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Entre os mais de 200.000 veículos a circular em Macau apenas 43 são eléctricos. REPORTAGEM PÁGINAS 2-3 USJ Estímulo pioneiro para a história da arquitectura IDOSOS Um dos fundos mais “generosos” do mundo h PUB Ter para ler A construção de um prédio de 127 metros de altura na zona do Reservatório gera apreensão nos residentes que temem efeitos negativos como a fuga de água ou a sua contaminação, a falta de circulação de ar ou ainda a descaracterização da paisagem. Quem o diz é o deputado Ho Ion Sang, que alerta o Governo para os perigos de uma construção “às cegas”. PÁGINA 5 ANGUSTIAS AO ALTO RAMAL DOS MOUROS PROJECTO POSTO EM CAUSA CARROS ELECTRICOS DA FALTA DE POPULARIDADE A FALTA DE CORRENTE SOCIEDADE PÁGINA 8 SOCIEDADE PÁGINA 7 AS TROCAS DE OFÍCIOS SOBRE O COMÉRCIO EM MACAU NO SÉC.XIX AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 SEXTA-FEIRA 7 DE NOVEMBRO DE 2014 ANO XIV Nº 3209 hojemacau PUB ´ ´ ´

Hoje Macau 7 NOV 2014 #3209

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Hoje Macau N.º3209 de 7 de Novembro de 2014

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Page 1: Hoje Macau 7 NOV 2014 #3209

Entre os mais de 200.000 veículos a circular em Macau apenas 43 são eléctricos. REPORTAGEM PÁGINAS 2-3

USJ Estímulo pioneiro paraa história da arquitectura

IDOSOS Um dos fundos mais “generosos” do mundo

h

PUB

Ter para ler

A construção de um prédio de 127 metros de altura na zona do Reservatório gera apreensãonos residentes que temem efeitos negativos como a fuga de água ou a sua contaminação, a falta

de circulação de ar ou ainda a descaracterização da paisagem. Quem o diz é o deputado Ho Ion Sang,que alerta o Governo para os perigos de uma construção “às cegas”.

PÁGINA 5

ANGUSTIASAO ALTO

RAMAL DOS MOUROS PROJECTO POSTO EM CAUSA

CARROS ELECTRICOS DA FALTA DE POPULARIDADE A FALTA DE CORRENTE

SOCIEDADE PÁGINA 8

SOCIEDADE PÁGINA 7AS TROCAS DE OFÍCIOS SOBRE O COMÉRCIO EM MACAU NO SÉC.XIX

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 S E X TA - F E I R A 7 D E N O V E M B R O D E 2 0 1 4 • A N O X I V • N º 3 2 0 9

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hoje macau sexta-feira 7.11.20142 REPORTAGEM

FLORA FONG [email protected]

P ARA incentivar os residen-tes a adquirir veículos ami-gos do ambiente e a abater os veículos altamente

poluidores, o Governo introduziu benefícios fiscais em 2012, incluin-do a redução de 50% do imposto sobre veículos motorizados nas transacções dos veículos ligeiros que reúnam as normas ecológicas de emissão de gases poluentes. No entanto, a moda de circular num carro amigo do ambiente parece não cativar quem mora em Macau.

Segundo dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) e da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), até ao final de Setembro havia 236.334 veículos em circulação no território. Destes, contudo, apenas 23 automóveis e 20 motociclos são eléctricos. Mas, porque é que tão poucos residentes de Macau pensam em escolher este tipo de veículo de “zero emissão”, substituindo os “inimigos” da protecção ambiental – os veículos movidos a combustível?

Primeiro, comecemos com um facto: existem poucas estações de carregamento para veículos eléctricos no território. Há nove postos para automóveis, dois para motas. Em Hong Kong, existem mil.

Agora, outro facto: os con-dutores precisam de deixar os automóveis pelo menos trinta minutos para carregar metade da

236.334veículos normais em circulação

VEÍCULOS ELÉCTRICOS FALTAM ESTAÇÕES DE CARREGAMENTO, FALTA POPULARIDADE E FALTA VONTADE

CIRCULAÇÃO “VERDE” AINDA LONGE DE SER MODAMacau não tem falta de veículos, mas entre os duzentos e tal mil que circulam todos os dias nas ruas do território, apenas 43 são eléctricos. Jovens residentes explicam que não lhes apetece comprar carros eléctricos, mas duas empresas locais manufactureiras destes veículos defendem assuas vantagense esperam que se popularizem. Um grande problema, contudo, é a falta de estações de carregamento

bateria, enquanto os de combus-tíveis precisam apenas de cerca de dez minutos para encher o tanque.

NÃO LHES APETECESe estes factos podem não ser suficientes para si, são-no, pelo menos, para os jovens com quem falámos. A par de outros “pro-blemas”, como a velocidade, a passagem nas pontes e muitas outras dúvidas.

Ao Entrevistar vários jovens condutores residentes de Macau, percebemos que não há vontade de conduzir veículos eléctricos. “Os carros eléctricos circulam muito devagar, não acredito que possam passar pela ponte. Pre-cisam sempre de ser carregados, mas em Macau há falta de estações de carregamento”, aponta Christy Cheong.

Outra jovem, Sze Lam, não sabia sequer que o território vende

veículos eléctricos e onde se pode carregá-los, mas também não os compraria, porque não acha que “sejam fortes o suficiente”.

Para Victor Cheong, por exem-plo, a experiência de andar numa mota eléctrica já lhe bateu à porta e o residente não gostou. Sim-plesmente, porque numa cidade como Macau, talvez o barulho seja necessário.

“Foi um pouco perigoso, por-que a mota eléctrica circula em silêncio e os outros carros não se apercebem que vamos a passar de mota. É mais fácil bater, se não se tiver muito cuidado.”

A sensação de perigo parece percorrer o pensamento dos nossos entrevistados. Quando perguntá-mos a Seng Cheang, por exemplo, se alguma vez pensou comprar uma mota eléctrica, a resposta

20motociclos

eléctricos

23automóveis

eléctricos

“Os carros eléctricos circulam muito devagar, não acredito que possam passar pela ponte. Precisam sempre de ser carregados, mas em Macau há falta de estações de carregamento”CHRISTY CHEONG

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ACAU

3 reportagemhoje macau sexta-feira 7.11.2014

C HAN Kuok Keong é director geral da Fábrica de Motociclos Eléctricos Oasis (Macau), uma instalação local que se

dedica a construir este tipo de veículos. Chan explicou ao HM que começou a interessar--se por motociclos eléctricos em 2008 e admite que, apesar das “primeiras gerações” terem falhas, a fábrica acabou por conseguir produzir motas no território, aperfeiçoadas. As de “terceira geração”, diz, vão ser ven-didas já a partir de segunda-feira.

Chan Kuok Keong tem a solução para os problemas colocados pelos jovens com quem falámos e que apontam desvantagens na utilização destes veículos (ver texto 1).

“A maioria das pessoas preocupa-se com o problema de andar nas subidas, nas pontes quando dão ainda boleia e acham que a po-tência não chega. Ninguém quer comprar. No entanto, os protótipos das nossas novas motas já fizeram 10 mil quilómetros nas estradas e essa potência foi aprovada, incluindo nas subidas mais inclinadas em Macau”, assegura, enquanto nos dá como exemplo a subida para a estátua da deusa Á-Ma em Coloane.

“Muitas motas de 50 cavalos sobem com dificuldades, é verdade que as motas eléctricas de Taiwan nem conseguem subir, mas as nossas subiram com facilidade”, as-segura o director, com orgulho, confessando até que a sua invenção já está patenteada e é a única na Ásia.

SOLUÇÃO NAS MÃOSO carregamento da bateria não está apenas dependente da Companhia de Electricidade de Macau (CEM), ao contrário do que se possa pensar, sendo que o carregamento de veículos eléctricos precisa sempre também da autorização do Governo. Também é pre-ciso esburacar a cidade, algo que depende de autorização da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.

Ora, se a falta de popularização de veí-culos eléctricos é dificultada pelo problema do carregamento, Chan Kuok Keong tem a solução, já que pensou num modelo novo para resolver esse problema.

“Discuti com engenheiros e descobrimos que a única solução é a troca de bateria. Os condutores poderão tirar a bateria vazia de dentro do mota, colocando-a em armários e retirando uma bateria cheia. Cada custará apenas 30 patacas e pode andar cem qui-lómetros, sendo que deverá dar para mais de uma semana. A duração é maior do que colocar gasolina para 60 ou 70 quilómetros.”

“A mota eléctrica circula em silêncioe os outros carros não se apercebem que vamos a passar. É mais fácil bater, se nãose tiver muito cuidado”VICTOR CHEONG

VEÍCULOS ELÉCTRICOS FALTAM ESTAÇÕES DE CARREGAMENTO, FALTA POPULARIDADE E FALTA VONTADE

CIRCULAÇÃO “VERDE” AINDA LONGE DE SER MODA

“A economia é desenvolvida, há vantagens no silêncio e na protecção ambiental. Se se colocarem equipamentos de carregamento quando se construírem edifícios, será muito conveniente”WILSON MOK Director geralda companhia de motores Xin Kang Cheng

FÁBRICAS LOCAIS PEDEM APOIO DO GOVERNO

Made in Macau

surpreende: até já pensou, sim, em comprar uma mota eléctrica, mas ao experimentar uma, numa empresa que as fabrica, há um ano, rapidamente mudou de ideias.

Seng defende que a energia da mota não é tão duradoura como o ter uma mota a combustível, mas não só.

“A mota é leve, quando conduzi

a uma velocidade mais alta, a mota oscilou. Não parecia tão real quanto uma de combustível”, aponta o jovem, bombeiro de profissão.

Seng explica que o preço até é bastante semelhante ao das motas de combustível – uma mota eléctrica nova custa cerca de 19 mil patacas, de acordo com a nossa investigação -, mas exis-

tem “menos modelos”, pelo que a preferência não é, de todo, essa.

CONVENIÊNCIASQuestionando os jovens sobre como deve ser feita a promoção do uso de veículos eléctricos para atrair os condutores para a sua utilização, a resposta é unânime: devem existir estações de carregamento em toda a Macau, de forma a que os equi-pamentos sejam não só conhecidos, mas tão convenientes como os postos de gasolina. Desta forma, dizem, os condutores não precisam de mudar os hábitos de condução quando utiliza-rem este tipo de veículos eléctricos.

Uma ideia semelhante já foi deixada no ano passado através de uma crónica da revista “Mais uma

Semana” publicada pelo Centro In-cubador de Novas Tecnologias de Macau. No artigo, sugeria-se que se colocassem não só parquímetros para estes veículos, mas também uma pequena estação de carrega-mento, para quando os residentes querem estacionar o carro. Assim, podem também carregar o veículo.

O HM conseguiu contactar com duas companhias que vendem veícu-

los eléctricos em Macau, (ver texto dois), sendo que ambas confessam que estes ainda não são populares suficientes e que precisam de pro-moção do Governo. Para o Centro Incubador de Novas Tecnologias de Macau, não há dúvidas: se o Governo estiver determinado em tornar esta medida mais popular, um dia po-deremos todos circular em veículos eléctricos por Macau.

Uma mota da Oásis custa 19.800 patacas, cerca de seis mil patacas a menos do que uma mota a combustível, sendo que a empresa local ainda oferece mil patacas gratuitas em bateria. Chan fez inclusive um pedido ao Governo: que deixe colocar estes armários em parques de estacionamento. O Executivo diz que a lei não permite nesses locais, mas cinco deverão ser colocados por toda a Macau.

“A atitude do Governo é esperar que a fábrica seja pioneira e, quando tiver

sucesso, o Executivo participa, para que o Governo não tenha responsabilidade se falhar”, confessa Chan.

Seja como for, o apoio do Governo é sempre necessário.

LADO A LADOO director geral da Óasis Macau acredita que estes veículos de “zero emissão” vão ser uma tendência, mas admite que é preciso fazer com que os residentes se habituem. O

responsável da fábrica diz, contudo, que as medidas de benefícios fiscais não incentivam os residentes a mudar.

Wilson Mok, outro director geral que o HM contactou, da companhia de mo-tores Xin Kang Cheng, concorda, mas ressalva que esta tendência ainda está na fase inicial.

O responsável da empresa, que vende vá-rios tipos de automóveis eléctricos da marca Renault, defende que, como Macau tem uma área pequena e a densidade populacional é alta, seria o lugar mais ideal do mundo para promover a utilização dos carros eléctricos, porque as pessoas saem à rua e chegam ao destino de forma muito rápida.

“Já se começou a introduzir automóveis eléctricos em 2009, mas na altura o problema mais encontrado foi o preço alto dos auto-móveis, que eram cerca de 400 ou 500 mil patacas. Até há dois anos atrás, quando o preço diminuiu para 100 ou 300 mil patacas, é semelhante a automóveis de combustível e é aceitável para os residentes.”

Wilson Mok defende que, com a técnica actual, os automóveis eléctricos circulam nas estradas de igual forma que os automóveis a combustível, sendo que a velocidade pode atingir mais de 100 quilómetros por hora, sem haver problema nas subidas.

Contudo, também Wilson Mok relembra a insuficiência de equipamentos na cidade.

“Actualmente, só os organismos públi-cos ou empresas de grande dimensão usam automóveis eléctricos. É difícil um resi-dente comprá-los, porque existem apenas nove estações públicas de carregamento, tem de se esperar [que carregue] e não se sabe sequer onde estão. Se o [posto] de carregamento estivesse nos edifícios onde moram as pessoas, ou nos locais de trabalho, o problema já seria resolvido e este mercado poderia estar mais desenvol-vido”, apontou.

O responsável da companhia considera que, sem a coordenação do Governo e do sector imobiliário, os automóveis eléctricos não podem ter espaço de desenvolvimento, nem podem ser populares em Macau.

“Hoje em dia, a economia de Macau é desenvolvida, há vantagens no silêncio e na protecção ambiental. Se se colocarem equipamentos de carregamento quando se construírem edifícios, será muito convenien-te e fará com que os residentes se habituem ao modelo. Caso contrário, é apenas um impedimento ao desenvolvimento.” - F.F.

“A atitude do Governo é esperar que a fábrica seja pioneira e, quando tiver sucesso, o Executivo participa, para que o Governo não tenha responsabilidade se falhar”CHAN KUOK KEONG Director geralda Fábrica de Motociclos Eléctricos Oasis

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4 POLÍTICA hoje macau sexta-feira 7.11.2014

A ser elaborada desde 2009, a Lei de Bases dos Direitos e Garantias dos Idosos tem passado por várias análises e consultas públicas sem que até hoje tenha dado entrada na AL

FIL IPA ARAÚ[email protected]

S I Ka Lon questionou o Governo sobre os resultados dos tra-balhos avançados,

há mais de dois anos, pelo Grupo Interdepartamental de Estudo de Protecção dos Idosos de Macau, dos quais, até à data, pouco ou nada se sabe. Numa interpelação oral, que vai ser apresentada na Assembleia Legislativa, o deputado pergunta se as pessoas podem ter acesso aos estudos que o Executivo anda a fazer.

