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Apesar de ter sido apresentado publicamente há dois anos ainda pouco se sabe sobre os valores concretos do projecto que vai alterar a paisagem do Canal dos Patos. Para já, e segundo as palavras do coordenador substituto do GDI, Chau Vai Man, o plano que inclui uma fronteira com o continente e um novo mercado abastecedor, entre muitos outros investimentos, terá um orçamento “astronómico”. DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUARTA-FEIRA 26 DE NOVEMBRO DE 2014 ANO XIV Nº 3222 ZONA NORTE REORDENAMENTO COM VALORES ASTRONÓMICOS PÁGINA 5 Um canal do outro mundo PÁGINA 4 PÁGINA 7 CINEMA JACKIE CHAN JÁ RODA EM MACAU Ensino superior Último capítulo para nova lei Saúde Mental Tempos modernos outros distúrbios PUB PUB Queixas e histórias de residentes com final pouco feliz. REPORTAGEM PÁGINAS 2-3 PUB Ter para ler EMPREGADAS DOMESTICAS DE VERDADEIRAS AMIGAS A AMIGAS DO ALHEIO AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB hojemacau ´ CENTRAIS KELSEY WILHELM

Hoje Macau 26 NOV 2014 #3222

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Hoje Macau N.º3222 de 26 de Novembro de 2014

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Page 1: Hoje Macau 26 NOV 2014 #3222

Apesar de ter sido apresentado publicamente há dois anos ainda pouco se sabesobre os valores concretos do projecto que vai alterar a paisagem do Canal dos Patos.

Para já, e segundo as palavras do coordenador substituto do GDI, Chau Vai Man,o plano que inclui uma fronteira com o continente e um novo mercado abastecedor,

entre muitos outros investimentos, terá um orçamento “astronómico”.

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 Q UA R TA - F E I R A 2 6 D E N O V E M B R O D E 2 0 1 4 • A N O X I V • N º 3 2 2 2

ZONA NORTE REORDENAMENTO COM VALORES ASTRONÓMICOS

PÁGINA 5

Um canaldo outro mundo

PÁGINA 4

PÁGINA 7

CINEMAJACKIE CHANJÁ RODAEM MACAU

Ensino superiorÚltimo capítulo para nova leiSaúde MentalTempos modernos outros distúrbios

PUB

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Queixas e histórias de residentes com final pouco feliz. REPORTAGEM PÁGINAS 2-3

PUB

Ter para ler

EMPREGADAS DOMESTICAS DE VERDADEIRAS AMIGAS A AMIGAS DO ALHEIO

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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2 hoje macau quarta-feira 26.11.2014REPORTAGEM

FIL IPA ARAÚJO*[email protected]

N ÃO há dúvidas que a vida de muitos traba-lhadores não-residentes (TNR) em Macau é

complicada. Como o HM mostrou numa reportagem recente, o dia--a-dia dos TNR pode significar verdadeiras luta pela sobrevivên-cia. Contudo, se muitos são os que merecem compaixão pela forma como trabalham e vivem, há um lado escuro em muitos outros. Com más condições de vida e pouco dinheiro no bolso, as tentações em forma de dinheiro fácil tornam-se verdadeiros desafios diários. E as histórias de quem se sentiu traído dentro da própria casa são muitas.

“Era uma miúda que era tratada como um membro da família”, co-meça por contar Carlos, residente em Macau há mais de 10 anos. “Contratei-a através de um casal amigo, não era o seu responsável legal (sponsor), mas ela trabalhava em regime de full-time lá em casa. Chegou mesmo a viajar connosco porque os miúdos eram pequenos, facilitava a vida à minha mulher”, conta ao HM.

Um dia, ao chegar a casa, Carlos - que trazia dinheiro consigo - deci-diu colocá-lo no sítio do costume, um pequeno cofre guardado no seu quarto. “Quando abri o cofre vi que

É inegável a relação de confiança que muitas vezes se cria com as empregadas domésticas. São elas que cuidam dos nossos filhos, trazem conforto num final de dia de trabalho e nos facilitam a vida. Mas nem sempre corre bem. Inúmeras são as histórias de quem foi traído dentroda própria casa

MACAU RESIDENTES PARTILHAM HISTÓRIAS E QUEIXAM-SE DE EMPREGADAS DOMÉSTICAS

QUANDO A TRAIÇÃO MORA LÁ EM CASA

“Tinha pouco mais do que 700 euros guardados, juntamente com um fio de ouro da minha filha, numa mala. Procurei e nada, o dinheiro e o fio tinham desaparecido”ANA SANTOS (nome fictício)

o dinheiro tinha sido mexido. Falha minha, não percebi se faltava ou quanto faltava, mas tinha a certeza que o dinheiro tinha sido mexido”, relata. Desconfiado, Carlos decidiu fazer um pequeno teste. “Coloquei o dinheiro em determinada posição e um pequeno papel entalado na porta do cofre”.

Nessa noite, durante o jantar, al-tura em que a sua empregada jantava com a família, Carlos partilha que tinha recebido um dinheiro extra e o tinha colocado no cofre. “Nem sei bem quanto lá está”, disse na altura, como conta ao HM, de for-ma a permitir que a sua empregada pensasse que ele não sabia o total que estava no cofre.

“A verdade é que no dia se-guinte o pequeno papel trilhado não estava lá e a disposição das notas não era a mesma e só podia ter sido ela, pois mais ninguém tinha estado em casa”, esclarece. De forma discreta, e sem contar à sua esposa “para não haver con-fusão”, Carlos deixou um bilhete nessa noite à empregada de origem filipina, dizendo que esperava que todo o dinheiro fosse reposto e que se sentia muito traído. A mulher foi despedida.

“Depois de ver o bilhete, [a empregada] ligou-me a chorar e a pedir perdão, alegou que a família precisava e por isso tinha tirado o dinheiro, mas ia devolver tudo. Não o fez”, remata.

A OCASIÃO FAZ O LADRÃOA necessidade de auxílio dos familiares é de facto um dos dois motivos principais para este tipo de situações para acontecerem estas traições, na visão do advogado Frederico Rato.

“Não posso deixar de dizer que, de tempos em tempos, existem ca-sos de empregados domésticos que

não foram fiéis aos seus patrões. Essas histórias existem de facto”, começa por dizer ao HM. “Mas é preciso compreender o que as leva a fazer isso”, argumenta.

Na sua opinião, é impossível negar que “a ocasião faz o ladrão” e que muitas vezes estes delitos ocorrem “por necessidade” - sua ou de familiares.

De opinião contrária é Maria Zhang (nome fictício), que há cerca de 20 anos trabalha no território como massagista. “São tantas as histórias de patrões que foram roubados pelos empregados, tanto domésticas como motoristas, ho-mens e mulheres”, desabafa.

A residente conta ao HM que, devido à profissão que tem, as pessoas acabam por desabafar os seus problemas e esta acaba por saber muitas histórias das famílias de Macau.

“A principal desculpa que as empregadas dão é que o irmão, o pai ou a mãe está doente no país de origem e, por isso, precisam de dinheiro para os ajudar”, conta. “Mas isso é mentira, porque eles já perceberam que as pessoas têm pena e lhes dão o dinheiro. E muitas vezes não voltam sequer”, defende.

CAUTELAS MÍNIMASUma história semelhante é con-firmada por Sílvia Lam, residente de Macau e originária do interior da China. “A minha empregada disse-me que queria ir às Filipinas passar as suas férias e eu, como faço todos os anos, comprei-lhe viagem para 12 dias, mas ela pediu-me para ser apenas sete porque pensava que esse tempo não era pago”, começa por esclarecer Sílvia.

Depois de lhe garantir que esse tempo de férias seria pago, a empregada de Sílvia concordou no tempo decidido pela patroa. “Uns dias depois, a minha empregada mandou-me uma mensagem a dizer que o irmão dela estava no hospital nas Filipinas e precisava de ser operado e, por isso, ela ne-cessitava de 10 mil patacas para ajudar o irmão”, conta.

A saber de tantas histórias idênticas, a responsável legal por esta empregada temeu que faltasse

verdade ao que acabara de ouvir. “Nós temos um contrato, confio nela, mas as histórias são tantas que lhe neguei o dinheiro por uma questão de segurança”, diz Sílvia, explicando que é preciso desconfiar sempre, “seja ou não empregado”.

Algo também aconselhado por Frederico Rato, que considera que “há sempre necessidade de algu-mas regras de segurança”. Para o advogado, todos os patrões devem ter “os cuidados mínimos”. Afinal de contas é “uma pessoa que está em nossa casa”.

E prova disso é a história de André, um residente português a viver no território há oito anos, que nos conta que a sua empregada

de quatro anos fugiu com 30 mil patacas – dinheiro emprestado por André, que confiou na sua empregada quando esta lhe disse que o irmão estava internado no hospital. André e a esposa pagaram a viagem e emprestaram 30 mil patacas à empregada. “Nunca mais regressou, nem telefonou sequer. Confiávamos tanto nela e faz-nos isto”, desabafa com o HM.

MAIS DO QUE DINHEIROFoi precisamente há dez anos, quando toda a tragédia do tsunami

na Tailândia aconteceu, que Ana Santos (nome fictício) soube que teria de se dirigir ao país no dia seguinte ao desastre natural.

“Foi tudo a correr e tinha pouco dinheiro comigo, lembrei-me que tinha pouco mais do que 700 euros guardados, juntamente com um fio de ouro da minha filha, numa mala. Pensei que poderia levar o dinheiro e trocar de alguma forma lá. Procurei e nada, o dinheiro e o fio tinham desaparecido”, explica a residente.

Já estava a caminho do aero-porto para viajar quando ligou à sua empregada para tomar todos os cuidados durante a sua ausência. “Aproveitei e falei-lhe do dinheiro, disse-lhe onde é que poderia estar para ela procurar”.

Dias depois, quando Ana retornou a Macau, ao chegar a casa, falou com a empregada que alegou não ter tido tempo para procurar o dinheiro. “Só aí é que comecei a desconfiar, algo me dizia que aquilo não era verdade. O jeito estranho denunciou-a e eu percebi que ela

tinha roubado aquele dinheiro”, conta, adiantando que nem queria acreditar. “Despedi-a quando ela confirmou que tinha ficado com o dinheiro, ainda que não tenha explicado. Não existia explica-ção, não se defendeu, roubou e pronto”, remata.

Mas não só de dinheiro se fa-zem estes casos de traição. Maria Granjo, por exemplo, ficou sem empregada doméstica, de um dia para o outro. “Uma noite, por volta

“Não posso deixar de dizer que, de tempos em tempos, existem casos de empregados domésticos que não foram fiéis aos seus patrões. Essas histórias existem de facto, mas é preciso compreender o que as leva a fazer isso” FREDERICO RATO Advogado

“A principal desculpa que as empregadasdão é que o irmão, o pai ou a mãe está doente no país de origem e, por isso, precisamde dinheiro para os ajudar”MARIA ZHANG (nome fictício)

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3 reportagemhoje macau quarta-feira 26.11.2014

Q UESTIONADO sobre o número de queixas de empregadores contra

empregados domésticos, o advo-gado Frederico Rato explica ao HM que até recebe mais queixas de empregados contra emprega-dores do que o contrário.

“Os casos que recebo são mais ao contrário, são os empre-gados que apresentam contra os patrões, muitas vezes por falta de condições, pagamentos atra-sados, maus tratos, condições de alojamento”, esclarece.

O mesmo, contudo, não acon-tece com o advogado Raimundo Chan, que contou ao HM que já tratou cerca “de 30 a 40 casos”,

“Eles pedem aos patrões dez mil [patacas]. Depois, emprestam cinco mil e ficam com o resto e pedem a quem emprestaram sete mil, ou nove mil, às vezes até o dobro”EMPREGADA DOMÉSTICA FILIPINA

MACAU RESIDENTES PARTILHAM HISTÓRIAS E QUEIXAM-SE DE EMPREGADAS DOMÉSTICAS

QUANDO A TRAIÇÃO MORA LÁ EM CASAdas 23 horas, recebo uma mensa-gem da rapariga que trabalhava lá em casa a dizer que no dia seguinte não podia ir trabalhar. Respondi--lhe que estava tudo bem, mas que numa próxima me avisasse com mais tempo. A mensagem seguinte foi ‘despeço-me’. Só isto”, relata a jovem.

Maria nem queria acreditar. Tentou falar com a empregada, mas sem sucesso. “E ainda tive que andar atrás dela para me devolver a chave da minha pró-pria casa”.

Também Kei Mao, natural de Macau, conta ao HM a sua história, que ultrapassa o roubo ou o mero desaparecimento da empregada. Kei explica-nos que apanhou a sua empregada “de anos” a roubar, “uma quantia mínima”, que estava no bolso de um casaco. Sem cer-tezas nada fez.

“Não queria acusar injusta-

mente”, diz. Contudo, num final de dia, ao dar banho ao filho, Kei nota uma grande mancha negra no pé da criança.

“Estava inchado e pisado, achei super estranho pois isso perguntei--lhe e ele disse que tinha sido na escola”. A mãe, sem hesitar, ligou para a professora no dia seguinte, que lhe negou a existência de qualquer momento que pudesse ter magoado a criança. “Achei mesmo estranho e quis saber o que se passava. Nessa noite voltei a confrontar o miúdo, que acabou por me contar que a nossa empregada lhe batia”, conta.

