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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM
ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO
“A RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA E SUA INTERFACE COM AS INSTTUIÇÕES
BANCÁRIAS”
FILIPE DE CASTRO QUELHAS
ORIENTADOR: PROF. DR. EDSON JOSE DALTO
Rio de Janeiro, 28 de abril de 2014.
ii
“A RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA E SUA INTERFACE COM AS
INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS”
FILIPE DE CASTRO QUELHAS
Dissertação apresentada ao curso de
Mestrado Profissional em Administração
como requisito parcial para obtenção do
Grau de Mestre em Administração.
Área de Concentração: Administração
Geral
ORIENTADOR: PROF. DR. EDSON JOSE DALTO
Rio de Janeiro, 28 de abril de 2014.
iv
Q4
Quelhas, Filipe de Castro.
Responsabilidade social corporativa e sua interface com as
instituições bancárias / Filipe de Castro Quelhas. - Rio de
Janeiro: [s.n.], 2014.
56 f. : il.
Dissertação de Mestrado Profissionalizante em
Administração do IBMEC.
Orientador(a): Prof.º Dr. Edson Jose Dalto.
1. Responsabilidade Social. 2. Bancos. 3. Sustentabilidade.
I. Título.
CDD 658
v
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho de Dissertação primeiramente a
Deus. Segundo, à minha família, em especial aos meus
queridos pais Joel e Eliane, que são minha inspiração em
tudo que faço, pelo apoio incondicional em todos os
momentos de minha vida. E à Michelle Rezende Duarte,
minha mulher, minha companheira, minha confidente,
meu amor, minha razão do meu viver, a mulher mais linda
do mundo, minha vida, meu tudo, minha união eterna,
minha família e minha futura esposa com todo o meu
carinho e todo o meu amor.
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeço este trabalho primeiramente a Deus pela persistência em todos os momentos de
minha vida. Em segundo lugar, agradeço aos meus pais, pela excelente criação que tive e
sempre me estimular para avançar meus estudos, o que fez com que eu chegasse até aqui.
Agradeço à Michelle Rezende Duarte, minha companheira, minha confidente e meu amor.
Agradeço ainda aos meus professores, principalmente ao meu orientador, Edson Dalto, por
esta orientação e pelos ensinamentos a mim transmitidos, e todos que colaboraram, direta ou
indiretamente, para o desenvolvimento desta dissertação.
vii
“Em resposta a uma ética da exclusão, estamos todos desafiados a praticar uma ética da
solidariedade”
Herbet de Souza (Betinho)
viii
RESUMO
Este estudo busca realizar uma análise crítica sobre as ações que as instituições financeiras,
aqui representados por grandes bancos brasileiros, estão fazendo pelo meio ambiente em
comparação com as suas respectivas políticas internas, voltadas aos seus colaboradores e
também seus clientes. A pesquisa é tipicamente descritiva e apoiada em dados secundários. A
análise dos Relatórios de Responsabilidade Social Empresarial dos bancos revela que o setor
bancário está evoluindo para uma ação estruturada e integrada, indicando a crescente
institucionalização da prática social.
Palavras Chave: Responsabilidade Social – Bancos – Sustentabilidade.
ix
ABSTRACT
This study aims to conduct a critical analysis of the actions that financial institutions, here
represented by large Brazilian banks are doing for the environment compared with their
respective internal policies, geared to their employees and also customers. The research is
descriptive and typically supported on secondary data. Analysis of Corporate Social
Responsibility Reports of banks reveals that the banking sector is evolving into a structured
and integrated action, indicating the growing institutionalization of social practice.
Key-Words: Social Responsibility - Banks - Sustentability.
x
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Inclusão da sustentabilidade na estratégia de negócios do Bradesco, curto prazo
(extraído de BRADESCO, 2012). ............................................................................ 28
Quadro 2: Inclusão da sustentabilidade na estratégia de negócios do Bradesco, curto prazo
(extraído de BRADESCO, 2012). ............................................................................ 28
Quadro 3: Quadro apresentando as metas e os objetivos para o ano de 2012, relacionados a
finanças sustentáveis com o seu nível de progresso e a justificativa (extraído de
BRADESCO, 2012). .................................................................................................. 29
Quadro 4: Quadro apresentando as metas e os objetivos para o ano de 2012, relacionados ás
estratégias de relacionamento com o seu nível de progresso e a justificativa (extraído de
BRADESCO, 2012). .................................................................................................. 31
Quadro 5: Atuação do Itaú Unibanco Holding S/A em relação à inclusão financeira (extraído
de ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A, 2012). ...................................................... 37
Quadro 6: Ações do Itaú Unibanco Holding S/A no mercado brasileiro (extraído de ITAÚ
UNIBANCO HOLDING S/A, 2012). ...................................................................... 39
Quadro 7: Investimentos do Governo (extraído de ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A, 2012)
.................................................................................................................................... 41
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Escolas atendidas pelo projeto jovem do futuro do Itaú Unibanco Holding S/A
(extraído de ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A, 2012). ...................................... 40
xii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13
2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 16
2.1. SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL ............................................................... 17
2.2. RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL ................................................ 19
2.3. RESPONSABILIDADE SOCIAL E O SETOR BANCÁRIO .................................. 20
3. METODOLOGIA ............................................................................................................. 21
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ..................................................................................... 23 4.1. BANCO BRADESCO SA ......................................................................................... 24
4.2. ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A ......................................................................... 32
4.3. BANCO BRADESCO SA X ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A .......................... 42
5. CONCLUSÕES ................................................................................................................ 46
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 48
ÚLTIMA PÁGINA ................................................................................................................. 50
1. INTRODUÇÃO
O tema Responsabilidade Social Empresarial (RSE), na perspectiva da
sustentabilidade, recebe cada vez mais atenção da sociedade, mas também se reflete nas
práticas e adesões das empresas. Na atual conjuntura, toma proporções mundiais, devido ao
instalado processo de globalização do presente século, a exemplo da proposta da Organização
das Nações Unidas (ONU) pois, em 1999, em Davos, no Fórum Econômico Mundial, o
Secretário Kofi Annan lançou o Global Compact, uma série de princípios e metas para serem
alcançadas pelos empresários, governo e sociedade civil até 2015, as chamadas Metas do
Milênio. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2012), demonstra os
índices crescentes da prática de responsabilidade social empresarial no Brasil.
