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TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 34 HUMIDADE 50-90% • CÂMBIOS EURO 9.9 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 29 DE JUNHO DE 2012 ANO XI Nº 2641 PUB Ter para ler Capitania dos Portos disse ao Hoje Macau que é proibido “alienar a propriedade ou o uso do mar” nos espaços do clube para barcos. Sócios dizem que as compras e vendas dos lugares são prática comum há muito tempo. Sem marina em Macau, os valores transaccionados já são bastante altos. PÁGINA 5 ECOS DA ELIMINAÇÃO PORTUGUESA Entre o orgulho e a desilusão Há vendas ilegais de lugares para embarcações no Clube Náutico Sem pontão por onde se pegue CENTRAIS PUB ESTIMULAR A PARTICIPAÇÃO SOCIAL Governo dá 4 milhões aos jovens do território PÁGINA 4 PROBLEMA IDENTIFICADO, SOLUÇÃO ADIADA DSSOPT acusada de fiscalização negligente PÁGINA 3 h Ai meu rico S. João...

Hoje Macau 29 JUN 2012 #2641

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Edição do Hoje Macau de 29 de Junho de 2012 • Ano X • N.º 2641

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TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 34 HUMIDADE 50-90% • CÂMBIOS EURO 9.9 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 29 DE JUNHO DE 2012 • ANO XI • Nº 2641

PUB

Ter para ler

Capitania dos Portos disse ao Hoje Macau que é proibido “alienar a propriedade ou o uso do mar” nos espaços do clube para barcos. Sócios dizem que as compras e vendas dos lugares são prática comum há muito tempo. Sem marina em Macau, os valores transaccionados já são bastante altos. PÁGINA 5

ECOS DA ELIMINAÇÃO PORTUGUESA

Entre o orgulho e a desilusão

Há vendas ilegais de lugares para embarcações no Clube Náutico

Sem pontão por onde se pegue

CENTRAIS

PUB

ESTIMULAR A PARTICIPAÇÃO SOCIAL

Governo dá 4 milhõesaos jovens do território

PÁGINA 4

PROBLEMA IDENTIFICADO, SOLUÇÃO ADIADA

DSSOPT acusadade fiscalização negligente

PÁGINA 3h• Ai meu rico S. João...

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2 política sexta-feira 29.6.2012www.hojemacau.com.mo

PUB

Governo responde à interpelação sobre presença de agentes

Filmagens não são “para intimidar”DEPOIS de o de-

putado José Pe-reira Coutinho ter questionado

o Executivo sobre a Policia de Segurança Pública (PSP) ter feito filmagens durante a manifestação do 1º de Maio, Vong Chun Fat, chefe de gabinete do Secretário para a Segurança, Cheong Kuok Va, veio finalmente responder às questões do deputado. Atra-vés de comunicado, é referido que tais filmagens feitas pelas forças policias não constituem “um acto para intimidar”.

“O CPSP obedece aos di-reitos, liberdades e garantias dos cidadãos”, sendo que “o acto de filmagem efectuado por parte da policia durante a manifestação é feita de acor-do com a lei.” E justifica-se com a legislação vigente. “Para finalidade legal, como a prevenção e a identificação dos agentes de crime, ou a

necessidade de segurança, a PSP pode filmar a imagem dos manifestantes.”

Considerando que os procedimentos policiais sempre foram os mais cor-rectos, Vong Chun Fat fala de outro artigo do Código Civil, que expressa que “as imagens de lugares públicos

captadas para finalidades de segurança ou justiça apenas podem ser usadas para esses fins, devendo ser destruídas logo que se tornem desneces-sárias”. Por isso, é garantido que a PSP “irá destruir as res-pectivas imagens captadas”, caso “não revelem quaisquer criminalidades”.

Esta era, aliás, uma das questões de Pereira Couti-nho, que se debruçou ainda sobre eventuais acções de formação para as forças de segurança. Algo que o Governo afirma que vai realizar. Tudo para que os agentes “possam conhecer quais as maneiras para en-

frentar diversas situações que poderão ser encontradas du-rante a manifestação”, para “salvaguardar a execução dos direitos legítimos dos cidadãos”.

APARATO EXAGERADOA interpelação escrita de Coutinho, entregue a 16 de Maio, falava de diversas queixas feitas por jovens manifestantes, devido ao “exagerado aparato po-licial”, com “dezenas de agentes à paisana munidos de máquina de filmar que, sem pejo, dedicaram-se a filmar os participantes”.

O deputado considerou que tal situação “não respeita o princípio da proporcionali-dade e necessidade que se exi-ge à actuação da policia numa manifestação”. “O direito de manifestação, previsto na Lei Básica, não pode ser limitado por exageros da polícia.”

Executivo quer ordem nos preços dos alimentosTendo em conta a subida contínua da inflação em Macau, o Chefe do Executivo mandou, por despacho, criar um grupo de trabalho interdepartamental para os preços dos produtos alimentares que tem por objectivo proceder, de forma efectiva, a uma pesquisa e a um estudo mais aprofundado relativamente aos produtos alimentares essenciais. Incluem-se aqui os problemas que poderão surgir ao longo de todo o processo, nomeadamente na importação e nas actividades por grosso e a retalho dos mesmos. O grupo deve apresentar sugestões para combater e tratar de eventuais práticas ilícitas, situações relacionadas com a fixação irrazoável dos preços e a venda desonesta, procurando estabilizar os preços dos alimentos em Macau.

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3políticasexta-feira 29.6.2012 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

Cecília Lincecí[email protected]

HABITAM um 18º andar na zona do Fai Chi Kei e desde o ano passado que temem pela segu-

rança da casa que compraram com as poupanças de uma vida. Depois dos apelos junto da Direcção de Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), o senhor e a senhora Lo decidiram queixar-se novamente junto do gabinete de José Pereira Coutinho, presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM). Neste momento, apenas utilizam a casa para dormir, pois receiam que o tecto possa cair.

Pereira Coutinho confirmou que a ATFPM está a analisar o caso e que, posteriormente, irá contactar a DSSOPT para mais esclarecimentos. Para o também deputado da Assembleia Legisla-tiva (AL), trata-se de um assunto semelhante ao ocorrido no edifício habitado por antigos funcionários públicos, no bairro de Toi San. E que revela, mais uma vez, falhas da DSSOPT enquanto direcção

DSSOPT acusada de falhar na sua função fiscalizadora

Obras públicas negligentesUm casal queixou-se à DSSOPT por causa de uma obra no andar acima do seu. Os serviços da direcção investigaram, reconheceram haver problemas, mas não solucionam o caso

responsável pelas Obras Públicas. Incluindo na acção fiscalizadora. “É mais uma situação originada por negligência por parte da DS-SOPT, que não tem dado a maior das atenções para as questões de segurança habitacional.”

O casal queixa-se das obras de instalação de tubagens num andar acima do seu, que provocou fendas profundas no tecto da sala e nas restantes paredes da casa.

Ainda em 2011, apresentaram a primeira queixa junto da DSSOPT, mas até agora os receios permane-cem. “Reparei que o tecto da casa estava descaído”, conta a mulher ao Hoje Macau. “Então fui ao 19º andar e tirei fotografias do chão, que apresentei na DSSOPT. Sei que enquanto houver uma queixa sobre a obra, esta tem de parar, mas não parou.”

Além disso, há duvidas quanto

à legalidade para “escavar” o soa-lho. “Disseram-me que era ilegal instalar tubos no chão daquela maneira, com necessidade de es-cavar o chão. Então, por que é que continuaram com a obra?”

Um mês depois da queixa do casal Lo, a DSSOPT elaborou um comunicado, onde assume a exis-tência de fendas provocadas pelas obras. Há ainda outro relatório do Laboratório de Engenharia Civil de Macau (LECM), que diz serem necessárias reparações às fendas e fiscalização da estrutura. Nada foi feito até ao momento.

PROBLEMA RECONHECIDOO relatório governamental é ex-plicito quando refere que as obras do 19º andar para instalar tubagens já causaram a abertura de fendas no tecto do 18º andar. “Por isso, o proprietário do 19º andar tem de procurar um engenheiro civil registado para fazer a fiscalização das obras no soalho no prazo de 20 dias a contar da emissão deste comunicado, bem como fazer re-parações às fendas do 18º andar.”

Além disso, a DSSOPT cita o decreto-lei 79/85/M para dizer que “antes da obra terminar tem de ser entregue um plano para a restaura-

Sala da casa da Senhora Lo no 18º andar

As obras no 19º andarA senhora Lo mostra o tecto descaído

ção do tecto e de todas as alterações feitas ao sistema de abastecimento e drenagem de água.”

Contudo, o casal Lo garante que não existe qualquer plano de reparação, ou uma possibilidade de realojamento. “Como é que as Obras Públicas podem dizer que a minha casa está segura quando o tecto está a cair?”

“ENCONTRADAS FENDAS”Em resposta ao pedido da DS-SOPT, o LECM garantiu que não há falhas na segurança. “Não foi encontrada nenhuma defor-mação anormal na estrutura do tecto da sala do 18º andar. Foram encontradas fendas através de uma inspecção visual, sendo que algumas foram formadas devido à pressão feita no solo. A largura das rachas está dentro do permi-tido e julgamos que não afecta a segurança da estrutura.”

Datado de Dezembro último, o relatório volta a referir a ne-cessidade de reparações, que não foram feitas. “Para garantir uma durabilidade reforçada, sugerimos que seja feita uma restauração das fendas no tecto”, bem como a “ve-rificação da capacidade de suporte da estrutura.”

Fendas provocadas pela obra

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4 sociedade sexta-feira 29.6.2012www.hojemacau.com.mo

O Governo volta a apostar nos jovens, disponibilizando novo orçamento bem recheado para acções com uma maior participação social

Rita Marques [email protected]

O orçamento não cres-ceu relativamente ao ano passado mas os objectivos são muito

concretos para 2013: quatro mi-lhões apostados nas actividades de voluntariado, para jovens entre os 13 e os 29 anos. Desta forma, a Di-recção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) acredita que consegue ampliar os conhecimen-tos dos mais novos, assim como a sua participação social.

Na reunião plenária do Conse-lho da Juventude (CJ), ontem de manhã, ficou decidido “reforçar a situação do associativismo dos jo-vens”, como explicou já à tarde, em conferência de imprensa, a Chefe do Departamento de Juventude da DSEJ, Un Hoi Cheng. “Queremos mais jovens a participar nas acti-vidades sociais, dentro e fora das escolas, e a fazer trabalhos de vo-luntariado.” Salienta, contudo, que quase 40% dos jovens de Macau já trabalharam em voluntariado.

Os quatro milhões de patacas, como refere o departamento, ser-vem sobretudo para estimular as

Um segundo bissexto em 1 de Julho de 2012 O Serviço de Rotação da Terra e Sistema de Referência Terrestre Internacional (IERS) declarou que será introduzido ao Tempo Universal Coordenado na passagem de 30 de Junho - ou seja às 7 horas, 59 minutos e 59 segundos do dia 1 de Julho de 2012 do tempo de Macau (Tempo Universal Coordenado mais 8 horas), um segundo adicional, e a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (DSMG) introduzirá um segundo bissexto no tempo de Macau. Os segundos bissextos são necessários para manter os padrões sincronizados com os relógios atómicos e a rotação da Terra. Com a existência diária do erro de alguns milissegundos entre o Tempo Universal Coordenado e o tempo solar e para manter o erro acumulado inferior a 0.9 segundo, o IERS introduz um segundo intercalar, e este segundo intercalado chama-se segundo bissexto, que normalmente são introduzido no último minuto do último dia do mês de Junho ou de Dezembro. O DSMG alerta a todos para uma visão antecipada de modo a assegurar o funcionamento normal dos seus sistemas durante e após a adição do segundo bissexto.

Programa “Férias de Verão” arranca a 1 de JulhoA Direcção dos Serviços de Educação e Juventude aliou-se mais uma vez ao Instituto do Desporto para programar os tempos livres dos mais novos. Foram aplicados cerca de 20 milhões de patacas em actividades desportivas, recreativas e culturais (mais de 340), que se traduzem em cerca de 692 aulas, entre o dia 1 de Julho e 31 de Agosto, que podem abarcar mais de 21 mil crianças e jovens entre os quatro e os 25 anos. A adesão foi grande, com os jovens a preencherem mais de 92% destas vagas. Neste programa foram criados também cursos especiais para a camada jovem com deficiências mentais, auditivas e motoras, de forma a integrarem estes jovens na sociedade de forma mais activa. - R.M.R.

“Energia Positiva” gerada a partir de mais voluntariado

Quatro milhões para a cidadania activaPrémios decididosO Conselho de Juventude recebeu dez candidaturas para o Prémio Actividades Juvenis - sete para o Prémio Educação Cívica, nove para o Prémio Serviço Juvenil. Após a deliberação do plenário de ontem do Conselho da Juventude, na educação de 2011, o Prémio Actividades Juvenis foi atribuído à Associação dos Jovens Cristãos de Macau, pela actividade “Teen Power”. Por sua vez, o Prémio Educação Cívica foi entregue à Federação de Juventude de Macau, pela actividade “Programa de Formação dos Jovens de Macau para o Debate Político”. E o Prémio Serviço Juvenil foi para Leong Sio Pui, distinguido pelo seu contributo na valorização cívica e na formação sociocultural dos jovens.

associações de juventude e sociais a realizarem diferentes actividades. “Fazem o requerimento de projec-tos de um ano ou seis meses junto de nós, planos esses de acordo com o tema do respectivo ano.” Em 2013, será “Desenvolver a Energia Positiva”.

Segundo Un Hoi Cheng, podem também ajudar a reforçar a promo-ção da educação e planeamento de vida dos jovens, criando-lhes capacidades para lidar com a ad-versidade e competitividade.

Desta forma, o Conselho de Juventude da DSEJ, tal como já tinha previsto na reunião plenária

anterior, preparou uma Comissão Especializada para os Trabalhos Vo-luntários dos Jovens, que vai contar com nove membros especializados.

