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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB TRES HOMENS NUM BOTE DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 TERÇA-FEIRA 27 DE MAIO DE 2014 ANO XIII Nº 3097 hojemacau PUB PATRIMÓNIO IC APOIA A RECUPERAÇÃO DO PÁTIO DO MUNGO. UM CASO RARO, DIZEM SOCIEDADE PÁGINA 5 China e PLP assinam acordo para aumentar investimento SOCIEDADE PÁGINA 6 O aparecimento repentino de três membros do Conselho Executivo a pedirem uma reavaliação da proposta de lei não convence a Novo Macau nem Coutinho. Para eles, o Governo quer ganhar tempo para que tudo fique na mesma. O Regime de Garantias para compensação dos altos cargos não pára de meter água. REGIME DE GARANTIAS “TRUQUE POLÍTICO”, DIZEM CHAO, COUTINHO E NG WINSLOW HOMER PÁGINAS 2 E 3 ˆ FAM NO FIM ÚLTIMOS DIAS DO FESTIVAL QUE UNE AS ARTES. E TUDO ACABA COM UM SORRISO CENTRAIS

Hoje Macau 27 MAI 2014 #3097

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Hoje Macau N.º3097 de 27 de Maio de 2014

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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TRES HOMENSNUM BOTE

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 T E R Ç A - F E I R A 2 7 D E M A I O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 0 9 7

hojemacau

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PATRIMÓNIOIC APOIA A RECUPERAÇÃO DO PÁTIO DO MUNGO.UM CASO RARO, DIZEM

SOCIEDADE PÁGINA 5

China e PLP assinam acordo para aumentar investimento

SOCIEDADE PÁGINA 6

O aparecimento repentino de três membros do Conselho Executivo a pedirem uma reavaliação da propostade lei não convence a Novo Macau nem Coutinho. Para eles, o Governo quer ganhar tempo para que tudo fique

na mesma. O Regime de Garantias para compensação dos altos cargos não pára de meter água.

REGIME DE GARANTIAS “TRUQUE POLÍTICO”, DIZEM CHAO, COUTINHO E NG

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PÁGINAS 2 E 3

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FAM NO FIMÚLTIMOS DIAS DO FESTIVAL QUE UNE AS ARTES. E TUDO ACABA COM UM SORRISO

CENTRAIS

2 hoje macau terça-feira 27.5.2014POLÍTICA

JOANA [email protected]

O Governo aceitou as sugestões de Leonel Alves, Cheang Chi Keong e Chan Meng

Kam sobre uma re-avaliação à pro-posta de lei do Regime de Garantias para os Titulares do Cargo de Chefe do Executivo e dos Principais Car-gos, mas há vozes que garantem que a proposta dos também membros do Conselho Executivo é um truque político. Só hoje é que se saberia a decisão final sobre se o diploma seria ou não retirado, mas Chui Sai On terá indicado uma mudança na agenda da AL.

Um comunicado do Gabinete da Secretária para a Administração e Justiça ontem publicado indica que “o Governo sustenta esta ini-ciativa” dos membros do Conselho Executivo.

A agenda prevista para hoje no hemiciclo – que inclui a apreciação da proposta de lei – vai manter-se,

Hoje iria a apreciação a proposta de lei do Regime de Garantias para compensação dos altos cargos, mas Chui Sai On terá pedido à AL que primeiro seja votado o envio do diploma para nova análise. Chao, Coutinho e Ng afirmam que a ideia lançada pelos três membros do Conselho Executivo “foi um truque encomendado” para que o Regime venha a ser aprovado mais tarde

REGIME DE GARANTIAS GOVERNO ACEITA SUGESTÃO DE DEPUTADOS PARA RE-AVALIAÇÃO DE PROPOSTA, MAS HÁ QUEM FALE DE “TRUQUE” POLÍTICO

“Para ganhar tempo e aprovar na mesma”

ainda que com alterações. “Sim, a proposta será analisada pelos deputados do hemiciclo, tal como indicava a convocatória enviada anteriormente sobre o plenário”, disse uma porta-voz da AL ao HM. “Os deputados vão votar sobre se querem a retirada da lei.”

Contudo, ao HM, Ng Kuok Cheong e José Pereira Coutinho dizem que Chui Sai On pediu es-pecificamente à AL que a ordem do dia fosse alterada, para que seja primeiro votada pelos deputados a proposta de Alves, Chan e Cheang.

“É tudo confuso. Ouvi que o Chefe do Executivo pediu espe-cificamente à AL para atrasar o primeiro [ponto]”, explicou Ng Kuok Cheong, referindo-se à vo-tação da proposta de lei, marcada para o início da ordem do dia. “É muito confuso, como é que pode o Chefe do Executivo pedir à AL para mudar a ordem do dia ou cancelar algum dos itens da agenda?”

Para Jason Chao e José Pe-reira Coutinho, por exemplo, a proposta enviada à AL pelos três membros do Conselho Executivo é não mais do que uma manobra de Chui Sai On. “É um truque. É a passagem da responsabilidade que pertence ao Chefe do Exe-cutivo para a AL, quando este fardo deveria estar nos ombros do Chefe do Executivo”, referiu o activista e presidente da Asso-ciação Novo Macau.

Pereira Coutinho concorda. “Não há margem para dúvidas. Isto é exactamente um truque do Governo, de forma a encontrar uma solução para não ser ele a pedir desculpas e retirar a proposta.”

RESPONSABILIDADEDE MÃO EM MÃO “O Conselho Executivo fez uso da capacidade de três dos mem-

bros para mover uma moção na AL”, frisa Jason Chao, que pediu ontem, em nome do grupo Macau Consciência, um encontro com Chui Sai On.

“O Chefe do Executivo é o único com capacidade para fazer alterações à lei ou retirá-la. Neste caso, o Governo percebe a grande objecção da população à lei, mas faz o Conselho Executivo esco-

lher três membros para fazer esta moção, sendo que, assim, o Chefe não tem de acarretar as responsa-bilidades.”

O encontro com o líder do Governo foi rejeitado, mas Chao não deixa de frisar o que ia ser discutido na reunião. “As pessoas não querem a proposta de lei. Ia enfatizar isso, mas também a for-ma como o Governo lidou com a

situação depois da manifestação, que é crítica.”

Jason Chao diz que o Governo apenas “fez um truque, exploran-do três pessoas que, por acaso, estão no Conselho Executivo e na AL” para fazer todo o trabalho. A intenção é clara tanto para Chao, como para Pereira Coutinho. “A ideia é tentar atrasar ou adiar a aprovação da lei e apenas isso.

“Devido à grande manifestação, o Governo fez uma encomenda aos três deputados - que também são membros do Conselho Executivo - para tentar apaziguar e diminuir os efeitos da manifestação.”PEREIRA COUTINHO Deputado

3 políticahoje macau terça-feira 27.5.2014

Coutinho exige mais espaços sociais às operadoras de jogo

LEONOR SÁ [email protected]

S ÃO cerca de 32 milhões de patacas que a Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CA-

ECE) vai gastar nas duas eleições que acontecem em Junho e em Setembro deste ano. O valor reve-lado pela presidente da CAECE, Song Man Lei, deverá englobar a eleição da Comissão Eleitoral para o Chefe do Executivo e a eleição do próximo líder governamental de Macau.

As eleições para o grupo que elege o Chefe do Executivo vão ser mais caras - deverão custar aos cofres do Governo cerca de 17,4 milhões de patacas – e as do Chefe do Executivo cerca de 14,9 milhões de patacas. Song Man Lei aproveitou ainda para afirmar que

O Governo apenas “fez um truque, explorando três pessoas que, por acaso, estão no Conselho Executivo e na AL” para fazer todo o trabalho. A intenção é clara tanto para Chao, como para Pereira Coutinho.

CHUI SAI ON AFIRMA ESPAÇO PARA MELHORAR A LEI

REGIME DE GARANTIAS GOVERNO ACEITA SUGESTÃO DE DEPUTADOS PARA RE-AVALIAÇÃO DE PROPOSTA, MAS HÁ QUEM FALE DE “TRUQUE” POLÍTICO

“Para ganhar tempo e aprovar na mesma”

Não é retirar a proposta de todo”, frisa o activista.

“O que eles querem é meter água na fervura”, remata Pereira Coutinho. “Devido à grande mani-festação, o Governo encomendou aos três deputados - que também são membros do Conselho Exe-cutivo - para tentar apaziguar e diminuir os efeitos da manifes-tação. Assim, pelo menos, têm uma maneira intermediária para arranjar pessoas para resolver a questão.”

ATRASAR APROVAÇÃOFoi no domingo à noite, após a manifestação contra o Regime de Garantias - que será a maior desde 1999 -, que os três depu-tados entregaram uma carta ao presidente da AL, Ho Iat Seng. No documento, Leonel Alves, Chan Meng Kam e Cheang Chi Keong pediram que a proposta fosse “enviada a uma Comissão [Permanente] para ser novamente analisada na especialidade”, por-que consideram que a “proposta tem suscitado diversas dúvidas

sobre a razoabilidade das normas contidas”.

Esta é a proposta que será ana-lisada primeiro e que, para quem falou com o HM, vai ser vitoriosa. “Claro que vai ser aprovada, tem algum dúvida? Vai ser votada em primeiro lugar, antes da proposta de lei”, diz Pereira Coutinho.

Sendo aprovada, diz o deputa-do, vai colocar o Regime de Garan-tias “em banho Maria”, de forma a prolongar o processo e a fazer com que a lei venha a ser aprovada mais tarde. Jason Chao diz exactamente a mesma coisa, enfatizando que, se realmente houvesse desejo de mudança, Chui Sai On teria reti-rado ou emendado a proposta. Ng Kuok Cheong concorda. “Os três deputados estão a tentar atrasar o exame da proposta. Claro que o hemiciclo vai passar a proposta e assim ganhar mais tempo.”

O Regime de Garantias prevê que os altos cargos do Executivo que se reformem ou aguardem funções recebam compensações beneficiários no valor de 14% do total do vencimento – para os provenientes da função pública – e de 30% para os do sector privado. Isto é um dos factores de crítica, a par da existência de um artigo que prevê impunidade para o Chefe do Executivo por eventuais crimes cometidos durante o mandato. A organização fala em cerca de 30 mil manifestantes, a PSP em sete mil.

O HM tentou ouvir a versão de Leonel Alves, um dos membros que apresentou a proposta para nova análise do Regime, mas não foi possível contactar o deputado. Alves afirmou à TDM, no domin-go, que há um “défice de compreen-são” sobre o Regime, justificando assim a entrega da proposta para nova análise. Diz, contudo, que este gesto não significa uma adesão à opinião geral.

Ontem à noite, um comunicado enviado pelo Gabinete do Chefe do Executivo assegurava que Chui Sai On concorda “que haja espaço para aperfeiçoar a proposta de lei”. Em comunicado, o Governo diz que “irá dar ordem” para que os serviços competentes continuem em contacto com a AL para entregar “entregar uma nova redacção do diploma e melhorar o conteúdo do mesmo”. O Chefe do Executivo entregou uma carta ao presidente da AL a solicitar o cancelamento da agenda prevista para a reunião plenária. Ho Iat Seng

terá aceite que o plenário “delibere a suspensão da discussão e votação na especialidade”, tal como tinham referido os deputados Ng Kuok Cheong e Pereira Coutinho ao HM. Chui Sai On diz que, através dos meios de comunicação social se “apercebeu” da elevada preocupação dos cidadãos perante o Regime. Mas mais. “Lembrou que, no passado, diversos sectores da sociedade apresentaram, através de diferentes canais e formas, várias opiniões e sugestões sobre esta matéria.” Todas as opiniões sobre a lei, garante, serão tidas em conta. ELEIÇÕES ORÇAMENTO É DE MAIS DE 30 MILHÕES

Gastar para ganharconsidera o aumento “razoável” face a 2009, justificando-o com a crescente subida da inflação. Em 2009, as eleições para o Chefe do Executivo estavam orçadas em 13,8 milhões de patacas, mas Chui Sai On utilizou apenas 9% do total.

COMISSÃO ESCOLHIDA Sabe-se também que são 352 os candidatos para os sete sectores da eleição dos membros da Co-missão Eleitoral do Chefe do Exe-cutivo. De acordo com uma nota de imprensa divulgada ontem, os Serviços de Administração e Função Pública procederam à apreciação da capacidade dos participantes dos sete sectores existentes. O primeiro sector (fi-nanceiro, comercial e industrial) conta com 120 participantes, enquanto o segundo e o terceiro

contam com 119 e 113 partici-pantes, respectivamente. As duas últimas áreas dizem respeito às tutelas da educação, desporto, cultura, trabalho e serviços so-ciais. Os indivíduos cujo nome não vigore na lista de participan-tes elegíveis podem activar um recurso contencioso ao Tribunal da Última Instância até ao final do dia de hoje.

A eleição para os membros da Comissão do Chefe do Executivo tem lugar já no dia 29 de Junho, enquanto a votação para eleger o próximo líder do Governo apenas acontece no mês de Setembro. Serão cinco, os locais de voto para a primeira eleição, incluindo o Instituto Politécnico de Macau (IPM), os pavilhões A e B do Polidesportivo do Tap Seac e as escolas secundárias Ho Tung e Kao Yip.

O deputado José Pereira Coutinho entregou mais uma interpelação escrita ao Governo onde pede que este

comece a exigir às operadoras de jogo mais espaços de apoio social. “Vai o Governo exigir às futuras concessionárias de jogo a responsabilidade de construir habitação para os seus trabalhadores, incluindo asilos e creches e instalações de apoio aos deficientes e famílias monoparentais?”, questiona o deputado, que apresenta ainda como argumento os elevados lucros do jogo. “Todos os anos as concessionárias de jogo têm elevados lucros que permitem algumas delas investir noutros países e regiões adjacentes, esquecendo-se da res-ponsabilidade social que deveriam ter para com os residentes locais”, pode ler-se na interpelação. “Atendendo que nos próximos anos vão iniciar-se os processos de auscultação social quanto à revisão dos contratos de concessão do jogo, muitos residentes são da opinião da necessidade de obrigar contratualmente ao cumprimento de responsabilidades bá-sicas de aspecto social”, acrescenta ainda Coutinho. - A.S.S.