São múltiplas as concepções sobre o tema Responsabilidade Social Empresarial.
Registra-se ao longo da história, a concepção da visão clássica, defendida pelo economista
Milton Friedmam, cuja maximização do lucro é a grande contribuição social que o empresário
disponibiliza à sociedade, por ensejar emprego, impostos, produtos e serviços, cuja gênese se
encontra nas concepções do neoliberalismo (ASHLEY, 2002).
No Brasil, há várias iniciativas para classificar as empresas em termos de
responsabilidade social e ambiental. O Índice de Governança Corporativa (IGC) têm por
objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que
14
apresentem bons níveis de governança corporativa. Em Dezembro de 2005 foi lançado o
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) pela Bovespa, que avalia ações de empresas que
declaram melhores políticas e desempenho nas dimensões econômico-financeiras, governança
corporativa, ambiental e social. Nota-se, dessa forma, que a reputação corporativa está sendo
avaliada e valorizada em tempo real (WILNER, 2006).
Outra forma de pressão para uma atuação responsável vem dos bancos de
financiamento. Sob o ponto de vista de agências governamentais ambientais em diversos
países. Consequentemente, diversos bancos estão exigindo que a empresa interessada numa
linha de crédito apresente seu histórico relativo à sua conduta ambiental e social, numa forma
de prevenir problemas futuros, caso a empresa apresente riscos oriundos de passivos
ambientais.
O tema responsabilidade social tem sido cada vez mais encarado com seriedade por
muitas empresas, organizações não governamentais, instituições e governos. Isso porque ser
responsável socialmente é a forma mais avançada e coerente para romper barreiras e quebrar
paradigmas.
O objetivo desta dissertação foi realizar uma pesquisa teórica sobre o tema da
responsabilidade social empresarial, cujo referencial teórico é sustentado nos temas da
responsabilidade sócio-ambiental, tais como questão ambiental, posicionamento empresarial
referente à responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, além de introduzir o papel
dos bancos neste cenário.
Acredita-se, no entanto, que os bancos apesar de possuírem enormes cifras financeiras
apenas investem em termos ambientais uma pequena parcela dos seus lucros, porém, acaba
15
exigindo de seus clientes um investimento maior, além disso, há uma preocupação somente
com o aspecto macroambiental que permite uma melhoria na imagem da instituição e em
contrapartida os problemas microambientais são menosprezados.
16
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Inicia-se o presente capítulo com uma revisão de literatura que aborda os temas
referentes à Responsabilidade Social Empresarial, tais como sustentabilidade empresarial,
responsabilidade social empresarial, políticas de crédito sustentáveis, investimento bancário
em responsabilidade social.
17
2.1. SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
Uma sociedade é considerada sustentável “ao atender, simultaneamente, aos critérios
de relevância social, prudência ecológica e viabilidade econômica, os três pilares do
desenvolvimento sustentável” (SACHS, 2002). Seguindo esses pilares, as empresas adotam
políticas e práticas de sustentabilidade, procurando incorporar estrategicamente seus negócios
às dimensões (econômica, ambiental e social) do desenvolvimento sustentável.
O conceito de Desenvolvimento Sustentável emerge como uma nova proposta
desenvolvimentista para a sociedade na década de 80 como uma contraposição a realidade
vivida desde a Revolução Industrial. “Criamos uma economia que não pode sustentar o
progresso econômico, uma economia que não pode nos conduzir ao destino desejado”
(BROWN, 2003). A Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1991),
também conhecida como Comissão Brundtland, foi que definiu o Desenvolvimento
Sustentável como sendo aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a
possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades.
As teorias e práticas de desenvolvimento sustentável incluem a participação de todos
os ramos da sociedade, incluindo as empresas. Isto torna cada vez mais frequente e emergente
a necessidade da reflexão dos empresarias sobre suas responsabilidades no desenvolvimento
social.
De acordo com Almeida (2002) as empresas tiveram seu desempenho focado
exclusivamente no lucro, enquanto viveu revoluções industrial, científica e tecnológica. Esta
postura reflete negativamente a sua reputação, levando os empresários a novas maneiras de
pensar e agir.
18
[...] Acostumado a dividir o universo em compartimentos estanques para
poder entendê-lo – fruto de uma visão cartesiana, mecanicista, reducionista,
forjada em trezentos anos de Revolução Científica e Industrial –, nos últimos
anos do século XX o homem viu-se às voltas com a constatação de que a
natureza não se deixa apreender completamente pelas ferramentas
tradicionais de análise [...]. Para ser compreendida, pede um novo:
orgânico, holístico, integrador [...](ALMEIDA, 2002)
Práticas sustentáveis no cotidiano das empresas são possíveis e que está ao alcance de
todos. No atual estado de conhecimento tecnológico e científico é possível observar que ser
uma empresa sustentável está mais relacionado a questões culturais do que a capacidade
intelectual e econômica de construir novos modelos de desenvolvimento. A incorporação do
desenvolvimento sustentável das empresas é um processo ainda em formação (ALMEIDA,
2002).
19
2.2. RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL
A responsabilidade social empresarial aparece como uma alternativa cada vez mais
comum de colocar em prática a sustentabilidade empresarial, um novo contexto mundial que
impulsiona as empresas a adotarem modelos de gestão mais sustentável. As empresas podem
oferecer a sociedade algo além do crescimento econômico. A responsabilidade social
empresarial passa por todos os níveis organizacionais, da estratégia até a operação e busca dar
um aspecto mais humano e altruísta a empresa. Adotando esta forma agir a organização
contribui para o desenvolvimento social. A realização da responsabilidade social empresarial
exige que a organização considere os interesses e as necessidades de todos os públicos
afetados pela atividade empresarial (diretamente ou indiretamente) (ALESSIO, 2008).
