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INSTITUTO SUPERIOR DE CINCIAS DA SADE EGAS
MONIZ
Cincias Farmacuticas
COMO PREVENIR A DIABETES TIPO 2
Trabalho submetido por
Joana Arajo Mira Godinho
para a obteno do grau de Mestre em Cincias Farmacuticas
Trabalho orientado por
Professora Doutora Maria Fernanda de Mesquita
30 de Outubro de 2014
2
minha Famlia e Amigos,
3
Agradecimentos
Neste espao de abertura, algumas palavras de agradecimento. Em primeiro lugar, palavras de
gratido, as primeiras das quais para a mentora da minha dissertao. Professora Doutora Fernanda
Mesquita, que foi uma grande influncia na escolha deste tema e que me encorajou a aprender e a
refletir sobre o mesmo.
Um especial agradecimento
aos professores do meu instituto com quem tive a sorte de aprender.
a todos os meus colegas que me acompanharam neste perodo de aprendizagem, e que
jamais esquecerei.
ao Dr.Lus Matias pelo apoio incondicional e pela experincia transmitida no mbito
profissional e pessoal.
ao Dr.Joo Gonalves por toda a ajuda e disponibilidade incondicional na realizao desta
tarefa.
Dr.Jaquelina Ouakinin pelo tempo passado em torno desta monografia.
Finalmente, uma agradecimento profundo minha famlia por terem apoiado em todos os
momentos as minhas escolhas e pelo carinho que sempre me dispensaram.
Em segundo lugar, assumo que, apesar de todo empenho colocado na realizao deste trabalho, sou
responsvel por quaisquer falhas que o mesmo possa apresentar.
4
Resumo
As mudanas comportamentais da civilizao e alteraes do estilo de vida, aumentaram a
incidncia da Diabetes Mellitus por todo o mundo. O controlo da Diabetes e dos seus riscos tardios,
micro e macro vasculares, sero o principal objetivo de modo a diminuir a morbilidade e
mortalidade desta doena.
A preveno e controlo da Diabetes Mellitus envolve uma srie de cuidados importantes. A prtica
de exerccio fsico com regularidade, adoo de regras para uma alimentao equilibrada e
saudvel, e o controlo, com frequncia, dos nveis de glicmia, so pontos chave para evitar
problemas tardios.
O conhecimento da Diabetes enquanto doena crnica, permite saber como lidar na identificao de
indivduos de risco e, como no caso de ser diabtico, poder usufruir de uma vida normal,
beneficiando do sucesso no tratamento. 1
Palavras-chave: diabetes; epidemiologia da diabetes; diabetes tipo 2; sintomas da diabetes
5
Abstract
The behavioral changes of civilization and changes in lifestyle have increased the incidence of
Diabetes Mellitus worldwide. Control of Diabetes and its late micro and macro vascular risks will
be the main objective to decrease the morbidity and mortality caused by the disease.
The prevention and control of Diabetes Mellitus involves a number of important care. The regular
physical exercise adopt rules for a balanced and healthy diet, and control how often is possible the
blood glucose levels, are the key points to avoid problems later.
Once known the behaviour of Diabetes as a chronic disease, not only lets you know how to handle
the case of being an individual risk, such as being diabetic and has a normal life, and, thus succeed
in treatment.
KEYWORDS: diabetes; epidemiology of diabetes; prevention of diabetes; type 2 diabetes;
diabetes symptoms
6
Como prevenir a Diabetes Tipo 2
ndice
Introduo 12
1. Histria e Definio da Diabetes Mellitus 15
1.1. Classificao da Diabetes Mellitus 16
1.1.1. Diabetes Mellitus Tipo 1 16
1.1.2. Diabetes Mellitus Tipo 2 17
1.1.3. Diabetes Mellitus Gestacional 18
1.1.4. Outros Tipos Especficos de Diabetes 19
1.1.4.1. Defeitos Genticos da Funo das Clulas 19
1.1.4.2. Defeitos Genticos na Ao da Insulina 19
1.1.4.3. Endocrinopatias 19
1.1.4.4. Diabetes Induzida por Frmacos ou Qumicos 19
1.1.4.5. Infees 20
1.1.4.6. Formas Especficas Pouco Comuns de Diabetes Mellitus Imunomediada 21
1.1.4.7. Outros Sndromas Genticos por vezes associados com Diabetes 21
1.2. Apresentao Clnica da Diabetes 21
1.2.1.Diagnstico 21
1.3. Evidncias Epidemiolgicas 25
1.4. Complicaes Tardias da Diabetes 28
1.4.1. Complicaes Macrovasculares 29
1.4.2. Complicaes Microvasculares 29
1.5. Tratamento da Diabetes 30
1.5.1. Teraputica Farmacolgica da Diabetes Mellitus ADO 30
1.5.1.1. Secretagogos 30
1.5.1.2. Inibidores da Absoro 31
1.5.1.3. Sensibilizadores 32
1.5.1.4. Gliptinas 34
1.5.2. Teraputica Farmacolgica da Diabetes Mellitus Insulinas 34
1.5.2.1. Tipos de Insulina 36
7
1.6. Fatores de risco para a Diabetes 37
2. Como Prevenir a Diabetes Tipo 2 38
2.1. Modificaes no Estilo de Vida 39
2.1.1. Planos de Nutrio 39
2.2. Programa Nacional de Controlo da Diabetes 41
2.2.1. Objetivos do Plano Nacional de Preveno e Controlo da Diabetes 42
3. Estratgias do Plano Nacional de Preveno e Controlo da Diabetes 43
3.1. Estratgias de Interveno 43
3.1.1. Preveno Primria 43
3.1.2. Preveno Secundria 43
3.1.3. Preveno Terciria 43
Concluso 45
Bibliografia 46
8
ndice de Figuras
Figura 1 - Incidncia de DMT1 em crianas de 14 anos de idade (por cada 100000 ao ano) 26
Figura 2 - Sequncia de aa da insulina humana, bovina, suna, de longa ao e de curta ao. 35
Figura 3 - Perfil das insulinas ao longo do tempo (horas) 36
Figura 4 - Roda dos Alimentos 2014 40
9
ndice de Tabelas
Tabela 1 - Factores de risco para DMT2 18
Tabela 2 - Valores de referncia para a glicmia em jejum 22
Tabela 3 - Valores de referncia para a glicmia ps-prandial 22
Tabela 4 - Valores normais da hemoglobina no Homem e na Mulher 23
Tabela 5 - Valores normais para hemoglobina glicada 24
Tabela 6 - Valores normais para o colesterol para indivduos com ou sem Diabetes 24
Tabela 7 - Valores normais para os triglicridos no Homem e na Mulher 24
Tabela 8 - Valores normais para o hematcrito no Homem e na Mulher 24
Tabela 9 - Resumo das principais caractersticas dos Segretagogos 31
Tabela 10 - Resumo das principais caractersticas dos Inibidores da Absoro 31
Tabela 11 - Resumo das principais caractersticas dos Inibidores dos Sensibilizadores 32
Tabela 12 - Resumo das principais caractersticas das Gliptinas 34
Tabela 13 - Resumo das principais caractersticas das Insulina 36
Tabela 14 - Resumo dos principais estudos que envolveram mudanas no estilo de vida 39
10
ndice de Abreviaturas
Ac - Anticorpo
ADA - American Diabetes Association
ADO - Antidiabticos Orais
AMPK Protena Quinase Dependente de AMP
ATPase Adenosina Trifosfato
AVC- Acidente Vascular Cerebral
Ca++ - Io Clcio
DGS Direo Geral de Sade
DMG - Diabetes Mellitus Gestacional
DMID - Diabetes Mellitus Insulinodependente
DMNID - Diabetes Mellitus No Insulinodependentes
DMT1 - Diabetes Mellitus Tipo 1
DMT2 - Diabetes Mellitus Tipo 2
DNA cido desoxirribonucleico
DPP-4 Diptetil Peptirase 4
DRT - Doena Renal Terminal
11
EAM - Enfarte Agudo do Miocrdio
GAD - Descarboxilase do cido Glutmico
GJA - Glicmia em Jejum Alterada
HbA Hemoglobina Glicada
HC Hidratos de Carbono
IMC - ndice Massa Corporal
K+ - Io Potssio
LADA - Diabetes Latente Auto-Imune do Adulto
OMS - Organizao Mundial de Sade
PPAR Peroxisome Proliferator-Activated Receptor gamma
PTGO - Prova de Tolerncia Glucose
SNS Sistema Nervoso Simptico
SPD Sociedade Portuguesa de Diabetologia
TFG - Taxa de Filtrao Glomerular
TG Taxa Glomerular
TGA - Tolerncia Glucose Alterada
12
Introduo
Esta monografia ir centrar-se no estudo da Diabetes enquanto doena endcrina, encontrando-se
dividida em duas partes. Na primeira, ser feita uma introduo patologia e realizada uma reviso
da literatura sobre a temtica com especial incidncia na sua definio e classificao. De seguida,
ser descrita a forma clnica da Diabetes, incluindo os principais sintomas, o seu diagnstico e as
suas complicaes. Por fim, sero observados a sua evoluo e comportamento, em vrios pases no
mundo, atravs de uma anlise de estudos epidemiolgicos.