4 política hoje macau terça-feira 27.5.2014

ANDREIA SOFIA SILVA [email protected]

O S resultados preli-minares das eleições para o parlamento europeu em Macau

revelam uma vitória da Direita, ao contrário do que aconteceu em Portugal, onde o Partido Socialis-ta (PS) obteve 31,45% dos votos, contra os 27,71% da coligação Aliança Portugal, composta pelo PSD e CDS-PP.

A coligação obteve 48 vo-tos de entre um total de 192 eleitores que se dirigiram ao consulado-geral de Portugal em Macau, segundo a agência Lusa. Números que merecem um comentário positivo de Miguel Bailote, presidente da secção do PSD em Macau.

“Contamos que na quarta--feira (amanhã) tenhamos cerca de 50 votos de Macau, e que a tendência (de liderança da Direita em Macau) se mantenha. Ao con-trário de Portugal, mantivemos a vitória”, disse Miguel Bailote ao HM.

O responsável da secção do PSD em Macau frisou que “nunca fica satisfeito com um nível de abstenção tão grande”, apontando a manifestação contra o regime de garantias dos titulares dos principais cargos, ocorrida no domingo, como uma das razões para a ausência dos eleitores das urnas.

EUROPEIAS MIGUEL BAILOTE ESPERA QUE PSD E CDS-PP CHEGUEM AOS 50 VOTOS

Macau ainda vira à Direita

“A figura (António Marinho e Pinto) é mediatizada e popular. Há pessoas que estão desiludidas com o rumo da vida política portuguesa e existe uma colagem a um discurso no qual as pessoas se revêem”MIGUEL BAILOTE Presidente da secção do PSD em Macau

Pinto) é mediatizada e popular. Há pessoas que estão desiludidas com o rumo da vida política portuguesa e existe uma colagem a um discurso no qual as pessoas se revêem”, disse o responsável.

Macau deu ainda 15 votos à CDU, sete ao Bloco de Esquerda (BE) e três votos ao Partido Livre. O Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN) obteve apenas um voto. A primeira urna teve 13 votos em branco e um nulo.

Macau é uma assembleia de apu-ramento intermédio e vai receber os votos de Pequim, Xangai, Seul e Tóquio para uma das mesas, tendo sido escolhida a quem tem menos votos e que será contada na quarta--feira depois de recolhidos os votos das restantes cidades regionais.

PORTUGAL “SEM EXTREMISMOS”As eleições europeias em Portugal ficaram marcadas por uma elevada abstenção – 66% - maior do que em 2009. O PS conseguiu eleger sete eurodeputados e a Aliança Portugal seis. Já a CDU conseguiu o melhor resultado de sempre, tendo eleito três eurodeputados. O BE caiu para menos de metade dos votos face a 2009, tendo o MPT eleito o seu cabeça de lista, Marinho e Pinto.

É amanhã que termina a contagem dos votos de Macau para as eleições europeias. Miguel Bailote, presidente da secção do PSD em Macau, espera atingir os 50 votos e manter a liderança do partido na RAEM. E diz que a manifestação afastou muitos eleitores das urnas. A surpresa vem do MPT de Marinho e Pinto com 24 votos

Na Europa, a surpresa recaiu na vitória da extrema-direita em mui-tos países. Em França, por exemplo, a Frente Nacional, liderado por Marine Le Pen, obteve quase 25% dos votos. Miguel Bailote aplaude que Portugal tenha ficado de fora dessa tendência. “Marcámos algu-ma diferença e não vemos sinais de extremismo em Portugal. Qualquer extremismo não é saudável para uma vida democrática”, disse o presidente da secção do PSD.

Dados preliminares mostram que o Grupo do Partido Popular Europeu está à frente, com 214 deputados no parlamento europeu. Em segundo lugar surge o Grupo Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas, com 189 deputados. Em terceiro, com 66 deputados, surge a Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa.

1,75%foi a percentagem de eleitores

que votou

“Tivemos uma manifestação que foi uma das maiores dos últimos tempos e isso é algo que está mais próximo das pessoas”, disse ao HM.

De resto, os números não sur-preenderam Bailote. “Esperava que a votação ficasse nos 200 eleitores. É sempre complicado motivar as pessoas para uma eleição que não lhes diz muito, é mais fácil motivar para as eleições legislativas. Não estava à espera

que houvesse uma subida”, disse o presidente da secção do PSD.

PARTIDO DA TERRA, A SEGUNDA FORÇA POLÍTICASegundo a agência Lusa, apenas 1,75% do universo dos eleitores se

dirigiu ao consulado entre sábado e domingo. A primeira urna obteve 140 votos, a segunda 52.

Em segundo lugar ficou o PS com 27 votos obtidos. Mas a sur-presa veio do Movimento Partido da Terra (MPT), que conseguiu 24

votos. Segundo Miguel Bailote, o movimento, liderado pelo ex-Bas-tonário da Ordem dos Advogados, António Marinho e Pinto, “deverá passar a ser a segunda força política em Macau”.

“A figura (António Marinho e

António Marinho e Pinto

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5SOCIEDADEhoje macau terça-feira 27.5.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

“U M caso raro e espe-cial”. Foi desta forma que Ung Vai Meng, presidente do Instituto

Cultural (IC) descreveu o futuro projecto de revitalização do Pátio do Mungo, cuja iniciativa partiu do próprio proprietário. O espaço, composto por 13 edifícios, vai ser restaurado com o apoio financeiro do Governo.

“O pátio não está na lista de edifícios protegidos e não temos diplomas legais para proteger de forma directa o espaço. O pro-prietário entrou em contacto con-nosco e concordou em revitalizar a zona”, disse Cheong Cheok Kio, secretário-geral do Conselho do Património Cultural (CPC), onde ontem foi votada a restauração do espaço. “É um caso muito raro em que o proprietário tem vontade de revitalizar os edifícios, e o Go-verno tem este direito de ajudar o

“É um caso muito raro em que o proprietário tem vontade de revitalizar os edifícios e o Governo tem este direito de ajudar o proprietário”CARLOS MARREIROS

AINDA NÃO HÁ DECISÃO SOBRE PRÉDIO NA RUA DA BARCA

“Foi apresentado um relatório sobre pátios e existem mais de 100 pátios em Macau. Este espaço (Pátio do Mungo) não é muito grande mas tem valor histórico, com mais de 100 anos.”CHEONG CHEOK KIO

Em mais uma reunião do Conselho do Património Cultural, ficou decidido que o Instituto Cultural vai apoiar financeiramente a recuperação do Pátio do Mungo, que está nas mãos de privados

PATRIMÓNIO GOVERNO QUER CULTURA NO PÁTIO DO MUNGO

Raro e especialproprietário”, disse ainda Carlos Marreiros, membro do CPC.

O apoio financeiro será feito no âmbito da nova lei da salvaguarda do património, que prevê esse tipo de ajudas em caso de necessidades económicas dos proprietários. Se-gundo a apresentação de ontem, o dono do Pátio do Mungo já teria entrado em contacto com os Ser-viços de Finanças.

O IC comprometeu-se a fazer a

remodelação das fachadas e a dar uma “especial atenção” a dois dos 13 edifícios. “Vamos ser responsá-veis pelas despesas de remodelação e preservação”, garantiu Cheong Cheok Kio.

O pátio, já sem quaisquer moradores, não será destinado à habitação. “Segundo o projecto que o proprietários nos entregou, será na área das indústrias culturais e criativas, não é para fins habita-cionais”, disse o secretário-geral do CPC.

“Ainda estamos a discutir os pormenores e não há um orçamento previsto. Os edifícios já são muito velhos e o orçamento não será pequeno”, disse Cheong Cheok Kio, que garantiu ainda que “não mora lá ninguém, por isso acho

que não há obstáculo para fazer as edificações”.

De entre um total de 19 membros do CPC, 16 votaram a favor deste

projecto. Antes dessa votação, foi apresentado um relatório elaborado pelo Executivo. “Foi apresentado um relatório sobre pátios e existem mais de 100 pátios em Macau. Este espaço (Pátio do Mungo) não é mui-to grande mas tem valor histórico, com mais de 100 anos. Antigamente muitos chineses viviam nos pátios e são considerados como parte do tecido urbano”, frisou Cheong Cheok Kio.

CONTAGEM DO PATRIMÓNIOIMÓVEL VAI COMEÇAR Outra das decisões tomadas no âm-bito da reunião do CPC prende-se com o arranque, já este mês, do le-vantamento de edifícios históricos com necessidade de preservação. Tal servirá para compor a futura lista dos imóveis a proteger, sendo que o último inventário do patri-mónio imóvel foi revisto há mais de 22 anos.

Não caberá apenas ao Governo fazer esse inventário, mas a popula-ção também pode enviar sugestões ao IC de edifícios que considera possuírem valor histórico.

“O levantamento exaustivo dos imóveis irá arrancar nos próximos dias, podendo-se obter informações sobre a situação do património imóvel existente e o seu valor, servindo de base para a classificação futura do patrimó-nio cultural”, explicou o IC, em comunicado.

O CPC analisou o caso do edifício parcialmente demolido na Rua da Barca, por alegada falta de coordenação dentro da Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSSOPT), conforme avançado pelo HM. Apesar dos membros

do CPC terem considerado que o edifício tem valor histórico, ainda não se chegou a nenhuma conclusão. “Temos de contactar o proprietário e temos de encontrar consenso, por isso ainda não foi tomada nenhuma decisão”, disse

Carlos Marreiros, membro do CPC. “Alguns membros acham que há um valor arquitectónico neste edifício e que é preciso preservá-lo. Serve de memória colectiva e é uma representação da Avenida Horta e Costa”, explicou o arquitecto. Com

um estilo “neo-clássico”, o edifício é o último exemplo de uma série de construções habitacionais que existiram nessa zona nas décadas de 30 e 40. Contudo, esses edifícios foram “pouco a pouco demolidos” nos anos 80.

TIAGO ALCÂNTARA

6 sociedade hoje macau terça-feira 27.5.2014

LEONOR SÁ [email protected]

O acordo ontem assi-nado tem o intuito de potenciar a criação de uma “plataforma aber-

ta para negócios de investimento”, disse o presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Inves-timento (IPIM), Jackson Chang.

Os sectores primário e secundá-rio são aqueles em que a China mais pretende investir em países como Angola, Moçambique, Guiné-Bis-sau e Timor-Leste. Dão primazia ao desenvolvimento de tecnologia e infra-estruturas relacionadas com a agricultura, as pescas e o sector das indústrias, fomentando a construção de “auto-estradas, pontes, portos, aeroportos, habitações e outros pro-jectos mais diversificados”. Quem o disse foi Chang Hexi, Secretário--geral do secretariado permanente do Fórum para a Cooperação Eco-nómica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau).

De acordo com o responsável do Fórum Macau, “os negócios com o Brasil focam-se, princi-palmente, nos produtos agrícolas, enquanto com Angola, o comércio é primordialmente feito ao nível do petróleo”. Só no ano passado, o comércio entre a China e os países

AIPIM quer investigação sobre confronto entre Lam Heong Sang e jornalista

Um memorando de entendimento entre a China e os países de língua portuguesa (PLP), foi ontem assinado durante um painel de discussão sobre o ambiente económico dos PLP. Potenciar uma plataforma de investimento é o objectivo

IPIM ASSINADO ACORDO DE INVESTIMENTO ENTRE CHINA E PLP

Cooperação & companhia

86,2mil milhões, comércio entrea China e os PLP, em 2013

de língua portuguesa atingiu os 86,2 mil milhões de patacas, disse, acrescentando que “ainda há muitas áreas para explorar”.

Também o Brasil e Timor Leste carecem de projectos relacionados com os sectores primário e secun-dário e, segundo Chang Hexi, são países que estão “muito interes-sados” em fazer parcerias nesse sentido. A pecuária é também uma das áreas que mais importa a paí-ses africanos como Moçambique e Angola.

O representante do Fórum

A Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) exigiu, em carta enviada

ontem ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, que o caso que envolve Lam Heong Sang e um jornalista da TDM seja “devi-damente investigado e explicado”, justificando que os profissionais dos média pretendem ser “tratados com dignidade e respeito. A mesma, diz a associação, com que merecem ser tratados os deputados. A carta encerra com o desejo de que casos destes não se voltem a repetir.

O caso diz respeito a uma situação na passada sexta-feira, quando o vice-presidente da AL, Lam Heong Sang se dirigiu de forma ofensiva a Phoenix

Un, jornalista da TDM inglesa que estava a colocar questões sobre a data para a votação na especia-lidade da proposta de lei do Regime de Garantias dos Titulares dos Principais Cargos. Lam acusou o profissional de o estar a “tramar”, seguidamente afirmando que o repórter tinha “baixo nível”.

A troca de palavras, que ocorreu num evento na Universidade de Macau, iniciou-se depois de Un ter questionado o vice-presidente da AL sobre a alegada “pressa” na aprovação da proposta de lei sobre o Regime de Garantias dos Titulares dos Principais Cargos. A pergunta parece ter irritado Lam Heong Sang, que respondeu: “Você está a tramar-me. Já me tramou”.

Macau acrescentou ainda que “os PLP são países em vias de desen-volvimento e gostariam de desen-volver o sector industrial, tendo ‘know-how’ nessa área e na de produtos de necessidades básicas”, rematando que “o estabelecimento de fábricas nesses países é bastante importante”.

A participação da China no sec-tor energético e do bio-diesel é tida

Lam Heong Sang

como “essencial” para os países de língua portuguesa, mais uma vez com enfoque na construção de infra-estruturas e apoio tecno-lógico. Recentemente, o Ministério do Comércio da China publicou directrizes para o ambiente de ne-gócios nos PLP e as informações detalhadas sobre os investimentos e o empreendedorismo nestes paí-ses podem ser acessíveis a partir do website oficial deste departamento governamental.

