22
Solenidade encerra comemorações de 20 anos do PósCom

Facom News II

Embed Size (px)

DESCRIPTION

2ª edição do Facom News da turma 2010.2

Citation preview

Page 1: Facom News II

Solenidade encerra comemorações de 20 anos do PósCom

Page 2: Facom News II

EXPEDIENTE

Aproduçãodesseinformativonospropor-cionou adentrar ainda mais no seu universo.Conhecemosasdificuldades,aestruturadopré-dio, a organização interna. Então, esta segundaedição,e infelizmenteaúltimadanossa turma,éoresultadofinaldesseprocessodedescoberta. Percebemos que os rótulos “faconha”,usadoparacaracterizarafaculdade,e“faconheiro”,paraosalunos,mesmobaseadosnumacaracterís-ticaautêntica,revelamumavisãosuperficial.Elesexcluemelementosimportantesdanossaidenti-dade,comoadiversidadeculturalexpressada,in-clusive,noseventosorganizadosporestudanteseprofessores.Porexemplo,noúltimodia18,houvenafaculdadeoAgenciaAÇÃO,eventocomoobjeti-vodeintegrarculturacomunitáriaàuniversidade,eocursosobrearelaçãoentreespaçopúblicoetecnologiacomoprofessorfrancêsJeanMouchon. NestaediçãodoFacomNewshouve,en-tre a pauta e o deadline, muito suor e anseio,teoriaeoficina.Enãopoderiaserdiferente.Gra-ças a isso, pudemos apresentar as dificuldadesediscussõessobreamudançadagradecurricu-lardocursodeProduçãoCultural,oeventoquecomemoraos20anosdoPós-Com,apropostadereforma do LabVídeo e os objetivos e questõesburocráticas que envolvem o Jornal da Facom. Em breve, nossa turma se despede doFacom News, do primeiro semestre e passa afaixa para novos calouros. A vocês, fica o con-vitedepercorrerpelasnossaspáginasdigitaisedesbravar esta entidade, aparentemente, enig-mática: Faculdade de Comunicação da Ufba. Boaviagem!

editorial

Mas...O que é mesmo a Facom?

Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da BahiaProduto da disciplina de Oficina de Comunicação Escrita do 1º semestre de Jornalismo 2010.2

Reitor da UFBA: Prof. Dora Leal Rosa

Diretor da Facom: Prof. Giovandro Ferreira

Professora responsável: Lia Seixas

Editores-Chefe: Juliana Almirante e Marcelo Argôlo

Chefes de Reportagem: Ailton Sena, Luana Velloso, Miriane Oliveira, Paula Morais Editores: Infra - Cláudia Guimarães; Acadêmico - Thaís Borges; Produção - Jéssica Souza; Facom en Scène - Renato Alban. Repórteres: Diego Barreto, Fabiana da Guia, Gabri-ela Cirqueira, Joana Oliveira, Laís Rocha, Manuella Cardoso, Marina Baruch, Renata Freire, Thaís Motta, Thuanne Silva, Victor Pinto, Wesley Miranda, Yasmim do Vale, Karen Monteiro, Rita Martins.

Diagramadores: Yasmin do Vale e Wesley Miranda

Fotos da capa: Divulgação Editores Blog Facom News: Flávia Faria e Thuanne Silva. Coordenadores de Twitter: Fernanda Sobral e Val Benvindo. Contato: [email protected]

VibraCom

Apresentaçãoda

sban-

dasTheeRingo

s,Garage

67,ExpressoLib

re.

11dedezembroapa

rtirdas13h

Facom/Ufba

entradagratuita

So len idade ecoquete l encer-

ramat iv idades de 20anos do PósCom

Dia 07 , ho je , 19h

Audi tór io e Ha l l da Facom

XequeMate

Estudanteschamamparaaconfraternizaçãodofimdesemestre

BardeSeuromeu,RioVermelho

Dia16,20h

Participe!!

Defesa de TCC’s dos

cursosdeJornalismoeProduçãoCulturalda

Facom

Atédia13/12nassa-lasdaFacom

agenda

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 3: Facom News II

agendaAgenciAÇÃO:

Comunidade e Universidade em um só lugarWesley Miranda

Levar a cultura da comu-nidade ao centro acadêmico foi oprincipal objetivo da AgenciA-ÇÃO,eventopromovidopelaAgên-ciaExperimentalnoúltimodia18,às11hnaFacom.Oeventoteveaapresentação das bandas O Ter-reiro e Nova Era, ambas oriundasdo subúrbio ferroviário de Salva-dor,exposiçãodegrafiteefeijoadaservidaaR$1peloCA. Caracterizadapelamisturadacultu-ra africana com os rit-mosfunk,rap,reggaeerock,abandaOTer-reiro faz um trabalhode percussão chama-do pelos própriosmembros de “Mo-quecamusical”.Outraatração do evento, ogrupoderapNovaEraaborda temasque in-dignam a sociedadeem um ritmo de posi-tividadeembaladoporpoesia sentimental,pesada e sincera. Enquanto cur-tiam as bandas, os participantespuderam apreciar a exposição do grafiteiroetatuadorIel,estudantedeArtesPlásticasdaUFBA.Segundooidealizadordopro-jeto Raulino Júnior, estudante dosegundosemestredeJornalismo,ointuito da AgenciAÇÃO era trazerum pouco da cultura comunitáriaao centro acadêmico e fazer comque os universitários “apurem avista”paraessetipodeculturaque

estáemconstanteexpansão.“NósfizemosumapesquisamuitograndesobreacenacomunitáriadaquideSalvador,olhandoaagendaculturaldacidadeeatravésdecontatosqueosprópriosmembrosjátinham.Léo,produtor cultural oficial da Agên-cia, entrouemcontato comváriasoutras manifestações culturais efechoucomessasatraçõesquesão

facom en scène

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

oriundasdobairroondeelemora,Periperi. Junto com Ana Vaneska,do Centro Cultural de Plataforma,eleconseguiufecharcomessastrêsatrações”,dizRaulino. Para o estudante de Produção Cultural Darlan Caires, esse tipode iniciativa é muito importanteporqueointuitodoeventoénovoeaindaapagadodentrodafaculdadeeaAgênciaExperimentaltornaessetipodeculturamaisvisível.Darlandissetambémquenuncatinhavis-

tonenhumeventocomoesse,queintegrea faculdade coma culturacomunitária,equenãoconheciaasbandasquetocaramnoevento.

Organização Oprocessodeproduçãodoevento teve algumasdificuldades.Primeiroporqueaideiaeradeumprojeto grande e transportar isso

para a Facom seria muito difícil. “Sabía-mos que teríamosesse contratempo deaulas,fizemosnahoraqueaspessoasestavamsaindoparatermos mais visibili-dade.Fizemosopro-jeto todo redigido,tudo certinho, parasaber quais eramosobjetivosbemclarospara que não ficás-semosperdidosaquino dia”, afirmaRau-lino.O evento contoutambém com a

participação de uma das funda-dorasdaAgênciaExperimental,Clarissa Viana, que acompan-houoeventodocomeçoaofim.“Nós queríamos fazer um pro-jetodeextensãoquetivesseumcontato maior da universidadecom a comunidade e dar con-tinuidade a um trabalho que agente jápensava”, dizClarissa,lembrando dos outros funda-doresdaAgência,AndréAraújoeCleideVilela.

GrupoOTerreiro,primeiraatração;equipedaAgência

Experimental;feijoadaaR$1(esq/dir.)

Fotos:RodrigoF.Wanderley

Page 4: Facom News II

facom en scène

Uma série de eventos du-rante o ano marcou as comemo-rações dos 20 anos do programade Pós-Graduação da Facom, quese encerram hojecomumasoleni-dade. Durante a cerimônia, serãohomenageadososprofessoresquemarcaram história e contribuírampara o nível de excelência man-tido pelo curso desde 1990, comconceito 5 na avaliação da Capes. As comemorações começaram comacriaçãodoselodos20anos

e englobaramdiversos even-tos. Em confer-ências realiza-das em agosto,oprofessor JúlioPinto analisouas tendênciascontemporâneas da midiatização,enquanto a pro-fessora francesa Evelyne Cohentratou sobre atelevisão e acultura de mas-sa na França.Em setembro,foi realizado osimpósio inter-nacional sobremídia e eleiçõesna Alemanhae no Brasil, emparceria com o Goethe - In s t i -tut da Bahia. Para 2011

está prevista uma edição especialdaContemporânea,revistasemes-tral do PósCom. Serão publicadosartigos,pesquisasediscussõescomoqueocorreuno anode comem-oração do programa, inclusivecom uma análise da evolução daárea da comunicação e do campoacadêmico ao longo destes anos. “O colegiado do pro-grama decidiu que seria um anode comemoração dos 20 anos.Então toda atividade de pesquisa

vinculada a eventos estaria de al-guma maneira colaborando nessacomemoração. A última atividadeserá um momento mais formalcom a presença da reitoria, dapró-reitoria, de antigos coordena-dores, para comemorarmos os 20anos de história e excelência dacomunicação no Brasil”, informouaprofessoraMariaCarmemJacob,atual coordenadora do PósCom. Ainda hoje o programa éreferência em todopaís. Ao longodestes 20 anos, manteve a quali-dade do desempenho, comemo-rada pelos professores que mar-caram a história da entidade.

