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Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira Escola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma 61ª aula: Preconceitos - Definição Textos complementares GEAEL Aula 61 — Entre muitas, a lição que fica: Da mesma forma que os nossos “rótulos” não são definitivos, não podemos incorrer no erro de rotularmos as outras pessoas, pois de for- ma nenhuma temos condições de avaliarmos, ou julgarmos, o mais íntimo de sua personalidade. Afinal, cada um reage e vive, segundo a sua percepção de realidade. E essa percepção hoje pode não ser a mesma de ontem. Iniciação Espírita — Editora aliança (continuação do número anterior) Assim, o novo psicossoma possui suficiente energia para a construção de um novo vestuário, que à maneira de um ímã vai aglutinando as unidades físicas; entretanto, ficou, em determina- dos núcleos em potenciação, a dinâmica do antigo psicossoma na intimidade do EU. Isso dá possibilidade aos espíritos mais categorizados de poderem apresentar-se com capa psicossomica variável de uma de suas etapas paligenéticas (reencarnação). O crescimento do produto de fecundação — o embrião — acompanhará a expansão e crescimento do psicossoma que traz sempre, em suas expansões terminais (germes cromosso- miais), as sugestões originadas na zona dos núcleos em poten- ciação. A medida que o psicossoma se expande, também vai se fixando melhor em numerosos pontos do organismo físico que lhe obedece às diretrizes. No processo da reencarnação quando o espírito inicia a sintonização com a matéria, vai, também, preparando seu campo de recepção; haveria o que poderiamos chamar inter- penetração de dimensões, com enxertia mental para o lado da organização feminina. A matéria pela sua própria emissão energética se lança para a dimensão-tempo (quarta dimen- são) e o espírito sintoniza da sua dimensão-consciência (quin- ta dimensão) a 4ª dimensão, em busca de um novo terreno para recompletar as suas necessidades reconstrutivas. Desse modo, a mulher grávida acolhe a atmosfera espiritual da In- dividualidade reencarnante, suportando as distonias quando se trata de um espírito em débito de consciência, ou absorven-

Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de LimeiraO crescimento do produto de fecundação — o embrião — acompanhará a expansão e crescimento do psicossoma que traz sempre,

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Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de LimeiraEscola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma

61ª aula: Preconceitos - DefiniçãoTextos complementares

GEAEL

Aula 61 — Entre muitas, a lição que fica:Da mesma forma que os nossos “rótulos” não são definitivos, não podemos incorrer no erro de rotularmos as outras pessoas, pois de for-ma nenhuma temos condições de avaliarmos, ou julgarmos, o mais íntimo de sua personalidade. Afinal, cada um reage e vive, segundo a sua percepção de realidade. E essa percepção hoje pode não ser a mesma de ontem.

Iniciação Espírita — Editora aliança

(continuação do número anterior)

Assim, o novo psicossoma possui suficiente energia para a construção de um novo vestuário, que à maneira de um ímã vai aglutinando as unidades físicas; entretanto, ficou, em determina-dos núcleos em potenciação, a dinâmica do antigo psicossoma na intimidade do EU. Isso dá possibilidade aos espíritos mais categorizados de poderem apresentar-se com capa psicossomica variável de uma de suas etapas paligenéticas (reencarnação).

O crescimento do produto de fecundação — o embrião — acompanhará a expansão e crescimento do psicossoma que traz sempre, em suas expansões terminais (germes cromosso-miais), as sugestões originadas na zona dos núcleos em poten-ciação. A medida que o psicossoma se expande, também vai

se fixando melhor em numerosos pontos do organismo físico que lhe obedece às diretrizes.

No processo da reencarnação quando o espírito inicia a sintonização com a matéria, vai, também, preparando seu campo de recepção; haveria o que poderiamos chamar inter-penetração de dimensões, com enxertia mental para o lado da organização feminina. A matéria pela sua própria emissão energética se lança para a dimensão-tempo (quarta dimen-são) e o espírito sintoniza da sua dimensão-consciência (quin-ta dimensão) a 4ª dimensão, em busca de um novo terreno para recompletar as suas necessidades reconstrutivas. Desse modo, a mulher grávida acolhe a atmosfera espiritual da In-dividualidade reencarnante, suportando as distonias quando se trata de um espírito em débito de consciência, ou absorven-

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do as alegrias e sublimando emoções quando o filho é possuidor de belas qualidades morais e larga evolução. Assim, o campo mental feminino es-tará invadido, como que hipnotizado, por certo tempo e traduzindo, nessas circunstancias, de um lado as antipa-tias súbitas, as extravagâncias, as ines-peradas fantasias, o decréscimo de vi-vacidade mental, até mesno as psicoses temporárias, e do outro lado, indizível felicidade e sensação de uns profundo e intenso bens estar.