20
2.3. RESPONSABILIDADE SOCIAL E O SETOR BANCÁRIO
Os bancos podem transformar o dinheiro no espaço, no tempo, na escala, e ainda
podem avaliar os riscos entre investidores e investimentos. Como exercem uma função
importante na sociedade, os bancos induzem as empresas a adotarem práticas socialmente
responsáveis e executar estratégias para que seus tomadores de crédito se beneficiem através
de financiamentos de projetos da instituição bancária (BRITO, 2008).
Mattarozze e Trunki (2007), postulam que:
(...) muitas instituições financeiras não aceitam a responsabilidade pelos
danos sociais e ambientais decorrentes de seus negócios, apesar delas serem
ávidas por conceder crédito para o crescimento da economia e por obter os
benéficos derivados de seus serviços. Relativamente poucas instituições
financeiras, em seus papéis de credor, analista, garantidor, assessor ou
investidor efetivamente usam seus poderes para deliberadamente canalizar
recursos de negócios sustentáveis ou para encorajar seus clientes a
incorporar a sustentabilidade.
Os autores apresentados acima mostram que os bancos não são apenas de executores
de mudanças, mas também indutores de mudanças com as partes que se relacionam, pois
induzem as empresas a adotarem práticas sustentáveis e prestarem os seus serviços de forma
ética e responsável.
21
3. METODOLOGIA
Tratamos de uma pesquisa tipicamente qualitativa, uma vez que, segundo Vianna
(2003), uma das linhas da pesquisa qualitativa procura interpretar o mundo em que vivemos e
os fenômenos que nos rodeiam, rejeitando a orientação da abordagem quantitativa porque essa
imporia ao observador / pesquisador, os pressupostos racionais sobre os acontecimentos de
uma forma sistemática, ao invés de refletir sobre esses mesmos acontecimentos através da
interpretação teórica do assunto.
A modalidade de pesquisa utilizada baseia-se no pensamento de Vianna (2003),
segundo o qual, as formas ditas qualitativas de observação traduzem-se, em geral, em relatos
cursivos sobre eventos ou comportamentos, que serão analisados à luz de alguma teoria. Em
função da questão de investigação selecionada, restringimos o campo de pesquisa a uma
análise bibliográfica do tema. Ainda segundo Vianna (2003), esse tipo de observação pode ser
participativa ou não, conforme o interesse em foco ou a condição do observador. Deste modo,
optamos pela não realização de pesquisa de campo.
Inicialmente foi desenvolvida em caráter exploratório avançando para o aspecto
descritivo da pesquisa, pois segundo Godoy (1995), a palavra escrita ocupa lugar de destaque
nessa abordagem, desempenhando um papel fundamental tanto no processo de obtenção dos
dados quanto na discriminação do resultado.
22
Pelo fato da responsabilidade social corporativa ser um tema relativamente novo
quando comparado a grandes outros temas da Administração, desta forma esta dissertação de
mestrado tem como base a pesquisa exploratória bibliográfica, com o objetivo de permitir
maior familiaridade entre o pesquisador e o tema, restringindo-se buscar mais informações
sobre determinado assunto (CERVO & BARVIAN 2003). O material bibliográfico analisado
constituiu-se em livros, artigos científicos, trabalhos acadêmicos, sites de pesquisa e autores
importantes em relação ao tema objeto de estudo, bem como a analise de um Relatório anual
de Responsabilidade Social Empresarial de duas instituições bancárias brasileiras.
Sendo assim, na presente dissertação de mestrado profissional em administração, foi
realizada uma pesquisa tipicamente qualitativa, inicialmente exploratória, descritiva, baseou-
se na análise de levantamento bibliográfico. A opção pela não extensão à pesquisa de campo,
deve-se a limitações impostas pelo curto prazo para a realização da mesma.
Entre os meses de abril e maio de 2014 realizou-se pesquisa teórica sobre o discurso
socioambiental e a conduta em dois dos principais bancos de economia privada no Brasil, com
enfoque em temas considerados fundamentais para que uma instituição seja, de fato,
considerada socialmente responsável: trabalhadores, consumidores e meio ambiente. Foi feita
uma avaliação comparativa que teve como base informações sobre as práticas dos bancos em
assuntos relacionados à Responsabilidade Social Empresarial disponíveis em documentos e
relatórios das instituições.
23
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
A presente pesquisa sobre Responsabilidade Social e Empresarial dos Bancos
consistiu na avaliação do desempenho em termos de políticas e práticas nas questões
referentes aos consumidores, trabalhadores e financiamentos, de dois dos principais
conglomerados financeiros privados de capital nacional crédito no país e possuem
aproximadamente 50.000 clientes.
Os bancos que tiveram os seus RSE analisados foram o Banco Bradesco SA e Itaú
Unibanco Holding S/A que disponibilizam os seus relatórios on line nos endereços eletrônicos
das instituições. Com intuito de fazer uma comparação entre os dados a análise foi feita com
base nas publicações referentes ao ano de 2012, por dois motivos: 1) ser o último relatório que
o Itaú Unibanco Holding S/A disponibiliza em seu site (https://www.itau.com.br/) e; 2) a
partir de 2013, o Banco Bradesco SA passou a publicar de forma unificada em seu site
(http://www.bradesco.com.br/) um relatório abrangendo informações dos relatórios anuais de
sustentabilidade e das demonstrações contábeis e de análise econômico-financeira.
24
4.1. BANCO BRADESCO SA
O Relatório de sustentabilidade empresarial do Banco Bradesco SA começa fazendo
uma apresentação da importância do documento e as diretrizes que norteiam o compromisso
com o tema e reforça a difusão de uma cultura empresarial de responsabilidade
socioambiental, informa o que irá apresentar: visão das operações, das iniciativas e dos
avanços conquistados em 2012 nas dimensões social, ambiental e econômica, e aponta as
perspectivas para 2013.