Furiosa com a situação, Kei confrontou a empregada, que foi incapaz de negar. “Despedi-a na hora e no dia seguinte fui logo ao Gabinete de Recursos Humanos para cancelar o contrato. Nunca mais confiei numa empregada, nunca”, termina. - com Cecília Lin

só entre 2008 e 2011, enquanto estagiário.

“Durante estes anos, os casos de queixas aumentaram 10% em cada ano e todos os acusados foram expulsos do território”, esclarece.

Não quer dizer que não vol-tem, segundo o profissional, que explica que muitos são os que tentam uma nova entrada, mas com documentos falsos. Dentro dos casos com que se deparou, o advogado conta que os mais graves diziam respeito a “roubos e fraudes”, sendo que a sentença mais pesada foi de “três a quatro anos de prisão”.

FRAUDES INTERNASRaimundo Chan contou ainda que há muito crime entre os próprios empregados. Segundo o causídico há cada vez mais tentativas de fraude entre os próprios TNR. O esquema é simples.

“Um TNR empresta dinheiro a outro – porque conhece bem a realidade em que eles próprios vivem – depois cobra-lhe muito mais dinheiro de juros. Uma verdadeira agiotagem entre com-

patriotas”, conta. Muitas vezes, esse dinheiro é o que é pedido de empréstimo aos patrões, como confessa ao HM uma empregada doméstica filipina, que se prefere manter no anonimato. “Eles pe-dem aos patrões dez mil [patacas]. Depois, emprestam cinco mil e ficam com o resto e pedem a quem emprestaram sete mil, ou nove mil, às vezes até o dobro”, admite.

Relativamente às nacionali-dades, Raimundo Chan esclarece

que “maioritariamente são casos que envolvem pessoas das Filipi-nas”, seguindo-se os tailandeses e os indonésios.

Dados do Gabinete de Re-cursos Humanos (GRH) indicam que, no ano de 2013, foram feitos 20.695 pedidos de TNR na área doméstica, sendo que 19.529 foram autorizados. Números mais recentes mostram que, no mês de Outubro, foram autorizadas duas mil contratações, fazendo com que, em Outubro em Macau existissem mais de 21 mil empre-gadas domésticas. Destas, mais de 10 mil tem nacionalidade filipina, seguindo-se o Vietname, Indoné-sia, Birmânia e interior da China.

MÁ SOLUÇÃO“Acredito que os motivos que muitas vezes levam estas pessoas a trair os seus patrões seja mes-mo a necessidade. Até acredito que eles pensem ‘é tão pouco dinheiro, eles não vão notar’. Mas notamos. E para nós é de facto pouco, às vezes. E por isso é de fácil resolução, mas esta acção só terá consequências muito maiores

e penosas para eles, não para nós”, lamenta Ana Santos, residente em Macau que fala ao HM.

A realidade dos TNR em Macau, conta outra residente, Sílvia Lam, não é desconhecida, principalmente à entidade patro-nal. Muitas vezes, diz, basta uma conversa sincera, um diálogo justo e aberto para que ninguém tenha que passar necessidades. “Roubar, trair ou enganar será sempre uma má solução”, remata. - F.A. com C.L.

NÚMERO DE QUEIXAS EM TRIBUNAL A AUMENTAR

Enganar o parceiro

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4 POLÍTICA hoje macau quarta-feira 26.11.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

E STÁ confirmado: o novo Regime Jurídico do Ensino Superior já está a ser analisa-do pelo Conselho Executivo

desde o início deste mês, depois de anos de seminários e reuniões para a preparação do novo diploma. A

N A sessão plenária de ontem ouviram-se críticas em relação à falta de parques de esta-

cionamento em Macau. “Não sei se pensaram em construir mais parques de estacionamento na zona norte. As viaturas do Governo têm de lutar por um parque juntamente com os residen-tes”, apontou José Pereira Coutinho. Já Zheng Anting frisou que “há falta de parques de estacionamento e isso vai contribuir para aumentar a renda”. “Será que há uma calendarização para a criação dos silos automáticos? Até lá, o Governo dispõe de medidas para facilitar as deslocações dos residentes O número de veículos tem vindo a aumentar mas o espaço é cada vez menos”, defendeu o número dois de Mak Soi Kun.

O responsável do Governo disse

Acidentesde trabalho Lei revistaestá já na AL

A alteração ao decre-to-lei que regula os

acidentes de trabalho e doenças profissionais já está no hemiciclo para analise e aprovação dos deputados.

De acordo com o site da Assembleia Legislati-va, cinco dias depois de ter sido apresentado aos jornalistas com altera-ções, o Regime de Repa-ração dos Danos Emer-gentes de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais já foi aceite pelo presidente da AL, o que demonstra a vontade em cumprir a promessa do Executivo, de que o novo diploma iria entrar em vigor no próximo ano. Com as mudanças, surgirá obrigatoriedade das empresas em adqui-rirem seguro para os tra-balhadores que tenham de prestar serviço em alturas de tufão, mas ape-nas para aqueles que não podem ser dispensados. Caso sejam encontrados trabalhadores a prestar serviço em alturas em que o sinal 8, ou superior, esteja içado, as empre-sas podem incorrer em infracções.

Mudam ainda os pra-zos a serem cumpridos pelas empresas. No caso do acidente acontecer na empresa, deve-se comu-nicar à seguradora no prazo de 24 horas, quan-do se tratar de situações já previstas, a participação deve ser feita em cinco dias, quando antes a empresa tinha um dia para fazer o aviso. No caso de doenças profis-sionais, o aviso deve ser feito um dia após o seu diagnóstico.

“ESPAÇO DE MELHORIA”PARA ALUNOS ESPECIAISSou Chio Fai admitiu que ainda há muito a fazer no acesso de alunos portadores de deficiência ao ensino superior, tal como tinha sido noticiado ontem pelo HM. “Na realidade temos dificuldade em dominar os dados. Nas nossas reuniões foi dito que há espaço da melhoria da nossa parte. Em Hong Kong já existem condições e requisitos de ingresso para alunos com necessidades educativas especiais. Acreditamos que no futuro se devem elaborar este tipo de instruções, para que quando estes alunos se inscreverem que exista ajustamentos no tempo de prova e na sua admissão, com mais apoio”, defendeu o director do GAES.

“Queremos que a idade passe de 26 para23 anos para permitir que um maior númerode pessoas possam prosseguir os seus estudos, além de proporcionar uma maior flexibilidadee oportunidades”SOU CHIO FAI Director do GAES

Sou Chio Fai garantiu ontem na Assembleia Legislativa que o projecto de lei do Ensino Superior começou este mês a ser analisado pelos membros do Conselho Executivo. O novo diploma prevê que uma diminuição da idade para o ingresso de maiores de 18 anos na universidade:de 26 anos, passará para 23 anos

ENSINO SUPERIOR NOVA LEI NAS MÃOS DO CONSELHO EXECUTIVO

A um passo do hemiciclo

informação foi ontem confirmada no hemiciclo por Sou Chio Fai, director do Gabinete de Apoio ao Ensino Su-perior (GAES), que respondia a uma interpelação oral da deputada Chan Hong. Esta pediu uma melhor quali-dade do ensino superior de Macau e questionou o calendário da nova lei.

Uma das novidades que a nova lei irá implementar prende-se com a redução da idade de acesso dos maiores de 18 anos a um curso supe-rior. Jovens de 23 anos já se podem candidatar, sendo que actualmente é necessário ter-se 26 anos.

“Há 23% da população activa que tem um curso superior e essa percentagem é a mais baixa face a outras regiões vizinhas. Queremos que a idade passe de 26 para 23 anos para permitir que um maior número

de pessoas possam prosseguir os seus estudos, além de proporcionar uma maior flexibilidade e oportu-nidades”, explicou o director do GAES.

AJUDAR QUEM PRECISASou Chio Fai garantiu ainda que será criado um fundo financeiro do ensino superior para apoiar os alunos com maiores necessidades, estando ainda previsto o pagamento de viagens que docentes universitários façam ao estrangeiro.

“Será permitido que as institui-ções organizem os seus cursos, de cancelarem ou abrirem novos cursos. Cada curso tem de ter uma garantia de qualidade e é necessário assegurá--la pelas próprias instituições de ensino. Vão existir conselhos de curadores, constituídos por figuras da sociedade, e esse será o órgão

AUTOMÓVEIS PEDIDOS MAIS PARQUES DE ESTACIONAMENTO

Os carros também se abatem

que uma das soluções passa pela criação de mais parques de estacio-namento nos edifícios. “Sabemos que na zona central de Macau há uma maior procura por parques de estacionamento. Temos 15 silos com lugares para 5300 veículos e seis mil motas. Exigimos que sejam criados

silos em todas as habitações públicas. No futuro vamos procurar reduzir o número de lugares de estaciona-mento nas ruas para que se possa estacionar nos edifícios”, frisou.

SOLUÇÕES DE ABATENo debate foram ainda exigidas mais respostas para o abate e limpeza dos veículos fora de circulação, tendo um responsável do Governo garantido que a melhor solução é enviar esse tipo de resíduos para o continente.

“Segundo um estudo que ela-borámos vemos que, sendo Macau

pequeno, entendemos que as soluções mais viáveis passam pela cooperação regional e por isso é que foi assinado um acordo com Cantão. Esta questão causa pressão em Macau e para ser tratado em Macau isso vai dar lugar a mais pressão. No próximo ano possam avançar-se com alguns trabalhos. A reciclagem dos pneus também vai estar incluída”, disse o responsável. Ontem, como na segunda-feira, não se apresentaram directores de serviço ou Secretários na AL, para responder aos deputados, com excepção do director da DSAL. - A.S.S.

máximo das instituições de ensino”, explicou Sou Chio Fai.

A questão da autonomia levantou mais dúvidas à deputada Chan Hong. “É algo que nos preocupamos. Como é que o Governo vai conseguir gerir e fiscalizar com eficácia as instituições do ensino superior sem influenciar a sua au-tonomia e flexibilidade?”, questionou.

DIVERSIF ICAR CURSOS Além do novo diploma, o GAES quer rever um decreto-lei de 1991 no sentido de diversificar os cursos disponibilizados. “Esperamos que no futuro haja alterações no sentido de serem proporcionados cursos diversificados, a fim de incluir cursos de bacharelato e complementares”, explicou.

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5 políticahoje macau quarta-feira 26.11.2014

Ramal dos Mouros Indecisão sobre estudode impacto ambientalO Governo ainda não decidiu se vai realizar um estudo de impacto ambiental sobre a construção de um prédio na zona do Ramal dos Mouros, junto ao Reservatório. A construção de uma torre junto ao cemitério muçulmano e de um prédio que – de acordo com o que se soube ontem - não poderá ir além dos 110 metros de altura, ao invés dos 127 metros falados até aqui, gerou muitas dúvidas junto do deputado Ho Ion Sang e dos seus colegas, que temem alterações profundas à paisagem.

TNR Exigido fim de quotas para quem não cumpre a lei

ANDREIA SOFIA [email protected]

D OIS anos depois do pro- jecto ter sido tornado público, os deputados continuam sem saber

dados mais concretos sobre o futuro plano de reordenamento da zona do Canal dos Patos, próximo da Ilha Verde. Na segunda parte da sessão plenária da Assembleia Legislativa (AL), decorrida ontem, o Executivo não avançou dados do orçamento para o projecto, que vai incluir a terceira fronteira com o continente, um novo mercado abastecedor, habitação pública e infra-estruturas sociais. Mas admitiu que é grande.

“O montante a ser investido é astronómico e exige uma par-

PARTICIPAÇÃO DE EMPRESAS LOCAIS

“O montante a ser investido é astronómico e exige uma participação dos Governos das duas regiões [Guangdonge Macau]”CHAU VAI MANCoordenador substituto do GDI

Os deputados questionaram ontem o Governo sobre os planos e orçamento do futuro projecto de reordenamento junto à zona do Canal dos Patos, para o qual ainda não existem valores concretos. O novo mercado abastecedordeverá estarpronto em 2016

CANAL DOS PATOS REORDENAMENTO COM “ORÇAMENTO ASTRONÓMICO”

Milhões a voar para o norte

ticipação dos Governos das duas regiões [Guangdong e Macau]. Vamos utilizar com racionalidade o dinheiro do erário público. De acordo com a experiência obtida na cooperação dos projectos com Guangdong vamos elabo-rar uma estimativa e previsões conservadoras”, disse Chau Vai Man, coordenador substituto do Gabinete de Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI), num dia em que voltaram a estar au-sentes quaisquer Secretários para responder aos deputados.

LIGAÇÕES PONDERADASOutro ponto que o Executivo ain-da está a estudar é a ligação em termos de transportes e acessos na zona. “Prevemos que vai haver

um aumento das necessidades em termos de transportes, daí que es-teja a ser feito um relatório sobre transportes e poluição”, admitiu o mesmo responsável.

Espera-se que o novo posto fron-teiriço venha a ter uma capacidade para 200 a 250 mil pessoas por dia, sendo que será construído um centro modal de transportes que ligará auto-carros, táxis e o futuro metro ligeiro, sem esquecer o comboio de Cantão.

Lao Ieong, director de depar-tamento da Direcção dos Servi-ços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), garantiu que o projecto do novo mercado abastecedor estará concluído em 2016.

Quanto ao problema de polui-ção no Canal dos Patos, que há anos permanece sem resolução, o Governo garante já ter uma solução em vista.

“É um tema que muito preo-cupa os residentes e em princípio a nossa solução vai ser o enchi-mento de água para resolver o problema do Canal dos Patos, mas temos de ter uma solução optimizada”, disse o responsável da DSSOPT.

