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Ano 3 - 6ª Edição. Abril 2012 Distribuição Gratuita Tatuagem: Corpo como tela Cult: ame ou odeie Homenagem: Millôr Fernades Compras coletivas: nova mania on line Victor Ricione

FoCA - 6ª Edição

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O FoCA é o jornal realizado, como parte das atividades da Aeca, pelos estudantes de Jornalismo da Faculdade de Comunicação, Arte e Designer, do Ceunsp

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Page 1: FoCA - 6ª Edição

Ano 3 - 6ª Edição. Abril 2012

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Tatuagem: Corpo como tela

Cult: ame ou odeie

Homenagem: Millôr Fernades

Compras coletivas: nova mania on line

Victor

Ricione

Page 2: FoCA - 6ª Edição

Caros leitores,

A 6ª edição do FoCA vem chegando trazendo várias novidades. A primeira já está logo na capa: nossa foca mudou! Logo de cara também agradecemos a Grecia Baffa, aluna do 3º semestre de Jornalismo, que repaginou a foquinha e a deixou com ares de intelectual, que, com certeza, conquistará muitos fãs.

Falando em fãs, o FoCA agora também está na rede. Nossa página no Facebook trará, além das matérias desta edição, novidades, informativos e fotos nos ensaios fotográficos desta e das futuras edições, além de clics exclusivos dos eventos que agitam o Bloco K.

Nesta edição falamos sobre tatuagens e como elas assumem cara de obra de arte no corpo dos alunos da FCAD. Também abordamos a febre da compra on line e um guia para não errar na hora da compra virtual. Conheça o lado cult da nossa cultura, entenda porque fazemos provas e descubra o que a brincadeira das cadeiras e partidos políticos têm em comum.

Essa edição está um estouro!

Boa leitura,Gisele Gutierrez

FoCA FoCA

O que prova a prova?EDITORIAL MURAL FCA+D

FoCA - 2012Professor Orientador - Pedro CourbassierEditora chefe - Gisele Lourenço GutierrezEditora assistente - Daniela Ventura

Repórteres - Adla Machado, Hugo Antoneli, Jaqueline Rosa, Nataly Miranda, Ricardo Santos, Tati Lourençon

Fotógrafos: Bianca Truzzi, Gilson Moreira.

Colaboradores: Jefferson Oliviera (Agência Fato às Terças), Victor Ricione, Coh Merlin, Alexandre Massaharu Tikamori, Grecia Baffa.

O FoCA é um produto da Agência Experimental de Comunicação e Arte (AECA), da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) - CEUNSP

ContatoEmail [email protected] - @jornalfoca

Os textos publicados são de responsabilidade de seus autores.

EXPEDIENTE

VIDA UNIVERSITÁRIA

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O jornal FoCA está no Face! Curta a nossa página:

Foca Ceunsp

Gisele Gutierrez

PAPO DE MURETA

Você sabia...O que rolou no mês de março e abril na FCAD

Inauguração

A sala k19 do Bloco K, mais conhecido como Redação, foi inaugurada na noite do dia 24 de março e contou com a presença de alunos, professores e funcionários. A sala ganhou, além de computadores, uma nova decoração com ares de nostalgia, remetendo as antigas redações.

Segundo Edson Cortez, coordenador da FCAD, o objetivo da reforma, além de melhorias nas instalações, é torná-la ainda mais funcional, para atender as necessidades dos alunos do curso de Jornalismo, "Revolucionamos a redação, de modo que ela se torne referência no ensino do Jornalismo”, garante Cortez.

A sala se encontrava fechada para reformas desde o início do ano letivo, deixando os aspirantes a jornalistas com um certo sentimento de orfandade. Trancada desde então, a nova decoração estava sendo mantida em segredo, o que não a salvou de olhares dos curiosos, ansiosos pelas novidades. O resultado agradou.

