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FELIPE NYLAND
(TÍTULO PROVISÓRIO)
RELAÇÃO DE DETERMINAÇÃO DE CAMPOS
ELETROMAGNÉTICOS DISTANTES A PARTIR DE MEDIÇÕES
DE CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS PRÓXIMOS.
FLORIANÓPOLIS, 2009
UFSC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
GEMCO GRUPO DE ENGENHARIA EM COMPATIBILIDADE ELETROMAGNÉTICA
(TÍTULO PROVISÓRIO)
RELAÇÃO DE DETERMINAÇÃO DE CAMPOS
ELETROMAGNÉTICOS DISTANTES A PARTIR DE MEDIÇÕES
DE CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS PRÓXIMOS.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
DOUTORANDO:
FELIPE NYLAND
ORIENTADOR:
PROF. ADROALDO RAIZER, DR.
FLORIANÓPOLIS, 2009
i
SUMÁRIO
SUMÁRIO ......................................................................................................................................... i
LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................... III
LISTA DE TABELAS....................................................................................................... VI
LISTA DE SIGLAS E NOMENCLATURAS ........................................................................ VII
CAPÍTULO 1
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 2
1.1 Revisão Bibliográfica ............................................................................................................ 4
1.2 Contextualização do Problema ....................................................................................... 18
1.3 Objetivos do trabalho ........................................................................................................ 21
1.4 Metodologia do Trabalho .................................................................................................. 22
1.5 Organização do Trabalho ................................................................................................. 23
CAPÍTULO 2
2 CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS PRÓXIMOS E DISTANTES. ..................................................... 25
2.1 Campos Eletromagnéticos. .............................................................................................. 25
2.2 Limites entre campo próximo e campo distante ....................................................... 34
2.2.1 O dipolo elétrico................................................................................................................ 37
2.2.2 O dipolo magnético. ......................................................................................................... 38
2.2.3 Limite de campo distante baseado nos termos dominantes do equacionamento dos campos. ..................................................................................... 40
2.2.4 Limite de campo distante baseado na impedância da onda. ............................. 41
2.2.5 Limite de campo distante baseado no erro de fase de uma frente de onda. ............................................................................................................................................... 42
2.2.6 Limite de campo distante baseado no tamanho elétrico da antena ................ 44
2.2.7 Aplicação dos modelos de limites ............................................................................... 47
2.3 Campo próximo e campo distante ................................................................................. 49
2.3.1 Conceitos e características do campo próximo ...................................................... 49
2.3.2 Conceitos e características do campo distante ...................................................... 53
CAPÍTULO 3
3 ENSAIOS LABORATORIAIS ............................................................................................ 55
3.1 Considerações Iniciais....................................................................................................... 55
3.2 Instrumentos de medição de campo próximo ........................................................... 56
3.2.1 Ponteiras de campo próximo ........................................................................................ 56
3.2.2 Escâner de campo próximo ........................................................................................... 63
ii
3.2.3 Instrumentos auxiliares................................................................................................. 66
3.3 Instrumentos de medição de campo distante ........................................................... 67
3.4 Medidas realizadas ............................................................................................................. 68
3.4.1 Medidas de campo próximo em fonte emissora com campo distante conhecido. .......................................................................................................................... 68
3.4.2 Estimativa do Fator de Antena do conjunto de ponteiras HZ-11. ................... 75
3.4.3 Estimativa do fator de antena, para ponteiras de campo próximo de campo elétrico do conjunto HZ-11, utilizando a stripline. ............................................... 78
3.4.4 Leitura e emissão de campo eletromagnético através das ponteiras de campo elétrico do conjunto HZ-11. ........................................................................... 80
3.4.5 Comparação dos valores medidos pela ponteira de campo próximo esférica para diferentes instrumentos de leitura. ................................................................. 82
3.5 Discussão dos resultados ................................................................................................ 84
3.6 Considerações sobre o capítulo ..................................................................................... 87
CAPÍTULO 4
4 CONCLUSÕES PRELIMINARES ....................................................................................... 88
4.1 Continuidade dos Estudos .............................................................................................. 90
4.2 Próximas Etapas da Pesquisa ......................................................................................... 91
4.3 Cronograma .......................................................................................................................... 92
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................... 94
iii
LISTA DE FIGURAS
Capítulo 1
Figura 1.1 – Figura 1.1 – Um dos primeiros posicionadores de ponteiras de campo próximo da
história e o computador responsável pelos cálculos matemáticos . .............................. 8
Figura 1.2.1 – Ambientes para testes de emissão de campo eletromagnéticos: OATS, GTEM,
Stipline.. ................................................................................................................... 20
Figura 1.2.2 – Ambientes para testes de emissão de campo eletromagnéticos: câmara semi-
anecóica. .................................................................................................................. 20
Figura 1.4 – Metodologia da pesquisa. .......................................................................................... 23
Capítulo 2
Figura 2.1 – Onda plana ou uniforme - E e H estão em fase tanto no tempo quanto no espaço ...... 31
Figura 2.2.1 – Zonas de campo próximo e campo distante.. .......................................................... 35
Figura 2.2.2 – Regiões dos limites para antenas típicas.. .............................................................. 36
Figura 2.2.3 – Dipolo elétrico infinitesimal... ................................................................................. 37
Figura 2.2.4 – Loop infinitesimal e suas coordenadas.. ................................................................. 38
Figura 2.2.5 – Relação entre impedância da onda e λ/2π.. ............................................................ 42
Figura 2.2.6 – Configuração geométrica para avaliação de frentes de onda.. .................................. 42
Figura 2.2.7 – Resposta para diferentes aproximações de campo distante.. ................................... 47
Figura 2.3.1 – Regiões de campo próximo reativo, radiante e campo distante ................................ 50
Figura 2.3.2 – Regiões de campo próximo para um dipolo ............................................................. 52
Capítulo 3 Figura 3.2.1.1 – Ponteiras de campo próximo do conjunto HZ-14.................................................. 57
Figura 3.2.1.2 – Fator de antena para as ponteiras de campo magnético para as faixas de 9 kHz a
30 MHz e 30 MHz a 1 GHz, respectivamente.. ........................................................... 58
Figura 3.2.1.3 – Conjunto HZ-11. ................................................................................................. 60
Figura 3.2.1.4 – Configuração interior das ponteiras de campo magnético do kit HZ-11. ............... 60
Figura 3.2.1.5 – Ponteiras de campo elétrico do kit HZ-11, esférica e stub. ................................... 61
iv
Figura 3.2.1.6 – Configuração da ponteira de campo elétrico esférica do kit HZ-11. ...................... 61
Figura 3.2.1.7 – Configuração da ponteira de campo elétrico stub do kit HZ-11. ........................... 62
Figura 3.2.1.8 – Fatores de performance para ponteiras de campo magnético loop de 6 e 3 cm. .... 63
Figura 3.2.1.9 – Fatores de performance para ponteiras loop magnética de 1 cm e de campo elétrico
esférica. .................................................................................................................... 63
Figura 3.2.1.10 – Fator de performance para ponteiras de campo elétrico stub. ............................ 63
Figura 3.2.2.1 – Escâner de campo próximo desenvolvido no Maglab. ........................................... 65
Figura 3.2.2.2 – Resultado proporcionado pelo escâner desenvolvido no Maglab. .......................... 66
Figura 3.2.3.1 – Receiver, analisador de espectros e osciloscópio.. ................................................ 66
Figura 3.3 – Câmara stripline e célula GTEM – instrumentos para medição de campo distante ..... 68
Figura 3.4.1.1 – Gerador de ruído padrão NE3000. ....................................................................... 69
Figura 3.4.1.2 – Emissão de campo radiado conhecido do NE3000 para 3 e 10 metros. ................ 69
Figura 3.4.1.3 – Configuração das medições realizadas sob NE3000. ............................................ 70
Figura 3.4.1.4 – Gráfico da tensão induzida na ponteira esférica em função da freqüência. ........... 71
Figura 3.4.1.5 – Gráfico da tensão induzida na ponteira esférica em função da distância da fonte 72
Figura 3.4.1.6 – Gráfico da tensão induzida na ponteira stub em função da freqüência................. 72
Figura 3.4.1.7 – Gráfico da tensão induzida na ponteira stub em função da distância da fonte. .... 72
Figura 3.4.1.8 – Gráfico da tensão induzida na ponteira loop 6cm em função da freqüência.......... 73
Figura 3.4.1.9 – Gráfico da tensão induzida na ponteira loop 6cm em função da distância da
fonte ......................................................................................................................... 73
Figura 3.4.1.10 – Gráfico da tensão induzida na ponteira loop 3cm em função da freqüência. ....... 73
Figura 3.4.1.11 – Gráfico da tensão induzida na ponteira loop 3cm em função da distância da
fonte. ........................................................................................................................ 74
Figura 3.4.1.12 – Gráfico da tensão induzida na ponteira loop 1cm em função da freqüência. ....... 74
Figura 3.4.1.13 – Gráfico da tensão induzida na ponteira loop 1cm em função da distância da
fonte. ........................................................................................................................ 74
Figura 3.4.2.1 – Gráfico do fator de antena para a ponteira de campo elétrico esférica. ................. 76
Figura 3.4.2.2 – Gráfico do fator de antena para a ponteira de campo elétrico stub.. ..................... 76
Figura 3.4.2.3 – Gráfico do fator de antena para a ponteira de campo magnético loop 6 cm. ......... 77
Figura 3.4.2.4 – Gráfico do fator de antena para a ponteira de campo magnético loop 3 cm. ......... 77
Figura 3.4.2.5 – Gráfico do fator de antena para a ponteira de campo magnético loop 1 cm. ......... 77
Figura 3.4.3.1 – Configuração do ensaio. Na primeira foto observa-se o gerador de sinais injetando
campo na stripline, e através do cabo saindo à direita da câmara, é feita a leitura do
campo no seu interior. A foto da direita ilustra a ponteira de campo próximo esférica
no interior da stripline. ............................................................................................. 79
v
Figura 3.4.3.2 – Gráfico do fator de antena para a ponteira de campo elétrico esférica. ................. 79
Figura 3.4.3.3 – Gráfico do fator de antena para a ponteira de campo elétrico stub. ...................... 80
Figura 3.4.4.1 – Resultado da emissão radiada pela ponteira esférica do kit HZ-11. ...................... 81
vi
LISTA DE TABELAS
Capítulo 2
Tabela 2.2 – Aproximações para região do campo distante. ........................................................... 48
Tabela 3.2.1.1 – Propriedades das ponteiras de campo magnético Kit HZ - 14 ..............................58
Tabela 3.2.1.2 – Propriedades da ponteira de campo elétrico Kit HZ - 14 ................................59
Tabela 3.2.1.3 – Propriedades das ponteiras do Kit HZ-11. ........................................................... 62
Tabela 3.4.3.1 – Fatores de Antena para as ponteiras de campo elétrico do conjunto HZ-11 .......... 80
Tabela 3.4.4.1 – Valores de emissão radiada pela ponteira esférica medidos através da ponteira
stub. ........................................................................................................................ 82
Tabela 3.4.4.2 – Valores de emissão radiada pela ponteira esférica, medidos através da ponteira
stub com o fator de antena incluso. .......................................................................... 82
Tabela 3.4.5.1 – Valores de tensão induzidos na ponteira esférica, lidos através de três
instrumentos diferentes. ........................................................................................... 83
vii
LISTA DE SIGLAS E NOMENCLATURAS
A Unidade Ampère
ABS Anti-lock Braking System
B Indução magnética
CG Conjugated Gradient
CEM Current Element Model
CISPR Comite International Special des Perturbations Radioelectrique
C Unidade Coulomb
D Indução elétrica
DUT Dispositive Under Test
dB Unidade Decíbel
E Campo elétrico
EFIE Electric Field integral equation
EMC Electromagnetic Compatibility
EMI Electromagnetic Interferences
EUT Equipment Under Test
FDTD Finite-Difference Time-Domain
f Freqüência
F Unidade Farad
FF Far-Field
FFT Fast Fourier Transform
G Giga
GTEM Gigahertz Transverse Electromagnetic
H Campo Magnético ou a unidade Henry
Hz Unidade Hertz
IEC International Electrotechinical Commission
IEEE Institute of Electrical and Electronic Engineers
J Densidade de corrente
M Mega
m Unidade Metro
MagLab Laboratório de Eletromagnetismo e Compatibilidade Eletromagnética
MOM Moments method
NF Near-Field
NN Neural Network
OATS Open Area Test Sites
PCB Printed Circuit Board
PF Performance Factor
RF Radio Freqüência
S Unidade Siemens
TEM Transverse Electromagnetic
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
viii
V Unidade Volt
Vef Tensão Eficaz ou RMS
W Unidade Watt
μ Permeabilidade magnética ou unidade de Micro
σ Condutividade Elétrica
ε Permissividade elétrica
ρ Densidade volumétrica de carga
CAPÍTULO 1
1 Introdução
A necessidade da avaliação de campos eletromagnéticos gerados a partir
das mais diversas fontes existentes já é um tema recorrente e muito difundido
globalmente. Nas últimas décadas, muito tem se discutido sobre este assunto e
diversas normas foram e ainda são desenvolvidas, com intuito de controlar os
níveis destes campos, abrangendo as mais variadas formas nas quais eles podem
ser originados. Os problemas relacionados a esta área são largamente
conhecidos, entretanto, muito ainda é estudado sobre os efeitos e implicações na
sociedade associados à emissão eletromagnética.
Os campos anteriormente citados podem ser divididos em duas categorias,
associadas às freqüências e a distâncias de suas origens provedoras. Estes dois
gêneros de campos são nomeados de campo eletromagnético próximo, também
conhecido como Nearf-Field (NF) e campo eletromagnético distante, ou Far-Field
(FF).
Atualmente, quase todas as normas relacionadas à compatibilidade
eletromagnética (EMC) e interferência eletromagnética (EMI), consideram
somente os valores de campos distantes no seu escopo, e os avaliam, designando
se um equipamento pode ou não entrar no mercado consumidor e ser utilizado
em esfera global. Estas mesmas normas estabelecem limites máximos de emissão
para estes campos, nas mais variadas gamas de fontes e equipamentos passíveis
deste tipo de emissão.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
3
Estes campos emitidos podem causar diversas interferências e danos, tanto
na operação de outros equipamentos, como também seu próprio funcionamento.
O avanço tecnológico cada vez mais intenso, associando alta-tecnologia em
equipamentos cada vez menores e a crescente utilização de sistemas embarcados
no desenvolvimento de produtos eletro-eletrônicos nas mais variadas faixas de
freqüência, gerou um aumento de grande impacto na sua fabricação e
comercialização, fazendo com que as empresas fabricantes destes produtos,
procurem cada vez mais laboratórios capazes de efetuar estas medições, a fim de
avaliar a emissão de campos eletromagnéticos de seus equipamentos, permitindo
que estes estejam disponíveis para o consumo.
Os mais diversos métodos de medição e conjuntos de equipamentos são
utilizados para se obter os valores destes campos distantes. Câmeras semi-
anecóicas, receivers, conjuntos de antenas, células TEM e GTEM, estão dentre
alguns dos instrumentos hoje empregados, para encontrar e medir os valores de
campos emitidos pelos equipamentos sob teste (EUT) avaliados.