NA NET PARA VENDERNo mesmo painel, Jackson Chang disse que deverá ser criada uma pla-taforma online de venda de produtos regionais, simultaneamente servindo para a criação de contactos e parcerias de investimento entre a China e os PLP. Esta iniciativa está integrada na 10ª Feira de Cooperação Económica e Comercial da Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas, que se vai realizar ainda este ano.

Para o representante do IPIM, o acordo assinado ontem serviu para “celebrar a cooperação de todos os elementos componentes do Pan-Delta do Rio das Pérolas”, simplesmente tratando-se de uma iniciativa para “consolidar a coo-peração” entre as várias províncias desta zona da Ásia. “A 10ª edição da feira de desenvolvimento económi-co vai consistir em duas diferentes fases. Uma primeira em que serão feitos contactos entre as empresas e autoridades”, avançou o responsável do IPIM. Para a segunda fase, está a ser preparada uma conferência de “grande envergadura” durante os dias 11 e 12 de Outubro, em Cantão.

Sobre a plataforma online, Jackson Chang adiantou que será destinada não apenas à China e aos PLP, mas sim a todos os interessados, permitindo que possam ser trocadas “algumas impressões e parcerias, promovendo a venda de produtos”. O presidente do IPIM garante que em Setembro já deverão haver mais novidades sobre o website, que está a ser criado juntamente com a dele-gação de Guangdong.

Ma Hua, Subdirector dos Ser-viços do Comércio da Província de Guangdong, o painel serviu para “trocar ideias” e “encontrar bolsas de contacto”. O responsável aproveitou para dizer que o volume de trocas comerciais – incluindo investimentos e estabelecimento de negócios – entre Cantão e Macau atingiu os 15,7 mil milhões de patacas, enquanto as tro-cas entre Cantão e os PLP chegaram aos 86,2 mil milhões de patacas. Afirmou ainda que “Macau e Cantão estão numa posição única” em termos de negócios, tanto histórica como geograficamente.

Jackson Chang

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hoje macau terça-feira 27.5.2014 7 sociedade

O registo de uma mar-ca foi rejeitado pelo tribunal, apesar de

a Direcção dos Serviços de Economia (DSE) até ter de-ferido o pedido. Um recurso interposto por uma outra marca no Tribunal Judicial de Base (TJB) levou ao can-celamento do registo, com o tribunal a considerar que uma das empresas estava a imitar outra que, apesar de não estar registada em Macau, é mundialmente conhecida.

De acordo com um co-municado do TJB, o caso remonta a 2011, quando a SMS Tobacco Trading re-quereu à DSE o registo da marca. A DSE deferiu o pedido, mas a British American Tobac-co Italia, afiliada do grupo tabaquei-ro British American Tobacco, recorreu a tribunal, considerando que a SMS Tobacco Trading estaria a copiar

Homem com problemas mentais ataca na Areia Preta e Toi San Recentemente, as autoridades públicas registaram uma série de ataques aleatórios nas zonas de Toi San e da Areia Preta, cometidos por um homem com problemas mentais e de alcoolismo. O indivíduo, já identificado pelas autoridades, não possui necessidades clínicas que exijam o internamento hospital, pelo que deverá continuar pelas ruas. Em virtude dos mais recentes incidentes, os Serviços de Saúde (SS) pedem à população que tenha especial cuidado com Leung, cidadão de Macau, que possui, igualmente, transtornos de personalidade e conduta, consequências do consumo excessivo de álcool e medicação. Leung tem uma elevada propensão para o conflito e violência, tendo sido reportado o ataque consecutivo a vários transeuntes, vários dos confrontos precisando de intervenção policial. Os SS aproveitaram, ainda, para alertar para o uso excessivo de drogas e outras substâncias nocivas, justificando que a sua ingestão pode conduzir a sintomas semelhantes aos de Leung, eventualmente prejudicando-se a si mesmo e a terceiros.

FRC passa a ser pessoa colectiva de utilidade pública Um despacho do Chefe do Executivo publicado em Boletim Oficial (BO) mostra que a Fundação Rui Cunha (FRC) passa a ser designada como uma pessoa colectiva de qualidade pública administrativa. Segundo um comunicado da entidade, trata-se de um “corolário de dois anos de actividade intensa ao serviço de Macau, do seu Direito e das suas Gentes”, sendo ainda um “incentivo a todos quantos com ela diariamente colaboram”. “A FRC agradece às Gentes de Macau e compromete-se a continuar a tudo fazer para que Macau seja sempre mais e melhor”, aponta o comunicado.

TRIBUNAL REGISTO DE MARCA DE TABACO REJEITADO

O prestígio bastaas suas marcas. A empresa, que se dedica à produção, importação, exportação e comercialização de tabaco é titular de diversas marcas contendo a expressão “MS”, cujo registo se encontra efectuado a seu favor em diversos países e regiões e em Macau “também vem sendo exibida durante com-petições desportivas

oficiais, já que a [empresa] vem apoiando, desde há muitos anos, equipas de Fórmula 1 e de Moto Grand Prix.”

Ainda que “MS” não tenha sido registada no território, nem a British American Tobacco Italia, o TJB deu razão à empresa. Apesar de a empresa ter

evocado que ‘SMS” será apenas a abreviação de ‘short message service’, pelo que não deveria ser alvo de protecção, foi por outra razão que o tribunal cancelou o pedido.

“A marca ‘SMS’ limita-se a acrescentar à “MS” um “S” e um fundo, implicando o risco de fazer associar [uma marca à outra]”, começa por explica o tribunal, que indica ainda que a ‘MS’ é conhecida pelos seus produtos. “Acres-ce que as duas marcas assina-lam o mesmo tipo de produto, o que já é suficiente para induzir o consumidor médio à confusão ou associação. Atendendo a que as marcas notórias e as de prestígio, mesmo não registadas em Macau, gozam de protecção

especial, é procedente o recurso nesta vertente.”

O tribunal acabou por ordenar à DSE a

recusa do registo da marca. - J.F.

8 hoje macau terça-feira 27.5.2014CHINA

A China proclamou ontem que o de-senvolvimento do país “propor-

cionou a todos os chineses oportunidades para concre-tizarem os seus sonhos”, mas reconheceu que são ainda “necessários maiores esforços” para melhorar os direitos humanos da popu-lação.

“Os progressos alcança-dos pela China no domínio dos direitos humanos estão à vista de todos e qualquer observador imparcial e sensato pode tirar uma justa conclusão”, diz um Livro Branco difundido pelo Go-verno chinês com o título “Progresso dos Direitos Hu-manos na China em 2013”.

Trata-se de um tema de persistente tensão entre Pequim e os países desenvol-vidos da Europa e América do Norte, sobretudo quanto ao exercício dos direitos po-líticos individuais, mas para as autoridades chinesas, “o direito ao desenvolvimento é o mais importante dos direitos humanos”.

“O nível de vida da po-pulação subiu solidamente” e “os residentes urbanos e rurais, especialmente os que se encontram em situações difíceis, podem viver com dignidade”, realça o Livro Branco.

Segundo o documento, o Governo é hoje “mais transparente” e, graças à Internet, que se tornou “um dos mais importantes canais para o público exprimir as

A China disse às suas empresas estatais para cortarem os vín-culos com as empresas norte-

-americanas de consultoria poucos dias depois dos Estados Unidos acusarem cinco oficiais militares chineses de pirataria contra empresas norte-ame-ricanas, disse o jornal Financial Times este domingo.

A medida da China, que tem como alvo empresas como a McKinsey & Company e The Boston Consulting Group (BCG), deriva de receios de que as empresas estejam a oferecer segredos comerciais para o governo dos EUA, noticiou o FT, citando fontes

Ex-milionário chinês com ligações a Macau condenado à morte

20mil milhões de mensagens

instantâneas nas redes

sociais diariamente

“O desenvolvimento da China proporciona a todos os chineses oportunidades para se desenvolverem a si próprios, servir a sociedade, ser bem-sucedidos na sua vida e realizar os seus sonhos”LIVRO BRANCO

DIREITOS HUMANOS PEQUIM ADMITE “ESFORÇOS AINDA MAIORES”

Um país de sonhosuas opiniões”, a liberdade de expressão “está melhor assegurada”.

Pelos números citados no Livro Branco, os internautas chineses, estimados em quase 650 milhões, difundem por dia cerca de 250 milhões de mensagens através nos seus microblogues e mais de 20

mil milhões de mensagens instantâneas nas redes sociais.

Em 2013, a China aboliu o sistema de “reeducação atra-vés do trabalho”, uma pena administrativa até quatro de anos de prisão, instituída na primeira década de governa-ção comunista (1950), que não necessitava de caução

ESPIONAGEM CORTAR VÍNCULOS COM CONSULTORAS DOS EUA

Em contra-ataque

judicial, destaca também o relatório do Governo.

“O desenvolvimento da China proporciona a todos os chineses oportunidades para se desenvolverem a si pró-prios, servir a sociedade, ser bem-sucedidos na sua vida e realizar os seus sonhos”, afirma o Livro Branco.

Apesar do actual abran-damento, a economia chi-nesa cresceu 7,7% em 2013 e as pessoas vivendo abaixo da linha pobreza (com menos de cerca de 2.600 patacas por ano), diminuíram em 16,5 mi-lhões, para 82,4 milhões, o que corresponde a cerca de 6% da população.

O Livro Branco reconhe-ce, no entanto, que a China “ainda é um grande país em vias de desenvolvimento”, e com “um desenvolvimento desequilibrado”.

“A melhoria dos direitos humanos nunca acaba, há

650milhões de cibernautas

sempre margem para me-lhorar (…) São necessários maiores esforços para elevar os padrões de protecção dos direitos humanos”, afirma o documento, o 11.º do género difundido pelo Governo chinês desde 1991.

A divulgação deste novo Livro Branco sobre os Direitos Humanos ocorre nove dias antes do 25.º aniversário da sangrenta repressão militar do movi-mento pró-democracia da Praça Tiananmen, uma data ainda tabu na China.

não identificadas próximas de altos dirigentes chineses.

Porta-vozes da McKinsey & Com-pany e Bain não quiseram comentar o assunto. Porta-vozes da BCG e Strategy& (anteriormente conhecida como Booz & Company) também não estavam para já disponíveis para poder comentar.

As empresas têm grandes operações na China, relatou o FT. McKinsey, BCG e Strategy& têm empresas estatais chinesas como clientes, acrescentou o jornal.

As autoridades em Washington têm argumentado há vários anos que

a espionagem cibernética é uma das grandes preocupações ao nível da segurança nacional.

A acusação de 19 de Maio foi a primeira de hacking criminoso dos Estados Unidos contra funcionários estrangeiros específicos.

UM tribunal da província de Hubei, na China

central, condenou à morte vários arguidos por crimes económicos, por homicídios e por terem, alegadamente, constituído uma associação mafiosa. No banco dos réus sentaram-se 36 pessoas. Entre os condenados à morte figura Li Huan, que a revista Forbes colocou na posição 148 entre os mais ricos da China e que foi associado ao branqueamento de capi-tais através de casinos em Macau.

Segundo a versão em

língua inglesa do diário oficioso Renmin Ribao,o Tribunal de média instância de Xianning anunciou as primeiras sentenças para os julgamentos dos 36 réus, contando-se entre elas a pena de morte para Li Huan e para o seu irmão, Liu Wei, bem como para três outros arguidos. Outros cinco foram igualmente condenados à morte, mas com penas suspensas por dois anos. Houve também quatro condenados a penas de prisão perpétua e 22 a diferentes penas de prisão.

hoje macau terça-feira 27.5.2014 9REGIÃO

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O rei da Tailândia designou ontem formalmente o chefe do exér-

cito como líder da nova junta militar do país, na sequência do recente golpe de Estado .

“Para restaurar a paz e a ordem e em nome da unidade, o rei nomeou o general Prayuth Chan-ocha como líder do Conselho Nacional para a Paz e Ordem [nome oficial da junta] para governar o país”, refere uma ordem real à qual a agência AFP teve acesso.

Prayuth Chan-ocha apre-sentou-se, vestido de branco, com outros generais numa cerimónia que decorreu à porta fechada e que o con-firmou formalmente como líder da junta que tomou as rédeas do poder na Tailândia.

“Eu dei a minha palavra em como vou cumprir as minhas obrigações com honestidade”, disse aos jor-nalistas no final do encontro, naquela que foi a sua primei-ra conferência de imprensa depois do golpe.

Prayuth Chan-ocha de-fendeu a intervenção do exército após quase sete meses de protestos anti-governamentais, os quais resultaram em 28 mortos e cerca de 800 feridos, e face ao risco de uma escalada de

A S autoridades sul-coreanas anun-ciaram ontem uma recompensa de 500 milhões de wones, cerca de 3.5

milhões de patacas, para quem entregar Yoo Byung-eun, fugitivo milionário tido como o proprietário da empresa do ‘ferry’ Sewol, cujo naufrágio fez mais de 300 mortos.

Após várias tentativas goradas para en-contrar Yoo Byung-eun, as autoridades da Coreia do Sul anunciaram ontem na televisão estatal KBS o novo valor da recompensa, o qual é dez vezes superior à anterior com-pensação oferecida.

O empresário, fotógrafo e líder religioso de 73 anos foi acusado de desvio de fundos, evasão e suborno depois de o naufrágio do Sewol ter colocado a descoberto transacções ilegais realizadas pela companhia Cheongha-ejin Marine e pelas suas filiais.

Yoo Byung-eun continua a ser procurado, depois de não se ter apresentado diante da justiça, apesar de citado, numa altura em que o Ministério Público investiga também a sua eventual responsabilidade no acidente, depois de se apurar que o ‘ferry’ transportava até o triplo da capacidade de carga permitida e face à suspeita de incumprimento de outras normas de segurança.

As autoridades realizaram buscas às ins-talações do complexo religioso de um grupo

cristão que fundou, cuja sede se encontra a cerca de 80 quilómetros a sul de Seul, bem como a outros pontos do país, que termina-ram, porém, sem resultados.

