11
Acta bot. bras. /(2):209-219 (1988) sup •. FITOPLANCTON DE REDE DA LAGOA DO CAMPELO, CAMPOS, RIO DE JANEIRO, BRASIL: UMA CONTRIBUICAO A SEU CONHECIMENTO. (1) Vera Lucia de Moraes Huszar (2 ) Ina de Souza Nogueira (2) Lucia Helena Sampaio da Silva (2) RESUMO - Este estudo visa contribuir ao conhecimento taxonomico do fitoplancton de rede da Lagoa do Campelo, Municfpio de Campos, Rio de Janeiro. amostras referentes aos perfodos de chuva e estiagem, tendo sido identificados 42 taxons a nfveis especfficos e infra-espe- cfficos, destes, 8 constituem prime·ira ocorrencia para 0 Estado. 0 perfodo de chuvas e caracterizado por maior riqueza de especies. ABSTRACT - This paper aims at the taxonomic knowledge of net phytoplankton of "Lagoa do Campelo" in Campos, State of Rio de Janeiro, Brazil. Surface samples were collected in January 1983 (rain period) and in September 1983 (dry period). Forty two taxa were identified to specific and infraspecific levels; 8 of these are recorded for the first time for the State. Key-Words - Taxonomy, net phytoplankton, "Lagoa do Campelo" - Brazil. Introduc;ao o litoral norte do Estado do Rio de Janeiro apresenta grande numero de lagoas cos- teiras de origem fluvial elou marinha, dentre as quais destaca-se a Lagoa do Campelo, 10- calizada no Munidpio de Campos. E um importante corpo de agua doce natural, que vem sofrendo intensa ac;ao antr6pica atraves de drenagens com fins de irrigac;ao das culturas dclicas da regiao e de especulac;ao imobiliaria. Pouco se sabe sobre a ficofl6rula planctonica das lagoas litoraneas no Brasil. Hus- zar e Esteves (1987), Huszar et al. (1987, 1987a) apresentam revisao bibliogra- fica sobre 0 estagio atual dos estudos de flora ficol6gica das lagoas costeiras do Estado do Rio de Janeiro. E escasso 0 conhecimento das caracteristicas biol6gicas e geomorfol6gicas da La- goa do Campelo. Lamego (1955) caracterizou sua orogenese, Esteves et al. (1984) apre- sentaram dados trsico-quimicos do corpo d'agua, Reid e Esteves (1984) teceram conside- rac;oes ecol6gicas e biogeograficas sobre sua fauna de copepodos e Huszar e Esteves (1987) apresentaram os primeiros dados sobre 0 estudo da comunidade fitoplanctonica de rede. Nestes 3 ultimos trabalhos a Lagoa do Campelo aparece dentre as 14 estudadas. Com 0 presente trabalho objetivou-se contribuir ao conhecimento taxonomico da flo- ra planctonica de rede da Lagoa do Campelo. (I) Parcialmente financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientffico e Tecnol6gico e Con- selho de Ensino e Pesquisa para Graduados da Universidade Federal do Rio de Janeiro. (2) Museu Nacional - UFRJ, Departamento de Botanica, Quinta da Boa Yiata, Sao Crist6vao, Rio de Ja- neiro, RJ. CEP 20942. Bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnol6gico.

FITOPLANCTON DE REDE DA LAGOA DO CAMPELO, … · acta bot. bras. /(2):209-219 (1988) sup •. fitoplancton de rede da lagoa do campelo, campos, rio de janeiro, brasil: uma contribuicao

  • Upload
    dinhtu

  • View
    218

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Acta bot. bras. /(2):209-219 (1988) sup •.

FITOPLANCTON DE REDE DA LAGOA DO CAMPELO, CAMPOS, RIO DE JANEIRO, BRASIL: UMA CONTRIBUICAO A SEU CONHECIMENTO. (1)

Vera Lucia de Moraes Huszar (2 ) Ina de Souza Nogueira (2)

Lucia Helena Sampaio da Silva (2)

RESUMO - Este estudo visa contribuir ao conhecimento taxonomico do fitoplancton de rede da Lagoa do Campelo, Municfpio de Campos, Rio de Janeiro. Analisaram-~e amostras referentes aos perfodos de chuva e estiagem, tendo sido identificados 42 taxons a nfveis especfficos e infra-espe­cfficos, destes, 8 constituem prime·ira ocorrencia para 0 Estado. 0 perfodo de chuvas e caracterizado por maior riqueza de especies.

ABSTRACT - This paper aims at the taxonomic knowledge of net phytoplankton of "Lagoa do Campelo" in Campos, State of Rio de Janeiro, Brazil. Surface samples were collected in January 1983 (rain period) and in September 1983 (dry period). Forty two taxa were identified to specific and infraspecific levels; 8 of these are recorded for the first time for the State. Key-Words - Taxonomy, net phytoplankton, "Lagoa do Campelo" - Brazil.

Introduc;ao

o litoral norte do Estado do Rio de Janeiro apresenta grande numero de lagoas cos­teiras de origem fluvial elou marinha, dentre as quais destaca-se a Lagoa do Campelo, 10-calizada no Munidpio de Campos. E um importante corpo de agua doce natural, que vem sofrendo intensa ac;ao antr6pica atraves de drenagens com fins de irrigac;ao das culturas dclicas da regiao e de especulac;ao imobiliaria.

Pouco se sabe sobre a ficofl6rula planctonica das lagoas litoraneas no Brasil. Hus­zar e Esteves (1987), Huszar et al. (1987, 1987a) apresentam d~talhada revisao bibliogra­fica sobre 0 estagio atual dos estudos de flora ficol6gica das lagoas costeiras do Estado do Rio de Janeiro.

E escasso 0 conhecimento das caracteristicas biol6gicas e geomorfol6gicas da La­goa do Campelo. Lamego (1955) caracterizou sua orogenese, Esteves et al. (1984) apre­sentaram dados trsico-quimicos do corpo d'agua, Reid e Esteves (1984) teceram conside­rac;oes ecol6gicas e biogeograficas sobre sua fauna de copepodos e Huszar e Esteves (1987) apresentaram os primeiros dados sobre 0 estudo da comunidade fitoplanctonica de rede. Nestes 3 ultimos trabalhos a Lagoa do Campelo aparece dentre as 14 estudadas.