Os laboratórios encarregados na realização deste trabalho necessitam
despender grandes quantias de capital para adquirir todo o conjunto de
equipamentos e espaço físico necessários para a realização destes testes. No
Brasil, não há fabricantes destes equipamentos, logo, estes devem ser sempre
importados, acarretando num gasto ainda maior para os laboratórios do país que
desejarem trabalhar ou realizar pesquisas nesta área.
Para concretizar a mensuração de campos eletromagnéticos próximos,
conta-se atualmente com diversos conjuntos de sondas e ponteiras, das mais
diversas configurações e fabricantes. Estes instrumentos, construídos para
operarem em diferentes faixas de freqüência e diferentes tipos de equipamentos,
são utilizados principalmente na procura de pontos de maior emissão em
sistemas eletro-eletrônicos, com a intenção de descobrir que componentes ou
partes dos circuitos são os maiores responsáveis pela emissão do campo em nível
local. Além destas sondas e ponteiras, escâneres de campo próximo também têm
ocupado uma posição de grande destaque na prática de medidas destes campos,
criando uma espécie de mapeamento dos campos em torno do equipamento
analisado.
As pesquisas realizadas na área de campo próximo têm acarretado um
maior conhecimento do seu comportamento e suas características ao longo dos
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
4
últimos anos. Este conhecimento, entretanto ainda não é profundo o suficiente
para que se determinem equações e se preveja exatamente como este campo se
transforma e se comporta quando analisado no domínio do campo distante.
Como este tipo de campo apresenta diversas formas de conduta e parâmetros
que variam muito conforme as características do equipamento que o está
originando, a maioria dos pesquisadores, assim como os organismos
responsáveis pela concepção das normas regulamentares, preferem apenas
considerar o campo distante, quase que ignorando o comportamento, medições,
diretrizes e efeitos envolvendo o domínio de campo próximo.
Cientistas de algumas partes do planeta buscam relacionar os valores de
campos próximos aos valores de campos distantes, a fim de se desenvolver uma
ligação entre os mesmos de diversos modos. Esta ligação facilitaria e diminuiria o
labor para se chegar aos valores de campos distantes, originando um novo
método de se alcançá-los.
Com base nessa discussão, diversas publicações técnicas discorrem sobre
as dificuldades e avanços já encontrados nas pesquisas realizadas relacionadas à
esfera do campo próximo. Características, estudos, e soluções já encontradas até
a atualidade são apresentados na presente pesquisa. Este trabalho busca ainda
conceber uma relação entres os dois tipos de campo citados, além de prover um
estudo aprofundado das configurações de sistemas de medição de campo
próximo com a finalidade de se angariar os valores dos campos distantes numa
ampla faixa de freqüência.
1.1 Revisão Bibliográfica
Os campos eletromagnéticos próximos e sua relação com campos distantes
tem sido alvo de diversas pesquisas ao longo das últimas décadas. Devido sua
dificuldade de caracterização, a maior parte dos estudos da área de EMC foi
direcionada para campos distantes, que implicavam em fórmulas conhecidas e
definidas pelas equações da onda plana. Nesta parte do texto, serão
apresentadas as pesquisas relevantes na área envolvendo medições e calibrações
de campo próximo, bem como os trabalhos que relacionaram os mesmos aos
campos distantes.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
5
Os primeiros estudos documentados envolvendo medição de campos
próximos (NF) que se tem conhecimento, foram desenvolvidos por BARRET e
BARNES [54], do Centro de Pesquisa de força aérea de Cambridge. Os mesmos
construíram provavelmente o primeiro sistema de medição de campo próximo,
chamado de "Automatic antenna wave front plotter", em 1950. Apesar de não
intencionarem dimensionar campos distantes a partir das suas medidas de
campo próximo, eles conseguiram obter um mapeamento completo das variações
de fase e amplitude na frente de suas antenas microondas.
Em 1953 WOONTON [55] mediu campos próximos e publicou os dados
obtidos num artigo, com a primeira suposição de que a tensão induzida em uma
ponteira estaria relacionada à medida de força de um campo elétrico.
Posteriormente, RICHMOND e TICE [35] desenvolveram uma pequena
ponteira com guia de onda aberto em sua extremidade, que apresentou boas
características de polarização, indicando o campo exatamente no ponto
determinado da medição. A mesma, ainda fornecia um sinal de tensão preciso,
permitindo uma medida exata e sem grandes interferências externas.
HU [38], em 1958, realizou o primeiro levantamento das fórmulas de
transmissão de potência no campo próximo, contribuindo com diversos dados
para a comunidade científica interessada no comportamento do campo próximo
de sua fonte emissora.
Três anos mais tarde, BROWN e JULL [16] executaram as primeiras
medições com ponteiras compensadas para medição de campo próximo,
utilizando expansões modais, válidas somente para escaneamentos cilíndricos de
uma antena emissora, em duas dimensões.
No mesmo ano, CLAYTON, HOLLIS e TEEGARDEN [71] computaram pela
primeira vez, uma forma de campo elétrico distante de uma antena refletora, com
diâmetro de 14º de comprimento de onda, a partir das amplitudes e fases de uma
distribuição de campo-próximo. Eles obtiveram um resultado satisfatório com
medidas diretas de campo-distante sobre o feixe principal e alguns lóbulos
laterais da antena.
ROSEBERRY e SCHULZ [5], em 1965, estabeleceram uma técnica para se
gerar campos conhecidos de rádio freqüência (RF) em alta freqüência,
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
6
apropriados para realizar testes de susceptibilidade em equipamentos
eletrônicos, através da implementação de striplines paralelas com características
de impedância conhecidas. Desta forma, geraram-se ondas planas de RF com
valores específicos, em intensidades de tanto 10 como 3 volts/metro. Foi um dos
primeiros instrumentos que possibilitou a estabilização de um campo para
qualificar equipamentos quando os mesmos estivessem na presença de campos
de alta intensidade. Para a verificação dos valores entre as striplines, uma
ponteira foi calibrada em termos de tensão de saída, em função da intensidade
de campo magnético a 2, 10, 20 e 30 cm.
Logo após, DYSON [39] realizou e publicou diversas medidas de campo
próximo em uma antena, fornecendo diferentes parâmetros importantes sobre a
medição do campo próximo no seu modelo de antena analisado.
JENSEN (1970) [15], em sua tese de doutorado, reuniu diversos parâmetros
e importantes relações entre campo próximo e campo distante. Dentre elas,
apresentou as fórmulas para o escaneamento esférico com ponteiras de campo
próximo compensadas, utilizadas por diversos trabalhos posteriores na área.
Paralelamente KERNS [12] afirma que um campo distante vetorial pode ser a
princípio obtido pela transformada de Fourier-2D dos valores medidos no campo
próximo, em um plano transverso. O mesmo afirma que a maior dificuldade
encontra-se na execução correta das medições do campo próximo.
Ainda no mesmo ano BAIRD e WACKER [36] determinaram modelos e
ganhos de antena, para medições de campo próximo. Além disso realizam umas
das primeiras comparações diretas entre medidas de campo próximo e campo
distante.
LUDWIG [30] então utiliza, em 1971, as expansões de onda-esférica como
uma técnica numérica que expressa arbitrariamente os campos distantes a partir
de campos próximos, especificados através de dados analíticos, experimentais e
numéricos. O método mostra-se tão satisfatório quanto o método de expansão
modal.
Em 1973, a pesquisa de JOHNSON, ECKER e HOLLIS [31] expõe três
técnicas distintas para modelar campos distantes a partir de medições de campo
próximo. Na primeira técnica, menos limitada, foram amostradas a distribuição
da fase e da amplitude de campo, através de um escaneamento com ponteira de
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
7
campo próximo. A partir destes dados, através da expansão modal, as
distribuições foram transformadas em campo distante. Além das outras duas
técnicas, que são um tanto quanto restritas por especificações demonstradas por
eles, foram apresentadas todas as vantagens e limitações de cada um dos três
métodos. Ainda neste mesmo ano, um novo método para se calcular o fator de
correção para ponteiras de campo próximo foi proposto por LUDWIG e NORMAN
[33]. O mesmo foi desenvolvido a partir de medições de campo distante utilizando
a expansão de onda esférica. Além disso, paralelamente, DYSON [34] lança um
guia completo abrangendo medições de campo próximo para os mais diversos
modelos de antena. O guia serve como referência para diversas pesquisas futuras
na área.
Uma nova técnica, desenvolvida por CRAWFORD [3], estabeleceu um
padrão de campo eletromagnético uniforme, dentro de um ambiente blindado. A
técnica emprega células de transmissão eletromagnética transversa (TEM) que
operam com sistemas de impedâncias casadas de 50 ohms. Um campo TEM é
estabelecido dentro da célula na freqüência de interesse, oferecendo a
possibilidade de se calibrar campos eletromagnéticos e realizar testes tanto de
emissão como susceptibilidade para equipamentos de pequeno e médio porte.
ECKER e BURNS [13], em 1974, demonstraram para a época, velocidade,
exatidão e uma maneira simples com a qual medidas de campo próximo
poderiam ser realizadas e dessa forma prever os campos distantes. O sistema
contava com o auxílio de um mini-computador de alta velocidade, que controlava
a amostragem e aquisição de dados, o posicionador da ponteira de campo
próximo (na faixa de freqüência de 20 a 40 MHz), e por fim a transferência dos
dados entre o equipamento de medição e outro computador de maior porte para
o processamento de dados. O procedimento envolvia basicamente uma aquisição
dos dados através de uma ponteira de campo próximo, com posicionador
automático nas direções x, y e z. Após a amostragem com a posição, amplitude e
fase do campo próximo, os valores eram convertidos para forma digital e então
armazenados. Os mesmos eram processados para se permitir a previsão do
campo distante, através da transformada rápida de Fourier (FFT). Após este
processo os dados eram impressos e apresentados. A Figura 1.1 apresenta uma
foto deste que foi um dos primeiros modelos de posicionador de ponteiras de
campo próximo e do computador responsável pelo processamento de todos os
dados coletados.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
8
Figura 1.1 – Um dos primeiros posicionadores de ponteiras de campo próximo da história e o computador responsável pelos cálculos matemáticos desenvolvidos por Ecker e Burns [13].
Uma comparação entre os custos das medições de campo distante padrões
que utilizavam grandes antenas conjugadas, e os custos da medida equivalente
em campo próximo foi apresentada por RODRIGUE e BURNS [14], ainda em
1974, a pedido do governo americano. Os mesmos concluíram que a medição de
campo próximo possuía um custo que variava entre 76% e 85% dos custos das
medições de campo distante, incentivando investimentos nas medições de campo
próximo. Além deste fator, os mesmos ainda provaram que medições de NF
ofereciam uma caracterização mais completa das antenas analisadas em
questão.
WACKER [18] paralelamente propôs um método para se realizar a extração
dos coeficientes modais de medidas realizadas com ponteiras compensadas,
utilizadas em medições esféricas. Esta técnica acarretou numa diminuição
significativa de dados adquiridos. Ainda no mesmo trabalho, ele expôs através da
utilização de FFT, um meio de se computar estes coeficientes, a fim de utilizá-los
em possíveis transformações para o campo distante.
TIPPET e CHANG [4], inovaram então nas técnicas de medições. Através das
mudanças de radiação de dipolos localizados dentro de uma Célula TEM, eles
verificaram que na grande maioria dos casos, um dispositivo qualquer poderia
ser modelado por dipolos. Desta forma, através da análise destes dipolos, foi
permitido se prever as características de radiação do dispositivo em outros meios
(como por exemplo, o espaço livre). Neste trabalho, uma restrição foi notada: o
equipamento sob teste (EUT) deve ser eletricamente pequeno, isto é, com
dimensões muito menores que o comprimento de onda operacional.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
9
Em 1978, PARIS e LEASH [9] consideraram os problemas gerais envolvendo
a interação da ponteira de medição com o campo próximo medido em questão,
incluindo a aplicação do Teorema da Reciprocidade de Lorentz para a
determinação das características da fonte, e a forma do campo distante. Além
disso, apresentaram os dados necessários para corrigir os efeitos direcionais da
ponteira, o efeito desta correção da ponteira no valor medido, e as formulações
matemáticas em sistema retangulares, necessárias para solucionar o problema
proposto. Os mesmos mostraram que as medições de campo próximo são mais
efetivas tanto em custo quanto em tempo, e que as exatidões das formas de
campo distante calculadas eram regulares, quando comparadas as medições
práticas do campo distante. Entretanto, eles declararam que o método ainda era
de difícil entendimento no quesito de realização prática e que um sistema mais
complexo seria necessário para alcançar resultados mais confiáveis. Além disso,
ainda ressaltaram que um procedimento muito extenso seria necessário para se
efetuar a calibração das ponteiras de campo próximo, quando comparadas as
calibrações de ponteiras de campo distante. Na técnica aplicada, ambos os
campos radiados pela fonte, como pela ponteira, são expandidos em termos
elementares de onda planas (modos). Após isso, o Teorema de Lorentz é utilizado
para calcular a saída da ponteira como uma função dos campos expandidos. O
resultado é uma equação algébrica, que relaciona o campo conhecido da ponteira
e o campo desconhecido da fonte. As amplitudes são então determinadas a partir
dessa equação e, com estas, se alcança os valores do campo distante.
SCREENIVASIAH e CHANG [2], afirmaram que era possível determinar a
potencia total radiada dentro de uma célula TEM, desde que a fonte emissora
dentro desta pudesse ser considerada um sistema de dipolos elétricos e
magnéticos, cada um excitado com uma amplitude e fase arbitrária. As células
de teste não são restritas quanto às especificações geométricas, desde que
possam suportar o modo TEM, e que as dimensões geométricas sejam tais, que
proporcionem que um modo de ordem maior possa ser propagado na freqüência
de teste.
Ainda no mesmo ano (1981), KERNS [17] criou o modelo de escaneamento
tridimensional planar. Neste modelo a ponteira se move sobre um sistema de
coordenadas cartesianas linearmente, criando uma amostragem em forma de
cubo, com um grid máximo de amostras no tamanho Δx = Δy = Δz = λ/2, onde λ é
o comprimento de onda para a freqüência analisada.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
10
Cinco anos mais tarde, YAGHJAN [26] publica o mais vasto trabalho já feito
até aquela data, abordando medições de campo próximo. Neste, são tratadas as
medições com e sem fatores de correção das ponteiras, os diversos tipos de
escaneamento, as formas de correção de ponteiras e ainda aponta as principais
fontes de erro da medição planar no campo próximo. Além disso, apresenta as
limitações dos escaneamentos planar, cilíndrico e esférico, servindo de base para
várias pesquisas futuras.
WILSON, HANSEN e KOENISTEIN [7], em 1989, discutiram um novo tipo de
câmera para testes com campos eletromagnéticos. Aplicável tanto para medidas
de emissão radiada como para medidas de susceptibilidade. Ela é essencialmente
uma célula TEM, chamada de GTEM, onde uma determinada potência é injetada
gerando um campo constante num determinado volume de teste da câmera. A
mesma consegue criar campos planos em freqüências que excedem os gigahertz.
