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III SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SOLOS ARENOSOS Campo Grande – MS maio de 2019 Caracterização, Classificação e Distribuição do solos arenosos no Centro Oeste Virlei Álvaro de Oliveira Engo Agrônomo - Pesquisador aposentado

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III SIMPÓSIO BRASILEIRO DE

SOLOS ARENOSOSCampo Grande – MS

maio de 2019

Caracterização, Classificação e Distribuição do solos arenosos no Centro Oeste

Virlei Álvaro de Oliveira

Engo Agrônomo - Pesquisador aposentado

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O que são solos arenosos ?

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Diversas denominações- teores elevados de areia -

Areias

Areiões

Areais

Solos arenosos

Solos Leves

(apicuns, restingas, desertos, etc)

Solos arenosos: conforme o SiBCS

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Por muito tempo, antes do SiBCS = < 15% de argila

Atualmente = textura nas classes areia e areia franca

( <15% de argila, < 30% de silte e > 70% de areia)

Obs: quantitativos determinados pelos métodos de laboratório oficiais, com emprego de substâncias químicas dispersantes e agitação mecânica

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(não custa lembrar) - Todo solo mineral é, de forma

direta ou não, derivado da alteração de rochas e se

apresenta na forma de partículas com tamanho e

natureza diversa

Argila = partículas com diâmetro < 0,002 mm

(minerais secundários - argilominerais) - reativa

Silte = partículas com diâmetro > 0,002 e < que 0,05 mm

(natureza diversa - minerais primários e secundários)

Areia fina = partículas com diâmetro > 0,05 e < que 0,2 mm

(maior parte minerais primários, principalmente quartzo) - não ou pouco reativa

Areia grossa = partículas com diâmetro > 0,2 e < que 2 mm

(maior parte minerais primários, principalmente quartzo) - não reativa

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Triângulo textural (IBGE, 2015)

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Diferenças básicas entre material

arenoso e material argiloso

Aparentemente, por morfologia,

podem ser iguais ou pelo menos

muito parecidos

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um material argiloso um material arenoso

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argiloso

- grãos são sempre combinados (argila na

forma de pó) -

- pelas pequenas dimensões e pela

constituição da argila, são muito reativos

- reagem com água e insumos promovendo sua

retenção e reduzindo perdas

arenoso

- Grãos sempre individualizados (> 0,05 <

2mm)

- pelo grande tamanho e pela natureza

mineralógica, são inertes

- sem reatividade química, física ou

mecânica com água ou insumos

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Classificação de

solos arenosos

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Pelo SiBCS (2018) - Distribuem-se

por 3 Ordens e vários intermediários -

NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS: textura arenosa até 150cm –os mais comuns e expressivos – serão o objeto de nossa atenção

NEOSSOLOS REGOLÍTICOS Psamíticos – restritos ao semiárido nordestino

ESPODOSSOLOS diversos (ocorrência limitada à áreas úmidas litorâneas (restingas), ou áreas pantaneiras, ou enclaves na Amazônia (campinaranas) – limitações por excesso d'água periódico – mais explorados para construção civil

Outros solos Psamíticos (3º nível) e arênicos (4º nível) – não são essencialmente arenosos e se tratam de solos intermediários – partes não arenosas -

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Classificação dos NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS

Anterior a 1999 = Areias Quartzosas + fertilidade

Conforme o SiBCS (Embrapa, 2018)

Ordem = Neossolos (pouco desenvolvidos)

Subordem = Quartzarênicos (arenosos e quartzosos)

Grandes Grupos = Órticos e Hidromórficos

Subgrupos Diversos (intermediários e típicos)

Classificação ao nível de Famílias (após 2013) = sub-grupamentos de classes generalizadas de textura:

1. Textura muito arenosa = classe textural areia

2. Textura arenosa-média = classe areia franca

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Observações

sobre a taxonomia

Por muito tempo - solos marginais (pouco

interesse científico)