POLÍTICAS DA JUVENTUDEA DSEJ está também a desenvol-ver as “Políticas da Juventude de Macau (2012-2020)” de forma a englobar num documento oficial todas as necessidades da camada juvenil de Macau, trabalhadas em 15 áreas diferentes, que se vão de-bruçar também na Educação Moral e na Educação da Pátria, a partir dos estabelecimentos de ensino.

“Foram recolhidas já 234 opi-

niões dos membros do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior e do Conselho da Juventu-de e, entre finais de Agosto e finais de Outubro, vamos auscultar de as opiniões e sugestões dos sectores sociais - de associações de juven-tude, escolas e comunicação social - para lançarmos este documento de consulta no final do ano”, garante Un Hoi Cheng, com expectativa de poder antecipar o prazo.

Um dos ajustamentos feitos ao documento está relacionado com o público-alvo, agora dividido em dois grupos. “Os que ainda estudam e os que já estão inseridos

no mercado de trabalho. As idades compreendidas são na mesma dos 13 aos 29 anos, mas queremos também abordar jovens com ida-des menores, para chamarem as famílias a envolverem-se.”

As medidas para os dois grupos têm diferentes objectivos, de acordo com as suas necessidades. “Quere-mos que abarquem também o plane-amento da sua vida, qual a área de estudos que vão seguir. Queremos que o Centro de Juventude tenha trabalhos de aconselhamento para planear o seu futuro.” O Governo, realça, incentiva sempre os jovens a prosseguirem os estudos superiores.

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5sociedadesexta-feira 29.6.2012 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

“SEMPRE foi uma prática comum no seio do clube.” Bob Ruggles, só-

cio do Clube Náutico de Macau (CNM), confirma sem hesitar que existe compra e venda de lugares para estacionar os iates na doca de Lam Mau, onde se situa o CNM. Há muito que os sócios falam nesta especulação lucrativa (o Hoje Macau ouviu vários, além de Ruggles), mas pela primeira vez a Capitania dos Portos reage às criticas, afirmando claramente que se trata de um negócio ilegal. “Nos termos da lei, o CNM não pode alienar a propriedade ou o direito de uso do mar aos terceiros por quaisquer meios (por exemplo aquisição ou locação).”

Outro sócio, que preferiu não ser identificado, mostra-se pouco surpreendido. “É conhecido que não é uma propriedade horizon-tal, que não se podem vender os lugares e quem compra sabe isso”, afirmou. Contudo, como “não há marinas numa região como esta”, “as pessoas dão muito dinheiro por aquilo”. “São as leis do mercado e só há aquele espaço, que é do Governo. Então como é que se pode comprar um lugar? Não é registável. Faz-se muito dinheiro nesta terra.”

Jorge Fão tem sido uma das vozes mais críticas em todo o pro-cesso que tem atingido o clube. Foi o primeiro a frisar a palavra especulação. Os preços podem hoje chegar a um milhão de pata-cas por um espaço grande, sendo que o valor tem vindo a aumentar ao longo dos anos. “Há pontões que foram vendidos aos sócios, que depois venderam a outras pessoas”, referiu recentemente.

SÃO mais de 150 mil documentos, retirados

de 100 departamentos do Governo, que estão na base de dados do novo “Assisten-te Chinês-Português” (CPA, na sigla inglesa). Uma ferra-menta presente na internet, como um simples motor de busca, que pode ajudar tradutores e profissionais dos meios de comunicação a ver uma palavra no contexto de um documento oficial - notas de imprensa, boletins oficiais, discursos, leis ou regulamentos, em português e em chinês.

Cada turista gasta 15 mil patacasSegundo uma pesquisa do Instituto do Estudo dos Jogos Comerciais da Universidade de Macau, citada pela revista Business Intelligence, o valor médio gasto por cada turista que visita a RAEM é 15.257 patacas. No total dos visitantes, 62,4% usa menos de 5.000 patacas enquanto está no território, mas um pouco mais de 20% não só despende acima das 10 mil patacas, como esses gastos são inteiramente feitos nas salas de jogo.

Capitania dos Portos reage às acusações de especulação

Clube Náutico não pode vender ou alugar pontões

Ferramenta de tradução online pode ajudar tradutores de Macau

Mais precisão em documentos bilingues“A base de dados nas

duas línguas vem dos de-partamentos do Governo de Macau, acumulados na última década”, conta Bill Gao, director da empresa Boss Traduções Limitada, membro do Macau New Te-chnologies Incubator Centre (Manetic), que desenvolveu a nova ferramenta. Acima de tudo, o objectivo é reuti-lizar os documentos oficiais bilingues, mantendo a “fia-bilidade” e “consistência”.

No entanto, o especialista à frente da ferramenta vê ain-da uma outra potencialidade

no novo instrumento. “O sis-tema pode não só melhorar a indústria de tradução chinês--português, como o papel de Macau enquanto plataforma entre a China e os países de língua portuguesa.”

O produto foi, de resto, antecipado por um grupo de estudantes e pelo especialista em tecnologias informativas, que sentiam que os aparelhos de tradução estrangeiros já estavam preparados para os tradutores ocidentais, ao contrário dos chineses.

Bill Gao avançou com o projecto por conta própria,

sem apoios governamentais, e com uma equipa de 10 pes-soas que o acompanha há ano e meio. Para já ainda não con-ta com qualquer português no grupo de manutenção do site que lhe possa verificar a documentação utilizada mas espera ter em breve.

A versão final do motor de busca vai estar disponí-vel online em ftp.boss.com.mo, gratuitamente nos pri-meiros três meses. Passado esse período, quem quiser usufruir da ferramenta vai ter de pagar entre duas mil a três mil patacas. - R.M.R.

“Há um mercado especulativo para o qual os próprios dirigentes contribuíram.”

PREÇO NÃO REVELADO“Quem me vendeu o lugar foi um dono privado, de nacionalidade portuguesa e residente em Ma-cau”, conta Bob Ruggles sem, contudo, revelar quanto pagou pelo pontão, adquirido há cerca de três ou quatro anos.

Quanto às declarações da Capitania dos Portos, o sócio do CNM há quatro anos e residente na RAEM há 18 anos dá-lhes pouca importância. “A doca é muito pequena e, além disso, na percepção que eu tenho de Macau, o Governo é dono da maior parte dos terrenos, por isso...”

CAPITANIA ESCLARECENas restantes respostas enviadas ao Hoje Macau, a Capitania re-vela ainda que emitiu “a licença de ocupação a titulo precário, permitindo-lhe [ao CNM] montar instalações temporárias nas águas da marginal da Doca de Lam Mau para a atracação das embarcações de recreio.” Tal licença tem o prazo de um ano e é renovável.

Ainda segundo o organismo, actualmente existem em Macau menos de 80 embarcações de recreio registadas. Dessas, 50 são com motores fora da borda. Quanto às embarcações sem qualquer registo, “nos cinco anos passados encontraram-se anualmente menos de 100 em-barcações, em média”.

Apesar das críticas sobre a falta de uma marina, a entidade governamental diz que “fornece às embarcações de recreio um serviço conveniente e eficiente”, e que, nos próximos tempos, “vai estudar e explorar mais zonas onde podem ser atracadas as embarcações”.

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6 entrevista sexta-feira 29.6.2012www.hojemacau.com.mo

Helder [email protected]

AÍ está um plano de ac-tividades ambicioso no âmbito do ensino da lín-gua e cultura brasileiras

em Macau, fruto de uma plataforma de acordo, denominada Plano de Acção Conjunta, entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Popular da China, para a área da Educação.

Destacando o ponto consi-derado institucionalmente mais importante, Terezinha Bassani Campos, cônsul do Brasil para Hong Kong e Macau, menciona a criação de um leitorado brasileiro na Universidade de Macau. “O governo brasileiro deu-nos [ao

Márcia Schmaltz, docente na UM, e Terezinha Campos, cônsul do Brasil para Macau e Hong Kong

“A língua portuguesa é só uma”O Brasil está a reforçar a influência no ensino da língua portuguesa, mas também da cultura brasileira. Uma professora e uma diplomata revelam todos os pormenores do que está a ser feito e do que aí vem

consulado-geral] instruções para que consultássemos a universida-de, no sentido de saber se havia interesse. A resposta foi positiva, estando agora a ser acertado as nor-mas e os regulamentos, de modo a conseguirmos, no ano que vem, abrirmos o leitorado destinado à divulgação da literatura e cultura brasileira, com uma intervenção de 20 horas semanais. Iremos manter troca de informações com diversas personalidades, como o professor Yao Jing Ming, que tem dirigido interinamente o departamento de português”. Na opinião desta diplo-mata, deve-se à professora Márcia Schmaltz “um grande trabalho de abertura, de facilitação no sentido da instalação do nosso leitorado”.

“Do ponto de vista institucio-

nal”, observa a professora Márcia, “a criação deste posto de leitor é, para nós, do mestrado em Estudos da Tradução, um assunto muito relevante. No primeiro semestre de 2013, será apresentada a tradução de um pequeno livro que contém um conto do escritor brasileiro Lima Barreto – “O Homem que Sabia Javanês” -, uma boa primeira sequência da abertura do leitora-do. Mas várias actividades estão programadas para comemorar a abertura desse posto. O conto foi escolhido porque Macau é men-cionado nele.”

Para Terezinha Campos, é um dos seus escritores preferidos. “Lima Barreto é um escritor pré--moderno, imediatamente antes, já entrando mesmo no modernismo.

No ano que vem, o consulado bra-sileiro deverá publicar a tradução deste conto. Será uma tradução colectiva, feita pelos alunos do mestrado.” Uma possibilidade de os alunos trabalharem “não apenas para o professor, mas já vislumbrando um outro leitor, o leitor real”.

Há, porém, outras actividades inseridas na ensino da língua e da cultura brasileiras na UM, como sintetiza Márcia Schmaltz. “Tere-mos a Semana da Cultura Brasilei-ra, entre 12 e 16 de Novembro. A nossa idéea é que seja também uma homenagem, um destaque, entre a diversidade da cultura brasileira, ao nosso estado da Bahia. Porque a Bahia, com sua cultura tão diver-sificada, sintetiza o próprio Brasil,

ali se ergueu a primeira capital.”Outras actividades vão passar

por exibições e oficina de percus-são, de capoeira e de afro axé, através da Academia do mestre Eddy Murphy; um ciclo de cinema brasileiro; e palestras sobre litera-tura brasileira, dando maior realce a autores baianos. Autores que, preferencialmente, seja possível ler em chinês, como Jorge Amado, por exemplo. Serão também doa-dos livros de autores brasileiros, cerca de 300 títulos, à Biblioteca da UM, e uma doação financeira para apoio a essa 1ª Semana da Cultura Brasileira. Finalmente, haverá o inevitável um jogo de futebol (“um amistoso”).

Em comentário global sobre estas iniciativas contempladas pelo referido Plano de Acção Conjunta entre China e Brasil, Terezinha Bassani Campos realça que o plano contempla realmente as relações entre os dois países. “O plano é a grande moldura do que está sendo feito em Macau. O consulado-geral para Hong e Macau procura fazer aquilo que interesse localmente.”

PLANO BEM RECEBIDOEste plano de actividades destinado a promover a cultura brasileira terá sido bem recebido na UM?

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7entrevistasexta-feira 29.6.2012 www.hojemacau.com.mo

Frente femininaTerezinha Bassani Campos, nascida em Minas Gerais, estudou letras em S. Paulo e entrou para o Instituto Rio Branco (onde se formam diplomatas), estando no Itamarati desde 1984. Serviu em Manágua, Roma, Berlim, Londres, Sidney, Xangai e, há cerca de três anos, Hong Kong, como chefe do sector cultural do consulado-geral do Brasil naquela região, e em Macau, agora em vésperas de assumir função diplomática em Milão. Terezinha tem trabalhado em diferentes áreas no Ministério das Relações Exteriores do Brasil, desde relações bi-laterais até à área cultural.Márcia Schmaltz, também brasileira, de Porto Alegre, mestre em Letras, é professora no Mestrado em Estudos da Tradução da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Macau. Foi coordenadora do Núcleo de Cultura Brasileira na Universidade de Pequim e é autora de vários livros sobre a China. Parte da sua infância foi vivida em Taiwan, domina e aprofundou seus estudos académicos no que toca à língua e cultura chinesas, traduzindo obras literárias, mas também científicas e jurídicas, bem como outra documentação importante. Premiada em várias ocasiões, destaque-se o Prémio Xerox/Livro Aberto, pela tradução de “Histórias da Mitologia Chinesa” e o Prémio Açorianos de Literatura, categoria tradução. No campo intelectual, sua primeira paixão é a literatura que se relacione com a cultura chinesa. Por exemplo, “Fábulas Chinesas” que editou juntamente com Sérgio Capparelli, tem tido extraordinário sucesso internacional, pois reúne de forma criativa uma série de fábulas de diferentes períodos da civilização chinesa, algumas delas anteriores à Era Cristã.

Diplomata e professora respon-dem positivamente. A primeira salienta a forma como as ideias foram recebidas. “Estamos muito agradecidos à Universidade de Ma-cau pela excelente receptividade e pela hospitalidade com que nos recebem e nos acolhem.”

Sobre quando começa e quando terminam estas actividades, não há propriamente um calendário esta-belecido. “Existe um contexto. A programação cultural do consulado é feito de ano a ano. Por exemplo, a deste ano tem como directriz o que está no Plano, mas nós fazemos de forma específica para Macau. Este ano, a programação cultural incluiu esta boa colaboração com a universidade.”

Márcia Schmaltz sublinha que a instituição do leitorado está previs-ta já para o próximo ano. “Quanto à Semana Cultural Brasileira, será também, entre tantos significados e objectivos, uma celebração do leitorado.”

Em termos mais formais, a diplomata brasileira sublinha a existência de um contexto de apro-fundamento político, de relações a todos os níveis entre Brasil e China. “E nós, no consulado-geral, trabalhamos na área educacional e cultural. Este ano de 2012 já estamos fazendo alguma coisa que se irá reflectir no ano que vem, embora ainda estejamos acertando alguns detalhes finais de uma ou outra actividade.”