25
“O Relatório de Sustentabilidade do Bradesco é um dos mais importantes
instrumentos de comunicação de nossas iniciativas no campo do
desenvolvimento sustentável para os públicos com os quais nos relacionamos
e para a sociedade em geral e é fundamental como ferramenta de
acompanhamento de nossos negócios. O Relatório expressa o nosso
compromisso com o tema e reforça a difusão de uma cultura empresarial de
responsabilidade socioambiental. O aprimoramento contínuo do processo de
relato de nossas práticas nos levou a adotar em 2006 as diretrizes
internacionais da GRI (Global Reporting Initiative) para a elaboração do
documento. As iniciativas apresentadas neste Relatório estão também
alinhadas às diretrizes do Pacto Global das Nações Unidas, do PRI
(Principles for Responsible Investment), dos Princípios do Equador, do
Carbon Disclosure Project (CDP) e do Protocolo Verde. O Relatório
incorpora ainda parâmetros de sustentabilidade exigidos pelo Índice de
Sustentabilidade Empresarial – ISE (da BM&FBovespa), pelo Dow Jones
Sustainability Index, pelo Índice Carbono Eficiente (ICO2, também da
BM&FBovespa), índices dos quais o Bradesco faz parte desde 2005, 2006 e
2010, respectivamente. O presente relato apresenta uma ampla visão das
nossas operações, das iniciativas e dos avanços conquistados em 2012 nas
dimensões social, ambiental e econômica, e aponta as nossas perspectivas
para 2013. Igualmente, traduz o nosso engajamento na transversalidade do
tema em nossas estratégias e ações, assim como na disseminação da cultura
da sustentabilidade, como parte integrada ao processo de gestão, e não
apenas como conceito, em toda a Organização.” (BRADESCO, 2012)
26
Lázaro de Mello Brandão, presidente do conselho de administração, e Luiz Carlos
Trabuco Cappi, Diretor-Presidente, escrevem uma carta em que as principais realizações e
destaques de 2012, as perspectivas e o cenário econômico são retratadas.
“Em 2012, as principais autoridades monetárias mundiais focaram a
atuação na preservação da liquidez dos mercados, melhorando as
perspectivas macroeconômicas futuras. O Brasil encontra-se apto para se
beneficiar dessa melhora, em função, principalmente, da evolução ocorrida
na última década, resultando em estabilidade econômica e ganhos na
qualidade de vida da população. No sistema financeiro, as mudanças
ocorridas nos últimos anos têm feito com que as instituições dediquem
atenção aos processos e fluxos das operações, ao mesmo tempo em que
buscam ampliar o portfólio de serviços oferecidos aos clientes. Na
Organização Bradesco, continuamos firmes no propósito de contribuir para
o desenvolvimento sustentável do País, sempre orientados pelos nossos
objetivos tradicionais de aumento da população bancarizada e
democratização do crédito. Buscamos, a cada ano, manter um saudável
equilíbrio em nossos negócios: produtos e serviços bancários, seguros,
previdência, capitalização e títulos e valores mobiliários, bem como
financiamento de atividades de elevado potencial de geração de empregos.
Estamos, além disso, sempre atentos aos princípios do Pacto Global, do qual
somos signatários desde 2005. O Bradesco está presente em todas as regiões
do território nacional. Em 31 de dezembro, chegamos à expressiva marca de
56.798 pontos de atendimento, incluindo Agências e Postos de Atendimento
no País, Agências e Subsidiárias no Exterior, Pontos do Bradesco Expresso,
Postos de Atendimento Eletrônico e Pontos Externos da Rede de
Autoatendimento Dia & Noite. Essa estrutura de elevado alcance está
associada a valores como confiabilidade, qualidade, segurança, políticas
diferenciadas de sustentabilidade e melhores práticas de governança
corporativa. No ano, importantes reconhecimentos em prêmios e rankings
nacionais e internacionais, em publicações como The Banker, Euromoney,
Latin Finance e Newsweek, promoveram o Bradesco a uma posição de
destaque no setor bancário brasileiro e mundial. Temos consciência de que o
movimento a favor da sustentabilidade deve ser contínuo e gradativo. O
Relatório de Sustentabilidade aborda os resultados das metas que assumimos
em 2012, bem como as propostas para 2013. Por meio dele, a Organização
busca registrar e divulgar os progressos obtidos no campo da
sustentabilidade e prestar contas aos nossos investidores e acionistas e à
sociedade em geral. O Bradesco esteve presente na Rio+20 – Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em junho
de 2012, no Rio de Janeiro. A inclusão financeira, uma de nossas prioridades
de atuação empresarial, foi o tema central do painel que promovemos
naquele evento. Também em 2012, e pela terceira vez, patrocinamos o
Fórum Mundial de Sustentabilidade, em Manaus, fortalecendo o
compromisso e ampliando a nossa participação nas discussões globais sobre
as questões socioambientais. Para ratificar esse direcionamento, estamos
presentes em importantes índices de sustentabilidade. Em setembro, fomos
27
novamente selecionados para integrar o Dow Jones Sustainability World
Index (DJSI), da Bolsa de Valores de Nova York, uma seleta lista que
engloba companhias que apresentam as melhores práticas para o
desenvolvimento sustentável. Em novembro, fomos selecionados mais uma
vez para fazer parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da
BM&FBovespa, que reúne as companhias com os melhores indicadores e
desempenhos em sustentabilidade empresarial no País. Por fim, em janeiro
de 2013 tivemos a confirmação de que permanecemos na lista das empresas
que compõem o Índice Carbono Eficiente (ICO2), uma iniciativa da
BM&FBovespa e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) com a finalidade de estimular as companhias a trabalhar
para uma economia de baixo carbono. No dia a dia, a atuação de nossas
equipes tem sido fundamental. Temos investido, consistentemente, em ações
voltadas para um ambiente de trabalho cada vez melhor e para o
desenvolvimento profissional de nossos colaboradores. De todos eles,
agradecemos o apoio e a dedicação.” (BRADESCO, 2012)
A forma como o Bradesco busca incluir a sustentabilidade em sua estratégia de
negócios, em seu dia a dia e em suas práticas empresariais é apresentada destacando a forma
como nos últimos anos, os fundamentos da economia brasileira melhoraram de maneira
significativa, resultando em redução da volatilidade macroeconômica, elevação do patamar de
crescimento e melhor distribuição de renda e apresentando os temas que serão priorizados a
curto e médio prazo (Quadro 1 e 2). O banco também apresenta as metas que foram
cumpridas e as justificativas relacionadas a finanças sustentáveis (Quadro 3).
