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i INDICADORES DE DESEMPENHO DE TRÁFEGO UTILIZANDO MICROSSIMULAÇÃO: ESTUDO DE CASO DAS ALTERAÇÕES VIÁRIAS NA REGIÃO CENTRAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO Raquel Silva de Oliveira Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia de Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Orientador: Paulo Cezar Martins Ribeiro, Ph.D. Rio de Janeiro Agosto de 2014

Indicadores de Desempenho de Trafego

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Dissertação apresentada por Vanessa da Silva Santos

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Page 1: Indicadores de Desempenho de Trafego

i

INDICADORES DE DESEMPENHO DE TRÁFEGO

UTILIZANDO MICROSSIMULAÇÃO: ESTUDO DE

CASO DAS ALTERAÇÕES VIÁRIAS NA REGIÃO

CENTRAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Raquel Silva de Oliveira

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia de Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Orientador:

Paulo Cezar Martins Ribeiro, Ph.D.

Rio de Janeiro

Agosto de 2014

Page 2: Indicadores de Desempenho de Trafego

ii

INDICADORES DE DESEMPENHO DE TRÁFEGO UTILIZANDO

MICROSSIMULAÇÃO: ESTUDO DE CASO DAS ALTERAÇÕES VIÁRIAS NA REGIÃO

CENTRAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

RAQUEL SILVA DE OLIVEIRA

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA À OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO

CIVIL

Aprovado por:

__________________________________

Professor Professor Paulo Cezar Martins Ribeiro, Ph.D

___________________________________

Professor Professora Sandra Oda, D.Sc.

___________________________________

Professor Giovani Manso Ávila - D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

Page 3: Indicadores de Desempenho de Trafego

iii

de Oliveira, Raquel Silva.

Indicadores de Desempenho de Tráfego utilizando

microssimulação: Estudo de caso das alterações viárias na região

central da cidade do Rio de Janeiro / Raquel Silva de Oliveira

46 páginas

Projeto de Graduação UFRJ / Escola Politécnica / Curso de

Engenharia Civil, 2014.

Orientador:

Professor Paulo Cezar Martins Ribeiro, Ph.D

1. Microssimulação

2. Indicadores de Desempenho

3. Área Central da Cidade do Rio de Janeiro

I. Ribeiro, Paulo. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,

Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III. Indicadores de

Desempenho de Tráfego utilizando microssimulação: Estudo de

caso das alterações viárias na região central da cidade do Rio de

Janeiro.

Page 4: Indicadores de Desempenho de Trafego

iv

Agradecimentos

É muito claro, que se neste momento, estou escrevendo tais agradecimentos, é devido

aos meus pais, Valeria e Joaquim, meus maiores incentivadores, apoiadores, críticos e acima

de tudo, amigos. Estes, que aturaram todos os meus dias de mau-humor e frustrações por

conta das dificuldades que enfrentei durante esses anos de faculdade, agora podem festejar

comigo a finalização desta etapa tão esperada por toda nossa família. Espero que saibam que

amo muito vocês e sou muito grata por toda dedicação que despejaram sobre mim.

Ao meu irmão Daniel, que por consenso de todos, é a alegria da casa, e dessa maneira,

mesmo que não possa parecer, ajuda a melhorar meus dias. Obrigada por ser o irmão mais

gente fina que alguém possa ter.

Às minhas avós, Sonia e Isaura, que contribuíram sempre para a minha formação e

ofereceram muito amor e carinho, para que hoje eu pudesse chegar nesta alegria que

compartilharei com elas.

Aos meus amigos de faculdade, que estiveram comigo durante toda essa trajetória, e por

muitas vezes contribuíram com todo o conhecimento que adquiri nesses anos juntos.

Às minhas amigas queridas, que me apoiaram neste momento difícil e exaustivo,

contribuindo cada uma da sua maneira, e que tenho certeza que vibrarão e comemorarão

exaustivamente comigo o encerramento desta fase e o início da próxima.

Aos professores da ênfase em Transportes, que me mostram uma nova área, pela qual só

tenho o desejo de explorar cada vez mais e que é de grande importância na qualidade de vida

da nossa população.

Ao Professor Paulo Cezar, que além de lecionar a disciplina de Engenharia de Tráfego,

onde meu interesse pelo assunto foi despertado, orientou este trabalho, compartilhando seu

extenso conhecimento. Assim como a Professora Sandra Oda, que em vários momentos me

orientou durante a faculdade, e por quem tenho muito carinho.

A todos vocês, minha mais sincera gratidão. Obrigada por existirem em minha vida.

Raquel Silva de Oliveira

Page 5: Indicadores de Desempenho de Trafego

v

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

INDICADORES DE DESEMPENHO DE TRÁFEGO UTILIZANDO

MICROSSIMULAÇÃO: ESTUDO DE CASO DAS ALTERAÇÕES VIÁRIAS NA REGIÃO

CENTRAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

RAQUEL SILVA DE OLIVEIRA

2014

Orientador:

Professor Paulo Cezar Martins Ribeiro, Ph.D

Curso: Engenharia Civil - Ênfase em Transportes

Este trabalho apresenta uma revisão bibliográfica para melhor compreender o conceito de

mobilidade urbana, esclarecendo quais foram as mudanças viárias modificadas na área central

da cidade do Rio de Janeiro, devido às obras que visam revitalizar a Região Portuária da

cidade. Após uma breve descrição de tais mudanças, foi apresentada a justificativa do uso de

microssimuladores para determinados tipos de estudos, como também, a descrição do

programa utilizado. Em seguida, apresenta-se os dois cenários de estudo e descreve-se

detalhadamente as etapas de levantamento de campo. Com os resultados já apresentados, faz-

se uma comparação dos indicadores de desempenho gerados através de cada simulação. Estes,

provam que, houve piora no cenário atual, chegando-se, assim, a uma conclusão analítica

diante não só dos indicadores de desempenho, mas quanto da forma de gerenciamento que é

realizada em nossa cidade.

Palavras Chaves: Microssimulação; Indicadores de Desempenho; Centro da Cidade do Rio

de Janeiro.

Page 6: Indicadores de Desempenho de Trafego

vi

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Civil Engineer.

PERFORMANCE INDICATORS UTILIZING TRAFFIC MICRO SIMULATION: A CASE

STUDY OF ROAD CHANGES IN CENTRAL REGION OF THE CITY OF RIO DE

JANEIRO

RAQUEL SILVA DE OLIVEIRA

2014

Advisor:

Prof. Paulo Cezar Martins Ribeiro, Ph.D

Course: Civil Engineering - Emphasis on Transport

This study presents a literature review to better understand the concept of urban mobility,

clarifying where the road changes were modified in the central area of Rio de Janeiro, due to

works aimed at revitalizing the Port City Region. After a brief description of such changes,

the rationale for use of micro simulators for certain types of studies was presented, as well as

a description of the program used. Then describes the two scenarios. With the results already

presented, it is a comparison of performance indicators generated by each simulation. These

prove that there was a worsening in the current scenario, to arrive thus to an analytical

conclusion not only on performance indicators, but as the form of management that is held in

our city.

Keywords: Micro Simulation; Performance Indicators; Central Area of Rio de Janeiro

Page 7: Indicadores de Desempenho de Trafego

vii

Sumário

ÍNDICE DE TABELAS ........................................................................................................... IX

ÍNDICE DE GRÁFICOS .......................................................................................................... X

ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................................ XI

1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1

1.1 Objetivo..................................................................................................................... 2

1.2 Método ...................................................................................................................... 2 1.3 Estrutura do Trabalho ............................................................................................... 3

2 - GERENCIAMENTO E OPERAÇÃO .................................................................................. 4

2.1 História ...................................................................................................................... 5 2.2 Antes e Depois – Centro da Cidade do Rio de Janeiro .............................................. 8

2.2.1 Motivos .................................................................................................................................................. 8 2.2.2 Principais Mudanças ................................................................................................................................. 9

2.3 Operação de Tráfego no Rio de Janeiro ................................................................... 11 2.3.1 Controladores de Tráfego ....................................................................................................................... 12 2.3.2 Equipamentos e Tecnologia .................................................................................................................... 12

2.4 Indicadores de Desempenho de Tráfego .................................................................. 14 2.4.1 Linhas de Desejo ..................................................................................................................................... 14 2.4.2 Velocidade ............................................................................................................................................... 15 2.4.3 Nível de Serviço ...................................................................................................................................... 16

3 - MICROSSIMULAÇÃO...................................................................................................... 17

3.1 Métodos de Análise de Tráfego ............................................................................... 18 3.1.1 Método Determinístico ............................................................................................................................ 18 3.1.2 Método Estocástico ................................................................................................................................. 18

3.2 Softwares de simulação de tráfego ........................................................................... 19 3.2.1 VISSIM ................................................................................................................................................... 19 3.2.2 CORSIM .................................................................................................................................................. 20

4 - MODELAGEM ................................................................................................................... 23

