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__________________________________________________________________________________________ GRUPO EDUCACIONAL FORTIUM PROF. ALINE RIZZI [email protected] MATERIAL DE EXERCÍCIOS __________________________________________________________________________________________ TEXTO A origem da palavra texto está no vocábulo “tecer”, ou seja, criar um texto é tecer palavras, idéias para que elas constituam um sentido lógico. Sendo assim, um amontoado de frases justapostas não necessariamente será um texto, só o será se entre elas houver uma relação lógica. O sentido de um texto não advém da soma de frases que o constituem, mas decorre do todo, numa organização macrotextual (coerência) e microtextual (coesão). O texto escrito se processa segundo algumas normas do nosso conhecimento lingüístico que nos prepara para captarmos o máximo possível, já que é muito difícil absorvermos a sua totalidade. Para a compreensão, contribui o nosso conhecimento lexical (das palavras), o sintático (da gramática, das relações entre as palavras) e o sintático-semântico (da construção dos elos coesivos). Um texto deve apresentar uma correlação lógica das idéias – coerência - e dos termos de ligação – coesão. COERÊNCIA TEXTUAL A coerência textual está ligada ao nível semântico e cognitivo, isso quer dizer que em um texto as afirmações que se fazem devem ter um fundo de verdade em relação ao próprio texto e em relação ao mundo real. A coerência de um texto está ligada à sua organização como um todo, em que devem ser delimitados o início, o meio e o fim e à adequação da linguagem ao tipo de texto. Observe o seguinte exemplo: “Há fatores que restringem, hoje, o alcance da globalização da informação. Mas se todas as pessoas têm acesso à Internet, é o bastante para que tal fenômeno adquira grande importância social e mesmo política”. Ora, não são todas as pessoas que têm acesso à Internet. Tal afirmação não é verdadeira, porque generaliza de forma enganosa. É preciso estar sempre atento às generalizações – tudo, todos, nunca, sempre, apenas, somente – em geral não correspondem à coerência exigida de um texto objetivo. Preste atenção! Um texto é coerente quando as idéias e situações que apresentam se harmonizam, se relacionam de maneira lógica. Quando não há coerência, o texto fica sem sentido e não é possível extrair dele conclusões. COESÃO TEXTUAL A coesão relaciona-se com o micro- texto, isto é, tem palavras que estabelecem as ligações de idéias. A coesão é importante para estabelecer a coerência de um texto, mas esta não depende unicamente daquela. Observemos esta última frase. Nela falamos sobre coesão e coerência, mas para evitar repetições empregamos as palavras esta e aquela com referência às anteriores, isto é, o trabalho de coesão de um texto. A palavra isto, da anterior, substitui todos os dizeres colocados antes dela na frase. Também é um termo coesivo. Daí pode-se dizer que as palavras coesivas podem substituir outras para evitar a repetição. Pode-se fazer a substituição de um só termo ou até mesmo de um trecho de texto. Este mecanismo de coesão é denominado referencial. Referência - A chamada coesão referencial manifesta-se através da estrutura anafórica e da catafórica. Anáfora – É um termo que evita a repetição de outro. Realiza-se por meio de pronomes pessoais de 3° pessoa e os demais pronomes; também por numerais, advérbios e artigos. Ex.- O jardineiro molhou as plantas. Elas estão crescendo muito. João e Pedro trabalham muito, Márcio, porém, não o faz. Catáfora - Termo que antecipa outro 1

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__________________________________________________________________________________________GRUPO EDUCACIONAL FORTIUM

PROF. ALINE [email protected] DE EXERCÍCIOS

__________________________________________________________________________________________TEXTO

A origem da palavra texto está no vocábulo “tecer”, ou seja, criar um texto é tecer palavras, idéias para que elas constituam um sentido lógico. Sendo assim, um amontoado de frases justapostas não necessariamente será um texto, só o será se entre elas houver uma relação lógica. O sentido de um texto não advém da soma de frases que o constituem, mas decorre do todo, numa organização macrotextual (coerência) e microtextual (coesão).O texto escrito se processa segundo algumas normas do nosso conhecimento lingüístico que nos prepara para captarmos o máximo possível, já que é muito difícil absorvermos a sua totalidade. Para a compreensão, contribui o nosso conhecimento lexical (das palavras), o sintático (da gramática, das relações entre as palavras) e o sintático-semântico (da construção dos elos coesivos). Um texto deve apresentar uma correlação lógica das idéias – coerência - e dos termos de ligação – coesão.

COERÊNCIA TEXTUAL

A coerência textual está ligada ao nível semântico e cognitivo, isso quer dizer que em um texto as afirmações que se fazem devem ter um fundo de verdade em relação ao próprio texto e em relação ao mundo real. A coerência de um texto está ligada à sua organização como um todo, em que devem ser delimitados o início, o meio e o fim e à adequação da linguagem ao tipo de texto.

Observe o seguinte exemplo:“Há fatores que restringem, hoje, o alcance da

globalização da informação. Mas se todas as pessoas têm acesso à Internet, é o bastante para que tal fenômeno adquira grande importância social e mesmo política”. Ora, não são todas as pessoas que têm acesso à Internet. Tal afirmação não é verdadeira, porque generaliza de forma enganosa. É preciso estar sempre atento às generalizações – tudo, todos, nunca, sempre, apenas, somente – em geral não correspondem à coerência exigida de um texto objetivo.Preste atenção!

Um texto é coerente quando as idéias e situações que apresentam se harmonizam, se relacionam de maneira lógica. Quando não há coerência, o texto fica sem sentido e não é possível extrair dele conclusões.

COESÃO TEXTUAL

A coesão relaciona-se com o micro-texto, isto é, tem palavras que estabelecem as ligações de idéias. A coesão é importante para estabelecer a coerência de um texto, mas esta não depende unicamente daquela.

Observemos esta última frase. Nela falamos sobre coesão e coerência, mas para evitar repetições empregamos as palavras esta e aquela com referência às anteriores, isto é, o trabalho de coesão de um texto. A palavra isto, da anterior, substitui todos os dizeres colocados antes dela na frase. Também é um termo coesivo. Daí pode-se dizer que as palavras coesivas podem substituir outras para evitar a repetição. Pode-se fazer a substituição de um só termo ou até

mesmo de um trecho de texto. Este mecanismo de coesão é denominado referencial.

Referência - A chamada coesão referencial manifesta-se através da estrutura anafórica e da catafórica.

Anáfora – É um termo que evita a repetição de outro. Realiza-se por meio de pronomes pessoais de 3° pessoa e os demais pronomes; também por numerais, advérbios e artigos.Ex.- O jardineiro molhou as plantas. Elas estão crescendo muito. João e Pedro trabalham muito, Márcio, porém, não o faz.

Catáfora - Termo que antecipa outro a ser

mencionado.Realiza-se através de pronomes demonstrativos ou indefinidos, ou de nomes genéricos, mas também, por meio das demais espécies de pronomes, de advérbios e de numerais.

Ex - Aqui o clima é muito louco. Brasília é uma cidade muito estranha.

Só queremos isto: a vitória.Observe que os itens coesivos referenciais não podem

ser interpretados semanticamente por si mesmo, sem que se faça a vinculação com os termos pressupostos.

OBS - Ainda com relação à analise do sistema de referencia estabelecida em um determinado texto, é importante destacarmos que o estabelecimento de referência tanto pode se dar entre elementos do próprio texto (referência endofórica) – quanto entre elementos não expressos no texto (referência exofórica), que fazem parte da realidade externa.

Ex - Você não se arrependerá de ter feito aquela compra. (referência exofórica) Valério e Cristina são namorados há um ano. Eles se conheceram no segundo ano colegial. (referência endofórica)

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO- Aspectos importantes:

Compreender um texto significa entender o seu sentido, apreender a situação, o fato, a narração, a tese a nós expostos. A interpretação de um texto é a capacidade de conseguir desenvolver em outras palavras a idéia do texto. É, portanto, parafraseá-lo ou reescrevê-lo, as palavras são modificados, mas a idéias principal não é alterada. Para se interpretar bem um texto, é importante uma boa leitura.

Para se entender um texto é necessário uma leitura atenta, em que se notem as suas sutilezas e superficialidades. É conveniente marcar as idéias principais e estar atento às entrelinhas, aos detalhes e ao todo do texto.

A análise é a capacidade de desdobramento do tópico frasal em partes constitutivas do texto, adquirindo conhecimento entre suas relações mutuas e verificação da organização como peça única da mensagem. A partir da análise textual é possível fazer inferências, que são informações que não estão explicitamente no texto, estão, sim, nas entrelinhas ou exige um conhecimento extratextual. A inferência é a passagem, através de regras válidas, do antecedente ao conseqüente de um argumento, infere-se uma

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conclusão através de uma premissa, para criar um argumento. Síntese é a capacidade de colocar em ordem os

pensamentos essenciais do autor, utilizando-se das idéias principais dos parágrafos, que são as que normalmente sintetizam as idéias do texto. A síntese manifesta-se pela reconstituição do todo, decomposto pala análise, eliminando-se o que é secundário e acessório e fixando-se no essencial.

A Paráfrase é a imitação de um texto. Nela reescrevemos com nossas palavras as idéias do texto original. Também se costumam fazer inversões das estruturas frasais do texto reescrito, é muitom utilizada em sínteses e resumos. Segundo Garcia , a paráfrase corresponde a uma espécie de tradução dentro da própria língua , em que se diz, de maneira mais clara, num texto B o que contém um texto A, sem comentários marginais, sem nada a acrescentar e sem nada omitir do que seja essencial, tudo feito com outros torneios de frase e, tanto quanto possível , com outras palavras, de tal forma que a nova versão - que pode ser sucinta sem deixar de ser fiel – evidencie o pleno entendimento do texto original.

Existem vários recursos que permitem organizar as idéias com a finalidade de desenvolver um raciocínio e fundamentar conclusões. Dentre esses recursos, podemos citar o método da indução e o da dedução, tanto para produzir, quanto para interpretar um texto:

- Dedução – O parágrafo será iniciado por uma idéia principal, logo em seguida desenvolvido com idéias secundárias. Ex. Enquanto não existir a norma que regulamenta algum direito constitucional, o cidadão ou grupos de cidadãos poderá utilizar o mandado de injunção para garantir o exercício do direito. Se existe um direito constitucional, e a autoridade publica se nega a respeitá-lo por que não existe uma lei que o regulamente, a pessoa prejudicada entra com mandado de injunção perante a justiça , e a decisão do juiz, resolvendo aquele caso concreto, fica valendo como lei para as partes.

Observe que a parte em negrito é idéia principal e as idéias posteriores são as secundárias, ou seja, foi lançada uma idéia genérica e em seguida essa idéia foi desenvolvida, trabalhando, assim, com método dedutivo.

- Indução – O método indutivo particulariza as idéias no início do parágrafo para, ao seu final, lançar a idéia principal genérica.

Ex. O povo não tinha liberdade para decidir o que seria melhor para si, sobvre a própria vida. Sua liberdade de manifestação do pensamento foi cerceada por medidas de repressão, as leis foram-lhe impostas por uma minoria opressora, ficou a mercê de governantes ditadores. Essa foi a situação do povo brasileiro durante o período de ditadura militar.

Existem casos, também, em que a idéia principal não está explícita, está, sim, diluída ou implícita. Nesse caso, após uma leitura atenta do parágrafo, temos de construir a idéia principal, que não estaria expressa claramente, como no exemplo:

EX. Na Idade Média, as aulas da Universidade de Paris começavam às cinco horas da manhã. As primeiras atividades constavam de palestras do dia. Após várias palestras regulares, havia pequeno lanche; depois os estudantes gastavam 10 ou 12 horas diárias com os professores, assistindo as aulas até à tardinha, quando ocorriam eventos esportivos . Depois dos esportes, o dia

escolar prosseguia: assistiam ainda, as tarefas de copiar, recopiar e memorizar notas, até a luz permitir. Havia pouco intervalo no calendário escolar; as férias do Natal eram aproximadamente três semanas, e as férias de verão, apenas de um mês.

# Idéia principal implícita – “o dia escolar medieval exigia muita dedicação”.

Com base para o esquema das idéias gerais do parágrafo, podemos formular a idéia princiapal: O longo dia escolar na Universidade de Paris, durante a Idade Média, requeria muita dedicação dos estudantes. A idéia principal está implícita de forma clara no parágrafo, basta para tal que façamos um esquema das idéias desenvolvidas.

OBS- É POSSÍVEL CONSTATAR QUE, EM GERAL, A IDÉIA PRINCIPAL DILUIDA É MAIS COMUM NOS PARÁGRAFOS NARRATIVOS OU DESCRITIVOS.

O PARÁGRAFO“O parágrafo é uma unidade de composição constituído por um ou mais períodos e que se desenvolve determinada idéia central ou nuclear, a que se agregam outras secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.”

GARCIA, Otthon M. Comunicação em prosa moderna.RJ:FGV, 1978

O parágrafo-padrão dos textos dissertativos apresenta a seguinte estrutura:- Introdução - também chamada tópico frasal, é constituída de uma ou duas frases curtas, que expressam de maneira sintética, a idéia principal do parágrafo e definem seu objetivo.- Desenvolvimento - corresponde a uma ampliação do tópico frasal, com apresentação de idéias secundárias que o fundamentam ou o esclarecem.- Conclusão - nem sempre presente, especialmente nos parágrafos mais curtos em simples, a conclusão retoma a idéia central, levando em consideração os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento.

