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SEMÂNTICA ESTRUTURAL A. J. GREIMAS CULTRIX

Greimas (1973) - Semantica Estrutural.pdf

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  • SEMNTICAESTRUTURAL

    A. J. GREIMAS

    CULTRIX

    SEMNTICAESTRUTURAL

    A. J. GREIMAS

    CULTRIX

  • SEMNTICA ESTRUTURALA. ]. GremaslNingum inora que o problema da signi-ficao constitui hoje uma das preocupaes nu-cleares das cincias humanas, de vez que umfato s pode ser considerado "humano" namedidade em que signifique algo. E para abor- , dar o estudo da significao, nenhuma cincia `est melhor qualificada do que a lingstica, `em razo do rigor e formalizao de seus me- -todos. Todavia, a provncia da lingstica aquem incumbe tal estudo, a semntica, para-doxalmente a menos desenvolvida das discipli-nas lingsticas, Esse atrazo histrico se ex-, plica, sobretudo, pela complexidade do seu ob-jeto de estudo, que s agora comea a ser de-i limitado e abordado com esprito verdadeira-mente cientfico.llustrativa desse esprito esta obra que,em traduo dos Profs. Haquira Osakabe e Izi-doro Blikstein, a Cultrix ora entrega ao pblicouniversitrio brasileiro numa edio que mereceuo apoio da Editora da Universidade de So Paulo. SEMNTICA ESTRUTURAL notvel 'I ' tanto pela atualidade do seu. empenho aI aplicao de mtodos estruturais ao estudo dasignificao quanto pela clareza de suas for- .mulaes, que procuram conciliar o rigor ter-minolgico exigido pelos lgicos e lgicos ma- `temticos com o amplo sistema de refernciasculturais do estudioso de cincias humanas. Nes-= te livro, o Prof. A. ]. Greimas, docente da"Ecole pratique des hautes tudes", que se vem' destacando por suas pesquisas na rea da teoriasemntica e da anlise da narrativa, oferece aoleitorum panorama dos problemas e mtodos dasemntica estrutural, abordando questes essen-; ciais como condies de uma semntica cient-' fica, estrutura elementar da significao, lin-guagem e discurso, organizao do universo se-mntico, descrio da significao, modelos atua-cionais e de transformao, e outros tpicos de` igual importncia.J

    SEMNTICA ESTRUTURALA. ]. Gremas lNingum inora que o problema da signi-ficao constitui hoje uma das preocupaes nu-cleares das cincias humanas, de vez que umfato s pode ser considerado "humano" namedidade em que signifique algo. E para abor- , dar o estudo da significao, nenhuma cincia `est melhor qualificada do que a lingstica, `em razo do rigor e formalizao de seus me- -todos. Todavia, a provncia da lingstica aquem incumbe tal estudo, a semntica, para-doxalmente a menos desenvolvida das discipli-nas lingsticas, Esse atrazo histrico se ex-, plica, sobretudo, pela complexidade do seu ob-jeto de estudo, que s agora comea a ser de-i limitado e abordado com esprito verdadeira-mente cientfico.llustrativa desse esprito esta obra que,em traduo dos Profs. Haquira Osakabe e Izi-doro Blikstein, a Cultrix ora entrega ao pblicouniversitrio brasileiro numa edio que mereceuo apoio da Editora da Universidade de So Paulo. SEMNTICA ESTRUTURAL notvel 'I ' tanto pela atualidade do seu. empenho aI aplicao de mtodos estruturais ao estudo dasignificao quanto pela clareza de suas for- .mulaes, que procuram conciliar o rigor ter-minolgico exigido pelos lgicos e lgicos ma- `temticos com o amplo sistema de refernciasculturais do estudioso de cincias humanas. Nes-= te livro, o Prof. A. ]. Greimas, docente da"Ecole pratique des hautes tudes", que se vem' destacando por suas pesquisas na rea da teoria semntica e da anlise da narrativa, oferece aoleitorum panorama dos problemas e mtodos dasemntica estrutural, abordando questes essen-; ciais como condies de uma semntica cient-' fica, estrutura elementar da significao, lin-guagem e discurso, organizao do universo se-mntico, descrio da significao, modelos atua-cionais e de transformao, e outros tpicos de` igual importncia.J

  • I . LIVRARIA UNIVERSITRIAIvmria, - DistbxdorY xxScx."SExS* mrrum Ido ` TRAVESSA PAR, 9Fcm: Lojs 255686 Esc. 26-3F {FJ,!5'.,.?'"'!'m ' _V .Q SEMNTICA ESTRUTUBALY V

    I . LIVRARIA UNIVERSITRIA Ivmria, - Distbxdor Y xxScx."SExS* mrrum Ido ` TRAVESSA PAR, 9Fcm: Lojs 255686 Esc. 26-3F { FJ,!5'.,.?'"'!'m ' _ V .Q SEMNTICA ESTRUTUBAL Y V

  • > FICHA CATALOGRFICA{ -(Prepamda pelo Centro de Cata1OgaaOnaOnte,l Cmara Brasileira do Livro, SP)I{ Gremas, Algirdas Julien.[ G838S Semntica estrutural; traduo de Haqura Osa-! kape e Izidoro Blkstein. So Paulo, Cultrix, Ed. da Unversdade de So Paulo, 1973.l .p 330p. 11uSt. 1. Semutca 2. Semntca (Filosoa) I. Ttulo.7 73-0503 CDD149.941 ] 412, Iudces para catlogo sistemtico: '1. Semuuca : Fosotia 149.84 2. Semrxtica : Lmguxsu 412

    > FICHA CATALOGRFICA{ -(Prepamda pelo Centro de Cata1OgaaOnaOnte,l Cmara Brasileira do Livro, SP)I { Gremas, Algirdas Julien.[ G838S Semntica estrutural; traduo de Haqura Osa-! kape e Izidoro Blkstein. So Paulo, Cultrix, Ed. da Unversdade de So Paulo, 1973.l .p 330p. 11uSt. 1. Semutca 2. Semntca (Filosoa) I. Ttulo.7 73-0503 CDD149.941 ] 412 , Iudces para catlogo sistemtico: '1. Semuuca : Fosotia 149.84 2. Semrxtica : Lmguxsu 412

  • x Obra publicadal com- a colaborao da .` D -( t.; UNEVERSXDADE DE SAO PAULOE` REITORZ Pro Dr. Miguel Rea/el oEOITORA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULOComisso Editoral:g Presidente Prof. Dr. Mrio Guimares Ferri( (instituto de Biocincias). Membros: Prof. Dr.( A. Brito da Cunha (instituto de Biocincias),( Prof. Dr. Carlos da Silva Lacaz (instituto de Cincias Biomdicas), Prof. Dr. lrineu Strenger1 (Faouldade de Direito) e Prof. Dr. Prsio de Souza Santos (Escola Politcnca).V

    x Obra publicadal com- a colaborao da .` D -( t.; UNEVERSXDADE DE SAO PAULOE ` REITORZ Pro Dr. Miguel Rea/el o EOITORA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULOComisso Editoral:g Presidente Prof. Dr. Mrio Guimares Ferri( (instituto de Biocincias). Membros: Prof. Dr.( A. Brito da Cunha (instituto de Biocincias),( Prof. Dr. Carlos da Silva Lacaz (instituto de Cincias Biomdicas), Prof. Dr. lrineu Strenger1 (Faouldade de Direito) e Prof. Dr. Prsio de Souza Santos (Escola Politcnca).V

  • . }V 1F {

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  • { A.-]. GBEIMAS (diretor de estudos da "Eco1e pratique des hautes tudeS de Paris){ SEMANTICA ESTRUTURALI Pesqusa de Mtodoi Tmduo de e HAQUIBA SAKABEI (da Unversidade Estadual de Campinas, SP)6, Izmono BLIKSTEIN(da Fundao Getlio Vargas C Unversdade de So Paulo)SL A igg. L EDITGRA CULTRIXSO FAULO EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SO PAUL0 .

    { A.-]. GBEIMAS (diretor de estudos da "Eco1e pratique des hautes tudeS de Paris){ SEMANTICA ESTRUTURALI Pesqusa de Mtodoi Tmduo de e HAQUIBA SAKABEI (da Unversidade Estadual de Campinas, SP)6, Izmono BLIKSTEIN(da Fundao Getlio Vargas C Unversdade de So Paulo)SL A igg. L EDITGRA CULTRIXSO FAULO EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SO PAUL0 .

  • ' Ttulo do original::1SMANTIQUE STRUCTURALE RECHERCHE DE MTHODE 1966 Libraire Larousse, Paris. '!MCMLXX111

    Direitos de traduo para a lngua portuguesa adquiridoscom exclusividade pela EDITORA CULTRIX LTDA.Rua Conselheiro Furtado, 648, fone 278-4811, S. Paulo,que se reserva a propriedade literria desta traduo. ; Impresso no Brasil ` [ ' Pinted irz Bmzil

    ' Ttulo do original: :1SMANTIQUE STRUCTURALE RECHERCHE DE MTHODE 1966 Libraire Larousse, Paris. '!MCMLXX111 Direitos de traduo para a lngua portuguesa adquiridoscom exclusividade pela EDITORA CULTRIX LTDA.Rua Conselheiro Furtado, 648, fone 278-4811, S. Paulo,que se reserva a propriedade literria desta traduo. ; Impresso no Brasil ` [ ' Pinted irz Bmzil

  • N D I C E ~CONDIES DE UMA SEMNTICA CIENTFICA1. Situao da semntica . _ 11a) A significao e as cincias humanas , _ 11b) Uma parente pobre: a semntica ` ` 122. A significao da percepo 1511) Primeira escolha epistemolgica , , 15 5) Uma descrio qualitativa 16C) Primeiros conceitos operacionais _ 173. Conjuntos significantes e lnguas naturais 17:1) Classificao dos significantes A A 17C) Correlao entre significantes e significados 18 C) Significaes "naturais" e significaes artificiais 19{ d) Estatuto privilegiado das lnguas naturais 19 4. Niveis hierrquicos da linguagem 21[ a) Fechamento do conjunto lingstico ' 21} [7) Nveis lgicos da significao 22C) Semntica enquanto linguagem ' 23[ d) Nivel epistemolgico 24 e) Notao simblica ` 26I ESTRUTURA ELEMENTAR DA SIGNIFICAOI1. Continuidades e descontinuidades ' 272. Primeira concepo da estrutura K 283. Conjuno e disjuno 294. Estruturas elementares 295. EXOS semnticos ` ` d 306. A relao 317. Articulaes Smicas ' ` ` 32 8. Modos de articulao smica 9.** Forma e substncia 36Il ,

    N D I C E ~CONDIES DE UMA SEMNTICA CIENTFICA1. Situao da semntica . _ 11a) A significao e as cincias humanas , _ 11b) Uma parente pobre: a semntica ` ` 122. A significao da percepo 1511) Primeira escolha epistemolgica , , 15 5) Uma descrio qualitativa 16C) Primeiros conceitos operacionais _ 173. Conjuntos significantes e lnguas naturais 17:1) Classificao dos significantes A A 17C) Correlao entre significantes e significados 18 C) Significaes "naturais" e significaes artificiais 19{ d) Estatuto privilegiado das lnguas naturais 19 4. Niveis hierrquicos da linguagem 21[ a) Fechamento do conjunto lingstico ' 21} [7) Nveis lgicos da significao 22C) Semntica enquanto linguagem ' 23[ d) Nivel epistemolgico 24 e) Notao simblica ` 26I ESTRUTURA ELEMENTAR DA SIGNIFICAOI1. Continuidades e descontinuidades ' 272. Primeira concepo da estrutura K 283. Conjuno e disjuno 294. Estruturas elementares 295. EXOS semnticos ` ` d 306. A relao 317. Articulaes Smicas ' ` ` 32 8. Modos de articulao smica 9.** Forma e substncia 36Il ,

