4
O Ministério da Saúde Adverte: Circo faz bem à Saúde. Afinal, amar pode ser pecado? Página 3, Cultura e Arte Página 1, Comportamento Ceará é palco do primeiro Circuito Circo e Saúde, promovido pelo Ministério da Saúde. Confira uma entrevista esclarecedora com um casal homoafetivo. Eles falam sobre amor, família, religião e preconceito.

Jornal da Boa Notícia

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Curso de Jornalismo.

Citation preview

Page 1: Jornal da Boa Notícia

O Ministério da Saúde Adverte:

Circo faz bem à Saúde.Afinal, amar pode ser pecado?

Página 3,Cultura e ArtePágina 1,

Comportamento

Ceará é palco do primeiroCircuito Circo e Saúde,

promovido pelo Ministério da Saúde.

Confira uma entrevista esclarecedora com um

casal homoafetivo. Eles falam sobre amor, família,

religião e preconceito.

Page 2: Jornal da Boa Notícia

Estamos em pleno século XXI,a humanidade con-

quista, a cada dia , grandes avanços na ciência e tecno-logia, mas, paradoxalmen-te, a sociedade se mantém presa a tabus e dogmas milenares. A religião ain-da exerce forte influência sobre o comportamento e sexualidade humana. Uma influência, muitas vezes, da-nosa. Os dogmas religiosos, por exemplo,ensinam que a união homossexual é um pecado, uma aberração. Es-ses conceitos são determi-nantes para a disseminação da homofobia. Mesmo com a visibilidade alcançada pelos movimentos LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) em favor da causa gay, muitos casais que assumem sua homossexualidade ainda sofrem violência e passam por constrangimentos. O Jornal da Boa Notícia resol-veu dar voz a essa causa e foi conversar com um ca-sal homoafetivo assumido. Francisco Daniel, 28anos e Jean Victor, 21 anos, estu-dantes de jornalismo , se co-nheceram na faculdade e es-tão juntos há seis meses. Na entrevista eles falam sobre

religião, preconceito e amor.

JBN - Afinal, amar pode ser pecado?

DANIEL - Amar, de ma-neira nenhuma pode ser pe-cado! É... Eu acredito que existe formas de compor-tamento que sejam malé-ficas para si próprio e para o outro. Mas quando existe amor de verdade mesmo, quando é amadurecido, quando é verdadeiro não pode ser pecado, não pode ser entendido como pecado.

JBN – Essa é sua opi-nião também, Jean?

JEAN – É. Eu acredito que...dá mesma forma que o Daniel disse, se a gente tem um sentimento verdadeiro, não somente de interesses próprios, mas de uma...va-mos dizer...se é mútuo,se é verdadeiro do meu lado e se é verdadeiro do lado dele, eu acredito que não possa ser um sentimento pecami-noso, não seja pecado. Eu acredito que o sentimento de pecado tá mais quando você busca em alguém favo-recer a si, sem ter algum be-neficio para a outra pessoa.

JBN – Independen-te da orientação sexual?

JEAN - Certamente!

JBN - Quando vocês descobriram que gos-tavam de meninos?

DANIEL – Foi, aproxima-damente, com 16 anos, na época do ensino médio. Eu antes já me relacionava com garotas. Mas na ocasião, com um colega de classe, num beijo que ele me deu por brincadeira, de alguma forma despertou em mim o que eu acho que sempre existiu dentro de mim, e que na realidade era repri-mido, era escondido por conta dos pais ,da família, do que a sociedade achava certo para um jovem viver.

JEAN – Eu já, não tinha descoberto. Mas eu já sen-tia que gostava de meninos bem antes, com 8, 10 anos de idade. Mas como ele falou,também, a questão da família, a questão da religio-sidade , eu acabei procuran-do me concentrar mais nas meninas. Mas aquela atra-ção, aquele olhar mesmo, era mais direcionado aos

Page 3: Jornal da Boa Notícia

2013, autorizando de uma vez por todas o casamen-to entre pessoas do mesmo sexo, seja por habilitação direta, seja por conversão de união estável. Determi-na que é vedada às autori-dades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou con-versão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo”. O que vocês acham dessa decisão? E como vocês vêem essa ação?

DANIEL – Isso é reflexo desse amadurecimento da sociedade né, desse cresci-mento na forma de pensar.

JBN – A religião acaba sem-pre fazendo parte dos deba-tes mais calorosos acerca dos direitos homossexuais. Você tem religião? Como se sen-te diante dessas questões?