O milionário não possui ações na Che-onghaejin Marine, contudo, acredita-se que controla, de facto, a empresa através dos seus filhos, que detém uma participação significativa.

O seu filho mais velho, Yoo Dae-kyun, ao qual é atribuída responsabilidade direta nas violações das normas de segurança, está também a ser procurado pelas autoridades, estando fixada uma recompensa para quem o entregar no valor de 100 milhões de wones (71.300 euros).

As autoridades também procuram os outros dois filhos de Yoo que também fo-ram intimados e não compareceram diante da justiça.

A investigação do caso já resultou na detenção de vários funcionários da trans-portadora devido ao excesso de carga do Sewol, o qual terá sido um fator crucial no naufrágio do ‘ferry’.

O naufrágio resultou em 304 mortos, a maioria dos quais jovens, havendo ainda 16 corpos por recuperar do interior do barco, que permanece afundado em águas do sudoeste do país desde 16 de abril.

“Para restaurar a paz e a ordem e em nome da unidade, o rei nomeou o general Prayuth Chan-ocha como líder do Conselho Nacional para a Paz e Ordem [nome oficial da junta] para governar o país”ORDEM REAL

SEUL RECOMPENSA PARA QUEM ENTREGAR DONO DO ‘FERRY’

Procura-se milionário

TAILÂNDIA REI NOMEIAFORMALMENTE CHEFE DO EXÉRCITO

Haja paz

violência entre partidários e oponentes do governo deposto.

O líder da nova autorida-de do país, cuja nomeação foi publicada na Gazeta Real, evitou, porém, comen-tar quando pretende devol-

Dez mortos e 50 feridos em acidente de comboio na Índia

ver o poder a um governo civil ou convocar eleições no país.

A realeza, liderada pelo reverenciado, mas doente, Bhumibol Adulyadej, de 86 anos, granjeia um enor-me respeito por parte dos

tailandeses, pelo que a sua ‘bênção’ figura como um passo-chave para legitimar a actual junta, formada após o golpe de Estado na quinta-feira.

O rei, que se espera que faça ainda uma declaração pública sobre o golpe, não terá estado presente na ceri-mónia, segundo as agências internacionais.

Bhumibol Adulyadej

PELO menos dez pes-soas morreram e 50

outras ficaram feridas ontem num acidente de comboio no estado de Uttar Pradesh, no norte da Índia, informaram fontes oficiais. O acidente ocorreu às 11:00 quando um comboio de passa-geiros - o Gorakhdham Express – colidiu com outro de mercadorias que se encontrava parado, no distrito de Sant Kabeerna-gar, segundo a agência lo-cal IANS. A colisão levou ao descarrilamento de seis carruagens do comboio de passageiros perto da estação de Khalilabad, a

700 quilómetros a leste de Nova Deli, quando este se-guia rumo a Gorakhdham, proveniente de Hisar, no vizinho estado de Ha-ryana. As operações de resgate têm sido dificulta-das pelo mau tempo, pelo que o número de vítimas poderá aumentar, já que há relatos de que vários passageiros se encontram presos no interior das carruagens. As condições meteorológicas e a fraca sinalização figuram como as principais causas dos acidentes ferroviários na Índia, país que tem a rede de caminho-de-ferro mais extensa do mundo.

10 hoje macau terça-feira 27.5.2014EVENTOS

LEONOR SÁ [email protected]

É já na próxima quinta-feira que os mais novos vão poder assistir ao teatro de

marionetas “Chuva de pedra, canção de mar”, criado pelo grupo artístico Cai Fora. Com recurso a livros desdobráveis e jogo de luzes e com produção de Winter Chiang, três artistas chineses contam a história de um Macau antigo através dos olhos e do imaginário de Oungoung, o protagonista da peça. Vai estar em exibição até ao próximo domingo, no segundo andar do Antigo Tri-bunal, sendo que os bilhetes custam 120 patacas para um espectáculo que dura cerca de 40 minutos e acontece às 11, 15.30 e 20 horas.

Sexta-feira e sábado reser-vam-se à actuação de bailado contemporâneo pelo grupo MOP, que junta artistas natu-rais de Macau e da Polónia. O nome do colectivo foi pensado para lembrar a designação da

Hamamélia

Paula BichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

HOJE NA CHÁVENA

Nome botânico: Hamamelis virginiana L.Família: Hamamelidaceae.Nomes populares: Aveleira-de-bruxo; Ave-leira-de-feiticeira; Hamamélia-da-Virgínia; Hamamélis.

Belíssima planta ornamental, pelas suas flo-res amarelas e o verde vivo da sua folhagem que dá lugar ao dourado com o passar das estações, a Hamamélia é uma pequena árvore ou arbusto com pouco mais do que 5 metros de altura. As flores, de aroma agradável, crescem em ramos desprovidos de folhas. Os frutos são cápsulas lenhosas, semelhantes às Avelãs, e quando amadurecem estalam ruidosamente lançando as suas sementes a vários metros de distância. É nativa dos bosques húmidos da costa ocidental dos Estados Unidos e Canadá, onde se estima que os seus antepassados tenham surgido há 60 milhões de anos.Utilizada tradicionalmente pelos índios norte--americanos para tratar feridas, tumores e problemas nos olhos e embelezar a pele, a Hamamélia chegou à Europa como planta ornamental no século XVIII. Pouco tempo de-pois foi introduzida na prática médica sendo atualmente uma planta muito conceituada em fitoterapia. São usadas sobretudo as folhas, e/ou cascas.

COMPOSIÇÃOFolhas: Taninos, flavonoides, heterósidos flavónicos, ácidos fenólicos, constituintes amargos, saponinas, colina, mucilagem, pectina e vestígios de óleo essencial.Cascas: Taninos, flavonoides, gorduras, ceras, saponinas, fitosteróis e traços de óleo essencial.

AÇÃO TERAPÊUTICAPlanta muito adstringente, a Hamamélia atua como um tónico venoso contraindo a parede das veias e ativando a circulação; por outro lado, combate a ação nociva dos radicais livres e a inflamação e protege os vasos sanguíneos, reduzindo a sua permeabilidade e aumentando a elasticidade das veias e a re-sistência dos capilares (efeito semelhante ao vitamina P). É amplamente utilizada, interna e externamente, em caso de sensação de peso nas pernas, flebites e úlceras varicosas; nas varizes reduz o cansaço e a dor nas pernas; nas hemorroidas desinflama-as, aliviando a sensação de comichão e ardor.

Pela sua atividade sobre os vasos sanguíneos, esta pequena árvore ajuda a deter as hemor-ragias, sendo empregue no fluxo menstrual abundante, hemorragias uterinas e outras perdas de sangue de origem interna. Como adstringente é ainda usada na diarreia, colite e disenteria e na leucorreia.

OUTRAS PROPRIEDADESExternamente, a Hamamélia cicatriza e regenera a pele, sendo utilizada nas feridas e úlceras, queimaduras, picadas de insetos, prurido, eczema, neurodermatite, dermatite das fraldas e, em geral, nas inflamações da pele e mucosas e pequenas hemorragias; é ainda empregue nas contusões, entorses, dis-tensões e dores musculares. Aplicada sobre os olhos tem uma ação calmante, sendo usada nas afeções oculares provocadas pela secura ou exposição ao vento ou ao sol, cansaço ocular devido a excesso de atenção visual (condução de automóveis, computadores), conjuntivites, blefarites e úlceras da córnea. É igualmente usada em cosmética natural por reduzir a desidratação da pele e ativar a circulação, tonificando-a e embelezando-a.

COMO TOMARUSO INTERNO• Infusão: 1 a 2 colheres de sobremesa de folhas e/ou casca por chávena de água fervente, 10 a 15 minutos de infusão. Tomar 2 chávenas por dia.• Em ampolas, tintura, xarope, cápsulas e comprimidos, geralmente em fórmulas, para a insuficiência venosa, hemorroidas, trans-tornos da menopausa de origem vasomotora (afrontamentos) e emagrecimento.USO EXTERNO• Decocção: 30 a 40 gramas de folhas e/ou cascas por litro de água, 2 minutos de fervura. Em bochechos e gargarejos, lavagens ou compressas. Como colírio ou em lavagens oculares, filtrar muito bem.• Em pomada, creme, gel ou supositórios.

PRECAUÇÕESContraindicada na gastrite e úlcera gas-troduodenal. A sua segurança na gravidez e lactação ainda não foi avaliada. Em uso prolongado ou pessoas sensíveis pode originar irritação da mucosa gástrica, pelo que se aconselha a associação com Alteia (raiz). Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.

FAM TEATRO, FOTOGRAFIA E AUDIOVISUAL ENCERRAM FESTIVAL

Com um sorriso... nas Ruínas

moeda da RAEM, ao mesmo tempo que serve para unir Macau (MO) e a Polónia (P). Desde 2010 que a Companhia de Dança Violeta, a Associa-ção de Dança Ieng Chi e o Estúdio de Dança de Macau têm enviado artistas de dança contemporânea para trabalhar com o mestre polaco, Jacek Luminski. A parceria consiste num intercâmbio trienal e que vem, nos dias 30 e 31 deste mês, mostrar o seu trabalho, no pequeno auditório do Cen-tro Cultural de Macau (CCM). Os bilhetes custam 100 e 120

patacas para um espectáculo que deverá durar uma hora.

É também no próximo fim de semana que a Associação de Artes de Teatro Dirks leva a peça “Clonagem de êxtase” ao palco da Galeria do Tap Seac, às 20 horas nos dois dias. A trama gira em volta do conceito e das problemáticas da clonagem, referindo e retratando um mundo imaginado onde os seres humanos seriam clonados, ao invés de nascerem. A encenação de “Clonagem de êxtase” é da responsabilidade de Ip Ka Man, tendo sido adaptada do original “O admirável mundo novo”, de Aldous Huxley. O espectáculo será representada em cantonês e está pensado para durar uma hora e meia. Os bilhetes para o custam 120 patacas.

A 25ª edição do FAM con-ta ainda com a inauguração de uma exposição de trabalhos do fotógrafo britânico, John Thomson, a acontecer na pró-xima sexta-feira, no Museu de Actuação Conjunta de Bailarinos de Macau e da Polónia

“Colotipia - Retorno”, Perspectivas Convergentes de John Thomson e Wong Ho Sang

Esta é a última semana de eventos pensados e integrados no Festival de Artes de Macau (FAM), embora algumas das exposições de arte se mantenham até ao mês de Agosto

hoje macau terça-feira 27.5.2014

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

O NOVO VEGETARIANO • Yotam OttolenghiCom os seus restaurantes de grande sucesso e livros de receitas bestsellers, Yotam Ottolenghi tornou-se um dos novos talentos mais promissores do mundo da culinária e da escrita de livros gastronómicos. O livro inclui 120 receitas exclusivas e originais, muitas das quais desenvolvidas inicialmente para a coluna “New Vegetarian” da revista Guardian Weekend. A inspiração de Ottolenghi vem das suas raízes mediterrânicas e do seu amor incondicio-nal pelos ingredientes. Não sendo ele próprio um vegetariano, a sua forma de cozinhar com legumes é totalmente original e inovadora, baseada em sabores intensos e combinações surpreendentes e ousadas.

COZINHA CHINESA • Li ChingLi Ching, o autor deste livro, era conhecido entre os seus amigos pela alcunha de «restaurante ambulante». Natural de Hai Nan, viajou pelo mundo ensinando a sua arte. Neste livro revela-nos muitos segredos da milenária cozinha chinesa. As sopas, os mariscos e peixes, as aves, o porco, as outras carnes e o arroz são tratados em capítulos separados, sendo também dados muitos conselhos práticos que facilitam a confecção das receitas.

11 eventos

O artista argentino, Leandro Erlich, inaugurou “Re-

flection” em Hong Kong no passado dia 17. A exposição, que se encontra aberta ao público até dia 8 de Julho na galeria de arte Oi!, alia conceitos de arquitectura, design, arte contemporânea e ilusão, resultando numa ins-talação interactiva que ganha vida com a participação dos visitantes.

Erlich consegue criar edifícios que as pessoas podem escalar e nos quais é possível pendurarem-se e fazerem malabarismos. Tudo isto acontece porque Erlich produziu, com recurso a espelhos e outros mecanis-mos, um complexo sistema de instalações artísticas onde é possível o público interagir. Em parceria com Kingsley Ng, de Hong Kong e a equipa Meta4 Design Forum, o argentino desafia a realidade e a gravidade, sobrepondo conceitos e práticas contemporâneos e noções clássicas de arqui-tectura, por exemplo.

Actualmente, o artista tem as suas obras expostas

FAM TEATRO, FOTOGRAFIA E AUDIOVISUAL ENCERRAM FESTIVAL

Com um sorriso... nas Ruínas

HONG KONG ARTISTA ARGENTINO DESAFIA A REALIDADE

Gravidade encenada

Macau. A mostra “Retorno: perspectivas convergentes de John Thomson e Wong Ho Sang” deverá compreender uma compilação de fotogra-fias tiradas pelo artista em vários locais da China – como Macau, Hong Kong, Cantão, Pequim, Xangai, Sichuan ou Nanjing – entre 1868 e 1872. O britânico foi um dos pri-meiros da sua área a utilizar a

técnica de colódio húmido na revelação das imagens, pelo que se trata de uma exposi-ção quase exclusiva a nível mundial, não fosse o facto das fotografias já terem sido publicadas no periódico lon-drino, “Illustrations of China and its people”, há já vários anos. A segunda secção da ex-posição incorpora fotografias tiradas pelo fotógrafo de Ma-

cau, Wong Ho Sang, também reveladas através do processo de colódio. Também em expo-sição vão estar três câmaras de revelação antigas dos anos de 1890, 1960 e 2013, respectiva-mente. A mostra estará patente diariamente (exceptuando segundas-feiras) até dia 31 de Agosto e a entrada tem o custo de 15 patacas.