  • 10. Semas e lexemas 38 11. Segunda definio da estrutura _ 39 12. Totalidade e partes 39JNGUAGEM E DISCURSO1. Significao e comunicao 422. Sistemas smicos A 433. Semas e lcxemas 484. O plano do discurso 495. Manifestao das relaes 53SIGNIFICAO MANIFESTADA1. O semema 57J) Unidades de comunicao e unidade de significao 57[7) O lexemas uma constelao estilstica 58C) Definio do semema 602. A figura nuclear 62a) Primeiro ncleo de "tte": extremidade 62b) Segundo ncleo de "tte": esfericidade 65C) Ncleo Smico comum 66d ) Figuras simples e complexas 67e) Em direo ao nvel Semiolgico do contedo 683. OS classemas 68z) Semas contextuais 68b) Lexemas e Sememas 70C) Definio dos classemas 71d) Em direo ao nvel semntico da linguagem 724. Conceitos instrumentais 73NVEL SEMIOLGICO( 1. Notas prvias e aproximaes 75a) Autonomia do semiolgico 75 [7) Lexematismo antropocntrico 77` . C) O lingstico e o imaginrio 792. Estatuto do Semiolgico 82) O simblico e O semiolgico 82b) O protosemantismo de P. Guiraud 83C) O Semiolgico e o bio-anaggico 863. Possibilidades da descrio Semiolgica 88

    10. Semas e lexemas 38 11. Segunda definio da estrutura _ 39 12. Totalidade e partes 39JNGUAGEM E DISCURSO1. Significao e comunicao 422. Sistemas smicos A 433. Semas e lcxemas 484. O plano do discurso 495. Manifestao das relaes 53SIGNIFICAO MANIFESTADA1. O semema 57J) Unidades de comunicao e unidade de significao 57[7) O lexemas uma constelao estilstica 58C) Definio do semema 602. A figura nuclear 62a) Primeiro ncleo de "tte": extremidade 62b) Segundo ncleo de "tte": esfericidade 65C) Ncleo Smico comum 66d ) Figuras simples e complexas 67e) Em direo ao nvel Semiolgico do contedo 683. OS classemas 68z) Semas contextuais 68b) Lexemas e Sememas 70C) Definio dos classemas 71d) Em direo ao nvel semntico da linguagem 724. Conceitos instrumentais 73NVEL SEMIOLGICO ( 1. Notas prvias e aproximaes 75a) Autonomia do semiolgico 75 [7) Lexematismo antropocntrico 77` . C) O lingstico e o imaginrio 792. Estatuto do Semiolgico 82) O simblico e O semiolgico 82b) O protosemantismo de P. Guiraud 83C) O Semiolgico e o bio-anaggico 863. Possibilidades da descrio Semiolgica 88

  • E :1) Consttuo das linguagens em lingstica aplicada 88[7) Niveis de generalidade 90C) Procedimento descritivo 92. ISOTOPIA DO DISCURSO1, Heterogeneidade do discurso 9311) Isotopia da mensagem 93\ l) Variaes das isotopias 94` 1:) Dimenses dos contextos isotpicos 962. Funcionamento metalingstico do discurso 9711) Expanso e definio 97[7) Condensao e denominao 100C) Denominao tranlativa 103d) Dupla funo dos classemas 106e) Anlise das denominaes figurativas 107) Anlise das denominaes translativas 109g) Anlise definicional 110la) Construo dos Sememas _ 114i) Isomorfismo =das figuras 1163. Condies para o estabelecimento de isotopia 117` 11) Dcfinio oblqua 117b) Propsitos sobre o mundo 121C) O fechamento do texto 122d) Do texto individual ao corpus coletivo 125e) Isotopia e variao 1264. O discurso plurvoco 12811) Manifcstao de uma isotopia complexa 128b) A ambivalncia simblica em literatura 130C) Isotopias e sua leitura 131L ORGANIZAO DO UNIVERSO SEMNTICO1. Universo da significao 1361) Dupla direo epistemolgica ~ 136A b) Induo e deduo 136C) A considerao emprica do universo imanente 138d) Sisternas e morfemas 1392. O universo manifestado da significao 141~ 11) Contedo 141L IJ) A combinatria 143C) Escolha estratgica 145d) Abemira do corpus dos sememas 145

    E :1) Consttuo das linguagens em lingstica aplicada 88[7) Niveis de generalidade 90C) Procedimento descritivo 92. ISOTOPIA DO DISCURSO1, Heterogeneidade do discurso 9311) Isotopia da mensagem 93\ l) Variaes das isotopias 94` 1:) Dimenses dos contextos isotpicos 962. Funcionamento metalingstico do discurso 9711) Expanso e definio 97[7) Condensao e denominao 100C) Denominao tranlativa 103d) Dupla funo dos classemas 106e) Anlise das denominaes figurativas 107) Anlise das denominaes translativas 109g) Anlise definicional 110la) Construo dos Sememas _ 114i) Isomorfismo =das figuras 1163. Condies para o estabelecimento de isotopia 117` 11) Dcfinio oblqua 117b) Propsitos sobre o mundo 121C) O fechamento do texto 122d) Do texto individual ao corpus coletivo 125e) Isotopia e variao 1264. O discurso plurvoco 12811) Manifcstao de uma isotopia complexa 128b) A ambivalncia simblica em literatura 130C) Isotopias e sua leitura 131L ORGANIZAO DO UNIVERSO SEMNTICO1. Universo da significao 1361) Dupla direo epistemolgica ~ 136A b) Induo e deduo 136C) A considerao emprica do universo imanente 138d) Sisternas e morfemas 1392. O universo manifestado da significao 141~ 11) Contedo 141L IJ) A combinatria 143C) Escolha estratgica 145d) Abemira do corpus dos sememas 145

  • e) Sememas abstratos e concretos V 146 Q]) AS incompatibilidades . 148[ 3. O discurso 149z) Lexicalizao e gramaticalizao 149b) AS separaes da expresso e as identidades do contedo 150C) A comunicao 152d) Organizao das mensagens 154DESCRIO DA SIGNIFICAO1. Manifestao e discurso 157z) Dicotomia do universo manifestado 157la) Isotopias fundamentais 159C) A combinatria sinttica ` 159) A afabulao e o "radotage" 1622. A Manifestao discursiva ` 1637 4) AS bases pragmticas da organizao 163b) Modos de presena da manifestao discursiva 164' C) OS 1nicrouniverSos semnticos " ' 165` d) Tipologia dos microuniversos 167.. . el Predicatos e amantes 168f) Cateaorias atuacionais 170g) Sintaxe lgica e sintaxe semntica 172J) O carter modal das categorias atuacionais 173 ) Uma epistemologia lingstica 1743~. Manifestao figurativa e manifestao no figurativa 176. z) Um exemplo: a comunicao potica 176b) O implcito e o explicito 179C) O no figurativo 180d) Em direo a uma metalinauaeem cientfica 182e) A verificao dos modelos de descrio 183PROCEDIMENTOS DE DESCRIO1. Constituico do corpus 185' Az) Obietivos e procedimentos 185b) O corpus 187' C) O texto 190d) Eliminao ou extrao 191E) Os inventrios 192, A ) Inventrios individuais e coletivos 193 1I _ g) Estratos e Duraes 1952. A normalizao 2001 ' z) Homogeneidade da descrio 200{ __________

    e) Sememas abstratos e concretos V 146 Q]) AS incompatibilidades . 148[ 3. O discurso 149z) Lexicalizao e gramaticalizao 149b) AS separaes da expresso e as identidades do contedo 150C) A comunicao 152d) Organizao das mensagens 154DESCRIO DA SIGNIFICAO1. Manifestao e discurso 157z) Dicotomia do universo manifestado 157la) Isotopias fundamentais 159C) A combinatria sinttica ` 159) A afabulao e o "radotage" 162 2. A Manifestao discursiva ` 1637 4) AS bases pragmticas da organizao 163b) Modos de presena da manifestao discursiva 164' C) OS 1nicrouniverSos semnticos " ' 165` d) Tipologia dos microuniversos 167.. . el Predicatos e amantes 168f) Cateaorias atuacionais 170g) Sintaxe lgica e sintaxe semntica 172J) O carter modal das categorias atuacionais 173 ) Uma epistemologia lingstica 1743~. Manifestao figurativa e manifestao no figurativa 176. z) Um exemplo: a comunicao potica 176b) O implcito e o explicito 179C) O no figurativo 180d) Em direo a uma metalinauaeem cientfica 182e) A verificao dos modelos de descrio 183PROCEDIMENTOS DE DESCRIO1. Constituico do corpus 185' Az) Obietivos e procedimentos 185b) O corpus 187' C) O texto 190d) Eliminao ou extrao 191E) Os inventrios 192, A ) Inventrios individuais e coletivos 193 1I _ g) Estratos e Duraes 1952. A normalizao 2001 ' z) Homogeneidade da descrio 200{ __________

  • b) Objetivao do texto 200C) Sintaxc elementar da descrio 202d) A Iexemtica da descrio 2053. A construo 207a) Construo do modelo: reduo e estruturao 207b) Redues simples 208C) Redues complexas 211d) O semntico e o estilstico 217C) A estruturao 218' ) Homologao e gerao 220g) Contedos institudos e sua organizao 222REFLEXES SOBRE OS MODELOS ATUACIONAISl. Dois nveis de descrio 2252. Os atuantes em nnguistca 2263. US atuantes do couro popular russo 2284. Os atuantes do teatro 2295. A categoria atuacronal "Sujeto" vs "ObjetJo 2306. A categoria atuacional dSI1DdOI vs "c1eStinatriO" 2317. A categoria atuaciOna1"Ad]uvante" vs "()ponente" ' . 2338. O modero atuacxonal mtico 2359. A investidura temtica ` 236 710. O investimento econmico 23811. Atuantes e atores 24012. O Energetismo dos amantes d 24213. O modelo aruacional e a critica psicanaltica 24414. Os modelos atuacionais psicanalticos 247PESQUISA DOS MODELOS DE TRANSFORMAO1. Rcduo e estruturao- 251z) Organizao das funes . 251Z7) Inventrio das funes 252' C) Acasalamento das funes 253d) Contrato ` 254e) Prova V 256 ) Ausncia do heri ' 258g) Alicnao e reintegrao 260IJ) Provas e suas conseqncias 263) Resultados da reduo 264L 2. Interpretaes e definies 264 a) Elementos acrnicos e diacrnicos da narrativa 26417) O estatuto diacrnico da prova s 266

    b) Objetivao do texto 200C) Sintaxc elementar da descrio 202d) A Iexemtica da descrio 2053. A construo 207a) Construo do modelo: reduo e estruturao 207b) Redues simples 208C) Redues complexas 211d) O semntico e o estilstico 217C) A estruturao 218' ) Homologao e gerao 220g) Contedos institudos e sua organizao 222REFLEXES SOBRE OS MODELOS ATUACIONAISl. Dois nveis de descrio 2252. Os atuantes em nnguistca 2263. US atuantes do couro popular russo 2284. Os atuantes do teatro 2295. A categoria atuacronal "Sujeto" vs "ObjetJo 2306. A categoria atuacional dSI1DdOI vs "c1eStinatriO" 2317. A categoria atuaciOna1"Ad]uvante" vs "()ponente" ' . 2338. O modero atuacxonal mtico 2359. A investidura temtica ` 236 710. O investimento econmico 23811. Atuantes e atores 24012. O Energetismo dos amantes d 24213. O modelo aruacional e a critica psicanaltica 24414. Os modelos atuacionais psicanalticos 247PESQUISA DOS MODELOS DE TRANSFORMAO1. Rcduo e estruturao- 251z) Organizao das funes . 251Z7) Inventrio das funes 252' C) Acasalamento das funes 253d) Contrato ` 254e) Prova V 256 ) Ausncia do heri ' 258g) Alicnao e reintegrao 260IJ) Provas e suas conseqncias 263) Resultados da reduo 264L 2. Interpretaes e definies 264 a) Elementos acrnicos e diacrnicos da narrativa 26417) O estatuto diacrnico da prova s 266