Na segunda parte ser abordado o objectivo principal deste trabalho, atravs da apresentao e
discusso das formas mais apropriadas para prevenir a Diabetes. Temas como o papel do
profissional de sade, nomeadamente do farmacutico na gesto e acompanhamento da doena, a
existncia de estratgias de interveno ou de preveno e planos de nutrio, sero focados como
fazendo parte do grupo de fatores de excelncia no acompanhamento do doente, assim como a
importncia do mesmo em conhecer a doena e as formas como deve proceder para usufruir de
certa qualidade de vida.
A Diabetes Mellitus uma doena metablica caracterizada por elevados nveis de glucose no
sangue, com diversos sintomas associados e em que a insulina, hormona responsvel por controlar a
glicmia, se encontra em valores nulos ou baixos. Apresenta-se como uma patologia comum e de
incidncia crescente por estar associada a factores como sedentarismo, obesidade e envelhecimento
da populao.
Esto definidas diferentes categorias de Diabetes tais como Diabetes mellitus tipo 1, Diabetes
mellitus tipo 2, Diabetes gestacional e outros tipos especficos mas tambm as vrias complicaes
de curto e de longo prazo associadas. Assim, como complicaes agudas podem observar-se
cetoacidose diabtica e estado hiperosmolar hiperglicmico, enquanto que as complicaes crnicas
incluem:
Retinopatia diabtica no proliferativa ou proliferativa e/ ou edema da mcula.
Proteinria, doena renal terminal (DRT), acidose tubular renal tipo IV.
Polineuropatia simtrica distal, polirradiculopatia, mononeuropatia, neuropatia autonmica
(neurovegetativa).
Gastroparesia, diarreia, obstipao.
Cistopatia, disfuno erctil, disfuno sexual feminina.
13
Coronriopatia, insuficincia cardaca congestiva, doena vascular perifrica, AVC.
Deformao dos ps (dedo em martelo, dedo em garra, p de Charcot), ulcerao,
amputao.
Epidemiologicamente, verificam-se evolues diferentes na DMT1 e na DMT2. Na Diabetes Tipo
1, a incidncia varivel entre populaes no s do mesmo pas como entre pases. Estas
diferenas sugerem que os fatores ambientais e/ou tnico-genticos possam influenciar o
surgimento da doena. Estudos revelam uma predominncia dos fatores ambientais sobre os
genticos no desencadear da doena, observando-se ainda uma variao sazonal no aparecimento de
DMT1 em algumas populaes. Alguns fenmenos migratrios tambm parecem estar relacionados
com o aumento do risco de desenvolvimento de DMT1.
A incidncia de DMT1 em Portugal, nos ltimos 10 anos, tem vindo a aumentar nas crianas e
jovens. A literatura sugere que a prevalncia de DMT1 na Europa pode ser maior em 2020 do que
em 1989. Estes dados mostram a possibilidade das mudanas verificadas nos fatores ambientais
operarem em idade prematura, enquanto que os fatores genticos demoram mais tempo a causar
impacto.
Quanto DMT2 existem referncias s ltimas dcadas que demonstram uma ligao entre o
consumo de bebidas aucaradas e o aumento da obesidade. As projeces da Organizao Mundial
de Sade (OMS) mostram um aumento na prevalncia da obesidade e sobrepeso.
Verificou-se tambm um aumento da prevalncia nas populaes urbanas em comparao com as
rurais e um aumento dramtico nas populaes jovens particularmente entre os adolescentes. Os
estudos relacionados com a Diabetes tipo 2 demonstram que a obesidade apresenta uma ligao
forte para o desenvolvimento da DMT2 devido a uma resistncia ao da insulina.
Relativamente ao tratamento, e em particular teraputica farmacolgia, sero abordados os anti-
diabticos orais (ADO), que se podem organizar de acordo com o seu mecanismo de ao,
dividindo-se em quatro grandes grupos: Secretagogos (ou insulinotrficos); Inibidores da Absoro;
Sensibilizadores e Gliptinas) e; as Insulinas.
Por fim, estudar e reflectir sobre como prevenir a diabetes implica focar o plano de controlo
nacional da diabetes e a importncia para a sade pblica dos seus principais objetivos nas
14
estratgias de interveno e de identificao de grupos de risco no esquecendo a relevncia da
formao na aptido para a resoluo de problemas relacionados com os doentes e com a prpria
doena.
Recomenda-se a adopo de hbitos saudveis como forma de prevenir a doena, pelo que se
assumem de especial relevncia as estratgias de alimentao, a prtica de exerccio fsico e a perda
de peso, quando assim faz sentido.
15
1. Histria e definio de Diabetes Mellitus
O termo Diabetes foi primeiramente utilizado por Araetus de Cappodocia (81-133AD) mas os
primeiros registos que descrevem algumas caractersticas da doena datam da poca Egpcia, cerca
de 1500 A.C. Mdicos indianos chamaram-lhe madhumeha (urina doce) devido sua capacidade
de atrair formigas, tendo o mdico Sushruta e o cirurgio Charaka (400-500 A.C.), ambos indianos,
conseguido identificar os dois tipos de diabetes que mais tarde seriam designados de Tipo 1 e Tipo
2. Sculos mais tarde, em 1675, Thomas Willis (Gr-Bretanha) introduziu a palavra mellitus que
significa mel doce para descrever a doura que verificou na urina e sangue de pacientes, o que foi
confirmado em 1776 por Dobson com a constatao do excesso de glicose na urina (glicosria) e
sangue. [1,2]
Um marco importante na histria da Diabetes Mellitus foi o estabelecimento do papel do fgado na
glucognese, e o conceito proposto por Claude Bernard em 1857, de que a diabetes ocorre devido
ao excesso de produo de glucose. Consequentemente, em 1869, Paul Langerhans, com apenas 22
anos de idade, identificou, ao estudar o pncreas, um grupo de clulas espalhadas pelo tecido
excrino e que viriam a ficar conhecidas como ilhus de Langerhans. A funo deste grupo de
clulas era inicialmente desconhecida mas Edoard Laguesse sugeriu que poderiam produzir alguma
secreo que participasse no processo da digesto. Vinte anos mais tarde, Mering e Minkowski
(ustria) descobriram, em 1889, o papel do pncreas na digesto de alimentos ao remover o rgo
de um co saudvel. Dias depois, e para espanto do seu guarda, observou-se uma enorme
quantidade de moscas que procurava alimentar-se da urina do animal. Aps um teste, verificou-se a
existncia de acar nesta, o que permitiu estudar a patognese da diabetes, constituindo a base para
o isolamento da insulina e sua utilizao clnica. [1,2]
Segundo Lakhtakia R., Banting, Best e Collip (Canad), durante testes com animais, em 1921,
ligaram o ducto pancretico, causando a destruio do pncreas excrino mas deixando intactos os
ilhus de Langerhans. No decorrer dos seus testes, em que foi utilizada insulina de co para reverter
a diabetes induzida, foi estabelecido que a causa da diabetes residia numa deficincia na quantidade
de insulina. Os mesmos ensaios permitiriam anos mais tarde, preparar um agente hipoglicemiante
administrado por via oral e culminaram com a colocao bem sucedida no mercado da tolbutamida
e carbutamida. [1,2]
16
Mais recentemente, em 1997, a American Diabetes Association (ADA) patrocinou uma comisso
internacional de peritos, Expert Committee on the Diagnosis and Classification of Diabetes
Mellitus que atribuiu uma nova definio Diabetes o termo diabetes mellitus descreve uma
desordem metablica de etiologia mltipla, caracterizada por uma hiperglicmia crnica com
distrbios no metabolismo dos hidratos de carbono, lpidos e protenas, resultantes de deficincias
na secreo ou ao da insulina ou de ambas. Em 1999 a Organizao Mundial de Sade (OMS)
sob a forma de Report of W.H.O. Consultation publicou as novas recomendaes onde evidenciou
como vrios os mecanismos patognicos envolvidos no desenvolvimento da diabetes. Estes