“O Grupo Interdepar-tamental de Estudo do Mecanismo de Protecção dos Idosos de Macau foi criado há mais de dois anos e deu início a uma série de estudos específicos. Que tra-

F RANK Chio, da Federação de Estudantes de Hong Kong, participou ontem

num debate sobre o movimento pró-democracia em Macau, em que defendeu que o território tem ainda de decidir “qual é o seu ideal de sociedade”.

“Macau precisa de tempo, acho que um movimento de gran-de de dimensão não podia aconte-cer aqui, agora”, disse à agência Lusa o estudante da Universidade Chinesa de Hong Kong.

Frank Chio foi convidado pela Novo Macau, para integrar um painel de cinco pessoas, com o objectivo de debater se o movi-mento em Hong Kong pode servir de inspiração à cidade vizinha.

Lei do tabaco Revisão deverá avançar em 2015 Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde (SS), garantiu ontem aos jornalistas que a Lei de Controlo do Tabagismo poderá começar a ser revista no próximo ano. “Os SS irão sintetizar e avaliar o efeito da nova lei sobre o controlo do tabagismo, prevendo que a conclusão do relatório aconteça em finais de Janeiro de 2015 de modo a submeter, ainda durante esse ano, à Assembleia Legislativa, a proposta para a revisão do panorama geral sobre o controlo do tabagismo em Macau. Sob o ponto de vista da defesa da saúde pública, os SS esperam concretizar o objectivo final de proibição total de fumar”, pode ler-se num comunicado oficial. O Governo pretende levar a cabo “avaliações referentes às acções desenvolvidas durante os três anos de vigência da lei”, que incluem a realização de um “inquérito de grande dimensão com a recolha de opiniões dos cidadãos e dos meios de comunicação social”. Quanto aos casinos, Lei Chin Ion admitiu que os trabalhos de fiscalização vão continuar.

IDOSOS SI KA LON CRITICA ATRASOS NA LEI DE BASES

Entres estudos e consultas

“O aumento do número da população de meia-idade, o alargamento da esperança média de vida e a baixa taxa de natalidade multiplicam o número de pessoas a ter direito à pensãopara idosos, havendo, portanto, necessidade de dar atenção aos seus impactos na segurança social”SI KA LON Deputado

UM ESTUDANTE DE HONG KONG EM DEBATE NO CAMPUS

O ideal social

de Bases dos Direitos e Garantias dos Idosos.

Recorde-se que no mês passado, tal como noticiou o HM, o Instituto de Acção Social (IAS) assegurou que vai “tentar” que a proposta de Lei de Bases dos Direi-tos e Garantias dos Idosos chegue à AL ainda antes do final deste ano, reiterando uma informação que já tinha sido avançada pelo HM. Numa resposta ao de-putado Chang Meng Kam, a directora substituta do IAS acrescentou ainda que o instituto vai lançar um Plano Decenal de Acção para o De-senvolvimento dos Serviços a Idoso para 2016-2025, cuja consulta pública começará no primeiro semestre do próximo ano.

Wong Im Mui asse-gurou que, para enfrentar os desafios causados pelo envelhecimento, o Grupo In-terdepartamental de Estudo do Mecanismo de Protecção dos Idosos de Macau vai construir este mecanismo. A responsável não deu de-talhes, mas reiterou que o instituto vai “tentar concluir a proposta de Lei de Bases dos Idosos antes do final” de 2014, entregando-a depois às “autoridades” competen-tes para discussão.

É de lembrar que esta proposta de lei está a ser criada há quatro anos. Anun-ciada em 2009, a Lei de Ba-ses dos Direitos e Garantias dos Idosos tem estado em “aperfeiçoamento” desde aí, tendo sido já alvo de duas auscultações públicas. Era suposto a proposta ter chegado à AL em 2012.

balhos foram feitos por este Grupo de Estudo no âmbito da avaliação dos serviços prestados?”, questiona o deputado.

Em causa está a ca-pacidade de resposta do Governo, caso a previsão de-mográfica entre 2011 e 2036 esteja correcta. “Segundo as previsões demográficas para o período de 2011 a 2036 da Direcção do Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), o envelhecimento populacional agrava-se nos próximos 25 anos”, argu-menta. Segundo os mesmos dados, a população idosa em

2011 representava 7,3% da população total, que, em 2036, ocupará 20,7%, ou seja, em cada cinco pessoas

uma delas será um idoso, com mais de 65 anos.

“O aumento do número da população de meia-idade,

o alargamento da esperança média de vida e a baixa taxa de natalidade multiplicam o número de pessoas a ter direito à pensão para idosos, havendo, portanto, neces-sidade de dar atenção aos seus impactos na segurança social”, defende Si Ka Lon.

Por ter consciência da si-tuação, o Governo, segundo o deputado, criou em 2012 o grupo em questão permitin-do fazer “uma avaliação glo-bal relativamente às garan-tias da população sénior, em termos de saúde, habitação e segurança social”. Também nas Linhas de Acção Gover-nativa (LAG) para 2014, o Governo garantiu que iria terminar os diversos estudos e a revisão dos serviços prestados, “segundo o plano das acções traçado por esse mesmo grupo de trabalho”.

Assim sendo, Si Ka Lon questiona agora onde estão os resultados desses mes-mos estudo e pergunta se a população poderá ter acesso aos mesmos, para “conhecer melhor os fundamentos” em que se baseiam o Governo e o grupo para definir as políticas.

E A LEI? No mesmo documento o deputado, pergunta ainda, se existe algum plano para promover o trabalho legis-lativo relativamente à Lei

“Quando me convidaram para debater a ‘Revolução dos guarda-chuvas’ achei que era minha responsabilidade explicar aos meus colegas o que se está a passar em Hong Kong”, afirmou o estudante, originalmente de Macau.

MAIS DISCUSSÃO“Acho que Macau precisa de discutir mais qual é o seu ideal de sociedade. Não são só as necessidades básicas que são importantes, mas também o espírito democrático. Isto tem de ser mais discutido em Macau, já que está na base de qualquer movimento.”

Uma audiência de cerca de

40 pessoas assistiu ao debate, incluindo algumas personali-dades ligadas ao campo pró--democrático, como o deputado Au Kam San, o ex-deputado Paul Chan Wai Chi e o antigo presidente da Associação Novo Macau Jason Chao. A discussão decorreu no novo campus da Universidade de Macau, na Ilha da Montanha, e contou também com a participação do deputado Ng Kuok Cheong e do presidente da Novo Macau, Sulu Sou.

Frank Chio considera que as pessoas de Macau estão atentas ao que se passa em Hong Kong, mas têm uma opinião “tendenciosa devido à televisão e aos jornais” lo-cais e diz que a população de Macau está dividida no apoio aos estudantes de Hong Kong, devido à discordância com a desobediência civil.

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5 políticahoje macau sexta-feira 7.11.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

N ÃO está numa zo- na protegida, não tem plano urba-nístico, nem está

inserida numa zona tampão no âmbito do património cultural, pelo que acarreta riscos. É esta a preocupação do deputado directo Ho Ion Sang, sobre o mais recente projecto a desenvolver na zona do Ramal dos Mouros, junto à zona do Reserva-tório.

O desenvolvimento do terreno terá fins religiosos, prevendo-se a construção de um edifício com uma pequena parte destinada a habitação, sendo que a mesquita e cemitério mu-çulmanos serão mantidos. Apesar do projecto estar a ser analisado pelo Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), a verdade é que o deputado continua com dúvidas.

“O projecto preliminar de construção do edifício

CECÍLIA L [email protected]

O Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) garantiu ao

deputado Ng Kuok Cheong que o despedimento de Bill Chou, professor de Ciência Política, da Universidade de Macau (UM) nada tem a ver com questões de liberdade académica.

Depois do deputado da ala democrata, e ligado à Associa-ção Novo Macau (ANM) da qual fazia parte também Bill Chou, ter entregue uma interpe-lação escrita ao Governo sobre o mais recente caso de expulsão do ex-docente, o Executivo diz até que a UM não fez cerco ao professor.

Kwan Tsui Hang Tratamento de resíduos sem avançosKwan Tsui Hang criticou ontem o Governo por acreditar que as medidas para o tratamento de resíduos sólidos e os regulamentos respectivos não têm avançado de forma significativa. No entanto, o aterro para resíduos de construção já está lotado desde o final do ano passado. A autoridade ainda não publicou soluções concretas, dando azo a um ciclo sem fim de investigação e consulta. Algo inaceitável, na visão da deputada. Por isso mesmo, Kwan Tsui Hang questiona qual o calendário e quais os processos relativamente à implementação das instruções para a separação dos resíduos. “Além disso, o Executivo já assinou o protocolo com a província de Guangdong, no ano passado, prevendo uma linha de produção de equipamentos de transferência transfronteiriça e a entrada em funcionamento, em 2015, do tratamento de reutilização de resíduos de construção. Irá o Governo concluir o projecto como previsto?”, questiona a deputada.

RAMAL DOS MOUROS DEPUTADO CRITICA EXECUTIVO SOBRE PROJECTO JUNTO AO RESERVATÓRIO

Os altos riscos da construção “às cegas”Ho Ion Sang entregou uma interpelação ao Executivo onde questiona o projecto urbanístico juntoà zona do Reservatório. O prédio deverá ter 127 metros de altura e será construído numa “zona em branco”,o que gera preocupação ao deputado dos Kaifong

“Os residentes temem que a construção de grande envergadura possa levar à fuga de água do Reservatório ou à sua contaminação, bem como provocar o efeito biombo, prejudicar a paisagem ou impedir a circulação de ar”HO ION SANG Deputado

GAES SUSPENSÃO DE BILL CHOU NADA TEM A VER COM LIBERDADE ACADÉMICA

Processos há muitos...

poderá atingir os 127 metros de altura, com um edifí-cio misto com finalidade religiosa de 40 metros de altura máxima. Os residen-tes temem que a construção de grande envergadura possa levar à fuga de água do Reservatório ou à sua contaminação, bem como provocar o efeito biombo, prejudicar a paisagem ou impedir a circulação de ar”, escreveu Ho Ion Sang.

Por se tratar de uma “zona em branco”, o depu-tado lembra que “o Governo não pode construir edifícios muito altos, às cegas, deve ter em conta as experiên-cias do passado e analisar seriamente os projectos de desenvolvimento dos terre-nos mais polémicos”.

QUE IMPACTOS ?“Quando o Governo aprecia e autoriza qualquer projecto de aproveitamento, deve não apenas considerar se este está em conformidade com as normas jurídicas ou exi-gências técnicas, mas ainda

ponderar o desenvolvimento global da cidade e o interesse público. Por isso, queria sa-ber se o Governo procedeu a algum estudo, análise ou

avaliação sobre os impactos a causar nas zonas circun-dantes e nos seus morado-res”, referiu o deputado, que representa a União Geral das

Associações de Moradores (UGAMM) na Assembleia Legislativa (AL).

“Será que o Governo vai ponderar e reapreciar a

planta de condições urbanís-ticas e proceder novamente à auscultação não só das opiniões doutros serviços públicos, como dos mora-dores?”, questiona ainda Ho Ion Sang. O deputado quer ainda saber os motivos pelos quais foi alterada a finalida-de do terreno concedido por aforamento em 1996.

Na interpelação é ainda apresentado um caso antigo como exemplo. “Há anos atrás, o projecto de cons-trução de um edifício muito alto na Calçada do Gaio ia afectar a paisagem do patri-mónio cultural da UNESCO, que é o Farol da Guia. Após os protestos da sociedade, exigiu-se a diminuição da altura desse edifício, e, con-sequentemente, isso irá levar a uma indemnização de valor bastante avultado. Este caso afectou imenso a sociedade, pelo que os residentes ficam sempre muito preocupados quando são confrontados com edifícios com ‘efeito de biombo’ ou muito altos”, considerou Ho Ion Sang.

Sílvia Ribeiro Osório Ho, coordenadora-adjunta do GAES, explicou que a UM já instaurou diversos processos disciplinares e que o caso de Bill Chou não foi o único.

“Esta última acção foi iniciada devido a uma alegada violação dos regulamentos

internos ou orientações rela-tivas ao comportamento pro-fissional do docente, motivo este que não está associado, de forma alguma, à questão de violação da liberdade académica”, pode ler-se na resposta à interpelação.

“É preciso enfatizar que

o Governo sempre respeitou, nos termos legais, a autonomia administrativa, financeira e académica [das instituições]. O Governo da RAEM nunca in-terfere nos assuntos respeitan-tes à autonomia das mesmas”, refere ainda o GAES.

Recorde-se que o professor foi suspenso primeiramente e depois não viu o seu contrato renovado, alegadamente pelas suas convicções políticas.

Na interpelação ao Go-verno, contudo, o deputado democrata deixou ainda outra sugestão: que fossem criados contratos de trabalho sem termo na UM para o cargo de professores catedráticos. A UM terá prometido “estudar e debater o assunto com maior profundidade”.

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6 política hoje macau sexta-feira 7.11.2014

FIL IPA ARAÚ[email protected]

A 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Le-gislativa (AL)

reuniu ontem com seis associações da área da construção civil e urba-nismo para recolher novas opiniões sobre o Regime Jurídico de Acreditação, Registo, Inscrição e Quali-

LEONOR SÁ [email protected]

A deputada Wong Kit Cheng pediu ao Governo que cum-pra “com determinação”

a revisão de dois dos diplomas legais relativos à contratação de trabalhadores não-residentes (TNR), especialmente devido à recente autorização da importação de empregadas domésticas do interior da China.

Em interpelação oral, a deputa-da solicita que o Executivo reveja o Regime do Licenciamento das Agências de Emprego e a Lei da Contratação de Trabalhadores Não Residentes, algo que havia já pro-metido. No documento, a deputada aponta que os direitos e interesses dos empregadores estão desequili-brados e devem ser reformulados.

ARQUITECTURA PREOCUPAÇÕES COM FORMAÇÃO DO CONSELHO

Responsabilidade e bom senso“As seis associações apresentaram as suas preocupações principalmente com a composição do Conselho de Arquitectura e Engenharia, relativamente à formação contínua, estágios e instrução profissional”KWAN TSUI HANG Deputada e presidente da 1.ª Comissão Permanente da AL

TNR WONG KIT CHENG QUER REVISÃO IMEDIATA DE DIPLOMAS

Interesses desequilibrados

e Engenharia, que irá ser responsável pela avaliação dos profissionais a serem acreditados.