4.1 Considerações Iniciais .............................................................................................. 23 4.2 Definição de Cenários .............................................................................................. 24

4.2.1 Cenário 1 ............................................................................................................................................ 25 4.2.2 Cenário 2 ............................................................................................................................................ 26

4.3 Levantamento de Dados ............................................................................................ 28 4.3.1 Entry Volumes ........................................................................................................................................ 30

4.4 Calibração e Validação ....................................................................................... 31 4.5 Simulação ............................................................................................................ 32

5 - RESULTADOS ................................................................................................................... 34

5.1 Animação Gráfica ................................................................................................... 34 5.2 Resultado Numérico................................................................................................ 35

5.2.1 Distância Total Percorrida [Mi] .............................................................................................................. 37

5.2.2 Tempo Total De Viagem [H] .................................................................................................................. 37

5.2.3 Velocidade Média [Mph] ........................................................................................................................ 37

5.2.4 Tempo De Veículos Em Movimento [H]................................................................................................ 37

Page 8: Indicadores de Desempenho de Trafego

viii

5.2.5 Tempo De Atraso [H] ............................................................................................................................. 37

5.2.6 Tvm/Ttv .................................................................................................................................................. 38

5.3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ......................................................................... 38

5.3.1 Distância Total Percorrida [Mi] .............................................................................................................. 39

5.3.2 Velocidade Média [Mph] ...................................................................................................................... 40

5.3.3 Tempos De Viagem [H] .......................................................................................................................... 41

5.3.4 Tvm/Ttv .................................................................................................................................................. 42

6 - CONCLUSÃO .................................................................................................................... 43

Page 9: Indicadores de Desempenho de Trafego

ix

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Organização Institucional do transporte na RMRJ .................................................. 5 Tabela 2 - Definição geral dos níveis de serviço ...................................................................... 16 Tabela 3 - Fatores de transformação da quantidade de veículos em UCP ............................... 30

Tabela 4 - Nós de entrada eliminados ...................................................................................... 31 Tabela 5 - Comparação dos Indicadores de Desempenho ........................................................ 36

Page 10: Indicadores de Desempenho de Trafego

x

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição das viagens urbanas na cidade do Rio de Janeiro ................................ 6 Gráfico 2 - Mobilidade nas áreas metropolitanas do Brasil - 1977 ............................................ 7 Gráfico 3 - Mobilidade nas áreas Metroplitanas do Brasil - 2005.............................................. 7

Gráfico 4 - Total de Automóveis Licenciados no Município do Rio de Janeiro ...................... 11 Gráfico 5 - Distância Total Percorrida ..................................................................................... 39 Gráfico 6 - Velocidade Média .................................................................................................. 40 Gráfico 7 - Tempos de Viagem ................................................................................................ 41 Gráfico 8 - TVM/TTV .............................................................................................................. 42

Page 11: Indicadores de Desempenho de Trafego

xi

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Principais Vias da Região Central da Cidade ........................................................... 9 Figura 2 - Principais Mudanças Viárias no Centro................................................................... 10 Figura 3 - Painel de Mensagem Variável ................................................................................. 12

Figura 4 - Aplicativo mostra o caminho menos congestionado ............................................... 13 Figura 5 - Boletim da CET-RIO ............................................................................................... 13 Figura 6 - Fluxograma de viagens de origem e destino da Região Central .............................. 15 Figura 7 - Representação do TRAFVU .................................................................................... 20 Figura 8 - Representação do TRAFED..................................................................................... 21

Figura 9 - Configuração da área escolhida para análise ........................................................... 24 Figura 10 - Parte da área de estudo na antiga configuração ..................................................... 25

Figura 11 - Parte da área de estudo na antiga configuração ..................................................... 26

Figura 12 - Parte da área de estudo na atual configuração ....................................................... 26 Figura 13 - Parte da área de estudo na atual configuração ....................................................... 27 Figura 14 - Exemplo de ficha a ser preenchida no levantamento ............................................. 29 Figura 15 - Imagem ampliada. .................................................................................................. 29

Figura 16 - Animação do tráfego no momento de congestionamento ...................................... 35 Figura 17 - Indicadores de Desempenho gerados pelo CORSIM ............................................ 36

Page 12: Indicadores de Desempenho de Trafego

xii

Page 13: Indicadores de Desempenho de Trafego

xiii

Page 14: Indicadores de Desempenho de Trafego

1

Capítulo 1

Introdução

O presente estudo se propõe a analisar a mobilidade urbana na cidade do Rio de

Janeiro, mais especificamente no Centro da Cidade, em decorrência das últimas

políticas públicas voltadas para esta área. O Governo do Estado, implementou

determinadas mudanças na área de transportes gerando consequências no cotidiano dos

trabalhadores e na economia da cidade. Muito se tem discutido no que diz respeito a

esta mobilidade, principalmente em estudos, planos e projetos para os diversos setores

que integram o Sistema de Transportes.

A mobilidade urbana é definida como “a capacidade dos indivíduos se moverem

de um lugar a outro dependendo da performance do sistema de transporte e

características do indivíduo” (TAGORE & SIKDAR, 1995). Está relacionada com os

deslocamentos diários (viagens) de determinada população no espaço urbano – não

apenas sua efetiva ocorrência, mas também a possibilidade ou facilidade de ocorrência

destas viagens.

O tempo gasto nos deslocamentos casa/trabalho/casa, quando se torna excessivo,

provoca perda de produtividade para as pessoas. Um tempo de viagem superior a 40

minutos causa redução na produtividade, e para elucidar, cada hora diária em

congestionamento em uma vida laboral de 35 anos representa um ano de vida perdida

no congestionamento (IPEA apud CNT, 2002).

Devido a uma forte política de incentivo ao transporte motorizado, o número de

veículos circulando nas médias e grandes cidades tem crescido cada vez mais, fazendo

com que muitas vias estejam próximas do seu ponto de saturação. Junto a isso, a

escassez de recursos, aliada à falta de ações articuladas por parte dos organismos

encarregados da gestão e operação desse Sistema de Transportes, tem resultado num

quadro de extrema ineficiência e conduzindo a situação da mobilidade da cidade do Rio

de Janeiro a um colapso.

Page 15: Indicadores de Desempenho de Trafego

2

O motivo para o desenvolvimento de um novo plano de mobilidade urbana foi em

decorrência da revitalização do centro da cidade, sendo uma delas a obra do Porto

Maravilha. A Operação Urbana Porto Maravilha está desenvolvendo a Região

Portuária, há muitos anos relegada a segundo plano. Sua finalidade é promover a

reestruturação local, por meio da ampliação, articulação e requalificação dos espaços

públicos da região. O projeto abrange uma área de cinco milhões de metros quadrados,

que tem como limites as avenidas Presidente Vargas, Rodrigues Alves, Rio Branco e

Francisco Bicalho.

Para a execução das obras foram realizadas modificações no sistema viário, que

não se mostraram eficazes e, por sua vez, tornaram o trânsito local confuso e

desordenado. A inversão de ruas e avenidas, assim como restrições modais, demonstrou

a falta de planejamento, que resultou numa tentativa constante de adapatações em escala

real. Pode-se perceber que não houve um processamento de simulações de cenários

alternativos diante das mudanças realizadas.

A análise pormenorizada das principais alterações no tráfego no Centro da Cidade

carioca será objeto de uma metodologia de pesquisa que consiste na simulação

computadorizada realizada através do programa Tsis. Não é objetivo deste estudo a

análise socioeconômica das obras realizadas nesta região da cidade, atendo-se, assim, às

questões e implicações destas na dinâmica da mobilidade urbana, somente.

1.1 Objetivo

Desta maneira, este trabalho tem como objetivo capturar e analisar os impactos

causados no tráfego devido a modificações no sistema viário, comparando duas redes

viárias e seus indicadores de desempenho, através de um programa de microssimulação,

neste caso, o CORSIM.

1.2 Método

Antes de ser iniciada a parte escrita, foi realizada uma pesquisa bibliográfica por

meio de artigos, manuais e reportagens, além do Plano Diretor de Transporte Urbano da

Região Metropolitana do Rio de Janeiro, (PDTU/RMRJ 2005), para se entender melhor

Page 16: Indicadores de Desempenho de Trafego

3

o conceito de mobilidade urbana, esclarecendo quais foram as mudanças viárias

realizadas no centro da cidade do Rio de Janeiro, que é o recorte local no qual este

estudo se debruça.

Como essas mudanças ocorreram de forma constante e irregular, este estudo se

baseou no fluxo definido no dia 16 de fevereiro de 2014, momento que houve a

interdição do Mergulhão da Praça XV, da Perimetral e a implantação da mão-dupla na

Avenida Rio Branco como as principais modificações.

Assim, visto que a utilização de microssimuladores de tráfego que usam o modelo

estocástico apresentam grande confiabilidade nos resultados de importantes estudos, e

demonstram de maneira mais real o fluxo de veículos, foi analisado qual seria o

software ideal para atender a este trabalho.