DANIEL – Eu sou de fa-mília católica, tradicional. Recentemente eu até tentei fazer parte de uma comuni-dade católica, não vou citar o nome porque, enfim acho antiético, mas não era aceito lá dentro e o irônico é que apesar de não ter sido aceito lá dentro, pessoas do mesmo sexo paqueravam comigo, pessoas até de altos esca-lões na comunidade, enfim, eu acho que a humanidade tem que caminhar a passos certos, não largos. No âmbi-to civil a gente tá conquis-tando os nossos direitos, o

nosso reconhecimento, o nosso respeito e acredito que a religião também vá no futuro, talvez não nos aceitar mas nos respeitar.

JEAN – Eu sou também de família religiosa, só que a gente é protestante. Tam-bém não vou dizer o nome da denominação, mas eu me considero protestante e ainda me considero da de-nominação que fui criado. Apesar deles não me acei-tarem homossexual lá, mas as coisas que eu aprendi relacionadas a bíblia eu ainda acredito e continuo praticando da mesma for-ma e acredito que Deus não vai deixar de me aceitar ou aceitar minha adoração, a minha prática religiosa por-que eu sou homossexual.

JBN - Sabemos que ainda há muito preconceito com os homossexuais, inclusi-ve presenciamos, durante a sessão de fotos com vocês, uma manifestação de into-lerância gay, alguns alunos da faculdade ficaram fa-zendo piadas homofóbicas. Vocês acham que algum dia cenas como essas irão aca-bar e que haverá igualdade e o fim da discriminação?Como vocês pensam o fu-turo da relação de vocês?

DANIEL – Como eu te disse anteriormente, o pre-conceito sempre vai existir, mas mais uma vez eu vou tocar no assunto machismo contra mulher. Há 50 anos mulheres que tinham certo comportamento mais liber-tador, mais feminino, mais pro lado extinto feminino mesmo, mulheres mais in-dependentes eram mal vis-tas, eram alvo de piadas, de brincadeiras de mau gosto, enfim eu acredito que no futuro por acreditar que esse assunto, essa rea-lidade vai ser tratada com

meninos do que às meninas.

JBN - Conversam sobre este assunto com a família?

DANIEL – Quando eu as-sumi para a minha família, primeiramente para a minha mãe, de que realmente eu sou homossexual, foi bas-tante difícil.Foram meses muito difíceis.Com minha mãe não existia a possibili-dade de um diálogo aberto. Com o tempo ela passou a aceitar mais, eu diria que não aceitar, mas respeitar a minha orientação (sexu-al). E a medida que ela foi se abrindo, foi respeitando, me respeitando mais, o di-álogo foi começando a ser estabelecido. E hoje, faz mais ou menos uns seis ou sete anos que eu me assumi pra minha mãe e pra minha família, hoje eu consigo ter um diálogo bem aberto com ela. Bem aberto mesmo. Falo sobre tudo, sobre ques-tões de coração e de sexo.

JEAN – Eu já não conver-so tanto com minha família. Acho que pelo fato de como aconteceu parecido com o Daniel, eu contei recente-mente pra minha família, me abri recentemente pra eles. A primeira pessoa que eu conversei foi minha tia, depois posteriormente com meus pais, mas a gente não aborda muito o assunto den-tro de casa. Com os outros familiares: tios, primos eu ainda converso, mas com um certo limite, não como o Daniel consegue conversar com a mãe dele abertamente.

JBN - Vocês acreditam que essa visibilidade que está sendo dada a causa gay, isso tá ajudando de cer-ta forma a assumir mais a relação, e até mesmo essa relação de vocês com os amigos, com a família?

JEAN – Com os amigos eu acredito que já fica bem mais fácil, até porque a maioria das pessoas que a gente convive é da nossa geração, tem mais ou menos aproximadamente a mesma idade e aí a gente cresceu num ambiente em que o pre-conceito de uma certa forma é menor, o assunto já é mais abordado, então de uma cer-ta forma é mais fácil de con-

viver, mas com a família, mesmo o assunto estando em alta, sendo bem abor-dado pela mídia eu acredi-to que não facilite muito, não é um fator facilitador.

JBN – Como vocês defi-nem a sexualidade de vo-cês? Ser chamado de gay ofende de alguma forma?

JEAN – Não, de forma alguma. Porque é só um nome, é só nomenclatura para o nosso comportamen-to. Não ofende. Diferente do que acontece com as mu-lheres, as mulheres as vezes são chamadas por substan-

tivos pejorativos que são pra ofender e elas se ofen-dem com razão. Não sei se eu posso citar... “galinha”, “puta”, enfim gay é o que eu sou, homossexual é o que eu sou, então uma mulher que é chamada de mulher ela não vai se ofender por ser cha-mada de mulher, então eu não posso me ofender por ser chamado de homosse-xual ou gay. Não, não me ofende de forma alguma.