  • C) A fora dramtica da narrativa 268d) Duas interpretaes da narrativa 269e) A significao acrnica da narrativa 270f) O modelo transformacional 273g) A narrativa enquanto mediao 2753. O modelo transformacional e o Psicodrama 277a) Do coletivo ao individual 277[7) A estrutura compensadora inicial 278C) O aparecimento da luta 279d) O desenvolvimento da prova 280 X,3E) Realizao da prova 282)) O problema do reconhecimento e da recompensa 284g) Manfestao figurativa do modelo 286/7) Alcance do modelo transformacional 286AMOSTRA DE DESCRIO1. Principios gerais 288u) Exemplo escolhido: o universo de Bernanos 288b) Constituio do texto por extrao 289C) Escolha da isotopia 2912. A existncia enquanto meio 29341) Formas da manifestao e tipos de anlise 293b) Vida e morte 295C) O fogo 297d) A gua 299E) O modelo constitucional 302 3. Existncia enquanto empenho 303 a) As doenas 303Q 17) O bestirio 304E C) AS mentiras 305d) AS mentiras transitivas 307e) Redues econmicas 308 ]) AS mentiras intransitivas 3101 g) AS verdades 311i . 7 4. Comparao e escolha dos modelos 313; a) Ausncia de homogeneidade 31317) Comparao dos resultados 315C) Os modelos e os contedos 317 `. d) O carter modal do modelo funcional 3185. Concepo dialtica da existncia 321 ia) AS modalidades 321b) A denegao bernanosiana 323C) A assero bernanosiana 323 d) O algoritmo dialtico 325 e) Histria e permanncia 327 ,m

    C) A fora dramtica da narrativa 268 d) Duas interpretaes da narrativa 269 e) A significao acrnica da narrativa 270f) O modelo transformacional 273g) A narrativa enquanto mediao 2753. O modelo transformacional e o Psicodrama 277a) Do coletivo ao individual 277[7) A estrutura compensadora inicial 278C) O aparecimento da luta 279 d) O desenvolvimento da prova 280 X,3E) Realizao da prova 282)) O problema do reconhecimento e da recompensa 284g) Manfestao figurativa do modelo 286/7) Alcance do modelo transformacional 286AMOSTRA DE DESCRIO1. Principios gerais 288u) Exemplo escolhido: o universo de Bernanos 288b) Constituio do texto por extrao 289C) Escolha da isotopia 2912. A existncia enquanto meio 29341) Formas da manifestao e tipos de anlise 293b) Vida e morte 295C) O fogo 297d) A gua 299E) O modelo constitucional 302 3. Existncia enquanto empenho 303 a) As doenas 303Q 17) O bestirio 304E C) AS mentiras 305d) AS mentiras transitivas 307e) Redues econmicas 308 ]) AS mentiras intransitivas 3101 g) AS verdades 311i . 7 4. Comparao e escolha dos modelos 313 ; a) Ausncia de homogeneidade 31317) Comparao dos resultados 315C) Os modelos e os contedos 317 `. d) O carter modal do modelo funcional 3185. Concepo dialtica da existncia 321 ia) AS modalidades 321b) A denegao bernanosiana 323 C) A assero bernanosiana 323 d) O algoritmo dialtico 325 e) Histria e permanncia 327 ,m

  • CONDIES DE UMA SEMNTICA CIENTIFICA1. SITUAO DA SEMNTICAcz) A significao e czs cincias humcmcrs.0 problema da significao est bem no centro das preocupa-es atuais. Para transformar o inventrio dos comportamentos . ~ ?'em antropologia e as sries de acontecimentos em histria, nao =temos outro meio seno interrogar-nos acerca do sentido das ati vidades humanas e 0 da histria.P"$ que 0 m 9.n.L9!i ii, ,esSn.c..alm.enteC0m . S pode ser chamado "hu.mano"na_rne_i__a em que significa alguma coisa. "`*`*~r bo s ` 'Dessarte, na pesquisa a respeito da significao que ascincias humanas podem encontrar seu denominadorcornum. Comefeito, se as cincias da natureza se indagam para saber como soo homem e O mundo, as cincias do homem, de maneira mais oumenos explicita, se interrogam sobre o que significam um e outro.Nesse desejo comum de discernir o problema da significao,a lingp;Stica,_\teve a possibilidade de aparecer como a disciplina, mais bem situada: pois, mais aprimorada, mais formaliza-da, ela podia oferecer s demais seus mtodos e experincias. Assim,na dcada de cinqenta, recebeu ela o mvejvel ttulo de cincia-piloto em meio s outras cincias do homem.' A condio privilegiada que lhe foi atribuda s poderia criaruma situao paradoxal: houve uma dupla propagao a partirde um terreno em que praticamente nada acontecia.' A primeira o preo inevitvel da glria: a sociologia, a" psicanlise a conheceram antes da lingstica. Com o nome de d 1,1

    CONDIES DE UMA SEMNTICA CIENTIFICA1. SITUAO DA SEMNTICAcz) A significao e czs cincias humcmcrs.0 problema da significao est bem no centro das preocupa-es atuais. Para transformar o inventrio dos comportamentos . ~ ?'em antropologia e as sries de acontecimentos em histria, nao =temos outro meio seno interrogar-nos acerca do sentido das ati vidades humanas e 0 da histria.P"$ que 0 m 9.n.L9!i ii, ,esSn.c..alm.enteC0m . S pode ser chamado "hu.mano"na_rne_i__a em que significa alguma coisa. "`*`*~r bo s ` 'Dessarte, na pesquisa a respeito da significao que ascincias humanas podem encontrar seu denominadorcornum. Comefeito, se as cincias da natureza se indagam para saber como soo homem e O mundo, as cincias do homem, de maneira mais oumenos explicita, se interrogam sobre o que significam um e outro.Nesse desejo comum de discernir o problema da significao,a lingp;Stica,_\teve a possibilidade de aparecer como a disciplina, mais bem situada: pois, mais aprimorada, mais formaliza-da, ela podia oferecer s demais seus mtodos e experincias. Assim,na dcada de cinqenta, recebeu ela o mvejvel ttulo de cincia-piloto em meio s outras cincias do homem.' A condio privilegiada que lhe foi atribuda s poderia criaruma situao paradoxal: houve uma dupla propagao a partirde um terreno em que praticamente nada acontecia.' A primeira o preo inevitvel da glria: a sociologia, a" psicanlise a conheceram antes da lingstica. Com o nome de d 1,1

  • "banalizaO", caracterizase pela distoro das estruturas meto-dolgicas de uma disciplina e pela neutralizao das oposies ofundamentais entre seus conceitos. Uma terminologia lingstica `empobrecida e distorcida eStendeuse por certas revistas de van~guarda: o lingista mal poderia reconhecer a sua prpria descen-dncia.Paralelamente, a lingstica conhece uma propagao meto-dolgica inegvel. No se tratava de emprstimos de mtodospropriamente ditos, mas de atitudes epistemolgicas, de certas =transposies de modelos e procedimentos de descoberta que fe-cundaram a reflexo de um MerleauPonty, de um Lvi-Strauss,de um Lacan, de um Barthes. A distncia que separava essesmodelos epistemolgicos dos domnios em que podiam encontrarsua aplicao s pde agir no sentido de sua particularizao. Se, a importncia dos trabalhos da oriundos permite s pessoas maisavisadas falar atualmente da "escola francesa de antropologia", de lamentar, por isso mesmo, a ausncia de um catalisador meto-dolgico.Esse papel de catalisador era, naturalmente, 0 da lingstica. curioso verificar que, cercada assim de solicitaes diversas,moStrouSe ela, de maneira geral, mais que reticente, at mesmohostil a toda pesquisa semntica. E as razes so mltiplas.fb) Semucc. ctlcxrenie pobre. preciso reconhecer que a semntica foi sempre a parentepobre da lingstica. Mais nova das disciplinas lingsticas sua prpria denominao s se forjou em fins do sculo XIX foi aprecedida, no quadro do desenvolvimento da lingstica histrica,inicialmente pela fontica, mais aprimorada, e depois pela gra-mtica. Embora denominada e instaurada, a semntica procuroud apenas tomar emprestados seus mtodos quer da retrica clssica,quer da psicologia de introspeco. . A lingstica estrutural seguiu, no seu desenvolvimento, a {mesma ordem de prioridade. A Escola de Praga fundamentou solidamente a fonologia; a Escola de Copenhagem, que a seguiuimediatamente, preocupouse com a elaborao da teoria lingstica 'l` que procurava aplicar renovao dos estudos gramaticais. 012 I

    "banalizaO", caracterizase pela distoro das estruturas meto-dolgicas de uma disciplina e pela neutralizao das oposies ofundamentais entre seus conceitos. Uma terminologia lingstica `empobrecida e distorcida eStendeuse por certas revistas de van~guarda: o lingista mal poderia reconhecer a sua prpria descen-dncia.Paralelamente, a lingstica conhece uma propagao meto-dolgica inegvel. No se tratava de emprstimos de mtodospropriamente ditos, mas de atitudes epistemolgicas, de certas =transposies de modelos e procedimentos de descoberta que fe-cundaram a reflexo de um MerleauPonty, de um Lvi-Strauss,de um Lacan, de um Barthes. A distncia que separava essesmodelos epistemolgicos dos domnios em que podiam encontrarsua aplicao s pde agir no sentido de sua particularizao. Se, a importncia dos trabalhos da oriundos permite s pessoas maisavisadas falar atualmente da "escola francesa de antropologia", de lamentar, por isso mesmo, a ausncia de um catalisador meto-dolgico.Esse papel de catalisador era, naturalmente, 0 da lingstica. curioso verificar que, cercada assim de solicitaes diversas,moStrouSe ela, de maneira geral, mais que reticente, at mesmohostil a toda pesquisa semntica. E as razes so mltiplas.fb) Semucc. ctlcxrenie pobre. preciso reconhecer que a semntica foi sempre a parentepobre da lingstica. Mais nova das disciplinas lingsticas sua prpria denominao s se forjou em fins do sculo XIX foi aprecedida, no quadro do desenvolvimento da lingstica histrica,inicialmente pela fontica, mais aprimorada, e depois pela gra-mtica. Embora denominada e instaurada, a semntica procurou d apenas tomar emprestados seus mtodos quer da retrica clssica, quer da psicologia de introspeco. . A lingstica estrutural seguiu, no seu desenvolvimento, a {mesma ordem de prioridade. A Escola de Praga fundamentou solidamente a fonologia; a Escola de Copenhagem, que a seguiu imediatamente, preocupouse com a elaborao da teoria lingstica 'l` que procurava aplicar renovao dos estudos gramaticais. 012 I

  • esquecimento da semntica patente e voluntrio: normal, nos meios lingsticos, perguntar-se ainda hoje se a semntica possuium objeto homogneo, se esse objeto se presta a uma anliseestrutural, em outras palavras, se se tem 0 direito de considerara semntica como uma disciplina lingsticapA dificuldade de determinar os mtodos prprios semnticae definir as unidades constitutivas de seu objeto um fato.O inventrio restrito de fonemas, seu carter discreto, descobertog implicitamente no momento da primeirarevoluo cientfica dahumanidade, que se configurou com a elaborao dos primeiros ealfabetos, favoreciam o progresso da fontica e, mais tarde, dafonologia. Nada aconteceu de semelhante com a semntica. Adefinio tradicional de seu objeto, considerado pudicamente como"subStncia psquica", impede sua ntida delimitao em relao psicologia e, mais tarde, em relao sociologia. Quanto s 'suas xmidades constitutivas, a ebulio terminolgica seme- mas, semiemas, semantemas, etc. revela somente embarao ed . confuso. O lingista mais bem intencionado s podia, nessasocasies, considerar a semntica como uma cincia que se procura, a si mesma.0 golpe de misericrdia lhe foi dado finalmente pelo triunfode uma certa concepo da lingstica que se apoiava sobre a, psicologia do comportamento. conhecida a famosa definiod do signo lingstico dada por Blgomfield (Lmguzg): "uma 1*l forma fontica que tem sentido" (p. 138), "um sentido do qualnada se pode saber" (p. 162). Levando-se em considerao taisatitudes behavioristas, tornouse comum considerar-se a semnticacomo no possuidora de sentido algum. Entretanto, como oobserva corretamente jakobs falando dos que dizem "que asquestes de sentido no iffenhum sentido para eles, quando ` ,_ dizem "Sem sentido", das duas uma: ou sabem O que querem ` dizer, e por isso mesmo a questo de sentido ganha sentido, ou 5no o sabem, e ento sua frmula j no tem absolutamente sen-. tido algum" (Essais pp. 38-9).Esses trs motivos: o retardamento histrico dos estudossemnticos, as dificuldades prprias definio de seu objeto ea onda do formalismo foram determinantes e explicam as re-1 ticncias dos lingistas em relao s pesquisas sobre a signi-ficao. I3

