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20 TN Petróleo Estudante ma das principais fontes de energia no planeta Terra nos tempos modernos, o petróleo tem seus primeiros registros históricos há 4000 anos a.C., quando apareceram as primeiras exsudações e afloramentos no Oriente Médio (onde estão algumas das maiores reservas do mundo). Há diversas teorias a respeito do surgimento do petróleo no mundo, porém a mais aceita é a de que ele surgiu do acúmulo de restos orgânicos de animais e plantas (plâncton marinho e lacustre; algas, diatomáceas, peixes, moluscos, plantas superiores, etc.) no fundo de lagos e mares, sofrendo transformações químicas ao longo de milhares de anos. O betume (também chamado de pez natural) foi o primeiro hidrocarboneto usado pelos povos da Mesopotâmia, do Egito, da Pérsia e da Judéia, na pavimentação de estradas, calafetação, aquecimento e iluminação de casas, bem como lubrificantes e até laxativo. Trata-se de uma mistura sólida, pastosa ou mesmo líquida de compostos químicos que aflora naturalmente, mas que pode ser obtida em um processo de refino. O uso bélico (óleo inflamado) começou na era cristã, pelos árabes, que o utilizavam ainda na iluminação. Há registros de que o petróleo de Baku, no Azerbaijão, já era produzido em escala comercial, dentro dos padrões da época, quando Marco Pólo viajou pelo norte da Pérsia, em 1271. A história do petróleo no mundo começa na Pensilvânia (EUA), em 1859, onde o primeiro poço de petróleo foi descoberto. Ele foi encontrado em uma região de pequena profundidade (21 m), ao contrário das escavações realizadas hoje, que chegam a milhares de metros. Em princípio era extraído apenas o querosene para iluminação, mas com o advento da indústria automobilística (Ford fabrica o primeiro modelo em 1896) e do avião, somado à sua utilização nas guerras, tornou-se o principal produto estratégico do mundo moderno. As maiores cem empresas do nosso século estão ligadas PETRÓLEO A palavra petróleo vem do latim petroleum, petrus, pedra e oleum, óleo, do grego pet???a???(petrelaion) óleo da pedra. U petróleo Foto: Keystone por Fernanda Romero

Historia Do Petroleo 05 Guia Do Estudante Petroleo

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  • 20 TN Petrleo Estudante

    ma das principais fontes de energia no planeta Terra nos temposmodernos, o petrleo tem seus primeiros registros histricos h4000 anos a.C., quando apareceram as primeiras exsudaes eafloramentos no Oriente Mdio (onde esto algumas das maioresreservas do mundo).

    H diversas teorias a respeito do surgimento do petrleo nomundo, porm a mais aceita a de que ele surgiu do acmulo derestos orgnicos de animais e plantas (plncton marinho e lacustre;algas, diatomceas, peixes, moluscos, plantas superiores, etc.) nofundo de lagos e mares, sofrendo transformaes qumicas ao longode milhares de anos.

    O betume (tambm chamado de pez natural) foi o primeirohidrocarboneto usado pelos povos da Mesopotmia, do Egito, daPrsia e da Judia, na pavimentao de estradas, calafetao,aquecimento e iluminao de casas, bem como lubrificantes e atlaxativo. Trata-se de uma mistura slida, pastosa ou mesmo lquidade compostos qumicos que aflora naturalmente, mas que pode serobtida em um processo de refino.

    O uso blico (leo inflamado) comeou na era crist, pelosrabes, que o utilizavam ainda na iluminao. H registros de queo petrleo de Baku, no Azerbaijo, j era produzido em escalacomercial, dentro dos padres da poca, quando Marco Plo viajoupelo norte da Prsia, em 1271.

    A histria do petrleo no mundo comea na Pensilvnia (EUA),em 1859, onde o primeiro poo de petrleo foi descoberto. Ele foiencontrado em uma regio de pequena profundidade (21 m), aocontrrio das escavaes realizadas hoje, que chegam a milharesde metros.

    Em princpio era extrado apenas o querosene para iluminao,mas com o advento da indstria automobilstica (Ford fabrica oprimeiro modelo em 1896) e do avio, somado sua utilizao nasguerras, tornou-se o principal produto estratgico do mundomoderno. As maiores cem empresas do nosso sculo esto ligadas

    PETRLEOA palavra petrleo vem do latimpetroleum, petrus, pedra e oleum, leo,do grego pet???a???(petrelaion)leo da pedra.

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    por Fernanda Romero

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    PETRLEO NO MUNDO PRODUO* CONSUMO*

    PAS/REGIO 2007 Variao 2006-2007 2007 Variao 2006-2007

    Amrica do Norte 13.665 - 0.5% 25.024 0.4%

    Amrica Sul/Central 6.633 - 3.6% 5.493 5.0%

    Europa e Eurosia 17.835 1.5% 20.100 -2.0%

    Oriente Mdio 25.176 -1.8% 6.203 4.4%

    frica 10.318 3.2% 2.955 4.6%

    sia/Pacfico 7.907 0.3% 25.444 2.3%

    TOTAL MUNDIAL 81.533 -0.2% 85.220 1.1%*Milhes de barris/dia Fonte: BP

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    ao automvel ou pelo petrleo.E os nomes de John Rockeffeler(que fundou a Standard Oil em1870), Paul Getty, LeopoldHammer, Alfred Nobel, NubarGulbenkian e Henry Fordtornaram-se mundialmenteconhecidos por estarem associa-dos ao petrleo ou ao autom-vel.