INFLUÊNCIA BRASILEIRAPode concluir-se que através deste Plano de Ação Conjunta para a área da Educação, entre China e Brasil, passará a existir um reforço da in-fluência brasileira no ensino da lín-gua portuguesa na Universidade de Macau? Márcia Schmaltz responde com optimismo. “Estamos fazendo a divulgação, acreditamos que o Brasil está fazendo esforços para divulgação da língua portuguesa e da cultura brasileira. A língua portuguesa é só uma, não há duas. Apenas somamos forças àquilo que o governo de Macau já está fazendo na divulgação da língua portuguesa, que é de todos nós.”

Conclui-se que a existência, pelo menos até ao momento, de normas diferentes no ensino da língua, não provoca conflitos entre professores que têm ensinado por normas diferenciadas. As entrevis-tadas confirmam.

Márcia adianta que o professor Yao Jing Ming tem sido um óptimo maestro. “Para além de entre nós, professores, termos as melhores relações. Agora, com o Acordo Ortográfico, estamos todos sob o mesmo guarda-chuva. Essa é uma das maiores riquezas da nossa língua comum.”

Terezinha complementa a ideia. “A língua portuguesa é rica o suficiente para acolher as mais diferentes culturas. Todas estas actividades que agora divulgamos

vêm para somar, não para dividir ou diminuir. E tenho esperança de que se multipliquem. Será mais uma demonstração de quanto poderosa é a rede da língua portuguesa, uma grande língua de cultura, a ponto de poder suportar tão diferentes manifestações culturais e tão di-ferentes literaturas.”

No ensino do português na UM, o mais recente Acordo Orto-gráfico ainda não impera. Márcia Schmaltz lembra que “está todo o mundo na posição de aguardar, pois ainda não há uma delibera-ção”. Para a diplomata, é natural a existência de polémicas. “Isso também aconteceu nos meios académicos, ainda é recente tudo

isto. Lembro o tempo em que, na reforma que houve no Brasil, deixaram de existir os acentos diferenciais, eu também achei muito estranho, gostava desses acentos diferentes, houve também bastante polémica, mesmo entre os não polemistas. Até todo o mundo se habituar, é natural a existência algumas rejeições que depois esmorecem.”

Questionada sobre a expe-riência vivida em Hong Kong, sede do consulado, e em Macau, a diplomata revela que foi a ex-periência mais positiva possível. “É verdade que o consulado está fisicamente em Hong Kong, mas não é possível estar em dois lu-

gares simultaneamente. Quando fui colocada em Xangai, fazia 20 anos que eu desejava vir para a Ásia. É uma região do mundo ab-solutamente fascinante, riquíssima culturalmente. Me corta o coração sair daqui em breve, porque ainda acho que ainda há muito que apren-der, para além do que aprendi por aqui. São os ossos do ofício, agora recordarei sempre esta experiência muito rica.”

Terezinha Campos ficou sur-preendida quando verificou a existência de comunidades bra-sileiras muito dinâmicas, embora diferenciadas, em Macau e em Hong Kong. “Em Xangai, em Hong Kong e em Macau, apenas

imaginava que existiam meia dú-zia de brasileiros. Mas encontrei comunidades brasileiras muito bem implantadas no terreno, mui-to bem organizadas, muito presti-giadas. Destaco a de Macau, muito activa, principalmente na área de divulgação cultural do Brasil, o que me dá enorme prazer em estar com a comunidade brasileira lo-cal, apoiando no possível. A Casa do Brasil em Macau é um grande interlocutor do consulado-geral, sempre mantemos um relaciona-mento muito útil e muito amigo. É preciso que a comunidade brasileira esteja sempre engajada nos projectos, nos programas que se vão realizando.”

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8 nacional sexta-feira 29.6.2012www.hojemacau.com.mo

O ministro dos Ne-gócios Estrangei-ros de Portugal, Paulo Portas,

inicia no sábado uma vi-sita de oito dias à China, acompanhado por mais de 50 empresários, a qual de-verá consagrar o actual bom momento das relações eco-nómicas bilaterais. “A China é hoje um dos dez maiores parceiros económicos de Portugal e fez importantes investimentos em grandes empresas portuguesas. Esta visita é a consagração de um momento muito especial nas relações entre os dois países”, disse à agência Lusa o embaixador português em Pequim, José Tadeu Soares.

Esta é a primeira viagem oficial à China de um minis-tro do actual Governo por-tuguês e, além de Pequim, onde vai encontrar-se com o “número dois” do executivo chinês, Li Keqiang, Portas visitará Xangai, Hong Kong e Macau. “As relações de carácter político com a China são excelentes e nos

UM grupo de defesa dos direitos dos tra-

balhadores disse ontem ter descoberto condições de trabalho “deploráveis” nos fornecedores chineses da Apple, após uma inves-tigação de quatro meses às fábricas que produzem para o gigante americano da electrónica.

A China Labor Watch (CLW), que investigou dez fornecedores da Ap-ple no Sul e no Leste da China, diz ter descoberto diversas violações dos direitos dos trabalhadores, incluindo o excesso de trabalho em horas extra-ordinárias e condições de trabalho perigosas para a saúde. “Esta investigação nas fábricas da Apple na China concluiu que são generalizados, ao longo da cadeia de abastecimento da Apple, os ambientes

laborais nocivos e peri-gosos, caraterizados por trabalho extraordinário ilegal e baixos salários”, refere o relatório da CLW.

O relatório da CRW baseou-se numa inves-tigação directa por seis membros da organização, que entraram nas fábricas de forma anónima, e em entrevistas com 620 fun-cionários.

Um outro relatório recente, da Fair Labor Association (FLA), que investigou as fábricas da Apple com o consenti-mento da multinacional americana concluiu que os operários dos fornecedores da Apple fazem em média entre 100 e 130 horas de trabalho extraordinário por mês, muito acima do limite legal na China, que é de 36 horas.

Os salários baixos le-

vam os trabalhadores a aceitar as horas extra-ordinárias, mas várias empresas nem sequer compensam esse trabalho extraordinário de forma devida, diz a FLA.

A CLW exige agora que a Apple corrija esta situa-ção e cumpra as promessas já feitas de melhorar as condições de trabalho dos operários. “A Apple deveria assumir a respon-sabilidade de melhorar as condições de trabalho des-tes trabalhadores”, disse o director da organização, Li Qiang, em declarações à imprensa, à margem da apresentação do relatório.

As condições de tra-balho nos fornecedores da Apple na China criaram polémica em 2010, quando 13 operários da fábrica da Foxconn morreram em alegados suicídios.

O Ministério das Finan-ças da China anunciou

ontem a emissão de 23 mil milhões de yuan de títulos do Tesouro em Hong Kong para “ajudar a economia local”.

É a quarta e maior emissão do género desde 2009 e coin-cide com o 15.º aniversário da

Um “momento especial”, afirma embaixador português em Pequim

Oito dias de diplomacia económica

Fornecedores da Apple com condições laborais “deploráveis”

As queixas do costumeHong Kong China faz emissão recorde de títulos do Tesouro

Ajudar economia local

últimos tempos as relações económicas e financeiras têm vindo a aumentar de forma substancial”, disse também o embaixador português.

A visita começa por Xangai, a maior e mais cosmopolita cidade chinesa, com cerca de 23,5 milhões de habitantes. Na segunda--feira, Portas vai participar

no fórum “Caminho das Exportações”, iniciativa do semanário Expresso que se repete em Macau, última etapa da visita.

Em Pequim, o minis-tro português reúne-se na terça-feira com o homologo chinês, Yang Jiechi, e a se-guir vai encontrar-se com o ministro do Comércio, Chen Deming, e com o

director do Departamento Internacional do Partido Comunista, Wang Jiarui.

O programa na capital inclui ainda a participa-ção num seminário em-presarial, contactos com empresas e um jantar com banqueiros dos dois países no único restaurante portu-guês de Pequim.

Paulo Portas segue no dia

6 para Hong Kong, rumo a Macau, onde permanecerá até 8 de Julho.

Macau - cuja transição para a administração chine-sa, em 1999, é vista pelos dois Governos como um sucesso - é a sede do Fórum para a Cooperação Económi-ca e Comercial China-Países de Língua Portuguesa.

A última grande missão

empresarial enviada por Por-tugal à China, com cerca de 70 executivos, foi em Janeiro de 2007, durante a visita do então primeiro-ministro, José Sócrates.

BONS PROVEITOSEm 2011, as exportações portuguesas para a China aumentaram 54,1 por cento em relação a 2011, para 1.160 milhões de dólares.

Entretanto, a China Three Gorges pagou ao Estado português 2.700 milhões de euros por 21,35 por cento do capital da EDP, tornando-se o maior acionista da empresa, e a State Grid comprou 25 por cento da REN (Redes Energéticas Nacionais) por 387,15 milhões de euros.

Na União Europeia, Por-tugal é um dos países favo-ráveis ao levantamento do embargo à venda de armas à China, imposto após a re-pressão militar do movimen-to pró-democracia da Praça Tiananmen, há 23 anos, e que Pequim considera “uma relíquia da Guerra Fria”.

Segunda maior economia do mundo, com um cresci-mento anual médio de 9,9 por cento ao longo das últimas três décadas, a China possui as maiores reservas cambiais do planeta, estimadas em 3,2 biliões de dólares.

transferência da soberania de Hong Kong para a República Popular da China.

Cerca de dois terços da-quele montante será vendido a investidores institucionais, incluindo bancos centrais es-trangeiros, o que contribuirá também para a internacio-

nalização da moeda chinesa, salientou um responsável do Ministério das Finanças chinês.

O yuan não é inteiramente convertível, mas a sua cota-ção tem vindo a ser “flexi-bilizada” pela banco central da China e já pode variar um ponto percentual por dia face a um pacote de moedas internacionais que inclui o dólar norte-americano, o iene japonês, o euro e a libra britânica.

Hong Kong foi integrado na China no dia 1 de Julho de 1997, com o estatuto de Região Administrativa Espe-cial e segundo a formula “um país, dois sistemas”, que seria também adotada em Macau dois anos e meio mais tarde. De acordo com aquele prin-cípio, Hong Kong manteve a sua moeda e continuou a ser um território aduaneiro autónomo.

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9regiãosexta-feira 29.6.2012 www.hojemacau.com.mo

MAIS de 85 por cento dos jornalistas de Hong Kong conside-ram que a liberdade

de imprensa no território deterio-rou-se significativamente sob a administração de Donald Tsang, segundo um inquérito à classe.

Os resultados da pesquisa, realizada pela Associação de Jor-nalistas de Hong Kong (HKJA, na sigla em inglês) e aos quais a agência Lusa teve acesso, “confir-mam uma tendência preocupante”, já que há um aumento de 28,5 por cento do universo daqueles que acham que esta sofreu uma maior deterioração. “A liberdade de imprensa tem-se deteriorado continuamente e estou preocupada com a possibilidade de se tornar numa tendência que se possa con-solidar, tornando-se mais difícil de a reverter do que no passado”, afir-mou à agência Lusa a presidente da HKJA, Mak Yin-ting, salientando

QUINZE anos depois da transferência da sobera-

nia para a China, Hong Kong “luta para manter” um estatuto de praça financeira e impor-tante porto asiático com uma China cada vez mais pujante e aberta ao mundo, defende o analista João Guedes.

A residir em Macau há mais de 30 anos, João Guedes, que já foi investigador da Polícia Judiciária, é jornalista da Teledifusão de Macau e um analista da política regional, recorda, cinco anos depois, um artigo da revista “Time” que uma década depois da transferência de Hong Kong apontava ainda “bom tempo” na antiga colónia, “mas já vislumbrava algumas nuvens no céu”. “O apogeu de Hong Kong já foi e actualmente o que a antiga colónia britânica pode fazer é lutar para manter um estatuto de praça financei-ra internacional, de importante porto asiático, de importante cidade fornecedora de servi-ços de nível internacional e não mais do que isso”, sustenta João Guedes.

É que, a nível financeiro e numa China em constante

e rápida mudança, “Xangai cresce a passos gigantescos, os contentores são disputados por muitas cidades costeiras chinesas e até nos serviços as cidades do interior da China estão em evolução paralela à abertura e ao desenvolvimento económico e financeiro do país”, diz.

João Guedes avalia tam-bém a questão política e sustenta que nem nesse capí-tulo Hong Kong pode ser um bastião e “perde terreno no que respeita às lutas cívicas pela democracia”. “Embora a so-ciedade de Hong Kong tenha conseguido obrigar a China a aceitar o sufrágio universal já em 2017 para o cargo de Chefe do Executivo esse exemplo pouco efeito provoca no inte-rior do país, onde a abertura política nacional está a ser cada vez mais debatida e até já se fala na possibilidade de rever oficialmente o proces-so relativo ao ‘massacre de Tiananmen’ que até há bem pouco o Partido Comunista Chinês tinha dado o caso como encerrado”, refere.

O jornalista defende tam-bém que até na “luta pela de-

mocracia”, Hong Kong parece ter cedido o lugar a Taiwan, a ilha com a qual Pequim “pa-rece agora negociar os termos de uma reunificação baseada em muito mais democracia do que a que concedeu há 15 anos a Hong Kong e, dois anos depois, a Macau”.

No campo político, João Guedes destaca ainda a “der-rota” dos capitalistas de Xan-gai nas últimas eleições da chefia do executivo na pessoa de Henry Tang contra Leung Chun-ying, que contou com um claro apoio de Pequim depois de uma campanha de-dicada a discutir mais os erros de cada um na vida privada do que o projecto de futuro para a cidade.

Mas 15 anos depois, Hong Kong também mudou ao nível dos costumes: o inglês deu lugar ao mandarim - a língua oficial chinesa - como segunda língua mais falada, os turistas que hoje alimentam a cidade e enchem os hotéis são maio-ritariamente do continente e fazem uma passagem pela antiga colónia britânica antes de seguirem para os casinos de Macau.

O bispo de Baucau, Basílio Nascimento,

disse que a forma pacífica como está a decorrer a campanha eleitoral para as legislativas de 7 de Julho em Timor-Leste demonstra o crescimento e a aprendizagem feita pelos timorenses nos últimos anos. “Penso que está a operar-se uma mudança bastante significativa, julgo que é um bocado revelador também dos passos que nós os timorenses fomos fazendo, a aprendizagem que fomos fazendo”, afir-mou Basílio Nascimento.