Atendimento médico no campus V

Passou mal dentro da faculdade. E agora? Estudantes não se preocupem, o Ceunsp oferece atendimento médico aos alunos dentro do próprio campus. O atendimento é feito por um enfermeiro que fica de prontidão no bloco D, onde se encontra também o departamento de Recursos Humanos. Em situações mais graves, uma ambulância é imediatamente chamada para que o aluno seja levado ao hospital mais próximo.

Fiquem atentos: ao se sentirem mal, é importante que procurem pelos funcionários do seu bloco (no caso do bloco K, procurar pelo Coh ou pelo Sérgio). São eles os responsáveis em encaminhar os alunos para o atendimento.

Todo semestre é a mesma coisa quando chega a semanas das provas. Sempre a

mesma correria atrás das matérias atrasadas, dúvidas que só surgem na solidão do quarto, bem longe do professor que possa dar mais uma última explicaçãozinha.

Mas qual o motivo de pararmos por duas semanas inteiras durante o semestre para dedicá-la a uma atividade tão penosa para a maioria dos alunos? E será que está é melhor maneira de descobrir o que os alunos aprenderam ou não no decorrer das aulas? Quem responde estas e outras perguntas é o professor da Faculdade de Comunicação Arte e Designer, Pedro Courbassier.

FoCA: Por que fazemos prova?Courbassier: As diretrizes da educação

brasileira orientam para que haja um método de avaliação. Percebo que a questão da prova é uma questão positivista, já vem de décadas, em que é apresentado o conteúdo e os estudantes tem que estudar. A maneira de provar que ele sabe é respondendo algumas questões no formato de prova. A instituição Ceunsp determina que tenha-se como modelo de avaliação a PO1, PO2, POS, PO3 e a questão da média, por pontos, em que o aluno tem que atingir um coeficiente.

FoCA: Qual a importância da prova escrita?Courbassier: É determinação da Faculdade

de Comunicação, Arte e Designer que a PO1 seja letramento: questões de leitura, interpretação de texto, comunicação e expressão. Porque alunos de comunicação e arte devem saber se expressar, compreender, redigir. O que sou contra é que, no ensino superior, você obrigar a ter uma sistemática de avaliação ou engessar o processo da prova. Eu adoraria fazer uma prova na redação, o jornalista não vai escrever, ele vai digitar. Além disso, as disciplinas destoam: uma coisa é ciências humanas, sociologia (disciplinas mais teóricas), outra é radiojornalismo (baseada na prática). É meio esquisito fazer prova de radiojornalismo, por exemplo. Além disso, as vezes minha prova não é para avaliar, mas para ensinar alguma coisa. Coloco lá um texto que o aluno não vai ler em casa ou mesmo na aula, mas que na prova ele tem que ler, assim chamo a atenção para tal questão. É um

conhecimento a mais.

FoCA: Que outros mecanismos são utilizados pelos professores para avaliar o desempenho dos alunos?

Courbassier: Na nossa faculdade são os trabalhos práticos, dois ou três, que são relacionados às técnicas ensinadas. Uma outra forma, que eu acho bem interessante, e que é motivo de grandes debates, é a Aeca. A Aeca influencia o trabalho, as notas de todo mundo. Uma terceira maneira que eu uso, é a participação do estudante em aula.

FoCA: Avaliar pode ser um processo bastante subjetivo. Você leva em consideração o indivíduo no momento da correção?

Courbassier: Tento não levar, tento não ter preconceitos. Eu entendo que eu preciso ver o que o estudante está explanando sobre as questões perguntadas. Mas é muito difícil você não se influenciar, você conhece o aluno, é meio implícito. Mas na hora da nota, dou a que foi merecida pela prova e deixo essa questão da qualidade ou falta de qualidade do aluno nos arredondamentos. De qualquer maneira, o professor se esforça para fazer a correção jurídica da prova, pontuando aquilo que foi respondido.

