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Gregor Mendel Gregor Mendel (1822-1884) é chamado, com mérito, o pai da genética. Realizou trabalhos com ervilha (Pisum sativum 2x=14 ) no mosteiro de Brunn, na Áustria. Sua primeira monografia foi publicada em 1866 mas, devido ao caráter quantitativo e estatístico de seu trabalho, e das influências do trabalho de Darwin (1859) sobre a origem das espécies, pouca atenção foi dada àqueles relatos. Em 1900 o trabalho de Mendel foi redescoberto por outros pesquisadores. Cada um deles obtiveram, a partir de estudos independentes, evidências a favor dos princípios de Mendel, citando-o em suas publicações. Em 1905, o inglês William Bateson, batizou essa ciência que começava a nascer de Genética. O TRABALHO DE MENDEL Mendel não foi o único a realizar experimentos de hibridação, mas foi o que obteve maior sucesso, devido sua metodologia científica de matemática aplicada e ao material escolhido. MATERIAL ESCOLHIDO Mendel escolheu ervilhas como seu organismo experimental, por ser uma planta anual que podia ser cultivada e cruzada

Gregor Mendel

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Page 1: Gregor Mendel

Gregor Mendel

Gregor Mendel (1822-1884) é chamado, com mérito, o pai da genética. Realizou trabalhos com ervilha (Pisum sativum 2x=14 ) no mosteiro de Brunn, na Áustria.

Sua primeira monografia foi publicada em 1866 mas, devido ao caráter quantitativo e estatístico de seu trabalho, e das influências do trabalho de Darwin (1859) sobre a origem das espécies, pouca atenção foi dada àqueles relatos.

Em 1900 o trabalho de Mendel foi redescoberto por outros pesquisadores. Cada um deles obtiveram, a partir de estudos independentes, evidências a favor dos princípios de Mendel, citando-o em suas publicações.

Em 1905, o inglês William Bateson, batizou essa ciência que começava a nascer de Genética.

O TRABALHO DE MENDEL

Mendel não foi o único a realizar experimentos de hibridação, mas foi o que obteve maior sucesso, devido sua metodologia científica de matemática aplicada e ao material escolhido.

MATERIAL ESCOLHIDO

Mendel escolheu ervilhas como seu organismo experimental, por ser uma planta anual que podia ser cultivada e cruzada facilmente tendo-se a possibilidade de se obter progênie abundante ocupando pouco espaço. Possuia genitores contrastantes com características bem definidas e muita variabilidade para vários caracteres. Além disso, as ervilhas contém flores perfeitas que contém ambas as partes, femininas e masculinas (produtoras de pólem), e elas são normalmente autofertilizadas, atingindo a homozigose e pureza por processo natural de propagação.

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METODOLOGIA

Mendel destacou-se por ter adotado procedimentos metodológicos científicos e criteriosos. Destacam-se os fatos de ter analisado um caráter por vez; trabalhado com pais puros; e ter quantificado os dados. Os cruzamentos foram feitos com grande cuidado, qundo as ervilhas estavam em flor. Para prevenir a autofertilização nas "flores-teste", as anteras daquelas fores escolhidas para serem as flores paternais eram removidas antes que suas estraturas receptoras de pólem estivessem completamente maduras. O polem do progenitor escolhido era transferido na época apropriada para o estigma da flor designada para ser a geradora da semente. As sementes eram deixadas para amadurecer nas hastes das plantas. No caso de um caráter tal como a cor da semente. As sementes eram deixadas para amadurecer nas hates das plantas. No caso de um caráter tal como a cor da semente, a classificação podia ser feitra imediatamente; mas para caracteres como a tamanho da planta pudessem ser classificados as sementes tinham que ser plantadas na estação seguinte e esperar que as plantas amadurecessem. Experiencias de hibridização foram realizadas durante várias gerações e retrocruzamentos foram feitos entre híbridos e variedades paternas puras. Mendel visualizava claramente cada problema a ser resolvido e planejava seus cruzamentos para este fim. Ele observou que as condições do tempo, do solo e da umidade afetavam as características do crescimento das plantas, mas fatores hereditários eram os maiores responsáveis pelas características das plantas. Por exemplo em um determinado ambiente as plantas altas mediam 6 á 7 pés, enquanto as anãs mediam de 9 à 18 polegadas. Uma planta anã nunca transformou-se em alta e uma alta nunca transformou-se numa anã.Mendel estudou 7 características, cada uma com duas manifestações fenotípicas. Elas são relacionadas na tabela que segue.

Fonte: www.ufv.br

GREGOR MENDEL

Page 3: Gregor Mendel

Segunda leiIntrodução

Mendel em seus experimentos também cruzou plantas que diferiam em relação

a dois pares de alelos. Neste cruzamento, que objetivava esclarecer a relação

de diferentes pares de alelos, ele cruzou plantas que possuíam sementes

amarelas e lisas com plantas que possuíam sementes verdes e rugosas. A

progênie F1 resultante entre o cruzamento dos progenitores homozigota é

formada por híbridos(heterozigotos) para dois pares de genes. A progênie F1

(GgWw) é formada por diíbridos e, por extensão, o cruzamento GGWW x ggww

é um cruzamento diíbrido. Sabia-se, graças à experiências anteriores, que os

alelos que determinavam sementes amarelas e lisas eram dominantes e sobre

seus respectivos alelos, que produziam sementes verdes e rugosas. Assim,

considerando dois deles tinham-se as informações:

caráter cor dos cotilédones

já tinha sido observado que o padrão amarelo (V_) apresentava dominância

sobre o padrão verde (vv);

caráter aspecto da casca da semente

neste caso, já se observa que o padrão de casca lisa (R_) era dominante

sobre o tipo casca rugosa (rr).

[editar]O estudo

Os cruzamentos foram realizados no mesmo esquema da elaboração da

primeira lei. A geração parental(P) utilizava duas plantas homozigóticas para as

características estudadas, assim uma duplo-dominante (AA) era cruzada com

um duplo-recessiva (aa). Desse cruzamento surgiu um híbrido heterozigótico

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(Aa). Mendel selecionou dois caracteres das sete estudadas na primeira lei

para comparação, ervilhas amarelas(AA) e lisas(BB)(duplo-dominante) e

ervilhas verdes(aa) e rugosas(bb)(duplo-recessiva).No primeiro cruzamento

(F1) todas as ervilhas obtidas eram amarelas(Aa) e lisas(Bb). Na segunda

geração(F2) foram obtidas ervilhas amarelas(A_) e lisas(B_), amarelas(A_) e

rugosas(bb),verdes(aa) e lisas(B_) e verdes(aa)e rugosas(bb), Na proporção,

respectivamente, 9:3:3:1 (P)AA/aa + BB/bb (F1)AAxaa=Aa BBxbb=Bb

(F2)AaxAa=AA/Aa/Aa/aa BbxBb=BB/Bb/Bb/bb

[editar]Cruzamentos possíveis de todos os gametas obtidos

Gametas AB Ab aB abAB AABB AABb AaBB AaBbAb AABb AAbb AaBb AabbaB AaBB AaBb aaBB aaBbab AaBb Aabb aaBb aabb

A_: Dominante(cor Amarela). B_: Dominante(forma Lisa). aa: Recessivo(cor

Verde). bb: Recessivo(forma Rugosa).

Obs.: Foram obtidos dezesseis resultados entre os cruzamentos dos possíveis

tipos de cromossomos. Obs.2: A proporção obtida na experiencia decorre da

soma do número de ocorrencias. Exemplo: Amarela e Lisa(A_B_)- 1/16x9=

9/16.

Assim na geração F2 constata-se a existência de quatro fenótipos distintos,

sendo dois idênticos da geração parental e dois novos(A_bb e aaB_). Todos os

resultados confirmaram que os genes de cada carácter passavam de forma

independente dos demais, ou seja, o fenótipo dominante - amarelo - não era

transmitido obrigatoriamente com o fenótipo dominante - liso, o mesmo ocorreu

com a transmissão dos fenótipos recessivos - verde e rugoso - para os

descendentes.

[editar]Conclusão

A segunda Lei de Mendel também denominada de lei da segregação

independente foi criada por Gregor Mendel diz que, as diferenças de uma

característica são herdadas independentemente das diferenças em outras

características.

Primeira lei

Mendel conclui que os fatores (genes) seriam transmitidos aos descendentes através dos gametas. Entretanto, esses “fatores” separar-se-iam durante processo de formação dos gametas de forma que cada gameta herdaria apenas um “fator” de cada par.

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Nome da Lei: Lei da pureza dos gametas, Lei da Segregação dos fatores ou monoibridismo.

Enunciado

“CADA CARÁTER É CONDICIONADO POR 2 FATORES, QUE SE

SEPARAM NA FORMAÇÃO DOS GAMETAS, PASSANDO APENAS UM

FATOR POR GAMETA”.

Por que Mendel escolheu plantas de ervilha para as suas pesquisas?

a) trata-se de uma planta de fácil cultivo em canteiros;

b) apresenta uma série de características bem contrastantes e de fácil observação;

c) são plantas de ciclo vital curto e produzem um grande número de sementes (descendentes) por exemplar. Desse modo, foi possível estudar várias gerações de plantas em um tempo relativamente curto;

d) as flores de ervilhas reproduzem-se predominantemente por autofecundação, pois são monóclinas (bissexuais), e seus órgãos reprodutores encontram-se protegidos no interior das pétalas. Portanto, as linhagens encontradas na natureza são puras.

Observação: A manifestação rugosa não apareceu em nenhum indivíduo de F1, mas reapareceu na progênie de F2, quando descendiam apenas de sementes lisas.

MENDEL CONCLUIU QUE:

Cada planta transmite, através de seus gametas, apenas um fator (gene) ao descendente. Em F1, todos os indivíduos eram de sementes lisas, sendo filhos de plantas puras de sementes lisas e de plantas puras de sementes rugosas. Mendel denominou a característica lisa de dominante e a característica rugosa de recessiva, pois esta não se manifestou em F1. No entanto, a característica rugosa voltou a se manifestar em F2. Mendel concluiu, portanto, que todos os indivíduos de

F1 eram híbridos de constituição Rr. Se cada indivíduo produz gametas R e r, os gametas podem combinar-se como mostra a descendência.

Page 6: Gregor Mendel

Os descendentes, na geração F2, serão:

1/4 ou 25% RR (lisas - puras)

F2: 2/4 ou 50% Rr (lisas - impuras)

1/4 ou 25% rr (rugosas)

Portanto:

3/4 ou 75% com sementes lisas

1/4 ou 25% com sementes rugosas

1ª Lei de Mendel

Toda característica do indivíduo apresenta, no mínimo, duas variedades, cada uma é determinada por um gene. Por exemplo: a textura do cabelo pode ser lisa ou crespa, etc. Os genes que determinam variedades diferentes do mesmo caráter são denominados alelos. Cada gene ocupa um local específico (lócus genético) no cromossomo.

Os genes alelos expressam o genótipo de um indivíduo, ou seja, sua constituição genética para uma determinada característica. O genótipo, influenciado pelas interferências do meio ambiente, expressa-se no fenótipo, que representa o somatório de todas as características observáveis em um indivíduo. Quando um determinado caráter é condicionado por alelos iguais, o indivíduo denomina-se homozigoto. Se os alelos forem diferentes, denomina-se heterozigoto. O alelo dominante é representado por uma letra maiúscula; o recessivo é representado por letra minúscula.

AA - Fenótipo dominante

Aa - Fenótipo dominante

aa - Fenótipo

HERANÇA SEM DOMINÂNCIA

Algumas flores apresentam duas ou mais colorações, como, por exemplo, vermelho e branco, o alelo para a cor vermelha é V e para a cor branca, B. Quando a planta apresenta os dois alelos V e B simultaneamente, suas flores

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apresentam coloração rósea. A diferença entre a dominância completa e a herança sem dominância reside no efeito fisiológico que os genes produzem nos indivíduos heterozigotos. Na dominância completa, o gene dominante, quando em dose simples, produz o mesmo efeito fenotípico como se estivesse em dose dupla.

Na herança sem dominância, os dois alelos interagem de modo que o heterozigoto apresenta um caráter fenotípico intermediário entre os apresentados pelos indivíduos parentais. Em certos casos, os descendentes heterozigotos assemelham-se mais a um dos tipos parentais que a outro, mas essa semelhança não é completa. O fenômeno é denominado, então, de dominância incompleta.

Cruzamento entre "MARAVILHAS", ilustrando um caso de Codominância

VV X BB

Gametas V e B

F1- VB- 100% Fenótipo- 100% de flores rosa

F1- VV 25% - VB- 50% - vv 25% Fenótipo- 25% de flores brancas; 50% de flores rosa e 25% de flores vermelhas.

Em F1 o fenótipo das flores é intermediário: rosa. Efetuando-se o cruzamento entre duas plantas híbridas de F1, observa-se que os fenótipos parentais reaparecem.

Em F2, a proporção fenotípica é de 1:2:1.

Fonte: www.biomania.com.br

PRIMEIRA LEI DE MENDEL

Page 8: Gregor Mendel

Gregor Mendel foi o primeiro cientista a elucidar os mecanismos básicos da hereditariedade. Ele obteve com êxito em relação a outros cientistas, devido a uma adequada escolha do material de pesquisa. Além disso, usou um método que empregava indivíduos de linhagens puras, observando um caráter de cada vez e não todos os caracteres ao mesmo tempo, como fizeram seus predecessores.E, finalmente, interpretou os dados de suas experiências empregando análises estatísticas de modo a obter resultados quantitativos sobre suas pesquisas.

Quando Mendel desejou cruzar diferentes variedades de ervilhas, preocupou-se em evitar o processo de autopolinização. Para isso, retirava os órgãos masculinos de uma flor antes que ela iniciasse a produção de grãos de pólen. Posteriormente, coletava o pólen de outra planta de variedade diferente e o depositava sobre o órgão reprodutor da flor feminilizada, promovendo uma polinização cruzada.

Através deste processo, Mendel analisou isoladamente o comportamento de sete características que eram de fácil observação e nitidamente contrastantes.

Inicialmente, Mendel promoveu o cruzamento entre plantas de sementes lisas com plantas de sementes rugosas. Ambas as plantas eram puras para esta característica. Os indivíduos deste cruzamento foram denominados de geração P ou parental. Os indivíduos resultantes deste cruzamento foram denominados de F1, correspondendo à primeira geração de filhos que apresentou 100% de plantas com sementes lisas. O caráter rugoso não se manifestou em F1. Posteriormente, Mendel permitiu a autofecundação dos indivíduos de F1. Obteve então a geração F2, com 75% de plantas de sementes lisas e 25% de plantas de sementes rugosas, em uma proporção de três lisas para uma rugosa.

