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Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS Ano 15 n° 29 - Porto Alegre, RS, Brasil - Julho 2009 RRPP Atualidades VERSÃO DIGITAL: www.rrpponline.com.br FOTO YOSHIKAZU TSUNA/ AFP RELAÇÕES DIGITAIS Alta tecnologia, ferramenta de comunicação Vida Urgente em Genebra g Estratégias da noite g LISIANE ZEN Espaço Experiência g Professor Fábian Casas noturnas Projeto aclamado Fotografe com seu celular e entre direto no site BRUNA PERONI REPRODUÇÃO

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Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS Ano 15 n° 29 - Porto Alegre, RS, Brasil - Julho 2009

RRPPAtualidades

Versão digital: www.rrpponline.com.br

foto Yoshikazu tsuna/ afP

relaçõesdigitaisAlta tecnologia,ferramenta decomunicação

Vida Urgenteem Genebrag Estratégias

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2 RRPPAtualidades/julho 2009

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Publicação informa-tiva e de reflexão do curso de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), da Ponti-fícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, ave-nida Ipiranga 6681, Jardim Botânico, Porto Alegre, RS, Brasil.Versão Online:www.rrpponline.com.brE-mails: [email protected]; [email protected]: Ir. Dr. Joaquim ClotetVice-Reitor: Ir. Dr. Evi-lázio TeixeiraDiretora da Famecos: Drª. Mágda CunhaCoordenadora do Curso: Drª. Souvenir DornellesProfessores respon-sáveis: Tibério Vargas Ramos e Silvana SandiniEdição dos alunos de Produção de Mídia Impres-sa e Digital em Relações Públicas

Turma da manhã: Adriano Flávio Molski, Ana Laura Cruz, Anderson Daso-ler Camargo, Bruna Peroni, Bruna de Lima, Camila Me-deiros, Camila Modica, Ca-mila Vasconcelos, Carolina Ghilardi, Caroline Oliveira, Daniela Carrion, Débora Paz, Fabiana Werner, Fer-nanda Pereira, Gabriela de Araujo, Gabriela Sarturi, Henrique Cunha, Joanna Romero, Josiane Millman, Juliana Rosa, Juliana Sa-raiva, Laila Ferri, Larissa Braga, Lisiane Zen, Luiza Barbosa, Mariana Corbelli-ni, Mariana de Pauli, Paula Meirelles, Rosana Pugen, Victoria Predebon e Vivian Azeredo.

Turma da noite:Adão Pretto Filho, Ana Elba Peixoto de Abreu, Ananda Souza dos Santos, Andressa Anai de Almeida, Bruna Ka-naan, Bruna Ávila, Camila Maurmann, Carolina Ro-drigues, Carolina Schuch, Conceição Fraga, Cristiane Almansa, Felipe Jung, Gui-lherme de Souza Lima, Isis de Moura Luiz, Julia de Sou-za Lima, Julia Alvez, Kami-le Heineck, Kelly Machado, Laura Miranda Lopes, Le-tícia Bastos Weiss, Lisiane Cardoso da Silva, Luciana Schranck, Lucianna Milani, Magali Fensterseifer, Ma-riana de Godoy Umpierre, Maristela Eckert, Miriam Isquierdo, Moara Medeiros, Rosana Schutz dos Reis, Sabrina de Oliveira, Shan-tala Luana Caloni, Stefani Moura, Stefanie Machado, Tatiane Santos de Oliveira, Tatielle Neves e Vanessa Pi-nheiro de Moraes.

ExpEdiEntE

Eventos empresariais possuem um cunho institucio-nal e comercial. Trabalhados com seriedade e responsabi-lidade, proporcionam bom relacionamento com o público. Através deles, o cliente pode se conhecer melhor a cultura da empresa e seu mercado de atuação. Para gerar resul-tados positivos, deve ser bem programado e contemplar todas as suas faces.

Há quem pense que eventos são apenas festas e diver-são, mas por traz de todo o lazer existe um planejamento, estrutura e organização envolvidos. Podem ser separados em dois segmentos: os sociais e os empresariais. O primei-ro com caráter de integração, sem visar o lucro, e o segun-do com viés comercial, objetivando resultados refletidos em médio prazo.

Na área de eventos empresariais, trabalha-se com a divulgação de produtos e serviços, e também com ações sociais e ambientais, direcionados a um público-alvo – que

abrange todos os envolvidos, de alguma maneira, com a empresa-cliente, ou profissionais de algum ramo espe-cífico. Para alcançar o su-cesso, deve-se

definir as metas e a quem será direcionado a ação, além de aproveitar a possibilidade de organizar uma coletiva de imprensa para anunciar. Esse tipo de trabalho possibilita o melhor conhecimento do mercado de atuação do cliente, sua cultura e também o aumento da rede de contatos.

A organização destes eventos exige responsabilidade, comprometimento e seriedade, já que é um processo com-plexo. Como maiores vantagens, destacam-se o relaciona-mento e a questão financeira, visto que a maioria das or-ganizações tem reser-vada uma q u a n t i a d e s t i n a -da a isso. “Acredito que o gran-de desafio seja enten-der exata-mente a ex-pectativa do cliente e os objetivos do evento. Os eventos empresariais devem atingir o esperado; se isso não ocorre, por qualquer motivo, no ano seguinte dificilmente acontecerá novamen-te”, afirma Andréia Werner, Relações Públicas e sócia da GW Marketing e Eventos, empresa de serviços que pro-move a imagem de instituições, por meio de estratégias de marketing e eventos.

Para trabalhar nessa área e encarar os desafios, o pro-fissional de Relações Públicas deve ter uma série de carac-terísticas especiais, como, por exemplo, flexibilidade, dina-mismo, capacidade de negociação e saber ouvir. O papel do profissional, nos eventos empresariais, é planejar com uma visão especializada, assim como prospectar novos clientes, manter o relacionamento com os existentes e acompanhar a efetivação de todas as atividades.

ANA LAURA CRUZ, BRUNA PERONI E CAMILA MEDEIROS

Eventos empresariais:planejamento e seriedade

Cada vez mais usados como forma de promover a empresa e seus serviços/produtos

O infalível coffee-break

Objetivo: sucesso e satisfação

FOtOS DIvULgAçãO

Paula Willig, especialista em Tu-rismo, Lazer e Hospitalidade e bacha-rel em RRPP, revela como conseguiu trabalhar na Alliance Eventos, uma empresa que realiza a produção de shows e eventos em Santa Catarina.

Quais os obstáculos que encon-trou depois de formada?

Quando cheguei a Florianópolis, senti dificuldade em conseguir em-prego. Apesar de já estar fazendo uma especialização, percebi que existiam certos fatores e preconceitos que me dificultavam ter o primeiro emprego depois de formado. Muitas pessoas entendem que você não possui ex-

periência; outras me achavam muito nova por ter me formado com 21 anos e também não conhecia nin-guém na cidade que pudesse me orientar e

dar dicas dos locais nos quais poderia conseguir emprego. Por isso, eu lite-ralmente bati de porta em porta en-tregando muitos currículos em mãos até conseguir um emprego.

Por que você escolheu trabalhar com organização de eventos?

Sempre gostei de eventos por ser uma atividade muito dinâmica. Com

o início da especialização, me reapro-ximei da área através de estudos.

Como conseguiu o emprego na Alliance Eventos?

Me formei em março de 2007. Em maio mudei-me para Florianópo-lis para fazer especialização e procu-rar emprego. Após algum tempo na cidade, descobri o evento “Folianópo-lis”, realizado pela Alliance. Enviei um currículo e fui contratada como tem-porária. Dois meses depois fui contra-tada como gerente de projetos.

AdriAno Molski, lisiAne Zen e GAbrielA sArturi

EntrEvista Ela trabalha em Florianópolis

AberturA

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3RRPP Atualidades/julho 2009AberturA

O portal Minha RBS é a Intra-net do Grupo RBS, uma rede de comunicação interna via Internet lançada em maio de 2008. Atra-vés desta ferramenta, é permitida uma grande interatividade entre os usuários das diferentes áreas da organização em diferentes estados. Uma das principais vantagens para quem acessa o serviço é localizar com facilidade qualquer um de seus colegas, além de ficar sabendo quais são as suas atribuições espe-cíficas e as áreas na qual atua.

O Grupo RBS pensava em ter uma boa Intranet há 10 anos. Exis-tia esta necessidade, havia um site interno, porém muito ultrapassado, precário, estático e pouco interes-sante. A empresa precisava de uma ferramenta mais moderna e prática para a sua comunicação interna. Até que em 2007 surgiu o projeto Minha RBS, criada pelo setor de Recursos Humanos que cuida da comunicação interna do Grupo, em conjunto com o setor de Tecnologia e Informação. O objetivo era reunir em um único lugar, de fácil acesso, informações de interesse coletivo,

incluindo treinamentos, benefícios, assistência de saúde, entre outras.

A profissional responsável pela coordenação do portal é a jornalista Juliesse Pasetti, editora da Minha RBS. Ela entrou no grupo em mar-ço de 2008, já na sua atual função, que tem como atividades princi-pais: a coordenação dos publicado-res e conteúdos, alteração da capa diariamente e a seleção das notícias mais importantes. Questionada so-bre a importância do projeto na sua vida, diz: “O super reconhecimento, pois o trabalho atinge em torno de seis mil colaboradores e o relacio-namento fiel com todos os envolvi-dos no processo. Nunca tinha tra-balhado com comunicação interna, estou adorando a experiência, é um marco na minha carreira”.

O site conta com 140 publicado-res com autonomia para publicação de matérias e notícias do seu setor. São realizadas duas reuniões men-sais através de videoconferências com os publicadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A ferramenta tem um contexto evo-lutivo, muitos projetos de melho-

rias e crescimento mensal.Desde a implantação, as prin-

cipais mudanças foram: a proxi-midade dos funcionários que estão distribuídos por vários estados, a interação através dos murais e o di-namismo das informações. Todos os colaboradores têm, dessa forma, acesso às notícias da empresa antes mesmo de serem divulgadas para o público externo, sem mencionar a incrível economia de papel, pois antes do surgimento do portal, os funcionários eram informados das novidades através de folders e do-cumentos impressos.

Este ano o portal completou

um ano, foi feita uma campanha comemorativa, um relançamento com surpresas, mudança de layout e melhorias produtivas. É consi-derado um case de sucesso por conseguir fazer, com excelência, a comunicação interna de quase seis mil colaboradores, contando com a participação direta de cada publi-cador para que as notícias de seu setor mantenham-se sempre atua-lizadas. A Minha RBS foi uma das maiores conquistas do Grupo RBS em 2008.

ConCeição De Camillislisiane CarDoso

maristela eCkert

Layout da página da Intranet da empresa de comunicação

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Minha RBS

Afinal,para que serve o Conrerp?

A evolução da comunicação interna

Os Conselhos Regionais de Relações Públicas (Conrerps) são órgãos que fiscalizam o exercício

da profissão regulamentada. Eles têm o poder de polícia, e podem aplicar penas disciplinares aos membros ou até mesmo suspen-der e cancelar o registro. “Os Conrerps existem para defender e impedir o mau uso da profissão de leigos inabilitados ou de habi-litados sem ética, que lesam de alguma maneira a sociedade”, ex-plica Solange Foresti, assistente da diretoria do Conselho de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as vantagens de ter uma profissão regulamentada são: qualificar o padrão de desempenho profissio-nal, proteger o cliente de profis-sionais sem qualificação e assegu-rar a imagem do profissional.

É cobrada uma taxa de R$ 15,00 referente à confecção da

Carteira, mais R$ 75,00 à uma taxa de registro. Anualmente o registrado deve acertar uma quantia de R$ 320,00. E para se registrar é necessário apre-sentar os seguintes documentos: xerox autenticado do Diploma, xerox autenticado da Carteira de Identidade e do CPF, xerox do comprovante de residência; duas fotos 3x4; uma declaração, um requerimento e duas cópias do documento Da Profissão e Do Registro.

“Estou registrada no Conrerp desde que me formei em dezem-bro de 1980. Acredito que é mui-to importante o registro junto ao Conrerp, uma vez que este é o ór-gão regulamentador da profissão. Acho que ele beneficia os registra-

dos na medida em que legitima a atividade de RP. Pagamos uma anuidade em janeiro e sempre recebemos e-mails ou correspon-dências que atualizam informa-ções da área. Às vezes, esperamos mais das entidades de classe, mas, ao mesmo tempo, compre-endo que é um trabalho difícil de ser realizado. De qualquer forma, estou satisfeita com a atuação do Conrerp e lamento que nem todos os alunos que se formam se regis-tram. Isso seria fundamental para o fortalecimento da área”, relata Glafira Maria Bartz, professora de Relações Públicas da PUCRS.

ana laUra CrUZ BrUna Peroni

Camila meDeiros

Órgão que regula-menta a profissão às vezes passa desperce-bido. Entenda qual é sua função e como se registrar.

rEPrODUÇÃO

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4 RRPPAtualidades/julho 2009

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A Ouvidoria da PUCRS é um meio pelo qual a Universidade pode identificar as necessidades das comunidades internas e exter-nas, facilitando o relacionamento desses públicos junto aos dirigentes da ins-tituição.

A importância em oferecer este serviço se dá pela otimização dos processos e outros serviços que a PUC disponibiliza. O setor contribui para inova-ções de processos jun-to à instituição e, além disso, para uma maior credibilidade em seus serviços e fortaleci-mento das relações estabelecidas. Através da Ouvidoria, a Uni-versidade tem como mensurar pontos rele-vantes de melhorias, bem como identificar áreas que necessitam maior atenção.

Segundo Inedí Teixeira, fun-cionária do setor, “o ouvidor deve agir como mediador das questões que recebe, sendo imparcial, já que tem o papel de representar a Comu-nidade Universitária, mas oportu-nizando que as críticas possam ser avaliadas e solucionadas pela Rei-toria e seus órgãos de apoio”.

Para utilização do serviço, não é necessária a identificação, porém, neste caso, o solicitante não rece-berá retorno. “Com a solicitação de sigilo, a Ouvidoria segue seu tramite normal, mantendo o anoni-mato. Todas as manifestações que são feitas na Ouvidoria são devida-mente analisadas e estudadas uma a uma”, explica Inedí, assegurando um retorno.