    A seguir, uma breve cronolo-gia do petrleo.1859 O coronel Drake perfura

    o primeiro poo de petrleona Pensilvnia, com 21 mde profundidade.

    1868 John Rock-feller cria a Stan-dard Oil. A empre-sa deu origem agigantes, comoExxon, Mobil e Chevron.

    1876 O estado da Califrniacomea a produzir petrleoe a Rssia passa a exportar.A cotao nesta poca estem torno de US$ 45,58.

    1904 criada a Anglo-Per-sian, que no futuro se

    transformaria na BritishPetroleum. Quatro anosdepois, a empresa descobrepetrleo no Ir.

    1922 A Shell descobre umpoo gigante de Maracai-bo, na Venezuela.

    1948 Descoberto poo gigantena Arbia Saudita. Comeaa recuperao aps aSegunda Guerra Mundial.As cotaes do petrleoesto em torno de U$ 15,59.

    1951 Acontece a primeiracrise do petrleo devido nacionalizao dos poosda British Petroleum no Irpelo ministro Mossadegh.

    1956 Deslancha-se a segundacrise do petrleo, com anacionalizao do Canal deSuez pelo ento presidentedo Egito, Gamal Nasser.Inglaterra e Frana inter-vm militarmente na regioe Israel avana sobre oMonte Sinai.

    1960 Fundao da Organiza-o dos Pases Exportado-res de Petrleo (Opep)pelos pases rabes, emBagd.

    1967 D-se a terceira crise dopetrleo, decorrente da

    Guerra dos Seis Dias, entreIsrael e pases rabesvizinhos.

    1969 descoberto petrleo noMar do Norte.

    1973 A quarta crise do petr-leo provoca o chamadoprimeiro grande choquecom a Guerra do YonKippur. O preo nominaldo barril saltou de U$ 2,90para U$ 12. No ano seguin-te, acontece o embargo aopetrleo rabe aos EUA eEuropa e as cotaeschegam a U$ 44,45 o barril.

    1979 Quinta crise do petrleo,que causou o segundogrande choque, provocadopela revoluo iraniana e aGuerra Ir-Iraque. Preosai de U$ 13 para U$ 34 obarril.

    1989 O petroleiro ExxonValdez derrama 40 mil mde leo no Alasca, um dosmaiores desastres ecolgi-cos do setor.

    1990 Iraque invade o Kuwaite gera a sexta crise dopetrleo.

    1998 A crise financeira dasia resulta em sriosproblemas econmicos.

    Coronel Drake (com barba) em frente ao seuprimeiro poo de petrleo, na Pensilvnia, EUA.

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    O preo do petrleo vaipara U$ 15,20 o barril.

    2005 Cotao chega a nveisrecordes e atinge U$ 70,85o barril, com a passagemdo furaco Katrina peloGolfo do Mxico, nos EUA,e pelo crescimento econ-mico da China.

    2006 A cotao do barril dopetrleo manteve-se acimade U$ 70 a partir de abril,atingindo o recorde deU$ 78, em maio, em funodo conflito entre Israel e oHezbollah, no sul doLbano. Outros fatores,como a crescente tensoentre Estados Unidos,Coria do Norte e Irtambm influenciam nopreo do leo no mundo.

    2007 O preo do barril dopetrleo atinge, em setem-bro, novo recorde, cotadoacima dos 90 dlares naBolsa de Nova York. A altado petrleo impulsiona-da por temores em relaoao fornecimento do produ-to, associados s tensesna fronteira da Turquiacom o Iraque e peladesvalorizao do dlarfrente ao euro. A cotaodo barril j vinha sendocrescente desde agosto,com a crise das hipotecasimobilirias de alto risconos Estados Unidos (osubprime).

    2008 Novo recorde: o preodo barril do petrleo cotado a US$ 140,00.

    Natureza e origemO petrleo uma

    substncia oleosa,inflamvel, menosdensa que a gua, comcheiro caracterstico ede cor variando entre o

    negro e o castanho escuro.Embora objeto de muitas dis-cusses no passado, hoje se temcomo certa a sua origem orgni-ca, sendo uma combinao demolculas de carbono e hidro-gnio.

    Admite-se que esta origemesteja ligada decomposiodos seres que compem oplncton organismos emsuspenso nas guas doces ousalgadas tais como protozorios,celenterados e outros causadapela pouca oxigenao e pelaao de bactrias.

    Estes seres decompostosforam, ao longo de milhes deanos, se acumulando no fundodos mares e dos lagos, e, porserem pressionados pelosmovimentos da crosta terrestre,transformaram-se na substnciaoleosa que o petrleo.

    Ao contrrio do que sepensa, o petrleo no permane-ce na rocha onde foi gerado arocha matriz mas desloca-seat encontrar um terreno apro-priado para se concentrar. Estesterrenos so denominadosbacias sedimentares, e estasso formadas por camadas oulenis porosos de areia, areni-tos ou calcrios. O petrleoaloja-se ali, ocupando os porosrochosos como forma de la-gos. Ele se acumula, formandojazidas. Ali so encontrados ogs natural, na parte mais alta,e petrleo e gua nas maisbaixas.