As energias dos núcleos em poten-ciação, como vimos acima, variam de acordo com a evolução espiritual. Des-se modo, terá que haver, num processo tão complexo como é o da palingênese, algumas variações e dissonâncias do mecanismo geral. Todas as entidades que se encontram avançadas na evo-lução com unidades energéticas mais leves, terão possibilidades acentuadas de emissão, penetração e controle das energias que as cercam, do ambiente em que militam. Não acontecendo o mesmo aos espíritos involuídos, com suas irradiações densas, geralmente dc caráter destrutivo e ainda nas esferas animais, jamais con-seguindo influenciar os ciclos superiores: muito ao contrário, são influenciados por estes, mesmo contra a vontade (liber-dade limitada). O que não seria se um ente atrasado, sem compreensão da harmonia cósmica, pudesse intervir indis-criminadamente nos fenômenos universais? A Lei é de uma indefinível precisão do particular ao coletivo, espraiando-se por todo o infinito.

Os espíritos pouco evoluídos que chegaram à condição reencarnatória, pela neutralização energética dos núcleos em potenciação, começam a apresentar uma diminuição nos seus movimentos e atividades. A volição, variando com a evolução da entidade espiritual, dum modo geral, nos espíritos inferio-res, é naturalmente reduzida. Durante o período reencarna-tório a volição praticamente desaparece, entrando o espírito, aos poucos, numa fase de torpor que coincide com a redução do psicossoma, chegando ao termo máximo de obnubilação de “consciência” quando a reencarnação está encaminhada e práticamente definida: quanto maior for o tempo do processo reencarnatório mais prolongado deverá ser o estado de torpor com obnubilação do “estado consciente”.

A diminuição das atividades espirituais, ausência com-pleta de volição, presença do estado de torpor e falta de har-monia com o psicossoma materno ao nível do disco genésico, traduzirão desencadeamento de processo reencarnatório.

Com o mecanismo de atração recípocra. — dum lado o espírito positivo, penetrante, do outro lado a matéria negati-va, receptora, — a vida se equilibra e caminha na rota que a evolução traçou. Naturalmente que o elemento positivo, em-bora influenciado pelo negativo, não deixa de ser o elemento

diretor. O princípio espiritual domina integralmente toda a cadeia de reações que se desenvolvem por ocasião do fenôme-no palingenético.

Quando as afinidades entre matéria e espírito se definem, e os laços vibratórios se acham intimamente ligados, de modo a não mais se desfazerem, o psicossonsa completa a sua redu-ção com perda de “consciência” do todo espiritual. A redução espiritual é um fenômeno de concentração exclusivamente, não havendo gastos num perdas. As vibrações da zona perifé-rica do espírito (capas vibratórias, como já referimos), serão absorvidas pelos seus respectivos núcleos em potenciação, que passam a reter, em potencialidade, todas possibilidades energéticas do psicossoma em dissolução.

Fica, assim, o conjunto espiritual reduzido ao tamanho do útero em início de gravidez e representado pelas primeiras expansões de inconsciente atual, donde se iniciará a constru-ção do novo psicossoma, que nessitará de tempo igual àquele gasto para conclusão do organismo físico. É preciso esclarecer que a contração energética espiritual representa renovação e, como tal, as novas potencialidade psicossómicas são bem maiores que as anteriores, explicando, dest’arte, o impulso no mecanismo evolutivo. A palingênese. como todo fenômeno renovador, sempre se dará em posições mais avançadas que o ciclo precedente; no caso em apreço, o espírito sempre gran-geia novas potencialidades e experiências do estágio anterior.

Nesta situação o produto da fecundação — o ovo — perfeitamente nidado na mucosa uterina, terá a complexa fenomenologia ortogenética ligada diretamente ao Espírito, Princípio Vital, que sulcará na matéria todas as possibilida-des filogenéticas de que é portador, possibilidades adquiridas pelas experiências sem conta através dos evos, e fixadas nes-sas úteis e necessária, repetições.

Durante a morfogênse do embrião, as emanações es-pirituais que dirigem este processo podem sofrer pequenas

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oscilações da própria dimensão em que mi-litam, para melhor ou pior, como se foram, no caso da matéria, as oscilações químicas de-pendentes do meio. Dai a importância do com-portamento psíquico de quem alberga o ser reencarnante, mormen-te por todo o tempo da embriogênese, manten-do harmonia de pensa-mentos, explorando vir-tudes, acalentando po-sições morais construti-vas, que fatalmente irão influenciar, positiva-mente, esse importante mecanismo biológico. A própria herança física, a vida humana resultan-te dos genes paterno e materno, não constitui por si só a expressão de conflitos biológicos, como asseveram alguns fisiologistas: porém o resultado da cooperação da mente materna, ao lado do espírito reencar-nante, provoca, dentro de precisas leis, a movimentação das necessárias forças orgânicas.