Apesar das respostas do Gover-no, muitos deputados revelaram ter dúvidas sobre o futuro reor-denamento, uma vez que o plano director na área do urbanismo para o território só entrará em vigor daqui a cinco anos.

“Estamos a cortar uma cami-sa aos bocados e depois o pano não vai chegar. Não vejo dados concretos que relacionem este posto fronteiriço com o plano

director. O Governo deve ter uma visão prospectiva”, apontou Mak Soi Kun.

Já Chan Hong disse tratar-se de “um mega projecto onde vai ser construído um novo bairro comunitário e instalações com-plementares” e que ainda não tem soluções. “Nessa zona vivem 200 mil pessoas, como é que vai ser feito o desenvolvimento e o que é que os moradores vão enfrentar? Fala-se há muito tempo do reor-denamento do Canal dos Patos, mas como é que vai ser feito ?”, questionou a deputada.

Caberá à empresa de construção, a Nam Yue, oriunda de Guangdong, a construção do novo mercado abastecedor. O deputado Au Kam San questionou ontem até que ponto

será dado espaço para a participação das empresas locais no projecto. “Também participamos no projecto, a concepção [do mercado] será da responsabilidade de arquitectos

locais e também a fiscalização do projecto. Será aberto um concurso público em Macau para dar prioridade aos construtores locais”, garantiu Chau Vai Man, do GDI.

A deputada indirecta Ella Lei levou ontem a

plenário uma interpelação oral que denuncia situações de empresas que utilizam quotas para importar Traba-lhadores Não-Residentes (TNR), aos quais depois não dão trabalho nem pa-gam salários. A notícia já tinha sido avançada pelo HM, mas ontem muitos deputados defenderam que estas empresas devem ser penalizadas, não apenas com sanções mais elevadas mas também com o fim das quotas de importação de TNR.

“Os processos não de-vem ser arquivados mas devem ser concluídos os trâmites para punir o empre-gador”, defendeu Ella Lei.

Já Lam Heong Sang, vice-presidente da Assem-bleia Legislativa (AL), quis saber mais pormeno-

res sobre a possibilidade de eliminação de quotas para as empresas que não cumprem a lei, lembran-do que há cerca de 65

mil trabalhadores só na área da construção civil. “Como vamos averiguar a situação de todos esses tra-balhadores?”, questionou.

Wong Chi Hong, di-rector dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) explicou que, das 17 queixas recebidas de

TNR que não receberam salário ou ocupação, 16 casos foram arquivados, uma vez que “14 traba-lhadores acabaram por receber a sua compen-sação e outros dois não se conseguiu provar que ficaram sem trabalho”, explicou. A responsável do Gabinete de Recursos Humanos (GRH) admitiu que sempre trataram os pedidos de TNR e blue card “com uma atitude séria e prudente”. “Há que ter em conta o sector de actividade em causa. Na área da construção civil tomamos em considera-ção as licenças emitidas pela DSSOPT. Sem li-cença não vamos apreciar ou aceitar esses pedidos”, concluiu. - A.S.S.

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6 política hoje macau quarta-feira 26.11.2014

CECÍLIA L [email protected]

O deputado Zheng Anting entregou uma interpela-ção escrita ao

Governo onde questiona se já existem dados sobre os residentes que optaram por morar na vizinha Zhuhai mas que continuam a trabalhar em Macau, por forma a “entender as suas dificuldades”. O depu-tado pede ainda que o Acordo--Quadro de Cooperação entre Guangdong e Macau sirva para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.

“Nos últimos anos, como os preços das ha-

FLORA [email protected]

A deputada Chan Hong considera que o apoio financeiro do Gover-

no fornecido às empresas sociais não é suficiente e diz ainda que há falta de suportes complementares. Chan Hong defende que o Executivo deve cobrar uma renda infe-rior para o arrendamento de lojas para estas empresas, de modo a que lhes seja possível manter o negócio.

Numa interpelação escri-ta, Chan Hong lembrou que o Governo implementou, em 2010, o plano de apoio para ajudar o sector de reabilita-ção a abrir empresas sociais. No entanto, apontou, a falta de suporte complementar e as complicações do processo de

LONGE DA VISTA, LONGE DO CORAÇÃO

Animais Pedidos para experiências “têm de ser rápidos”

“A principal razão por que vão morar para Zhuhai é porque não conseguem aguentar as elevadas rendas em Macau. Mas muitos estão reformados e também têm casas de férias em Zhuhai”

O deputado, oriundo da província de Guangdong, Zheng Anting, questionou o Governo sobre as medidas a adoptar para ajudar quem trabalha em Macau e tem de viver em Zhuhai

DEPUTADO QUER DADOS DE RESIDENTES QUE MUDARAM PARA ZHUHAI

Afinal quantos somos?

bitações subiram rapida-mente, comprar uma casa tornou-se muito difícil, sem esquecer que a inflação também aumentou e que isso resultou no aumento

das despesas diárias dos residentes. Por isso, o número de residentes que moram e trabalham em Zhuhai e Macau também aumentou”, lembrou.

O deputado, oriundo da província de Guangdong, apontou que este grupo de residentes tem entre 25 e 40 anos, possui uma licencia-tura e rendimentos mensais

que variam entre as 13 e 20 mil patacas.

“São professores, as-sistentes sociais, técnicos informáticos, funcionários do Jogo e do sector hoteleiro. A principal razão por que vão morar para Zhuhai é porque não conseguem aguentar as elevadas rendas em Macau. Mas muitos estão reforma-dos e também têm casas de férias em Zhuhai”, escreveu o deputado.

CIDADE QUE NÃO DORMEZheng Anting referiu ainda que Macau é um território que está sempre em mo-vimento durante 24 horas, por isso o aumento ou a totalidade de abertura das fronteiras é algo que os residentes desejam.

“A abertura da fronteira durante 24 horas vai ajudar muito a vida dos residentes. O Governo, quando apre-

EMPRESAS SOCIAIS CHAN HONG PEDE RENDAS BARATAS E MAIS APOIOS

Em desespero de causas A proposta da Lei de Protecção de Ani-

mais sugere que as ins-tituições que utilizem animais em experiências científicas necessitem de autorização do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), bem como entreguem planos de aplicações em ciência animal. Contudo, há quem se mostre preo-cupado com a questão.

O vice-director da Escola Secundária para Filhos e Irmãos dos Ope-rários, Lam Lon Wai, referiu ao Jornal Ou Mun que, como os cursos e os conteúdos das experiên-cias escolares já foram elaborados no início do ano académico, se espera que, depois da entrada em vigor da lei, os respecti-vos pedidos possam ser

anuais, podendo coorde-nar assim os aulas práti-cas. O também membro da Federação das Asso-ciações dos Operários de Macau (FAOM) referiu que as experiências nas escolas secundárias uti-lizam geralmente peixes, ratos e rãs, sendo que os alunos podem dissecar animais sob orientações de professores.

Contudo, a Lei de Protecção de Animais faz com que os professores da escola “se preocupem com a desaceleração do processo de ensino”. Para tal, o responsável espera que os pedidos para as experiências possam ser feitos uma vez por ano, poupando tempo e au-mentando a eficácia, além de sejam autorizados “de forma rápida”. - F.F.

aprovação obrigaram várias destas organizações a fechar portas. Estando estas numa fase inicial, Chan Hong considera que é dever do Executivo facilitar ajudas de custo, bem como de fornecer financiamento para diferen-tes fases dos projectos.

DINHEIRO NÃO É TUDONa opinião da deputada, o dinheiro não é o único problema para estas organi-zações, considerando que as dificuldades sentidas pelas entidades devem ser revistas e as medidas de ajuda comple-mentar, ajustadas. É que para Chan Hong, é possível que o eventual aumento de apoio governamental às empresas não seja suficiente para colma-tar as necessidades sentidas. Foi o caso da lavandaria Fu

Hong, que emprega deficientes mentais e que, recentemente, disse ao Executivo estar quase a fechar portas devido à renda.

Chan Hong questiona ainda o Governo sobre a exis-tência de planos para elaborar estratégias de desenvolvimen-to deste sector empresarial, bem como se vão ser criados medidas de encorajamento e cooperação com o sector financeiro. Desta forma, disse, será possível unir forças de várias áreas, como académica, comercial, do Governo e até dos próprios residentes. Além disso a deputada quer saber se o Executivo tem planos para reservar lojas nos complexos de habitação social, algo que já foi pedido anteriormente, e se tenciona oferecer rendas mais baixas para ajudar as próprias empresas.

A deputada Melinda Chan considera que os residentes que compram casas na Ilha da Montanha, ou noutro local de Zhuhai, não vão continuar a dar atenção à sociedade e aos assuntos políticos de Macau. No programa Fórum Macau, da TDM, Chan mostrou-se preocupada

pelo facto destas pessoas irem ficar “longe da cidade, no coração”. “Os residentes têm veículos e vão comprar uma casa na Ilha da Montanha, porque a medida nova das fronteiras vai ser conveniente para eles. Contudo, este grupo de residentes vai dar menos

atenção à situação económica e aos assuntos políticos de Macau, o que reduz o sentimento de pertença ao território”, diz. Recorde-se que as fronteiras vão estar abertas 24 horas e ter horários mais alargados, no caso da das Portas do Cerco.

senta as Linhas de Acção Governativa (LAG), diz sempre que quer melhorar a sua qualidade de vida. Estes residentes são aqueles que trabalham para Macau, mas não se nota que o Governo já tenha um plano para os auxiliar”, acusou.

“O Acordo Quadro de Cooperação entre Guangdong e Macau pretende incentivar o desenvolvimento mútuo das regiões e as infra-estruturas fronteiriças, mas o Governo já tem algumas medidas para adoptar? Qual é a actual si-tuação? Será que o Governo está a considerar iniciar um sistema de serviço público entre ambas as sociedades, para uma oferta de serviços de saúde e para idosos em Zhuhai?”, questionou.

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7SOCIEDADEhoje macau quarta-feira 26.11.2014

Táxis “Aumentode aluguer” devidoa subida de tarifasO aumento da tarifa do serviços de taxi, que irá passar de 15 para 17 patacas, está a assustar alguns taxistas, que receiam que a subida possa vir também a aumentar o aluguer que estes pagam do próprio veículo. “É uma regra que não é complementada na lei, ou seja, todas as vezes em que a tarifa aumenta, o aluguer do táxi também aumenta. Por isso, o aumento de duas patacas não vai ajudar muito”, disse um taxista em declarações à TDM. Por outro lado, Leng Sai Vai, director da Associação dos Comerciantes e Operários de Automóveis de Macau, disse que o fenómeno é normal, porque quando o sector começar a ganhar mais, o dono do táxi tem direito a receber também parte dessa receita. Daí o aumento dos alugueres do carro. “Se eles [taxistas] pensam que o dono do táxi está a explorá-los, eles próprios podem investir num carro e ser os donos dos táxis”, acrescentou, adiantando que se, caso o Governo resolva todas as questões problemáticas neste sector, o valor do aluguer dos veículos poderá descer.

PME Apoiosdo Governo podem não ser soluçãoPara o director da Associação Comercial Federal Geral das Pequenas e Médias Empresas de Macau, Fong Kin Fu, o plano de apoio financeiro do Governo às empresas pode não resolver problemas iniciais que estas possam ter. Ao jornal chinês Ou Mun, Fong explicou que o Executivo já aprovou mais de 7780 pedidos de subsídios e emitiu 1,8 mil milhões de patacas de garantia de crédito desde 2003. Mas, o mesmo responsável sugere então que o Governo faça uma análise prévia das necessidades primárias das PME e, juntamente com especialistas, crie políticas para ajudar estas estruturas de forma mais directa. Outra das opções passa pela criação de um conselho que discuta os casos das PME, de modo a promover medidas auxiliares. “A sociedade está a evoluir e por isso o Governo não pode usar uma legislação antiga para gerir uma sociedade moderna, sendo preciso adaptá-la ao desenvolvimento social vigente”, disse ao Ou Mun. Fong acrescentou ainda que é “urgente estabilizar os números dos recursos humanos e das rendas [de espaços]”, uma das formas que entende servir para ajudar estas empresas a crescer.

Violência doméstica Mulher agredida está em comaNA passada sexta--feira, uma mu-

lher ficou em coma, depois de ter sido brutalmente agredido pelo seu marido. O incidente deu-se perto do meio-dia, quando o casal discutia os trâmites do divórcio e da custódia da filha. De acordo com notícia da TDM, o homem apertou o pescoço da

vítima até esta ficar inconsciente.

“Apesar do suspei-to ter chamado a polí-cia, a vítima não deixa de estar em coma, mes-mo tendo sido levada para o hospital para tratamento médico. Depois do exame clí-nico do médico, ficou

comprovado que a víti-ma ficou sem oxigénio no sangue em resultado de uma pressão exter-na sobre o pescoço”, disse um porta-voz da Polícia Judiciária (PJ). A mesma agressão provocou ainda danos no restante corpo da mulher, tendo sido

encontradas provas do acto no corpo do ma-rido. No testemunho que deu às autoridades, o suspeito disse que a vítima o tentou atacar com uma faca.

A PJ, que já trans-feriu o caso para o Ministério Público, vai agora ter que es-

perar que a vítima recupere consciência, já que o casal estava sozinho em casa, não sendo possível con-firmar as declarações do alegado agressor. A violência doméstica tem sido um dos temas mais mediáticos dos últimos meses, com

várias associações a defenderem a neces-sidade de criar uma legislação contra a violência domésti-ca que responda às necessidades actuais do território, sendo que é pedido que esta seja crime público. Ontem, assinalou-se o Dia Internacional contra a Violência Doméstica.