FoCA: O que esperar da Po2?Courbassier: Leciono as disciplinas práticas,

o ensino das técnicas da profissão, por isso, minhas provas no 2º bimestre são muito práticas. A Po2 então é mais pró-forma: precisa ter um papel, então questiono como foi o desenvolvimento desse trabalho, que vale um ponto ou meio e o restante da nota é o próprio trabalho. Mas em algumas disciplinas, por ter um conteúdo importante, interessante, pode ser que, além dessa pergunta sobre o trabalho prático, tenha outra questão sobre o conteúdo do bimestre.

FoCA: O que faz a diferença no mercado de trabalho?

Courbassier: Saber fazer. Se você vai fazer um teste numa empresa jornalística, não vai colar: como que se cola saber a língua portuguesa, como cola você ser curioso ou se você é bem informado? No dia a dia, a pessoa vai perceber que você não nasceu para aquilo.

Expo Foto FCAD

Comemoração: alunos do curso de Fotografia comemoram a nota 4 atribuÍda ao curso pelo MEC.

Alívio no trânsito

Foram resolvidos os problemas do trânsito no entorno da faculdade. Desde o começo do mês de março, ônibus e vans estão proibidos de passar em frente ao portão principal do Ceunsp, no Largo da Matriz.

A Prefeitura de Salto decidiu tomar algumas providências para colaborar e organizar ofluxo de estudantes no horário da entrada e saída das aulas. Fica, então, proibida a passagem em frente a faculdade entre as 18h40 até 19h20 e das 22h15 até as 22h40.

A fiscalização policial está contribuindo para que a ordem seja mantida diariamente. Nos horários de pico, é comum encontrar policiais observando e direcionando o tráfego.

Colaboraram para esta coluna Adla Machado, Daniela Ventura e Nataly Miranda

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Inauguração da sala KP19

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Palestra com Epitácio Pessoa, o Pita, fotógrafo do Estado de São Paulo e ganhador do Prêmio Esso 2011

Confira essas e outras fotos na nossa página no Facebook. Curta FoCA Ceunsp.

Page 3: FoCA - 6ª Edição

FoCA FoCACOMPORTAMENTO

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A flor da peleDaniela Ventura

Um desenho ou uma frase que acompanha pelo resto da vida, grudada na pele. Essa é a escolha

para quem pretende fazer uma tatuagem.

Segundo estudos feitos pela Revista Galileu, o ato de ilustrar a pele pode ser visto desde 2160 a.C., em múmias de mulheres egípcias. Mesmo assim, a tatuagem foi, por muitos anos, vista com maus olhos. No ano de 787 foi banida pelo Papa Adriano I. Para ele, a tatuagem era coisa do demônio. Em 1600, foi utilizada como forma de identificação de criminosos e mafiosos da Yakuza, a temida máfia japonesa.

O tempo passou. Hoje, fazer uma tatuagem é algo corriqueiro. Ela deixou de ser característica exclusiva dos roqueiros e descolados dos anos 1970 e 1980 e passou a atingir todos os públicos. “Não é mais necessário ser diferente e exótico para ter uma tatuagem”. Declarou a estudante de jornalismo Grecia Baffa, 20, que tem três tatuagens espalhadas pelo corpo.

Tatuar deixou de ser um ato de rebeldia, tornou-se, em alguns casos, um ato de amor. Marli Spilak, 45, diz que “só faria uma tatuagem se fosse para colocar o nome da minha filha, pois é um amor que vai durar para sempre.”

Por se tornar algo tão corriqueiro, algumas pessoas se esquecem que a decisão não é tão simples e acabam tatuando uma imagem que, em alguns anos, pode gerar um sentimento de arrependimento. Para o a tatuadora Samantha Pires Santos, 20, o ato de se tatuar não é simples e não tem de ser feito por impulso. “Trata-se

de uma decisão muito pessoal que pode ser unicamente estética ou até mesmo mística”, declara Samantha. Para ela, modismos não podem influênciar na decisão, pois a pele vai ficar marcada para sempre. “Pensem bem no desenho como algo que permanecerá para sempre em sua vida”, afirma.