Existe relativamente pouca informação

sobre a sua natureza e comportamento

Necessidade de aprimorar a taxonomia

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Área ocupada por solos

arenosos no Brasil

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Mapa de Solos do Brasil (Santos, 2011) – RQo ocupam cerca de 440.000 km2 (+ 5% do território nacional)

Obs: Goiás = 340.000 km2 + Pernambuco = 98.300 km2

Donagemma (2016) = solos “leves” 8 % do território nacional (+ 680.000 km2 )

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Distribuição

no Brasil

(IBGE, 2015)

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Na região Centro-Oeste (IBGE, 2015)

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Principais ocorrências

Mato Grosso = Serra Apiacás-Sucunduri(Meio Norte), Planalto dos Parecis (borda Oeste), Planalto dos Guimarães e Planaltos dos Alcantilados (SE). + 14% (+ 128.257 km2)

Mato Grosso do Sul = Bolsão arenoso e bordo do pantanal = + 16% (+ 59.990 km2)

Goiás = pequena porção à SW - + 3% (+10.000 km2)

TOTAL = + 198.247 km2 ou 19.824.700 ha

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Região Centro-Oeste + Tocantins

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Centro-Oeste + Tocantins

(cerrado)

Tocantins = Região do Jalapão e grande

faixa ao norte. + 16 % (+ 45.150km2)

TOTAL Centro-oeste + Tocantins = 243.397

km2 ou 24.339.700 ha

Obs: estado de Rondônia = 237.576 km2

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Observações importantes sobre

a cartografia mostrada

São informações cartográficas muito genéricas –mapas generalizados com associações de solos e mapeamento por analogia de padrões

Geralmente são áreas de domínio de NeossolosQuartzarênicos – ocorrem subordinadamenteoutros melhores e piores

Necessidade de avançar no detalhamento cartográfico

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- Aspectos de uso -

Em tempos anteriores (no Centro – Oeste)

Vegetação natural

Pasto natural

Atualmente (no Centro –Oeste)

Maciçamente pasto plantado com braquiária

Localizadamente silvicultura

Muito localizadamente (lavouras)

Esporadicamente uso de irrigação

Obs: invariavelmente todas as atividades de sequeiro apresentam forte declínio no

período seco. As forrageiras ressentem muito a falta d’água e a pastagem tem

drasticamente reduzida a sua capacidade de suporte.

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Aspecto de pastagem plantada de brachiaria (ressecada, rala

e com baixíssima ou nenhuma capacidade de suporte). BR-

364, próximo a Fazenda Itamarati-MT. Agosto 2010

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Resumo do conhecimento

de solos arenosos

Baixíssima capacidade de retenção ou de

armazenamento de água (forte dependência de

chuvas; grandes riscos sem irrigação)

Baixíssima capacidade de retenção de insumos

aplicados (maior exigência de insumos; necessidade

de manejo de dosagens de aplicação, etc..)

Dificuldade de mecanização (> solos secos)

Quase sempre distróficos (baixa fertilidade)

Alta propensão a processos erosivos (> ravinas e

voçorocas)

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São todos iguais os Neossolos Quartzarênicos ?

Solos arenosos se originam, em sua maioria, de rochas

sedimentares arenosas e sedimentos arenosos (material já

previamente alterado e selecionado por transporte)

Suas diferenças são determinadas pela natureza da fonte

de cada um deles e por características do seu transporte

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Natureza da fonte do MO = mais ou menos argila; grãos mais ou menos ferruginizados; presença de minerais não quartzosos

Distância do transporte:

Transporte de longa magnitude = maior seleção dos grãos pela duração do transporte (peso e tamanho) e por abrasão por atrito

Agentes de transporte

Eólico = seleção mais eficiente determinada pelo abrasão mecânica por atrito e pelo tamanho (peso) dos grãos

Fluvial = seleção menos eficiente que o eólico

Águas lentas = grãos menores (em solução)

Águas rápidas = grãos mais grosseiros e mais desuniformes

Águas turbulentas = pouca seleção

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Arenitos de natureza distinta

Eólico - Formação

Sambaíba - MA

Fluvial - Formação

Salto das Nuvens - MT

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É possível separar no ambiente?