    A natureza complexa dopetrleo resultado de mais de1.200 combinaes diferentes de

    hidrocarbonetos. E ele podeocorrer nos estados: slido asfalto; lquido leo cru egasoso gs natural.

    O petrleo constitui aprincipal fonte de energia naatualidade. O fato de o petrleoser um recurso esgotvel, aliadoao seu elevado valor, fizeramcom que o combustvel setornasse um elemento causadorde grandes mudanas geopolti-cas e socioeconmicas em todoo mundo.

    Alm de servir como basepara a fabricao da gasolina,principal combustvel para osveculos automotores utiliza-dos no mundo, tambm resultaem vrios outros produtos,como nafta, querosene, lubrifi-cantes, etc.

    Por ser a principal fonteenergia do planeta, o petrleoj foi motivo de algumas guer-ras. Entre elas, tm destaque aPrimeira Guerra do Golfo, aGuerra Ir-Iraque, a luta pelaindependncia da Chechnia e,a mais recente, a invaso doIraque por tropas norte-ameri-canas, em 2003. Sem dvida, aexistncia de petrleo sinni-mo de riqueza e poder para umpas. O combustvel se tornouainda mais valorizado aps acriao, no Oriente Mdio, daOpep (Organizao dos PasesExportadores de Petrleo), quenasceu com o fim de controlarpreos e volumes de produo.

    Hoje, os dez maiores produ-tores de petrleo do mundo so:Arbia Saudita, Rssia, EstadosUnidos, Ir, China, Mxico,Canad, Emirados rabesUnidos, Venezuela e Noruega.

    Bacias sedimentaresAs rochas sedimentares so

    derivadas de restos e detritosde outras rochas preexistentes.

    Exxon Valdez

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    O intemperismo faz com que asrochas magmticas, metamrfi-cas ou sedimentares estejamconstantemente sendo altera-das. O material resultante transportado pela gua, pelovento ou pelo gelo e, por fim,depositado como um sedimento.Deve haver, ento, uma com-pactao ou cimentao domaterial para ele se transformarem rocha sedimentar.

    O Brasil possui 6.430.000km de bacias sedimentares,dos quais 4.880.000 km emterra e 1.550.000 km em plata-forma continental. No entanto,para a formao de petrleo necessrio que as bacias te-nham sido formadas em condi-es muito especficas. Emgeral, so reas em que suces-ses espessas de sedimentosmarinhos foram soterrados agrandes profundidades.

    Grande parte dos hidrocar-bonetos explorados no mundointeiro provm de rochassedimentares. Se se falar emidade, praticamente 60% pro-vm de sedimentos cenozicos,pouco mais de 25% de depsitosmesozicos e cerca de 15% desedimentos paleozicos. NoBrasil, a maior parte da produ-o est ligada a sedimentosmesozicos. Existem dois tiposde bacias petrolferas: onshore eoffshore.Onshore quando a bacia terrestre. So originadas deantigas bacias sedimentaresmarinhas.Offshore quando a bacia estna plataforma continental ou aolongo da margem continental.

    Quase todas as baciaspetrolferas brasileiras encontra-se offshore. A explorao depetrleo onshore reduzida no

    Brasil, devido ao baixo potencialde nossas bacias em terra nacomparao com as jazidasdescobertas em guas profundas.

    Condies para formaoInicialmente deve haver a

    matria orgnica adequada gerao do petrleo. Este materialorgnico deve ser preservado daao de bactrias aerbias.O material orgnico depositadono deve ser movimentado porlongos perodos. A matriaorgnica em decomposio porbactrias anaerbias deve sofrer aao de temperatura e pressopor perodos longos.

    O incio do processo deformao do petrleo estrelacionado com o incio dadecomposio dos primeirosvegetais que surgiram na Terra.Grande parte dos compostosidentificados no petrleo deorigem orgnica, mas at que amatria chegue ao estado deextrao so necessrias condi-es especiais e o ambientemarinho rene tais condies.

    No ambiente marinho est aplataforma continental, a regioque mais produz matriaorgnica. Os mares rasostambm podem receber grandeaporte de matria orgnica.Embora semelhante ao carvoquanto composio (hidrocar-boneto), o petrleo possui certascaractersticas especiais: por serfluido pode migrar para almde sua fonte geradora e acumu-lar-se em estruturas sedimenta-res. O petrleo em geral ocorreem rochas sedimentares deposi-tadas sob condies marinhas.

    Os egpcios utilizavam opetrleo como um dos elemen-tos para o embalsamamento deseus mortos, alm de emprega-rem o betume na unio dosgigantescos blocos de rochas

    Distribuio dos blocos de explorao de petrleo, de acordo com a Nona Rodada de Licitaes, ANP.

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    das pirmides. No continenteamericano, os incas e os astecasconheciam o petrleo e, aexemplo dos povos da Mesopo-tmia, o empregavam na pavi-mentao de estradas.