Ainda segundo Samantha, um dos passos para não ter um arrependimento pós- tatuagem é a escolha do profissional e do local, “dando muita atenção à higienização do ambiente e dos materiais, que são fundamentais nessa profissão.” Doenças, como a hepatite, podem ser transmitidas, caso ocorra reutilização de materiais.

Uma das dicas da tatuadora é conhecer o trabalho do artista, antes de se tatuar. “Uma maneira de saber se o tatuador é confiável, é conhecendo o trabalho dele.” E a recomendação de outras pessoas também deve ser levada em conta. “Ouvir a opinião das pessoas que ele já

tatuou e se identificando com o estilo que ele faz”, completa.

E quando ocorre o arrependimento? Como retirar? “Existe a possibilidade de cobrir a tatuagem com uma outra maior, ou então, a remoção à laser”, explica Samantha. Quando a vontade é apenas de esconder o desenho por um pequeno período, Samantha indica a maquiagem. “Atualmente existem maquiagens muito eficientes para cobrir tattoo, caso queira uma solução mais rápida, indolor, porém, passageira.”

Rosas e Armas - Andressa Kaam, 19, estudante de Jornalismo, tem uma tatuagem que já lhe causou alguns problemas: o desenho escolhido foi um revólver. O motivo foi sua paixão pelo Guns n’ Roses, traduzido, o nome da banda quer dizer Rosas e armas. Segundo a estudante, o preconceito existiu, e pior, veio de sua própria família: “O maior preconceito do mundo eu sofri com meus familiares, até hoje eles não aceitam meu desenho.”

Já por parte da sociedade, Andressa diz nunca ter passado por nenhuma situação embaraçosa. “No geral não sofro preconceito.” Ela encerra a conversa lembrando que, “às vezes me abordam para elogiar a originalidade do desenho.”

Preconceitos foram quebrados. A estudante diz que “as pessoas estão mais flexíveis.” Hoje a tatuagem é considerada arte, o corpo se transformou em tela, e o tatuador é o artista.

“Não é mais necessário ser

diferente e exótico para ter uma

tatuagem”Grecia Baffa, universitária

Amor e Ódio - Enquanto algumas amam tatuagem, há pessoas que não as suportam. Os motivos são diversos: de religiosos a culturais.

A religião que não aceita, considera o ato de marcar o corpo uma ofensa pessoal a Deus. Outras pessoas, atribuem os desenhos ao que antes eram usados para marcar criminosos ou miniorias étnicas, como aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial. Nem toda sociedade se acostumou com as tatuagens.

Jorge Ventura, 55 anos, aposentado, é uma dessas pessoas. Apesar de seu filho ser tatuado, até hoje não se conformou com o fato. É enfático sobre o que pensa a respeito: “Me senti mal quando descobri que ele havia feito a tatuagem” e completa “entendo que se Deus quisesse que as pessoas tivessem tatuagem, teria feito em todos marcas de nascença”.

Benedita Colombo Fernades, 50 anos, doméstica, não é tão radical. Não aceita apenas os desenhos que são feitos sem significados. “Não gosto das pessoas que se tatuam apenas pela exibição, mas quando há um significado

“Entendo que se Deus quisesse que

as pessoas tivessem tatuagem, teria feito em todos

marcas de nascença”

Jorge Ventura, aposentado.

não tenho nada contra”, explica.

João Fernandes Sobrinho, de 53 anos, diz que não aceita as tatuagens que são feitas pela influência de um grupo “muitas pessoas se tatuam porque fazem parte de determinado grupo”, diz. Para ele a tatuagem tem que ter um sentido, senão é pura bobagem. Porém, João não é tão condescendente quando questionado sobre qual seria sua atitude se um de seus filhos aderissem a moda: "eu mandaria eles darem um jeito de remover, não admitiria”, diz João.

Benedita também não se mostra muito animada com a ideia: “Por exibicionismo eu diria: Atitude ridícula!"

EU E AS TATTOSTatuados explicam suas inspirações na hora de escolher suas obras.