Com 0 presente trabalho objetivou-se contribuir ao conhecimento taxonomico da flo­ra planctonica de rede da Lagoa do Campelo.

(I) Parcialmente financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientffico e Tecnol6gico e Con­selho de Ensino e Pesquisa para Graduados da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

(2) Museu Nacional - UFRJ, Departamento de Botanica, Quinta da Boa Yiata, Sao Crist6vao, Rio de Ja­neiro, RJ. CEP 20942. Bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnol6gico.

210 Huszar ~lal.

Material e Metodos

A Lagoa do Campelo localiza-se no Munidpio de Campos, Estado do Rio de Janeiro (21 °39'01" S, 41 °11'00" W), em regiao de C1ima quente e umido, com estagao chuvosa no verao e estiagem no inverno (AW de Koeppen), sendo a media do mes mais frio superior a 18°C (Bernardes 1952).

Situa-se na Planrcie Costeira, tendo sido originada, basicamente por fenOmenos f1u­viais, sendo a area que a circunda ocupada, principalmente, por agricultura dclica. Recebe o aporte de agua de varios brejos de .. seu redor, poss\.Ji uma area de cerca de 9,8 km2 e profundidade mAxima de 1,5m; suas Aguas sao c1aras, doces, levemente alcalinas e seus sedimentos de areia fina (Reid & Esteves 1984).

o presente estudo baseou-se em duas amostras coletadas em janeiro de 1983, pe­rrodo de chuvas e em setembro de 1983, perrodo de estiagem, na massa de agua superfi­cial no ponto mais central da Lagoa, com rede de 20 pm de abertura de malha, fixadas com lugol e mantidas em geladeira.

Todos os tAxons foram descritos, medidos e ilustrados em microsc6pio Zeiss Ober­kochen, com base nos caracteres moriometricos da vida vegetativa em amostras popula­cionais.

Resultados

Na tabela 1 estao listados os 42 taxons pertencentes ao fitoplancton de rede da La­goa do Campelo, nos dois periodos de estudo, bem como assinaladas as primeiras cita­gOes de ocorrencia para 0 Estado do Rio de Janeiro.

Tabela. 1 - OCORRENCIA DOS TAxONS ENCONTRADOS NOS PERiODOS DE COLETA NA LAGOA DO CAMPELO, CAMPOS. (. Pimeira citac;:ao de ocorrencia para 0

Estado do Rio de Janeiro).

TAxONS CYANOPHYCEAE

• Chroococcus tena.x Coelosphaerium kuetzingianum Microcystis aeruginosa f.flos-aguae

• M. aeruginosa I. protocystis • Osci/laloria lacustris

CHLOROPHYCEAE Botryococcus braunii Coelastrwn pseudomicroporum C. pulchrum C. reticulatllm Crucigeniella rectangularis Monoraphidium minutum Pediastrum tetras

• Pleodorina californica • P. sp/werica

Scenedesmlls acutus S. arcuatus

JAN/83

x X X X X

X X X X X X X

X X

SET/83

X X X

X X

X X

Fitoplancton da Lagoa do Campelo, Rio de Janeiro

TAxONS S. opoliensis var. mononensis S. quadricauda var. quadricauda S. quadricauda var. longispina Tetraedron caudatum

* T. minimum var. scrobiculatum

ZYGNEMAPHYCEAE Bambusina brebissonii Cosmarium depressum var. minutum C. porrectum

* Euastrum luetkemuelleri Hyalotheca dissiliens var. hians Micrasterias tropica M. truncata var. pusilw Staurastrum leptocladum var. cornutum S. muticum

EUGLENOPHYCEAE Euglena oxyuris Lepocinclis Jusiformis Phacus annomalus P. orbicularis P. tortus Strombomonas ovalis

CHRYSOPHYCEAE Dinobryon elegantissimum

XANTHOPHYCEAE Goniochloris fallax

* Istmochlorom gracile I. lobularum Pseudostaurastrum enorme.

DINOPHYCEAE Peridinium volzii

Descri9ao das especies

CLASSE CYANOPHYCEAE

JAN/83

X X X X

X X X X X X X X X

X X X X X X

X

X X X X

x

Chroococcus tenax(Kirch.) Hier. Beitr. Bioi. Pfl. 5: 483, pl. 17, fig. 11. 1892. (Figura 1)

SET/83

X X

X

X X

X

211

con!.

Basi6nimo - Chroococcus turgidus (Klitz.) Nag. var tenax Kirch., KryptogFlora Schlesien 2(1): 262.1878.

CelulaS' esferiC'as, hemislericas logo ap6s a divisiio, em 9rupoS de 2-4, azul-esverdeadas; bainha amarela, espessa, 3-4 lamelada~ Comprimento das celulas (sem bainha) 10,O-1I,6}Jm,largura 1 5,0- 20, 5}Jm.

Coelosphaerium kuetzingianum Nag. Gatt. einzell. Algen 54, pI. lc. 1849. (Figura 5) Col6nias ocas, eslericas a subestericas, com muitas celuias, frouxa ou densamente arranjadas em

mucilagem homogenea e hialina; celulas esfericas, raramente subeslericas; pseudovacuolos ausentes; conteudo celu lar homogeneo. Diametro das col6nias 22, 1-28, 9)Jm, das celulas 1,5-3, 9jJm.

212 Huszar et Gl.

Microcystis aeruginosa Klitz. f.jlos-aguae (Wittr.) Elenk. Monog. Aig. cyanoph. pars spec. 1: 103. 1938. (Figura 4). Basi6nimo - Policystis jlos-aguae Wittr.,ln: Wittrock & Nordsledl, Algae Exscic. 6: 298. 1879.