incluem mecanismos que destroem as clulas pancreticas, com consequente deficincia de
insulina, e outros que resultam na resistncia ao da insulina. As perturbaes no metabolismo
dos hidratos de carbono, dos lpidos e das protenas devem-se deficiente aco da insulina nos
tecidos alvo, resultante da insensibilidade ou da falta de insulina.[3]
1.1. Classificao de Diabetes Mellitus
Actualmente, a Diabetes Mellitus classifica-se com base no processo patognico que conduz
hiperglicemia, tendo os termos Dibetes Mellitus Tipo 1 (DMT1) e Diabetes Mellitus Tipo 2
(DMT2) substitudo os termos diabetes mellitus isulinodependente (DMID/ IDDM) e diabetes
mellitus no insulinodependente (DMNID/ NIDDM). Assim, a nova classificao contm estadios
que refletem os vrios nveis de hiperglicmia, independentemente dos mecanismos que podem
conduzir ao aparecimento da doena, e estabelece a existncia de quatro tipos clnicos de diabetes
tais como Diabetes Mellitus Tipo 1 (DMT1), Diabetes Mellitus Tipo 2 (DMT2), Diabetes Mellitus
Gestacional (DMG) e Outros Tipos Especficos de Diabetes.[4][5][7]
1.1.1. Diabetes Mellitus Tipo 1
A DMT1 caracteriza-se por insuficincia de insulina e tendncia para desenvolver cetose
verificando-se destruio das clulas do pncreas levando a uma insulinopenia absoluta. Tal pode
ocorrer atravs de um mecanismo auto-imune especfico das clulas pancreticas com presena de
auto-acs (Ac anti-GAD descarboxilase do cido glutmico) que esto presentes em 85 a 90% dos
indivduos com DMT1, ou devido a causa idioptica. Esta classificao etiolgica s pode ser
utilizada em certas circunstncias, pelo facto da mesma ser muito pouco frequente (asiticos,
africanos) e com maior tendncia ao desenvolvimento de cetoacidose. Pode surgir em qualquer
17
idade, mas maioritariamente diagnosticada em crianas e adolescentes. Verifica-se tambm, uma
predisposio gentica para a destruio auto-imune das clulas, que est diretamente relacionada
com fatores ambientais ainda pouco definidos.[7]
Relativamente velocidade de destruio celular, esta bastante varivel, sendo a progresso rpida
observada nem crianas. Por outro lado, a forma de progresso lenta, geralmente acontece nos
adultos e, referida como diabetes latente auto-imune do adulto (LADA). No que diz respeito
classificao idioptica, no se conhece a sua etiologia, sendo que os portadores apresentam valores
de insulinopenia permanente e tendncia para cetoacidose, conforme referido anteriormente.[8]
1.1.2. Diabetes Mellitus Tipo 2
A DMT2 constitui um grupo heterogneo de afeces que se caracterizam por diferentes graus de
resistncia insulina, secreo de insulina e produo heptica excessiva de glucose. Observa-se
uma ocorrncia predominantemente uma insulino-resistncia com uma insulinopenia relativa, sendo
esta caracterizada por distrbios na ao e secreo da insulina. a forma mais comum de diabetes
e as razes especficas para o desenvolvimento destas alteraes ainda no so conhecidas.[8][9][10]
Este tipo de diabetes pode permanecer durante muitos anos sem ser diagnosticada porque a
hiperglicmia no suficientemente elevada para causar os sintomas da doena. Assim, estes
doentes, apresentam um risco aumentado de desenvolverem complicaes macro e microvasculares
sendo normalmente obesos o que por si s provoca ou agrava a insulinorresistncia. [8][10]
So factores de risco (vide tabela1) para o desenvolvimento de DMT2 aumenta com a idade, com
obesidade e ausncia de atividade fsica. mais frequente em indivduos com dislipidmia e/ou
hipertenso, e em mulheres que sofreram de diabetes gestacional, estando associado a uma
predisposio familiar de origem gentica. [8][10]
Observa-se a existncia de auto-anticorpos caractersticos da DMT1 em pacientes com quadro
clnico de DMT2. Neste caso, a cetoacidose tambm pode ocorrer e, est normalmente associada ao
stress causado pela existncia de uma outra patologia. [8][10]
18
Inactividade fsica habitual
Raa/etnia (afro-americanos, hispano-americanos, americanos nativos, asitico- americanos, nativos
das ilhas do Pacfico)
GJA ou TJA j conhecida
Histria de DM gestacional ou nascimento de beb com peso superior a 4Kg
Hipertenso arterial ( 140/ 90 mmHg)
Concentrao de colesterol HDL 35mg/dl (0,90 mmol/L) e/ ou concentrao de triglicridos
250 mg/dl (2,82 mmol/L)
Sndrome de ovrio poliqustico ou acanthosis nigricans
Histria de doena vascular
Tabela 1 - Factores de risco para DMT2. Adaptado de American Diabetes Association 2004.
1.1.3. Diabetes Mellitus Gestacional
A Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) define-se como intolerncia aos carbohidratos
resultando em hiperglicemia de gravidade varivel, com incio ou primeiro reconhecimento durante
a gravidez. Esta definio no exclui a possibilidade da intolerncia aos hidratos de carbono
anteceder a gravidez, verificando-se ainda que as mulheres com maior risco de ocorrncia so
normalmente mais velhas ou que pertencentes a grupos de risco, ou ainda cujos bbs so
demasiado grandes para a idade gestacional. [5][8] [10][11]
Van Poppel MN et al. refere que o maior impacto da DMG para a sade pblica se verifica atravs
do seu papel no desenvolvimento futuro de diabetes na me e de obesidade e diabetes na criana,
apresentando como possvel soluo o aumento da atividade fsica. Por outro lado, Boyle KE et al.,
constata um aumento da prevalncia de diabetes mellitus gestacional que afeta at 18% das
mulheres grvidas com consequncias metablicas imediatas e de longo prazo para a sade da me
e beb (captao de glicose anormal e oxidao lipdica). Os mesmos autores sugerem que este tipo
de diabetes est associado a uma reduo da fosforilao oxidativa do msculo-esqueltico e
19
desregulao da homeostasia do clcio. Tal relao representa um novo factor de risco para o
desenvolvimento de DMG e pode ter implicaes na eficcia das intervenes de atividade fsica
em ambas as estratgias de tratamento para o GDM e para a preveno de diabetes tipo 2 aps o
parto. [2,3]
1.1.4. Outros Tipos Especficos de Diabetes
1.1.4.1. Defeitos Genticos da Funo das Clulas
Nos casos de diabetes associados a defeitos genticos da funo das clulas B existe uma
diminuio na secreo de insulina por mutaes genticas em determinados cromossomas.
Observam-se tambm outros casos em que existe uma mutao gentica a nvel do DNA
mitocondrial. Foram detetadas alteraes genticas em algumas famlias que resultam na
incapacidade de converter pr-insulina em insulina. [8][10] [14]
1.1.4.2. Defeitos Genticos na Ao da Insulina
Existem mutaes genticas no recetor da insulina que podem originar hiperinsulinmia e
hiperglicmia ligeira e resultam na diabetes. [8][10] [14]
1.1.4.3. Endocrinopatias
Doenas associadas secreo excessiva de hormonas como cortisol, hormona do crescimento,
glucagon ou adrenalina, podem provocar diabetes por terem ao antagonista da insulina. [8][10] [14]
1.1.4.4. Diabetes Induzida por Frmacos ou Qumicos
Frmacos hormonais podem comprometer a ao da insulina, outros tm a capacidade de diminuir a
secreo de insulina. So alguns deles o cido nicotnico, glucocorticides, agonistas alfa-
adrenrgicos e beta-adrenrgicos, tiazidas, fenitona, teraputica com interfero alfa, etc. [8][10] [14]
20
1.1.4.5. Infees
Existem vrus responsveis pela destruio das clulas como o da rubola congnita e
citomegalovrus. [8][10] [12] [13][14]
1.1.4.6. Formas Especficas Pouco Comuns de Diabetes Mellitus Imunomediada
Stiff man syndrome consiste numa doena do sistema nervoso central de carcter auto-imune.