Foi realizada a modelagem da rede antes das mudanças - baseada em setembro de

2013- e com suas devidas alterações - baseada em fevereiro de 2014. Tendo as duas

redes definidas e ajustadas, foram obtidos indicadores de desempenhos, para que se

pudesse comparar os efeitos gerados pelas duas redes.

1.3 Estrutura do Trabalho

O capítulo 2 tem um enfoque nas principais mudanças que foram implantas em

determinada área do centro da cidade do Rio de Janeiro, relacionando a sua história com

os motivos usados para que houvesse a excecução dos novos projetos de revitalização

da região.

O capítulo 3 aborda a utilização dos microssimuladores, esclarecendo o modo de

seu funcionamento.

O capítulo 4 explica de que forma foi feita a modelagem da microssimulação,

dissertando sobre algumas adaptações realizadas em funções das limitações do

programa.

O capítulo 5 apresenta a análise dos resultados, obtidos pela microssimulação de

tráfego dos dois cenários estudados, em função dos indicadores de desempenho.

O capítulo 6 concentra as conclusões sobre o trabalho realizado.

Page 17: Indicadores de Desempenho de Trafego

4

Capítulo 2

Gerenciamento e Operação

No dicionário de Aurélio Buarque de Hollanda, encontram-se as seguintes

definições: Gerir – administrar, governar, dirigir, regular; Operar – fazer alguma coisa,

produzir, executar, realizar. Vemos então que um gerenciamento é executar atividades

que facilitem o processo de trabalho através de um gestor. No caso do Sistema de

Transportes, mais especificamente o tráfego urbano, o nosso meio de trabalho é a nossa

locomoção e, nosso gestor, no caso, o Governo do Estado.

Nas áreas urbanas, a necessidade de viajar por unidade de terreno é muito alta.

Tendo isso em vista, pode-se dizer que o número de viagens urbanas é em função do

tipo de atividade, quantidade de atividades e custo das viagens. A Engenharia de

Tráfego trata de problemas que não dependem apenas de fatores físicos, mas

frequentemente incluem o comportamento humano do motorista e do pedestre, bem

como suas inter-relações com a complexidade do ambiente.

Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, observa-se um conjunto diversificado

de entidades e organismos que estão envolvidos em questões de planejamento, projeto,

gerência, operação e regulação dos diferentes modos de transportes. Por conta desse

motivo, as decisões passam a ser de pouca eficiência, fazendo com que as soluções

propostas para os problemas sejam pontuais sem uma visão mais ampla e intersetorial.

Tendo em vista este quadro, a integração operacional do sistema está altamente

comprometida, já que diferentes órgãos que atuam no gerenciamento e planejamento

atuam isoladamente, o que gera uma não conformidade nos serviços oferecidos aos

usuários.

No caso do centro da cidade do Rio de Janeiro, foram analisadas as dificuldades

encontradas pela gerencia em relação às tomadas de decisões quanto às mudanças

Page 18: Indicadores de Desempenho de Trafego

5

viárias feitas na região, gerando um questionamento de como obter maior confiabilidade

nos dados.

Na tabela 1, pode-se ver que o responsável pelo planejamento do modo rodoviário

do município do Rio de Janeiro são a CET-RIO, SMO e SMTr, no âmbito de

infraestrutura e, no que diz respeito aos veículos, os responsáveis são o SMTU e SMTr.

Tabela 1 - Organização Institucional do transporte na RMRJ

2.1 História

Foi Blaise Pascal que, em 1661, teve a primeira idéia de um serviço público de

transporte coletivo, seguindo itinerários, horários e preço estabelecidos

antecipadamente. Eram carruagens que comportavam oito pessoas, e os franceses a

apelidavam de “Carruagens de Cinco Sols”. A inauguração do novo serviço ocorreu no

ano seguinte, 1662, e teve como seu primeiro usuário o Rei Luís XIV. Sua utilização

durou aproximadamente dez anos e o renascimento do transporte coletivo urbano só

aconteceria no século XIX , através de Stanislas Baudry.

No Brasil, a grande transformação da mobilidade das pessoas nas cidades, ocorreu

muito tempo depois que na França. Por aqui, esta se deu apenas na década de 50,

quando o processo intenso de urbanização se associou ao aumento de uso de veículos

motorizados (automóveis e ônibus), resultado de uma política de Estado que priorizou o

Page 19: Indicadores de Desempenho de Trafego

6

investimento na indústria automobilística. Nota-se que foi muito diferente do que

ocorreu na França, onde o incentivo e investimento em transporte público sempre foi,

culturalmente, uma prioridade política.

A seguir, é mostrado, no gráfico 1, as características da mobilidade da cidade do

Rio de Janeiro em dois momentos distintos, 1950 e 2005.

Gráfico 1 - Distribuição das viagens urbanas na cidade do Rio de Janeiro

Pode-se observar, através do gráfico 1, duas mudanças notáveis no perfil da

mobilidade da população: uma referente ao transporte público, em que há o

desaparecimento do bonde e o aumento do uso de ônibus, e na área do transporte

individual, com uma ampla utilização do automóvel. Por esse motivo, a cidade mudou

de uma mobilidade essencialmente pública e movida à eletricidade (o bonde e o trem)

para outra que mistura mobilidade pública e privada e é dependente de combustíveis

fósseis.

Há também uma mudança mais recente ocorrida entre 1977 e 2005 nas Regiões

Metropolitanas do Brasil. Observa-se uma queda no uso de transporte público (de 68%

para 51% do total de viagens motorizadas) e o aumento no uso do automóvel (de 32%

para 49%). Estas são mostradas nos gráficos 2 e 3:

Page 20: Indicadores de Desempenho de Trafego

7

Gráfico 2 - Mobilidade nas áreas metropolitanas do Brasil - 1977

Gráfico 3 - Mobilidade nas áreas Metroplitanas do Brasil - 2005

Page 21: Indicadores de Desempenho de Trafego

8

2.2 Antes e Depois – Centro da Cidade do Rio de Janeiro

“As senhorinhas que captavam suas frases na Colombo chocavam-se ao descobrir que Bilac só parecia

falar de esgotos, ratos, mosquitos, piolhos, peste bubônica e febre amarela. Mas, em maio daquele ano, as

pessoas não queriam falar de outro assunto: o Rio tinha um novo prefeito, Pereira Passos, que estava

promovendo uma faxina na cidade, pondo abaixo ruas inteiras e abrindo buracos por toda parte.”

Este trecho faz parte do livro de Ruy Castro, Bilac Vê Estrelas (2000) e mostra

um período de obras e mudanças na cidade do Rio de Janeiro. Estamos hoje passando

novamente por uma fase de modificações e, neste caso, trata-se de revitalizar uma parte

da cidade que por muito tempo foi deixada ao abandono por parte dos governantes que

aqui exerceram suas funções. Tem como partes do processo Operação Urbana, o

fechamento do Mergulhão da Praça XV e a demolição da Perimetral, elevado que por

anos ligou os principais entroncamentos rodoviários da cidade do Rio de Janeiro.

2.2.1 Motivos

Em 2009, foi acordada pela Prefeitura do Rio de Janeiro com os Governos

Estadual e Federal, a chamada Operação Urbana, considerada por eles, uma ação

estratégica e inovadora. Esta parte da ‘Região Portuária” sofreu grande degradação por

falta de um incentivo às indústrias e residências desde os anos 60.

Por esse motivo, o projeto visa criar novas condições de trabalho, moradia,

transporte, cultura e lazer para a população que ali reside e fomenta expressivamente o

desenvolvimento econômico da região. A valorização do patrimônio histórico da região,

com a implantação de projetos de grande impacto cultural, como o Museu de Arte do

Rio de Janeiro (MAR), localizado na Praça Mauá, e o Museu do Amanhã, no Píer

Mauá, é uma ação de desenvolvimento social e econômico, além de dar uma nova cara

ao Porto.

As modificações do trânsito no centro da cidade foram feitas também para atender

os desvios de tráfego causados pelo fechamento do Mergulhão da Praça XV e pela

demolição da Perimetral. O Elevado da Perimetral costumava ser muito criticado por ter

mudado a estética do Cais do Porto, bloqueando assim a vista da cidade, para quem

chega de navio, e bloqueando a vista do mar, para quem está em terra. Sendo assim, a

solução final por parte do governo foi a sua demolição, que também foi alvo de críticas

Page 22: Indicadores de Desempenho de Trafego

9

por muitos que propuseram o uso para jardins suspensos (assim como a High Line, em

Nova York) ou para trens monotrilhos, que interligariam os dois principais aeroportos

do Rio de Janeiro, o Tom Jobim e o Santos Dumont.

Figura 1 - Principais Vias da Região Central da Cidade (Fonte: Google Earth)

2.2.2 Principais Mudanças

Para a realização de tais mudanças, no dia 16/02/2014, a Prefeitura do Rio, por

meio da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), da CET-Rio, da Companhia de

Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp) e da

Concessionária Porto Novo, implantou um novo sistema de trânsito e transporte por

conta do fechamento do Mergulhão da Praça XV, assim como a demolição do Elevado

da Perimetral.