Referência “Atualmente, minha avalia-ção do sistema de pós-graduaçãonoBrasil émuito positiva e tenhoorgulho de ter colaborado para asua consolidação, ao longo dessesquase 30 anos de minha carreiraacadêmica. Há evidentemente es-paçoparamelhorias,especialmentenoquedizrespeitoàexpansãodonúmerodevagas,maspossogaran-tirquenossosistemadepós-gradu-açãoepesquisafazinvejaamuitoscolegas,nãosónaAméricaLatina,mas também na Europa”, afirmaMarcos Palácios, um dos primei-ros coordenadores do PósCom,em entrevista cedida por email. Referência em âmbito na-cional,oPósComatrai,inclusive,co-municadoresquevierammoraremSalvadorpor contadosprogramasdeMestradoedeDoutorado,como

PósCom comemora 20 anos de excelência no meio acadêmico

Conceito

5Uma das notas mais altas

do país dada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior.

Primeiro programa de pós-graduação

da FACOM foi:

Comunicação Comunitária

Corpo Docente

18Professores permanentes

3Professores convidados

Seleção2010/2011

Doutorado - 7 aprovados

Mestrado - 30 classi�cados

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 5: Facom News II

PósCom comemora 20 anos de excelência no meio acadêmicoVictor Pinto

facom en scène

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

DiegoBrotas,capixaba,26,mestrandoda linhadepesquisaCibercidades,e Chalini Torquato, 27, natural deSergipe e doutoranda em eco-nomia política da comunicação. “O programa tem grandereconhecimento e eu sabia queisso seria um aspecto muito posi-tivo para meu crescimento profis-sional e acadêmico. Além disso, oestudo em uma linha de pesquisaespecífica,EconomiaPolíticadaCo-municação, também desenvolvidapeloprofessorque tornou-semeuorientador de mestrado e agorano doutorado, Othon Jambeiro.Vim, então, em busca justamentede seu conhecimento na área,

MariaCarmemJacob,EvelyneCohen,Itania

GomeseJoséFranciscoSerafim(esq/dir).

Foto:Divulgação

O pontapé inicial para aconsolidação do PósCom foi noano de 1987, com a criação doprimeiro curso de especializaçãodafaculdade,queabordouotemaComunicação Comunitária e foiidealizadopelosprofessoresAlbinoRubim e Marcos Palácios que fa-ziampartedadiretoriada Facom. MarcosPalaciosfoidestaquenesse processo de criação, sendoo responsável pela sistematizaçãodosprimeirostrabalhos.Eleafirmaque a organização do programafoi muito difícil, mas contou comumaequipeunidaebemacessívelpara discussões e troca de ideias.

PósCom nasceu em 87 “O grupo principal que ar-ticulou a criação do Programa eracomposto por Albino Rubim, An-tonio Dias, Othon Jambeiro, Lin-dinalva Rubim, Monclar Valverde,AluísiodaRochaFrancaFilho,SoniaSerraeeu.NoCorpoDocentedosprimeiros anos participaram tam-bém professores de outras Facul-dades da UFBA, como ArmindoBião, Ewald Hackler,Miguel AngelGarcia Bordas”, conta Palacios. MariaCarmem lembraqueoprogramanasceudeumajunçãoentre vários cursos de graduaçãoda Ufba e, posteriormente, a co-municação ganhou uma atuação

mais singular, embora tenha so-frido um corte no corpo docente.“Nosprimeiros10anosexistiaumadiversidade de áreas disciplinarese,nosúltimos,umaconduçãomaisrigorosa por linhas temáticas, poráreas de pesquisa mais definidas.Essemovimentomarcaclaramentea transição do programa. Atual-mente temos um número de pro-fessores pequeno, menor do queoconjuntoquesaiucomessanovareorganização, mas estamos con-seguindoampliaronúmerodocor-po,tendoemvistaaampliaçãodonúmero de docentes nas universi-dades federais”,explicouCarmem.

principalmente de políticas de co-municação”, justifica Chalini. ParaDiego, a vivência das experiênciasacadêmicas e o acúmulo de con-hecimentos específicos que estáadquirindograçasaoPósComestão

sendo importantes para a sua for-mação intelectual e pessoal. “Osfatores principais de minha vindaforam justamente o professor An-dré Lemos e o seu grupo de pes-quisa em Cibercidades”, comenta.

Page 6: Facom News II

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

facom en scèneMúsica e baianidade marcam o lançamento da Fraude

Paula Morais e Marina Baruch

QuemestevenoPelourinhona noite doúltimodia 5 curtiuosshowsdasbandasSuingaePirigu-lino Babilake, além do som do DJCamilo Fróes, residente da festaBaileEsquemaNovo.APraçaQuin-cas Berro D’água, com capacidadepara800pessoas,estavalotadaeoclimadeanimaçãodurouatéofinaldas apresentações.Oevento cele-brouolançamentodaoitavaediçãodaRevistaFraude,produzidapelosdozebolsistasdoProgramadeEdu-caçãoTutorialdaFacom(PetCom). Na sua apresentação, abanda Suinga trouxe para o públi-coumamisturadediversosritmosbaianos,comoofricote,oaxédosanos 80 e o samba-reggae. Du-rante a performance da principalmúsicadetrabalhodogrupo,“Sor-vete de Cajá”, foram distribuídospicolésparaquemestavanafrentedopalco.“Jáesperavaqueoshowfosse interativo, porque a maioria

dopúblicofazComunicação Social, mas adistr ibuiçãodepicolés su-perou minhas expectativas”,elogia AnaPaula Pereira,22, aluna do6º semestre de Produção Cultural. Aban-da PirigulinoBabilake, comsua proposta

demisturar música e poesia, comreferências nordestinas, fez o pú-blicocantaratéoúltimominutodoshow. Além dasmúsicas autorais,cançõesdeGilbertoGileCaetanoVelosofizerampartedorepertório.Ovocalista,PietroLeal,dissequeficousatisfeitocomaapresentaçãoeacreditaqueaescolhadolocalfoium fator importante para o suces-sodafesta.“OpúblicoqueassistenoPelôédiferentedoqueassistenaboate.Aqui a gente sentequeas pessoas vieram para prestigiarnossotrabalhoeéesseomomentoem que podemos aproveitar deverdade”,afima. Mesmo com o final dafesta marcado para às 23h, umgrupo de pessoas composto poralunosdaFacomedeoutrasinsti-tuiçõesdeensinoaindacurtiamosritmos brasileiros do DJ CamiloFróes,comosamba,MPBemúsi-ca baiana. “Acho que a escolha

desseDJparaa festa temtudoavercomoambienteecomopú-blicomaisalternativo.Afestaestámuitoanimadaedeviadurar atédemanhã”, afirmaCamilaAlmei-da, 20, estudante de jornalismodaUnijorge. Nesse ano, as revistasforamdistribuídasparaopúblico,que concorreu a ingressos cedi-dospeloCircuitodeCinemaSaladeArte.

Fraude de Jorge Amddo

O clima de baianidadenãoestavapresentesónafesta.Cercade400revistasforamdis-tribuídas.Nacapa,aBaíadeTo-dososSantoseraplanodefun-do para o nome destacado do escritorJorgeAmado.“Onome[daRevista]ébaseadona ideiadeque tudo secopiaedequenós podemos nos reapropriardoquejáexisteecriaralgoemcimadisso”,explicaobolsistadoPet,NelsonOliveira. Assim como nas edições anteriores, no editorial daFraude n° 8, caricaturas dosbolsistas,imitavamumanuáriotípico“highschool”americano.“Semprepensamosemalgumabrincadeira com nós mesmos.Anopassado,porexemplo,nosfizemosdeQRCodes.Esseanosurgiua ideiadebrincarcomaquestão de um anuário ameri-cano”, conta o editor chefe darevista,LeonardoPastor.