No ingresso reencarnatório, após a perda total de “cons-ciência”, o espírito recorda automaticamente as experiências por que passou nos caminhos da evolução; essas experiências são perfeitamente gravadas no ovo, nos primeiros dias de vida intrauterina, com o aparecimento das nuanças da evolução filogenética. O organismo mais aperfeiçoado teve na ameba seu inicio; nas fases embriológicas sucessivas não difere da formação do réptil e da ave; entretanto, a responsabilidade pela diferenciação morfológica está no valor energético do es-pírito - a ontogênese repete a filogênese.

Fato semelhante observa-se no momento da morte física, onde o processo de cadaverização determina verdadeira histo-gênese espiritual, gravando nas recentes unidades energéticas organizadas do psicossoma as lembranças dos acontecimentos de toda vida, memorizadas em tempo relativamente curto. Fa-tos de tal quilate tem sido comprovados pelo relato de pessoas que sofreram desastres sem consequencias graves, nos suicídios em acidentes frustrados, onde se dá verdadeira síntese mental das experiencias, em espaço de tempo muito reduzido.

Assim, os ciclos de evolução, nascimento e morte na ma-téria, deixam transparecer a diretrizes de um processo bioló-gico, onde as unidades celulares físicas ou psicossomicas, res-pectivamente reencarnação e desencarnação, são lapidadas, magnéticamente pelo expressivo mecanismo renovador. Des-se modo, pode explicar-se a ausência de um ciclo fechado ou

vicioso na evolução; e sim a existência de uma espiral sempre aberta em busca das infinitas dimensões...

Nos espíritos que vivem ainda nas raias da animalidade, o pro-cesso reencarnatório apresentaria o deta-lhe de que a redução do conjunto espiritual atinge ao seu máximo, não se limitando, em espaço, ao tamanho do útero, e sim, às dimen-sões microscópicas para acasalamento no núcleo da célula-ovo, a fim de lá marcarem, no terreno físico, e condições que favorecem a própria evolução. Anote-se que por causa de a redução espiritual alcançar limi-tes microscópicos, isso determina uma espécie

de diminuição das energias espirituais e ligeiro adormeci-mento dos vortices dinâmicos, que serão aos poucos desper-tados pelo auxílio da mente materna, até que esses vórtices ou núcleos em potenciação da zona inconsciente emitam conve-nientemente as energias responsáveis pela morfogênese.

A aspiração desses espíritos mais involuídos é ressurgir constantemente na carne, cujas manifestações constituem seu maior atrativo por necessidade evolutiva, transformando-se num verdadeiro monodeísmo, neutralizando quase totalmen-te outras emoções; dessa forma, fecha-se o espírito com pen-samento fixo auto-hipnotizante (“estado letárgico”) num mo-noideísmo que só será reversível quando outros estímulos o despertarem de seu retraimento e atrofia do círcuito fechado em que se encontra; o cadinho ovular, quando reclama e atrai energias apropriadas para seu desenvolvimento, oferece esses estímulos.

O psicossoma por sua organização energética - atuando, portanto, em dimensões acima da dimensão-espaço - apre-senta plasticidade muito grande em comparação com outras energias mais comuns. Desse modo, a redução da organização psicossomica no processo reencarnatório é compreensível e mais ainda: a absorção das qualidades de seu energesismo, pelos núcleos em potenciação, leva suas energias a outras di-mensões menos densas, com o afastamento cada vez maior da dimensão-espaço. Isso nos dá a compreensão da possibili-dade de contenção e localização de todo potencial espiritual no núcleo de uma célula. Logo, a redução espiritual, que se observa, a dimensões microscópicas não deve ser considera-do um absurdo, pois sabemos que as energias se encontram

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em outras dimensões, além da dimensão-espaço conhecida. No caso de essa energia vital ocupar o núcleo celular, não há propriamente enchimento de espaço, e sim local de manifesta-ção de dimensões superiores, por intermédio de suas energias neste ponto, onde despertará de modo ordenado a matéria, invólucro do verdadeiro ser.

Nos espíritos mais evoluídos, que também tem suas opor-tunidades reencarnatórias, estas divergem um pouco, quanto às fases, mas não quanto ao mecanismo, que é o mesmo em sua essencia. Uns espírito desta categoria tem conhecimento preciso da época em que deve reencarnar e por isso mesmo, na maioria das vezes, escolhe sua tarefa por ter qualidades para tal fim, isto é, o prêmio da liberdade, tanto maior quanto maior for a evolução de ser. Os espíritos evoluídos jamais con-trariam a Lei, jamais quebram sua harmonia; muito ao con-trário, são operários de boa-vontade do trabalho universal.