Col6nias geralmente subesiericas, raramente em forma de ferradura ou alongadas, margens irregu­lares raramente perfuradas; celulas esl4~ricas, hemisfericas logo 306s a divisao, dispostas irregular e den­samente em!oda a mucilagem hialina; pseudovacuolos presenlb. Diiimetro das col6nica 46,6-193,O)Jm, das celulas 2,6-7,Opm.

Microcystis aeruginosa Klitz. I. protocystis (Crow) Elenk. Monog. Aig. cyanoph . pars spec. 1: 106. 1938 (Figura 3). Basi6nimo - Microcystis protocystis Crow, New Phytol. 22: 62.1923.

Col6nias subesfericas e alongadas, margens irregulares; celulas esfericas, hemisfericas logo ap6s a divisao, dispostas irregular e frouxamente em toda a mucilagem hialina; pseudovacuolos presentes. Dia­metro das col6nica 33,O-186,Opm, das celulas 2,4-4,8)Jm.

Elenkin (1938) considerou M. protocystis Crow como uma forma taxon6mica de M. aeruginosa Klitz., entendendo que a referida forma seria apenas uma fase necrobionte de M. aeruginosa Klitz. Este fato, segundo aquele autor, e corroborado pela' ocorrencia sempre conjunta das I. aeruginosa com a f. protocystis, 0 que tambem foi observado no presente estudo.

Oscillatoria lacustris (Kleb.) Geitler. SiisswasserFlora Dt!. Ost. Schweiz, 12: 362.1925. (Figura 2). Basi6nimo - Trichodesmium lacustre Kleb., Flora 80: 221, pI. 4, fig. 31-33.1895.

Tricomas retos, nao alenuados nas extremidades, nao capitados, nitidamente constritos nos septos; celulas doliformes, 1,5-1,8 vezes mais largas que longas; celula terminal arredondada; pseudovacuolos presentes. Comprimento das celulas 2,6-5, 7)Jm, largura 7,4-8,4J.1m.

CLASSE CHLOROPHYCEAE

Botryococcus braunii Klitz. Spec. Algar. 892. 1849. (Figura 18). Col6nias alongadas, compostas de numerosos grupos de celulas, densamente agregadas entre si

por fios mucilaginosos; celulas elfpticas, envolvidas completamete p~r mucilagem; cloroplastfdios poculifor­mes, sem piren6ide; gotas de 61eo extracelular presentes. Comprimento das celulas 3,7-5,O)Jm, largura 2,6-3,2jJm.

Coelastrumpseudomicroporum Kors. Protococcineae 347,lig. 318.1953. (Figura 7). Cen6bios esiericos de (4)-16-32 celulas subovadas unidas entre si p~r 5-6 processos mucilagino-

50S (menores que a metade do diiimetro da celula); espayos intercelulares arredondados; parede celular li­sa; cloroplastidio unico, parietal, com 1 piren6ide. Diiimetro dos cen6bios 30,7-48,3)Jm, das celulas 9,6-14,4)Jm.

Coelastrum pulchrum Schmidle. Ber. dt. bot. Ges. 10: 206-207, pI. 11, fig. 1-2. 1892. (Figura 6) Cen6bios esfericos de 8-16-32-(64) celulas unidas entre si p~r 6 processos mucilaginosos curtos

(menores que a metade do diiimetro celular); celulas subovadas, 5-6 anguladas, margem externa com 1 processo curto, c6nico-truncado, de apice espessado; espayos intercelulares arredondados; pare de celular lisa; cloroplastidio unico, parietal, com 1 piren6ide. Diiimetro dos cen6bios 24,0-33,6pm, das celulas 5,3-10,5)Jm.

Coelastrum reticulatum (Dang.) Senn. Bot. Ztg. 57: 66, pI. 2, fig. 1-10. 1899 (Figura 8). Basi6nimo - Hariotina reticulata Dang., Botaniste, Ser. 1, 1: 163, pI. 7, fig. 15-17. 1889.

Cen6bios esfericos de 8-16 celulas globosas, unidas entre si por 5- 6 processos mucilaginosos lon­gos (cerca da metade do diametro celular), freqlientemente formando cen6bios multiplos; espagos interce­lulares triangulares; parede celular lisa; cloroplastfdio unico, parietal, com 1 piren6ide. Diiimetro dos cen6-bios 21,O:30,5pm, das celulas 9,4-10,5pm.

Crucigeniella rectangularis (A. Braun) Kom. Arch. Protistenk. 116: 37, fig. 65,66. 1974. (Figura 12). Basi6nimo - Staurogenia rectangularis A.Braum, Aig. unicell.gen. nova minus congo 70. 1855.

Cen6bios retangulares de (4)-16-(64) celulas dispostas cruciadamente, espago central romb6ide; celulas oblongas a subovadas, sem espessamentos; cloroplastfdio unico, parietal, piren6ide nao observa­do. Comprimento dos cen6bios 19,4-19,5jJm, largura 10,5-11 ,6}Jm; comprimento das celulas 8,4- 13,7pm, largura 4,2-6,3}.lm.

Monoraphidium minutum (Nag.) Kom. Stud. P hycol. 109, pl. 22. 1969. (Figura 17). Basi6nimo - Raphidium minutum Nag., Gatt. einzell. Algen 83, pI. 14, fig. c.2. 1849.

Celulas lunadas, apices sempre arredondados, dispostos no mesmo plano; cloroplastfdio unico, pa­rietal, sem piren6ide; incisao lateral nftida. Altura das celulas 8,4-7,6).Jm, diiimetro 4,3-5,8pm.