PraçaQuincasBerroD’águalotadanafestadelançamentodaFraude

Foto:RafaelMartins

Page 7: Facom News II

acadêmicoLabfoto oferece cursos de introdução à fotografia jornalística e light painting

Gabriela Cirqueira

O final do semestre na Fa-com está sendo estimulante paraos interessadosnasáreasdefoto-grafiaeartesvisuais.Entreosdias20denovembroe18dedezembro,oLaboratóriodeFotografia(LabFo-to) ofereceráos cursos de extensão In-trodução àf o t o g r a f i aj o r n a l í s t i c ae Oficina def o t o g r a f i aLight Paint-ing.Oprimei-roapresentaráuma visão in-trodutória dasrelações entre fotografia e jor-nalismo,enquantoosegundo,oestudodatécnicadelightpaintingna fotografia de estúdio. Pessoasque já possuam conhecimentosbásicosemfotografiaecomacessoaumacâmerasãoopúblico-alvo. Mesclandoteoriaeprática,asaulasserãoministradas,respec-tivamente, pelo fotógrafo, jornal-istaedesignerPauloMunhozeporRafaelMartins,alunodeProduçãoCulturalefotógrafodaAGECOM–Assessoria Geral de Comunicaçãodo Governo do Estado da Bahia.Além de proporcionar aos alunosmais habilidade no manuseio deequipamentoseprodutosassocia-dos à fotografia, demonstraçõese exercícios estão previstos, bemcomosaídasdecampoeanálisedomaterialproduzido.

Contabilizandocercade15participantes, a terceira turma de2010 da “Introdução à fotografiajornalística”tevesuasprimeirasau-lasnosdias20e27domesmomês.SegundoPauloMunhoz,aprincipal

dif iculdadedos partici-pantes é se

libertardomodelode fotoartísti-ca.“Osalunosaindatêmmedodeapontar a câmera para o ser huma-no,oqueosretêmaoselementosestáticos do ambiente”, pondera.Aprincipalmudançadessaediçãoem relação às outras será a ên-fase dada à ética profissional dofotojornalista. “A tabela de preçonãopodequebrarostatusdapro-fissão”,enfatiza. Intitulada“apráticacriativada fotografia”, a Oficina de LightPainting discutirá os princípiosbásicos da composição em lightpaintingnasproduçõesemestúdioeemcampanhas.ParaRafaelMar-

tins, a técnica tem caráter inova-dor, umavezquetira a fotografiadolugarcomumecriaumefeitodefugadarealidade,comolasereosjogosde luz.“Alémdousoartísti-co,olightpaintingéempregadonafotografiapublicitária,gastronômi-caearquitetônica, jáquediferen-cia o resultado dos trabalhos co-muns”. A prática será a principalmetodologiaeosalunospoderãoavaliarosresultadosfinaisdesuasproduçõesduranteocurso.

A s aulas, ini-ciadas no último dia04, ocor-rem no período damanhã por mais dois s á b a d o s(11 e 18) e

oferecem o processo de certifica-çãoemitidopelaPró-ReitoriadeExtensãodaUFBA(PROEXT). O LabFoto ainda ofereceoutros cursos de extensão, comoo Curso de Fotografia Digital paracâmerasSLR,ministradopelaequipedemonitores.“OscursosoferecidospeloLabFototentamatenderaumacarêncianademandaqueexisteemSalvador por cursos de fotografia.Com a democratização do acessosàscâmerasfotográficascompactaseprofissionaisháumanecessidadedeseaprenderausaressesequipamen-tos”explicaocoordenadoracadêmi-codolaboratório,JoséMamede.

1

2

1-TécnicadoLight Painting2-Foto“TristezaInfinita”

Foto: Paulo Munhoz

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Foto: Rafael Martins

Page 8: Facom News II

Reforma na grade curricular de Produção Cultural é discutida desde 2007

acadêmico

Desde a pro-posta de 2007, a re-forma da grade cur-ricular de ProduçãoCulturaltemsidodis-cutida na Facom. Oúltimo debate acon-teceu no dia 11 domês passado no au-ditório da faculdadecom a presença dos estudantes, do vice-diretor e professor Maurício Tavares edos professores Sér-gio Sobreira e José RobertoSeverino. Oobjetivodamudan-ça visa consolidar umcurso commais experiência prática e comidentidade, comoafirmaMaurícioTavares,àfrentedaempreitada. “Os dois principais prob-lemasdocursodeProduçãoCultur-alsãopelofatodepossuirum‘currículo experimental’ [semmodelo] e também de estarligadoaocursodecomunica-ção[comoumahabilitação],oquedealgumaformaengessametadedo currículo”, analisao professor. A possibilidadedos “currículos experimen-tais” é permitida através doartigo104daantigaLeideDi-retrizes e Bases da Educação(Lei 4.024/61). Ele tambémaponta como um dos moti-vos do atraso da mudança anãoentregadasementasporparte dos professores. Até ofechamento desta edição so-

menteoprofessorCláudioCardosohaviaentregado.

TCC analisa mudança De acordo com a pesquisadotrabalhodeconclusãodecurso(TCC) do ex-aluno da Facom, Ugo

Mello, o documentoaprovado em 2007sebaseiaemcincodir-etrizesbásicas:criaçãodedisciplinas,modifi-cação na nomencla-turadealgumasdis-ciplinas,modificaçãonalocalizaçãodedis-ciplinas na grade docurso,transformaçãode obrigatória emoptativa e de opta-tiva em obrigatória(ver box com as no-

vasmatérias). Uma das conquistas destaúltimareformaéadisponibilidadede uma vaga para professor danovamatériaEconomiadaCultura,quedeveseroferecidanopróximosemestre. Segundo Maurício, hátambémapossibilidadedemu-dança da ordem de matériasteóricasepráticas,s uge r i dapelosestudantesdeProduçãonodebate. Apresençadealunosnode-batemostrouointeresse,comsugestõesecríticas,entretan-to,atéhojesófoienviadoumdocumento para M a u r í c i oTavares. Segundo Ugo Melloas reuniões organizadas peloC.A. Vladimir Herzog, desde2007 sempre tiveram poucaparticipação dos estudantes.“Amaioriadosalunosnãosa-bia dessa mudança”, afirmaRenatoAlmeida,estudantedeproduçãodosextosemestre.

Estudantesparticipamdodebatedoúltimodia11

Thaís Motta

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 9: Facom News II

Facom recebe professor Jean Mouchon

Professoras da Facom viajam em missão de pesquisa

acadêmicoLuana Velloso

Juliana Almirante

Aparticipaçãono“Congresode ciberperiodismo yweb2.0” foia principal atividadedamissãodepesquisa das professoras GracielaNatansohneSuzanaBarbosa,noúl-timomêsdenovembro.ElasfazempartedoConvêniodeColaboraçãoentreBrasileEspanha,quedesen-volve o estudo dos cibermeios. Oconvêniofirmadoem2007,comaparticipação de 13 universidades,encerra as atividades em fevereirode2011.

No congresso ocorrido emBilbao,acontecerampalestrasdosparticipantes, além de apresen-tações de comunicação. A profes-sora Suzana Barbosa juntamentecomosprofessoresEliasMachadoda Universidade Federal de SantaCatarina (UFSC) e Xosé Pereira daUniversidadeSantiagodeCompos-tela, apresentou uma ferramentadesenvolvidaparaavaliarousodebancodedadoseaarquiteturadainformação em sites jornalísticos,

pormeiodeanálisesdeOGloboeDiárioCatarinensenoBrasil,edeElPaíseLaVozdeGalicianaEspanha.

