resistência natural em utilizar equipamentos que possam atrasar ou limitar o movimento durante a realização dos procedi-mentos. Como exemplo clássico, cito os protetores plumbíferos, utilizados entre o operador e a fonte de raios, que pessoalmen-te só passei a utilizar nos últimos 7 anos. Entretanto, diante das consequências físicas do uso dos equipamentos de proteção radiológica, se já existisse esse dispositivo eu o estaria usando há mais de 20 anos. Para se ter uma ideia do impacto do uso diário desses equipamentos, um avental de chumbo de cerca de 8 kg seria responsável por uma carga de cerca de 136 kg por pole-gada quadrada sobre os últimos discos intervertebrais lomba-res. Os hemodinamicistas portadores de hérnia de disco devem concordar comigo. Os mais novos na especialidade concordarão talvez em alguns anos.

É alta a incidência de problemas de coluna relacionados à atividade profissional entre os cardiologistas interven-cionistas?

Seguramente sim, porém os dados são escassos no Brasil. Diante desse panorama, eu e Geraldes iniciamos um protoco-lo de pesquisa em Alagoas a fim de coletar informações mais precisas , que serão úteis na defesa de uma maior segurança no dia a dia de nossa especialidade. Iniciamos um contato com a SBHCI para estendê-lo para todo o Brasil, a fim de obtermos da-dos importantes para a cardiologia intervencionista, dados esses que poderão ser extrapolados para especialidades afins, como a radiologia intervencionista, por exemplo.

Há algum interesse em transformar o STAP em um pro-duto comercial?

Fornecerei os dados a quem tiver interesse em fazer seu STAP por conta própria. Entretanto, existe a possibilidade de uma em-presa produzi-lo comercialmente, o que vejo com bons olhos, porque acredito que, além de ser mais custo-efetivo, haverá uma padronização dos itens segurança e design, fundamentais em uma sala de hemodinâmica.

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SBHCI ganha honoráveis novos sócios

Duas importantes personalidades receberam recente-mente o título de Sócio Honorário da SBHCI. Os laureados contam com histórico louvável de luta e engajamento

em prol da medicina brasileira, também atuando, comprovada-mente, em benefício da cardiologia intervencionista.

eitel santiaGo de brito Pereira O subprocurador-geral da República recebeu o título de Sócio

Honorário no segundo dia do Congresso SBHCI, em 31 de julho, durante a Assembleia Geral da Sociedade, e se emocionou com a homenagem. A outorga consagrou seu empenho e sua atu-ação pela incorporação do implante por cateter de bioprótese valvar aórtica (TAVI) no Sistema Único de Saúde (SUS).

Vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Fe-deral, órgão de deliberação máxima da instituição ministerial, e coordenador da 1a Câmara de Coordenação e Revisão (1a CCR, te-mática constitucional) do Ministério Público Federal, Pereira cons-tituiu um grupo técnico denominado GT Saúde, que, entre outras providências, estuda a inclusão do procedimento na rede pública.

“Ao tomar conhecimento da necessidade do tratamento e da inexistência de uma cobertura obrigatória para sua reali-zação, Pereira criou o GT Saúde, e, por meio desse trabalho, encaminhou a todos os procuradores da República informa-ções sobre o TAVI, que subsidiaram a abertura de inquérito em alguns estados da federação”, comenta Marcelo Queiroga, ex-presidente da SBHCI.

Entre essas manifestações, Queiroga menciona a recente ação civil pública, de autoria do procurador da República Kelston Pinheiro Lages, no Piauí, a qual culminou com a concessão de medida liminar, incluindo o implante no rol de procedimentos da saúde suplementar, em outubro de 2013. “Além dessas ações, ele apoia sempre a SBHCI, no que tange às deliberações no Mi-nistério Público Federal.”

roberto lUiZ d’ÁvilaA homenagem ao presidente do Conselho Federal de Me-

dicina (CFM), Roberto Luiz d’Ávila, ocorreu durante cerimô-nia realizada na sede da Sociedade, em São Paulo, em 5 de agosto. O encontro foi emocionante e reuniu personalidades e diretores da SBHCI.