Em F1 todos os indivíduos eram de sementes lisas, sendo filhos de plantas puras de sementes lisas e de plantas puras de sementes rugosas. Portanto, Mendel denominou a característica lisa de dominante e a característica rugosa de recessiva, pois ela não se manifestou em F1. No entanto, a característica rugosa voltou a se manifestar em F2 de modo que ela não foi destruída em F1; pelo contrário, estava presente, mas apenas não se manifestara. Mendel concluiu, portanto, que todos os indivíduos de F1 eram híbridos de constituição LR. Em F1, apenas o fator L se manifestou, por ser dominante. No entanto, todos os indivíduos de F1 eram portadores do fator R (gene) para o aspecto rugoso, que não se manifestou por ser recessivo perante o fator liso. As plantas

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de F1, ao se autofecundarem, firmam dois tipos de gametas, L e R. Deste modo, tornaram-se possíveis quatro combinações de gametas.

Fonte: www.brasilescola.com

PRIMEIRA LEI DE MENDEL

Mendel escolheu a ervilha (Pisum sativum) como organismo experimental por ser uma planta que possuía uma variedades de características facilmente observáveis (cor, forma da semente, altura da planta, cor da flor etc.). Ele também observou que a flor da ervilha possuía os dois órgãos sexuais, e reproduziam por autofecundação e fecundação cruzada. Foi então que ele deu início aos seus experimentos.

Mendel cruzou, por autofecundação várias ervilhas, várias vezes até conseguir indivíduos puros.

Mendel cruzou uma planta alta (AA) com uma planta anã (aa), e obteve uma geração F1 (Filha 1) era toda alta.

Cruzou dois indivíduos da geração F1, obtendo uma geração F2 composta por indivíduos altos e baixos.Mendel concluiu que "os indivíduos devem conter fatores em pares que se separam durante a formação dos gamentas e se unem na formação de um novo indivíduos", Mendel não sabia que esses "fatores" eram os genes.

Fonte: www.crazymania.com.br

Charles Robert Darwin12/02/1809, Shewsbury, Inglaterra19/04/1882, Downe (Kent), Inglaterra

Page 10: Gregor Mendel

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

Charles Darwin revolucionou a ciência com a teoria da evolução e a idéia de seleção natural

Charles Robert Darwin nasceu em uma família próspera e culta. Seu pai, Robert, era um médicorespeitado e seu avô paterno, Erasmus, poeta, médico e filósofo. 

Em 1825, foi para Edimburgo estudar medicina, mas abandonou a carreira. Mudou-se para Cambridge, disposto a se tornar um sacerdote anglicano, mas ficou amigo do botânico John Stevens Henslow, com quem aprofundou seus conhecimentos em história natural, matéria em que seu talento que se manifestava desde a infância.

Henslow conseguiu incluir Darwin como naturalista numa expedição ao redor do globo no navio Beagle, que deixou Davenport em 27 de dezembro de 1831 rumo à América do Sul. 

Foram quatro anos e nove meses de pesquisas. Ele juntou fósseis, amostras geológicas, observou milhares de espécies vegetais e animais, erupções vulcânicas e terremotos. Em 1839, após se casar com Emma Wedgwood, foi viver no campo, na terra natal. Sofreu de uma doença não diagnosticada na época, e suspeita-se que tenha sido o mal de Chagas.

Na viagem do Beagle, Darwin notou que um mesmo animal tinha características próprias de uma região para outra. O mesmo acontecia em espécies separadas pelo tempo, como demonstravam os fósseis. Embora bem definidas na mente de Darwin, as idéias evolucionistas eram apenas assunto para um círculo íntimo de amigos, pois se chocavam com a versão bíblica da

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criação e com a noção filosófica grega de formas ideais.

O evolucionismo, porém, já era uma corrente importante na biologia. Animado ao conhecer o trabalho do zoólogo Alfred Russell Wallace que chegava a conclusões semelhantes, Darwin publicou, em 1859 seu livro conhecido hoje como "A Origem das Espécies". 

O nome completo era: "Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural ou a Conservação das Raças Favorecidas na Luta pela Vida". 

Pela seleção natural, as condições ambientais determinam quanto uma determinada característica ajuda na sobrevivência e na reprodução de um ser vivo. 

Aqueles com características mais eficientes para se adaptar a seu meio-ambiente geram mais filhos e os outros podem morrer antes de se reproduzirem ou serem menos prolíficos. O conceito de que só os fortes sobrevivem, porém, é um erro comum. Por exemplo, conforme as condições, um animal muito robusto pode demandar mais alimento e ter menos chances do que um outro mais ágil.

Como previa o naturalista, o pensamento conservador reagiu à sua teoria. Embora os cientistas tenham concluído que Darwin estava certo, a polêmica permanece até hoje nos meios filosóficos e religiosos. Há setores destes últimos que proíbem o ensino do evolucionismo darwiniano em escolas, pois adotam a teoria do criacionismo, da criação do ser humano por Deus, como está na Bíblia. Independente de qualquer polêmica, porém, o evolucionismo darwinista foi a base das ciências biológicas contemporâneas.

Extremamente apegado à família, o caráter modesto e cuidadoso de Darwin atraía a simpatia até dos adversários. Fulminado por um ataque cardíaco, foi enterrado na abadia de Westminster, por solicitação expressa do Parlamento inglês.

Leia mais

Charles Darwin

(Shewsbury, Shropshire, 1809 - Down, Kent, 1882).

Naturalista britânico. Inicia estudos de Medicina e de Teologia, mas em 1831, aprende bastante de Botânica, Entomologia e Geologia, é recomendado para uma expedição científica a bordo do Beagle. A volta ao mundo do Beagle dura cinco anos, durante os quais Darwin forma a sua colecção de naturalista, acumula observações práticas e modifica os postulados teóricos básicos da ciência biológica da época. Aos 27 anos,

Page 12: Gregor Mendel

de regresso a Inglaterra, decide dedicar a sua vida à ciência. Em 1842, com a herança paterna, retira-se para uma casa no campo, onde vive consagrado ao estudo até à morte.  

No estudo A Origem das Espécies formula a teoria da evolução dos seres vivos mediante uma selecção natural que favorece nos indivíduos variações úteis na luta pela existência; estas variações transmitem-se, reforçadas, aos descendentes.  

Charles Darwin formula a doutrina evolucionista, segundo a qual as espécies procedem umas das outras por evolução. Em virtude da selecção natural sobrevivem os indivíduos e as espécies melhor adaptados. Estas ideias revolucionam as concepções biológicas da sua época.  

A esta obra segue-se A Origem do Homem, em que aprofunda a sua teoria sobre a descendência do homem e do macaco de um antepassado comum. Por formular estas ideias vê-se violentamente combatido pelas mais diversas correntes religiosas, que vêm no homem a imagem de Deus. Consequentemente, em redor do pensamento de Darwin cristalizam as polémicas vitorianas sobre a natureza social, metafísica e fisiológica do homem.  

O impacto desta obra é imediato e sensacional. O público culto já está introduzido na concepção da evolução, mas o facto de um cientista respeitado contribuir com tal quantidade de evidências para provar esta ideia revolucionária convence um grande número de cientistas importantes, de modo que, por muitos oponentes que tenha, a opinião geral torna-se favorável.  

Darwin tem uma influência decisiva sobre a literatura da segunda metade do século XIX e contribui involuntariamente para o advento do naturalismo literário.

 

Charles Darwin

INDICE

 Introdução

 Desenvolvimento

Page 13: Gregor Mendel

 Frases Célebres de Darwin

 Conclusão

 Bibliografia

Introdução

Naturalista britânico, inicia estudos de Medicina e de Teologia, mas em 1831, aprende bastante de

Botânica, Entomologia e Geologia, é recomendado para uma expedição científica a bordo do Beagle. A

volta ao mundo do Beagle dura cinco anos, durante os quais Darwin forma a sua colecção de naturalista,

acumula observações práticas e modifica os postulados teóricos básicos da ciência biológica da época.

Aos 27 anos, de regresso a Inglaterra, decide dedicar a sua vida à ciência. Em 1842, com a herança

paterna, retira-se para uma casa no campo, onde vive consagrado ao estudo até à morte.   

No estudo A Origem das Espécies formula a teoria da evolução dos seres vivos mediante uma selecção

natural que favorece nos indivíduos variações úteis na luta pela existência; estas variações transmitem-

se, reforçadas, aos descendentes.   

Charles Darwin formula a doutrina evolucionista, segundo a qual as espécies procedem umas das outras

por evolução. Em virtude da selecção natural sobrevivem os indivíduos e as espécies melhor adaptados.

Estas ideias revolucionam as concepções biológicas da sua época.   

A esta obra segue-se A Origem do Homem, em que aprofunda a sua teoria sobre a descendência do

homem e do macaco de um antepassado comum. Por formular estas ideias vê-se violentamente

combatido pelas mais diversas correntes religiosas, que vêm no homem a imagem de Deus.

Consequentemente, em redor do pensamento de Darwin cristalizam as polémicas vitorianas sobre a

natureza social, metafísica e fisiológica do homem.   

O impacto desta obra é imediato e sensacional. O público culto já está introduzido na concepção da

evolução, mas o facto de um cientista respeitado contribuir com tal quantidade de evidências para

provar esta ideia revolucionária convence um grande número de cientistas importantes, de modo que,

por muitos oponentes que tenha, a opinião geral torna-se favorável.   

Page 14: Gregor Mendel

Darwin tem uma influência decisiva sobre a literatura da segunda metade do século XIX e contribui

involuntariamente para o advento do naturalismo literário.

Desenvolvimento

Charles Darwin nasceu a 12 de Fevereiro de 1809 no seio de uma família abastada. O seu pai era um

médico famoso e altamente respeitado e Susannah, sua mãe, pertencia a uma importante família de

fabricantes de cerâmica.

Darwin não foi um aluno brilhante, pois não se interessava pelas matérias que lhe ensinavam na escola.

Estava destinado a viver da fortuna da família, mas o seu pai convenceu-o a optar por uma profissão. Em

1825, Charles Darwin foi estudar medicina, tendo desistido dois anos mais tarde, para ingressar no curso

de direito na Universidade de Cambridge. Um dos seus professores, Prof. Henslow, convenceu-o a levar

mais a sério o seu interesse pelas Ciências.

Em Janeiro de 1831, Darwin formou-se. O Prof. Henslow falou-lhe então de um navio, o H.M.S. Beagle,

que iria partir para uma viagem à volta do mundo numa missão de investigação e, assim, em 27 de

Dezembro de 1831, Darwin partiu numa expedição que iria durar cinco anos e que se iria tornar um

marco da história da Ciência.

governo inglês queria contribuir para a cartografia de zonas pouco conhecidas da costa sul-americana.

Para esta tarefa, era necessário um naturalista, para observar e coleccionar tudo o que houvesse de

interesse — Darwin, devido à sua juventude, era a escolha acertada.

viagem do Beagle começou a 27 de Dezembro de 1831 e durou 5 anos. Durante este tempo percorreu

toda a costa sul-americana, parou em todas as ilhas das Galápagos, continuando para a Austrália e

depois para Sul de África.

Darwin teve oportunidade de observar diferentes fenómenos da natureza que lhe

despertaram a curiosidade e que viriam a ser pilares no desenvolvimento da sua

teoria. Na Argentina, desenterrou ossos de animais já extintos, mas que

apresentavam algumas semelhanças com espécies actuais.

Mais tarde, no Chile, presenciou um vulcão em plena erupção; as Galápagos

apresentavam uma fauna e flora peculiares, que lhe proporcionaram o estudo das iguanas, tentilhões e

tartarugas.

Após a chegada do Beagle a Inglaterra, o trabalho de Darwin como naturalista tinha de ser terminado.

Page 15: Gregor Mendel

Para isso, instalou-se em Londres, onde editou dois livros: um livro que descrevia o trabalho zoológico

durante a viagem e outro que era o seu diário de bordo.

Pouco tempo depois do seu casamento com Emma Wedgwood, a família mudou-se para a aldeia de

Down no Sudeste da Inglaterra. Foi aqui que desenvolveu a teoria que o tornaria famoso e que iria

revolucionar o pensamento. Darwin permaneceu nesta casa o resto da vida rodeado apenas pela família

e alguns amigos mais íntimos.

Todas as informações recolhidas durante a viagem e os relatórios que os seus

colegas prepararam (baseados nas espécies enviadas por Darwin) alertaram-no para

algumas questões.

As tartarugas das Galápagos eram suficientemente parecidas para terem uma

origem comum, mas pertenciam a 7 espécies diferentes, e cada espécie vivia numa

só ilha. Um fenómeno semelhante acontecia com os tentilhões. Darwin concluiu que as ilhas tinham sido

povoadas a partir do continente e que as características de cada ilha tinham condicionado a evolução

das espécies, levando assim à sua diferenciação. Esta conclusão levou Darwin a juntar-se à corrente

evolucionista, já defendida por outros como Lamarck.

Segundo Lamarck, todas as espécies tinham evoluído a partir de outras espécies ancestrais. E as novas

características adquiridas pelos seres vivos deviam-se à necessidade de adaptação ao meio que os

rodeava. Sendo assim, se um órgão ou função de um ser vivo fosse muito utilizado, este tornava-se mais

forte, mais vigoroso e de maior tamanho. Mas se um órgão ou função não fosse utilizado, atrofiava e

acabaria por desaparecer. Estas características eram, por sua vez, transmitidas às gerações seguintes. A

adaptação era progressiva e caminhava para a perfeita interacção com os factores ambientais. Desta

forma, Lamarck explicava o tamanho do pescoço das girafas ou dos flamingos.

Darwin veio modificar a teoria de Lamarck tornando-a mais verdadeira. Segundo esta teoria, o número

de indivíduos de uma espécie não se altera muito de geração em geração, pois uma boa parte dos

indivíduos de uma geração é naturalmente eliminada, devido à luta pela sobrevivência. Assim, os

indivíduos que sobrevivem são os mais aptos e melhor adaptados ao meio ambiente, os outros são

eliminados progressivamente. O resultado desta luta é uma selecção natural que ocorre na natureza,

privilegiando os melhores dotados relativamente a determinadas condições ambientais. Como as formas

mais favorecidas têm uma maior taxa de reprodução em relação às menos favorecidas, vão-se

introduzindo pequenas variações na espécie que a longo prazo levam ao aparecimento de uma nova

espécie. Como os mecanismos hereditários ainda não eram conhecidos, Darwin não conseguiu explicar

como surgiam as variações dentro das espécies, nem como eram transmitidas às descendências.

Ao mesmo tempo que Darwin definia a sua teoria, o naturalista Wallace enviou-lhe o seu trabalho, com

uma teoria muito próxima à sua, para que Darwin desse a sua opinião. Este facto apressou todo o

processo e pouco tempo depois, Darwin apresentou a sua teoria e a de Wallace à Linnaean Society.