A deputada e presidente da Comissão, Kwan Tsui Hang, explicou que esta matéria “é um assunto muito sensível” e por isso mesmo é preciso ouvir várias vezes as opiniões dos profissionais. “As seis associações apresenta-ram as suas preocupações principalmente com a com-posição do Conselho de Arquitectura e Engenharia, relativamente à formação contínua, estágios e ins-trução profissional”, disse. Estas são competências que irão pertencer ao grupo.

PROFISSIONAIS ACIMA DE TUDOEm declarações à imprensa, Eddie Joe Wu, presidente da

Associação de Engenheiros de Macau, explicou que de-pois de se saber que o Con-selho será criado, ainda será decidido qual a “proporção de profissionais e qual a de funcionários públicos”, mas Wu diz que, por agora, não há muito a adiantar. “Como ainda nem sequer está criado o Conselho, muitas coisas não podem ser discutidas”, explicou, adiantando que o que as associações pretendem é que “todos os membros do Conselho sejam profissio-nais do sector”.

O presidente defendeu ainda que “nos outros países o conselho é sempre lidera-do por profissionais, mas como Macau só começou agora o seu reconhecimento profissional, faz sentido que seja o Governo a liderar o novo órgão”.

Wu explicou ainda que, segundo a nova proposta apresentada pelo Governo, os membros das associações não podem ultrapassar o número de representantes do Governo no Conselho. Algo que, segundo o presidente, as associações “não estão con-tra”, ainda que considerem que “no futuro, de forma progressiva, os profissionais devem liderar o Conselho”.

Recorde-se que este regime pretende reconhe-cer as actividades desem-penhadas nesta área por profissionais do sector privado, ainda que também os funcionários públicos da área também possam submeter-se ao exame para a licença. Todos têm de o fazer e a matéria que vai ser no exame é definida pelo Conselho de Arquitectura e Engenharia.

“Muitas [empregadas domésti-cas] não correspondem ao tipo de pes-soa que os empregadores pretendem contratar ou não têm competências suficientes para a prestação de ser-viços, mas como a oferta é pequena, os empregadores são obrigados a tolerá-las”, atira Wong.

PROMESSAS POR CUMPRIRA solução para esse e outros pro-blemas sublinhados pela deputada passa, principalmente, pelo cum-primento da promessa feita no ano passado pelo Secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam: “a resolução do problema

carece de uma ponderação geral e da apreciação da lei laboral e da lei da imigração”, lê-se na resposta dada pelo Secretário.

Para Wong Kit Cheng, a po-lítica de importação de pessoal estrangeiro precisa de ser melho-rada, de forma a permitir que todas

as famílias requerentes tenham efectivamente acesso aos servi-ços que pediram. “Para além da aplicação de inquéritos às famílias que já contrataram empregadas domésticas do interior da China, que outras medidas vai o Gover-no adoptar para que a respectiva política de importação consiga surtir melhor os seus efeitos?”, questionou.

Finalmente, a deputada ques-tiona o atraso na entrega dos do-cumentos de revisão das leis acima referidas, devendo o primeiro ser entregue ao Conselho Permanente de Concertação Social e o segun-do divulgado pelo Executivo. “O Governo vai mesmo, com determi-nação, efectuar a revisão daquele Regime e daquela Lei? Se sim, qual é o ponto de situação desses trabalhos?”, inquiriu Wong.

A “sensível” questão da composição do Conselho de Arquitectura e Engenharia que terá nas mãos o poder de avaliar os profissionais a serem acreditados gera alguma apreensão no seio das associações do sector

ficação para o Exercício de Funções Profissionais nos Domínios da Construção Civil e do Urbanismo. Os

membros das associações mostram-se preocupados com a composição do Conselho de Arquitectura

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7SOCIEDADEhoje macau sexta-feira 7.11.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

AS muitas críticas que os idosos têm feito ao regi-me de pensões antecipa-das do Governo levou o

Fundo de Segurança Social (FSS) a pedir um estudo à empresa Towers Watson. Contudo, a consultora chegou à conclusão que o actual sistema é “dos mais generosos do mundo”, pelo que o Executivo não deverá efectuar mudanças.

Actualmente, os idosos entre os 60 e os 64 anos que queiram pedir a sua reforma antecipada podem fazê-lo, recebendo apenas 75% do valor total, sendo que essa percentagem vai aumentando à medida que os anos avançam. A reforma só será paga na totalidade quando o beneficiário celebrar 80 anos de idade.

O estudo considera que, de entre os regimes da pensão para idosos de 11 países ou regiões, apenas três países têm o regime da pensão para idosos antecipada, sendo que os benefícios prestados no regime são mais favoráveis.

Lau Si Io Ofertade habitação públicaé suficienteO Secretário para as Obras Públicas e Transportes, Lau Si Io, disse ontem que a oferta de habitação pública é suficiente, tendo citado dados como a taxa de casamentos e de imigração, considerando, portanto, que não há motivos para “pânico”. O Secretário falou à imprensa depois de Liu Chak Wan, membro do Conselho Executivo, ter dito que a taxa de ocupação das casas públicas em Seac Pai Van tem sido baixa, algo que Lau Si Io negou, tendo prometido a entrada de mais residentes em casas T1 no edifício de habitação económica Ip Heng, depois de concluídos todos os procedimentos administrativos. O Secretário disse ainda que tanto as casas de Seac Pai Van como do Edifício do Lago têm altas taxas de ocupação. Lau Si Io disse ainda que os candidatos às 19 mil casas públicas já escolheram todos o seu apartamento, sendo que estes poderão mudar-se para os seus apartamentos assim que os projectos estiverem concluídos, no início de 2015.

AUMENTAR CONTRIBUIÇÕES As conclusões da Towers Watson apontam ainda para medidas que o Executivo pode implementar, sendo uma delas o “aumento do montante das contribuições dos empregadores e membros”. A consultora pede ainda que seja feito um “estudo profundo sobre todo o regime de pensão para idosos”. Ip Peng Kin garantiu que o aumento das contribuições para o FSS tem de acontecer, mas disse que o assunto ainda está a ser debatido pelo Conselho Permanente de Concertação Social, não havendo ainda conclusões sobre os futuros montantes. Actualmente, um empregado desconta 15 patacas por mês para o FSS, enquanto que o patrão deve descontar 30 patacas. Quanto à revisão do sistema, o presidente do FSS disse haver lugar a mudanças, que devem ter como base as opiniões da sociedade.

“Normalmente, a percentagem para o recebimento da pensão para idosos, com antecipação a cinco anos, é de 70%, enquanto que em Macau é de 75% e se mantém inalterada até aos 80 anos. [Trata-se de] um arranjo mais vantajoso do que a providência internacional”IP PENG KIN Presidente do FSS

Um estudo desenvolvido pela empresa Towers Watson considera que a percentagem de 75% paga pelo Fundo de Segurança Social aos idosos que pedem a sua reforma antecipada é justa, afirmando que Macau tem dos sistemas mais “generosos” do mundo

IDOSOS ESTUDO APOIA ACTUAL REGIME DE PENSÕES ANTECIPADAS

A “generosidade” do sistema

“Os beneficiários passam a receber a pensão depois de terem completado 80 anos, enquanto que noutros países não se aplica esta medida”, pode ler-se nas conclu-sões do estudo, ontem apresentado. “Normalmente, a percentagem para o recebimento da pensão para idosos, com antecipação a cinco anos, é de 70%, enquanto que em Macau é de 75% e se mantém inal-terada até aos 80 anos. [Trata-se de] um arranjo mais vantajoso do que

a providência internacional”, disse Ip Peng Kin, presidente do FSS.

SEM ALTERAÇÕESApesar das críticas, apoiadas até pelo deputado Ng Kuok Cheong, o Governo garante que não vai alterar as percentagens dos paga-mentos efectuados, nem o acesso ao regime. “O Governo acha que, nesta fase, se devem manter as

percentagens existentes de modo a assegurar a estabilidade do regime, evitando confusão do público”, considerou o responsável.

“Há opiniões na sociedade que esperam que se possa reduzir a idade do recebimento da pensão para idosos com 60 anos, mas consideramos que é necessário proteger os benefícios existentes. É mais adequado que a idade se

mantenha nos 65 anos”, apontou ainda Ip Peng Kin, que deixou o alerta: “não podemos prever quem vai morrer com que idade, cada um terá de decidir se quer antecipar a sua reforma ou não”.

Chan Pou Wan, vice-presidente do FSS, associou ainda as actuais crí-ticas com o facto de existirem pessoas que não percebem bem este regime. “Temos de fazer deduções e devido à falta de conhecimentos jurídicos há pessoas que acham sempre que sofrem grandes descontos”, apontou.

Actualmente 57% dos bene-ficiários do FSS recebem a sua pensão antecipada, sendo que o organismo gasta, por ano, 2,6 mil milhões de patacas em pagamentos de reformas e outros subsídios.

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hoje macau sexta-feira 7.11.20148 sociedade

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ANDREIA SOFIA [email protected]

M ANTER vivo o ensino e a inves-tigação sobre a arquitectura e

urbanismo locais é o objec-tivo do próximo projecto do departamento de Arquitec-tura e Design da Faculdade

CECÍLIA L [email protected]

A receita do Jogo em Outubro caiu 23% em relação ao ano passado e, de acordo com o jornal Ou Mun,

prevê-se ajustes em cerca de 30% das salas VIP do território, calculando-se mesmo que algumas fechem portas. Algumas das salas já suspenderam operações por falta de negócio, que cada vez escasseia mais devido ao combate de Pequim à corrupção.

O Ou Mun sublinhou, contudo, que embora alguns dos espaços VIP tenham apenas suspendido as operações, outros optaram mesmo por encerrar portar e ter-minar negócio. Na página de Economia do periódico chinês, a queda das receitas do Jogo é tida como uma das causas para a diminuição do preço das casas no território, como é o caso do condomínio One Oasis, situado na zona de Seac Pai Van. O valor de venda destes empreendimentos caiu 20%, sendo o preço mais baixo de 7500 patacas por cada pé-quadrado. Segundo uma agência imobiliária citada pelo jornal, alguns proprie-tários não estão optimistas com o futuro do mercado, tendo mesmo vendido os espaços

habitacionais que tinham. O presidente da Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau, Zhong Xiaojian, prevê que o preço da habitação privada em Seac Pai Van vá subir em 2016 e 2017, devido à conclusão dos projectos que estão agora a ser feitos no Cotai, bem como da ponte entre Macau, Hong e Zhuhai.

PREÇO MÉDIO EM BAIXOA mesma notícia avança ainda que o preço médio das habitações no território vai cair 8%. Segundo o presidente da Associação Comercial de Fomento Predial de Macau, Lok Wai Tak, já houve casas de luxos a ser vendidas a preços reduzidos na zona norte. Esta tendência, referiu a agência imobiliária ao Ou Mun, deve-se à queda das receitas dos casinos. “A queda do preço de casas de luxo mostra que os investidores já não têm paciência e pretendem lucrar com a venda das suas casas. Se a redução atingir os 20% do preço inicial – o que representa cerca de 10 mil dólares de Hong Kong – o valor é já significativo”, sublinhou o responsável. Lok disse, contudo, que a diminuição do preço das habitações não deverá interferir no preço dos escritórios e espaços de venda.

UM ‘Honoris causa’ paraMo Yan e outros dois Nobel

Os materiais da exposição “Trama e Emoção” de Manuel Vicente serão os primeiros a integraro futuro arquivoda Universidade de São José,que o docenteDiogo Teixeira considera pioneirono ensinosuperior local

USJ ARQUIVO SOBRE ARQUITECTURA E URBANISMO

Estimular a história

OU MUN QUEBRAS NO JOGO AFECTAM PREÇOS DAS CASAS

Habitação em saldos

de Indústrias Criativas da Universidade de São José (USJ). Trata-se da criação de um arquivo com materiais e o espólio de vários arquitectos com trabalho feito em Macau. A manutenção dos materiais da exposição “Trama e Emo-ção”, de Manuel Vicente, algo que o HM já noticiou, é apenas o primeiro passo.

“O departamento está muito empenhado em estimu-lar o conhecimento histórico

e crítico da cultura arqui-tectónica de Macau. Uma das iniciativas neste sentido é precisamente estabelecer um arquivo de arquitectura e urbanismo locais. Composto por desenhos, maquetas, foto-grafias e outros documentos, este arquivo será disponibi-lizado aos nossos estudantes e a investigadores externos. Para além disso, partes deste arquivo serão objecto de exposições abertas ao públi-co”, explicou ao HM Diogo Teixeira, docente no curso de arquitectura da USJ.

ACÇÃO PIONEIRASendo este o primeiro arqui-vo do género a ser desenvol-vido no ensino superior em Macau, Diogo Teixeira con-sidera a iniciativa pioneira.

“É significativo começar-mos com Manuel Vicente, que é uma figura chave da arquitectura e urbanismo de Macau. Foi uma oportunida-

de que surgiu, sentimos a res-ponsabilidade de tomar conta dela. A ideia é desenvolver projectos de investigação sobre a arquitectura moderna e contemporânea em Macau, que os nossos alunos vão fazer e, ao fazer o estudo, vão elaborar documentos. Tudo isso vai dar lugar a que sejam produzidos novos elementos que poderão ser alvo de exposições temáticas sobre variados temas que ainda não estão definidos”, explicou o docente.

Outra ideia sobre a qual ainda não há certezas pren-de-se com a realização da exposição “Trama e Emo-ção” em lugares como Goa e Hong Kong, intenção que já tinha sido demonstrada por João Afonso, curador da exposição, ao HM.

“É ideia levar essa expo-sição a Goa, por exemplo, cidade onde Manuel Vicente esteve e onde poderia fazer sentido mostrar o trabalho dele. Eventualmente tam-bém em Hong Kong, onde Manuel Vicente leccionou. Mas é apenas uma intenção”, explicou Diogo Teixeira.

ESTE ano, a Universi-dade de Macau (UM)

distinguiu cinco persona-lidades com o título de ‘Honoris Causa’, sendo que a lista integra o escritor Mo Yan, primeiro cidadão chinês a receber um No-bel, em 2012. Mo Yan vai receber o título de Doutor em Letras.

Também Robert C. Merton, Nobel da Eco-nomia em 1997, e Chen--Ning Franklin Yang, a quem foi atribuído o mes-mo galardão da área da Fí-sica, em 1957, são dois dos eleitos pela universidade. A área de Engenharia Civil será representada nesta distinção da universidade pelos académicos e inves-tigadores Lee Chack Fan e Ir Siu Yin Wai.

Mo Yan – pseudónimo de Guan Moye e que signi-fica “não fales” – tem agora

59 anos e um longo reper-tório de obras publicadas, quase todas versando sobre a sociedade e políticas pra-ticadas na China moderna e contemporânea. As suas obras sofreram censura por parte do Governo chinês durante vários anos, até lhe ter sido concedido o Pré-mio Nobel da Literatura, há dois anos.

