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INFORMATIVO DO CBPS Ano I. Ed. 01. Imperatriz (MA) Distribuição Dirigida Fazenda Pantera inicia plantio de Leucena para pecuária Imperatriz (MA) é sede do CBPS Lotação no Sistema Silvipastoril Intensivo é de quatro animais por hectare Saiba como se tornar um sócio Fazenda Monalisa é modelo de pecuária sustentável

Informativo CBPS Ed01

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Informativo CBPS Ed01 - Centro Brasileiro de Pecuária Sustentável.

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Page 1: Informativo CBPS Ed01

InformatIvo do CBPSAno I. Ed. 01. Imperatriz (MA)distribuição dirigida

Fazenda Pantera inicia plantio de

Leucena para pecuária

Imperatriz (MA) é sede do CBPS

Lotação no Sistema Silvipastoril Intensivo é de quatro animais por hectare

Saiba como se tornar um sócio

Fazenda Monalisa é modelo de pecuária sustentável

Page 2: Informativo CBPS Ed01

A fazenda Pantera, em Dom Eliseu (PA), com seus atu-ais quatro mil hectares, mantém uma mata de 1,5 hectare e dá mais um exemplo de ousadia na preservação do meio ambiente: adotou uma experimentação no modelo de pecuária silvipastoril intensiva e deve dobrar sua pro-dutividade em dois anos.

O proprietário da Fazenda Pantera, João Feuerstein, com-para: “no modelo tradicional conseguimos manter um ani-mal por hectare; no modelo sil-vipastoril podemos chegar a até cinco animais no mesmo espa-ço de terra. Se eu dobrar o nú-mero de cabeças por hectare na minha fazenda já é um ganho inestimável”.

A pecuária ‘ecológica’, que tem como base a substituição das grandes áreas de capim por

uma mescla de árvores de tama-nhos diversos, não é uma inven-ção da fazenda Pantera. A inova-ção é a forma que encontraram para otimizar a substituição da braquiária pelas mudas de leucena (Leucaena leucocephala) planta que servirá de alimento para os animais. Como conta Feuerstein, na Colômbia – país referência neste modelo – as mudas são plantadas de forma manual. “Como as propriedades são menores é tranquilamente possível esse modelo de produ-ção”, explica o produtor.

Mas essa não é a realidade das fazendas maranhenses. As-sim, na experiência da Fazenda Pantera, nos 30 hectares onde as mudas de leucena foram semeadas, a mão de obra ma-nual foi adaptada pelo cultivo mecanizado. “Como não existe no mercado uma máquina es-pecífica para plantar a leucena, fizemos uma adaptação com maquinário de cultivo de milho. Agora o modelo deve servir de exemplo para outras proprieda-des”, comenta.

A experiência parece sim-ples, mas o resultado é grande. No processo manual, em 30 dias de trabalho árduo, foi pos-sível plantar dois hectares; com o procedimento mecanizado chegou-se à marca de 30 hec-tares em dois dias. “Fomos fa-zendo experiências que deram certo”, garante.

Entre as descobertas valio-

sas que Feuerstein pode ensinar hoje é que o plantio requer atenção a alguns detalhes técnicos, como por exemplo, a orientação geográfica na forma de distribuir as se-mentes e a distância entre elas. “A leucena deve ser plantada de Leste para Oeste e numa distân-cia de 50 centímetros uma da outra. Só assim ela capta a ener-gia necessária do sol e promove a infiltração de nitrogênio que vai permitir uma capacidade nutricional muito maior para o animal”, explica.

E é justamente a capacida-de nutricional dessa planta que

vai fazer a diferença na produ-ção. Conforme explica o produ-tor, enquanto o capim tradicio-nal tem um potencial protéico de no máximo 8%, a leucena chega a 28%. “Isso sem contar que a braquiária está sujeita a pragas, como a cigarrinha. Já a leucena não permite a prolifera-ção dessas pragas”, comenta.

Obviamente que essa mu-dança no modelo de produção exige um investimento inicial.

Mas segundo Feuerstein, outro ponto a favor da leucena é que, diferentemente do capim, ela não precisa ser replantada. “Você planta só uma vez, depois é só cuidar do manejo. Conhe-cemos na Colômbia fazendas cujas leucenas já completam 25 anos, ou seja, o retorno é certo”, destaca. Outra vantagem desse modelo, que pode ser visto na fazenda Pantera, é o melhor aproveitamento das áreas. Isso porque além da leucena, as áre-as de produção pecuária são usadas para plantio de árvores de médio e grande porte, e ao redor das mangas de produção, pode-se produzir milho ou ou-tros grãos. “Estamos escolhendo árvores frutíferas para cultivar nesses espaços. Uma ideia que era inviável no modelo tradicio-nal”, defende.