JOANA [email protected]

M AIS de três mil pes-soas pediram apoio psiquiátrico em Ma-cau em apenas três

anos. De acordo com dados for-necidos ao HM pelos Serviços de Saúde (SS), o principal motivo prende-se com os níveis de stress que os residentes enfrentam.

“Com o rápido desenvolvimento social de Macau, os níveis de stress dos cidadãos aumentaram, causan-do maior risco de sofrimento e de transtornos emocionais”, começa por explicar o organismo ao HM. Devido a isto, “formou-se gradualmente um estado de sub-saúde”, como apeli-dam os SS à situação em que muitos cidadãos se encontram e que diz respeito a uma maior probabilidade de contrair doenças mentais.

“Com o rápido desenvolvimento socialde Macau, os níveis de stress dos cidadãos aumentaram, causando maior risco de sofrimento e de transtornos emocionais”SERVIÇOS DE SAÚDE

A saúde mental dos residentes do território pode ser negligenciada quando as pessoas não se apercebem que há mais que pode perturbar o nosso estado para além das doenças mentais. Actualmente, Macau enfrenta níveis altos de stress, que podemser a razão para que mais de três mil pessoas tenham idoa consultas de psiquiatria pela primeira vez

SAÚDE MENTAL MAIS DE TRÊS MIL PEDEM APOIO EM TRÊS ANOS

Tempos modernos

“Em Macau, normalmente, o que influencia a saúde mental não é certamente uma determinada doença mental, mas sim o ‘estado de sub-saúde’”, começam por dizer ao HM os SS, quando questionados sobre quais as doenças mentais que mais afectam quem vive no território.

Sem conseguir detalhar estas, já que como referem os SS, “a saúde mental não está apenas relaciona-da com os distúrbios mentais”, o organismo deixa um alerta: é fácil que este estado de sub-saúde seja “negligenciado” por parte de quem

o vive e de quem acompanha quem o tem. Um estado que afecta não só a mente, mas o corpo.

“Quando um cidadão fica no ‘estado de sub-saúde’ significa que tem maior risco de sofrer diferentes doenças mentais e doenças físicas, tais como a ansiedade, transtornos emocionais e doenças cardiovas-culares, entre outras”, asseguram os SS ao HM.

PROFISSIONAIS SUFICIENTESDe acordo com os dados fornecidos ao HM – e disponibilizados pelo

Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar do Conde de São Ja-nuário - em 2012, 1299 pessoas deslocaram-se a uma primeira consulta de psiquiatria, sendo que o número diminuiu no ano passado, ainda que para apenas 1214 pessoas.

Não há dados sobre os “repeten-tes”, mas este ano – em apenas nove meses, de Janeiro a Setembro – já foram 802 as pessoas que sentiram necessidade de ir a uma primeira consulta de psiquiatria. No total, 3315 pediram este tipo de apoio.

Os SS asseguram que não há necessidade de contratar mais profissionais da área, pelo menos para já, no serviço público. “Ac-tualmente no Centro Hospitalar Conde de São Januário existem 14 médicos especialistas, o que garante que todos os doentes psiquiátricos que necessitem de tratamento recebam um efectivo tratamento especializado de acordo com a ordem e a urgência do caso”, garantem ao HM.

O organismo responde ainda ao HM que a saúde mental não está apenas ligada aos distúrbios que os residentes possam sentir, sendo daí que chega a negligência face a problemas que podem não ser considerados mentais. “A saúde mental é também definida como um estado saudável, em que se é capaz de conhecer as nossas próprias potencialidades, tratar o stress da vida normal, exercer eficazmente as actividades laborais e dar con-tributos à sociedade”, explicam os SS, para sublinhar a necessidade de se dar atenção aos “estados de sub-saúde”.

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8 sociedade hoje macau quarta-feira 26.11.2014

ANÚNCIOANÚNCIO

HM – 2.ª vez – 26.11.14Interdição Nº CV1- 14- 0033-CPE 1º Juízo Cível

------REQUERENTE: O Ministério Público.--------------------------------REQUERIDA: Mui Ngan Chan, maior, nascida em 06/11/1929, titular do B.I.R.M. n.º1356XXX(X) e residente na Rua de Braga Edifico Nam San, Bloco III, 21.º andar A, Taipa, Macau.------------

***

----- A MERITÍSSIMA JUIZ DO 1º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.----------------------------------------- FAZ SABER QUE, foi distribuída neste Tribunal, em 4 de Novembro de 2014, uma Acção Especial de Interdição por Anomalia Psíquica, com o número acima indicado, que o Ministério Público move contra Mui Nga Chan , a fim de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.----------------------------------

------ Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., aos 12 de Novembro 2014.---------------------------------------------------------------------

HM – 2.ª vez – 26.11.14

Procº. nº. 675/2013

AUTOS DE REVISÃO E CONFIRMAÇÃO DE DECISÕES PROFERIDAS POR TRIBUNAIS OU ÁRBITOS DO EXTERIOR DE MACAU

-----Requerente: Lam Iong Wai, divorciado, residente em Macau, na Avenida do Almirante Lacerda, nº. 168, Edifício Venceslau de Morais, 19.º andar “D”.----------Requerida: Leung Kwai Ying, divorciada, com última residência conhecida em Bélgica, 2550 Kontich, Molenstraat 26/2.--------------------------------------

******

----FAZ-SE SABER que pelo Tribunal e processo supra identificados, correm éditos de 30 (Trinta) dias, citando a requerida Leung Kwai Ying, para no prazo de 15 (quinze) dias, findo o dos éditos, que se contará a partir da segunda e última publicação deste anúncio, contestar, querendo (nos termos do nº. 1 do artº. 1201º do Código do Processo Civil de Macau), o pedido formulado pelo requerente, que resumidamente consiste em pedir a revisão e confirmação da sentença de divorcio proferida pelo 3B Juízo Cível do Tribunal de Instrução de Antwerpen de Bélgica no dia 2 de Junho de 2009, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial e respectivos documentos que se encontram na Secretaria deste Tribunal à sua disposição, sob pena de o processo prosseguir os ulteriores termos à sua revelia, e com a intervenção do Digno Magistrado do Ministério Público, nos termos do disposto do artº. 49º. do Código do Processo Civil de Macau.---------------------A constituição de Advogado (com inscrição em Associação dos Advogados em Macau), nos autos acima referidos é obrigatória, nos termos do artº 74º nº. 1 al. b do Código de Processo Civil de Macau, se pretender contestar o pedido formulado pelo requerente. ------------------------------------------------------------------Macau, 30 de Setembro de 2014.

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Extracto do Aviso de Aberturado Concurso de Ingresso Externo

Faz-se público que, de harmonia com o despacho da Exma. Senhora Secretária para a Administração e Justiça, de 14 de Novembro de 2014, se encontra aberto concurso comum, de ingresso externo, de prestação de provas, nos termos definidos na Lei n.º 14/2009 <<Regime das carreiras dos trabalhadores dos serviços públicos>> e no Regulamento Administrativo n.º 23/2011 <<Recrutamento, selecção, e formação para efeitos de acesso dos trabalhadores dos serviços públicos>>, para o preenchimento de um lugar de motorista de ligeiros, 1.º escalão, da carreira de motorista de ligeiros, em regime de contrato de assalariamento do Fundo de Pensões.

Encontra-se publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 48, II série, de 26 de Novembro de 2014, o aviso de abertura do concurso, e disponível na página electrónica deste Fundo (http://www.fp.gov.mo) e na página electrónica da Direcção dos Serviços de Administração Pública, cuja prazo para a apresentação de candidaturas decorre entre os dias 27 de Novembro e 17 de Dezembro de 2014. A admissão ao concurso faz-se mediante o preenchimento da ficha de inscrição em concurso, aprovada pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 250/2011, devendo o mesmo ser entregue, pessoalmente, dentro do prazo indicado e durante o horário de expediente (segunda a quinta-feira, das 9:00 às 17:45; sexta-feira, das 9:00 às 17:30), no Fundo de Pensões, sita na Alameda Dr. Carlos D´Assumpção, n.ºs 181-187, Centro Comercial Brilhantismo, 20.º andar, Macau.

20 de Novembro de 2014.

A Presidente do Conselho de AdministraçãoIeong Kim I

FIL IPA ARAÚ[email protected]

O último trimestre do ano mostra um aumento do número de trabalha-dores não-residentes

(TNR) em Macau, mostrando que estes já ultrapassam a barreira dos 164 mil, segundo indicam dados do Gabinete de Recursos Humanos (GHR). A maioria, mostram dados cedidos ao HM, são da China continental e trabalham na área da construção civil.

No início do último trimestre, mais 1585 novos TNR entraram no território, comparativamente aos meses contados até Setembro. Este número mostra que chegaram mais de 31 mil aquando da análise a Outubro do ano passado.

O número de TNR que chegam a Macau continua a subir de dia para dia. Só do interior da China já são mais de 100 mil os que por cá trabalham

TNR MAIORIA VEM DO CONTINENTE PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL

De fora para dentro

42mil TNR trabalhamna construção civil

Relativamente à naturalidade dos trabalhadores, a lista é liderada por TNR oriundos do interior da China, que superam os cem mil. Seguem-se os filipinos e vietna-mitas, com mais de 21 mil e 13 mil, respectivamente. De Hong Kong estão neste momento pouco mais de nove mil TNR no terri-tório. Indonésia e Nepal marcam presença com três mil oriundos de cada país e pouco mais de mil TNR chegam da Tailândia, da Malásia e de Taiwan. No fundo da lista estão os naturais de Singapura e do Canadá, com 150 trabalhado-res cada.

PROFISSÕES DIVERSASAnalisando os ramos de activi-dade em que estão os TNR que habitam em Macau, é possível perceber que a construção civil é o sector que mais contrata estes trabalhadores, sendo que ultrapassa a barreira dos 42 mil. Hotéis, restaurantes e similares ocupam o segundo lugar das con-tratações, também com quase 42 mil, seguindo-se os empregados

domésticos com metade deste número: cerca de 21 mil TNR trabalham como domésticas.

Comércio por grosso e a re-talho, actividades imobiliárias e servidos prestados às empresas e actividades culturais e recreativas,

lotarias e outros serviços são os sectores que acolhem mais de dez mil TNR cada.

No fundo da lista está a agri-cultura, produção animal, caça e silvicultura com apenas 70 contratações e os organismo in-ternacionais e outras instituições extra-territoriais, com nove TNR.

Recorde-se que em 2007 – al-tura em que começaram a existir informações sobre o número de TNR – estavam a trabalhar em Macau 66.769 pessoas. Destas,

38.434 eram oriundas do interior da China, 12.711 de Hong Kong e 7.435 das Filipinas – os três maiores mercados fornecedores de mão-de-obra a Macau.

É SÓ MULTIPLICARAo nível da actividade económica, os dados revelam que o número de trabalhadores do interior da China empregados no sector da construção civil se multiplicou por cinco desde Janeiro de 2007 – passou de 4.580 para os actuais 24.089, num universo composto por 27.002 trabalhadores de vá-rias nacionalidades. Percebe-se então que nos últimos sete anos, os números mais que duplicaram.

Recorde-se que a mão-de-obra do exterior é tida como um com-plemento quase que obrigatório em Macau, onde a escassez de recursos humanos obriga a contratações de trabalhadores de fora. De acordo com outros dados ontem anunciados, no final de Setembro, os hotéis de Macau tinham por preencher 2711 vagas de emprego, enquanto os res-taurantes tinham 3113. Os dados têm por base o inquérito às necessidades de mão-de-obra e às remunerações no terceiro trimestre da Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos e mostram que ainda há lugares para quem precisa de trabalhar em Ma-cau. A taxa de desemprego por cá, recorde-se, está abaixo dos 2%.

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9 sociedadehoje macau quarta-feira 26.11.2014

Droga Menor em prisão preventiva por tráfico Um menor de 16 anos tinha em sua posse 95 pílulas de cocaína - 38 consigo e 57 no quarto da pensão onde estava hospedado, tendo sido detido pela política por tráfico de droga. O jovem tinha um total de 30 gramas de estupefacientes e, depois de interceptado pela polícia, confessou que a droga lhe foi entregue por um homem em Hong Kong, num bar, local onde começou o tráfico. A rede a que pertencia o homem ensinou o jovem a distribuir em sacos individuais e como vender nas instalações nocturnas em Macau. Depois de concluída a investigação, o Ministério Público concluiu que existem indícios suficientes para deter o jovem pelo crime de tráfico de droga, atribuindo por isso, prisão preventiva ao menor.

Nova Era Acidente faz três feridos

POR volta das 20h00 da passada segunda-feira, um autocarro

da Nova Era que circulava sem passageiros em direcção ao parque onde se estacionam os autocarros da operadora embateu contra uma carrinha que estaria parada junto à via para recolher material de estruturas do Grande Prémio. Dois trabalhadores não-residentes, que não conseguiram fugir a tempo, foram apanhados pelo autocarro, sendo que também o condutor da carrinha que estava parada ficou ferido. Os três homens foram le-vados ao hospital, sendo que têm entre 28 e 60 anos e apresentam ferimentos ligeiros. A polícia está a investigar as causas do acidente.

O condutor do autocarro não sofreu qualquer ferimento e pas-sou no teste ao álcool no sangue. Ao local também se deslocaram alguns dirigentes da Nova Era, para perceber o cenário da situação, pois o autocarro ficou severamente danificado na parte da frente.