Além de obras como “Sorgo Vermelho” ou “Peito grande, ancas lar-gas”, Mo fez ainda nove guiões para cinema e televisão, duas peças de teatro, cinco ensaios académicos e 80 curtas--metragens.

A cerimónia de dis-tinção das cinco persona-lidades provenientes de Macau, interior da China, Hong Kong e EUA, terá lugar na UM, às 11 horas de 6 de Dezembro.

Manuel Vicente

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9 sociedadehoje macau sexta-feira 7.11.2014

LEONOR SÁ [email protected]

O Executivo dis-se estar “em-penhado” em melhorar e ex-

pandir o sector da Medicina Tradicional Chinesa. Um dos objectivos passa, desde já, por melhor fiscalizar a publicidade feita aos me-dicamentos vendidos no território.

Tudo isto foi referido por Choi Peng Cheong, chefe do departamento dos Assuntos Farmacêuticos dos Serviços de Saúde (SS), citado através de comunica-do. O responsável referiu que Macau tem vindo a optimizar dos serviços e produtos relacionados com este sector, melhorando a fiscalização e gestão de

publicidade de medicamen-tos. As afirmações foram proferidas no primeiro dia de um curso sobre Medicina Tradicional Chinesa, que decorre até hoje.

A p a r d o q u i n t o ‘workshop’ de formação regional, realiza-se também outro curso de formação local, que estão integrados no Plano de Cooperação na área de Medicina Tradicio-nal Chinesa. Ambos versam sobre Informação e Educa-ção para os Consumidores e são leccionados por es-pecialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os cursos, organizados pelo Executivo e pela OMS, es-tão inseridos num protocolo assinado pelas duas partes em Julho de 2011 e que prevê a concretização de 16 cursos – oito regionais e

oito locais – sobre Medicina Tradicional.

APLICAÇÃO PRÁTICAO mesmo acordo, com prazo de quatro anos, compreende ainda a elaboração de docu-mentos técnicos referentes ao estudo desta área em termos de aplicação clínica. Em comunicado, os SS apro-veitaram para referir que, entre 2012 e Junho deste ano, foram realizadas oito das 16 sessões previstas.

O presente ‘workshop’ com incidência na região conta com a participação de 30 representantes de 18 países, enquanto no curso local se inscreveram 120 participantes, dos quais médicos ocidentais, de me-dicina tradicional chinesa, farmacêuticos, enfermeiros com formação e gestores

destas áreas. De entre as várias disciplinas do curso estão Direito e Protecção dos Doentes e Papel dos Profis-sionais de Saúde, Projecto e outras relacionadas com promoção da comunicação entre médicos e pacientes.

Recorde-se que um dos principais problemas, aos olhos da OMS, é a dificuldade de integração das técnicas de Medicina Tradicional nos sistemas nacionais dos países mem-bros. Para ultrapassar este obstáculo, a organização internacional traçou um plano decenal para que os países criem políticas de supervisão, regulamentem os sistemas de qualificação dos profissionais para que seja possível registar este tipo de práticas, tornando-as acessíveis aos pacientes.

Fronteira Suspeita de venda de documentos A polícia Judiciária (PJ) descobriu ontem um caso de tráfico de droga na zona industrial da fronteira de Macau-Zhuhai. Há, porém, duas associações que consideram este caso apenas a “ponta de um icebergue”. A vice-presidente da Associação de Beneficência e Assistência Mútua dos Moradores do Bairro da Ilha Verde, Chan Fong, disse que suspeitava da venda de documento de identidade falsos junto à fronteira. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, a responsável sugeriu que os trabalhadores não residentes começassem a passar a fronteira com registo de trabalho. Tal como Chan Fong, também o director da Aliança do Povo de Instituição de Macau, Chan Tak Seng espera que o Executivo instale sistemas de videovigilância naquela zona, assim aumentando o nível de supervisão.

Deficientes Cáritas substitui táxis amarelos A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) anunciou que, para diminuir o impacto que a cessação dos serviços dos táxis amarelos poderá ter na vida da população, a Cáritas de Macau vai prestar o serviço de transporte de deficientes. Actualmente, existem dois tipos de transporte deste tipo prestados pela Cáritas, incluindo autocarros de reabilitação, que servem principalmente para transportar deficientes para o hospital e centros de saúde. Outro tipo de serviço é o chamado “ponto a ponto”, onde os necessitados podem ser transportados para pontos turísticos e outros sítios da cidade.

A queda das receitas dos casinos de Macau

está a influenciar a cotação das operadoras na bolsa de Hong Kong, com o mer-cado a reagir em baixa e as perdas a variarem entre os 13 e os 33%.

De acordo com um analista do sector finan-ceiro de Macau, que pediu à agência Lusa o anoni-mato, desde o final do ano passado, os operadores de Jogo em casino de Macau estão a registar fortes quedas - entre 26 e 41% -, mas as maiores descidas começaram em Junho, mês que ficou marcado pela primeira baixa homóloga das receitas desde o início da década. Para o mesmo analista, os casinos de Ma-cau estão “a sofrer” várias condicionantes, desde logo o “maior controlo por parte das autoridades chinesas à saída de capitais», limitada a 20 mil yuan diários, um

valor baixo para os milhões apostados nas mesas dos casinos de Macau.

Por outro lado, acres-centou a fonte, a “recupe-ração económica mundial não é uma realidade e os próprios números do cres-cimento chinês estão a ser revistos em baixa, o que contrai os investidores e, em certa medida, também afasta jogadores”. A mes-ma fonte explicou ainda que a conquista de peso nas receitas dos casinos do mercado de massas “está a ser afectada pela crise política em Hong Kong”.

Apesar das quedas, a fonte explicou que as contas dos operadores “não estão em risco”, embora “vão apresentar menos lucros”. Desde Dezembro de 2013 que o valor das acções dos ope-radores de Jogo na bolsa de Hong Kong registou fortes quedas. - Lusa/HM

MEDICINA TRADICIONAL GOVERNO APOSTA NA FISCALIZAÇÃO

Para vossa informação

Jogo Baixa de receitas influencia cotações da bolsa de Hong Kong

O Governo reafirma o seu compromisso para com a promoçãoda Medicina Tradicional Chinesa. Um dos primeiros passos será um controlo mais efectivo da publicidade feita aos medicamentos

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13CHINAhoje macau sexta-feira 7.11.2014

A China e os Estados Unidos apresentarão durante a cimeira da APEC, que decorre em Pequim, uma proposta conjunta que visa aumentar o combate à corrupção

O empenhamento dos países do anel do Pacifi-co no combate

comum à corrupção ficará consagrado na cimeira anual da APEC (Cooperação Eco-nómica Ásia-Pacífico), que decorre até terça-feira em Pequim, anunciou ontem um responsável da organização.

De acordo com uma proposta conjunta da China e dos Estados Unidos da América (EUA), entre os documentos a aprovar na reunião está incluída uma

O representante do Presidente de Tai-wan para a cimeira do Fórum de

Cooperação Económica da Ásia-Pacífico (APEC), o ex-vice-presidente Vincent Siew, vai reunir-se com o Presidente da China, Xi Jinping, no domingo, anuncia-ram fontes oficiais.

Vincent Siew e Xi Jinping vão abordar as relações bilaterais, incluindo a coope-ração económica, e a integração regional, em conformidade com o principal tema da

cimeira, que decorre nos dias 10 e 11, disse a vice-ministra do Conselho de Assuntos da China Continental, Wu Mei-hung, em conferência de imprensa.

“Esperamos que o encontro agendado entre Siew e Xi consolide uma base sólida para futuras relações bilaterais positivas”, disse a vice-ministra, que definiu como objectivos comuns do desenvolvimento pacífico dos dois lados do Estreito de Taiwan e a estabilidade regional”.

A China vai enviar 480 médicos para a Libéria

para tratar doentes infec-tados com o vírus Ébola num centro sanitário que está a construir naquele país, anunciou ontem um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

“A China sente o so-frimento das nações afri-canas e, como irmãos, oferecemos o apoio que podemos dar dentro das nossas capacidades”, disse o porta-voz, Hong Lei.

Os primeiros 160 mé-dicos chegarão à Libéria no próximo domingo e os outros 320 quando o refe-rido centro estiver pronto, indicou o porta-voz.

O centro, uma unidade com cem camas, que deverá começar a funcionar dentro de um mês, está a ser cons-truído por militares chineses.

Desde Março passa-do, a China enviou cinco pacotes de ajuda aos três países mais afectados pela epidemia (Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri), no

CORRUPÇÃO COMBATE ALARGADO AO ANEL DO PACIFICO

Ataque combinado

A declaração resultará no estabelecimento de “um organismo que reunirá as agências especializadas no combate à corrupção” dos 21 países e regiões-membros da APEC

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, chegou ao seu término, e, que de acordo com o artigo 53º. da Lei nº.10/2013 “Lei de Terras”, de 2 de Setembro, conjugado com os artigos 2º. e 4º. da Portaria nº. 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que devem os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.Localização dos terrenos:- Rua de Luís Gonzaga Gomes, nºs. 40A a 68G e Alameda Dr. Carlos D’Assumpção, nºs. 620F a 620M, em Macau,

(Edifício Nam Un);- Rua de Pedro Coutinho, nºs. 25B a 27B, em Macau, (Edifício Queen’s Court);- Rua de Francisco Xavier Pereira, nºs. 1 a 1E e Estrada do Repouso, nºs. 48 a 48C, em Macau, (Edifício Seng Kong);- Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, nºs. 505 a 567, Rua dos Pescadores, nºs. 424 a 508, Travessa da Central

Térmica, nºs. 4 a 60 e Travessa Marginal da Areia Preta, nºs. 5 a 63, em Macau, (Edifício Hantec).2. Agradece-se aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam ao Núcleo da

Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, procede-se à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6º. da Portaria acima mencionada.Aos, 13 de Outubro de 2014.

A Directora dos Serviços de Finanças,Vitória da Conceição

reunirá as agências espe-cializadas no combate à corrupção” dos 21 países e regiões-membros da APEC, um fórum de diálo-go fundado em 1989, que representa mais de metade do produto económico mundial e cerca de metade do comércio global.

Além dos Estados Uni-dos da América e da China, que são também as duas maiores economias do pla-neta, a APEC integra a Austrália, o Brunei, Canada, Chile, Coreia do Sul, Filipi-nas, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Peru, Rússia, Singa-pura, Tailândia, Taiwan e Vietname.

REUNIÕES DE ALTO NÍVELEntre os líderes esperados em Pequim figuram os presidentes Barack Obama (EUA) e Vladimir Putin (Rússia), e o primeiro-mi-nistro japonês, Shinzo Abe.

O encontro político de alto nível, marcado para os dias 10 e 11 de Novembro, será precedido por uma reu-nião ministerial e por uma cimeira empresarial, a partir da próxima sexta-feira.

Esta será uma das mais importantes reuniões inter-nacionais organizadas em

Pequim depois dos Jogos Olímpicos de 2008 e, como há seis anos, o Governo chinês não se poupou a meios para eliminar a con-siderada “crónica poluição” da cidade.

Durante dez dias, e desde segunda-feira passada, os veículos privados circulam alternadamente, segundo o ultimo número das respecti-vas matrículas, o que retirou do trânsito 35% do parque automóvel de Pequim.

“MINI-FÉRIAS” Para facilitar ainda mais a circulação, escolas e re-partições públicas estarão fechadas de 07 a 12 de Novembro, proporcionan-do umas “mini-férias” a centenas de milhares de funcionários, professores e estudantes.

Nas imediações da capi-tal chinesa, onde se concen-tram algumas das indústrias mais poluentes do norte da China, milhares de fábricas e estaleiros pararam a la-boração.

Hoje, pelo segundo dia consecutivo, Pequim acor-dou com sol e céu azul.

A qualidade do ar na capital chinesa, que na se-mana passada atingiu o nível de “gravemente poluída”, passou a ser “excelente”.

“Declaração Anti-Corrup-ção de Pequim”, segundo o director-executivo do secretariado da APEC, Alan Bollard.

A declaração resultará depois no estabelecimen-to de “um organismo que

Taiwan Representante do Presidente reúne com Xi Jinping Ébola Pequim envia 480 médicos para a Libériavalor total de 82 milhões de dólares, salientou o porta-voz.

A China é o maior par-ceiro comercial de África, estimando-se que cerca de um milhão de chineses vivam hoje no continente africano.

Na segunda-feira pas-sada, em Pequim, um

responsável da Comissão Nacional de Saúde e Pla-neamento Familiar disse não ter sido encontrado qualquer caso de conta-minação os cerca de 8.500 chineses residentes na Li-béria, Serra Leoa e Guiné--Conacri, países onde o vírus do Ébola já matou quase 5.000 pessoas.

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À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

O CENTENÁRIO QUE FUGIU PELA JANELA E DESAPARECEU • Jonas JonassonNo dia em que Allan Karlsson celebra 100 anos, toda a cidade o aguarda para uma grande festa em sua honra. Mas Allan tem outros planos Morrer de velho? Sim, mas não ali! Munido de um par de chinelos gastos, joelhos empenados e uma ousadia tremenda, Allan lança-se numa extraordinária aventura, arrastado numa torrente de equívocos e golpes de sorte. “Humor negro, história do século XX e protagonistas irónicos capazes do impossível: fazer-nos ansiar pela velhice! Uma receita absolutamente viciante.” (Luís Filipe Borges).

14 hoje macau sexta-feira 7.11.2014EVENTOS

Verbasco

Paula BichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

HOJE NA CHÁVENA

Nome botânico: Verbascum thapsus L.Família: Scrophulariaceae.Nomes populares: Barbasco; Bom-homem; Erva-de-São-Fiacre; Tróculos-brancos; Vela-de-Nossa-Senhora.

Originário da Europa, o Verbasco é uma planta silvestre de aspecto curioso: de caule erecto e grandes folhas verde- -claras, espessas e cobertas de pelos lanosos, pode alcançar mais de metro e meio de altura; as flores, amarelas, nas-cem compactas em longa espiga terminal. Podemos observá-lo em locais incultos e na beira dos caminhos.Conhecido por Hipócrates, Plínio e Dioscó-rides, que o recomendavam nas afecções dos pulmões, o Verbasco faz parte da composição da “tisana das quatro flores”, uma famosa infusão peitoral. Além disso, era ainda empregue com outros fins: os caules eram usados para aquecer os fornos dos padeiros, as folhas serviam de pavio nas lamparinas de azeite e das flores obtinha-se uma tinta amarela. É ainda uma planta melífera. Em fitoterapia são usadas as flores e, por vezes, as folhas.

COMPOSIÇÃOMucilagens, saponinas triterpénicas, iridóides monoterpénicos, fitosteróis, ca-rotenoides, flavonoides, ácidos fenólicos, goma, taninos, cumarinas e vestígios de óleo essencial; contém ainda lípidos, frutose e sais minerais.