Então, visando arcar com 70% do trânsito que vinha do antigo Elevado, foi

projetada a Via Binário, que é paralela a Avenida Rodrigues Alves, e passa pelos bairros

de Santo Cristo, Gamboa e Saúde. Também passará por ali o VLT (Veículo Leve sobre

Trilhos).

Há também a Via Expressa, que terá 6 faixas de rolamento, sem sinais de trânsito

nem saídas. Com pouco mais de 5 quilômetros, ela ligará a Avenida Brasil ao Aterro do

Flamengo. Grande parte deste percurso feito pelos carros será subterrânea.

Page 23: Indicadores de Desempenho de Trafego

10

Segundo o Boletim de Informações fornecido pelo Centro de Operações da

Prefeitura do Rio, as mudanças viárias foram as seguintes:

A Avenida Rio Branco passou a operar em regime de mão dupla. Entre a Avenida

Presidente Vargas e o Aterro do Flamengo, a faixa central da via foi destinada à

circulação de táxis, sentido Cinelândia, que não terão ponto para embarque e

desembarque. As faixas laterais estão disponíveis para o tráfego de ônibus: duas no

sentido Candelária e as outras duas no sentido contrário (Cinelândia). A proibição de

circulação de veículos particulares na Avenida Rio Branco acontece nos dias úteis, das

5h às 21h, e aos sábados, das 5h às 15h. Nos domingos e feriados, não há a restrições

quanto a circulação de veículos particulares pela via.

Para os veículos de passeio vindos da Avenida Presidente Vargas e

Binário/Camerino em direção à região do Castelo, Praça XV, Lapa e Glória, o último

acesso é pela Avenida Passos.

Figura 2 - Principais Mudanças Viárias no Centro (Fonte: Google Maps)

Além de mudanças no sentido do tráfego, também foram realizadas mudanças no

transporte público, como a implantação de faixas exclusivas para ônibus (BRS – Bus

Rapid Service), modificação dos itinerários de linhas de ônibus, novos pontos de táxis,

Page 24: Indicadores de Desempenho de Trafego

11

proibição de circulação de vans, ou seja, medidas para a tentativa de suprir uma possível

equivocada tomada de decisões.

2.3 Operação de Tráfego no Rio de Janeiro

Foi realizado um Relatório de Modelo de Operação, apresentado pela Prefeitura

do Rio de Janeiro, em conjunto com a Cdurp, com o intuito de esclarecer como está

sendo feita a Operação de tráfego no centro do Rio. Com base neste relatório, podem ser

gerados alguns questionamentos. Porém, antes, vamos analisar o que nele é relatado.

Gráfico 4 - Total de Automóveis Licenciados no Município do Rio de Janeiro (Fonte:

www.denatran.gov.br/frota.htm)

De acordo com dados do Denatran, o gráfico 4 mostra que existe um crescimento

anual da frota de automóveis no município do Rio de Janeiro. Ou seja, em 5 anos

ocorreu uma variação de + 19,2%, entre os anos de 2008 e 2012, com 4,5% no último

ano. Se for mantida a taxa de 4,5% ao ano para estimar a quantidade de veículos ao final

de 2014, a quantidade de automóveis em circulação no Rio será de 1.763.757.

Segundo o IG-VOL - Cet Rio, a variação anual em média do número de veículos

circulando nos principais corredores é de + 12,39%. O PDTU de 2005 define a Avenida

Presidente Vargas como o Corredor 19 e a Avenida Rio Branco como o Corredor 20,

corredores analisados neste trabalho.

1.200.000

1.300.000

1.400.000

1.500.000

1.600.000

1.700.000

2008 2009 2010 2011 2012

Mês de Março

Page 25: Indicadores de Desempenho de Trafego

12

2.3.1 Controladores de Tráfego

No Relatório de Modelo de Operação, é citada a utilização de controladores de

tráfego e operadores da CET-Rio e Guarda Municipal, como formas de organização

viária. De acordo com o relatório, esses controladores tem como função:

Orientar veículos e pedestres;

Auxiliar a remoção de veículos enguiçados e/ou acidentados;

Efetuar bloqueios, canalizações e desvios;

Interagir com outros órgãos;

Identificar problemas de segurança viária e fluidez;

Interagir com Centro de Operações do Rio.

2.3.2 Equipamentos e Tecnologia

Uma forma de gerenciamento do tráfego ultimamente é a utilização dos Painéis de

Mensagens Variáveis (PMV’s). Os PMV’s podem informar o tempo de percurso,

interdições (antes e durante), rotas alternativas, ocorrências relevantes etc.

Figura 3 - Painel de Mensagem Variável (Fonte: CET-RIO)

Page 26: Indicadores de Desempenho de Trafego

13

Figura 4 - Aplicativo mostra o caminho menos congestionado (Fonte: CET-RIO)

A atualização em tempo real gerada pelos Boletins e Informes é uma outra

alternativa para o controle de operações, assim como o Sistema de Monitoramento por

Câmeras, que dão suporte às equipes de campo, identificam ocorrências e deixam o

usuário informado.

Figura 5 - Boletim da CET-RIO (Fonte: CET-RIO)

O mesmo Relatório mostra que, quando há obras nas vias urbanas, a Prefeitura

age da seguinte maneira:

Page 27: Indicadores de Desempenho de Trafego

14

Estudo de Tráfego (Contagens de Tráfego);

Uso de microssimuladores;

Intervenções em etapas;

Implantação de reversíveis.

No caso do centro do Rio de Janeiro, pode-se observar muitas das aplicações

citadas anteriormente, como forma de organizar melhor a região, já que esta passa por

um período de muitas obras. Porém, diferentemente da situação apresentada pela

Prefeitura, estas decisões adotadas não estão sendo tão eficientes como o esperado.

Congestionamentos, falta de informações aos usuários, como outros problemas, estão

sendo observados e criticados pela população.

Dessa maneira, observamos que foram escolhidas soluções menos custosas para

arcar com problemas sérios que a cidade do Rio de Janeiro vem passando nesses

últimos anos, sendo um deles a infraestrutura urbana de transportes.

2.4 Indicadores de Desempenho de Tráfego

O uso de indicadores de desempenho para avaliar objetivos de sistemas de gestão

do tráfego urbano é uma alternativa de grande eficácia para planejamento de

transportes. Foi feita uma revisão teórica para que alguns desses indicadores pudessem

ser conceituados a seguir.

2.4.1 Linhas de Desejo

O planejamento do sistema viário da cidade deve ser baseado na identificação e

mensuração das necessidades e desejos de deslocamento da sua população (Manual de

Projetos Geométricos de Travessia Urbanas, DNIT, 2010). Por esse motivo que é de

grande importância conhecer essas ‘Linhas de Desejo’, assim como a quantidade de

deslocamentos correspondentes a essas linhas, permitindo a sua estruturação. Algumas

dessas linhas correspondem aos deslocamentos entre residências e locais de trabalho,

que é o caso das linhas que chegam ao centro da cidade do Rio de Janeiro.

Page 28: Indicadores de Desempenho de Trafego

15

Segundo o PDTU/RMRJ (Plano Diretor de Transporte Urbano/Região

Metropolitana do Rio de Janeiro) de 2005, há uma análise de demanda relativa às linhas

de desejo, representando assim, os principais fluxos de viagem verificados na RMRJ e

pelos modelos de simulação sobre a rede atual de transporte e sistema viário. Foram

estipuladas macrozonas, onde uma delas é denominada Centro. É verificado que existe

um maior fluxo de viagens no pico da manhã (6:30h às 9:29h) advindo da macrozona

Sul, com 90,8 mil viagens, seguido das macrozonas Norte com 45,2 mil, Zona da

Central com 40,4 mil, Tijuca com 38,2 mil e Oeste-Rio com 35 mil viagens. Tal fluxo é

demonstrado na Figura 6.

Figura 6 - Fluxograma de viagens de origem e destino da Região Central (Fonte:

PDTU/RMRJ, 2005)

2.4.2 Velocidade

Denomina-se velocidade diretriz ou de projeto a maior velocidade que pode ser

percorrida com segurança em um determinado trecho viário, quando o veículo está

somente exposto às condições impostas pela geometria da via. É a velocidade para fins

de projeto, da qual surgem os valores mínimos de certas características físicas, que estão

vinculadas à operação, aos movimentos dos veículos e às características dos motoristas.

Page 29: Indicadores de Desempenho de Trafego

16

Também foram realizadas pesquisas para observar as velocidades nos corredores

viários no pico da manhã. Constata-se que o sistema viário apresenta pontos onde as

relações volume/capacidade indicam níveis de serviço inadequados para tal horário.