    O petrleo aproveitado pelascivilizaes antigas era aqueleque aflorava superfcie dosolo. Uma das peculiaridadesdo petrleo a migrao, ouseja, se ele no encontrarformaes rochosas que, porserem impermeveis, o pren-dam, sua movimentao nosubsolo ser constante, com aconseqente possibilidade deaparecer superfcie.

    A partir de 1920, os trans-portes terrestres, martimos eareos passaram a consumirquantidades cada vez maioresdo novo combustvel. J em1930, surgiu a indstria petro-qumica, tendo como base opetrleo na produo de nume-rosos equipamentos, objetos,produtos, etc.

    Nessa poca, o subprodutoindesejvel passou a ser oquerosene, ento pouco utiliza-do. Apenas com o advento dosavies a jato, em 1939, essecombustvel voltou a ser consu-mido em grande escala.

    Dessa forma, a indstria derefino teve grande impulso,garantindo o abastecimento demilhes de veculos e o funciona-mento dos parques industriais.A gasolina passou a ser oprincipal derivado do petrleo,enquanto ocorria uma amplia-o do sistema de estradas,exigindo mais asfalto. Em 1938,30% da energia consumida nomundo provinham do petrleo.

    Mas as duas crises sucessivasdo petrleo (1951 e 1956) levarama uma reconsiderao da polticainternacional em relao a esseproduto, e os pases dependentes

    do petrleo intensificaram a buscade fontes de energia alternativas.Microorganismos marinhos (cha-mados plnctons), na ausncia deoxignio, se transformaram, aolongo de milhes de anos, nosconstituintes do petrleo (hidrocar-bonetos, animais, tiolcoois, etc.).

    Comercialmente, existemdois tipos de petrleo: o leve(de onde tirada a gasolina) eo pesado (com maior proporode querosene e leos combust-veis). O petrleo leve tem maiorcotao no mercado mundial,por causa do elevado consumode gasolina.

    O petrleo possui umamistura de compostos orgnicos,na qual predominam os alcanos. a mais importante fonte deenergia (atravs da queima dosalcanos) e constitui a matria-prima da indstria petroqumica,responsvel pela manufatura demilhares de produtos de consu-mo dirio, tais como: plsticos,adubos, corantes, detergentes,lcool comum, acetona, gshidrognio, etc.

    As maiores reservas depetrleo (mais de 50%) mundiaisesto nos pases banhados peloGolfo Prsico. Os lenis petro-

    No alto, batimetria das Bacias de Santos, Campos e do Esprito Santo.Logo abaixo, exemplo de uma seo ssmica.

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    lferos ocorrem em cavidadesque podem atingir at 7.000 mde profundidade, no continenteou em plataformas submarinas.Juntamente com o petrleoencontra-se gua salgada e gsnatural (sob presso).

    Migrao e reservatriosChamamos de migrao o

    caminho que o petrleo faz doponto onde foi gerado at ondeser acumulado. Devido altapresso e temperatura, oshidrocarbonetos so expelidosdas rochas geradoras, e migrampara as rochas adjacentes.A partir da migrao queo petrleo ter chances de seacumular em um reservatrioe formar reservas de interesseeconmico.

    A migrao ocorre em doisestgios: Migrao primria: movi-mentao dos hidrocarbonetosdo interior das rochas fontes epara fora destas; Migrao secundria: emdireo e para o interior dasrochas-reservatrios.

    A prxima etapa a acumu-lao. Devido a falhas estrutu-rais no subsolo, ou ento devidoa variaes nas propriedadesfsicas das rochas, o processo demigrao interrompido e oshidrocarbonetos vo se acumu-lando nas rochas-reservatrios,as quais devem ser porosas epermeveis, pois o petrleopode ser encontrado nos espa-os existentes nestas rochas, eele s poder ser extrado se arocha for permevel. A rocha,ou conjunto de rochas, quedever ser capaz de aprisionaro petrleo aps sua formao,evitando que ele escape, so asarmadilhas.

    Derivados do petrleoTodos derivados de petrleo

    passam por processos bsicosde refino em destilao atmosf-rica e a vcuo, conhecida comodestilao fracionada e divi-dem-se em diversas categoriascomo: Lubrificantes que vm dabetuminosa: os leos minerais,graxos, sintticos. Combustveis base degasolina, leo diesel, leocombustvel, querosene deaviao, gases naturais. Insumos para petroqumica:nafta, gasleo. Outros: solventes, asfalto,coque, parafinas.

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    Os derivados mais conheci-dos so: gs liquefeito (GLP) ougs de cozinha, gasolinas,naftas, leo diesel, querosenesde aviao e de iluminao,leos combustveis, asfalto,lubrificantes, combustveismartimos, solventes, parafinase coque de petrleo.

    Armadilhas do petrleoTambm conhecidas por

    trapas, so estruturas geolgi-cas que permitem a acumulaode leo ou gs. So as rochasou conjunto de rochas quedevero ser capazes de aprisio-nar o petrleo aps sua forma-o, evitando que ele escape.

    A armadilha ideal deveapresentar:1. Rochas-reservatrio adequa-das, ou seja, porosidade entre15% e 30%; 2. Condies favor-veis para a migrao do petrleodas rochas-fonte para as rochas-reservatrio (permeabilidadedas rochas); 3. Um selanteadequado para evitar a fuga dopetrleo para a superfcie.