ACÇÃO TERAPÊUTICAActuando em todo o trato respiratório, superior e inferior, o Verbasco é uma planta muito eficaz pelas várias pro-priedades que apresenta: desinflama e suaviza as mucosas, acalma os espasmos e a tosse, alivia a irritação da garganta, dissolve as mucosidades tornando-as mais fluidas e favorece a expectora-ção; combate ainda bactérias e vírus, é anti-alérgico e depurativo, aumentando a transpiração e contribuindo para a eliminação das toxinas. Está indicado na constipação e gripe, catarro, tosse seca e irritativa, rouquidão, rinite, faringite, bronquite, asma e tuberculose (como adjuvante).Tradicionalmente tem sido usado na reten-ção de líquidos, cistite, prostatite, cálculos e reumatismo pela actividade diurética.

Como analgésico pode ser empregue em caso de enxaquecas, dores de dentes e nevrálgicas.

OUTRAS PROPRIEDADESEm uso externo, o Verbasco desinflama e de-sinfecta a pele e mucosas, suaviza, protege e regenera os tecidos tonificando-os, favorece a cicatrização de feridas e a cura de contu-sões. Tem indicação nas feridas e úlceras, prurido, frieiras, queimaduras, furúnculos e hemorroidas; é igualmente recomendado na acne e eczema, inflamações da boca e faringe, conjuntivites e blefarites (terçolho), otites e nevralgias. É ainda utilizado para alourar o cabelo.

COMO TOMAR• Uso internoInfusão das flores: 1 colher de sobremesa por chávena de água fervente, 10 minutos de infusão. Tomar 3 chávenas por dia, fora das refeições. Nas afecções respiratórias adoçar com mel.Em tintura; na forma de xarope, cápsulas e comprimidos, em fórmulas para as afeções respiratórias e alergias.• Uso externoDecocção das flores e folhas: 80 g por litro de água. Em lavagens, compressas, enemas, bochechos e gargarejos.Para clarear o cabelo: aplicar a decocção das folhas (100 g por litro de água) em lavagens.Cataplasma das folhas fervidas em leite: na pele inflamada e nevralgias.

RECEITA – ÓLEO MEDICINAL DE VERBASCONum frasco colocar 20 g de flores de Ver-basco, 40 ml de azeite e tapar. Deixar a macerar durante 2 semanas em local com luz solar; agitar diariamente. Tem acção antibiótica, anti-inflamatória e analgésica sendo indicado nas otites (1 ou 2 gotas, 2 ou 3 vezes por dia), hemorroidas e outras inflamações da pele.

PRECAUÇÕESNão são conhecidas contra-indicações nem efeitos secundários nas posologias indicadas. Filtrar muito bem as preparações das flores, com um pano fino ou algodão, de forma a eliminar os pelinhos do cálice e dos estames que podem provocar irritações na garganta (tosse) e aparelho digestivo. Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.

LEONOR SÁ [email protected]

A segunda edição dos Prémios Lusos está aí e o director criativo da agência

Goldfish, Henrique Silva, também conhecido por Bi-bito volta a estar no painel de jurados pela categoria de Eventos. A primeira fase de inscrições encerra hoje, mas a oportunidade não acaba por aqui. É que, de acordo com a organização, há mais três fases que os candidatos

IPOR Homenagem a Eugénio TavaresA Associação de Promoção da Cultura Cabo-verdiana organiza a conferência d“Eugénio Tavares”, que irá decorrer hoje, pelas 18h30, no Café Oriente do Instituto Português do Oriente (IPOR), para assinalar o Dia da Cultura Cabo-verdiana. A conferência será proferida pela docente de língua portuguesa na Escola Portuguesa de Macau Alexandra Domingues e tem como objectivo homenagear o compositor Eugénio Tavares. “Natural da Ilha Brava, onde nasceu em 1867, Eugénio Tavares constitui uma referência para a cultura cabo-verdiana, cuja especificidade foi, aliás, dos primeiros a reivindicar e a expressar na música, na literatura, no jornalismo”, explica a organização. Eugénio, humanista, republicano e crítico do abandono das ilhas, esteve exilado nos Estados Unidos, onde consolidou uma carreira jornalística e ensaísta.

PRÉMIOS LUSOS HENRIQUE SILVA / BIBITO NO PAINEL DO JÚRI

Diversidade criativapodem aproveitar para se inscreverem e que têm lugar a cada quatro meses.

O território não vai, pelo menos para já, levar qual-quer projecto a concurso. No entanto, tal não significa que Macau não venha a figurar na edição final da iniciativa, que é tripartida e conta com edições mais pequenas ao

longo do ano, culminando numa Grande Final.

CONTEXTUALIZAROs Prémios Lusos visam ga-lardoar as agências e empresas mais criativas da comunidade lusófona, abrangendo Portu-gal, Brasil, Angola, Moçam-bique e o território. No ano passado, a agência local de

Os Prémios Lusos, que nesta segunda edição contam com 14 categorias, premeiam as empresas e agências mais criativas do mundo lusófono

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CONTOS DE VAMPIROS • Ana Paula Tavares, Gonçalo M. Tavares, Hélia Correia, João Tordo, Jorge Reis-Sá, José Eduardo Agualusa, Miguel Esteves Cardoso, Rui Zink, Susana CabaçoPor favor não me leia o pescoço. Lembra-se do filme? Agora tem um livro: nove terríveis contos de vampiros, originais e assinados por autores portugueses contemporâneos, directamente para os seus maiores receios de leitor! A partir do momento que iniciar a leitura, a responsabilidade é inteiramente sua.

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15 eventoshoje macau sexta-feira 7.11.2014

U M conjunto de nove filmes de realizadores portugueses integra a

extensão do Festival Inter-nacional de Documentário de Lisboa - DocLisboa que o Instituto Português do Oriente traz este mês pelo segundo ano consecutivo a Macau, como já tinha sido anunciado.

Os filmes a exibir de 19 a 29 de Novembro, sete longas e duas curtas--metragens, foram todos produzidos em 2013 e inte-graram as várias categorias do DocLisboa.

Na edição deste ano, André Valentim Almeida, realizador de “A Campanha do Creoula”, premiado com o “Doc Alliance 2014”, um galardão criado por sete fes-tivais europeus dedicados ao documentário, vai estar em

Macau para abordar o seu filme com os espectadores, quer para sessões em esco-las quer em universidades locais.

Além de realizador, André Valentim Almeida é investigador e professor assistente na Universidade do Porto estando actual-mente a finalizar o seu doutoramento na área de Documentário. Entre os trabalhos por si realizados contam-se também “From New York with Love” (2012), “Uma na Bravo Outra na Ditadura” (2010) e “New York is a Big Apple” (2010).

OUTROS PREMIADOSEntre os filmes premiados também estará em exibição “Tabatô”, uma realização de João Viana, vencedor

do Prémio Culturgest para a Melhor Curta-Metragem.

Até 29 de Novembro, o auditório do consulado-ge-ral de Portugal em Macau mostra ainda diariamente trabalhos de Susana Nobre (Vida Activa), Maria Clara Escobar (Os Dias com Ele), Margarida Leitão (Cara a Cara), Miguel Gomes (Ta-batô), Patrícia Nogueira (3 Horas para Amar), Catarina Laranjeiro (Pavia de Ahos) e Luciana Fina (In Medias Res).

A II Extensão do DocLis-boa a Macau tem organiza-ção do Instituto Português do Oriente em parceria com a APORDOC - Associação pelo Documentário, do Do-cLisboa e com o Instituto Cultural de Macau e conta com o apoio do consulado--geral de Portugal.

IPOR Homenagem a Eugénio TavaresA Associação de Promoção da Cultura Cabo-verdiana organiza a conferência d“Eugénio Tavares”, que irá decorrer hoje, pelas 18h30, no Café Oriente do Instituto Português do Oriente (IPOR), para assinalar o Dia da Cultura Cabo-verdiana. A conferência será proferida pela docente de língua portuguesa na Escola Portuguesa de Macau Alexandra Domingues e tem como objectivo homenagear o compositor Eugénio Tavares. “Natural da Ilha Brava, onde nasceu em 1867, Eugénio Tavares constitui uma referência para a cultura cabo-verdiana, cuja especificidade foi, aliás, dos primeiros a reivindicar e a expressar na música, na literatura, no jornalismo”, explica a organização. Eugénio, humanista, republicano e crítico do abandono das ilhas, esteve exilado nos Estados Unidos, onde consolidou uma carreira jornalística e ensaísta.

Rod Stewart Tributo no Venetian “The Rod Experience” é o espectáculo de tributo ao músico Rod Stewart que está a decorrer no espaço Bellini Lounge, no Venetian, até ao próximo dia 8 de Novembro entre as 22h e 23h30. O grupo que presta tributo a um dos mais importantes músicos da cena musical norte-americana é composto por sete membros e pretende recriar não só as canções mas também todo o estilo e visual que está associado às canções de Rod Stewart.

AS 14 CATEGORIAS DOS PRÉMIOS LUSOS 2014/2015

• Marketing Relacional

• Activação

• Outdoor

• Imprensa

• Media

• Rádio

• Filme

• Eficácia

• Design

• Relações Públicas

• Craft

• Eventos

• Digital

• Mobile

PRÉMIOS LUSOS HENRIQUE SILVA / BIBITO NO PAINEL DO JÚRI

Diversidade criativa

CINEMA DOCLISBOA CHEGA A MACAU COM NOVE FILMES

Novembro na tela

publicidade ‘Goldfish’ venceu o prémio de Agência do Ano de Macau e o galardão de bronze na categoria de Rela-ções Públicas, com uma pu-blicidade corporativa para o Banco Nacional Ultramarino.

“A coisa que achei mais interessante [no facto de ser júri] foi comparar as ideias dos vários países a concurso”,

referiu Henrique Silva. “Em países com menos tradição como Angola, Moçambique ou mesmo Macau, o importante é tentar identificar e, de alguma forma, enquadrar as ideias den-tro dos mercados em que estão. Nestes países, a comunicação tem que ter uma outra forma que não tem em Portugal”, exemplifica o criativo.

“Em países com menos tradição como Angola, Moçambique ou mesmo Macau, o importante é tentar identificar e, de alguma forma, enquadrar as ideias dentro dos mercados em que estão. Nestes países, a comunicação tem que ter uma outra formaque não temem Portugal”

Para o director criativo da agência, a ideia passa, no fundo, por explorar o uni-verso das ideias e não tanto da qualidade da produção. Contudo, é de diversidade que os painéis de jurados são feitos e por isso mesmo há especialistas das mais diversas áreas envolvidos na iniciativa, que este ano compreende 14 diferentes categorias do sector criativo, como são Filme, Marketing Relacional, Eventos, Digital, Design, Imprensa ou Rá-dio. Os interessados podem inscrever-se através do site www.premioslusos.com.

3 Horas para Amar

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hoje macau sexta-feira 7.11.201420 publicidade

Horário de encerramento das barreiras do Grande PrémioO 61º Grande Prémio de Macau realiza-se entre os dias 13 a 16 do corrente mês. Este evento dedicado ao desporto motorizado atrai anualmente milhares de visitantes, sendo particularmente importante para promover e desenvolver a indústria do turismo local, bem como para elevar a imagem de Macau como cidade internacional. Em grande parte, o sucesso do Grande Prémio deve-se ao apoio e colaboração da população de Macau.

Para minimizar os inconvenientes ao trânsito devido ao encerramento de algumas vias, a organização aumentou este ano o número de portões ao longo do circuito, para um total de 127. Contudo, devido a certos constrangimentos, algumas vias vão manter-se encerradas durante todo o evento. A Comissão do Grande Prémio solicita a melhor compreensão dos condutores e apela à atenção ao horário de encerramento das barreiras, bem como ao respeito pela sinalização provisória e às instruções da Brigada de Trânsito.

10 de Novembro (Segunda -feira)

Hora Arruamentos Local Acesso

10:00

Est. de Cacilhas Saída das garagens do Cheng Pek Kok (Approx.60m)

Acesso condicionado

Av. da AmizadeSaída das garagens dos Edifício Seng Vo e do

Edifício Jubilee Court(Approx.110m)

15:00

Av. da AmizadeSaída da garagem do Hotel Grand Lapa

Acesso fechado

Entrada e Saída do Edf. World Trade Center

Est. de Cacilhas Depósito de Pólvora

Est. D. Maria II Saída da garagem dos Correios de Macau

Rua dos PescadoresLocal da obra em curso

Saída da Macau Water

Av. da Amizade

Esquina junto ao Casino Oceanus(Av. da Amizade - Avenida do Dr. Rodrigo

Rodrigues)

Acesso condicionado

Saída do Casino Macau Palace (Antigo)

Entrada na estação de gasolina de Mobil

Est. de CacilhasSaída da garagem do Edf. Chong Tou San Chong

Viaduto da Est. do Reservatório até ao Edf. Hoi Fu Garden

11 de Novembro (Terça -feira)

Hora Arruamentos Local Acesso

15:00

Est. dos Parses Saída da garagem da Autoridade Monetária de Macau

Acesso fechado

Av. da AmizadeRua de Nagasaki (PJ)

Acesso condicionado

Esquina junto ao Hotel Landmark Plaza (Av. da Amizade- Alameda Dr. Carlos d’Assumpção)

Av. Ramal dos Mouros

Estabelecimento de automóveis(no topo da calçada atrás da Escola Hou Kong)

20:00 Av. Ramal dos Mouros Saída da “Work shop” Acesso

fechado

12 de Novembro (Quarta -feira)

Hora Arruamentos Local Acesso

10:00Av. da Amizade Ponte da Amizade – saída para a Av. de Amizade

(100m) Acesso fechadoEst. de S. Francisco Saída da garagem da Direcção dos Serviços das

Forças de Segurança de Macau

15:00 Av. Ramal dos Mouros

Saída do viaduto na Estrada do Reservatório junto ao Baguio Court

Acesso condicionado

19:00 Est. D. Maria II Porta principal do Edf. CEM Acesso fechado20:00 Est. de Cacilhas Cruzamento para acesso à Seaview Garden

Horário e Locais de fecho dos portões de barreiras metálicas entre os dias 13 a 16 de Novembro: Os portões de barreiras metálicas serão encerrados a partir das 03h00, permanecendo fechados

até ao final das corridas de cada dia.

A Comissão do Grande Prémio solicita a todos os condutores a melhor compreensão por eventuais transtornos causados, bem como o respeito pela sinalização provisória instalada e as instruções da Brigada de Trânsito. Para informações, é favor de ligar para o número de telefone: 2872 8482.