Exemplo:

[idéia-núcleo] A poluição que se verifica principalmente nas grandes capitais do país é um problema relevante, em que a solução necessária é uma ação conjunta de toda a sociedade. [idéias secundárias] O governo, por exemplo, deve rever sua legislação de proteção ao meio ambiente, ou fazer valer as leis em vigor; o empresariado pode dar a sua contribuição, instalando filtros de controle dos gases e líquidos expelidos; e a população, utilizando menos o transporte individual e aderindo aos programas de rodízio de automóveis e caminhões, como já ocorre em São Paulo. [conclusão] Medidas que venham excluir qualquer um desses setores da sociedade tendem a ser inócuas no combate à poluição e a apenas onerar as contas públicas.

Observe que todo o parágrafo se organiza em torno do primeiro período, que expõe o ponto de vista do autor sobre como combater a poluição . O segundo período desenvolve e fundamenta a idéia-núcleo, apontando a forma como cada um dos setores envolvidos podem contribuir. O último período conclui o parágrafo, reforçando a idéia-núcleo.

ORIENTAÇÕES PARA AS QUESTÕES DE TEXTO

1- Ler duas vezes o texto. A primeira para ter noção

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do assunto, a segunda para prestar atenção às partes. Lembrar-se de que cada parágrafo desenvolve uma idéia.

2- Ler duas vezes o comando da questão para saber o que realmente se pede.

3- Ler duas vezes cada alternativa para eliminar o que é absurdo.

4- Se o comando pede a idéia principal ou tema, normalmente deve situar-se no primeiro ou no último parágrafo- introdução ou conclusão.

5- Se o comando busca argumentação, deve localizar-se nos parágrafos intermediários – desenvolvimento.

6- Durante a leitura, sugere-se sublinhar o que for mais significativo e/ou fazer observações à margem do texto.

__________________________________________________STF MÉDIO - 2008

Texto para os itens de 1 a 121 Um lugar sob o comando de gestores, onde os funcionários são orientados por metas, têm o desempenho avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela eficiência na execução de suas tarefas, 5pode parecer tudo — menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas das práticas implantadas com sucesso em um grupo de escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A experiência chama a atenção pelo impressionante progresso dos estudantes depois que ingressaram ali.11 Como é praxe no local, o avanço foi quantificado.Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo Ministério da Educação. Em poucas escolas 18públicas brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma característica que as distingue das demais: elas são administradas por uma parceria entre o governo e uma associação formada por empresários da região. Os professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas dos 23alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é concedido bônus no salário.

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).Com referência às idéias e às estruturas lingüísticas do texto acima, julgue os itens a seguir.1 Na linha 22, o sinal de dois-pontos é empregado para indicar que, subseqüentemente, há uma explicação.2 O emprego de vírgula logo após “alunos” (l.23) justifica-se por isolar elementos de mesma função gramatical.3 As formas verbais “têm” (l.2) e “recebem” (l.3) estão no plural para concordar com o antecedente “gestores” (l.1).4 O termo “Pois” (l.6) estabelece uma relação de causa entre as informações anteriores e as do período em que esse termo se apresenta.5 O termo “ali” (l.10) refere-se ao antecedente “um grupo de escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco” (l.7 e 8).6 Predomina no fragmento o tipo textual narrativo ficcional.7 Os pronomes “as” e “elas”, ambos na linha 18, referem-se a “escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco” (l.7).

Tendo o texto precedente como referência inicial e considerando o atual cenário educacional brasileiro, julgue os itens que se seguem.

8 O texto confirma uma verdade conhecida há tempos: no Brasil, o principal problema da educação básica é a falta de vagas nas escolas públicas.9 Muitos especialistas acreditam que a inexistência de uma lei geral da educação, que estabeleça as diretrizes e fixe as bases para a organização do sistema educacional, seja a razão principal dos problemas vividos pelo setor.10 Em linhas gerais, os procedimentos administrativos e pedagógicos adotados nas escolas pernambucanas citadas no texto assemelham-se significativamente aos que são praticados na maioria das redes estaduais e municipais de educação brasileiras.11 Os mecanismos de avaliação hoje existentes demonstram a persistência de graves problemas na educação brasileira, os quais, ainda que atingindo mais fortemente a escola pública, também afetam a rede privada.12 Infere-se do texto que a melhoria do desempenho na educação resulta de um conjunto de ações e de atitudes, entre as quais se situam o planejamento e a avaliação sistemática de alunos e docentes.

Texto para os itens de 13 a 221 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bemdistante das estatísticas que apontam para uma taxa de desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu mercado de trabalho nas mãos de 5empreendedores locais, formais e informais. Cerca de 30 cidades devem integrar esse Brasil fora das estatísticas. São exceções e prova viva da força empreendedora do interior e de seu papel empregador. E representam, ainda, a força do 10agronegócio, o avanço ao consumo da classe C e os efeitos na economia dos programas de transferência de renda, afirmou Luiz Carlos Barboza, diretor do SEBRAE Nacional.

O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).Com relação ao texto acima, julgue os itens a seguir.13 O emprego de vírgula após “Barboza” (l.13) justifica-se por isolar o aposto subseqüente.14 De acordo com as informações do texto, há cerca de 30 cidades que não são contabilizadas nas estatísticas oficiais sobre desemprego.15 Segundo os dados estatísticos apresentados no texto, os beneficiados pelos programas de transferência de renda integram o contingente de empregados.16 O primeiro período do texto tem natureza nominal.17 A oração que se inicia com “que” (l.2) é adjetiva explicativa.

Tendo o texto de O Globo como referência inicial e considerando aspectos marcantes da realidade brasileira contemporânea, julgue os itens subseqüentes.18 O texto sugere que a ausência de mobilidade social e o fraco dinamismo da economia emperram a ampliação do mercado consumidor brasileiro.19 A despeito de problemas que ainda não foram superados, a existência do MERCOSUL indica o esforço do Brasil e de seus parceiros de bloco para a inserção mais vantajosa da região na economia mundial globalizada.20 O modelo de desenvolvimento econômico adotado pelo Brasil repete, na atualidade, a prática consagrada no início da industrialização, ou seja, a concentração das atividades em poucas regiões e em algumas capitais.21 Mencionado no texto, o agronegócio corresponde a um conjunto de atividades econômicas ligadas ao campo que, nos dias de hoje, desempenha importante papel na pauta de exportações do Brasil.22 Depreende-se do texto que programas oficiais de

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transferência de renda, dos quais o Bolsa Família é exemplo, contribuem para a dinamização da economia brasileira.___________________________________________

1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A nova estimativa do consumo das famílias é 5uma das principais mudanças nas perspectivas para a economia brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado em 6,2%.11 O aumento do emprego e os programas de transferência de renda continuam a beneficiar mais as famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar proporcionalmente mais do que o das famílias de renda mais alta. A oferta de crédito, igualmente, atinge mais diretamente essa faixa.O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).Considerando o texto acima, julgue os itens que se seguem.23 Em “tende a aumentar” (l.13 e 14), não há sinal indicativo de crase porque antes de forma verbal não se emprega artigo definido feminino.24 A eliminação de “do” em “mais do que” (l.14) prejudica a correção gramatical do período.25 De acordo com os sentidos do texto, de dezembro do ano passado até hoje, houve uma modificação nas perspectivas para a economia brasileira no que se refere ao consumo.26 A partícula “se”, em “tornando-se” (l.2), indica que o sujeito da oração correspondente é indeterminado.27 Na linha 7, o emprego do sinal indicativo de crase em “às previsões” justifica-se pela presença de preposição, exigida pela locução “em relação”, e pelo emprego de artigo definido feminino plural antes de “previsões”.

GABARITO PRELIMINAR 1-V, 2-V, 3-F, 4-F, 5-V, 6-F, 7-V, 8-F, 9-F, 10-F, 11-V, 12-V, 13-V, 14-F, 15-F, 16-V, 17-F, 18- F, 19-V, 20-F, 21-V, 22-V, 23-V, 24-F, 25-V, 26-F, 27-V

STF SUPERIOR ( REVISOR DE TEXTO) 2008

1Hoje o sistema isola, atomiza o indivíduo. Por issoseria importante pensar as novas formas de comunicação. Mas o sistema também nega o indivíduo. Na economia, por exemplo, mudam-se os 5valores de uso concreto e qualitativo para os valores de troca geral e quantitativa. Na filosofia aparece o sujeito geral, não o indivíduo. Então, a diferença é uma forma de crítica. Afirmar o indivíduo, não no sentido neoliberal e egoísta, mas 10no sentido dessa idéia da diferença é um argumento crítico. Em virtude disso, dessa discussão sobre a filosofia e o social surgem dois momentos importantes: o primeiro é pensar uma comunidade autoreflexiva e confrontar-se, assim, 15com as novas formas de ideologia. Mas, por outro lado, a filosofia precisa da sensibilidade para o diferente, senão repetirá apenas as formas do idêntico e, assim, fechará as possibilidades do novo, do espontâneo e do 20autêntico na história. Espero que seja possível um diálogo entre as duas posições em que ninguém tem a última palavra.Miroslav Milovic. Comunidade da diferença. Relume Dumará, p. 131-2 (com adaptações).

Com referência às idéias e às estruturas lingüísticas do texto acima, julgue os itens a seguir.1 Depreende-se do texto que “pensar as novas formas de comunicação” (l.2) significa isolar ou atomizar o indivíduo.

2 Preservando-se a correção gramatical do texto, bem como sua coerência argumentativa, a forma verbal “mudam-se”(l.4) poderia ser empregada também no singular.3 O conectivo “Então” (l.7) estabelece uma relação de tempo entre as idéias expressas em duas orações.4 A partir do desenvolvimento das idéias do texto, conclui-se que a palavra “crítico” (l.11) está sendo empregada como crucial, perigoso.5 O emprego de “Em virtude disso” (l.11) mostra que,imediatamente antes do termo “o social” (l.12) estásubtendida a preposição de, que, se fosse explicitada, teriade ser empregada sob a forma do.6 A expressão “por outro lado” (l.15) explicita a caracterização do segundo dos “dois momentos importantes”(l.12-13).7 Como o último período sintático do texto se inicia pela idéia de possibilidade, a substituição do verbo “tem” (l.20) portenha, além de preservar a correção gramatical do texto, ressaltaria o caráter hipotético do argumento.___________________________________________1 O agente ético é pensado como sujeito ético, isto é, como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como um ser livre que escolhe o que faz e como um ser responsável que responde pelo que faz. 5A ação ética é balizada pelas idéias de bem e de mal, justo e injusto, virtude e vício. Assim, uma ação só será ética se consciente, livre e responsável e será virtuosa se realizada em conformidade com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre e só o será 10se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão interior do próprio agente e não de uma pressão externa. Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana apenas do interior do sujeito) e 15a heteronomia dos valores morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao sujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o agente reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o autor 20desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso, ele será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo sua própria lei de ação.Marilena Chaui. Uma ideologia perversa.In: Folhaonline, 14/3/1999 (com adaptações).Julgue os seguintes itens, a respeito da organização das estruturas lingüísticas e das idéias do texto acima.8 Depreende-se do texto que “agente” e “sujeito”, ambos na linha 1, não são sinônimos, embora possam remeter ao mesmo indivíduo.9 De acordo com as relações argumentativas do texto, se uma ação não for “virtuosa” (l.8), ela não resulta de decisão interior; se não for “ética” (l.7), ela não será consciente, livre e responsável.10 É pela acepção do verbo levar, em “leva a perceber” (l.12), que se justifica o emprego da preposição “a” nesse trecho, de tal modo que, se for empregado o substantivo correspondente a “perceber”, percepção, a preposição continuará presente e será correto o emprego da crase: à percepção.11 Os sinais de parênteses nas linhas de 16 têm a função de organizar as idéias que destacam e de inseri-las na argumentação do texto; por isso, sua substituição pelos sinais de travessão preservaria a coerência textual e a correção do texto, mas, na linha 16, o ponto final substituiria o segundo travessão.12 A expressão “Esse conflito” (l.16) tem a função textual de recuperar a idéia de “heteronomia” (l.13).13 A organização das idéias no texto mostra que, em suas duas ocorrências, o pronome “ele”, na linha 19, refere-se textualmente a “agente” (l.17).

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_________________________________________1 Aceitar que somos indeterminados naturalmente, que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que disso decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes é muito difícil. 5Significa aceitarmos que há algo muito precário na condição humana. Parte pelo menos dessa precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade. Porém nem mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se imagina. Ela implica responsabilidades.11 Parece que se busca conforto na condição de coisa. Se eu for objeto, isto é, se eu for natureza, meus males independem de minha vontade. Aliás, o que está em discussão não é tanto o que os causou, 15mas como resolvê-los: se eu puder solucioná-los com um remédio ou uma cirurgia, não preciso responsabilizar-me, a fundo, por eles. Tratarei a mim mesmo como um objeto.