Normalmente, os indivduos afectados por este sndrome tem elevados ttulos de auto-anticorpos
GAD. [8][10] [12] [13][14]
1.1.4.7. Outros Sndromas Genticos por vezes associados com Diabetes
Existem sndromas como o de Down, o de Klinefelter e o de Turner em que a incidncia de diabetes
mellitus est aumentada. [8][10] [12] [13][14]
1.2. Apresentao Clnica da Diabetes
Elevados nveis de acar no sangue podem causar alguns sintomas sendo os mais comuns poliria
(aumento do volume de urina), polidipsia (sede excessiva), polifagia (fome excessiva) e perda de
peso, fadiga, fraqueza, viso turva, infeces superficiais frequentes, infeces urinrias ou fngicas
de repetio, e m cicatrizao de feridas, A anamnese dever ser completa e exaustiva com
especial incidncia no peso, exerccio, consumo de lcool, histria familiar de diabetes mellitus e
factores de risco para patologia cardiovascular. [10] [15] [16]
Num paciente com DM estabelecida dever obter-se valores de HbA, resultados de glicemia
automonotorizada, frequncia de hipoglicmia e conhecimentos do doente sobre diabetes mellitus.
Deve dar-se especial ateno ao exame objectivo da retina, tenso arterial ortosttica, exame dos
ps, pulsos perifricos e locais de injeco da insulina.[61]
Num paciente com DM estabelecida dever obter-se valores de HbA, resultados de glicemia
automonotorizada, frequncia de hipoglicmia e conhecimentos do doente sobre diabetes mellitus.
21
Deve dar-se especial ateno ao exame objectivo da retina, tenso arterial ortosttica, exame dos
ps, pulsos perifricos e locais de injeco da insulina. [61]
1.2.1. Diagnstico
O diagnstico da diabetes no apenas feito a partir dos sintomas que o indivduo possa manifestar.
importante a realizao de exames complementares de diagnstico como anlises urina e ao
sangue. [8] [12] [16] [17] [61]
Existem diferentes mtodos para determinao das substncias no sangue e na urina. A medio de
glucose fornece informao sobre o metabolismo do acar. Quando se trata de determinar a
presena de glucose no sangue faz-se um teste de reao cor. Neste teste o indicador (a glucose)
esta presente na amostra misturado com outras substncias e vai ser revelado atravs de uma reao
de cor. amostra adicionada uma outra substncia que tem a capacidade de reconhecer o
indicador. Aps adio da substncia detectora, esta vai reagir com o indicador formando-se uma
nova substncia com uma nova cor. feita uma medio da quantidade de substncia colorida onde
a quantidade de cor proporcional quantidade de indicador, isto , quanto mais cor mais
indicador. [8] [12] [16] [17] [61]
Com a ajuda de tecnologia no controlo da diabetes, possvel fazer uma avaliao da glicemia
apenas em segundos. Existem kits contendo sistemas de puno capilar, tiras, e aparelho de
medio. Estes aparelhos tm a capacidade de alertar hiperglicmia atravs de um sinal sonoro, e
apenas necessitam de uma gota de sangue com cerca de 0,6 L de sangue. [8] [12] [16] [17] [61]
A determinao da glicosria na anlise urina, apesar de indicativa de elevados nveis de acar
no sangue, isoladamente no serve de diagnstico para a diabetes.
A anlise urina tem-se demonstrado importante para se avaliar a funo renal. Deste modo,
procede-se quantificao de albumina na urina e ao controlo da TFG.
22
A presena da albumina, protena responsvel pela presso osmtica necessria para regular os
movimentos da gua nos tecidos e sangue, indica o bom ou mau funcionamento do rim. A doena
renal pode ser classificada em 5 fases, que aumentam de gravidade consoante a diminuio da TFG.
[8] [12] [16] [17] [61]
A determinao da glicmia pode ser feita em jejum ou no ps-prandial. Assim, os valores de
referncia da glicemia em jejum so para:
Hipoglicmia < 70 mgdl-1
Valor normal 70 mgdl-1 a 100 mgdl-1
Pr-diabetes 100 mgdl-1 a 126mgdl-1
Diabetes > 126 mgdl-1
Tabela 2 Valores de referncia para a glicmia em jejum
Os valores de referncia da glicmia ps-prandial (2h aps a refeio):
Hipoglicmia < 70 mgdl-1
Valor normal 70 mgdl-1 a 140 mgdl-1
Pr-diabetes 140 mgdl-1 a 200 mgdl-1
Diabetes > 200 mgdl-1
Tabela 3 Valores de referncia para a glicmia ps-prandial
23
Estes resultados devem ser confirmados com a repetio da prova num dia diferente, excepto se
existir hiperglicemia inequvoca com descompensao metablica aguda. Foram tambm
identificadas duas categorias intermdias: Glicmia em jejum alterada (GJA) para um nvel
plasmtico de glucose em jejum entre 6,1 e 7,0 mmol/L (110 e 126 mg/dl) e; Tolerncia glucose
alterada (TGA) para glicemias entre 7,8 e 11,1 mmol/L (140 e 200 mg/dl) duas horas aps uma
sobrecarga oral de 75g de glucose. [8] [12] [16] [17] [61]
Indivduos com GJA e TJA no tm Diabetes Mellitus, mas correm risco substancial de desenvolver
DMT2 e doena cardiovascular. Recomenda-se o rastreio da glicemia em jejum em perodos
compreendidos de trs em trs anos para indivduos com idade superior a 45 anos de idade, bem
como para indivduos jovens com factores de risco adicionais. [8] [12] [16] [17] [61]
A sndrome metablica, sndrome de resistncia insulina e a sndrome X so termos usados para
descrever um conjunto de perturbaes metablicas que incluem resistncia insulina (com ou sem
DM), hipertenso, dislipidmia, obesidade central ou visceral e disfuno endotelial e est
associada a doena cardiovascular acelerada. [8] [12] [16] [17] [61]
Alm da glicemia, existem outros parmetros importantes no diagnstico da diabetes como a
hemoglobina, a hemoglobina glicada, o colesterol, os triglicridos e o hematcrito. Estes so
avaliados atravs de anlises ao sangue e tm os seguintes valores de referncia: [8] [12] [16] [17] [61]
Hemoglobina normal
Homem > 13,8 mgdl-1 e < 17,2 mgdl-1
Mulher > 12,1 mgdl-1 e < 15,1mgdl-1
Tabela 4 Valores normais da hemoglobina no Homem e na Mulher
24
Hemoglobina Glicada
Deve ser controlada trimestralmente, pois avalia a glicmia num pero do de 60 a 90 dias
Homem e Mulher > 6,5% e < 7,5%
Tabela 5 Valores normais para hemoglobina glicada
Colesterol
No Diabticos < 190 mgdl-1
Diabticos < 170 mgdl-1
Tabela 6 Valores normais para o colesterol para indivduos com ou sem Diabetes
Triglicridos
Homem e Mulher < 150 mgdl-1
Tabela 7 Valores normais para os triglicridos no Homem e na Mulher
Hematcrito
Homem > 40,7% e < 50,3%
Mulher > 36% e < 44%
Tabela 8 Valores normais para o hematcrito no Homem e na Mulher
25
A PTGO outro teste utilizado. um exame importante no diagnstico da resistncia insulina.
Esta resistncia indicada quando os nveis de glicmia so superiores a 126 mgdl-1 em jejum. [8] [12]
[16] [17] [61]
1.3 Evidncias Epidemiolgicas
A diabetes bastante comum e de incidncia crescente. No mundo ocidental, uma das principais
causas de morbilidade e mortalidade, afetando fortemente a qualidade de vida. Em 1997, a OMS
estimou que em 15 anos de doena 2% dos indivduos afetados estaro cegos e 10% com
deficincia visual.