Esses corredores foram seccionados em trechos que possuem características

homogêneas como largura de via, obstáculos e condições de tráfego. De acordo com os

levantamentos, observa-se que em grande parte dos corredores pesquisados, as

velocidades médias no período pico da manhã, no sentido bairro-centro (sentido que nos

interessa para tal estudo), são muito pequenas, sendo apresentada em muitos trechos

uma velocidade menor que 15 km/h em importantes ligações de acesso ao Centro do

Rio de Janeiro.

2.4.3 Nível de Serviço

É a medida da qualidade das condições de operação de uma corrente de tráfego,

baseada nos valores da velocidade e dos tempos de viagem, na liberdade de manobra, e

nas condições de conforto e segurança (MPGTU, 2010).

O Manual de Capacidade Rodoviária – HCM estabelece 6 Níveis de Serviço para

serem aplicados na rodovia, que vão de A (menos congestionado) a F (mais

congestionado), conforme apresentado na Tabela 2.

Tabela 2 - Definição geral dos níveis de serviço (Fonte: DNIT, Manual de Estudos de

Tráfego)

A exposição de cada nível de serviço, em termos de velocidade média de viagem,

densidade e razão volume/capacidade (V/C), auxilia o planejador e o engenheiro

projetista a determinar adequadamente o nível de serviço correto.

Page 30: Indicadores de Desempenho de Trafego

17

Capítulo 3

Microssimulação

Com o propósito de auxiliar o gerenciador ou planejador de tráfego, atualmente

são utilizados microssimuladores como técnica para análise de desempenho de redes

viárias, sendo capaz de estimar o comportamento provável do tráfego devido a

alterações nesta mesma rede.

Dessa forma, para realizar estudos mais aprofundados de fluxo de veículos,

existem vários métodos e softwares específicos, que resultam em cenários positivos ou

negativos decorrentes de diferentes alternativas, e assim auxiliam no processo de

tomada de decisão, para que este seja feito com maior segurança e rapidez,

economizando tempo e recursos financeiros.

Para função de estudos e planejamento, podem ser utilizadas escala Macro ou

Micro. A primeira é mais recomendada quando é necessário prever o impacto médio de

uma região de maior abrangência, já a escala Micro é utilizada quando é preciso

compreender com minúcia o impacto de determinado projeto, porque ela possibilita a

obtenção de diversos indicadores, como: velocidade média, emissão de poluentes,

geração de filas etc.

Segundo TOLFO e PORTUGAL (2006), os simuladores facilitam a geração e

teste de diferentes alternativas destinadas a melhorar o desempenho da malha viária.

Com isso é possível reproduzir virtualmente o comportamento de situações reais. Para

tais avaliações é necessário modelar as configurações viárias no programa, como

largura, extensão e quantidade de faixas, dentre outras, para que com isso, o

microssimulador identifique os caminhos mínimos e simule o deslocamento de cada

Page 31: Indicadores de Desempenho de Trafego

18

veículo, levando em consideração a influência que o entorno, os outros veículos e a

própria via fazem no trajeto Origem/Destino.

3.1 Métodos de Análise de Tráfego

Existem diferentes classificações e abordagens para os modelos de simulação,

mais especificamente de fluxo de veículos. Analisaremos com mais enfoque os Métodos

Determinísticos e Estocásticos.

3.1.1 Método Determinístico

No método determinístico, o fator aleatoriedade é descartado, ou seja, os modelos

de simulação que utilizam esse método não contêm nenhuma variável aleatória. Assim,

um conjunto conhecido de dados de entrada resultará em apenas um conjunto de saída.

São utilizadas fórmulas predefinidas, tornando, desta maneira, um método mais

conservador, onde são realizados cálculos super dimensionados para que estes estejam a

favor da segurança.

Não levando em consideração os fenômenos aleatórios - no caso da Engenharia de

Tráfego, fenômenos relacionados aos motoristas e veículos - gera-se uma falta de

precisão e consequentemente de confiabilidade no resultado. Por outro lado, demanda-

se menos tempo na sua utilização e seu custo também é menor. Logo, é uma alternativa

interessante para níveis estratégicos (Escala Macro).

3.1.2 Método Estocástico

Os programas que utilizam o Método Estocástico possuem uma ou mais variáveis

aleatórias, como entradas que geram a saídas aleatórias. Desta maneira, as saídas são

tratadas como estimativas estatísticas das características reais. Essa incorporação da

aleatoriedade na análise de tráfego é relativamente recente, e só foi possível com o

avanço tecnológico, já que foi criada uma vasta indústria de programas que utilizam este

procedimento.

Para que se haja uma representação fiel do sistema, é inevitável que sejam

utilizados dados aleatórios. Com isso, é criada uma maior confiança e credibilidade no

projeto.

Page 32: Indicadores de Desempenho de Trafego

19

3.2 Softwares de simulação de tráfego

Existem diversos tipos de modelos de simulação de tráfego, que são ferramentas

altamente eficientes e poderosas para a análise operacional do fluxo de tráfego. A

principal vantagem do seu uso é oferecer ao usuário a oportunidade de avaliar

estratégias alternativas no sistema de transportes sem interferência no tráfego real

(DEMARCHI, 2000; KIM e RILLET, 2001).

Os modelos (softwares) que serão descritos a seguir, são modelos estocásticos, ou

seja, modelos que atribuem características aleatórias aos motoristas, aos veículos e aos

processos de tomada de decisão, permitindo uma representação mais realista da corrente

de tráfego simulada (FHWA, 2001).

3.2.1 VISSIM

Vissim é um software de microssimulação de tráfego, transporte público e

pedestres, pertencente a PTV - Planung Transport Verkehr AG. É uma ferramenta

utilizada para simular fluxos multi-modal de tráfego, incluindo automóveis, bondes,

VLT, motocicletas, bicicletas e pedestres. Permite ao usuário modelar qualquer tipo

configuração geométrica ou comportamento operacional, interagindo diversos sistemas

de transporte.

Usado para analisar redes de todos os tamanhos, desde uma interseção individual

a uma área metropolitana inteira, o Vissim é capaz de modelar, dentro dessas redes,

classificações funcionais de estradas para calçadas. Com sua ampla aplicação em redes,

o Vissim também é utilizado para instalações de ciclovias, transporte público e

pedestres.

A renderização de imagens em 3D de alta resolução possibilita a criação de

apresentações visuais de alta qualidade, permitindo elaborar vídeos que facilitam a

comunicação dos efeitos e impactos esperados de determinado projeto para uma plateia

que não seja essencialmente técnica ou especializada em engenharia de tráfego. Além

disso, a animação dinâmica, exibida durante a simulação, serve como ferramenta

complementar de análise, pois permite verificar se o comportamento simulado está

realmente de acordo com o observado em campo, e se existe formação de filas e

configuração de pontos de “estrangulamento”, que não foram considerados no estudo.

Page 33: Indicadores de Desempenho de Trafego

20

3.2.2 CORSIM

O CORSIM (Corrider Traffic Simulation Model) é um dos modelos mais

utilizados pela comunidade profissional e científica, pois ele simula sistemas

combinados de vias arteriais e vias expressas, condições saturadas de fluxo, além de

diferentes tipos de controle de interseção, geometria de via e variedade de condições de

tráfego (SCHULTZ e RILLET, 2004; ARAÚJO, 2007).

Foi desenvolvido na década de 70 e consiste em um conjunto integrado de dois

modelos microscópicos de simulação, que são o NETSIM (Network Simulation) e o

FRESIM (Freeway Simulation). O primeiro é utilizado para simular vias arteriais

urbanas e o segundo para freeways e rodovias. Ambos representam o comportamento do

tráfego em função do tempo.

É um modelo estocástico, já que se baseia na aleatoriedade do motorista, assim

como dos veículos e das tomadas de decisões. Ele descreve o comportamento da

corrente de tráfego individualmente, fazendo com que a mesma se comporte da maneira

mais real possível. As características atribuídas aos motoristas definem seu

comportamento (passivo ou agressivo), e as aplicadas ao seus veículos caracterizam seu

desempenho (aceleração e velocidade) (HALATI et al., 1997).

Figura 7 - Representação do TRAFVU

Page 34: Indicadores de Desempenho de Trafego

21

Uma grande vantagem do CORSIM é a sua interface, que é bem simples de ser

usada. Instalado no Windows, através do pacote TSIS (Traffic Software Integrated

System), que além do CORSIM - que é o próprio simulador - inclui o pós-processador

gráfico TRAFVU (TRAF Visualization Utility) que permite ao usuário usufruir de uma

parte gráfica mais real, visualizando a animação da rede simulada, como ilustra a Figura

8 o TRAFED, é o ambiente onde o usuário desenha diretamente a rede de tráfego e faz

as mudanças de canalização de cada via. Por fim, está incluso também no TSIS, o

TRANSLATOR que converte o arquivo de simulação do CORSIM em arquivo gráfico

TRAFED e vice-versa.