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"Das 3 tatuagens que eu tenho uma tem um significo especial, possuo o meu sobrenome (Melo) no pulso direito, fiz junto com o meu irmão mais novo, é uma forma de homenagear minha mãe, é uma espécie de proteção, é o nosso amuleto sagrado."Églis Jenifer de Melo , 3º semestre de PP

"Tenho uma caveira mexicana. No México, o Dia dos Mortos é celebrado com muita alegria e festa, para mim é esse o significado: renovaçao da alegria sempre."Bruno Vinícius, 1º semestre de Fotografia

"O cervo tem como significado mitológico boa sorte, virtude e paixão. Os chifres do animal, as galhadas, representam abundância e estão sempre em crescimento. Mas para mim, o mais marcante é a virtude. Virtude é o agir moral em direção ao bem."Carolina Lopes, 1º semestre de Jornalismo

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FoCA 7CULTURA

Eternamente em nossos coraçõesFoCA 6

CONSUMO: Está mais difícil dizer nãoAdla Machado

VIDA ONLINE

Praticidade, ofertas tentadoras (algumas chegam a até 90% de desconto), inovação, coletividade…

Quando se trata de compras, resistir pode ser uma tarefa difícil, nessas condições então, é quase impossível. É dessa forma que os sites de compras coletivas estão atraindo consumidores e aumentando a disputa em um mercado que já é competitivo: cair no gosto do consumidor.

Origem - Sucesso nos Estados Unidos desde 2008, eles só apareceram no Brasil em 2010. O site americano Groupon foi o primeiro a investir no mercado, com ofertas somente no estado de São Paulo. Mas foi com o Peixe Urbano, o primeiro totalmente brasileiro, que a moda pegou. Devido a um simples fator: as ofertas atendiam mais estados. Depois deles surgiram outros tantos espalhados pelo país. Hoje já são mais de mil sites de compra coletiva e esse número não para de crescer.

Como funciona - Mas o consumidor deve estar se perguntando o que estes sites tem de tão especial, como obtiveram tanto sucesso e, principalmente, como funcionam estes sites? Primeiro: eles criam parcerias com diversos estabelecimentos e depois lançam ofertas irresistíveis, uma ou várias por dia, que podem ser desde um dia num spa, até viagens internacionais. A regra principal é que um número mínimo do produto ofertado deve ser vendido, para validar a promoção, mas isso não tem sido um problema, os sites mais famosos chegam a obter a marca de 15 mil vendas no mesmo dia. Os serviços mais procurados são na área de turismo, alimentação e estética.

Palavra de consumidor - Para o monitor de informática Clodoaldo Belfia, os sites de compras coletivas são um benéfico para o consumidor. “Nestes sites há muitas oportunidades de comprar vários produtos por um preço barato”, comenta Clodoaldo. Com a comodidade de não precisar sair de casa para pesquisar e com apenas um clique fazer uma boa compra por um preço melhor ainda, o mercado tradicional está perdendo um pouco do seu espaço. Mas tem quem ainda não abre mão das lojas físicas. “Prefiro comprar diretamente na loja porque é certeza do recebimento do produto” afirma a secretária Rosane Cruz dos Santos.

Motivação - Qualquer compra é motivada por preços tentadores, por isso, muitas vezes, são realizadas sem necessidade, por impulso. E com o mercado de compras coletivas não é diferente. Quem não se sente atraído por comodidade e um produto de qualidade atrelado a um valor pequeno? Com este tipo de atrativo, estes sites estão ganhando cada vez mais espaço e a confiança de consumidores, que, quando se trata de qualidade e preço baixo, se tornam extremamente maleáveis. Só resta dizer: boas compras.

Ricardo Santos e Nataly Miranda

Quem nunca viu um filme fantástico anos depois de seu lançamento, e não tinha ideia de que ele ao menos

existia? Provavelmente você se deparou com um filme cult. Este é o caso de várias pessoas que adoram cinema e que muitas vezes se deparam com verdadeiras obras-primas, mas não a conheciam, pois estes não foram divulgadas pela mídia. Normalmente essas películas são chamadas de Cult. São assim chamados por não terem alcançado fama e reconhecimento na época de seu lançamento. A denominação quando traduzida literalmente é cultura culta, ou seja, clássicos culturais que ainda são atuais e mantem o sucesso mesmo depois de muitos anos. Com uma história longa no cinema, a cultura Cult é sentida por apenas parte das pessoas, aquelas que gostam, principalmente, de uma produção diferenciada.