28
Quadro 1: Inclusão da sustentabilidade na estratégia de negócios do Bradesco,
curto prazo (extraído de BRADESCO, 2012).
Quadro 2: Inclusão da sustentabilidade na estratégia de negócios do Bradesco,
curto prazo (extraído de BRADESCO, 2012).
29
Quadro 3: Quadro apresentando as metas e os objetivos para o ano de 2012,
relacionados a finanças sustentáveis com o seu nível de progresso e a justificativa
(extraído de BRADESCO, 2012).
30
O Bradesco atua em relação à inclusão financeira com a utilização de critérios
socioambientais na concessão de crédito, produtos de crédito, investimentos, cartões, seguros,
títulos de capitalização e previdência, além de informações sobre gestão de riscos. A empresa
acredita na inclusão financeira como forma de contribuir para o acesso de pessoas de classes
sociais de menor renda ao sistema financeiro e ao crédito e também como estímulo às
economias locais (BRADESCO, 2012).
Os dados de relacionamento são tratados de acordo com os seus públicos estratégicos:
clientes, funcionários, acionistas e investidores, fornecedores, comunidade, governo,
sociedade e 3o setor (ONGs), bem como as iniciativas de gestão da marca e de gestão
ambiental. As principais iniciativas para a preservação ambiental e a inclusão social são os
investimentos em instituições, além de projetos e eventos de cunho educacional, ambiental,
esportivo e cultural (Quadro 4) (BRADESCO, 2012).
31
Quadro 4: Quadro apresentando as metas e os objetivos para o ano de 2012,
relacionados ás estratégias de relacionamento com o seu nível de progresso e a
justificativa (extraído de BRADESCO, 2012).
32
4.2. ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A
O Relatório de sustentabilidade empresarial do Itaú Unibanco Holding S/A começa
fazendo uma apresentação da importância do documento e as diretrizes que norteiam o
compromisso com o tema e reforça a difusão de uma cultura empresarial de responsabilidade
socioambiental, informa o que irá apresentar: visão das operações, das iniciativas e dos
avanços conquistados em 2012 nas dimensões social, ambiental e econômica, e aponta as
perspectivas para 2013.
“Esta edição do nosso relatório anual apresenta mudanças estruturais e
significativas em relação aos anos anteriores. Essas alterações são resultado
de um novo processo de governança na apuração das informações e de um
exercício preliminar para a produção de um documento integrado às nossas
demonstrações contábeis. Esse trabalho promoveu mais engajamento entre
as áreas visando a um maior alinhamento desse conteúdo aos demais
relatórios já confeccionados, como o formulário de referência (Instrução da
Comissão de Valores Mobiliários nº 480) e o formulário 20-F (documento
arquivado na Securities and Exchange Commission (SEC), nos Estados
Unidos da América). GRI Perfil 3.5 O relatório está estruturado com as
seguintes seções: GRI Perfil 3.5 Itaú Unibanco – informações a respeito do
perfil do banco e de nossos negócios. Governança e gestão – detalhamento
de nossa estrutura de governança e as ferramentas que utilizamos para a
gestão de nossos negócios. Sustentabilidade: focos estratégicos –
apresentação de nossos focos estratégicos para a gestão da sustentabilidade,
seus objetivos e a forma de atuação. Performance sustentável – conteúdo
relativo aos mecanismos de gestão, às práticas e às iniciativas que adotamos
no relacionamento com nossos públicos; apresentação de nosso desempenho
econômico e financeiro e também dos objetivos gerais para o ano de 2013
apresentados na teleconferência dos resultados de 2012. Conteúdo GRI –
publicação de informações complementares aos demais conteúdos, respostas
a indicadores da Global Reporting Initiative (GRI) e pareceres das
auditorias. A busca pela integração, bem como o aprimoramento da
governança executiva desse relatório com envolvimento dedicado de
diferentes áreas do banco, mostra nossa contínua evolução da gestão da
sustentabilidade e disposição para o diálogo com nossos públicos. Nosso
objetivo é tornar ainda mais clara a prestação de contas sem privilegiar uma
audiência específica. Um dos objetivos do relatório anual é ser o um de
canal feedback aos nossos stakeholders e esperamos que seja lido por todos,
incluindo sociedade, acionistas, clientes e colaboradores. GRI Perfil 4.17 e
3.5 As informações apresentadas estão em linha com o Pronunciamento 13
do Comitê de Orientação para Divulgação de Informações ao Mercado
(COD IM). O relatório reúne dados apurados no período de 1º de janeiro a
31 de dezembro de 2012, indicando a gestão que adotamos para nosso
desempenho econômico, social e ambiental, cujos desafios para 2013 foram
inseridos e alinhados com nossas teleconferência de resultados e entrevistas
33
com executivos. O relatório também retrata a aderência de nossas iniciativas
aos dez princípios do Pacto Global, iniciativa da Organização das Nações
Unidas (ONU). GRI Perfil 3.1 O relatório abrange todas as organizações
sujeitas ao controle ou à influência significativa do Itaú Unibanco Holding
S.A. Eventuais alterações na apuração dos dados referentes às operações,
ocasionadas por compras e vendas de ativos ou outras alterações
significativas para os negócios, serão devidamente sinalizadas ao longo do
relato. GRI Perfil 3.6 e 3.8 O levantamento dos temas relevantes que
mostram a evolução de nossas práticas foi feito de acordo com nossa
estratégia de sustentabilidade. Em 2012, também adotamos como parâmetro
as diretrizes do Dow Jones Sustainability Index (DJSI), da Bolsa de Nova
York – uma das principais referências para avaliar a gestão da
sustentabilidade no mercado de capitais. Em 2013, incluiremos o Índice de
Sustentabilidade Empresarial da BM&FBovespa nessa análise. A evolução
dessa estratégia está descrita na seção que aborda nossos focos estratégicos.