Este trabalho, acabou popularizando o método de multipolos, onde o
equipamento sob teste dentro da câmera, é considerado um dipolo muito
pequeno que dá origem aos valores de campo distante.
No mesmo ano, ISKRA e MACFARLANE [46] apontaram os erros de medida
de campo magnético na área de campo próximo devido a não-uniformização
espacial e grande variação dos campos eletromagnéticos próximos. Desta forma,
expuseram as dificuldades em se efetuar as medidas de campo magnético com
fins de se obter campo distante.
Em 1990, SARKAR e PONNAPALLII [10] [11], apresentaram a teoria seguida
por diversos pesquisadores, onde uma transformação do campo elétrico próximo
planar para o campo distante é feita através de uma aproximação, utilizando um
equivalente de corrente magnética. Neste processo, é aplicado o princípio da
equivalência e a teoria da imagem, substituindo-se a fonte emissora por um
equivalente de corrente magnética que engloba toda fonte sob análise. Esses
equivalentes são obtidos pelos métodos dos momentos e pelo método dos
gradientes conjugados associado à transformada rápida de Fourier (FFT). De
posse destes equivalentes, pode-se determinar então o campo distante. O método
foi o que apresentou os melhores resultados para a extrapolação de campos
distantes quando comparado aos modelos anteriores de transformação NF-FF.
No mesmo ano, BUCCI [48], desenvolveu uma técnica baseada na medição
de amplitude de campo próximo em duas superfícies envolvendo uma antena
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
11
emissora sob teste. A exatidão da reconstrução dos resultados de campo distante
ficou relacionada às distâncias entre as superfícies de medida, às informações da
fase do campo próximo e ao sistema de radiação de campo. Todos estes fatores
foram levados em consideração na formulação do algoritmo responsável pela
transformação, que considera a teoria que duas medidas equivalentes das
superfícies medidas, geram o mesmo campo distante. Um ano depois BUCCI,
GENNARELLI e SAVARESE [51] desenvolveram um algoritmo de interpolação,
que permite recuperar os dados de campo próximo do plano-polar para o plano
retangular. Isso permitiu uma transformada de campo próximo para campo
distante padrão através de um algoritmo de FFT a ser aplicado no plano de
escaneamento polar. Desta forma uma redução do tempo de medição e de
memória necessária para realizar os cálculos foi alcançada com sucesso.
Em 1992, SARKAR junto com PETRE [8] publicou um modelo alternativo
para se calcular campos distantes a partir de medições de campo próximo. O
método utiliza dados de campo próximo para determinar equivalentes magnéticos
de fontes de correntes sobre uma fictícia superfície planar que engloba toda
antena sob teste. Essas correntes são então utilizadas, para se estimar os
campos distantes. Sob certas circunstâncias, as correntes devem produzir os
corretos campos distantes em todas as regiões na frente da antena, relacionadas
com a geometria nas quais as medições de campos próximos foram executadas.
Uma equação integral de campo elétrico foi desenvolvida para relacionar os
campos próximos aos equivalentes de corrente magnética. O método dos
momentos foi utilizado para transformar a equação integral em uma matriz, que
é solucionada a partir do método dos gradientes conjugados (CG) com FFT,
gerando a transformação de campo próximo para campo distante.
Em seguida WILSON [6] considerou o uso da célula GTEM para testes de
emissão tanto para campo próximo como para campo distante. Ele utilizou a
aproximação do modelo de radiação de um equipamento como sendo um
conjunto de momentos multipolos. O modelo multipolo permitiu prever a
radiação no espaço livre. O trabalho obteve destaque por oferecer a correlação
entre as medidas da célula GTEM e as áreas de teste em campo aberto (OATS)
para o caso do campo distante.
Em 1994 PETRE e SARKAR [19] retornam com uma nova pesquisa, onde
eles propuseram um método para calcular padrões de campo distante de antena
através de dados provenientes das medições de campo próximo, realizadas
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
12
através de um agrupamento de ponteiras-dipolos planares. O método parte do
princípio de utilização dos valores de campo próximo para determinar algumas
fontes equivalentes magnéticas de corrente, sobre uma superfície planar fictícia
sobre toda antena emissora de campo. O campo próximo era adquirido através
de dipolos com uma terminação com impedância de 50 ohms de carga, que
media a tensão complexa através das cargas. A partir disto, a equação integral de
campo elétrico (EFIE) foi desenvolvida para relacionar as tensões complexas
medidas, aos equivalentes magnéticos de corrente. O método dos momentos com
o Galerkin foi utilizado para transformar a equação em uma matriz, que então é
solucionada com a transformada rápida de Fourier somada ao gradiente
conjugado (CG-FFT). A mesma fornece desta forma os valores de campo distante.
Uma das vantagens do método é que não há necessidade de se mover a ponteira
mecanicamente. Além disto, dispensa a medição da posição espacial da ponteira
com exatidão. Importante principalmente quando existe a necessidade da
realização da medição de ondas milimétricas que exigem uma medição neste
nível. Além disso, um esquema numérico muito eficiente de CG-FFT foi
implementado para resolver a equação integral das correntes magnéticas,
reduzindo com grande eficácia o tempo de computação e armazenamento dos
dados. Apesar de ter sido validado através de exemplos limitados, o método
obteve uma validade muito maior do que método de expansão modal,
contemporâneo à época.
LAROUSSI e COSTACHE [22] paralelamente publicaram uma nova
abordagem para derivar valores de campo distante, a partir de medidas de campo
próximo em uma antena, através da solução de uma equação integral exata para
um problema de propagação de ondas, com um algoritmo novo que extrapolava
os valores para o campo distante emitido pela antena.
No ano seguinte, CRIEL, HAELVOET, MARTENS et al. [28] estudaram a
radiação de campo próximo emitido por placas de circuito impresso (PCBs)
quantitativamente por um set-up de medida tri-dimensional. A performance do
set-up de medida criado foi avaliada através de uma comparação de medições
com ponteiras calibradas dentro de uma célula TEM, sobre uma PCB de trilha
única, com resultados simulados.
SARKAR e TAAGHOL [21] em 1996 sugeriram um aprimoramento do
método apresentado em 1994. Após empregar o método dos momentos para
solucionar a equação e transformá-la numa matriz, a mesma foi então
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
13
solucionada através do método dos mínimos quadrados, oferecendo resultados
de qualidade superior a formulação que envolvia CG-FFT.
No mesmo ano REOCZNIAK, PETRIU e COSTACHE [23], propuseram uma
técnica de modelagem 3-D para campos eletromagnéticos baseada numa
transformada "campo próximo/campo distante", onde os valores de campo foram
calculados a partir de um conjunto de medições de campo próximo que levava
em consideração a região ao redor do dispositivo sob teste (DUT). Uma técnica de
visão não-invasiva para recuperar os parâmetros de posição em 3-D da ponteira
foi também apresentada. O método se mostrou superior aos de FFT
anteriormente utilizados, por não necessitar o conhecimento explicito da fase do
campo próximo. Baseado na técnica de expansão de ondas esféricas, os
coeficientes das funções dependem das condições de limite, que são
caracterizados de forma incompleta sem o conhecimento da fase. Com a
descoberta de uma aproximação tolerável para o erro devido a estes coeficientes,
podem-se prever então os níveis de campo distante radiados. Uma vez que os
resultados não foram estáveis, principalmente devido aos limites estabelecidos,
analises posteriores foram necessárias, prejudicando a relevância do método.
BLANCH, YACCARINO, ROMEU et al. [47] introduziram uma aproximação
equivalente de corrente magnética com uma nova modalidade de aquisição dos
valores de campo próximo: planar bi-polar. Os resultados do método, aplicado a
uma antena, foram comparados com a tradicional aproximação modal de
transformação de campo próximo para campo distante. O método necessitou
estudos mais aprofundados, uma vez que a distribuição espacial das amostras
de campo próximo retidas, afetou de forma significativa o diagrama de campo
distante.
Em 1998, NADEAU e LAURIN [37] formularam um novo método de
extrapolação do campo distante a partir do escaneamento planar do campo
próximo. A extrapolação foi realizada utilizando a tensão relativa complexa de um
loop em movimento associada ao Método dos Momentos. Embora o método seja
promissor, muitos problemas interferiram dentro do processo. Dentre eles,
problemas de calibrações, velocidade e exatidão do escaneamento, tempo de
processamento e valores normalizados a fim de obter os resultados absolutos.
Simultaneamente, GAO, LAUER, REN et al. [45] propuseram uma nova
técnica de calibração aplicável a uma ponteira elétrica coaxial de campo próximo
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
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com aplicação nas faixas de 0,005 - 20 GHz. Através do método das Diferenças
Finitas no Domínio do Tempo (FDTD), a ponteira foi analisada, para determinar a
parte mais sensível do segmento exposto. Considerando a amplitude de um
campo elétrico normal neste segmento como um campo de características
conhecidas, a ponteira foi calibrada definindo-se um fator de performance (PF)
para a mesma. Esta calibração foi realizada através de uma comparação das
medições da ponteira sobre uma linha de microfita e os valores simulados de
campo emitidos pela mesma na região medida.
Em 1999 SARKAR e TAAGHOL [20] aprimoraram mais uma vez seu método.
Antes a técnica calculava modelos de campo distante a partir de medições de
campo próximo, realizadas em uma geometria arbitrária, utilizando o princípio
das fontes equivalentes de corrente elétrica sobre uma superfície fictícia. Aqui
eles demonstram o conceito de continuidade analítica, supondo que uma vez que
os valores de campo elétrico são conhecidos em uma determinada região do
espaço, pode-se a partir de uma teoria de perspectiva, ter seus valores
extrapolados para outras regiões. Mostrou-se que o equivalente de corrente
elétrica produz os campos na região em frente à antena, relacionados à geometria
sobre a qual a medição dos campos próximos foi executada. Nesta aproximação,
os dados medidos não precisam satisfazer o critério de amostragem de Nyquist.
Uma equação integral de campo elétrico é desenvolvida e relaciona o campo
próximo ao equivalente de corrente elétrica. O método dos momentos é utilizado
para solucionar a equação integral transformando-a em uma matriz. A solução
por método dos mínimos quadrados é então empregada para resolver a matriz-
equação. Neste trabalho foi provado que a aproximação por equivalente de
corrente magnética oferece uma solução melhor que o equivalente de corrente
elétrica, devido ao fator que a matriz elevada a partir de um operador campo
elétrico, apresenta uma condição mais defasada do que a matriz envolvendo o
operador campo magnético.
Uma nova metodologia apresentada por PIERRE, D'ELIA e SOLDOVIERI [24]
é baseada na medição simultânea da amplitude de tensões recebidas por duas
ponteiras diferentes se movendo através uma única superfície de campo próximo,
simultaneamente. A grande diferença no método foi a diminuição do erro devido
a possíveis falhas que envolviam o posicionamento de uma única ponteira. Dessa
forma garante-se a aquisição correta do campo, garantindo o resultado do campo
distante através de FFT.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
15
Em 1999 BUCCI [25] retorna com uma aproximação mais geral,
considerando apenas a amplitude de campo próximo, utilizada para a
transformação NF-FF. A estimativa do campo distante é definida como um
problema de busca de intersecção, solucionado pela minimização de um
funcional adequado. O novo algoritmo foi recebido com entusiasmo pela
comunidade científica, pois considerou uma nova formulação matemática que
não apresenta uma reprodução redundante do campo, levando em consideração
parâmetros como a forma da fonte emissora, a exatidão do sistema de medição e
ainda o comportamento do campo próximo fora da área de medida,
revolucionando o sistema de transformação NF-FF.
REGUÉ e RIBÓ [1] em 2001 trazem mais um diferente método para se
prever a emissão de campo distante radiado através de medidas de campo
próximo em PCBs. Foi baseado na substituição do dispositivo original por um
conjunto de dipolos elementares, colocados próximos das principais fontes
radiativas que emitem o mesmo campo próximo. Este conjunto de dipolos é
gerado através de um algoritmo genético. Uma vez que o campo produzido por
um dipolo é conhecido, a radiação de campo distante pode ser calculada. Pela
posição, orientação e magnitude dos dipolos equivalentes, as fontes de radiação
podem ser identificadas. No seu método, fontes de campo próximo magnético,
como slots por exemplo, são substituídos por dipolos magnéticos. Fontes de
campo elétrico, como trilhas ou cabos, são substituídos por dipolos elétricos. Isso
sempre em um ambiente semi-anecóico. Com o algoritmo, buscam-se os dipolos
que geram o mesmo campo próximo e a partir da inserção destes no sistema,
chega-se aos valores de campo distante.
Uma técnica para avaliar o nível de emissão radiada, gerada por placas de
circuito impresso, baseada nos equivalente de corrente magnética foi
apresentada por LAURIN, OUARDHIRI e COLINAS [32]. Essas correntes foram
extraídas de medidas de campo próximo, que por fim permitiram a visualização e
extração das correntes de modo-comum próximo às linhas descontinuas da
placa. Os processamentos dos dados de campo próximo geraram modelos
equivalentes de estruturas de radiação, que permitiram separar as contribuições
de modo comum e modo diferencial.
Abordando também campos eletromagnéticos sobre placas de circuito
impresso, AUNCHALEEVARAPAN, PAITHOONWATANAKJI, KHAN-NGERN et al.
[29], utilizaram uma rede neural (NN) para reconhecer configurações básicas de
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
16
PCB, empregando o espectro de campo próximo e a emissão radiada de campo
distante. Os valores de campo foram detectados através do monitoramento da
amplitude da freqüência do espectro, através da injeção de um pulso de tensão
na PCB. Para cada configuração de placa, foi atribuída uma memória a NN.
Assim, a rede neural conseguia identificar os diferentes layouts de PCB oriundos
de medições de emissão radiada. Os valores da NN são comparados com as
medidas de campo de outros modelos, para então servirem como uma previsão
do modelo de emissão de campo distante, a partir da medida de campo próximo.
A estimativa do campo distante apresentou mais exatidão do que as oriundas
através do Método dos Momentos (MOM) e do Modelo de Elemento de Corrente
(CEM), garantindo a eficácia do trabalho.
Um método de caracterização de chips através de escaneamento de campo
próximo foi publicado por DARAN [43] em 2003, para verificar possíveis
acoplamentos na placa eletrônica e avaliar as emissões radiadas a um metro de
distância. Com o levantamento dos potenciais escalares e vetoriais encontrados
no escaneamento, foram calculados os campos próximos e distantes.
SHI, CRACRAFT e SLATTERY [44] adquiriram diversos dados de
escanemanto de campo próximo para representar diversas fontes não-
intencionais de radiação, através de equivalentes de correntes de distribuição de
superfície. Essas correntes foram utilizadas como fontes numéricas numa
modelagem FDTD para prever os valores de campo radiados. Um ano depois eles
[40] apresentaram diversos procedimentos para calibração e compensação de
medições de escaneamento de campo próximo para variados tipos de ponteiras. A
grande maioria, através da transformada discreta de Fourier. Provaram ainda
que as ponteiras de medida causam distúrbios no campo que está sendo medido
e que quanto menor a ponteira, menor a perturbação no campo. Afirmaram
também, que tanto as componentes de campo elétrico, como as componentes de
campo magnético contribuem com o valor medido na ponteira. E que em alguns
casos o campo magnético é dominante e em outros, o campo elétrico.