Para a professora de cinema da FCAD, Fernanda Cobo, os filmes Cult estão muito relacionados com filmes B. “O filme hollywoodiano é o carro-chefe, com grandes astros, os melhores técnicos, a melhor produção. O filme B tinha um orçamento menor e a equipe não era tão destacada. Os hollywoodianos estreavam primeiros nas grandes capitais, e em cidades menores os filmes B. Esse termo dura até a década de 1950. Por ser de baixo orçamento, não tinha tanta expectativa de rendimento que os outros. Muitos filmes B viraram Cult”, diz Fernanda.

Além de filmes podemos considerar como da cultura cult séries, quadrinhos, mangás, músicas e games que possuem uma legião de fãs. Geralmente, a finalidade da produção não é o sucesso e sim transmitir alguma mensagem relevante para seus seguidores. Para a professora de cinema, também da FCAD, Lilian Santiago, a qualidade artística e produção independente criam uma tendência diferenciada que fazem o filme ser cultuado. “São aqueles que realmente criam uma nova maneira de se fazer cinema, sem alarde na mídia, mas muito valorizados pelos críticos", explica, "mesmo com pouco dinheiro, os produtores conseguem fazer um filme relevante na questão artística, na trilha sonora

original, e na mensagem da obra”, conclui Lilian. Esses filmes são tratados como pérolas por seu conteúdo e roteiro originais. Muitas vezes com histórias difíceis de entender, mas que leva os telespectadores a pensar. O foco não é estético, como nos filmes normalmente assistidos. O objetivo principal é a história. É um filme alternativo, fora dos padrões de Hollywood, de baixo investimento, com custos da produção relativamente baixo.

Ainda segundo Lilian, o filme São Paulo S.A, do diretor Luís Sérgio Person, é um ótimo exemplo de Cult. “Foi filmado na década de 60, com poucos recursos. Conta a história da entrada da indústria automobilistica na cidade, adiantado o que é hoje o caos em São Paulo.”

Mesmo não tão vistos pelo público, são campeões de boas críticas. Trilha sonora, conceitos, ciências fictícias ou personagens estranhos, como Spock, de Star Trek, podem influenciar muito para um filme ser, ou não Cult. Segundo Carlos Cavalcante, 23, aluno de Administração, os personagens únicos deste tipo de filme os fazem inesquecíveis. “Muitos personagens são clássicos, estranhos. Gosto do

trash estilizado destes filmes. Acabam criando tendências e são eternos”, diz Carlos. Muitos filmes se tornam clássicos depois que suas "vidas úteis" terminam, anos depois de seu lançameto e, na maioria das vezes, se estendem além de sua mídia de origem, criando outras franquias do original, como séries, quadrinhos, livros, brinquedos.

Para Rafael Marçal, 20, aluno de Publicidade e Propaganda, é muito importante que os fãs continuem a gostar da franquia mesmo depois de algum tempo. “Sempre que posso compro produtos relacionados ao filme que gosto, mesmo não estando mais em evidência”. Os adeptos seguem fiéis mesmo quando sua produção é interrompida ou cancelada e, normalmente se dedicam a manter contato entre si, através de grupos de discussões na internet e lojas especializadas. Manifestações desse tipo são os fatores responsáveis pela longevidade cultural desses filmes. “Me relaciono com várias pessoas que têm em comum o mesmo gosto. Seja no Facebook, MSN e Orkut, sempre busco mais informações e marcamos encontros para bater papo sobre a obra”, conclui Rafael.