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Prestação dos serviços de gestão de residência de estudantesdo Instituto Politécnico de Macau, pelo período de 24 meses

(01/01/2015-31/12/2016)CONCURSO PÚBLICO N.º 06/DOA/2014

1. Entidade que põe o serviço a concurso: Instituto Politécnico de Macau.

2. Modalidade de concurso: Concurso Público.

3. Objecto do Concurso: Prestação dos serviços de gestão de residência de estudantes do Instituto Politécnico de Macau, pelo período de 24 meses (01/01/2015-31/12/2016)

4. Período: 1 de Janeiro de 2015 a 31 de Dezembro de 2016.

5. Prazo de validade das propostas do concurso: As propostas do concurso são válidas até 90 dias contados da data de abertura das mesmas.

6. Garantia provisória: $234 200,00 (duzentas e trinta e quatro mil e duzentas patacas), através de depósito no Serviço de Contabilidade e Tesouraria do Instituto Politécnico de Macau ou mediante garantia bancária a favor do Instituto Politécnico de Macau, em Macau.

7. Garantia definitiva: 4 % do preço global da adjudicação (para garantia do contrato).

8. Condições de admissão: Entidades com sede ou delegação na RAEM cuja actividade total ou parcial se inscreva na área objecto deste concurso.

9. Local, data e hora de explicação:Local: Divisão de Obras e Aquisições do Instituto Politécnico de Macau, sita na Rua de Luís Gonzaga Gomes, em Macau.Data e Hora: 10 de Novembro de 2014, pelas 10H00.

10. Local, data e hora do limite da apresentação das propostas:Local: Divisão de Obras e Aquisições do Instituto Politécnico de Macau, sita na Rua de Luís Gonzaga Gomes, em Macau.Data e Hora: 20 de Novembro de 2014, antes das 17H45.

11. Local, data e hora da abertura do concurso:Local: Sala de A III do Edifício Chi Un do Instituto Politécnico de Macau, sita na Rua de Luís Gonzaga Gomes, em Macau.Data e Hora: 21 de Novembro de 2014, pelas 10H00.

12. A avaliação das propostas do concurso será feita de acordo com os seguintes critérios:

- Preço Razoável (50%)- Qualidade do Serviço (50%); a) Propostas construtivas e aplicáveis à prestação dos serviços (30%) e inclui o seguinte:

- Mapa da organização pessoal, condições da nomeação do pessoal, distribuição, gestão dos ordenados e projectos formativos, mapa de salário e subsídio a todos os trabalhadores, especialmente o salário e regalias da encarregada da residência é um factor importante a considerar;

- Objectivos e padrão da gestão e o projecto concreto de funcionamento;- Os regulamentos de gestão, o processo dos trabalhos de gestão da residência, o

mecanismo de casos de urgência, o projecto do controlo dos recursos públicos, tais como água e electricidade;

- Matérias e equipamentos necessários para o trabalho de gestão.b) Experiências e comportamentos do concorrente demonstrada por semelhantes

serviços prestados (só avalia os dados do ano 2012 até ao presente) (10%); c) Curriculum Vitae e competências do concorrente (5%);

d) Esclarecimentos na reunião (questões profissionais sobre a “Prestação dos serviços de gestão de residência de estudantes do Instituto Politécnico de Macau, pelo período de 24 meses (01/01/2015-31/12/2016)” levantadas pelo Instituto Politécnico de Macau) (5%).

13. Local, hora e preço para exame do processo e obtenção da cópia do processo:Local de exame: Divisão de Obras e Aquisições do Instituto Politécnico de Macau, sita na Rua de Luís Gonzaga Gomes, em MacauLocal de obtenção: Divisão de Obras e Aquisições do Instituto Politécnico de Macau, sita na Rua Luís Gonzaga Gomes, em Macau, mediante o pagamento de MOP100,00 (cem patacas).Hora: de 2ª feira a 5ª feira das 09H00 às 13H00 e das 14H30 às 17H45. 6ª feira das 9H00 às 13H00 e das 14H30 às 17H30.Telefone: 8599 6140, 8599 6153, 8599 6404

Macau, aos 28 de outubro de 2014Presidente do Instituto, Lei Heong Iok

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21DESPORTOhoje macau sexta-feira 7.11.2014

SÉRGIO [email protected]

C ASO o Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) aban-done Macau, depois de dez

anos a visitar o território, já tem um sério candidato a substituto: o novo campeonato de carros de turismo a nascer em 2015 e que se chamará “TC3 International Series”.

Marcello Lotti, o empresário italiano que liderou os destinos do WTCC até ao final da época passa-da e que criou este novo conceito para as corridas de carros de tu-rismo, tinha prometido apresentar o escalonamento das corridas do seu novo ambicioso campeonato até ao final do mês de Outubro e não faltou à sua palavra, revelando um calendário com doze datas, havendo, porém, uma por definir, a que será realizada em Novembro em circuito ainda a designar ofi-cialmente. Contudo, a prestigiada revista inglesa Autosport avança

A acontecer, este evento reunirá não só os concorrentes do TC3 Internacional, mas também os concorrentes do “TC3 Asia Series”, a competição asiática homologa que irá igualmente nascer no próximo ano

TC3 INTERNACIONAL PODE OCUPAR ESPAÇO DO WTCC EM MACAU

Corrida da Guia na mira de novo campeonato

na sua edição de ontem que a data por designar se trata mesmo de Macau. A acontecer, este evento reunirá não só os concorrentes do TC3 Internacional, mas também os concorrentes do “TC3 Asia Series”, a competição asiática homologa que irá igualmente nascer no próximo ano, com base na mesma regulamentação técnica e desportiva.

Neste TC3 Internacional, competição que atrairá alguns ex--participantes do WTCC, Portugal contará com uma prova, a disputar no Autódromo Internacional do Algarve a 10 de Maio, uma sema-na depois da ronda de Valência e uma semana antes da de Monza. Três das provas serão realizadas em concomitância com Grandes Prémios de Fórmula 1 – Malásia,

China e Singapura – fazendo todas elas parte do tour de dois actos que a TC3 Internacional fará pela Ásia, que terá quatro provas.

AS REGRASNo que diz respeito ao regulamento desportivo, as suas bases regem--se pelas do WTCC. Cada evento será composto por duas corridas de sessenta quilómetros, tendo início com partidas realizadas com os carros imobilizados na grelha de partida. O lastro de sucesso será também adoptado, ganhando o vencedor trinta quilogramas, o segundo classificado vinte e o terceiro dez. Quanto a pontos, o sistema escolhido é o vigente actualmente no Campeonato do Mundo de Fórmula 1. No aspecto técnico, o objectivo a manter os carros acessíveis – com preços que não ultrapassem um milhão de Patacas – sendo admitidos carros turbo até dois litros de cilindrada, sejam a gasolina ou a gasóleo, sendo as performances

niveladas através de um Balanço de Performance.

Neste momento o SEAT Léon Race é o único carro no mercado pronto a correr, mas em breve também estarão disponíveis o Ford Focus, Honda Civic, Volkswagen Golf e Audi RS3.

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22 hoje macau sexta-feira 7.11.2014

hARTE

S, L

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S E

IDEI

AS

José simões morais

C REMOS ser de grande inte-resse, para todos os que se interessam pela História de Macau, os documentos co-

ligidos por António Feliciano Marques Pereira e que a seguir transcrevemos. Por tal razão, copiamos parte do ofício de 15 de Maio de 1829 enviado pelo mandarim da Casa Branca ao Procurador de Macau e a resposta que este deu.

Tal ofício exigia informações do co-mércio de Macau, em cumprimento de ordens de Pequim, transmitidas pelas auto-ridades de Cantão. Todo o teor do mesmo ofício resume-se no seguinte período final:

“À vista disto, ele, mandarim da Casa Branca, pelas indagações feitas, sabe que os navios americanos, holandeses, ingle-ses, franceses e dinamarqueses, que vêm a Vampú negociar, estão debaixo da ins-pecção dos annistas, sendo por tanto estes obrigados a responder pelo cumprimento das providencias e disposições que se tem tomado. Em quanto às averiguações sobre Macau e sobre um regulamento que ai

MACAU NOS ANOS 20DO SÉCULO XIX

existe para o número estipulado de vinte e cinco navios, que podem entrar e sair li-vremente nas costas e portos de comércio, incluindo-se neste número os de Portugal, que vêm de vez em quando e os de Manila, sendo fora do dito número os que trazem de Manila arroz para vender; em quanto à medição destes navios, as viagens que fa-zem cada ano, as fazendas que trazem e le-vam; em quanto finalmente à maneira por que em Macau tem existido desde a mais remota antiguidade um senado português que governa e administra tudo: de todos estes pontos deverá ter o mesmo senado em seus arquivos suficientes documentos e memórias, e desse modo poderá obter

uma exacta informação para, juntamente com as outras, ser levada à presença de sua majestade imperial. Ora, não podendo ele mandarim encontrar nos seus arquivos memórias cartas e documentos autênticos, e como é o Sr. Procurador quem gover-na e administra os negócios europeus em Macau, pelo que deve ter inteiro conhe-cimento de tudo: ordena ele mandarim ao Sr. Procurador que, obedecendo pron-tamente, lhe dê uma exacta informação dos nomes dos vinte e cinco navios dessa praça; se presentemente está o número preenchido, ou, se falta algum, que núme-ro seja; se as fazendas que trazem passam, ou não, pela alfândega, e quem é que as

compra; se se dá parte ao ho-pú depois de vendidas as fazendas, ou logo que che-gam, a fim de se levar ao conhecimento do ho-pú de Cantão, e, depois de obtido o despacho, terem então o seu destino; se com o arroz se procede da mesma forma como com as outras fazendas. Outrosim ordena também ao Sr. Procurador que dê uma exacta e circunstanciada informação das pessoas que, juntamente com o Sr. Procurador, formam o Senado; de quantas são; se estes europeus, escolhidos para go-vernar, são homens de juízo e probidade; se recebem anualmente salário, ou não, e quanto seja. Outrosim que dê também uma exacta informação das pessoas que vendem fazendas aos navios, e se das fa-zendas que entram e saem tira o Senado algum direito, ou não, e os direitos em que lugar ficam depositados, e que divisão se faz deles; se os europeus obedecem às leis, ou não, se trazem contrabandos, se com-pram saicy a troco de patacas, se o saicy se exporta, e se em Macau se introduzem fazendas proibidas, “ etc.

RESPOSTA QUE TEVE ESTE OFÍCIO.

António Feliciano Marques Pereira, antes de transcrever a resposta ao ofício, adita uma apreciação: “Ainda que não agrada reproduzir tais documentos (e tantos fo-ram eles que chegariam e sobravam para todos os dias do ano) não deixa de ser útil indicar um ou outro, para que não esque-ça o que se deve modernamente a quem nos restituiu e nos mantêm a dignidade de portugueses. Há muito que desculpar naquela época, mas a indulgência para o passado não deve levar-nos à injustiça com o presente.

O seguinte ofício, dirigido em nome do Senado ao regedor de um lugarejo vi-zinho, diria mal com a humildade de súb-ditos, se tal fôssemos, - quanto mais com a isenção e brio estrangeiros, que sempre aspiraram à independência a que tinham direito.”

MUITAS CASAS DOS PORTUGUESES OS CHINESES TOMARAM DE ALUGUER E FICARAM COM ELAS SEM PAGAREM OS ALUGUEIS (TAIS SÃO AS DE SANTO AGOSTINHO, AS DA RUA DE S. PAULO, AS DE GREGÓRIO DE ABREU, E AS DA PRAIA PEQUENA, QUE OS CHINESES TOMARAM TODAS, EDIFICANDO MUITAS BARRACAS ATÉ NO LUGAR EM QUE ERA A RUA)CARTA DO PROCURADOR PEDRO FELICIANO DE OLIVEIRA FIGUEIREDO AO MANDARIM DA POVOAÇÃO DA CASA BRANCA, EM 1829

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23 artes, letras e ideiashoje macau sexta-feira 7.11.2014

“EM QUANTO AOS CHINESES QUE DEVEM ALUGUEIS, O SR. PROCURADOR PODERÁ RECLAMAR. PELO QUE RESPEITAAO AUMENTO DE CASAS, AS LEIS DO IMPÉRIO VENERAM A ANTIGUIDADE, E JAMAIS HÃO-DE PERMITIR INOVAÇÕES. – NÃO DEVEIS DESCONHECER OS BENEFÍCIOS RECEBIDOS. 25 DA 4.ª LUA DO ANO 9.º DE TAU-KUANG (27 DE MAIO DE 1829)”RESPOSTA DO MANDARIM DA CASA BRANCA, POR APELIDO LU

Em 23 de Maio de 1829 o Procurador Pedro Feliciano de Oliveira Figueiredo enviou ao mandarim da povoação da Casa Branca a seguinte resposta:

“N.º 27 – O Procurador acusa a re-cepção da chapa do sr. mandarim da Casa Branca, na qual, - em obediência às ordens do Kuang chau-fu, e este dos mandarins Pu-cham-si e Gan-cha-si, e do próprio vice-rei da província, em virtude de uma ordem imperial, comunicada pelo superintendente dos seis tribunais supe-riores e motivada por uma representação do censor político do império, - pretende haver dele Procurador várias informações sobre Macau, lugar do distrito de Hian--chan, habitado há três séculos pelos por-tugueses; ao que ele procurador satisfaz na presente chapa.

“Primeiramente, quando aos vinte e cinco navios, não falta nenhum, e os seus nomes constam da tábua que há mais de século regula; mas o Procurador não pode deixar de notar uma coisa, até em benefício dos direitos de ancoragem para o imperador, e é que, antes da dita esti-pulação, era maior o número dos nossos navios, atento o maior número de ne-gociantes que aqui havia, e o maior co-mércio que então tinham os portugueses para o Japão, etc.; e depois da estipulação dos vinte e cinco navios pelo imperador Kang-hi, havendo diminuído progressi-vamente o comércio, perdida a viagem do Japão, etc., diminuiu-se também o porte dos vinte e cinco navios, sendo to-dos agora embarcações de pequenos por-tes, e diminuindo assim as medições. Pelo que, se o grande imperador quiser olhar por Macau e pelo aumento de suas im-periais rendas, poderia, e ele Procurador pede, aumentar mais dez números para navios pequenos de dois mastros, com os quais números não será o comércio maior do que o que faziam os primeiros portu-gueses com vinte e cinco, e aumentarão os imperiais direitos de medição; e com esta concessão exaltarão os portugueses a graça do imperador, assim como os seus antepassados exaltaram as particulares graças dos ilustres avós do imperador ac-tual.

Quanto às fazendas, passam pela al-fândega, como sempre e dá-se parte pelos procuradores ao ho-pú e aos mandarins do distrito logo que chegam os navios,

acompanhando a participação com o competente manifesto de carga, antes desta se vender: o que desde toda a an-tiguidade os leais portugueses têm feito, sem nota alguma de omissos, acontecen-do o mesmo com os navios de Manila e de Portugal e com os navios que trazem somente arroz; as quais participações e manifestos hão-de constar dos arquivos dos ho-pús e dos mandarins do distrito.