Figura 8 - Representação do TRAFED

O CORSIM é um software baseado num modelo de nós e tramos, este último

chamado pelo próprio programa de links. Para alterar as características da via, como

interseções, acessos, escolha do número de faixas, velocidade média etc, usa-se os nós;

já os tramos servem para conectar esses nós representando a via por onde trafegam os

veículos.

Para execução da simulação, é necessário o arquivo TRF. Este arquivo é

composto dos dados de entrada especificados em Record Type (RT). Cada RT trata de

parte do conjunto de entradas necessários à simulação. Alguns RTs são obrigatórios,

como o de demanda de tráfego e das características das vias, enquanto outros são

Page 35: Indicadores de Desempenho de Trafego

22

opcionais, como os que armazenam os parâmetros de comportamento dos motoristas e

desempenho veicular, ou específicos para o FRESIM ou o NETSIM.

Após a simulação do arquivo TRF, três arquivos são gerados: TSD, TID e OUT.

O arquivo binário TSD (Time Step Data) descreve o estado dos veículos, incidentes e

semáforos a cada unidade. Por fim, o arquivo texto OUT apresenta, em intervalos de

tempo predefinidos, o relatório global com dez principais medidas de desempenho por

faixa de tráfego por cada tramo, tais como: fluxo, densidade e velocidade média.

Page 36: Indicadores de Desempenho de Trafego

23

Capítulo 4

Modelagem

Muitos são os parâmetros que influenciam no comportamento do tráfego e devem

ser considerados no uso de um microssimulador: o volume do tráfego, os movimentos

de conversão, as operações semafóricas, a quantidade de pedestres, a configuração das

interseções, as manobras de estacionamento, e dessa maneira, a combinação de todos ou

parte deles, pode gerar congestionamentos ou até mesmo retenções no tráfego.

Neste estudo, que visa fazer uma comparação entre duas redes viárias com

cenários distintos após modificações no tráfego, foram identificadas algumas limitações

por parte do próprio programa que, por sua vez, tiveram que ser adaptadas da melhor

maneira possível.

4.1 Considerações Iniciais

A área escolhida para a análise do estudo vai desde a Praça Mauá (região onde

estão ocorrendo as obras do Porto Maravilha) até o Aterro do Flamengo, na Avenida

Beira Mar. Como limites transversais temos a Avenida Passos/República do Paraguai e

no outro extremo a Avenida Primeiro de Março/Avenida Presidente Antônio Carlos. A

figura 9 mostra a configuração da área em estudo.

Page 37: Indicadores de Desempenho de Trafego

24

Figura 9 - Configuração da área escolhida para análise

Esta região foi altamente afetada em decorrência das obras que estão sendo

realizadas, diminuindo aparentemente a mobilidade dentro da rede. Além do mais, trata-

se de uma área que abrange o centro financeiro e empresarial mais importante da

cidade. Por conta disso, a escolha da área de estudo foi dada para que possamos

verificar, com o uso do microssimulador, se realmente houve essa diminuição de

mobilidade, fazendo o uso de alguns indicadores que serão mencionados mais a frente.

4.2 Definição de Cenários

Para que as mudanças na rede possam ser compreendidas de maneira mais clara,

serão definidos dois cenários de redes codificadas. O Cenário 1 representa a rede antes

das modificações de 2014, ou seja, apresenta as vias dispostas das formas que eram até

setembro de 2013. Já o Cenário 2 representa a rede com quase todas as mudanças que

foram implantadas até fevereiro de 2014.

Por conta de algumas limitações do programa CORSIM, não foi possível simular

com exatidão a real mudança local, mas como o objetivo deste trabalho é a visualização

de impactos devido a uma comparação, prevalesceu o cuidado em garantir que todos os

Page 38: Indicadores de Desempenho de Trafego

25

outros parâmetros fossem mantidos de forma coerente, para que possam ser comparados

corretamente ao final da simulação.

Assim, os cenários apresentados posteriormente mostram as configurações viárias

da rede visualizada através da interface do TRAFED, local de edição da rede no

CORSIM. As figuras demonstram a estrutura de nós e links, utilizada pelo

mircossimulador, assim como o ambiente onde são embutidas as informações no

software, e da mesma forma, podem ser alteradas para melhorias futuras.

4.2.1 Cenário 1

As Figuras 10 e 11 mostram a configuração da rede em Setembro de 2013.

Figura 10 - Parte da área de estudo na antiga configuração

A seguir, são listadas como estão representadas as principais vias no Cenário 1:

1) A Avenida Rio Branco, entre a Praça Mauá e a Rua Visconde de Inhaúma, atua em mão

dupla.

2) A Avenida Marechal Floriano está apenas com o sentido Central.

3) Existem duas entradas pela Avenida Presidente Vargas.

4) Rua Uruguaiana com sentido Praça Mauá.

Page 39: Indicadores de Desempenho de Trafego

26

Figura 11 - Parte da área de estudo na antiga configuração

5) A Avenida Nilo Peçanha está atuando apenas em um sentido (Central).

6) Avenida Rio Branco operando em apenas um sentido (Castelo).

7) Avenida República do Paraguai com mão dupla.

4.2.2 Cenário 2

Nas Figuras 12 e 13 é apresentada a rede após as alterações no centro do Rio, até

Fevereiro de 2014.

Figura 12 - Parte da área de estudo na atual configuração

Page 40: Indicadores de Desempenho de Trafego

27

1) A Avenida Rio Branco passou a atuar em um sentido, entre a Praça Mauá e a Rua

Visconde de Inhaúma.

2) A Avenida Marechal Floriano passou a ser mão dupla.

3) Não é mais possível entrar pela Presidente Vargas no ponto 3, há apenas saída de fluxo.

4) A Rua Uruguaiana mudou o sentindo, passando a atuar em direção ao Castelo.

Figura 13 - Parte da área de estudo na atual configuração

5) A Avenida Nilo Peçanha passou a ser uma via de mão dupla.

6) A Avenida Rio Branco opera nos dois sentidos (mão dupla).

7) A Avenida República do Paraguai passou a ter apenas um sentido (Lapa).

A implantação da mão dupla na Avenida Rio Branco é uma das mudanças mais

importantes e significativas que ocorreu na rede. Além disso, houve a proibição da

entrada de automóveis de passeios na mesma, ou seja, atualmente só passam ônibus e

táxis pela Avenida Rio Branco em horários estabelecidos, que já foram apresentados no

início deste trabalho.

O programa CORSIM não permitiu restringir a Avenida Rio Branco apenas para

esses dois tipos veiculares. Dessa forma, para que uma análise coerente pudesse ser

realizada, como solução decidiu-se tranformar em UCP, tanto os automóveis

Page 41: Indicadores de Desempenho de Trafego

28

particulares, como os ônibus e táxis. Assim, utilizou-se a soma dos três tipos de veículos

para chegar-se a um total que se igualasse em ambos os cenários. Isto porque é de

grande relevância considerar o fluxo de ônibus na rede, e assim comparar de forma

equivalente o restante dessa rede, levando em consideração todas as outras alterações

condizentes com a realidade.

4.3 Levantamento de Dados

Para que seja feito um levantamento de dados confiável, que neste caso é um

levantamento volumétrico de veículos, é necessária uma equipe de campo para que uma

contagem local seja realizada. Como não seria viável para este estudo, por conta de

recursos financeiros e tempo, foi utilizado o Relatório de Fluxos de Tráfego

Classificados, publicado em Janeiro de 2010, como base para os volumes de veículos

que circulam na rede.

Este relatório apresenta os resultados do Projeto intitulado REDE TRÁFEGO, que

faz parte de uma linha de pesquisa existente em diversas cidades brasileiras, onde são

estudadas melhorias de fluidez do tráfego.

Segundo o próprio Relatório, a pesquisa foi realizada em duas faixas de horário:

no pico da manhã (08:00 h às 10:00 h) e no entre-pico da manhã (10:00 h às 12:00 h).

Ele aponta que as contagens foram realizadas empregando contadores industriais

manuais, acionados pelos pesquisadores. Esses contadores foram fixados nas pranchetas

e os dados transcritos em planilhas, como apresentadas nas Figuras 14 e 15.

Page 42: Indicadores de Desempenho de Trafego

29

Figura 14 - Exemplo de ficha a ser preenchida no levantamento

Figura 15 - Imagem ampliada.

Page 43: Indicadores de Desempenho de Trafego

30

As contagens foram feitas nos dias 21 de setembro a 05 de outubro de 2009, não

sendo feita apenas no dia 23 de setembro, por conta do Dia Mundial sem Carro, o que

geraria modificação na fluidez do trânsito.

Tendo as contagens realizadas, é feita a tabulação dos dados obtidos, como é

mostrado na Figura 14.

As contagens foram classificatórias, levando em consideração os seguintes

veículos: automóvel, ônibus, van, táxi e caminhão. Nesta tabela, retirada do Relatório de

Fluxos de Tráfego Classificados, foi adotada a transformação de cada tipo de veículo

em UCP (Unidade de Carro de Passeio), utilizando os fatores apresentados na Tabela 3.