Na campanha eleitoral para as terceiras legislati-

Hong Kong Liberdade de imprensa enfrenta “graves desafios”

A deterioração dos media

Hong Kong “luta para manter” estatuto de praça financeira

A perder qualidadesBispo de Baucau exulta com campanha eleitoral pacífica

O crescimento dos timorenses

vas do país, que termina na próxima quarta-feira, foram, até ao momento, registados pequenos inci-dentes, a maior parte dos quais relacionados com destruição de propaganda eleitoral. “Pelo menos, não se ouve falar de conflitos ou de violência. É muito possível que haja (inciden-tes), mas não é de modo a chamar a atenção de toda a Nação ou sociedade”, disse em entrevista à agência Lusa o bispo de Baucau.

“A nível de civismo penso que nós cresce-mos, julgo que a nível de respeito houve também um crescimento bastante

grande, digamos, uma consciencialização das pessoas, embora com um aumento substancial de partidos”, acrescentou.

Nas eleições legislati-vas de 2007 participaram no escrutínio 14 partidos e coligações. No escrutínio de 7 de Julho vão participar 21 partidos e coligações.

Apesar de a campa-nha estar a decorrer de forma pacífica, Basílio Nascimento considerou que um mês de campa-nha eleitoral é “demais”, mas reconheceu que os candidatos precisam de tempo para percorrer o país. “Um mês para a campanha eleitoral penso que é muito, mas também é necessário para que to-dos os partidos políticos tenham tempo de expor as suas ideias, de percorrer o país, que embora pequeno é montanhoso”, afirmou.

Sobre as promessas eleitorais feitas pelos di-rigentes políticos, o bispo Basílio Nascimento acha que não vão ser cumpri-das. “Aquelas promessas que estamos a ouvir, toda a gente sabe que nenhuma será cumprida, mas fica bem a um político dizer isso porque se o político não faz promessas deixa de ter a razão de ser polí-tico”, salientou.

que a liberdade de imprensa “en-frenta graves desafios”.

A HKJA diz ainda ser “sig-nificativo” o facto de o controlo governamental sobre o fluxo de informação ter superado a au-

tocensura como factor principal da deterioração da liberdade de imprensa face ao apurado em 2007.

De acordo com a pesquisa, efe-tuada em abril, a perceção de mais de metade dos entrevistados (57,2 por cento) é a de que é “óbvio” que se desfruta hoje de menos liberdade de imprensa.

Do universo de 653 questioná-rios válidos, 6,2 por cento apontou para ausência de mudanças neste capítulo e 2,7 por cento defendeu haver maior liberdade de imprensa.

A maioria dos 576 inquiridos que constatou um recuo na liber-dade de imprensa (92,7 por cento) atribuiu o retrocesso ao apertado controlo sobre o fluxo de infor-mação e à obstrução da cobertura noticiosa.

A autocensura no seio da classe figurou como a segunda razão, na perspetiva de mais de 70 por cento, seguida da interferência do governo de Pequim e do Gabinete

de Ligação da China em Hong Kong (67,5 por cento).

A pressão exercida pelo sector empresarial e pelos conglomerados económicos figurou no terceiro lugar no “ranking” de razões que conduziram ao recuo da liberdade de imprensa (35,9 por cento), se-gundo a percepção dos jornalistas.

A autocensura tem vindo a aumentar, com 35,9 por cento dos inquiridos a admitir ter praticado ou assistido a atos de autocensura nos últimos 12 meses.

Segundo os 238 inquiridos que admitiram a prática, esta resultou na ocultação de informações des-favoráveis a grupos que exercem forte influência sobre a publicidade (40,3 por cento) e ao governo cen-tral (37 por cento).

Informação prejudicial aos proprietários dos meios de comuni-cação ou aos seus interesses (34,5 por cento) também foram alvo de censura pelo próprio jornalista.

Sem surpresas, refere a HKJA, 34,5 por cento afirmou que foi durante o período da eleição do Chefe do Executivo, cujo escru-tínio decorreu em Março, que se verificaram os “mais graves ataques à liberdade de imprensa dos últimos sete anos”.

Neste âmbito, é dado o exemplo da pressão exercida pelo Gabinete de Ligação junto do “Hong Kong Economic Journal” e do “Sing Pao”, para alterarem o conteúdo da coluna de opinião de um co-mentador.

Relativamente ao futuro, as perspetivas de Mak Yin-ting também são pouco animadoras: “Não sabemos exatamente como CY Leung [novo chefe do exe-cutivo] vai lidar com os ‘media’ ou liberdade de expressão, mas olhando à forma como lidou antes, estou preocupada com o facto de a situação não parecer otimista”.

O chefe do executivo eleito “é um pouco intolerante com pontos de vista diferentes”, opinou a presidente da HKJA, recordando que “depois de ter sido eleito emi-tiu quatro cartas dirigidas a duas organizações, opondo-se à forma como trataram as notícias que lhe diziam respeito”, observou.

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TREINADORDE BANCADA

10 sexta-feira 29.6.2012www.hojemacau.com.mo

OS MAIS ALTOS VALORES SE LEVANTARAM

• RELVADO PRINCIPAL

Pequeno compêndio de infelicidadesMarco [email protected]

AGORA que o caudal de esperança amainou e o

entusiasmo volta a remoer em surdina as banalidades do dia-a-dia, pouco mais nos resta do que habitar o futuro. É lá – num dia incerto, mas tangível – que o manancial de inquietude que nos permeia o sangue pode, por fim, encon-trar respostas e sossego. É lá também que está enredada, sem que o saibamos, a nossa primeira ascensão ao Olimpo

do futebol, porque um dia virá em que as Musas do Destino deixarão de ter forças para suportar o pecaminoso peso da injustiça que vezeiras ve-zes embalam.

A derrota frente a Espanha neste Euro 2012 acrescenta um novo capítulo ao livro de mágoas do adepto luso e o peso de uma mágoa é sempre o mais difícil de suportar. Tivesse a Selecção abando-nado o Europeu vergada ao sabor amargo de três anódinas derrotas e neste momento os lamentos seriam nulos

e muitos os impulsos para ressuscitar a fénix.

Como ela dançou como um dragão e enfeitiçou quem a viu voar, o encanto permanece como uma farpa apontada ao coração. O pior é que – bem vistas as coisas – Portugal nunca se despediu sem brio de um Campeonato da Europa de Futebol. Em seis participa-ções, o colectivo das Quinas nunca se ficou pela fase de grupos. Nem mesmo quando o percurso terminou no pri-meiro apeadeiro – em 1996, na Inglaterra e há quatro anos,

na Áustria e Suíça – o adepto pode culpar a máquina.

FICA A PROMESSAEm 1996, o sonho chocou de frente com um gesto de Karel Poborsky com tanto de mag-nânimo como de improvável. Quatro anos depois, com Luís Figo e Sérgio Conceição a escrever odes com a bola, Portugal esteve com a final à distância de uma mão (a de Abel Xavier), mas França invocou os fantasmas de 1984 e Portugal voltou a soçobrar. De 2004 não vale a pena nem

GONÇALO LOBO PINHEIRO

• Apesar de falhado o acesso à final do Euro 2012, Portu-gal mostrou ante a Espanha que é uma das melhores selecções do mundo. O Clube Portugal não teve a estrelinha que precisava para poder participar na sua segunda final em Europeus de futebol, tal como acon-tecera em 2004, em terras lusas, mas provou que os amantes de futebol podem rejubilar com o seu futebol, que em muitas alturas do jogo contra a Espanha a impediu de praticar o seu futebol enervante.Por uma vez estou de acordo com o Presidente da Repú-blica, Cavaco Silva, quando afirma que Portugal teve “brio, dedicação e empenho” durante a sua prestação. Penso, muito sinceramente, que Portugal esteve melhor que a Espanha e que lhe faltou, de facto, sorte. Por isso, a Nossa Selecção merece total apoio e, a meu ver, Paulo Bento tem o aval para continuar a liderar este grupo maravilhoso.Da Espanha não vi nada – ou quase nada. Parece-me que os “nuestros hermanos” estão longe da forma que os caracterizou e fez conquistar

os últimos Europeu e Mundial de futebol. E viu-se. Para Del Bosque substituir o “mago” Xavi tem de estar algo de er-rado no reino de Castela. Po-sitivo, a grande homenagem que os espanhóis fizeram ao malogrado Miki Roqué, falecido recentemente de doença prolongada.Portugal ergueu os mais altos valores futebolísticos. Ergueu o nome da Nação e ergueu também a moral de um país moribundo, descrente no futuro, onde, ouvi dizer, até já se consegue fazer uma refeição mais barata que em Macau e onde a moeda única, a par de toda a Europa, continua a perder terreno em relação à pataca.Seja como for, e em jeito de conclusão, durante um mês os 23 eleitos por Bento fizeram os milhões de por-tugueses por esse mundo fora sonhar. Pelo menos, eu senti-me assim, num sonho, do qual sempre tive a fé de acordar no dia 1 de Julho, com um sorriso no rosto. Paciência. Foi bom rapa-zes. Agora, só falta mesmo que Cristiano Ronaldo seja agraciado com a Bola de Ouro e... a Espanha ganhar mais um Europeu.

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11sexta-feira 29.6.2012 www.hojemacau.com.mo

• RELVADO PRINCIPAL

Pequeno compêndio de infelicidades

MESTRE PU YIJÁ NÃO ADIVINHA

• Desiludido com a eliminação de Portugal, Mestre Pu Yi jurou não mais recorrer à técnica de leitura psíquica das bolas de papel, destruindo para sempre os artefactos utilizados no processo. Com o turbante definitivamente posto de lado, o Mestre garante contudo que continuará a ser o que tantos admiradores lhe tem trazido: um gato irresistível.

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falar, que a tragédia além de grega é filha da mãe. Há quatro anos, mantivemos o orgulho intacto, porque cair contra a Alemanha sem dar o braço a torcer não é vergonha alguma.

A faceta mais amarga da maldição que nos tolhe não são sequer as derrotas. É a certeza que o futebol que jogámos encheu de perfume os relvados. Foram sempre belas as gestas, mas neste compêndio mínimo de mágoas e injustiças faltou sempre um final feliz. Faltou cumprir-se Portugal.

• À VOLTA DO ESTÁDIO

SÉRGIO RAMOS EXPLICA RAZÃO DA PANENKA A PORTUGALO defesa Sérgio Ramos arriscou aposta numa Panenka nas grandes penalidades frente a Portugal, tendo revelado que estava confiante e que queria apagar a má imagem deixada no jogo da Liga dos Campeões. “Tinha muita vontade de marcar uma grande penalidade desde as meias-finais da Liga dos Campeões e contestar aqueles que dizem que não aguento a pressão. O meu estado anímico era bom e estava confiante.”

HUMBERTO COELHO CONSIDERA CR7 “EXTRAORDINÁRIO”Humberto Coelho, vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, elogia o profissionalismo de Cristiano Ronaldo e não hesita em afirmar que o capitão da selecção nacional merece vencer a Bola de Ouro. “Cristiano Ronaldo é um profissional extraordinário. Treina como ninguém, é um líder dentro e fora de campo. Não fala muito, é um exemplo pela sua atitude. Na minha opinião, merece conquistar a Bola de Ouro.”

JOGO FOI O PROGRAMA MAIS VISTO DESDE 2004Com um total de 3.689.700 telespectadores, o jogo entre Portugal e Espanha, das meias-finais do Euro-2012, foi o programa mais visto dos últimos oito anos na televisão portuguesa, anunciou a estação SIC. “O jogo transmitido pela SIC liderou com 39% de audiência média e 74,8% de share, o que equivale a 3.689.700 telespectadores”, lê-se em comunicado.

EUSÉBIO FEZ A FINTA E VIU PARTIDA COM ESPANHA Apesar de desaconselhado pelos médicos, Eusébio da Silva Ferreira, que deverá receber alta do Hospital da Luz entre hoje e amanhã, fez questão de acompanhar a transmissão directa do jogo entre Portugal e Espanha,

que ditou o adeus da equipa das quinas ao Euro-2012. Segundo explicou José Roquette, director clínico daquela unidade hospitalar, o embaixador da selecção nacional teria sido sujeito a “mais stress se privado de assistir ao encontro”.

CAVACO SILVA ENALTECE “O BRIO” DA SELECÇÃO O Presidente da República, Cavaco Silva, enalteceu, esta quinta-feira, o brio, a determinação e o desportivismo com que a selecção nacional disputou o Euro-2012. “Quero

felicitar muito calorosamente todos os jogadores e a equipa técnica, que por terras da Polónia e Ucrânia se bateram com brio, determinação e muito desportivismo e alcançaram um excelente resultado. Os portugueses estão orgulhosos da sua selecção nacional de futebol.”

GESTO DE COENTRÃO DÁ QUE FALAR EM ESPANHA A imprensa espanhola faz eco de um alegado gesto provocatório de Fábio Coentrão dirigido ao banco da “Roja” durante o encontro com Portugal, das meias-finais do Euro-2012. A edição on-line do jornal catalão Mundo Deportivo publica uma imagem do lateral português com a mão nos órgãos genitais, considerando tratar-se de um gesto premeditado e provocatório.

PODOLSKI VIROU ESTRELA POPAvançado e músico. Lukas Podolski, jogador da Selecção alemã, mostrou uma faceta até hoje não conhecida: artista pop. O jogador do Colónia, contratação assegurada do Arsenal para a próxima temporada, juntou-se à banda Brings, numa versão da canção “Hallelujah”. Quem sabe se Podolski não descobriu uma nova vocação.

VAN MARWIJK APRESENTA DEMISSÃOO treinador Bert van Marwijk decidiu apresentar a demissão do comando da Holanda. “Tinha muitas dúvidas, mas decidi tomar esta decisão”, afirmou Van Marwijk. A Federação holandesa já confirmou a demissão do treinador holandês, que ocupava a posição desde 2008. “Estamos agradecidos com o seu trabalho. Ele foi excepcional no mundial e pela primeira posição alcançada no ranking da FIFA. É triste a sua saída, mas temos de ser realistas.”