Como já vimos, a necessidade reencarnatória, como con-dição de evolução, anuncia-se por uma série de sintomas, mais fulminantes e acentuados nos involuídos. Nos evoluídos as fases sucedem-se naturalmente sem tempestades. A inca-pacidade, cada vez maior, dos núcleos em potenciação para absorverem, do ambiente em que se acham, as energias ne-cessárias às suas condições vitais, determina uma diminuição de atividades do espírito, sendo que os movimentos volitivos são os primeiros a ser atingidos com o processo de neutrali-zação. Nesse momento, o espírito já se acha sintonizado com a matéria que se prontificou a abrigá-lo; a sintonização se vai estreitando, de modo sempre crescente, até que os laços não mais se dissolverão. E nesta situação, ainda afastado da ma-téria, do útero que abriga o ovo, emite suas energias diretivas sem necessidade ele penetrar desde já a atmosfera uterina.

Até o momento só há diminuição dos movimentos voliti-vos, nada acontecendo para o lado do “estado consciencial”, a não ser no máximo, pequeno estado de torpor. O “estado consciencial” do espírito influi grandemente no desenrolar do processo palingenético, a ponto do encadeamento do processo

ser grandemente facilitado, quando há colaboração “conscien-te” do próprio EU reencarnante.

Entre o 4º e 5º mês da vida intra-uterina é que o espírito começaria a entrar em “estado de semi-consciência”, atingin-do, em curto tempo, a total inconsciência. Logo a seguir, o fenômeno redutivo do psicossoma se esboça com característi-cas semelhantes às dos espíritos pouco evoluídos. A redução espiritual será tanto maior quanto mais involuído for o espí-rito, e tanto menor quanto mais evoluído.

O espírito reencarnante, pela variabilidade do processo pa-lingenético, podará acasalar-se no núcleo da célula-ovo, ocupar os limites do utero ou maiores extensões. Em qualquer destas condições o novelo energético espiritual, constituído das cama-das do inconsciente, entre o 4º e 5º mês da vida intra-uterina estará acasalado na zona da futura glândula pineal, embora suas expansões energéticas ou psicossoma atinjam e acompa-nhem o tamanho do útero por todo tempo de gestação.

É justamente entre o 4º e 5º mês de vida intra-uterina do embrião humano que a glândula pineal apresenta um esboço, contendo células, elementos de sustentação e vasos, alcançan-do cerva de 2 mm do tamanho. Seu desenvolvimento ainda não está completo, lembrando o olho pineal de certos lacertídeos, confirmando na ontogênese a repetição da filogênese. O aspec-to glandular, embora primitivo, segundo Globus e Gilbert, de-senha-se em volta do 5º mês e meio. Apenas no 6º mês e meio, em média, é que as massas celulares, dispostas em cordão, ad-quirem uma arquitetura de mosaico característica do estado pre-natal. A diferenciação continua à medida que a histogênese avança, e nos últimos dias de vida fetal e primeiros da vida extra-uterina aparecem alterações da mais alta importância histológica. Após o nascimento, vinte dias depois, a disposição celular, não apresentando mais aspecto hemorrágico próprio do recém-nato, dá ao órgão verdadeira fisionomia glândular.

Jorge AndreaRevista Sabedoria n° 22/23, Out./Nov. de 1965.

“Pouco nos adianta o tempo de trabalho, na Seara, se não aproveitarmos as oportunida-des para nos tranformarmos. ”

Na busca pelas razões das dificuldades atuais de muitos, nos deparamos com hábitos do passado. A contradição, entre o que realmente somos e o que tentamos mostrar que somos, é antiga batalha interior. Não se trata, necessariamente, de hipocrisia; é, muitas vezes, a insegurança, seguida pela ne-cessidade de aceitação nos grupos de trabalho das respecti-vas casas espíritas, que nos faz agir de forma diferente ao que realmente somos, “vendendo” uma imagem de pureza e aceitando um conjunto de idéias que realmente não é nossa. É um círculo vicioso que necessita ser quebrado. No velho

testamento, temos, em Samuel 22:27, “Com o puro te mostras puro; mas com o perverso te mostras rígido.” Entendamos perversão como dificuldade moral.

A rigidez do puritano daquele que fantasia, no próximo e em si mesmo, a pureza que não tem, cria regras, estabelece limites, dita comportamentos baseado na pseudovirtude na qual acredita que os longos anos de trabalho na casa ou a função exercida lhe conferem. Sem querer ser cruel, mas é interessante a semelhança com as atitudes dos fariseus. Será que realmente achamos que “tempo de casa” é termômetro de virtude? O livro “Os Mensageiros”, de André Luiz, e “Mereça ser Feliz”, de Ermance Dufaux, nos garantem que não, pois é só observar a quantidade de “espírititos-espíritas” desencar-nados sob o desequilíbrio causado pela contradição do que

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são e daquilo que pensavam que eram. Pouco nos adianta o tempo de trabalho, na seara, se não aproveitamos as oportu-nidades para nos transformarmos. É muito fácil e cômodo ditar conceitos e pensamentos espíritas, em palestras e aulas, e imaginar que, pelo simples fato de temo-las decorado, a te-nhamos igualmente praticado. Devemos buscar nos questio-nar sempre, especialmente para habitantes de um planeta de provas e expiações, a idéia de que “já evoluiu o suficiente para esta vida”, tendo a falsa sensação do dever cumprido, bem antes do tempo previsto. É interessante como aceitamos com facilidade as sugestões do orgulho...