JBN – E “gay” é alegre né. Então, assim, o Conselho Nacional de Justiça sentiu a necessidade de acabar com a disparidade entre os esta-dos que autorizam e os que não autorizam o casamento gay, e editou a Resolução nº 175, de 14 de maio de 2013, publicada em 15 de maio de

mais naturalidade por todos, eu realmente acredito que brincadeiras, piadas desse tipo irão diminuir, apesar do preconceito eu acredi-tar que sempre vai existir, assim como hoje também no século XXI ainda existe preconceito contra mulher.

JEAN – Acho que acabar realmente talvez não vai acabar, mas é como o Daniel falou, talvez vai se tornar mais aceito pela sociedade e a nossa relação no futuro a gente vê caminhando pra um compromisso, pra uma se-riedade, pra um casamento, é isso que a gente pretende.

JBN - Vocês se sentem à vontade para beijar, se relacionar em público?

JEAN – Vai depender muito do ambiente que a gente tá né, quando a gente tá num lugar que a gente perce-be que as pessoas tem um certo grau de conhecimen-to maior, uma cultura mais afinada, sei lá, pessoas que a gente realmente vê que tem uma mente mais aber-ta, a gente se sente mais a vontade, pra trocar afeto, esse tipo de coisa, mas no geral, a gente toma mui-to cuidado no tipo de afeto que a gente vai trocar em público. Agora assim, beijo eu acho que eu pelo menos eu sinto mais a vontade, só isso agora os outros afetos a gente tem mais cuidado.

DANIEL – No meu caso, no começo do relaciona-mento eu era bem travado, não conseguia mesmo de-monstrar afeto em público, hoje em dia é difícil ainda, mas às vezes o carinho é tão grande que não dá pra dei-xar de querer demonstrar e eu demonstro e espero que as pessoas vejam e encarem com naturalidade e respeito.

Page 4: Jornal da Boa Notícia

Arrabal: um avatar em FortalezaO dramaturgo es-

panhol Fernando Arrabal, conhecido como último sobrevivente dos “avata-res da modernidade”, vi-sita Fortaleza pela primei-ra vez para conferência sobre sua vida e obra.

Arrabal não é só o au-tor espanhol mais encenado no mundo. Trata-se de um dos poucos autores do cha-mado Teatro do Absurdo que ainda vivem e produzem. Criou uma nova categoria, algo novo até então, o Teatro Pânico. Controvertido, cul-tiva uma estética irreveren-

te tanto na sua obra quanto nas suas aparições públicas. O encontro de logo mais com o dramaturgo espanhol reunirá atores, diretores e pensadores da área teatral do Estado do Ceará . Antes disso, ele conversou com o Jornal da Boa Notícia.

Inicialmente, Arrabal falou sobre os ditos avata-res, os arquétipos das pes-soas de hoje, das listas que geralmente eclodem pela mídia, com os mais ricos, mais poderosos , em opo-sição às de ontem, que é o foco do encontro, intitula-do “Um sobrevivente dos avatares da modernidade”, o título “avatar da moder-

nidade” veio após Arrabal ingressar no grupo de André Bruton (1896-1966), teórico francês do surrealismo. Ao lado de Andy Warhol e de Tristan Tzara, ele é o úni-co que continua em plena atividade, difundindo uma obra crítica, caótica, poé-tica e brutal. Membro do Collège de ‘Pataphysique desde 1990, Arrabal estuda e trabalha com conceitos da Patafísica, que pode ser definida como a “ciência das soluções imaginárias”. Sem modéstias, ele expli-ca. “Sou célebre hoje por causa da confusão das mi-nhas obras. A redenção de Cristo só é possível porque é absurda. É paradoxal,

O Circuito Circo e Saú-de , promovido pelo

Ministério da Saúde, é uma grande conquista da comu-nidade circense. O objetivo do evento é propor estraté-gias de articulação entre os serviços de saúde e os Circos do Estado do Ceará para a realização de ações de mo-bilização, sensibilização e promoção da saúde no am-biente circense. Além de po-tencializar o espaço do circo enquanto promotor de polí-ticas de promoção de saúde, propiciando trocas de expe-riências e saberes, trabalhan-do dentro de duas vertentes propostas pelo SUS: a huma-nização dos serviços e a po-litica de equidade para com as populações itinerantes.

A primeira reunião para tratar do tema aconte-ceu em Brasília, em março de 2011, com a participa-ção de entidades represen-tativas dos segmentos cir-censes em âmbito nacional. Em Fortaleza e em Floria-nópolis aconteceram as primeiras oficinas e estas cidades, agora, organizam suas ações de interiorização.