Page 16: Gregor Mendel

Dedicou o ano seguinte a escrever um livro, que em quatro volumes resumia a sua teoria, ao qual Darwin

chamou de "On the origin of species" (A origem das espécies).

O livro esgotou no primeiro dia de vendas e levantou uma tempestade de ideias que dificilmente se

acalmou. A Igreja Católica contestou ferozmente a teoria, pois esta desmentia alguns dogmas seculares.

Além disso, reduzia-nos a um universo apenas material, onde todo o processo de criação se devia ao

ambiente e não a Deus. Darwin sempre negou a sua intenção de destruir a imagem de Deus e manteve-

se devoto até ao fim da sua vida.

Darwin publicou muitas outras obras expondo as suas teorias e a sua biografia. Foi igualmente pioneiro

em muitos temas controversos no campo das ciências. As suas ideias foram realmente revolucionárias,

tendo iniciada uma linha de pensamento totalmente original.

Morreu a 1 de Abril de 1882, tendo sido sepultado na Abadia de Westminster — devido à sua

popularidade, o governo concedeu-lhe esta honra, ainda que contra a vontade da família.

Frases Célebres de Charles Darwin

"A man´s friendships are one of the best measures of his worth" (as amizades de um homem são uma

das melhores medidas de quanto vale).

"An American Monkey after getting drunk on Brandy would

never touch it again, and thus is much wiser than most man"

(um macaco americano depois de se embebedar com brandy

nunca mais volta a bebê-lo, neste sentido é muito mais sensato

do que a maioria dos homens).

Há grandeza neste modo de ver a vida, com as suas

potencialidades, que o sopro do criador originalmente imprimiu

em algumas formas ou numa só; e assim, enquanto este

planeta foi girando de acordo com a lei imutável da gravidade,

partir de um início tão simples evoluíram inúmeras formas mais

belas e mais maravilhosas.

Charles Darwin - A origem das Espécies

Page 17: Gregor Mendel

Conclusão

Assim, a teoria da evolução das espécies baseia-se nestes conceitos: origem da vida; provas de evolução

a partir de campos biológicos diversos (semelhanças quanto à forma, embriológicas, bioquímicas ou

achados paleontológicos); factores de evolução: herança (que conserva os caracteres), variabilidade

(mutação, recombinação de genes), selecção natural (o meio actua sobre as variações, com os mais

fortes a imporem-se aos mais fracos) e isolamento.

O evolucionismo rapidamente se expande para além das ciências da vida a outras áreas do

conhecimento, universalizando-se e adaptando-se aos seus princípios científicos. Na filosofia, é entendido

como lei geral dos seres comum a toda a espécie de existência, em geral ou em particular; na

antropologia e na sociologia, está por detrás da concepção de que o desenvolvimento das sociedades e

das instituições seguiu uma certa orientação através de etapas vencidas por meio de leis demonstráveis

(Comte); atinge também a política e a história. Abre, pois, novas perspectivas e considerações em

variadíssimos ramos do saber, mantendo as suas questões tradicionais grandes e aceso debate a nível

filosófico.

No mundo de hoje, o evolucionismo surge como uma doutrina extraordinariamente actual e dotada de

argumentos capazes de criar rupturas com o tradicionalismo e as convenções clássicas, conduzindo o

Homem a uma reabordagem constante da sua própria evolução biológica. O universo e a vida, em todas

as suas manifestações, e a natureza nos seus múltiplos aspectos são cada vez mais entendidos como

resultado do desenvolvimento, por oposição às ideias religiosas da criação inicial. O evolucionismo

pressupõe serem mais plausíveis a mudança, o desenvolvimento e a adaptação como mecanismos de

explicação do conjunto dos organismos vivos.

Bibliografia:

Porto Editora, Diciopédia 2003

www.vidaslusofonas.pt

www.ajc.pt

www.naturlink.pt

Page 18: Gregor Mendel

Catarina Viegas

Para saber mais sobre este tema, utilize o Google:

 

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© 2006 - NotaPositiva | Todos os direitos reservadosA Origem das Espécies

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

On the Origin of Species

A Origem das Espécies

Edição em inglês do livro A Origem das Espécies(1859)

Autor Charles Darwin

Idioma Inglês

País  Reino Unido

AssuntoSeleção naturalBiologia evolutiva

Gênero ciência, biologia

Page 19: Gregor Mendel

Lançamento 24 de novembro de 1859

Páginas 502

Cronologia

Último

On the Tendency of

Species to form

Varieties; and on

the Perpetuation of

Varieties and

Species by Natural

Means of Selection

Fertilisation of

Orchids

Próximo

A Origem das Espécies (em inglês: On the Origin of Species),

do naturalista britânico Charles Darwin , é um dos livros mais importantes da

história da ciência, apresentando aTeoria da Evolução, base de

toda biologia moderna. O nome completo da primeira edição (1859) é On the

Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of

Favoured Races in the Struggle for Life (Sobre a Origem das Espécies por

Meio da Selecção Natural ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta

pela Vida). Somente na sexta edição (1872), o título foi abreviado para The

Origin of Species (A Origem das Espécies), como é popularmente conhecido.

Nesse livro, Darwin apresenta evidências abundantes da evolução das

espécies, mostrando que a diversidade biológica é o resultado de um processo

de descendência com modificação, onde os organismos vivos se adaptam

gradualmente através da selecção natural e as espécies se ramificam

sucessivamente a partir de formas ancestrais, como os galhos de uma grande

árvore: a árvore da vida.

A primeira edição, publicada pela editora de John Murray em Londres no dia 24

de Novembrode 1859 com tiragem de 1.250 exemplares, esgotou-se no

mesmo dia, criando uma controvérsia que ultrapassou o âmbito académico. Um

exemplar da primeira edição atinge hoje mais de 50 mil dólares em leilão.[1]

A proposta de Darwin, que as espécies se originam por processos inteiramente

naturais, contradiz a crença religiosa na criação divina tal como é apresentada

na Bíblia, no livro deGénesis. As discussões que o livro desencadeou se

disseminaram rapidamente entre o público, criando o primeiro debate científico

internacional da história.[2]

Índice

 [esconder]

Page 20: Gregor Mendel

1   Introdução

2   Capítulo I – Variação no estado doméstico

3   Capítulo II – Variação na natureza

4   Capítulo III – Luta pela existência

5   Capítulo IV – Seleção Natural

6   Capítulo V – Leis da Variação

7   Capítulo VI – Dificuldades da teoria

8   Capítulo VII – Instinto

9   Capítulo VIII – Hibridismo

10   Capítulo IX – Imperfeição dos registros geológicos

11   Capítulo X – Da sucessão geológica dos seres vivos

12   Capítulo XI – Distribuição geográfica

13   Capítulo XII – Distribuição geográfica – continuação

14   Capítulo XIII – Afinidades mútuas dos seres vivos; morfologia; embriologia;

órgãos rudimentares

15   Capítulo XIV – Recapitulações e conclusões

16   Ver também

17   Referências

18   Literatura adicional

[editar]Introdução

A transmutação das espécies, popularizada pelo livro Vestiges of the Natural

History of Creation.

Darwin começa falando da importância de sua viagem ao redor do mundo a

bordo do navioHMS Beagle, principalmente suas observações sobre a

distribuição das espécies naAmérica do Sul e as relações geoléogicas dos

habitantes atuais e passados desse continente. Darwin também menciona a

importante contribuição de Alfred Russel Wallace, co-descobridor do

Page 21: Gregor Mendel

mecanismo da seleção natural, e a apresentação conjunta desse mecanismo

na Sociedade Lineana de Londres por Charles Lyell e Joseph D. Hooker em

1858. Darwin critica o livro Vestiges of the Natural History of Creation, um best-

sellerpublicado anonimamente em 1844, que falava da transformação das

espécies, mas que não apresentava uma explicação para tais mudanças.

Darwin ressalta que A Origem das Espécies é somente um resumo de suas

idéias.

"Não tenho dúvidas de que a visão que a maioria dos naturalistas possui, e que

eu previamente também tinha, de que cada espécie foi criada

independentemente, é errônea. Estou totalmente convencido de que as

espécies não são imutáveis; mas que aquelas que pertencem ao que

chamamos do mesmo gênero são descendentes diretas de alguma outra

espécie, geralmente extinta, da mesma forma que as variedades reconhecidas

de qualquer espécie são descendentes daquela espécie. Além disso, estou

convencido que a Seleção Natural é o meio principal, mas não exclusivo, de

modificação."

[editar]Capítulo I – Variação no estado doméstico

Ver artigo principal: Seleção artificial

Diferentes variedades domésticas são produzidas pelo homem através

da seleção, a partir da variação individual das espécies.

Há mais variação no estado doméstico do que no estado selvagem.

O processo pelo qual ocorre a domesticação de espécies e a seleção

das características de interesse é extremamente lento e gradual.

Page 22: Gregor Mendel

A pomba Columba livia ilustrada porJohn Gould.

Darwin já suspeitava que os gametas sofressem ação de fatores

geradores de variabilidade. Apoiava esse ponto de vista nas observações

de alterações nos aparelhos reprodutores de alguns animais em cativeiro.

Porém, ele percebeu que havia mais variação no estado doméstico que no

estado selvagem. Enunciou também que o hábito influenciava as

características presentes nos organismos, que alguns caracteres sofriam

reversão ao estado ancestral quando os indivíduos retornavam ao estado

selvagem e que alguns caracteres apareciam sempre de forma

correlacionada nos indivíduos, mesmo entre caracteres sem muita relação

morfofuncional (como o aumento nos tamanhos do bico e dos pés em

pombos).

Alguns trabalhos da época defendiam que as espécies e raças de cada

animal doméstico descendem de várias espécies ancestrais, uma para

cada espécie ou raça atual. Darwin acreditava que uma ou poucas

espécies teriam dado origem as espécies atuais, pois considerava pouco

provável que todos aqueles ancestrais das espécies atuais tivessem se

extinguido simultaneamente e sem deixar registros. Ele salientou também

a dificuldade de povos semi-civilizados realizarem várias domesticações

bem sucedidas. O modelo escolhido para embasar seu raciocínio foi

o pombo e suas diversas variedades.[3] Ele acreditava que todas as raças

descendiam de apenas uma única espécie selvagem, a pomba-das-rochas

(Columba livia), e observou isso também através de cruzamentos entre as

Page 23: Gregor Mendel

várias linhagens de pombos, onde algumas características ancestrais

vinham à tona nas gerações descendentes.

Além disso, Darwin comentou que nem todas as características eram

adaptativas nas raças domésticas, mas selecionadas pelo homem para

seu próprio benefício. Porém, salientou que apenas nos últimos tempos a

seleção tornou-se uma prática metódica, sendo que antes disso não

passava de um hábito inconsciente de escolher os indivíduos com as

características mais interessantes. Darwin já percebia a influência do

tamanho populacional na oferta de variabilidade das características a

serem selecionadas e afirmava que o processo pelo qual ocorria a

domesticação de espécies e a seleção das características de interesse era

extremamente lento e gradual. As idéias centrais contidas nesse capítulo

continuam atuais, apesar dos grandes progressos em relação ao

entendimento dos mecanismos pelos quais esses processos acontecem.[4]

[editar]Capítulo II – Variação na natureza

Ver artigos principais: Espécies e Especiação.

Existe um contínuo de variação na natureza e as variedades tem

as mesmas características gerais que as espécies, não podendo

sempre se distinguir facilmente.

As menores diferenças entre as variedades tendem a aumentar até

transformar-se nas grandes diferenças entre espécies.

Não devo aqui discutir as várias definições que foram dadas ao termo espécie. Nenhuma definição ainda satisfez todos os naturalistas; ainda assim, todo naturalista sabe vagamente o que ele quer dizer quando fala de uma espécie.

Page 24: Gregor Mendel

Os tentilhões de Galápagos ilustram o quão vaga e arbitrária é a

distinção entre espécies e variedades.

Embora Darwin tenha dado à sua obra o título A Origem das

Espécies, neste capítulo demonstrou sua postura descrente em

relação a este conceito. A exemplo disso, mencionou que

diferentestaxonomistas atribuem um número diferente de espécies a

um mesmo gênero, de modo que o grau de variabilidade que permite

conferir o status de variedade ou espécie, é subjetivo. A inexistência

de um critério infalível para distinguir espécies de variedades mais

pronunciadas também é observada através de gêneros maiores, que

freqüentemente possuem espécies com reduzida quantidade de

diferenças entre si, assemelhando-se ao que seriam classificadas

como variedades de certas espécies incluídas em gêneros menores.

Há mais variação nas espécies:

1. comuns, de distribuição geográfica maior e mais difundidas

dentro de uma mesma área, pois os indivíduos da espécie

estão sujeitos a diferentes condições físicas e porque entram

em concorrência com diferentes seres orgânicos;

2. de gêneros maiores em cada hábitat, porque supõe-se que

onde se formaram muitas espécies do mesmo gênero, muitas

continuarão a se formar ou "a fabricação de espécies foi muito

ativa, deve-se ainda encontrar a fábrica em movimento".

Esta variação, ainda que seja de pequeno interesse para o

taxonomista, é de extrema importância para a teoria da evolução, pois

fornece material para que a seleção natural atue sobre elas e as

acumule, produzindo o que chamariam de variedades, subespécies e

finalmente espécies. Mesmo atualmente, o conceito de espécie ainda

está sujeito a diferentes entendimentos e interpretações dependendo,

inclusive, do grupo de organismos considerado.[5] Apesar disso, a

entidade que chamados de espécie tem sido considerada real pela

maioria dos biólogos.

Eu vejo o termo espécie como arbitrariamente atribuido, por razão de conveniência, a um grupo de indivíduos muito semelhantes entre si e que não difere essencialmente da palavra variedade, que é dado a formas menos distintas e mais flutuantes.

[editar]Capítulo III – Luta pela existência

Page 25: Gregor Mendel

Ver artigo principal: Sobrevivência do mais apto

A luta pela existência é a causa de toda a variabilidade

existente entre as variedades biológicas, as espécies,

os gêneros… É ela que explica como variedades se

transformam em espécies distintas e como os táxons de maior

nível hierárquico são formados.

Essa explicação está diretamente relacionada ao processo de

seleção natural.

A obra de Thomas Robert Malthus sobre o crescimento

populacional inspirou tanto Darwin quanto Alfred Russel

Wallace a pensar na luta pela sobrevivência.

O pensamento do Darwin acerca desse fato para ele indubitável –

a luta pela existência – começa quando ele observa o

grande potencial biótico de todas as espécies de seres vivos.