O puritanismo começa a perder terreno, em nossas atitu-des, quando deixamos de nos preocupar com o que os outros vão pensar de nós, como fala um companheiro de jornada, “devemos jogar a nossa partida, com dedicação, sem nos pre-ocuparmos com a torcida”. Existe, nos puritanos, uma co-brança interior, boba e sem sentido, no entanto angustiante, acerca da visão do próximo sobre eles. Não seria essa cobran-ça uma necessidade, um desejo disfarçado de alcançar, mais rapidamente, as posições desejadas na casa? Uma vez que temos a aprovação do grupo, através da imagem nem sem-pre verdadeira a qual tentamos vender, a “carreira”, na seara de trabalho, dentro das expectativas desejadas, torna-se mais fácil. Naturalmente, devemos ponderar toda crítica recebida, verdadeira ou não. Declarar total independência da opinião alheia não é o ponto de equilíbrio adequado, uma vez que não somos ilhas e devemos ponderar e refletir acerca de cada crí-tica recebida, se for verdadeira, cabe-nos a mudança na ação; se for falsa, fruto de sentimentos menos nobres ou ainda da maledicência, façamos como o nosso Chico, simplesmente não liguemos para tal. O importante é não termos, como objetivo, em nosso trabalho ou ações na casa espírita, impressionar os outros, e que tal impressionarmos o Cristo, com os frutos do nosso trabalho e renovação moral?

Preocupar-se com a aprovação da respectiva consciência apenas, eis o primeiro passo para a libertação do puritanismo e tanto quanto para a libertação da consciência, necessitada de ampliação, de evolução. Os que convivem e exercem, cons-tantemente, sobre si, as cobranças da própria consciência, sem necessitarem provar nada a ninguém, apenas a si mesmo, eis os “pole-positions”, na corrida interior contra o puritanis-mo. O que busca a renovação sincera traz consigo um incô-modo consciencial, em forma de cobrança. Tal cobrança é a marca dos que ainda não se conformam com os respectivos vícios. Conforme as conquistas interiores acontecem, natural-

mente, de forma lenta, a cobrança íntima diminui, trazendo, paulatinamente, a paz e a saciedade ao espírito.

Muitas são as formas para demonstrarmos o que não so-mos. Analisemos se alguma destas cabe em nos: postura for-çadamente elegante e clara, incompatível com a real conduta; saudações excessivamente formais e rebuscadas, usadas ex-clusivamente no ambiente ou em companhia de espíritas; fala mansa e desnecessariamente erudita, com o posicionamento da voz em tom sempre ameno, apesar da linguagem nem sem-pre saudável, adotada no cotidiano; sorrisos aos montes e fra-ses feitas. Deveríamos destacar um artigo, simplesmente, para abordar as frases feitas, o “código de conduta dos puritanos”, recheados de termos do tipo: “Espírita não faz isso, espírita não faz aquilo”, será que o Cristo terá de voltar à Terra, para reiterar que veio para os doentes e não para os sãos? Teria Kardec que redefinir o conceito do verdadeiro espírita? Se-gundo o mesmo, recordemos, conhece-se o verdadeiro espírita por sua transformação moral e pelos esforços que faz para do-mar suas más inclinações. Ou seja, as más inclinações ainda não foram totalmente domadas. Interessante como transpor-tamos para dentro da casa espírita, apesar da mensagem de renovação tgrazida pela mesma, os velhos hábitos, cultivados em experiências religiosas anteriores, levando-nos à conclu-são de que os erros e os vícios estão impregnados em nós. Prestemos atenção a tudo que é forçado, artificial e diferente da maneira como realmente agimos; são formas de mostrar o que não somos, de praticar o puritanismo.

No entanto, o puritanismo mais prejudicial não é o que vigora entre os trabalhadores, e, sim, o que afeta a principal atividade da casa espírita: o assistir e apascentar corações encarnados e desencarnados. Busquemos alguns exemplos:

1- Palestrante: A fala do palestrante ou expositor tem o objetivo de apascentar corações. Divulgando a doutrina, jamais apontar dedos. Muitas das pessoas presentes têm as mentes já devidamente oprimidas pela culpa; estão, na casa espírita, para receber o alento e não a condenação. Portanto, muito cuidado quando falarmos de divórcio, vícios, erros no amor, convivência no lar. A grande arte do expositor é saber condenar o vício e não o viciado. É ter habilidade de mostrar o caminho à frente, fazendo-os olhar para trás, apenas nos momentos em que a fantasia delituosa do vício bater-lhes, no-vamente, à porta. O Expositor deve apontar a melhora indi-vidual, destacar o que já conseguimos. Deve proceder como um “vendedor de esperança”, sendo a atenção e a força de vontade as moedas de aquisição do produto.