A DMT1 uma das muitas patologias endcrinas auto-imunes com base familiar e gentica, apesar
da maioria dos casos ocorrer espontaneamente. As taxas de incidncia variam desde < 5 at > 40
por cada 100000 (vide figura 2), sendo geralmente maiores nas zonas de maior latitude. [18]
26
Figura 1 Incidncia de DMT1 em crianas de 14 anos de idade (por cada 100000 ao ano). Adaptado Handbook of
Diabetes
De acordo com Pickup & Williams (2003) verifica-se uma grande diferena na variao da
incidncia de DMT1 entre e dentro das populaes com maior frequncia na Finlndia, Sucia, e
frequncias menores na China, Venezuela e Ucrnia. Tambm se encontram diferenas marcantes
dentro de um mesmo pas, como o caso da Sardenha que apresenta uma incidncia 3 a 5 vezes
superior registada no resto de Itlia. Estas diferenas sugerem que os fatores ambientais e/ou
tnico-genticos possam influenciar o surgimento da doena.
Verificam-se tambm diferenas na incidncia em pases geneticamente semelhantes como a
Noruega, a Finlndia e a Islndia. [18]
27
Os mesmos autores sugerem que a prevalncia de DMT1 na Europa aumente de 94000 (2005) para
160000 em 2020, o que sugere a predominncia dos fatores ambientais sobre os genticos no
desencadear da doena. Tambm se verifica uma variao sazonal no aparecimento de DMT1 em
algumas populaes, com maior frequncia nos meses de Outono e Inverno, o que se pensa estar
diretamente relacionado com a exposio a vrus, mas a alimentao e outros produtos qumicos
tambm podem estar envolvidos. Fenmenos migratrios tambm parecem estar relacionados com
o aumento do risco de desenvolvimento de DMT1 pois verificou-se que pessoas que se deslocaram
de uma zona de menor incidncia para outra de maior adotaram o mesmo nvel de risco dessa
populao. [18]
Em Portugal, a prevalncia de DM em 2010 entre os 20 e os 80 anos de 12,4% da populao
portuguesa. A DOCE, em 2010, registou que a DMT1 afetava mais de 2800 crianas e jovens, no
intervalo de idades 0 aos 19 anos, que correspondente a 0,1% da populao portuguesa neste
escalo etrio. A incidncia de DMT1 em Portugal, nos ltimos 10 anos, tem vindo a aumentar nas
crianas e jovens. [20]
A incidncia de DMT1 esta a aumentar em diversos pases. No caso da Europa verifica-se um
aumento de 3,4% ao ano, mas esta percentagem pode ser maior se a doena for diagnosticada at
aos 5 anos onde se verifica um aumento de 6,3% ao ano. A literatura sugere que a prevalncia de
DMT1 pode ser maior em 2020 do que em 1989. Estes dados mostram a possibilidade das
mudanas verificadas nos fatores ambientais operarem em idade prematura, enquanto que os fatores
genticos demoram mais tempo a causar impacto. [18]
Num estudo epidemiolgico realizado por Frank B. Hu & Vasanti S. Malik (2010), existem
referncias s ltimas dcadas que demonstram um paralelismo estreito entre o consumo de bebidas
aucaradas, particularmente os refrigerantes, e o aumento da obesidade. Segundo este estudo, estas
bebidas podem aumentar o riso de Diabetes DMT2 levando resistncia insulnica com alterao da
funo das clulas . As projeces da Organizao Mundial de Sade (OMS) mostram um
aumento na prevalncia da obesidade e sobrepeso. [19] [20] [21]
Dados mais recentes, mostram que crianas e adultos consomem cerca de 172 a 175 kcal por dia
respectivamente, de bebidas aucaradas. A ingesto destas, aumentou de 4,8% para 10,3% do
consumo total de energia entre os 2 e 19 anos, e aumentou de 5,1% para 12,3% entre os 19 e os 39
28
anos. O mesmo se verificou no Mxico, Alemanha, Austrlia, Espanha e Gr-Bretanha.
Um artigo de reviso de Vasanti S Malik, Matthias B Schulze, and Frank B Hu (2006) mostrou que
o consumo de refrigerantes por adultos contribui para o excesso de peso. Os autores analisam as
evidncias da associao entre o consumo de bebidas contendo sacarose e refrigerantes com o
respetivo ganho de peso com consequente desenvolvimento de obesidade. Como o efeito das
bebidas contendo sacarose e refrigerantes na DMT2 parcialmente avaliado pelo ndice de Massa
Corporal (IMC), uma vez que este aumenta possvel que o consumo destas bebidas seja
diminudo. No entanto, so necessrias mais pesquisas para comprovar esta hiptese (Malik e Hu,
2010). [19]
Assim, os dados das pesquisas sugerem uma ligeira associao entre o consumo de bebidas
contendo sacarose e refrigerantes. Os resultados da avaliao de risco mostram que a remoo de
mquinas de venda automtica nas escolas no afeta o IMC visto representarem uma pequena
frao do consumo total de refrigerantes (Malik et al., 2006). Podemos considerar a diabetes como
uma doena crnica e progressiva, com maior crescimento nos pases em desenvolvimento e com
tendncia para afetar cada vez mais populao mais jovem. [19]
Segundo Bilous R. (2010) a prevalncia de DMT2 ir aumentar para 380 pessoas no mundo inteiro
em 2025, com as maiores taxas a registarem-se no Mediterrneo do Leste, Mdio Oriente, Amrica
do Norte e do Sul. Verificou-se tambm um aumento da prevalncia nas populaes urbanas em
comparao coma rurais e um aumento dramtico nas populaes jovens particularmente entre os
adolescentes. [18]
Para Bilous R. (2010), a obesidade apresenta uma ligao forte para o desenvolvimento da DMT2
devido a uma resistncia ao da insulina mediada por hormonas e citoquinas como adiponectina,
fator de necrose tumoral e possivelmente resistina. [18]
1.4. Complicaes Tardias da Diabetes
Ao fim de muitos anos, a diabetes pode levar a problemas de sade graves. Estes problemas so
denominados de complicaes da diabetes. Podem ser complicaes a nvel macrovascular ou
microvascular.
29
As complicaes microvasculares podem aparecer 10 a 20 anos aps o diagnstico da diabetes em
doentes jovens, envolvem fatores genticos e podem surgir em doentes j idosos. [6] [10] [12] [22]
1.4.1. Complicaes Macrovasculares
As complicaes macrovasculares so o EAM, a angina de peito, o AVC e as doenas arteriais
perifricas. [6] [10] [12]
1.4.2. Complicaes Microvasculares
As principais complicaes microvasculares so a retinopatia, nefropatia e neuropatia. No caso da
retinopatia diabtica, esta aparece na maioria dos casos (cerca de 80%,dos casos) na forma de
glaucoma, alteraes transitrias da refrao e neuropatia.
Nefropatia por hipertenso arterial, tabagismo ou factores genticos. [6] [10] [12] [22]
A neuropatia pode ser de vrios tipos:
Neuropatia simtrica sensitiva distal com reduo da sensibilidade nas extremidades dos
membros mais conhecida como neuropatia do p diabtico;
Neuropatia aguda dolorosa com sensao de queimadura, agravando durante a noite;
Mononeuropatia diabtica com oftalmoplgia e paralisia dos msculos do olho;
Amiotrofia diabtica, mais frequente no idoso, acompanhada de dor, com destruio
muscular;
Neuropatia autonmica onde existe hipotenso ortosttica e alteraes da funo cardaca,
alteraes gastrintestinais, alteraes urinrias (incontinncia, urgncia na mico), impotncia e
ejaculao retrgrada;
O p diabtico a complicao mais problemtica. Surgem alteraes neuropticas e isqumicas.
Deste modo, simples leses podem resultar em complicaes graves como a lcera do p com
resoluo cirrgica com amputao. [23]
30
1.5. Tratamento da Diabetes
Os objetivos da teraputica so a obteno de valores de glicmia to prximos da normalidade
quanto tolerveis pelo doente e o ajuste da teraputica consoante a evoluo da doena.
importante ter em conta na escolha da teraputica fatores como o horrio de trabalho ou aulas, os
hbitos alimentares, os horrios das refeies, e se existe ou no a prtica de exerccio fsico, a
existncia de viagens associadas a um estilo e vida ou exigncias laborais, a motivao do doente, a
idade e capacidade de aprendizagem e as complicaes da diabetes existentes. [24] [25] [26]
1.5.1. Teraputica Farmacolgica da DM - ADO
Os ADO podem organizar-se de acordo com o seu mecanismo de ao. Deste modo, dividem-se em
4 grandes grupos de nome Secretagogos (ou insulinotrficos), Inibidores da Absoro,
Sensibilizadores e Gliptinas. [26]
1.5.1.1. Secretagogos
As sulfonilureias tm um efeito insulinotrfico e atuam sobre o pncreas endcrino.