Fltoplincton da Laaoa do Campelo, Rio de Janeiro 213

Pedia~trum terr.as (Ehr., Ralfs. Ann. Mag. nat. Hist. 14: 469, pI. 12, fig. 4.1844 (Figura 9). BaslOnilTlO - M,crastenas tetras Ehr • .Infus. 155, pI. 11. fig. 1. 1838. . CenObios quadr4ticos (~ oolulas) ou arredondados (8 c~lulas) disposlas concentricamente; espaltO Inlercelular ausente; margem livre das c~lulas extemas com 2 processos ramificados dicotomicamenle de margens arqueadas; relulas intemas com incisao mais aperlada que as extemas; parede celular lisa' cloro­plastfdio unico, parietal, com 1 pirenOide. Dihetro dos cenObios de 8 c~lulas 24,O-25,Opm; com~imento das c~lulas extemas 8,2-10,5}Jm. largura 5,8-11,5}lm; comprimento da c~lula intema 6,3-6,9pm, largura 7,O-8,~m.

Pleodorina californica Shaw. Bot. Gaz. 19: 282, pI. 27, fig. 1-9. 1894 (Figura 10). ColOnias esMricas ou subesf~ricas de 32-64 c~lulas arranjadas na periferia da mucilagem de ma­

neira polarizada (cetulas vegetativas ocupando 1/4 a 1/2 do total da colOnia, reprodutivas a pon;:ao reslan­Ie); c~lulas esf~ricas, biflageladas, as vegelativas 1,5-2,8 vezes menores que as reprodutivas, com 1-2 pi­ren6ides, c~lulas reprodutivas com (2)-6-8 pirenOides. Diametro das colOnias 91,5-204,Opm, das c~lulas vegelativas 4,8-7,2Jlm. das reprodutivas 7,2-20,Opm.

Pleodorina sphaerica Iyeng. 1. Linn. Soc., ~r. Bol 49: 343, pI. 28, fig. 4-5. t 933. (Figura 11). ColOnias esfhicas ou subesf~ricas de 28-50 c~lulas arranjadas na peri feria da mucilagem de ma­

neira polarizada (1/4 a 115 do p610 anterior apenas com c~lulas vegetativas e a poryao restante da colOnia com c~luias vegetativas e reprodutivas igualmente distribufdas); c~lulas esf~ricas, biflageladas, as vegelati­vas 1,6-1,9 vezes menores que as reprOOulivas, com 1-2 pirenOides, c~lulas reprodutivas com 6-8 pirenOi­des. DiAmetro das coIOnias 108,O-187,~m. das oolulas vegetativas 6.7-9,6pm, das reprOOutivas 12,6-16,OJ.im.

Scenedesmus aculUs Meyen. Nova Acta Acad. Caesar. Leop. Carol. 14: 775, fig. 32.1829. (Fi­gura 13).

Cen6bios pianos de 4-8 oolulas dispostas linearmente em ~rie unica; oolulas fusiiormes, relas, em conlacto entre si em 1/3-1/2 de seu comprimento; parade celular lisa; cloroplastfdio unico, parietal, com 1 pirenOide. Comprimento das c~lulas 25,9-31,~, largura6,O-6,6Jlm.

Scenedesmus arcuatus lerrm. ForschBer. bioI. Stn. PIOn 7: 112, pI. 1, fig. 2-4. 1899. (Figura 16). CenObios curws de 4-8 cetulas dispostas lineannente em s~rie dupla; c~lulas oblongas a ovadas;

parede celular lisa; cIoropIaslfdio unico, parietal, com 1 pirenOide. Comprimento das c~lulas 6,8-15,1 J,lm, largura 4,8-7,~

Scenedesmus opolienSis'" Richl var. mononensis Chodal Z. Hydrol. Hydrogr. Hydrobiol. 3 (314): 210, fig. 112. 1926. (Figura 15).

Cen6bios pianos de 4-8 cetulas dispostas linearmente em s~rie unica; oolulas extemas com p6los truncados, Iever'nenIe voIIados para fora do cenObio, cada um com 1 espinho, c~lulas intemas oblongas sem espinhos; parede celular lisa; cIoroplastidio unico, parietal, com 1 pirenOide. Comprimento das c~lulas 24,O-30,-vn, Iargura 7,9-10,4pm; comprimento dos espinhos 19,2-32,2Jlm.

Scenidesmus qrM1dricauda (Turp.)Br6b. var. quadric:auda. In: Br~bisson & Gooey, Mem. Soc. acaiJ. Falaise 1835: 66. 1835 (Figura 19). BasiOnimo - Achnantes quadricauda Turp., Diet. Sci. nat. 1820: pl. 14, fig. 13. 1830.

CenObios pianos de 4 relulas dispostas linearmente em s4rie unica; cetulas oblongas com p6los ar­radondados; c6lu1as eldemas com 1 espinho Iongo em cada p6Io, intemas sem espinhos; parade celular li­sa; cloroplaslfdio Unico, parietal, com 1 piren6ide. Cornprimento das c~lulas 13,8-23,5}Jm, largura 4,3-9,1J.m; ~irner*> dos espinhos 1I,6-24,3j.m.

Scenedesmus quadricauda (Turp.) EWh. var. Iongispina (Chodal) G.M.Smith. Trans. Acad. Sci. Art. Lett. 18: 480, pI. 27, fig. 42, pI. 31, fig. 159-161. 1916 (Figura 14). BasiOnimo - ScenedesnulS longispina Chodat. Beilr. KryptogFlora Schweiz 4(2): 50, fig. 53-58. 1913.

CenObios pianos de 2 relulas dispostas linearmente em s4rie unica; relulas oblongas com 1 espinho e 1 dante em cada p6Io; parede celular lisa; cIoropIastfdio unico, parietal, com 1 pirenOide. Comprimento das relulas 8,6-11,5j.m. largura 3,O-3,8pm; comprimento dos espinhos 5,3- 7, 9J.Im.

Tetrae'dron caudalllm (Coofa) Hansg. Hedwigia 27: 131. 1886. (Figura 20). BasiOnimo - AStericium caudatum Corda, Aim. Carlsbad 9: 238, pI. I, fig. 2. 1839.

~Iulas isoladas, achatadas, 5-anguladas. margens c6ncavas, uma delas com concavidade mais acentuada; angulos arredondados lerminando em espinhos situados no mesmo plano; parede celular lisa; doroplastfdio tinico, parietal. com 1 pirenOide. largura das oolulas (com espinhos) 16,3-19,5pm.