Qualquer organismo é capaz de produzir uma descendência

muito numerosa, a ponto de as populações tenderem a aumentar

muito em pouco tempo. No entanto, o que se observa na natureza

é que tais populações não variam muito em tamanho estando o

ambiente em equilíbrio.

Se as populações em condições naturais não variam muito em

tamanho, espera-se que vários dos novos indivíduos acrescidos a

essas populações não cheguem a sobreviver até a fase adulta.

Deve haver, então, entre eles uma luta pela existência e apenas

aqueles mais adaptados ao ambiente onde vivem conseguirão se

reproduzir e passar essas características para frente.

Outra observação importante de Darwin acerca das populações

na natureza é a grande variabilidade entre os indivíduos, mesmo

Page 26: Gregor Mendel

para aqueles pertencentes à mesma espécie. Se, por acaso,

numa população qualquer surgir uma variação vantajosa, por

menor que seja, essa variação fornecerá a seus portadores uma

maior chance de sobrevivência.

Levando em consideração que apenas aqueles seres portadores

das características mais adaptativas conseguirão chegar à fase

adulta e se reproduzir, cada vez mais as novas gerações

acumularão variações vantajosas para viver naquele ambiente

específico. Populações separadas, vivendo em ambientes

diferentes, poderão com o tempo se transformar em espécies, em

decorrência da acumulação de diferentes características.

Darwin chama a atenção para a grande complexidade das relações entre

os seres vivos, mostrando que a luta pela existência não representa

apenas uma competição direta entre indivíduos que exploram os mesmos

recursos, consistindo de interações bem mais complexas.

Quando se lança ao ar um punhado de penas, todas cairão no chão de acordo com leis muito bem definidas: quão simples é esse problema comparado com o da ação e reação das incontáveis plantas e animais que determinaram, no decorrer dos séculos, os números proporcionais e os tipos de árvores que crescem hoje nas ruínas indígenas!

[editar]Capítulo IV – Seleção Natural

Ver artigo principal: Seleção natural

Diagrama representando o princípio da divergência das

espécies, única figura da edição original de A Origem das

Espécies.

Indivíduos dotados de alguma vantagem teriam maior

probabilidade de sobreviver e reproduzir seu tipo.

Page 27: Gregor Mendel

Mudanças nas condições de vida são favoráveis à seleção

natural, porque criam condições propícias para o surgimento de

variações vantajosas.

É a essa preservação das variações favoráveis e eliminação das variações nocivas que dou o nome de Seleção Natural.

Analisando a seleção artificial, Darwin começou a questionar

que isso também poderia acontecer na natureza, e passou a

observar diversos casos onde a seleção natural se aplica.

Darwin afirmou que assim como o homem selecionava

características nas produções domésticas, a natureza agiria

dia a dia, agindo sobre toda variação surgida, mesmo a mais

insignificante, rejeitando a nociva, preservando e ampliando o

que for útil, trabalhando de modo lento e imperceptível, no

sentido de aprimorar os seres vivos no tocante às suas

condições de vida orgânicas e inorgânicas. Desta forma,

Darwin propõe que na natureza os indivíduos dotados de

variações vantajosas têm mais chances de vencer na luta

pela sobrevivência e de legar aos seus descendentes as

mesmas variações, as quais tornam-se mais comuns em

gerações sucessivas de uma população de organismos,

enquanto as variações desvantajosas ou nocivas tornam-se

menos comuns. Quanto às variações que não são vantajosas

nem nocivas, Darwin explica que elas não são afetadas pela

seleção natural, permanecendo como uma característica

oscilante, tais como as que talvez se possam verificar nas

espécies denominadas polimorfas.

Na época em que propôs a seleção natural, Darwin só podia

observar que existiam variações e que algumas destas eram

herdadas, mas nunca pode explicar corretamente o

processo. Isto só foi possível com o desenvolvimento

da genética moderna na primeira metade do século XX.

Mesmo sem entender de onde surgiam as variações, um dos

maiores avanços na teoria evolutiva de Darwin foi a

compreensão dos mecanismos de hereditariedade, que o

naturalista considerava central, mas que desconhecia.

Page 28: Gregor Mendel

Segundo Darwin, as diferenças individuais seriam a matéria

prima para o surgimento das variações, e um alto grau de

variabilidade hereditária e diversificada seria um campo

favorável à atuação da seleção natural. Quanto mais

abundante for uma espécie, maior a probabilidade de

produzir variações favoráveis que serão selecionadas.

A seleção natural conduziria à divergência dos caracteres, o

que em longo prazo pode levar a formação de novas

espécies, e à extinçãocompleta das formas intermediárias e

imperfeitas. A seleção natural também seria capaz de

modificar um dos sexos no que se refere às suas relações

funcionais com o sexo oposto, e a isso Darwin chamou de

seleção sexual. As diferenças entre machos e fêmeas da

mesma espécie seriam causadas pela seleção sexual.

[editar]Capítulo V – Leis da Variação

Os principais componentes da variação são os efeitos das

condições externas, os efeitos do uso e desuso,

aclimatação e a correlação de crescimento.

A variação é um processo lento e de longa duração.

Darwin tinha a consciência de que muito pouco se sabia

sobre as leis que geravam variação entre os seres vivos.

Contudo, inferiu que tais leis poderiam produzir tanto

pequenas diferenças entre indivíduos da mesma espécie,

quanto grandes diferenças existentes entre gêneros. As

características específicas – que se diferenciam depois que

as espécies de um mesmo gênero se separaram de seu

antepassado comum – são mais variáveis que do que as

características genéricas – herdadas anteriormente e que

ainda não se diferenciaram.

Page 29: Gregor Mendel

Variação na forma do crânio de pombos.

A variabilidade geralmente está relacionada ao hábito de vida

de cada espécie durante várias gerações sucessivas. Darwin

discute os efeitos do uso e desuso, que ele pensava "não

haver dúvida de que uso nos animais domésticos reforça e

desenvolve certas partes, e que o desuso as atrofia, e que

tais modificações eram passadas às gerações futuras" e que

este fato também poderia ser aplicado na natureza. Ele

aceitava uma versão da herança dos caracteres adquiridos

(que, após sua morte passou a ser chamado Lamarckismo),

porém, afirmava que algumas mudanças que foram

comumente atribuídas ao uso e desuso, tais como a perda de

asas funcionais em alguns insetos, poderiam ser produzidas

pela seleção natural. Em edições posteriores de A Origem

das Espécies, Darwin expandiu o papel atribuído à herança

de caracteres adquiridos. Ele também admitiu ignorância da

fonte de variações herdadas, mas especulou que poderiam

ser produzidas por fatores ambientais.

O problema da não aceitação da teoria darwiniana por parte

de cientistas obrigou Darwin a utilizar-se das idéias

de Lamarck quanto à adaptação ao meio. Sua teoria, no

entanto, passaria a ser aceita pelo meio científico apenas no

século XX, depois das descobertas de Mendel acerca da

transmissão hereditária de caracteres. Hoje, sabe-se que a

variação em populações surge aleatoriamente através de

mutação e recombinação genética e a seleção natural é a

responsável por fixá-las ou não. Os genes mutantes

determinam novas características nos organismos e podem

ou não ser úteis aos indivíduos que as possuem face ao

Page 30: Gregor Mendel

ambiente em que vivem. Quando úteis prevalecem e são

transmitidas aos descendentes, acumulando-se e

contribuindo para o aparecimento de novas espécies. Já a

recombinação genética resulta em novos arranjos de genes e

geração de indivíduos com características diferentes que

serão selecionadas.

[editar]Capítulo VI – Dificuldades da teoria

Neste capítulo Darwin levanta pontos que poderiam tornar

falha a sua teoria, no entanto, ele não acredita que tais

objeções possam ser fatais. As principais dificuldades e

objeções tratadas neste capítulo são:

Uma vez que as espécies descendem de outras, por que

não se encontram numerosas formas de transição na

Natureza?

Como acreditar que a Seleção Natural pode produzir, de

um lado, órgãos de pequena importância e, de outro lado,

órgãos de grande perfeição e complexidade?

Fóssil de Archaeopteryx lithographica doJurássico, uma

forma de transição dosdinossauros para as aves.

A extinção e a Seleção Natural andam juntas, os organismos

que se tornam mais aperfeiçoados entram em competição

Page 31: Gregor Mendel

com os menos favorecidos e assim, podem eliminá-los.

Dessa forma, se considerarmos que toda espécie descende

de alguma, pelo processo de aperfeiçoamento, tanto os

ancestrais quanto as variedades já deveriam ter sido

exterminadas. De acordo com essa teoria deveria existir um

número grande de formas intermediárias. Darwin aponta que

essas formas intermediárias são muito escassas

principalmente devido à imperfeição do registro geológico, já

que são necessárias condições favoráveis e tempo adequado

para que os fósseis sejam formados, tratando-se de um

processo raro.

Seria inconcebível supor que o olho, sendo um órgão

altamente aperfeiçoado, seja formado por seleção natural.

Darwin conclui que, se modificações benéficas acontecerem

neste órgão de forma gradual e sucessiva, sendo estas

variações passadas por hereditariedade, não haverá

problema em acreditar que órgãos perfeitos e complexos são

o resultado de um processo de seleção natural. Também

podem acontecer alterações simultâneas, desde que sejam

lentas e graduais.

Darwin é bem enfático quando diz não ser possível

comprovar a existência de um órgão complexo sem ser

formado por meio de pequenas modificações, sucessivas e

numerosas. Ele infere que existam modos de transição

observando a existência de dois órgãos distintos que

possuam a mesma função. O surgimento de transições pode

ter sido facilitado pela necessidade de especialização de um

órgão que realizasse ao mesmo tempo diversas funções, ou

de dois órgãos que realizassem simultaneamente a mesma

função, com um deles assumindo gradualmente a

responsabilidade total da mesma, enquanto o outro aos

poucos perderia sua função auxiliar. Isso aconteceu com a

bexiga natatória que, inicialmente, era utilizada para

flutuação, mas que era capaz de realizar trocas gasosas.

Posteriormente a seleção natural atuou neste órgão já

existente e há indícios de que este tenha se tornado o

pulmão nos vertebrados superiores.

Page 32: Gregor Mendel

Darwin teve dificuldades em explicar a origem de órgãos que

aparentemente são pouco importantes e que são afetados

pela seleção natural, uma vez que a seleção atuando no

sentido de preservar indivíduos que possuem características

vantajosas e eliminando indivíduos que possuem alguma

característica desvantajosa, não teria como agir em

estruturas muito simples que a princípio parecem não conferir

benefício algum ao indivíduo. Ele salientou que mesmo nos

dias atuais, não sabemos muito a respeito da "economia

natural" dos seres vivos e não temos como concluir quais

características conferem maior ou menor importância; órgãos

que hoje parecem ser insignificantes, podem ter sido de

grande finalidade para um antigo ancestral. Além disso

muitas estruturas existentes e que não possuem nenhuma

relação direta com os hábitos de vida atuais de determinadas

espécies, estão ali por serem passadas através

da hereditariedade, ou seja, por estarem presentes nos

ancestrais e nestes conferir alguma vantagem.

A teoria da seleção natural, como nos mostrou Darwin,

permite que compreendamos o significado da frase

considerada como um velho axioma da História

Natural: Natura non facit saltum, a natureza não procede a

saltos, pois a seleção natural só pode agir tirando proveito de

variações ligeiras e sucessivas, de forma lenta e gradual.

[editar]Capítulo VII – Instinto

Ver artigo principal: Instinto

Darwin considerava o instinto de abelhas construtoras de

favos como um notável exemplo de eficiência na

natureza.

Page 33: Gregor Mendel

Segundo Darwin, os instintos e os hábitos são

comparáveis apesar de possuírem origem diferente. A

semelhança entre o que foi originalmente um hábito e

que hoje é um instinto é muito grande, tornando algumas

vezes difícil distinguir um do outro. Suas ações

funcionam em uma espécie de ritmo e são praticadas de

forma inconsciente e em sentido contrário a vontade

consciente. O Instinto ao contrário do hábito é uma ação

que não demanda de prática e raciocínio para ser

executada. É uma aptidão inata em relação a ações

particulares. São padrões herdados de respostas a

certos tipos de situações. É uma tendência natural ou

uma atividade automática e espontânea. Já os hábitos

por sua vez são ações, regras sociais ou aptidões

adquiridas que surgem pela experiência e prática

prolongada para reproduzir certos atos.

Os instintos são importantes para o bem estar das

espécies. Através deles inúmeras estratégias são

criadas na tentativa de aumentar a chance de

sobrevivência dos animais. Sob condições de vida

modificadas, pequenas modificações (variações) nos

instintos surgem. E essas modificações quando

benéficas para as espécies, serão conservadas e

preservadas pela ação contínua da Seleção Natural. A

todo esse processo é que se deve a origem dos instintos

mais complexos. Os instintos podem ser classificados

em duas categorias:

Domésticos são aqueles onde as tendências naturais

(qualidades mentais) dos animais são profundamente

modificadas em função da domesticação (cativeiro,

hábito e seleção metódica contínua). São menos

estáveis que os instintos naturais, por serem afetados

por uma seleção menos rigorosa e por serem

transmitidos há um curto intervalo de tempo sob

condições de vida menos estabilizadas. Seu alto grau

de hereditariedade se dá em virtude do cruzamento

de diferentes raças.

Page 34: Gregor Mendel

Naturais, como o próprio nome diz, são aqueles em

que o animal age de acordo com a sua natureza e,

portanto sem a influência do cativeiro hábito e

seleção metódica. Neste caso as tendências naturais

dos animais são mantidas. E os instintos só serão

modificados através da interação entre os animais e

destes com o meio.

Dentre os instintos naturais Darwin aponta o instinto de

abelhas construtoras de favos como sendo o mais

notável exemplo na natureza, onde as abelhas

conseguem construir favos em formatos e dimensões

corretas para permitir o armazenamento da maior

quantidade de mel com o mínimo de gasto de energia

possível. Esse instinto teria sido selecionado pois o

enxame que gastasse menos mel para formar os favos

seria beneficiado e transmitiria esse instinto por

hereditariedade, e seus descendentes teriam maiores

chances de enfrentar com sucesso a luta pela existência.

Um dos fatos que Darwin considera uma forte objeção a

sua teoria é a existência de insetos sociais estéreis. A

impossibilidade das formigas estéreis transmitirem suas

características para seus descendentes parecia não se

conciliar com a teoria da seleção natural. Darwin conclui

que essa característica tenha sido tenha útil para a

comunidade, por isso, os machos e fêmeas fecundos

passavam aos seus descendentes fertéis a tendência de

produzir uma classe de membros da sociedade estéreis.

Portanto, para Darwin hábitos e instintos sofrem

constantemente ação da seleção natural podendo ser

transmitidos por hereditariedade aos seus descendentes

lhes conferindo uma maior vantagem na luta pela

existência.