Neste grupo os recetores aumentam a afinidade para as sulfonilureias nos canais K+/ATPase e vo
inibir o efluxo de K+. Existe uma despolarizao e o influxo de Ca++ aumenta. H exocitose de
grnulos secretrios de insulina pr-formada e finalmente secreo de insulina. So absorvidas
rapidamente no intestino, tm metabolismo heptico, e excreo renal. Pelo seu efeito no aumento
de apetite, necessria especial ateno em indivduos obesos. Caracterizados por um sabor
metlico. [26]
31
Sulfonilureias
1G Clorpropamida
Tolbutamida
- Ao
hipoglicemiante
- Estimulao da
secreo da insulina
resdual endgena
Mecanismo
de Ao
SU+Recetor
Inibio efluxo
K+
Despolarizao
Influxo Ca++
Secreo de
Insulina
2G Glibenclamida
Gliclazida
Glipizida
3G Glimepirida
Meglitinidas Nateglinida
- Incio de Ao Rpido
- Administrar
imediatamente antes
das refeies
Mecanismo
de Ao Mecnismo
Sulfonilureias
Tabela 9 Resumo das principais caractersticas dos Segretagogos[26]
1.5.1.2. Inibidores da Absoro
Os inibidores da absoro diminuem a absoro intestinal dos HC. Estes no sendo absorvidos
ficam no intestino, fermentam e produzem gs, so por isto teraputica evitada em indivduos com
doenas inflamatrias intestinais. Assim, os inibidores da alfa-glucosidades inibem o enzima -
glucosidade que hidrolisa os HC, retardando a absoro dos mesmos e diminuindo, por isto, a
hiperglicmia ps-prandial. [26]
Inibidores das
Alfa-glucosidades Acarbose
- Diminuio da
absoro intestinal de
HC
- Ao local no
intestino
- Reduo de 0,5-0,8%
da Hba1c
Mecanismo de
Ao
Inibio do
enzima -
glucosidade
Atraso na
absoro de HC
Hiperglicmia
ps-prandial Tabela 10 Resumo das principais caractersticas dos Inibidores da Absoro
[26]
32
1.5.1.3. Sensibilizadores
Os sensibilizadores tm ao direta nos tecidos insulino-dependentes como o tecido adiposo,
msculo e fgado. Dividem-se em dois grupos biguanidas, que no modificam a secreo de
insulina, e as glitazonas, que mimetizam os efeitos da insulina nos metabolismo dos HC e dos
lpidos, e diminuem a resistncia do organismo ao da insulina ao facilitar a sua ao ao nvel do
fgado, msculos e tecido adiposo. Deste modo, a metformina ativa o enzima AMPK, reduzindo os
nveis de glicmia e aumentando a sensibilidade insulina. Consequentemente, diminui a produo
heptica de glucose (glucognese), e aumenta a utilizao perifrica, pelo msculo-esqueltico, da
mesma. As glitazonas ligam-se a um recetor nuclear PPAR, e no fgado reduzem a produo
heptica de glucose e diminuem os TG, no tecido adiposo fazem diferenciao de adipcitos e
aumentam a lipognese (aumento de peso entre 1 a 4 Kg), no msculo aumentam a utilizao de
glucose pelo mesmo (vide tabela 11). [26]
33
Tabela 11 Resumo das principais caractersticas dos Inibidores dos Sensibilizadores
Biguanidas Metformina
- No modificam a secreo de insulina
- Apetite Diabtico obeso
- Previne a hiperglicmia
- No provocam hipoglicmia
Mecanismo de Ao
Metformina ativa o enzima AMPK
Utilizao perifrica da glicose
(msculo esqueltico)
Produo heptica de glucose
(gluconeognese)
Glitazonas
(tiazolidine
dionas)
Rosiglitazona - Mimetizam os efeitos da insulina no
metabolismo dos HC e lpidos
- Ao lenta (efeitos 1 a 2 meses aps
incio da teraoutica)
- Peso
- Reteno de lquidos
Mecanismo de Ao
Fgado - Reduo da produo heptica de glucose
- TG
Tec.Adiposo - Diferenciao de adipcitos e lipognese
Msculo - Utilizao de glucose pelo msculo
Pioglitazona
34
1.5.1.4. Gliptinas
As Incretinas foram identificadas como hormonas intestinais com um papel importante na regulao
dos nveis de glucose. Estas hormonas na DMT2 encontram-se diminuidas.
A DPP-4 um enzima que degrada as incretinas. Ao haver inibio da DPP-4 as incretinas vo
aumentar no epitlio do intestino delgado e deste modo vai haver uma estimulao da sntese e
secreo de insulina, inibio da secreo de glucagon e preservao da funo das clulas beta
pancreticas. [25]
Incretinas
Sitagliptina
- DPP-4 inativa as incretinas
responsveis pela estimulao da
maior parte da produo de insulina
- Inibio da DPP-4
Vildagliptina
Saxagliptina
Inibidores DPP-4
Tabela 12 Resumo das principais caractersticas das Gliptinas[25]
1.5.2. Teraputica Farmacolgica da DM - Insulinas
A insulina sintetizada e secretada a partir das clulas dos ilhus de Langerhans localizados no
pncreas endcrino, que tambm contm clulas (produtoras de glucagon) e controlam a
homeostasia da glucose, que tambm funciona como estmulo para a sua produo. [25]
Foi descoberta em 1921 no Canad tendo sido iniciada a sua comercializao em 1923. Do ponto de
vista molecular constituda por duas cadeias polipeptdicas (cadeia A com 21 aminocidos e
cadeia B com 30 aminocidos) ligadas por ponte dissulfdicas. A estrutura terciria da insulina na
forma diluda, e em circulao, consiste num corpo hidrofbico situado sob uma superfcie
hidroflica, exceto para as duas regies no polares envolvidas na agregao de monmeros em
dmeros e hexmeros. Em solues concentradas e em cristais, a insulina apresenta 6 monmeros
auto-associados a dois ies de zinco para formar um hexmero. Este aspeto tem relevncia do ponto
de vista teraputico na medida em que faz a diferena nas velocidades de ao. [26] [27]
35
A insulina comercializada tem vrias origens tais como a bovina (extrada do pncreas de vaca)
semelhante humana em trs aminocidos, a suna, (extrada do pncreas do porco) que apenas
difere em um aminocido. A insulina Semi-sinttica apresenta-se idntica humana mas com um
menor risco causador de alergias devido substituio do aminocido ALA por Treonina. A
Humana Biossinttica produzida por tecnologia de ADN recombinante a partir de bactrias de
E.coli e de leveduras Saccharomyces cerevisae e, devido ao risco de hipoglicmias sugerida a sua
administrao 30 a 45 minutos antes das refeies. Os Anlogos da insulina tm uma estrutura
modificada de modo a obter-se o efeito desejado em termos de rapidez de ao. [26] [27]
Figura 2 Sequncia de aa da insulina humana, bovina , suna, de longa ao e de curta ao. Adaptado de
Handbook[26] [27]
36
1.5.2.1. Tipos de Insulina (durao da ao)
Tipos de
Insulina Insulina Pico de
Ao
(horas)
Durao
(horas) Administrao Particularidades
Ao
Rpida Regular 3 5 a 8
Meia hora antes da
refeio Complemento das
outras insulinas
AoUltra-
Rpida
Lispro 1/2 a 11/2 3 a 5 Aspart 1 a 3 3 a 5
Ao
Intermdia
Isofnica
ou
NPH
4 a 10 18 a 24
Fora das refeies,
durante o perodo
basal
Presena de critais de
insulina-Zn com
protamina Aparncia
turva
Ao
Lenta 6 a 14 20 Uso noturno
Presena de cristais de
insulina precipitada
com ZN Aparncia
turva
Ao
Ultra-Lenta Glargine 8 a 16 20 a 24
Estvel e translcida
a pH 4
A pH 7 formao de
precipitados
Aspeto translcido
no possui Zn
Detemir 6 a 8 20 Tabela 13 Resumo das principais caractersticas das Insulinas
[26] [27]
Figura 3 Perfil das insulinas ao longo do tempo (horas) [26] [27]
37
Existem cuidados essenciais na administrao da insulina. Trata-se de uma injeo subcutnea onde
se verifica uma absoro irregular para a corrente sangunea. A insulina, mais rapidamente