A postura das ciências humanas e da 20psicanálise é outra, porém. Muito da experiência humana vem justamente de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta em 25sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto.Roberto Janine Ribeiro. A cultura ameaçada pela natureza.Pesquisa Fapesp Especial, p. 40 (com adaptações).Considerando o texto acima, julgue os itens subseqüentes.14 O emprego de verbos e pronomes como “somos” (l.1), “se busca” (l.11), “eu” (l.12) e “minha” (l.13) mostra que os argumentos se opõem pela ligação de alguns a um sujeito coletivo e, de outros, a um sujeito individual, associando o coletivo a sujeito social e o individual a objeto, coisa.15 As orações que precedem “é” (l.4) constituem o sujeito que leva esse verbo para o singular.16 A substituição de primeira pessoa do plural em “aceitarmos” (l.5) pela forma correspondente não-flexionada, aceitar, manteria coerente a argumentação, mas provocaria incorreção gramatical.17 Dadas as relações de sentido do texto, os dois últimos períodos do primeiro parágrafo poderiam ser ligados pelo termo porque. Nesse caso, o ponto final que encerra o primeiro desses períodos deveria ser retirado e o termo “Ela” (l.9) deveria ser escrito com letra minúscula.18 A função sintática exercida por “a mim mesmo”, em “Tratarei a mim mesmo” (R.17) corresponde a me e, por essa razão, também seria gramaticalmente correta a seguinte redação: Tratarei-me.19 O deslocamento do travessão na linha 23 para logo depois de “profissionalmente” (l.24) preservaria a correção gramatical do texto e a coerência da argumentação, com a vantagem de não acumular dois sinais de pontuação juntos.__________________________________________Texto para os itens de 81 a 951 Sempre sei, realmente. Só o que eu quis, todo o tempo, o que eu pelejei para achar, era uma só coisa — a inteira — cujo significado e vislumbrado dela eu vejo que sempre tive. A que era: que existe uma 5receita, a norma dum caminho certo, estreito, de cada uma pessoa viver — e essa pauta cada um tem — mas a gente mesmo, no comum, não sabe encontrar; como é que, sozinho, por si, alguém ia poder encontrar e saber? Mas, esse norteado tem. 10Tem que ter. Se não, a vida de todos ficava sendo sempre o confuso dessa doideira que é. E que: para cada dia, e cada hora, só uma ação possível da gente é que consegue ser a certa. Aquilo está no encoberto; mas, fora dessa conseqüência, tudo o que eu fizer, o 15que o senhor fizer, o que o beltrano fizer, o que todo-o-mundo fizer, ou deixar de fazer, fica sendo falso, e é o errado. Ah, porque

aquela outra é a lei, escondida e vivível, mas não achável, do verdadeiro viver: que para cada pessoa, sua continuação, já foi 20projetada, como o que se põe,em teatro, para cada representador — sua parte, que antes já foi inventada, num papel... Ora, veja. Remedêio peco com pecado? Me tôrço!Com essa sonhação minha, compadre meu 25Quelemém concorda, eu acho. E procurar encontrar aquele caminho certo, eu quis, forcejei; só que fui demais, ou que cacei errado. Miséria em minha mão. Mas minha alma tem de ser de Deus: se não, como é que ela podia ser minha? O senhor reza 30comigo. A qualquer oração. Olhe: tudo o que não é oração, é maluqueira... Então, não sei se vendi? Digo ao senhor: meu medo é esse. Todos não vendem? Digo ao senhor: o diabo não existe, não há, e a ele eu vendi a alma... Meu medo é este. A 35quem vendi? Medo meu é este, meu senhor: então, a alma, a gente vende, só, é sem nenhum comprador...Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas. Rio deJaneiro: Nova Fronteira, 19.ª ed., 2001, p. 500-01. Considerando a liberdade da produção literária diante da prescrição gramatical, julgue os itens seguintes, relativos às idéias e estruturas lingüísticas do fragmento de texto acima.81 O vocábulo “que” tem a mesma classificação morfossintática nas seguintes ocorrências: “cujo significado e vislumbrado dela eu vejo que sempre tive” (l.3-4); “A que era: que existe uma receita, a norma dum caminho certo” (l.4-5); “só uma ação possível da gente é que consegue ser a certa” (l.12-13).82 O emprego da vírgula em “Mas, esse norteado tem” (l.9) atende à prescrição gramatical no que se refere a textos escritos na modalidade padrão da língua portuguesa.83 Os termos “essa pauta”, em “e essa pauta cada um tem” (l.6-7), e “dessa doideira”, em “ficava sendo sempre o confuso dessa doideira que é” (l.10-11), remetem ao mesmo referente no texto.84 Na linha 8, caso o verbo “encontrar” viesse seguido de complemento, o emprego da forma pronominal -la atenderia às regras de coesão e coerência textuais.85 Nos trechos: “como é que, sozinho, por si, alguém ia poder encontrar e saber?” (l.8-9); “a vida de todos ficava sendo sempre o confuso dessa doideira que é” (l.10-11) e “como é que ela podia ser minha?” (l.29), as formas verbais que estão no pretérito imperfeito do indicativo poderiam ser corretamente empregadas, do ponto de vista gramatical, no futuro do pretérito.

Ainda em relação às estruturas lingüísticas desse texto, julgue os itens que se seguem.86 Em “que eu pelejei para achar” (l.2), o pronome relativo introduz oração subordinada adjetiva restritiva e exerce função sintática de objeto direto na oração subordinada adverbial.87 No primeiro parágrafo, o travessão é empregado para enfatizar trechos que representam a conclusão de uma seqüência de idéias.88 Nos trechos “Tem que ter” (l.10) e “Mas minha alma tem de ser de Deus” (l.26-27), observa-se variação no emprego da locução verbal, sendo típica da variedade não-padrão da língua portuguesa a estrutura utilizada no primeiro trecho.89 A conjunção coordenativa, na introdução dos trechos “E que: para cada dia, e cada hora, só uma ação possível da gente é que consegue ser a certa” (l.11-12) e “E procurar encontrar aquele caminho certo, eu quis, forcejei” (l.24-25), expressa uma relação semântica contextual de oposição.90 O trecho “Com essa sonhação minha, compadre meu Quelemém concorda, eu acho” (l.25) corresponde, na ordem direta (sujeito – verbo – complemento verbal), a: Eu acho que

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o compadre meu Quelemém concorda com essa sonhação minha.91 O sentido do segmento “então, a alma, a gente vende, só, é sem nenhum comprador” (l.34-35) equivale a então, a gente só vende a alma sem comprador.

Tendo como base as relações semânticas e os elementos estruturais do texto, julgue os itens subseqüentes.

92 No trecho “como o que se põe, em teatro, para cada representador — sua parte, que antes já foi inventada, num papel” (l.23), o sintagma “sua parte” é o conteúdo referencial do pronome demonstrativo “o”.GABARITO PRELIMINAR- 1-F,2-V, 3-F, 4-F, 5-F, 6-V, 7-V, 8-V, 9-F, 10-V, 11-V, 12- F, 13-V, 14-F, 15-V, 16-F, 17-V, 18-F, 19-F, 81-F, 82-F, 83-F, 84-V, 85-V, 86-V, 87-F,88-F,89-F, 90-V, 91-F, 92-V

__________________________________________________________________________________________

TJDF 2008 (SUPERIOR)_____________________________________________

TEXTO I

1 Agora olhavam as lojas, as toldas, a mesa do leilão. E conferenciavam pasmados. Tinham percebido que havia muitas pessoas no mundo. Ocupavam-se em descobrir uma enorme quantidade de objetos. Comunicaram baixinho um ao outro as surpresas que os enchiam. Impossível imaginar tantas maravilhas juntas. O menino mais novo teve uma dúvida e apresentou-a timidamente ao irmão. Seria que aquilo tinha sido feito por gente? O menino mais velho hesitou, espiou as 5lojas, as toldas iluminadas, as moças bem vestidas. Encolheu os ombros. Talvez aquilo tivesse sido feito por gente. Nova dificuldade chegou-lhe ao espírito, soprou-a no ouvido do irmão. Provavelmente aquelas coisas tinham nomes. O menino mais novo interrogou-o com os olhos. Sim, com certeza as preciosidades que se exibiam nos altares da igreja e nas prateleiras das lojas tinham nomes. Puseram-se a discutir a questão intrincada. Como podiam os homens guardar tantas palavras? Era impossível, ninguém conservaria tão grande soma de conhecimentos. Livres dos nomes, as coisas ficavam distantes, misteriosas. Não tinham sido feitas por gente. E os indivíduos que mexiam nelas cometiam imprudência. Vistas de longe, eram bonitas. Admirados e medrosos, falavam baixo para não desencadear as forças estranhas que elas porventura encerrassem.

Graciliano Ramos. Vidas secas. São Paulo: Martins, 1972, p.125.

No texto apresentado acima, dois personagens do romance Vidas Secas, o menino mais velho e o menino mais novo, deixam a fazenda em que seu pai trabalhava como vaqueiro, para irem à festa de Natal em uma pequena cidade. Com base nessas informações e no fragmento do texto de Graciliano Ramos, julgue os itens subseqüentes.

1 No texto acima, pela linguagem literária, o autor aborda uma questão universal — a construção do conhecimento do mundo pelo homem por meio da nomeação dos objetos —, a partir da narrativa de uma experiência particular dos personagens — a primeira visita de dois meninos a uma pequena cidade.2 No trecho “Talvez aquilo tivesse sido feito por gente” (L.4), o verbo concorda com “gente”, sujeito da oração na voz passiva.3 O emprego da linguagem figurada, como em “soprou-a no ouvido do irmão” (L.6), e a ausência do discurso direto confirmam o que está evidente no trecho “O menino mais novo interrogou-o com os olhos” (L.7), isto é, que em ambos os momentos a comunicação entre os dois personagens prescinde da linguagem verbal.

4 No trecho “as preciosidades que se exibiam nos altares da igreja e nas prateleiras das lojas tinham nomes” (L.7), os objetos religiosos e as mercadorias estão reunidos sob a designação comum de “nomes”, o que está de acordo com a associação feita pelos meninos entre as coisas espirituais e as coisas “feitas por gente” (L.4).5 Considerando-se a linguagem usada pelo escritor para narrar a experiência dos meninos na cidade, é correto afirmar que a questão abordada no texto pode ser considerada “intrincada” (L.8) não apenas para os personagens, mas também para o autor e o leitor.

TEXTO II

1 Os seres humanos, nas culturas orais primárias, não afetadas por qualquer tipo de escrita, aprendem muito, possuem e praticam uma grande sabedoria, porém não “estudam”. Eles aprendem pela prática — caçando com caçadores experientes, por exemplo —, pelo tirocínio, que constitui um tipo de aprendizado; aprendem ouvindo, repetindo o que ouvem, dominando profundamente provérbios e modos de combiná-los e recombiná-los, assimilando outros materiais formulares, participando de um tipo de retrospecção coletiva — não pelo estudo no sentido estrito.6 Quando o estudo, no sentido estrito de análise seqüencial ampla, se torna possível com a interiorização da escrita, uma das primeiras coisas que os letrados freqüentemente estudam é a própria linguagem e seus usos. A fala é inseparável da nossa consciência e tem fascinado os seres humanos, além de trazer à tona reflexões importantes sobre ela própria, desde os mais antigos estágios da consciência, muito tempo antes do surgimento da escrita.Walter Ong. Oralidade e cultura escrita. Papirus, 1998, p. 17 (com adaptações).

A partir da organização do texto acima, julgue os seguintes itens.

6 O desenvolvimento da argumentação do texto permite que se empregue tanto “afetadas” (L.1) quanto a correspondente flexão de masculino, afetados, sem que seja prejudicada a correção gramatical.7 As regras de pontuação da língua portuguesa são respeitadas tanto substituindo-se os travessões, nas linhas 2 e 3, por parênteses, como substituindo-se o primeiro deles por vírgula e eliminando-se o segundo.8 Na linha 5, o emprego de “pelo”, regendo “estudo”, indica que está subentendida, antes dessa contração, a forma verbal aprendem, como utilizado na linha 2.9 Na linha 8, mesmo que o verbo que antecede a locução adverbial “à tona” não exigisse objeto regido pela preposição a, como exige esse emprego do verbo “trazer”, o sinal indicativo de crase seria obrigatório nesse contexto.

6

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TEXTO III

1 Os sistemas simbólicos e, particularmente, a língua exercem um papel fundamental na comunicação entre os sujeitos e no estabelecimento dos significados compartilhados, que permitem interpretações dos objetos, eventos e situações do mundo real. Na ausência de um sistema de signos compartilhado e articulado, como a língua humana, somente o tipo de comunicação mais primitivo e limitado é possível. O surgimento do pensamento verbal e da língua como sistema de signos é crucial no desenvolvimento da espécie humana, momento mesmo em que o biológico transforma-se no histórico e em que emerge a centralidade da mediação simbólica na constituição do psiquismo humano.

Martha Kohl de Oliveira. História, consciência e educação. In: Viver Mente&Cérebro. Edição Especial, 2005, p. 10 (com adaptações).

Julgue os seguintes itens, a respeito da organização das idéias no texto acima.

10 Na linha 1, a retirada do advérbio “particularmente” e das vírgulas que o demarcam preservaria a correção gramatical do texto, mas prejudicaria suas relações semânticas, pois permitiria a interpretação de que a língua não faz parte dos “sistemas simbólicos”.11 Na linha 2, o pronome relativo “que” retoma o antecedente “os sujeitos”; por essa razão, a forma verbal “permitem” está no plural.12 A flexão de singular em “é crucial” (l.5) admite a substituição pelo plural correspondente, são cruciais, sem prejuízo da coerência ou da correção do texto, porque o sujeito da oração é composto por dois núcleos, “pensamento verbal” e “língua”.