[editar]Capítulo VIII – Hibridismo

Ver artigo principal: Híbrido (biologia)

Page 35: Gregor Mendel

Origem da esterilidade: como não traz vantagens

para o indivíduo, a esterilidade entre

diferentes espécies não pode ter evoluído pouco

a pouco através da Seleção Natural.

A capacidade

de entrecruzamento como conceito de espécie:

algum grau de esterilidade entre híbridos é a

regra geral, mas não necessariamente universal.

A esterilidade é um acidente derivado da

divergência entre linhagens e depende em parte

da afinidade sistemática, dos modos de vida e do

histórico evolutivo.

O capítulo VIII busca responder a uma aparente

dificuldade da Teoria da Seleção Natural levantada

no capítulo VI: Como explicar que asespécies,

quando se cruzam, fiquem férteis ou produzam

descendentes estéreis, enquanto as variedades,

quando cruzadas entre si, mantenham sua

fecundidade inalterada? Este problema existia,

segundo Darwin, porque a esterilidade não é

vantajosa para o indivíduo, de modo que não

poderia surgir gradativamente pela ação da Seleção

Natural.

Híbrido entre uma zebra e um burro.

Na época da publicação do livro, já existia a noção

de que a capacidade de entrecruzamento seria um

fator importante na definição de espécies,

mas Darwin observa que os resultados dos

experimentos de entrecruzamento chegam a

conclusões distintas dos naturalistas experientes

Page 36: Gregor Mendel

sobre o que são espécies. Híbridos de

diferentes espécies podem ser férteis, enquanto

variedades de uma mesma espécie têm dificuldades

de entrecruzamento. Ele também aponta questões

metodológicas dos experimentos da época que

podem ter levado os autores a conclusões

equivocadas a esse respeito. A sua conclusão é de

que algum grau de esterilidade entre híbridos é a

regra geral, mas não necessariamente universal. Na

discussão sobre a formação

de espécies domésticas, Darwin expõe com

bastante lucidez sua visão de que as espécies são

definidas pela ancestralidade comum, a partir da

modificações lentas de variedades. Desse modo,

a esterilidade não seria uma característica

irremovível, mas uma peculiaridade que surgia à

medida que as linhagens se diferenciavam; quanto

mais diferentes, mais difícil seria o cruzamento.

Mais adiante, Darwin retoma uma distinção feita no

início do capítulo, entre a capacidade

de cruzamento (i.e., de gerar um novo indivíduo) e a

fecundidade ou esterilidade da prole. Ele comenta

que os dois fenômenos não são necessariamente

correlatos; algumas espécies podem cruzar

facilmente entre si, porém ter sempre prole estéril, e

vice-versa. Esta esterilidade estaria parcialmente

com a afinidade sistemática. Essa tendência

também variaria em cruzamentos recíprocos; isto é,

pois às vezes é mais fácil cruzar o macho de

uma espécie com a fêmeade outra do que o

contrário (um pensamento que seria o embrião da

regra de Haldane). Darwin observa que, se

a esterilidade entre asespécies fosse obra de uma

criação especial, seria de se esperar um grau

semelhante de esterilidade entre todas as espécies.

A visão de que o isolamento reprodutivo é uma

consequência natural do distanciamento filético é a

visão predominante atualmente. ParaDarwin, no

Page 37: Gregor Mendel

entanto, esse isolamento seria de certo modo

acidental e imprevisível, enquanto no paradigma

atual, esse distanciamento tem um caráter um tanto

inexorável (Teoria de Dobzhansky-Muller).

Atualmente é controverso se a Seleção

Natural pode ou não influir noisolamento

reprodutivo,via Reforço. Darwin chega a admitir a

possibilidade do fenômeno do Reforço, mas

descarta esta idéia.

[editar]Capítulo IX – Imperfeição dos registros

geológicos

Ver artigos principais: Paleontologia e Geologia.

Concordo com Lyell, cuja metáfora aceito sem restrições quando ele compara o registro geológico de que dispomos a uma história de mundo elaborada de forma imperfeita e escrita em um dialeto em extinção, e da qual possuímos apenas o último volume, relativo a somente dois ou três países. Desse volume, há somente alguns capítulos soltos, e de cada página apenas poucas linhas.

Variedades intermediárias (sua ausência,

natureza e números)

Intermitência das formações geológicas

Aparecimento repentino de grupos no

registro fóssil

Período de tempo decorrido – Antiguidade

da Terra

Uma das principais objeções à Teoria de

Darwin era o fato de as formas específicas

serem, em sua maioria, distintas umas das

outras, não interligadas por elos de transição.

De fato, em sua época poucas eram as formas

transitórias conhecidas, como o fóssil de

Archaeopterix. Segundo Darwin, a ausência de

formas intermediárias atuais se daria porque as

Page 38: Gregor Mendel

formas de transição seriam menos numerosas

do que as formas extremas, sendo extintas

durante o curso das modificações e

aperfeiçoamentos adquiridos por estas por meio

da Seleção Natural. Sobre a ausência de

formas de transição no registro fóssil Darwin

afirma: "Creio que a explicação se encontre na

extrema imperfeição dos registros geológicos".

Ele também comenta que essas formas não

seriam diretamente intermediárias entre duas

espécies quaisquer: "O mais correto seria

procurar formas intermediárias que existem

entre cada uma delas e um ancestral

desconhecido, comum a ambas, que por sua

vez deve ser diferente dos seus descendentes

modificados".

Dentes fossilizados de cavalo encontrados por

Charles Darwin em 1832.

Uma das características do registro geológico

que demonstram sua própria imperfeição é a

intermitência das formações, ou as lacunas que

existem entre as formações sobrepostas.

Darwin estava convencido de que todas as

antigas formações abundantes em fósseis

teriam se formado durante uma fase de

subsidência. Em virtude da dinâmica da Terra,

com oscilações no nível do mar e do

soerguimento e rebaixamento da parte

continental, nem sempre se apresentava as

Page 39: Gregor Mendel

condições necessárias à formação dos

registros, daí sua imperfeição e também a

escassez das formas intermediárias.

Sobre a aparição repentina de alguns grupos no

registro geológico, Darwin comenta que, pelo

fato de alguns gêneros e famílias não terem

sido encontrados abaixo de uma determinada

camada, não significa que eles não tenham

existido antes; tais grupos poderiam ter surgido

muito tempo atrás e se multiplicado lentamente.

Além disso, o grande intervalo de tempo entre

formações consecutivas permitiria a

multiplicação das espécies a partir de algumas

formas ancestrais; dessa forma, na formação

seguinte cada espécie pareceria ter sido criada

de maneira brusca.

Quanto à idade da Terra, Darwin, embasado

em estudos geológicos da época e influenciado

pelas idéias gradualistas, considerava que a

história geológica da Terra teria sido bem maior

do que antes se conhecia, pois de outra

maneira a Seleção Natural não teria tido tempo

suficiente para dirigir as modificações

orgânicas. Para Darwin a idéia de que a Terra

era muito mais antiga do que se imaginava era

tão importante que ele chega a dizer: "Quem

teve a oportunidade de ler o tratado do Sr.

Charles Lyell, Princípios de Geologia,(…) e se

mesmo assim não admitir que os períodos de

tempo tenham sido inconcebivelmente

extensos, poderá interromper neste momento a

leitura deste livro".

[editar]Capítulo X – Da sucessão geológica

dos seres vivos

Page 40: Gregor Mendel

As formas de vida nem sempre apresentam

o mesmo grau de modificação entre duas

formações consecutivas.

A extinção de formas antigas e a formação

de novas formas estão relacionadas.

A raridade precede a extinção.

A fauna de cada período geológico possui

características intermediárias entre a fauna

anterior e posterior.

Escala de tempo geológico de Richard

Owen(1861)

Neste capítulo Darwin aborda basicamente

sobre a diversidade de espécies no registro

fóssil e a extinção no tempo geológico. Ele

introduz o capítulo dizendo que

os fósseis impressos nas rochas têm uma

sucessão geológica clara que coincide com a

"modificação lenta e progressiva por via da

descendência e da Seleção Natural", refutando

Page 41: Gregor Mendel

a imutabilidade das espécies e que gêneros e

classes diferentes não se modificaram na

mesma velocidade. Isso é comprovado no

registro fóssil pela presença de organismos

atuais em meio a grupos de espécies já

extintas.

Ainda sobre a velocidade de transformação das

espécies, Darwin afirma que "seres superiores

modificam-se mais rapidamente que seres

inferiores", pois acredita que as espécies mais

recentes são mais aptas por descenderem de

outras que já sofreram modificações. Darwin

ainda postulou que as formas "superiores" e

terrestres se modificam em maior velocidade

devido à maior interação ecológica que as

espécies sofrem entre si. Esta é uma idéia

ainda a ser discutida, pelo fato de se conhecer

atualmente a infinita variedade de habitats que

podem ser encontradas no ambiente marinho.

Darwin não acreditava em extinção em massa,

ou seja, causada por algum evento catastrófico

como várias erupções vulcânicas ou um

impacto de um meteoro, como é pensado

atualmente (e.g. Benton & Twitchett, 2003[6]).

Ele afirma que, como a diversificação, a

extinção é lenta (talvez muito mais que a

diversificação) e que a extinção de formas

antigas e a formação de novas formas estão

relacionadas. Precedendo a extinção, ocorre a

raridade, na visão de Darwin, que associa a

raridade de algumas espécies à sua futura

extinção. Mas a atual raridade de uma espécie

pode significar uma expansão de sua

distribuição geográfica devido elas se

beneficiarem da extinção de um táxon irmão

similar ecologicamente.[7] A extinção de

espécies, segundo ele, se deve à vantagem

estabelecida pela seleção natural às espécies

Page 42: Gregor Mendel

novas, tornando-as mais competitivas em

relações às espécies já estabelecidas. Também

já levantava a hipótese de extinções serem

causadas por ações humanas.

A fauna de cada período geológico possui

características intermediárias entre a fauna

posterior e anterior, indicando que se fosse

possível ter ocorrido a preservação de cada

forma de vida no registro fóssil, ele seguiria a

evolução dos táxons. Por fim, destaca o fato da

fauna de uma determinada região estar

estreitamente relacionada às espécies

encontradas no registro fóssil da mesma região,

o que pode ser facilmente explicado por sua

teoria de descendência com modificação.

[editar]Capítulo XI – Distribuição geográfica

Ver artigo principal: Biogeografia

O Grande Intercâmbio Americano que

ocorreu no fim do Plioceno com a formação

do Istmo do Panamá.

O capítulo XI trata das

evidências biogeográficas, começando com

a observação de que as diferenças da flora

e da fauna entre regiões separadas não

Page 43: Gregor Mendel

podem ser explicadas somente por

diferenças ambientais. América do

Sul, África e Austrália são três regiões com

clima e latitude similares. Mas, apesar de

as condições ambientais terem paralelo no

Novo e Velho Mundo estas regiões tem

diferentes plantas e animais. As espécies

encontradas em uma área de um

continente são mais próximas de espécies

encontradas em outras regiões do mesmo

continente, do que de espécies

encontradas em outros continentes.

Darwin notou que barreiras para

a migração desempenharam um importante

papel nas diferenças entre as espécies de

diferentes regiões. Cadeias de montanhas,

enormes desertos, grandes rios, ístmos ou

oceanos entre continentes constituem

barreiras ou aos animais terrestres ou aos

marinhos, e relacionam-se diretamente às

diferenças entre a fauna de diversas

regiões.

Darwin explicou como uma ilha vulcânica

formada a poucas centenas de quilômetros

do continente pode ser colonizada por

poucas espécies do continente. Após a

colonização, estas espécies tendem a ser

tornar modificadas com o tempo, mas

permanecerão relacionadas às espécies

encontradas no continente, padrão comum

observado por Darwin. Embora as espécies

sejam distintas, há afinidades; estas

afinidades nos revelam a existência de um

vínculo orgânico que prevalece através do

espaço e do tempo. Sua explicação foi uma

combinação de migração e descendência

com modificação.

Page 44: Gregor Mendel

Mais à frente, Darwin discute meios pelos

quais ocorre dispersão das espécies

através dos oceanos para colonizar ilhas,

muitos dos quais ele investigou

experimentalmente. Nos continentes, as

espécies poderiam ter migrado de um

ponto original (centro único de origem) para

os diversos pontos distantes e isolados

onde hoje se encontram. Então, as

mudanças geográficas e climáticas que

ocorreram devem ter interrompido ou

tornado descontínuas as áreas de

ocorrência de várias espécies.

[editar]Capítulo XII – Distribuição

geográfica – continuação

Principais ilhas do arquipélago

de Galápagos.

Neste capítulo Darwin continua a sua

discussão sobre distribuição geográfica.

Numa primeira parte começa por descrever

a distribuição das produções de água doce

e suas formas de dispersão ocasional por

meios acidentais, afirmando que "seria uma

circunstância inexplicável se as aves

aquáticas não transportassem as sementes

de plantas de água doce para locais muito

distantes e se consequentemente a

distribuição dessas plantas não fosse muito

Page 45: Gregor Mendel

extensa". O mesmo poderia suceder com

ovos de animais de água doce mais

pequenos. Esses indivíduos que

colonizassem ambientes recentes seriam

bem sucedidos, uma vez que, como

chegariam a locais desocupados, a luta

pela sobrevivência seria menos intensa.

Na segunda parte deste capítulo, Darwin

dedica-se essencialmente à colonização

das ilhas oceânicas, começando por dizer

que não pode concordar com a teoria de

Forbes sobre as grandes extensões

continentais, uma vez que esta teoria não

explica vários factos relativos às produções

insulares. A ausência de determinadas

classes, como batráquios e mamíferos

terrestres e a sua substituição por aves

ápteras e répteis, só pode ser explicada

pela susceptibilidade destes animais à

água do mar.

O arquipélago das Galápagos serviu de

cenário para explicar a existência de

grande proporção de espécies endémicas

nas ilhas relativamente a espaços

continentais de tamanhos semelhantes,

através do exemplo de aves terrestres

características de cada ilha. Serviu também

para explicar a afinidade entre os

habitantes das ilhas com os habitantes do

continente mais próximo, uma vez que as

espécies deste arquipélago estão

relacionadas com as espécies da América

e são completamente distintas das

espécies do arquipélago de Cabo Verde,

com o qual partilha várias características

climáticas e geológicas. Segundo a sua

teoria espécies provenientes de locais

próximos chegariam a estas ilhas por

Page 46: Gregor Mendel

meios ocasionais de transporte ou por uma

ligação terrestre outrora existente, estas

espécies durante o seu estabelecimento

teriam que competir com outras espécies,

ficando assim sujeitas a modificações

através da seleção natural, no entanto,

através do princípio

de hereditariedade ainda é possível detetar

as suas afinidades.