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6 61ªaula:Preconceitos-Definição

1. DEFINIÇÕES

Em primeiro lugar, podemos definir o conceito de Realidade. Não podemos dizer que exista uma realidade única e absoluta para todas as pessoas. As reações diante dos fatos acontecem segundo a percepção de realidade de cada um, e essa percepção é para o indi-víduo a própria realidade.

Podemos exemplificar essa afirmativa com os seguintes exem-plos:

“Dois indivíduos caminham por uma estrada. Um dos homens vê uma rocha e reage com medo, desconfiado do que pode ocultar. O outro, natural da região, vê uma grande sombra no caminho, mas sabe tratar-se de uma árvore e reage despreocupadamente. A estrada é a mesma, mas cada um reage à realidade conforme a captou”.

“Um casal capta diferentemente o comportamento dos filhos. Reciprocamente, os filhos têm percepções diferentes de seus pais. E a conduta assumida em todos os casos adapta-se à realidade captada”.

“Se colocarmos a mão direita de uma pessoa numa vasilha com água quente, e sua mão esquerda numa vasilha com água gelada, e depois colocarmos ambas as mãos em vasilhas contendo água na temperatura ambiente, a pessoa não terá duvidas em afirmar que na vasilha da mão direita há água fria, e na vasilha da mão esquerda há água quente”.

Para o estudo torna-se desnecessário explicar o conceito de “verdadeira realidade”, pois assim entraríamos em conceitos filosó-ficos que não vêm ao caso no assunto.

O nosso objetivo nesta aula prende-se ao conceito de que a re-alidade é, fundamentalmente, o mundo particular das percepções de cada indivíduo. Embora a realidade, dentro de uma ótica social, consista nas percepções que são comuns a vários indivíduos: por exemplo, uma mesa é “real” porque muita gente na nossa cultura ocidental tem dela uma mesma percepção.

No tocante às experiências, podemos perceber que a única pes-soa que poderia conhecer integralmente o seu campo de experiência é ela mesma. A conduta de um indivíduo é uma reação ao campo das

experiências como este é aprendido.Mais importante do que as experiências, é o que nós fazemos

com a experiência. Há duas maneiras de vivermos as experiências:

a) conceitoDe forma consciente, livre, não alterada pela necessidade ou

pelo desejo de se defender, nesse caso teremos a formação de um conceito, ou seja estaremos vivendo realmente a situação bem próxi-ma de sua realidade, livre de idéias ou atitudes defensivas.

Quando as experiências são vividas, nos confrontamos com os fatos, de forma enriquecedora, não existindo, portanto, as chamadas experiências negativas. Através de uma assimilação correta, partin-do de um fato vivenciado, fortaleceremos a nossa parte interior de conceitos e valores.

b) preconceitoAs experiências não vividas, que poderíamos denominar pseu-

do-experiências, ou, como diriam os especialistas, introjeções, geram os preconceitos.

Meditando sobre o assunto, concluímos que os preconceitos têm origem em um comportamento nitidamente defensivo: as gene-ralizações. A título de nos defendermos, ou justificar nossa atitude defensiva, generalizamos (rotulamos) pois negamo-nos a discutir em um todo as coisas boas que cada um, individualmente, tem a dar.

Assim, ao longo dos séculos, o egoísmo viabilizou a instalação em nosso “eu espiritual” de uma série de preconceitos, que dificultam enormemente o relacionamento com as pessoas e com as coisas.

As introjeções (assimilações distorcidas, como se enxergásse-mos através de um filtro) têm origem, via de regra, nos seguintes campos: educação formal, educação escolar, educação no lar, heran-ça social, convivência, propaganda (meios de comunicação em ge-ral), literatura, assimilações baseadas em opiniões, interpretações, formalidades etc...

Sobre esses preconceitos muitas vezes torna-se relativamen-te fácil abordá-los ou mesmo admiti-los em nós, pois diante deles assumimos atitudes defensivas que são mais ou menos comuns às

2 - Dialogador mediúnico: O puritanista que se aventura no diálogo mediúnico, cedo ou tarde, receberá a lição vinda do alto, em forma de um espírito pronto a jogar-lhe às faces as antíteses da respectiva fala, e o interessante, nesse momento, é ver o assistido tomar o lugar do dialogador. O diálogo é fer-ramenta de amparo; usemo-la, pois, para levantar os caídos e não para rebaixar aqueles que já se encontram culpados.