Por fim e em jeito de en-cerramento, as Ruínas de S. Paulo vão acolher o já aguar-dado espectáculo “Um sonho de luz”, criado pelo MAVA e produzido por Casber U. O colectivo, que andou a “reco-lher sorrisos” em Macau para integrar na sua peça audiovi-sual, estreia-se no monumento histórico no próximo sábado, com espectáculos às 20 e às 21 horas. A mostra, que deverá durar cerca de 10 minutos, vai continuar em exibição até ao dia 8 de Junho.

em galerias de Israel, Ar-gentina, Japão, Hong Kong, Itália, Espanha, Estados Unidos e Brasil. Descende de arquitectos e sempre teve especial fascínio pelo mundo artístico, finalmente envere-dando pelo caminho das artes plásticas e instalações.

Bâtiment, uma das peças integradas em “Reflection”, foi criada a pedido da galeria de arte onde se encontra, si-tuada na Oil Street, uma das zonas mais prolíficas no que toca à arte contemporânea no território. A instalação divide-se em várias partes e uma delas está incorporada

no próprio edifício da gale-ria. Actualmente, a equipa da Oi! trabalha juntamente com o Centro de Artes Visuais de Hong Kong, de forma a potenciar a organização de programas de formação e de projectos inovadores. O edifício foi originalmente construído em inícios do sé-culo XX para integrar a sede do Royal Hong Kong Yacht Club, acabando por manter a sua aparência e modelo ocidental. Actualmente, a galeria tem vindo a desenvol-ver vários projectos ao nível do fomento e surgimento de novos artistas. - L.S.M.

Esta é a última semana de eventos pensados e integrados no Festival de Artes de Macau (FAM), embora algumas das exposições de arte se mantenham até ao mês de Agosto

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hARTE

S, L

ETRA

S E

IDEI

AS

N ESTAS linhas se oferecem algumas considerações reti-radas do livro de Baldassare Castiglione chamado Il Li-

bro Del Cortegiano, na versão original, e Etiquette for Renaissance Gentlemen, na versão inglesa.*

486 anos após a sua publicação, nele se encontram instruções cujo cumpri-mento não poderá senão trazer um avan-ço ao trânsito das massas e usufruto dos tempos livres nesta cidade que a ele se dedicou com um ardor e uma intimidade tão inocente.

Sigam-se estas directivas como singe-lo manual para o melhoramento do com-portamento geral das gentes, mesmo que longe do convívio aristocrático para cuja frequência foram conjuntas.

O livro, publicado em 1528, usa como modelo a corte de Guidobaldo da Mon-tefeltro, em Urbino. Está organizado em torno de uma conversa que terá tido lu-gar, ao longo de quatro dias, no Palácio Ducal desta cidade, no ano de 1507.

Rapidamente ganhou fama e várias traduções. Trata-se, todavia, de muito mais que um manual de etiqueta, mesmo que as suas disposições elegantes tenham servido de paradigma durante vários sé-culos. Posições firmes sobre as capaci-dades intelectuais da mulher ou sobre o modo de tratamento das classes inferio-res permanecem actuais.

O palácio em Urbino, que o autor descreve, reúne não só muitos objectos de arte mas também livros raros em la-tim, em grego e em hebraico. A civiliza-ção clássica grega e latina são modelos brilhantes para o autor.

O Duque Federico da Montefeltro (de que se mostrou em Macau, recente-mente, reprodução fotográfica de um re-trato da autoria de Piero della Francesca), fundador do palácio, pai de Guidobaldo, gastou vastas somas na compra destes li-vros porque acreditava serem eles os ob-jectos mais distintos do seu palácio.

Afligido pela gota - que o deformou fisicamente - e pelo insucesso de alguns dos seus mais estimados projectos, Gui-dobaldo mostrou, contudo, ao longo da sua vida, uma fortitude que o distinguiu como homem elegante. Uma atitude po-sitiva em fase da adversidade instituiu-se como uma condição essencial da gentile-za masculina.

Não deixou de encher a sua corte de

a revolta do emir Pedro Lystmann

O LIVRO DE BALDASSAR CASTIGLIONE ( I )

homens e mulheres dotadas da mais no-bre disposição e temperamento.

Nota-se que o gentil homem deve mostrar destreza no manejo das armas em justas e torneios, como se continuou a prezar bem até ao século XX. Ao mesmo tempo, deve conduzir-se com à-vontade em festividades, várias ocasiões sociais e sessões musicais. Não encontramos, fe-lizmente, o tópico de que as artes e as letras atentam contra as armas. Não en-contramos a ideia, que tem muitos adep-tos hoje em dia, das Américas à Rússia, de que estas corrompem a força guerreira e se excluem mutuamente.

A aparência física é um aspecto im-portante e não deixa de exibir algum pa-ralelo com o confronto entre as armas e as letras. Um homem deve juntar quali-dades de masculinidade e de graça.

Avisa-se contra o perigo do excesso de afectação feminina, uma acusação que se estenderá mais tarde pelas Ilhas Britânicas e cuja origem se identificará com a Itália (e que nestas linhas já se exprimiram em artigo sobre os catamitas londrinos do sé-culo XVIII e o Macaroni Club. Nele se apontava que os macaroni eram entendi-dos como “praticantes de sodomia efemi-nados e de classe alta, um crime impor-tado de Itália”, produto do Grand Tour).

Assim, deve evitar-se encaracolar os

cabelos e rapar as sobrancelhas. Deve evitar-se uma pose lânguida ao caminhar ou quando parados, como faziam alguns homens, de modo a que os seus membros parecem desconjuntar-se. Ao falar não devem fazê-lo de maneira tão langues-cente como se estivessem prestes a des-vanecer.

Conclui-se apontando que “já que a Natureza não os fez como as mulheres que querem e aparentam ser, devem ser tratados não como mulheres honestas mas como vulgares rameiras e ser expul-sos de toda a sociedade gentil, para já não falar das cortes dos grandes senhores.“ **

O perfeito cortesão não deve ser demasiadamente grande ou pequeno. É melhor, se tiver de se afectar um dos extremos, ser mais para o pequeno que para o grande. Um homem muito gran-de tende a ter uma cabeça muito gros-sa, o que é um impedimento à correcta observação dos seus deveres desportivos e recreativos. Em tudo deve haver uma boa proporção, a força aparecerá aliada à ligeireza necessária ao manejo das armas.

No capítulo do desporto e dos jogos elogia-se de novo a temperança e o equi-líbrio. Esta aplicada à eventualidade de um duelo que se cumpre se necessário, mas que se não deve procurar com dema-siada ansiedade. Os traços de temperan-

ça a que um gentleman renascentista se obriga encontram semelhança no modo desprendido que o gentleman oitocentis-ta britânico deve afectar. Lembramos, na literatura portuguesa, a condução aloof de Carlos da Maia e do modelo último da gentlemanry britânica na cidade de Lis-boa, o altivo Craft, a quem nada perturba o lado lábio superior.

À proficiência equestre e à destreza marcial junta-se o gosto pela caça, um tópico que sobreviveu também até aos nossos dias.

Entre as habilidades nobres que o cortesão tem de dominar conta-se igual-mente a natação e o ténis. No entanto, “deixemo-lo rir, gracejar, caçoar, diver-tir-se e dançar, mas de um modo que sempre mostre bom senso e circunspec-ção e deixemo-lo fazer e dizer tudo com graça.”

Terminam-se estas primeiras conside-rações com uma referência a um tópico ínclito na altura: a pintura. Estamos nos inícios do século XVI. Várias cidades italianas tinham tido, durante o quattro-cento, uma história pictórica gloriosa. Não esqueçamos, todavia, que este livro, publicado em 1528, reproduz um con-junto de discussões aparentemente tidas em 1507 (pouco depois da conclusão da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci). Algu-mas das pinturas mais famosas de Rafael, Miguel Ângelo e Leonardo da Vinci não tinham ainda sido feitas.

Seria fastidioso representar aqui um quadro minucioso da pintura do quattro-cento mas relembrar os nomes de Masac-cio, Ucello, Filippo Lippi, Fra Angélico, Piero della Francesca, Giorgione, Gio-vanni Bellini, Botticelli (a Vénus que nos visitou é de c. de 1482) ou Ghirlandaio, dá uma ideia, mesmo que muito reduto-ra, do vigor da pintura do século XV em Itália.

A pintura e o desenho deverão fazer parte das habilidades do cortesão, um re-querimento que se inscreve numa prática antiga, grega e romana, a fonte primor-dial da elegância. A proficiência no dese-nho pode até trazer vantagens militares se esta se aplicar ao desenho de mapas de cidades, rios, citadelas ou fortes.

Todo o universo - as estrelas, a terra, os mares, as montanhas, os rios e os va-les - é comparado a uma grande pintura divina (não a uma arquitectura). Quem conseguir imitar esta sublime criação é merecedor do mais elevado elogio.

Segue-se uma discussão, moderada por Emília Pia, sobre os méritos da pintu-ra e da escultura.

(Continuará)

* Socorri-me, no entanto, de um pequeno livrinho onde se coligem alguns excertos da influente obra de Castiglione.** Tradução própria a partir do inglês, aqui e em passa-gens seguintes.

15 artes, letras e ideiashoje macau terça-feira 27.5.2014

Jorge rodrigues simão

“Globalization forces enterprises to maintain a recognizable im-pact on markets in both the Old and New Worlds, but this re-quires efforts sustainable only by either large enterprises or agglo-merations of SMEs. On the other hand, the industrial systems of the Far East enjoy a competitive advantage based on very low wages, which can be only be counteracted by the use of newer and newer technologies, requiring investments too heavy for SMEs. These two issues have caused deep crises in several industrial sec-tors across Europe.”

A Road Map to the Development of European SME Networks: Towards Collaborative Innovation

Agostino Villa and Dario Antonelli

A S faíscas da conexão revela o quão interessante é que tais liga-ções podem surgir de tudo quan-to nos rodeia, quer da natureza,

como dos negócios existentes. A ligação com a natureza, tem um caso assaz interessante que se deu quando um homem andava por um local com vegetação e se deu conta de que à sua roupa tinham aderido algumas plantas (comummente conhecidas como cardo).

Ao retirar os seus espinhos da roupa, deu--se conta que se fixavam fortemente ao tecido e que não se danificavam. A faísca da cone-xão permitiu unir uma situação com outra. O homem pensou que se conseguisse fabricar um material que imitasse este efeito, obteria algum produto adesivo que não existia no mercado. A ligação permitiu o aparecimento de um processo de investigação que o levou a desenvolver, nove anos mais tarde, a paten-te do que comercialmente se conhece com o nome de Velcro.

O homem passou a investigar a forma de usar o principio que observou na natureza e criou uma pequena empresa que produzia este tipo de material, tendo mais tarde concedido licenças de autorização de uso das patentes a várias empresas espalhadas pelo mundo que passaram a fabricar o produto. A Velcro é a marca registada da empresa que desenvolveu o sistema de “hook and loop fastener”, e se converteu num grande sucesso comercial ao utilizar em roupa desportiva de todo o tipo, roupa, sapatos, livros e acessórios para crian-ças, entre muitos outros produtos.

A Velcro é o resultado da faísca da co-nexão e está considerada entre as principias invenções que mudaram a história do mun-do. A quantas pessoas se tinham aderido esses espinhos à roupa no passado? Aquele homem não foi o primeiro a debater-se com esse problema. No entanto, foi o primeiro que fez a ligação entre o que via na natu-reza e o potencial de um possível material adesivo que não existia no mercado. A sua curiosidade levou-o a tentar entender como a natureza tornava possível este tipo de ade-rência. A faísca (a ligação entre o que viu na natureza e um possível material novo) conduziu-o a reconhecer uma oportunidade empresarial.

É possível que existam centenas de ele-mentos na natureza, que vemos e que muitos tenham passado pela experiência do enge-nheiro suíço Georges de Mestral, que inven-tou o velcro, em 1948. Tais elementos estão à espera de que alguém os relacione com outras possibilidades. As pessoas têm a aptidão para ligar o que se encontra na natureza aos ne-gócios existentes. Ao fazer essas conexões é

A EUROPA E AS PME (II)imaginável começar a reconhecer as múltiplas oportunidades empresariais possíveis de se-rem desenvolvidas.

Existe a história de alguém que fez uma conexão que lhe permitiu ver uma oportu-nidade e que agiu para a tornar realidade. A pessoa estava a navegar pela Internet quando encontrou uma informação que lhe prendeu a atenção de forma extraordinária. Encontrou dados estatísticos sobre o aumento incrível do uso da Internet nos últimos tempos.

A pessoa conectou este dado com a oportunidade de estabelecer um negócio de vendas por Internet e deu-se ao trabalho de averiguar os possíveis tipos de artigos que poderiam ser vendidos por esse meio. A lista que elaborou incluía discos compac-tos de música, programas de computador e livros. A análise mais profunda permitiu-lhe compreender que as livrarias tradicionais só podiam oferecer um número muito limitado de livros para venda. As grandes livrarias só oferecem, na realidade, um número reduzi-do de títulos em comparação com o grande número de livros publicados.

Todas estas ligações levaram-no a pensar na possibilidade de vender livros pela Inter-net e a criar uma loja virtual. Imaginou algo que nesse momento não existia que era uma mega loja virtual que pudesse oferecer aos consumidores muitos mais livros dos que normalmente se vendem numa grande livra-ria. Assim, graças à conexão, seguida da visão empresarial e por todas as acções para a tornar realidade, foi criada a Amazon.com, que é um exemplo da faísca da conexão e da faísca da visão empresarial.

Outro caso real é o de um jovem com um grande interesse pelos computadores e que empregou todo o tempo livre do pri-meiro semestre da universidade a comprar computadores obsoletos que modernizava ao fazer-lhes uma actualização e que depois, os vendia aos seus colegas. Os computadores, na altura, eram quase um luxo, pelo seu alto preço, tornando-os inacessíveis para a maioria das pessoas.

O jovem empreendedor, no processo de estabelecer um pequeno negócio desde o seu dormitório para fazer actualizações e vender computadores, compreendeu que podia ven-dê-los mais baratos porque ia directamente ao consumidor, sem ter de se apoiar em in-termediários, visualizando um futuro no qual cada dia mais pessoas teriam computadores, os quais deixariam de ser um luxo para pou-cos e se converteriam numa necessidade para muitos.