Segundo o condutor do autocar-ro, o veículo ficou sem sistema de travagem e bateu contra a carrinha que, segundo ele, estava parada sem aviso de estacionamento. Contudo, um trabalhador também presente no local negou a versão do condutor, afirmando que a carrinha estava devidamente assinalada.

H ONG Kong e Macau assi-naram um acordo de coope-ração ao nível da segurança

e da investigação de acidentes com aeronaves. Segunda informa a Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) em comunicado, o “Acordo de Cooperação entre o Departamento de Aviação Civil de Hong Kong e a Autoridade de Aviação Civil de Macau em Maté-ria de Investigação de Acidentes e Incidentes de Aeronaves” foi ontem assinado e irá permitir uma maior contribuição das partes envolvidas no aperfeiçoamento da segurança “operacional da aviação regional”.

Assim, tanto o departamento de Hong Kong, como a AACM irão “partilhar recursos e dispo-nibilizar assistência mútua em

C ERCA de 800 pessoas, incluindo 300 do uni-verso lusófono, vão participar esta quinta

e sexta-feira, em Macau, no 2.º Congresso de Engenheiros de Língua Portuguesa para discutir a cooperação multilateral com a China, foi ontem anunciado.

“Esta plataforma dos en-genheiros dos países de língua portuguesa foi criada há dois anos em Macau. Juntámos principal-mente os engenheiros das nove províncias adjacentes com Hong Kong e Macau e vamos discutir a cooperação multilateral e o papel dos engenheiros no sucesso desta cooperação, para o desenvolvi-mento económico e social”, disse aos jornalistas António Trindade, membro do conselho da Associa-ção dos Engenheiros de Macau.

O mesmo responsável des-

Energias renováveis, transportes, tratamento de resíduos ou a recuperação do património histórico nos centros urbanos são alguns dos temas em debate no encontro que reúne em Macau engenheiros, empresários e académicos do universo da lusofonia

ENGENHARIA CONGRESSO EM LÍNGUA PORTUGUESA ATÉ SEXTA-FEIRA

Actualidade em discussão

50oradores

AVIAÇÃO HK E MACAU COM ACORDO PARA INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES

Mais segurança operacional

tacou a dimensão do congresso, que resulta da iniciativa da classe profissional em Macau, à qual se juntaram empresários, acadé-micos e quadros de entidades de Portugal, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Timor-Leste, Brasil, Guiné Bissau, Hong Kong e inte-rior da China.

“São 50 oradores, 17 empresas a patrocinar, fora as que vêm sem serem patrocinadoras”, disse.

GOVERNO DE FORAPortugal não estará representado a nível governamental no con-gresso, no qual são esperados Gastão de Sousa, ministro das Obras Públicas de Timor-Leste, e José António de Almeida, ministro das Obras Públicas, Construção e Urbanismo da Guiné-Bissau.

António Trindade salientou a

actualidade dos painéis, que vão desde as energias renováveis, transportes, tratamento de resí-duos e certificação académica e profissional, até à recuperação do património histórico nos centros urbanos.

“Vamos ter um forte contin-gente de pessoas a partilhar a sua experiência”, disse, ao apontar a presença de responsáveis da au-tarquia de Guimarães e de outras

entidades envolvidas no processo de recuperação de património.

António Trindade destacou ainda “as obras monumentais” realizadas nos últimos anos em Macau, onde os engenheiros operam com base numa ma-triz portuguesa e com agentes económicos externos, oriundos nomeadamente de Hong Kong ou do interior da China.

Por outro lado observou que a cooperação pode ser intensificada entre a China e os países de língua portuguesa. “A China carece de recursos, nomeadamente de enge-nharia. O desenvolvimento é tal que há sempre coisas para fazer”, sublinhou, frisando que o processo de integração regional de Macau também passa por encontrar formas para aportar recursos à China, que opera com base em diferentes leis e procedimentos. - LUSA

17empresas a patrocinar

trabalho de investigação, forma-ção de investigação, informação e conhecimento técnico” aos trabalhadores do aeroporto.

FORMAÇÃO E INTERCÂMBIOFoi no ano passado que as en-tidades começaram a discussão

sobre o acordo, conseguindo chegar a consenso ontem, em Hong Kong. Assim sendo, desde ontem que as partes envolvidas poderão criar momentos inter-câmbios de pessoal “para efeitos de formação e de experiência prática” e utilizar os diversos

equipamentos de investigação de cada uma, assim como partilhar os conhecimentos e informações sobre tráfego aéreo, engenharia e registo de voos.

Recorde-se que já em 2008 e 2009, a AACM assinou acordos de cooperação semelhantes com o Departamento de Investigação de Aviação Civil de França e com o Gabinete de Segurança Operacional da Administração da Aviação Civil da China.

O mesmo comunicado in-forma ainda que já estão por terminados vários projectos de cooperação regional, das enti-dades com o interior da China, incluindo a aprovação de orga-nizações de manutenção de aero-naves, a certificação aeronáutica, a aprovação de modificações de reparação, a aprovação de orga-nizações de manutenção de treino e a optimização dos recursos do espaço aéreo do Delta do Rio das Pérolas. - F.A.

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10 hoje macau quarta-feira 26.11.2014EVENTOS

The Guardian Maestrina portuguesa elogiadaA maestrina portuguesa Joana Carnei-

ro conquistou rasgados elogios por parte do jornal britânico The Guardian graças ao seu trabalho de direcção da oratória “The Gospel According to the Other Mary”, que a English National Orchestra (ENO) estreou recentemente.

Numa crítica à obra publicada no domingo e assinada por Andrew Cle-ments, a direcção de Joana Carneiro é

descrita como “soberba”. “[A actuação da maestrina] torna-se fabulosamente intensa, com um “compromisso” para com o coro e a orquestra e uma atenção particular aos três principais solistas, lê-se no jornal.

No entender de Clements, o desem-penho da ENO na estreia que aconteceu no Coliseu de Londres na passada sexta--feira “foi impressionante” e, para isso,

muito contribuiu o trabalho “notável” de Joana Carneiro.

A oratória “The Gospel According to the Other Mary” (“O Evangelho segun-do a Outra Maria”, em português) é uma concepção de Pete Sellars e conta com as interpretações de Patricia Bardon, Meredith Arwady, Russell Thomas, Daniel Bubeck, Brian Cummings e Nathan Medley.

LEONOR SÁ [email protected]

M ACAU vai ser palco de gravações de mais um filme da indústria de Hollywood, com uma

das cenas a ser filmada no MGM. ‘Skiptrace’ conta uma história que se passa no território e passa por várias outras cidades da China, como Hong Kong, e pela Mongólia. Macau foi, contudo, a tábua de lançamento para o filme.

“A ideia para o enredo veio a seguir a seleccionarmos Macau como local de filmagens”, revelou o realizador, Renny Harlin, ao HM. É que foi Jackie Chan quem sugeriu que se fizesse um filme onde o terri-tório figurasse, já que este é um dos locais preferidos do actor.

“Jackie Chan queria mostrar Macau ao mundo e é precisamente essa a ideia”, contou o realizador, que se estreia a trabalhar com o mestre contemporâneo de artes marciais. Embora tenha já vindo várias vezes à região, o hotel MGM continua a ser um dos seus preferidos.

À conversa com os actores chineses Jackie Chan e Fan Bing-bing no casino MGM, sabe-se que também outros locais do território foram seleccionados para integrar

‘Skiptrace’ é o novo filme de Hollywood parcialmente rodado em Macau e no MGM e no qual Johnny Knoxville contracena com o chinês Jackie Chan. Esta é a primeira vez que Renny Harlin - realizador da película de acção ‘Die Hard 2’ - dirige um filme no território. Mas já está preparadopara o segundo

CINEMA JACKIE CHAN E JOHNNY KNOXVILLE FILMAM EM MACAU

“Na China não há regras, mas isso é bom”

a obra cinematográfica. Estes es-tão, por enquanto, mantidos em segredo.

TERRA DA INSPIRAÇÃOPara Harlin, “Macau é um oásis para a indústria” do cinema, já que tem toda a magia dos casinos, que se

completa com as partes mais antigas da cidade. Esta fusão faz, no fundo, com que Macau seja um sítio ideal para a sétima arte.

Sob a direcção de Renny Harlin, realizador do filme de acção ‘Die Hard 2’, as filmagens deverão estar finalizadas no próximo mês,

estando a estreia de ‘Skiptrace’ pensada para o início do próximo ano. Mas o realizador espera ainda começar a rodar um novo filme no território durante a segunda metade de 2015.

O conceito de filmes de comédia acidentados e cheios de acção está

muito presente nesta película do cineasta de origem finlandesa, que revelou querer voltar ao território para filmar uma obra “mais român-tica”, que integre zonas antigas de Macau como pano de fundo.

Embora ‘Skiptrace’ seja par-cialmente gravado na Meca do

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UM RAPAZ A ARDER • Eduardo Pitta Vindo de Moçambique e chegado a Lisboa em meados dos anos 1970, Eduardo Pitta foi um observador atento da profunda transformação política, social e cultural por que o país passou nos anos que se seguiram à revolução, nos da integração europeia, e até ao início do século XXI. Nestas memórias, que funcionam também como uma espécie de crónica, Pitta cruza os acontecimentos da História com os da “petite histoire” e o factual com o pessoal, enriquecendo o seu relato – empenhado, evocativo e sempre cativante – com pessoas, imagens, e algumas revelações.

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ANOTAÇÃO DO MAL • Jaime RochaPrémio de Ficção PEN Clube 2008Um homem observa pela janela como a rua em que vive vai sendo ocupada pelo mal. Enquanto ensaia o seu próprio suicídio, vê o espectáculo da crueldade, da decadência, da destruição e da morte. Um outro homem, com a minúcia de um contabilista, faz o registo das pequenas catástrofes quotidianas.

11 eventoshoje macau quarta-feira 26.11.2014

FRC Conferência sobre o Códigode Processo PenalNo próximo dia 2 de Dezembro, a Fundação Rui Cunha receberá a conferência “Prova em Processo Penal – por entre as entrelinhas do CCP”, um momento inserido na rubrica ‘Reflexões ao Cair da Tarde’. Numa acção conjunta entre a Fundação e o Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito e Macau, a organização convidou as docentes da Faculdade de Direito do território Vera Lúcia Raposo e Teresa Lancry A. S. Robalo a conduzir a conferência. Com início às 18h30, a entrada é livre. “Será que o Código de Processo Penal já foi longe demais ou será que ainda há espaço para ir mais além?” Esta é uma das perguntas a ser lançada.

Venetian Estrunfes sobem ao palcopara celebrar o NatalOs azuis Estrunfes vão pisar o palco do Venetian Theatre de 19 a 21 do próximo mês para celebrar o Natal. Os espectáculos, que contam com duas sessões diárias às 15h45 e às 19h45, narram a história de como os pequenos bonecos azuis salvam a Primavera de um maléfico feiticeiro, Gargamel. “Como inimigo assumido dos Estrunfes, Gargamel cria um plano para trair a Mãe Natureza e fazer desaparecer a Primavera, capturando os Estrunfes no meio do processo. Estas conhecidas personagens azuis foram criadas pelo ilustrador belga Pierre Culliford. Os desenhos de Culliford ganham vida numa pequena vila de bonecos azuis rodeados de cogumelos. Estas começaram por ser histórias escritas, mas rapidamente passaram para os pequenos ecrãs, sendo bastante populares no Reino Unido e no Brasil, devido a uma série de peripécias criadas pela empresa de animação norte-americana Hanna-Barbera. Os Estrunfes foram uma das peças de animação mais vistas durante as décadas de 60, 70 e 80, mas há quem continue a ser fã destes bonecos. Os bilhetes para os espectáculos “Estrunfes ao Vivo – Estrunfes salvam a Primavera” custam 100, 200 e 300 patacas e já estão à venda.

Sinto-me honradopor ser um dos primeiros realizadores a fazer uma das primeiras produções conjuntas entre os EUA e a China e tem sido uma experiência fantástica”

“Jackie Chanqueria mostrar Macau ao mundoe é precisamenteessa a ideia”RENNY HARLIN Realizador

CINEMA JACKIE CHAN E JOHNNY KNOXVILLE FILMAM EM MACAU

“Na China não há regras, mas isso é bom”

Jogo, Jackie Chan assegura que em nada estará relacionado com esta indústria.

Jackie Chan é também especia-lista em Kung Fu, arte marcial com mais popularidade na China. “Toda a gente gosta de Kung Fu e neste filme queria tentar mostrar um pouco do

trabalho que tenho feito durante os últimos 30 anos”, explicou.

De acordo com Chan, houve mes-mo um membro da equipa do filme que receava que as seitas pudessem querer envolver-se. Contudo e para felicidade da equipa, nenhuma seita tentou pedir dinheiro à direcção e Ja-ckie Chan sabe porquê: “As pessoas têm medo de nos pedir dinheiro”, ironiza.

TALENTO LOCAL É PREFERÍVEL“Sinto-me honrado por ser um dos primeiros realizadores a fazer uma das primeiras produções conjuntas entre os EUA e a China e tem sido uma experiência fantástica”, referiu Renny Harlin.

Ao contrário do que costuma acontecer, Harlin preferiu contratar toda a equipa de filmagem e assisten-tes na China, pelo que o colectivo é proveniente de Hong Kong, Macau e do continente.