3 – Coordenador de estudos: Muita responsabilidade habita na tarefa de receber os futuros trabalhadores e dar a base doutrinária na qual as novas lideranças da casa se apoiarão. Percebemos a responsabilidade e a importância da tarefa para a nossa própria casa espírita? O coordenador tem que ter, acima de tudo, sensibilidade. Muito mais que os pos-tulados espíritas, deve ter o hábito de trabalhar o ser, pois a melhora íntima de cada um deverá sempre ser trabalhada. O coordenador não é um juiz, não é o dono da verdade, ja-

mais dita o certo e o errado, e a proposta é sempre aprender junto com o grupo, fazer-se um deles, por mais que já tenha aprendido a lição. Saber não se impor pela opinião, mas pelo exemplo.

O puritanismo afasta pessoas e cria grupos internos. Fa-çamos uma análise individual de como lidamos com e erro alheio, se trabalhamos a melhora das pessoas ou, simples-mente, condenamos atitudes. Analisemos as formalidades e a atitude individual. Reavaliar e discutir preconceitos, em forma de idéias, assumir-se como doente e igualmente neces-sitado, conhecendo ae assumindo as próprias mazelas, esis o melhor remédio contra o puritanismo.

Pedro ValiatRevista Internacional de Espiritismo

Nov/2010

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pessoas em geral.Mas existe um outro tipo de preconceito, muito mais pessoal, e

ao qual somos muito mais resistentes e defensivos: são os preconcei-tos que criamos para conosco mesmos.

Sabemos, através da experiência comum de vida, que nada é imutável, que tudo se transforma. Se na natureza tudo se modifica, por que o ser humano, que faz parte dessa natureza não irá trans-formar-se?

De acordo com esse raciocínio, não podemos mais nos acomo-dar dizendo que não conseguimos modificar esse ou aquele aspecto da nossa conduta, visto que sempre (cada um de acordo com o seu tempo) haverá condições de transformar-se, ou melhor, de transfor-mar seus preconceitos em conceitos.

Da mesma forma que os nossos “rótulos” não são definitivos, não podemos incorrer no erro de rotularmos as outras pessoas, pois de forma nenhuma temos condições de avaliarmos, ou julgarmos, o mais íntimo de sua personalidade. Afinal, cada um reage e vive, segundo a sua percepção de realidade. E essa percepção hoje pode não ser a mesma de ontem.

Com essa maneira de pensar, temos mais uma vez a confirma-ção do preceito evangélico de não julgar. A capacidade de julgar, entendida como capacidade de discernir é uma conquista do ser hu-mano. Naturalmente, o preceito evangélico nos adverte do perigo de, numa manifestação precipitada condenarmos as pessoas (ou situa-ções) a partir de nossa sempre insuficiente escala de valores. Afinal, não podemos nos precipitar no juízo alheio, pois a nossa visão de realidade é muito pessoal, e bem pouco definitiva. A única pessoa a quem podemos julgar é a nós mesmos, pois somente a nosso respeito é que podemos e devemos fazer sempre uma avaliação do que somos, do que fazemos e como está a nossa vida.

Assim é sempre uma avaliação mutável e parcial pois bloque-amos muito o nosso autoconhecimento através dos mecanismos de defesa. Por esta razão, vale a pena sempre analisar também as crí-ticas de outros a nosso respeito, pois nos vêem em outro ângulo e contribuem muito para nosso auto conhecimento.

2. O TRABALHO DOS INTELECTUAIS,DA CIÊNCIA E DA RELIGIÃO.

O livro intitulado Emmanuel, de autoria do espírito Emma-nuel (psicografado por Francisco Cândido Xavier), traz uma valiosa contribuição no capítulo XXVII, tratando de dogmas e preconceitos.

A ciência e a religião, abarrotadas de dogmas e preconceitos, repelindo-se como pólos negativos, dentro dos seus conflitos têm somente realizado separação em vez de união, guerra em vez de paz, descrença em vez de fé, arruinando as almas e afastando-as da luz da verdadeira espiritualidade.Entre a força de um preconceito e o atrevimento de um dogma, o espirito se perturba, e, no círculo dessas vibrações antagônicas, acha-se sem bússola no mundo das coisas subjetivas, concentrando, naturalmente, na esfera das coisas físicas, todas as suas preocupações.Não é que o artista e o pensador devam aderir a este ou àquele sistema religioso, ou alistar-se sob determinada ban-deira filosófica; o que se faz mister é compreender a neces-sidade da tarefa de espiritualização, trabalhando no edifício sublime do progresso comum, colaborando na campanha

de regeneração e de reforma do carater, auxiliando todas as idéias nobres e generosas, em qualquer templo, facção ou casta em que vicejem, espiritualizando as suas concepções, transformando a ação inteligente num apelo a todos os espíritos para a perfeição, desvendando-lhes os segredos da beleza, da luz, do bem, do amor, através da arte na Ciência e na Religião, em suas manifestações mais rudimentares.Que todos operem na difusão da verdade, quebrando a cadeia férrea dos formalismos impostos pelas pseudo-auto-ridades da cátedra ou do altar, amando a vida terrena com intensidade e devotamento, cooperando para que se ampliem as suas condições de perfectibilidade, convencendo-se de que as suas felicidades residem nas coisas mais simples.