Também estão em pauta nesta grandiosa ação transversal entre cultura e saúde o direito da comuni-dade circense de acesso às ações e serviços do SUS e

o debate da saúde na rotina desta população, além do fo-mento às parcerias que per-mitam potencializar o circo como espaço de mobilização social e de acolhimento de serviços de saúde preventiva.

Durante a programa-ção prevista para acontecer em seis cidades das ma-crorregiões do Ceará, serão abordadas as temáticas de acessibilidade cultural, res-ponsabilidade social, meio ambiente/sustentabilidade e legislação com especialis-tas parceiros do projeto. E como parte do projeto será levado, pela primeira vez ,para o interior do Ceará, o “Circo de todas as artes”, que desde 2006 vem sendo realizado anualmente em Fortaleza pela Associação dos Proprietários, Artistas, Escolas de Circo do Cea-rá – APAECE, com apoio da Secretaria da Cultura de Fortaleza.de acordo com a coordenadora do projeto, Andrea Vasconcelos, o Cir-co de Todas as Artes é um verdadeiro mergulho em arte e cultura promovendo, ações de cidadania e de for-mação através da ocupação das diversas lonas de circo instaladas na cidade. O pro-jeto agora segue para as ten-das de circo do interior do Ceará, filiados à associação e que participam do Circuito.

mas não estou a favor e sim contra a confusão. Estou buscando rédeas”, conclui.

Fernando Arrabal fa-lou do coletivo pelo qual fi-cou bem conhecido, o Panic Movement, ou Teatro Pâni-co, formado por ele, o cine-asta Alejandro Jodoroswky e o ilustrador Roland Torpor em 1962, na França. O nome faz referência ao deus grego Pan, e o grupo se focava na performance artística caó-tica e surreal, aproveitando a época na qual o surrea-lismo se tornava uma forte vertente. E quando pergun-tado sobre sua relação com o Brasil, o dramaturgo res-pondeu que apesar de ser sua estreia em solo cearen-se, visitou várias vezes Sal-vador, Rio de Janeiro e São Paulo. Arrabal afirmou ser admirador de algumas per-sonalidades brasileiras. “É

emocionante estar em For-taleza em um hotel constru-ído por Niemayer (Marreiro Hotel), já assinamos uma publicação juntos. Quando vou à Bahia, converso com artistas sobre a obra de Jor-ge Amado. Tem também Ruth Escobar, o Brasil pre-cisa reverenciá-la mais, o mundo está pendente dela”.

Apesar de elogiar di-

versos artistas da contempo-raneidade, Arrabal sugere o desafio que a cultura enfren-ta nos dias de hoje devido à mercantilização da arte. “Os grandes artistas estão nas catacumbas”.de acordo com o dramaturgo “Hoje estamos invadidos pela economia. A cultura não interessa à economia. A bolsa de valo-res é um templo religioso”.

E arremata “Não sou provocador. A provocação

existe e é incontestável. Mas a provocação é cretina porque se confunde com a transgressão. Eu sou trans-gressor e a transgressão é sempre festiva”, finaliza.

A trajetória e o pen-samento do homem irre-quieto e, como ele mesmo diz, transgressor , serão contadas logo mais, às 19h. O dramaturgo irreverente estará no Teatro Universi-tário Paschoal Carlos Mag-no, da Universidade Federal do Ceará (UFC), em bate--papo mediado pelo escri-tor capixaba Wilson Co-elho e por professores do Curso de Licenciatura em Teatro. Aos 80 anos, Arra-bal é o primeiro homena-geado do projeto Memória Viva da Cultura e das Artes.

A Computação Gráfica está inserida em nossas vidas de uma tal forma que ,estudar esta matéria é fundamental para nos mantermos atu-alizados com o mundo de hoje. É importante tanto para o estudante de jorna-lismo quanto para estudan-tes de outros ramos, pois , a computação gráfica, está presente em todas as áreas, desde os joguinhos eletrôni-cos até o projeto dos mais modernos equipamentos

para viagens espaciais, pas-sando pela publicidade, com as mais incríveis vinhetas eletrônicas e também, na medicina, onde a criação de imagens de órgãos inter-nos do corpo humano pos-sibilitam o diagnóstico de males que em outros tem-pos somente seria possível com intervenções cirúrgi-cas complicadas e compro-metedoras. É isto mesmo, acredite, a computação grá-fica ajuda a salvar vidas.

EDITORIAL

Lana Soraya Furtado Benevides201401117473Jornalismo - Manhã

Computação GráficaProf. Eugênio Furtado