    esquecimento da semntica patente e voluntrio: normal, nos meios lingsticos, perguntar-se ainda hoje se a semntica possuium objeto homogneo, se esse objeto se presta a uma anliseestrutural, em outras palavras, se se tem 0 direito de considerara semntica como uma disciplina lingsticapA dificuldade de determinar os mtodos prprios semnticae definir as unidades constitutivas de seu objeto um fato.O inventrio restrito de fonemas, seu carter discreto, descobertog implicitamente no momento da primeirarevoluo cientfica dahumanidade, que se configurou com a elaborao dos primeiros ealfabetos, favoreciam o progresso da fontica e, mais tarde, dafonologia. Nada aconteceu de semelhante com a semntica. Adefinio tradicional de seu objeto, considerado pudicamente como"subStncia psquica", impede sua ntida delimitao em relao psicologia e, mais tarde, em relao sociologia. Quanto s 'suas xmidades constitutivas, a ebulio terminolgica seme- mas, semiemas, semantemas, etc. revela somente embarao ed . confuso. O lingista mais bem intencionado s podia, nessasocasies, considerar a semntica como uma cincia que se procura, a si mesma.0 golpe de misericrdia lhe foi dado finalmente pelo triunfode uma certa concepo da lingstica que se apoiava sobre a, psicologia do comportamento. conhecida a famosa definio d do signo lingstico dada por Blgomfield (Lmguzg): "uma 1*l forma fontica que tem sentido" (p. 138), "um sentido do qualnada se pode saber" (p. 162). Levando-se em considerao taisatitudes behavioristas, tornouse comum considerar-se a semnticacomo no possuidora de sentido algum. Entretanto, como oobserva corretamente jakobs falando dos que dizem "que as questes de sentido no iffenhum sentido para eles, quando ` ,_ dizem "Sem sentido", das duas uma: ou sabem O que querem ` dizer, e por isso mesmo a questo de sentido ganha sentido, ou 5no o sabem, e ento sua frmula j no tem absolutamente sen-. tido algum" (Essais pp. 38-9).Esses trs motivos: o retardamento histrico dos estudossemnticos, as dificuldades prprias definio de seu objeto ea onda do formalismo foram determinantes e explicam as re-1 ticncias dos lingistas em relao s pesquisas sobre a signi-ficao. I3

  • iTudo isso mostra bem a posio desconfortvel daquele que,consciente da urgncia dos problemas semnticos, deseja refletiracerca das condies pelas quais seria possvel um estudo cien- =tfico da significao. Tem ele de enfrentar duas espcies dedificuldades: umas tericas, outras prticas.As primeiras provm das dimenses considerveis de seu aempreendimento: se verdade que a semntica deve encontrar seu lugar na economia geral da lingstica e a integrarse comseus postulados e o corpo de seus conceitos instrumentais, cum- jpre-lhe ao mesmo tempo visar a um carter de generalidades Su-ficientes para que seus mtodos, que esto para ser elaborados,sejam compatveis com qualquer outra pesquisa que vise Sig-nificao. Em outros termos, se a semntica tem por objeto de. estudo as lnguas naturais, a descrio destas faz parte dessaV cincia mais vasta da significao que a Semiologia, no sentidoSaussuriano do termo. _As segundas so relativas ao destinatrio eventual de suasreflexes. A necessidade de formalizao, a insistncia na unvo-cidade dos conceitos utilizados s podem ser expressas, nesseestgio das pesquisas, por uma neologa das denominaes e porredundncia das definies que se pretendem umas mais rigorosasque as outras; esse tateamento prcientfico s pode parecer igual-mente pedante e suprfluo ao destinatrio cujo sistema de refe-rncias culturais literrio ou histrico. Mas parecer, com jus-tia, insuficiente e excessivamente "qualitativo" aos lgicos e aosmatemticos, que constituem um grupo de sustentao e de pressoque a lingstica no pode deixar de considerar. Assim, mergu-lhado entre exigncias prticas contraditrias, o autor s podeescolher, com o risco de descontentar a todos, o caminho mediador,m., - a fim de se fazer compreender por ambos os lados: se lhe pareceevidente que sem o auxlio da lgica matemtica, e da lgica sim- .,. plesmente, a semntica s pode permanecer na contemplao dos `seus prprios conceitos gerais, do mesmo modo, ele tem conscin-cia de que uma iniciao semntica que no vise s cincias huma-nas e, em plena reviravolta, as ultrapasse, permanecer, por muitotempo, como prtica de igrejinha.Z14

    iTudo isso mostra bem a posio desconfortvel daquele que, consciente da urgncia dos problemas semnticos, deseja refletir acerca das condies pelas quais seria possvel um estudo cien- =tfico da significao. Tem ele de enfrentar duas espcies de dificuldades: umas tericas, outras prticas.As primeiras provm das dimenses considerveis de seu aempreendimento: se verdade que a semntica deve encontrar seu lugar na economia geral da lingstica e a integrarse com seus postulados e o corpo de seus conceitos instrumentais, cum- jpre-lhe ao mesmo tempo visar a um carter de generalidades Su-ficientes para que seus mtodos, que esto para ser elaborados,sejam compatveis com qualquer outra pesquisa que vise Sig-nificao. Em outros termos, se a semntica tem por objeto de. estudo as lnguas naturais, a descrio destas faz parte dessaV cincia mais vasta da significao que a Semiologia, no sentidoSaussuriano do termo. _As segundas so relativas ao destinatrio eventual de suasreflexes. A necessidade de formalizao, a insistncia na unvo-cidade dos conceitos utilizados s podem ser expressas, nesseestgio das pesquisas, por uma neologa das denominaes e porredundncia das definies que se pretendem umas mais rigorosasque as outras; esse tateamento prcientfico s pode parecer igual-mente pedante e suprfluo ao destinatrio cujo sistema de refe-rncias culturais literrio ou histrico. Mas parecer, com jus-tia, insuficiente e excessivamente "qualitativo" aos lgicos e aosmatemticos, que constituem um grupo de sustentao e de pressoque a lingstica no pode deixar de considerar. Assim, mergu-lhado entre exigncias prticas contraditrias, o autor s podeescolher, com o risco de descontentar a todos, o caminho mediador,m., - a fim de se fazer compreender por ambos os lados: se lhe pareceevidente que sem o auxlio da lgica matemtica, e da lgica sim- .,. plesmente, a semntica s pode permanecer na contemplao dos `seus prprios conceitos gerais, do mesmo modo, ele tem conscin-cia de que uma iniciao semntica que no vise s cincias huma-nas e, em plena reviravolta, as ultrapasse, permanecer, por muitotempo, como prtica de igrejinha.Z14

  • 2. SIGNIFICAO E PERCEPO` Cr) A primeira escolhe: epstemolqccr.A primeira observao referente significao s pode tocarao seu carter onipresente e multiforme ao mesmo tempo. Fica-mos ingenuamente espantados quando nos pomos a refletir acercada situao do homem que, -de manh noite e da idade prnatal morte, atormentado por significaes que o solicitam por toda V parte, por mensagens que o atingem a todo momento e sob todasas formas. Ingnuas desta vez no sentido no cientfico dapalavra parecem as pretenses de certos movimentos literriosque desejam fundar uma esttica de nosignificaO: se, numapea, a presena de duas cadeiras, situadas uma ao lado da outra,parece perigosa a Alain BobbeGrillet, j que mitificante por seupoder de evocao, esquecemos que a presena de uma s cadeirafunciona como um paradigma lingstico e no caso de ausncia,esta pode ser tambm bastante significante.Mas uma semntica que parte desta verificao da onipre-Senca da significao s pode ser confundida com a teoria do _;,conhecimento e procurar ou suplantla ou Submeterse a umacerta epistemologia. Esta situao desconfortvel foi bem obser-vada por Hjehnslev que, aps t-la assinalado como destino dequalquer cincia, e no somente da lingstica, aconselhava a acei-tarmo-lo resignadamente, mas limitando seus eventuais prejuzos.OS pressupostos epistemolgicos, devemos, ser,, cgnseqiientemente,to poucnneosos e to gerais quantopossivel."" com conhecimento de causa que nos propomos a considerara percepo como o lugar no lingstico onde se situa a apreen-so da significao. Assim procedendo, ganhamos a vantagem e1 o inconveniente de no poder estabelecer, no seu estatuto * parti-cular, uma classe autnoma de significaes lingsticas, suspen-dendo dessarte a distino entre a semntica lingstica e a semic-logia saussuriana. Embora reconhecendf nossas preferncias sub- jetivas pela teoria da percepo tal como foi anteriormente desen-(*) Optamos por traduzir Stztut por "estatutO", embora a palavra no tenha,V em nossa lngua, a mesma amplagama deacepes que hoje possu em francs,' notadamente em textos de lmgustxca e Semrtica (Barthes, Mounm, Grcimas etc.).(N. dos T.)15

    2. SIGNIFICAO E PERCEPO` Cr) A primeira escolhe: epstemolqccr.A primeira observao referente significao s pode tocarao seu carter onipresente e multiforme ao mesmo tempo. Fica-mos ingenuamente espantados quando nos pomos a refletir acercada situao do homem que, -de manh noite e da idade prnatal morte, atormentado por significaes que o solicitam por toda V parte, por mensagens que o atingem a todo momento e sob todasas formas. Ingnuas desta vez no sentido no cientfico dapalavra parecem as pretenses de certos movimentos literriosque desejam fundar uma esttica de nosignificaO: se, numapea, a presena de duas cadeiras, situadas uma ao lado da outra,parece perigosa a Alain BobbeGrillet, j que mitificante por seupoder de evocao, esquecemos que a presena de uma s cadeirafunciona como um paradigma lingstico e no caso de ausncia,esta pode ser tambm bastante significante.Mas uma semntica que parte desta verificao da onipre-Senca da significao s pode ser confundida com a teoria do _;,conhecimento e procurar ou suplantla ou Submeterse a umacerta epistemologia. Esta situao desconfortvel foi bem obser-vada por Hjehnslev que, aps t-la assinalado como destino dequalquer cincia, e no somente da lingstica, aconselhava a acei-tarmo-lo resignadamente, mas limitando seus eventuais prejuzos.OS pressupostos epistemolgicos, devemos, ser,, cgnseqiientemente,to poucnneosos e to gerais quantopossivel."" com conhecimento de causa que nos propomos a considerara percepo como o lugar no lingstico onde se situa a apreen-so da significao. Assim procedendo, ganhamos a vantagem e1 o inconveniente de no poder estabelecer, no seu estatuto * parti- cular, uma classe autnoma de significaes lingsticas, suspen-dendo dessarte a distino entre a semntica lingstica e a semic-logia saussuriana. Embora reconhecendf nossas preferncias sub- jetivas pela teoria da percepo tal como foi anteriormente desen-(*) Optamos por traduzir Stztut por "estatutO", embora a palavra no tenha,V em nossa lngua, a mesma amplagama deacepes que hoje possu em francs,' notadamente em textos de lmgustxca e Semrtica (Barthes, Mounm, Grcimas etc.).(N. dos T.)15