3. JESUS FRENTE AOS PRECONCEITOS

Quando recomenda-nos para não julgar, podemos interpretar por, não criar preconceitos, pois por melhor que conheçamos uma pessoa ou uma situação, ou até a nós mesmos. Escapa-nos causas, raízes para uma visão real e perfeita, que permitiria a formação de um conceito.

Vejamos as atitudes do mestre frente a situações preconceitu-osas:

Imortalizou um samaritano, a quem os judeus desprezavam (preconceito social).

Não afastou de seu convívio Madalena. Percebeu nela toda uma potencialidade para o bem, a despertou para um mundo novo (pre-conceito social e de costumes).

Para os discípulos não exigiu cultura formal. Optou pelo senti-mento (preconceito intelectual).

Protegeu a mulher adúltera, não a julgou (preconceito moral).Conversa com uma mulher samaritana em lugar público (pre-

conceito regional, sexual e de costumes).Relaciona-se com os rejeitados sociais e os pobres (preconceito

social).Sugere que o marido dê carta de liberdade à mulher e não sim-

plesmente a abandone, como era costume da época (preconceito se-xual e de costumes).

Cura o empregado de um Centurião romano, em Cesaréia (pre-conceito racial dos judeus em relação aos outros povos).

Cura a mulher hemorrágica, que era considerada impura (pre-conceito de costumes).

Janta em casa de Zaqueu e convida Levi para ser seu discípulo (preconceito social contra os publicanos).

Muitos outros, pois, sendo ele o exemplo do amor vivo entre nós, jamais cometeu a falta de respeito de rotular, enquadrando pes-soas e fatos como objetos em série, sem vida própria; via em cada um seu irmão, filho do mesmo Pai, cujos limites precisam ser compre-endidos, respeitados amados; não se defende, em qualquer situação coloca o interesse coletivo acima do interesse pessoal, servindo ao próximo sempre com amor.

A Escola de Aprendizes do Evangelho estimula-nos à compre-ensão dos preconceitos encontrados na personalidade humana, a fim de facilitar processo de auto-análise, e, conseqüentemente contribuir para a renovação interior.

Iniciação EspíritaEditora Aliança

Page 8: Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de LimeiraO crescimento do produto de fecundação — o embrião — acompanhará a expansão e crescimento do psicossoma que traz sempre,

Os espíritos recomendaram que a oração dominical fosse colocada no início desta coletânea, não somente como prece, mas também como símbolo. De todas as preces, é a que põem em primeiro lugar, seja porque ela vem do próprio Jesus (Mateus, 6:9-13), seja porque pode substituir todas as outras, conforme a intenção a ela atribuída. Ela representa o mais perfeito exemplo de concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade em sua simplicidade. Na verdade, sob a forma mais sintética possível, ela resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo; encerra uma profissão de fé,1 um ato de adoração e de submissão, o pedido das coisas necessárias à vida e o princípio da caridade. Recitá-la na intenção de alguém é pedir para esse alguém o que pedirí-amos para nós mesmos.

Mas, por ser uma prece concisa, o sentido profundo contido nas poucas pala-vras que a compõem escapa para a maioria das pessoas. Eis por que geralmente a recitam sem voltar o pensamento para as aplicações de cada uma de suas partes. Muitos a pronunciam como uma fórmula decorada, cuja eficácia é proporcional ao número de vezes que é repetida, e que, quase sempre, é um dos números cabalísti-cos: três, sete ou nove, extraídos da antiga crença supersticiosa no poder atribuído aos números, e usados em práticas de magia.

Seguindo o conselho dos bons espíritos, e com sua assistência, para preencher o vazio que a concisão desta prece deixa na mente, adicionou-se a cada proposição um comentário que lhe amplia o significado e mostra suas aplicações. Conforme as circunstâncias e o tempo disponível, pode-se, então, recitar a oração dominical simples ou comentada.

1 Profissão de fé - Expressão que quer dizer: certeza de uma crença.

Capítulo 28

Coletânea de preces espíritasO Evangelho Segundo o Espiritismo

É preciso que se dê mais importância à leitura do Evangelho. E, no entanto, abandona-se esta divina obra;faz-se dela uma palavra vazia, uma mensagem cifrada. Relega-se este admirável código moral ao esquecimento.