ESPANHA EM MEMÓRIA DE MIKI ROQUÉ A selecção espanhola foi autorizada pela UEFA a envergar braçadeiras negras na partida com Portugal, em memória de Miki Roqué, que morreu no passado domingo, vítima de cancro, com apenas 23 anos. A doença obrigou-o a abandonar os relvados em Março de 2011, altura em que estava contratualmente ligado ao Bétis de Sevilha.

“Obrigado Portugal” CRISTIANO RONALDO, capitão da selecção portuguesa, horas depois da eliminação, na sua conta de Twitter

“Há grande responsabilidade para 2014” HUMBERTO COELHO, vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol

“Quisemos resolver antes dos penáltis” JOÃO MOUTINHO, que falhou a primeira penalidade marcada pelos portugueses

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12 vida sexta-feira 29.6.2012www.hojemacau.com.mo

UM tribunal federal de Washington confirmou nesta terça-feira que a Agência de Protecção

do Ambiente norte-americana pode regular as emissões de gases com efeito de estufa, um poder contestado por indústrias e alguns estados, como o Texas.

Indústrias e 14 estados – lidera-dos pelo Texas e Virgínia – contestam vivamente as novas regras ditadas pela agência federal de protecção do Ambiente (EPA, sigla em inglês), que visam reduzir as emissões de ga-ses com efeito de estufa produzidas pelas fábricas e centrais de produção de electricidade a carvão e libertadas pelos automóveis.

O tribunal de recurso, composto por três juízes, rejeitou agora to-dos os argumentos dos queixosos

COM tintas e telas, os funcionários do Zoo de

Taronga, na Austrália, reco-lheram as impressões das patas dos 4000 animais que lá vivem, tornando-os em-baixadores de um projecto de conservação de elefantes na Tailândia, lançado nesta quarta-feira.

Encorajados pelos seus tratadores, os mais variados animais – como um elefante, uma foca e um pinguim – mergulharam as patas numa tinta azul ou vermelha (não nociva) e deixaram a sua im-pressão numa folha branca.

Este trabalho, que durou várias semanas, teve como objectivo “criar uma pode-rosa assinatura em nome da vida selvagem para inspirar as pessoas para a conserva-ção”, explica o jardim zooló-gico em comunicado. Mais concretamente, para marcar o anúncio de um financia-mento ao Parque Nacional Kui Buri, na Tailândia.

O Zoo de Taronga vai ajudar a financiar a constru-ção e manutenção de duas estações de vigilância na fronteira daquele parque, para evitar os conflitos entre humanos e elefantes, num programa conjunto com o Zoo de Vitória. “Ao reunir as marcas dos animais, esta-

AS autoridades do Ga-bão queimaram nesta

quarta-feira cinco toneladas de marfim, algo inédito na África Central, para dizer aos caçadores furtivos e traficantes que o Governo está empenhado em salvar os elefantes.

Como sinal da impor-tância dada a esta operação, foi o Presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba, quem deitou fogo à pilha de marfim – com 4825 qui-los, composta por peças em bruto e esculturas –, na presença do primeiro--ministro Raymond Ndong Sima e outros membros do Governo. Esta quantidade de marfim representa a morte de 850 elefantes, dis-se a WWF (Fundo Mundial da Natureza), organização parceira da operação.

O valor do que foi des-truído atinge os 75 milhões de patacas, à razão de 16000 a 20000 patacas por quilo vendido no mercado negro asiático, de acordo com os dados da Agência Nacional de Parques Nacionais.

Esta operação surge de-pois de um período intenso de caça ilegal na África Central, quando o número de elefantes mortos por causa do marfim atingiu

Tribunal confirma Agência de Ambiente norte-americana

Regular as emissões de CO2

Zoo australiano recolhe impressões das patas de 4000 animais

Tudo cadastradoGabão deita fogo a cinco

toneladas de marfim

Pelos elefantesníveis recorde, disse, em comunicado, a organização TRAFFIC, especializada no combate ao comércio ilegal de espécies, com sede no Reino Unido. O comércio internacional de marfim está proibido desde 1989 pela CITES (Con-venção sobre o comércio internacional de espécies selvagens de fauna e de flo-ra ameaçadas de extinção).

Para o Presidente do Gabão - o país da África Central com mais elefan-tes, estimados em cerca de 50.000 - esta é uma questão de segurança nacional e a morte dos elefantes pelo marfim é “inaceitável”. Por isso criou uma brigada espe-cial na Agência de Parques Nacionais para travar os caçadores furtivos. Além disso, Ali Bongo Ondimba anunciou que vai cooperar com o Ministério da Justiça para endurecer as penas e garantir que as pessoas en-volvidas em crimes contra a vida selvagem sejam con-denadas e mandadas para a prisão. “O elefante vivo dá-nos mais do que morto. Em termos económicos, o desenvolvimento do turis-mo, que está a crescer, pede que preservemos a nossa fauna e flora”, disse o Pre-

sidente Ali Bongo Ondimba. “Aquilo que estamos a tentar fazer, além do valor simbóli-co, tem um verdadeiro valor de preservação económica”, acrescentou. “É preciso traduzir o capital natural em receitas e transmiti-lo às gerações futuras.

“A incineração é impor-tante, é um símbolo. Envia a mensagem de que o Gabão tem tolerância zero para com a caça furtiva e que não está interessado no comércio de marfim, mas sim em parar o massacre dos elefantes”, disse o director do programa Global Species da WWF, Carlos Drews. “O crime contra a fauna selvagem é um crime sério. O marfim vendido financia os grupos rebeldes e as guerras civis na África Central... Isso desestabiliza a sociedade. As vidas humanas estão em jogo” acrescentou, referin-do-se aos guardas florestais que são assassinados.

O marfim vem de ele-fantes da floresta (mais pequenos do que os da sava-na) que só vivem na Bacia do rio Congo. “São uma espécie muito ameaçada de extinção e já desapareceram de algumas zonas por causa da caça ilegal.”

Segundo o director da Agência de Parques Nacio-nais, Lee White, “a África florestal perdeu 80% dos seus elefantes nos últimos 20 anos” e o Gabão, “com 13% da Bacia do Congo, tem mais de 50% dos elefantes de floresta”.

mos a assinalar visualmente o compromisso de Taronga em nome da conservação da vida selvagem. E esperamos que os nossos visitantes tam-bém venham a participar”, disse o director do Zoo de Taronga, Cameron Kerr.

“Foi um trabalho muito divertido para muitos de nós no zoo. Vários animais, como o pinguim Mr. Munro, saltaram alegremente para cima da tela e deslizaram

sobre o papel”, contou Kerr. Outros, “como as nossas focas, foram treinados para deixar a sua marca e foi sur-preendente como algumas das impressões desafiaram as ideias pré-concebidas que tínhamos em relação a como tudo iria resultar”, acrescentou.

Simbolicamente, o zoo colocou a marca de Pak Boon, uma elefante fêmea de 3010 quilos, ao lado da marca do marsupial Acro-bates pygmaeus, um dos mamíferos mais pequenos do mundo. “Esta foi uma forma única e humilde de ver a incrível diversidade dos animais ao nosso cuidado”, comentou Kerr.

que queriam assim bloquear as regras da EPA. As indústrias e os estados afirmam, nomeadamente, que a EPA não dá provas de rigor científico ao afirmar que o CO2 põe em perigo a saúde e o bem-estar das populações.

Os três juízes consideraram que a agência está em inteira conformidade com a legislação existente, salientando que a lei para a qualidade do ar (Clean Air Act) exige que o Governo federal imponha limites às emissões, desde que se confirme que estes causem danos. Além disso recusaram, por unanimidade, os argumentos de que a ciência das alterações climá-ticas não está bem fundamentada e que a EPA teria baseado as suas decisões em estudos pouco fiáveis.

Neste processo, 15 estados

cisão do tribunal. O Sierra Club fala numa “grande vitória para a saúde pública e a qualidade do ar” e a Federação Nacional para a Vida Selvagem diz que a decisão “acabou com as tentativas dos po-luidores de recusarem os poderes da EPA em relação à poluição por dióxido de carbono”, citou o jornal New York Times.

Em Outubro de 2009, a EPA de-cidiu usar dos seus novos poderes de regulamentação para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa produzidas pelas grandes indústrias dos Estados Unidos. “Ao utilizar a autoridade da lei sobre a qualidade do ar, o Clean Air Act, podemos começar a reduzir as emissões dos maiores poluidores industriais, sem penalizar as em-presas que constituem a grande maioria da nossa economia”, disse então a directora da EPA, Lisa Jackson. Esta decisão abrange ape-nas os maiores poluidores – como refinarias e centrais eléctricas a carvão –, responsáveis por cerca de 70% da totalidade das emissões nos Estados Unidos, insistiu.

norte-americanos - incluindo Nova Iorque, Califórnia e Mas-sachusetts - colocaram-se ao lado

da agência ambiental. As organizações de protecção

do Ambiente já reagiram à de-

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13culturasexta-feira 29.6.2012 www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

“AO longo dos tempos, a hu-manidade tem criado continu-

amente o seu próprio inferno”. Esta é a mensagem do espectáculo “Agarrando o Chão”, que o director e coreógrafo da peça Kasper Ra-vnhoj, fundador da companhia de bailado dinamarquesa Mute Comp. Physical Theatre, trazem a Macau ao pequeno auditório do Centro Cultural de Macau hoje, pelas 20 horas. Um espectáculo que surgiu da observação de erros menores e maiores da humanidade, baseados na busca incessante de tudo e nada.

Amar demasiado, pensar dema-siado, sentir demasiado ou planear demasiado podem ser obstruções à vida de cada um, e todos num conjunto, bem como dar passos contra a nossa vontade. O cená-rio é intemporal mas contém um mosaico de música, dança, teatro, imagens poéticas e humor, que juntos interpretam este retrato de problemas da humanidade.

O pai de Amy Winehouse continua a mandar men-

sagens à sua filha, a pedir-lhe que regresse a casa.

Recorde-se que a cantora britânica morreu em Julho do ano passado por intoxicação alcoólica. Contudo, o seu pai, Mitch, ainda não aceitou a sua perda e depara-se com momentos em que não aceita que ela tenha partido.

Numa entrevista à revista inglesa “Grazia”, Mitch afir-mou: “Às vezes mando-lhe mensagens a dizer-lhe para regressar a casa. Mas ela nun-ca mais vai regressar a casa e eu vou ter de lidar com isso para o resto da minha vida”.

Amy Winehouse tinha 27 anos quando faleceu. A canto-ra travou uma batalha contra a dependência de drogas pesadas, que, eventualmen-te, ganhou. No entanto, não conseguiu resistir ao álcool.

Filme sobre Elis Regina na calhaEstá a ser preparado um filme biográfico sobre a vida da cantora brasileira Elis Regina (1945-1982). O guião da longa-metragem vai ser escrito pelo famoso jornalista e compositor Nelson Motta e por Patrícia Andrade, e a realização vai estar sob a alçada do estreante Hugo Prata (que se tem distinguido na autoria de videoclipes de rockers brasileiros como Lenine ou os Pato Fu). A actriz Andréia Horta é a candidata principal para interpretar Elis. Todas estas novidades são reveladas pelo colunista do jornal O Globo, Ancelmo Gois, que assegura também que os três filhos da “Pimentinha” já deram autorização ao projecto. Nelson Motta foi uma pessoa próxima de Elis Regina, tendo produzido um dos álbuns mais importantes da carreira da cantora: “Em Pleno Verão” (de 1970). Motta foi recentemente autor do guião do musical “Tim Maia - Vale Tudo”. Elis Regina é uma das grades divas da música do século XX e um ícone incontornável do Brasil. A cantora participou activamente no arranque do MPB (Música Popular Brasileira), tendo coleccionado um rol impressionante de interpretações imortalizadas ao longo dos seus 20 anos de carreira como ‘Fascinação’, ‘O Bêbado e a Equilibrista’, ‘Alô Alô Marciano’ ou ‘Romaria’, entre muitas, muitas outras. Elis Regina teve uma morte prematura em 1982, causada por uma overdose de cocaína.

Pai de Amy Winehouse ainda manda mensagens à filha

Vem, minha filha

“Agarrar o Chão com a Nuca” entra hoje em cena no CCM

“A Humanidade tornou a vida num inferno”Chega da Dinamarca um bailado que pretende pôr em causa o papel do homem na vida. Questiona as atitudes erradas do ser humano que busca incessantemente algo mais

“Só temos esta vida, e é comple-tamente estúpido que continuemos a piorá-la e a torná-la mais difícil”, conta Kasper Ravnhoj, que aos 22 anos conquistou o “Prémio de Talento Reumert”. No entanto, este “musical físico” e as ideias visuais do espectáculo não vão dar “respostas ou soluções”, adverte.

A maior fonte de inspiração para “Agarrar o Chão com a Nuca” foi o Arcano Maior do Tarô, onde o coreógrafo diz ter “tropeça-do” numa colecção de 22 cartas “cujos títulos simbolizam coisas que devíamos aprender ao longo da vida”, adianta, pelo que assim se conseguem arranjar “22 razões para tornar a vida extremamente inconveniente”, analisa Ravnhoj.

Na peça estão assim trabalha-das 90 cenas a partir das cartas, ao cortar muitas delas e inventar novas de acordo com o novo significado das cartas retiradas ao contrário mas também de fotografias ou situações que ilustravam o tema, avança.

Mas houve ainda outras refe-rências. Canções e lendas míticas nórdicas, as músicas e letras dos

Valravn, as pinturas de Bosch, um vídeo rap dos Atmosphere, a Divi-na Comédia de Dante e até a Bíblia. De fora também não ficaram as “próprias estupidezes e tentativas de melhorar que frequentemente resultaram no completo oposto”, confidencia o director.

Esta é a primeira vez que Kas-per Ravnhoj, dedicado a ensinar técnicas de dança contemporânea em países tão variados como EUA, Rússia, Egipto, Síria e Líbano, in-ternacionaliza a sua companhia no continente asiático, e não esconde o seu sonho de continuamente “ex-trapolar fronteiras” com produções maiores.