SUJINTANARAT, DANGKHAM e CHAICHANA [27] realizaram um estudo de
emissão eletromagnética (EMI) de uma placa de circuito impresso (PCB). Cinco
diferentes tipos de trilha nas PCBs foram projetados para produzir campos
eletromagnéticos medidos com ponteiras de campo próximo. Os resultados
medidos foram comparados com os calculados através do método dos elementos
finitos (FEM), que apresentaram resultados satisfatórios.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
17
GILABERT, ARCAMBAL e LOUIS [42] proveram um simples método para se
obter as fontes de radiação equivalentes de um circuito eletrônico, a partir das
medições de campo próximo, substituindo o circuito por um conjunto de dipolos
elementares que radiavam o mesmo campo magnético. Duas abordagens
diferentes foram apresentadas. Uma com dipolos elétricos e outra com dipolos
magnéticos. Para construir o modelo, foram necessárias a magnitude e fase do
campo magnético em questão. Através desta forma foi possível se obter o campo
próximo de um componente (microcontolador) e se obter o campo de toda placa
eletrônica.
Uma análise das técnicas de amostragem de dados de campo próximo, na
transformação campo próximo para campo distante, foi efetuada por FAN e
SCHLAGENHAUFER [49] em 2007. Eles consideraram nesta análise, os pontos
onde deveriam ser observados os campos e o procedimento para realização de
um pré-processamento dos dados. Para uma simples PCB, foi montado um
conjunto de emissores básicos otimizados através de um algoritmo genético. As
amplitudes de campo magnético próximo, para diferentes observações de
superfícies da PCB, foram obtidas através de simulações com o método dos
momentos e desta forma, diferentes modelos de campo distante para diferentes
freqüências foram calculados.
Um processo de transformação direto para modelar o campo distante de
uma antena a partir de amostras de campo próximo adquiridas num
escaneamento espiral-planar foi proposto por COSTANZO e MASSA [53]. A
propriedade de convolução da integral de radiação foi explorada, a fim de realizar
a FFT sem a necessidade de um processo de interpolação intermediário, sendo
esta a grande vantagem da técnica implementada.
Em 2008 BAUNDRY, LOUIS e MAZARI [50] realizaram um apanhado das
técnicas de medição de campo próximo ao longo dos anos. Após explicarem os
métodos utilizados para medir campo eletromagnético próximo, diversas
aplicações e técnicas foram ainda apresentadas. Estas aplicações, abordam o
estudo de fenômenos de emissão e susceptibilidade de um componente (passivo
ou ativo) do sistema analisado em questão.
BEGHOU, PICHON e COSTA [41] expuseram em 2009 uma metodologia
para caracterizar os distúrbios eletromagnéticos radiados de dispositivos
eletrônicos. O método é baseado na substituição do dispositivo, por um conjunto
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
18
equivalente de dipolos elementares (elétricos e magnéticos). O conjunto emite o
mesmo campo próximo, e os parâmetros dos dipolos são determinados de uma
cartografia de campo próximo provenientes um banco de arquivo de medições. O
método permite fornecer a localização da real fonte de emissão.
Uma pesquisa afirmando que se o modelo de campo próximo, seja ele
uniforme ou não-uniforme, for sub-amostrado devido a razões práticas, ainda
assim uma boa estimativa do modelo de campo distante, através de técnicas
planares pode ser obtida, foi apresentada também em 2009 por DEHGHANIAN,
OKHOVVAT e HAKKAK [52]. A mesma é ainda mais eficaz se a antena sob teste
(AUT) for diretiva de alto-ganho ou uma antena de super alto-ganho.
Nesta seção do trabalho foi realizado um apanhado da grande maioria das
pesquisas efetuadas ao longo das últimas décadas, envolvendo os temas
pertinentes ao projeto de tese. Conforme verificado, muito se realizou na
extrapolação de campos distantes a partir de medições de campo próximo.
Entretanto, grande parte destas realizações é voltada apenas para antenas, ou
então consideram sobretudo a freqüência e não a exatidão do valor de amplitude
do campo distante. Outra ampla parte das publicações foi aplicada a placas de
circuito impresso. Porém, nenhuma das pesquisas visualizou a verificação do
campo distante abordando as normas de compatibilidade eletromagnética para
emissão radiada em uma ampla faixa de freqüência, que verificam os campos a 3
e 10 metros de distância do dispositivo, sendo este um fator justificativo do
presente trabalho.
1.2 Contextualização do Problema
O acelerado processo de inovação tecnológica ao longo das últimas décadas
acarretou em uma crescente inserção dos mais diversos produtos que agregam
estas novas descobertas, em nossas vidas. Devido ao avanço da tecnologia em
sistemas embarcados, onde sistemas micro-processados são desenvolvidos com
computadores encapsulados [72], destinados ao controle dos dispositivos nos
quais estão contidos, cada vez mais, distintos tipos de equipamentos, utilitários,
eletrodomésticos, instrumentos de medida, brinquedos, eletro-eletrônicos, etc.,
encerram circuitos eletrônicos. Geladeiras com controle para geração de gelo e
alarmes para controle de tempo de refrigeração de bebidas, fornos microondas
com programações completas para os mais diversos tipos de receitas culinárias e
funções de descongelamentos, brinquedos com sensores de posicionamento,
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
19
sistemas de freios ABS nos carros, aviões, videogames... Todos estes apresentam
sistemas embarcados e a previsão é que estes tomem ainda mais colocação em
nosso cotidiano, proporcionando mais conforto e economia de tempo, tão e cada
vez mais almejados pela sociedade.
Além de sistemas embarcados, sistemas de comunicações nas mais
diversas formas e freqüências estão sendo inseridos nos mais diferentes tipos de
equipamentos. Computadores pessoais, mp3 players, telefones celulares,
videogames, aparelhos de DVDs e de som, já contam com sistemas Bluetooth
para transferência de dados e comunicação.
Esta intensa e infindável presença da tecnologia, onde antes não havia,
acarreta em uma ascensão dos campos eletromagnéticos nos mais diversos
ambientes em que vivemos. As conseqüências desta ascensão devem ser
controladas, e as mesmas são feitas através de normas regulamentadoras que
estipulam as quantidades de campo eletromagnético que os mais variados tipos
de dispositivos podem emitir e suportar.
As normas de emissão eletromagnética, pertinentes a este trabalho, são
em sua grande maioria desenvolvidas e atualizadas pelo Comitê Internacional
Especial de Perturbações Radioelétricas (CISPR), que determina
quantitativamente, os níveis de emissão eletromagnética que cada tipo de
equipamento sob teste (EUT) pode gerar. Dentre estas normas, duas se destacam
pelo seu emprego mais freqüente:
CISPR 11 - Industrial, Scientific and Medical (ISM) Radio-Frequency
Equipment -- Electromagnetic Disturbance Characteristics -- Limits and
Methods of Measurement [69];
CISPR 22 - Information Technology Equipment -- Radio Disturbance
Characteristics -- Limits and Methods of Measurement [70].
Estas normas definem que os testes para verificação de emissão radiada de
campos eletromagnéticos a 3 e 10 metros da fonte emissora, devem ser
realizados obedecendo algumas condições impostas. Dentre estas, uma estipula
que os testes devem ser desempenhados em ambiente de teste em campo aberto
(OTAS), ou dentro de ambientes isolados eletromagneticamente, que não
permitam a interferência de fontes eletromagnéticas externas nas medições.
Estes ambientes, sejam eles câmaras semi-anecóicas, células GTEM ou câmaras
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
20
strip-line (Figura 1.2.1 e 1.2.2) são proporcionais ao tamanho dos equipamentos
que serão testados em seu interior. Além do amplo espaço necessário para se
construir ou instalar estas estruturas, as mesmas representam os maiores
custos na implementação de um laboratório que deseje trabalhar ou realizar
pesquisas na área de compatibilidade eletromagnética.
Figura 1.2.1 – Ambientes para testes de emissão de campo eletromagnéticos: OATS, GTEM, Stipline.
Figura 1.2.2 – Ambientes para testes de emissão de campo eletromagnéticos: câmara semi-anecóica.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
21
Uma importante solução pertinente aos estudos envolvendo emissão, seria
dispensar o uso destas onerosas instalações e encontrar o campo
eletromagnético emitido por um equipamento, nas distâncias de 3 e 10 metros.
Mas como efetuar tal solução?
As abordagens de pesquisa em campo próximo aqui previamente
apresentadas, demonstram uma estrapolação para campos distantes voltadas
apenas para problemas específicos de caracterização de antenas ou previsão de
campos em PCBs. Nenhuma das pesquisas foi realizada com o intuito de se
levantar os valores de campos distantes para estas distâncias específicas,
visando atender as normas de emissão eletromagnética, por exemplo.
A tarefa discutida na presente qualificação de tese envolve diversos
problemas. Dentre eles, encontrar o(s) tipo(s) de ponteira(s) mais adequado(s)
para realizar estas medições de campo próximo. Em seguida, uma maneira de se
efetuar a calibração das mesmas a fim de se garantir os resultados medidos com
exatidão. Outra dificuldade presente é a caracterização das medidas de campo
próximo, a fim de se verificar as mais variadas formas de contribuição destas na
formação do campo distante. E por fim, o mais audacioso desafio, que se
encontra na determinação de uma nova relação que antecipe as medidas de
campo distante, a partir de medições realizadas no domínio do campo próximo,
com o intuito de atender as exigências das normas de emissão de campos
eletromagnéticos que abrangem uma extensa faixa de freqüência.
1.3 Objetivos do trabalho
O objetivo fundamental do trabalho é o desenvolvimento de uma relação
que permita estimar as amplitudes de emissão de campos distantes numa ampla
faixa de freqüência, para 3 e 10 metros de distância, provenientes de um
dispositivo sob teste, a partir da execução de medições dos campos
eletromagnéticos no domínio de campo próximo. Para tanto, são imprescindíveis
as realizações das seguintes tarefas durante o desenvolvimento da pesquisa:
Realizar uma vasta pesquisa bibliográfica nos principais periódicos e
bases de informação, para construir o estado da arte e encontrar
formas já eficientes que possam ser aplicadas nas metodologias de
medições;
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
22
Encontrar as ponteiras mais adequadas para realização das medições e
a maneira mais adequada para calibrá-las;
Estudar os comportamentos e características dos campos próximos a
fim de verificar sua real contribuição na formação do campo distante;
Estudar as mais diversas formulações matemáticas a fim de verificar
qual apresenta adaptação mais apropriada ao problema proposto;
Desenvolver a relação entre campo próximo e campo distante para as
distâncias especificadas.
1.4 Metodologia do Trabalho
O trabalho é voltado para o estudo de medições de campos eletromagnéticos
próximos, munidos dos mais diversos instrumentos disponíveis no Laboratório
de Compatibilidade Eletromagnética e Eletromagnetismo do Departamento de
Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa Catarina, conhecido como
Maglab.
Transposta a fase de pesquisa bibliográfica, constituída na verificação dos
estudos já realizados envolvendo campo próximo e suas transformações para
campo distante, desempenhou-se o processo de pesquisa e experimentos práticos
envolvendo a medição destes campos. Primeiramente foi efetuada uma grande
seqüência de testes para designar quais das ponteiras de campo próximo
presentes no laboratório seriam as mais adequadas para a execução das
medições. Após a definição das ponteiras, a próxima etapa constitui-se em
especificar qual o melhor meio de se realizar as calibrações das mesmas, de
forma a garantir os resultados das medições com a maior exatidão possível.
Confiando na garantia dos resultados das medições, dispositivos de caráter
experimental serão utilizados como fontes emissoras, a fim de se observar os
comportamentos, configurações e características na região de emissão de campo
próximo, através de outra etapa de medidas experimentais. Após coletar uma
base de dados suficiente para configurar o campo próximo destes dispositivos de
forma confiável, testes de emissão radiada serão executados nos mesmos, com a
finalidade de se obter os valores de campo distante real, seguindo as definições
apresentadas pelas normas definidoras dos limites de emissão eletromagnética
radiada.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
23
De posse dos valores para os campos de ambos os domínios (NF e FF), se
dará início ao estudo de desenvolvimento de uma relação que forneça os valores
de campo distante medidos a partir das medições de campo próximo. A Figura
1.4 a seguir, mostra as etapas que constituem o presente trabalho.
Figura 1.4 – Metodologia da pesquisa.
1.5 Organização do Trabalho
O presente estudo está organizado em quatro capítulos, sendo este primeiro
destinado à apresentação do trabalho, contextualização do problema, e definição
dos objetivos almejados para o desenvolvimento da pesquisa.
O segundo capítulo aponta o estado da arte, versando as definições de
campos eletromagnéticos, campo próximo e campo distante, bem como ainda as
características, conceitos, propriedades e parâmetros envolvendo os dois tipos de
campos aqui analisados.
Levantamento bibliográfico e determinação das ponteiras de campo próximo a serem utilizadas juntamente com a escolha do método de calibração mais
adequado
Determinação dos dispositivos a serem testados e medição de emissão eletromagnética no campo próximo e
campo distante formando base de dados.
Estudos dos dados obtidos e
possíveis relações entre os
mesmos
Relação entre NF
e FF
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
24
No terceiro capítulo, são abordadas a metodologia dos testes realizados, a
discussão sobre as teorias de medições, instrumentos de medição e metodologias
aplicadas para realizar as avaliações de campo próximo e campo distante. Ainda
neste capítulo são discutidas as possíveis falhas nos resultados e apresentados
os dados relativos às medições até aqui desenvolvidas.
No quarto e último capítulo são discutidos as atividades até o momento
realizadas, ressaltando os motivos pelos quais alguns resultados são mais
relevantes que outros. Também é concretizada uma análise e conclusões a partir
dos resultados obtidos. E, finalmente, são propostos os trabalhos relativos à
calibração das ponteiras e demais etapas inerentes a pesquisa, necessárias para
efetivação do estudo, bem como um cronograma para as tarefas previstas até a
conclusão do estudo.
CAPÍTULO 2
2 Campos eletromagnéticos próximos e distantes.
No presente capítulo serão detalhadamente delineadas as teorias
concernindo os campos eletromagnéticos para que se tenha entendimento das
questões pertinentes ao trabalho aqui desenvolvido, bem como um estudo
caracterizando campos distantes e próximos. A grande maioria dos tópicos aqui
abordados revisa de maneira condensada as formulações clássicas do estudo de
campos eletromagnéticos. Apesar de concisa, a apresentação das teorias aqui
envolvidas abrange o essencial para que se tenha conhecimento a respeito das
questões versadas neste trabalho.
2.1 Campos Eletromagnéticos.
Para uma eficiente compreensão do comportamento dos campos
eletromagnéticos, uma breve explanação sobre a teoria eletromagnética se faz
aqui necessária. Primeiramente uma apresentação da teoria de cálculos de
campos eletromagnéticos é descrita. O estudo de campos eletromagnéticos
baseia-se fundamentalmente em cálculos vetoriais e equações diferenciais.