Atividades Antes de Bilbao, as profes-sorasvisitaramanovaredaçãodoElPaís emMadri, que recentementeintegrouo jornal impressoaodigi-tal. Em Barcelona, participaramdeuma aula doDepartamento dePeriodismo, lecionada por JavierDíazNocinaUniversidadePompeuFabra–ondetambémasprofesso-rasGracielaeSuzanaapresentaramuma metodologia da etnografiae uma metodologia da análise dehipertexto(elaboradaemconjuntocomLucianaMielniczuk,daUFSM),respectivamente. SuzanaBarbosa seguiuain-daparaaUniversidadeSantiagodeCompostela,afimdeministrarumaaulasobreacampanhapresidencialnoBrasilobservandoagrandemí-diaeasredessociais.“Foiumamis-sãode trabalhoextensa,masesseintercâmbio ajuda os espanhóis acompreendermelhor o nossomé-tododetrabalhar,assimcomonós,odeles’’,analisa. Jáhouveapublicaçãodeumlivro,asereditadoemtrêslínguas(inglês,portuguêseespanhol),comoutros dois estão previstos para2011.Háchancesdeumnovocon-vênio ser formado, uma vez queestes programas são vistos comofundamentais pelo CAPES e peloCNPQdentrodauniversidadeenosprogramasdePós-Graduação.

O curso “Espaço público enovas tecnologias da comunica-ção e informação”,oferecido peloPósCom,foiapresentadopelopro-fessorJeanMouchon,daUniversi-dadedeParisX,jáháquatromesesatrabalhonoBrasil.DeacordocomJeanMouchon, foi possível perce-berpelos olhares e expressões fa-ciaisqueopúblicorecebeubemasuaexposição.

Mouchon tratou de temascomo jornalismo,marketingpolíti-co e democracia. Não há preten-são para outras edições, mas depromover um evento com maiorextensão. “O trabalho que fiz nocursopoderiafazeremtrêsmeses,porquejápesquisosobreostemasháumtempo”,comenta.Nopróxi-moano,eleretornaráaoBrasilparaaterceiraediçãodoPentálogo.

ProfessoraSuzanaBarbosa(àdireitanafoto)visitaanovaredaçãodoElPaís.

Foto:GracielaNatansohn.

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 10: Facom News II

infraAcervo de mais de 3 mil arquivos pouco conhecido

pelos Faconianos A Multiteca, acervo daUFBAquefuncionano2ºandarnaFacom,contacommaisde3milar-quivosdentrefilmes (VHSeDVD),vinis,CDselivros.Dentreomaterialdisponívelestãofilmesdediretorescomo Pedro Almodóvar e Michel-angelo Antonioni; documentáriosde conclusão de cursos produzi-dos por alunos, vinis clássicos deElvisPresley,alémdacoetâneadeCDsdeMúsicaBrasileira,SescSãoPaulo.Oespaçofuncionanoturnovespertino,apartirdas13h,dese-gundaasexta. Criadaem2005peloprofes-sor e ex-diretor da Facom AlbinoRubim, a Multiteca fica sob re-sponsabilidade de Luiz Carlos Far-ia, conhecido como Lula. Alémdeacervo,olocalcontatambémcom

um espaço r e s e r v a d opara assistir os longas-metragens ,uma saletac l imat izadaquenashoraslivre torna-seo laboratóriode transcrição VHSparaDVD. A faltadedivulgaçãodo espaço é um fatorpreocupante.“Amaioria dos alunos que se for-mam ou estudam aqui nem sabedaexistênciadaMultiteca”,afirmaPauloSilva,cinegrafistadaFacom.

Muitos professores con-sideram a Multiteca comoo memorial da faculdade,maspara tantoo acervoai-nda continua defasado deproduções internas,emborasejamproduzidosemmédia10vídeosporsemestre. Um problema que a Mul-titeca enfrenta é o sistemade cadastro de usuários.Atualmente,ocadastroestásendo feito de forma manu-scrita acarretando dificul-dadesdecontrole.Somenteprofessores e alguns alunoscomumaautorizaçãopréviatêm acesso a empréstimos.

“Jáperdemosumapartedoacervo,poismuitosalunoslevamenãode-volvemosfilmes”, justificaoservi-dor. Luiz Carlos conta que oprofessor Rubin, quando fundoua Multiteca, adquiriu um acervodocinemanacionaleestrangeiro,emVHS, e que desde essa épocanão houve mais investimentos.“A partir daí, só agregamos pordoações”, comenta.O funcionárioadverte sobre a necessidade deinvestimentos por parte da facul-dadenarestauraçãodosfilmes,naaquisiçãodenovosprodutosenacriação de um sistema de cadas-tro dos empréstimos e cataloga-ção dos arquivos. “Uma parte doacervoestádanificado,mofado,eestou aguardando recursos pararecuperá-loetranscrevê-loparaodiscodigital”,acrescenta.

Laís Rocha e Thaís Motta

ClássicosdocinemaedamúsicadisponíveisnaMultiteca

Foto:ThaísMotta

Foto:LaísRocha

Acervonãoabsorvetodaproduçãointerna de estudantes

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 11: Facom News II

laboratóriohá17anos. A oportunidade ofe-recida pela Facom aos alunos demanusear todoomaquinário, nãoatuando apenas como repórter,

mas também como editor e rotei-ristadoseuprópriotrabalho,ajudana melhor preparação para o fu-turo profissional que ingressaránomercado de trabalho. A noçãodessastécnicaséessencialparaserumprofissionaldiferenciadoecommaior embasamento prático comcriaçãoeediçãodevídeo.

Esse problema nem sem-pre existiu, já que havia grandequantidadedecâmerasemfuncio-namentoqueatendiamtodaade-mandadaFacom.Como tempoe

afaltademanutenção,ascâmerasficaram inutilizáveis, havendo adeterioração demuitas máquinas.“Chegouapontodetermosseteouoito câmeras quebradas. O c o n -s e r t o hojeé inviável eo custoémuitoalto,seriamuitomaisbaratocomprar equipamentos novos”,explica Paulo Silva, funcionário do

infraProjeto propõe revitalização do Labvídeo

Os equipamentos do Labo-ratóriodeVídeoeTelevisão,local-izadonosegundoandardaFacom,passarão por uma revital izaçãocom o projeto de reforma ide -al izado por Washington Souza,coordenadordo laboratórioepro-fessordetelejornalismo.Oprojetobusca atender de forma plena àsnecessidadesdosalunosdauniver-sidadecomatrocadosequipamen-tosanalógicos,emfasededesuso,porhigh-definition.Segundoopro-fessor, a reforma não começou enãosetemprazoparaoseuinício,porémjáexistemrecursosparaquesejainiciada. “Opontodepartidada re-forma são os recursos oriundos de uma emenda parlamentar dod e p u t a d o federalEmilianoJosédo PT, ex-professor da faculdade”,afirma.Osrecursosterãoumcustode R$ 30mil. Existem atualmenteapenas duas câmeras em funciona-mentonolaboratório,oqueatra -palha as atividades práticas r e -a l i z a d a s pelosalunos.

Limitações Hilla Santana, estudantedoquartosemestredeJornalismo,considera a prática jornalística devídeo, realizada no laboratório,muito proveitosa, embora hajalim i tações quantoàquantidadedeequipamentoseaoonível tec-nológico em que se encontram.Segundoela,osequipamentossãoarcaicos e o desenvolvimento dotrabalhoémuitasvezesdemoradopelafaltadecâmeras.

Thuanne Silva

Fotos:Diego

Barreto

Equipa-

mentos do

Labvídeo

estão

defasados

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 12: Facom News II

infraFacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Auditório de cara nova

Apartirdoprimeirosemes-trede2011,oauditóriodaFacomterácaranova.Areforma,cominí-cioprevistoparajaneirodoanoquevem, irá oferecer maior comodi-dadeàplateia,masvisa,acimadetudo, atender o cumprimento daLei Federal 10.098/2000, que es-tabelecenormasgeraisecritériosbásicosparaapromoçãodaaces-sibilidade das pessoas portadorasde deficiências oucommobilidade re-duzida. O investi-mentototalserádeaproximadamente R$ 59 mil. Todo ocapital a ser inves-tido é oriundo deumaemendaparla-mentar destinado àmanutenção do es-paço existente des-dequeaFaculdadede Comunicação transferiu-se para Ondina. O auditório, atualmentecom capacidadepara cercade 95carteiras, sofrerá uma reduçãopara84poltronasmaioresealco-choadas, R$ 577 cada uma. Serátrocado também o piso, sendosubstituídootapetepelomaterialde manta vinílica, R$ 5,2 mil emmaterial,ecercadeR$3,4mil in-vestidosemserviços,totalizandoovalor deR$ 8,6mil. Instrumentosnovos também serão adicionadosnoauditório–umrack,umamesaeumpúlpitoserãoimplantadosna

plataforma e custará pouco maisdeR$2mil.Aobraserárealizadapela empresa ACE Revestimen-tos, contratada sem a burocraciada licitação obrigatória, pelo fatodocapital investidonãosuperarotetodeR$8milexigidoporlei,emcadaáreadareforma. A adaptação do espaço para atender às necessidades de pes-soascommobilidadereduzidae

portadores de deficiências físicaséopontomais importanteda re-forma. Emum ladodopalco seráabertaumaportaedooutrolado,asescadasexistentesserãosubsti-tuídasporumarampaparafacilitaroacessodocadeirante.Arespon-sávelpelacontabilidadedaFacom,CarlaGordilho,explicouquea re-forma não tem um prazo estipu-lado para o término, mas afirmaqueseráconcluídanodecorrerdo