absorvida, quanto mais quente o local de injeo e quanto mais baixa for a dose da mesma. So
necessrias agulhas, de dimetro varivel consoante a idade e estrutura do doente (normal/obeso), e
dispositivos de administrao como canetas e seus cartuxos, bombas de insulina e seringas. [26] [27]
Quanto ao local de administrao, este deve variar de forma a evitar distrofias (lipodistrofa
hipertrofia do tecido gordo) no local da injeo. A prpria distrofia pode retardar a absoro da
insulina por alterao de tecido cutneo. [26] [27]
1.6. Fatores de risco para a Diabetes
Consideram-se fatores de risco no modificveis as doenas do pncreas ou doenas endcrinas que
no so passveis de controlar. Contudo, importante conhecer os fatores de risco modificveis
como a hipertenso arterial, obesidade e sedentarismo, privao do sono e tabagismo que aumentam
a predisposio para a diabetes. Existem ainda outros fatores como a idade (superior a 25 anos),
etnia e histria de diabetes gestacional ou recm-nascido com mais de 4kg. [26] [27]
A obesidade constitui um dos principais fatores de risco. Deve ser controlado o IMC com alguma
regularidade, considerando-se com excesso de peso as pessoas com IMC25, e obesas as que
apresentam valores de IMC30. A obesidade visceral no Homem com permetro abdominal superior
ou igual 94cm, e na Mulher igual ou superior a 80cm, idade superior a 45 anos (se europeus), ou
idade superior a 35 anos (se de outra regio do mundo), sedentarismo, histria familiar de diabetes,
diabetes gestacional prvia, histria de doena cardiovascular prvia (doena cardaca isqumica,
doena cerebrovascular, doena arterial perifrica), hipertenso arterial, dislipidmia, anomalia da
glicmia em jejum e tolerncia diminuda glicose, so tambm fatores de risco. [9] [30]
O sedentarismo no s por falta de exerccio mas tambm pelo desenvolvimento urbano das
civilizaes considerado um fator de risco. Mais uma vez a prtica de exerccio fsico
aconselhada, pois considerado um protector da doena pelo facto deste estimular a produo de
insulina para a glucose ser utilizada, na medida em que por mecanismos diferentes o exerccio fsico
aumenta a captao de glucose mediada pela insulina no msculo esqueltico. [9] [30]
38
A privao do sono, dormir mal e/ou no dormir constitui um fator de risco para desenvolver
DMT2, pois diminui a tolerncia glucose. A falta de sono pode, tambm, interferir com a funo
da insulina. A leptina, uma hormona, produzida pelos adipcitos, tem efeito no controlo do apetite.
Esta hormona produzida durante o descanso, logo se este inexistente ou reduzido existe mais
apetite. A atividade do SNS (simptico) encontra-se aumentada, que, para alm de muitos estmulos,
eleva a concentrao de acar no sangue por diminuio da produo de insulina no pncreas. O
SNS aumenta a frequncia cardaca e a presso arterial, contribuindo desta forma para o risco de
complicaes cardiovasculares. [9] [30]
O tabagismo constitui um fator de risco pois o mecanismo de ao da nicotina parece estar
diretamente ligado ao aumento da rigidez arterial, que potencia uma srie de problemas
macrovasculares ao nvel renal, ocular e membros inferiores nomeadamente nos ps. [9] [30]
2. Como Prevenir a Diabetes Tipo 2
Como citado previamente, a DMT2 uma doena metablica, multifatorial e de incidncia
crescente que afeta a qualidade de vida, podendo conduzir a uma reduo acentuada do nmero de
anos da mesma. [8] [35-61]
A Diabetes representa tambm um grande impacto econmico para as naes com custos diretos e
indiretos associados. Apesar da introduo no mercado de novos frmacos e do melhor
entendimento da doena o controlo da Diabetes ainda no satisfaz a maioria das populaes
afetadas. Reduzir a incidncia da doena significa, tambm, antecipar o seu aparecimento atravs de
medidas preventivas, principalmente em indivduos que apresentam maior susceptibilidade de a
desenvolver. Alteraes no estilo de vida tais como o controlo da dieta, a prtica regular de
exerccio fsico e a utilizao de medicamentos tem-se verificado eficaz na preveno da Diabetes.
[8] [35-61]
Assim, uma estratgia eficiente de controlo da DMT2 deve incidir nos fatores de risco considerados
modificveis, isto , na obesidade, fatores dietticos, sedentarismo, tabagismo, stress e episdios
depressivos. Desta forma, os programas de preveno da Diabetes tm como base a alterao de
comportamentos, o uso de frmacos ou o tratamento cirrgico. [8] [35-61]
39
2.1. Modificaes no Estilo de Vida
Diferentes estudos, tais como 6-year Malmoe Feasibility Study, Da Qing Study, Finnish Diabetes
Prevention Study (DPS) e Diabetes Prevention Study (DPP), demonstraram que modificaes no
estilo de vida e alterao de hbitos e comportamentos so eficazes como forma de prevenir o
aparecimento da DMT2 (vide tabela 14). [8] [35-61]
Estudo Nmero de pessoas Durao
(anos) Tipo de interveno
Reduo da incidncia
de Diabetes
Malmo 181 6 Dieta, exerccio 37%
Da King 577 6 Dieta, exerccio ou ambos
31% (dieta)
46% (exerccio)
42% (ambos)
DPS 522 3,2 Dieta, exerccio 58%
DPP 3234 2,8 Dieta, exerccio 58% Tabela 14 Resumo dos principais estudos que envolveram mudanas no estilo de vida. Adaptado de Preveno da
Diabetes Mellitus Tipo 2
Mais recentemente, num estudo realizado por Kazua,Y et.al (2005), foram avaliadas alteraes no
estilo de vida (dieta e exerccio) que evidenciaram uma reduo da glucose plasmtica aps a
PTGO de aproximadamente 0,84 mmol/L com uma reduo da incidncia da Diabetes em cerca de
50%.[8] [35-61]
2.1.1. Planos de Nutrio
Apesar da Diabetes ser uma doena crnica, perfeitamente possvel conviver com a doena de
uma forma natural, considerando possvel um estilo de vida tambm normal. Isto ser conseguido
atravs de um bom controlo metablico com a prtica de exerccio fsico dirio e uma escolha certa
na alimentao. [8] [35-61]
A hipertenso juntamente com a diabetes aumenta o risco de doenas cardiovasculares. No s
importante evitar o sal nos alimentos, como molhos e picantes. Deve beber-se muita gua e praticar
exerccio fsico. A presso arterial deve ser controlada.
40
Figura 4 - Roda dos Alimentos 2014 Adaptado de DGS
Quanto alimentao, no existe uma dieta especfica, no entanto, importante seguir algumas
orientaes, e adaptar a cada situao, e a cada indivduo, isto , fazer uma avaliao
individualizada[8] [9] [35-61]
Jejum nocturno inferior a 8 horas;
Fracionamento dos alimentos ao longo do dia de modo a fazer vrias refeies pelo menos 6
a 8 vezes ao dia. Ao repartir os alimentos por estas refeies dirias permite um melhor
controlo do apetite e evita variaes acentuadas de glicmia.
Aumento do consumo de fibras. Estas ajudam a controlar as glicmias durante as refeies.
Reservar para ocasies especiais o consumo de refrigerantes, bolos, chocolates, etc.
Os hidratos de carbono devem constituir cerca de 60% do total de calorias a ingerir. A
ingesto dos hidratos de carbono deve ser feita a partir de vegetais, frutas, legumes e
leguminosas, e produtos lcteos, em detrimento das fonte que contm gorduras, sal e
41
acares adicionados.