Após analise de seu conteúdo, a solicitação será encaminhada con-

forme sua categoria ao ouvidor/contato do setor ou unidade com-petente para solução da questão. O setor correspondente terá um pra-zo de 72 horas para fornecer uma

resposta ou informação situacional da solicitação à ouvidoria Institu-cional.

A Ouvidoria deve manter seus diversos públicos informados sobre toda a tramitação da sua demanda até sua conclusão. O solicitante po-derá procurar a Ouvidoria, sempre que necessário tanto para acompa-nhar a tramitação da sua solicita-ção quanto para apresentar novos questionamentos.

Existem várias formas de con-tato com a Ouvidoria da instituição, seja através de e-mail, site, telefone ou pessoalmente. Não é necessária a marcação de horário. A Ouvidoria funciona das 8h às 21h15min, sem intervalo, no prédio 15 do Campus Central.

Carolina SChuChlaura lopeS

luCiana SChranCk

OuvidOria da PuCrS

A Ouvidoria da Infraero foi criada em 1° de julho de 2003, ten-do como foco a melhoria da quali-dade dos serviços e atendimento aos seus clientes. Trabalho que já recebeu seu reconhecimento, pois venceu, este ano, pela terceira vez o Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente, na categoria Serviço Público Fede-ral, pela revista C o n s u m i d o r Moderno.

Tudo o que diz respeito às áreas comuns do Aeroporto, como os banhei-ros e os saguões são direciona-dos à Ouvidoria. Assuntos rela-tivos a serviços prestados pelas Companhias Aéreas são de compe-tência da ANAC.

As sugestões e reclamações enviadas pelos usuários, passa-geiros ou funcionários da empresa são acompanhadas pela diretoria e pela presidência da Infraero com o objetivo de identificar oportunida-des de melhorias nos serviços dis-ponibilizados pelo aeroporto.

Existem diversos canais de comunicação pelos quais se pode acessar a Ouvidoria. Pode ser atra-vés da Internet ou o usuário tam-

bém tem a opção de se dirigir ao balcão de informações dos princi-pais aeroportos administrados pela Infraero e registrar pessoalmente a sugestão ou reclamação. Além dessas duas maneiras de entrar em contato com a Ouvidoria, já foram destinados espaços especiais nos Aeroportos administrados pela In-fraero ao órgão.

Segundo a funcionária da Ouvidoria do Aeroporto Inter-nacional Salgado Filho, Cristina Dornelles dos Santos, isso só é possível porque os colaboradores recebem treina-mento adequado tornando o “aten-dimento especia-

lizado, diferenciado, possibilitan-do uma otimização dos serviços para a excelência no atendimento, que é o foco da ouvidoria da Infra-ero”. Um sistema simples de con-tato com o cliente, mas ao mesmo tempo eficiente na melhoria dos serviços e no de qualquer empre-sa. Sem contar com a valorização do cliente proporcionado por este canal de comunicação direta, foca-da nas necessidades dos usuários.

Sabrina de oliveira

Comunicação focada e eficiente na Infraero

“Otimização dosserviços paraexcelência no

atendimento é o foco da ouvidoria da

Infraero” (Cristina Dornelles dos Santos)

Ouvidoria do Aeroporto Internacional Salgado Filho

SABRINA DE OLIVEIRA

Canal direto com o aluno

Ouvidoria dá toda a atenção ao estudante

LAuRA LOpES

atendimento

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5RRPP Atualidades/julho 2009

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O que era antes umas das prin-cipais mídias do Marketing de Re-lacionamento, o telemarketing ago-ra passou a ser um estorvo na vida de milhares de brasileiros.

Porém essa realidade vai mu-dar, pelo menos para moradores do estado de São Paulo. No dia 27 de março de 2009, foi aprovada a lei de número 13.226/08, regulamentada pelo Decreto Estadual 53.921/08, que cria o Cadastro Estadual para o Bloqueio do Recebimento de Li-gações de Telemarketing, dando di-reito para que os titulares de linhas fixa ou móvel inscritos não recebam oferta de produtos e serviços por telefone, desde o dia 1° de abril.

Em menos de uma semana, mais de 100 mil pessoas cadastra-ram seus telefones fixos e móveis no site da Fundação do Procon-SP, órgão que está responsável por fis-calizar o cadastro. Segundo Carlos Coscarelli, assessor jurídico do Procon-SP, os números deverão ser consultados pelas empresas antes das ligações, e se houverem irregu-laridades, as organizações infrato-ras serão multadas.

Para quem acha que a nova lei atrapalha as vendas por telefone, em entrevista ao site do Estadão, Carlos Coscarelli afirma que a nova regra não impede a prestação do serviço de telemarketing, apenas transforma de quantitativo em

qualitativo, e evita aborrecimentos para ambos os lados. "As empresas poderão fazer contatos com consu-midores que estejam, de fato, inte-ressados no produto”.

Mas esse assunto está dando o que falar, pois Jarbas Nogueira, presidente da Associação Brasilei-ra de Telesserviçoes (ABT), afirma em declaração ao mesmo site, que o índice de desemprego vai aumentar nesse setor. De acordo com a ABT, o setor atualmente emprega 850 mil trabalhadores, 350 mil só na cidade de São Paulo, e com certeza haverá uma redução nesse número. O presidente da Associação Brasi-leira das Relações Empresa Cliente (Abrarec), Roberto Meir, declarou em entrevista ao site do Estadão, que vê inconstitucionalidade na iniciativa. "A questão é de âmbi-to nacional. Não cabe ao governo estadual tratar de um assunto que atinge o setor que mais emprega no país", disse.

Essa é uma questão que com certeza acarretará discussão por muito tempo, pois, como a maioria das escolhas, há seus prós e con-tras. Enfim, com a portabilidade e o bloqueio de telesserviços, pode-se afirmar que chegou a era da liber-dade de escolha.

débora ludwig pazMariana de pauli

TelemarkeTing

A liberdade de escolha Quando o marketing de relacionamentopode se tornar um estorvo para a população

Silvana Sandini

Perceber a contribuição das RRPP na dinâmica da responsa-bilidade social das organizações é, antes de qualquer fator, relacionar ao processo a força da comunica-ção que move a opinião pública, que emerge do “ direito social à informação e à participação” dos indivíduos. Torna-se não apenas uma ferramenta de marketing e sim um novo comportamento de gestão de negócio, sem visar so-mente o lucro.

Responsabilidade social das empresas é a ideia de que uma or-ganização deveria olhar além de seus próprios interesses e dar uma contribuição para a sociedade. É a obrigação que as organizações têm de buscar a qualidade de vida e o bem-estar da comunidade.

No Brasil, a responsabilidade social é usada para suprir as ne-cessidades básicas da população, de-vido aos problemas sociais que afetam o país. Passou a ser pauta de discus-são dos empresários brasileiros a partir dos anos 90, porque se preocupam em aliar o desenvolvi-mento econômico com a qualidade de vida, conduzindo os negócios a atenderem os interesses das di-ferentes partes envolvidas, não apenas a dos acionistas/proprie-tários. Nos países desenvolvidos, ao contrário, usam o paradigma de empresa inclusiva, ao certifica-rem o efeito de suas decisões sobre a comunidade e o meio ambiente. No Brasil, as empresas ainda são levadas a assumir responsabilida-des que são dos governos omissos ou deficientes em inúmeras áreas.

O público entende que as em-presas devem contribuir em ques-tões de âmbito social. A Pesquisa Do Milênio Sobre Responsabilida-de Das Empresas Sociais, feita em 23 países, revelou que as pessoas se baseiam mais na contribuição das empresas com causas sociais e ambientais do que com a marca e questões financeiras. Marlova Oliveira, relações-públicas atuan-te na área de marketing, concorda que se houver um trabalho efetivo e dirigido ao público, com certeza

haverá aceitação em quase 100% . “É importante que haja esclareci-mento para que as pessoas com-prem produtos não só pelo preço ou pela qualidade, mas também pela sua responsabilidade com a sociedade. E esse trabalho está di-retamente interligado às Relações Públicas”, diz Marlova.

Karin Souza, profissional de Relações Públicas da Sicredi, res-ponsável pela área de projetos so-ciais, afirma que as empresas re-almente se preocupam com ações sociais e ambientais, mas ressalta que é importante destacar que muitas delas se preocupam com estas ações para a formação de imagem da organização.

Questões referentes ao lucro e à produtividade da empresa são tidas como argumentos desfavo-ráveis à responsabilidade social.

Karin contradiz esses argumentos, dizendo que nos dias atuais, com a força dos meios de comunicação e

a globalização, as empresas não podem visar somente o lucro. “Elas precisam preservar o meio am-biente e realizar ações de respon-sabilidade social e isso vai impac-tar diretamente sobre a imagem institucional e refletirá no lucro.Está tudo interligado”, enfatiza.

Hoje, a maioria das ações é dedicada pelos dirigentes, mas é fundamental a introdução das Relações Públicas na cultura da organização para adotarem medi-das de redução de impacto sócio-ambiental e planejarem a política e os valores da empresa.

A contribuição das organiza-ções nos processos de responsa-bilidade ambiental é reconheci-da pelo sistema de qualidade de série, o ISSO 14.000. E está em planejamento o ISSO 21.000, que visa identificar as empresas que mantém a cidadania empresarial. Além dos motivos humanitários, existe a estratégia empresarial. As RRPP são responsáveis pelo elo de ligação.

isis MouraMagáli FensterseiFer

tatielle neves

Responsabilidade Social como gestão de negócios

Surge lei para impedir o telefonema inoportuno

artigo

Está tudointerligado

e nós somos o elo

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6 RRPPAtualidades/julho 2009 matéria de capa

Com as inovações tecnológicas, a comunicação ganha cada vez mais espaço na Internet pela rapidez que proporciona. A chamada comuni-cação virtual gera inúmeras opini-ões e polêmicas. Há quem a aprove pela instantaneidade que lhe é con-cedida e tem quem discorde, por acreditar que boa parte das pessoas substituiu o diálogo face a face pela web e, além disso, perdem muito tempo com os novos “vícios” como o orkut, MSN, chats, blogs etc.

Os brasileiros mais uma vez bateram recorde no tempo de uso da Internet residencial. Segundo pesquisa realizada pelo Ibope/ Net Rattings, publicada no site cetic.br, a média em fevereiro de 2009 foi de 22 horas. A quantidade de interli-gados nessas novas manias cresce a todo instante no país, de acordo com a pesquisa feita pela INFO Exame: de 60 milhões de usuários no Orkut, 27 estão no Brasil. O nú-mero de usuários do Messenger é ainda maior, chegando a 30,5 mi-lhões, ultrapassando os EUA. Uma das explicações para este número está na instantaneidade que este

propicia aos internautas, permi-tindo conversas online e em tempo real com amigos e familiares. Um novo meio de relacionamento tam-bém vem ganhando a atenção dos brasileiros, o microblog Twitter.

O uso moderado da Internet trouxe à população muitos bene-fícios, além da possibilidade de expandir seu círculo social, trocar experiências e compartilhar mo-

mentos da vida com pessoas do mundo inteiro. O internauta tem nos blogs, MSN e até mesmo no Orkut uma ferramenta a mais para trabalhar, pois facilita a troca de ar-quivos pelo Messenger e a comuni-cação é mais rápida.

As empresas têm a possibilida-de de criar um maior vínculo com seus clientes e colaboradores, utili-zando os blogs corporativos, sites e portais de informação, sendo uma maneira mais prática de contato com o consumidor. Porém, o uso abusivo e sem controle dessa fer-ramenta, pode acarretar problemas sérios, como a queda da produção de trabalho na empresa, a exposi-ção da vida pessoal sem limites e a dificuldade de se relacionar pesso-almente.

Em entrevista concedida ao blog “Para entender a Internet” sobre a questão da privacidade na web, Alessandro Barbosa Lima, 37 anos, mestre em Comunicação pela Escola de Comunicações e Ar-tes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) e professor da Fun-

dação Vanzolini, vinculada àquela Universidade, faz um alerta: “No tempo das redes sociais, um novo nível de ameaças se estabelece. As redes sociais como o Orkut e os blo-gs tornam nossas relações pessoais transparentes e visíveis, gerando uma exposição nunca vista antes. Os usuários ainda não perceberam que é necessário impor limites à ex-posição nas redes sociais.” Para as empresas, em sua opinião, surgem novas oportunidades, mas também ameaças. “É como uma faca de dois gumes: se por um lado aumenta o efeito de socialização, por outro ex-põe a vida pessoal a níveis nunca imaginados’’, observa o professor.

Outro fator influenciado pelo uso abusivo da Internet é o iso-lamento. Em entrevista ao RRPP Atualidades, a psicóloga Renata Pugen, formada pela Pontifícia Uni-versidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), afirma que o fato da Internet facilitar desde compras a contatos com outros, pode refor-çar o isolamento e afastamento da pessoa com a sociedade, já que para realizar tais atividades não precisa sair de casa. ‘‘Pode-se tornar uma pessoa compulsiva e com dificul-dades de relacionamento fora do mundo virtual”, afirma a psicóloga.

A Internet, através da comuni-cação mediada por computador, fez surgir novos segmentos, expandiu a informação, e possibilita ao usuário ouvir aquilo que deseja, conversar e interagir com quem quiser e com quem não conhece. Sendo assim, o uso moderado deste meio é o me-lhor caminho para que ele seja um excelente e moderno meio de co-municação.

Paula Meirelles e rosana Pugen

PoPulação se ConVerTeao MunDo VirTual

Até que ponto os usuários da rede interagem, de fato, com os novos meios tecnológicos? A comunicação do passado permanece igual? O mundo virtual visto por

ambos os lados, seus prós e contras.

O Brasil fechou 2008 com mais de 43 milhões de pessoas com acesso à internet, segundo dados do IBOPE//NetRatings. No fim de 2003, esse contingente era de 22 milhões de pessoas. Por si só, o volume já excede a população total de países como Espanha e Argentina.

A entrada em massa de novos usuários na rede ajuda a enten-der o sucesso das chamadas redes sociais, sites usados para trocar mensagens e exibir conteúdo. Um levantamento realizado pela empresa de pesquisas Pyramid Research mostra que sites de rela-cionamento e de compartilhamento de conteúdo, como o Orkut e o YouTube, lideram o ranking dos serviços mais procurados pelo in-ternauta brasileiro, ao lado de ferramentas como o MSN, de men-sagem instantânea, e o serviço de correio eletrônico Hotmail.