GRI Perfil 3.5 A asseguração das informações socioambientais e a auditoria
das demonstrações contábeis, em BR GAAP, são realizadas pela
PricewaterhouseCoopers (PwC). A asseguração do processo foi realizada
pela BSD de acordo com as diretrizes da norma AA1000” (ITAÚ
UNIBANCO HOLDING S/A, 2012).
34
Pedro Moreira Salles, presidente do conselho de administração e Roberto Setubal,
presidente executivo, escrevem uma carta em que as principais realizações e destaques de
2012, as perspectivas e o cenário econômico são retratadas.
“O crescimento da economia brasileira nos próximos anos – em meio a um
cenário de crise na Europa, baixo desempenho dos mercados norte-
americanos e redução gradativa da atividade na China – dependerá,
essencialmente, de iniciativas ligadas à produtividade. Esse é o conceito
decisivo para alcançarmos a nossa visão de liderança em performance
sustentável e satisfação de clientes, especialmente se levarmos em conta as
significativas transformações pelas quais vem passando o nosso mercado,
transformações que impactam de forma significativa a nossa maneira de
fazer negócios. O ano de 2012 foi, para o Brasil, um período de transição
para um modelo de economia mais próximo daquele que vemos em nações
mais desenvolvidas. As taxas de juros caíram substancialmente, assim como
os spreads e as margens financeiras. Por outro lado, os custos de
infraestrutura e impostos continuam muito elevados no país. Essa conjuntura
implica em uma mudança estrutural da atividade bancária, com impactos
não apenas para quem toma crédito, mas também para quem investe. Um
novo conjunto de produtos e serviços será parte fundamental da nossa
estratégia. E, acima de tudo, teremos de aprimorar a visão de longo prazo
como o caminho para obter resultados por meio de relações perenes e
transparentes com nossos clientes. Apesar desses desafios, chegamos a 2013
com uma percepção clara de como agir. Antecipamos tendências e nos
preparamos para acompanhar a retomada do crescimento do país, que deve
ocorrer com novos investimentos em infraestrutura, incentivos
governamentais, manutenção das taxas menores de juros e redução dos
encargos. Esse é o cenário que esperamos para os próximos meses. Um
cenário que, graças aos nossos esforços de preparação dos últimos anos,
poderemos aproveitar plenamente. Como parte da preparação para as novas
exigências do mercado, fizemos importantes avanços no que diz respeito às
estruturas e políticas de governança corporativa da instituição. Lançamos
nossa Política de Transações com Partes Relacionadas e alteramos a
composição de nosso Conselho de Administração conforme estava previsto
desde a fusão do Itaú com o Unibanco, ocorrida em 2008. Assim, garantimos
que temas relevantes para a gestão sejam analisados com assiduidade e
transparência, contribuindo para as tomadas de decisões de acordo com os
interesses do banco e de seus acionistas. Progredimos significativamente em
nossa visão de sustentabilidade, sempre atentos aos desafios para
acompanhar as mudanças e demandas da sociedade. Nossos esforços para
expandir os conhecimentos sobre educação financeira e avaliação dos
critérios sociais e ambientais têm sido reconhecidos como modelos dentro e
fora do país, como mostram os diversos prêmios que recebemos e a presença
do banco nos principais índices de sustentabilidade no exterior (Dow Jones
Sustainability Index) e no Brasil (Índice de Sustentabilidade Empresarial).
Como líderes, é nosso papel influenciar o mercado em direção às mais
avançadas práticas e padrões internacionais. Por fim, provamos que
35
podemos ser mais eficientes e competitivos. Nossas equipes garantiram que
as despesas da corporação crescessem menos do que a inflação no exercício
de 2012, proporcionando-nos uma indiscutível vantagem competitiva. Isso é
resultado de uma cultura corporativa forte e já consolidada, do respeito ao
conjunto de atitudes do Nosso Jeito de Fazer e da crença na meritocracia
como principal instrumento de geração de valor na instituição. Este relatório
anual é um retrato do que já produzimos, mas também dos desafios que
temos à nossa frente. Continuaremos a expandir o banco no Brasil e no
exterior. Internacionalmente, demos passos importantes para expandir
nossas operações na América Latina e na Europa. Esse processo vai
requerer mais capacitação e, sobretudo, grande dedicação das nossas
lideranças. No Brasil, a meta é consolidar os profundos processos de
mudança já iniciados. Tenho plena confiança de que o Itaú Unibanco está
preparado para fazer de 2013 um ano memorável em qualidade e
performance. Pedro Moreira Salles Presidente do Conselho de
Administração do Itaú Unibanco Holding S.A. (ITAÚ UNIBANCO
HOLDING S/A, 2012)
A forma como o Itaú Unibanco Holding S/A busca incluir a sustentabilidade em sua
estratégia de negócios, em seu dia a dia e em suas práticas empresariais é apresentada no
Relatório de Sustentabilidade Empresarial, destacando-se a forma como nos últimos anos os
fundamentos da economia brasileira melhoraram de maneira significativa, resultado da
redução da volatilidade macroeconômica, elevação do patamar de crescimento e melhor
distribuição de renda, a empresa apresenta como antecipa as tendências e aperfeiçoa os
negócios para acompanhar as mudanças do mercado (ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A,
2012).
O Itaú Unibanco Holding S/A atua em relação à inclusão financeira com a utilização
de critérios socioambientais na concessão de crédito, produtos de crédito, investimentos,
cartões, seguros, títulos de capitalização e previdência, além de informações sobre gestão de
riscos. (ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A, 2012).