Diego Barreto

Foto:DiegoBarreto

primeiro semestre, 2011.1. A re-formatrarámuitosbenefíciosparaa população faconiana: “Será útilporquesempreébomdarumare-vitalizada”,afirmouCarla,quetra-balhanocolegiadodaFaculdade. O responsável pela ma-nutenção do auditório, Romenilda Silva, informou que nunca ou-viu reclamação sobre a estruturado auditório, mas reconheceu a

necessidade da reforma paraatenderoquealeiexige:“Énecessáriotro-car o piso do corredor todoporumarampa.Naporta de entrada tem uma que dá acesso aosalãoprincipal,maselasóvaiatéomeiodoau-ditório.Apartirdaítemumdegrauque impedeque desça uma cadeiraderodas”. O estudante doprimeiro semestre de Produção Cultural,Rodolfo Mendonça,comentou os bene-

fícios que a reforma trará para afaculdade:“Omaterialnovoparaopisovaimelhoraroambiente.Eu,porexemplo,sofrocomocarpeteutilizado. Pelo que ele aparenta,não é tão bem cuidado e sempreque permaneço ali muito tempo,porteralergia,sofro irritaçãonosolhos pelos ácaros formados nocarpete”, comentou o estudante,sereferindoaomaterialdemantavinílicautilizado.

Auditório receberá equipamentos paramelhoraraacessibilidade

Page 13: Facom News II

producão

A ideia de que as mono-grafias superam sempreos produ-tos nos Trabalhos de ConclusãodeCursodaFacomfoi confirmadanovamenteessese-mestre. A diferençaentre os dois tiposde trabalhos foi de40%, em 2009.2 e16,6%, em 2010.1.No último semes-tre, as monografiasrepresentaram66,7%dototalde48TCCs.As apresentações começaram na se-gunda-feira (29) epermanecerão atédia13dedezembro. Vários fa-tores influenciamno fato das mono-grafias serem mais requisitadaspelosestudantesnesseperíododeapreensão. “Talvez porque algunsalunos não disponham de tempo,não só para executar, como parapensarmelhornaelaboraçãodeumproduto”,afirmaPalomaAyres,queconcluiu suagraduaçãonesseúlti-mosemestrede2010comotema“ProgramasIndependentesdeTele-visão:importânciaparaaformaçãodo profissional de comunicação”. Já os produtos, com 43,3%de participação, geralmente sãoescolhidos por alunos que já pos-

suíam trabalhos desenvolvidos naárea,comumconhecimentopréviodosmodosdeprodução.ComoRa-faelGrilo, alunodoúltimo semes-

tredeproduçãocultural,quetinhaumhistóricodeatividadespráticasdentrodaFacomcomomembrodaProdutoraJúnioredaRádioFacom.

“Acredito que não exista prefer-ência pela monografia em detri-mento da realização de produtos,portanto, pessoas que durante a

graduação, por exemplo,desenvolveramatividadesde pesquisas, tendem aoptarpelamonografia,aopassoqueindivíduosmaisenvolvidoscomproduçãoaudiovisual ou sonoratendem a trabalhos denatureza técnico-artísti-ca”,comentaoestudante. A professora NadjaMiranda, orientadora demonografias, afirma quegeralmenteosestudantesescolhem o que maisse identificam. “Muitosalunos no momento daescolha são encaminha-dos para orientadores comgrupos,oqueébomparaoalunoeparaopro-

fessor. E em minha opinião, essedado tambémdeveser levadoemconta e contribui para a definiçãodestequadro”,opinaaprofessora.

Monografias superam produtos na elaboração de TCCs

Fabiana Guia

Semestre

Produtos

Monografia 74,4% 70% 58,3% 66,7%

2009.1 2009.2 2010.1 2010.2

25,6% 30% 41,7% 33,3%

DanielleVilleladefendeumadas

32monografiasdessesemenstre

Foto:LiaSeixas

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 14: Facom News II

producãoJornal da Facom: Jornalismo na prática

Joana Oliveira

Produzido quase que inte-gralmentepelosalunos,oJornaldaFacomsupreumaqueixaconstantepeloaprendizadopráticodojornal-ismo. Produto laboratorial da Ofi-cina de Jornalismo Impresso, comtiragemde5milexemplares,o jor-nal encontra dificuldades duranteo processo de elaboração, princi-palmentenadiagramaçãoedistri-buição,mas,aindaassim,possibili-taocontatocomalógicadecriaçãodepautasecoberturadematérias. NaOficina,ministradapelaprofessoraMalu Fontes, os alunosdo3°semestredejornalismoescol-hemastrêspautasquedevemco-brirduranteosemestre,epartici-pamdaedição,podendoatéutilizarsuas matérias em outros meios.Essaliberdadedecriaçãodadaaosestudantescontribuiparaaempa-tia gerada pela oficina. “A Oficinaémuitoimportante.Foiondemel-horpudeperceberapráticadoJor-nalismo”, afirmaEdelyGomes, que

participou da última edição do JF. Malu, editora responsável,permite aos graduandos trabal-har também como assistentes deedição e fotografia. Como a facul-dade não oferece habilitação emdiagramação, essa parte do pro-cesso é um problema. Na últimaedição, a turma contou com oauxíliodocolegaRenatoOselame,que realizou a editoração gráfica. No segundo semestre docurso,osalunosjátêmumcontatocomaproduçãodenotícias,atravésda Lupa, revista laboratorial daFacom,mas há diferenciaçãoentre as duas experiências.“A revista é um outro tipode publicação, com umalinguagem, conteúdo e es-paçodiferentes.Narevista,há a preocupação de ‘brin-car’ com a linguagem, en-quantonoJF,sendomaisfactual,segue-setodaumaestrutura-padrão”,ressaltaMarina Teixeira, que tam-

bém produziu a últi-ma edição do jornal.

Pedras no caminho Devido a questõesjurídicas de licitaçãocomercial, o JF é atu-almente impresso emFortaleza, o que limi-ta a participação na construção do espa-çodojornal.Marinasedizfrustradacomessaquestão:“Vocêentrega

Os própriosalunos escolhem

as três pautas que de-vem cobrir e participamda edição, podendo atéutilizar suas matérias

emoutrosmeios.

amatériaenãosabecomovaificar.Queriavernagráficamesmo,todoesse processo, que eu não vejo”. “Nossograndedesafiohojeé a burocracia das instituiçõespúblicasparapagaroprocessodeprodução gráfica e impressão dojornal, já que não temos nenhumrecurso destinado a isso”, afirmaMalu Fontes. Por ser um produtolaboratorial, e não um projeto,o JF não pode contar com apoio,nem vender anúncios publicitári-

os, dependendototalmente da

instituição.A l g u m a smaté r i a sjá chega-ram a ser p u b l i c a -das após

um ano, frus-trando os alu-

nos, que esperampoder utilizá-las também comoportfólio para conseguir um es-tágio, por exemplo. “Esse atrasodá a impressão de que não esta-mos produzindo”, completa Edely. O esforço dos alunos éreconhecido por Malu, que res-salta ainda a necessidade de secontornar esses problemas. “Mo-déstia à parte, nós aqui consegui-mos ensinar, com certa facilidade,a escrever. Mas já a transformarisso emumproduto que circule omundo, depende de mecanismosquenãoestãosónasaladeaula”.