    RefinoApesar de a separao da

    gua, leo, gs e slidos produ-zidos ocorrer em estaes ou naprpria unidade de produo, necessrio o processamento erefino da mistura de hidrocarbo-netos provenientes da rocha-reservatrio, para a obtenodos componentes que seroutilizados nas mais diversasaplicaes (combustveis,lubrificantes, plsticos, fertili-zantes, medicamentos, tintas,tecidos, etc.).

    As tcnicas mais utilizadasde refino so:1. destilao,2. craqueamento trmico,3. alquilao4. craqueamento cataltico.

    ExploraoO ponto de partida na busca

    do petrleo a explorao,atividade em que se realizamos estudos preliminares para alocalizao de uma jazida. Paraidentificar a localizao dopetrleo e decidir qual a melhorforma de extra-lo de poos emterra ou no mar, o homem usaconhecimentos de Geologia eGeofsica.

    A reconstruo da histriageolgica de uma rea, pormeio da observao de rochase formaes rochosas, determi-na a probabilidade da ocorrn-cia de rochas-reservatrios.

    A utilizao de mediesgravimtricas, magnticas essmicas permite o mapeamentodas estruturas rochosas ecomposies do subsolo.A definio do local com maiorprobabilidade de um acmulode leo e gs tem por base asinergia entre a Geologia, aGeofsica e a Geoqumica,destacando-se a rea de Geoen-genharia de Reservatrios.

    TransportePelo fato de os campos

    petrolferos no serem localiza-dos, necessariamente, prximosdos terminais e refinarias deleo e gs, necessrio otransporte da produo porembarcaes, caminhes,vages ou tubulaes (oleodu-tos e gasodutos).

    DistribuioOs produtos finais das

    estaes e refinarias (gsnatural, gs residual, GLP,gasolina, nafta, querosene,lubrificantes, resduos pesadose outros destilados) so comer-cializados com as distribuido-ras, que se incumbem deoferec-los, na sua formaoriginal ou aditivada, ao consu-midor final.

    Unidades de produo(plataformas)Fixa plataforma com estruturade sustentao fixa sobre o solomarinho, cujas pernas soestaqueadas no fundo do mar.

    Plataforma fixa alto-elevatria

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    Esta estrutura pode ser metli-ca, chamada jaqueta metlica,ou de concreto. A profundidadeno local de posicionamento daplataforma no supera os 100 a120 m. O Brasil possui diversasplataformas fixas, com jaquetametlica, como em Enchova eGaroupa.

    Fixa alto-elevatria (jack-uprig) plataforma com estruturade sustentao que se apiasobre o fundo marinho, mas quepossui altura varivel. Temlimite de profundidade ditadopelo comprimento das pernasde sustentao. A plataformaflutua at seu local de posicio-namento, quando as pernas desustentao descem at o fundodo mar, posicionando a estrutu-ra. Este tipo de plataforma podeexecutar operao de produoe perfurao, ou ambos.

    FPSO (floating, production,storage and offloading) plataforma flutuante em umcasco modificado de um navio,em geral um petroleiro. Repre-senta uma unidade de produode petrleo flutuante, comunidade de armazenamento,unidade de processamento esistema de transbordo (transfe-

    rncia) do petrleo produzido.Tambm podem ser construdosnavios especificamente paraeste objetivo. Nas bacias sedi-mentares brasileiras h muitosexemplos de FPSOs operando,tais como as P-34, P-43, P-48,P-50 e P-53.

    FSO (floating, storage andoffloading) plataforma flutuan-te cuja nica diferena quandocomparada FPSO no produ-zir hidrocarbonetos, somente osarmazena e promove seu trans-bordo (transferncia para naviosaliviadores ou dutos).

    FPDSO (floating, production,drilling, storage and offloa-ding) plataforma flutuantede produo de petrleo e gs,perfurao, armazenagem etransbordo da produo. Estadescrio aplica-se tambm aoFPSO, exceto quanto perfura-o (drilling).

    FPS (floating productionsystem) sistema de produoflutuante, cuja denominaopode se aplicar a uma platafor-ma semi-submersvel.

    Semi-submersvel plataformana qual a superestrutura estapoiada sobre conjunto deflutuadores que ficam poucoabaixo do nvel do mar. Pode-mos exemplificar com as plata-formas P-20, P-25, P-26, P-51 eP-52. Pode realizar operaesde produo de hidrocar-bonetos, processamento eoffloading (transferncia doleo), mas no de armazena-gem. No possui limites deprofundidade at o fundo domar, pois flutua na superfcie.

    Sonda de perfurao (semisub-mersible drilling, drillship) plataforma ou navio usado pararealizar perfuraes no solomarinho (offshore), objetivandoverificar a existncia de hidro-carbonetos, delimitar campo,etc. Possui uma torre de perfu-rao, na qual os componentesso montados para a realizaoda operao.

    Spar plataforma flutuanteapoiada sobre um ou maiscilindros metlicos. Uma estru-tura metlica poder comple-mentar este cilindro. Possuisistemas de produo, processa-mento e transbordo. Poderpossuir risers rgidos.