Apesar disso, esta ciência apresenta uma formulação que pode ser considerada
simples na sua compreensão.
Essencialmente, as equações que expõem o comportamento dos elementos
eletromagnéticos são compostas de quatro formulações, nomeadas Equações de
Maxwell. Estas equações são lineares no tempo e no espaço e representadas em
termos de cálculo diferencial, sendo facilmente encontradas em diversas
bibliografias [56] [57]. Baseado nas pesquisas de Ampère, Gauss e Faraday,
James C. Maxwell organizou sua teoria a fim de reunir em quatro equações as
diferentes teorias anteriormente estudadas. As mesmas, abaixo apresentadas,
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
26
resumem as relações de grandezas eletromagnéticas que rege o comportamento
da teoria eletromagnética presente:
t
BE
(Lei de Faraday) 2-1
t
DJH
(Lei de Ampère) 2-2
D
(Lei de Gauss) 2-3
0 B
(Lei de Gauss do magnetismo) 2-4
Onde:
é o operador matemático Nabla, que representa um vetor que quando
seguido do operador “x” simboliza um produto vetorial, ou rotacional. E que
quando seguido por “.” define um produto escalar, ou divergente.
E
é o vetor campo elétrico, com unidade em volts/metro [V/m].
t
simboliza as derivadas parciais em relação ao tempo.
B
é o vetor indução magnética ou densidade de fluxo magnético, com
unidade em Tesla [T].
H
é o vetor campo magnético com unidade em ampere/metro [A/m]
J
é a densidade de corrente em Ampere/metro² [A/m²].
D
é o vetor indução elétrica ou densidade de fluxo elétrico, com unidade
em Coulomb/metro² [C/m²].
é densidade volumétrica de carga em Coulomb/m³ [C/m³].
As quatro equações acima apontadas, descrevem princípios
eletromagnéticos fundamentais. A primeira, Lei de Faraday afirma que a
variação temporal da indução magnética (fluxo magnético) é capaz de criar um
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
27
campo elétrico rotacional. O sinal negativo é referente à Lei de Lenz e significa
que o sentido do fluxo criado tende a se opor à variação de fluxo que a originou.
A Lei de Ampère demonstra que a variação temporal da indução elétrica
(fluxo elétrico) e/ou uma densidade de corrente elétrica são capazes de criar um
campo magnético rotacional. A densidade de corrente está associada ao termo
definido por corrente de condução, assim como também a corrente imposta
(entendida como sendo uma fonte primária dos campos originados) [58]. A
densidade de corrente pode ser expressa como a soma destas duas componentes.
A Lei de Gauss dita que o fluxo divergente de indução elétrica é
proporcional à densidade volumétrica de carga contida em um determinado
volume no espaço e, portanto, não é conservativo. Desta forma, é possível
conceber volumes no espaço onde existe uma variação entre os fluxos elétricos
que entram e saem de sua superfície [56]. A densidade volumétrica de carga,
representada por ρ, também é considerada uma fonte primária dos campos
originados.
Por fim, a Lei de Gauss do Magnetismo, aplica a teoria de que o fluxo
divergente de indução magnética que entra em um determinado volume no
espaço é idêntico ao que sai do mesmo e, portanto, é conservativo [56]. Isso
significa que todas as linhas de indução magnética formam caminhos fechados,
pois não existem fontes isoladas de indução magnética.
As grandezas envolvidas pelas equações de Maxwell não levam em
consideração as características dos meios onde os campos atuam. Assim, para
determinar completamente o problema, faz-se necessário a utilização das
relações constitutivas do meio material envolvido. Em meios comuns (linear,
homogêneo e isotrópico) as propriedades físicas do meio material relacionam os
campos vetoriais de acordo com as seguintes expressões:
HB
2-5
Onde μ representa a permeabilidade magnética, em Henry/metro [H/m].
ED
2-6
Onde ε é a permissividade elétrica, em Farad/metro [F/m].
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
28
EJ C
2-7
E σ é a condutividade elétrica, em Siemens/metro [S/m].
De grande relevância para este trabalho, a teoria da radiação e propagação
eletromagnética, é uma implicação direta das relações estabelecidas pelas leis de
Maxwell.
Como exemplo, seja um meio qualquer onde se encontra uma carga ou um
conjunto de cargas elétricas. Da teoria de eletrostática, sabe-se que na região do
espaço ao redor destas cargas, dentro da qual elas possuem poderes de ação, fica
estabelecido o efeito de um campo elétrico. Tal afirmação pode ser perfeitamente
traduzida pela expressão definida pela Lei de Gauss, visto que a densidade de
cargas contida nesta região é a fonte primária de campo elétrico. Portanto,
conclui-se que a formação do campo elétrico é decorrência direta da existência de
cargas elétricas. Por outro lado, seja o mesmo conjunto de cargas elétricas
discutidos anteriormente sob o seu aspecto estático. Entretanto, considera-se
agora que por algum estímulo qualquer é imposta a movimentação no espaço
deste conjunto de cargas. Pela teoria da eletrodinâmica, sabe-se que o
movimento ordenado de cargas elétricas (corrente elétrica) em uma determinada
direção estabelece um efeito de campo magnético ao seu redor. Tal afirmação é
representada pela expressão definida na Lei de Ampère, onde se afirma que a
corrente imposta é a fonte primária de campo magnético. Logo, conclui-se que a
formação de campo magnético é decorrência direta da existência do movimento
de cargas.
É importante notar que os dois efeitos supracitados, campo elétrico e campo
magnético podem ocorrer de forma complementar. Um meio com cargas elétricas
livres, submetidas a um campo elétrico, permite a movimentação destas cargas
transferindo energia de um ponto a outro. A variação do movimento destas
cargas provoca a formação de um campo magnético variável, além do surgimento
de novas cargas devido ao seu deslocamento. Por sua vez, o surgimento de novas
cargas provoca a formação de um campo elétrico variável e, dependendo do meio,
permite o deslocamento das novas cargas resultando em mais transferência de
energia.
Portanto, como conseqüência deste efeito combinado, tem-se a propagação
de energia eletromagnética entre dois pontos no espaço, de modo que um campo
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
29
elétrico variável produz um campo magnético variável, que por sua vez produz
um campo elétrico variável e assim sucessivamente, sob a forma de uma onda
eletromagnética [57]. Este fenômeno, também conhecido como radiação
eletromagnética, pode se propagar independente da presença de cargas.
As ondas eletromagnéticas já eram previstas nas equações de Maxwell. É
possível derivar a equação vetorial de onda em uma elementar expressão. Para
isso, considera-se que os campos eletromagnéticos possuem variação temporal
harmônica (senoidal) em uma freqüência (w=2πf), onde é conveniente utilizar a
seguinte notação fasorial:
)()()( jwFsFtfjws
2-8
AAesFwtAtf J)()cos()( 2-9
A derivada da função no tempo pode ser representada no domínio da
freqüência por:
)()(
sjwFt
tf
2-10
Reescreve-se a equação 2-2, Lei de Ampère, sabendo-se que:
SC JJJ
t
DJJH SC
onde Jc representa a
corrente de condução e Js a corrente composta.
Utilizando as relações constitutivas 2-6 e 2-7, tem-se:
t
EJEH S
E por fim, é aplicada a transformada dada por 2-10 para obter a Lei de
Ampère para meios comuns (linear, homogêneo e isotrópico) sob a forma fasorial:
SJEjwH
)( 2-11
Também é reescrita a equação 2-1, da Lei de Faraday para meios comuns
na forma fasorial, utilizando a relação construtiva do meio 2-5 e a relação 2-10:
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
30
HjwE
2-12
Aplicando o operador rotacional em ambos os lados da equação 2-12 tem-
se:
)()( HjwE
2-13
Com o auxílio de uma identidade vetorial, e finalmente, substituindo a
equação 2-11 em 2-13 chega-se à expressão:
SJjwEjwjwE
)()( 2-14
Esta equação é conhecida como a equação vetorial de onda para campo
elétrico. Aplicando a transformada inversa dada por 2-10, reescreve-se a equação
vetorial da onda no domínio do tempo conhecida com a equação da onda:
t
J
t
E
t
EE S
2
2
)(1
2-15
As ondas eletromagnéticas respeitam todas as leis que regem a teoria dos
fenômenos ondulatórios em geral. As características de reflexão, refração,
difração, superposição (ou interferência) construtiva e/ou destrutiva, inversão ou
não de fase, podem ser perfeitamente observadas em seu comportamento e são,
portanto, fatores inerentes ao presente estudo. Estas ondas viajam em alta
velocidade, que a rigor é função do meio material envolvido e, dependendo da sua
freqüência são capazes de vencer vários obstáculos físicos, tais como gases,
atmosfera, água, paredes, superfícies condutoras, dentre outros. O tipo de
propagação exercida pela onda, terrestre (de superfície), ionosférica (indireta) ou
troposférica (direta), também é basicamente dependente da sua freqüência de
oscilação.
Sabe-se que uma onda move-se através de um meio ou espaço e transfere
energia de um ponto a outro enquanto se move. As ondas eletromagnéticas
podem ser caracterizadas por variações de campos elétricos e magnéticos e
cobrem um vasto espectro de freqüência. Dependendo da freqüência em que
estão se propagando, as ondas podem ser classificadas como ondas de rádio, luz,
raio-X, raios-gama, etc. Na área de compatibilidade eletromagnética, as normas
têm estabelecido limites para as ondas de radiofreqüência (10 kHz a 3 GHz).
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
31
Enquanto alguns dispositivos como telefones celulares, estações de rádio e
televisão por exemplo emitem ondas nesta faixa de freqüência de forma
proposital, outros acabam emitindo de forma não intencional. Dentre estes
equipamentos podemos citar motores elétricos, equipamentos médicos, sistemas
de computadores e iluminação, etc. Por isso necessário o controle dos mesmos
para evitar problemas de interferência devidos sua emissão.
Todos os campos eletromagnéticos (EM) são compostos por campos elétricos
(E) e campos magnéticos (H). Juntos, eles formam todo EM.
Em uma onda plana, o campo elétrico e o campo magnético são, em
qualquer ponto, perpendiculares entre si e normais à direção de propagação da
onda [59]. Desta forma, eles constituem uma onda eletromagnética onde não há
componente de campos elétricos ou magnéticos na direção de propagação,
caracterizando uma onda transverso-eletromagnética (TEM). Esta onda também é
nomeada como onda plana ou uniforme, porque o campo elétrico (ou magnético)
possui a mesma magnitude ao longo de qualquer plano transverso definido para
uma distância “z” constante [59]. As frentes de onda constituem planos
perpendiculares à direção de propagação e, a orientação dos campos pode ser
observada conforme ilustra a Figura 2.1 a seguir.
Figura 2.1 – Onda plana ou uniforme - E e H estão em fase tanto no tempo quanto no espaço
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
32
Conforme a Figura 2.1, verifica-se que a onda se propaga na direção do eixo
“z” e, com velocidade característica de ondas eletromagnéticas no vácuo, dada
pela expressão 2-16. Esta velocidade, simbolizada pela letra “c”, representa a
maior velocidade do universo, na ordem de 300.000 km/s. Quando a propagação
ocorre no ar ou outros meios, este valor é um pouco menor. Para o espaço livre, o
meio é caracterizado pelos seguintes parâmetros: ε0 = 8,85x10-12 [F/m], μ0 = 4π x
10-7 [H/m], e σ = 0 [S/m].
]/[1031 8
00
smcfv
(velocidade de propagação) 2-16
A partir da equação 2-15 é possível obter as expressões que determinam a
variação temporal e espacial dos campos envolvidos.
)cos(),( 0 zwtEtzEX [V/m] (campo elétrico) 2-17
)cos(),( 0 zwtHtzHY [A/m] (campo magnético) 2-18
Onde β simboliza a constante de fase, dada por:
00 w [rad/m] (constante de fase) 2-19
O comprimento de onda é representado por λ, e pode ser obtido através da
equação:
2 [m] (comprimento de onda) 2-20
A razão entre o campo elétrico e o campo magnético é chamada de
impedância intrínseca do meio (η). Portanto, para o espaço livre tem-se que:
120377
0
0
0
0
0H
E (impedância intrínseca) 2-21
Uma das principais características de uma onda eletromagnética é a
transferência de informação e energia de um ponto (onde estiver localizada uma
fonte eletromagnética) até outro ponto (onde estiver localizado um receptor). A
taxa de transferência desta energia também pode ser obtida a partir das
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
33
equações de Maxwell. Com a aplicação da identidade vetorial e do teorema da
divergência, é possível chegar a [59]:
VVsdvEdvHE
tSdHxE 222
2
1
2
1)(
(Teorema de Poynting) 2-22
Esta equação rege o balanço de energia na propagação de uma onda
eletromagnética. Através dela pode-se afirmar que a taxa em que esta energia é
transferida, depende da força dos componentes do campo eletromagnético.
Considerando de forma superficial, a taxa de energia transferida por unidade de
área (densidade de potência) nada mais é do que o produto do campo elétrico
multiplicado pelo campo magnético:
Pd [watts/m2] = E [V/m] x H [A/m]. (Densidade de potência) 2-23
Esta equação da potência só se aplica para distâncias em torno de dois (2)
ou mais comprimentos de onda λ. É a partir desta distância que a impedância
intrínseca começa a se tornar fixa (377Ω) e é chamada de impedância
característica do espaço livre. Sob estas condições pode-se determinar a
densidade de potência apenas através da medida da componente de campo
elétrico (ou magnético).
Uma última característica que ainda deve ser salientada, é a polarização
dos campos eletromagnéticos. A polarização indica a variação temporal em
amplitude e direção do vetor campo elétrico que constitui a onda propagada. Em
outras palavras, isso quer dizer que o campo elétrico para uma onda que se
propaga na direção “z” pode ter uma componente no eixo “x” e outra componente
no eixo “y”, dando origem a mais um parâmetro chamado de defasagem temporal
das componentes de campo elétrico, simbolizado por δ.
A seguir serão apresentadas as definições e os parâmetros pertinentes para
cada tipo de campo estudado neste trabalho. Entretanto, previamente, uma
discussão sobre a definição dos limites entre campo próximo e campo distante é
indispensável para o entendimento de ambos.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
34
2.2 Limites entre campo próximo e campo distante
Algumas características de comportamento de campos eletromagnéticos são
dominantes para uma estipulada distância da antena radiante, enquanto um
comportamento completamente diferente pode ser dominante para uma distância
não muito longe do ponto antes considerado.
Regiões de limite são definidas para se efetuar a caracterização de
comportamento de campos eletromagnéticos diferentes em função da fonte
radiante. Estas regiões podem ser classificadas como: campo próximo, zona de
transição e campo distante [63]. Estas fronteiras delimitadoras são usualmente
medidas em função do comprimento de onda λ.
As determinações destes limites para caracterizar as regiões são bem
definidas na literatura técnica, entretanto, variados tipos de aproximação são
apontados para o estabelecimento dos mesmos.