JornaldaFacomédistribuido

gratuitamentenarecepção

Foto:JulianaAlmirante

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 15: Facom News II

producãoBota Dentro marca o fim do Programa Trainee

AProdutoraJr.(PJr.),instânciamuitoconhecidadaFacom,encer-rouoProgramaTraineecomoBotaDentro,última tarefa realizadape-losnovosintegrantes,noúltimodia19,comoformadeavaliação. Após passarem por umprocesso de seleção no início dosemestre, os trainees entram nafasedetreinamento.Eles realizamtarefas nas cinco diretorias e nos três núcleos de produção da em-presaefinalizamcomoBotaDen-tro, evento totalmente realizadopelosnovosintegrantes.OobjetivodesseúltimotrabalhoéapráticadetudooquefoiaprendidonoProgra-maTrainee,alémdaintegraçãodosrecém-chegadoscomosveteranosdaempresa. ThuanneSilva,estudantedeJornalismodoprimeirosemestreeagoramembrodoNúcleodeCria-çãoGráficaedaDiretoriadeComu-nicaçãodaProdutoraJr.,afirmaquenãohouvetantadificuldadenaor-

ganizaçãodoBotaDentro,poiselesreceberam as devidas orientaçõesdurante o Programa e o trabalhoemgrupofacilitoumuitooproces-so. Segundo Michele Figueire-do,diretoradeRecursosHumanosdaProdutora Jr.,esse treinamentodura,emmédia,dedoisatrêsme-ses, dependendo do semestre emquestão e tem como objetivo ca-pacitarosestudantesdeJornalismoeProduçãoCulturalselecionados. “Achei o Programa interes-santeebastanteválidoparaostrain-eesteremnoçãodoquecadanú-cleo faze tambémdo trabalhodecadaDiretoria.Issonosajudaaes-colheroquequeremosfazerdentrodaempresa”,explanouThuanne. Júlia Faustino, trainee sele-cionada e estudante de Produção Cultural do primeiro semestre,c o m e n t o u quedepoisdoPro-gramaelasesentepreparadaparaexercer as funções competentes à

Diretoria de Recursos Humanos e ao Núcleode Produção Cultural,cargos aoqual foi alo-cada dentro da Produ-toraJr. “Durante todo oprocesso de treinamen-tonóssomosavaliadose no final nós execu-tamos uma tarefa tam-bém avaliativa [o BotaDentro]. Depois, elesnos alocam em umadas cinco diretorias e emumdostrêsnúcleos

Yasmin do Vale

Dozetraineesparticiparamdo

Programa.

de acordo com nosso desempenho e coma nossa preferência de car-go”comentouJúlia. A divulgação da alocaçãodos trainees, primeiramente, éfeita por email, dizendo somenteemquaiscargoselesseencaixarão.Depoiselesfazemumareunião,re-alizadanoúltimodia26,paraexpli-caromotivodadecisão,aopiniãodeles sobre o treinamento e umaretrospectivadoprocesso.

Conheça a PJr.

O que é a Produtora Jr.?ÉumainstânciadaFacom,semfinslucra-tivos,quepreparaotraineeparaexercerfunõesnaáreadocurso,aprendendoquestõesadministrativaseprodutivas.

A Produtora só trabalha para a UFBA?Não,elarealizatrabalhosparaqualquerpessoafísicaoujurídicaqueoscon-trate,como,porexemplo,aSouzaCruz,empresadecigarrosquetemparceriacomaProdutoraJr.,alémdeváriosoutrostrabalhoscomlojaseinstituiçõesdeSalvador.Porém,seupúblico-alvoéacomunidadeacadêmica.

Qual o destino do dinheiro do contrato com as empresas?EssedinheiroéusadopararessarcirosgastosdaProdutoraJr.comotrabalhorealizadoparatal.Osfun-cionáriosdainstâncianãorecebemsalário.

Como é o organograma da empresa?SãocincoDiretorias:Presidência,Admin-istrativa,Financeira,RecursosHumanoseComunicaçãodeAtendimento;etrêsNúcleosdeProdução:CriaçãoGráfica,NúcleodeProduçãoCulturaleAcessoriadeComunicação.

Foto:YasmindoVale

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 16: Facom News II

producão

Custou um pé torcido eferiados de muito sol dedica-dos à pintura, o Trabalho deconclusão de curso (TCC) deTalitha Andrade, formanda deprodução cultural. A “Civiliza-çãoMágica”foioeventoprodu-zidopelaalunaqueexpôsoseupróprio trabalho de grafite emmuros, que ocorreu no últimodia19naSegundaTravessaMar-tin Afonso de Souza, no Garcia. A formandaprogramouper-formances, música ao vivo e umarodadecapoeiraparadialogarcomaexposiçãodosmuros.Mesmocomoatrasoeosprob-lemas de ilumi-nação no início,Talitha avalioude forma posi-tivaoresultado.“O evento foiumatroca.Vocêvinha para veros muros e ao mesmo tempo tinhaoutras lin-guagens.Issofoium ponto posi-tivo,aspessoasfi-caraminteragindoatéseishorasdamanhã”,declarou. No próximo dia 13, Talithadefenderá um memorial descri-tivodoseuprojeto.Segundoela,aideiaéumaformadeunirocursode produção cultural às artes vi-suais, sem dar maior relevância anenhumdeles. “Euachoque [am-bos] temumpeso igual, porquea

produção acaba se tornando umacriaçãoe a criação tambémacabasendo uma produção. Você temque ir atrás de material, tem queplanejar o tempo e é a produçãoque vai dar visibilidade”, afirma. A pintura, segundo Ta-litha,foiapartemaistrabalhosa.Ela destacou que algumas carac-terísticasdosmuros,comoaporo-sidade,aumentaramadificuldadedurante o processo de execução do projeto. Outros problemasque ela apontou foram a rela-ção cotidiana com os muros e o pesode terqueorganizar tudo soz-

inha. “Tudo que você se propõe afazer como um trabalho cotidianoacabasetornandoumacoisare-petitiva e, de certa forma, leva àexaustão. Além disso, a sobre-carga de ter que fazer as duascoisas, também foi uma dificul-dade. Na última etapa eu tinhaque finalizar a parte da criaçãoetambémtinhaquecorreratrásde bebida, entrar em contatocomosartistas, levarofícioparapedir iluminação. Era tudo eu.Chegueiavirarnoites”,comenta. Talitha afirma que seuTCC foi uma forma de unir o curso ao interesse pessoal. Ai-nda declara que prefere muitomais a arte e quemais adiantepretende segui-la profissional-mente. A criação e impressãodo material de divulgação doprojeto contaram comapoio daPizzaria do Sertão, localizadana rua onde os muros foram pintados. O blog civilizacaomag-ica.blogspot.com também foicriado com o objetivo de am-pliar a publicidade do projeto.

Exposição de grafite é produto de conclusão de cursoMarcelo Argôlo

GrafitesdeTalitha

Andrade expostos

nos muros do

Garcia,bairrode

Salvador.

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 17: Facom News II

producão

NasduasúltimasediçõesdaMuito, revista encartada no jornalATardededomingo,osleitoresti-veram acesso aos editoriaisModaBarbie e Moda Casual, cada umdeles publicado em umaedição da revista. Oprojeto de foto-grafia e moda fazparte do Trabal-hodeConclusãodeCursodeGa-briela Teixeira,aluna do oitavosemestre de Jor-nalismodaFacom. A produção foibastantetrabalhosaedemandoumuito tempo.“Alémdotempodeprodução,are-vista é impressa em Recife, o quedemandou mais tempo ainda” comenta Gabriela,que,apesarde todoo tra-balho, afirma ter gostadodo resultado. “O trabalhofoi ótimo, muito produ-tivo”. Além disso, parceriacomarevistafoidegranderelevânciaparaaconclusãodo trabalho “O apoio daMuito, dentro do possível,foi muito bom, muito im-portante”, acrescenta. Oseditoriais, segundo a alu-na, ainda contaram com oapoiodeMayraLins,queéresponsável pelaproduçãoemanipulaçãodasimagensda seção Moda da revista

Otrabalhodeconclusãodecursosóserádefendidonopróximodia10,mas segundooorientador,professorJoséMamede,játemumbom direcionamento. “Até o mo-

mento, o que foi feitotem uma qualidade

acima da média.Foi um TCC ex-

t r e m a m e n t e e l a b o r a d o ,com uma so-f i s t i c a ç ã o de imageme linguagem

únicas na áreade fotografia. A

publicação é im-prescindível, faz par-

te da completude do trabalho”. Por se tratar de um tra-

balho de conclusão de cursocujo resultado é a criação de umproduto e não de um trabalhomonográfico, o orientador do tra-balho salientou as dificuldades napesquisa bibliográfica que visa àfundamentação teórica. “Semprehádificuldadesquandosetratadeum produto, pois os trabalhos deconclusão de curso, em suamaio-ria, são voltados para projetosmonográficos”, comentaMamede. “Penso em começar meumestrado logo, quero trabalharcom fotografia editorial e artísti-ca, mas tenho consciência deque na área de fotografia os tra-balhos publicitários têm maiorcampo de atuação”, conta Gabri-ela, que atualmente estagia comomonitora no LabFoto da Facom.