Crescem usuários na rede

RepRodução

6 RRPPAtualidades/julho 2009

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7RRPP Atualidades/julho 2009AberturA

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O Twitter, uma espécie de mi-croblog, é a grande novidade no meio de comunicação online. A ferramenta vem sendo utilizada por milhares de pessoas, além de já estar fazendo parte da realidade de muitas empresas.

A nova febre virtual tem por objetivo saber “O que você está fazendo?”, como aparece na pági-na principal. A resposta deve ser dada em forma de “post”, que, na linguagem do twitter, significa um pequeno texto que pode ter no máximo 140 caracteres, aproxi-madamente duas linhas. A posta-gem aparecerá na página de todos que acompanham o perfil de quem escreveu e o usuário pode escolher quais perfis desejam seguir.

O Twitter está inserido na rotina de milhares de pessoas. A surpresa é que diversas empresas também entraram nessa febre, cada uma com seus objetivos. A Starbucks, multinacional dona da maior rede de cafeterias do mundo, utiliza a ferramenta para manter seus clientes informados sobre ofertas, promoções e lança-

mentos. Roberto de Araújo Lourei-

ro, responsável pela estratégia de redes sociais da Tecnisa, grande construtora e incorporadora bra-sileira, afirma que usam o Twit-ter como forma de estreitamento de contato com nossos clientes. “Abordamos informações sobre

lançamentos, a cidade e a movi-mentação do nosso estande de vendas”. Ele garante que a práti-ca tem provocado efeito positivo. “A nova tecnologia trouxe à cons-trutora uma postura inovadora na forma de comunicação com os clientes”, assegura.

Um estudo feito pela O2, ope-

radora móvel do Grupo Telefônica na Europa, revelou que 700 mil pequenas empresas do mundo todo estão usando o canal intera-tivo para beneficiar seus negócios. A principal razão são os custos extremamente menores. Elas pou-pam em marketing e em contra-tação de pessoal. Entretanto, há centenas de grandes organizações que ainda não fazem parte desse quadro.

O Twitter pode servir, tam-bém, como centro de atendimento das empresas ao cliente, por pu-blicar dicas, além de responder às dúvidas mais frequentes de seus seguidores. O microblog pode ser, além de tudo, portal de comunica-ção entre a organização e seus pú-blicos, no qual faz perguntas e os internautas respondem, manten-do assim um diálogo constante.

A rede virtual proporciona di-versos benefícios para as empresas que a utilizam. A população está ficando cada vez mais ativa quan-do se trata de Internet, e valoriza as empresas que se inserem nesse meio. Para não ter problema com imagem e reputação, a empresa precisa dar atenção aos comentá-rios e dúvidas de seus clientes e manter o Twitter sempre atualiza-do, a fim de criar uma fidelidade com seus seguidores.

Joanna RomeRo eVictoRia PRedebon

Twitter: a nova formade comunicação virtual

Página inicial do Twitter, uma espécie de microblog que virou febre

Arquivo PessoAl

Ser profissional de comunica-ção nos dias de hoje é bem mais difícil do que se pensa, há uma exigência natural do mercado e do consumidor que também evoluíram com os tempos... Há algum tempo, nem imaginaria a influência que vi-ria a exercer a Internet em nossas vidas, muito menos se saberia o significado de um blog. Atualmen-te, a sociedade vive dias modernos, onde em vez da carta as pessoas utilizam o e-mail, substituem o te-lefone pelo Messenger, trocam o jornal pelo site de notícias e o que antes escreviam em diários, agora registram em blogs pessoais.

Ter um blog nos dias de hoje

significa fazer parte de uma comu-nidade imensa, viver a realidade de muitos. Mas um blog não significa apenas logar-se e escrever qualquer coisa – é bem mais que isso – signi-fica manter um compromisso virtu-al com aqueles que o lêem.

O profissional de Comunica-ção hoje não apenas deve ter um diploma, mas também manter-se informado, atualizado e com co-nhecimentos básicos para o manu-seio das novas tecnologias – deve entender a importância que é pos-suir uma ferramenta destas na sua carreira. É infinito o número de comunicadores que mantêm seus blogs na Internet: jornalistas co-

mentando notícias, relações-públi-cas tentando manter impecáveis as imagens de seus clientes e publici-tários que se aproveitam desta fer-ramenta para divulgar-se ou opinar sobre qualquer coisa que tiverem vontade.

Aqueles que são curiosos sem-pre encontram boas surpresas na Web, os “blogueiros” estão cada vez mais criativos e, se não existisse a tevê, provavelmente visitar sites alheios seria um dos principais re-cursos da humanidade na hora de lazer. Navegando pela Internet des-cobrimos algumas maravilhas.

GABRIELA ARAÚJO E VIVIAN AZEREDO

Blogs: cada vez mais criativos

7RRPP Atualidades/julho 2009matéria de capa

“Destemperados” (http://destemperados.blospot.com). Este blog fala sobre Food Expe-riences – experiências culinárias. O diferencial é a forma divertida com a qual os autores (dois pu-blicitários e um jornalista) falam de suas experimentações gastro-nômicas. Citam nomes de restau-rantes em que foram de diversas localidades, mas ainda priorizan-do o Rio Grande do Sul. Além de fotografar o que pedem e explicar direitinho o Menu para os leito-res, eles também postam no final o preço total daquela refeição – sempre aproveitando para con-tar se valeu ou não pagar aquele valor.

Outro interessante é o http://euleiomagalimoraes.blo-gspot.com: depois de demitida, publicitária criou o blog diário de uma desempregada, fala seu seu cotidiano.

ExEmplos

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8 RRPPAtualidades/julho 2009

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Foto Divulgação

O trabalho de Administração e Gerencia-mento de crises busca minimizar os impactos causados por situações que podem vir a preju-dicar e gerar problemas à imagem de organiza-ções, governos e figuras públicas. A professora de Relações Públicas da Famecos, Glafira Maria Furtado Bartz, diz que a administração de crises deve se antecipar a ela, gerenciando toda a co-municação para preveni-la. “O relações-públicas deve tentar prevenir os conflitos. Se já foram instalados, terá de tentar resolvê-los, gerencian-do a relação da imagem atingida com o público”, explica a professora. “É impossível prever exata-mente quando uma crise de grandes proporções irá acontecer, porém um bom profissional de Relações Públicas pensa nela antes, faz um pla-nejamento prévio e previne a organização.”

Uma grande tragédia é sempre uma gran-de crise, porém vale lembrar a diferença entre tragédias naturais e tragédias causadas pelo ho-mem. A primeira é provocada por terremotos, inundações etc. A segunda é ocasionada por al-guém, ou seja, há sempre um culpado, como por exemplo, um desabamento, o vazamento de um produto químico, um incêndio. Então, tragédias naturais não são consideradas crises.

Durante uma crise a empresa deve ter muita responsabilidade, abrir canais de comunicação com a mídia, ser honesto, não causar brigas com jornalistas, não subestimar ninguém, e ter mui-ta calma principalmente. Muitas vezes os geren-tes das empresas agem de maneira totalmente incorreta, dizendo que estão certos e a mídia é quem está agindo errado.

Um dos mais famosos casos de adminis-tração de crises, o caso Tylenol, só foi superado através de uma boa estratégia de Relações Pú-blicas. Tudo começou há quase 30 anos, quan-do três pessoas nos Estados Unidos morreram envenenadas, após ingerir cianeto, presente nas cápsulas do produto Tylenol Extra-Forte. De uma hora para outra, o analgésico passou a ser transmitido (de uma forma negativa) nas televi-sões, rádios e jornais. As explicações dos fabri-cantes dadas à imprensa foram de que o remédio tinha sido adulterado de uma forma criminosa. Foi explicado também que o cianeto era utiliza-do apenas para a realização de testes, e não na fabricação do Tylenol.

Os relações-públicas da Johnson & Johnson decidiram que a melhor estratégia a ser tomada era serem totalmente transparentes. Logo após, 22 milhões de frascos do medicamento foram retirados do mercado e destruídos, a um custo

de 100 milhões de dólares. Um siste-ma de comunica-ções foi montado para informar os diversos públicos interessados. A empresa recebeu 2.500 solicitações de informações da imprensa, o que re-sultou em cerca de 125.000 recortes de notícias na mídia ao redor do mundo.

A professora Glafira Bartz argu-menta que o geren-ciamento correto de uma crise pode tra-zer dividendos posi-tivos para quem foi atingido. “No campo empresarial, normalmente as consequências são péssimas, mas já ocorreram exceções. Algumas organizações tiraram proveito da crise no senti-do de se reorganizarem e voltarem ao mercado com uma imagem mais forte, como no caso da

TAM e o próprio caso Tylenol. Mas geralmente as crises trazem danos irreparáveis à imagem das empresas”, conclui.

Josiane MillMan, Juliana Rosa e Juliana saRaiva

Como agir em época de crise

Empresa mantém o otimismoA crise financeira vem fazendo com que em-

presas reformulem suas estratégias, como forma de sobreviver ao mercado. Muitas vezes essas mudanças acarretam em medidas mais drásti-cas como demissões, mas muitas estão evitando diminuir o quadro de funcionários, para isso é preciso uma reformulação frente ao novo mer-cado financeiro.

O Grupo Terex é um conglomerado ameri-cano que reúne mais de 50 empresas em vários países. Trata-se do terceiro maior fornecedor de equipamentos para construção e pavimentação de rodovias do mundo, e diante da crise foi obri-gado a fazer alterações administrativas, segundo Alessandro Almeida coordenador comercial do RS, responsável na venda de maquinas, serviços e peças para o estado. “A Terex, como qualquer outra empresa, precisou de um reposicionamen-to no mercado de trabalho, começou contendo gastos, prolongou os investimentos que seriam feitos em curto prazo, revisou projetos de am-pliação comercial e, por agora, resolveu conge-

lar toda e qualquer ampliação de novas áreas de atuação”, explicou Almeida. A crise afeta direta-mente nas exportações, pois nenhuma empresa está fazendo investimentos, baixando assim as metas estabelecidas.

Todas essas novas estratégias estão sendo planejadas em curto prazo, já que a idéia prin-cipal é “conseguir uma estabilidade e retomar os investimentos que haviam sido projetados o quanto antes”, assegurou o representante da Terex. Outra opção adotada pelo conglomerado junto aos funcionários foi o corte de bônus que não são obrigatórios nas leis trabalhistas, assim evitando até o momento o corte de carga horária e demissões.

Diante das medidas emergenciais tomadas, o Grupo mantém o otimismo em relação à crise. No segundo semestre estão previsto novos in-vestimentos e contratações. Alessandro Almei-da acredita que não será preciso um adiamento para a realização desses projetos.

andRessa alMeida

economia

g Tela expressionista O grito, de Edward Munch (norueguês 1863-1944)

Melhor que saber administrar, é prever

Meu Deus!RepDoDução

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9RRPP Atualidades/julho 2009convivência

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As cidades de Santana do Li-vramento e Rivera constituem a conhecida “Fronteira da Paz”, as-sim chamada com muito orgulho pelos seus habitantes. O motivo em especial que releva o carinho pelas duas cidades é o fato delas serem separadas apenas por marcos divi-sórios que se estendem ao longo da divisa entre o Brasil e o Uruguai. O marco principal, o Obelisco, situa-se no Parque Internacional, um dos únicos parques do mundo que per-tence a dois países.

Tratando-se de uma mesma re-gião entre duas nações com cultu-ras diferentes, a fronteira de Livra-mento-Rivera serviu de inspiração para a criação da música “Fronteira Seca” no Festival do Martin Fierro, um dos maiores festivais de músi-cas nativistas do Rio Grande do Sul, com uma letra que mistura os dois idiomas, português e espanhol, e conta o encanto de ser um cidadão fronteiriço.

Procurando fazer com que haja sempre uma maior interação na fronteira irmã-hermana, as di-ferenças existentes entre os dois povos são percebidas de maneira

positiva, sem preconceito algum entre as duas culturas. Um exem-plo, é a mistura dos cidadãos nos locais de trabalho, nas escolas, ou até mesmo nas próprias famílias, onde naturalmente acontecem ca-samentos entre as pessoas dos dois países, como é o caso de Wilson e Solange Muccia, que são casados há 25 anos; ele uruguaio, ela bra-sileira. Por motivos como esses é que desde pequenos os cidadãos da fronteira se familiarizam com o idioma estrangeiro, com os costu-mes diferenciados, e aprendem a respeitar o país vizinho.

Em relação à parte cultural, os dois países utilizam de forma in-tegrada as estruturas que propor-cionam lazer aos seus moradores. O Cinema Internacional, situado em Livramento, possibilita a visi-ta dos hermanos uruguaios para a apreciação dos filmes nacionais e internacionais. Já no outro lado da divisa, os castelhanos, como são chamados, possuem o Teatro Mu-nicipal de Rivera, que é muito bem estruturado e realiza com frequên-cia espetáculos destinados aos dife-rentes tipos de públicos.

Durante a Semana Farroupi-lha existe uma integração das en-tidades tradicionalistas das duas cidades, que realizam no dia 20 de setembro um único desfile a cavalo, contando com aproximadamente 6 mil cavaleiros e amazonas. O des-file começa na rua dos Andradas, em Livramento, e atravessa a ave-nida Sarandi, em Rivera, caminho seguido por prendas e peões acom-panhados de seus cavalos, onde são fortemente aplaudidos e festejados pelas pessoas que se deslocam até o centro das duas cidades para pres-tigiar o evento.

O jornal local de Livramento, A Plateia, é outro forte indicativo de união entre as duas cidades, pois é publicado com páginas em portu-guês e espanhol. As notícias são se-lecionadas de acordo com a deman-da dos dois lugares, priorizando, tanto o público brasileiro, quanto o uruguaio. Na televisão também é bem visível essa interação, pois na emissora uruguaia Red TV são di-vulgadas propagandas do comércio santanense, como, por exemplo, o supermercado Righi. Enquanto isso, a RBSTV-Bagé apresenta di-versas propagandas dos Free Shops e do comércio em geral, situados em Rivera.

É bem explícito em seu site essa necessidade de ver as duas ci-dades como uma só: “Santana do

Livramento e Rivera são uma só ci-dade. Caminham juntas ao longo da história e precisam perceber que as causas de muitas de suas deficiên-cias são praticamente as mesmas.”