Automóvel Ônibus Van Táxi Caminhão

1,0 2,0 1,0 1,0 2,3

Tabela 3 - Fatores de transformação da quantidade de veículos em UCP

4.3.1 Entry Volumes

Os pontos de entradas são locais de acesso à rede. São por eles que os veículos

chegam, saindo então pelos chamados pontos de saída. Cada nó de entrada ou saída é

nomeado com um número que pode variar entre 8000 e 8999, tendo sinal positivo para

aquele que for de entrada e consequentemente negativo para o que for de saída.

Na malha viária estudada houve a redução de quatro entradas na rede, por conta

de acessos fechados que estão fora da área estudada. Os nós que não fazem mais parte

da rede viária no Cenário 2 estão apresentados na Tabela 4 Os dados nela apresentados

são retirados do levantamento de campo feito para o Relatório de Fluxos de Tráfego

Classificados (REDE TRÁFEGO).

Page 44: Indicadores de Desempenho de Trafego

31

Nó de Entrada

Automóvel Ônibus Táxi Volume

Total (UCP)

Interseção Fluxo Via 1 Via 2

(+) 8002 559 243 329 1131 30 B Av Rio Branco R. Acre

(+) 8007 816 421 467 1704 35 D R. 1º de Março

Av. Presidente

Vargas

(+) 8008 499 18 262 779 35 C R. 1º de Março

Av. Presidente

Vargas

(+) 8016 511 331 348 1190 84 B A. República do Paraguai

(pedestres)

Tabela 4 - Nós de entrada eliminados

Neste estudo, para a obtenção do volume total de veículos que passam em

determinada interseção, são considerados a soma dos volumes de automóveis, ônibus e

táxis, todos transformados em Unidade de Carro de Passeio, por motivos já

mencionados no sub-item 4.2.

Como não é objetivo deste trabalho, não foi feita a atualização da matriz de

Origem e Destino dos veículos para identificar as mudanças efetivas nas rotas de acesso

à região de estudo. No entanto, com a finalidade de avaliar o impacto nos indicadores de

desempenho da rede e comparar os dois cenários, os volumes de Input serão mantidos

iguais, redistribuindo o volume de veículos de forma equitativa nos demais acessos

disponíveis.

Com isso, foi realizada a introdução destes volumes no dataview do

microssimulador, para que desta maneira pudesse prosseguir com as etapas de

configuração do programa.

4.4 Calibração e Validação

Segundo Hourdakis et al. (2003), os simuladores de tráfego são ferramentas cada

vez mais utilizadas como suporte ao processo de gerenciamento da operação viária e

análise de desempenho de sistemas de tráfego de grande complexidade. No entanto, é

necessário que vários parâmetros sejam calibrados. Por exemplo, para que uma

Page 45: Indicadores de Desempenho de Trafego

32

calibração de modelos de fluxo seja feita, é preciso ajustar os dados de fluxo, velocidade

e densidade, que são coletados em campo.

A validação consiste na comparação entre o resultado obtido pela simulação e o

observado em campo, porém utilizando dados de uma nova fonte, ou seja, dados que

não foram utilizados durante a calibração.

No entanto, como o interesse deste trabalho é realizar uma comparação relativa

dos valores, não foi dada maior atenção as etapas de calibração e validação. Porém,

ressalta-se a grande importância dessas estapas quando aplicadas de maneira correta e

mais detalhada.

4.5 Simulação

É preciso atentar para alguns cuidados quando se faz o uso de microssimuladores,

para garantir que os resultados obtidos sejam significativos e possam ser utilizados no

processo de tomada de decisões.

Como, na fase inicial da simulação nenhum veículo é apresentado na rede viária

modelada, a interferência que outros veículos exercem sobre o comportamento de

condução de alguns motoristas não está representada de uma forma fiel. Então, para que

isso seja aprimorado, foi utilizado neste trabalho um recurso chamado de “Fase de

Aquecimento” (Warm-Up), onde os veículos são inseridos na malha viária, mas seus

dados são descartados do resultado final da simulação. Adotou-se um valor de 15

minutos (900 segundos) para que seja feito esse “aquecimento”, como é amplamente

adotado na literatura, e após esses 900 segundos a simulação continua rodando. Dessa

forma, são considerados apenas os valores dos resultados gerados entre 900 segundos e

4500 segundos, o que totaliza um período de uma hora de simulação.

A quantidade mínima de replicações feitas no sistema também é de suma

importância para garantir bons resultados no final da simulação. De acordo com FHWA

(2004), foram adotadas um total de dez replicações para cada simulação, ou seja, foi

realizada uma média entre as dez replicações para obter valores médios como resultado

final.

Embora não tenham sido realizadas algumas fases importantes em uma simulação

neste estudo, os valores numéricos e visuais obtidos atenderão ao intuito inicial do

Page 46: Indicadores de Desempenho de Trafego

33

trabalho, que é a comparação entre os cenários propostos, possibilitando conhecer e

analisar a ordem de grandeza dos impactos gerados devido às mudanças viárias feitas na

área central da cidade do Rio de Janeiro.

Page 47: Indicadores de Desempenho de Trafego

34

Capítulo 5

Resultados

Uma vez feita as modificações no Cenário 1, criando assim o Cenário 2 e

utilizando as mesmas configurações em ambas as redes, para a garantia da exata

comparação ao final. Houve a redução de quatro entradas na rede, por conta de acessos

fechados que estão fora da área estudada. Foram interditadas as entradas na Praça Mauá,

Presidente Vargas e República do Paraguai.

Na simulação, os dois cenários estão aptos a serem rodados e consequentemente

analisados.

A microssimulação produz dois tipos de resultados: animação gráfica e valores

numéricos, este último apresentado em forma de relatório, onde podem ser identificados

os indicadores de desempenho. A animação gráfica ajuda a compreender melhor o

desenvolvimento da rede como um todo, facilitando a visualização do comportamento

dos veículos que por ela circulam. Isso agrega valor qualitativo à análise, além de

facilitar a identificação de problemas pontuais e verificar se o comportamento do

tráfego é coerente com o definido, como restrições, regras de prioridade, entre outros

(VICTORINO, 2014).

5.1 Animação Gráfica

No CORSIM, a visualização é gerada através do TRAFVU, como já citado no

Capítulo 3. Neste ambiente é possível analisar de uma maneira mais simples quando há

um congestionamento em uma determinada interseção, e seus possíveis causadores,

olhando do ponto de vista mais macro.

Page 48: Indicadores de Desempenho de Trafego

35

A Figura 16 exemplifica a interface desta animação.

Figura 16 - Animação do tráfego no momento de congestionamento

Pode-se observar que estão representados apenas veículos pequenos, já que a

unidade utilizada nos valores de entrada está em UCP. Observa-se também um

congestionamento criado nas interseções da Avenida Marechal Floriano com a Rua

Uruguaiana.

5.2 Resultado Numérico

Os indicadores de desempenho da rede simulada surgem nesta fase. Quando

aplicamos a simulação e o programa é rodado, a média de algumas Medidas de

Eficiência (MoE) são calculadas e apresentadas num relatório, como o mostrado na

Figura 17.

Page 49: Indicadores de Desempenho de Trafego

36

Figura 17 - Indicadores de Desempenho gerados pelo CORSIM

Nota-se que a interface deste relatório é de certa forma antiquada e pouco

detalhada. Então, para comparar os indicadores com mais clareza, é importante ter

esclarecida a definição conceitual de cada indicador, definida pelo Manual de Uso do

CORSIM. Com isso, a Tabela 5 mostra de forma mais sucinta os indicadores de

desempenho apontados no relatório.

Distância Total

Percorrida (milhas)

Velocidade Média (mph)

Tempo de Veículos em Movimento

(horas)

Tempo de Atraso (horas)

Tempo Total de Viagem (horas)

TVM/TTV

Cenário 1 13.572,82 11,43 456,87 730,37 1.187,24 0,38

Cenário 2 8.923,79 7,13 301,54 950,79 1.252,32 0,24

Tabela 5 - Comparação dos Indicadores de Desempenho

No relatório gerado, as unidades dadas são as americanas, e não as do SI (Sistema

Internacional). Foi decidido mantê-las como são fornecidas por tratar-se apenas de

comparações, e por isso conseguir-se chegar a conclusões por conhecer a ordem de

grandeza. Porém, é importante ter em mente que 1 milha equivale a aproximadamente

1,61 km.

Comparar os resultados obtidos pelo CORSIM com indicadores de outros

softwares não é recomendado, por conta das diferenças de definições que cada

programa usa para análises de tráfego, além da forma de calcular suas respectivas

Medidas de Eficiência (MoE).

Page 50: Indicadores de Desempenho de Trafego

37

5.2.1 Distância Total Percorrida [mi]

É a distância total percorrida por todos os veículos do sistema. É calculada pelo

somatório da Distância Total de Percorrida para todas as sub-redes. É usualmente

referido pela sigla VMT (em inglês, Vehicle Miles Traveled).