O empreendedor com essas conexões mentais começou a imaginar uma empresa que vendia computadores directamente ao consumidor a preços mais baixos. Tudo isto facilitaria que mais pessoas pudessem adqui-rir computadores fazendo crescer o seu mer-cado. Converteu a sua visão empresarial em realidade ao criar uma empresa que vendia computadores a melhor preço, pelo facto fe ir directamente ao consumidor (e que se conhe-ce como venda directa).

A empresa desenvolveu-se e tomou por nome o sobrenome de seu criador. Assim se fundou a Dell Computer Company. A em-presa, com o tempo, cresceu notavelmente vindo a ser uma das primeiras a fazer vendas directas ao consumidor através do seu sítio electrónico da Internet. É de assinalar que os fundadores da Amazon.com e da Dell Computers são considerados entre os em-presários que revolucionaram o século XX e que são um grande exemplo de como co-nectar, ter visão empresarial e decidir fazer da visão uma realidade.

A curiosidade empresarial, mediante a formulação de perguntas, é uma das manei-ras mais efectivas de imaginar e visualizar as possibilidades. O facto de se poder imaginar as possibilidades, permite-nos, ao mesmo tempo, reconhecer as oportunidades empre-sariais. As perguntas inteligentes são uma téc-nica para estimular a imaginação, para criar situações que nos obriguem a procurar alter-nativas e assim poder responder às perguntas.

Esta técnica é extraordinariamente efec-tiva para reconhecer a necessidade de ob-ter respostas face a situações que, de outra forma, quiçá não se poderia imaginar. A sua importância pode-se constatar pelo facto de que aproximadamente 80 por cento da ac-tividade de treino dos astronautas consiste em responder às possíveis situações que se criam com as perguntas do tipo “o que acon-teceria se…?”. O que aconteceria se utilizas-sem esta técnica de perguntas? A resposta é que se irá obter muitas possibilidades, mais perguntas, e mais respostas que ajudarão a reconhecer as oportunidades empresariais. É uma matéria demasiado importante onde as PME soem falhar e que determinará o seu sucesso ou declínio.

É de considerar, uma outra técnica útil para estimular a curiosidade e conhecida como SCAMPER. O termo é um acrónimo formado pelas primeiras letras das palavras em inglês, substitute (substituir), combine (combinar), adapt (adaptar), modify or mi-nify (modificar ou reduzir), put to other uses (dar outros usos), eliminate (eliminar), reverse or rearrange (investir ou reordenar). Utilizar esta técnica é muito fácil, e consiste em fazer várias perguntas relacionadas com os verbos anteriores para estimular a curiosidade, per-mitindo ao mesmo tempo, visualizar oportu-nidades empresariais.

As respostas obtidas ao utilizar diferentes perguntas com o método SCAMPER podem--se relacionar para continuar a procurar mais oportunidades empresariais. Os telefones ce-lulares pequenos com múltiplas funções são um exemplo. A redução do tamanho desses telefones é parte das respostas às perguntas de como eliminar ou reduzir o tamanho.

O resultado das perguntas relacionadas com combinar, origina um aparelho que re-úne telefone com calculadora, alarme, reló-gio, agenda, directório, capacidade de enviar e receber mensagens de texto, tudo numa unidade menor quando comparados com os primeiros telefones celulares que existiram no

mercado. Usar estas técnicas para perguntar servirá no processo de estimular positivamen-te a curiosidade para reconhecer oportunida-des empresariais.

A génese da empresa é a capacidade de re-conhecer e tornar realidade as oportunidades empresariais. As empresas que se estabelecem pela inovação, e se mantêm com essa atitude, podem crescer e desenvolver-se. As empre-sas não inovam porque são grandes, mas são grandes porque inovam. É essa capacidade de inovação que deve ser um atributo chave para a gestão das PME, não só no momento da concepção da ideia empresarial, mas também durante a sua gestação, início de actividade, crescimento e desenvolvimento. A faísca em-presarial é vital para se poder inovar no mun-do das empresas, tanto para quem inicia uma PME, como para quem está a cargo da gestão durante o desenvolvimento da empresa.

As microempresas (de 0 a 9 trabalhadores) representavam 92,2 por cento do tecido em-presarial na União Europeia (UE), em 2011. As pequenas empresas representavam 6,5 por cento, as médias 1,1 por cento e a grandes empresas 0,2 por cento. As PME representa-vam 99,88 por cento do tecido empresarial da UE. As PME europeias foram responsáveis pela criação de 67,4 por cento do emprego.

A Semana Europeia das PME realizar-se-á de 29 de Setembro a 5 de Outubro. O evento principal celebrar-se-á conjuntamente com a Assembleia das PME e a cerimónia de entrega dos Prémios Europeus de Promoção da Em-presa, será nos dias 1, 2 e 3 de Outubro em Nápoles. Os Prémios Europeus à Promoção Empresarial, existentes desde 2006, recom-pensam a excelência no estímulo ao espírito empresarial e das pequenas empresas a nível nacional, regional e local. Mais de dois mil e quinhentos projectos têm participado neste evento desde a sua criação e, em conjunto, contribuíram para apoiar a criação de mais de dez mil novas empresas.

Os vencedores dos Prémios Europeus à Promoção Empresarial serão anunciados numa cerimónia de entrega de prémios na Assembleia das PME. Os objectivos dos Pré-mios são identificar e reconhecer as activida-des de sucesso e as iniciativas realizadas para promover as empresas e o espírito empreen-dedor; apresentar e compartilhar exemplos das melhores políticas e práticas empresariais; criar uma maior conscientização do papel que jogam os empreendedores na sociedade e apoiar e inspirar os potenciais empreende-dores.

Os objectivos da Semana Europeia das PME são os de proporcionar informação sobre as ajudas que a UE e as autoridades nacionais, regionais e locais oferecem às microempresas e às PME; fomentar o espírito empreendedor para que mais pessoas, e em particular os mais jovens, considerem seriamente a possibilida-de de se converterem em empresários como uma alternativa profissional e reconhecer o trabalho dos empreendedores pela sua contri-buição para o bem-estar, emprego, inovação e competitividade na Europa.

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16 DESPORTO hoje macau terça-feira 27.5.2014

O ex-avançado Pauleta, que representou a se-lecção portuguesa de

futebol nas fases finais dos Mun-diais de 2002 e 2006, afirmou em entrevista à agência Lusa que, no Brasil, Portugal não deve pensar além da primeira fase.

“O importante é passar a pri-meira fase. É importante entrar bem no Mundial, no primeiro jogo. Temos três jogos para nos apurarmos para a fase seguinte. E isso é que é o mais importante. Não vale a pena pensar mais além do que isso”, explicou.

Pauleta não vê falta de ambi-ção ou cautela nestas palavras, pois tem a opinião clara de que este não é um pensamento exclusivo de Portugal, mas de todas as grandes selecções, incluindo dos candidatos ao título.

“Não acredito que haja outra selecção - nem mesmo o Brasil, a Espanha e a Alemanha, que são os grandes favoritos - que não pense assim também. Basta as coisas não correrem bem no primeiro jogo, para tudo começar a duvidar da equipa, da qualidade dos jogadores, dos treinadores. Num jogo, muda tudo”, frisou o segundo melhor marcador da história da selecção lusa, com 47 golos.

Xabi Alonso “Houve conflitos com Mourinho”

XABI Alonso foi o grande ausente da final da Liga dos Campeões, devido

a castigo, disputada no estádio da Luz e redundou no 10º troféu conquistado pelo Real Madrid. O médio defensivo dos “blancos” deu uma entrevista ao Canal+ onde falou do seu clube do coração, a Real Sociedad, e, também, do antigo treinador, o português José Mourinho. “É um treinador muito exigente com os jogadores e com ele próprio”.

O médio recorda que no início a relação era excelente, o pior veio depois. “Creio que realizou um bom trabalho. Nos dois primeiros anos, não havia quem fosse pró ou contra José Mourinho, mas na última etapa tudo foi diferente. Tivemos problemas, conflitos individuais que se repercutiram no futebol praticado e que teve um efeito negativo no futebol da equipa”.

Para além de José Mourinho, Xabi Alonso, que também venceu uma Liga dos Campeões no Liverpool, falou da relação com Cristiano Ronaldo. “Se tiver de gritar com Ronaldo, eu grito, mas se chego ao clube cinco anos antes, creio que não iria gritar com Zidane...”

PAULETA DIZ QUE NÃO VALE A PENA PENSAR ALÉM DA PRIMEIRA FASE

Grão a grão...

selecção, que vai disputar o Mundial do Brasil, e a confiança que tenho, o que acredito, é que vamos trabalhar para passar essa primeira fase. Espero e tenho a certeza que vamos conseguir”, disse à Lusa Pauleta.

Claro que, chegar aos oitavos de final não será um fim, mas um princípio: “Depois, tudo é possível. É possível para nós e para as outras seleções”.

No Brasil, o primeiro ad-versário é a Alemanha, como no Euro2012, e Pauleta volta a lembrar que há três jogos para selar o apuramento: Portugal já passou perdendo o primei-ro jogo, como no Euro2004 e há dois anos, e também ficou pelo caminho com um triunfo a abrir, nomeadamente no Mundial de 1986.

“Se será difícil? Essa consci-ência também tem que ter a selec-ção alemã, que também vai jogar contra uma grande selecção, que é Portugal. Há três jogos para qualificar, se ganharmos dois, estamos apurados. Isso é que é o mais importante. É importante ganhar o primeiro jogo, entrar bem no primeiro jogo, mas, se as coisas não acontecerem, não quer dizer que não tenhamos capaci-dade para ganhar os próximos dois jogos”, frisou.

Pauleta sabe do que fala e lembra o Euro2004, disputado em Portugal: “Recordo-me de 2004, em que perdemos o pri-meiro jogo. Entrámos naquele jogo, todos, com a uma grande expectativa de que nos íamos qualificar facilmente e, depois do primeiro jogo, já ninguém acreditava que íamos passar essa primeira fase”.

O ponta de lança que nunca jogou na divisão principal do futebol português, já que tran-sitou do então “secundário” Estoril-Praia para os espanhóis do Salamanca, continuando, depois, toda a carreira no es-trangeiro, está convicto de que Portugal passará a primeira fase do Mundial de 2014.

Aquilo que penso desta

hoje macau terça-feira 27.5.2014 (F)UTILIDADES 17

Pu Yi

LÍNGUADE gATO

João Corvo fonte da inveja

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 27 MAX 31 HUM 75-95% • EURO 10.8 BAHT 0.2 YUAN 1.2

ACONTECEU HOJE 27 DE MAIO

Nasce Isadora Duncan, a dançarina que quebrou as regras• Isadora Duncan nasceu em São Francisco, a 27 de Maio de 1877. É considerada a criadora da dança moderna, que impôs o seu estilo, rompendo com as regras instituídas. Começou por criar polémica, mas a harmonia do seu ballet sobrepôs-se aos valores instituídos. Perdeu dois filhos e morreu enforcada por uma echarpe... Esta norte-americana ousou desviar-se dos modelos. Ignorou as técnicas do ballet clássico. Impôs o seu estilo, provocou polémica criando uma dança pouco usual. Porém, acabou por ser reconhecida, sendo que se tornou pioneira da dança moderna. Isadora Duncan inspirou-se em figuras das dançarinas nos vasos gregos e interpretava essas imagens. Recorria à improvi-sação, também inspirada nos movimentos gerados pela natureza, como o vento nas plantas. Duncan dançava com pés descalços, vestida com simplicidade – a marca da sua personalidade. Dançava Chopin e Wagner, transportando o som daqueles ícones para movimentos expressivos e únicos. Esta forma de abordar a arte – com o seu cunho – era fruto de uma personalidade forte. Isadora não se vergava às tradições. Criava. Deixou os EUA e consolidou a sua fama em Londres, onde alcança o reconhecimento profissional, que a ‘transportou’ para Paris, em 1902. Perdeu dois filhos, que morreram afogados no rio Sena. Esta tragédia afastou-a da arte durante algum tempo. E a própria Isadora teve uma morte trágica, num acidente de mota com sidecar: a sua echarpe ficou presa a uma das rodas, estrangulando-a, em Nice, a 14 de Setembro de 1927. Antes de entrar no veículo, despediu-se dos seus colegas, afirmando: “Adeus, amigos! Vou para a glória”. Eis a ironia do destino de Isadora Dun-can, que foi esquecida e morreu longe das luzes da ribalta, conquistada à custa do seu talento. Esta história de vida é recordada hoje, a 27 de Maio, dia em que nasceu a mulher que ousou quebrar as regras.

Evita as multidões. Tudo de funesto pode acontecer.

Regime de não-garantiasGarantias para quem convém. Pelo menos é o que oiço por aí. No domingo passado, as ruas de Macau encheram-se de manifestantes contra a aprovação de uma lei que “garante” mais regalias a altos membros do Governo da RAEM depois de cessarem as suas funções.O problema disto não está na essencialidade da medida, mas sim no momento em que foi pensada. Não tem jeito algum querer aprovar-se uma medida de benefício para quem cessa funções, numa altura de eleições e de mudança governamental. Como as paredes têm ouvidos e eu ando por todo o lado, quer-me parecer que muitos dos órgãos estatais vão sofrer alterações, alguns secretários e representantes saindo dos cargos que actualmente ocupam e outros entrando. Posto isto, digam-me: que sentido faz aprovar esta medida, beneficiando quem vai abandonar cargos daqui a menos de seis meses? Foi uma das maiores manifestações que a RAEM já viu, com a presença de 20 mil pessoas palmilhando as ruas do território, gritando, berrando e batendo o pé contra o Regime de Garantias dos Titulares dos Principais Cargos. Inédita foi também a reacção do Governo à amálgama de gente enfurecida, que acabou por se decidir pela revisão da lei.Mas afinal, o que são garantias? De acordo com um qualquer dicionário online, trata-se de uma “responsabilidade ou segurança”, algo que a mim me parece demasiado pomposo e intrincado para beneficiar Macau. Ou seja, trata-se de uma simples ressalva financeira para aqueles que, após conclusão de mandato, pretendam continuar eternamente à sombra da bananeira ou, por este andar, de qualquer outra árvore de fruto. E os restantes que se amanhem debaixo de toldos esburacados, chapéus de chuva partidos e prédios sem tecto.