214 Huszar I!l tJl.

Tetraedron minimum (A.Braun) Hansg. var. scrobiculatum Lagerh. Notarisia 2(12); 592. 1888. (Fi-~rn~~ .

Celulas isoladas, achatadas, 4-anguladas, margens opostas igualmente c6ncavas, angulos arre­dondados, com pequena papila, situados em pianos levemente diferentes; parede celular escrobiculada; doroplastrdio unico, parietal, com 1 piren6ide. Largura das celulas 8, 4- 8, 7pm.

CLASSE ZYGNEMAPHYCEAE

Bambusina brebissonii KOtz.ex KOtz. Spec. Algar. 188. 1849. (Figura 29). Filamentos torcidos; celulas em forma de barrilete, 1,7-1,8 vezes mais longas que largas, constri~ao

mediana leve, mas nltida, sene aberto, raso; semicelulas piramidal-truncadas, com pequena intumescencia basal, margens laterais paralelas ou quase em dire~ao ao apice, margem superior amplamente truncada; parede celular hialina, lisa, estriada na por~ao apical das semicelulas, estrias longitudinais delicadas, in­conspicuas; vista vertical circular com protuberancias mamilares opostas entre si; cloroplastidio axial com 61amelas radiais, 1 piren6ide central. Comprimento das celulas 23,0-32,6)Jm, largura 13,0-19, 1)Jm.

Cosmarium depressum (Nag.) Lund.! minutum Heim. Verh. zool.-bot. Ges. Wien 2(41); 598, pI. 5, fig~ 10. 1891 (Figura 24).

Celulas 1,2-2,1 mais longas do que largas, constri~ao mediana profurida, sene linear fechado, fre­quentemente aberto na extremidade; semicelulas oblongas; parede celular lisa; vista vertical eliptica; cloro­plastfdio axial com 1 piren6ide central. Comprimento das celulas 13,O-14,7}Jm, largura 6,2-12,5)lm, istrno 1,9-5,8}Jm.

Cosmarium po"ectum Nordst. Vidensk. Meddr. dansk naturh. Foren 1869: 207, pI. 3, fig. 28. 1870. (Figura 26).

Celulas aproximadamente tao longas quanto largas, constri~ao mediana profunda, sene linear fe­chado, levemente aberto nas extremidades; semicelulas trapeziforrnes, angulos arredondados, margens laterais quase retas, margem apical reta ou muito levemente c6ncava; vista vertical oblonga; parede celular granulosa com pontua~6es distribuidas hexagonalmente entre 0 grAnulos, dispostos em series oblrquas, decussantes. Comprimento das celulas 69,O-72,5)Jm, largura 59,8-73,O)Jm, istrno 19,4-23,O)Jm.

Euastrum luetkemuelleri Ducell. Bull. Soc. bot. Fr., ser. 2, 10: 134, fig. 123a 1918 (Figura 23). Celulas 1,3-1,5 vezes mais longas que largas, constri~ao mediana profunda, sene linear, as vezes

abrindo-se na por~ao proximal ao istrno; semicelulas piramidal-truncadas, angulos do lobo basallevemente arredondados, margens laterais convergentes para 0 apice, suavemente invaginadas entre os angulos ba­sais inferiores e superiores, margem apical retusa na regiao mediana; face de semicelula com pu sem es­crobrculo central; parede celular lisa Comprimento das celulas 20,7-22,6)lm, largura 13,4-17,4)lm, istrno 3,6-8,2)Jm.

Hyalotheca dissiliens (Smith) Breb. var. hians Wolle. Bull. Torr. bot. Club 12(1); 1. 1885. (Figura 30).

Filarnentos torcidos aU nao; celulas em forma de barrilete, 1,0-1,3 vezes mais largas que longas, ni­tidamente constritas nos septos, constri~ao mediana consprcua, sene aberto, raso; semicelulas transversal ­mente retangulares, margens laterais convexas, superior amplamente truncada, tao larga quanto 0 istrno; parede celular lisa; cloroplastrdio estel6ide, com 1 piren6ide central. Comprimento das celulas 17,9-22,6)Jm, largura 18,4-30,4).1m.

Micrasterias tropica Nordst. Vidensk. Meddr.dansk naturh. Foren 1869 (14115); 219.1869 (Fi­gura 28).

Celulas 1,2 vezes mais longas que largas, contorno"eliptico, constri~ao mediana profunda, sene me­diane acutangular, amplamente aberto; semicelulas 3.lobadas, lobo polar subcuneiforme, margem superior c6ncava, extremidades truncadas com 4 espinhos; lobos basais transversalmente semifusiforrnes, margens superiores paralelas entre si, extremidades truncadas com 4 espinhos; parede celular lisa na por~ao media­na, com espinhos ao longo das incis6es e na margem superior dos lobes, frequentemente com uma verruga acima do istrno. Comprimento das celulas 122,O-139,:?;Jm, largura 111,6-117,Oflm, istrno 20,O-25,2)lm.

Micrasterias truncata (Corda) Breb. ex Ralls var. pusilla G.S. West. Mem. Soc. neuchiit. Sci . nat. 5: 1035, pI. 22, fig. 42-43.1914. (Figura 27).

Celulas de contorno circular, constri~ao mediana profunda, sene aberto a partir da por~ao proximal ao istrno; semi-celulas 5-lobadas, incisao entre os lobos polar e laterais ~oderadamente profunda, linear, abrindo-se levemente na extremidade, incisao entre os lobos latera is e basais menos profunda, aberta; lobo polar subcuneiforrne, apice convexo de angulos acuminados; lobos laterais e basais sub-retangulares de

Fitoplancton da Lagoa do Campelo, Rio de Janeiro 215

tamanho aproxi~adamente iguais, cada 1 subdividido em 2 16bulos por incisao pouco profunda e terminan­do em 2 dentlculos separados p~r uma chanfradura; parade celular lisa. Comprimento das celulas 51,8-60,Oflm, largura 55,7-66,9flm, istmo 13,8-27,4).Jm.