Revista Muito publica editorias de moda produzidos por aluna da Facom

Claudia Guimarães

“FoiumTCCextrema-mente elaborado, comumasofisticaçãode imagemelinguagemúnicasnaáreadefotografia” - José Mamede

EditorialdeModapublicadopelaRevista

Muitododia28doúltimomês

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 18: Facom News II

entrevista “A gente chama o jornalismo popular de

sensacionalista, por quê?”

Malu Fontes

Qual é o seu conceito de jornalis-mo sério?Jornalismosérioéquandovocêsepropõe a narrar o fato cotidianopara um grupo de pessoas. Claroquenãoexisteumjornalismosérioqueéparatodoseeunãoestoudi-zendoqueorestonãoésério.Masassim:opactodoqueésérioeoquedeixadeseréfirmadoentrequemedita, quem publica e o públicoalvo dessa leitura. É você atenderasdemandasdaquelepúblicoque,em tese, espera que você narre avida numa linguagem acessível,ética, a ponto de ser compreen-

dida emelhorar onível de informa-ção das pessoas paraqueelapossaobservaromundocom mais clareza.O jornalismo não-sério é quandose tem uma pre-

disposiçãodesdeo iníciode fazerumagalhofa,dedeturparosfatosenãoavisaissoaopúblico.Porquesepode fazerum jornalismonão-sérioeserabsolutamentelegítimo.Vocêavisaanteriormentequeestáaliparasacanearpessoasque,emtese, você quer incomodar. Entãoeuachoqueatéojornalismonão-sério,emtese,ésérioseeleanun-ciar-secomonão-sério.

O jornalismo não-sério é necessário?Écomplicadoagenteresponderseé necessário ou não é, porque as

pessoastêmasnecessidadesdife-rentes.Porexemplo,algumaspes-soasestãoemumasociedadequeelasnãoacreditam,onde,muitasvezes,elas sesentemtraídasporseusrepresentantesequeremtri-pudiardopoderpúblico, umdireitodelas.Temojornal-ismo gonzo, o jornal-ismo que faz troçasdas coisas, temquasequeparódiasdo jornalismo ditosério.Sérionosen-tidode ser aqueleestabelecidamentecomo uma tentati-vadereproduçãodoreal.Eunãoseiseéne-cessário ou não porque,comoprofissionaldecomu-nicação, dizer o que é sério e oque não é, não é meu papel nomundo. Importante é que o seupúblicoalvosaibaexatamenteoque

ComosurgimentodoMassa!hádoismeses,o jornalis-mopopularcresceunoestado.Masoqueé jornalismopopular?Jornalismopopularé igualasensacionalismo?SegundoaprofessoradaFacom,colaboradoradoGrupoMetrópoleedaTVE-BahiaecolunistadojornalATarde,Malu Fontes, jornalismo popular é sim jornalismo sen-sacionalista.“Porqueeleprovocasensaçõesmesmo,desensaçãotátildeespanto,dehorror,deidentificação,en-tãosãosensaçõesnosentidodenossosinstintos,éaquiloquenosdámedo,aquiloquenosconforta”.EmentrevistaconcedidaaoFacomNews,Maluexplicaaforçadojornalismopopular,analisaoqueseriaumjor-nalismo sério, alémdediscutir seo jornalismopopularestámaispróximodeum“jornalismonão-sério”.

“Euachoque

atéojornalismonão-sério,emtese,ésérioseeleanunciar-

se como não-sério”

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 19: Facom News II

é que você está fazendo. Se vocêestá fazendo as coisas com serie-dadeousevocêestáfazendocomesculhambação. O errado é vocêfazer uma coisa e dizer que estáfazendooutra.Vocêfazerpicardiaedizerqueésérioouentãovocêsersérioedizerqueestá fazendohumor.

Você acredita que o jornalismo não-sério é mais visto no jornalismo popular?De novo, eu estou fazendo umainterpretação muito particular doqueénão-sério.Ojornalismocomsensacionalismo, comexagero, decerta maneira, até ressaltando astintas, muitas vezes de precon-ceitos, de determinadas formasde achincalhamento de algumascategoriassociais.Oqueeuachoéoseguinte:hápúblicopra isso?Há.Quantomaisvocêtemumasocie-dade não-letrada, comuma esco-laridadeinformaleumníveldecul-turaformalbaixo,maisaspessoassesentemimpelidasaconsumirasinformações feitas de uma maneira maisfácil,maisgrotesca.Então,sevocêcolocaumafotodeumapes-

soasemcabeçacomumaleg-enda dizendo: “Foi para

a rua e perdeu a ca-beça”, por exemplo,

a pessoa entende a chamadaetalvezseidentifique.Nãoes-toudizendoquesóassim ela se iden-tifica, mas é maisfácil para quem fazessetipodeproduto

dar uma coisa de fácilassimilação,mesmo que

seja grosseiro, mesmo queatente contra os direitos humanos dequemestáali,doqueensinares-saspessoasaconsumir jornalcomumaescritaformal,digamosassim.

O b s e r v a n d o como profissional de comunicação, por que esse jor-nalismo popular é mais aceito pelo público com me-nos poder aquisi-tivo se eles não gostam muito de leitura?Porque tem algomuito forte da imagem,umafotode um cadáver,de ter o futebol,tudoquefazpar-te da realidadedessas pessoas.Esse jornalismopopular não vaifazerumamaté-ria sobre o Pré-sal,nãovaifazerumamatéria so-bre as vantagens e desvantagensdoENEM,vai falardecoisassim-ples,vaifalardedoenças,vaifalarde dengue, vai falar de assaltos,vai falar de violência, e esses as-suntos fazempartedasvidasdaspessoaseessejornalismo,porseratémaisfácildefazer,vocêvênarua,vocêpodefazerumamatériasobreviolênciaemqualquerlugar,édiferentede fazerumamatériaque vai comparar cestas básicasde cinco supermercados dife-rentes de Salvador. O jornalismopopulartraduzmuitoavidacotidi-anadessaspessoas,avidadelasédaquelejeitoalieagentechamadejornalismosensacionalista,porquê? Porque ele provoca sensa-çõesmesmo,desensaçãotátildeespanto,dehorror,de identifica-ção,entãosãosensaçõesnosen-tidodenossos instintos,éaquiloquenosdámedo,aquiloquenosconforta.

O que há de melhor e de pior no jornalismo baiano?Eu sou muito cuidadosa com es-sascoisasdemelhoredepior,nãogosto dessas coisas maniqueístas.Ograndejornalismodeolhartradi-cionaltemediçõesquesãogrotes-cas,ruins,malfeitas,malapuradas.Masoqueeuachodepiornãoestáno impressonão.Oque temosdepiorestánotelevisivo:aexploraçãocotidiana intensa, a ridicularizarãoda pobreza extrema. As pessoassão colocadas no lugar de palha-ços,nolugardequalquercoisa,dequemdizqualquercoisa,dequemé possívelmostrar qualquer coisa,inclusive da família. No impressotemumacoisaquepossaserengra-çadinha,podeterumacertamisog-inia em relação às mulheres, aoshomossexuais, aos jovens pobresdaperiferia,masnãochegaaospésdo que se faz com essas mesmascategoriassociaisnaTV.