36
“Com foco na oferta de produtos e serviços adequados a cada perfil do
varejo, fornecemos empréstimos com taxas reduzidas para clientes de baixa
renda em um valor máximo de R$ 1 mil. O prazo para o pagamento do
empréstimo é de 24 meses, e a carência da primeira parcela é de 15 a 45
dias, com taxa de juros a 2%. Para ser elegível a essa linha de crédito, o
cliente não pode ter mais de R$ 3 mil em recursos no banco. Em nosso
desenvolvimento contínuo para garantirmos a acessibilidade de nossos
serviços, buscamos alternativas, por exemplo, que atendam clientes com
deficiência visual – hoje, existem mais de 6 mil contas para esse público,
número que, em razão da grande exposição na mídia e no banco,
praticamente dobrou em relação ao ano anterior. Oferecemos para todos
esses clientes – com contascorrentes ou cartões de crédito – as seguintes
opções: - Recebimentos em braile: 551 pessoas; - Caracteres ampliados: 290
pessoas; - Extrato normal: 3.439 pessoas. Aproximadamente 2 mil pessoas
ainda não utilizam nenhum dos serviços citados”.
“Temos uma Política Setorial de Risco Socioambiental com condicionantes
para empresas que incluem a Lista Restrita e a Lista Proibida. A análise de
risco é feita por meio de pesquisas e avaliações de documentos, visitas no
local e checklists setoriais. Passam pelo processo empresas classificadas
como de médio e alto potenciais de risco, classificadas em A, B e C. Em
2012, esse processo foi recertificado pela ISO 9001, uma norma técnica de
qualidade. Após a análise, são emitidos pareceres socioambientais
favoráveis ou desfavoráveis, ou são pedidas mudanças de práticas. Em 2012,
foram dados 6.527 pareceres. Desses, aproximadamente 98% eram
favoráveis. Ainda no âmbito socioambiental, oferecemos repasses da Linha
Agro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
para financiar projetos que reduzam as emissões de gases de efeito estufa, e
o Financiamento Socioambiental Inter-American Investment Corporation
(IIC), voltado a pequenas e médias empresas com boas práticas e que
estejam de acordo com os critérios socioambientais do Itaú Unibanco e do
ICC.”
37
Quadro 5: Atuação do Itaú Unibanco Holding S/A em relação à inclusão
financeira (extraído de ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A, 2012).
38
Como um agente de transformação que possui relacionamentos perenes com os
clientes, colaboradores e demais públicos, identificam as necessidades e oportunidades locais
de regiões onde possuem os maiores polos administrativos para desenhar um mapa de atuação
em conjunto com as lideranças da sociedade civil e as entidades públicas. Com as principais
demandas identificadas, os projetos são executados gradualmente e viabilizados por meio de
reuniões e fóruns com órgãos públicos e com a comunidade envolvida (ITAÚ UNIBANCO
HOLDING S/A, 2012).
“Por meio de um plano empresário, buscamos mitigar possíveis riscos de
passivos ambientais ou o descumprimento de legislações relacionadas a
aspectos socioambientais de empreendimentos. Aplicamos três questionários,
que abordam aspectos socioambientais da empresa, do empreendimento e do
terreno. Se identificado algum risco financeiro, ambiental ou de imagem, a
operação passa por análise de áreas responsáveis. Em casos de
contaminação ou falta de licença ambiental, a área socioambiental é
acionada para auxiliar no parecer final. Os contratos de financiamentos
incluem cláusulas que reforçam a Política Nacional do Meio Ambiente e as
determinações da Constituição Federal. Entre os temas, destacam-se:
trabalho infantil; populações tradicionais, povos indígenas e quilombolas;
impactos na biodiversidade; impactos em fontes hídricas, entre outros.
Também exigimos que tomadores de crédito atentem-se às normas
trabalhistas relacionadas à saúde e à segurança ocupacional. E não
concedemos financiamento a empresas que descumpram as exigências legais
ou que estejam listadas no cadastro nacional de empregadores por manter
trabalhadores em condições análogas à de escravo.”
39
Quadro 6: Ações do Itaú Unibanco Holding S/A no mercado brasileiro (extraído
de ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A, 2012).
40
Figura 1: Escolas atendidas pelo projeto jovem do futuro do Itaú Unibanco
Holding S/A (extraído de ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A, 2012).
42
4.3. BANCO BRADESCO SA X ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A
As duas instituições financeiras, apresentam em seus Relatórios de
Sustentabilidade Empresarial interesses semelhantes no que se refere aos investimentos em
ações sociais.
As atividades de Responsabilidade Social do BANCO BRADESCO SA são
orientadas pela política sócio-cultural da empresa que é alicerçada por cinco pilares de
atuação: educação, meio-ambiente, solidariedade, cultura e recursos. A questão de
Responsabilidade Social é trabalhada pela Fundação Bradesco, que consiste de uma entidade
Filantrópica sem fins lucrativos que tem como objetivo o bem estar social.
O BANCO BRADESCO SA disponibiliza uma verba anualmente para que se
possa trabalhar em seus cinco pilares, principalmente o da área educacional. A política é
válida para todas as unidades espalhadas pelo Brasil, porém cada uma tem a responsabilidade
de desenvolvimento e gestão dos próprios projetos, ficando a questão financeira a cargo do
Banco, o valor é pré-estipulado no começo do ano e a Fundação aplica este valor nas áreas
sociais.
Podemos observar que o ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A acredita que a
criação de um plano social teve como postura o comprometimento com a comunidade e com o
desenvolvimento econômico e social do País e trabalha com os seguintes valores: respeito à
pessoa; legalidade; busca permanente do desenvolvimento; ética; transparência e diversidade.
43
O ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A sempre trabalhou com o foco na
responsabilidade social mais direcionado para a questão de assistencialismo, demonstrando
assim que trabalhavam com a responsabilidade social na perspectiva de ajuda humanitária,
sem muito planejamento e mais voltado à filantropia. Só depois do destaque que esta
atividade passou a representar nos valores sociais, a empresa passou a trabalhar de forma
consistente em atividades de cunho social.
Os dois bancos fazem a divulgação dos resultados da Responsabilidade Social em
suas Home Pages na Internet. O BANCO BRADESCO SA também distribui revistas e
“folders” internamente para os seus clientes com a divulgação dos seus resultados.