Staurastrum leptocladum Nords!. var. cornu tum Wille. Bih. K. svenska VetensAkad. Haruil. 8(18): 19, pI. 1, fig. 39. 1884. (Figura 25). •

Celulas 1,9-2,1 vezes mais largas que longas, constric;ao mediana reduzida, sene raso, agudo, aberto; semlcelulas sub-campanuladas, margem superior com 2 espinhos submarginais, de base larga, pontJagudos, curtos, fletidos em sentidos opostos urn em cada face, margens basais crenuladas, angulos contmuados em processos longos, suave, mas nitidamente curvados em direC;ao ao apice da pr6pria semi­celula, margens superior e inferior crenuladas e/ou denticuladas, levemente atenuadas para a extremidade, terrninando· em 2 espinhos; intumescencia basal das semicelulas geralmente ornamentada com uma linha transversal de granulos c6nicos, muito raramente lisa; vista vertical romb6ide, protuberancia mediana das margens laterais truncadas, p610s continuados em processos retos, longos, de margem crenulada elou denticuladas; cloroplastfdio axial, com 1 piren6ide central em cada semicelula. Comprimento das celulas (com espinho) 39,8-49,6)Jm, largura (com processos) 82,1-96,5flm, istmo 6,4-9,I)Jm.

Staurastrum muticum (Breb.) ex Ralfs. Brit. Desm. 125, pI. 21, fig. 4, pI. 4, fig. 13. 1848 (Figura 22). Basi6nimo - Binatella muticum Breb. In: Brebisson & Godey, Mem. Soc. acado Falaise 1836: 57, pI. 8.1835.

Celulas 1,2-1,3 vezes rna is longas que largas, constriC;ao mediana aguda, aberta; semicelulas sub­globosas, margem superior convexa; vista vertical triangular com angulos arredondados, lados suavemente retusos; parede celular lisa. Comprimento das celulas 28,8-37,4).lm, largura 24,O-29,6}Jm, istmo 12,2-14,4)Jm.

CLASSE EUGLENOPHYCEAE

Euglena oxyuris Schm. KI. Beitr. Nat . Illfus . 17, pl. I, fig. ii, 1-7. 1846 (Figura 32). Celulas cilfndricas, raramente torcidas; p610 posterior atenuado abruptamente em processo caudal

c6nico; periplasto hialino com estrtas finas, espiraladas; cloroplastidios numerosos, disc6ides, ca. ~m de diametro; 2 graos de paramido bastoniformes, 40,7-52,8 x 6,9-11 , I)Jm, 1 anterior e outro posterior ao mi­cleo; nucleo central oblongo, ca. 15,0 x 11,2j.Jm. Comprimento total das celulas 235,O-240,O)Jm, largura 26,O-27,5}Jm, R c/l =6,4-9,0.

Lepocinclis fusijormis (H.J.Carter) Lemm. emend. Conrad. Arch. Protistenk. 82(2): 255, fig. 30. 1934. (Figura 34). Basi6nimo - Euglella fusiformis H.J.Carter, Anllis Mag. Ilat. Hist., ser. 3, 3: 17, pI. I, fig. 15,17. 1859.

Celulas citroniformes; p610 anterior mamilado, obtuso; p610 posterior terminando em processo caudal reduzido a mamilo; abertura apical; periplasto hialino, rigido, estrias nitidas, lev6giras; cloroplastfdios nu­merosos, disc6ides, ca. 2,6-3,5)Jm de diametro; 2 graos de paramido, anulares, laterais, opostos, tao 15,8-19,9)Jm de comprimento. Comprimento total das celulas 25,O-30,5um, largura 20,5 -23,O)Jm, Rc/l=I,2-1,3.

Phacus allllomaius Fritsch & Rich. Trails. R . Soc. S. Afr. 18(1): 75, fig. 24, H-N. 1929 (Figura 36). Celulas torcidas de contorno geral trapezoidal, com duas porc;6es desiguais obliquas em forma de

asas; p610 anterior arredondado, fortemente truncado; p610 posterior atenuado abruptamente em processo caudal c6nico, hialino e curv~ , 2,4-2,6/Jm de comprimento; aberlura do canal , subapical; ladoventral c6n­cav~, dorsal convexo; vista lateral trapezoidal; corte 6ptico cuneado, as vezes retuso no meio com angulos arredondados; periplasto hialino com estrias longitudinais; cloroplastidios numerosos, disc6ides, pari eta is, ca. 2,5)Jm de diametro; 2 graos de paramido, arredondados, de tamanhos desiguais, cada urn localizado na regiao mediana das asas, 0 diametro do mai~r de 9,6-14,4)Jm, do menor 4,8-9,6)Jm. Comprimento total das celulas 28,9-33,6J.lm, largura 23,1-25,8)Jm, R c/1 =1,2-1,4.

PJuJCus orbicularis Hubner. Progrm r. Stras. 5, fig. 1. 1886. (Figura 35). Celulas ovadas; p610 anterior arredondado, as vezes retuso; p610 posterior atenuado abruptamente

em processo caudal c6nico, curv~, hialino, 7,0-13, 1).Jm de comprimento; abertura do canal, subapical: lado ventral plano, dorsal levemente convexo, quilha arredondada; corte 6ptico transversal triangular; periplasto com estrias longitudinais; cloroplastidios numerosos, disc6ides, parietais, ca. 2,O)Jm de diametro; geral ­mente 1 grao de paramido disc6ide, central, de 11,1 -24, O)Jm de diametro, as vezes mais 1, excentrico, ca. 9,6).Jm de diametro. Comprimento total das celulas 39,4-46,8J.im, largura 28,8-31,6um, R c/1 =1,4-1,5.

216 Huszar elGl..

Phacus tortus (Lemm.) Skv. Ber. dt. bot. Ges. 46(2): 110, pl. 2, fig. 9-10.1928. (Figura 31). BasiOnimo - Phacus longicauda (Ehr.) Duj. var. torta Lemm., KryptogFlora Brand. 3: 511.1910.