  • volvida na Frana por Merleau-Ponty, observaremos, entretanto,que esta atitude epistemolgica parece ser tambm aquela dascincias humanas do sculo XX em geral: assistimos assim, paracitar apenas o que particularmente evident'i"substituixoudapsicologia da fpr1_n__a_e__do com_po,1ttarrre;1,tq,pela das "faculdadeS" da introspea Ve ;plio;;_Mg se almente sobretudo no_,_nvel_r tpecep _e o da obra, e no mais no da eXplor nio ou ___af jrna-' gT1o'f c N1`ered=S,ainda`qe`provisria,p"e vantajosa na poca histrica atual: difcil imaginar outroscritrios de pertinncia aceitveis por todos.b) Umc: descrio qualitativa.No entanto, a afirmao de que as significaes do mundol humano se situam no nvel da percepo consiste em definir a explorao no mundo do senso comum, ou, como se diz, noc; mundo sensvel. A semntica reconhecida assim abertamente como uma tentativa da descrio do mundo das qualidades sen- sveis. . - , .Tal tomada de posiao surpreendera apenas os que, aceitandoa atual ascendncia dos mtodos qualitativos sobre os diferentesdomnios da lingstica, no se deram conta da estreiteza dos re-sultados obtidos cujo erro se atribui no aos procedimentos quan-titativos empregados, mas s falhas da conceituao qualificativaque tornam inoperantes os procedimentos. Por outro lado, umaanlise qualitativa cada vez mais rigorosa s contribuir para pre-encher 0 hiato existente atualmente entre as cincias da natureza,consideradas como quantitativas, e as cincias do homem, queapesar das aparncias sempre enganosas, permanecem qualitativas.Isto porque um movimento paralelo e inverso parecenos Confi-, gurar-se entre as cincias -da natureza. Como observa LviStrauSsno seu Pens Sauuag (p. 20): "A qumica moderna reduz avariedade dos sabores e perfumes a cinco elementos combinadosI de maneira diferente: oxignio, carbono, hidrognio. enxofre eazoto. Traando tabelas de presena e ausncia, avaliando dosese limiares, ela chega a dar conta das diferenas e semelhan-as entre as qualidades que teria outrora eliminado de seu dom-nio por serem secundrias? Uma descrio qualitativa prometepois estabelecer a ponte sobre a regio brumosa do mundo doa e 16{ , h________,__,_.

    volvida na Frana por Merleau-Ponty, observaremos, entretanto,que esta atitude epistemolgica parece ser tambm aquela dascincias humanas do sculo XX em geral: assistimos assim, paracitar apenas o que particularmente evident'i"substituixoudapsicologia da fpr1_n__a_e__do com_po,1ttarrre;1,tq,pela das "faculdadeS" da introspea Ve ;plio;;_Mg se almente sobretudo no_,_nvel_r tpecep _e o da obra, e no mais no da eXplor nio ou ___af jrna-' gT1o'f c N1`ered=S,ainda`qe`provisria,p"e vantajosa na poca histrica atual: difcil imaginar outroscritrios de pertinncia aceitveis por todos.b) Umc: descrio qualitativa.No entanto, a afirmao de que as significaes do mundol humano se situam no nvel da percepo consiste em definir a explorao no mundo do senso comum, ou, como se diz, noc; mundo sensvel. A semntica reconhecida assim abertamente como uma tentativa da descrio do mundo das qualidades sen- sveis. . - , .Tal tomada de posiao surpreendera apenas os que, aceitandoa atual ascendncia dos mtodos qualitativos sobre os diferentesdomnios da lingstica, no se deram conta da estreiteza dos re-sultados obtidos cujo erro se atribui no aos procedimentos quan-titativos empregados, mas s falhas da conceituao qualificativaque tornam inoperantes os procedimentos. Por outro lado, umaanlise qualitativa cada vez mais rigorosa s contribuir para pre-encher 0 hiato existente atualmente entre as cincias da natureza,consideradas como quantitativas, e as cincias do homem, queapesar das aparncias sempre enganosas, permanecem qualitativas.Isto porque um movimento paralelo e inverso parecenos Confi-, gurar-se entre as cincias -da natureza. Como observa LviStrauSsno seu Pens Sauuag (p. 20): "A qumica moderna reduz avariedade dos sabores e perfumes a cinco elementos combinadosI de maneira diferente: oxignio, carbono, hidrognio. enxofre eazoto. Traando tabelas de presena e ausncia, avaliando dosese limiares, ela chega a dar conta das diferenas e semelhan-as entre as qualidades que teria outrora eliminado de seu dom-nio por serem secundrias? Uma descrio qualitativa prometepois estabelecer a ponte sobre a regio brumosa do mundo doa e 16{ , h________,__,_.

  • sentido e dos efeitos do sentid0", conciliando talvez um diaquantidade e qualidade, homem e natureza.Observcroz Notamos que, no exemplo citado por LviSt1'auSs, aos elementos ltimos do sistema Semiolgico Cor-respondem os sintagmas dos processos qumicos e no ossistemas qumicos.C) Primeiros conceitos operacionais...~\Para a constituio dos primeiros elementos de uma termino- logia operacional, designaremos com o nome de Sgyqifccpt os8l6H6QaQ!1 9aT!1PO, srllaL1l2O~$l;,H,a,,.3l,Q9Oao_ru\;elda,_,percepo, e que so reconhecidos,rfse exato momento, como exteriores ao homem. Designaremoswm 0 Mme de wgdv 3 Ssuifgszg 9;.1-is significaqueS rb==iS peleigfiqantgxzxia,grae.,,,.sua exis-riiw iiii ` iiii iiii de *S possvel reconhecer como significante alguma coisa eatribuir-lhe tal nome quando essa coisa significa realmente. A ,existncia do significante pressupe pois a existncia do signi-ficado. Por outro lado, 0 significo s significado porque existeum significante que o significa. Em outras palavras, a existnciado significado pressupe a do significante. _ _Essa pressuposio recproca o nico conceito lgico nodefinido que nos permite definir reciprocamente, a exemplo deHjelrnslev, o significante e 0 significado. Podm da P0V$03m8?, QPOWG .,.l. $;?,;?l?.lQrai,?J'GW J,`i>
  • remetidos ao universo natural manifestado ao nvel das qualidadessensveis. PodeSe assim pensar numa primeira,V_Qassifj;ao dos 1$g1lQl1Q,_gF}_1lQ__1F.Q1l8IHS6I;S,O;il.-'plt qual se evidenciam. Assim os significantes e os conjuntos significantes podem ser: de ordem visual (mmica, gesticulao, escrita, natureza ro-mntica, artes plsticas, sinais de trnsito, etc.); de ordem auditiva (lnguas naturais, msica, etc.); de ordem tctl (linguagem dos cegos, carcias, etc.); etc. (Tal classificao, utilizada constantemente, em geral consi-( derada no-lingstica. Entretanto, a partir da, podemos notar( que as qualidadessignificantes, que situamos fora do homem,no devem ser confundidas com as qualidadessignifiCados: de( fato, os elementos constitutivos das diferentes ordens sensoriais( podem, por sua vez, ser captados como significados e instituir omundo sensvel enquanto significao.b) A correlao entre significantes e significados.No temos o direito de admitir que a essa forma de classi-ficao de significantes corresponda uma diviso paralela de Sig-nificados. Podemos vislumbrar aqui vrios tipos de correlao:1. Os significantes pertencentes a uma mesma ordem sen-sorial podem servir para a constituio de conjuntos significantesautnomos, como as lnguas naturais e a msica. necessrioobservar que as pesquisas sobre a patologia da linguagem permi-tiram estabelecer que a distino entre os rudos (que constituem sum conjunto significante de rudos), os sons musicais e os sonsda linguagem anterior sua investidura pelos significados. SubI ordens sensoriais comportariam assim significaes globais: "rudos", "msica", "linguagem". '2. Os significantes de natureza sensorial diferente podemrecobrir um significado idntico, ou pelo menos, equivalente: lo caso da lngua oral e a lngua escrita.3. Vrios significantes podem interferir num s processoglobal de significao, como a fala e o gesto.Nenhuma classificao de significados possvel a partir dos -= significantes, qualquer que seja o estatuto desses ltimos. A sig-18 ...-

    remetidos ao universo natural manifestado ao nvel das qualidadessensveis. PodeSe assim pensar numa primeira,V_Qassifj;ao dos 1$g1lQl1Q,_gF}_1lQ__1F.Q1l8IHS6I;S,O;il.-'plt qual se evidenciam. Assim os significantes e os conjuntos significantes podem ser: de ordem visual (mmica, gesticulao, escrita, natureza ro-mntica, artes plsticas, sinais de trnsito, etc.); de ordem auditiva (lnguas naturais, msica, etc.); de ordem tctl (linguagem dos cegos, carcias, etc.); etc. (Tal classificao, utilizada constantemente, em geral consi-( derada no-lingstica. Entretanto, a partir da, podemos notar( que as qualidadessignificantes, que situamos fora do homem,no devem ser confundidas com as qualidadessignifiCados: de( fato, os elementos constitutivos das diferentes ordens sensoriais( podem, por sua vez, ser captados como significados e instituir omundo sensvel enquanto significao.b) A correlao entre significantes e significados.No temos o direito de admitir que a essa forma de classi-ficao de significantes corresponda uma diviso paralela de Sig-nificados. Podemos vislumbrar aqui vrios tipos de correlao:1. Os significantes pertencentes a uma mesma ordem sen-sorial podem servir para a constituio de conjuntos significantesautnomos, como as lnguas naturais e a msica. necessrioobservar que as pesquisas sobre a patologia da linguagem permi-tiram estabelecer que a distino entre os rudos (que constituem sum conjunto significante de rudos), os sons musicais e os sonsda linguagem anterior sua investidura pelos significados. SubI ordens sensoriais comportariam assim significaes globais: "rudos", "msica", "linguagem". ' 2. Os significantes de natureza sensorial diferente podemrecobrir um significado idntico, ou pelo menos, equivalente: lo caso da lngua oral e a lngua escrita.3. Vrios significantes podem interferir num s processoglobal de significao, como a fala e o gesto.Nenhuma classificao de significados possvel a partir dos -= significantes, qualquer que seja o estatuto desses ltimos. A sig-18 ...-

  • nificao, conseqentemente, independe da natureza do signifi-cante pelo qual se manifesta. Afrmar, por exemplo, como ocorres freqentemente, que a pintura comporta uma significao pictricaou que a msica possui uma significao musical no tem sentidoalgum. A definio de pintura ou msica de ordem do signifi-cante e no do significado. As significaes que esto eventual-mente a contidas so simplesmente humanas. Poderamos dizerno mximo que o significante, 'tomado em seu todo, comportaum sentido global "pintura" ou "mSiCa".c)f Sgnifccres "ucurcs" e significaes 'cu'ti.fcuS".Uma outra distino consiste em separar os conjuntos signi-ficantes naturais, que so nossas lnguas articuladas, dos conjuntossignificantes artificiais.O critrio desta diviso no aparece, entretanto, de maneira evidente. Parece que na natureza discreta dos elementos cons-titutivos do significante que deveramos procurlo: no caso dosconjuntos significantes `artificiais, os elementos discretos seriamcolocados a priori, enquanto os conjuntos significantes naturaiss extrairiam suas unidades discretas constitutivas a posteriori.Esse critrio no , entretanto, pertinente ao nosso ponto devista, ,o da percepo: a questo de saber se os elementos dossignificantes so discretos ou no, antecedendo percepo, pro-vm das condies da significao, x cuja anlise no podemosnos permitir. Do nosso estrito ponto de vista, o problema, seexiste, deve ser resolvido ao nvel da percepo, no quadro deuma disciplina que se preocuparia com a tipologia dos signifi-cantes. Ser suficiente servirmo-nos dos nicos critrios que digam` respeito ou aos significados, ou as suas relaes com os significantes.d) O estatuto privilegiado das Ingucrs ntturcis.Em comparao com os outros conjuntos significantes, aslnguas naturais parecem possuir um estatuto privilegiado, pelastransposies e tradues possveis. As transposies so de duas espcies:I 19

    nificao, conseqentemente, independe da natureza do signifi-cante pelo qual se manifesta. Afrmar, por exemplo, como ocorres freqentemente, que a pintura comporta uma significao pictricaou que a msica possui uma significao musical no tem sentidoalgum. A definio de pintura ou msica de ordem do signifi-cante e no do significado. As significaes que esto eventual-mente a contidas so simplesmente humanas. Poderamos dizerno mximo que o significante, 'tomado em seu todo, comportaum sentido global "pintura" ou "mSiCa".c)f Sgnifccres "ucurcs" e significaes 'cu'ti.fcuS".Uma outra distino consiste em separar os conjuntos signi-ficantes naturais, que so nossas lnguas articuladas, dos conjuntossignificantes artificiais.O critrio desta diviso no aparece, entretanto, de maneira evidente. Parece que na natureza discreta dos elementos cons-titutivos do significante que deveramos procurlo: no caso dosconjuntos significantes `artificiais, os elementos discretos seriamcolocados a priori, enquanto os conjuntos significantes naturaiss extrairiam suas unidades discretas constitutivas a posteriori.Esse critrio no , entretanto, pertinente ao nosso ponto devista, ,o da percepo: a questo de saber se os elementos dossignificantes so discretos ou no, antecedendo percepo, pro-vm das condies da significao, x cuja anlise no podemosnos permitir. Do nosso estrito ponto de vista, o problema, seexiste, deve ser resolvido ao nvel da percepo, no quadro deuma disciplina que se preocuparia com a tipologia dos signifi-cantes. Ser suficiente servirmo-nos dos nicos critrios que digam` respeito ou aos significados, ou as suas relaes com os significantes.d) O estatuto privilegiado das Ingucrs ntturcis.Em comparao com os outros conjuntos significantes, aslnguas naturais parecem possuir um estatuto privilegiado, pelastransposies e tradues possveis. As transposies so de duas espcies:I 19