Quando questionado sobre o talento dos profissionais locais, o res-

ponsável sublinhou que a qualidade é “inegável” e todos se esforçam ao encontro de um mesmo objectivo. “Normalmente, os norte-americanos que trabalham na China trazem a sua própria equipa de mais de 50 pessoas. Eu sei bastante sobre a indústria de cinema filmes chineses e adoro-os. Por isso é que decidi que todas as pes-soas da nossa equipa seriam chinesas. Até agora, tem sido uma experiência óptima e espero que assim continue”, explicou Harlin aos jornalistas.

Macau é, na perspectiva do realizador, um local positivamente pequeno. É que por aqui, tudo é mais fácil e próximo, ao contrário do que acontece nos EUA, onde por vezes são precisas horas para a deslocação de um local de filmagem para outro. Nem tudo é, no entanto, perfeito. A linguagem é um dos principais obstáculos no quotidiano da equipa de filmagem, uma vez que a relação entre Harlin e a restante equipa não se faz directamente, mas sim por meio de intervenientes que falem a língua local.

COMÉDIA QUE FAZ TREMER‘Skiptrace’ conta a história de um detective – papel protagonizado por Jackie Chan – que se junta à personagem de Knoxville, actor de ‘Jackass’, para deter um criminoso

que se encontra fugido. O enredo tem início em Hong Kong, passando por Macau e corre várias cidades da China, passando ainda pela Mongólia e mencionando a Rússia. Entre vários incidentes e peripécias está Fan Bing-bing no papel de Bai, igualmente em busca do alegado assassino em fuga.

“Na China não há regras, mas isso é bom”, disseram Chan e Harlin. Por estes lados, o actor diz sentir-se mais livre, sendo-lhe permitidas piruetas e manobras mais perigosas. Aos jornalistas, disseram mesmo ter “mais liberdade” do que na indústria cinematográfica norte-americana, onde os condicionamentos não se contam pelos dedos. “Para mim é óptimo, porque posso pegar em tudo o que aprendi nos EUA e aplicar aqui, uma vez que as regras não são tão rígidas”, conta o realizador de ‘Skiptrace’.

Jackie Chan e o realizador Renny Harlin falam aos jornalistas

Fan BingBing é a actriz principal

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12 publicidade hoje macau quarta-feira 26.11.2014

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LUSA

13CHINAhoje macau quarta-feira 26.11.2014

P ELO menos 12 pessoas fo-ram detidas ontem durante a remoção de barricadas em Mong Kok, uma das zonas

ocupadas pelos protestos pró-demo-cracia na região chinesa de Hong Kong, palco de tensão e confrontos entre polícia e manifestantes.

No início da operação, os ma-nifestantes, à semelhança de outras ocasiões, não ofereceram resistência, apesar de continuarem a entoar pa-lavras de ordem como “queremos sufrágio universal”.

Contudo, à medida que a opera-ção avançava, a tensão foi aumen-tando.

Em mais de uma hora, os agentes ‘limparam’ 15 metros de

A China, maior poluidor mundial, defendeu ontem que os países desenvolvidos têm de fazer mais

dos que as nações menos ricas no combate às mudanças climáticas, reafirmando a sua posição nas vésperas da conferência sobre o clima das Nações Unidas, a ter lugar em Dezembro.

O encontro, que vai ter lugar na capital do Peru, Lima, entre os dias 01 e 12, visa preparar o caminho para um acordo glo-bal para a redução de emissões de gases com efeito de estufa a ser acertado em Paris, no próximo ano, em substituição do Protocolo de Quioto.

A China estabeleceu, no início do mês, que as suas emissões de gases com efeitos de estufa atinjam o ponto máximo “por volta de 2030”, tendo apontado a intenção de “tentar atingir o pico mais cedo”, definindo uma data, ainda que aproximada, para que as suas emissões de CO2 parem de aumentar, pela primeira vez.

“Os países desenvolvidos (…) de-vem continuar a assumir a liderança na redução de emissões por uma ampla margem e, ao mesmo tempo, oferecer aos

Descoberto um dos maiores jazigo mundiais de molibdeno

PEQUIM PAÍSES RICOS TÊM DE FAZER MAIS PELO CLIMA

Na linha da frenteem desenvolvimento apoio no financia-mento de tecnologia e na construção de capacidades”, afirmou Su Wei, principal negociador de Pequim para o Clima e alto funcionário da Comissão de Reforma e Desenvolvimento.

COMBATE RESPONSÁVELA China espera que a conferência de Lima se apoie no princípio “de respon-sabilidades comuns mas diferenciadas” no quadro do combate às alterações climáticas.

A expressão figura como um apelo às nações desenvolvidas – com o seu longo historial industrial – para que assumam a liderança.

“O acordo a ser alcançado em 2015 deve encarar os factos de frente e as suas instituições e disposições relevantes devem reflectir as responsabilidades comuns e diferenciadas dos países de-senvolvidos e em desenvolvimento”, acrescentou.

A China, como um país em desenvol-vimento, vai envidar os maiores esforços a partir de 2020, a fim de dar o seu “devido contributo” para aliviar o aquecimento

global, sublinhou Su Wei. O objectivo das emissões da China foi anunciado em Pequim durante a visita do Presidente norte-americano, Barack Obama, que, por seu turno, se comprometeu a atingir, até 2025, uma redução entre 26 e 28% das suas emissões registadas em 2005.

A desocupação das ruas prossegue na ex-colónia britânica que voltou ontem a ser palco de confrontos entre manifestantese a polícia

HONG KONG PELO MENOS 12 DETIDOS EM REMOÇÃO DE BARRICADAS

Operação “limpeza” em Mong Kok

“O mapa que nos mostraram nãoespecificava exactamente que zonas iriamser desimpedidas”YVONNE LEUNG Federação de Estudantes

GEÓLOGOS chine- ses descobriram

um dos maiores jazigos mundiais de molibdeno, avaliados em 10.000 mi-lhões de dólares, na região autónoma do Xinjiang, no noroeste da China, noticiou ontem a Xinhua.

Segundo a agência oficial chinesa, calcula-se que o depósito encontra-do contenha pelo menos 573.000 toneladas de molibdeno, um metal utilizado na construção e nas indústrias aeronáuti-ca, química e automóvel.

O molibdeno é uti-lizado em ligas de aço inoxidável de alta quali-dade pela sua resistência a temperaturas elevadas e à corrosão.

O depósito de mo-libdeno de Xinjiang é o maior alguma vez descoberto na região chinesa e também um dos maiores do mundo.

As reservas mundiais do raro metal anteriores à descoberta ascendiam a 11 milhões de toneladas, de acordo com dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos.

Com o achado, a China reforça a sua po-sição como o país líder das reservas mundiais do metal, até agora es-timadas em 4,3 milhões de toneladas, à frente dos Estados Unidos, Chile e Peru.

Esta descoberta sur-ge como resultado de um trabalho de seis anos levado a cabo por especialistas do Depar-tamento de Geologia e Recursos Minerais da região do Xinjiang e de uma empresa mineira da vizinha província de Qinghai, que inves-tiram 16,3 milhões de dólares no projecto exploratório.

estrada, enquanto à medida que prosseguiam, surgiam novos obs-táculos e inúmeros manifestantes sob a forte presença de jornalistas que dificultavam as tarefas.

Os confrontos intensificaram-se depois das 15:00 locais, quando a polícia lançou a última advertência para que os manifestantes desimpedis-sem 100 metros de uma rua do bairro densamente povoado de Mong Kok.

ZONAS CINZENTASA remoção de ontem obedece a uma ordem judicial do Tribunal Superior de Hong Kong, que ditou a autorização da assistência da polícia na eliminação das barreiras de uma das ruas tomadas pelos ma-nifestantes no bairro de Mong Kok.

Esta decisão surgiu na sequên-cia de uma acção interposta por grupos de taxistas e uma empresa de autocarros que alegaram que os seus negócios estavam a sofrer com a interrupção do tráfego na zona.

Yvonne Leung, da Federação de Estudantes, disse à estação de televisão RTHK que os agentes não deram informação suficiente sobre a operação. “O mapa que nos mostraram não especificava exactamente que zonas iriam ser desimpedidas”, criticou.

O chefe do Executivo de Hong

Kong, CY Leung, já expressou confiança no trabalho da polícia e dos oficiais de justiça na remoção das barricadas.

Em comunicado, a polícia alertou que tomará medidas contra quem obstruir o trabalho de remo-

ção das barricadas das ruas ou tiver um comportamento violento para com os agentes.

Na semana passada, as autori-dades avançaram com o desimpe-dimento numa zona de Admiralty, de acordo com uma ordem do

tribunal que autorizou a retirada das barricadas.

Os manifestantes pró-democra-cia ocupam há mais de sete semanas algumas das principais ruas da cidade em protesto contra a decisão do Go-verno da China de pré-seleccionar os candidatos a chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong.

Pequim autorizou que a popu-lação de Hong Kong escolha por sufrágio universal o seu líder que, no entanto, será alvo de uma pré--selecção por um comité.

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14 hoje macau quarta-feira 26.11.2014

hARTE

S, L

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IDEI

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WANG CHONG 王充 OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG

Sobre a morte – 14 & 15

Podemos [por vezes] fazer falar uma pessoa que não falava, mas é impossível dar a palavra, depois de morta, a uma pessoa que falava [enquanto vivia]. Deparamo-nos com a mesma impossibilidade no caso das plantas, que enquanto medram são verdes – uma cor que lhes foi dada [pela natureza], mas que, ao morrerem, a perdem como se esta lhes tivesse sido roubada. Esse verde que a planta recebeu, uma vez retirado, perde-se para sempre: não lho podemos voltar a oferecer, nem ela o consegue encontrar de novo por si própria. Os sons e as cores obedecem aos mesmos princípios, que recebem do Céu. O mesmo se passa, por isso, com os gemidos dos mortos que com o verde [das plantas]: elas não o podem recuperar por si próprias e, assim, é absurdo pensar que os mortos posam por si recuperar o dom da palavra.

* * *

Se o homem pode falar é graças à força dos seus fluidos, cujo vigor depende da comida e da bebida que consome. Quando a comida e a bebida faltam, os fluidos vitais enfraquecem, a voz fraqueza e quando estamos exaustos ao ponto de não poder sequer comer, vemo-nos incapazes de falar de todo. Sendo a morte um total exaurir [das forças], como poderiam [os mortos] falar?A isto me dizem que os mortos são capazes de falar porque se alimentam dos eflúvios das oferendas que lhes são feitas. Mas os fluidos subtis dos mortos não diferem dos dos vivos. Porém, se um vivo não comer, limitando-se a inalar os eflúvios dos alimentos, morrerá de fome em três dias!A isto me dizem: “Os fluidos dos mortos são mais espirituais do que os dos vivos, eis porque podem falar os mortos alimentando-se apenas de odores”. Os fluidos dos vivos residem no corpo, os dos mortos, fora do corpo: no entanto, em que diferem os fluidos dos mortos dos dos vivos? Qual é a diferença que estejam no interior ou no exterior do corpo? A água que enche um recipiente difere porventura da água entornada, quando aquele se parte? Não parece que assim seja. Então, porque se distinguiriam os fluidos que escapam do corpo daqueles que o corpo continha [antes da morte]?

Tradução de Rui Cascais | Ilustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.

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15 artes, letras e ideiashoje macau quarta-feira 26.11.2014

Esse verde que a planta recebeu, uma vez retirado, perde-se para sempre.

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O HOJE MACAUERROU

16 DESPORTO hoje macau quarta-feira 26.11.2014

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1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, chegou ao seu término e, que de acordo com o artigo 53.º da Lei n.º 10/2013 <<Lei de Terras>>, de 2 de Setembro, conjugado com os artigos 2.º e 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que devem os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.

Localização dos terrenos:- Rua de Luís Gonzaga Gomes, n.ºs 176 a 230, Rua de Xiamen, n.ºs

37A a 59 e Rua de Nagasaki, n.ºs 64A a 82, em Macau, (Edifício Kam Fung);

- Avenida de Artur Tamagnini Barbosa, n.ºs 4 a 42, Istmo de Ferreira do Amaral, n.ºs 11 a 21 e Rua Nova de T´oi San, n.ºs 2 a 18, em Macau, (Edifício Choi I Garden);

- Avenida da Concórdia, n.ºs 9 a 91B, Rua do Comandante João Belo, n.ºs 156 a 256 e rua Norte do Patane, n.ºs 10 a 36P, em Macau, (Edifício Wang Hoi);

- Avenida da Concórdia, n.ºs 109 a 135, Rua do Conselheiro Borja, n.ºs 159 a 259 e Rua Norte do Patane, n.ºs 54 a 136, em Macau, (Edifício Wang Kin);

- Travessa de Lam Mau, n.º 8 e Avenida de Demétrio Cinatti, n.º 7 A, em Macau, (Edifício Grand Harbour Hotel);

- Avenida de Demétrio Cinatti, n.º 37, em Macau;- Estrada do Visconde de S. Januário, n.º 15, em Macau;- Estrada da Penha, n.ºs 4 e 6, em Macau;- Avenida da Longevidade, n.ºs 49 a 51, Rua Três do Bairro Iao Hon, n.ºs 1 a 4 e Rua Dois do Bairro Iao Hon, n.ºs 50 a 52, em Macau;- Avenida Padre Tomás Pereira, n.º 889 e Caminho das Hortas, n.ºs 544 a 668, na Ilha da Taipa;- Travessa da Cordoaria, n.ºs 31 a 39, Rua da Cordoaria, n.ºs 79 a 119,

Largo Presidente António Ramalho Eanes, n.ºs 1 a 6 e Rua do Meio, n.ºs 162 a 170, na Ilha de Coloane.