Hoje, a Fazenda Pantera abriga 2,8 mil cabeças de gado com índice de prenhês de fême-as que alcança 94%. Do rebanho total, pelo menos 1/3 é abatido por ano e, aos 30 meses, o peso médio dos bois chegam a 18 arrobas/animal. Para a implan-tação do projeto silvipastoril, a Fazenda conta com assistência técnica do CBPS

O Centro Brasileiro de Pecu-ária Sustentável (CBPS) inaugu-rou, no dia 22 de novembro de 2011, sua sede oficial, localizada à Rua Paraíba, 50, bairro Juçara. A associação, que começou no ano passado com o objetivo de divulgar e promover a troca de experiências sobre o manejo sus-tentável no país, por iniciativa do produtor rural Mauroni Cangus-su, agora tem sua sede oficial.

“Nós estamos inaugurando o CBPS com objetivo de modifi-car o perfil da pecuária no Brasil. A humanidade tem que mudar a relação com o meio ambiente, e o CBPS faz parte dessa mudança na

área da pro-dução ru-ral”, enfati-za Mauroni. A entidade trabalha na divulgação de proces-sos ecoló-gicos de produção, como por exemplo, o plantio de árvores nas pastagens.

Em sua avaliação o maior mérito da associação é promo-ver a divulgação dessas práticas sustentáveis. “Não é uma postura fácil de mudar. São anos e anos num sistema que parecia o mais

adequado. Então é preciso inves-tir em educação, no esclareci-mento, para conseguirmos bons resultados”. Embora seja voltado ao pecuarista, o CBPS não é res-trito a produtores rurais. “Qual-quer pessoa que tenha interesse em contribuir para promoção da pecuária e conservação do plane-ta pode participar”, conclui.

INFORMATIVO DO CBPS. ANO 1. N.1

distribuição dirigida. Março de 2012. Venda Proibida.

CBPS - Rua Paraíba, 50. Juçara. Imperatriz (MA).

CEP: 65.900-510Tel: (99) 3526-3485

PRODuzIDO POR

CONTATOPalavra Assessoria de Comunicação(99) 8111.1818 www.palavracomunicacao.com.br

DIRETORIA

PresidenteMauroni Alvesw Cangussú

Vice-PresidenteFrancisco Santos Soares

Primeiro TesoureiroÁureo Marcius Ramalho Murta

Segundo TesoureiroJoão Erenesto Feuerstein

Primeiro SecretárioAmaury Cezar Macedo

Segundo SecretárioFelipe Ramos Mahmud CONSELHO FISCALPrimeiro Conselheiro e PresidenteJailton Alves de Oliveira

Segundo ConselheiroEvoetimo Cangussú Reis

Terceiro ConselheiroMario Cesar Fonseca da Conceição

Primeiro SuplenteLevy Nacur Cangussú

Segundo Suplentedaniel Noal Moro

Terceiro SuplenteMarcelo de Oliveira Cangussú

Projeto Gráfico, Textos, Revisão e DiagramaçãoPalavra Comunicação

CBPS inaugurasede em Imperatriz

Membros do CBPS durante a inauguração da sede da entidade

antonIo WaGnEr

Como se tornar um sócioVocê produtor rural que se

identificou com os propósitos do Centro Brasileiro de Pecuária Sustentável (CBPS) e deseja ser um sócio, basta comparecer na sede da entidade e manifestar seu interesse em torna-se um associado do Centro. O CBPS é constituído por um número ili-mitado de sócios, distribuídos nas categorias: Fundador, Efeti-vo, Apoiador e Honorário, com as seguintes qualificações:

* São sócios da categoria Fundador aqueles que assina-ram a ata de fundação do CBPS;

* São sócios da categoria

Efetivo os mesmos da categoria fundador, desde que assinem a ficha de adesão como sócio Efe-tivo do CBPS;

* São sócios da categoria Apoiador aqueles indicados por algum sócio, indicação condicionada a homologação do Presidente do CBPS. Os que desejem atuar voluntariamente na prestação de serviços de for-ma significante a entidade, bem como, os que desejam participar de ações ou reuniões organiza-das pelo CBPS;

* São sócios da categoria Honorário as pessoas que, a ju-

ízo da Diretoria, tenham pres-tado excepcionais e relevantes serviços ao Centro Brasileiro de Pecuária Sustentável, na forma deste estatuto, através de pro-posta do Diretor – Presidente;

Os sócios do Centro Brasi-leiro de Pecuária Sustentável de-vem cumprir as disposições es-tatutárias e regimentais, acatar as decisões da diretoria, cumpri e fazer cumprir o Estatuto, por-tar identificação de associado em todos os eventos realizados pela instituição, principalmen-te, nas reuniões e Assembléias Gerais. Fazenda Pantera aposta na leucena

para ampliar produção da pecuária

Expediente

O Centro Brasileiro de Pecuária Sustentável (CBPS) é uma associação sem fins lucrativos cujo objetivo principal é promover a sustentabilidade econômica, ambiental e social da pecuária através de práticas silvipastoris. Por meio de experimentos e estudos que possam melhorar e criar métodos de pecuária ecológica – harmonia na cria, recria, engorda dos animais e na regeneração natural do ecossistema – a entidade busca a defesa do meio ambiente com um foco bem definido: o bem estar do animal e a melhoria da vida no planeta.