O presidente Hélio Roque Figueira destacou o orgulho de receber d’Ávila e demais conselheiros na sede da Sociedade. “Aproveitei o encontro para agradecer o apoio do CFM, ao nos conceder espaço para realização do fórum conjunto CFM/SBHCI, que abordou o racionamento de procedimentos em idosos na política pública de saúde, em maio deste ano.”

Queiroga relembrou um pouco da amizade deles, que teve início nos tempos em que fazia internato no Hospital da Santa Casa de Misericórdia, no Rio de Janeiro, e d’Ávila estava em sua pós-graduação, em 1988.

“A contribuição do CFM é motivo de reconhecimento dos nossos associados. Em nome dessa parceria, optamos por trazê--lo para nossa Sociedade. Amigos recebemos em casa, entram pela porta do coração e ficam, como diz o Papa Francisco. E o cardiologista intervencionista é especialista nisso.”

Ao tomar a palavra, d’Avila agradeceu a SBHCI pelo gesto e relembrou sua trajetória. “Quando você ama o que faz, as coisas acontecem naturalmente, e uma das belezas dessa minha ex-periência no CFM está sendo conhecer pessoas e fazer amigos. Como dizia meu pai, melhor do que receber uma homenagem é merecê-la. E nem sempre as pessoas homenageadas são mere-cedoras, não é falsa modéstia, mas tenho a sensação de que não fiz grandes coisas, apenas estive ao lado dos médicos, apenas trabalhamos juntos, sonhamos juntos e colaborei talvez mais in-diretamente do que diretamente na conquista dessa evolução da cardiologia intervencionista. Como cardiologista, essa home-nagem tem um valor muito grande.”

HoMenaGeM

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ConsCientiZaÇÃo

Rua Beira Rio, 45 – cjs. 71 e 74 – Vila OlímpiaCEP 04548-050 – São Paulo – SP

Fone: (11) 3849-5034

www.sbhci.com.br

Equipe AdministrativaGerência: Norma CabralSecretaria: Layla CaitanoEventos: Roberta Fonseca e Jessica RodriguesFinanceiro: Kelly PeruziSócios: Miriam Santos

Gestão 2014-2015Presidente: Hélio Roque Figueira (RJ) Diretor Administrativo: Salvador André Bavaresco Cristovão (SP)Diretor Financeiro: Cyro Vargues Rodrigues (RJ)Diretor Científi co: Alexandre Antonio Cunha Abizaid (SP)Diretor de Comunicação: André Gasparini Spadaro (SP)Diretor de Qualidade Profi ssional: Edgar Freitas de Quintella (RJ)Diretor de Educação Médica Continuada: Marcos Antônio Marino (MG) Diretor de Intervenções Extracardíacas: Itamar Ribeiro de Oliveira (RN)Diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas: Raul Rossi Ivo Filho (RS)

Departamento de EnfermagemPresidente: Gustavo Cortez Sacramento (SP)Vice-presidente: Luciana Lima (RJ)Primeira-secretária: Ana Flavia Finalli Balbo (SP)Segunda-secretária: Adriana Correa Lima (MS)Primeira-tesoureira: Erika Gondim (CE)Segunda-tesoureira: Maria Aparecida Carvalho Campos (SP)Coordenadora Científi ca: Jackeline Wachleski (RS)Coordenadora de Educação Continuada: Roberta Corvino (SP)Coordenadora de Titulação: Ivanise Gomes (SP)

Campanha Coração Alerta cada vez mais próxima da populaçãoAs doenças cardiovasculares são a maior causa de morte

em todo o mundo. No Brasil, o infarto agudo do miocár-dio é responsável por cerca de 80 mil óbitos anualmente.

Com o intuito de colaborar para reverter esse quadro, em 2012 foi lançada a campanha Coração Alerta, realização da SBHCI com apoio da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que visa a cons-cientizar a população sobre esse mal que atinge as mais variadas faixas etárias, em ambos os sexos.