2. Agradece-se aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam ao Núcleo da Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, procede-se à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.

Aos, 30 de Outubro de 2014.

A Directora dos Serviços de Finanças,Vitória da Conceição

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

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MARCO [email protected]

A edição de 2014 do Open de Ba-dminton de Ma-cau arrancou on-

tem no pavilhão do Tap Seac, mas os grandes favoritos ao triunfo na competição só hoje entram em acção. O pri-meiro dia de hostilidades no âmbito da prova serviu para definir o nome dos atletas que conseguiram garantir a presença no quadro principal do certame e a ronda acabou por não ser benéfica para os representantes do território. Ao todo eram dez os atletas de Macau que se procuravam juntar à dupla constituída por Wang Rong e por Zhang Zhibo na segunda fase da competição, mas não houve heróis entre os representan-tes do pavilhão do Lótus.

Teng Iok U foi a primeira atleta local a tentar a quali-ficação para o quadro prin-cipal da prova de singulares femininos, mas o embate com a sul-coreana Na Young Kim não correu de feição à desportista do território. Menos experiente, Teng per-deu pelos parciais de 21-9 e 21-23 frente à representante da Coreia do Sul.

Kit Ieng Wong era a ou-tra qualifier de Macau que procurava garantir a conti-nuidade na prova, mas não conheceu melhor sorte. A jovem atleta enfrentou Gao

Ao contrário do que se pode inferir pela leitura do artigo ontem publicado neste jornal referente ao chamado caso “Bola ao Centro”, o jornalista Miguel Brandão e os comen-tadores Pedro Cortés e José Morgado estão arrolados ao processo judicial movido pelo Clube Desportivo Monte Carlo na qualidade de testemunhas e não de arguidos, como erroneamente se sugeria. A acusação de difamação atra-vés de meio de comunicação social impende apenas sobre o advogado Adelino Correia e não sobre o coordenador e os restantes membros do painel de comentadores do progra-ma de análise desportiva, como equivocamente se lê. Este jornal lamenta o ocor-rido e endereça um pedido de desculpas aos visados, aos leitores e à direcção do canal em língua portuguesa da Rádio Macau.

OPEN DE BADMINTON ZHANG ZHIBO E WANG RONG REPRESENTAM RAEM

Qualifiers ficam pelo caminho

Fangjie, perdendo frente à representante da República Popular da China pelos vo-lumosos parciais de 21-1 e 21-11. Inscritas também na prova feminina de duplas, Teng Iok U e Kit Ieng Wong tentaram vingar os desaires sofridos frente às chinesas Ou Dongni e Xiaohan Yu mas voltaram a claudicar

perante a maior experiência das adversárias. A dupla da República Popular da China levou a melhor sobre as representantes do território sem grandes percalços, ven-cendo por 21-9 e por 21-7. Xue Xin Gong e Chi Leng Kuan não estiveram muito melhor no duelo com as taiwanesas Szu Yu Chen e Yu Chieh Cheng, somando uma pouco confortável der-rota pelos parciais de 21-11 e 21-6.

HOMENS MAIS PERTOOs representantes de Macau na prova masculina de sin-gulares foram os que mais perto estiveram de garantir a presença no quadro principal da edição de 2014 do Open de Badminton do território.

Wai Chi Wan e U Ieong Iok foram os que mais réplica deram aos adversários. Fren-te ao malaio Kay Ee Yeoh, Wai Chi Wan esteve quase a garantir um brilharete, perdendo o primeiro parcial por margem apertada (21-19) antes de conceder o triunfo ao adversário, com uma derrota no segundo set por 21-16.

Entusiasmante foi tam-bém a réplica oferecida por U Ieong Iok, no frente-a--frente com Jimmy Yu Lun Tay. O atleta malaio não deixou créditos por mãos alheias no desafio de estreia no certame, mas encontrou pela frente um osso duro de roer no ainda imberbe talento de U Ieong Iok. Vo-luntarioso, o atleta do terri-tório vendeu cara a derrota,

perdendo o desafio pelos parciais de 21-16 e 21-13.

Na estreia absoluta nas lides do Open de Badmin-ton de Macau, Jason King Ching Lo não conseguiu evitar a derrota frente a Rendi Ismanto. O atleta indonésia derrotou Jason Lo em dois sets, parciais de 21-9 e 21-14, garantindo a presença no quadro principal da prova. Na segunda fase do certame está também Shi Yuqi. O atleta da República Popular da China ultrapassou sem grandes difi-culdades o já experiente Hok Man Lou, vencendo o atleta do território pelos parciais de 21-6 e 21-10.

UMA DUPLAFace ao desaire somado pelo qualifiers da RAEM, as

cores de Macau estão repre-sentadas no quadro princi-pal do certame apenas pela dupla Wang Rong-Zhang Zhibo. As mais cotadas praticantes de badminton do território estreiam-se esta tarde na competição frente às tailandesas Chaladcha-lam Chayanit e Natcha Sengchote.

A edição de 2014 do Open de Badminton de Macau distribui prémios pecuniários no valor de mais de 120 mil dólares norte-americanos e traz ao território atletas oriundos dos quatro cantos do plane-ta. Se na competição mas-culina, o sul-coreano Shon Wan-ho não regressou para defender o título alcançado há um ano, na prova fe-minina a indiana Pusarla Venkata Sindhu aposta tudo na revalidação do título conseguido em 2013. A titular da competição tem Carolina Marin como gran-de rival na caminhada para o título. A atleta espanhola é a principal cabeça de série do torneio feminino e só na quinta-feira entra em acção.

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hoje macau quarta-feira 26.11.2014 (F)UTILIDADES 17

TEMPO POUCO NUBLADO MIN 20 MAX 26 HUM 60-90% • EURO 9 .9 BAHT 0 .2 YUAN 1 .3

ACONTECEU HOJE 26 DE NOVEMBRO

João Corvo fonte da inveja

Morre Mário Cesariny,o mestre do surrealismo

• Hoje é dia de recordar Mário Cesariny de Vasconcelos, pintor e poeta, considerado o principal representante do surrealismo português. Cesariny morreu a 26 de Novembro de 2006.Antologista, compilador e polémico historiador das acti-vidades surrealistas em Portugal, Cesariny nasceu a 9 de Agosto de 1923. Filho de um ourives, completou o curso de cinzelagem e outro de Belas Artes. Também estudou música, tornando-se um brilhante pianista, mas o pai pretendia que Cesariny seguisse a arte da ourivesaria.Em 1947, viajou até Paris onde frequenta a Académie de la Grande Chaumière e conhece André Breton, cuja influência o leva a participar na criação do Grupo Surrealista de Lisboa.Este grupo, do qual também faziam parte Alexandre O’Neill, Moniz Pereira e Cândido Costa Pinto, surgiu como forma de protesto libertário contra o regime de Salazar e contra o neo-realismo, dominado pelo Partido Comunista Português.Cesariny dedica-se à pintura e, sobretudo, à poesia, vi-giado pela Polícia Judiciária. Foi obrigado a humilhantes apresentações e interrogatórios regulares, devido à sua homossexualidade, que vivencia sem qualquer segredo. Apenas com o 25 de Abril deixa de ser perseguido.Apesar da excelência da sua escrita, Mário Cesariny enfrentava grandes dificuldades financeiras. E dedica-se à pintura como modo de subsistência. A partir de 1980, a obra poética de Cesariny é reeditada, o que a leva a ser redescoberta por uma nova geração de leitores.Cesariny morre a 26 de Novembro de 2006, vítima de doença prolongada. Doou o espólio à Fundação Cupertino de Miranda e, por testamento, deixou um milhão de euros à Casa Pia.

O QUE FAZER ESTA SEMANA?C I N E M ACineteatro

SALA 1THE HUNGER GAMES:MOCKINGJAY (PART 1) [B]Um filme de: Francis LawrenceCom: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, liam Hemsworth14.30, 16.45, 19.15, 21.00

SALA 2DON’T GO BREAKINGMY HEART 2 [B](FALADO EM CANTONÊS, LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Johnnie ToCom: Louis Koo, Miriam Yeung, Gao Yuanyuan, Vic Chou14.30, 16.30, 19.30, 21.30

THE SNOW WHITE MURDER CASE [C]Um filme de: Yoshihiro NakamuraCom: Mao Inoue, Go Ayano, Nobuaki Kanebo14.15, 16.00, 19.30, 21.30

SALA 3BEFORE I GO TO SLEEP [C]Um filme de: Rowan JoffeCom: Nicole Kidman, Colin Firth, Mark Strong14.30, 16.30, 19.30, 21.30

THE HUNGER GAMES: MOCKINGJAY (PART 1)

Antes de escrever romances, Alexandra Lucas Coelho foi repórter de guerra. ‘Caderno Afegão’ é uma compilação de textos publicados no jornal Público num Afeganistão em tempo de conflito. Nas páginas do livro desfilam mulheres que se escondem na rua, crianças que nascem em hospitais destruídos e sem condições e homens armados em luta por interesses que nem sempre compreendemos. - Andreia Sofia Silva

“CADERNO AFEGÃO”(ALEXANDRA LUCAS COELHO)

• Hoje CONFERÊNCIA SOBRE “THE MAKERMOVEMENT: UMA OPORTUNIDADE PARAMACAU!” E DOCUMENTÁRIO “MAKER:A DOCUMENTARY ON THE MAKER MOVEMENT”(THIS IS MY CITY)Centro de Ciência de Macau, 18h00Entrada livre

• AmanhãEXPOSIÇÃO “PÁSSAROS DE MACAU”, POR JOÃO MONTEIRO Consulado Geral de Portugal em Macau, 18h30Entrada livre

• Sexta-feiraEXIBIÇÃO DA CURTA-METRAGEM ‘THE TRICYCLE THIEF’DE MAXIM BESSMERTNY (THIS IS MY CITY)Albergue SCM, 19h30Entrada livre

CONCERTO DE THE LEGENDARY TIGERMANAlbergue SCM, 20h30Entrada livre

AFTER PARTY DO THIS IS MY CITYLMA, Avenida Coronel MesquitaEntrada livre

CLOCKENFLAP (FESTIVAL DE MÚSICA)Kowloon District, Hong Kong, todo o diaBilhetes a partir de 580 dólares de Hong Kong

• SábadoDIA ABERTO DO IPOR COM DIVERSAS ACTIVIDADESIPOR, das 10h00 às 18h00Entrada livre (algumas actividades necessitam de inscrição)

CLOCKENFLAP (FESTIVAL DE MÚSICA)Kowloon District, Hong Kong, todo o diaBilhetes a partir de 580 dólares de Hong Kong

MERCADO ‘VINTAGE’ Leather Motel, Centro Polytex da Areia Preta, todo o diaEntrada livre

• DomingoCLOCKENFLAP (FESTIVAL DE MÚSICA)Kowloon District, Hong Kong, todo o diaBilhetes a partir de 580 dólares de Hong Kong

MERCADO ‘VINTAGE’ Leather Motel, Centro Polytex da Areia Preta,todo o diaEntrada livre

• DiariamenteEXPOSIÇÃO “BEYOND PIXELS” DE VICTOR MARREIROS(ATÉ DIA 31/12)Signum Living Store, Rua Almirante SérgioEntrada livre

CARTOONMANIA, EXPOSIÇÃODE ANTÓNIO MARTINS(ATÉ 24/11)Galeria da Fundação Rui Cunha Entrada livre

FEIRA DE ARTE DO TAP SEAC Entrada livre

U M L I V R O H O J E

Afinal o capitalismo era a doença infantil do imperialismo.

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hoje macau quarta-feira 26.11.201418 ócios / negócios

Temos que ser realistas: estamos em condições de luxo e Macau é especiale é acolhedor

LEONOR SÁ [email protected]

N UM espaço com antigas cadeiras de barbeiro, tesouras, secadores e muitas tintas, cabe ainda quase toda

a criatividade do mundo. É no ‘Rui Car-reiro Barbeiro’ que tudo isto se encontra, pelas mãos do proprietário e cabeleireiro, obviamente com o mesmo nome, Rui Carreiro. Açoriano de gema, veio para Macau há seis anos, cortando, lavando e arranjando cabelos a homens e mulheres portugueses, do sul da Europa, Austrália, norte-americanos e por aí em diante.

De acordo com o proprietário do primeiro cabeleireiro 100% português, que fica no primeiro andar da loja Futura Clássica – projecto de Margarida Vilanova e três sócios –, o espaço pretende ser “uma segunda casa” para Carreiro.

O serviço providenciado por Rui acontece das 10h00 às 20h00 de todas as quartas-feiras, pois sobra pouco tempo ao criador, já que este faz parte da equipa do espectáculo ‘The House of Dancing Water’ a tempo inteiro.

A popularização do estilo e moda ‘vin-tage’ em nada teve a ver com a escolha de decoração do espaço. “Escolher o nome de ‘barbeiro’ faz todo o sentido, porque quer-se ter um cantinho de Portugal” no território.

Junto aos espelhos, pincéis, tesouras e cadeiras estão bordados e painéis de azule-jos cuidadosamente feitos à mão de zonas típicas do país luso, incluindo produtos dos Açores, terra-natal do cabeleireiro.

ENTRE AMIGOSA ideia de abrir um cabeleireiro luso no território surgiu, segundo o pro-prietário do espaço, numa conversa “entre amigos” que incluía os criadores do projecto ‘Futura Clássica’, espaço situado na baixa da cidade, mesmo na Calçada da Rocha.