C~lulas de contomo geral elfptico-fusifonnes,alargadas na regiao anterior, torcida 1 volta na regiao mediana, simetricas em relaCao ao eixo longitudinal; p610 anterior arredondado, posterior atenuado, ·grada­tivamente em processo caudal cOnico, hialino, 33,4-42,6)Jm de comprimento; lado ventrallevemente cOn­cavo, dorsallevemente convexo; periplasto hialino, estrias longitudinais seguindo a torcao das celulas; nu­merosos cloroplastfdios, dic6ides, parietais, ca. 3,OJlm de diametro; 1-2 graos de paramido disc6ides, con­cl!ntricos, geralmente ca. 18,2Jlm de diametro; lIagelo ca. metade do comprirnento da celula. Comprimento IOtal das c~lulas 89,9-113,OJlm, largura 40,5-43,2pm, R cll =2,2-2,6.

Strombomonas ovalis (Playf.) Defl. Arch. Protistenk. 69(3): 577, fig. 42-43. 1930 (Figura 33). BasiOnimo - Trachelomonas urceolata Stokes var. ovalis Playf., Proc. Linn. Soc. N.S.W. 40: 31, pl.5, fig. 1-6. 1915.

L6ricas amplamente elfpticas; p610 anterior tenninando em colo curto, largo, 2,9-3,8)Jm de compri­mento, 4,7-6,8)Jm de largura, ciHndrico, as vezes alargado na extremidade distal, reto ou obliquo, bordo li­so; p610 posterior acuminado abruptamente em processo caudal cOnico, reto ou curvo, 7,8-10, l)Jm de com­primento; parede celular castanho-claro, geralmente lisa, as vezes escabrosa cloroplastfdios disc6ides, ca. 4,OJlm de diamelrO; numerosos graos de paramido oblongos e diminutos. Comprimento total das c~lulas 44,6-48,5.JJm, largura 21,O-24,9Jlm, R c/l =1,9-2,1.

CLASSE CHRYSOPHYCEAE

Dinobryon elegantissimum (Kors.) Bourr. Revue algol. Mem . Hors S~r. 1: 165, pI. 2, fig. 11-12. 1957 (Figura 39). BasiOnimo - Dinobryon elegans Kors., Arch. Protistenk. 5. 1926.

C~lulas isoladas, 16ricas campanuladas, gradualmente afiladas na regiao posterior; margens laterais convexas com ondulacOes marcadas; parede celular lisa, hialina. Comprimento das c~lulas 46,6-49,5)Jm, largu ra 9,6-10, OJJm.

CLASSE XANTHOPHYCEAE

Goniochloris fallax Fot!. Prestia 29: 285, fig. 2, 3-6. 1957. (Figura 41). C~lulas em forma de triangulo equilatero, lados cOncavos, angulos terminados em longos processos

c6nicos, gradualmente fonnando 0 corpo da celula; corte transversal com inturnescencia mediana; parede celular hialina; 5-7 cloroplastfdios parietais, poligonais, ocupando os processos angulares. Largura das celulas 32,6-43,2jJm.

Istmochlorum gracile (Reinsch) Skuja. Nova Acta R. Soc. Scient. upsal., ~r. 4,14(5): 173. 1949. (Figura 37). BasiOnimo - Polyedrium gracile Reinsch, Notarisia 3(11); 502, pI. 6, fig. l,b-c. 1888.

Celulas quadrangulares lados c6ncavos, sendo dois lados opostos mais fortemente escavados que os demais; Angulos no mesmo plano, com duas longas e delgadas ramificacOes bifurcadas, tenninando ca­da uma em pequenos espinhos; parede celular lisa, hialina; cloroplastfdios parietais, alongados. Largura das c~lulas 36,O-51,6)Jm.

Istomochloron lobulatum (Nag.) Skuja. Symb. bot. upsal. 9(3): 334, pl. 36, fig. 12-13. 1948. (Figura 38). BasiOnimo - Polyedrium lobulatum Niig., Gatt. einzell. Algen 137. 1849.

C~lulas quadrangulares, lados c6ncavos, sendo dois lados opostos mais fortemente escavados que os oulros; Angulos no mesmo plano com duas ramificacooscurlas, nolo bifurcadas; parede celular lisa, hiali­na; cloroplastfdios, alongados, parietais, ocupando as ramifica¢es agulares; gotas de 61eo presentes. Lar­gura das c61ulas 18,4-43,~m.

Fig. 1 - Chroococcus te1UlX; Fig. 2 - OscilJatoria wcustris; Fig. 3 - Microcystir aeruginosa f. protocys­tir; Fig. 4 - Microcystir aeruginosa f. jWs-aguae; Fig. 5 - CoelosplUJerium kuetzingianum; Fig. 6 - Coewtrum pulchrum; Fig. 7 - Coewtrum pseudomicroporum; Fig. 8 - Coewtrum reticulatum; fig. 9 - Pediastrum tetras; Fig. 10 - Pleodorina cali/ornica; Fig. 11 - Pleodorina sphaerica; Fig. 12 - CrucigenieUa rectangularis; Fig. 13 - Scenedesmus acutus; Fig. 14 - Scenedesmus quadricauda var. longispina; Fig. 15 - Scenedesmus opoliensis var. mononensis; Fig. 16 - Scenedesmus arcuatus; Fig. 17 - Monoraphidium minutum; Fig. 18 - Botryococcus braunii; Fig. 19 - Scenedesmus quadricauda var. quadricauda; Fig. 20 - Tetraedron cauda tum; Fig. 21 - Tetraedron minimum var. scrobicuWtum. Obs.: As escalas das figuras 3, 10 e 11 equivalem a 20)Jm, as demais equivalem a 10}Jm.