  • 1. Uma lngua natural, considerada somente como signifi-cado, pode manifestanse atravs de dois ou mais significanteso pertencentes a ordens sensoriais distintas. O francs, por exemplo, 1pode realizarse sob a forma fnica e grfica, ao mesmo tempo.Admitese geralmente considerar, em tais casos, um dos Sig-nificantes como o primeiro, e O outro como derivado ou transposto;d deste ponto de vista, que o de jakobson, no compartilhamHjelmslev nem Russell.2. Uma linguagem natural, tomada como conjunto sgn- afiocmt, pode ser transposta e realizada numa ordem sensorial dife-i rente. Assim a linguagem onrica simplesmente a transposioda lngua natural numa ordem visual particular (divisvel, por suavez, em duas subordens: em cores, ou em branco e preto) [encon-tramos exemplos comprovadores em Freud]. 0 mesmo ocorrecom a linguagem cinematogrfica.No entanto, parece razovel admitir que essas transposiespodem possuir ou adquirir progressivamente uma autonomiarelativa ou total. Os esforos da arte cinematogrfica da dcadade vinte, tendendo criao de sua prpria linguagem, so carac-tersticos, se pensamos sobretudo na regresso que se produziumais tarde aps a inveno do cinema falado.g As tradues se distinguem desse ltimo tipo de transposiosomente pela direo que tomam: assim, todo conjunto signifi-cante de natureza diferente daquela da lngua natural pode sertraduzido com maior ou menor exatido, numa lngua naturalqualquer: o mesmo ocorre com a pintura e sua traduo pelaI crtica pictrica.O desnvel que se produz entre o conjunto significante inicialI e sua traduo interessa no apenas semntica, mas a toda 1disciplina de significao: a distncia que os separa pode ser interpretada como criadora de alienaes e valorizaes.Vemos que as lnguas naturais ocupam uma situao privile- giada por servirem de ponto de partida a transposies e deponto de chegada de tradues.Tal fato seria suficiente para dar a medida da complexidadeI desse conjunto significante, que a lngua natural.20{ .m,____,_____

    1. Uma lngua natural, considerada somente como signifi-cado, pode manifestanse atravs de dois ou mais significanteso pertencentes a ordens sensoriais distintas. O francs, por exemplo, 1pode realizarse sob a forma fnica e grfica, ao mesmo tempo.Admitese geralmente considerar, em tais casos, um dos Sig-nificantes como o primeiro, e O outro como derivado ou transposto;d deste ponto de vista, que o de jakobson, no compartilhamHjelmslev nem Russell.2. Uma linguagem natural, tomada como conjunto sgn- afiocmt, pode ser transposta e realizada numa ordem sensorial dife-i rente. Assim a linguagem onrica simplesmente a transposioda lngua natural numa ordem visual particular (divisvel, por suavez, em duas subordens: em cores, ou em branco e preto) [encon-tramos exemplos comprovadores em Freud]. 0 mesmo ocorrecom a linguagem cinematogrfica.No entanto, parece razovel admitir que essas transposiespodem possuir ou adquirir progressivamente uma autonomiarelativa ou total. Os esforos da arte cinematogrfica da dcadade vinte, tendendo criao de sua prpria linguagem, so carac-tersticos, se pensamos sobretudo na regresso que se produziumais tarde aps a inveno do cinema falado.g As tradues se distinguem desse ltimo tipo de transposiosomente pela direo que tomam: assim, todo conjunto signifi-cante de natureza diferente daquela da lngua natural pode sertraduzido com maior ou menor exatido, numa lngua naturalqualquer: o mesmo ocorre com a pintura e sua traduo pelaI crtica pictrica.O desnvel que se produz entre o conjunto significante inicialI e sua traduo interessa no apenas semntica, mas a toda 1disciplina de significao: a distncia que os separa pode ser in terpretada como criadora de alienaes e valorizaes.Vemos que as lnguas naturais ocupam uma situao privile- giada por servirem de ponto de partida a transposies e deponto de chegada de tradues.Tal fato seria suficiente para dar a medida da complexidadeI desse conjunto significante, que a lngua natural. 20{ .m,____,_____

  • 4. NVEIS HIERBQUICOS DA LINGUAGEMct) Lmtco do coniunto Iinqstco.0 fim a que se prope a semntica consiste em reunir osmeios conceituais necessrios e suficientes visando descrio deuma lngua natural qualquer do francs, por exemplo , consi-derada como um conjunto significante.A dificuldade principal de uma descrio desse tipo provm,como j vimos, do carter privilegiado das lnguas naturais. Umadescrio da pintura pode ser concebida, de maneira mais geral,e como a traduo da linguagem pictrica em lngua francesa. Masa descrio da lngua francesa, nessa mesma perspectiva, apenasa traduo do francs para o francs. O objeto de estudo se con-funde assim com os instrumentos desse estudo: o acusado a_omesmo tempo seu prprio juiz. Um exemplo, talvez inadequado, mas bem caracterstico, desseestado de coisas fornecido pela lexicografiac Lun dicionrio uni-lnge qualquer um conjunto fechado, dentro do qual as deno-minaes perseguem indefinidamente as definies. necessria uma tomada de posio: qualquer pesquisa quese refira a uma lngua natural permanece fechada nesse quadrolingstico e s pode atingir a expresses, formulaes ou defini-es apresentadas numa lngua natural.0 reconhecimento da limitao do universo semntico implica,por sua vez, a rejeio dos conceitos lingsticos que definem asignificao como a relao entre signos e coisas, e notadamentea recusa em aceitar a dimenso suplementar do referente, intro-. duzido como compromisso, pelos Semanticistas "realistas" (Ullmann) na teoria saussuriana do signo, ela prpria, alis sujeita a cauo,pois representa apenas uma das interpretaes possveis do estru-turalismo de Saussure. isto porque referir;e a coisas para explicarsignos, no mais que uma tentativa de transposio, impratic- vel, das significaes contidas nas lnguas naturais a conjuntossignificantes no-lingsticos: empreendimento de carter onrico,como se v.721

    4. NVEIS HIERBQUICOS DA LINGUAGEMct) Lmtco do coniunto Iinqstco.0 fim a que se prope a semntica consiste em reunir osmeios conceituais necessrios e suficientes visando descrio deuma lngua natural qualquer do francs, por exemplo , consi-derada como um conjunto significante.A dificuldade principal de uma descrio desse tipo provm,como j vimos, do carter privilegiado das lnguas naturais. Umadescrio da pintura pode ser concebida, de maneira mais geral,e como a traduo da linguagem pictrica em lngua francesa. Masa descrio da lngua francesa, nessa mesma perspectiva, apenasa traduo do francs para o francs. O objeto de estudo se con-funde assim com os instrumentos desse estudo: o acusado a_omesmo tempo seu prprio juiz. Um exemplo, talvez inadequado, mas bem caracterstico, desseestado de coisas fornecido pela lexicografiac Lun dicionrio uni-lnge qualquer um conjunto fechado, dentro do qual as deno-minaes perseguem indefinidamente as definies. necessria uma tomada de posio: qualquer pesquisa quese refira a uma lngua natural permanece fechada nesse quadrolingstico e s pode atingir a expresses, formulaes ou defini-es apresentadas numa lngua natural.0 reconhecimento da limitao do universo semntico implica,por sua vez, a rejeio dos conceitos lingsticos que definem asignificao como a relao entre signos e coisas, e notadamentea recusa em aceitar a dimenso suplementar do referente, intro-. duzido como compromisso, pelos Semanticistas "realistas" (Ullmann) na teoria saussuriana do signo, ela prpria, alis sujeita a cauo,pois representa apenas uma das interpretaes possveis do estru-turalismo de Saussure. isto porque referir;e a coisas para explicarsignos, no mais que uma tentativa de transposio, impratic- vel, das significaes contidas nas lnguas naturais a conjuntossignificantes no-lingsticos: empreendimento de carter onrico,como se v.721

  • Observcto: Uma dificuldade, secundria, decorre do fatode existirem contextos no lingsticos de comunicao. Diria- mos que se trata simplesmente de interferncias, no prpriomomento da comunicao, de muitos conjuntos significantes:o fato de a comunicao ser heterognea s vezes em nadaprejudica o estatuto autnomo dos conjuntos significantesque dela participam.b) Nves lgicos do significao. lA l ica moderna ermitiu a su ra o em arte da dificul-9 P 7 [dade causada pela impossibilidade de sair do universo linguisticofechado, elaborando a teoria da hierarquia das linguagens.O conceito de hierarquia assim introduzido, deve ser enten-dido como a relao da pressuposio lgica e no pode ser defi- nido, como j observamos, com os recursos de que dispomos.} A relao da pressuposio se estabelece entre dois contedos deque nada sabemos, e que podem ser dois conjuntos significantes(conjunto "crtica pictrica" pressupe o conjunto de "pintura")ou dois segmentos significantes quaisquer. Assim, podemos dizerque os trs segmentos, que dispomos hierarquicamente:Perceboque digoque faz frioso interligados por relaes de pressuposies.Observuo: No queremos, com este exemplo introduzire os problemas, no lingsticos, dos nveis de realidade ou . . . . Ik nveis de conscincia, mas simplesmente ilustrar a existncia de tais nveis.I O reconhecimento dos nveis de significao que podem exis-tir dentro de um s conjunto significante permiten0s situar apesquisa semntica na distino de dois nveis diferentes: o queconstitui o objeto de nosso estudo e podemos continuar designan-do de acordo com a terminologia estabelecida, como a lngua- -OZ7iet0, e aquele onde sero dispostos os instrumentos lingsticosI e 22

    a-....

    Observcto: Uma dificuldade, secundria, decorre do fatode existirem contextos no lingsticos de comunicao. Diria- mos que se trata simplesmente de interferncias, no prpriomomento da comunicao, de muitos conjuntos significantes:o fato de a comunicao ser heterognea s vezes em nadaprejudica o estatuto autnomo dos conjuntos significantesque dela participam.b) Nves lgicos do significao. lA l ica moderna ermitiu a su ra o em arte da dificul-9 P 7 [dade causada pela impossibilidade de sair do universo linguisticofechado, elaborando a teoria da hierarquia das linguagens.O conceito de hierarquia assim introduzido, deve ser enten-dido como a relao da pressuposio lgica e no pode ser defi- nido, como j observamos, com os recursos de que dispomos.} A relao da pressuposio se estabelece entre dois contedos deque nada sabemos, e que podem ser dois conjuntos significantes(conjunto "crtica pictrica" pressupe o conjunto de "pintura")ou dois segmentos significantes quaisquer. Assim, podemos dizerque os trs segmentos, que dispomos hierarquicamente:Perceboque digoque faz frioso interligados por relaes de pressuposies.Observuo: No queremos, com este exemplo introduzire os problemas, no lingsticos, dos nveis de realidade ou . . . . Ik nveis de conscincia, mas simplesmente ilustrar a existncia de tais nveis.I O reconhecimento dos nveis de significao que podem exis-tir dentro de um s conjunto significante permiten0s situar apesquisa semntica na distino de dois nveis diferentes: o queconstitui o objeto de nosso estudo e podemos continuar designan-do de acordo com a terminologia estabelecida, como a lngua- -OZ7iet0, e aquele onde sero dispostos os instrumentos lingsticosI e 22 a-....