Bruna Postiglione Wetternick, jornalista de A Plateia, acredita que é necessário que as duas cidades se-jam vistas como uma só, para que a comunicação seja eficiente e permi-ta um maior alcance da informação aos seus receptores. “Mesmo com eventuais diferenças, é importante a conscientização de todos na bus-ca de uma comunicação integrada e eficaz, respeitando as especifici-dades de cada país”, propõe a jor-nalista.

Integradas numa fronteira seca, onde não existem barreiras e nem restrições de mobilidade, seus povos devem se unir em uma única identidade: o ser fronteiriço. Mes-cla de cidadãos brasileiros e uru-guaios que possuem relações cul-turais, biológicas (doble-chapas), idiomáticas (portunhol), histórica e geográfica muito estreitas. Diferen-te das demais fronteiras, é pacífica e irmã, como se fossem dois bairros em uma só cidade, onde “gaúchos” e “gauchos” compartilham o mes-mo chimarrão, vibram por seus he-róis e formam sua própria cultura.

CAMILA VASCONCELOS E LUIZA BARBOSAPraça General Osório, em Santana do Livramento

COMUNICAçãO NA FRONtEIRA

Obelisco, principal marco divisório da fronteira com Rivera

Integração Brasil-Uruguai é um exemplo

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Fotos Divulgação

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10 RRPPAtualidades/julho 2009

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A vidA UrgentepArA o mUndo

Nos últimos anos, a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, de Porto Alegre, ganhou for-ças e apoio mundial. Uma ONG internacional em defesa da vida dos jovens no trânsito deve-rá ser criada ainda este ano, inspirada na Vida Urgente.

Tudo começou em 2006. A convite da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), a Vida Urgente participou do Encontro Preparatório para a Assembleia Mundial de Jovens em Gene-bra, em abril de 2007. A fundação gaúcha acabou sendo o representante do Brasil na Assembleia Mundial de Jovens pela Segurança no Trânsito, promovida pela OMS (Organização Mundial da Saúde), na Suíça. Na ocasião, os objetivos e pro-jetos da instituição gaúcha surpreenderam os

participantes.“As reações das pessoas foram positivas ao

ouvirem o objetivo da Vida Urgente, primeiro, porque já sabiam um pouco sobre a fundação, e também porque era exatamente o que eles es-tavam procurando”, comentou orgulhosa Diza Gonzaga, em entrevista por telefone à revista RRPP Atualidades. O exemplo de comunicação da Vida Urgente poderá ser seguido pela futura ONG mundial em defesa da vida dos jovens no trânsito. No encontro de Genebra, o projeto da Fundação gaúcha foi considerado como de alto nível, não de um país em desenvolvimento, mas em padrão de Primeiro Mundo.

Em março de 2009, a Vida Urgente parti-cipou, novamente, deste encontro, quando foi

aprovada a proposta de criação de uma ONG mundial. No primeiro encontro Força-Tarefa, participaram sete países: Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, EUA, França e Gâmbia. Cada país teve um representante.

Na assembleia internacional, foram debati-dos a missão e os principais objetivos a serem seguidos pela nova ONG. Além disso, também teve sugestões de nomes para a organização, que deverá ter significado global. Os nomes sugeri-dos foram YOURS (Jovens pela Segurança nas Estradas) e YOUTH FOR LIFE (Juventude pela Vida). Podem ser votadas no site da Vida Urgen-te e Diário da Vida.

Anderson dAsoler CAmArgo

O livro de uma vida breveO infeliz acidente de Thiago Gonzaga

foi o que motivou os pais Régis e Diza Gon-zaga a criar a instituição Vida Urgente. A iniciativa busca conscientizar não só jovens como todos que utilizam veículos de trans-porte de que a paz no trânsito não depende apenas de Secretarias de Trânsito e Segu-rança, mas também da educação de cada um. Uma das ações, e a mais conhecida, é pintar borboletas nas ruas em locais onde morreram jovens acidentados.

A história do jovem Thiago, falecido em acidente de carro com 18 anos, foi rela-tada por seus pais em um “livro da vida”. A importância de cuidar a vida, de ter respon-sabilidade no trânsito e respeito às leis, são retratadas no livro “Thiago Gonzaga – His-tórias de Uma Vida Urgente”, lançado em maio de 1996 e inovado na 15ª edição em 2006. O livro representa não só a experi-ência dos pais de Thiago, mas a experiência de muitos pais que tiveram a mesma triste surpresa: perder “para sempre uma parte do corpo, do coração, da alegria de viver”, como diz o depoimento de Regis Gonzaga no próprio livro.

O livro é um importante instrumento de divulgação da Fundação Thiago de Mo-raes Gonzaga trazendo depoimentos da fa-

mília e amigos. A renda do livro é destinada à instituição, sendo ele encontrado na sede da Fundação pelo preço de R$15,00 (quin-ze reais).

CAmilA modiCA,dAnielA CArrione HenriqUe CUnHA

A Fundação Thiago de Moraes Gonzaga é respon-sável pelo programa Vida Urgente, composto por di-versos projetos de valori-zação à vida. Foi criada em 13 de maio de 1996, pelo casal Régis e Gisa, após um terrível acidente de trânsito envolvendo seu filho, um jovem de 18 anos, Thiago de Moraes Gonzaga.

Sua missão tem como objetivo, através de progra-mas e projetos, conscien-tizar o público jovem dos perigos no trânsito. Suas ações culturais e educacio-nais contam com diversas parcerias como Petrobras, Chevrolet, Setcergs e PUC.

Débora Eugênio, 20 anos, voluntária do núcleo Vida Urgente, conta que

são realizadas blitz de sen-sibilização dentro e fora das instituições educacio-nais e locais frequentados por jovens. “Tentamos ao máximo com que os jovens reflitam e mudem seu pon-to de vista. Muitas pessoas aparecem aqui no núcleo, interessadas na fundação, conversamos, e sempre surgem histórias de amigos e parentes que já se aci-dentaram. Pelo que parece, algumas histórias trágicas servem de exemplo, como-vendo e consequentemente mudando a visão das pes-soas. Percebemos com isto que estamos aos poucos conquistando nosso objeti-vo”, diz.

FABiAnA Werner e lArissA BrAgA

Fundação Thiago Gonzaga teve reconhecimento internacional na Suíça, em assembleia, em abril

Tragédia motivou pais a criar fundação

Madrugada Viva, Moto Vida, Buzoom, Vida Urgente in Concert, Salva Vida Urgente, Transportadora da Vida, Vida Urgente na Estrada, Vida Urgente no Palco, Capaci-tação de Voluntários, Expo Vida Urgente, Escola Urgen-te, Grupo de Apoio Voluntário e Coral Vida Urgente.

Programas

humanidade

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11RRPP Atualidades/julho 2009viagens

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Aventuras de um jovem na BR-116

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Em épocas de crise econômi-ca mundial, onde todos os setores foram atingidos direta ou indireta-mente, o Brasil sofre um abalo em sua economia. No intuito de mos-trar o que se passava nas estradas do país, com as empresas de trans-porte, um jovem gaúcho radicado no Ceará se lança numa viagem de 18 dias pelas estradas.

Márcio Dornelles, de 25 anos, estudante do 7° semestre de jor-nalismo na Universidade Integra-da do Ceará, depois de uma longa conversa com seu professor e in-centivador da aventura, começa a percorrer a principal via de ligação do Nordeste do país com o Sul, a BR 116 e seus 4.835 Km. Com uma mochila e câmera fotográfica na mão, ele saiu de Fortaleza no dia 22 de janeiro. Partiu com a ideia de percorrer todo o caminho pegando carona com caminhoneiros. “Co-nheci as dificuldades da profissão e

a escassez de trabalho em um perí-odo onde as empresas diminuíram muito a produção e, logo, o trans-porte de carga”, conta.

Foram dias e noites conhecen-do o interior do Brasil, nove esta-dos, muitos amigos e várias histó-rias inusitadas, como a carona que conseguiu com uma ambulância, em Feira de Santana (BA). O mo-torista era da região da Chapada

Diamantina e havia parado num posto para abastecer. Ele removia uma criança para um hospital de Salvador. Foram 80 quilômetros de intensa emoção. A ambulância com a sirene ligada e tudo rodando a mais de 140Km por hora, ultra-passando até dois caminhões de uma vez só.

No estado de São Paulo teve muitas dificuldades por falta de ca-rona, “eram mais de dois mil cami-nhoneiros esperando carga”. Teve que pegar um ônibus até Curitiba

e lá passou mais três dias à procura de um meio de prosseguir até seu destino no extremo sul gaúcho, fronteira com Uruguai e ponto final da BR 116, a cidade de Jaguarão.

O estudante conta que “Conse-guir carona no Brasil é uma missão e tanta”, pela desconfiança dos mo-toristas em colocar dentro da boleia alguém desconhecido. Dos cami-nhoneiros leva as recordações de

solidariedade com os companhei-ros de profissão e as dificuldades que encontram de quem vive na es-trada, assaltos, péssimas condições do asfalto, a inviabilidade de obter lucro com tantos pedágios. Ainda conta que a viagem deu-lhe a opor-tunidade de conhecer um país que a televisão não mostra, lugares des-lumbrantes, pessoas comuns com histórias incríveis.

Da aventura de Márcio será lançado um livro-reportagem, ain-da sem previsão de pulicação, e sua tese de conclusão de curso. Ele re-comenda “viajem pelo Brasil, é um país incrível que precisa ser desco-berto”. E já anuncia sua próxima aventura que será conhecer a Amé-rica Latina e Chapada Diamantina, terra de seu novo amigo, o motoris-ta da ambulância.

MiriaM isquierdo Carolina rodrigues

ana elba de abreu

Márcio Dornelles na estrada

A mídia muitas vezes esconde ou enfeita a realidade de culturas, comércio e hábitos de muitos paí-ses, apresentando através de repor-tagens em jornais, revistas, telejor-nais e principalmente telenovelas. Os assuntos veiculados podem se tornar mais empolgantes ou atra-tivos, mas é comum ocorrerem de-turpações.

A novela das nove, o progra-ma nacional de maior audiência, apresenta este ano “Caminho das Índias”. Gravada naquele país, mostra costumes, hábitos, cultura e comércio, mas ao mesmo tempo esconde o lado ruim, fazendo com

que os telespectadores acreditem que o que veem é tudo verdadeiro, que não há pobreza, tristeza, fome e tragédias.

O porto-alegrense Daniel Bo-rowisk, que mora na Índia, revela as verdadeiras faces do país: “Aqui tudo é muito diferente do que está sendo passado na TV, a única coisa que está sendo repassada na ínte-gra é o trânsito, o restante é tudo muita montagem, horas e horas modificando e escondendo a Índia de verdade”. Ele revela que tudo é uma loucura, o trânsito é terrível, é mais fácil andar de a pé do que de carro, moto ou até mesmo bicicle-ta. “Assim corremos menos risco de batermos numa vaca ou em um elefante, pois estes animais estão a todo momento em nosso meio”, conta.

A sujeira é outra coisa que cha-mou a atenção de Daniel desde o primeiro dia. “As ruas são imun-das, os carros ‘táxis’, ônibus e até

mesmo muitos estabe-lecimentos alimentícios, são imundos, com muitas pessoas em filas buscando a mesma coisa. Ele diz que a pobreza é algo gritante, muita gente morre de fome por problemas de saúde e falta de atendimento mé-dico. “Quando morrem, são enro-lados em tecidos e jogados no rio ‘Gandhi’, até que apodreçam. Seus amigos, familiares e toda Índia se banha, toma água do mesmo rio em que eles foram enterrados”, escan-daliza-se o gaúcho.

Segundo Daniel, as pessoas de ‘casta’ não falam com ninguém que morem em bairros diferentes dos deles, os pobres nunca dirigem a palavra a outras pessoas que não tenham a mesma ‘casta’. “Nada é como na TV, uns não gostam dos outros, mas convivem em um mes-mo ambiente”, assegura.

A única beleza que Daniel

Borowiski viu até hoje na índia é o Agra. É o local onde se abriga o imponente monumento Taj Mahal, construído pelo príncipe Shan Jahan. Profissionais da área de via-gens asseguram que a procura da Índia hoje por turistas é pequena, poucas agências disponibilizam pa-cotes para o país. Normalmente são pessoas que farão cursos de infor-mática e pós-graduação. Pelo que se percebe, tudo na Índia é bem dife-rente do que aparece nas câmeras, com certeza ainda ouviremos várias críticas até o final da telenovela.

rosana sChutz dos reis e shantala luana

Por trás das câmerasno Caminho das Índias

Fotos tiradas por Carina Primavesi

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12 RRPPAtualidades/julho 2009

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Convênio de aprendizado entre PUCRS e PortugalPrograma de Intercâmbio do PUCRS oferece experiência em outro País

Toda grande universidade bus-ca meios pelos quais seus alunos possam ter uma preparação cul-tural, científica e técnica eficien-tes para vivências mais próxima da realidade à qual irá enfrentar pós-formatura. Existe na Pontifí-cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, uma preocupação que vai além do estudo acadêmico: a possibilidade de o aluno conviver com outras culturas e hábitos em diferentes países.

O Programa de Mobilidade Acadêmica (PMA) é oferecido ex-clusivamente para os alunos da Universidade e o estudante pode, quando matriculado no curso de Graduação, escolher seu país de destino. A PUCRS tem convênio com inúmeros países e, para os alu-nos do curso de Comunicação So-cial, um em especial: a UCP (Uni-versidade Católica Portuguesa).

Luísa Fedrizzi, aluna de jor-nalismo da Famecos, após a prova de seleção e encaminhamento de documentos, foi classificada, jun-tamente com cinco colegas, para

fazer intercâmbio na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. Ela aproveitou a oportunidade de conhecer outra cultura e, ao mesmo tempo, estudar o seu curso especi-ficamente. “É grande a importância do intercâmbio na vida de um estu-dante, pela organização que se deve ter com os estudos, cuidado com dinheiro, aprendizado, convivên-cia com hábitos distintos dos seus e, principalmente, relacionamento com outras pessoas”, destaca a uni-versitária.

A aluna da Famecos conta que a UCP tem seus cursos baseados na teoria e poucas disciplinas práti-cas. “Nesse sentido, a UCP é mui-to diferente da PUC, que equilibra bem teoria e prática”. Intercâmbio é uma maneira de complementar a formação acadêmica: este ganho a mais é o que leva tantos estudantes a buscar o Programa de Mobilidade Acadêmica durante sua passagem pela PUC.