Este conceito de colonização de ilhas de

um local próximo, pode ser aplicado a

outros ambientes em formação, como

montanhas, lagos e pântanos, que seriam

povoados por produções das planícies e

terras secas adjacentes.

Darwin termina afirmando que todas as

relações discutidas sobre a ampla

distribuição de algumas espécies, as

relações entre ambientes próximos e as

relações entre espécies distintas das ilhas

e dos continentes não são concordantes

com a teoria comum da criação

independente, mas sim com a hipótese de

colonização de uma fonte próxima e

subsequente modificação.

[editar]Capítulo XIII – Afinidades mútuas

dos seres vivos; morfologia;

embriologia; órgãos rudimentares

Ver artigos principais: Anatomia, Embriologia e Estrutura vestigial.

Page 47: Gregor Mendel

Representação de embriões presente

no trabalho de Haeckel de 1866.

Classificação da biodiversidade

através da descendência;

Utilização de um conjunto de

características, incluindo

embrionárias e rudimentares, para

a reconstituição de filogenias;

Para Darwin, a classificação biológica

seria mais fácil se todos os seres de

um determinado grupo fossem

adaptados a viver no mesmo tipo de

ambiente (terra, água, etc.). No

entanto, os membros de subgrupos

próximos filogeneticamente podem

possuir hábitos e características

adaptativas diferentes. Normalmente,

os gêneros mais diversos são também

mais dispersos, sendo, por isso, mais

sujeitos a variações que podem

resultar na origem de novas espécies.

Neste capítulo, Darwin argumenta que

a classificação biológica realizada

segundo o Systema

Naturae de Carolus Linnaeus não seria

a mais adequada para agrupar

naturalmente as espécies, pois se

Page 48: Gregor Mendel

baseia em poucos caracteres que na

maioria das vezes são adaptativos.

Segundo Darwin, características que

determinam adaptação a certos

hábitos de vida não deveriam ser os

mais importantes para a classificação

científica(biológica), pois podem

resultar em agrupamentos artificiais

baseados em características com

função semelhante, mas com origens

diferentes (homoplasias). Para Darwin,

a melhor maneira de classificar a

biodiversidade seria através de um

conjunto de características complexas

que representem afinidades entre as

espécies, o que poderia refletir sua

ancestralidade comum. Tais

características evoluem lentamente em

certos grupos e mais rapidamente em

outros, deixando vestígios do

parentesco entre as espécies. As

relações de ancestralidade e

descendência seriam a única maneira

de designar adequadamente as

espécies, retratando agrupamentos

naturais.

O grupo de características utilizado

para a classificação deve incluir

órgãos rudimentares e caracteres

embrionários. Segundo Darwin, o

desuso gradual e seleção natural

lentamente reduziriam o órgão, e seu

grau de atrofiamento corresponderia à

idade da espécie em relação a seu

ancestral, sendo possível agrupar

aquelas que possuem esses órgãos

em diferentes níveis de

desenvolvimento. Características

Page 49: Gregor Mendel

embrionárias também devem ser

avaliadas na procura das relações de

parentesco entre as espécies, como

proposto por Henri Milne-

Edwards, Louis Agassiz e Ernst

Haeckel. Este último utilizava

características embrionárias e

rudimentares homólogas para

reconstituir a filogenia entre os seres.

Características de formas

embrionárias normalmente são mais

parecidas entre si do que entre estas

com suas respectivas formas adultas.

Assim, as formas embrionárias podem

refletir a forma que provavelmente era

presente nos ancestrais.

Para representar o sistema

genealógico, Darwin propôs um

diagrama em forma de árvore como a

apresentada no capítulo IV desta obra.

Nesse diagrama, formas rudimentares

extintas poderiam representar grupos

intermediários entre as formas vivas.

Os processos de extinção de alguns

grupos e diversificação de outros a

partir de um ancestral comum seriam

responsáveis pela separação das

espécies. Esses processos são

consequências da seleção natural, que

resulta em modificações de estruturas

ao longo do tempo a partir das formas

presentes nos ancestrais. Dessa

forma, a visão criacionista de formas

de vida imutáveis é improvável.

[editar]Capítulo XIV – Recapitulações

e conclusões

Poucos naturalistas dotados

Page 50: Gregor Mendel

de flexibilidade intelectual, e que há tempos tenham começado a duvidar da imutabilidade das espécies, podem ser influenciados por este livro. No entanto, minha confiança está voltada para o futuro, para os jovens naturalistas em formação, que serão capazes de enxergar com imparcialidade ambos os lados da questão. Quem acreditar que as espécies são mutáveis prestará um bom serviço à ciência, exprimindo de forma consciente sua convicção, pois somente assim se poderá desembaraçar a questão de todos os preconceitos que a cercam.

No último capítulo de seu

livro Darwin faz uma recapitulação às

objeções e circunstâncias favoráveis à

teoria da Seleção Natural.

Charles Darwin aos 51 anos, na época

da publicação da primeira edição de A

Origem das Espécies

Page 51: Gregor Mendel

Como principal objeção Darwin aponta

a dificuldade em explicar como órgãos

e instintos complexos poderiam ter

sido produzidos pelo processo de

seleção natural. Em resposta, ele

sugere que essa dificuldade pode ser

superada se se assumir que todos os

órgãos e instintos são passíveis de

modificações e há uma luta pela

sobrevivência onde o vencedor

preserva as melhores modificações.

Apesar de admitir que seria difícil

prever quais foram as gradações que

ocorreram durante o processo de

modelagem de uma característica, o

estado de perfeição poderia ser

alcançado por meio de várias

gradações intermediárias, desde que

cada uma delas seja útil e melhor que

a precedente. A teoria de

descendência com modificação prevê

que todos os indivíduos de uma

espécie, espécies de um mesmo

gênero e também grupos menos

restritos devem ter um antepassado

comum, e isso implica que indivíduos

mais próximos geograficamente

devam ser mais aparentados que

aqueles situados em locais distantes.

Porém, isso não explica espécies que

apresentam ampla distribuição

geográfica ou uma distribuição disjunta

ao longo do globo terrestre. Para

esses caso, Darwin sugere que

eventos de migração, extinção de

intermediários e mudanças climáticas

durante os períodos glaciais possam

ter moldado essas distribuições

Page 52: Gregor Mendel

aparentemente em desacordo com sua

teoria. Outra forte objeção à teoria da

seleção natural seria a falta no registro

fóssil das formas intermediárias que

Darwin sugere terem existido. Ele

porém argumenta que o registro fóssil

é imperfeito e que o processo

de fossilizaçãorequer condições muito

específicas e até improváveis, sendo

que muitos organismos, devido a sua

estrutura corporal, jamais poderiam ser

fossilizados.

Durante o processo de seleção

artificial, o homem atua selecionando

as variabilidades que mais lhe

interessa, porém a ação do homem

nada tem a ver com a produção dessa

variabilidade. Segundo Darwin, as leis

que regem a variabilidade são ligadas

à correlação de crescimento, ao uso e

desuso e à ação direta das condições

físicas, e essa variação pode ser

transmitida hereditariamente. Darwin

traça aqui um paralelo entre seleção

natural e artificial, sugerindo que na

seleção natural quem seleciona é a

natureza e não o homem. Há uma luta

pela sobrevivência uma vez que

nascem mais indivíduos do que o

ambiente é capaz de suportar; sendo

assim, a natureza seleciona os mais

aptos (com as melhores variações).

Darwin ainda cita a disputa entre

machos pela posse de fêmeas e

chama esse processo deseleção

sexual, estabelecendo assim que a

seleção natural é a luta pela

sobrevivência e a seleção sexual a luta

Page 53: Gregor Mendel

pelo acasalamento. Em ambos os

casos, apenas aquele indivíduo que

possuir a variação mais vantajosa

vencerá a luta.

Fronstispício da 1a edição em inglês do

livro A Origem das

Espécies de Charles Darwin (1859)

Em defesa a teoria da Seleção

Natural, Darwin se dedica a explicar

por que espécies não podem ser atos

independentes de criação. Primeiro ele

aponta que se as espécies fossem

independentes não deveria haver

dificuldade para se definir o limite entre

uma e outra, nem tampouco deveria

haver tantas formas intermediárias

entre elas. Ele também cita que o

axioma Natura non facit saltum (a

Natureza não dá saltos) não deveria

ser uma lei natural se as espécies

fossem criações independentes. Além

disso ficaria difícil explicar a razão da

criação de planos biológicos

imperfeitos, como por exemplo o caso

de aves que não voam, ou

a abelha que morre ao utilizar seu

ferrão. O fato de duas áreas distantes

apresentarem as mesmas condições

de vida e habitantes completamente

Page 54: Gregor Mendel

diferentes seria facilmente explicado

pela teoria de modificação com

descendência, mas não pela criação

independente. A presença

de morcegos e ausência de

outros mamíferos em ilhas oceânicas

distantes do continente e

a homologia entre os ossos da mão do

homem, asas do morcego e

barbatanas de baleias são outros

exemplos que não poderiam ser

explicados pela teoria da criação

independente.

Darwin acreditava que duas razões

principais levavam muitos naquela

época a crer que as espécies eram

imutáveis. A primeira era a crença que

a idade de criação da Terra fosse

muito menor do que realmente é, não

havendo assim tempo geológico

suficiente para que todas as mudanças

ocorressem de forma lenta e gradual,

sendo acumuladas até gerar os

organismos como são hoje. A segunda

razão era a crença que o registro fóssil

estava completo e que apenas aqueles

organismos encontrados foram os que

já existiram e se extinguiram, sem

fornecer assim uma evidência dos

intermediários entre as espécies.

Darwin deixa a idéia de que a teoria de

descendência com modificação pode

abranger membros da mesma classe e

mesmo reino, e ainda sugere a

possibilidade de que todos os seres

vivos tenham se originado a partir de

uma só forma principal.

Page 55: Gregor Mendel

Darwin sugere como a aceitação da

Teoria da Seleção Natural pode vir a

influenciar os estudos de História

Natural. Ele prevê que não haverá

uma definição satisfatória e unânime

do conceito de espécie e que nossas

classificações se transformarão cada

vez mais em genealogiasonde serão

mapeados os caracteres herdados.

Juntando informações mais precisas

de geologia, Darwin diz que seremos

capazes de recriar rotas migratórias

seguidas pelos habitantes do mundo.

Poderemos ainda utilizar a soma das

modificações nos fósseis encontrados

em formações geológicas

consecutivas como medida relativa do

tempo decorrido entre essas

formações. Darwin ainda prevê que a

seleção natural pode influenciar

estudos de psicologia e auxiliar no

entendimento da origem do homem e

de sua história.

Por fim, Darwin aponta

que Hereditariedade, Variabilidade,

Multiplicação dos Indivíduos, Luta pela

Existência, Seleção Natural,

Divergência dos Caracteres e Extinção

das Formas Menos Aptas são as

principais leis responsáveis por moldar

as formas que conhecemos hoje no

mundo.

[editar]Ver também

Livro: Evolução

Livros são coleções de artigos que podem serbaixados ou impressos em conjunto.

Page 56: Gregor Mendel

A Wikipédia possui oPortal de Evolução

O Wikisource contém fontes primárias relacionadas com este artigo: A Origem das Espécies

Árvore evolutiva

Charles Darwin

Especiação

Evidência da evolução

Evolução

Filogenia

Fósseis

História da Biologia

História do pensamento evolutivo

Introdução à evolução

Paleontologia

Seleção artificial

Seleção natural

Variabilidade genética

Origem das especies simplificadoO livro “A Origem das Espécies” (cujo nome original é "Sobre a origem das espécies através da seleção natural ou a preservação de raças favorecidas na luta pela vida"), publicado pelo naturalista britânico Charles Darwin no dia 24 de novembro de 1859, é considerado um dos livros mais importantes da história da Biologia. Nele, Darwin coloca a seleção natural como fator de evolução das espécies.O livro gerou uma grande polêmica, principalmente com a Igreja Católica, pois ia contra a teoria do criacionismo, de que toda a forma de vida era oriunda da criação divina, tal como é apresentado na Bíblia, no livro de Gênesis. A tese de que o homem teria parentesco com os macacos chocou a sociedade na Inglaterra vitoriana.Segundo Maria Isabel Landim, professora do Museu de Zoologia da USP, mesmo depois de um século e meio de testes, as idéias centrais de Darwin sobre a evolução biológica continuam válidas. Ela destaca que as idéias centrais do naturalista são: todos os seres vivos compartilham um ancestral em comum; as espécies se modificam ao

Page 57: Gregor Mendel

longo do tempo através do processo de descendência com modificação e; o principal mecanismo que promove a fixação de determinada variação na população gerando novas espécies é a seleção natural. “Sendo assim, o cerne do livro “A Origem das Espécies” continua bastante atual, entretanto uma série de considerações e exemplos dados por Darwin na sua grande obra são considerados ultrapassados. Isto é compreensível devido aos grandes avanços que as ciências biológicas sofreram no último século, sejam eles tecnológicos ou de novas descobertas factuais, como fósseis. Um exemplo que podemos citar é o de como se dão as variações entre organismos, e como elas são passadas para as gerações seguintes. Darwin em seu tempo só podia observar que existiam variações e que algumas destas eram herdadas, mas nunca pode explicar corretamente o processo. Isto só foi possível com o desenvolvimento da genética moderna na primeira metade do século XX”, explica Landim. Para o professor Nelio Bizzo, da Faculdade de Educação da USP, apesar do “espírito” da obra de Darwin ser muito atual, uma vez que a perspectiva evolucionista está na base das formulações mais modernas da biologia, a teoria evolutiva se desenvolveu enormemente nesses últimos 150 anos e tem ferramentas muito poderosas para analisar a diversidade dos seres vivos, em nível molecular. “Há bem pouco tempo, dependíamos de características muito evidentes para estimar o parentesco dos seres vivos. Hoje isso pode ser feito a partir de fios de cabelo, por exemplo!”.Landim destaca como um dos maiores avanços na teoria evolutiva de Darwin a compreensão dos mecanismos de hereditariedade, que o naturalista considerava central, mas que desconhecia. Desta forma, mesmo sendo válida a teoria evolutiva de Darwin, uma parte fundamental para a compreensão da evolução biológica estava fora do seu alcance. “Com a redescoberta do trabalho de Mendel com as ervilhas, que oferecia a explicação para a transmissão de um conjunto de características, a biologia deu um salto incalculável. A síntese entre evolução por seleção natural e teoria genética passou a ser conhecida, muito apropriadamente, como Neodarwinismo. As idéias básicas de Darwin foram validadas por novas evidências oriundas de um campo essencial, o da hereditariedade. Elas se mostraram sólidas, porém, a teoria evolutiva se sofisticou com a colaboração deste novo campo do conhecimento. Além disso, a genética moderna permitiu que nós compreendêssemos a origem da variação observada, que aparentemente são geradas tanto por mutações nos genes que codificam diretamente as proteínas, como na regulação

Page 58: Gregor Mendel

destes genes. Esta última é objeto de estudo da biologia evolutiva do desenvolvimento, ou Evo-Devo como é chamada em inglês, e demonstra como diferenças mínimas no material genético podem gerar grandes modificações no organismo, apenas pela ativação em tempos diferentes de um mesmo gene ou a sua desativação”, afirma a professora da USP.