“Estávamos todos as conversar sobre o projecto e veio à tona a ideia de traba-lharmos juntos e de divulgar também a linha de barbeiro da ClausPorto [marca portuguesa de produtos unissexo] e ficou uma coisa adormecida”, contou.

Sete meses depois, Rui Carreiro segue em frente e abre o espaço que muitos sentem ser uma segunda casa, um espaço que ajuda a matar saudades do berço de muitos nós. O proprietário do barbeiro que também cuida da estética feminina cobra entre 200 a 300 patacas por um corte com lavagem e penteado final e assegura: “eu não sou careiro, até porque só paga pelos meus serviços quem considerar que vale a pena e que tem qualidade”.

Além disso, o cabeleireiro assegura que este novo projecto não é “um tiro no

‘RUI CARREIRO BARBEIRO’ RUI CARREIRO, FUNDADOR

“UM CANTINHO DE PORTUGAL”A imagem e a estética parecem ter sido paixões de Rui Carreiro desde sempre.O cabeleireiro que agora abre o primeiro salão unissexo 100% português no território tinhacomo objectivo criar um espaço com alma lusa e onde os clientes se sentissem bem

escuro”, continuando a ter a sua carteira de clientes habituais, que já há vários anos lhe confiam as suas cabeças, caras e barbas.

A barbearia e o emprego a tempo inteiro não deixam grande tempo livre para Rui, que fica com apenas um dia de folga sema-nal. Sorte é que para o proprietário deste novo espaço do território, a actividade é quase como uma distracção, durante a qual

tem oportunidade de estar com amigos e dar asas à criatividade.

“Isto não é propriamente trabalhar, mas sim uma fuga ao emprego que tenho. Digamos que é o meu momento ‘zen’ e a forma que arranjei para também estar com malta que não vejo durante a semana”, explicou ao HM.

AS AMÁLIAS LÁ DA TERRAOs portugueses têm, para Rui Carreiro, um defeito grave. “Temos uma falha enorme que é mania de reclamar muito, porque não se faz nada. Costumo dizer que somos um bocadinho ‘Amálias’ porque há muito choro, mas na hora h, quando é preciso arregaçar as mangas, ninguém faz nada”, atirou o cabeleireiro, em entrevista ao HM.

Para Rui Carreiro, o povo luso resi-dente no território é imigrante e anda por cá “para agradar, não para ser agradado”. No entanto, considera ser esta a postura de uma grande fatia dos portugueses de Macau que, no cabeleireiro, se queixam dos preços elevados ou de um resultado final que não era o esperado.

“Não giro no circuito da chamada ‘diás-pora portuguesa”, adiantou ao HM. Actual-

mente, Rui conta com a colaboração de uma assistente, estando já prevista a contratação de mais uma pessoa para ajudar na barbearia. O espaço é, contudo, a única coisa que partilha com o projecto ‘Futura Clássica’, tendo total controlo sobre o seu espaço.

MERCADO COM DEFICIÊNCIAS“Por um lado, ainda bem que há certas defi-ciências [em termos de pessoal] no mercado de trabalho e de prestação de serviços e só por isso é que nós [portugueses] estamos cá. Temos que ser realistas: estamos em condições de luxo e Macau é especial e é acolhedor”, explica Rui Carreiro.

Sobre a entrada no mercado e estabele-cimento da empresa, Rui Carreiro explica que os processos burocráticos são fáceis, mas é na parte de fazer obras de adaptação do espaço que as coisas ficam mais com-plicadas, embora tudo esteja já resolvido.

“Para o ano, lá para a Primavera/Verão, vão haver várias surpresas” e que não incluem cabelos nem produtos de estética.

Questionado sobre a natureza destes novos projectos, com data marcada para ar-rancar já para o ano, Rui Carreiro preferiu não levantar o véu. Pelo menos para já.

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“Com o desenvolvimento acelerado da economia e após o posicionamento de Macau como uma plataforma de serviçosde cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, há necessidade de formarmais intérpretes-tradutores para a Administraçãode Macau” • SAFP em resposta ao HM

“Nos últimos anos, o Governo já fez reformas nas leis eleitorais para a eleição do Chefe do Executivo e AL e penso que não há uma urgência para uma nova reforma. Devemos dar mais ênfase ao desenvolvimento diversificado da economia de Macau e a questões como a habitação e os transportes. Se a população está mais virada para estas questões, então o Governo deve investir maisna sua resolução”MA CHI SENG• Deputado nomeado, sobrea reforma política

“De acordo com as políticas do hospital, os médicos não aconselham tanto que as mulheres dêem à luz naturalmente, mas sim de cesariana porque quer que as mães fiquem confortáveis. O Hospital Kiang Wu tem também muitos apoios de fornecedores de leite em pó e, portanto, o leite para recém-nascidos é grátis”VIRGÍNIA TAM• Vice-presidente da Associaçãode Amamentação de Macau

hoje macau quarta-feira 26.11.2014

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L I G U E - S E • PA R T I L H E • V I C I E - S E

POR CARLOS MORAIS JOSÉ

www.hojemacau.

com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Cecília Lin; Filipa Araújo; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

DIÁRIO 19DE BORDO

A promiscuidade EP

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UM MANIFESTANTE é atingido por gás lacrimogénio durante protestos em Ferguson, no estado norte-americano do Missouri. Os manifestantes estão nas ruas contra a decisão do tribunal em não condenar Darren Wilson, um polícia que matou a tiro um adolescente negro, Michael Brown, em Agosto. O jovem estaria desarmado.

A PROPÓSITO da deten-ção de Sócrates, espantam--se as almas da promis-cuidade entre a política, a justiça e a comunicação social. A pergunta que me ocorre é: alguma vez foi doutra maneira? Junte-se--lhe a religião e teremos a história dos últimos milénios. Uma coisa é o discurso das instituições, outra é a sua prática e as condições polí-ticas que as criam e organi-zam. É certo que, no plano discursivo, as sociedades ocidentais deram passos gigantescos, na sequência da II Guerra Mundial, sobretudo nos anos 60, no sentido de uma maior equidade entre os homens. Contudo, no mundo real, a referida promiscuidade é total e à partida. A política tudo influencia e penetra, embora os seus fluxos surjam misturados noutros, consoante a forma da sociedade em questão. Dantes, grande parte das orquestrações políticas passavam pelo sangue (a aliança ou a guerra), porque esse era o valor máximo da sociedade, a sua ideologia. Hoje essa interpenetração ocorre, sobretudo, com fluxos económicos e finan-ceiros. Estes começaram por servir de sustentáculo à influência política, para de-pois passarem a dar ordens. Seja como for, a justiça e a comunicação social “dormem com a política na cama” porque essa é a sua condição, para não dizer o seu princípio, entendido como causa e origem. Pa-rafraseando o Zaratustra, o Estado vomita o seu fígado e chama-lhe jornais. Neste “Estado”, o filósofo alemão incluía certamente a justiça. E agora meteria lá as em-presas.

“O montante a ser investido é astronómicoe exige uma participação dos Governos das duas regiões

[Guangdong e Macau]”Chau Vai Man, coordenador substituto do GDI, sobre o reordenamento do Canal dos patos | P. 5

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cartoon por Stephff

hoje macau quarta-feira 26.11.2014

Vietname Milharesde tartarugas encontradas mortas As autoridades vietnamitas encontraram milhares de tartarugas marinhas mortas durante uma rusga a um armazém na cidade de Nha Trang, no sul do país, informou ontem a organização ambientalista “Freeland Foundation”. A polícia indicou que as tartarugas, que pertenciam a uma espécie ameaçada, eram processadas para posterior venda no mercado chinês e, segundo o grupo ecologista, foram capturadas ao longo de anos em águas do Mar do Sul da China. As autoridades do Vietname elogiaram a colaboração entre várias organizações governamentais e independentes para levar a cabo a operação contra o tráfico ilegal de animais, realizada dia 19.

Birmânia Exército liberta oitentacrianças-soldado

O Exército da Birmânia li-bertou 80 crianças-soldado

que recrutou ilegalmente, como parte de um acordo assinado em 2012 com a Unicef, para acabar com aquela prática e reintegrar os alistados, informa hoje a imprensa local.

“Um universo de 553 crian-ças-soldado foi desmobilizado das Forças Armadas, das quais 376 foram libertadas em 2014”, anunciou a Unicef num comuni-cado citado pelo site Irrawaddy.

A cerimónia militar de desmobilização teve lugar na segunda-feira e os jovens for-mados, todos menores de idade quando entraram no Exército, vão receber assistência da agên-cia da ONU para retomar as suas vidas e a educação.

Além de um acordo com o Governo, a Unicef anunciou a intenção de encetar o diálogo com as guerrilhas das minorias étnicas para erradicar o recru-tamento de menores de idade.

Segundo a ONU, várias contam com crianças nas suas fileiras.

Depois de quase meio século de ditadura militar, a Birmânia iniciou, em 2011, um processo de reformas políticas, econó-micas e sociais, reconheceram a oposição democrática, autori-zaram as reuniões públicas e os sindicatos, abriram fronteiras e encetaram negociações de paz com as minorias étnicas arma-das, entre outras medidas.

Xinhua Prisão de Sócrates “é vista como desastre político para o PS”

A agência oficial chinesa Xinhua noticiou ontem sem

comentários a decisão judicial de manter o ex-primeiro-mi-nistro português José Sócrates em prisão preventiva e assinala que o caso “é visto como um desastre político” para o Partido Socialista.

“Um juiz português decidiu na segunda-feira que o antigo primeiro-ministro José Sócrates continuará em prisão preven-tiva. O juiz Carlos Alexandre tomou a decisão depois de dois dias de interrogatório por alega-da corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal”, diz a Xinhua num despacho de 19 linhas, difundido cerca das 11:00, no serviço em inglês da agência.

Segundo relata a Xinhua, “a detenção de Sócrates é vista como um desastre político para o Partido Socialista, que está a lutar para regressar ao poder no próximo ano”.

No mesmo despacho, a agência chinesa refere que o antigo líder do PS “governou Portugal entre 2005 e 2011 e ajudou a negociar o resgate de 78.000 milhões de euros” acor-dado há três anos e meio com a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu.

José Sócrates visitou ofi-cialmente a China duas vezes em 2007, na qualidade de primeiro-ministro e de presi-dente do Conselho Europeu, e deslocou-se a Macau em 2010 para participar numa reunião do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial China--Países de Língua Portuguesa.

O S dirigentes chineses consideraram “irres-ponsáveis” as críticas

dos EUA ao seu projecto de cons-trução de uma ilha artificial, com capacidade de receber aviões, numa área disputada do Mar do Sul da China.

A declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China foi feita depois de um por-ta-voz militar norte-americano apelar a Pequim para que sus-penda o que descreveu como um vasto projecto de reivindicação do arquipélago das ilhas Spratly.

O conjunto de ilhas, que os chineses designam por Nansha, também é reclamado, no seu todo ou em parte, por Brunei, Malásia, Filipinas, Taiwan e Vietname.

“Forças externas não têm o direito de fazer comentários ir-responsáveis”, disse a porta-voz ministerial, Hua Chunying, du-rante um encontro com jornalistas quando inquirida sobre o assunto.

“As actividades de construção que a China está a fazer são para melhorar as condições de trabalho e vida do pessoal estacionado na ilha, para que possam desempe-nhar melhor as suas obrigações e responsabilidades internacionais de busca e salvamento”.

TODOS A RECLAMARUm relatório divulgado na se-mana passada pela IHS Jane’s Defence revelou novos detalhes

PEQUIM CRÍTICA DOS EUA À ACÇÃO NO MAR DO SUL É IRRESPONSÁVEL

As ilhas da discórdiaO Mar do Sul da China continua a ser palco de intensas disputas territoriais entre os vários vizinhos da região

“O governo chinês pode falar por si, mas apelamos à China, bem como a todos os reclamantes do Mar do Sul da China, para serem transparentes nas suas actividades nas áreas disputadas”JEFFREY RATHKEPorta-voz do Departamentode Estado dos EUA

de um projecto de reivindicação de área quem a China está a fazer no recife de Fiery Cross, designado pelos chineses como Yongshu.

Pequim reivindica pratica-mente todo o Mar do Sul da Chi-na, enquanto Brunei, Malásia, Filipinas, Taiwan e Vietname têm a suas próprias reivindicações, com alguns destes a também construírem estruturas nos reci-fes ou ocuparem ilhas.

Segundo aquele documen-to, a ilha artificial tem três mil metros de comprimento e entre 200 a 300 de largura, sendo um

dos vários projectos com que a China pretende afirmar os seus planos de reivindicação, mas aparentemente o primeiro que pode acomodar uma pista de aviação.

No documento, acrescentou--se ainda que foi construído um porto com aparente capacidade para navios de guerra e petro-leiros.

Dias depois de conhecida a informação da Jane’s, um porta-voz das forças armadas dos EUA, o tenente-coronel Jeffrey Pool, apelou à China e a outros governos para pararem este tipo de construção.

“A construção em larga escala (…) vai complicar ou agravar a situação”, disse segunda-feira um porta-voz do Departamento de Estado, a reiterar a posição norte-americana.

“O governo chinês pode falar por si, mas apelamos à China, bem como a todos os reclamantes do Mar do Sul da China, para serem transparentes nas suas ac-tividades nas áreas disputadas”, acrescentou Jeffrey Rathke, em declarações a jornalistas.

Um dirigente do Exército Popular de Libertação, o major-ge-neral Luo Yuan, conhecido pelas declarações pouco diplomáticas, defendeu o projecto, considerando--o “completamente legítimo e jus-tificável”, em entrevista ao jornal estatal Global Times.