AnAndA SouzALuciAnnA MiLAniTATiAne SAnToS

Arquivo PessoAl

O Projeto Famecos Sem Fron-teiras, criado em 2003, é coorde-nado pela professora doutora Ana Maria W. Steffen e tem como ob-jetivo estimular o intercâmbio de culturas.

“Tivemos a oportunidade de conhecer um pouquinho mais sobre a cultura de cada país, as diferenças da teoria e da prática das Relações Públicas para cada nacionalidade e, ainda, exercitar o inglês”, afirmou Alexandra Hohenberger, aluna do 7º semestre de RRPP.

Essas relações intelectuais são feitas por meio do incentivo e do encaminhamento de alunos para estudos no exterior. Também são feitas vídeoconferências com uni-versidades internacionais. Outra iniciativa é a permuta-ção de projetos entre os países envolvidos – cada lado da “frontei-ra” responsabiliza-se por criar um projeto de comunicação para o outro. As relações internacionais ainda se estabelecem em conversas e bate-papos entre alunos brasilei-ros e intercambistas que estudam na Famecos.

Neste semestre, os alunos par-ticipantes do núcleo Sem Frontei-ras foram divididos em pequenos grupos. Cada equipe, auxiliado por um coordenador – também aluno da faculdade –, encarrega-se de um projeto, destinando, por consequ-ência, mais atenção e eficiência.

Um dos principais projetos do núcleo, o qual é coordenado por Alexandra, é a campanha de comu-nicação do produto “Shelterbox”. O produto é uma caixa que é enviada para os países/cidades que passam por uma catástrofe, normalmente decorrente do clima. A caixa con-tém artefatos que buscam amenizar

Comunicaçãosemfronteiras

Os alunos da Famecos em frente à Universidade Católica Portuguesa, onde participaram do intercâmbio

intercâmbio/especial 1

o sofrimento das pessoas e distrair as crianças em meio ao caos que as cerca.

“Estes meses trabalhando no Famecos sem Fronteiras se tra-duziram em uma experiência úni-ca, que proporcionou um ótimo aprendizado na área das Relações

Públicas internacio-nais. O projeto Shel-terBox é o resultado de muito trabalho e empenho de toda a equipe. Foram meses de pesquisas, reuniões

e video-conferências que, no início, eram cansativas, mas que no final valeram a pena. Nós temos muito orgulho do nosso projeto!”, disse Alexandra.

Outro projeto que está consu-mindo a atenção de outro grupo de estudantes, este coordenado por Luciane Proença, aluna do 7º se-mestre de RP, é a organização de eventos de confraternização entre os alunos brasileiros e os estrangei-ros. “Trabalhar no Famecos Sem Fronteiras é ótimo, pois eu tenho a oportunidade de conviver e intera-gir com pessoas de diferentes paí-ses e culturas, contato com línguas estrangeiras, em especial o inglês”, enfatizou Luciane.

BrunA LiMA, cAroLine oLiveirA,

LAiLA ferri.

Alunos da Famecosbuscam experiênciano exterior

Proporciona contato com

outras culturas e línguas

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13RRPP Atualidades/julho 2009

A estudante Liu Jiahui, da Faculdade Internacional e Língua Portuguesa, da Uni-versidade de Comunicação da China, em Nanjing, recorda suas experiências no Bra-sil, emocionada. Diz que conquistou ami-gos brasileiros que sempre lhe ajudaram.

A vinda para ao Brasil não estava progra-mada. Sua turma estudou português de Por-tugal durante um ano, por isso esperavam que um dia pudessem ir para aquele país. Enquan-to se preparavam para sair da China para es-tudar, foram informados que não iriam mais para Portugal, mas para uma universidade brasileira, a PUCRS. Com esta mudança, Eli-sa (nome que a estudante adotou no Brasil) teve a oportunidade de estudar na Faculda-de de Comunicação Social (Famecos) e co-nhecer um país bem diferente de sua pátria.

Elisa demorou para se adaptar à sua nova vida no Brasil. O que mais lhe incomodou fo-ram as comidas. “Na China, a base da culinária são legumes. Mas depois de um período, co-mecei a me acostumar. Adorei os churrascos e

as sobremesas brasileiras”, contou por e-mail à revista impressa e online RRPP Atualidades.

Mesmo tendo aprendido português na Chi-na, Elisa ainda não tinha tido chance de falar português com estrangeiros. Elogiou suas pro-fessoras do curso de Letras, pois ensinaram os alunos chineses de uma maneira fácil, simples e com bastante paciência. Assim começaram a se acostumar com as aulas no Brasil e ganharam coragem de falar e aprender a língua. Ela tam-bém aprendeu conhecimentos de jornalismo, que era seu sonho e foi realizado no Brasil. “Es-tudei muito e sempre me comunicava com meus colegas. No final do curso, aprendi mais do que esperava, senti-me muito feliz e grata por isso”, ela gostava muito das aulas na Famecos por se-rem mais animadas do que na China e também pelo ótimo relacionamento com os colegas. “Na China, normalmente os estudantes comuni-cam-se somente com os professores”, revelou.

Depois de algum tempo, a jovem chine-sa já sentia-se uma brasileira, porque aqui as pessoas são muito mais simpáticas e lhe pas-

saram conforto. Convidava seus colegas bra-sileiros e preparava comidas típicas chinesas para todos. Também descobriu uma coisa in-teressante: os brasileiros gostam muito da es-crita chinesa, queriam aprender mandarim e tentavam escrever em chinês. Agora ela está na China, com saudades dos amigos brasilei-ros, e sempre relembrando suas experiências.

“Felizmente, podemos nos reunir através do MSN ou Orkut”, diz Elisa, e acrescenta: “Acre-dito que seremos amigos para sempre. E espero que um dia possamos nos encontrar na China para que eles vejam nossas famosas Muralhas”, planeja alegremente. Atualmente, ela está qua-se terminando sua monografia e irá se formar em julho. “Minha vida se tornou mais colorida por causa do português e também por causa da experiência especial que vivi no Brasil. Estas memórias são muito valiosas para mim e espero que um dia possa ter chance de voltar ao Brasil novamente”, conclui com esperança e saudades.

CAMILA MAURMANNGUILHERME LIMA

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Amizade que supera muralhas

Estudante chinesa, numa praia da China, lembra como foi sua experiência na Famecos

intercâmbio/especial 2

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14 RRPPAtualidades/julho 2009

EntrEvistas

Famecos lança espaço experiência

A Famecos lança um novo ambiente que atuará com comunicação integrada, unindo o trabalho de jornalistas, publicitários e relações- públicas. O local, situado no prédio 7 do campus central da PUCRS, conta com a participação de aproximadamente 200 alunos de comunicação e 20 professores, divididos em 16 núcleos.

O Espaço Experiência tem como finalidade, além de promover a integração entre os três cur-sos, prestar apoio burocrático, organizacional e operacional aos projetos da Famecos e também dar aos alunos a possibilidade de conhecer a sua área de estudo na prática.

Para entendermos um pouco mais como funcionará este novo espaço, entrevistamos os professores Fábian Chelkanoff Thier, coorde-nador geral do Espaço Experiência, e Vanessa Ourique Purpper, coordenadora do Núcleo de Eventos. Confira o que eles têm a contar a res-peito deste novo projeto.

Entrevista com o Professor Fábian,

responsável pelo Espaço Experiência:Por que a unificação dos antigos laborató-

rios e a criação do Espaço Experiência? Qual a vantagem?

A maior vantagem encontrada para os alu-nos é a possibilidade de ter uma visão mais am-pla da comunicação total, melhorando assim a sua formação.

Qual é o objetivo do Espaço Experiência?O objetivo é encarar a comunicação como

ela é, não pode ser dividida. Temos que defini-la como total, onde todas as áreas possam ser inte-gradas de modo a facilitar o processo de comu-nicação.

Quais são os principais públicos que o Es-paço Experiência atenderá e quais suas expec-tativas em relação a eles?

São todos os públicos da Famecos, e tam-

bém públicos de fora da PUC, como por exem-plo, Vida Urgente.

Quais são os requisitos mínimos para os alunos participarem deste novo ambiente da Famecos?

Qualquer aluno de comunicação da PUC poderá participar deste novo espaço, sem restri-ções de curso e semestre. O único requisito é que o mesmo esteja a fim de encarar a comunicação como total, onde não existam mais barreiras.

Em sua opinião, existe alguma dificuldade nessa unificação? Se sim, qual?

A maior dificuldade encontrada é a barreira cultural que os alunos podem apresentar, divi-dindo a comunicação em partes, pois isso pode prejudicar o aprendizado .

Com quantos alunos e professores preten-dem trabalhar no Espaço?

No total são cerca de 200 alunos e 20 pro-fessores, divididos entre os núcleos e as mídias.

Qual sua expectativa em relação ao apren-dizado dos alunos?

A minha expectativa em relação aos alunos é bem alta. Onde o papel dos professores será de orientar o aprendizado, deixando os alunos adquirirem as suas próprias experiências.

adriano molskiGabriela sarturi e

lisiane Zen

Há oito anos, o Bar da Famecos, situado no prédio 7 da PUCRS, satisfaz o paladar de seus clientes, oferecendo o seu famoso cappuccino.

Semelhante a uma sobremesa quente, o ca-ppuccino é uma bebida italiana preparada com café expresso e leite. Sua forma clássica consiste em um terço de café expresso, um terço de leite e um terço de espuma de leite (ambos vapori-zados). O uso de chocolate em pó é uma prática comum no Brasil, mas não faz parte da receita tradicional.

O Bar do 7 existe desde a inauguração do prédio, em 1973, mas seus atuais proprietários, Sinésio e Liane Weschenfelder, administram o local há 13 anos. O estabelecimento fornece

opções para lanches rápidos e diversos tipos de café. Todavia, o bar é conhecido pelo seu ca-ppuccino, que surpreende por não ser excessiva-mente doce e pelo casamento perfeito que con-segue acompanhado de café, chocolate e leite. O seu segredo consiste em ser batido em uma ca-neca e após transposto para o copo, diferente de demais lancherias que o emulsionam no próprio copo. “Em dias frios são vendidos cerca de 100 copos de 180ml, nos quentes diminui, os clien-tes optam por bebidas gelada”, conta Sinésio.

Seu sucesso é tão grande que atrai alunos de outros prédios, ex-alunos e também a socie-dade, como é declarado em tópicos da sua co-munidade no ORKUT – site de relacionamentos

- “Eu amo o capuccino da Famecos”, com 296 membros. Definitivamente uma delícia que vale a pena provar.

bruna lima , caroline oliveirae laila Ferri

Sabor Caseiro no intervalo das aulas

g Fábian Chelkanoff Thier é o coordenador

Bruna Lima

GaBrieLa Sarturi

faculdade14 RRPPAtualidades/julho 2009

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15RRPP Atualidades/julho 2009

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GABRIELA SARTURI

Entrevista com a professora Vanes-sa Purpper, responsável pelo Núcleo de Eventos do Espaço Experiência:

Qual é o objetivo do Núcleo de Eventos?O objetivo principal do Núcleo de Eventos é

dar suporte operacional aos eventos realizados pela Famecos e também aos projetos dos outros núcleos que fazem parte do Espaço Experiên-cia (lançado oficialmente no final de abril de 2009).

Quais as principais ações comunicacionais exercidas pelo Núcleo de Eventos?

As ações realizadas vão desde logística para eventos internos, tais como a preparação e ope-racionalização do SET Universitário, até rea-lização de ações fora do ambiente da PUCRS. Recentemente, a equipe realizou uma ação no Dia do Jornalista, que consistiu na entrega de um cartão e uma caneta da nossa Unidade, di-retamente nas redações dos principais jornais da cidade. A ação foi planejada e executada pelo Espaço Experiência, envolvendo outros núcleos, além da equipe de eventos.

Quais são os principais públicos que o Nú-cleo de Eventos atenderá e quais suas expecta-tivas em relação a eles?

Nosso público principal é a Famecos. Faze-mos parte de uma instituição de peso, a PUCRS, e temos o dever de honrar nossa missão enquan-to unidade formadora de comunicadores sociais, além de trabalhar para manter os alunos em constante contato com a realidade do mercado. Minha expectativa é que nosso público consiga alcançar, com propriedade, suas metas e que o nome, imagem e qualidade da Famecos sejam respeitados e reconhecidos pela comunidade acadêmica e pela sociedade brasileira e interna-cional.

Quais são os requisitos mínimos para os alunos participarem do Núcleo de Eventos?

Basicamente, os mesmos que os profissio-nais de eventos devem oferecer. Interesse, dis-posição para enfrentar desafios, facilidade de relacionamento interpessoal e vontade de expe-rimentar a dinâmica da prática de eventos.

Em sua opinião, existe alguma dificuldade para gerir este núcleo? Se sim, qual?

De maneira geral, não sinto dificuldade, es-pecialmente porque divido a coordenação com a Profª. Neka Machado, extremamente experiente em gerir equipes e espaços como este. Porém, felizmente, as dificuldades que enfrentamos são muito próximas às dificuldades que o mercado apresenta para quem trabalha com organização de eventos. Isto contribui, sobremaneira, para a formação dos nossos alunos. As dificuldades, normalmente, estão relacionadas com a forma que a comunicação é conduzida, diferenças de

O relações-públicas Luciano Suminski, formado em 2003 pela Famecos, esteve em aula da disciplina de Programas e Processos de Relações Públicas, e relatou aos alunos, em um bate-papo informal, suas experiências e desafios que enfrentou dentro e fora da fa-culdade. O convite partiu da professora Ana Steffen.

Formado em RRPP pela Famecos e pós-gra-duado em Marketing pela UFRGS, Luciano trabalha há cinco anos em seu pró-prio negócio, uma empresa de consultoria em Viamão, a VM, além de ser conse-lheiro/tesoureiro do Con-rerp. Durante a conversa com os estudantes do ter-ceiro semestre, em 20 de março, o profissional con-tou aos estudantes as suas primeiras experi-ências no mercado de trabalho, que começa-ram quando ele ainda estava na universidade. Atuou em diversos ramos da comunicação, fez estágios nos Correios, Comunicative e em uma Clínica Oftalmológica.

Respondendo aos questionamentos da turma, Luciano citou que o profissional de Relações Públicas deve trabalhar em diversos ramos oferecidos pelo mercado a fim de obter maior conhecimento sobre as inúmeras áreas, adotando ferramentas e soluções diferenciadas para que este seja notado dentro da organiza-

ção. “A carreira de um relações-públicas inicia dentro da faculdade e os contatos feitos dentro e fora da universidade são essenciais para o su-cesso profissional”, disse.