Todavia, ambiciona ainda uma concretização muito particular. “Gostava de ter um enorme espaço para ensaios que pudesse preencher com ovos, se assim me apetecesse, um lugar onde pudesse fazer baru-lho e bater palmas.”

O bailado vai ficar por dois dias em Macau, hoje e amanhã, os bilhetes custam 140 patacas e podem ser adquiridos nas bilhetei-ras do CCM ou na bilheteira online www.macauticket.com.

O pai considerou difíceis os tempos em que ela consumia substâncias ilícitas e admitiu que, por vezes, pensava que Amy poderia morrer: “Sub-conscientemente, é um alívio não ter de continuar a tomar conta da Amy. Não tenho essa dor todas as noites, pensando que ela poderia morrer, ou se estaria em problemas. Houve

a sua filha tinha morrido e teve a ideia para a obra de caridade no voo para casa: “Pensei para mim: ‘Eu estou mesmo a ficar maluco. Eu estou mesmo a perder a cabeça’. Mas depois, na altura em que saí do avião e fui à sua casa e vi centenas e centenas de pessoas lá, apercebi-me de como poderia lidar com isso, como poderia ultrapassar isto”.

Originalmente, existiam planos para que a base da fundação ficasse na casa de Amy em Camden, Londres, o local onde a artista faleceu. Contudo, a sua família vendeu a propriedade onde os fãs da estrela montaram um santuário para ela: “Eu não consigo ir à casa. Não entro lá há mais de três meses. A pior parte foi es-vaziar as suas gavetas de doces. Ela adorava rebuçados e ainda existia uma gaveta cheia deles. Eu esqueci-me da quantidade que ela comia. Ela poderia ter entrado nas Olimpíadas por comer doces. Partiu-me o coração. Ainda não consegui espalhar as cinzas de Amy desde a sua cremação”.

alturas no meio da sua depen-dência das drogas em que ela poderia ter morrido por diversas ocasiões e eu sempre me preo-cupei com ela”.

Após a morte de Amy, Mitch montou uma fundação em sua homenagem, que ele espera poder vir a ajudar os mais novos. Ele encontrava-se na América quando soube que

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14 publicidade sexta-feira 29.6.2012www.hojemacau.com.mo

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15publicidadesexta-feira 29.6.2012 www.hojemacau.com.mo

ANÚNCIO [N.º202/2012]

Paraosdevidosefeitos,vimosporestemeionotificarosrepresentantesdosagregadosfamiliaresseleccionadosdalistadeesperadehabitaçãoeconómicaabaixosmencionados:

N.ºdoboletimdecandidatura Nome N.ºdoboletim

decandidatura Nome

*99192 *VONG KENG TOU *109903 *HO CHUN*119711 *MUI SUT CHU

Deacordocomostermosdoartigo12.ºdoDecreto-Lein.º26/95/M,de26deJunho,oInstitutodeHabitação(IH)informaosrepresentantesdosagregadosfamiliaresacimareferidos,atravésdeofícios,parasedirigirempessoalmenteaoIH,sitanaTravessaNortedoPatane,n.º102,IlhaVerde,Macau(pertodaEscolaPrimáriaLuso-ChinesadoBairroNorte),nodia18deJulhode2012,àshorasfixadasnosrespectivosofícios,paraescolhadasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveisdeT3nazonadeColoane. Nessaaltura,osagregadosfamiliaresdalistadeesperaacimareferidosdevemapresentarosdocumentoscomprovativos(originaisecópias)abaixomencionados,paraefectuaranovaverificaçãodosrequisitosdacandidaturadaaquisiçãodehabitaçãoeconómica.Casoasrespectivasinformaçõesafectemosactuaisrequisitosdaaquisiçãodefracçãoouexistiremmudançadacomposiçãodosagregadosfamiliaresacimareferidos,esteInsti-tutoirásuspender,imediatamente,oprocedimentodaescolhadehabitaçãoeconómica:

1. Documentosde identificaçãode todososelementosdoagregadofamiliare osseuscônjuges(casohouver)registadosnoboletimdecandidaturadehabitação económica.2. Provadecasamento(aplicávelaosindivíduoscasados.Casotenhaentregueao IH,nosúltimostrêsmeses,nãoénecessárioaentregardenovo).3. Boletim de candidatura dos dados dos agregados familiares de habitação económicadevidamentepreenchidoseassinados.

Deacordocomostermosdon.º2doartigo13.ºdodecreto-leiacimareferido,comasalteraçõesintroduzidaspeloRegulamentoAdministrativon.º25/2002,casoosagregadosfamiliaresdalistadeesperaacimareferidosnãotenhamcomparecidonoIH,nodiaehorasfixados,eapresentadoosdocumentosacimareferidos,paraescolhadehabitaçãoounãopretendamadquirirnenhumadasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveisnomomentopodemoptarentre,pormotivonãojustificado,implicaaperdadodireitodeescolhaepassagemautomáticaparaoúltimolugardalistageral;ouapósaapreciaçãodosdadosapresentados,verifiquequenãoreuniremcomosrequisitosdacandidatura,osagregadosfamiliaresseleccionadosserãoexcluídosnalistageral.

*Emcasoda2.ªconvocação,osagregadosfamiliaresseleccionadosquenãotenhamcomparecidonoIH,nodiaehorasfixados,eapresentadoosdocumentosacimareferidos,paraescolhadehabitaçãoounãopretendamadquirirnenhumadasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveisnomomentopodemoptarentre,serãoexcluídosnalistageral,deacordocomostermosdasalíneaa)doartigo14.ºdodecreto-leiacimareferido,comasalteraçõesintroduzidaspeloRegulamentoAdministrativon.º25/2002ealínea2don.º5doartigo60.ºdaLein.º10/2011.

Nointuitodeproporcionarosagregadosfamiliaresseleccionadosparateremmaisconhecimentossobreasinformaçõesdasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveis,oIHjuntamenteosofíciosenviaráemanexoocatálogocomdescriçõesdasfracçõesparavenda,tabeladospreços,ráciobonificado,pontosdeobservação,informaçõessobreafracçãodemodelo.CasoosagregadosfamiliaresseleccionadosnãotenhamrecebidososofíciosremetidospeloIH,atésetediasantesdadatafixada,poderãodirigir-seaoIHsitonaTravessaNortedoPatanen.º102,IlhaVerde,Macau)ouconsultaratravésdotelefonen.º28594875,duranteohoráriodeexpediente.

APresidenteSubst.a,

KuocVaiHan 28deJunhode2012

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16 publicidade sexta-feira 29.6.2012www.hojemacau.com.mo

ANÚNCIO [N.º204/2012]

Paraosdevidosefeitos,vimosporestemeionotificarosrepresentantesdosagregadosfamiliaresseleccionadosdalistadeesperadehabitaçãoeconómicaabaixosmencionados:N.ºdoboletimdecandidatura Nome N.ºdoboletim

decandidatura Nome

72778 WONG NGA LENG *99717 *LO KIN PENG*98281 *CHAO SEAK PENG 76680 TONG CHOK112290 KONG POU I 83714 IEONG FEI117037 CHE KIM FAI 96817 CHAN KUOK ON88016 WONG MENG CHONG 70832 CHU LOU KUAN

127980 QUINTAL SOFIA TOU ANTONIO 78176 ENG SHU YE

82701 IEONG KAM U 106306 LAM MEI SAN86322 WONG KAM MENG 76963 LAI KAM KOK85362 CHOI KENG SAN 94593 LOK CHI LEOK8929 CHOI KAM WAI *13429 *IEONG SIO LENG

*15251 *KONG SIO SEONG *48302 *IONG WAI FONG*71228 *LEI FONG LAN *3631 *HO WAI MENG*8294 *WONG IAN CHI *15873 *LOU KAM CHEONG

*35159 *LIN IAT WAN *59963 *TONG KUN SAM*67961 *LO MAN CAM *53991 *HO TAK KUAN*63292 *KUAN MAN SAM *67678 *CHEANG IOK IENG*72010 *MIO IEK KONG *72301 *LOK KWAN VAI PAMELA

*405 *LAO MEI IONG *771 *UN WAI CHENG*2347 *LEI LAI WA *2606 *CHU SONG CHON*2807 *LO KAM PUI *2918 *CHEONG CHOI LAN*3673 *WONG CHI I *8025 *LEI TAI TAI*9278 *CHAN HO TONG *9292 *LEONG KAM LAN

*13315 *LEONG IONG TAI *16541 *CHE SENG CHEONG

*22114 *CHEONG MEI WAN *22140 *LEONG MEI KENG ALIAS LIANG MEE KHING

Emvirtudedenãoexistiremfracçõesdisponíveisdatipologianolocalaquesecandi-dataram,masháoutrasfracçõesdamesmatipologiadisponívelemColoane,deacordocomostermosdon.º8doartigo60.ºdaLein.º10/2011(Leidahabitaçãoeconómica)edoartigo12.ºdoDecreto-Lein.º26/95/M,de26deJunho,oInstitutodeHabitação(IH)informaosrepresentantesdosagregadosfamiliaresacimareferidos,atravésdeofícios,parasedirigirempessoalmenteaoIH,sitanaTravessaNortedoPatane,n.º102,IlhaVerde,Macau(pertodaEscolaPrimáriaLuso-ChinesadoBairroNorte),nodia18deJulhode2012,àshorasfixadasnosrespectivosofícios,paraescolhadasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveisdeT1na zona de Coloane.

Nessaaltura,osagregadosfamiliaresdalistadeesperaacimareferidosdevemapresen-tarosdocumentoscomprovativos(originaisecópias)abaixomencionados,paraefectuaranovaverificaçãodosrequisitosdacandidaturadaaquisiçãodehabitaçãoeconómica.Casoasrespectivasinformaçõesafectemosactuaisrequisitosdaaquisiçãodefracçãoouexistiremmudançadacomposiçãodosagregadosfamiliaresacimareferidos,esteInstitutoirásuspender,imediatamente,oprocedimentodaescolhadehabitaçãoeconómica:

1. Documentosdeidentificaçãodetodososelementosdoagregadofamiliareosseus cônjuges(casohouver)registadosnoboletimdecandidaturadehabitaçãoeconómica.2. Provadecasamento(aplicávelaosindivíduoscasados.CasotenhaentregueaoIH, nosúltimostrêsmeses,nãoénecessárioaentregardenovo).3. Boletimdecandidaturadosdadosdosagregadosfamiliaresdehabitaçãoeconómica devidamentepreenchidoseassinados.

Deacordocomostermosdon.º2doartigo13.ºdodecreto-leiacimareferido,comasalteraçõesintroduzidaspeloRegulamentoAdministrativon.º25/2002,casoosagregadosfamili-aresdalistadeesperaacimareferidosnãotenhamcomparecidonoIH,nodiaehorasfixados,eapresentadoosdocumentosacimareferidos,paraescolhadehabitaçãoounãopretendamadquirirnenhumadasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveisnomomentopodemoptarentre,pormotivonãojustificado,implicaaperdadodireitodeescolhaepassagemautomáticaparaoúltimolugardalistageral;ouapósaapreciaçãodosdadosapresentados,verifiquequenãoreuniremcomosrequisitosdacandidatura,osagregadosfamiliaresseleccionadosserãoexcluídosnalistageral.

*Emcasoda2.ªconvocação,osagregadosfamiliaresseleccionadosquenãotenhamcomparecidonoIH,nodiaehorasfixados,eapresentadoosdocumentosacimareferidos,paraescolhadehabitaçãoounãopretendamadquirirnenhumadasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveisnomomentopodemoptarentre,serãoexcluídosnalistageral,deacordocomostermosdasalíneaa)doartigo14.ºdodecreto-leiacimareferido,comasalteraçõesintroduzi-daspeloRegulamentoAdministrativon.º25/2002ealínea2don.º5doartigo60.ºdaLein.º10/2011.

No intuito de proporcionar os agregados familiares seleccionados para terem maisconhecimentossobreasinformaçõesdasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveis,oIHjuntamenteosofíciosenviaráemanexoocatálogocomdescriçõesdasfracçõesparavenda,tabeladospreços,ráciobonificado,pontosdeobservação,informaçõessobreafracçãodemodelo.CasoosagregadosfamiliaresseleccionadosnãotenhamrecebidososofíciosremetidospeloIH,atésetediasantesdadatafixada,poderãodirigir-seaoIHsitonaTravessaNortedoPatanen.º102,IlhaVerde,Macau)ouconsultaratravésdotelefonen.º28594875,duranteohoráriodeexpediente.

APresidenteSubst.a,

KuocVaiHan 28deJunhode2012

ANÚNCIO [N.º203/2012]

Paraosdevidosefeitos,vimosporestemeionotificarosrepresentantesdosagregadosfamiliaresseleccionadosdalistadeesperadehabitaçãoeconómicaabaixosmencionados:

N.ºdoboletimdecandidatura Nome N.ºdoboletim

decandidatura Nome

*104601 *LEI SIO FAN *70378 *LAO HOU PIO*75291 *LI CHI SHING *82910 *LAM POU CHENG*108369 *CHANG SIO MAN *77719 *WONG CHI HONG*94344 *NGUYEN THI HONG HANH *109640 *LEONG LAI FAN*115646 *OSORIOXAVIERNORMA

Deacordocomostermosdoartigo12.ºdoDecreto-Lein.º26/95/M,de26deJunho,oInstitutodeHabitação(IH)informaosrepresentantesdosagregadosfamiliaresacimareferidos,atravésdeofícios,parasedirigirempessoalmenteaoIH,sitanaTravessaNortedoPatane,n.º102,IlhaVerde,Macau(pertodaEscolaPrimáriaLuso-ChinesadoBairroNorte),nodia18deJulhode2012,àshorasfixadasnosrespectivosofícios,paraescolhadasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveisdeT2nazonadeColoane.