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    O ciclo do petrleo

    Em 1938, foi perfurado oprimeiro poo de petrleoem territrio nacional. Foino municpio de Lobato, nabacia do Recncavo Baiano.Com a criao do Conselho deNacional de Petrleo (CNP), ogoverno passou a planejar,organizar e fiscalizar o setorpetrolfero.

    Em 1953, Getlio Vargascriou a Petrobras e instituiu omonoplio estatal na extrao,transporte e refino de petrleono Brasil; monoplio exercidoat 1995. Com a crise do petr-leo, em 1973, houve a necessi-dade de se aumentar a produ-o interna para diminuir aimportao de petrleo, mas aPetrobras no tinha capacidadede investimento.

    O governo brasileiro, diantedessa realidade, autorizou aextrao por parte de gruposprivados, atravs da lei doscontratos de risco. Se umaempresa encontrasse petrleo,os investimentos feitos seriamreembolsados e ela se tornariascia da Petrobras naquela rea.Caso a procura resultasse emnada, a empresa arcaria sozi-nha com os prejuzos da pros-peco.

    Foram feitos dez contratoscom empresas nacionais e

    estrangeiras, mas nenhumaachou petrleo. Desde 1988,com a promulgao da Consti-tuio Federal, esses contratosesto proibidos, o que significaa volta do monoplio de extra-o da Petrobras.

    Em 1995, foi quebrado omonoplio da Petrobras naextrao, transporte, refino eimportao de petrleo e seus

    derivados. Desde ento, oEstado pode contratar empresasprivadas ou estatais que queriam atuar no setor.

    Possuindo 13 refinarias, 11delas pertencentes Unio, oBrasil ainda precisa importarleo refinado. O petrleosempre refinado junto aoscentros, ou seja, prximo aosgrandes centros consumidores,isso ajuda a diminuir os gastoscom transportes.

    Em 1973, o Brasil produziaapenas 14% do petrleo queconsumia, o que nos colocavanuma posio bastante frgil etornava a nossa economia suscet-vel s oscilaes externas no preodo barril. J em 1999, o pasproduzia cerca de 62% das neces-sidades nacionais de consumo.

    Essa diminuio da depen-dncia externa relaciona-se descoberta de uma importantebacia petrolfera em alto-mar, naplataforma continental deCampos, litoral Norte do estadodo Rio de Janeiro. Hoje essabacia ainda responsvel pormais de 65% da produonacional de petrleo.

    Ainda na plataforma conti-nental, destacam-se os estadosde Alagoas, Sergipe e Bahia,que juntos so responsveis porcerca de 14% da produo do

    no Brasil

    P-2, o primeiro navio-sonda a operarna Bacia de Campos

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  • 30 TN Petrleo Estudante

    petrleo bruto. No continente, area mais importante Mosso-r, seguida do RecncavoBaiano.

    Mais da metade do petrleoconsumido no Brasil gasto nosetor de transporte, cujo modelode desenvolvimento o rodo-viarismo. Essa opo a quemais consome energia no

    transporte de mercadorias epessoas. Por isso h a necessi-dade de o pas investir emtransportes ferrovirios ehidrovirios, para diminuircustos e o consumo de umafonte no renovvel de energia.

    A sociedade atual ou socie-dade da informao extrema-mente dependente do petrleo

    para o seu desenvolvimento.Como se trata de um combust-vel fssil e, portanto, de umafonte de energia no renov-vel, suas reservas esto seesgotando pouco a pouco.Apesar dos srios impactoscausados ao meio ambiente,sua alta viabilidade econmicafaz com que ele continue sendoexplorado.

    Aps a quebra do monoplioda Petrobras, surgiram diversosnovos players na explorao.Criou-se, ento, em 1998,Agncia Nacional do Petrleo(ANP), rgo subordinado aoMinistrio de Minas e Energia,encarregado da regulamentaodas atividades de explorao,refino, armazenagem, transpor-te e consumo de petrleo.

    Em suma, a histria do petr-leo no Brasil pode ser dividida emquatro fases distintas:1. At 1938, com as exploraessob o regime da livre iniciativa.Neste perodo, a primeirasondagem profunda foi realiza-da entre 1892 e 1896, no muni-cpio de Bofete, estado de SoPaulo, por Eugnio FerreiraCamargo.2. Nacionalizao das riquezasdo nosso subsolo, pelo governofederal e a criao do ConselhoNacional do Petrleo, em 1938.3. Estabelecimento do monop-lio estatal, durante o governode Getlio Vargas que, a 3 deoutubro de 1953, promulgou aLei 2004, criando a Petrobras.Foi uma fase marcante nahistria do nosso petrleo, pelofato de a Petrobras ter nascidodo debate democrtico, aten-dendo aos anseios do povobrasileiro e defendida pordiversos partidos polticos.4. Flexibilizao do monoplio,conforme a Lei 9.478, de 6 deagosto de 1997.

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    Auto-suficinciaA decreto de nacionalizao

    de Evo Morales, presidente daBolvia acabou ofuscando ascomemoraes do governobrasileiro pela auto-suficinciaem petrleo no Brasil, anuncia-da 10 dias antes, em 21 de abrilde 2006, durante o incio dasoperaes da plataforma P-50,na Bacia de Campos, quecontou com a presena dopresidente Luiz Incio Lula daSilva. A estrutura a maior emoperao no Brasil, acrescen-tando produo nacional 180mil barris de petrleo diaria-mente.