No que Darwin se baseou para chegar à sua teoria sobre a evolução das espécies?De acordo com a professora Isabel Landim, para chegar à sua teoria Darwin se baseou em um número enorme de evidências provenientes de todas as áreas da História Natural (que na época era a designação conjunta para a Geologia, Paleontologia, Botânica e Zoologia). “Ele observou, por exemplo, o padrão de distribuição geográfica dos organismos (biogeografia); a relação entre organismos extintos com organismos atuais (paleontologia); o isolamento reprodutivo entre populações de organismos aparentados; o desenvolvimento ao longo da vida de um indivíduo de uma espécie e a sua relação com espécies mais ou menos relacionadas (desenvolvimento ontogenético); a disputa na natureza por parceiros reprodutivos (seleção sexual); a formação de cadeias de montanhas (Andes) e o tempo necessário para seu soerguimento (usado por ele para calcular a idade da Terra)etc.”, explica a professor do Museu de Zoologia da USP.Os especialistas concordam que ainda hoje a teoria de Darwin não é tão bem compreendida. “Na verdade, o Neodarwinismo substituiu a formulação original, mas mesmo assim ainda é pouco conhecido. Um dos aspectos básicos para entender o Neodarwinismo é o tempo geológico. É difícil incorporar a idéia de que a gasolina que colocamos no carro hoje esteve no corpo de algum ser vivo há 90 milhões de anos”, afirma Bizzo.

Para Landim, a teoria é bem compreendida no meio acadêmico, mas é muito mal compreendida pelas pessoas em geral. “É muito comum, ainda hoje, ouvirmos que a seleção natural é a sobrevivência do mais forte, quando, na verdade, a força pode não ter nada a ver com ela. O princípio de seleção é muito simples, mas parece que as pessoas buscam desnecessariamente complicá-lo. A seleção natural é a reprodução diferencial entre indivíduos de uma mesma população. Sabemos que cada indivíduo carrega uma combinação de genes que é única. Parte herdada do pai e parte herdada da mãe. Essa combinação única se expressa em algumas características físicas e comportamentais únicas e por isso cada indivíduo de uma espécie com reprodução sexual é diferente dos demais. Basta olhar ao nosso

Page 59: Gregor Mendel

redor e ver que, exceto por gêmeos univitelinos, não existem dois seres humanos iguais.

Darwin observou que estas pequenas diferenças entre indivíduos poderiam conferir a alguns deles alguma vantagem reprodutiva em relação aos demais, seja pelo fato do indivíduo se reproduzir antes, mais freqüentemente ou por mais tempo. Se esta vantagem fosse hereditária e se traduzisse no sucesso em deixar mais descendentes, o esperado é que, mantida a seleção por esta característica vantajosa no tempo, a cada nova geração de indivíduos desta espécie ela estaria presente em um número maior de indivíduos. É uma questão de estatística. No caso da força, ou do indivíduo mais forte, se no processo reprodutivo de sua espécie esta característica (força) for irrelevante, de nada adiantará sua brutalidade. Alguns biólogos diriam que nosso desejo de eternidade se expressa na tentativa de deixar nossos genes na Terra, já que a vida individual e da espécie são tão efêmeras. O sucesso reprodutivo é o meio para alcançar tal objetivo. O comportamento de indivíduos da maior parte das espécies parece confirmar esta regra”, explica a professora.

Ricardo Kfuri da SilvaTuesday, March 03, 2009

19:55:57'SOMOS TODOS PARENTES"  VALEU CHARLES DARWIN PELA CONTRIBUIÇÃO FANTÁSTICA DE SUA OBSERVAÇÃO. SEU PENSAMENTO MERECE SER CADA VEZ MAIS PENSADO. VALEU COMEXÃOPROFESSOR POR OPTAR PELO CONHECIMENTO E DIVULGAÇÃO DE CHARLES DARWIN AO INVÉS DA IGNORÂNCIA DE TE-LO COMO AMEAÇA AO MITO DE ADÃO E EVA.  ANCESTRAL COMUM

Prevenção de Descarga Elétrica

                                  

Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas Convencional   (ABNT - NBR - 5419) é um sistema destinado a proteger uma estrutura contra os efeitos das descargas

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atmosféricas. É composto de um sistema externo de proteção (consiste em captores, condutores de descida e sistema de aterramento) e de um sistema interno de proteção (composto de um conjunto de dispositivos que reduzem os efeitos elétricos e magnéticos da corrente de descarga atmosférica dentro do volume a proteger).

 

O Sistema Preventivo de Raios é o único sistema verdadeiramente preventivo contra descargas atmosféricas (raios). É aplicável a qualquer tipo de edificação em qualquer lugar do mundo. O SPR® está protegendo torres de 520 metros de altura há mais de 22 anos de história sem ocorrência de raios em centenas de aplicações.

 

Cuidados durante uma tempestade:

DURANTE A TEMPESTADE:  Fique onde estiver, se for seguro, não se aproxime das janelas;  Tenha por perto capa de chuva e sapatos fortes, se for necessário sair;  Ouça o rádio portátil para saber do desenvolvimento da situação;  Se estiver ao ar livre procure um abrigo seguro - longe de árvores - ;  Se estiver dirigindo, pare num local elevado (livre de inundações), longe de árvores, redes elétricas e rios;  Evite usar o telefone durante uma tempestade.DEPOIS QUE A TEMPESTADE PASSA:  Verifique os danos em sua casa;  Se precisar de auxílio emergencial veja a nossa lista de Telefones de Emergência;  Tenha cuidado com possíveis riscos oferecidos por árvores afetadas, redes elétricas rompidas e área inundadas;  Fique perto de casa e ajude os vizinhos.

Sistema Preventivo de Raios

Qual é o perigo?

A cada ano, raios causam milhões de dólares em danos às edificações protegidas e desprotegidas. O poder destrutivo do raio é tão grande que mesmo estruturas com sistemas convencionais de proteção contra raios sofrem danos extensos.

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Eliminadores de Surtos e Transientes podem proteger equipamentos em uma edificação dos efeitos de uma descarga de raio fora da área da edificação. Contudo, descargas no edifício podem ser tratadas separadamente e preferivelmente com alguns métodos que positivamente as excluam do edifício.

Qual é a solução?

O patenteado Sistema Preventivo de Raios (LEC Dissipation Array Systems®) previne quedas de raios em toda a área protegida e nos próprios dispositivos. Eles previnem raios pela redução contínua do potencial, (diferença de voltagem) entre a terra e a nuvem carregada, para um potencial bem abaixo do potencial da descarga.

Isto nos traz muitas vantagens: 

Simples : O projeto vai muito além, confiável, e garante 100% de eficiência.

Passivo : Sem consumo de energia; ativa-se pela energia da própria tempestade.

Universal : Sistemas Dissipativos de Cargas podem ser usados para proteger quaisquer tipos de edificações, torres, linhas de transmissão de força, ou grandes e complexas áreas. Os conceitos básicos do sistema são adaptados especificamente para cada edificação individual. 

Preventivo : Elimina completamente as quedas de raios e energias relacionadas das áreas protegidas. Evita problemas inerentes aos sistemas convencionais, os quais atraem a energia para si e tentam negociar com elas. 

Efetivamente Garantido : O sistema é completamente efetivo na prevenção de quaisquer descargas de raios, ou a Ideal Engenharia irá substituir o sistema -sem custo adicional para o cliente- para que desta forma sejam eliminados os raios sob quaisquer condições. 

Compreendendo os raios

Nuvens de tempestade (do tipo cumulus-nimbus) são corpos eletricamente carregados suspensos na atmosfera. O ar serve de isolador, separando a carga elétrica da nuvem da terra, ou de outras nuvens. Durante uma tempestade, essas cargas

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continuarão a se criar, e irão induzir uma carga similar e de potencial oposto na terra. A carga induzida na terra será na superfície bem abaixo da nuvem, e será a grosso modo, do mesmo tamanho e forma da nuvem (sombra elétrica), e um forte campo elétrico será estabelecido entre a nuvem e o solo.

Se existirem estruturas elevadas ou árvores entre a terra e a nuvem, elas irão igualmente tornar-se carregadas. Com menor volume de ar entre esses pontos altos e as nuvens, existe uma grande possibilidade de um raio atingir essas estruturas elevadas. Veja Figura 1 (18K).

 

 

Perigos de Exposição

O risco de uma descarga de raio para uma edificação depende de vários fatores, incluindo sua localização, tamanho e forma. Um índice da taxa de exposição ao raio de um lugar é seu número Ceráunico: quanto mais alto, maior o potencial de atividade. Nos Estados Unidos o número Ceráunico varia entre 1 e 100. Em algumas áreas tropicais do mundo (como o Brasil), ele pode ser tão alto quanto 260.

A característica da estrutura - sua altura, forma, tamanho e

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orientação - influencia o risco. Estruturas mais altas tendem a receber descargas de áreas ao redor, e tendem a atrair descargas adicionais. Em áreas montanhosas mesmo estruturas baixas irão atrair raios.

A forma e a área da estrutura também influenciam a exposição ao raio; quanto maior a área, maior o risco. Por exemplo, quanto mais extensa a linha de transmissão de energia elétrica, mais descargas pode-se esperar. Por exemplo, um trecho de 75 Km da linha de transmissão no centro da Flórida pode esperar cerca de 1500 descargas por ano.

Ponto de Descarga: O Conceito de Dissipação de Cargas

Um ponto agudo em um forte campo eletrostático irá liberar elétrons pela ionização das moléculas de ar adjacente, se o potencial do ponto aumenta 10,000 volts acima do que está à sua volta. Este princípio é demonstrado pelo que os cientistas chamam de dissipação natural: a ionização produzida por árvores, capim, torres, cercas e outras estruturas podem dissipar acima de 95% do total de energia gerada por uma tempestade, sem a formação do raio.

A LEC, uma empresa Norte Americana, desenvolveu o sistema Preventivo de Raios - SPR® sobre a premissa de que a dissipação natural pudesse ser ampliada suficientemente para eliminar todos os raios de uma determinada área de interesse. O SDC emprega o princípio do ponto de descarga providenciando milhares de pontos produzindo íons simultaneamente sobre uma grande área, prevenindo assim, a formação do líder ascendente (streamer), o precursor do raio.

Componentes do Sistema

O Sistema Dissipativo de Cargas tem três elementos básicos: o Dissipador (ou ionizador), o Coletor de Correntes do Solo (CCS), e o cabo de serviço. Veja Figura 2(16K).

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O dissipador é feito de fios de aço inoxidável como mostra a figura em Figura 3(25K). Cada Dissipador tem milhares de pontos, ou ionizadores, todos trabalhando em unísono para reduzir em iguais proporções de energia da tempestade. Esses ionizadores são tão eficientes que sob intensa tempestade o Dissipador pode brilhar pelo volume de íons luminosos sendo produzidos. Mas não haverá descarga (raio).

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O Coletor de Correntes do Solo (CCS) consiste de um cabo enterrado a aproximadamente 25 centímetros e conectado às hastes de terra de cerca de um metro de comprimento, espaçadas em intervalos de 10 metros. A área interna forma uma ilha eletricamente isolada que separa a área protegida do que está à sua volta. O CCS é conectado à superfície da estrutura e às conexões de aterramento de utilização pública. Isso assegura uma integração de referência de terra para todos os sistemas na área protegida.

O cabo de serviço proporciona um caminho direto, de baixa resistência do CCS ao ionizador, integrando a edificação protegida e seus pontos de terra. Em contraste aos sistemas convencionais, esses cabos carregam correntes baixas (0,5 ampères ou menos) e são selecionados mais por integridade estrutural que por capacidade de condução de corrente.

O sistema funciona como segue: Quando uma nuvem carregada move-se para a área, aumenta o potencial de dissipação até os íons começarem a se formar. Esses são forçados para fora pelo campo eletrostático e pelo vento. Enquanto isso, a carga induzida na superfície da terra é coletada pelo CCS, o qual providencia um caminho para as cargas pelo cabo de serviço até o dissipador. O fluxo de corrente começa quando a nuvem motiva o dissipador e continua a aumentar conforme a tempestade se aproxima ou cresce. A corrente de íons continua até que a tempestade diminua ou passe.

Os Sistemas Preventivo de Raios especialmente projetados para cada aplicação, a contar pelas diferenças de tamanho, altura, padrões de tempestade, altitude, e número Ceráunico. Existem algumas configurações básicas que são usadas freqüentemente.

O Sistema Hemisférico  tem a forma semelhante a um guarda-chuvas e seu grau de dissipação é médio. O diâmetro pode variar de 1,6 metros a 6,0 metros. Esse Dissipador pode ser usado para proteger torres de até 520 metros de altura, ou em combinação com torres ou estruturas elevadas para proteger edificações como silos, edifícios, subestações, instalações de radar, e plataformas lançadoras de mísseis.

O Dissipador Trapezoidal  é preso diretamente à torre, o mais próximo do topo possível. Essa configuração tem a vantagem de muito pouca estática ou carga de vento, e não necessita ser o elemento mais alto na torre. O Dissipador Trapezoidal pode ser usado para proteger torres muito altas, aquelas consideradas vulneráveis a

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descargas laterais, ou aquelas cujos componentes devem ficar acima do dissipador. Exemplos incluem edificações de transmissão de TV e rádio FM.

O Dissipador Cônico  é suportado pelo centro por um poste ou torre, e cada fio dissipativo é levado para baixo separadamente para o terra. O ângulo cônico pode ser variado consideravelmente entre diferentes instalações para adaptar-se a diferentes requisitos.

O Dissipador de Cobertura  é usado para proteger qualquer tipo de estrutura que tenha uma área coberta. O dissipador é fixado sobre a mesma tal que a dissipação média seja paralela e gradual formando linhas de igual potencial como as formadas na superfície do prédio.

Aplicações

O Sistema Preventivo de Raios é a melhor solução de longo prazo para quaisquer problemas diretos com descargas de raios. Centenas de Sistemas Preventivos foram instalados até hoje em aplicações de torres de comunicações a silos de fazendas, de linhas de força elétrica a prédios públicos.