  • ' da pesquisa semntica, e que deve ser considerado como meta-lngstco em relao ao primeiro.Observcto: 0 termo linguagem, que empregamos comfreqncia arriscadamente, vago e corresponde quer a umconjunto, quer a tun subconjunto significante. Tentaremos re-servar o termo lngua para a designao unicamente dosconjuntos ou subconjuntos "naturais", qualquer que seja o n-. vel em que se situem.C) A semntica como linguagem.Esse novo conceito nos permite agora precisar o conceito detraduo. Quando um crtico fala da pintura ou da msica, peloprprio fato de que fala, pressupe ele a existncia de um conjuntosignificante "pintura", "msica". Sua fala constitui pois, em rela-o ao que v ou ouve, uma metalngua. Assim, qualquer que' seja a natureza do significante ou O estatuto hierrquico do con-junto significante considerado, o estudo de sua significao seencontra situado num nvel metalingstico em relao ao conjuntoestudado. Essa diferena de nvel ainda mais visvel quando setrata do estudo de lnguas naturais: assim, o alemo ou 0 inglspodem ser estudados numa metalngua lingstica que utilizao francs, e vice-versa.Isso nos permite a formulao de um princpio de dimensomais geral: diremos que esta metalngua transcritiva ou descritivano apenas serve ao estudo de qualquer conjunto significante,mas tambm que ela prpria indiferente escolha da lnguanatural utilizada. Podemos ir um pouco alm e perguntar se a interpretao6 metalingstica da significao est ligada utilizao das lnguasnaturais particulares, e ainda, se sua descrio no pode se satis-fazer com uma metalinguagem mais ou menos distanciada dasa lnguas naturais.Aqui devemos fazer uma distino, segundo Hjelmslev, entremetalinguagens cientficas e metalinguagens no cientficas. A me-, talinguagem no cientfica , como a lnguaobjeto que ela expli- cita, "natural": obra coletiva de vrias geraes de crticos de

    ' da pesquisa semntica, e que deve ser considerado como meta-lngstco em relao ao primeiro.Observcto: 0 termo linguagem, que empregamos comfreqncia arriscadamente, vago e corresponde quer a umconjunto, quer a tun subconjunto significante. Tentaremos re-servar o termo lngua para a designao unicamente dosconjuntos ou subconjuntos "naturais", qualquer que seja o n-. vel em que se situem.C) A semntica como linguagem.Esse novo conceito nos permite agora precisar o conceito detraduo. Quando um crtico fala da pintura ou da msica, peloprprio fato de que fala, pressupe ele a existncia de um conjuntosignificante "pintura", "msica". Sua fala constitui pois, em rela-o ao que v ou ouve, uma metalngua. Assim, qualquer que' seja a natureza do significante ou O estatuto hierrquico do con-junto significante considerado, o estudo de sua significao seencontra situado num nvel metalingstico em relao ao conjuntoestudado. Essa diferena de nvel ainda mais visvel quando setrata do estudo de lnguas naturais: assim, o alemo ou 0 inglspodem ser estudados numa metalngua lingstica que utilizao francs, e vice-versa.Isso nos permite a formulao de um princpio de dimensomais geral: diremos que esta metalngua transcritiva ou descritivano apenas serve ao estudo de qualquer conjunto significante,mas tambm que ela prpria indiferente escolha da lnguanatural utilizada. Podemos ir um pouco alm e perguntar se a interpretao6 metalingstica da significao est ligada utilizao das lnguasnaturais particulares, e ainda, se sua descrio no pode se satis-fazer com uma metalinguagem mais ou menos distanciada dasa lnguas naturais.Aqui devemos fazer uma distino, segundo Hjelmslev, entremetalinguagens cientficas e metalinguagens no cientficas. A me-, talinguagem no cientfica , como a lnguaobjeto que ela expli- cita, "natural": obra coletiva de vrias geraes de crticos de

  • arte, a lngua da crtica pictrica, por exemplo, se apresenta comoum subconjunto j existente, integrado no conjunto significantefrancs. A metalinguagem cientfica e construda: o que querdizer que todos os termos que a compem constituem um corpo. coerente de definies.Mas a existncia de um corpo de definies s pode significaruma coisa: que a prpria metalinguagem foi previamente colocadacomo lngua-objeto e estudada num nvel hierrquico superior.Assim, para que a metalinguagem semntica, a nica que nos in-teressa, possa ser considerada como "cientfica, necessrio queos termos que a constituem sejam previamente definidos e con-frontados. A definio de uma metalngua cientfica coloca comocondio, e pressupe, conseqentemente, a existncia de umamtmetalnguagm, ou linguagem terciria;. mas percebemos ra-pidamente que esta somente ter razo de ser se for destinadaa analisar a metalinguagem j dada.Vemos agora quais so as condies de uma semntica cien- tficaz ela s pode ser concebida como a unio, pela relao depressuposio recproca, de duas metalinguagens: uma linguagemdescritiva ou translativa, onde as significaes contidas na lin-guagem-objeto podero ser formuladas, e Luna linguagem meto-dolgica, que defina os conceitos descritivos e verifique suacoeso interna.d) O nvel episiemolqico.A existncia de uma linguagem metodolgica, mesmo queautorize o estudo semntico dentro de uma lngua dada, noparece ser suficiente para situar a semntica acima das lnguasnaturais. Esse nvel tercirio que constitui a semntica numa meta-linguagem cientfica deve ser construdo por deduo e no pors induo. Podemos ilustrar esse postulado hjelmsleviano, com o qualestamos de acordo, aplicando-o descrio gramatical. Assim,. um conceito morfolgico, O imperfeito francs por exemplo, podeser definido indutivamente, pela anlise de suas distribuies.0 prprio conceito "imperfeito"` ser denominado ao nvel da lin-guagem descritiva; quando for lanado na linguagem metodol-gica, sua validade poder ser verificada dentro das categorias ""

    arte, a lngua da crtica pictrica, por exemplo, se apresenta comoum subconjunto j existente, integrado no conjunto significantefrancs. A metalinguagem cientfica e construda: o que querdizer que todos os termos que a compem constituem um corpo. coerente de definies.Mas a existncia de um corpo de definies s pode significaruma coisa: que a prpria metalinguagem foi previamente colocadacomo lngua-objeto e estudada num nvel hierrquico superior.Assim, para que a metalinguagem semntica, a nica que nos in-teressa, possa ser considerada como "cientfica, necessrio queos termos que a constituem sejam previamente definidos e con-frontados. A definio de uma metalngua cientfica coloca comocondio, e pressupe, conseqentemente, a existncia de umamtmetalnguagm, ou linguagem terciria;. mas percebemos ra-pidamente que esta somente ter razo de ser se for destinadaa analisar a metalinguagem j dada.Vemos agora quais so as condies de uma semntica cien- tficaz ela s pode ser concebida como a unio, pela relao depressuposio recproca, de duas metalinguagens: uma linguagemdescritiva ou translativa, onde as significaes contidas na lin-guagem-objeto podero ser formuladas, e Luna linguagem meto-dolgica, que defina os conceitos descritivos e verifique suacoeso interna.d) O nvel episiemolqico.A existncia de uma linguagem metodolgica, mesmo queautorize o estudo semntico dentro de uma lngua dada, noparece ser suficiente para situar a semntica acima das lnguasnaturais. Esse nvel tercirio que constitui a semntica numa meta-linguagem cientfica deve ser construdo por deduo e no pors induo. Podemos ilustrar esse postulado hjelmsleviano, com o qualestamos de acordo, aplicando-o descrio gramatical. Assim,. um conceito morfolgico, O imperfeito francs por exemplo, podeser definido indutivamente, pela anlise de suas distribuies.0 prprio conceito "imperfeito"` ser denominado ao nvel da lin-guagem descritiva; quando for lanado na linguagem metodol-gica, sua validade poder ser verificada dentro das categorias ""

  • temporais, aspectuais e modais do francs. NO entanto, ele nopoder ser utilizado, por razes evidentes, na anlise de outraslnguas naturais, por exemplo na anlise do imperfeito alemo. apenas na medida em que 0 corpo de conceitos gramaticaisconstitui um conjunto axiomtico dedutivo que esses conceitospodero servir de base a uma morfologia comparativa ou geral.0 exame do valor metodolgico da deduo ou da induoSituase j, como se v, num nvel hierarquicamente superior, onvel lingstico quaternrio. Isso porque o problema propostodessa forma o de duas concepes da verdade: a verdade consi-derada enquanto coerncia interna e a verdade concebida como. uma adequao realidade.Com efeito, se a descrio a traduo de uma lngua-objetonuma linguagem descritiva, essa traduo deve ser adequada,deve aderir realidade, que , para ns, o nvel da lnguaobjeto.Desse ponto de vista, os mtodos indutivos parecem ser vlidos. Mas pode-se igualmente afirmar que uma descrio indutivano ultrapassar jamais __ os limites de um dado conjunto signifi-cante, no atingir jamais os limites de uma metodologia geral.No por acaso que a lgica linguagem cujos postulados sesituam ao nvel quaternrio decididamente dedutiva.Encontramos assim no domnio semntico, os mesmos pro-blemas que se colocarn a respeito da adequao entre essesmodelos lingsticos que chamamos "leiS da natureza" e a reali-A dade. O desnvel terico, e s vezes prtico, entre modelo emanifestao, eXiste sempre. A cincia s pode se construir levandoem considerao os dois aspectos metodolgicos fundamentais,mas subordinando a induo deduo.' Vemos que s o fato de aceitar a discusso da existncia e. a validade das duas premissas (induo e deduo) j nos situa nonvel quaternrio e coloca, ao mesmo tempo, as condies de umasemntica geral, capaz de descrever qualquer conjunto significante, no importando a forma pela qual se apresente, e independenteda lngua natural que possa servir, por razes de comodidade, descrio. Essas condies so inicialmente a prpria existn-cia do nvel quaternrio, isto , da linguagem epistemolgica, e ag seguir a anlise das condies de validade da descrio semnticaque deve ser a situada.

    temporais, aspectuais e modais do francs. NO entanto, ele nopoder ser utilizado, por razes evidentes, na anlise de outraslnguas naturais, por exemplo na anlise do imperfeito alemo. apenas na medida em que 0 corpo de conceitos gramaticaisconstitui um conjunto axiomtico dedutivo que esses conceitospodero servir de base a uma morfologia comparativa ou geral.0 exame do valor metodolgico da deduo ou da induoSituase j, como se v, num nvel hierarquicamente superior, onvel lingstico quaternrio. Isso porque o problema propostodessa forma o de duas concepes da verdade: a verdade consi-derada enquanto coerncia interna e a verdade concebida como. uma adequao realidade.Com efeito, se a descrio a traduo de uma lngua-objetonuma linguagem descritiva, essa traduo deve ser adequada,deve aderir realidade, que , para ns, o nvel da lnguaobjeto.Desse ponto de vista, os mtodos indutivos parecem ser vlidos. Mas pode-se igualmente afirmar que uma descrio indutivano ultrapassar jamais __ os limites de um dado conjunto signifi-cante, no atingir jamais os limites de uma metodologia geral.No por acaso que a lgica linguagem cujos postulados sesituam ao nvel quaternrio decididamente dedutiva.Encontramos assim no domnio semntico, os mesmos pro-blemas que se colocarn a respeito da adequao entre essesmodelos lingsticos que chamamos "leiS da natureza" e a reali-A dade. O desnvel terico, e s vezes prtico, entre modelo emanifestao, eXiste sempre. A cincia s pode se construir levandoem considerao os dois aspectos metodolgicos fundamentais,mas subordinando a induo deduo.' Vemos que s o fato de aceitar a discusso da existncia e. a validade das duas premissas (induo e deduo) j nos situa nonvel quaternrio e coloca, ao mesmo tempo, as condies de umasemntica geral, capaz de descrever qualquer conjunto significante, no importando a forma pela qual se apresente, e independenteda lngua natural que possa servir, por razes de comodidade, descrio. Essas condies so inicialmente a prpria existn-cia do nvel quaternrio, isto , da linguagem epistemolgica, e ag seguir a anlise das condies de validade da descrio semnticaque deve ser a situada.