Paula Meirelles e rosana Pugen

alcançar a boa execução destes precisa-se de profissionais competentes.

adriano Molski gabriela sarturi

lisiane Zen

Conversando com Luciano Suminski

Ana Steffen com seu convidado Luciano Suminski

BR

Un

A LImA

Vanessa Purpper é uma das responsáveis pelo Núcleo de Eventos.

opiniões e, dependendo do projeto, esbarramos com orçamentos reduzidos.

Qual sua perspectiva em relação ao apren-dizado dos alunos no Núcleo de Eventos?

Espero que nossas atividades sirvam para que os alunos conheçam os meandros do in-crível mundo da organização de eventos e para que possam conhecer e despertar suas próprias capacidades e potencialidades. A proposta do Núcleo é complementar a formação do aluno e oferecer a chance de aplicar na prática o que vê na sala de aula.

Por que você acha que o Núcleo de Eventos causou tanto interesse nos alunos dos semestres iniciais do curso de RRPP?

Credito este fato à realidade do mercado atual. As verbas de mídia estão sendo “rouba-das” para atividades relacionadas a eventos em função da versatilidade e do contato direto com os públicos de interesse. Ações de no-media podem ser caracterizadas como eventos e esta é uma tendência muito forte nos dias de hoje. De acordo com a ABEOC - Associação Brasileira de Empresas de Eventos, o Brasil é o 19.º país em número de eventos internacionais e um dos maiores do mundo em eventos em geral. E para

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“A proposta é aplicar na práticao que vê na sala de aula”

faculdade 15RRPP Atualidades/julho 2009

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16 RRPPAtualidades/julho 2009

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Hoje em dia as empresas es-tão buscando mais estagiários que profissionais da área. Quem conta são os próprios estudantes que estão iniciando, e já se profis-sionalizando no mercado de tra-balho. O interessante também é a percepção de que as organizações acabam ampliando o quadro de colaboradores com os estagiários após o período combinado, pro-porcionando experiências e dando a exata noção se aquela é mesmo a profissão que desejamos para nos-sa vida profissional.

A colega Lisiane Cardoso da Silva, 24 anos, está cursando o quinto semestre de Relações Pú-blicas na Famecos, e depois de um ano e meio de estágio foi efetivada pela empresa que lhe deu oportu-nidade de aprendizagem e chan-ce de crescimento. Ela conta suas atividades e dá algumas sugestões para quem está em alguma dessas fases e não sabe como proceder para se manter no mercado.

Como foi a procura de estágio para você? Foi através de agên-cia ou anúncios que encontrou a vaga?

Procurei a vaga no site de uma empresa de estágios, me interessei e no outro dia fui buscar a carta para agendamento de entrevista. Participei de duas seleções para a empresa na qual estou hoje (Grupo RBS). Na primeira era para traba-lhar no setor de online, cheguei ao final da seleção, mas não consegui. Depois tentei outra vaga, mas des-ta vez na RBS Rádios, e foi aí que entrei!

Demorou muito para conse-guir alguma coisa na área?

Até que não. Foi em janeiro de 2005, achei tranquilo conseguir a vaga, eles precisavam de três pes-soas, e felizmente eu fui uma delas.

Em qual semestre estava quando conseguiu o estágio?

Segundo semestre.Quais as exigências da empre-

sa quanto ao seu conhecimento? Cada vaga tem suas exigências,

as vagas que abrem sempre são en-viadas aos funcionários e estagiários da empresa para que eles possam concorrer internamente primeiro, mas as exigências normalmente são: estar na empresa no mínimo há um ano, não pode ter concorrido

a nenhuma outra vaga nos últimos seis meses e estar dentro dos requi-sitos da vaga. No meu caso, precisa-va estar com o curso superior com-pleto ou em andamento, ter carro, disponibilidade para trabalhar nos finais de semana, dinamismo e pró atividade. Se nenhum funcionário ou estagiário conseguir a vaga, aí sim ela abre externamente.

O estágio te dá boas noções para sua carreia como futura pro-fissional de relações públicas?

A vaga que eu consegui era para atendimento ao ouvinte (ainda não estava diretamente trabalhan-do na área), mas pude aprender muita coisa, pois trabalhava com muita gente, depende do interesse e pró atividade de cada um, o que eu tinha, então aproveitei todas as informações que podia para apren-der.

Qual a sua visão geral, hoje,

da relação empresa e estágio? O que você acredita ter mudado e o que poderia mudar?

Acredito que através do está-gio ainda é a forma mais fácil de conseguirmos uma boa vaga efeti-va dentro de uma grande empre-sa, também temos mais facilidade de sermos efetivados, ganhamos experiência com as atividades de-senvolvidas e conhecemos pessoas influentes que podem nos ajudar no futuro (pós formatura). Percebo

que as empresas estão valorizando cada vez mais os estagiários, dando chances de crescimento, benefícios, férias entre outros.

Qual o seu conselho, ou dica, para os que estão procurando es-tágios na área ou aos que não tem interesse em fazê-lo antes de che-gar nos últimos semestres?

O meu conselho é: quando en-tramos na faculdade já devemos ter

objetivos, saber onde gostaríamos de trabalhar, pesquisar sobre as empresas e ir atrás. Lembro que eu ia nas feiras de empregos nas uni-versidades e me inscrevia em todas as empresas de estágio e toda se-mana ligava para saber se haviam vagas. Se você quer, você consegue, mas não pode ficar parada, as vagas existem, mas temos que ir atrás de-las.

Fernanda Barcellos

Estágio: possibilitandoexperiências aos alunos

Ela soube aproveitar bem esta oportunidade até chegar à contratação pela empresa!

Depois da sua experiência no estágio, Lisiane participa da produção dos eventos da empresa, agora como efetiva

depoimento

Arquivo PessoAl

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17RRPP Atualidades/julho 2009depoimento

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Hoje, a profissional de Rela-ções Públicas, Juliana Panosso, faz um bom trabalho de comunicação na empresa Viação Belém Novo, como Assessora de Comunicação. Suas principais atividades são: or-ganização de eventos, elaboração de programas e canais de comuni-cação interna e externa – incluindo desenvolvimento de site e jornal di-rigido aos clientes – monitoramen-to da satisfação do cliente através de pesquisas domiciliares ou por telefone, qualitativas e quantitati-vas, entre outras atividades de co-municação, como auditorias inter-nas e atendimento ao cliente.

Mas nem sempre foi assim. Juliana iniciou sua carreira como estagiária de área comercial e te-lemarketing de uma empresa fa-miliar, a WCA Produtos Visuais. Quando estava no 4º semestre da faculdade, foi contratada para tra-balhar com qualidade de pesquisa e planejamento e prevenção de crises internas ou externas.

Entre 2004 e 2007, Juliana estagiou no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, atuando

no setor de Garantia da Qualidade, fazendo ouvidorias e pesquisas de satisfação, e também em Desenvol-vimento Humano e Gestão e De-senvolvimento Organizacional. Foi neste período que ela escreveu o case “Contando Casos” pelo Hospi-tal Moinhos de Vento, ganhador do prêmio Top Ser Humano ABRH-RS 2006.

Juliana define seu trabalho como RP como sendo “a arte de se relacionar com os diferentes seg-mentos de público e com a socie-dade em geral”. Para ela, a temática ambiental deve fazer parte das es-tratégias das corporações, pois atu-almente o próprio público cobra o pensamento em defesa do ambien-te das empresas que utiliza servi-ços. Dentro da Viação Belém Novo, Juliana se orgulha de realizar dois projetos sócio-ambientais: o “Meio Ambiente” e os “10 S’s”.

Quantos às suas qualificações e experiências, Juliana afirma: “Pos-suo sólida experiência de trabalho com métodos de gestão estratégi-ca, tais como Balanced Scorecard, redesenho de processos, indicado-

res de desempenho, análise para soluções de problemas, círculos de controle de qualidade, grupos de melhoria e ferramentas da qualida-de. Tenho habilidade em falar em público, facilidade de comunicação interpessoal com o público-alvo e agilidade em analisar cenários para escrever cases empresariais”.

Para ajudar quem está entran-do agora no mercado de trabalho, Juliana deu algumas dicas sobre como se portar e quais são as áreas mais promissoras da profissão. Em sua opinião, o profissional da área de comunicação, principalmente em RRPP, não deve se preocupar muito se vai ou não ter o título de relações públicas dentro da empre-sa. “O profissional pode ter outros títulos, como eu que tenho o título de Assessora de Comunicação, e mesmo assim fazer um bom traba-lho de Relações Públicas, como eu faço na Viação Belém. Os próprios profissionais de RP devem romper com os preconceitos, para serem mais bem reconhecidos pelas orga-nizações. Isso vale, principalmente, para quem está começando”, enfa-

tiza ela.Quanto ao mercado de traba-

lho, Juliana dá uma dica valiosa. “Em épocas de crise, as empresas de pequeno e médio porte devem tentar crescer e se solidificar no mercado. É hora de buscar oportu-nidades. É aí que o profissional de relações públicas auxilia no cresci-mento destas empresas, valorizan-do o seu trabalho e ganhando pres-tígio diante das mesmas”, declara.

A RP deixa seu recado final: “Acredito no futuro da profissão de RRPP, gosto do que faço e espero ter esclarecido algumas dúvidas quan-to à profissão e de ter contribuído, de alguma forma, para quem está iniciando na profissão e para quem se interessa e quer entender melhor o funcionamento da mesma”.

JÚLIA ALBANUSE JÚLIA ALVEZ

Mercado de RRPP exigeuma formação ampla

A relações-públicas Juliana Panosso fala sobre sua carreira profissional

A assessora de comunicação da Viação Belém Novo, Juliana Panosso, participou de um en-contro com os alunos da discipli-na de Processos e Programas em Relações Públicas da Famecos, no dia 15 de maio. A proposta da disciplina é conhecer as diversas possibilidades de segmento e atu-ação na área de RRPP, através de palestras com profissionais inseri-dos no mercado.

A relações-públicas, formada pela Famecos em 2007, começou sua procura por estágio logo no primeiro semestre, e conseguiu uma vaga na “WCA” – uma em-

presa de recursos humanos, onde trabalhou na área de telemarke-ting. Após sair de lá, estagiou no Hospital Moinhos de Vento, no setor de controle de qualidade, com foco na administração. Foi efetivada para a área de locações. Contudo, o trabalho aumentou junto com a carga horária e, devi-do a isso, chegada a véspera de sua formatura na faculdade, sentiu a necessidade de se desfazer de seu emprego, para poder se empenhar no seu trabalho de conclusão e fi-nalmente se formar.

Na palestra, ela contou que um dia antes da formatura foi

contratada para trabalhar na Via-ção Belém Novo, onde atua até hoje como assessora de comunica-ção. Fundada em 27 de novembro de 1962, foi a primeira garagem para ônibus urbano da capital. Fo-ram concedidas à Belém as linhas Lami e Canta Galo e, mais tarde, as linhas Belém Velho, Vila Nova e Campo Novo.

Hoje a empresa é adminis-trada pela família Pinheiro. Loca-lizada na avenida Beira-Rio 175, bairro Belém Novo, conta também com uma garagem de apoio loca-lizada na Estrada Monte Cristo 470, bairro Vila Nova. Constituída

de uma frota de 90 veículos e com aproximadamente 400 colabora-dores em seu quadro funcional, opera nove linhas principais e cer-ca de 47 derivadas, transportando 1,1 milhão de passageiros ao mês.

“A empresa realiza inúmeras ações, entre elas, planejamento de eventos, visita de benchma-rketing, boletim informativo, co-bertura de eventos, atualização do site, planejamento, atualização de murais etc para melhor satisfação do seu público”, explicou a pales-trante.

FABIANA WERNER E E LARISSA BRAGA

Juliana Panosso proferiu palestra na Famecos

Juliana Panosso

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18 RRPP Atualidades/julho 2009 mobilização

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O posicionamento dos profis-sionais de RP voltados às questões sociais é uma alternativa capaz de contribuir para a consolidação de uma participação mais cidadã, de-senvolvendo e assessorando uma política de responsabilidade social e incentivo ao trabalho voluntário. A profª. Neka Machado tem orgulho de ter sido senão a primeira, uma das pioneiras em Relações Públicas em atuar em entidade de classe de trabalhadores e em movimentos sociais. “Relações-pPúblicas é um sujeito voltado para o social, para a transformação. Não culpo os mío-pes que insistem não ver e refazer a sua própria história,” provoca.

São inúmeros os instrumentos

ou atividades que um profissional de Relações Públicas pode dispor para colaborar para a instituição de políticas sociais por parte das organizações, tendo um papel mais estrategista com novos instrumen-tos voltados para ações comunitá-rias. Miguel Stedile, jornalista que realiza ações de RRPP na Coceargs (Cooperativa Central dos Assenta-mentos do Rio Grande do Sul), e no MST (Movimento Sem-Terra) explica que seu trabalho envolve dois tipos de atividade: com outras organizações e com indivíduos que apóiam a reforma agrária. “Mes-mo que sejam públicos separados, implicam numa política de forne-cimento permanente de informa-

ções, através de veículos, como os boletins eletrônicos e páginas na Internet”, disse Stedile. Para ele, o profissional de RP tem embasa-

mento necessário para atuar nas questões sociais, fazendo uma via de mão dupla como um porta-voz do público e das organizações.

Adão Pretto, LeticiA Weisse stéfAni MourA

Tlantic, empresa que desenvol-ve soluções de TI, buscando sem-pre ajudar as empresas com suas necessidades no ramo, acaba de ser certificada pelo SEI (Software Engineering Institute) com o selo CMMI nível 3. A certificação, que atesta o grau de maturidade dos processos de software da empresa, é parte integrante da estratégia de expansão e comunicação interna da empresa. Equivale a uma cer-tificação de ISO para empresas de outros ramos.

“Para a conquista da certifica-ção, o comprometimento de todos foi decisivo para que a empresa chegasse ao objetivo que foi a con-quista do CMMI3. Motivar e incen-tivar os funcionários envolvidos foi fundamental, lembrá-los de forma criativa e sem grande pressão de todas regras e procedimentos foi uma das saídas mais simples que a empresa encontrou”, explicou Cristiano Dornelles, do setor de Atendimento da agência de comu-

nicação Propale, que ajudou na execução e planejamento das ações ao longo de seis meses.