Com baixo orçamento, filmes Cult têm lugar garantido no coração dos fãs do gênero

Raízes cultO termo nasceu no final da década de

1980, criado pela crítica cinematográfica americana. A ideia do que era Cult estava por trás de um rótulo, rótulo este que, na maior parte das vezes, estava relacionado ao orçamento investido.

Em contra partida, para se considerar um filme como Cult, não é necessário apenas um investimento relativamente baixo, é preciso também que, ao longo do tempo, os seguidores ainda achem certa relevância na mensagem transmitida no filme.

Normalmente, quando lançados, os filmes Cults não obtém uma boa recepção do grande público, mas ao longo do tempo tornam-se grandes referências.

Star Trek - 46 anos após o lançamento, o sinal de Spock ainda é reconhecido facilmente como ícone da série.

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Segundo uma pesquisa, feita através do instituto Ibope-Nilsen, em setembro passado, estima-se que cerca de 5,6 milhões de internautas visitaram pelo menos um site de compras coletivas durante o mês. Hoje estes sites já são

mais de mil espalhados pelo país e a tendência é só aumentar.

Super dicasSaiba como se dar bem nos sites de

compra coletiva

- Antes de concluir a compra, acesse o site do comerciante, observando bem as fotos e os dados para confirmar se o produto está dentro das suas exigências.

- Não seja precipitado e nem saia comprando tudo o que ver pela frente só porque está barato. Os sites estão lá

para disponibilizar ótimas ofertas, sempre. Então tenha paciência, pesquise bem, para no fim fazer um bom negócio.

- Quando adquirir o produto pela primeira vez, fique atento quanto a confiabilidade do site e as regras para a aquisição do produto. Uma boa forma de verificar isto é levando em consideração a fama do site, suas condições de pagamento, certificação

digital das páginas de entrada que armazenam os dados, bem como o visual e o texto utilizado.

- Leia com atenção os termos de ofertas publicadas no site. Verifique sempre itens importantes como validade dos cupons, características do produto, locais e datas, necessidades de reservas entre outras informações que julgue importante.

- Confirme sempre o valor real do produto adquirido.

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Curta a página do FoCA no Facabook e descubra os dez filmes cults desta foto

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FoCA 8POLITIKALIZANDO

Ordem e progresso na dança das cadeirasHugo Antoneli

A excessiva mudança de partido pelos políticos brasileiros tem uma ligação com a brincadeira infantil dança das cadeiras: a velocidade com que acontecem as trocas. O humor existe apenas para aqueles que se reelegem. Seria engraçado, se não acontecesse com as lideranças que tomam as principais decisões para o interesse da população, como deputados, por exemplo.

Partidos crescem pelos nomes que estão ligados à legenda – diferentemente do que acontecia, principalmente, nos tempos obscuros da ditadura militar, onde haviam ideologias que eram seguidas de forma rígida, no caso, a militar. Uma pesquisa feita em 70 cidades revelou que dois em cada três brasileiros não se lembra do nome do candidato que votou na última eleição. Aspecto que pode ter influência, ou justificativa, no descaso de alguns líderes com os eleitores. "A partir do momento em que os eleitores não se preocupam em fiscalizar a vida dos políticos e suas ações partidárias, eles dão aos eleitos o direito ou, pelo menos, a condição para fazerem o que bem entenderem”, explica Jaqueline Rosa, estudante do 5º semestre de Jornalismo e filiada ao Partido da Mobilização Nacional (PMN). “Eles passam a agir mais de acordo com seus próprios interesses do que pelo bem comum", completa a universitária.

A falta de interesse pelas causas políticas, principalmente dos jovens, é preocupante, principalmente pela responsabilidade que a juventude carrega em relação ao futuro. Pela primeira vez, desde 1998, o número de jovens que ainda não são obrigados a votar diminuiu. Foram registrados cerca de 2,3 milhões de eleitores facultativos em 2010, uma queda de 6,81%, com relação à eleição nacional de 2006, quando o número era de 2,5 milhões.