Nessaaltura,osagregadosfamiliaresdalistadeesperaacimareferidosdevemapresen-tarosdocumentoscomprovativos(originaisecópias)abaixomencionados,paraefectuaranovaverificaçãodosrequisitosdacandidaturadaaquisiçãodehabitaçãoeconómica.Casoasrespectivasinformaçõesafectemosactuaisrequisitosdaaquisiçãodefracçãoouexistiremmudançadacomposiçãodosagregadosfamiliaresacimareferidos,esteInstitutoirásuspender,imediatamente,oprocedimentodaescolhadehabitaçãoeconómica:

1. Documentosdeidentificaçãodetodososelementosdoagregadofamiliareosseus cônjuges(casohouver)registadosnoboletimdecandidaturadehabitaçãoeconómica.2. Provadecasamento(aplicávelaosindivíduoscasados.CasotenhaentregueaoIH, nosúltimostrêsmeses,nãoénecessárioaentregardenovo).3. Boletimdecandidaturadosdadosdosagregadosfamiliaresdehabitaçãoeconómica devidamentepreenchidoseassinados.

Deacordocomostermosdon.º2doartigo13.ºdodecreto-leiacimareferido,comasalterações introduzidaspeloRegulamentoAdministrativon.º25/2002,casoosagregadosfamiliaresdalistadeesperaacimareferidosnãotenhamcomparecidonoIH,nodiaehorasfixados,eapresentadoosdocumentosacima referidos,paraescolhadehabitaçãoounãopretendamadquirirnenhumadasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveisnomomentopodemoptarentre,pormotivonãojustificado,implicaaperdadodireitodeescolhaepassagemautomáticaparaoúltimolugardalistageral;ouapósaapreciaçãodosdadosapresentados,verifiquequenãoreuniremcomosrequisitosdacandidatura,osagregadosfamiliaresselec-cionadosserãoexcluídosnalistageral.

*Emcasoda2.ªconvocação,osagregadosfamiliaresseleccionadosquenãotenhamcomparecidonoIH,nodiaehorasfixados,eapresentadoosdocumentosacimareferidos,paraescolhadehabitaçãoounãopretendamadquirirnenhumadasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveisnomomentopodemoptarentre,serãoexcluídosnalistageral,deacordocomos termosdasalíneaa)doartigo14.ºdodecreto-lei acima referido, comasalteraçõesintroduzidaspeloRegulamentoAdministrativon.º25/2002ealínea2don.º5doartigo60.ºdaLein.º10/2011.

No intuito de proporcionar os agregados familiares seleccionados para terem maisconhecimentossobreasinformaçõesdasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveis,oIHjuntamenteosofíciosenviaráemanexoocatálogocomdescriçõesdasfracçõesparavenda,tabeladospreços,ráciobonificado,pontosdeobservação,informaçõessobreafracçãodemodelo.CasoosagregadosfamiliaresseleccionadosnãotenhamrecebidososofíciosremetidospeloIH,atésetediasantesdadatafixada,poderãodirigir-seaoIHsitonaTravessaNortedoPatanen.º102,IlhaVerde,Macau)ouconsultaratravésdotelefonen.º28594875,duranteohoráriodeexpediente.

APresidenteSubst.a,

KuocVaiHan 28deJunhode2012

Page 17: Hoje Macau 29 JUN 2012 #2641

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:45 RTPi DIRECTO18:30 TDM Talk Show (Repetição)19:00 Euro 2012: Alemanha - Itália (Repetição)20:30 Telejornal21:00 Olhar Macau21:30 Regresso a Sizalinda22:15 Aquarela do Brasil23:00 TDM News23:35 Hidalgo01:45 Telejornal (Repetição)02:15 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Pedras que Falam15:00 Há Conversa – Com: Maria João Gama e Fernanda Maria16:00 Bom Dia Portugal17:00 Portugal Negócios17:30 Cinema Português – O Fatalista19:00 Estado de Graça20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo 22:00 Couto & Coutadas22:30 Portugal no Coração

ESPN13:00 US Open Championships 2012 Day 214:00 Spirit Of London14:30 MLB Regular Season 2012 Washington Nationals vs. Colorado Rockies17:30 (Delay) Baseball Tonight International 201218:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201219:00 (LIVE) MotoGP World Championship 2012 - Qualifying Practices22:00 Sportscenter Asia 2012

22:30 (LIVE) Red Bull MotoGP Rookies Cup 201223:30 Seoul 1988

STAR Sports11:00 The Championships, Wimbledon 2012 2nd Round16:00 FIA F1 World Championship 2012 - Highlights Grand Prix of Europe17:30 Game 201218:00 The Championships, Wimbledon 2012 Daily Highlights Day #419:00 (LIVE) The Championships, Wimbledon 2012 3rd Round

FOX Movies12:30 Once Upon A Time13:15 Kung Pow: Enter The Fist14:40 The Tree Of Life17:05 Stand By Me18:35 Six Days, Seven Nights20:15 Once Upon A Time22:30 Stealth00:35 Anacondas

HBO12:35 Thor14:35 Hero 16:35 Mystic River18:50 Iron Man 221:00 Game Of Thrones22:00 The Lord Of The Rings

Cinemax12:30 Teen Wolf14:00 Two-Minute Warning16:00 The Naked Jungle17:35 Wonder Woman19:00 The Goods20:15 The Seven Magnificent Gladiators21:45 Epad On Max22:00 Spartacus: Vengeance23:55 Robin Hood

17futilidadessexta-feira 29.6.2012 www.hojemacau.com.mo

[Tele]visão

Aqui há gato

Sudoku [ ] Cruzadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Nome de mulher. Filtrada. 2-Terra cansada (Bras.). Asa (Arc.). 3-Peça quadrada de metal, empregada em tipografia, para abrir parágrafos. 4-O. cúbito (Ant.). Recompensa por serviço ou favor. 5-Espécie de avestruz. Camas de lona. 6-Interjeição usada para afastar certos animais (Prov.). Exprime a queda de um corpo (Interj.). Alumínio (s.q.). Nome de letra. 7-Barmir. Apresentar-se. 8-Juntais. Qualquer guisado ou ensopado (Bras.). 9-Olharam com atenção. 10-Érbio (s.q.). Tagarela. 11-Feiticeiros. Pó fecundante das plantas.

VERTICAIS: 1-Rapariga que faz recados. Pessoa amada. 2-O m. q. olmeiro. Rádio (s.q.). 3-Emproada, envaidecida. Coliga. 4-Contetente, risonha. Deploração, lágrimas. 5-Óasis de Saará Central. Efeminado. 6-Peça de maderia para fixar ossos fracturados. Guarnecer de asas. 7-O m. q. cutucar (Bras.). República (abrev.). 8-Terreno plantado de oliveiras. Lâmina com muitos orifícios para coar água. 9-Defeito, senão. Lanterna de automóvel. 10-Outorga. Peixe raiado longitudinalmente, 11-Tio europeu. O m. q. cerume.

HORIZONTAIS: 1-PAULA. COADA. 2-A. FEITAL. AA. 3-QUADRATIM. R. 4-ULNA. LUVAS. 5- EMA. MACAS. C. 6-TO. PA. AL. BE. 7-A. URRAR. FOR. 8-UNAIS. RAGU. 9-B. ENCARARAM. 10-ER. TARELO. E. 11-MACOS. POLEN.VERTICAIS: 1-PAQUETA. BEM. 2-A. ULMO. U. RA. 3-UFANA. UNE. G. 4-LEDA. PRANTO. 5-AIR. MARICAS. 6-TALA. ASAR. 7-CATUCAR. REP. 8-OLIVAL. RALO. 9-A. MAS. FAROL. 10-DA. S. BOGA. E. 11-AAR. CERUMEN.

PERMANEÇA O “ORGULHO DE SER PORTUGUÊS”Jogámos bem. Controlámos o jogo dentro do possível, e considerando o grande potencial do adversário. Fizemos um joguinho que, aqui e ali, os fez temer. Os pôs à defesa e não ao ataque, como seria de esperar. Soltamos as garras, o problema é que não arranhámos. Acho que não estavam afiadas. E, por isso, pecámos por falta de ousadia. Falta de concretização. E quando em 120 minutos lançámos uma ou outra que os distraiu, a afinação também não estava afiada.Os melhores do Mundo e da Europa, por sua vez, ficaram muito aquém de uma exibição de luxo. Não deram o mesmo orgulho a “nuestros hermanos” enquanto se defrontavam, algo que a selecção lusa acabou por deixar durante e pós-partida mesmo com o final menos desejado. Não há ninguém que “não sinta orgulho em ser português” estes dias. Coisa que, pessoalmente, me causa impressão. Acho que os nossos feitos no futebol não nos devem dar orgulho ou vergonha. Ou nos orgulhamos da nossa história, pela supremacia que soubemos alcançar enquanto povo pequeno a partir daquele reino no extremo da Europa, um dos primeiros a edificar-se há um quase um milénio, ou não. Não me venham com esta conversa de “bestiais” - que, quando não, somos “bestas” - por razões futebolísticas. Mas, à parte esta minha posição, ia eu nas tapas... Sim, porque foi isso que fui mordendo durante o jogo da madrugada de ontem para controlar os nervos de uma partida que se provou renhida. Já que, numa jogada de sorte, podia a qualquer momento favorecer uma ou outra equipa. Assim não sucedeu e fomos aos temíveis penáltis. E aí, julgo que a nossa autoconfiança não é muita, e não nos correu bem. E o desfecho foi o indesejado para o povo e comunidades espalhadas pelos quatro cantos da Europa e do Mundo. Uns dizem: “O Paulo Bento devia ter escolhido melhores convocados logo desde início”, o “Mister não soube fazer as substituições certas” e, por último, “não fez as melhores escolhas para a marcação das penalidades”. Ou ainda, “este e aquele não deram tudo de si”, o “melhor do mundo ficou aquém”. Mas, “all and all”, provamos que somos das melhores selecções e, mais uma vez, recordámos à Europa e ao Mundo que não estamos escondidos. Temos talento e talentos. Temos atitude. E devem estar atentos a isso. Porque também não acho que é esta crise que nos vai derrubar. Não será, certamente.

Pu Yi

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PORTUGUESES NO HOLOCAUSTO • Esther MucznikBaruch Leão Lopes de Laguna, um dos grandes pintores da escola holandesa do século XIX, judeu de origem portuguesa, morreu em 1943 no campo de concentração de Auschwitz. Não foi o único; com ele desapareceram 4 mil judeus de origem portuguesa na Holanda, que acabaram nas câmaras de gás. Esther Mucznik traz-nos um livro absolutamente original, baseado numa investigação profunda e cuidada em que nos conta a história que faltava contar sobre a posição de Portugal durante a Segunda Guerra Mundial.

O RAPAZ DE BRONZE • Sophia de Mello Breyner“Era uma vez um jardim maravilhoso, cheio de grandes tílias, bétulas, carvalhos, magnólias e plátanos. Havia nele roseirais, jardins de buxo e pomares. E ruas muito compridas, entre muros de camélias talhadas.” O Rapaz de Bronze é uma das muitas obras em que Sophia de Mello Breyner Andresen se afirma como uma das escritoras de livros para crianças mais importantes da Literatura Portuguesa. As ilustrações são de Júlio Resende.

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THE RAVEN

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“China is a staunch supporter of the concept of sustainable development. China is an active practitioner of the strategy of sustainable development. China is an energetic promoter of international cooperation in sustainable development.”

Persevering in Sustainable Development with Chinese Characteristics through Innovative Thinking and

Practical Action

Wen Jiabao High-level Roundtable Of the

UN Conference on Sustainable Development

PÓS vinte anos da realização da “I Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento”, o evento voltou a ter como palco o Rio de Janeiro, entre os dias 13 e 22,

tendo os chefes de Estado e de governo de 193 países, reunido com outras perso-nalidades institucionais e representativas do sector privado e das ONGs de todo mundo, para rever o mau trabalho de casa (planeta) que fizemos durante este período para alcançar uma forma de vida susten-tável, que trabalhos ficaram pendentes e que estratégias podem ser mais eficazes para alcançar os novos objectivos, tendo como pilar a economia verde e o seu pa-pel na erradicação da pobreza, e o quadro institucional necessário para converter a sustentabilidade numa ferramenta efectiva de desenvolvimento.

Temas como a protecção dos oceanos, o aumento da qualidade de vida nas cidades e a generalização das energias renováveis foram abordadas, tendo em conta as nume-rosas experiências com sucesso realizadas em todo o mundo. O acordo do qual resultou o documento final proposto pelo Brasil, e aceite pelos restantes 192 países parece ter dado primazia à economia, e não à susten-tabilidade. O erro não seria depositar 100 mil milhões de dólares no FMI, mas não os depositar num fundo de protecção ambiental, tendo predominado a proposta americana, mas também prevalecido a tese de que os esforços são bilaterais e que cada país tem de realizar as acções resultantes das funções que dimanam das suas competências.

A “Conferência” encerrou com a adopção do documento denominado “O futuro que queremos”. O documento este, que ficou muito aquém das expectativas dos cientistas e da sociedade civil global, agravado pela crise económica que vitima o mundo, e pela renovação das promessas não cumpridas da “Rio-92” e pelo adiamento de novas acções que a ciência indica como urgentes. O documento de cinquenta e três páginas, determina que 2015, será a próxima data encantada da sustentabilidade global, em que entrarão em vigor os “Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, criados nesta “Conferência”, e que no

18 opinião sexta-feira 29.6.2012www.hojemacau.com.mo

A

Economia verde e erradicação da pobrezapróximo ano serão definidos os temas e as metas a atingir.

Os “ODS” são o principal processo internacional, que promete adoptar um programa de dez anos, tendo em vista rever os modelos de produção e consumo da humanidade. A falta de visão para se chegar a um consenso quanto à estrutura de financiamento ao desenvolvimento sus-tentável e a um acordo sobre a protecção do alto-mar foi notável, e igualmente, motivo de adiamento. Todavia, umas das partes do legado da “Rio+20” são os cerca de 695 acordos voluntários assinados entre o sector privado, governos e sociedade civil no valor de cerca de 770 mil milhões de dólares, destinados ao desenvolvimento sustentável nos próximos dez anos.

A maior parte dos recursos provém de oito bancos de desenvolvimento, que se comprometeram a financiar cerca de 170 mil milhões de dólares, a projectos sustentáveis no sector dos transportes nos continentes asiático, sul-americano e africano. A prin-cipal crítica a esta “Conferência”, é de que as esperanças de se conseguir determinar metas de desenvolvimento sustentável em diferentes áreas, não foi atingido por falta de vontade política, postergando a possi-bilidade da sua criação para data ulterior.