    Unidade flutuante do tipoFSPO (produz, processa,armazena e escoa o leo e ogs), a P-50 responde sozinhapor 11% de todo o leo extradono pas. Alm de produzirpetrleo, a plataforma temcapacidade de comprimir seismilhes de metros cbicos degs natural e de estocar outros1,6 milho de barris de petr-leo. Problemas na plataforma,porm, atrasaram em doismeses a to sonhada auto-suficincia sustentada. A estatal

    fechou o ano com produo dequase 2 milhes de barris pordia 200 milhes a mais que oconsumo mdio do pas, de 1,8milho de barris por dia.

    De acordo com o conceitoadotado pela Petrobras, a auto-suficincia conquistada apartir do momento em que hdisponibilidade de petrleoproduzido nos campos nacio-nais em volume igual ou supe-rior ao consumo e capacidadede refino do pas para atender demanda do mercado brasileiro.

    Pr-Sal Uma longa histriaTupi. Este o nome informal

    do campo de petrleo quecolocou os holofotes da inds-tria internacional de petrleosobre o Brasil. Na seqnciavieram Jpiter e os demaiscampos do chamado pr-sal:Parati, Carioca, Bem-te-vi eCaramba, entre outros, porenquanto.

    O pr-sal, uma rea que seestende por 800 km, do EspritoSanto a Santa Catarina, e podeconter bilhes de barris de leoequivalente (boe). Somente nocampo de Tupi, na bacia de

    Santos, a reserva estimada pelaestatal de entre 5 e 8 bilhesde boe.

    O Brasil tomou conhecimen-to da chamada camada do pr-sal em novembro de 2007,quando a Petrobras veio apblico informar sobre a desco-berta do megacampo de Tupi,na Bacia de Campos. Mas opotencial desta nova fronteiraexploratria j tinha sido objetode reportagem na revista TNPetrleo, que em 2002 entrevis-tou o gelogo e especialista emssmica Mrcio Rocha Mello,dono da HRT, empresa quedesde aquela poca vem apro-fundando os conhecimentossobre o assunto atravs depesquisas baseadas na ltimapalavra em tecnologia dassmica com imagens em 3D(modelagem composicional 3Dde sistemas de petrleo).

    Na entrevista de 2002,Rocha Mello abordou as pes-quisas feitas no pr-sal, eadiantou, com base nos estudosrealizados pela HRT, o que viriaa ser confirmado cinco anosdepois, com o anncio dadescoberta do Campo de Tupi.

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  • 32 TN Petrleo Estudante

    Todo o futuro de explorao depetrleo no Brasil foi anunciadonaquela reportagem da TNPetrleo, assegura ele.

    Sobre o campoRocha Mello explica que a

    funo do sal segurar opetrleo. Segundo ele, trata-sede uma camada impermevel,que funciona como se fosse umatampa. E quando no estfraturada, segura todo o leodebaixo dela. Por coincidncia,explica, a rocha que gera todo opetrleo das bacias de Santos,Campos e Esprito Santo estdebaixo do sal.

    Dessa forma, todo o petr-leo que descobrimos antes dopr-sal escapou por falhas oufraturas dessa camada, e sedepositou nos reservatrios dops-sal, como acontece na Baciade Campos. Nas reas em queo sal est intacto, todo o leoest guardado. H alguns anos

    Iara

    as pessoas diziam que o princi-pal problema eram as condiesfsicas desses reservatriosultraprofundos. Que seriapreciso atravessar uma camadamuito espessa de sal e que atemperatura seria muito alta,talvez at superior a quepossibilitasse a preservao dehidrocarbonetos, explica.

    O gelogo diz que, naopinio dessas pessoas, o queestivesse l embaixo estariadestrudo. Outras diziam queno pr-sal havia a rocha quegerou o leo, mas no tinha arocha-reservatrio. Mas depoisda primeira perfurao, a duraspenas, descobriu-se que setratava de um paradigmainfundado, porque o sal no s selante, mas tambm tem umacondutividade muito grande decalor, permitindo que l embai-xo fique mais frio. E por serflexvel, age como se fosse umcolcho, e no permite que a

    presso seja transmitida para asoutras camadas.

    Essa formao tem quase2.000 km, e se estende desde oEsprito Santo a Santa Catarina.Isso quer dizer que existe umarea de 2.000 km onde asmesmas condies geolgicasde Tupi podem se repetir vriasvezes, e que podemos descobrirmais dois, trs, quatro, seis oumais campos como o de Tupisem nenhum problema, asse-gura Rocha Mello.

    petrleo

  • TN Petrleo Estudante 33

    2003/2007 Explorao -Levantamentos ssmicos,interpretao dos dadosgeolgicos e perfurao depoos exploratrios. Nessaetapa foi feita a estimativa daquantidade de petrleo quepode ser extrada em Tupi: 8bilhes de barris

    Maro de 2009 Teste de longadurao - Um dos itens dafase de avaliao da descober-ta, em que se analisam ascaractersticas do reservatrio.Est prevista uma produode 30.000 barris por diadurante o teste. Ao final, serfeita a Declarao de Comerci-alidade, atestado de viabilida-de econmica a ser entregue ANP.