GABARITO- 1-V, 2-F, 3-F, 4-V, 5-V, 6-V, 7-F, 8-V, 9-V, 10-V, 11-F, 12-F __________________________________________TJDF 2008 (nível médio)TEXTO I-

Observando-se o Brasil de hoje, o que salta à vista é um organismo em franca e ativa transformação e que não se sedimentou ainda em linhas definidas; que não tomou forma. É verdade que em alguns setores aquela transformação já é profunda e é diante de elementos própria e positivamente novos que nos encontramos. Mas isto, apesar de tudo, é excepcional. Na maior parte dos exemplos, e no conjunto, em todo caso, atrás daquelas transformações que às vezes podem iludir, sente-se a presença de uma realidade já muito antiga que até nos admira de achar aí e que não é senão aquele passado colonial. (...) Se vamos à essência de nossa formação, veremos que na realidade nos constituímos para fornecer açúcar, tabaco, alguns outros gêneros; mais tarde ouro e diamantes; depois algodão, e em seguida café, para o comércio europeu. Nada mais que isto. É com tal objetivo, objetivo exterior, voltado para fora do país e sem atenção às considerações que não fossem o interesse daquele comércio, que se organizarão a sociedade e a economia brasileiras. (...) Este início se gravará profunda e totalmente nas feições e na vida do país. (...) Para o economista, reconhecer o terreno nessa complexidade tremenda, destacar e isolar formas, classificá-las convenientemente, descobrir suas relações e entrosá-las num sistema geral em que se configurem os problemas reais da economia brasileira, fazer ciência em

suma, tudo isso se torna extremamente difícil, e mesmo impraticável sem uma perspectiva de conjunto e que não é outra senão a história.

Caio Prado Júnior. Caio Prado Júnior: história. São Paulo: Ática, 1982, p. 78, 94, 95 e 182 (com adaptações).

Julgue os itens a seguir, acerca das idéias e estruturas lingüísticas do texto do historiador, economista e filósofo Caio Prado Júnior apresentado acima.

1 De acordo com o texto, o Brasil, apesar de estar em “franca e ativa transformação”, mantém elementos antigos na contemporaneidade.2 Infere-se do texto que os elementos positivos de transformação da sociedade brasileira são ilusórios, pois não são efetivamente novos.3 Em relação ao conjunto do texto, as expressões “mais tarde”, “depois” e “em seguida” são marcas temporais queevidenciam a mudança dos ciclos econômicos do Brasil e, simultânea e contraditoriamente, a permanência da lógica que justifica a existência de cada um deles.4 No trecho “Este início se gravará profunda e totalmente”, o emprego do verbo no futuro do presente do indicativo indica que o autor faz uma previsão a ser ainda consumada.5 De acordo com o texto, as “feições” do país, embora não estejam ainda definidas, têm como traço principal a essência da formação nacional, isto é, o fato de o país ter vindo à existência não para si mesmo, mas para o mercado europeu.6 Segundo o autor, uma análise científica do Brasil atual, que não perca de vista a realidade brasileira, deve eliminar voluntariamente as complicações que desfiguram a formação do país e separar, classificar e isolar cada um dos elementos formadores da nacionalidade, para, assim, chegar a uma concepção histórica e linear do modo de ser brasileiro.

TEXTO

O interesse de todos é o desenvolvimento do Brasil e a oportunidade de se posicionar como líder em um momento de transição global, em que se apresentam oportunidades indiscutíveis nas áreas de agricultura, aeronáutica, mineração e petróleo. O que precisamos é manter o que está sendo construído e focar na solução dos problemas que entravem um crescimento ainda maior, com base em diagnósticos claros e profissionais — sem preconceitos.

Fábio C. Barbosa. O desenvolvimento passa pelo crédito. In: Correio Braziliense, 13/1/2008 (com adaptações).

A partir do fragmento de texto acima, julgue os itens subseqüentes.

7 O desenvolvimento da argumentação do texto permite articular os dois períodos sintáticos que constituem o texto com o conectivo Por isso; dessa forma, o segundo período sintático começaria como: Por isso, o que precisamos (...).8 A expressão “ainda maior” sugere que já está ocorrendo um grande desenvolvimento no Brasil.9 Se o teor do fragmento de texto acima apresentado fosse parte integrante de um parecer, atenderia às normas de redação oficial um parágrafo final assim redigido:

Considerando-se as necessidades mencionadas, recomenda-se:a) objetividade e clareza nos diagnósticos;

7

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b) aprimoramento das soluções apresentadas.É o parecer.

TEXTO

Por 500 anos mentiram para nós. Esconderam um dado muito importante sobre o Brasil. Disseram-nos que éramos brasileiros. Esconderam todo esse tempo o fato de que o termo brasileiro não é sinônimo de cidadania, e sim o nome de uma profissão. Brasileiro rima com padeiro, pedreiro, ferreiro. Brasileiro era a profissão daqueles portugueses que viajavam para o Brasil, ficavam alguns meses e voltavam com ouro, prata e pau-brasil, tiravam tudo o que podiam, sem nada deixar em troca. Brasileiros não vêem o Brasil como uma nação, mas uma terra a ser explorada, o mais rápido possível. Investir no país é considerado uma burrice; constituir uma família e mantê-la saudável, um atraso de vida. Só que você, caro leitor, é um brasiliano. Brasiliano rima com italiano, indiano, australiano. Brasiliano não é profissão, mas uma declaração de cidadania. São 500 anos de cultura brasileira que precisamos mudar, a começar pela nossa própria identidade, pelo nosso nome, pela nossa própria definição.

Stephen Kanitz. Brasileiros e brasilianos. In: Veja, 26/12/2007 (com adaptações).

A respeito da organização do texto acima, julgue os seguintes itens.

10 A argumentação do texto faz a distinção entre brasileiros a brasilianos: os primeiros visam à mera exploração da terra; os segundos são os verdadeiros cidadãos do Brasil.11 O desenvolvimento das idéias do texto mostra que o sujeito subentendido dos verbos “mentiram , “Esconderam” e “Disseram” são os “portugueses que viajavam para o Brasil” .12 Mantêm-se a coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se empregar Um brasileiro não vê em lugar de “Brasileiros não vêem”.13 A vírgula depois da oração “e mantê-la saudável” indica que essa oração constitui um aposto explicativo para a oração anterior.14 Para que as regras de formalidade do português fossem plenamente respeitadas, na inserção do trecho “São 500 anos de cultura brasileira que precisamos mudar” em um documento oficial, como um relatório ou parecer, por exemplo, deveria ser empregada a preposição de antes do pronome relativo em “que precisamos mudar”.

GABARITO- 1-V, 2-F, 3-V, 4-F, 5-V, 6-F, 7-V, 8-V, 9-V, 10-V, 11-F, 12-V, 13-F, 14-F,

__________________________________________MPOG 2008 (superior)

TEXTO I As chamadas cidades globais fornecem a

infraestrutura de que a economia mundial necessita para as suas transações. Fazem parte dessa infra-estrutura, entre outros, o sistema bancário, hoteleiro, de telecomunicação, bem como aeroportos, segurança. Precisa haver um número significativo de pessoas qualificadas e competentes para dar conta de todos os serviços demandados para a realização das grandes transações econômicas, manipulações das bolsas de valores,transferências bancárias, entre outras. Não é o tamanho, em termos de número de habitantes ou da área espacial ocupada,

que conta; conta sua funcionalidade em termos das manipulações financeiras, que caracterizam a era da globalização.

Nessas cidades, não há necessidade de cidadãos que cumpram deveres e tenham direitos civis, políticos e sociais. Nelas, os indivíduos são classificados de acordo com sua utilidade para agilizar transferências financeiras, repassar informações, facilitar o ganho e a estabilização dos lucros. Não cabe, nesse modelo, a visão do indivíduo com sua dignidade, sua qualidade como ser livre, ser humano,cidadão. Em lugar de cidadãos, são valorizados os prestadores de serviços.

As megacidades ou megalópoles são cidades definidas pelo número exagerado de moradores, via de regra, acima de 10 milhões de habitantes. Elas resultaram de um desenvolvimento econômico insustentável, que trouxe para as periferias urbanas grandes contingentes populacionais de áreas rurais e de outras cidades, via de regra, gerando conflitos imprevisíveis nas últimas duas ou três décadas.

As metrópoles são cidades que têm longa história e uma tradição de cidadania. Elas até agora demonstraram a capacidade de se adaptar às novas condições da economia globalizada sem perder sua especificidade histórica, política, econômica. Essas cidades têm longa tradição de cidadania, de luta e defesa dos direitos humanos.

Barbara Freitag. Cidade dos homens. Rio de Janeiro:Tempo Brasileiro, 2002, p. 216-8 (com adaptações).

Acerca de aspectos gramaticais do texto Cidade dos Homens e das idéias nele presentes, julgue os itens subseqüentes.

1 Infere-se do texto que, para que seja viabilizado o exercício da cidadania, é necessário e suficiente que uma cidade se torne uma metrópole.2 As definições apresentadas no texto são insuficientes para se concluir que, ao contrário das megacidades, todas as cidades globais e todas as metrópoles tiveram desenvolvimento sustentável.3 Mantendo-se a correção gramatical e o sentido da sentença, no trecho “o sistema bancário, hoteleiro, de telecomunicação”, a expressão sublinhada poderia receber a flexão de plural: os sistemas.4 Seria privilegiada a concisão do texto se, no trecho “Precisa haver um número significativo de pessoas qualificadas e competentes”, o segmento sublinhado fosse suprimido. Nesse caso, no entanto, seria necessária a alteração de “Precisa haver” para Precisam haver.5 A presença da conjunção “ou” na linha 10 permite que a concordância do verbo contar, na primeira ocorrência na linha 11, seja feita no singular — “conta” — ou no plural — contam.6 Atenderia à prescrição gramatical a alteração do segmento “em termos das manipulações financeiras” para relativamente as manipulações financeiras.7 O emprego da vírgula na linha 12 indica que interessa à autora do texto enfatizar que existem manipulações financeiras específicas da economia globalizada.8 O emprego do termo “até agora” pode ser interpretado como ceticismo da autora do texto em relação à continuidade da resistência das metrópoles à força do processo de globalização da economia.

TEXTO

8

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As empresas se transformaram profundamente. Modernizaram sua tecnologia e seus métodos de gestão para tornarem-se competitivas e ajustarem-se às exigências da globalização. Mexeram em seus horários em razão dos interesses da produção, mas mantiveram-se, em sua esmagadora maioria, cegas e alheias à existência da vida privada de seus empregados. Parques industriais de última geração não rimam com o impressionante atraso no tratamento do que chamam de capital humano.

Se, atualmente, em raras empresas, já é aceitável que uma mulher reivindique tempo parcial de trabalho para dedicar-se à família, sem que isso a desqualifique aos olhos do empregador, o mesmo não acontece com um homem. No caso improvável de uma reivindicação desse tipo, ele seria certamente percebido como portador de alguma característica pelo menos insólita, o que é uma dupla injustiça, porque condena os homens à imobilidade e à impossibilidade de mudança de mentalidade e de vida e as mulheres a assumir sozinhas a vida familiar.

Os poderes públicos, tão indiferentes quanto as empresas, continuam a encarar as instituições de acolhida a crianças e idosos como se fossem não a obrigação de uma sociedade moderna e civilizada, mas como um favor feito às mulheres.

Os argumentos do custo exagerado dessas instituições e do seu peso insuportável em orçamentos precários fazem que a obrigatoriedade do Estado de oferecer as melhores condições de instrução e educação desapareça como prioridade.

Em relação à vida privada, não mudaram as mentalidades e, conseqüentemente, as responsabilidades não são compartilhadas. Se fossem, forçariam a reorganização do mundo do trabalho.

Rosiska Darcy de Oliveira. Reengenharia do tempo.Rio de Janeiro: Rocco, 2003, p. 67-8 (com adaptações).

Acerca das idéias desenvolvidas no texto acima e das estruturas lingüísticas nele utilizadas, julgue os próximos itens.9 No primeiro parágrafo do texto, a autora aponta a dicotomia entre o desenvolvimento das empresas que efetivaram o processo de modernização e o atraso verificado no regime de trabalho dos empregados dessas empresas.10 No trecho “Mexeram em seus horários” , o pronome “seus” refere-se a “empregados” .11 Os termos “cegas”, “rimam” e “aos olhos” foram empregados, no texto, em sentido figurado.12 Na linha 12, a supressão do pronome “se” em “dedicar-se” acarretaria mudança de sentido do período.13 Na visão da autora do texto, a priorização de serviços de creches e de atendimento a idosos pelo Estado, bem como a mudança na organização do tempo no trabalho realizada pelas empresas, por si sós, acarretariam transformação no compartilhamento de responsabilidades na vida privada.

GABARITO- 1-F, 2-V, 3-V, 4-F, 5-F, 6-F, 7-F, 8-V, 9-V, 10-F, 11-V, 12-V, 13-F_____________________________________________MMA 2008

Texto para os itens de 1 a 6

1 Os oceanos ocupam 70% da superfície da Terra, mas até hoje se sabe muito pouco sobre a vida em suas regiões mais recônditas. Segundo estimativas de oceanógrafos, há

ainda 2 milhões de espécies desconhecidas nas profundezas dos mares. Por ironia, as notícias mais freqüentes produzidas pelas pesquisas científicas relatam não a descoberta de novos seres ou fronteiras marinhas, mas a alarmante escalada das agressões impingidas aos oceanos 5pela ação humana. Um estudo recente do Greenpeace mostra que a concentração de material plástico nas águas atingiu níveis inéditos na história. Segundo o Programa Ambiental das Nações Unidas, existem 46.000 fragmentos de plástico em cada 2,5 quilômetros quadrados da superfície dos oceanos. Isso significa que a substância já responde por 70% da poluição marinha por resíduos sólidos.Veja, 5/3/2008, p. 93 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do tema nele tratado, julgue os próximos itens.