A campanha rumo ao CMMI3 teve toda sua tematização voltada a Fórmula 1. Todos estavam “cor-rendo” em busca do prêmio, logo a empresa foi tematizada do chão ao teto, literalmente. Na fachada da empresa foram colocadas ban-deirolas de fórmula 1 simulando a largada. Nas curvas dos corredores da empresa, adesivos simulavam freadas de carros. Todas as salas de reuniões foram renomeadas com nomes de circuitos famosos. Até o refeitório dos funcionários foi lem-brado: decorações nas mesas lem-

bravam grandes prêmios.Junto com as ações de tema-

tização foi elaborado um evento em conjunto do Scampi (Standard CMMI Appraisal Method for Pro-cess Improvement), método que avalia a aderência e satisfação dos funcionários. Uma espécie de gin-cana, cujas perguntas eram todas voltadas ao CMMI, foi elaborada em um sítio, onde formaram-se equipes que recebiam troféus e me-dalhas na conquista de cada etapa. Ao invés de uma prova convencio-nal de perguntas, a empresa optou por um evento que motivou muito mais os funcionários a estudarem os processos.

Com excelente resultado al-cançado, a empresa conquistou a certificação, prêmio celebrado por todos, pois cada funcionário teve grande importância nela. Entre outras premiações, a empresa fez questão de fazer um imenso mural na entrada principal da empresa com as fotos de cada um dos 200 funcionários, como forma de agra-decimento.

Um exemplo perfeito de que criatividade, motivação e comuni-cação interna podem andar juntos com a seriedade e responsabilida-de de uma empresa.

KeLLy MAchAdo

Motivaçãoe criatividadeem buscade certificado

Empresa simulaum grande prêmio para incentivar funcionários

Mural destacou em fotos os 200 funcionários da Tlantic

Miguel Stedile, jornalista

Neka Machado, professorag

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Desafio no campo socialArquivo PessoAl

Kelly MAchAdo

iuri cAMArgo de oliveirA

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19RRPP Atualidades/julho 2009TENDÊNcia

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As casas noturnas de Porto Alegre têm ocupado um vasto es-paço nas agendas dos jovens, que estão à procura de novidades para suas noites de lazer. E para atingir esse público, as boates andam cada vez mais atrás de ações diferencia-das e estratégias de comunicação. “Como os gaúchos possuem um gosto diferenciado e vivem atrás de novidades, os estabelecimentos

buscam constante mudança para se adequar às preferências e atrair o público-alvo, variando os estilos musicais, o cardápio e proporcio-nando ambientes agradáveis e se-guros”, aconselha Gustavo Garcia, responsável pelo setor de Marke-ting da casa noturna Café Segredo.

Após definir o público-alvo, a tarefa básica é desenvolver uma programação de entretenimento

positiva para a casa, buscando uma identida-de legítima. Há também quem busque atingir os mais dife-rentes nichos de públicos e monte uma pro-gramação espe-cífica para cada dia, buscando agradar todos os gostos. Para isso, Pedro Mo-reira, diretor de Marketing

da Aquarium Club, utiliza as seguintes ferramentas: mon-tagem de equipe de promotores dife-renciados por per-fil de público, en-vio de mailing com direcionamento fo-cado, utilização de spots em rádios e ações de coquetéis para formadores de opinião.

T r a b a l h a r com jovens requer atenção e paciên-cia, pois há dificuldades. Eles estão sempre atualizados e conectados ao mundo virtual, se manifestando através deste com muita facilidade e instantaneidade. São influencia-dores e multiplicadores de opinião, utilizam as ferramentas digitais para protestos, como também para propagandas.

A maioria das casas noturnas possui apenas um setor de Marke-ting, no qual utilizam instrumentos

para fortalecer o relacionamento com seus públicos e assim con-quistar um espaço e popularidade nas noites porto-alegrenses. Essa é uma das finalidades das estraté-gias de comunicação, que, além de úteis, são fundamentais para a ma-nutenção da imagem do estabeleci-mento.

AnA LAurA Cruz, BrunA Peroni e CAmiLA medeiros

Casas noturnas inovam em suas estratégias

Em Porto Alegre, boates buscam atingir o público através de inovações e estratégias de comunicação.

Aquarium Club: diferencial na decoraçãoinspirada na água e em novas atrações

“ A s casas no-turnas de Porto Ale-gre pos-suem pou-cas opções de estilos m u s i c a i s e pouca divulgação. Não concordo com a promoção de as mulheres paga-rem o ingresso mais barato que os homens. O atendimento é fraco e tenho a sensação de que as casas dão pouca importância ao cliente, quando o pagamento já está ga-rantido. Mas a maioria das casas

noturnas se localizam em lugares estratégicos, apesar da superlota-ção. Sou muito eclético e procuro lugares mais tranqüilos, mas para quem gosta de rock há poucas op-ções, pois as casas focam em outro estilo musical.”

(Rafael Lunardini – Estu-dante de Publicidade e Pro-paganda da PUCRS)

“Acho que as casas noturnas são bem distribuídas por zona, mas falta variedade de estilo e abrir uma casa diferenciada. Tam-bém acho que as casas tem que oferecer mais do que uma pista de dança, outros ambientes de entre-

tenimento. O atendimento normalmente é muito bom, mas todas são muito caras. Costumo sair todos os finais de semana, e sinto que a segurança é boa e bem feita. Às vezes, por falta de varie-dade o público enjoa e acaba op-tando por nenhuma opção.”

(Vivian Azeredo – Estu-dante de Relações Públicas da PUCRS)

“Para nossa faixa etária as

casas notur-nas são efi-cientes, tem festas até durante a semana com vários estilos musicais, por isso é bom sair. Estou satisfeita com a noite de Porto Alegre, mas falta segurança, além de serem pequenas e ter superlotação. Tam-bém acho que a localização é per-feita, apesar de o atendimento não ser adequado”

(Luiza Carneiro – Estu-dante de Jornalismo da PUC)

Fotos Bruna Peroni

O desafio: como atrair clientes

ElEs curtEm a noitE

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Já dizia o grande poeta do morro, Nelson Sargento: “ o sam-ba agoniza mas não morre, alguém sempre te socorre, antes do suspi-ro derradeiro. Samba, negro, forte destemido, foi duramente perse-guido, na esquina, no botequim, no terreiro”. A sua origem se deu no Recôncavo Baiano com os descen-dentes afros, sendo levado ao Rio de Janeiro sofrendo uma boa mis-tura carioca. Foram adaptados a re-alidade dos escravos brasileiros, e ao longo do tempo sofreu inúmeras transformações de caráter social, econômico e musical até atingir as características conhecidas hoje.

O gênero, descendente do lun-du ( canto e dança populares do sé-culo XVIII), começou como dança de roda originada em Angola e tra-zido pelos escravos, principalmente a região da Bahia. Também conhe-cida como umbigada ou batuque. Com a transferência no meio do século XIX, com a mão escrava da Bahia para o Vale da Paraíba e logo após, o declínio da produção de café e a abolição da escravatura, os negros deslocaram-se em direção a capital do país, Rio de Janeiro. Instalados nos bairros cariocas de Gamboa e Saúde, eles dariam início ao ritmo na Corte. Com as festas de terreiro, as umbigadas e marcações de capoeira ao som de batuques e pandeiros nas casas das tias baia-nas como Amélia, Ciata e Priscilia-na. Essas manifestações culturais propiciaram a incorporação de ca-

racterística de outros gêneros cul-tivados na cidade como a: polca, maxixe e o xote. O samba carioca urbano ganha a cara e os ritmos co-nhecidos.

Em 1917 foi gravado em disco o primeiro samba chamado ''Pelo Telefone''. A música, de autoria rei-vindicada por Donga (Ernesto dos Santos).

O novo estilo seria, ainda, abraçado e redimensionado por filhos de classe média, como o ex-estudante de Medicina Noel Rosa e o ex-estudante de Direito, Ari Bar-roso, através de obras memoráveis como ''Tarzan, o filho do alfaite'' e ''Aquarela do Brasil''. O baiano Do-rival Caymmi emprestou um pouco do seu refinamento às canções ,en-quanto o paulistano Adoniran Bar-bosa encheria suas músicas com seu humor sarcástico, e o gaúcho Lupicínio Rodrigues, influenciado pelo bolero, trataria de temas sen-timentais em suas composições. O samba ganharia, em cada região e com cada intérprete ou compositor, uma característica particular.

A influência cultural america-na, logo após a Segunda Grande Guerra, também repercutiria no gênero. Com um modo diferente de dividir o fraseado do samba e inspi-rados no impressionismo do jazz e do erudito, surgiria através de João Gilberto e Tom Jobim a bossa nova nos anos 50. Dissidências internas desse grupo ainda propiciariam o surgimento dos afro-sambas de Ba-

den Powell e Vinicius de Moraes.Uma corrente mais popular

faria ressurgir o samba tradicional do morro no final da década de 60 nas vozes de Cartola, Nelson Cava-quinho e, mais adiante, Candeia, Chico Buarque de Holanda e Pauli-nho da Viola. Este mesclou o estilo ao choro e se transformaria em um ícone do samba tradicional para a corrente mais vanguardista até hoje. O samba-reggae, com toadas do rhythm & blues americano teria em Jorge Ben seu criador e divul-gador.

Nos anos 70, três divas do samba lançariam seus nomes na história do gênero: Alcione, Beth Carvalho e Clara Nunes. Os anos 80 destacariam o movimento do pago-de, com um ritmo pontuado pelo banjo e pela percussão do tantãn, com nomes como Zeca Pagodinho e o grupo Fundo de Quintal. O sam-ba-pop da década de 90 também se auto-intularia pagode e produ-ziria grupos em grande escala não muito próximos do samba de raiz.No final da década de 90, o antigo samba seria revalorizado com no-mes de grandes artistas do gênero como Nelson Sargento, Wilson das Neves e as Velhas Guardas da Por-tela e da Mangueira. E finalizando com o nosso poeta do morro: “ Mu-daram toda a sua estrutura, te im-puseram outra cultura e você nem percebeu.”

AnA ElbA PEixoto dE AbrEu

O samba agoniza,mas não morre

música

Diante da sua enorme extensão territorial, o Brasil comporta mui-tas riquezas: culturais e naturais. A diversidade musical é um exemplo concreto, todos os gêneros e estilos têm espaço e público.

Houve o período do rock, do samba, do forró, do pagode, das micaretas, dos emos, do reggae, do axé, e, atualmente, a nova febre é o sertanejo universitário. Acrescen-tando elementos do rock, do axé e do pop, ocorreu a evolução do ser-tanejo, adaptando-se, desta forma, ao tempo e à demanda.

Inicialmente, esse tipo de músi-ca era encontrado apenas em festas das faculdades do interior – e esse é o motivo pelo qual o termo “uni-versitário” foi agregado ao nome, já que, graças a este público o es-tilo se popularizou. A mais recente atualização rompeu com preconcei-tos, principalmente entre o pessoal das capitais, que caracterizavam o estilo como brega, caipira ou anti-quado. E hoje, casas noturnas são invadidas por músicas sertanejas, que agradam, também, quem não pertence ao mundo country.

brunA limAcArolinE olivEirA

lAilA fErri

Victor & Leo: Vencedores do Prêmio Tim 2008, indicados ao Grammy Latino 2008, e ven-cedores do Oscar do rodeio na-cional- Troféu Arena de Ouro 2009-, como “Melhor dupla sertaneja 2007/2008”.

Sertanejo Universitário Você já entrounessa onda?

Divulgação

reproDução

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21RRPP Atualidades/julho 2009responsabilidade

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O projeto Novos Talentos, lan-çado em 2009 pela Urgetrauma em parceria com a Sogipa, busca a in-clusão social de mais de 30 crianças e jovens carentes entre 7 e 19 anos, através do esporte, principalmente do judô e atletismo. As atividades iniciaram em fevereiro, essas crian-ças recebem assistência de técni-cos, professores, assistentes sociais e psicólogos no turno inverso ao da escola. Os participantes que se destacarem receberão bolsas para desenvolverem suas habilidades atléticas nas equipes do clube.

Tatiane Siqueira, secretária do projeto, informou que a iniciativa oferece lanche durante o período em que os jovens estão treinando, passagens de ônibus de ida e volta até o local de treinamento, além de um “padrinho” para acompanhar o crescimento de uma determinada criança do projeto e ajudá-la no que for necessário.

Participa do planejamento e implantação dos Novos Talentos apenas uma profissional de Rela-ções Públicas, a mesma que tra-balha para o Urgetrauma, além da assessoria de imprensa da própria

Sogipa, que já tem por tradição apoiar iniciativas sociais como esta. “O clube apóia esse e outros proje-tos, pois o reconhecimento é conse-quência de um trabalho feito com responsabilidade e consciência so-cial, não apenas pela imagem que passa para seu público”, assegura o jornalista Fabrício Falkowski, da assessoria de imprensa da Sogipa.

No dia do lançamento, esteve presente o secretário Estadual de Justiça e Desenvolvimento Social, Fernando Schüler, que enfatizou: “O esporte é uma excelente ferra-menta de desenvolvimento social, principalmente no caso dessas crianças e jovens, que estão em uma faixa de vulnerabilidade”.

BRUNA KANAAN,BRUNA ÁvilA

SteFANie MAchAdo

Sogipa apoiaprojeto social Novos Talentos

Fotos Bruna Ávila

Projeto começa a ser desenvolvido no Centro Vida, na Zona Norte

O dia 17 de abril de 2008 foi um mar-co na história da luta pelos direitos dos animais: o go-vernador do estado de São Paulo – José Serra – assinou a Lei 12.916, propos-ta pelo deputado estadual Feliciano Filho (PV), que põe fim a matança de animais no Cen-tro de Controle de Zoonoses (CCZ), a famosa carrocinha. Segundo a lei, os cachorros e os gatos de rua serão recolhidos, castrados e tratados, fi-cando, assim, aptos à adoção. O sa-crifício somente será permitido em casos de doenças contagiosas ou de difícil cura.