Sim, por meio de levantamentos de solos em

níveis de detalhamento maiores

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A experiência do Estado de

Mato Grosso

SEPLAN-MT (2011) – Implementação

do ZSEE – várias audiências públicas

- Grande discussão a respeito do destino

destes solos (FAMATO, comunidades

indígenas, pequenos agricultores,

quilombolas, legalistas, governistas,

ambientalistas, etc...)

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Detalhamento de áreas Piloto no Parecis e norte

do Pantanal

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Em linhas gerais o levantamento mais detalhado promoveu:

a) a separação das áreas arenosas em

ambientes de solos de natureza e

potencialidades distintas; e

b) estabeleceu estreita relação entre as

diversas áreas arenosas com os diferentes

tipo de arenitos que lhes davam origem

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O detalhamento específico da cartografia

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Promoveu a retração das áreas de Neossolos

Quartzarênicos

Em alguns locais

houve

diminuição de

cerca de 18% nas

áreas

efetivamente

arenosas

(subdominantes)

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O detalhamento do conhecimento

dos solos por sua vez detectou

diferenças em:

Morfologia de grãos:

a) Grãos maiores (areia grossa) são invariavelmente mais

arredondados

b) Grãos menores (areia fina e média) subarredondados e

subangulares

Obs = Características de grande importância na

capacidade de retenção e percolação (água e nutrientes)

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Relações entre tamanhos de grãos:

Relação de quantitativos entre as diversas frações de

areia relacionadas aos distintos materiais de origem

AG/AM/AF

Obs =

> Velocidade de percolação de água > areia grossa

> Retenção de água no PMP = < areia grossa <

macroposidade

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Alguns resultados do trabalho

associados aos ambientes

estudados

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Neossolos Quartzarênicos do

PLANALTO DE TAPIRAPUÃ

RQo latossólico, textura arenosa-média

MO = arenitos Formação Salto das Nuvens

Solos cromados

Textura de areia até areia franca no limite para franco

arenosa (8 a 13% argila)

AM >>AG > AF (pouca)

Relação AG/AM = < 0,6

Grãos subarredondados com muitos opacos e grãos

ferruginizados

Aptidão Agricola = 4p

Obs = As melhores areias

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Características dos grãos de areia

• Predomínio de grãos médios

• Grãos maiores arredondados e os demais

subarredondados (maioria)

• Muitos opacos

• Muitos ferruginizados

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Granulometria - método da pipeta

N. LAB

Perfil

Horizonte Prof.(cm) ARGILA

%

Areia Grossa> 0,25mm

Areia Média0,25 – 0,10mm

Areia Fina0,10 - 0,05mm

Areia Total>

0,05mmm

6838 – P3 A 00 - 10 8 9 62 17 88

6839 – P3 C 30 - 70 12 9 61 13 83

6840 – P4 AP 00 – 20 9 18 59 11 88

6841 – P4 C 100 - 120 13 18 55 12 83

6842 – P6 AP 00 – 10 8 21 58 11 89

6843 – P6 C 80 – 100 11 22 48 15 85

6847 – P8 AP 00 - 12 7 28 49 11 88

6848 – P8 C 100 – 120 9 26 50 8 84

6849 – P9 AP 00 – 10 7 32 51 6 89

6850 – P9 C 160+ 9 31 45 7 83

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Neossolos Quartzarênicos do PLANALTO DOS PARECIS - porção Leste

RQo típico, textura muito arenosa

MO = arenitos Formação Utiariti

Solos descromados

Textura areia em todo perfil (< 8 % argila)