1- Infere-se do texto que a Organização das Nações Unidas (ONU) amplia consideravelmente seu campo de atuação e,sem deixar de lado as questões cruciais da paz e da segurança internacional, também se volta para temas que envolvem o cotidiano das sociedades, como o meio ambiente.

Considerando as estruturas lingüísticas do texto, julgue os itens seguintes.

2- No trecho “até hoje se sabe” (L.1), o elemento lingüístico “se” tem valor condicional.3- A palavra “recônditas” (L.2) pode, sem prejuízo para a informação original do período, ser substituída por profundas.4- O termo “mas” (L.4) corresponde a qualquer um dos seguintes: todavia, entretanto, no entanto, conquanto.5- Na linha 8, a presença de preposição em “aos oceanos” justifica-se pela regência do termo “impingidas”.6- O termo “a substância” (L.7) refere-se ao antecedente “plástico” (L.6).

Texto 1 O alívio dos que, tendo a intenção de viver

irregularmente na Espanha, conseguem passar pelo controle de imigração do Aeroporto Internacional de Barajas não dura muito tempo. A polícia está pelas ruas, uniformizada ou à paisana, e constantemente faz batidas em lugares que os imigrantes freqüentam ou onde trabalham. Foram expedidas cerca de 7 mil cartas de expulsão de brasileiros no ano passado. O medo faz parte da rotina de boa parte dos cerca de 60 mil brasileiros sem papéis, que vivem de casa para o trabalho e do trabalho para casa, receosos de serem detidos e repatriados.O Globo, 16/3/2008, p. 12 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do tema nele tratado, julgue os próximos itens.

7- De acordo com o texto, no caso de imigrantes brasileiros ilegais na Espanha, o problema consiste em vencer a fiscalização das autoridades policiais em aeroportos; superada essa barreira, os problemas praticamente deixam de existir.

Considerando as estruturas lingüísticas do texto, julgue os itens que se seguem.

8- No trecho “alívio dos que” (L.1), a substituição de “dos” por daqueles prejudica a correção gramatical do período.

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9- As vírgulas da linha 1 justificam-se por isolar oração reduzida de gerúndio intercalada na principal.10- A substituição de “cerca de” (L.4) por acerca de mantém a correção gramatical do período.11- As vírgulas das linhas 6 justificam-se por isolar oração subordinada adjetiva restritiva.12- Predomina no texto o tipo textual narrativo.

TEXTO1 Quando, há cerca de cinco anos, chegou ao mercado

brasileiro o primeiro modelo de carro bicombustível, que pode utilizar gasolina e álcool em qualquer proporção, ninguém apostava no seu êxito imediato e muito menos na sua permanência no mercado por muito tempo. Entretanto, a indústria automobilística brasileira atingiu a marca de 7, 5 milhões de carros bicombustíveis — flexfuel ou simplesmente flex — vendidos. Esses veículos já respondem por 88% 5 das vendas nacionais. O bom momento que vive a economia nacional estimula suas vendas, mas a indiscutível preferência do consumidor pelo modelo flex tem outras razões. O álcool continua sendo mais barato do que a gasolina. A possibilidade de utilização de um ou de outro combustível,conforme sua necessidade e seu desejo, dá ao consumidor uma liberdade de escolha com que ele não contava em experiências anteriores de uso do álcool como combustível automotivo.O Estado de S.Paulo, 16/3/2008 (com adaptações).Com relação às idéias e às estruturas lingüísticas do texto acima, julgue os itens a seguir.

13- Infere-se das informações do texto que o álcool nem sempre foi mais barato que a gasolina.14- A vírgula após “bicombustível” (l.4) isola oração subordinada adjetiva explicativa.15- A palavra “bicombustível” (l.1) é formada por prefixação.16- A escolha das palavras e sua organização em “ninguém apostava no seu êxito imediato e muito menos na sua permanência no mercado por muito tempo” (l.2 e 3) conferem um traço de informalidade a esse trecho.17- O termo “suas” (l.6) refere-se ao antecedente “vendas nacionais” (R.9).18- No trecho “O bom momento que vive a economia nacional estimula suas vendas” (l.5), o sujeito das formas verbais “vive” e “estimula” é o mesmo.19- A substituição de “com que” (l.8) por com a qual prejudica a correção gramatical do período.

GABARITO- 1-V, 2-F, 3-V, 4-F, 5-V, 6-V, 7-F, 8-F, 9-V, 10-F, 11-F, 12-F, 13-F, 14-V, 15-V, 16-V, 17-F, 18-F, 19-F__________________________________________TST 2008 (NÍVEL MÉDIO)

TEXTOPesquisas constatam doses crescentes de

pessimismo diante do que o futuro esteja reservando aos que habitam este mundo, com a globalização exacerbando a competitividade e colocando os Estados de bem-estar social nos corredores de espera de cumprimento da pena de morte.

É preciso “investir no povo”, recomenda o Per Capita — um centro pensante, criado recentemente na Austrália —, com seus dons progressistas. Configurar um mercado no qual as empresas levem em consideração o interesse público, sejam ampliados os compromissos de proteção ao meio ambiente e tenham como objetivo o bem-estar dos indivíduos. A questão maior é saber como colocar em prática essas belezas, num momento em que as lutas sociais sofrem o assédio cada vez mais agressivo da

globalização e as próprias barreiras ideológicas caem por terra.

Newton Carlos. Má hora das esquerdas. In: Correio Braziliense, 20/11/2007 (com adaptações).

A partir do texto acima, julgue os itens subseqüentes.

1 O desenvolvimento da argumentação do segundo parágrafo do texto propõe algumas soluções para se combaterem as “doses crescentes de pessimismo”, citadas no primeiro parágrafo.2 Preserva-se a correção gramatical e a coerência textual ao se substituir “esteja” por está, mas perde-se a idéia de hipótese, de possibilidade que o modo subjuntivo confere ao verbo.3 A preposição “com” apresenta, no texto, sentido semelhante à da expressão de modo que, e, por isso, ela pode ser substituída por essa expressão, sem prejuízo dacorreção gramatical do texto.4 A argumentação do texto leva a concluir que um dos problemas dos “Estados de bem-estar social” , em um mundo globalizado, é o cumprimento da pena de morte.5 No segundo parágrafo do texto, os dois travessões demarcam a inserção de uma informação que define o que é “Per Capita” .6 O período sintático iniciado por “Configurar” dá continuidade argumentativa a “É preciso” , no período anterior.7 De acordo com o desenvolvimento das idéias do texto, a “proteção ao meio ambiente” e o “bem-estar dos indivíduos” são duas das “belezas” referidas no texto.8 O adjetivo “agressivo” está empregado com valor de advérbio e corresponde, dessa forma, a agressivamente.

TEXTO

Trabalho demais, agenda cheia, Internet, celular e carros que chegam a mais de 200 km/h transformam o homem moderno numa espécie de Coelho Branco de Alice no País das Maravilhas. Sempre apressado, eternamente atrasado. E doente. Literalmente. A velocidade, símbolo do desenvolvimento tecnológico e de um modo de produção e consumo cada vez mais vorazes, criou um sentimento de urgência que poucos conseguem administrar. Se é que conseguem mesmo. O resultado é um novo mal que é a cara do nosso tempo: a doença da correria, uma espécie de superestresse que foi descrito pelo médico americano Larry Dossey como uma resposta ao fato de o nosso relógio interno ter virado o relógio de pulso e o despertador. Iniciativas que privilegiam o bem-estar, a simplicidade, a tradição local, o resgate da história e a hospitalidade começam a pipocar pelo globo. Esse é o começo de uma revolução cultural, uma mudança radical na forma como vemos o tempo e como lidamos com a velocidade e a lentidão.

In: Galileu, out./2005, p.43 (com adaptações).

Com relação ao texto acima, julgue os itens que se seguem.

9 Se o trecho “e carros que chegam a mais de 200 km/h” fosse retirado do texto, a forma verbal “transformam” deveria ser substituída por transforma.10 Pela organização das idéias do texto, a frase nominal “Sempre apressado, eternamente atrasado” qualifica o comportamento do “Coelho Branco” e do “homem moderno” .

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Page 11: FORTIUM - Material de exercicios

11 O desenvolvimento das idéias do texto permite concluir que o adjetivo “vorazes” está flexionado no plural porque qualifica dois substantivos: “produção” e “consumo”.12 A inserção de administrarem depois de “mesmo” tornaria explícita uma idéia subentendida do texto e preservaria sua correção gramatical.13 Conclui-se do desenvolvimento das idéias do texto que, nos tempos atuais, “o relógio de pulso e o despertador” foram substituídos pelo “nosso relógio interno” .14 A expressão “Esse é o começo” refere-se à idéia inicial do texto, expressa por “Trabalho demais, agenda cheia” .15 No último período do texto, por causa da função explicativa que o trecho “uma mudança radical (...) lentidão” apresenta, seriam respeitadas as regras de pontuação se a vírgula depois de “cultural” fosse substituída pelo sinal de dois pontos.

TEXTO Os trabalhadores cada vez mais precisam

assumir novos papéis para atender às exigências das empresas. Muitos países já estão revendo seus conceitos comerciais e os profissionais familiarizados com políticas e práticas sociais terão cada vez mais destaque no mercado de trabalho.Gente boa em inclusão social é o que se quer.

Trocando em miúdos, o desenvolvimento conômico e social de um país depende do compromisso tico de empresas e governos. In: Escola, jan./fev., 2004 (com adaptações).

A respeito das estruturas lingüísticas do texto acima e dos sentidos por ele produzidos, julgue os itens seguintes.

16 Por constituir uma expressão adverbial deslocada para depois do sujeito, seria correto que a expressão “cada vez mais” estivesse, no texto, escrita entre vírgulas.17 Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical do texto, ao se substituir a expressão verbal “para atender” pela equivalente nominal em atendimento, desde que seja retirado o sinal indicativo de crase em “às exigências”.18 A flexão de plural em “terão” deve-se ao fato de que “políticas e práticas sociais”, que é o sujeito dessa forma verbal, está no plural.19 Na linha 6, o pronome “se”, indicativo de sujeito indeterminado, refere-se a “Gente boa”.20 No último parágrafo do texto, o termo “governos”, assim como a expressão “de empresas”, complementa “compromisso ético” e, por isso, poderia vir precedido pela preposição de.21 O texto, como está redigido, respeita as normas de clareza, objetividade, correção gramatical e formalidade da redação de documentos oficiais, e, por isso, poderia corretamente ser incluído em textos de ofícios ou relatórios.

TEXTO O cenário econômico otimista levou os

empresários brasileiros a aumentarem a formalização do mercado de trabalho nos últimos cinco anos. As contratações com carteira assinada cresceram 19,5% entre 2003 e 2007, enquanto a geração de emprego seguiu ritmo mais lento e aumentou 11,9%, segundo estudo comparativo divulgado pelo IBGE.

In: Correio Braziliense, 25/1/2008 (com adaptações).

Considerando o texto acima, julgue os itens de 22 a 25.

22 No primeiro período do texto, a partícula “a” ocorre tanto como preposição quanto como artigo: a primeira ocorrência é uma preposição exigida pelo emprego do verbo “levou”; a segunda ocorrência é um artigo que determina “formalização”.23 Preservam-se a coerência e a correção do texto ao se deslocar o trecho “nos últimos cinco anos” para depois de “brasileiros”, desde que esse trecho seja seguido de vírgula.24 Depreende-se do emprego de “enquanto” que o período em que ocorreu o aumento de 11,9% na geração de empregos referido no texto foi entre 2003 e 2007.

GABARITO- 1-V, 2-V, 3-F, 4-F, 5-V, 6-V, 7-V, 8-V, 9-F, 10-V, 11-V, 12-F, 13-F, 14-F, 15-V, 16-V, 17-F, 18-F, 19-F, 20-V, 21-F, 22-V, 23-F, 24-V __________________________________________STJ 2004Texto I

Pesquisas realizadas em vários países mostram que a pobreza e a violência atingem especialmente os mais jovens. No Brasil, de acordo com o último censo demográfico, os adolescentes representam 12,5% da população total. Quase 7% deles são analfabetos, mais de 15% não freqüentam a escola e apenas 33% cursam o ensino médio. Não bastasse isso, cerca de oito milhões apresentam pelo menos três anos de defasagem nos estudos e pertencem a famílias com renda mensal per capita inferior a meio salário mínimo.

Premidos pela baixa renda familiar, mais de um milhão de adolescentes entre 12 e 14 anos de idade estão submetidos à exploração do trabalho infantil, ao passo que outros 3,2 milhões, com idade entre 15 e 17 anos, já estão no mercado de trabalho. Via de regra, os adolescentes executam atividades precárias e mal remuneradas, cumprindo jornadas de trabalho excessivas, que os impedem de concluir a educação básica, de ter acesso ao lazer e à cultura, além de outras vivências próprias à idade.

Várias outras pesquisas revelam que, no Brasil, os jovens são mais vítimas que algozes da violência. De um lado, o número de infratores supera em pouco a casa dos vinte mil, o que representa 1% da população total da faixa etária dos 12 aos 17 anos. Esses adolescentes respondem por 10% das infrações praticadas no território brasileiro. De outro lado, os assassinatos representam hoje 40,5% dos óbitos verificados entre os adolescentes em decorrência de causas não naturais. Esse percentual reflete um aumento vertiginoso da violência dirigida contra o jovem e creditada ao seu envolvimento com drogas e à ineficácia do sistema penal brasileiro, que deixa impunes os responsáveis pelas mortes.