Com intuito de atuar em todo o território nacional, o CBPS pretende se aproximar do homem do campo e conscientizá-lo na prática de ações de sustentabilidade em todas as etapas da produção rural. Este trabalho de educação ambiental é uma tentativa de preparar o produtor rural, tanto o grande quanto o pequeno, dentro dos preceitos de respeito e preservação da natureza. O manejo sustentável na pecuária, por meio do plantio de árvores (nativas ou exóticas)e leguminosas nas pastagens, sobretudo a Leucena, vai melhorar a qualidade de vida do gado, mantendo o equilíbrio emocional e a integridade física do rebanho.

A entidade entende ainda a necessidade do diálogo com universidades, instituições culturais, ambientais, científicas, nacionais e internacionais, como também o envolvimento da comunidade, para o desenvolvimento de pesquisas e alternativas tecnológicas para melhoria deste sistema de produção rural.

O Centro Brasileiro de Pecuária Sustentável foi fundado em 22 de novembro de 2011, em Imperatriz-MA, por um grupo de produtores pioneiros que tem consciência da importância da transformação da pecuária tradicional para uma pecuária engajada com questões ambientais. O CBPS chega para romper paradigmas e mudar o perfil da pecuária brasileira que, há tanto tempo, vem devastando as nossas florestas e rios, principalmente, na região Amazônica. A associação acredita que é possível reverter a imagem da pecuária como uma atividade degradante, para uma atividade compatível com a conservação ambiental.

Objetivo do CBPS: transferência de tecnologia aos produtores ruraisEntidades de Apoio Produtores Associados

UFMAUEMAUFTUFPA

FACIMP

PrOdUTOrES rUrAIS

“Se eu dobrar o número de cabeças

por hectare na minha fazenda já é um ganho inestimável”.

O CBPS fotoS: antonIo WaGnEr

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A pecuária tradicional sempre pregou que o boi só come capim, mito que, aos poucos, está caindo por ter-ra com a prática da chamada pecuária sustentável, modelo que alcança resultados mais lucrativos que o manejo tra-dicional.

Na fazenda Monalisa, primeira a implantar o Sis-tema Silvipastoril Intensivo (SSPi) e pastejo rotacionado - tendo como forrageira ar-bustiva a Leucena (Leucaena leucocephala) - na região, a produção chega a ser quatro vezes maior que a média da região. Enquanto na pecuária tradicional cria-se um animal por hectare, a sustentável coloca quatro ou cinco no mesmo espaço e com maior ganho de peso. Desde 2002 o médico veterinário Mauro-ni Cangussu, proprietário da fazenda, de 153 alqueires, tem investido nesse novo modelo.

Segundo Mauroni, com o aumento dos preços das ter-ras da região, que hoje está na faixa de 20 a 30 mil reais, o custo de produção por animal n o sistema

tradicional, principalmente em baixa produtividade, fica muito caro. Já no Sistema Sil-vipastoril Intensivo o custo é menor e a lucratividade maior. “Isso é muito importante para o produtor rural porque oti-miza o seu negócio” destaca Mauroni.

Como funcionaO manejo é feito em pe-

quenas áreas de pastoreio, cercada por uma cerca

elétrica com apenas um fio, onde en-

contra-se dois tipos capim,

Massai e Braquiária, junto com a Leuce-na. “O g a d o g a n h a a pro-t e í n a encon-trada na Leucena

e ener-gia com

o capim, é a combina-

ção perfeita”. O uso intensivo da Leucena tem aumentando a cada dia, graças, principal-mente, ao trabalho desen-volvido pelo Centro para la Investigación en Sistemas Sos-tenibles de Producción Agro-pecuária (CIPAV), com sede na Colômbia. Antes, no sistema rotacionado convencional, em dez alqueires, a fazenda colocava mais de 100 animais. Hoje, com a evolução para o Sistema Silvipastoril Intensivo e rotacionado, 5,28 hectare da fazenda, o que equivale a mais ou menos um alqueire, é divi-dido em dez piquetes, mudan-do os animais de cinco em cin-co dias para o outro. Ou seja, o gado passa cinco dias em cada pasto.

Todos na fazenda estão satisfeitos com o novo siste-ma e percebem a diferença em relação à pecuária tradicional. “Já percebemos uma diferença de meia arroba no ganho de peso do gado que está na Leu-cena em comparação ao que se encontra no pasto” conta o administrador da Monalisa, Ednan Luís. Confiante com o modelo revolucionário, ele brinca: “as pessoas que ganha-ram muito dinheiro com o Braquiarão terão de se curvar diante da Leucena”. A inciati-va do produtor rural Mauro-ni Cangussu tem o apoio do Centro Brasileiro de Pecuária Sustentável (CBPS) e da Uni-versidade Federal de São João Del-Rei, em Minas Gerais.

Lotação do Sistema Silvipastoril Intensivo é de

quatro animais por hectare

ecuária sustentável é mais lucrativa que a tradicionalP

Mauroni Cangussu

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