De acordo com Marcelo Cantarelli, coordenador da campa-nha, a meta é levar informação ao maior número de pessoas. Naturalmente, a mídia desempenha papel especial nessa em-preitada. “A imprensa tem sido excelente ferramenta de dissemi-nação do problema e das formas de prevenção. Em virtude do Dia Mundial do Coração, em setembro, tivemos muito boa par-ticipação em veículos de comunicação de abrangência, levando nossa mensagem a um público signifi cativo.”

O principal meio de divulgação da campanha é a internet. Além do site ofi cial, que ultrapassou nos últimos meses a marca de 100 mil acessos mensais, o foco são as redes sociais. A página do Cora-ção Alerta no Facebook já possui mais de 13 mil curtidas e é atu-alizado com frequência. Em setembro, foi inaugurada a conta da campanha no Instagram e o perfi l no Twitter foi todo repaginado.

Ainda para marcar as comemorações do Dia Mundial do Coração, diversas personalidades foram convidadas a ves-tir a camiseta da campanha, o que amplia a divulgação e, por consequência, o acesso ao site e às redes sociais. Entre as cele-bridades que apoiam a causa estão o ex-jogador e comentarista esportivo Neto, a apresentadora Renata Fan, o jornalista Ricardo Boechat, o apresentador Milton Neves e o cantor/compositor Jair Oliveira (fi lho do saudoso Jair Rodrigues).

Na opinião de Cantarelli, a internet é relevante recurso para pro-mover a prevenção do infarto, pois a maior parte dos usuários que

acessam os perfi s do Coração Alerta está abaixo dos 50 anos de idade e são mulheres. “Conscientizar esse público é fundamental em decorrência do crescimento signifi cativo da incidência de in-farto entre o sexo feminino e os jovens nas últimas duas décadas.”

evolUÇÃo Lançada ofi cialmente em junho de 2012, no XXXIV Congresso

SBHCI, realizado em Salvador, BA, a campanha Coração Alerta foi impulsionada por um belo pontapé inicial: o apoio do cantor e compositor baiano Carlinhos Brown. Com isso, ganhou espaço em diversos veículos de comunicação.

No mesmo ano, a iniciativa conquistou o patrocínio das empresas Boston Scientific, Medtronic, Abott Vascular, Bio-sensor International, Daiichi-Sankyo e AstraZeneca e o apoio de divulgação dos portais UOL Notícias e Bradesco e do por-tal do médico Dráuzio Varela, parceiros essenciais para a re-alização do trabalho de conscientização. A empresa Terumo abraçou a causa no ano seguinte.

O site ofi cial já contabiliza, desde o lançamento, mais de 500 mil visitações. “O número total de pessoas que já tiveram conhe-cimento da campanha é muito maior se considerarmos tam-bém os acessos indiretos via entrevistas em TV, jornais e rádio e notícias em blogs, outros sites e redes sociais”, diz Cantarelli.

A campanha também foi responsável por pautar o assunto na imprensa. “Fico feliz de pensar que somente em uma única inser-ção em um programa da Ana Maria Braga, da Rede Globo, feita pelo colega Cyro Rodrigues, diretor fi nanceiro da SBHCI, consegui-mos conscientizar milhares de pessoas”, comemora o coordena-dor. “Mas, queremos mais. Vamos nos empenhar, principalmente, em conseguir a participação de outros artistas, pois notamos que isso gera maior engajamento. Queremos informar e conscientizar que a redução das mortes por infarto é uma atitude para todos.”

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VALORES Ética Competência técnica e cientí� ca Capacidade resolutiva Valorização pro� ssional Responsabilidade socioambiental Comprometimento Sustentabilidade Inovação tecnológica

MISSÃODesenvolver a cardiologia intervencionista, certi� car a atuação pro� ssional e representar os associados com qualidade, e� ciência e alto valor agregado em prol da comunidade

VISÃOSer reconhecida internacionalmente como referência no âmbito de Sociedade de Intervenções Cardiovasculares

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