C I N E M ACineteatro

Há leitores que amam o António Lobo Antunes das crónicas. Outros simplesmente devoram os seus ro-mances aclamados pela crítica e que fizeram do autor um dos mais importantes da literatura portuguesa do século XX. Mas neste livro temos a possibilidade de amar a escrita do homem que amou na guerra. Mais do que uma belíssima prova de afecto, temos a oportunidade de entender o período da Guerra Colonial e os conflitos interiores que ela provocou a tantas pessoas. - Andreia Sofia Silva

D’ESTE VIVER AQUI NESTE PAPEL DESCRIPTO - CARTAS DE GUERRAANTÓNIO LOBO ANTUNES / DOM QUIXOTE

U M L I V R O H O J E

SALA 1X-MEN: DAYSOF FUTURE PAST [B]Um filme de: Bryan SingerCom: Patrick Stewart, Ian McKellen, Hugh Jackman, James McAvoy14.30, 16.45, 21.30

X-MEN: DAYSOF FUTURE PAST [3D] [B]Um filme de: Bryan SingerCom: Patrick Stewart, Ian McKellen, Hugh Jackman, James McAvoy19.15

SALA 2 GODZILLA [B]Um filme de: Gareth EdwardsCom: Aaron Taylor-Johnson, Ken Watanabe, Elizabeth Olsen14.30, 16.45, 21.30

GODZILLA [3D] [B]Um filme de: Gareth EdwardsCom: Aaron Taylor-Johnson, Ken Watanabe, Elizabeth Olsen19.15

SALA 3THE AMAZINGSPIDER-MAN 2 [B]Um filme de: Marc WebbCom: A. Garfield, E. Stone, J. Foxx, D. DeHaan14.15, 19.15

THE ETERNAL ZERO [C](FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Takashi YamazakiCom: Junichi Okada, Haruma Miura, Mao Inoue16.45, 21.45

X-MEN: DAYS OF FUTURE PAST

18 hoje macau terça-feira 27.5.2014OPINIÃO

Sérgio de AlmeidA CorreiA

N AS últimas semanas, a RAEM tem sido abalada por um pequeno terramoto político que, depois da manifestação de domingo passado, arrisca tornar--se num tsunami cívico com graves repercussões na confiança que a popula-ção tem nos seus dirigentes

e na própria relação destes com a RPC.Em regimes não-democráticos, onde a

imprensa é controlada, a opinião pública si-lenciada e o controlo do aparelho repressivo efectivo, é normal que alguns responsáveis políticos – normalmente o líder e a sua entou-rage política – obtenham dividendos ilegítimos do exercício do poder, mesmo quando nalguns casos a sua perpetuação no cargo teria sido suficiente para lhes satisfazer a gula. Não vale a pena dar exemplos pois todos têm presente em que regimes e países isso acontece.

O problema é quando a vida política ocorre em circunstâncias em que não existindo uma democracia, ou um sistema que contenha os ele-mentos mínimos da poliarquia de Robert Dahl, há no entanto um embrião de opinião pública, uma imprensa que mesmo autocensurando-se procura desempenhar o seu papel, e o controlo do aparelho repressivo não depende de quem manda, mas de terceiros que o controlam à distância.

A Assembleia Legislativa de Macau, com o seu sistema tripartido de designação dos seus membros, combinando sufrágio directo, indirecto e nomeação pelo Chefe do Executi-vo, há muito que deixou de corresponder às necessidades de uma sociedade que se quer desenvolvida, moderna e que, embora integrada na grande nação chinesa, possua autonomia suficiente e capacidade de afirmação regional compatível com o seu PIB per capita.

Se até 1999 a AL procurou cimentar a sua autonomia face ao Executivo, como garante da sua continuidade e importância relativa no sistema de poderes locais, após a transferência de administração para a RPC é perceptível uma cada vez maior dependência da sua acção dos caminhos escolhidos pelo Executivo, bem como da vontade do seu Chefe, o que lhe vai retirando força e protagonismo, contribuindo para desequilibrar a difícil convivência e ar-rumação de forças que ali têm assento.

O simples facto de ter sido possível à AL conformar-se com uma proposta saída do próprio Executivo tendente à atribuição de um pacote de benefícios aos seus membros numa altura em que estes já têm no horizonte a porta de saída, já de si seria mau e dificilmente compreensível aos olhos de uma população que vê descerem diariamente os seus indicadores de qualidade de vida. Pior se torna para quem, tendo a noção de que não vive num sistema democrático perfeito, se habituou a confiar nas últimas três décadas na AL – muito por influência dos seus presidentes, honra lhe seja feita –, nos seus membros e na capacidade de

Deitar água na fervura

O simples facto de ter sido possível à AL conformar-se com uma proposta saída do próprio Executivo tendente à atribuição de um pacote de benefícios aos seus membros numa altura em que estes já têm no horizonte a porta de saída, já de si seria mau e dificilmente compreensível aos olhos de uma população que vê descerem diariamente os seus indicadores de qualidade de vida

influência destes para garantir o funcionamento de um quadro responsável de direitos e deveres, que não beliscasse os difíceis equilíbrios que foram conseguidos ao longo de dezenas de anos e garantisse as condições de exercício da go-vernação em paz social e estabilidade política.

Mas mais grave do que o simples desfazer, ainda que involuntário, de equilíbrios que levaram décadas a ser consolidados, é que tal ocorra através de uma demissão de res-ponsabilidades, pela qual o órgão legislativo por excelência admite que lhe seja retirada uma considerável margem de manobra para o futuro, sendo confrontado com a desqualifica-ção e deslegitimação do seu papel perante os cidadãos, enquanto se limita a reservar para si o papel de uma mera câmara de ressonância e chancela das decisões do Executivo.

A simples análise do que está em causa, para além de ferir de forma irremediável a relação da comunidade de Macau com a seu órgão legislativo por excelência, provocando um golpe profundo na confiança nela depo-sitada, desrespeita as recomendações saídas da última reunião do Congresso Nacional Popular, em Março passado, violando a linha de combate à corrupção e responsabilização dos dirigentes propugnada pelo primeiro-ministro Li Keqiang:

“China is a country under rule of law. No matter who he is, and how senior his position is, if he violates Party discipline and the law of the country, he will be punished to the full extent, because everybody is equal before the law”.

A proposta que o Executivo se lembrou de remeter à AL coloca em causa o império da lei pelo péssimo precedente que abre. Já nem vou ao ponto de dizer que se torna imoral e sem qualquer justificação a atribuição de uma benesse de milhões de patacas a quem já atingiu um estatuto social, profissional e política que dispensa esse tipo de benefícios. Não há nada numa análise fria que o justifique. E menos ainda que seja atribuída retroactividade à pro-posta, a ponto dela beneficiar quem há muito cessou funções e não precisa deles para nada. Penso que neste ponto se procura justificar a atribuição aos actuais titulares de uma benesse

assaz criticável com a desculpa de que outros que os antecederam também serão beneficia-dos. A falácia é tão evidente que não chega a iniciar o seu caminho.

Se a preocupação era criar um regime de protecção para os futuros titulares, então esse seria aplicável apenas a partir da escolha do próximo Chefe da RAEM e da sua equipa, não se correndo o risco de deixar passar para a opinião pública a ideia de que o responsável pela pastelaria está a reservar para si e a sua família uma parte do bolo antes de o distribuir por quem lhe deu a matéria-prima para a massa e o levou ao forno. O dono da casa, sendo um homem de boas maneiras, é sempre o último a ser servido, embora seja o primeiro a começar a comer.

Todavia, o ponto que me parece ainda de mais difícil justificação e que é política, ética e moralmente criticável, e absolutamente incom-

preensível num Estado de Direito, qualquer que ele seja, é a concessão de imunidade ad eternum ao Chefe do Executivo, no que se viola alguns artigos da Lei Básica – por exemplo, o 25.º e o 45º in fine – e esvazia outros de sentido útil, como aquele que obriga o Chefe do Executivo a entregar uma declaração sobre o seu patrimó-nio. A concessão de imunidade total para lá do fim do mandato protegeria futuros desmandos que eventualmente ocorressem e, em vez de proteger o Chefe do Executivo durante e após o exercício de funções, iria diminui-lo aos olhos da comunidade de forma irremediável, colocando sobre o exercício do cargo uma permanente desconfiança.

Embora não seja isso que aqui esteja em causa, e a seriedade de quem propõe esteja acima de qualquer suspeita, penso que uma norma desta natureza é inaceitável quer em Macau, quer na RPC. Seria impensável que perante aquelas que são as posições conhecidas saídas do último congresso do PCC e, já este ano, do Congresso Nacional Popular, alguém se atrevesse a propô-la. Macau não está assim tão longe de Beijing.

A proposta efectuada, que interpretei como uma precipitação, coloca em causa a igualdade de todos perante a lei, transformando a RAEM num caso único, mesmo dentro do contexto da RPC. E representa um verdadeiro retrocesso civilizacional em matéria de responsabilização dos governantes perante os governados.

Como cidadão de Macau, espero que a Assembleia Legislativa seja coerente com o seu passado, reafirmando o seu estatuto de fidelidade ao povo de Macau e seja capaz de assegurar o frágil equilíbrio entre os poderes formais e informais da RAEM.

Quanto ao Chefe do Executivo da RAEM, tenho-o na conta de um homem bom e respon-sável, pelo que estou certo de que saberá estar à altura das suas responsabilidades, assumindo as que tem de assumir, com sensatez, e evitando dar força à desestabilização que possa vir a ser provocada por alguns conselheiros mais preocupados com as suas próprias finanças e pequenos grupos de radicais, que sempre emergem em alturas de menor discernimento do poder e estão apostados em criar problemas onde eles não existem, colocando em causa as preocupações de quem se sabe, e disso tem dado provas, de que governa com a mira do interesse público.

Finalmente, não gostaria que o autogoverno da RAEM se colocasse perante o Governo cen-tral numa posição de menoridade, susceptível de colocar em risco uma autonomia que se revelou difícil de conquistar. Não vamos agora deitar tudo a perder.

Macau tem sido uma terra próspera, de gente trabalhadora e pacífica e, salvo alguns poucos momentos de desvario que a História já fez esquecer, de governantes sensatos e empenhados no bem estar das suas gentes. Uma terra que a todos sabe acolher no seu seio, dando muito sem nada pedir em troca. Também comigo foi assim. E esse tem sido o seguro da sua prosperidade. Vamos esperar que assim continue a ser por muitos e bons séculos.

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Redacção Joana Freitas (Coordenadora); Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; José C. Mendes; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

ANÚNCIOHM-2ª vez - 27.05.14ACÇÃO ORDINÁRIA Processo nº. CV3-13-0070-CAO 3º. Juízo Cível

Autores: LEI WENG U (李永裕), e LEI SIO CHENG (李小青), ambos residentes em Macau, na Rua Coelho do Amaral, nº1 D, Edf “Lai Hou”, bloco 2, 1º andar “I” e LAM FAT TANG (林發騰), residente em Macau, na Avenida do Ouvidor de Arriaga, Edf “Hang Wan Kok”, 18º andar “F”.----------------------Ré: TANG CHAO (唐超), ausentes em parte incerta, com última morada conhecida em Macau, na Avenida do Nordeste nº411, Edf “Kam Hoi San”, bloco 6, 15º andar “B”.--

*** FAZ-SE SABER que, por este Juízo e Tribunal, correm éditos de TRINTA (30) DIAS, contados da segunda e última publicação dos respectivos anúncios, CITANDO a Ré acima identificada, para no prazo de TRINTA (30) DIAS, contestarem, querendo, a Acção Ordinária, acima identificada, conforme tudo melhor consta da petição inicial, cujos duplicados se encontram neste 3º Juízo Cível à sua disposição e que poderão ser levantados nesta secretaria, sob pena de não o fazendo no dito prazo, seguir o processo os ulteriores temos até final à sua revelia.--------- Consigna-se que é obrigatória a constituição de advogado, no caso de quererem contestar.----------------------------------------------------------------------------------- Em síntese, a autora, pede que a presente acção deve ser julgada procedente por provada e em consequência:--------------------------------------------------------------- a) ser ordenada a execução específica do contrato promessa de compra e venda da fracção autónoma, para escritório, designada por “S17”, do 17º andar S, do prédio sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos D´Assumpção nº258, Praça Kin Heng Long, Edifício “Kin Fu Kuok” inscrito na matriz sob o nº73019 e na CRP sob o nº71259G, a favor da Ré e descrito na Conservatória do Registo Predial sob o nº21935, através de sentença que produza os efeitos da declaração negocial da Ré, e--- b) ser a Ré condenada a pagar aos Autores a quantia correspondente ao débito garantido ao Banco da China, Limitada no valor de HK$2.600.000,00 e bem assim os juros vencidos e vincendos até integral pagamento; Subsidiariamente, para o caso do cumprimento da promessa não ser possível, que:--------------------------- c) seja o contrato promessa declarado resolvido e a Ré condenada a pagar aos Autores a quantia de HK$1.600.000,00 corresponde ao dobro do sinal.----------

Macau, 15 de Maio de 2014-05-23

A diplomacia económica bri-tânica na Ásia tem vindo ao longo dos séculos a pautar-se por uma postura muito in-transigente e assertiva, com recurso à força se necessário, no que toca à defesa do superior interesse nacional, criando uma consciência de espírito total de corpo entre

os seus nacionais que vivem no exterior e em esforço conjunto para a defesa do Bem Comum.