Nesse panorama, surgem inúmeras propostas de alteração do ordenamento jurídico em vigor, seja para rebaixar o limite da inimputabilidade penal, seja para aumentar o prazo máximo da medida privativa de liberdade aplicável aos adolescentes que cometem violência contra a pessoa. No entanto, é necessária uma abordagem cuidadosa do tema, que deve ser analisado nos termos de sua complexidade, sem a intervenção de posições apriorísticas ou preconceituosas.

Cleide de Oliveira Lemos. “Reduzir a idade penal é a solução?” In: UnB Revista. dez./2003-mar./2004, p. 16-9 (com adaptações).Com base nas idéias, na estrutura e na tipologia do texto ao lado, julgue os itens a seguir.

1 - A baixa renda familiar, o analfabetismo, a exploração do trabalho infantil, o exercício de atividades mal remuneradas, com jornadas de trabalho excessivas, são causas da revolta

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Page 12: FORTIUM - Material de exercicios

infanto-juvenil que tem, por conseqüência, o aumento vertiginoso da violência dirigida aos jovens.2 - Os primeiros parágrafos do texto, apresentando dados do último censo demográfico, revelam a consulta a expedientes oficiais, derivados de pesquisas, que ficam documentadosem forma de relatórios.3 - A frase Infrações no território brasileiro pode ser colocada como título desse texto, uma vez que resume a idéia principal nele abordada.4 - Deduz-se que, quanto à tipologia, o texto é dissertativo, por estar redigido de forma expositiva e exemplificado com dados objetivos, sem reiterados julgamentos dos fatos pelaredatora.5 - O terceiro parágrafo do texto, por abordar dois aspectos da questão levantada em seu primeiro período, tem natureza predominantemente argumentativa.6 - Deduz-se do último parágrafo do texto que a autora posiciona-se em favor da proteção dos jovens, mesmo que esses sejam infratores, por eles serem vítimas de violências e de calúnias na sociedade atual.

Com base nas idéias do texto ao lado, nas normas de concordância e de regência e no significado das palavras, julgue os itens subseqüentes.

07- Cerca de 12,5% dos jovens é impedido de terminar a educação básica, bem como de usufruir com lazer, de cultura, além de outras distrações próprias de cada idade.08- Perceber analogias entre adolescentes e “algozes da violência” significa lhes julgar como mentores, vigilantes e cúmplices de crimes hediondos.09- O recrudescimento exacerbado da violência dirigida contra o jovem é creditado a dois fatores: o envolvimento juvenil com entorpecentes e a ineficácia do sistema penal brasileiro.10- No contexto, “inimputabilidade penal” significa o aumento dos prazos máximo e mínimo da medida privativa de liberdade aplicável à adolescentes infratores

GABARITO- 1-F, 2-V, 3-F, 4-V, 5-V, 6-F, 7-F, 8-F, 9-V, 10-F__________________________________________TCU 2007TEXTO Desenvolvimento, ambiente e saúde

No documento Nosso Futuro Comum, preparado, em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido, pela primeira vez, novo enfoque global da problemática ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então, vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e a necessidade de uma mudança nos comportamentos predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura sobre a Terra.

O desenvolvimento, como processo de incorporação sistemática de conhecimentos, técnicas e recursos na construção do crescimento qualitativo e quantitativo das sociedades organizadas, tem sido reconhecido como ferramenta eficaz para a obtenção de uma vida melhor e mais duradoura. No entanto, esse desenvolvimento pode conspirar contra o objetivo comum, quando se baseia em valores, premissas e processos que interferem negativamente

nos ecossistemas e, em conseqüência, na saúde individual e coletiva.

Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente.In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

Julgue os itens a seguir, a respeito da organização das idéias e das estruturas lingüísticas do texto acima.1 Preservam-se a correção gramatical e a coerência do texto ao substituir-se a expressão “isto é”, bem como as vírgulas que a demarcam, pelo sinal de dois pontos.2 A retirada do acento circunflexo na forma verbal “vêm” provoca incorreção gramatical no texto porque o sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois núcleos: “compreensão” e “necessidade”.3 A expressão “Desde então”, com valor temporal, remete ao surgimento do documento “Nosso Futuro Comum” .4 Depreende-se da argumentação do texto que, na linha 10, o sentido da palavra “predatórios” corresponde a “individuais”, e o de “irresponsáveis”, a “coletivos”.5 O emprego do sinal indicativo de crase em “às necessidades” é obrigatório; a omissão desse sinal provocaria erro gramatical por desrespeitar as regras de regência estabelecidas pelo padrão culto da linguagem.6 A retirada da palavra “como” não provocaria incorreção gramatical, mas alteraria a coerência da argumentação do texto, pois a sua utilização indica que “O desenvolvimento” poderia ter outros sentidos que não o explicitado pelo aposto.7 Depreende-se do último período do texto que a saúde, individual e coletiva, está diretamente relacionada aos ecossistemas que constituem valores, premissas e processos de um desenvolvimento sustentável.8 Para que o texto seja adequado, quanto à clareza e objetividade, para compor um documento oficial — como, por exemplo, um parecer ou um relatório — será necessário explicitar a que desenvolvimento se refere a expressão “esse desenvolvimento” .

TEXTO

Berço da civilização ocidental, o mar Mediterrâneo banha 21 países e abriga praias e enseadas paradisíacas que atraem nada menos que 200 milhões de turistas por ano. Pesquisa recente mostra que ele é o mais poluído dos mares do planeta. A cada ano, suas águas recebem: 9 milhões de toneladas de resíduos industriais e domésticos não tratados, 60% produzidos por França, Itália e Espanha; 15 milhões de toneladas de detritos produzidos por 200 milhões de turistas que visitam suas praias; 600.000 toneladas de petróleo derramadas por navios durante o movimento de carga e descarga e 30.000 toneladas perdidas em acidentes; redes de pesca e embalagens plásticas, responsáveis pela morte de 13 50.000 focas que confundem esses objetos com alimentos.

Veja, 1.º/8/2007, p.116-7 (com adaptações).

Acerca das estruturas lingüísticas do texto acima e da organização de suas idéias, julgue os itens subseqüentes, considerando, ainda, aspectos relativos à questão ambiental no mundo contemporâneo.

9 Depreende-se da argumentação do texto que, se o Mar Mediterrâneo não fosse o “Berço da civilização ocidental”, seus níveis de poluição não seriam tão altos.

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Page 13: FORTIUM - Material de exercicios

10 Nas linhas 7, 9 e 11, a substituição dos sinais de ponto-e-vírgula por vírgula preservaria a correção gramatical e a clareza do texto, mesmo que esse texto fizesse parte de um documento oficial.11 O desenvolvimento da argumentação do texto mostra que seriam mantidas a correção gramatical e a coerência textual se o termo “derramadas” (R.10) fosse substituído por derramado.12 Nas últimas décadas, tem-se ampliado a consciência mundial em torno da imperiosa necessidade de se proteger a vida no planeta, processo que envolve, com intensidade variada,Estados, organizações não-governamentais, setores diversos da sociedade e organismos multilaterais.13 A produção descontrolada de lixo nas indústrias e nas residências acabou por se transformar em um dos fatores responsáveis pela degradação ambiental, fenômeno grave que, até o momento, se circunscreve às regiões mais urbanizadas do hemisfério sul.14 O risco de acidentes ambientais causados pelo petróleo tende a desaparecer rapidamente, já que essa fonte de energia perdeu a posição de centralidade que detinha no processo produtivo, tendo sido substituída por outras consideradas mais limpas, como os biocombustíveis.

TEXTO1 Veja — Dez anos não é tempo curto demais para mudanças capazes de afetar o clima em escala global?Al Gore — Não precisamos fazer tudo em dez anos.4 De qualquer forma, seria impossível. A questão é outra. De acordo com muitos cientistas, se nada for feito, em dez anos já não teremos mais como reverter o processo de degradação da Terra. Os estudos mostram que é necessário iniciar imediatamente uma forte redução na emissão de gases poluentes. O primeiro objetivo seria estabilizar a quantidade de poluentes na atmosfera. E, então, quem sabe, depois de cinco anos, começar a reduzir o montante de CO2 no planeta.

Veja, 11/10/2006 (com adaptações).

Com referência às idéias e às estruturas lingüísticas do texto acima, que é parte de uma entrevista de Al Gore à Revista Veja, julgue os seguintes itens.

15 Da resposta de Al Gore subentende-se que as “mudanças” mencionadas na pergunta referem-se a mudanças positivas que visam reverter o processo de degradação da Terra.16 O pronome isso poderia ser inserido imediatamente antes de “seria impossível”. Nesse caso, o pronome retomaria a idéia expressa em “fazer tudo em dez anos” .17 O emprego do futuro-do-presente do indicativo em “teremos” indica que a preposição “em”, que precede “dez anos”, tem o sentido de daqui a.18 A substituição de “que” por os quais preserva a coerência e a correção gramatical do texto.19 Preserva-se a correção gramatical ao se retirar a expressão “iniciar imediatamente” do texto, embora seja suprimida a idéia de início imediato.20 Subentende-se da argumentação do texto que “começar a reduzir o montante de CO2 no planeta” pode ser considerado como segundo objetivo da redução na emissão de gases poluentes.

TEXTOHá dez anos, um terremoto financeiro atingiu a

Ásia, com rescaldo na América Latina. A crise de 1997, depois de atingir a Tailândia, rapidamente se espalhou pela Indonésia, Malásia, pelas Filipinas e pela Coréia do Sul, para

se replicar na Rússia, na Argentina e no Brasil em 1998. Uma década depois do fatídico ano de 1997, o mundo assiste ao novo reinado da Ásia. Liderada por China e Índia, a região exibe, na média, taxas de crescimento superiores a 7%.

A despeito das recentes turbulências, a Tailândia, primeira vítima da crise asiática, mostra índices melhores do que então. Houve um golpe militar, em setembro de 2006, quando foi deposto o primeiro-ministro acusado de corrupção e malversação de dinheiro. Aos poucos, volta a confiança dos investidores no país, governado por um conselho de segurança nacional provisório, com eleições previstas para o fim do ano. Carta Capital, 1.º/8/2007, p. 12 (com adaptações).

Com referência às idéias e às estruturas lingüísticas do texto acima, e considerando o atual cenário econômico-financeiro mundial, julgue os itens de 21 a 29.

21 Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual, com a vantagem de reforçar o período de tempo envolvido, ao se inserir o advérbio atrás depois de “dez anos” .22 A substituição da vírgula depois de “Índia” (R.7) pela conjunção e preserva a coerência e a correção gramatical do texto.23 Na linha 10, a informação que se inicia com “A despeito das recentes turbulências” constitui, no texto, uma concessão ao argumento que se inicia por “a Tailândia”.24 Mantêm-se a coerência textual e a correção gramatical ao se transformar o aposto final do texto em uma oração desenvolvida: cujas eleições são previstas para o fim de ano.

GABARITO- 1-V, 2-F, 3-V, 4-F, 5-F, 6-V, 7-F, 8-F, 9-F, 10-F, 11-V, 12-V, 13-F, 14-F, 15-V, 16-V, 17-V, 18-F, 19-F, 20-V, 21-F, 22-F, 23-V, 24-F__________________________________________INSS 2008 (nível médio)

Em busca do tempo (livre) perdidoTempo é sinônimo de dinheiro desde que a

Revolução Industrial mudou para sempre os meios de produção. O resultado acabou sendo, de certa forma, nefasto para o trabalhador. Hoje se passam horas demais no ambiente de trabalho e horas de menos com a família. Até as férias foram minguando. “O excesso de trabalho é um fenômeno global. O mercado global e a tecnologia de comunicação instantânea fizeram do trabalhador um escravo do relógio. E nós nos tornamos escravos dessa tecnologia. É importante colocar limites, caso contrário, o trabalho dominará nossas vidas”, diz Joe Robinson, autor do livro Trabalhar para Viver. Em todo o mundo, uma série de organizações tem buscado colocar a redução e a flexibilização do horário de trabalho e o aumento do período de férias na pauta política de seus países. “Nos Estados Unidos, temos as menores férias do 16 mundo industrializado: 8,1 dias depois de um ano de trabalho e 10 dias depois de três anos”, acrescenta Robinson.

Galileu, out./2005 (com adaptações).

Considerando o desenvolvimento das idéias e as estruturas lingüísticas do texto acima, julgue os itens a seguir.1- Na oração “O resultado acabou sendo, de certa forma, nefasto para o trabalhador”, a retirada da expressão “para o trabalhador”, que complementa o vocábulo “nefasto”, não alteraria as relações semânticas do texto, visto que o emprego desse vocábulo é suficiente para que se compreendam as informações relativas ao “resultado” referido no trecho.2- Considerando-se que uma das funções semânticas do verbo ser é explicitar uma relação de igualdade entre termos, a

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oração “O excesso de trabalho é um fenômeno global” poderia, preservando-se as relações significativas, a coerência da argumentação e a correção gramatical do texto, ser reescrita da seguinte forma: O fenômeno global é excesso de trabalho.3- No desenvolvimento da argumentação, o emprego de “Até” enfatiza que o tempo para outras atividades, além das citadas, foi diminuindo, exceto o tempo para o trabalho.

GABARITO 1-F, 2-F, 3-V__________________________________________

QUESTÕES DE TEXTO

01- Assinale o trecho que constitui uma síntese adequada ao texto.