Quanto à corporação do Leal Senado, sempre, desde a mais remota antiguidade de Macau, se compõe do mesmo número de vogais, escolhido entre os mais ilustres e conspícuos da terra, assim pela sua pro-bidade, como por seus talentos, e expe-riências do país; e todos eles servem este ofício sem receberem salário algum: tal é o bom carácter dos portugueses e a sua

lealdade aos seus reis, posto que deles tão distantes por milhares de léguas de cami-nho por mar.

As pessoas que vendem fazendas aos portugueses são os chineses, ou os mes-mos portugueses uns aos outros, quando as têm: e os capitães dos navios portu-gueses têm os seus nomes nos cartórios dos mandarins, quando se lhes dão os manifestos das cargas; e estas vêm para os portugueses ou da China, ou das terras portuguesas, ou de outras terras com que os portugueses comerceiam; e a alfândega portuguesa não tira direitos de exporta-ção, de onde lhe vem por isso mui pouco rendimento, o qual todo se aplica para a conservação da cidade, e polícia dela, e para a guardar dos piratas e de qualquer inimigo que possa de repente sobrevir por mar, visto que a cidade está situada à borda do mar.

Os portugueses são todos obedientes às leis, não negoceiam em contrabandos, nem em saicy, e nos cartórios dos manda-

rins existem os certificados de não traze-rem os navios contrabandos. Porém que diferença do miserável comércio presente comparado com o antigo! A prata já qua-se se não vê; os navios reduzidos a menos cargas e às de menos lucro; a cidade com menos população portuguesa, e as casas em menor número. Tendo permitido os imperadores habitarem nela os portugue-ses desde a Porta do Cerco até à Barra, os portugueses somente habitaram uma pequena parte de tão curto limite, tendo livres as praias para desembarcarem e para concertarem os seus navios, e alguns bal-dios para as suas hortas; mas, de há vinte anos para cá, a população chinesa, que só era de oitocentas almas, cresceu a quaren-ta mil, e a dos portugueses baixou a menos de três mil; das hortas dos portugueses no

campo, alugadas aos chineses, fizeram es-tes suas várzeas; os baldios tomaram-nos os chineses para suas boticas; e até muitas casas dos portugueses os chineses toma-ram de aluguer e ficaram com elas sem pagarem os alugueis (tais são as de Santo Agostinho, as da Rua de S. Paulo, as de Gregório de Abreu, e as da Praia Pequena, que os chineses tomaram todas, edifican-do muitas barracas até no lugar em que era a rua). Assim vão continuando pela Barra e por Patane, onde antigamente havia casas dos portugueses; e estes, reduzidos à Praia Grande e às casas do centro da cidade, reedificando-as quando estão velhas, não tomam terrenos, nem sequer para suas igrejas, que não passam do número exis-tente desde remota antiguidade. Tal é a diminuição da população portuguesa, e tal o aumento da chinesa; contudo os portu-gueses, sempre fiéis ao prometido, apesar de ocuparem agora menos terreno que dantes, pagam sempre o mesmo foro da terra, sem diminuição alguma.

O bazar, que era fora da cidade, acha--se agora dentro dela, e também a mul-tidão de casas chinesas, não se podendo distinguir as dos bons homens das dos maus e dos ladrões e lanchaes, que cada dia roubam aos portugueses e à gente po-bre a sua roupa e os seus poucos teres.

Espera portanto o Procurador que, como à presença do imperador têm de subir estas informações, o imperador se lembre dos portugueses, e faça célebre o seu novo reinado com alguma graça espe-cial, assim para aumento do número dos navios, como para que se removam tan-tas barracas na Praia Pequena, Barra, Praia Grande, etc., etc., e para que os chineses restituam as boticas e casa que eram dos portugueses e conceda a estes terem suas hortas no campo, e ter mais liberdade que dantes, pois são bastantes três séculos para prova da probidade, honra e bom carácter da nação portuguesa no império da China.

Os portugueses estão agora pobres por falta de comércio, mas sempre dis-postos para qualquer honroso serviço que quiser deles o imperador; pois os portu-gueses de hoje não se esquecem dos gran-des serviços que há vinte anos fizeram ao imperador, armando muitos navios para bater o grande pirata Apau-chai e reduzi--lo à obediência do imperador, com suas embarcações, com sua gente de muitos milhares de almas, gastando o Senado de Macau muito dinheiro em pólvora, bala, artilharia etc., e sacrificando também suas vidas no imperial serviço, do que tudo existem frescas memórias nos arquivos sínicos e portugueses.

É quanto se oferece ao Procurador dizer ao Sr. mandarim da Casa Branca, para ser presente ao vice-rei da província e ao mesmo imperador, de quem espera o Procurador ser atendido, - Macau, 23 de Maio de 1829. – Pedro Feliciano de Oliveira Figueiredo.”

Doze dias depois, o Procurador rece-beu a resposta.

“O mandarim da Casa Branca, por apelido Lu, faz saber ao Sr. Procurador que, do seu ofício supra, mandou extrair cópias, para o levar ao conhecimento dos seus superiores. Há porém uma inadver-tência, da parte do Sr. Procurador, no que pede com respeito ao número dos navios. Tendo-se estabelecido há séculos o nú-mero de vinte e cinco, de que modo se iria alterar uma prática tão antiga? Em quan-to aos chineses que devem alugueis, o Sr. Procurador poderá reclamar. Pelo que respeita ao aumento de casas, as leis do império veneram a antiguidade, e jamais hão-de permitir inovações. – Não deveis desconhecer os benefícios recebidos.” 25 da 4.ª lua do ano 9.º de Tau-kuang (27 de Maio de 1829)”.

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O QUE FAZER ESTA SEMANA?24 hoje macau sexta-feira 7.11.2014(F)UTILIDADESTEMPO PERÍODOS DE CHUVA MIN 21 MAX 24 HUM 65-95% • EURO 9.9 BAHT 0.2 YUAN 1.3

wJoão Corvo fonte da inveja

U M L I V R O H O J E

ACONTECEU HOJE 7 DE NOVEMBRO

Nasce Marie Curie,um ícone da ciência

• Hoje é dia de lembrar Marie Curie, cientista polaca que conquistou dois Prémios Nobel, por descobertas nas áreas da radioactividade e dos elementos químicos rádio e polónio.Marie Curie nasceu em Varsóvia, a 7 de Novembro de 1867, mas exerceu a sua actividade profissional em França. Tornou-se célebre pelo seu trabalho nas áreas da radioactividade, numa altura em que o fenómeno era ainda muito pouco conhecido, o que lhe valeu um Prémio Nobel da Física, em 1903, galardão dividido com o marido, Pierre Curie, e com Becquerel. Oito anos mais tarde, Marie Curie conquistou outro Nobel, desta vez da Química, pela descoberta do rádio e polónio.Foi a primeira cientista a ser duplamente galardoada com a prestigiada fundação de Alfred Nobel. Linus Pauling repetiu o feito, ganhando o Nobel de Química, em 1954, e o Nobel da Paz, em 1962. Por outro lado, Marie Curie foi a única pessoa a receber duas vezes esta distinção, em áreas científicas.A sua obra permitiu avanços científicos de inegável valia, muito à frente do seu tempo. Marie Curie, que se tornou num ícone da Física e da Química, morreu perto de Salanches, França, em 1934, de leucemia, em resultado da exposição a radiações, ao longo da sua vida profissional.Nasceram a 7 de Novembro James Cook, oficial naval, explorador e cartógrafo britânico (1728), Ernesto Hintze Ribeiro, político português (1849), Leon Trotski, revolucionário russo (1879), Albert Camus, escritor e filósofo francês (1913), Maria Teresa de Noronha, fadista portuguesa (1918), Michael Spence, economista norte--americano (1943), e David Guetta, dj francês (1967).

“SORGO VERMELHO: UMA NOVELA DA CHINA”(MO YAN, 1986)

Um romance também conhecido como “Clã do Sorgo Vermelho”, este filme foi adaptado ao cinema pelo director chinês Zhang Yimou e ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Foi transformado em telenovela em 2014. O enredo do livro gira em torno de três gerações da família Shandong, entre 1923 e 1976. O narrador conta a história das lutas da sua família, em primeiro lugar, como proprie-tários de destilarias que faziam vinho de sorgo e depois como combatentes da resistência durante a

Segunda Guerra Sino-Japonesa. A cena mais impressionante no livro e no filme, bem como na telenovela, são as personagens principais a ter sexo nos cultivos do sorgo. - Cecília Lin

• HojeTEATRO O SILÊNCIO É DE OURO(FRINGE 2014)Teatro Hiu Kok50 patacas

UMA NOITE COM PIANO NA GALERIA Fundação Rui Cunha, 18h30Entrada livre

• Amanhã“FALANDO SOBRE ÓPERA: O MUNDO DE LA TRAVIATA” COM FREDERICO RATO E SHEE VAFundação Rui Cunha, 16h00Entrada livre

DANÇA E DRAMA Albergue SCM, 17h30Entrada livre

MÚSICA DE CÂMARA COM “EXPRESSIONISMO”Clube Militar, 20h00Entrada livre

• DomingoRECITAL DA SOPRANO ANG MEI FOONGTeatro D. Pedro V, 20h00Entrada livre

• DiariamenteFESTIVAL DE GASTRONOMIA MACAENSE(ATÉ 5 DE NOVEMBRO)Hotel Four Seasons, Cotai18h00 às 22h00498 patacas por adulto,249 para crianças até aos 12 anos

EXPOSIÇÃO “BEYOND PIXELS” DE VICTOR MARREIROS (ATÉ DIA 31/12)Signum Living Store, Rua Almirante SérgioEntrada livre

“VIAGEM À TERRA DOS SONHOS” DE SU JIAN LIANG(ATÉ DIA 23/10)Galeria da Fundação Rui CunhaEntrada livre

“SABORES DO MUNDO”, MOSTRA DE CULINÁRIADOS PLP (ATÉ DIA 7 DE NOVEMBRO)Restaurante Feast, Sheraton Macau, 12h00 – 15h00e 18h00 – 22h00

FEIRA DE ARTESANATO DA CHINAE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESAFeira do Carmo, Taipa, 16h00 às 21h00Entrada livre

EXPOSIÇÃO DE ARQUITECTURA “MAKING OF”,DE MARIA JOSÉ DE FREITAS E AETEC-MOCreative MacauEntrada livre

C I N E M ACineteatro

SALA 1INTERSTELLAR [B]Um filme de: Christopher NolanCom: Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Jessica Chastain14.30, 18.00, 21.00

SALA 2KUNG FU JUNGLE [C](FALADO EM CANTONÊS,LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Teddy ChenCom: Donnie Yen, Charlie Young, Wang Bao-qiang14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 3GANGSTER PAY DAY [C](FALADO EM CANTONÊS,LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Lee Po CheungCom: Anthony Wong, Charlene Choi, Wong Yau Nam14.15, 16.00, 17.45, 21.30

OUIJA [C]Um filme de: Stiles WhiteCom: Olivia Cooke, Daren Kagasoff, Douglas Simth, Ana Coto19.30

INTERSTELLAR

A caminho da igreja, esqueci-me de mim na taberna.

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25OPINIÃOhoje macau sexta-feira 7.11.2014

C ORREM por aí várias teorias sobre as razões da demora. O Chefe do Executivo tarda em apresentar a equipa que vai trabalhar com ele durante os próximos cinco anos e quase todas as teses que vou ouvindo dão como certa a dificuldade de encontrar pessoas que sejam do agrado

de Pequim, uma Pequim que imagino mais preocupada com outros dramas adminis-trativos especiais. Claro que há sempre a desculpa oficial de que ainda há gente nos cargos com trabalho para fazer, que a reve-lação dos novos nomes vai atrapalhar quem ainda lá está, mas Novembro já chegou: mais um mês e uns trocos e a coisa muda.

Não faço parte dos optimistas. Eu juro que me esforço, mas não consigo pensar que Macau vai ter um futuro baseado em princípios que me sirvam. Digo isto porque o presente é o que é. Mas o pessimismo político, em doses consideradas moderadas, também não é mau: serei mais feliz se me mantiver neste registo que deixa margem para surpresas que o optimismo não permi-te. Isto para dizer que, independentemente dos nomes que aí vêm, a serem anunciados um dia destes, não acredito em grandes evoluções.

Para que Macau evoluísse e se come-çasse a parecer com uma terra que tem em consideração as pessoas que nela vivem seria necessário, antes de mais, ter alguém no poder político com força suficiente para que os interesses privados não anulassem o interesse público. Vimos todos, nos últimos cinco anos, que Chui Sai On não foi capaz de o fazer. Ou não o quis fazer.

Desconheço as verdadeiras razões que levam a esta incapacidade ou falta de vontade política de ir mantendo uns e outros satisfei-tos – em retrospectiva, num outro contexto, os primeiros dez anos de governação da RAEM pareceram mais bem resolvidos neste aspecto. Mas o que está na origem do fenómeno destes últimos cinco anos de vida política no Palácio do Governo não tem grande interesse – interessa, isso sim, o que deste facto resulta. E os resultados estão à vista de todos. Continuando Chui Sai On no poder, e sendo o sistema político de Macau fortemente assente no papel do Chefe do Executivo, não se adivinham, por-tanto, mudanças de direcção que produzam efeitos concretos.

É certo que, a contribuir para o que Macau é hoje, está também a falta de umas ideias mais arrojadas – um arrojo político que, leia-se, já foi testado e é colocado em prática há muito no resto do mundo dito civilizado. Em Macau testam-se mo-delos que já foram abandonados noutras regiões; estudam-se soluções que já fo-ram experimentadas e aplicadas. Por aqui passa-se a vida a descobrir a pólvora sem que ninguém se atreva a sugerir soluções

contramãoISABEL [email protected]

Cinco fora nada

Meia dúzia de milhares em muitos milhões não fazem qualquer diferença – não deviam fazer. Alguém tem de explicar a quem manda muito que não é necessário fazer contas de dividir – basta uma pequena subtracçãopara o povo ficar contente

mais condicentes com o tempo em que vivemos. Às vezes a contínua descoberta da pólvora não é mais do que um pretexto para a tal incapacidade de gerir interesses.

Neste contexto, ter cabeças novas a pensar no Governo será, sem dúvida, de alguma utilidade, mas pouca. Acredito que arejar a casa fará bem – não será, no entanto, o

cartoon por Stephff AUDIÇÃO

suficiente para resolver os problemas crí-ticos com que Macau se depara.