A quantidade ingerida de lpidos deve ser inferior ou iguais a 30% do valor total de calorias
a ingerir (especial ateno aos enchidos, fritos e refogados).
Para as protenas restam apenas 10 a 20% do total calrico (carne, peixe, ovos)
Assim como recomendado para indivduos normais, o pblico de um modo geral, os que tm
predisposio para a diabetes devem aumentar o nmero de refeies, diminuindo o consumo
calrico. [8] [9] [35-61]
Os pacientes com intolerncia glucose, glicmia em jejum alterada e hemoglobina glicada inferior
a 6,4%, devem ser encaminhados para um programa de apoio com o objectivo de perder cerca de
7% do peso corporal e aumentar a prtica de exerccio fsico. Em indivduos com quadro glicmico
estvel mas que apresentam fatores de risco modificveis, deve ser controlada a hemoglibina
glicada, sendo que duas medies por ano da mesma so mais que suficientes. S em casos de
diagnstico de diabetes com alterao da teraputica se deve considerar fazer o teste da
hemoglobina glicada trimestralmente. [8] [9] [35-61]
sugerida a triagem e tratamento dos fatores de risco modificveis em doenas cardiovasculares,
atravs de uma monitorizao anual para doentes pr-diabeticos para estes no desenvolverem a
diabetes. Nos doentes com IMC35, idade inferior a 60 anos e mulheres com antecedentes de
diabetes gestacional, considerada a terapia com ADO, mais especificamente metformina. [8] [9] [35-
61]
2.2. Programa Nacional de Controlo da Diabetes
O programa nacional de controlo de diabetes existe em Portugal h j 40 anos e um dos mais
antigos programas nacionais de sade pblica. [8] [9] [35-61]
Desde ento, tm vindo a acontecer encontros nos quais foram estabelecidos protocolos de
colaborao no mbito da diabetes com a ajuda de doentes com diabetes, indstria farmacutica,
Ministrio da Sade, farmcias, distribuidores de produtos farmacuticos e comisses cientficas,
com vista melhoria do acesso dos diabticos aos dispositivos de controlo e vigilncia da doena. [8]
[9] [35-61]
42
Foi criado o Guia do Diabtico com vrias normas de boas prticas profissionais no diagnstico
precoce e tratamento das complicaes da diabetes. [8] [9] [35-61]
Com o interesse em inverter a tendncia do crescimento da diabetes e suas complicaes em
Portugal, a Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) e associaes de diabticos com o apoio
da DGS fizeram uma atualizao das estratgias em vigor, originando uma nova verso do
Programa Nacional de Controlo e Preveno da Diabetes. [8] [9] [35-61]
As estratgias de interveno dividem-se em trs ramos, todos com o objetivo de prevenir a
diabetes, Preveno Primria, Secundria e Terciria. [8] [9] [35-61]
O Programa Nacional de Preveno e Controlo da Diabetes deve complementar-se com outros
programas como o Programa Nacional de Preveno e Controlo de Doenas Cardiovasculares,
Programa Nacional de Combate Obesidade e Plataforma Nacional Contra a Obesidade, de modo a
diminuir o excesso de peso em todos os grupos etrios. [8] [9] [35-61]
Passa a integrar o Plano Nacional de Sade, e deve ser seguido por profissionais de sade de vrias
unidades de sade (hospitais, centros de sade, farmcias). [8] [9] [35-61]
2.1.1. Objetivos do Programa Nacional de Preveno e Controlo da Diabetes
De um modo geral os objetivos passam pela gesto de forma integrada da diabetes e sua reduo,
atraso do incio das complicaes major e reduo da sua incidncia, e reduo da morbilidade e
mortalidadade por diabetes. [8] [9] [35-61]
3. Estratgias do Plano Nacional de Preveno e Controlo da Diabetes
Para se conhecer a distribuio da diabetes na populao portuguesa e sua epidemiologia, para
melhorar a qualidade dos servios que prestam cuidados de sade e e haver reduo na incidncia
da diabetes e das suas complicaes, o Plano Nacional de Preveno e Controlo da Diabetes deve
ser desenvolvido com base em estratgias de interveno, de formao e anlise de informao. [8]
[9] [35-61]
43
3.1. Estratgias de Interveno
As principais estratgias passam pela implementao de programas de interveno e de
identificao dos grupos de risco atravs de inquritos feitos por profissionais de sade e rastreios
de pessoas com diabetes. [8] [9] [35-61]
3.1.1 Preveno Primria
A preveno primria incide na reduo dos fatores de risco, principalmente nos da etiologia da
doena, com implementao de programas de interveno comunitria e com divulgao
populao em geral da informao sobre a diabetes e seus fatores de risco. [8] [9] [35-61]
3.1.2. Preveno Secundria
A preveno secundria tem o objetivo de fazer o diagnstico precoce e estabelecer o tratamento
adequado com base no princpio da justia e igualdade. [8] [9] [35-61]
3.1.3. Preveno Terciria
Na preveno terciria temos de facto a de maior interesse na preveno e controlo da DMT2 pois
consiste na integrao social e reabilitao dos doentes, e na qualidade da prestao de cuidados ao
diabtico.
Este tipo de preveno est focada nos pacientes que esto expostos doena h j um longo
perodo de tempo de modo e previne com o cumprimento de guidelines e normas da DGS, sendo
eficaz nos registos e na continuidade dos cuidados. Tudo isto no domiclio, na prpria comunidade,
nas consultas, no dia-a-dia.
imprescindvel, assim como na Diabetes a monitorizao do doente de forma a avaliar no s a
adeso teraputica como tambm os parmetros clnicos. Assim, deve ser controlada a presso
arterial e colesterol, de modo a reduzir a probabilidade de complicaes graves, controlo dos
problemas de viso e do p, e de 3 em 3 meses deve ser feito o rastreio da hemoglobina glicada.
de extrema relevncia a preparao de profissionais de sade com formao necessria resposta
44
das exigncias da qualidade dos servios, e disponibilizao de tecnologias de informao de forma
a facilitar o acesso informao do programa. Para tudo funcionar devem ser criadas Estratgias de
Formao e esta deve ser direcionada para os profissionais de sade e para as pessoas com diabetes.
Assim, os profissionais de sade devem ter formao contnua, motivao individual, aptido para a
resoluo de problemas, pertinncia na passagem da informao. Em relao ao doente diabtico,
importante que este conhea bem a doena de modo a tornar-se autnomo na gestao da doena no
seu dia-a-dia.
Ainda faz parte desta estratgia de interveno a elaborao e divulgao de uma manual que seja
distribudo aos profissionais dos cuidados de sade primrios com orientaes tcnicas. Este
contm, a promoo de estilos de vida saudveis, a realizao de rastreios, o acompanhamento de
pessoas identificadas com diabetes e hiperglicmia, o aconselhamento da mulher com diabetes, a
deteo precoce da diabetes gestacional, seguimento no ps-parto das mulheres diabticas e das que
desenvolveram diabetes gestacional, preveno e deteo das complicaes macro e micro
vasculares, auto vigilncia da diabetes. [8] [9] [35-61]
45
Concluso
Alteraes comportamentais e o uso de diferentes frmacos tm sido estudados de forma a examinar
a sua eficcia numa possvel reduo na incidncia de Diabetes. Modificaes ao nvel da perda de
peso e da realizao da atividade fsica frequente, mostraram-se eficazes na preveno da DMT2.
Relativamente utilizao de frmacos (ADO, anti-hipertensores, estatinas, fibratos e estrognios)
verificou-se uma reduo na incidncia de Diabetes mas necessria a realizao de estudos futuros
para a sua recomendao como estratgia de preveno em doentes de alto risco.
So conhecidas as competncias dos profissionais de sade no mbito da preveno e controlo desta
doena. No entanto, a prestao de cuidados depende do trabalho conjunto de mdicos,
farmacuticos e enfermeiros, a fim de se diminurem os custos relacionados com teraputicas e
meios de diagnstico mas tambm de aumentar progressivamente a eficcia de todo o trabalho
realizado na gesto de recursos.
atravs da implementao de regras, acesso a informao sobre a doena e seus riscos e, formao
que se obtm melhorias ao nvel da qualidade de vida dos doentes e se consegue proporcionar, no
s aos pacientes comos aos seus familiares, as ferramentas necessrias para que, em conjunto,
possam construir a sua prpria sade.
46
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