Os defensores de animais con-quistaram um direito básico aos seus protegidos: a vida. Esses seres inocentes não mais pagarão caro pela má sorte de terem nascido nas ruas, de terem sido abandonados pelos seus donos ou, simplesmen-te, por terem ido dar uma “voltinha na vizinhança”. Parece que, a partir dessa data, tudo funcionaria de ma-neira ideal, ou seja, como deveria ser. Contudo, hoje, após um ano de vigor da Lei, já é perceptível os pro-blemas gerados pelo planejamento equivocado e pela falta de recursos disponibilizados a essa causa. A rede Record, transmitiu, em março de 2009, uma reportagem expondo as conseqüências geradas, como o excesso de bichos nas ruas e o uso inadequado do espaço do CCZ, o qual, atualmente, encontra-se pra-ticamente vazio. Os funcionários da carrocinha admitem não reco-lher mais os animais sem donos, em vista da falta de recursos para mantê-los nos abrigos disponibili-zados (alimentação e remédio, por exemplo).

Muitas ONG’s em prol dos ani-mais, do Rio Grande do Sul, vêm lutando pela implantação dessa

Lei, aqui no Estado. Entretanto, há várias questões adversas que devem ser estudadas e planejadas com cuidado, para que não seja cometido o mesmo erro do Estado de São Paulo. Ana Roggia, funda-dora da ONG Luz Animal, de Porto Alegre, militante dos direitos dos animais e defensora de toda e qual-quer injustiça contras esses seres, tem uma visão bastante desiludida, moldada por anos e anos de luta e pouco resultado, mas que não foge à realidade: “Não vejo saída no final do túnel”. Fátima Cócaro, profissio-nal de Relações Públicas e proteto-ra independente, concorda que a luta é árdua, mas não acredita na desistência como opção: “Vamos nos unir ainda mais, e jamais de-sistir”.

Diante desse impasse temos duas opções: ir à guerra acreditan-do e buscando a vitória ou, sim-plesmente, perder de “W.O”. Se escolhermos a primeira, devemos pensar em uma solução eficaz, e pressionar o governo para implan-tar uma lei semelhante a Lei 12.916, aqui no Rio Grande do Sul, todavia de maneira planejada e bem su-cedida, constitui-se em uma das batalhas de maior relevância. Se optarmos pela segunda, basta ig-norarmos esta matéria e seguirmos normalmente nossas vidas.

cARoliNA GhilARdi MARiANA coRBelliNi

Pôr fim ao sistema tradicional das carrocinhas, basta?

reprodução

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Muitos já devem ter visto um novo rapaz pelos corredores da Famecos e se perguntado: “Quem é este novo co-lega?”, mas na verdade, é um dos novos pro-fessores do curso de comunicação. Formado em Co-municação So-cial com ênfase em Publicidade e Propaganda pela Famecos e Administração de Empresas pela UFRGS, fez Mestrado em Administração de Marketing na PUC/RS. Profissio-nalmente está há oito anos em uma mesma empresa da área de Rela-cionamento com o Cliente, onde já teve oportunidade de atuar em diversas áreas, como Marketing, Planejamento e até Tecnologia. En-trou como estagiário e sem muitas expectativas, mas acabou identifi-cando muitas oportunidades e pos-sibilidades de crescimento e hoje é um dos diretores da empresa. Além disso, ainda tem uma Consultoria de Administração e Marketing há cinco anos. No início foi difícil es-truturar a empresa e principalmen-te conseguir clientes. Hoje é mais fácil e os próprios clientes acabam procurando por seus serviços, ba-seados em indicações.

A maior inspiração que teve foi em sua mãe que, segundo ele, é uma mulher maravilhosa e muito batalhadora. Ela lhe mostrou que podemos ser felizes e muito bons no que fazemos. Com a perda de seu pai aos 17 anos, quando estava em férias entre o primeiro e o se-gundo semestre do curso de Publi-cidade, foi um momento difícil de sua vida. Apesar de tê-lo perdido ainda muito jovem, ele foi um gran-de exemplo de pessoa e teve tempo de ensinar-lhe muitas coisas.

Como professor na unidade, este é o seu primeiro semestre, o

que para ele vem sendo uma expe-riência interessante por se identi-ficar com a faculdade e é algo que

sempre quis fazer. Por ter formação também na Famecos, diz que com certeza veio para somar junto aos alunos e acredita que tenha uma boa visão de mercado e idéias de outras áreas, que acabam sendo importantes para os estudantes de todas as áreas. Segundo ele, “Rela-ções Públicas é uma profissão que admiro muito, onde existem muitas oportunidades.”

Alessandro diz que pensa em uma conquista de cada vez. Elas podem ser pequenas, médias ou grandes, o importante é não avan-çar mais do que pode. A graduação, o mestrado e o reconhecimento profissional foram grandes con-quistas. Ter conseguido ser profes-sor na PUC também foi importante. Para o futuro próximo ainda pensa em constituir uma família, ter entre dois ou três filhos - gosta muito de crianças - e uma empresa estrutu-rada (não necessariamente a que tenho hoje). Encerrou com uma mensagem para os alunos:

“As coisas que podem mudar as nossas vidas podem surgir no momento em que a gente menos espera. Precisamos estar prepara-dos, acreditar e fazer as coisas de coração para não deixar as chances passarem.”

Fernanda Barcellos

Alessandro Almeida:um jovem de sucessoe empreendedor

A sociedade mudou. Vemos hoje um consumidor mais cons-ciente e exigente quanto à postura empresarial. Responsabili-dade social e sustentabilidade não são mais apenas diferenciais para as empresas, mas sim uma política que deve estar inseri-da nos valores organizacionais e ser condizente com as ações da empresa. Porém, segundo Rosemeri Alessio, autora de “Respon-sabilidade Social das empresas no Brasil: Reprodução de pos-turas ou novos rumos(2008)”, a atuação social de grande parte das pequenas empresas brasileiras, ainda reproduz posturas de caráter assisten- cialista, pater-nalista, e emer- gencial, muito focada em ações de filantropia que, embora ten- do sua impor-tância num con- texto de extrema pobreza, também contribuem para a reprodução da situação social vigente e pouco transformam o caráter estrutural da miséria e das d e s i g u a l d a d e s sociais.

Vivemos num século em que já começamos a so- frer as consequ-ências ambientais causadas pela ir-responsabilidade do ser humano e em decorrência disso, os indivíduos estão mudando seus hábitos e atitudes em prol da preservação ambiental. É possível obser-varmos uma geração mais responsável e cuidadosa, o que reflete num consumidor cada vez mais consciente, que espera das em-presas uma gestão socialmente responsável, visando ações que objetivam o desenvolvimento sustentável. É é pra valer! Que essa gestão de fato exista e que condiza com as ações organizacionais. Porém, infelizmente ainda hoje, é muito comum vermos empresas que adotam políticas e práticas de gestão responsáveis não com o intuito de serem eticamente comprometidas com a sociedade, mas sim por um discurso ideológico que viabiliza sua permanên-cia no mercado.

A responsabilidade social e a cidadania corporativa, tão presentes no discurso empresarial, não podem ser vistas tão-so-mente como instrumentos a serviço de ganhos mercadológicos e de imagem institucional. O esperado, portanto, são organizações preocupadas com a elevação da qualidade de vida das suas co-munidades. Empresas que fazem porque acreditam ser o certo e não simplesmente para melhorar sua imagem. Rosemeri Alessio afirma que é necessário ampliar o escopo da atuação social das empresas para um modelo de gestão de negócios que contribua para tornar a empresa co-responsável pelo processo de desen-volvimento de uma sociedade menos desigual, mais justa e com maiores condições de acesso da população a produtos e serviços, resultando em sustentabilidade da sociedade do ponto de vista social e econômico e, consequentemente, negócios mais sustentá-veis.

Kamile HeinecK e moara medeiros

POSTURA EMPRESARIAL

É fato oupapo furado?

O novo professor da Famecos em sala de aula

perfil

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23RRPP Atualidades/julho 2009visual

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Desde a pré-história, os ho-mens utilizam a cor como um meio de comunicação, através de figuras ou desenhos. Hoje, as cores se tornam indispensáveis, trazendo valores diferentes con-forme seu emprego. Elas têm, por exemplo, poder decisivo nas ações dos consumidores, pois acar-retam em inúmeras sensações.

Por isso, a utilização da cor tor-nou-se grande ferramenta da comu-nicação, não só para o publicitário, mas também para o relações-públi-cas, que tem como missão desenvol-ver um agradável ambiente para a empresa, podendo aplicar diferen-tes cores que, através do consciente ou inconsciente, atingem o público.

Para Luciana Braun, professo-ra do curso de Publicidade e Propa-ganda da Famecos, “a cor influencia o comportamento e a percepção do ambiente.” Ela cita o uso em publi-cidade, onde busca-se aproximar o ponto-de-venda das característi-cas do público-alvo, dando como exemplo uma área popular de gran-de circulação, que poderá ter cores quentes, e uma área de descanso, que provavelmente será contem-plada com cores frias ou neutras.

“A cor de uma embalagem

pode afetar na compra de um pro-duto. Consideram-se várias carac-terísticas, entre elas: o consumidor, o produto, o segmento/categoria, a concorrência, a exposição do pro-duto no ponto-de-venda, processos de impressão e necessidades rela-cionadas à legislação específica” explica Luciana. Para ela “a ilumi-nação também tem influência na percepção das cores nos ambientes e deve ser considerada como mais um elemento dessa linguagem.”

Há muitos exemplos de utili-zação das cores. Autores explicam que cores quentes, assim como vermelho, laranja e amarelo, são usadas em produtos que geral-mente são comprados por im-pulso. Produtos cuja compra ne-cessita de mais tempo e reflexão, são usadas as cores frias, assim como azul e verde, ou cores neu-tras, tais como, branco ou cinza.

A utilização das cores deve ser feita sempre através de es-tudos especificados e os comu-nicadores devem tomar conhe-cimentos aprofundados para então tomar a decisão mais ade-quada para a situação exposta.

MARIANA UMPIRERREVANESSA PINHEIRO

As cores nacomunicação

Palco das mais diversas ativi-dades, tais como: conversas, refei-ções, leituras, ou, até mesmo, des-canso entre as aulas, o saguão da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), prédio 7 do campus da PUCRS de Porto Alegre, é um dos locais no qual os alunos se relacio-nam. A partir deste diagnóstico, por meio de uma reforma embasada em um projeto de design de interiores – a arte de planejar e arranjar am-bientes de acordo com padrões de estética e funcionalidade –, o espa-ço foi transformado.

De forma harmônica, respei-tando o contexto social da unidade, foram incorporados novos móveis, objetos e acessórios, como, por

exemplo, puffs, bancos, mesinhas e cadeiras. A mudança, coordenada pela arquiteta Eliane Salvi, propor-ciona conforto, praticidade e bele-za, tornando o ambiente mais agra-dável e atraente.

As novas cores, materiais, aca-bamentos e iluminação oferecem, desde março, identidade ao pátio interno do prédio, agregando, entre outros fatores, alegria, jovialidade e divertimento. As mudanças foram aprovadas pela comunidade acadê-mica e as necessidades, por hora, supridas.

CAROLINE OLIVEIRABRUNA LIMALAILA FERRI

De caraCriatividade e inovação modernizam o estilo da Famecos

nova

“Eu gostei muito do novo saguão. Achei a proposta muito integra-dora e o ambiente agradável para os alunos. Espaço de convivência da unidade, principalmente, para os que ficam para o turno seguinte para estágios.” (Professora Glafira Bartz)

“A idéia das mesas foi boa, pois antes as pessoas ficavam em pé. Só não gostei do teto, ficou sem propósito, mas no geral eu gostei.” (Sâmela Lauz – Jornalismo – 3º semestre)

“Eu gostei de tudo, achei bem moderno, bem colorido, bem “co-municação”. Achei legal porque agora as pessoas podem sentar. E eu gosto do sofá que é quentinho e eu me sinto em casa!”. (Lucélia Sal-vatti – Publicidade e Propaganda – 3º semestre)

Opiniões:

Jonathan hecker/ hiper

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Viajar é sempre uma experiên-cia maravilhosa, onde se convive com novas culturas, uma língua diferente, com pessoas que nos são estranhas, é um país onde não fa-zemos parte, onde tudo é novo. O aluno João Suriz conseguiu unir a possibilidade de viajar para França e estudar cinema como intercâm-bista da PUCRS.

Saiu do verão de Porto Alegre e foi direto para as ruas frias de Paris, seu francês no início era bastante limitado, sem amigos e com ape-nas o papel que trazia o nome do albergue que deveria ficar, come-çou sua aventura. Sua perinigração iniciou dia 19 de janeiro, quando aterrissou nas terras de Napoleão. Mudando diversas vezes desde que se instalou em Paris, sentiu como o preconceito contra estrangeiros existe, mesmo tendo descendência francesa e sendo estudante, ainda assim não foi bem visto pela família que havia acolhido em sua casa.

Na escola teve que escolher ma-térias que fossem compatíveis com seu curso de Cinema na PUC, mas esse era um problema já esperado

por ele e seu coordenador João Ba-rone. Suas opções ficaram na parte televisiva, com bastantes trabalhos práticos e oficinas de 35mm, João acredita que isso lhe renderá bons frutos, já que está estudando na capital mundial de cinema. “É im-possível viver em Paris e não viver cinema,” diz.

Apesar dos percalços, Suriz fes-teja sua entrada para a Assembleia do Caldeirão dos Druidas de Paris, onde a cultura Céltica e Druidica são estudadas e preservadas por Druidas e aprendizes. “Também encontrei um parente no interior da França, exatamente na cidade de onde veio minha família. Estamos montando a nossa árvore genealó-gica e fazendo algumas buscas de documentos de nossos antepassa-dos”, relata.

Passados quatro meses, já mais adaptado à cultura francesa, Suriz acrescenta que tudo anda mais tranquilo, as aulas estão indo bem, juntamente com os seus estudos ci-nematográficos, Célticos e espiritu-ais. Comenta também que tem via-jado pelo interior da França e ainda

pretende ir para outros países antes de voltar para o Brasil.

Jean, como é chamado na Fran-ça, volta para o Brasil nas férias de inverno, quando com certeza trará mais do que seu limite de bagagem, trará conhecimentos. Terá histórias que ninguém pode tirar-lhe, vivên-cias e viagens. Já disse o navegador

brasileiro Amir Klink, autor do livro Cem dias entre o céu e o mar: “Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como imaginamos e não simples-mente como ele é ou pode ser.”

AndressA AlmeidA

Aluno da Famecos estuda cinema na Françaintercâmbio em PAris

Um aluno eclético: Suriz estuda os celtas, espiritualismo e cinema

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