Diversas fórmulas são utilizadas para se realizar estas estimações. Todas
apresentam comportamentos particulares e são utilizadas conforme
especificações a serem analisadas, que determinam ou não o seu emprego.
VALENTE e RAIZER [62] apresentaram uma profunda discussão sobre a
utilização destas equações, que foi empregada como base para as diversas
definições de limites neste trabalho discutidas.
Outras bibliografias [63] [64] dividem as fontes de campo através do
tamanho das antenas: pequenas (onde a antena apresenta dimensões menores
que um (1) comprimento de onda λ, e grandes (quando as antenas são maiores
que o comprimento de onda). O espaço em torno de uma antena é
freqüentemente dividido em duas zonas: campo próximo e campo distante.
A região de campo próximo pode ser subdividida em mais duas categorias:
região de campo próximo reativa e região de campo próximo radiante. A região do
espaço imediatamente em torno da antena, na qual a indução de campo existe
(reativo), é conhecida como região de campo próximo reativo. Grande porção da
energia eletromagnética nesta região não é radiada, mas sim armazenada. Nesta,
os campos variam muito rapidamente com a distância. Num ponto localizado a
uma distância não muito longe da antena, o campo reativo decresce
significantemente, e o campo próximo radiante passa a predominar. Nesta região,
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
35
a energia é propagada, mas a radiação ainda não apresenta todas as
características pertinentes uma onda plana. Ultrapassando estas regiões, estão
as regiões de campo distante, onde as componentes do campo variam
inversamente com a distância que está localizada a antena. A Figura 2.2.1
demonstra estas regiões.
Figura 2.2.1 – Zonas de campo próximo e campo distante [62].
Para antenas pequenas, aquelas onde o tamanho não ultrapassa o
comprimento de onda de sua freqüência de operação, a distância de campo
próximo “r” é considerada r= λ/2π.
Exemplos de antenas pequenas são dipolos ressonantes, Yagi e antenas log-
periódicas.
Para antenas grandes, com dimensões maiores que o comprimento de onda,
como por exemplo parabólicas refletoras, antenas cornetas e adaptativas, as
zonas de campo próximo consistem-se em regiões reativas estendendo-se além do
limite ditado na equação anterior (para antenas pequenas), seguida então da
região radiante.
Na região de campo próximo radiante, o campo não decresce
necessariamente com a distância em que se afasta da antena, mas pode exibir
um caráter oscilatório. Grande parte da literatura, especifica como padrão que a
distância de uma antena, para que se esteja no campo distante, seja 2D²/λ, onde
“D” é a maior dimensão da antena e “λ” o comprimento de onda em função da
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
36
freqüência operacional da antena em questão. Nesta distância, a diferença de
fase máxima das ondas eletromagnéticas, vindo de diferentes pontos da antena, é
22,5 graus. Entretanto, em casos de risco, uma diferença de fase maior é
aceitável, acarretando também na geração de uma nova distância mais próxima,
para o início da zona de campo distante. Uma zona realística para uma
parabólica refletora, onde o campo distante começa é considerada r = D²/2λ.
A Figura 2.2.2 abaixo, apresenta as regiões dos limites para antenas típicas:
Figura 2.2.2 – Regiões dos limites para antenas típicas [64].
Entre o campo distante e o campo próximo se faz presente uma zona
considerada zona de transição. Esta apresenta uma combinação das
características encontradas nas duas regiões, tanto NF como FF. Na mesma, não
se faz necessário a realização de medidas de campo elétrico e campo magnético
para se obter uma boa aproximação do campo eletromagnético, mas ainda assim
algumas medições se fazem necessárias quando deseja-se caracterizar o meio.
A região de campo próximo pode ser calculada em função do comprimento
de onda, por uma constante “D”, ou por ambos. Primeiramente deve ser efetuada
uma análise, com o objetivo de averiguar qual relação é a mais apropriada para
cada caso, de forma a não se medir os valores de campo em regiões errôneas.
BANSAL [60] e MCLEAN [61], chegam a afirmar que a utilização equivocada
das equações de limites que separam campo próximo de campo distante é
realizada freqüentemente pelos mais descuidados, dando origem a erros crassos
em seus trabalhos de pesquisa.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
37
Com a finalidade de ponderar os tipos de antena, na intenção de investigar
qual tipo de definição de limite deva ser aplicado, a seguir serão apresentadas as
duas configurações fundamentais para antenas: o dipolo elétrico e o dipolo
magnético.
2.2.1 O dipolo elétrico.
O dipolo elétrico infinitesimal, ainda chamado de dipolo hertziano, é
representado como sendo um elemento de corrente infinitesimal, cujo seu
comprimento dl é muito menor que o comprimento de onda λ. Seja, portanto, o
dipolo representado pela Figura 2.2.3, que se encontra na origem do sistema de
coordenadas e está alinhado ao eixo z, conforme a ilustração.
Figura 2.2.3 – Dipolo elétrico infinitesimal [62].
Por definição, considera-se que a corrente i(t) seja harmônica no tempo e
possua distribuição uniforme ao longo do comprimento dl. Pode-se representar,
portanto:
i(t) = I0 cos (wt) (2-24)
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
38
Ao avaliar o atraso de tempo de propagação ou de fase, dado por βR,
considerando da origem até um ponto "P" qualquer, que se encontra a uma
distância r do elemento de corrente, pode-se escrever o potencial vetor magnético
(A) no ponto "P" sob forma fasorial como mostra (2-25):
(2-25)
A partir desta equação, e através de um desenvolvimento amplamente
demonstrado na literatura técnica [57]-[58]-[59], é possível calcular os campos
magnéticos radiados pelo dipolo elétrico, o que resulta em:
Hr=0 (2-26)
Hθ = 0 (2-27)
(2-28)
Para os campos elétricos tem-se, portanto:
(2-29)
(2-30)
EΦ = 0 (2-31)
Abaixo, mesmo procedimento é aplicado para os dipolos magnéticos.
2.2.2 O dipolo magnético.
O dipolo magnético, também conhecido como loop infinitesimal, está
representado pela Figura 2.2.4:
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
39
Figura 2.2.4 – Loop infinitesimal e suas coordenadas [62].
Em analogia ao procedimento realizado pelo dipolo elétrico, mas agora
considerando uma espira infinitesimal (loop), pode-se chegar às seguintes
equações de campos elétricos para um dipolo magnético:
Er = 0 (2-32)
Eθ = 0 (2-33)
(2-34)
Para os campos magnéticos:
(2-35)
(2-36)
HΦ = 0 (2-37)
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
40
Desta forma, fica delineado o conjunto de equações que descrevem na
totalidade o comportamento dos campos eletromagnéticos no entorno dos
elementos radiantes fundamentais (i.e. dipolos magnéticos e elétricos).
Após a apresentação destes modelos dar-se-á início a explanação sobre a
aplicação dos limites para campo distante, em função da característica
pertinente analisada.
2.2.3 Limite de campo distante baseado nos termos dominantes do equacionamento dos campos.
Sejam as equações de campo derivadas para um dipolo elétrico e loop
magnético apresentadas de (2-26) até (2-37). Uma característica importante
desvendada por estas equações comprova que o a conduta dos campos
eletromagnéticos no entorno de um elemento radiante é dominado por termos
como 1/r3, 1/r2 e 1/r. O termo 1/r3 é chamado de campo eletrostático e é
predominante na região muito próxima do dipolo hertziano. O termo 1/r2 é
chamado campo indutivo, e é dominante apenas na região de campo próximo ao
elemento de corrente. O termo 1/r é chamado de campo distante ou campo de
radiação, pois é a única parcela significativa que se apresenta na região distante
ao elemento de corrente [59]. De modo geral, o ponto onde os termos 1/r3 e 1/r2
se tornam insignificantes frente ao termo 1/r pode ser referido como a fronteira
entre o campo próximo e o campo distante [58]. Assim, toma-se uma igualdade
em (2-28) para definir este limite, como sendo
(2-38)
Portanto:
(2-39)
A equação demonstrada é facilmente encontrada na literatura técnica como
sendo a mais aplicada para a definição da fronteira entre campo próximo e
distante. Verifica-se através da última equação designada que a fronteira entre
as regiões de campo é função do comprimento de onda λ, o que implica dizer que
o limite é móvel no espaço e dependente da freqüência de operação da antena.
Para demonstrar que a análise deste problema é bem mais complexa, apresenta-
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
41
se a discussão posterior, na busca da derivação da impedância de onda, tanto
para fontes elétricas quanto para fontes magnéticas.
2.2.4 Limite de campo distante baseado na impedância da onda.
Primeiramente, estabelece-se a razão entre as equações de campo elétrico
(2-30) e magnético (2-28), para um dipolo elétrico (Hertziano). Esta relação define
a impedância de onda ZE(r) para fontes elétricas, conforme demonstrado em (2-
40):
(2-40)
Da mesma maneira, seja a razão entre as equações de campo elétrico (2-34)
e magnético (2-36), para um dipolo magnético (loop infinitesimal). Esta relação
define a impedância de onda ZH(r) para fontes magnéticas, conforme
demonstrado em (2-41).
(2-41)
Aplicando-se o módulo em (2-40) e (2-41) (de ZE(r) e ZH(r), respectivamente)
é viável observar o comportamento da impedância de onda em função da
distância da fonte, tanto para as fontes elétricas e quanto para as magnéticas. A
Fig. 2.2.5 ilustra esta situação, onde a distância está normalizada em relação à
λ/2π - limite demonstrado anteriormente por (2-39).
Pode-se observar a partir deste gráfico, que para λ/2π não é atingida a
impedância intrínseca do meio (espaço livre) que é característica para ondas
planas e uniformes (η0=377 Ω). Por sua vez, uma aproximação de 5λ/2π torna-se
bem mais restritiva soa a análise da impedância de onda. Mesmo assim, apenas
com a aplicação destas simples equações o problema presente está distante de
apresentar uma solução.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
42
A seguir, avalia-se a definição da região de campo distante sob o ponto de
vista do erro de fase de uma frente de onda.
Figura 2.2.5 – Relação entre impedância da onda e λ/2π [62].
2.2.5 Limite de campo distante baseado no erro de fase de uma frente de onda.
Para avaliar o campo distante sob o ponto de vista de uma onda incidente
em uma antena receptora considera-se a situação representada pela Fig. 2.2.6.
Figura 2.2.6 – Configuração geométrica para avaliação de frentes de onda [62].
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
43
Conforme ilustra o esquema, seja uma fonte de energia pontual localizada
na posição “O1”, que radia uma frente onda descrita pelo círculo “C1”. Seja
também uma antena receptora com dimensão “D”, posicionada no mesmo plano
da frente de onda, cujo centro da antena está posicionado a uma distância “r” da
fonte de energia. Durante a propagação, a frente de onda “viaja” uma distância
“r” até atingir o centro da antena receptora, entretanto, para atingir a
extremidade da antena (definida como o ponto “P”) a onda “viaja” uma distancia
de “r+δ”. A diferença de percurso, representada por “δ”, resulta no aparecimento
de erros de fase na antena receptora.
Pode-se relacionar a distância “viajada” pela frente de onda e a dimensão da
antena receptora por uma simples relação trigonométrica, como mostra (2-42).
(2-42)
Desenvolvendo esta equação, tem-se:
(2-43)
Portanto:
(2-44)
E então:
(2-45)
Considerando-se que δ<<D, tem-se finalmente que
(2-46)
A expressão derivada é de grande importância para o presente trabalho. O
critério mais usual para selecionar a tolerância “δ” é escrevê-la em termos de
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
44
comprimento de onda “λ”. A literatura técnica, em geral, costuma citar o critério
de Rayleigh para a diferença de percurso e, assim, define um erro de fase de
1/16 do comprimento de onda. A partir disto, fazendo δ = λ/16, pode-se
reescrever (2-46) como sendo:
(2-47)
Nota-se que a seleção de uma tolerância qualquer, diferente de λ/16,
resulta em outra constante arbitrária representada por “k” onde, portanto, tem-
se uma expressão genérica dada por “r = kD2/λ”.
Está representada na Figura 2.2.6, a mesma fonte de energia pontual
definida anteriormente, porém agora localizada na posição “O2”, onde radia uma
frente onda descrita pelo círculo “C2”. Pode-se notar que sob o ponto de vista da
antena receptora, a frente de onda definida por C1 aproxima melhor o formato de
uma onda plana (eixo z) do que a frente de onda definida por C2. Desta forma, à
medida que a fonte de energia se afasta da antena receptora, a frente de onda
por ela radiada se aproxima cada vez mais de uma onda plana e, portanto,
diminui a quantidade de erro definida por “δ”.
2.2.6 Limite de campo distante baseado no tamanho elétrico da antena
Com enorme valor para este trabalho, serão tratadas a partir de agora as
equações derivadas do estudo das frentes de ondas, sob o ponto de vista
quantitativo. Para tanto, faz-se obrigatória a definição de uma relação entre a
dimensão da antena receptora (D) e o comprimento de onda (λ) da onda
incidente. Logo, seja a definição de "tamanho elétrico" de uma antena como
sendo a razão dada por D/λ. Para os objetivos deste trabalho, é assumido que
nos casos em que D/λ > 1 ou D/λ < 1, diz-se tratar respectivamente de antenas
eletricamente grandes ou antenas eletricamente pequenas. Seguindo esta lógica,
para os casos em que D/λ << 1 batiza-se, portanto, com o termo antenas
infinitesimais.
2.2.6.1 Antenas eletricamente grandes
Para as circunstâncias em que a antena receptora é eletricamente grande, o
limite da região de campo próximo pode ser aproximado de forma aceitável pela
expressão (2-47). De forma a validar a utilização desta expressão para estes
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
45
casos, basta recapitular a natureza da situação geométrica de onde foi realizada
a sua derivação. Sabe-se que o seu desenvolvimento foi baseado a partir dos
casos extremos em que a dimensão da antena “D” possui um tamanho
considerável, a nível de suscitar um erro de fase na antena receptora (“D”
grande). Além disto, esta fórmula é comumente empregada para sistemas de
comunicação que utilizam freqüências na faixa de microondas (i.e. “λ” pequeno).
Logo, a sua aplicação implica em uma relação D/λ que tende a ser alta. Com a
finalidade de elucidar sua aplicação, pode-se demonstrar que para o caso de uma
antena parabólica com diâmetro de 1m, operando em 10 GHz, o campo distante é
melhor aproximado por (2-47), que define uma distância r = 66,7m.