A tradição dominante em nossa historiografia conduziu os melhores espíritos a uma espécie de “história oficial”singularmente desprendida de intenções interpretativas e, em particular, muito sujeita a converter os atos declarados e as aspirações ideais conscientes dos agentes históricos em realidade histórica última, tão irredutível quão verdadeira em si mesma. A reação a esse padrão deficiente e deformado de descrição histórica é recente e ainda não conseguiu criar uma perspectiva de interpretação histórica livre de etnocentrismos, criticamente objetiva e aberta a certas categorias analíticas fundamentais. Por isso, aí reina uma confusão conceitual e metodológica prejudicial a qualquer tentativa de investigação macrossociológica.

(Florestan Fernandes, A revolução burguesa no Brasil, in Intérpretes do Brasil, vol. 3, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, p. 1.509)

a) Os melhores espíritos, sem intenções interpretativas, convertem as aspirações ideais em realidade histórica irredutível. A reação à descrição histórica não conseguiu livrar-se do etnocentrismos nem do prejuízo a qual quer investigação macrossociológica.b) A tradição em nossa historiografia preferiu adotar a“história oficial” como realidade histórica. A reação a essa descrição equivocada é recente e ainda não conseguiu criar uma perspectiva mais objetiva, livre de etnocentrismos e teoricamente aberta. Por isso, predomina aí confusão conceitual e metodológica que prejudica a investigação macrossociológica.c) A historiografia tradicional conduziu as descrições históricas a uma verdade irredutível. Esse padrão deficiente e deformado é recente e ainda não mudou a perspectiva das categorias analíticas. Assim, a confusão conceitual e metodológica tenta uma investigação macrossociológica.d) A tradição historiográfica desprendeu-se de intenções interpretativas e converteu os agentes históricos em verdade irredutível. A reação é recente e ainda não se livrou do etnocentrismo e criou uma perspectiva mais aberta. O predomínio da conceituação na metodologia atrapalha a investigação macrossociológica.e) Há uma “história oficial” desprendida de intenções interpretativas, sujeita a converter os agentes históricos em realidade histórica última. A reação é recente, mais objetiva, aberta a certas categorias analíticas. Essas conceituações metodológicas predominam e tentam uma investigação macrossocilógica.

02 - Assinale a opção que reescreve o seguinte fragmento de

texto em dois períodos sintáticos, coerentes e gramaticalmente corretos.

Se, em outro tempo, poderia se dizer que a condição humana do labor é a própria vida, ou seja, o processo biológico do corpo cujo desenvolvimento e declínio dependem da satisfação das atividades básicas atendidas pela atividade laborativa, hoje, este processo elementar já tem uma dependência íntima com o conhecimento tecnológico.

(Adaptado de José Liberato Ferreira Caboclo, Ética e tecnologia)

a) Em outro tempo, poderia se dizer que a condição humana do labor é a própria vida, ou seja, o processo biológico do corpo cujo desenvolvimento e declínio dependem da satisfação das atividades básicas atendidas pela atividade laborativa. Hoje, no entanto, este processo elementar já tem dependência íntima com o conhecimento tecnológico.b) Se em outro tempo poderia-se dizer que a condição humana do labor é o processo biológico do corpo, isto é, a própria vida, cujo desenvolvimento e declínio dependem da satisfação das atividades básicas atendidas pela atividade laborativa; este processoelementar, hoje, já tem uma dependência íntima com o conhecimento tecnológico.c) Antigamente, poderíamos dizer que a condição humana do labor é a própria vida. Explicando: o processo biológico do corpo em que o desenvolvimento e declínio dependem do atendimento as atividades básicas pela atividade laborativa. O conhecimento tecnológico, hoje, já está intimamente ligado a este processo elementar.d) Poder-se-ia dizer, em outro tempo que a condição humana do labor é a própria vida: é o processo biológico do corpo em que o desenvolvimento e declínio dependem da satisfação das atividades básicas atendidas pela atividade laborativa: este processo elementar, no entanto, hoje tem uma dependência íntima com o conhecimento tecnológico.e) Caso se pudesse dizer, em outro tempo, que a condição humana do labor é a própria vida – que o desenvolvimento e declínio desse processo biológico depende da satisfação das atividades básicas atendidas pela atividade laborativa – hoje, o conhecimento tecnológico mantem este processo elementar em íntima dependência.

Leia o texto abaixo para, em seguida, responder a questão 03.

O ser humano não pode ser definido em relação a ele mesmo, porque não é um sujeito isolado, vive em relação com as coisas, com os outros e com o mundo, mesmo antes de pensar e de falar. Esta presença não é somente observável como também um fato vivido, isto é, quer dizer que o ser humano se manifesta no ser a cada instante. Nessa responsabilidade, inclui, às vezes, o eu e, às vezes, o outro, num equilíbrio que se faz de uma parte entre poder cuidar de si mesmo e, de outra, poder cuidar dos demais. Através dessa construção coletiva, os homens fazem e criam sua historia e, nessa construção-criação, o cuidado torna-se um processo, não apenas um ato. Ato este que envolve o cuidar de si e do outro, mais o cuidado como possibilidade de continuidade da espécie, gozar a vida com qualidade e com liberdade.(Adaptado de Carlos Altemir Schmitt, O cuidado e a responsabilidade: reflexão sobre a ética estabelecida no mundo do consumo desmedido, www.crescer.org)

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Page 15: FORTIUM - Material de exercicios

03- Assinale a proposta de paráfrase para fragmentos do texto que respeita a correção gramatical e a coerência da argumentação.a) Primeiro período sintático:

Por não ser um sujeito isolado, não se pode definir o ser humano em relação a ele mesmo. Daí decorre que, mesmo antes de pensar e de falar, ele vive em relação com as coisas, com os outros e com o mundo.b) Segundo período sintático:

O ser humano manifesta-se instantaneamente no ser; o que significa que esta presença observável é também um vívido fato.c) Terceiro período sintático:

O equilíbrio se dá entre poder cuidar de si mesmo, de um lado, e poder cuidar dos demais, de outro, e tal responsabilidade, às vezes, inclui tanto o eu quanto o outro.d) Quarto período sintático:

Na construção-criação de sua história – por meio dessa construção coletiva – o ato extrapola o processo no cuidado de fazer e criar história.e) Quinto período sintático:

O cuidado como possibilidade de dar continuidade na espécie, e também de gozar a vida com qualidade, usufruindo da liberdade agrega o ato de cuidar de si e do outro.

TEXTO

Fala-se muito, hoje em dia, sobre ética. Ética na política, ética no esporte, ética nas profissões e ética nas relações sociais. Fala-se tanto, a ponto de banalizarem seus conceitos. A mídia não se farta de apresentar e incentivar debates sobre temas polêmicos que envolvam padrões de comportamento , conceitos e modos de vida da sociedade, explorando, às vezes de maneira banal, fatos isolados e obtendo daí preciosos dividendos.

Os diversos veículos de comunicação, a todo momento, nos colocam em contato com acontecimentos inusitados da vida brasileira, alguns recheados de sensacionalismo, os quais, em dado momento, acabam transformando-se em fenômeno social, dada exploração massificada de episódios da vida real presentes no cotidiano de pessoas comuns.

O “caso Pedrinho” (o garoto seqüestrado de uma família de classe média, em uma maternidade em Brasília), por exemplo, poderia ter passado despercebido por todos. Afinal seria mais um caso de criança desaparecida em maternidade, no Brasil, como tantos que existem. No entanto, os meios de comunicação, a pretexto de fazerem jornalismo, usaram e abusaram da imagem do menino de rosto bonito. Focados no senso comum, as pessoas condenaram, veementemente, o comportamento ético da mãe adotiva. Acendeu-se, assim, o estopim para novas investigações e novas descobertas em torno do assunto, e a vida daquela mulher se transformou, tendo ela sido convertida na mais terrível de todas as vilãs.

Diariamente, centenas de crianças são abandonadas pelas mães, que, não tendo como cuidar de seus filhos, devido às dificuldades econômicas e sociais, deixam seus bebês renegados à própria sorte, nas calçadas, nas portas das casas, em latões de lixo. Muitas dessas mães são adolescentes, solteiras, sem trabalho; algumas dependentes de drogas.

Nas empresas, falências fraudulentas, falcatruas, sonegação, contrabando, irregularidades diversas, posturas antiéticas, entre outros, também repercutem e são mais ou menos explorados, ao gosto da mídia, preservando, ou não, os interesses da partes envolvidas.

A vida de pessoas comuns transforma-se em um jogo real e às vezes inescrupuloso. Intimidades desveladas, privacidade ultrajada e muita gente querendo aparecer fazem o “show da vida real”. Isso é fantástico. Na minha opinião, ética está ligada a atitude. Está relacionada com a aceitação pelo outro de determinadas ações praticadas por um individuo ou grupos de indivíduos. A aceitação plena do outro parece-me algo utópico em sociedades tão desiguais.

04 A partir das idéias do texto acima, julgue os itens.

a) O primeiro parágrafo apresenta uma referência elogiosa às pessoas que mantêm conduta ética em todos os aspectos de sua vida.

b) Ao empregar os termos “sensacionalismo” e “exploração massificada”, o autor tece uma crítica à conduta de diversos veículos de comunicação.

c) O autor está se referindo exclusivamente ao panorama político brasileiro atual, ao mencionar “falências fraudulentas, falcatruas, sonegação,contrabando, irregularidades diversas , posturas antiéticas”

d) Na linha 21, com a oração “Isso é fantástico”, o autor do texto critica as pessoas que se comprazem, impunemente, em assistir a reality shows que retratam misérias da vida alheia.

e) Quanto à tipologia textual, constata-se que predomina a narração, seguida pela descrição.

TEXTO(...)Mas, afinal, qual a importância da agricultura

familiar para o desenvolvimento e o combate à pobreza?Para responder a essa pergunta é preciso primeiro

o que são os agricultores familiares e quantos são. O agricultor familiar , em termos mais genéricos, é aquele que, ao mesmo tempo é o gerente do estabelecimento rural, também é trabalhador rural, desta forma diferenciando-se dos estabelecimentos rurais chamados de patronais, onde o proprietário é o gerente , mas não é o trabalhador rural. Em termos numéricos,a agricultura familiar representa aproximadamente 85% dos estabelecimentos rurais do Brasil, com cerca de 20 milhões de pessoas.

Em segundo lugar, é preciso que haja uma nova compreensão sobre o espaço rural brasileiro. Tradicionalmente, a área em que há qualquer tipo de aglomerado populacional é considerado uma área urbana. Isto é extremamente conveniente para as prefeituras, que podem aumentar a arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Em terceiro lugar, deve vir a compreensão de que na área rural não se encontram mais somente atividades agrícolas. A integração destas com outras áreas nos setores industriais e de serviços tem permitido uma importante dinamização na oferta de geração de renda e emprego no meio rural. A antiga definição do rural como espaço agrícola e do urbano como espaço da indústria e dos serviços vem sendo modificada, gerando o falso entendimento de que não precisamos ter pessoas no espaço rural brasileiro, com o avanço tecnológico.

Feitas estas considerações, podemos voltar à resposta à pergunta feita inicialmente. A agricultura familiar

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assume um papel estratégico na criação das possibilidades de desenvolvimento local, pela sua presença maciça na grande maioria dos municípios brasileiros, pelo número de pessoas que vivem nessas condições, pela força de sua produção agrícola e sua capacidade de interação com outras atividades econômicas e sociais locais. Esse processo cria não só ocupações produtivas para os membros da família, mas para toda a região onde se produz o processo de dinamização da economia.

Murilo Fernandes. Internet05 Julgue os itens a seguir, a respeito da compreensão e da interpretação do texto e da tipologia textual.

01 ( ) No texto, define-se agricultor familiar como sendo aquele que possui uma propriedade rural e nela vive com sua família trabalhando ou não nessa propriedade.02 ( ) A pergunta inicial serve como motivação para comentários sobre o combate à pobreza, mas, ao final, ainda permanece sem resposta.03 ( ) Infere-se do texto que 15% dos estabelecimentos rurais do Brasil não praticam a agricultura familiar.04 ( ) O plano do texto é o evidente: tem uma introdução (pergunta inicial), um desenvolvimento e uma conclusão.05 ( ) Infere-se do terceiro parágrafo que nem toda aglomeração populacional pertence à área urbana e que a divisão tradicional da população em urbana e rural tem atendido a interesses políticos.06 ( ) De acordo com o texto, para efeito de conceituação, área rural é aquela em que há atividades agrícolas e área urbana é a que desenvolve atividades industriais e de serviços.07 ( ) A idéia de que com a industrialização o elemento humano torna-se desnecessário na zona rural é um dos argumentos do autor para tratar do combate à fome.08 ( ) O texto mostra que a agricultura familiar, apesar de envolver poucas pessoas e de ser ainda pobre e fraca, pode desempenhar um papel estratégico no combate à pobreza.09 ( ) Capacidade de interagir com outras atividades econômicas e sociais é, segundo o autor, uma das qualidades positivas da agricultura familiar brasileira.10 ( ) Por suas características de linguagem e de organização da idéias, este é um texto argumentativo.

TEXTO

Uma das condições principais da pós-modernidade é o fato de ninguém poder ou dever discuti-la como condição histórico-geográfica. Com efeito, nunca é fácil elaborar uma avaliação crítica de uma situação avassaladoramente presente. Os termos do debate da descrição e da representação são, com freqüência, tão circunscritos que parece não haver como escapar de interpretações que não sejam auto-referenciais. É convencional nestes dias, por exemplo, descartar toda sugestão de que a “economia” (como quer que se entenda essa palavra vaga) possa ser determinante da vida cultural, mesmo “em última instância”. O estranho na produção cultural pós-moderna é o ponto até o qual a mera procura de lucros é determinante em primeira instância.