Este espírito de modo de ser e de estar britânico, muitas vezes baseado no pragma-tismo e no realismo político tem levado a que as classes empresarial, diplomática, militar e política se sintam obrigadas a entender o terreno por onde se movem, obrigadas a aprender as línguas, as culturas, e as tradições locais, além de se introduzirem bem no seio das socieda-des e submundo locais, forjando assim reais vantagens comparativas para o domínio dos mercados marítimos.

Numa breve observação em relação às prioridades estratégicas britânicas para a China poderemos entender que Londres mantém o enfoque em duas grandes regiões económicas que tradicionalmente sempre espelharam a presença britânica, temos Xangai e o Delta do Rio Yangtzé que representam a pujante zona de comércio livre, mas é no entendimento inglês na leitura feita à política chinesa que é a Província de Cantão e o Delta do Rio das Pérolas, a grande locomotiva e centro dos planos económicos de Pequim.

Na sequência da visita simbólica do Presidente da República Popular da China, Xi Jingping, em 2012, a Shenzhen, o Reino Unido entendeu de imediato que foi um sinal para lançar a atenção sobre o Delta do Rio das Pérolas e que estaria já em marcha acelerada o processo para a integração económica e política com os seguintes pontos:- Orientação estratégica de alto nível significou que pela primeira vez, o XII Plano Quinquenal (2011-2015) separa os capítulos sobre Macau e Hong Kong, encorajando activamente as duas Regiões Administrativas Especiais a aprofundarem a cooperação e integração das economias no Delta do Rio das Pérolas;- Aumento das relações políticas que serve para implementar os planos a nível nacional chinês, no caso de Hong Kong para a instituição de um diálogo regular a todos os níveis com os governos da Província de Cantão, culminando com a organização de uma conferência anual sobre a Cooperação Conjunta das lideranças dos governos da RAEHK e dos municípios de Cantão;- A expansão do Acordo CEPA (Closer Econo-mic Partnership Agreement) entre Hong Kong e o continente chinês, que foi instituído em 2003 e que tem sido actualizado anualmente. Deri-vado deste acordo, permitiu que Hong Kong passasse a receber 35 milhões de visitantes do continente anualmente, em comparação com os seus 8,5 milhões datados de 2003;- Esta zona de ensaio económico da China continua a fazer do Delta do Rio das Pérolas a linha da frente do desenvolvimento e abertura económicos da China em efeito de contágio

o monóculo, a pena e a espadaVITÓRIO ROSÁRIO CARDOSO*

*Membro da Associação de Jovens Auditorespara a Defesa, Segurança e Cidadania de Portugal

(DECIDE Portugal)

Os britânicos e o cerco ao Deltapara outras regiões estratégicas chinesas, tais como Qianhai, que foi designada como uma plataforma de serviços da China continental, e com uma regulação mais favorável para os fluxos do renminbi entre o continente e Hong Kong, o caso de Nansha em Cantão que é apresentada como uma plataforma tecnológi-ca e de serviços e ainda a Ilha da Montanha ou Hengqin, ilha adjacente a Macau, que se apresenta como uma zona especial para a atracção de investimentos, com condições fiscais favoráveis;

Neste cenário apresentam-se duas grandes regiões chinesas que aspiram à constituição de zonas de comércio livre, tais como Delta do Yangtzé e o Delta do Rio das Pérolas, e neste último assim quis o destino que Macau e Hong Kong ficassem para sempre ligados por uma ponte gigante, aumentando assim e exponencialmente os fluxos e as oportunidades.

A agência para o investimento e comércio externo britânica, a “UK Trade & Investment”, olha para o Delta do Rio das Pérolas como uma economia maior do que a Indonésia, Turquia ou a Holanda e que poderá providenciar cada vez mais crescentes oportunidades para os prósperos interesses britânicos, e segundo o governo britânico torna-se obrigatório saber--se adaptar ao modo de relacionamento com esta região, garantindo assim a “liderança do jogo”. Para tal desígnio o mote da Rainha é incrementar as sinergias entre as instituições, empresas britânicas e os consulados gerais britânicos em Cantão e em Hong Kong.

Nesta caça furtiva às oportunidades ofere-cidas pelo Delta do Rio das Pérolas as palavras de ordem e de comando britânicas são a de alavancar o perfil da região tanto na cooperação política como económica e a de apostar nas oportunidades do sector financeiro, da saúde, do comércio electrónico, da educação e das infra-estruturas, garantindo que todas estas oportunidades sejam transmitidas com toda a firmeza e clareza no Reino Unido.

Por outro lado a visão estratégica empre-

sarial britânica está centrada na exploração de todas as sinergias entre o Reino Unido, a antiga colónia de Hong Kong e o Delta do Rio das Pérolas, recordando que durante as duas guerras do ópio, o Império Britânico ancorou-se também em Cantão até à sua expulsão.

O “Foreign Office” britânico está perfeita-mente ciente que Hong Kong é uma metrópole cosmopolita de mais de 48 milhões de visitan-tes anuais, sede para mais de 3.800 empresas regionais e mais de mil empresas globais, e ainda constitui a plataforma da China para os investimentos à escala global, tomando 60% dos fluxos, tudo devido às estabilidades legis-lativa e do meio ambiente empresarial, para tentar em 2015 atingir um fluxo de 100 mil milhões de libras em trocas comerciais e atrair ainda mais investimento chinês para o Reino Unido. A página da UK Trade & Investment sobre os mercados de Macau e de Hong Kong é digna de se visitar, pois para qualquer leigo está disponível toda a informação relevante e impor-tante sobre as oportunidades que se apresentam e sectores de investimento, tais como as extensões das linhas de metro que ligam o centro de Hong Kong à zona sul da ilha, a Shatin, totalizando mais de 24 Km de construção, ainda outras infra-estruturas ligadas às ferrovias e construção de cidades satélite para 200 mil novos apartamentos.

Já do outro lado da mar-gem do Rio das Pérolas, na Região Administrativa Es-pecial de Macau, os interes-ses britânicos concentram-se nos sectores financeiros, como a Hong Kong and Shanghai Bank Corporation, a Standard Chartered Bank, nas telecomunicações com a Cable & Wireless, na logís-tica, com Menzies, ainda no imobiliário e infra-estruturas com a FPD Savills, a Sniper Capital ou a Ove Arup, e no desporto a Manchester Uni-ted, o que podem representar nos próximos anos mais de 10 mil milhões de libras em oportunidades.

Só a “UK Trade & In-vestment”, a agência de investimento e comércio externo britânica, tem nos últimos tempos levado mais de meia centena de em-presas do sector alimentar, luxo, retalho, das indústrias criativas, entre outras para prospecção e inserção nos mercados, acompanhando

as campanhas oficiais do “Doing Business is Great Britain”.

Por todas estas razões e ainda pela estra-tégia de expansão dos consulados britânicos e respectivos centros de solicitação de vistos na China, sejam de turismo, de estudo ou para investidores, o Reino Unido mantém uma visão estratégica, holística e concertada, para deter-minadamente aproveitar todas as oportunidades chinesas que permitam à economia britânica florescer no mundo. E assim se explica a ra-zão do governo do Reino Unido em produzir relatórios semestrais sobre Hong Kong e o ponto de situação da aplicação da Declaração Conjunta Sino-Britânica, desde 1 Janeiro de 1998 até aos dias de hoje, e sempre depositados no Parlamento britânico, em Westminster. O cerco britânico à China está a ser continuamente forjado e há quase 200 anos.

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“ (...) o Reino Unido mantém uma visão estratégica, holística e concertada, para determinadamente aproveitar todas as oportunidades chinesas que permitam à economia britânica florescer no mundo.”

hoje macau terça-feira 27.5.2014

Fukushima Planode congelamentode subsolo aprovadoA autoridade de segurança nuclear japonesa aprovou ontem um projecto de congelamento do subsolo da central acidentada de Fukushima Daiichi (nordeste) para retardar a acumulação de água radioactiva, disseram responsáveis. A autoridade examinou os planos apresentados pela sociedade gestora Tokyo Electric Power (TEPCO), que pretende iniciar os trabalhos em Junho, indicou um responsável do regulador japonês. O projecto, financiado pelo Governo, consiste em criar uma espécie de “muro de gelo”, com 1,5 quilómetros de comprimento, através de canalizações cheias de líquido refrigerador para bloquear os derramamentos. O objectivo é evitar que a água limpa das colinas nos arredores não chegue à central e se misture com água contaminada, presente no subsolo, usada para arrefecer os reactores que entraram em fusão, na sequência do sismo e tsunami de Março de 2011.

Papa “Monstruosidade como o Holocausto nunca se repita”Depois do Muro das Lamentações, o papa visitou o museu dedicado às vítimas da II Guerra Mundial e pediu que «nunca mais se permita um horror como o do Holocausto, uma monstruosidade e um pecado de que os homens se devem envergonhar». A declaração foi feita no Memorial Yad Vashem, dedicado às vítimas do extermínio, e onde se encontrou com sete sobreviventes a quem beijou as mãos, num ato muito simbólico. Na presença do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e Do presidente Shimon Peres, Francisco deixou um pedido: «Senhor, salva-nos desta monstruosidade. Damos graça por nos envergonhamos do que, como homens, fomos capazes de fazer; por termos desprezado e destruído a nossa carne.» Em Jerusalém, o pontífice já esteve esta manhã na Esplanada das Mesquitas, terceiro lugar mais sagrado do Islão, e no muro das Lamentações, o lugar mais sagrado do Judaísmo.

Benfica é a 38.ª marca mais valiosa em 2014 entre clubes de futebolO Benfica é a 38.ª marca mais valiosa em 2014, com um total de 61 milhões de euros, de acordo com o relatório da Brand Finance, empresa inglesa que faz anualmente uma avaliação comercial aos clubes de futebol. Pelo segundo ano consecutivo, o clube da Luz é o único emblema português que volta a aparecer entre os 50 primeiros deste documento, tendo mesmo subido quatro lugares em comparação com os dados de 2013. O Benfica surge avaliado em 61 milhões de euros e com um rating de AA+. No ano passado, o clube lisboeta, que estava no 42.º lugar, valia 41 milhões de euros e era considerado A+. Na frente continua o Bayern Munique, com uma avaliação de 656 milhões de euros, seguido do Real Madrid, com um valor de 563 milhões de euros. O Manchester United fecha o “pódio”, com uma apreciação de 541 milhões. Num top-10 dominado por emblemas ingleses, o Paris Saint-Germain, que em 2013 estava na 24.ª posição, aparece pela primeira vez nesse grupo, em décimo, com um total de 237 milhões de euros.

Novo primeiro-ministro indiano toma posse O novo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prometeu hoje construir uma “Índia forte”, depois de ser empossado numa cerimónia que contou com a presença de líderes regionais. “Eu, Narendra Damodardas Modi, juro em nome de Deus lealdade e obediência à Constituição da Índia (...) prometo manter a soberania e a integridade da Índia e desempenhar as minhas funções de primeiro-ministro com lealdade e conscientemente”, declarou em hindi, numa cerimónia conduzida pelo presidente Pranab Mukherjee. Narendra Modi, de 63 anos, e o partido nacionalista hindu, Bjaratiya Janata Party (BJP), obtiveram a maioria absoluta, pela primeira vez nos últimos 30 anos, na câmara baixa do parlamento nas legislativas, com a promessa de criação de empregos e relançamento do crescimento. Num comunicado publicado no ‘site’ do chefe do executivo, Modi prometeu uma “Índia forte”. “Juntos, vamos escrever um futuro glorioso para a Índia (...) Vamos sonhar, em conjunto, com uma Índia forte, desenvolvida que, com a comunidade internacional, trabalha activamente para reforçar a paz no mundo”, disse.

CHINA DETIDOS MAIS DE 200 “SUSPEITOS TERRORISTAS”

O império contra-ataca

M AIS de 200 “sus-peitos terroristas e extremistas religio-sos” foram detidos

na China desde o ataque suicida de quinta-feira num mercado no noroeste do país, que causou 43 mortos, disse ontem a imprensa oficial chinesa.

A maioria das detenções ocorreu no domingo de manhã em Hotan, Kashi e Aksu, três localidades de Xinjiang, uma das cinco regiões autónomas da China, de maioria muçulmana, e palco de frequentes explosões de violência, atribuídas pelas autori-dades a organizações separatistas sediadas fora do país.

cartoonpor Stephff

VISITA PAPAL

“A polícia de Xinjiang desmantelou 23 grupos terro-ristas e extremistas religiosos, capturou mais de duzentos sus-peitos e apreendeu mais de 200 engenhos explosivos”, disse o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo Diário do Povo, o órgão oficial do Partido Comunista Chinês.

A operação policial, lançada na sexta-feira, durará até Junho de 2015, indicou o jornal.

No ataque de quinta-feira, efectuado ao início da manhã num mercado ar livre perto do centro de Urumqi, a capital de Xinjiang, dois jipes abalroaram as pessoas que ali se encontravam e antes de

os veículos explodirem os seus ocupantes lançaram explosivos.

A polícia já identificou cinco pessoas responsáveis pelo ataque, cujos nomes parecem ser uigures, a maior etnia de Xinjiang, de reli-gião islâmica e cultura turcófona.

Úrumqi fica a mais de dois mil quilómetros de Pequim.

Situado no noroeste da China, Xinjiang é um território cerca de 17 vezes maior que Portugal e com apenas 23,5 milhões de habitantes, muito rico em recursos minerais. Confina com o Afeganistão, Paquistão e várias ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central.

Os uigures constituem 46% da população de Xinjiang, mas há cerca de meio século ultra-passavam os dois terços.

Entretanto, milhares de fa-mílias han, a principal etnia da China, começaram a radicar-se no Xinjiang, e hoje constituem já cerca de 40% da sua população. Na capital, Urumqi, ultrapassa-ram mesmo os uigures.

“A polícia de Xinjiang desmantelou 23 grupos terroristas e extremistas religiosos, capturou mais de duzentos suspeitos e apreendeu mais de 200 engenhos explosivos”GLOBAL TIMES

A luta contra o terror conheceu mais um capítulo. Desta vez com vantagem para a polícia que desferiu um rude golpe nos alegados terroristas