Ao avaliar quantitativamente a equação (2-47) é possível constatar que,
para uma dada freqüência de operação, um incremento na dimensão da antena
irá originar uma ampliação na distância do limite da região de campo próximo
(são diretamente proporcionais). Esta modelagem é fisicamente compreensível,
pois é lógico entender que uma antena de maior dimensão promova uma maior
perturbação na distribuição dos campos eletromagnéticos a sua volta. Uma nova
propriedade muito relevante e bastante sutil da relação descrita por (2-47) é o
fato de existir um “domínio do desvio de fase”, ou um “domínio da relação de
tolerância/freqüência” no comportamento desta equação. Pelo fato da tolerância
do erro de fase “δ” ser expressa de forma relacionada à freqüência da onda
incidente (ou com uma fração do comprimento de onda, por exemplo, sigma =
λ/16), tem-se que para uma mesma antena, quanto maior a freqüência do sinal
de operação menor será a tolerância “δ” definida, ou seja, mais restritivo seremos
em relação ao erro de fase. A significância física deste efeito, exprime que para as
ocorrências em que a dimensão da antena é importante, as fontes de sinais de
alta freqüência deverão estar mais distantes da antena receptora. Assim, os raios
incidentes na antena tornam-se os mais paralelos possíveis e tendem a respeitar
a tolerância “δ” quanto ao desvio de fase. Fica evidente, portanto, que as ondas
de freqüência muito alta possuem tolerâncias muito pequenas que irão dominar
o comportamento da equação (2-47). Isto justifica o caráter inversamente
proporcional entre a distância da região de campo distante “r” e o comprimento
de onda “λ”, válido somente para antenas eletricamente grandes.
2.2.6.2 Antenas eletricamente pequenas
Uma característica aguardada com relação ao limite da região de campo
distante é que a fronteira delimitada por “r” deve ser diretamente proporcional ao
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46
comprimento de onda “λ”. Ou seja, para uma dada antena, à medida que a
freqüência de operação do sinal cresce, as ondas deveriam alcançar um padrão
de radiação mais próximo da fonte (de maneira proporcional a alguns ciclos do
comprimento de onda “λ”). As expressões derivadas até o momento, pelo método
das frentes de onda, não conseguiram modelar este fenômeno. Contudo, através
de uma simples manipulação algébrica é possível encontrar o resultado
esperado. Assim sendo, seja o caso limite de uma antena que possui a mesma
dimensão do comprimento de onda “λ”. Reescreve-se aqui (2-47), fazendo D=λ, o
que resulta em:
(2-48) Logo:
r = 2λ (2-49)
O comportamento de (2-49) define o efeito aguardado intuitivamente pois,
para estes casos, o comprimento de onda “λ” é diretamente proporcional ao limite
da região de campo distante “r”. Logo, para os escopos desta pesquisa, define-se
a equação (2-49) como sendo a mais apropriada para representar a fronteira
entre as regiões de campo a partir de antenas eletricamente pequenas. Ressalva-
se que para antenas eletricamente pequenas o termo ”D” não aparece na equação
desenvolvida, demonstrando fisicamente que a perturbação dos campos devido
ao tamanho da antena é insignificante.
Para as aplicações em que é necessária a realização de medições de campo
eletromagnético na região de campo distante, é usual tomar-se uma margem de
segurança concebendo um ciclo a mais para o limite da região de campo
distante, e então: r = 3λ é uma expressão freqüentemente encontrada na
literatura técnica para a aproximação da região de campos distantes.
2.2.6.3 Antenas Infinitesimais
Em determinados estudos de EMC envolvendo baixas freqüências, como
medições na faixa de 10 kHz até cerca de 20 MHz, é habitual encontrar
conjunturas peculiares quando se procura definir o limite da região de campo
distante. Estas operações tornam-se incomuns fundamentalmente pelo fato de
trabalhar com comprimentos de onda muito grandes e antenas muito pequenas.
É possível verificar que para estes casos a relação D/λ<<1 é verdadeira e, dessa
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
47
forma, as antenas são chamadas de antenas infinitesimais. Fisicamente para
estes casos não há muito sentido trabalhar no propósito de determinar uma
expressão para o limite da região de campos distantes, porque as “antenas” que
são empregadas, definitivamente não são antenas, visto que os campos
eletromagnéticos no entorno dessas fontes estão mais pertinentes a um modo
TEM não radiante. Porém, alguns estudos analisam que para antenas
infinitesimais, a distribuição dos campos eletromagnéticos não apresenta o
campo indutivo, e assim, o campo eletrostático possui transição direta para o
campo distante. Para estes casos, o limite entre as regiões de campo é bastante
dependente do formato e dos detalhes da fonte emissora. Por isto, admite-se que
a equação (2-39), originada a partir do dipolo Hertziano, seja uma boa
aproximação para definir a região de campo distante em antenas infinitesimais.
2.2.7 Aplicação dos modelos de limites
Através das teorias discutidas aqui previamente, é plausível afirmar que a
definição dos limites entre as regiões de campos próximos e distantes envolvendo
uma fonte eletromagnética está relacionada, sobretudo, ao tipo de emprego a que
se destinam estes cálculos. Deste modo, para cada aplicação, fica instituída a
maneira particular em que se admite estar apropriado a uma determinada região
de campo, em detrimento de uma assentada quantidade de erro. Portanto, para
aplicações em testes de EMC, fica estabelecida a fronteira entre campo próximo e
campo distante como sendo a expressão mais limitativa entre as equações (2-47)
e (2-49). Avaliando o comportamento destas equações em função da razão D/λ,
dada uma antena qualquer, é possível obter o gráfico apresentado pela Fig. 2.2.7
(onde foi adotado D = 1m).
Figura 2.2.7 – Resposta para diferentes aproximações de campo distante [62].
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
48
Uma vez que os valores do eixo “y” não estão normalizados, os valores
apresentados de “r”, em metros, não são os mesmos para cada antena em função
do seu comprimento. Todavia, o comportamento em relação ao eixo “x” (relação
D/λ) não varia e é válido para qualquer dimensão de antena. Pode-se notar com
base neste gráfico que a intersecção entre as curvas, definidas pelas equações (2-
47) e (2-49), ocorre para D/λ = 1. Isto elucida a razão do emprego deste ponto
como sendo o limite teórico entre antenas eletricamente pequenas e
eletricamente grandes. Alguns pesquisadores costumam utilizar um critério
definido como r = 5D, projetado no gráfico pela linha horizontal. O uso deste
critério garante uma margem de segurança, sobretudo na região de antenas
intermediárias, sendo indicada para aplicações onde a medição em campos
distantes é requerida por norma. Como exemplo de tal aplicação, pode-se referir
os testes de EMC, que buscam a verificação do padrão de emissões radiadas
provenientes de um equipamento em específico.
A Tabela 2.2 [62], a seguir, resume as aproximações desenvolvidas
apresentadas neste capítulo do trabalho.
Approaches to FF Region
Size Relation (D/λ) Approache used Dominating
parameter
Infinitesimal
Antenna <<1 r = λ/2π Electrostatic field
Electrically small
antenna <1 r = 2λ Wavelenght
Electrically large
antenna >1 r = (2D²)/λ
Tolerance of the fase
shift
As equações expostas nesta tabela são proporcionadas sem a utilização de
fatores de segurança, uma vez que as mesmas pretendem determinar mais
precisamente a região de transição dos campos (esfera limite). Portanto, a
utilização destas aproximações, ou ainda, de aproximações mais conservadoras
(que utilizem determinados fatores de segurança), fica a cargo da aplicação à que
se designam os testes executados, e aos requerimentos recomendados pelas
normas técnicas em questão.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
49
Uma vez que os limites entre campo próximo e campo distante foram aqui
apresentados e delineados de forma aprofundada, pode-se descrever a seguir as
propriedades e características para cada um destes tipos de campo.
2.3 Campo próximo e campo distante
Neste fragmento do texto serão expostas algumas características e conceitos
aliados a campos próximos e campos distantes, de forma a se elucidar as
principais desigualdades entre os dois e seus distintos comportamentos.
2.3.1 Conceitos e características do campo próximo 2.3.1.1 Conceitos
O conceito de campo próximo pode depender muito do ponto de vista do
qual o mesmo vem a ser analisado. Até mesmo dentro do estudo do
eletromagnetismo ele pode ter definições diferentes. Comumente campo próximo é
considerado a região geralmente localizada a menos do que um (1) comprimento de
onda da fonte emissora. [64]. De forma grosseira, campo próximo pode ser
considerado como sendo a região onde a distância “r” em questão é muito menor
que o comprimento de onda λ [65]. O termo região de campo próximo (também
conhecido como campo próximo ou zona próxima pode ainda apresentar os
seguintes significados relacionados a diferentes tecnologias de telecomunicações:
Definido como a região próxima de uma antena onde a distribuição
angular do campo é dependente da distância da antena;
No estudo de difração e projetos de antena, o campo próximo é a
parte de campo radiado que se encontra em distâncias menores do
que as estabelecidas por S=D2/(4λ) da fonte de difração ou do
diâmetro D;
Na física ainda, uma nova definição de campo próximo diz que ele é
considerado como uma extensão externa de um dado material do campo existente
dentro desse mesmo material [66].
2.3.1.2 Características
Na região de campo próximo, a relação entre campo elétrico e campo
magnético se torna muito mais complexa do que as conhecidas pela ciência, e
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
50
requer a medição de campo elétrico e magnético quando se deseja, por exemplo,
determinar-se a densidade de potência de uma onda emitida.
Outra característica peculiar dos campos próximos que deve ser
mencionada, consiste na idéia de que se podem encontrar todos os tipos
polarização simultaneamente numa onda eletromagnética.
Em algumas antenas, onde a dimensão máxima é pequena em comparação
ao comprimento de onda, a região de campo próximo radiante poderá não existir.
Entretanto para antenas que possuam uma maior dimensão, a região de campo
próximo radiante é chamada de região de Fresnel.
O campo próximo é ainda dividido em campo próximo reativo e campo
próximo radiante ou radiativo. A fronteira externa da região de campo próximo
considerada reativa é geralmente observada na distância de 1/2π vezes o
comprimento de onda (λ/2π ou 0,159λ) da superfície da antena emissora. Já o
campo próximo radiante, corresponde ao restante da região de campo próximo,
de λ/2π até uma unidade de comprimento de onda. A Figura 2.3.1 apresenta as
regiões de campo radiante e reativo.
Figura 2.3.1 – Regiões de campo próximo reativo, radiante e campo distante [65]
No campo próximo reativo (muito próximo da fonte emissora), a relação
entre as forças de campo elétrico e campo magnético é muito complexa para ser
prevista. Em um determinado ponto, pode se encontrar um dos componentes de
campo dominante (E ou H) e, a uma curta distância deste ponto, exatamente o
contrário. Este fenômeno, origina ingentes dificuldades quando se busca, por
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
51
exemplo, a real densidade de potência no local. Não apenas as medidas de campo
elétrico e magnético são necessárias nessa região, mas também ainda, a relação
de fase entre os campos deve ser analisada.
Na região de campo próximo reativo, as ondas eletromagnéticas não são
apenas radiadas. As mesmas contêm uma quantidade de componentes "reativos".
Muito próximo da antena, energias de quantidades desconhecidas são
transportadas de volta e armazenadas numa região muito próxima da superfície
da fonte emissora. Este componente reativo pode ser considerado como o
causador primário de erros e perigos nas tentativas de execução de medições
nesta região. Em outras regiões, a densidade de potência é inversamente
proporcional ao quadrado da distância da antena. Na região muito próxima a
antena, os níveis de energia podem cair drasticamente com apenas um pequeno
movimento de deslocamento da ponteira de medição de campo próximo.
Já a porção de campo próximo considerada radiativa não contém nenhum
dos componentes reativos da antena emissora. A energia é completamente
radiada. Quando se distancia aos poucos, para fora da região radiativa, as
relações entre as componentes de campo elétrico e magnético não apresentam
mais características tão inconstantes como na região reativa, mas as mesmas
ainda apresentam um grau de complexidade considerado elevado.
O campo próximo é marcado por reproduzir ainda a clássica indução
eletromagnética e efeitos de carga em campos eletromagnéticos. Entretanto seus
efeitos rapidamente cessam com o aumento da distância da antena emissora
(proporcional ao cubo da distância). Ao contrário do decaimento do campo
distante que segue a relação direta com a distância. Tipicamente os efeitos de
campo próximo não são importantes a mais do que alguns comprimentos de
onda da antena.
Algumas observações finais [67] ainda se fazem necessárias a respeito de
campo próximo, considerando, por exemplo, o caso de um dipolo emissor:
O campo elétrico na direção de propagação da onda não é nulo (Er ≠
0);
Er e Eθ estão em fase no tempo um em relação ao outro e encontram-
se ambos simultaneamente defasados de π/2 = 90º no tempo em
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
52
relação a HΦ. Ou seja, Er e Eθ estão em quadratura de fase no tempo
em relação a HΦ.
Portanto, para a região de campo próximo o campo magnético encontra-se
defasado 90º no tempo do campo elétrico, o que faz o fluxo de potência nas
proximidades ser altamente reativo. O fluxo de potência reativo na região de
campo próximo implicitamente expressa a existência de ondas estacionárias no
interior desta região, fazendo com que a energia eletromagnética flua para frente
e para trás. Isso explica a confinação de potência dentro da região de campo
próximo sem radiá-la adiante. Abaixo uma ilustração desse comportamento é
apresentada na Figura 2.3.2 [67].
Figura 2.3.2 – Regiões de campo próximo para um dipolo [67].
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
53
2.3.1.3 Impedância intrínseca do campo próximo
Na região de campo próximo, a impedância intrínseca pode apresentar
duas equações diferentes, baseadas na caracterização de campo dominante no
ponto físico estabelecido. Se o campo for predominantemente magnético, para
valores pequenos de r/λ a impedância da onda é baixa e indutiva e pode ser
classificada como ZW ≈ 240π² x (r/λ) ≈ 2370r/λ [65].
Se o campo eletromagnético na região de campo próximo for
predominantemente elétrico, para pequenos valores de r/λ a impedância é alta e
capacitiva e pode ser aproximada por ZW ≈ 60λ/r [65].
2.3.2 Conceitos e características do campo distante 2.3.2.1 Conceitos
Dentro do estudo de campos eletromagnéticos, a região de campo distante é
a região fora da região de campo próximo, onde a distribuição angular de campo é
essencialmente independente da distância da fonte emissora [65].
Outra definição aborda que resolvendo as equações de Maxwell para os
campos elétricos e magnéticos para uma fonte oscilatória local, como uma
antena, cercada de material homogêneo, o decaimento é na proporção de 1/r,
onde “r” é a distância da fonte. Estes campos, são os campos radiados, e a região
onde “r” é grande o bastante para estes campos se propagarem é denominada
campo distante.
Ainda existe a definição [63] que afirma que campo distante é a região para
qual a distância “r” é muito maior que o comprimento de onda λ. A região de
campo distante ainda pode ser nomeada de zona distante, zona de radiação ou
espaço livre.
Finalizando o conceito de campo distante, uma última descrição declara
que a região que se estende além de dois (2) comprimentos de onda distantes da
fonte emissora é chamada de campo distante [64].
2.3.2.2 Características
A zona de radiação (também chamada de região Fraunhorfer) é a mais
importante das duas regiões existentes, pois, uma vez que os campos distantes
decaem sua amplitude em uma relação de 1/r, isso significa que a energia total
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
54
por unidade de área a uma distância r é proporcional a 1/r². Mas a área da
esfera é proporcional a r², e a energia total passando por uma esfera é, então,
constante. Isso significa que no campo distante a energia realmente se radia a
distâncias infinitas (se propaga).