(David Harvey- Condição pós-moderna)

06- Assinale a relação lógica que não se depreende do texto.a) Ser uma situação presente é causa de não se

poder discutir a pós-modernidade.

b) Elaborar uma avaliação crítica implica debater, descreve e representar.

c) Se há produção cultural, há a busca de lucros.

d) Se a pós-modernidade fosse uma condição histórico-geográfica, a economia seria determinante na vida cultural.

e) Interpretações auto-referenciais são freqüentes como resultado de avaliações críticas de uma situação presente.

7- Aponte a opção que identifica corretamente os fins e os meios a que se refere o autor do trecho abaixo, no cenário de futuro que ele antevê:

Em futuro não muito distante os cientistas poderão, por meio da engenharia genética, alterar genes nas células-tronco responsáveis por inúmeras doenças, e reimplantá-las no organismo, alterando o curso de doenças graves e intratáveis (doença de Parkinson, doença de Alzheimer, esclerose múltipla, diabetes e inúmeras outras doenças metabólicas), isto sem falar no câncer e nos defeitos congênitos. As questões éticas envolvidas nestas pesquisas são enormes. Cabe perguntar, antes de tudo, se os fins justificam os meios.

(Sérgio Abramof, “Ética e ciência”, Jornal do Brasil, 19/03/2005)

Fins Meiosa) Fim- cura de doenças intratáveis e incuráveis - Meio - questionamento das questões éticas envolvidas nas pesquisas de engenharia genética.b) Fim - alterar os genes que causam doenças. Meio - alívio do sofrimento humanoc) Fim - manipulação de embriões humanos armazenados em clínicas de fertilizaçãoMeio - alterar o curso de doenças incuráveisd) Fim - clonagem de órgãos humanos. Meio- substituir órgãos doentes por órgão clonados sadiose) Fim - alívio do sofrimento humano. Meio- alterar genes nas células-tronco responsáveis por doenças e reimplantá-las no organismo

Leia o texto para responder as questões 8 e 9:

De maneira simplificada, o orçamento é composto não apenas de contas e números, mas também de expressões que descrevem os propósitos e as ações de governo (melhoria da saúde da população, redução das desigualdades regionais, promoção das exportações, desenvolvimento do ensino fundamental etc.), aos quais são alocados determinados valores, considerando os insumos necessários à sua realização. Portanto, o orçamento público é o elo entre os recursos financeiros e a atividade do Estado, que busca implementar suas políticas públicas. Se as receitas previstas forem arrecadadas tempestivamente, as despesas forem realizadas de acordo com o planejado, e as ações envolvidas produzirem as conseqüências esperadas, então, teoricamente, os propósitos consignados no orçamento serão alcançados. Assim é possível determinar até que ponto as previsões postuladas no orçamento se tornam verdadeiras.

(http://www.lrf.com.br/)

8- Assinale o trecho que apresenta a idéia principal do texto.a) “o orçamento é composto não apenas de contas e números”. (l. 1 e 2)

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b) “são alocados determinados valores, considerando os insumos necessários à sua realização.” (l. 7, 8 e 9)c) “o orçamento público é o elo entre os recursos financeiros e a atividade do Estado” (l. 9, 10 e 11)d) “os propósitos consignados no orçamento serão alcançados” (l. 16 e 17)e) “determinar até que ponto as previsões postuladas no orçamento se tornam verdadeiras.” (l. 18 e 19)

9- Assinale a opção incorreta.

a) Infere-se das informações do texto que o orçamento é composto também de contas e números.b) A substituição de “são alocados”(l. 7) por se aloca mantém a correção gramatical do período.c) O emprego da vírgula após “Estado” (l. 11) justifica-se por isolar oração adjetiva explicativa.d) A expressão “tempestivamente” (l.13) está sendo empregada no sentido de oportunamente, no tempo certo.e) Nas orações “Se as receitas previstas forem arrecadadas tempestivamente, as despesas forem realizadas de acordo com o planejado”, tem-se o emprego da voz passiva com agente indeterminado.

GABARITO- 1-B, 2-A, 3-C, 4- F,V,F,F,F; 5- F,F,V,V,V,F,F,F,V,V- 6-C, 7-E, 8-C, 9-B__________________________________________CRASE-

Regras básicas para o uso da crase:1- É condição essencial que o acento venha antes de palavra feminina.2- È necessário que a palavra dependa de outra que exija a preposição a.3- É necessário que a palavra admita o artigo feminino (sentido particularizado)

1) Usa-se crase ainda:- Nas forma àquele, àquela, àqueles, àquelas, àquilo:

Cheguei àquele lugar.Vou àquelas cidades.

- Nas indicações de horas, desde que determinadas:Chegou às 08:00 horas, às 10:00 horas saiu.

- Zero e meia incluem-se na regra:O aumento entra em vigor à zero hora.Veio à meia noite em ponto.

- A indeterminação afasta a crase:Irá a uma hora qualquer.

- Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas como às pressas, às vezes, à risca, à noite, à esquerda, à frente, à maneira de, à moda de, à procura de, à medida que, à proporção que...

Saiu às pressas com o pai.Vive à custa do pai.Estava à espera do irmão.

Serviu o filé à moda da casa.- Nas locuções que indicam meio ou instrumento e em outras nas quais a tradição lingüística o exija, como à bala, à faca, à máquina, à chave, à mão, à espada, à fome (matar à fome). OBS- Nesse caso não se pode usar a regra prática de substituir a por ao.

Morto à bala.Escrito à tinta, à mão, à maquina.

Produto à venda.- Antes de relativos que , qual e quais, quando o a ou as puderem se substituídos por ao ou aos. Eis a moça à qual você se referiu.Fez alusão às pesquisas às quais nos dedicamos.

NÃO SE USA CRASE:- Palavra masculina . Exceção – existe a crase quando se pode subentender uma palavra feminina, especialmente moda e maneira, ou qualquer outra que determine um nome de empresa ou coisa. Andar a pé, pagamento a prazo, viajar a cavalo, vestir-se a caráter... Estilo à Machado de Assis (à maneira de)Vou à Melhoramentos. (editora)Fez alusão à Veja. (revista)

- Nome de cidade. Exceção – há crase quando se atribui uma qualidade à cidade.

Chegou a Brasília.Irão a Roma este ano.Iremos à Roma dos Césares. Referiu-se à bela Lisboa.

- Verbo Passou a ver.Começou a fazer.

- Substantivos repetidosCara a cara, frente a frente, dente a dente, gota a gota- Ela, esta e essa

Pediram a ela que saísse.Cheguei a esta conclusão.Dedicou o livro a essa moça.

- Formas de tratamentoEscreverei a Vossa excelência.Recomendamos a Vossa Senhoria.

- Uma. Exceção- na locução à uma, em que uma designa hora. Foi a uma festa. Sairá à uma hora.

- Palavras femininas tomadas de sentido genéricoNão damos ouvidos a reclamações.Devido a morte em família, faltou ao

serviço.- Nomes de mulheres célebres

Ele a comparou a Ana Néri.- Dona e madame- exceção – há crase se a dona ou madame estiverem particularizados.

Deu dinheiro à dona Maria.Já se acostumou à madame Angélica.

- Distância, desde que não determinadas. OBS. Quando se define a distancia, existe crase.

A polícia ficou a distância.A polícia ficou à distância de seis metros do

assassino.- Terra, quando a palavra significa terra firme. OBS. Nos demais significados de terra, usa-se a crase.

O navio estava chegando a terra.Voltou à terra natal.

- Casa, considerada como o lugar de onde se mora. OBS. Se a palavra estiver determinada, existe crase.

Voltou a casa.Chegou cedo a casa.Voltou à casa dos pais.

- Diante de pronomes relativos quem e cuja: O autor a cuja obra nos referimos...Ali vai o funcionário a quem entregaste o documento.USO FACULTATIVO DA CRASE

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- Antes de possessivoLevou a encomenda a (à) sua tia.Não fez menção a (à) nossa empresa.

- Antes de nomes de mulheres. Declarou-se a (à) Joana.

- Com até : Foi até a (à) porta.- Antes de pronomes de tratamento exclusivamente femininosOs documentos relativos a senhora Júlia não estão disponíveis.Os documentos relativos à senhora Júlia não estão disponíveis.

PLANEJAMENTO-

TEXTO►STF (médio)- 5; 6; 7; 12, 14; 15; 18; 22; 25►STF (superior)- 1; 4; 6; 8; 9; 12; 13; 14; 83; 91; 92 ►TCE AC 2008_ 1-A; 2-C; 3-D►TJDF (nível médio)2008 _ 1; 2; 3; 4; 5; 6; 8; 10; 15; ►TST (médio) 2008_ 1; 4; 6; 7; 10; 13; 14; 24►TCU 2007_ 3; 4; 6; 7; 9; 15; 16; 19; 20; 21; 31; 35►INSS 2008_ 8; 9►MPOG (superior) 2008_ 1; 2; 6; 8; 9; 10; 11; 13►MMA 2008_ 1; 3; 6; 7; 12; 13; 16; 17►TJDF (superior) 2008 _ 1; 3; 4; 5; 8►TSE 2007_ 2; 3-B; 3-D; 5; 6-A; 6-C; ► SEBRAE 2008_ 4; 6; 8; 11; 15; 16; 17; 20►FUB (cad. 25) 2008 _ 1 ao 6; 9, 11►FUB (cad. 01) 2008_ 1 ao 5; 9; 11 ao 15►CGE 2008- 1; 5; 6; 7; 9; ►BB 2008– 02; 04; 05; 14; 31; 42; 43

SUBSTITUIÇÕES►STF (médio)- 24; ►STF (superior)- 7►TSE _ 7►SEBRAE_ 5; 6; 19; 20►CGE _ 10►TCE_ 1-E; 1-B; 4-D►TST - 3►MMA_ 8; 10

VÍRGULA/PONTUAÇÃO►STF (médio)- 1; 2; 13; ►STF (superior)- 11; 17; 19; 82;87; ►TJDF (médio) _ 13►TST_ 5; 15; 16; 23►TCU_ 1; 10; 22►MPOG_ 7►MMA_ 9; 11; 14►TJDF (superior)- 7; 10►TSE_ 1-A; 1-D; 4; 6-B; 6-C; 9►SEBRAE_ 1; 9; 14►CGE_ 4►BB 2008_ 33►TCE- 2-B; 4-C

COMPLEMENTO VERBAL

►TSE_ 2-III; 3-C►SEBRAE- 2►FUB (cad. 25) _ 8►BB _ 18►TCE_ 3-A

CRASE►STF (médio)-23; 27

►TST _ 17►TCU _ 5►TJDF (superior)_ 9►BB_ 17►TCE_ 1-D; 3-C►MMA- 14; 17►STJ- 10ORTOGRAFIA/ ACENTUAÇÃO

►SEBRAE_ 10►FUB (cad. 1)_ 6 ao 10►FUB (cad. 25) _ 10; 12 ao 15►CGE_ 4; 10►TCE_ 4-A

CONCORDÂNCIA/REGÊNCIA►STF (médio)-3; ►STF (superior)- 2; 5; 5; 10; 11; 12; 16; 84 ►TJDF (médio) _ 14►MMA_ 5►BB_ 06►TCE_3-A; 3-B; 3-C►TST _ 9; 11; 12; 18; 20; 22►TCU_ 2; 11; 19►STJ_ 7; 8►MPOG_ 3; 4; 5►SEBRAE_02; 07; 12; 13►CGE_ 2; 8-A►BB_ 1; 3; 18; 32►FUB- 8

VERBO ( TEMPO E MODO)►STF (superior)- 85►TJDF (médio) _ 4►TST_ 2►TCU _ 17►PROFESSOR _ 9 (1); 9 (4); 9 (10)►TSE_ 3-A►CGE_ 8-C►BB_ 13►TCE_ 2-D; 5-D

FRASE/ORAÇÃO/CONJUNÇÃO►STF (médio)-16; 17; 4►STF (superior)- 3; 17; 86; 89►TJDF (médio)_ 7►TCU _ 18; 23►MMA _ 4; 19►TST_ 3►PROFESSOR_ 9(2); 9(3); 9 (5); 10 (toda)►TSE_ 10►FUB (cad.25) _ 7►CGE_ 03; 8-B►TCE_ 1-E; 2-A; 3-E; 5-B►BB- 2SUJEITO/VOZ PASSIVA/ “SE”►STF (médio)- 26; ►STF (superior)- 15; 90; ►TST_ 19►MPOG_ 12►MMA_ 2; 18►TJDF (superior)_ 2►TJDF (médio) - 11►PROFESSOR_ 9(6); 9 (8)►TSE_ 1-B; 1-C; 6-D ►BB_ 03

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►TCE_ 2-E; 5-C►CGE- 8-DCOMPLEMENTO NOMINAL

►TST _ 17; 20►INSS_ 1

MORFOLOGIA

►TJDF (médio)_ 2; 3; 8; 12►TST _ 8; 22►TCU_ 16►MMA _ 15►TJDF (superior) _ 10►SEBRAE_ 3; 16; 18 ►CGE_ 8-E►TCE_ 4-B

COLOCAÇÃO PRONOMINAL►STF (superior)- 18; ►TSE_ 6-D►BB_ 16

QUE ►STF (superior)-81; ►CGE_ 8-D►BB- 15►TJDF (médio)- 11►MMA- 8; 19►TCU- 18

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