Mas se há variadas legendas, porque elas se unem? “Em alguns momentos da história,

podemos ver socialistas e comunistas juntos para derrubar o fascismo, mas eles se separam depois do objetivo conquistado, porque não faz mais sentido estarem unidos depois disso.”, explica o articulista do jornal Bom Dia Sorocaba e professor do Ceunsp, João Negrão: “Devemos diferenciar os partidos sérios, que tem projetos de sociedade, das legendas de aluguel, que usam as eleições, que acontecem a cada dois anos, para fazer negócio”, explica.

Na história brasileira podemos ver isso em alguns momentos específicos: “No antigo MDB, que fazia oposição durante a ditadura, existiam desde comunistas até liberais democráticos. Porque havia algo em comum, o fim da ditadura, objetivo alcançado, cada um pro seu lado”, revela Negrão, que é mestre e doutor em sociologia política pela PUC SP.

Hoje em dia, ainda segundo ele, muitos candidatos se aproveitam dessas “legendas de aluguel” apenas para se eleger, sem qualquer identificação com as ideologias do partido: “Podemos usar o exemplo do Clodovil, que foi eleito pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC-SP). Ele era assumidamente homossexual. Quando ele morreu, o seu suplente era um coronel ligado à ditadura.” Pessoas famosas que atraem muitos votos são prato cheio para esses negócios feitos por essas legendas de aluguel: “Grande parte dos candidatos são eleitos individualmente e não pelo partido.”, completa Negrão, que ainda revela: “Muitos partidos ficam reféns por conta de tempo de TV e governabilidade”, ainda segundo o jornalista: “Se observarmos a base de apoio do governo nos últimos anos, PT e PSBD tem o mesmo apoio, que demonstra esse interesse apenas de governabilidade.”, completou.

MEMÓRIA FCAD

Março foi mês de grandes perdas. Além de Chico Anysio, o Brasil se despediu de Millôr Fernandes, que morreu em sua casa poucos dias depois do comediante global (Chico faleceu no dia 23 de março e Millôr no dia 27).

Desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, tradutor e, não menos importante, jornalista. Millôr foi muitos em um. E a maneira que a equipe FoCA encontrou para homenagear essar figura única, é compartilhando com nossos leitores um entre tantos trabalhos que Millôr realizou ao longo de uma vida dedicada a comunicação.

O FoCA apresenta Millôr Fernandes e sua incrível e inusitada descrição do Brasil.

Para sempre Millôr BRASIL – Descrição Física e Política

"O Brasil é um maior do que os menores e menor do que os maiores. É um país grande, porque, medida sua extensão,

verifica-se que não é pequeno. Divide-se em três zonas climatéricas absolutamente distintas: a primeira, a segunda e a terceira. Sendo que a segunda fica entre a primeira, a terceira.

As montanhas são consideravelmente mais altas que as planícies, estando sempre acima do nível do mar. Há muitas diferenças entre as várias regiões geográficas do país, mas a mais importante é a principal. Na agricultura, faz-se exclusivamente o cultivo de produtos vegetais, enquanto a pecuária especializa-se na criação de gado. A população é toda baseada no elemento humano, sendo que, as pessoas não nascidas no país são, sem exceção, estrangeiras. Na indústria, fabricam-se produtos industriais, sobretudo iguais e semelhante, sem deixar-se de lado os diferentes. No campo da exploração

dos minérios, o país tem uma posição só inferior aos que lhe estão acima, sendo, porém, muito maior produtor do que todos os países que não atingiram o seu nível. Pode-se mesmo dizer que, excetuando-se seus concorrentes, é o único produtor de minérios no mundo inteiro.

Tão privilegiada é hoje, enfim, a situação do país, que os cientistas procuram apenas descobrir o que não está descoberto, deixando para a indústria tudo que já foi aprovado como industrializável e para o comércio, tudo que é vendável. Na arte também não há, reservando-se essa atividade exclusivamente para os artistas. Quanto aos escritores, são recrutados geralmente entre os intelectuais. É, enfim, o país do futuro, sendo que este se aproxima a cada dia que passa."

Millôr Fernandes (1923 - 2012)

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