O aumento deste valor representa diretamente o incremento de viagens

demandadas (tanto em função da quantidade, como de distância percorrida) e, em casos

onde sejam utilizados Alocação Dinâmica de viagens, seu aumento representa uma

piora no desempenho da rede, por levar em consideração rotas diferentes das Rotas

Mínimas. Os cenários simulados deste trabalho não permite com que o motorista crie

essa rota alternativa, por isto não há alterações significativas no valor do VMT entre

replicações do mesmo cenário.

5.2.2 Tempo Total de Viagem [h]

É o tempo total de viagem para todos os veículos na rede. É calculado através da

soma do tempo total gasto por todos os veículos em cada trajeto desejado durante o

intervalo selecionado. É mais conhecido como VHT (do inglês, Vehicle Hours

Traveled).

A redução deste indicador representa melhora no desempenho da rede.

5.2.3 Velocidade Média [mph]

É a média das velocidades dos veículos que viajam pela rede. É calculada através

da Distância Total Percorrida dividida pelo Tempo Total de Viagem, ou seja, divisão do

VMT por VHT. Seu aumento representa melhora no desempenho do sistema.

5.2.4 Tempo de Veículos em Movimento [h]

Tempo teórico total para todos os veículos que viajam pela rede e estão em

movimento podendo andar na velocidade de fluxo livre.

5.2.5 Tempo de Atraso [h]

Tempo total que os veículos se atrasaram para alcançar o seu destino. Respresenta

a parcela de tempo indesejada pelos usuários do Sistema de Transportes. O programa

Page 51: Indicadores de Desempenho de Trafego

38

calcula este valor através do Tempo Total de Viagem menos o Tempo de Veículos em

Movimento.

É um indicador muito interessante, pois agrega valor qualitativo aos resultados

numéricos.

5.2.6 TVM/TTV

Tempo de Veículos em Movimento dividido pelo Tempo Total de Viagem.

Quanto mais aproximado este valor do 1, representa maior eficiência da rede.

5.3 Apresentação dos Resultados

Na Tabela 5 , foi apresentado de forma resumida os resultados obtidos através da

microssimulação, permitindo a comparação das variações percentuais entre os dois

cenários, e ainda deixando para estudos futuros a possibilidade de comparação com

outros tipo de cenários e possíveis alternativas geradas.

Neste trabalho, não analisaremos o Nível de Serviço das vias, que é uma

ferramenta muito importante a ser analisada. Isso porque o nível de serviço é baseado

em métodos determinísticos enquanto o microssimulador utiliza métodos estocásticos.

Logo, sua aplicação para representar os resultados simulados não é apropriada.

Page 52: Indicadores de Desempenho de Trafego

39

5.3.1 Distância Total Percorrida [mi]

Gráfico 5 - Distância Total Percorrida

O Gráfico 5 mostra que com a aplicação das modificações da rede viária no

Cenário 2, houve uma redução da Distância Total Percorrida pelo veículos do sistema,

ou seja, houve uma redução de aproximadamente 35% no total da distância Origem-

Destino.

0,00

2.000,00

4.000,00

6.000,00

8.000,00

10.000,00

12.000,00

14.000,00

16.000,00

Cenário 1 Cenário 2

Distância Total Percorrida (milhas)

Page 53: Indicadores de Desempenho de Trafego

40

5.3.2 Velocidade Média [mph]

Gráfico 6 - Velocidade Média

Observa-se uma redução de aproximadamente 38% a velocidade média do

Cenário 1 para o Cenário 2. Isto indica que houve uma perda significativa da

mobilidade dentro da rede. No Cenário 2, os veículos se movimentam de forma mais

lenta, o que gera um grande desconforto no usuário.

0

2

4

6

8

10

12

14

Cenário 1 Cenário 2

Velocidade Média (mph)

Page 54: Indicadores de Desempenho de Trafego

41

5.3.3 Tempos de Viagem [h]

Gráfico 7 - Tempos de Viagem

Os dois indicadores que apresentam desempenho ruim quando aumentam são o

Tempo Total de Viagem e o Tempo de Atraso. Foi exatamente o que aconteceu

aplicando as mudanças viárias no Cenário 2. O primeiro aumentou em

aproximadamente 6% o seu tempo, enquanto no Cenário 2, o motorista fica parado 23%

a mais quando comparado com seu tempo antigo.

Já o tempo que ele passa se movendo reduz, apontando mais uma vez um déficit

de mobilidade dentro da rede. Esta redução é de 34%.

0 200 400 600 800 1000 1200 1400

Tempo de Veículos em Movimento (horas)

Tempo de Atraso (horas)

Tempo Total de Viagem (horas)

Tempos de Viagens (horas)

Cenário 2 Cenário 1

Page 55: Indicadores de Desempenho de Trafego

42

5.3.4 TVM/TTV

Gráfico 8 - TVM/TTV

Por fim, é apresentado no Gráfico 8 a relação do Tempo de Veículos em

Movimento pelo Tempo Total de Viagem. Quanto mais próximo de 1,0 for esse fator,

mais próxima a rede está do cenário ótimo.

Observa-se que esta proximidade está longe em ambos os cenários, mas que ela

está menor ainda no Cenário 2.

Houve uma redução de quase 37% deste fator, mostrando que esta rede está pior

que a primeira.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

TVM/TTV

Fator TVM/TTV

Cenário 1 Cenário 2

Page 56: Indicadores de Desempenho de Trafego

43

Capítulo 6

Conclusão

De acordo com o estudo realizado neste trabalho, pode-se supor que as

modificações realizadas na região central da cidade do Rio de Janeiro foram decisões

tomadas de forma não planejadas, precipitadas ou até mesmo equivocadas. Por conta

das obras da chamada Operação Urbana, que teve como destaque a derrubada do

Elevado da Perimetral, bem como o fechamento do Mergulhão da Praça XV, vários

acessos como estes foram bloqueados e para contornar possíveis congestionamentos,

resolveu-se modificar todo o trânsito de forma pontual e paleativa.

Fica claro que apenas a utilização de Painéis de Mensagens Variáveis, liberação

de Boletins de Trânsito e até mesmo aplicativos voltados para o trânsito, não são

soluções estruturadas e duradouras para um problema tão sério quanto é a infra-estrutura

de transportes em nossa cidade.

Conforme explicitado no início deste trabalho, o estudo não se propõe a ser uma

análise socioeconômica das obras que foram e estão sendo realizadas, e sim do modo

como são gerenciados os problemas de mobilidade causados por conta delas. Considera-

se, porém, ser este um assunto de extrema relevância, que deve ter sua devida atenção

em outro estudo mais aprofundado.

Ressalta-se que, para a implantação de um novo projeto que promova alteração na

sua estrutura viária ou no uso do solo (criação de polos geradores/atratores de viagens),

é de grande importância que seja realizado um Estudo de Tráfego prévio, identificando

os impactos viários que tal região pode vir a sofrer.

Com o uso da microssimulação, e a posterior comparação tanto dos Cenários

como dos Indicadores de Desempenho, observa-se vias beirando o limite da capacidade,

gerando filas em interseções cruciais de mobilidade da rede viária, além de resultar em

bloqueios de cruzamentos. Isto gera um desconforto muito grande no usuário da via,

deixando-o estressado, desistimulado e prejudicando sua saúde física e mental.

Page 57: Indicadores de Desempenho de Trafego

44

A redução da Velocidade Média do sistema, assim como o aumento do Tempo

Total de Viagem, são indicadores de que a qualidade do serviço piorou. Observa-se que

em um período de cinco meses, mudanças drásticas foram realizadas, e nelas não foram

despejadas confiança e planejamento. É importante atentar para que estes fatores sejam

gerenciados com maior minúcia pelos gestores de tráfego da cidade, e, dessa maneira,

melhorar a qualidade de vida do cidadão que utiliza o Sistema de Transportes.

Ademais, concluir uma análise no que diz respeito ao Sistema de Transportes, se

torna improvável quando esta não depende apenas da boa vontade de estudiosos e

pesquisadores, afinal, faz-se necessário o diálogo e comprometimento de diferentes

setores e instituições da sociedade. Grande parte das decisões dependem do Governo em

exercício, bem como de seu contexto de possibilidades e adversidades. Assim, entende-

se que esta é uma discussão a ser melhor aprofundada em um outro momento, devido à

toda complexidade que gira e torno do tema.

Com isso, vemos que o uso de um microssimulador, utilizado da forma correta, é

a melhor maneira de planejamento de uma rede viária. Assim, este trabalho pode ser

melhor explorado para temas futuros, e deixando desta forma, uma contribuição

acadêmica para pesquisas relacionadas ao métodos de comparação de indicadores de

desempenho gerados pelo microssimulador CORSIM. Para além disso, torna-se

evidente a relevância deste tipo de estudo e análise para um planejamento urbano mais

eficaz.

Page 58: Indicadores de Desempenho de Trafego

45

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