O Balanço Social é publicado conforme as normas do IBASE. O BANCO
BRADESCO SA trabalha com a Responsabilidade Social de forma descentralizada, sendo
que a verba de atuação na área social é destinada para a Fundação Bradesco e a mesma decide
sua aplicação para as áreas necessárias que são trabalhadas de forma descentralizada pelas
unidades. O ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A tem as suas atividades de Responsabilidade
Social direcionadas pela Alta Administração, mas também de forma descentralizadas nas
unidades, sendo que as unidades obtêm um certo “empowerment” para modificar parte das
atividades, focalizando a necessidade da região.
O BANCO BRADESCO AS e o ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A têm a
Responsabilidade Social localizada nos seus organogramas como Relações Institucionais,
representadas respectivamente pela Fundação Bradesco e pelo Programa Itaú Social. Verifica-
se que o departamento responsável pela parte social é o de Marketing, vale também salientar,
que o responsável pela Responsabilidade Social é o presidente da empresa e é grande o
número de pessoas envolvidas nas atividades de Responsabilidade Social.
44
As empresas declararam que os funcionários apóiam seus projetos sociais. O
BANCO BRADESCO SA ressaltou que além de apoiar os funcionários incentivam sua
atuação na questão social. O ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A declara que os funcionários
participam de seus projetos sociais na medida do possível. Estas duas empresas trabalham
para integrar a Responsabilidade Social junto aos demais departamentos da organização. O
BANCO BRADESCO SA acredita que a integração de todos os departamentos já acontece de
forma natural, pois a Responsabilidade Social na organização existe desde a sua fundação. O
ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A busca essa integração através dos trabalhos de
voluntariado, existe o Programa “Itaú Voluntário”.
Os dois bancos não avaliam a Responsabilidade Social como sendo uma
Vantagem Competitiva perante os concorrentes, e sim uma essência da cultura organizacional
para o BANCO BRADESCO SA, e uma essência da corporação para o ITAÚ UNIBANCO
HOLDING S/A.
A educação é o foco principal das atenções das duas empresas pesquisadas, sendo
que, as crianças e os jovens têm destaque especial e o foco para as ações de Responsabilidade
Social está inserido na cultura das empresas participantes da pesquisa. Pode-se observar que
as empresas analisadas estão desenvolvendo, particularmente e, na medida de recursos
empregados, ações caracterizadas como sendo de Responsabilidade Social, entretanto não há
um consenso sobre o que deve ser priorizado ou a forma de divulgação das informações
referidas.
As atividades de Responsabilidade Social não podem ser avaliadas meramente
como busca de vantagem competitiva. O que se depreende é que as empresas analisadas
utilizam tais ações como forma de marketing interno ou externo, obtendo ganhos tantos com o
45
cliente interno como o externo. Portanto, tal cenário ilustra a Responsabilidade Social como
um elemento estratégico incorporado à cultura organizacional. Os diferentes programas e
projetos que as empresas desenvolvem, diretamente ou com o auxílio de parceiros, têm como
principal foco o envolvimento social. Entretanto, ganhos foram adquiridos pelas empresas.
A aplicabilidade da Responsabilidade Social como fator competitivo comparável
às inovações, renovações, preço, distribuição de marcas e tecnologia, bem como os cinco
grandes temas institucionais: valorização do consumidor, ecologia, empresa cidadã, ética nos
negócios e a empresa parceira - não correspondem à percepção dos dirigentes das empresas
pesquisadas. Pode-se afirmar, então, que a Responsabilidade Social apresenta-se como um
conceito em construção, com áreas de atuação diferenciadas e bem definidas, conforme
evidenciado através da análise cruzada dos dados coletados. Dessa forma, a integração entre a
propaganda institucional e a responsabilidade social não se constitui, na percepção dos
dirigentes das empresas, em vantagem competitiva sustentável. Mas sim em ações que passam
a se constituir em elemento estratégico de sua cultura organizacional.
46
5. CONCLUSÕES
A análise dos Relatórios de Responsabilidade Social Empresarial dos bancos Bradesco
S.A. e ITAÚ UNIBANCO HOLDING S/A revela que o setor bancário está evoluindo para
uma ação estruturada e integrada, indicando a crescente institucionalização da prática social.
As duas instituições financeiras, demonstram interesses semelhantes no que se refere aos
investimentos em ações sociais. Diante este estudo, foi possível observar a transparência que
essas organizações têm quando se trata de responsabilidade social. O tema tratado neste
trabalho é visto com ênfase nas relações com investidores, fornecedores e sociedade.
Sugere-se pesquisar quais os futuros projetos de ações que estes bancos possuem em
relação ao meio ambiente e quais as medidas que serão tomadas para contribuir com a
preservação dos recursos naturais, que atualmente estão sendo prejudicados pelas grandes
indústrias. Para finalizar, propõe-se fazer estes levantamentos nos períodos anteriores, para
analisar como foi a evolução do padrão RSE dos dois bancos estudados aqui, bem como uma
verificação dos relatórios dos outros bancos brasileiros.
O objetivo desta dissertação foi realizar uma pesquisa teórica sobre o tema da
responsabilidade social empresarial e foi parcialmente atingido. Foram analisados apenas dois
bancos, que não podem ser apresentados como todos os bancos brasileiros. A principal fonte
de informação foram os relatórios publicados pelos próprios bancos e nenhuma informação
47
contrária aos mesmos é publicada neles. Neste ponto ficou evidente as limitações do presente
trabalho, que na próxima etapa (análise de outros anos e outros bancos) deverá consultar
outras fontes, como, por exemplo, questionários.
A qualidade de vida dos cidadãos passa por sua identidade enquanto consumidor, os
bancos analisados não apresentam políticas claras e consistentes de redução de filas ou
diminuição de tarifas. Antes da preocupação com meio ambiente ser prioritária para os
bancos, seria necessário uma melhoria nos serviços que eles se propõem a oferecer.
Para além de lutar pela natureza é preciso reestruturar a relação dos seres humanos
com a natureza e dos seres humanos entre si, ou seja, um movimento configurado em projetos
políticos que visam a transformação social.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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