  • A semntica cientfica e, com ela, a descrio semntica, que somente a prxis que utiliza a estrutura hierrquica conceitualConstituida pela semntica, s so possveis se levarem em consi-derao simultaneamente ( visando Et anlise deuma lngua-objeto)tres lmguagens, situadas em tres DIVCIS de eX1stenC1a logica dife-rentes: a linguagem descritiva, a linguagem metodolgica e alinguagem epistemolgica.e) A notao simblico:.ReStanos uma ltima observao, de carter tcnico, na ver-dade, mas bastante importante por suas conseqncias prticas:trataSe da utilizao da notao simblica.O exemplo dos matemticos, e tambm 0 da lgica simblicae mais recentemente ainda, da lingstica, mostra 0 que se- podeganhar em precisao no 1'ac1oc1n1o e em facilidade operatona, se,dispondo de um corpo de conceitos definido de maneira unvoca,abandonamos a lngua "natural" para notar esses conceitos simbo-licamente, por meio de caracteres e cifras.Entretanto, para que tal notao possa ser introduzida numdomnio, necessrio que o inventrio dos conceitos a serem tra-duzidos nessa linguagem "simb].ica" seja bastante restrito. So-mente mais tarde saberemos se tais inventrios reduzidos sopossveis: em todo caso, um dos objetivos a que a semnticadeve propor-se.A notao no pois um procedimento de descoberta emsi mesma. Ela no impede que sua utilizao num dado domniotraga a prova indireta de que o terreno de pesquisas escolhido[oi mal preparado. (Cf. Reichenbach, LA0nemnt de la phl0soph soentfque, pp. 187-195),26

    A semntica cientfica e, com ela, a descrio semntica, que somente a prxis que utiliza a estrutura hierrquica conceitualConstituida pela semntica, s so possveis se levarem em consi-derao simultaneamente ( visando Et anlise deuma lngua-objeto)tres lmguagens, situadas em tres DIVCIS de eX1stenC1a logica dife-rentes: a linguagem descritiva, a linguagem metodolgica e alinguagem epistemolgica.e) A notao simblico:.ReStanos uma ltima observao, de carter tcnico, na ver-dade, mas bastante importante por suas conseqncias prticas:trataSe da utilizao da notao simblica.O exemplo dos matemticos, e tambm 0 da lgica simblicae mais recentemente ainda, da lingstica, mostra 0 que se- podeganhar em precisao no 1'ac1oc1n1o e em facilidade operatona, se,dispondo de um corpo de conceitos definido de maneira unvoca,abandonamos a lngua "natural" para notar esses conceitos simbo-licamente, por meio de caracteres e cifras.Entretanto, para que tal notao possa ser introduzida numdomnio, necessrio que o inventrio dos conceitos a serem tra-duzidos nessa linguagem "simb].ica" seja bastante restrito. So-mente mais tarde saberemos se tais inventrios reduzidos sopossveis: em todo caso, um dos objetivos a que a semnticadeve propor-se.A notao no pois um procedimento de descoberta emsi mesma. Ela no impede que sua utilizao num dado domniotraga a prova indireta de que o terreno de pesquisas escolhido[oi mal preparado. (Cf. Reichenbach, LA0nemnt de la phl0soph soentfque, pp. 187-195),26

  • ESTRUTURA ELEMENTAR DA SIGNIFICAAO1. Continuidcrdes e descontinuidades.A lingstica tradicional que alis nisso se adaptava stendncias gerais de seu tempo insistia prazerosamente nocarter contnuo dos fenmenos lingsticos. Assim, a passagemdo z latino de mar para o [S] francs de mer era consideradainconsciente, no captvel, sem soluo de continuidade. Damesma forma, na rea geogrfica do galoromano, a passagem deum pato, de um dialeto a outro, era feita, a p ou de bicicleta,com o "sentimento lingstico" de permanncia. A tarefa dolingista histrico consistia em conduzir diferenas a identidades,remontando ao nvel mais alto possvel. nesse contexto que preciso situar, salientando seu car-ter revolucionrio, a afirmao de Saussure de que a lngua feita de oposies. .Essa constatao, entretanto, no clara, e podemos perguntar,conquanto permaneamos no plano da "realidade", isto ,da substncia fnica e da articulao individual e ocorrencial, sea possvel conceber, por exemplo, tun fenmeno de maneiradiferente de um campo de disperso comparvel ao do tiro de` artilharia; ou ainda, se possvel captar 0 carter descontnuo dosfatos lingsticos, ou fazer sobre a lngua Luna afirmao diferente, dos famosos "tudO se liga" ou "tudo est contido em tudo".A nica forma de focalizar, atualmente, o problema da signi-ficao, consiste em afirmar a existncia de descontinuidades, noplano da percepo, e dos espaos diferenciais (como o fez Lvi-, Strauss), c1'iadores de significao, sem se preocupar com a na-tureza das diferenas percebidas.d27

    ESTRUTURA ELEMENTAR DA SIGNIFICAAO1. Continuidcrdes e descontinuidades.A lingstica tradicional que alis nisso se adaptava stendncias gerais de seu tempo insistia prazerosamente nocarter contnuo dos fenmenos lingsticos. Assim, a passagemdo z latino de mar para o [S] francs de mer era consideradainconsciente, no captvel, sem soluo de continuidade. Damesma forma, na rea geogrfica do galoromano, a passagem deum pato, de um dialeto a outro, era feita, a p ou de bicicleta,com o "sentimento lingstico" de permanncia. A tarefa dolingista histrico consistia em conduzir diferenas a identidades,remontando ao nvel mais alto possvel. nesse contexto que preciso situar, salientando seu car-ter revolucionrio, a afirmao de Saussure de que a lngua feita de oposies. .Essa constatao, entretanto, no clara, e podemos perguntar,conquanto permaneamos no plano da "realidade", isto ,da substncia fnica e da articulao individual e ocorrencial, sea possvel conceber, por exemplo, tun fenmeno de maneiradiferente de um campo de disperso comparvel ao do tiro de` artilharia; ou ainda, se possvel captar 0 carter descontnuo dosfatos lingsticos, ou fazer sobre a lngua Luna afirmao diferente, dos famosos "tudO se liga" ou "tudo est contido em tudo".A nica forma de focalizar, atualmente, o problema da signi-ficao, consiste em afirmar a existncia de descontinuidades, noplano da percepo, e dos espaos diferenciais (como o fez Lvi-, Strauss), c1'iadores de significao, sem se preocupar com a na-tureza das diferenas percebidas.d27

  • Observczoz 0 conceito de descontinuidade, que no che-gamos a definir, no prprio da semntica; ele presidetambm, por exemplo, ao fundamento da matemtica. portanto uma pressuposio que se deve colocar no inven ltrio epistemolgico dos postulados no analisados.2. Primeira concepo da estrutura.Percebemos diferenas e, graas a essa percepo, o mundo"toma forma" diante de ns, e para ns.Mas que significa verdadeiramente no plano lingstico -a expresso "perceber diferenas"?1. Perceber diferenas quer dizer captar ao menos dois ter-mos-objetos, como simultaneamente presentes.2. Perceber diferenas, quer dizer captar a relao entreos termos, lig-los de mn ou de outro modo.d Da, a primeira definio, alis utilizada geralmente, do Con-. Ceito de estrutura: presena de dois termos e da relao entreeles.Decorrem da imediatamente duas conseqncias:1. Um s termoobjeto no comporta significao.2. A Significaopressupe a existncia da relao: o apa-recimento da relao entre os termos que a condio necessriada significao.Qualquer aprofundamento da noo de estrumra exige aanlise dos elementos de sua definio. Portanto, ser necessrioconsiderar sucessivamente a noo de relao e a de termo-ob-jeto. Quanto expresso presena, no analisvel nesse nvel;e e pois implica, com efeito, o modo de existncia dos termosobjetosna percepo; levaria investigao acerca da prpria naturezada percepo. Sua anlise, de acordo com o princpio do mnimo . epistemolgico, no pertence mais lingstica. 0 mesmo ocorrei com o conceito de simultaneidade, que, livre de seu cartertemporal, deixaria ainda um resduo no analisvel, prximo dosconceitos epistemolgicos de continuidade e identidade.28 ' *""'*'

    Observczoz 0 conceito de descontinuidade, que no che-gamos a definir, no prprio da semntica; ele presidetambm, por exemplo, ao fundamento da matemtica. portanto uma pressuposio que se deve colocar no inven ltrio epistemolgico dos postulados no analisados.2. Primeira concepo da estrutura.Percebemos diferenas e, graas a essa percepo, o mundo"toma forma" diante de ns, e para ns.Mas que significa verdadeiramente no plano lingstico -a expresso "perceber diferenas"?1. Perceber diferenas quer dizer captar ao menos dois ter-mos-objetos, como simultaneamente presentes.2. Perceber diferenas, quer dizer captar a relao entreos termos, lig-los de mn ou de outro modo.d Da, a primeira definio, alis utilizada geralmente, do Con-. Ceito de estrutura: presena de dois termos e da relao entreeles.Decorrem da imediatamente duas conseqncias:1. Um s termoobjeto no comporta significao.2. A Significaopressupe a existncia da relao: o apa-recimento da relao entre os termos que a condio necessriada significao.Qualquer aprofundamento da noo de estrumra exige aanlise dos elementos de sua definio. Portanto, ser necessrioconsiderar sucessivamente a noo de relao e a de termo-ob-jeto. Quanto expresso presena, no analisvel nesse nvel;e e pois implica, com efeito, o modo de existncia dos termosobjetosna percepo; levaria investigao acerca da prpria naturezada percepo. Sua anlise, de acordo com o princpio do mnimo . epistemolgico, no pertence mais lingstica. 0 mesmo ocorrei com o conceito de simultaneidade, que, livre de seu cartertemporal, deixaria ainda um resduo no analisvel, prximo dosconceitos epistemolgicos de continuidade e identidade.28 ' *""'*'

  • 3. Coniuuo e dsuno., blma dupla constatao se impe de incio a propsito da1'elaao.' 1.. Para que dois termOSobjetos possam ser captados juntos,e preciso que tenham algo em comum ( o problema da seme-lhana em suas extepsexg O da identidade).2. Para que dois termosobjetos possam ser distinguidos, preciso que sejam diferentes, qualquer que seja a forma (e o, problema da diferena e da noidentidade).O problema do continuo e do descontnuo, como se v,reaparece, embora de maneira um pouco diferente. De fato, arelao manifesta agora sua dupla natureza: e ao mesmo tempodsiuntiva e conjuntiva. e4. AS estrutures elementures. *I Esse duplo aspecto da relao pode manifestar-se em todos osnveis lingsticos. .Exemplos: e4;) rout natonl (rodovia federal) vs rout dpartamantale(rodovia estadual),pato vs bato;{3) Q (b) "vois" vs (p) "non vois",*grande vs pequeno.OS dois primeiros exemplos no oferecem nenhuma dificul-dade: cada termo de relao possui, com efeito, dois elementos, dos quais O primeiro (rout, z) conjunta, ao passo que o segundo (natonal vs dpcrtzmental; p vs Z7) disjunta a estrutura.Os dois ltimos exemplos parecem ser mais delicados porsua prpria simplicidade. Se a existncia da relao entre os dois termos no pode ser colocada em dvida, os dois aspectos(*) Mantivemos "vois" / "non voiS", oposio fonolgica, cujo trao pertinente se seia na presena ou no de voz ou vibrao de cordas voclicas;corresponde, genericamente, oposio sonora / surda. (N. dos T.)

    3. Coniuuo e dsuno., blma dupla constatao se impe de incio a propsito da1'elaao.' 1.. Para que dois termOSobjetos possam ser captados juntos,e preciso que tenham algo em comum ( o problema da seme-lhana em suas extepsexg O da identidade).2. Para que dois termosobjetos possam ser distinguidos, preciso que sejam diferentes, qualquer