Para dar a volta à situação, alguém tem de explicar aos que mandam muito que, na matemática da governação, as contas de multiplicar têm de ser feitas numa cadência decente, aceitável aos olhos de quem não multiplica. A cidade transformou-se numa imensa máquina calculadora de contar mi-lhões e só os milhões interessam – os dos outros e aqueles que os outros não têm. Meia dúzia de milhares em muitos milhões não fazem qualquer diferença – não deviam fazer. Alguém tem de explicar a quem manda muito que não é sequer necessário fazer contas de dividir – basta uma pequena subtracção para o povo ficar contente.

Exemplo concreto: a saúde, a eterna saúde. Dizem os números do Boletim Oficial (não sou eu que digo) que algumas insti-tuições particulares têm no erário público uma importante fonte de rendimentos. O Governo foi transferindo responsabilidades públicas para o privado e não é preciso ser-se especialista na área para se perceber o que resultou desta delegação de competências. Numa terra onde há muito dinheiro, não me choca que todos tenham – arrepia-me, isso sim, que se aposte na pobreza do que é público, do que é de todos, para que enri-queçam só alguns.

Por isso é que não basta gente nova. As ideias frescas podem ser úteis, mas não se-rão suficientes. Se a nova equipa contribuir para o equilíbrio dos interesses, talvez haja uma ou outra melhoria. Mas o que é mesmo preciso é que alguém explique onde começa e termina a sensatez.

Daqui a cinco anos regresso a este texto. E quero, daqui a cinco anos, rir-me do meu pessimismo.

Page 26: Hoje Macau 7 NOV 2014 #3209

LUCY LOU, ACTRIZ E PROFESSORA DO CONSERVATÓRIO DE MACAU

A ARTE É TUDO NA VIDA

26 PERFIL hoje macau sexta-feira 7.11.2014

CECÍLIA L [email protected]

L UCY Lou nasceu em Macau, estudou em Zhuhai na escola primária e voltou a Macau, onde, além de estudar na

escola secundária, também teve aulas à noite na Escola de Música do Conservatório de Macau. Foi aqui que aprendeu flauta e solfejo e que teve as primeiras experiências no teatro, devido a ter frequentado um curso introdutório de desempenho de personagens na Escola de Teatro.

Em 2004, Lucy Lou recebe duas ofertas para entrar no ensino superior: a Academia Central de Drama e a Universidade de Co-municações da China, ambas consideradas das melhores escolas de arte do interior da China, queriam ter Lucy como sua aluna. A agora actriz acabou por escolher o curso de Teatro, Cinema e Televisão da Academia Central de Drama, de onde saíram actrizes chinesas famosas internacionalmente, como Zhang Ziyi.

A escolha das artes na vida de Lucy não foi acidental. “Gostava de música e aprendia fora das aulas piano e guitarra”, começa por contar ao HM. “No início, a música foi a minha primeira escolha no ensino superior. Mas acabei por escolher a Academia Central de Drama, que é a mais conhecida desta área na China. Também acho que as duas áreas têm coisas em comum.”

Sendo a única aluna de Macau nos últi-mos anos com este desempenho, Lucy Lou enfrentou uma pressão sem precedentes. “As meninas do curso não são totalmente simpá-ticas. Há muita competição entre actrizes e, às vezes, comia pouca coisa para manter a forma. Lembro-me que as minhas colegas me diziam que eu precisava de comer mais, para não ficar tão magra, mas elas próprias sempre fizeram dieta”, conta, sorrindo.

DA CHINA, COM AMOR Lucy chegou ao mundo no dia de Natal, a 25 de Dezembro de 1988. E desde sempre que a paixão pela arte a levou a participar em festivais: o Festival do Bolo Lunar, o Ano Novo Chinês e até as comemorações do dia da transição da RAEM fazem parte do seu currículo. Mas Lucy tem uma preferência.

“A peça de teatro que mais me impressio-nou na minha vida profissional foi a ‘Jayne Eyre’, onde desempenhei o papel da jovem Jayne.” A peça foi assinada pelo Teatro Nacio-nal da China, do qual, agora, Lucy faz parte.

Mas, o sucesso trouxe Lucy de volta também a Macau, onde ensina no Conser-vatório, ainda que a tempo parcial.

“O Conservatório queria que eu fosse professora a tempo inteiro, mas ainda quero participar em peças e, por isso, prefiro sê-lo a tempo parcial”, explicou a jovem.

Viver sozinha na capital do país também não é fácil para alguém que nunca saiu de

casa durante os seus primeiros 18 anos. Mas, as dificuldades fizeram Lucy crescer.

Depois de anos de luta em Pequim, como descreve ao HM, Lucy assegura ter “crescido muito” e saber comunicar mais e melhor com toda a gente. A jovem de 25 anos, afinal, não é tão fraca como parece. Lucy passou da princesa da família para uma mulher forte, que vive sozinha em Pequim e que encontra soluções para todos os problemas. Agora, o tempo passa-se, na maioria das vezes, entre Pequim e Macau.

VIDA RICAEm Macau, Lucy Lou montou o seu próprio estúdio pessoal. O espaço chama-se Lótus, um nome que tantos outros artistas de Macau

gostam de usar, devido à flor que representa a RAEM. O objetivo do estúdio é criar uma ponte cultural entre o continente e Macau, até porque a cultura, apesar de semelhante, tem contornos diferentes.

“Trouxe a cultura dramática com ca-racterísticas chinesas, que é a mesma em todo o país, para a população de Macau, de forma a reforçar as actividades artísticas”, explica-nos Lou.

Contudo, Macau ainda é uma terra fraca ao nível da arte e a jovem de Macau quer aproveitar tudo o que aprendeu dos profis-sionais das várias áreas culturais – teatro, dança, música, cinema e outros – e trazer de Pequim “uma lufada de ar fresco” para a terra do Lótus. Mesmo que seja difícil.

“Às vezes fico sem apoio, porque como estudei e trabalhei muito tempo em Pequim, o ambiente de Macau já não é tão familiar para mim e tenho de ser eu a levar a cabo todos os processos administrativos por mim própria, sem assistência. Tenho aulas à noite e, às vezes, quase todo o dia é para tratar de assuntos. Mas, viver assim enriquece-me.”

Hoje, Lucy está de partida novamente. A jovem vai de Macau para Pequim. Apesar de ainda não ter encontrado o seu destino, a bela jovem sabe o que quer ser: professora, actriz, cantora... Tudo isto e muito mais, enquanto leva a cabo a missão de mostrar as culturas de Macau e Pequim e de promover o seu país natal noutros lados do mundo.

Há muita competição entre actrizes e, às vezes, comia pouca coisa para manter a forma. Lembro-me que as minhas colegas me diziam que eu precisava de comer mais, para não ficar tão magra, mas elas próprias sempre fizeram dieta”

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hoje macau sexta-feira 7.11.2014

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L I GUE - S E •PA R T I L H E •V I C I E - S E

POR CARLOS MORAIS JOSÉ

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Cecília Lin; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

DIÁRIO 27DE BORDO

“Há uma correlação relativamente forte entre o interesse [nos nomes das ruas] e o desejo de visitar [a cidade]. As descobertas [deste estudo] sugerem que o entendimento dos nomes das ruas pode estimular o interesse e desejo de visitar. (...) Os nomes das ruas em Macau são muito especiais e muitas vezes não conseguem perceber o significado porque são traduções do português”LIBO YAN• Académico, sobre um estudoque sugere a inclusão do inglêsnas ruas de Macau

“Às vezes, como não conseguem ter amor através de um progenitor, as adolescentes com idades entre 12 ou 14 anos procuram esse amor de maneira muito errada: têm sexo mais cedo para obter o amor que lhes falta na família. Isto pode causar mais problemas sociais, algo que também já estamos a promover nas escolas – a necessidadede educação sexual”FREDDY SIO• Conselheiro escolar

“O mecanismo inclui uma avaliação por semestre e outra avaliação, maior, por cada ano. Mas não se deve pedir a demissão dos titulares se os resultados da avaliação não forem bons”JOSÉ CHU• Director dos SAFP sobre a avaliação dos titulares dos cargos públicos

JÁ O dissemos aqui trinta ve-zes: a resolução do problema dos táxis não depende de me-didas avulsas mas da conside-ração séria do que se quer para Macau em termos de transpor-tes públicos. Certamente que não será com o fim da única companhia “normal” de táxis que o Governo vai acabar com o descalabro em que se transfor-maram as ruas da cidade, onde taxistas criminosos agem com a maior das impunidades, sob o nariz constipado da polícia.Ao acabar com os táxis amare-los e ao passar as suas licenças para o mercado (leia-se táxis pretos), o Executivo mostra, uma vez mais, que não tem uma ideia sobre o assunto e deixa o problema arrastar-se indefinidamente. Não se sabe se Lau Si Io vai continuar ou não à frente das Obras Públi-cas e Transportes mas certo é que o fim deste seu mandato fica indelevelmente manchado pela questão dos táxis, como se não tivesse bastado o problema dos autocarros, cuja responsa-bilidade final das confusões contratuais, ele - muito airo-samente - atirou para cima do Chefe do Executivo. Não fosse o diabo tecê-las, como teceu à volta do seu antecessor. Assim, uma vez mais, aqui rogamos aos nossos governantes que resolvam a questão dos taxistas o mais depressa possível. Nós sabemos que não usam este tipo de transporte e raramente pas-seiam pelas ruas da cidade, mas se para os residentes a situação é uma verdadeira maçada, para os turistas o caso atinge pro-porções ainda mais elevadas. É também a imagem internacional de Macau que está em jogo, a da tal cidade internacional, destino turístico de lazer e cultural, etc., etc., como se gosta de apregoar.Depois dos cidadãos se terem organizado e constituído uma associação, de existirem mi-lhares de queixas, o Governo não consegue vir a público com um plano, um esclarecimento, uma solução. A verdade é que a situação exigia, no mínimo, um pedido de desculpas. No Japão, o ministro dos Transportes assim fez porque, ao fim de 50 anos, o Shinkansen (comboio--bala) registou um atraso somado de... três minutos. Na RAEM, o Governo deve-nos outras desculpas por mais de dois anos de alheamento e ineficácia, autêntico desprezo pelo cidadão e os seus direitos.

Um pedidode desculpas

EPA/

STR

DATADA DE JUNHO de 1987 a foto mostra o presidente norte-americano Ronald Reagan durante o discurso “Senhor Gorbatschov, abra esta porta. Senhor Gorbatschov derrube este muro”. Reagan discursava junto do chanceler alemão Helmut Kohl (à direita)e perto do Muro de Berlim. A foto surge a dias de se celebrar o 25.º aniversário da queda do Muro, a 9 de Novembro de 1989.

“O Governo não pode construir edifícios muito altos, às cegas,deve ter em conta as experiências do passado e analisar seriamente

os projectos de desenvolvimento dos terrenos mais polémicos”Ho Ion Sang, deputado, sobre o projecto de construção de um edifício de 127 metros de altura no Ramal dos Mouros | P.5

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hoje macau sexta-feira 7.11.2014

O relatório publica- do ontem pela Universidade de

Harvard diz haver provas suficientes para acusar vá-rios dirigentes do exército birmanês por crimes de guerra e contra a Humani-dade cometidos na ofensiva contra a guerrilha de uma minoria étnica.

O estudo centra-se nas operações levadas a cabo, entre 2005 e 2008, por duas unidades do exército birmanês contra a guerrilha da minoria karen no muni-cípio de Thandaung, estado Kayen, no leste do país.

A investigação conclui que os soldados birmane-ses “dispararam morteiros contra aldeias, contra civis que fugiam, destruíram casas, implantaram minas (…) e capturaram e execu-taram civis”.

“O impacto sobre a população foi massivo. Dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas durante essa campanha e muitas outras morreram”, refere-se no documento publicado pela Internatio-nal Human Rights Clinic da Faculdade de Direito de Harvard e apresentado ontem em Rangum.

NO BANCO DOS RÉUSOs autores do estudo identi-ficam como crimes de guer-ra e contra a Humanidade o ataque e deslocamento de civis, a destruição e apropriação de propriedade, pilhagem, execuções extra-judiciais, tortura, escravatu-ra, violações e perseguição.

Segundo o documento, os crimes foram perpe-trados em cumprimento

Trail Hiker 2014 Sands patrocina evento desportivo O grupo Sands Macau, juntamente com a Macau Trail Hiker, volta a organizar uma das maiores caminhadas colectivas em prol da caridade, amanhã. De acordo com comunicado da empresa, o Sands China Macau Eco Trail Hiker 2014, que dura das 8 às 16 horas, é um dos maiores eventos de caridade do território e vai já na sua 5ª edição anual. “Este evento apoia o bem-estar físico, a consciência ambiental e a caridade”, compreendendo participantes locais, de Hong Kong, Taiwan, Singapura, Tailândia, Portugal, tendo já atraído mais de 1800 pessoas reunidas em 455 equipas. O objectivo é, de acordo com a Eco TrailHiker, completar o Curso de Desafio Corporativo de 30 quilómetros e o curso de 10 quilómetros Divertimento e Família.

BIRMÂNIA CRIMES DE GUERRA EM CIMA DA MESA

Pôr cobro à impunidade

“O impacto sobre a população foi massivo. Dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas durante essa campanha e muitas outras morreram”DOCUMENTO DA INTERNATIONAL HUMAN RIGHTS CLINIC DA FACULDADE DE DIREITO DE HARVARD

de políticas e práticas militares com o objectivo “primordial” de “despejar civis de territórios consi-derados como estando sob controlo de grupos armados não estatais”.

O estudo nomeia três di-rigentes militares contra os quais entende haver provas suficientes para emitir um mandado de prisão.

Entre eles, figura o ac-tual ministro do Interior, o major-general Ko Ko.

“É necessária uma ac-ção urgente para assegurar que os que perpetraram crimes internacionais res-pondam diante da Justiça”, conclui o estudo, em que se alerta que, “em algumas zonas do país, o conflito e os abusos continuam”.

A organização Fortify Rights fez idêntica denúncia, afirmando que “o exército birmanês definiu como alvo, atacou e matou civis com impunidade” em zonas onde prosseguem os combates com outras guerrilhas nos estados Kachin e Shan.

Este grupo publicou ontem outra investiga-ção em que documenta ataques contra civis por parte do exército birmanês na sua ofensiva contra a minoria kachin entre 2011 e 2013.

“O Governo da Bir-mânia quer que o mundo acredite que o seu historial de direitos humanos está acima da crítica, mas isso não é verdade”, disse o director executivo da or-ganização, Matthew Smith, em comunicado.

“A visão romântica relativamente a uma mu-dança política de grande alcance não se coaduna com uma situação de con-tinuados crimes de guerra e impunidade”, acrescentou o mesmo responsável.

O governo birmanês assinou acordos de cessar--fogo com 14 guerrilhas de minorias num processo de reformas iniciado depois da última junta militar ter en-tregado o poder em 2011.

Um estudo da Universidade de Harvard revela acções cometidas pelo exército contra a minoria karen, entre 2005 e 2008, que provocaram milhares de mortos e deslocados