FitODhincton da Lagoa do Campelo, Rio de Janeiro 217

[~,

11

I a 17

11 II 1*"

218 Huszar et Gl.

Z5

I~e: •• U

Fitoplancton da Lagoa do Campelo, Rio de Janeiro 219

Pseudostaurastrum enonne (Ralls) Chodat. Bull. Soc. bot. Geneve 1921: 304, fig. 9-10.1921. (Fi­gura 42). Basi6nlrno - Staurastrum enonne Ralls, Brit. Desm. 140, pI. 33, fig. 11. 1848.

Celulas irregularmente tetraedricas, lados c6ncavos; Angulos com duas ramifica¢es, bifurcadas ou nao, toda a bifurca~ao, terminando em 2 espinhos; parede celular lisa; cloroplastldios numerosos, disc6i­des. Largura das celulas 27,7 -33,6)Jm.

CLASSE DINOPHYCEAE

Peridinium volzii Lemm. Abh. naturhw. Ver. Bremen 18: 166. 1905 (Figura 40). Tecas subesfericas, achatadas no senti do dorso-ventral; sulco transversal helicoidal, dividindo a te­

ca em duas por~6es desiguais, sendo a maior, a epiteca; sulco longitudinal desde a epiteca ate a hipoteca, sem atingir 0 p610 antapical; placas da epiteca: 4 apicais, 3 intercalares, 7 pre-cingulares; da hipoteca: 5 p6s-cingulares, 2 antapicais de tamanho quase igual; placa losangular pequena; todas as placas reticula­das; suturas entre as placas, largas com estrias transversais. Comprimento total das tecas 50,5-56,3)Jm, largura 51,3-73,O)Jm.

ConclusOes

o estudo das amostras procedentes da Lagoa.do Campelo permitiu identificar 42 ta­xons assim di:;tribufdos: 5 representantes de Cyanophyceae, 16 de Chlorophyceae, 9 de Zygnemaphyceae, 6 de Euglenophyceae, 1 de Chrysophyceae, 4 de Xanthophyceae e 1 de Dinophyceae. Deste total, 8 sao novos registros de ocorrencia para 0 Estado do Rio de Janeiro.

A coleta correspondente ao perfodo de chuvas apresentou maior riqueza de es~­cies (39) do que a referente ao perfodo de estiagem (13), sendo que as Classes Eugleno­phyceae, Chrysophyceae e Xanthophyceae s6 ocorreram no perfodo de chuvas.

Huszar et al (1987, 1987a), ao estudarem 0 fitoplancton de rede da Lagoa Cabiunas, Munidpio de Macae, e da Lagoa de Cima,. Munidpio de Campos, ambas no norte do Esta­do, tambem registraram maior riqueza de especies no perfodo de chuvas, sendo que a Classe Euglenophyceae foi exciusiva desse perfodo.

Refer€mcias Bibliograficas

BERNA ROES, L .M.C. 1952. Tipos de c1ima do Estado do Rio de Janeiro. Revta bras. Geogr. , 14: 57- 80. ELENKIN, A.A. 1938. Monographia Algarum Cyanophycearum aquidulcium et te"estrium infinibus

URSS, inventarum. V .1, Pars specialis. Acad. Nauk URSS , Moscou. ESTEVES, F.A., ISHII,!'!' & CAMARGO, A.F.M . 1984. Pesquisas limnol6gicas em 14 lagoas do litoral

do Estado do Rio de Janeiro. In: L.D. Lacerda, D.S .. D. Araujo, R. Cerqueira& B. Turcq (Eds.) Restin · gas: origem, estrutura e processos. CEUFF, Niter6i: 443-454.

HUSZAR, V .L .M. & ESTEVES, F.A. 1987. Considera<;6es sobre 0 fitoplancton de rede de 14 lagoas costeiras do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Acta limnol. bras., 2: (aceito para publica<;ao).

HUSZAR, V.L.M., MENEZES , M. & FERNANDES, V .O. 1987. Fitoplancton de rede da Lagoa Cabiu­nas, Macae, Rio de Janeiro, Brasil: uma contribui<;iio a seu conhecimento. Bolm Mus . nac.:Ser. Bot. Rio de J. (aceito para publica<;iio).

HUSZAR, V.L.M ., SILVA, L.H.S. & NOGUEIRA, !.S. 1987a. Fitopliincton de rede da Lagoa de Cima, Campos, Rio de Janeiro, Brasil: uma contribui<;ao a seu conhecimento. Nerftiea. (entregue para publica­<;ao).

LAMEGO, A.R. 1955. Geologia das quadrfculas de Campos, Sao Tome, Lagoa Feia e Xexe. Bolm Servo graf.IBGE, 154: I-56 .

REID, J. & ESTEVES, F.A. 1984. Considera<;6es ecol6gicas e biogeograficas sobre a fauna de copepodos (Crustacea) planctonicos e bentonicos de 14 lagoas costeiras do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. In: L.D. Lacerda, D.S.D. Araujo, R. Cerqueira& B. Turcq (Eds .). Restingas: origem, estrutura e processos. CEUFF, Niter6i: 305-326.

Fig. 22 - Staurastrwn muticum; Fig. 23 - Euastrum luetkemueUeri; Fig. 24 - Cosmarium depressum var. minutum; Fig. 25 - Staurastrwn leptocladum var. comutum; Fig. 26 - Cosmarium po"ectum; Fig. 27 - Mierasterias truncata var. pusiQa; Fig. 28 - Mierasterias tropiea; Fig. 29 - Bambusina brebissonii; Fig. 30 - Hyalotheca dissiliens var. hians; Fig. 31 - Phacus tortus; Fig. 32 - Euglena oxyuris; Fig. 33 - Strombomonas ova/is, Fig. 34 - Lepocinclis fusiformis; Fig. 35 - Phacus orbicularis; Fig. 36 - Phacus annomaius; Fig. 37- Istmochlorum gracile; Fig. 38 - Istmochlorum Iobulatum; Fig. 39 - Dinobryon elegantissimum; Fig. 40 - Peridinium volzii; .Flg. 41 - Goniochloris falJax; Fig. 42 - Pseudostaurastrwn enorme. Obs.: As escalas das figuras 28 e 32 equivalem a 20}Jm, as demais equivalem a 1 ~m.