Prova de Desempenho

Enquanto existem laboratórios de testes que podem medir a efetividade do ponto de descarga do Sistema Preventivo de Raios, nenhum duplicou adequadamente o fenômeno do raio. O melhor teste é o atual desempenho de campo. Mais de 17 anos passados, a confiabilidade de nosso sistema é superior a 99,6% de eficiência e aumentando a cada ano. Nós ficaremos honrados em enviar referências e detalhados informes técnicos solicitados.

Tipos de Pára-raios

 

     O Brasil é um dos países que mais recebem raios (cerca de 100 milhões, a cada ano), com a característica de carregarem cargas elétricas positivas, mais duradouros e com maior intensidade de corrente elétrica, ao contrário do usual.

     Segundo a norma NBR 5419, da ABNT, os pára-raios devem ser instalados nos pontos mais altos do telhado, recebendo a descarga elétrica, conduzindo-a à terra (normalmente através de cabos de cobre, protegidos por tubo de PVC) e dissipando sua energia. Para cada cabo, recomenda-se o uso de duas hastes de aterramento.

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Existe porem dias formas de incidência de raios:

Raio direto

Direta: quando o raio atinge uma  edificação e causa danos tanto na construção quanto nos equipamentos.

 

Raio indireto

Indireta: quando o raio cai nas proximidades de uma edificação e sua sobrecarga danificaequipamentos através da rede elétrica.  

     Os sistemas de proteção mais utilizados no país são o Franklin e a Gaiola de Faraday, embora existam os tipos dissipativo (raramente encontrado por aqui) e o radioativo, proibido devido à radioatividade emitida. Suas principais características são:

     Franklin - composto por um captor, montado sobre um mastro metálico, que é ligado a cabos de descida, também metálicos, que conduzem a eletricidade ao solo por meio do aterramento. A área protegida é gerada por um ângulo de 45º formado a partir da ponta do captor até a base do telhado. A cada 20 metros de perímetro da cobertura, é preciso colocar um cabo de descida. Para áreas mais extensas ou casas com torres de caixa d'água, às vezes é necessário usar mais de um captor para que toda a construção esteja protegida. Obedecendo a essa angulação, a chance de que o raio corra através do pára-raios é de 90%. 

     Gaiola de Faraday - instalado nas extremidades do telhado, consiste em uma malha de fios metálicos com pequenas hastes (com cerca de 50cm de altura), conectadas a cada 8 metros, que recebem as descargas elétricas. Essa

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malha, que deve ter módulos de, no máximo, 10 x 15m, é conectada aos cabos de descida, que estão ligados às hastes de aterramento. Também é possível usar as ferragens das colunas da construção como descida, o que requer a indicação pelo engenheiro, durante a elaboração do projeto estrutural, do uso de alguns ferros a mais, com bitola apropriada, que serão ligados à malha da Gaiola. O aterramento acontece automaticamente, já que as ferragens estão amarradas no baldrame de fundação.

 

 

     Dissipativo - o sistema se baseia na não-formação de raios, ou seja, emprega dispositivos metálicos dissipadores, que têm a função de dispersar a corrente elétrica vinda do solo, impedindo que ela se encontre com a faísca formada nas nuvens, choque esse que dá origem ao raio. Mais caro que os outros sistemas, seu uso se restringe a grandes construções, como indústrias e torres de antenas de TV e de rádio.

 

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     Radioativos

A fabricação de pára-raios radioativos no Brasil foi autorizada de 1970 até1989 porque a literatura técnica da época indicava que os captores radioativos tinham uma eficiência maior que os convencionais. Porém, em 1989, a Comissão Nacional de Energia Nuclear, CNEN, através da Resolução No. 4/89, suspendeu a autorização para a fabricação e instalação deste tipo de captor, baseada em estudos feitos no Brasil e no exterior que demonstraram que o desempenho dos pára-raios radioativos não era superior ao dos convencionais na proteção dos edifícios, não se justificando, assim, o uso de fontes radioativas.

Contudo, a decisão da CNEN só teve efeito sobre a fabricação e a instalação de dispositivos novos. A decisão sobre a substituição dos pára-raios que já estavam instalados dependia das autoridades municipais que têm poder para regulamentar as normas de edificação em cada cidade. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a Prefeitura, através do Decreto Municipal No.33.132 da Secretaria de Habitação, determinou que todos os pára-raios radioativos fossem substituídos e que os sistemas de proteção contra as descargas atmosféricas fossem adequados à norma NBR-5419 da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Quando substituído, um pára-raios radioativo passa a ser rejeito radioativo e deve ser recolhido à CNEN. Quem deve providenciar a substituição é o proprietário da edificação e esta substituição pode ser feita por qualquer pessoa, mas é preferível que seja feita por um profissional experiente porque em geral os pára-raios estão em locais de difícil acesso e há riscos de queda. Além disso para que o prédio fique adequadamente protegido contra raios é necessário verificar se o aterramento da instalação está adequado e se o número de captores é suficiente para o tamanho e altura do prédio. O ideal é contratar uma empresa especializada em instalações elétricas.

Os cuidados que devem ser tomados em relação à radiação e à contaminação estão descritos no "Manual de Instruções" fornecido pelo IPEN aos interessados. É muito importante que a pessoa leia com cuidado todas as instruções de manuseio dos pára-raios antes de realizar a substituição porque além das medidas de proteção que devem ser tomadas, o manual dá instruções sobre como fazer a embalagem, o transporte e a entrega do material à CNEN.

É possível distingüir os pára-raios radioativos dos convencionais porque a maioria dos radioativos tem formato de discos superpostos, enquanto que os convencionais tem forma de pontas. As fontes radioativas têm a forma de fitas metálicas fixadas nos discos e têm poucos centímetros de comprimento por 1 a 2 cm de largura. O material radioativo destas fontes é, em quase 100% dos casos, o radioisótopo Amerício-241. Este material emite radiação alfa que tem alcance no ar de apenas poucos centímetros e radiação gama de baixa energia apresentando, por isso, um risco pequeno de irradiação. Contudo há risco de contaminação por contacto com a fonte sendo necessário seguir estritamente as instruções fornecidas pelo IPEN

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 Os pára-raios protegem exclusivamente a construção. Para a segurança de equipamentos eletroeletrônicos, são necessários os supressores de surto de tensão, evitando que as descargas elétricas

vindas pelos cabos de força e de telefone atinjam e queimem os equipamentos. É possível ter um para cada aparelho, porém, o mais importante é instalar um supressor mais potente no quadro de entrada de força da casa e outro na entrada de telefone. De qualquer forma, isso exigirá o trabalho de empresa especializada, a quem caberá dimensionar a carga necessária e instalar os aparelhos.

 

     

     

     

 

 Web Design: Tamires Duarte Rocha

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Os projetos do INPE não param poraí. Em colaboração com Furnas CentraisElétricas, o Elat está instalando, no oestedo Paraná, um sistema de detecção dedescargas inédito no Brasil, equivalenteao que é utilizado no aeroporto de Tuc-son, no Arizona, Estados Unidos. Com-posto por sensores do tipo LS8000, pararegistro de todos os tipos de descargas, osistema dos EUA deve permitir uma an-tecipação na identificação de situaçõesde risco para as aeronaves. No Brasil, ossensores LS8000 serão aplicados no mo-nitoramento de descargas nuvem-solo etambém das que ocorrem dentro delas.

O projeto no Paraná trará grandesbenefícios à proteção de equipamentosde custo elevado. Mediante a previsãode raios, é possível desligar o equipa-mento da rede elétrica e colocá-lo emum gerador próprio até o fim da tem-pestade. “As descargas elétricas queocorrem no interior das nuvens sãoprecursoras das que atingem o chão,daí sua importância. Ao conhecê-las,torna-se viável o monitoramento daatividade das nuvens e, assim, prever aocorrência de descargas rumo ao solo”,acrescenta o coordenador do Elat.

No total, cinco sensores LS8000 se-rão instalados em cidades ainda nãodefinidas do Oeste do Paraná. Trata-se de um projeto piloto que até marçoou abril de 2009 já estará em operaçãoe, caso se mostre vantajoso às empre-sas do setor elétrico, será estendido aoutras regiões. “Pretendemos verificaraté que ponto os sensores irão agregarinformação. Assim, companhias do se-tor elétrico, a exemplo da Rio GrandeEnergia (RGE) e da AES Sul Distribui-dora Gaúcha de Energia, dentre ou-tras, poderiam ser grandemente bene-ficiadas. Ainda não definimos os locaisde instalação dos sensores, que pode-rão estar em aeroportos, universidadese parques”, antecipa Osmar Pinto.O estudo sobre a incidência de raios é útil não apenaspara o desenvolvimento tecnológico de pára-raios e da áreade engenharia de proteção como um todo.Mediante pesquisas sobre as descargasatmosféricas é possível entender até mesmo os prejuízoscausados ao meio ambiente. O INPE vemestudando ativamenteesta questão, por entenderque a elevação da temperatura é o parâmetro-chave para aformação de tempestades. “Estamos utilizando dados daBrasilDat e de satélite para investigar se os raios, suscetíveis àtemperatura, e as tempestades severas estão aumentando em nosso país.Ocorre que esse efeito não é homogêneo e, ao monitorar os raios,é possível verificar o impacto do aquecimento global em um país de proporçõescontinentais, como o Brasil”, explica O eng. eletr. Osmar Pinto Jr.. Há três anos a BrasilDat vemmonitorando o RS, em uma iniciativa que trará benefícios a todos os engenheirosdo Estado. Com previsão de divulgação dos dados para julho de 2009, omapeamento visa verificar as regiões com maior quantidade de raios. Se atéagora os projetos de proteção contra raios, desenvolvidos por engenheiros,ainda tem como parâmetro básico o índice ceráunico (utilizado outrorapela população autóctone com base na contagem do número de dias detrovoada, que ocorrem por ano em uma dada localidade), futuramente serápossível adotar informações mais precisas, graças a esse levantamento realizadopelo INPE. “Antigamente anotavam-se informações sobre o número de trovõesescutados durante o dia. Isso não era eficaz, pois caso um local registrasse 10 mil raiosem um único dia, por exemplo, eram informados apenas dois raios, de acordo com

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os trovões escutados. Os engenheiros do RS ainda utilizam esse método pouco eficaz, masapós esses três anos de levantamento será possível elaborar projetos (como pára-raios) ade-quados à quantidade de descargas encontrada em cada região, de forma ainda mais precisa”,prevê Osmar. Por meio de mapas, pode-se determinar o nível ceráunico de determinadasregiões, cujo índice de variação pode oscilar entre baixo (em torno 1 a 10) e alto (de 100 a 200).Para a técnica de proteção contra os raios, mais importante que o número de dias com trovoa-das por ano, é conhecer a densidade em raios por quilômetro por ano (ng).I

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Os projetos do INPE não param poraí. Em colaboração com Furnas CentraisElétricas, o Elat está instalando, no oestedo Paraná, um sistema de detecção dedescargas inédito no Brasil, equivalenteao que é utilizado no aeroporto de Tuc-son, no Arizona, Estados Unidos. Com-posto por sensores do tipo LS8000, pararegistro de todos os tipos de descargas, osistema dos EUA deve permitir uma an-tecipação na identificação de situaçõesde risco para as aeronaves. No Brasil, ossensores LS8000 serão aplicados no mo-nitoramento de descargas nuvem-solo etambém das que ocorrem dentro delas.

O projeto no Paraná trará grandesbenefícios à proteção de equipamentosde custo elevado. Mediante a previsãode raios, é possível desligar o equipa-mento da rede elétrica e colocá-lo emum gerador próprio até o fim da tem-pestade. “As descargas elétricas queocorrem no interior das nuvens sãoprecursoras das que atingem o chão,daí sua importância. Ao conhecê-las,torna-se viável o monitoramento daatividade das nuvens e, assim, prever aocorrência de descargas rumo ao solo”,acrescenta o coordenador do Elat.

No total, cinco sensores LS8000 se-rão instalados em cidades ainda nãodefinidas do Oeste do Paraná. Trata-se de um projeto piloto que até marçoou abril de 2009 já estará em operaçãoe, caso se mostre vantajoso às empre-sas do setor elétrico, será estendido aoutras regiões. “Pretendemos verificaraté que ponto os sensores irão agregarinformação. Assim, companhias do se-tor elétrico, a exemplo da Rio GrandeEnergia (RGE) e da AES Sul Distribui-dora Gaúcha de Energia, dentre ou-tras, poderiam ser grandemente bene-ficiadas. Ainda não definimos os locaisde instalação dos sensores, que pode-rão estar em aeroportos, universidadese parques”, antecipa Osmar Pinto.O estudo sobre a incidência de raios é útil não apenaspara o desenvolvimento tecnológico de pára-raios e da áreade engenharia de proteção como um todo.Mediante pesquisas sobre as descargasatmosféricas é possível entender até mesmo os prejuízoscausados ao meio ambiente. O INPE vemestudando ativamenteesta questão, por entenderque a elevação da temperatura é o parâmetro-chave para aformação de tempestades. “Estamos utilizando dados daBrasilDat e de satélite para investigar se os raios, suscetíveis àtemperatura, e as tempestades severas estão aumentando em nosso país.Ocorre que esse efeito não é homogêneo e, ao monitorar os raios,é possível verificar o impacto do aquecimento global em um país de proporçõescontinentais, como o Brasil”, explica O eng. eletr. Osmar Pinto Jr.. Há três anos a BrasilDat vemmonitorando o RS, em uma iniciativa que trará benefícios a todos os engenheirosdo Estado. Com previsão de divulgação dos dados para julho de 2009, omapeamento visa verificar as regiões com maior quantidade de raios. Se atéagora os projetos de proteção contra raios, desenvolvidos por engenheiros,ainda tem como parâmetro básico o índice ceráunico (utilizado outrorapela população autóctone com base na contagem do número de dias detrovoada, que ocorrem por ano em uma dada localidade), futuramente serápossível adotar informações mais precisas, graças a esse levantamento realizadopelo INPE. “Antigamente anotavam-se informações sobre o número de trovõesescutados durante o dia. Isso não era eficaz, pois caso um local registrasse 10 mil raiosem um único dia, por exemplo, eram informados apenas dois raios, de acordo com

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os trovões escutados. Os engenheiros do RS ainda utilizam esse método pouco eficaz, masapós esses três anos de levantamento será possível elaborar projetos (como pára-raios) ade-quados à quantidade de descargas encontrada em cada região, de forma ainda mais precisa”,prevê Osmar. Por meio de mapas, pode-se determinar o nível ceráunico de determinadasregiões, cujo índice de variação pode oscilar entre baixo (em torno 1 a 10) e alto (de 100 a 200).Para a técnica de proteção contra os raios, mais importante que o número de dias com trovoa-das por ano, é conhecer a densidade em raios por quilômetro por ano (ng).I