O documento conclusivo que dela resulta, não responde minimamente à necessidade de um compromisso político de resolver a crise ecológica a nível mun-dial, sendo relevante a ausência no texto de compromissos financeiros dos países desenvolvidos (que vivem a crise por si criada) de auxiliar os países em desenvolvi-mento, e destinar 0,7 por cento do seu PIB à cooperação, assim como, aos mecanismos para a transferência de tecnologia.

O pedido de flexibilização de normas de propriedade intelectual para tecnologias amigas do ambiente, por parte de alguns países, não foi possível de ser concretizada pela oposição das empresas multinacionais. Existiu o consenso de que o documento não era satisfatório. As ONGs, descontentes com os resultados da “Rio+20”, pressionam para que a enunciação, “com plena parti-cipação da sociedade civil”, seja retirada do parágrafo introdutório do documento e pede maior participação da sociedade civil nas decisões.

O texto do documente refere neste contexto que “os chefes de Estado e de go-vernos e representantes ao mais alto nível, tendo-se reunido no Rio de Janeiro, Brasil, de 20 a 22 de Junho de 2012, com plena participação da sociedade civil, renovam o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e asseguram a promoção de um futuro economicamente, socialmente e ambientalmente sustentável para o nos-so planeta e para as gerações presentes e futuras”.

Milhares de pessoas ocuparam as vias principais do centro do Rio de Janeiro, em protesto colectivo contra o documento final da “Conferência”. Em resumo, o do-cumento implica compromissos como o fortalecimento do “Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)”, a criação de um “Fórum Político de Alto Nível Internacional”, e o desenvolvimento sustentável com erradicação da pobreza, entre outros. A Bolívia e o Equador fizeram ressalvas quanto a alguns pontos do docu-mento, como a redução dos subsídios aos combustíveis fósseis. Ambos afirmaram que não aceitam qualquer tipo de monitorização externa às suas políticas energéticas.

A Bolívia rejeitou, igualmente, o concei-to de economia verde, que considera como mercantilizar a natureza. A Santa Sé, que representa a Igreja Católica e o Estado do Vaticano, fez ressalvas à referência a mé-todos de planeamento familiar e destacou a família como indispensável ao desen-volvimento. A União Europeia e o Peru, afirmaram que queriam um documento mais ambicioso, mas consideraram o texto como um avanço, tal como o considerou no discurso desidratado, a Presidente do Brasil, que a “Conferência” se pautou pelo sucesso, e que o documento aprovado não retrocede em relação às conquistas da “Rio-92” e da “Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável”, de Joanesburgo de 2002, e que se tratava de um ponto de partida e não de chegada.

Salientou ainda em acção de graças, justificativa do insucesso, que embora a “Conferência” e o que dela resultou, não pareça tão espectacular como o de 1992, o resultado presente, talvez seja mais sério, porque nem tudo o que foi acorda-do nessa data foi implementado”. Outra referência cautelar que se deve fazer é de que os compromissos assumidos pelos países na “Cúpula de Copenhaga”, em 2009, não foram cumpridos igualmente, até ao presente.

O Secretário-geral da ONU em defesa das duas damas (presidente do Brasil e ONU), declarou que se trata de um bom documento e que o mais importante não é as palavras, mas a implementação dos princípios. É de concordar com a existência de elementos positivos contidos no texto do documento, como a inclusão da natureza como sujeito de direito, do papel da cultura no desenvolvimento e no realce ao combate à pobreza e desigualdade.

A diplomacia brasileira termina de forma infeliz quando a Presidente afirma que “é importante entender que é uma vitória ter um documento, e é importante que todos saibam que um documento da ONU é de costura muito difícil, basta um país dos 192 presentes se negar a assinar, não haveria o documento, há que valorizar muito esse trabalho da nossa diplomacia”.

Os anos vindouros permitirão saber se o conteúdo do documento produziu valor pelas acções conduzidas pela comunidade internacional em prol da economia verde e da erradicação da pobreza, e do crescimento económico dentro do princípio do desenvol-vimento sustentável e demais de protecção ambiental, que conduzem à conservação dos poucos recursos naturais não renováveis, à reposição dos renováveis, a uma melhor qualidade de vida da espécie humana e animal, ou se valerá apenas o documento formal com os princípios renovados, mas não implementados, o que pode constituir o dano da extinção da espécie humana e a inabitabilidade do planeta.

perspect ivasJorge Rodrigues Simão

cartoon MAIS UMA CIMEIRA DA ZONA EUROpor Steff

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Um outro desenvolvimento parece-me inevitável: a chamada a responsabilidades governativas de quadros do Partido Comunista Chinês educados no território e preparados nos “sub-gabinetes” do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado e noutros “teams” do governo-sombra

19opiniãosexta-feira 29.6.2012 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Nuno G. Pereira; Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Pontos sem retornoI

A tragédia humanitária na Síria chegou a um ponto sem retorno. Dez mil mortos numa guerra sangrenta, meticulosamente prosse-guida pelo exército do aluíta Bashar Hafiz al-Asad (e suas milícias) contra populações civis indefesas é, sob qualquer perspectiva, uma catástrofe humana hedionda. Deixou de ser um problema interno da Síria ou do Médio Oriente para se tornar uma crise inter-nacional. No que aos europeus diz respeito representa uma ameaça de segurança séria na sua fronteira do sudeste. A continuidade da guerra civil e do morticínio põe em causa interesses relevantes da Europa como poder global e deve, assim, encontrar uma resposta adequada e faseada ao nível da projecção da força.

No palco diplomático encontram-se esgotados todas as possibilidades de conci-liação de interesses ao nível do Conselho de Segurança e da intermediação do secretário--geral, com a Rússia e a China a boicotarem quaisquer acções diplomáticas de pressão sobre a Síria. Boicote curiosamente feito em nome das regras do direito internacional e do princípio da não-ingerência nos assuntos internos muleta de retórica das diplomacias russa e chinesa.

Será oportuno lembrar os dois poderes asiáticos da intervenção militar da Rússia sobre a Geórgia, em 2008, quando os seus interesses na província da Ossétia do Sul foram perturbados ou a guerra desenca-deada pela China contra o Vietname, em 1979, quando a zona de influência chinesa na Indochina foi questionada como o apoio de Moscovo ao regime do Vietname. O discurso “pacifista” de Moscovo e Pequim é hipócrita e contradiz a prática dos dois grandes poderes quando os seus interesses específicos foram problematizados.

A Guerra Civil na Síria deve assim merecer uma resposta adequada por parte da Aliança Atlântica. Esta é para todos os efeitos o garante da paz e segurança na zona estratégica do Atlântico Norte cuja interligação com o Mediterrâneo é hoje em dia implícita tendo reflexo na actualização do “conceito estratégico” da Aliança. O facto dos Estados Unidos, parceiro principal da Aliança, não pode-rem por razões de política interna intervir militarmente na Síria não impede que o comando europeu da Aliança avalie a situação político-militar face ao recente ataque à Turquia e reaja de forma conve-niente e em tempo à ameaça.

IIEm Hong Kong tem lugar, neste fim-de--semana, a posse do próximo Chefe do Executivo da RAEK, C.Y. Leung, dada pelo Presidente chinês Hu Jintao. Leung é o terceiro “CE” na curta história de Hong Kong como região administrativa especial da China. Candidato improvável, Leung foi uma aposta tardia de Pequim desta vez não oriunda dos “tycoons” próximos do “establishment” da colónia ou de quadros da administração pública. Tung Chee-Hwa e Donald Tsang foram apostas perdidas mais pela falta de qualidade própria do que por condições externas adversas.

Os meses finais do mandato de Donald Tsang revelaram uma personagem medío-cre, titubeante, deslumbrada com os “favo-res” do exercício do Poder mas incapaz de dialogar com a população de Hong Kong, e minorar os problemas que se agigantam ao nível do parque habitacional, da carestia da vida, da degradação do sistema de saúde pública, das condições de sobrevivência de uma população envelhecida e em di-ficuldades.

C.Y. Leung emergiu como um político de natureza diferente dos seus antecessores e daí as expectativas que o rodeiam. Filho de um polícia, empresário do imobiliário “self-made man” fez-se nas “organizações de base” do Partido Comunista Chinês sendo membro do Comité de Redacção da Lei Básica, da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, do Conselho Exe-cutivo, bem como presidente da Lingnan University entre 1999 e 2008. Ao longo da campanha pareceu evidenciar três qualida-des: uma avaliação credível dos principais problemas económicos e sociais de Hong Kong; a capacidade de ouvir a população e as suas associações; um discurso fácil, directo e apelativo.

Naturalmente uma coisa é a campanha, outra o seu exercício como Chefe do Executi-vo em condições de instabilidade. Condições ditadas pela desaceleração do crescimento económico no continente, pela crise do euro e da economia americana, e pela mudança de liderança na República Popular da China. Sendo de certa forma opaco quanto às suas verdadeiras intenções o seu tendão de Aquiles será a equipa que souber reunir à sua volta e cuja preparação tem mantido em segredo. Há indicações que C.Y. Leung quererá romper com a prática passada e formar uma equipa mais “política”, menos tecnocrática que lhe dê garantias: uma nova frescura no estilo gover-

nativo, uma gestão mais política e “populista” dos dossiers críticos, um trato mais profissio-nal com a oposição pan-democrática que se tem vindo a pulverizar em grupos, grupelhos e facções. Oposição que não é alternativa a um governo alinhado com Pequim.

Um outro desenvolvimento parece-me inevitável: a chamada a responsabilidades governativas de quadros do Partido Comu-nista Chinês educados no território e pre-parados nos “sub-gabinetes” do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado e noutros “teams” do governo-sombra. Trata-se de uma etapa

há muito pensada e preparada em Pequim e só os mais desatentos podem sentir-se surpreendidos por ela. Há uma lógica im-plícita: um governo central liderado pelo Partido Comunista; regiões, províncias e regiões administrativas mais autónomas e responsabilizadas mas gerando “out-puts” para benefício do conjunto da China.

Teremos assim um governo mais alinha-do com Pequim nas questões essenciais, mais “social-democrata” (no sentido europeu) na gestão da economia, nas políticas de emprego e de solidariedade social, mais aberto para o exterior num plano geral.

crepúsculo dos ídolosArnaldo Gonçalves

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Síntese do Relatório de Actividade do Exercício entre 1 de Janeiro de 2011 e 31 de Dezembro de 2011

O ano de 2011 ficou marcado por uma conjuntura internacional bastante volátil, nomeadamente, pelos impactos negativos da crise das dívidas soberanas sobre a actividade do mercado de crédito internacional a que mesmo as operações na região Ásia-Pacífico não foram imunes apesar da continuação do bom desempenho das economias asiáticas com destaque para a economia chinesa e, consequentemente, para a economia da R.A.E. de Macau.

No ano em análise e face à conjuntura internacional, a Su-cursal de Macau adoptou um posicionamento defensivo através da redução da sua carteira de crédito conjugado com a expansão da captação de recursos de balanço.

Assim e apesar de uma conjuntura adversa, as linhas estratégicas de orientação ao longo do ano de 2011 continuaram centradas na prestação de serviços aos clientes residentes em Macau e aos clientes das redes do Mbcp em torno da dinamização do papel da Sucursal como plataforma de negócios China – Macau - África. Destaque-se o reforço significativo da actividade da Sucursal enquanto centro de prestação de serviços para os Clientes Grupo Millennium bcp.

No ano de 2011, a Sucursal de Macau do Banco Comercial Português, S.A. obteve um lucro líquido de MOP63.2 milhões tendo os Custos Operacionais atingido MOP8.1 milhões. Em 31 de Dezembro de 2011 a Carteira de De-pósitos cifrava-se em MOP3.077,0 milhões e a Carteira de Crédito em MOP1.749,1 milhões.

Apesar de se prever a continuação das incertezas em torno da crise das dividas soberanas e consequente volatilidade no mercado de crédito internacional a par da existência de alguns sinais de abrandamento do crescimento económico na China, perspectiva-se que a actividade da Sucursal continuará a sua trajectória de crescimento centrada na orientação estratégica de posicionamento como plataforma de negócios dos Clientes do Mbcp na Região Ásia-Pacifico.

Por último, desejamos agradecer aos nossos Clientes, aos Colaboradores da Sucursal e às competentes Auto-ridades de Macau a confiança depositada na Sucursal de Macau do Banco Comercial Português S.A.

A Direcção da Sucursal de Macaudo Banco Comercial Português, S.A.

José PãosinhhoDirector Geral

Síntese do Parecer dos Auditores Externos

Para a gerência do Banco Comercial Português, S.A. – Sucursal de Macau(Sucursal de um banco comercial de responsabilidade limitada, incorporado em Portugal)

Procedemos à auditoria das demonstrações financeiras do Banco Comercial Português, S.A. – Sucursal de Macau relativas ao ano de 2011, nos termos das Normas de Auditoria e Normas Técnicas de Auditoria da Região Administrativa Especial de Macau. No nosso relatório, datado de 1 de Junho de 2012, expressámos uma opinião sem reservas relativamente às demonstrações financeiras das quais as presentes constituem um resumo.

As demonstrações financeiras a que se acima se alude compreendem o balanço, à data de 31 de Dezembro de 2011, a demonstração de resultados, a demonstração de alterações nos capitais próprios e a demonstração de fluxos de caixa relativas ao exercício acima referido, assim como um resumo das principais políticas contabilísticas e outras notas explicativas.

As demonstrações financeiras resumidas preparadas pela Gerência resultam das demonstrações financeiras anuais auditadas e dos livros e registos da Sucursal. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras auditadas e os livros e registos da Sucursal.

Para a melhor compreensão da posição financeira da Sucursal e dos resultados das suas operações, no exercício e âmbito abrangido pela nossa auditoria, as demonstrações financeiras resumidas devem ser lidas conjuntamente com as demonstrações financeiras das quais as mesmas resultam e com o respectivo relatório de auditoria.

Lei Iun Mei, Auditor de ContasKPMGMacau, 1 de Junho de 2012