AG > ou = AM (pouca AF)

Relação AG/AM = ligeiramente acima de 1 e < 2

Grãos arredondados, hialinos, com alguns opacos

Aptidão Agrícola = Classe 6 (sem aptidão para uso

agrícola)

Obs = Algumas das piores areias

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Características dos grãos de areia

• Predomínio de areia grossa (arredondados)

• Pouca areia fina (subarredondados)

• Predomínio de grãos hialinos, poucos opacos (puramente quartzo)

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Granulometria - método da pipeta

N. LAB

Perfil

Horizonte Prof.(cm) ARGILA

%

Areia Grossa> 0,25mm

Areia Média0,25 – 0,10mm

Areia Fina0,10 - 0,05mm

Areia Total>

0,05mmm

50480 – P13 A 00 – 20 5 45 36 10 91

50481 – P13 CA 22 – 40 5 44 32 14 90

50482 – P13 C 1 40 - 95 6 45 35 9 89

50483 – P13 C 2 95 - 133 6 42 35 12 89

6859 – P16 AP 00 – 15 6 48 33 8 89

6860 – P16 C 100 – 120 8 41 34 11 86

6869 – P22 A 00 - 18 4 54 31 6 91

6870 – P22 C 100 - 120 6 48 32 9 89

6873 – P24 A 00 – 18 5 39 42 9 90

6874 – P24 C 2 100 – 120 6 40 37 12 89

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Avanços promovidos pelo

mapeamento de solos mais

detalhado no MT

- Separou as grandes áreas de solos arenosos

em vários ambientes com potencialidade

distinta, passíveis de tratamentos

diferenciados

- Separou áreas com aptidão regular para

pastagem plantada, com aptidão restrita

para silvicultura e terras definitivamente

sem possibilidade de utilização (inaptas)

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Algumas considerações sobre

utilização de solos arenosos na

região dos cerrados - I

Sem irrigação, toda exploração agrícola é extremamente

dependente do regime de chuvas, com qualquer tipo de uso

Estudos (Santos, 2006), mostram que: o cultivo de soja sobre os

mesmos, requer quantias muito maiores (até 3x) de alguns

insumos, o que junto à dependência de chuvas, faz o seu

cultivo ser bem mais caro e mais arriscado

Aumento de 10g/kg (1%)de argila em solos com menos de

15%, reflete aumento de até 1,3 saca de soja/ha (importância

do mapa detalhado) (Santos, 2006)

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Considerações - II

Segundo os estudos da SEPLAN/MT a

utilização de solos arenosos, com qualquer

atividade, é determinada pelas chuvas

(época e quantidade) e por condições de

mercado, observando-se a relação

custo/benefício em cada caso (definidor)

Há também a questão ambiental que não

pode ser ignorada

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São altamente vulneráveis a

ação de processos erosivos

(ravinas e voçorocas)

– bacia do rio Jauru/MT -

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Caminhos a serem seguidos

no âmbito da pedologia

Melhorar a cartografia dos solos brasileiros

(PronaSolos)

Adequar o SiBCS, com base nos

conhecimentos adquiridos (morfologia e

morfometria de grãos; relações AG/AM /AF)

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Literatura consultada

IBGE. Manual Técnico de Pedologia (2015)

Santos, H. G dos, et al., O novo mapa de solos do Brasil:

legenda atualizada. Rio de Janeiro. Embrapa Solos, 2011.

SANTOS, F. C. dos, Produtividade de soja e resposta a

técnicas de cultivo em solos de cerrado com diferentes

texturas. Viçosa. Universidade Federal de Viçosa. 2006.

74p. (tese de Doutorado).

SEPLAN-MT. Levantamento de Reconhecimento de alta

intensidade dos solos de duas áreas dotadas de solos

arenosos no estado de Mato Grosso – Áreas Piloto I e II

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Obrigado pela

atenção