“Euachoque

atéojornalismonão-sério,emtese,ésérioseeleanunciar-

se como não-sério”

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 20: Facom News II

perfil

EsperávamosporEdsonDal-montenumdoscorredorescinzen-tos da Faculdade de ComunicaçãodaUFBA(sim,esperávamos,jáquenão estava sozinha,mas com out-rosdoisansiososcolegas),quandoele apareceu, ao fundo, com umacenoamistosoeum sorrisotími-do. Cauteloso, ele se aproximou,perguntando por quanto tempoprecisaríamos dele. Você é quemmanda,Edson,youaretheboss. Vestia uma camisa (quetalvez pudesse ser chamada debata) branca e uma calça jeansclara, ambas aparentando seremlevesepropícias ao calor esquizo-frênico soteropolitano, e queevidenciavam os cabelos cor debronze. Aparentemente, ele gosta

do clima quente. Quandofalava sobre os problemasde São Paulo, onde morouportrêsanos,foicategóricoaoincluir“ofrio”.Nãoées-tranho, uma vez que Edsonnasceu pertinho daqui (ounãotãopertinhoassim,paraalguns).Eleécapixaba,masfala com uma calma e umatranquilidadequepoderiasepassarpormineiro(entendeojeitodo“mineirin”?).Tantacalmaquenosrecebeunumcorrido intervalo de umareunião do PósCom, maspareciaàvontadeepacientecomoseestivessenosofádesua casa ou numa mesa em seu café predileto, conver-

sandocomvelhosamigos. Edson Dalmonte não temfamília aqui. “Minha família étoda capixaba”, disse, enquantotamborilavaamesa,semfazerba-rulho algum. Quando pergunteiondenascera,elemesurpreendeuao dizer que sua cidade era umaquestão complexa. “Eu nasci emColatina,masaminhacidadehojechama-seSãoDomingosdoNorte.Masaminhafamíliamoranointe-rior, num lugar chamado MontesClaros”. Montes Claros, como elemesmomeesclareceudepois,nadatemavercomacidadehomônimamineira.“Éno interior[doEspíritoSanto].Éroça.Soudaroça”,expli-cou,entreumasonorarisada.

Como também sou do in-terior, me identifiquei quando eledisse que todos esperavam quefizesseDireitoouMedicina.“Quan-do eu disse Jornalismo, ninguémentendeu muito bem”. Era 1996,épocamarcada pelo início do queseria o domínio das novasmídias,como a Internet. “Quando eu en-trei na universidade a gente tinhaum pequeno laboratório só de in-formática.Oprimeirotrabalhoqueeu fiz usando o computador eutive algumas dificuldades”, conta,quando perguntado se sentiu in-segurança com o novo contexto.“Parecequefaztantotempo,né?”,relembraEdson,hojeautordolivroPensar o discurso no webjornal-ismo: temporalidade, paratexto ecomunidadesdeexperiência,publi-cadopelaEDUFBA.AopçãoporJor-nalismo, entretanto, veiomais tar-de.“Euconfessoquenaépocaeramuitoseduzidopelapublicidade,ocursomeinteressavabastante.Masquando eu comecei a estudar, eumeinteresseimuitopelaáreateóri-ca,pelaáreaacadêmica.E isso foimedirecionandoparaojornalismo”. Confesso que fiquei aindamais surpresa quando ele revelouque, desdeo seuprimeiro semes-tre,játinhacertezadequeseguiriacarreira acadêmica. “Ficou claroque eu ia trabalhar com ensino epesquisa. Tanto que na universi-dadeinteiraeununcafizumestágionomercado”,contouoprofessorde

Edson já veio à Bahia

Apesar de ter feito sequer menção a Caymmi ou aos estúdios Disney em nossa conversa, Edson Dalmonte conta sua saga de capixaba na Bahia – porque veio e porque ficou.

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 21: Facom News II

perfilEdson já veio à Bahia

Apesar de ter feito sequer menção a Caymmi ou aos estúdios Disney em nossa conversa, Edson Dalmonte conta sua saga de capixaba na Bahia – porque veio e porque ficou.

Comunicação e Ética da Facom. Édifícilencontraralunosnoprimeirosemestredeumafaculdadequejá tenhamdefinidooqueque-remfazerdesuavida–boapar-te, vale ressaltar, ainda refleteseestánocaminhocerto.Masesse perfil não se encaixa emEdson Dalmonte. Sim, Edsonparece ter esse poder – não éelequemtemdeseencaixaraum perfil, mas qualquer perfilquedeveseencaixaraele. Minha maior dúvida,confesso,era:porqueaBahia?PorqueaUFBA?Elerespondeudizendoque“tinhaalgumasop-çõespara ingressonodoutora-do: seria emSãoPaulo, no SulouemSalvador.Éumaquestãopessoal aqui. Morei em SãoPauloportrêsanosenãoestavaafimmais, é uma cidadeprob-lemática”. E continua: “O quemetrouxeparacáfoiaperspectivade ingresso no programa de pós-graduação, que é considerado umprograma referência”, explica. EquandofalamossobreaBahia,elesorri,pensativo.“Éumaterraondese trabalha muito, mas tambémachoqueodiferencialéqueaspes-soas sabem festejar”, diz, conclu-indoquesesenteacolhidoaqui.Osorriso, aindaassim,nãopode sercomparadoaoquebrotouemseurostoquandoperguntamossobreoEspíritoSanto.Conteve-se,aodizerque “É uma terra muito bonita”,

embora seus olhos parecessemestar voltados à lembranças par-

ticulares. Por um segundo, tive aimpressãodequeestavavendoumadulto lembrando da alegria e daemoção de tomar seu primeiro sor-vete,aostrêsanosdeidade.Massóporumsegundo. Hoje, Edson Dalmonte,além de professor, é editor-chefeda revista Contemporânea e vice-coordenador do PósCom. Pode-sedizer, então, que ele realizou, aomenos,estesonho.“Éumacúmulode atividades”, admite, “mas sãoatividades direcionadas, que cir-culam em torno de uma mesma

temática”.ValeressaltarqueEdson,oruivomaispopdaFacom(sim,eu

precisodizerquetodosquepas-sarampornósfizeramquestãode cumprimentá-lo afetuosa-mente), definiu-se, a pedidonosso,comoalguémquegostade desafios. Definiu-se comoalguémquegostadeaprendere dialogar. E nós, definitiva-mente, percebemos isso. Eleresponde, simples,que “éumtrabalhoquegosta”. Preciso dizer pela ter-ceira vez que fiquei sur-presa? Pois fiquei. Além desimpático, gentil, educadoe inteligente, é romântico!Ou, pelo menos, é o queentende-se de alguém queescolhe Amor além da vidacomo seu filme. E, só pelofator curiosidade, Guerra ePazcomoseulivroeAtiraste

uma pedra como sua música. Éum idealista, também–oqueéinspirador,umavezqueacreditanojornalismocomo“responsab-ilidade,pensaremdemocraciaeemdebate”eética como“com-prometimento, partilha, troca erespeito”. Edson Dalmonte, que eusó conhecia de vê-lo nos cor-redores (e uma única vez numafarmácia), agora é uma dasminhas pessoas preferidas na Facom. Hoje, definitivamente,Edsonganhoumaisumafã.

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II

Page 22: Facom News II

@marcoantoniogc Alô você jornalista baiano, come massa! e caga lemonde. Marco Antonio Cruz é estudante do 2° semestre de jornalismo na Facom

@rodolfinho O traficante Zeo foi encontrado pela polícia em baixo da cama e todo mijado, quando eles estão sozinhos são uns medrosos!!!! Rodolfo é estudante do 1° semestre de produção cultural na Facom.

@andresetaro Gostaria de trabalhar no Twitter. Como faxineiro das bobagens aqui perpetradas. André Setaro é professor da Facom e comentarista cinematográfico

@Mariaalves Apesar de que a vida é boa e reclamo dela. Gente morrendo de cólera no Haiti e eu me encucando com final de semestre. Maria Alves é estudante do 3° semestre de jor-nalismo na Facom.

@willgomes Gente, ninguém está preocupado com a sín-drome de abstinência no Rio? De um dia para o outro, 6 toneladas da erva desaparece do consumo... Wilson Gomes,dispensa apresentações.

Twittadas =)

O que eles pensam sobre“Par-

ticularmente,gostomuitodagradeatual.Masaspossíveis

modificaçõessãoválidas,especialmentesevisarem

uma aproximação do curso com matériasnaáreadebelasartes,porexemplo”.DarlanCayres,1°semestredeProdução

Cultural.

“Essamudançaéessencial.Apropostafoibempensadaealgumasadaptaçõesnagradesãonecessárias”.RogérioMenezes,4°semestredeProduçãoCultural

“Seexiste a

ideiaderedefiniragrade,éporque

hánecessidade.Émuitointeressante a proposta de aproximarprodutoresculturaisdeartistas(BelasArtes),jáqueumaáreadependedaoutra”.DavidBarros,2°semestrede

ProduçãoCultural.

Mudança

na Grade

de Produção

FacomNew

s20

10.2-Ed

ição

II