    DADOS GERAISBM-S-11 (rea do Tupi): Reservatrios: carbonticos de

    origem microbial VREC: 5 a 8 bilhes barris de

    leo equivalente (boe) Profundidades dos reservat-

    rios: 5.000 a 6.000 m Temperatura do leo no reserva-

    trio: 64 C Camadas de sal com at 2 mil

    metros de espessura Qualidade do leo: 28o API Razo Gs-leo: 220 m/m Viscosidade: 1,14 cP Teor de CO2 no gs: 8 a 12% Baixo potencial para asfaltenos

    2010 Plano de desenvolvimento-Dimensionamento da infra-estrutura e da logstica deproduo do petrleo e do gsencontrados, com a instalaodas primeiras plataformas, navios-tanque, dutos e terminais.

    Dezembro de 2010 Projeto-piloto- Verificao da viabilida-de da produo em largaescala. A previso produzir100 mil barris por dia nessaetapa.

    2012 Produo- Escoamento doproduto, desde o poo at oterminal, para a comercializaodo petrleo e do gs - com asrefinarias ou o comrciointernacional. Estima-se queTupi chegue a produzir 500 milbarris por dia.

    Um longo caminho

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  • 34 TN Petrleo Estudante

    A AGNCIA NACIONAL DOPETRLEO, GS NATURAL EBIOCOMBUSTVEIS (ANP), implan-tada h dez anos pelo Decreto2.455, de 14 de janeiro de 1998, o rgo regulador das atividadesque integram a indstria dopetrleo e gs natural, e a dosbiocombustveis no Brasil.

    Autarquia federal, vinculada aoMinistrio das Minas e Energia, aANP responsvel pela execuoda poltica nacional para o setorenergtico do petrleo, gsnatural e biocombustveis, deacordo com a Lei do Petrleo (Lei9.478/1997).

    A ANP regula, ou seja, estabe-lece regras por meio de portarias,instrues normativas e resolu-es; contrata promove licita-es e celebrar contratos emnome da Unio com os concessio-nrios em atividades de explora-o, desenvolvimento e produode petrleo e gs natural; fiscaliza as atividades das indstriasreguladas, diretamente ou median-te convnios com outros rgospblicos.

    Entre outras atribuies, aANP: promove estudos geolgicose geofsicos para identificao depotencial petrolfero, regula aexecuo desses trabalhos,organiza e mantm o acervo deinformaes e dados tcnicos;realiza licitaes de reas paraexplorao, desenvolvimento eproduo de leo e gs, contrataos concessionrios e fiscaliza ocumprimento dos contratos;calcula o valor dos royalties eparticipaes especiais (parcela dareceita dos campos de grandeproduo ou rentabilidade) a

    serem pagos a municpios, aestados e Unio; autoriza efiscaliza as atividades de refino,processamento, transporte,importao e exportao depetrleo e gs natural; autoriza efiscaliza as atividades de produo,estocagem, importao e exporta-o do biodiesel.

    Tambm autoriza e fiscaliza asoperaes das empresas quedistribuem e revendem derivadosde petrleo, lcool e biodiesel;estabelece as especificaestcnicas (caractersticas fsico-qumicas) dos derivados de petr-leo, gs natural e dos biocombust-veis e realiza permanente monito-ramento da qualidade dessesprodutos nos pontos-de-venda;acompanha a evoluo dos preosdos combustveis e comunica aosrgos de defesa da concorrnciaos indcios de infraes contra aordem econmica.

    No exerccio de suas funes,a ANP atua como promotora dodesenvolvimento dos setoresregulados. Colabora, assim, para aatrao de investimentos, aperfei-oamento tecnolgico e capacita-o dos recursos humanos daindstria, gerando crescimentoeconmico, empregos e renda.

    A ANP firmou-se tambmcomo um centro de refernciaem dados e conhecimento sobre a

    indstria do petrleo e gs natural:mantm o Banco de Dados deExplorao e Produo (BDEP),realiza pesquisas peridicas sobrequalidade dos combustveis esobre preos na comercializaodesses produtos, e promoveestudos sobre o desenvolvimentodo setor.

    E atua nos segmentos deexplorao e produo (upstream).Nesse segmento, a ANP adminis-tra e fornece dados tcnicossobre bacias sedimentares;promove estudos para delimitarreas para explorao, desenvolvi-mento e produo de petrleo egs natural; realiza as licitaespara a concesso daquelas reas;e fiscaliza o cumprimento doscontratos de concesso, queestabelecem duas fases:1. Explorao: em um perodo dedois a oito anos, as empresasvencedoras das licitaes adqui-rem estudos, buscam petrleo egs e avaliam se suas eventuaisdescobertas so comercialmenteviveis; 2. Produo: se o con-cessionrio considerar comercialuma descoberta, submeter ANP um plano de desenvolvimen-to, com sua viso das potenciali-dades do campo, sua proposta detrabalho e previso de investi-mentos para, em seguida, iniciar aproduo propriamente dita.

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