Em relação à polarização, é de extrema relevância ressaltar que diferente do
campo próximo, o campo distante é caracterizado por um único tipo de
polarização.
Vale ainda destacar para a região de campo distante, que na direção de
propagação da onda, o campo elétrico é nulo (ER = 0). Também se compreende
que Eθ e HΦ estão em fase no tempo um em relação ao outro. Em outras
palavras, na região de campo distante a onda eletromagnética radiada possui
seus campos elétrico e magnético relacionados da mesma forma que os campos
de uma onda plana (Figura 2.1). Portanto, a energia eletromagnética é
efetivamente radiada através do espaço em conseqüência do alinhamento de fase
entre Eθ e HΦ.
2.3.2.3 Impedância do campo distante
O campo eletromagnético na região de campo distante é independente do
tipo de campo radiado pela antena. A impedância da onda é a razão do campo
elétrico e magnético, que na região de campo próximo estão sempre em fase um
com outro. Logo, a impedância do espaço livre é resistiva e é dada por Z0, já
apresentada anteriormente, com valor em torno de 377Ω.
2.4 Considerações sobre o capítulo
Neste capítulo foram discutidas as definições de eletromagnetismo
necessárias para a compreensão dos estudos do comportamento dos campos
eletromagnéticos, nas duas distintas regiões de campos abordadas no presente
trabalho de doutorado. Também foram tratadas ainda, as diversas aplicações
delimitadoras das fronteiras entre campo próximo e campo distante, e por fim, as
características relevantes concernindo as duas regiões de forma a garantir a
compreensão das principais diferenças entre os dois campos.
No capítulo seguinte serão versadas explanações sobre medições de campo
próximo, campo distante, instrumentos de medição e tipos de medidas já
realizadas até o momento, bem como ainda, uma análise dos seus resultados.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
55
CAPÍTULO 3
3 Ensaios Laboratoriais
3.1 Considerações Iniciais
Neste capítulo estão descritos todos os elementos envolvendo a medição de
campos próximos e distantes desenvolvidos até o momento no Maglab –
Laboratório de Eletromagnetismo e Compatibilidade Eletromagnética vinculado
ao GEMCO – Grupo de Engenharia em Compatibilidade Eletromagnética, que
integra o Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC).
Desde o início do trabalho, atividades paralelas à revisão bibliográfica vêm
sendo desenvolvidas, abrangendo o âmbito das medições de campo próximo.
Desde pesquisas com os conjuntos de ponteiras de campo próximo disponíveis
no laboratório, bem como meios de calibrar as mesmas com o intento de
assegurar a legitimidade dos valores medidos.
Além de descrever os tipos e características das ponteiras e instrumentos
utilizados nas medições, serão ilustradas nesta parte do trabalho, as
metodologias de medição aplicadas, amostra de fonte emissora empregada e os
resultados obtidos de todas as práticas de testes executadas.
Dando início ao capítulo, a seguir serão descritos os instrumentos
utilizados nas medições de campo próximo, bem como suas propriedades e
peculiaridades, com o objetivo de fazer com que o leitor compreenda os
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
56
fundamentos que auxiliaram no processo de escolha das ponteiras mais
apropriadas para as medições.
3.2 Instrumentos de medição de campo próximo
Para execução das medições de campo próximo, além das ponteiras, um
conjunto de equipamentos pode ser utilizado juntamente para efetuar a análise
de campo próximo. É possível a realização de medições tanto na freqüência, com
o uso de um EMI Test Receiver, como no tempo, utilizando as ponteiras
conectadas diretamente ao um osciloscópio. Um modelo de escâner de medidas
de campo próximo, desenvolvido pelo Maglab, também foi utilizado nas medições,
e aqui será apresentado.
3.2.1 Ponteiras de campo próximo 3.2.1.1 Kit de ponteiras HZ-14
O laboratório de eletromagnetismo e compatibilidade eletromagnética da
Universidade Federal de Santa Catarina, conta com dois conjuntos de ponteiras
para medição de campo próximo. O primeiro aqui descrito, fabricado pela
empresa Schaffner, é conhecido no mercado por dois nomes diferentes: Near
Field Probe Set NFPS1, ou HZ-14, quando o mesmo for adquirido através da
empresa fabricante de instrumentos de EMC Rhode & Schwarz.
Este conjunto de ponteiras cobre a faixa de freqüência de 9 kHz até 1 GHz e
é composto por duas ponteiras de campo magnético (pequenos loops blindados
eletricamente) e uma ponteira de campo elétrico ativa com pré-amplificador já
embutido. Além das três ponteiras, o kit ainda conta com um pré-amplificador
para as ponteiras de campo magnético e uma giga de testes.
O conjunto foi desenvolvido com o intuito de efetuar medições de campo
próximo com a finalidade de detectar pontos de problema de EMC. Como se fosse
um sistema de investigação, executa-se uma varredura do sistema analisado em
questão, em busca das maiores fontes de emissão de campo eletromagnético.
Além disso, ele permite detectar, em equipamentos em fase de desenvolvimento,
os pontos sensíveis a interferência eletromagnética, reduzindo o tempo de
desenvolvimento do equipamento. Ao invés de concluir o finalizar o equipamento
para então testá-lo expondo o mesmo a campos, verifica-se prontamente os
pontos “fracos” do produto que será fabricado. O conjunto é essencialmente
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
57
utilizado ainda no diagnóstico de emissões em placas de circuito impresso,
cabos, circuitos integrados, pontos de fuga de campo eletromagnético e fontes
similares de interferência eletromagnética, além de conseguir avaliar a
interferência de campo no campo distante e estimar a impedância de campo
próximo.
Abaixo, na Figura 3.2.1.1 é apresentado o conjunto de ponteiras HZ-14.
Figura 3.2.1.1 – Ponteiras de campo próximo do conjunto HZ-14.
Uma vez que as ponteiras de campo magnético são passivas quando
operadas sem pré-amplificador, elas podem ser utilizadas para encontrar
componentes sensíveis a EMI.
As ponteiras apresentam um design ergonômico, e extremidades pequenas
que permitem a localização mais precisa da fonte emissora. A ponteira de campo
elétrico opera com tensão DC e pode ser energizada a partir de qualquer EMI Test
Receiver ou analisador de espectros.
Uma das ponteiras de campo magnético vai de 9 kHz a 30 MHz enquanto
que a segunda vai de 30 MHz a 1 GHz. Elas apresentam a diretividade de uma
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
58
antena loop e são blindadas eletricamente de forma que o acoplamento capacitivo
seja suprimido e os campos elétricos rejeitados. Cada ponteira magnética possui
um fator de correção (Figura 3.2.1.2) que determina os valores de campo
magnético para uma impedância de entrada de 50Ω dos receivers, supostamente
garantindo reprodutibilidade das medidas.
Figura 3.2.1.2 – Fator de antena para as ponteiras de campo magnético para as faixas de 9 kHz a 30 MHz e 30 MHz a 1 GHz, respectivamente [74].
A ponteira de campo elétrico é designada para recepção omnidirecional de
sinais em toda faixa de freqüência. Quando aproximada da fonte emissora, o
campo na ponteira é capacitivamente acoplado.
O amplificador de banda-larga de 30 dB melhora as medidas de sinais mais
fracos através das ponteiras de campo magnético. Provendo um ganho de 30 dB
na faixa de freqüências de 9 kHz a 1 GHz, ele ainda acusa através de um alarme
sonoro, sinais de alto valor que podem sobrecarregar a ponteira causando erros
na medida.
Nas Tabelas 3.2.1.1 [74] e 3.2.1.2 [74] são expostos parâmetros das três
ponteiras presentes no kit.
Tabela 3.2.1.1 [74] - Propriedades das ponteiras de campo magnético Kit
HZ-14
Ponteira H (9 kHZ a 30 MHz) Ponteira H (30 MHz a 1 GHz)
Freqüência de operação 9 kHz a 30 MHz 30MHz a 1 GHz
Faixa de freqüência
utilizável 9 kHz a 100 MHz 1 MHz a 2 GHz
Máxima tensão permitida 500 V (VP) 500 V (VP)
Máximo potência de entrada 0,5W 0,25W
VSWR - <2
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
59
Tabela 3.2.1.2 [74] - Propriedades da ponteira de campo elétrico Kit HZ-14
Ponteira E (9 kHZ a 1 GHz)
Freqüência de operação 9 kHz a1 GHz
Desnível resposta em freqüência ± 3 dB
Fator de correção para medidas de tensão 13 mV/V (=38 dB)
Fator de antena 67 dB (1/m)
Tensão máxima sentida 20 V
3.2.1.2 Kit de ponteiras HZ-11
O segundo conjunto de ponteiras disponível para efetuar as medições é
fabricado pela EMC Test Systems, ou ETS, e é conhecido como Near-field probe
set Model 7405, ou, se adquirido através da Rhode & Schwarz, nomeado como
Probe Set for E and H near Field emissions HZ-11. O mesmo cobre a faixa de
freqüências que vai de 100 kHz a 2 GHz e é constituído de cinco ponteiras de
campo próximo.
Três ponteiras são destinadas para medição de campo magnético e as
outras duas para medição de campo elétrico. Todas elas são passivas,
manipuláveis manualmente e designadas para solucionar problemas de emissão
de campo eletromagnético. O conjunto ainda traz uma haste de extensão de 20
cm, que pode ser conectada a qualquer uma das cinco ponteiras, facilitando o
acesso a áreas mais remotas em grandes unidades de emissão. As ponteiras
auxiliam no desenvolvimento de circuitos, a solucionar problemas de EMC e na
localização de fontes emissoras.
O conjunto, assim como o HZ-14, foi de fato desenvolvido com a finalidade
de assessorar na detecção e identificação de fontes emissoras de campo
magnético e elétrico, na fase de desenvolvimento de produtos evitando que os
mesmos infringissem os limites de emissão impostos nas normas vigentes,
responsáveis pelo controle de emissão eletromagnética.
Desenvolvidas através de injeção plástica, as ponteiras são leves, compactas
e de maior durabilidade.
A Figura 3.2.1.3, a seguir, apresenta o conjunto de ponteiras do Kit HZ-11.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
60
Figura 3.2.1.3 – Conjunto HZ-11.
As três ponteiras magnéticas variam em tamanho e sensitividade. Cada
ponteira loop de campo magnético contém uma única volta, curto-ciruitada, com
um gap na extremidade, responsável pelo bloqueio dos campos elétricos nas
ponteiras. Os loops são construídos em peças únicas de cabo coaxial semi-
rígidos, com 50Ω de impedância no conector, finalizando num loop. Quando o
final do loop encontra a haste da ponteira, o centro do condutor e a blindagem
são soldados nos 360 graus da blindagem à haste. Um entalhe então é feito na
extremidade do loop, criando a blindagem para os campos elétricos, rejeitando os
mesmos de forma eficiente. A Figura 3.2.1.4 [73] apresenta a estrutura acima
apresentada.
Figura 3.2.1.4 – Configuração interior das ponteiras de campo magnético do kit HZ-11 [73].
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Duas ponteiras diferentes de campo elétrico estão inclusas no conjunto de
ponteiras. Estas ponteiras são úteis no rastreamento de campos de alta-
impedância. Uma das ponteiras é chamada de Ball, aqui denominada esférica e a
outra stub (Figura 3.2.1.5)
Figura 3.2.1.5 – Ponteiras de campo elétrico do kit HZ-11, esférica e stub.
A haste da ponteira esférica é construída com um pedaço de cabo coaxial de
50Ω. No local onde o cabo é finalizado há um resistor de 50Ω com a finalidade de
manter a terminação de conjugação de uma linha de 50Ω. O condutor central do
cabo é então estendido além da terminação de 50Ω e ligado a uma bola de metal
com de 3,6 cm de diâmetro (Figura 3.2.1.6) [73]. A bola serve como uma coletora
de campo próximo. Contúdo, a ausência de um loop fechado previne o fluxo de
corrente, provendo a rejeição de campo magnético.
Figura 3.2.1.6 – Configuração da ponteira de campo elétrico esférica do kit HZ-11 [73].
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A ponteira stub é constituída de um único pedaço de cabo coaxial semi-
rígido com 50Ω de impedância, que apresenta 6 mm do seu condutor central
exposto na extremidade. O pedaço exposto funciona como uma antena monopolo
que capta emissões de campos elétricos. Como não há estrutura de loop para
acoplar correntes, a unidade rejeita amplamente campos magnéticos. A Figura
3.2.1.7 [73] apresenta a configuração da ponteira stub.
Figura 3.2.1.7 – Configuração da ponteira de campo elétrico stub do kit HZ-11.
Abaixo, é apresentada a tabela com alguns dados técnicos das ponteiras do
kit aqui discutido:
Tabela 3.2.1.3 [73] - Propriedades das ponteiras do Kit HZ-11
Número do modelo Tipo de ponteira Tipo de sensor
primário
Rejeição E/H
ou H/E
Freqüência
de
ressonância
superior
901 Loop 6 cm Campo Magnético 41 dB 790 MHz
902 Loop 3 cm Campo Magnético 29 dB 1.5 GHz
903 Loop 1 cm Campo Magnético 11 dB 2.3 GHz
904 Esférica 3,6 cm Campo Elétrico 30 dB 2.3 GHz
905 Stub 6 mm Campo Elétrico 30 dB 23.6 GHz
O manual do kit, ainda apresenta os fatores de performance (PF), definidos
como a taxa de campo presente na ponteira para a tensão entregue pela ponteira
no conector BNC. Onde PF = E/V. Adicionando o valor de PF a tensão medida na
ponteira, temos a amplitude de campo obtida. Os gráficos a seguir apresentados
são gráficos gerais para estes tipos de ponteira, podendo haver variações nos
resultados se as ponteiras forem analisadas individualmente.
Todas as ponteiras foram calibradas em uma célula TEM, com um campo
de 377Ω. As ponteiras de campo magnético só respondem a campos magnéticos,
entretanto, os gráficos apresentados são a resposta equivalente de campo
elétrico. Os gráficos foram delineados desta forma a fim de permitir a medição de
impedância dos campos. Se a amplitude de campo magnético for desejada,
51.52 dB devem ser subtraídos dos valores de PF encontrados nos gráficos.
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A seguir são apresentados os gráficos com os respectivos perfomance factors
para cada ponteira [73]:
Figura 3.2.1.8 – Fatores de performance para ponteiras de campo magnético loop de 6 e 3 cm.
Figura 3.2.1.9 – Fatores de performance para ponteiras loop magnética de 1 cm e de campo elétrico
esférica.
Figura 3.2.1.10 – Fator de performance para ponteiras de campo elétrico stub.
3.2.2 Escâner de campo próximo
Qualquer uma das ponteiras de campo próxima previamente apresentada
pode ser utilizada junto de um equipamento desenvolvido no Maglab, que foi
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construído com a finalidade de se executar medições de campo próximo em
placas de circuito impresso, caracterizando os campos eletromagnéticos sobre
toda PCB. Este escâner de campo próximo possibilita a detecção dos
componentes e regiões responsáveis pela emissão de ruídos mais intensos
prejudiciais ao desempenho dos equipamentos durantes os testes de
conformidade com as normas.
O teste se consiste em realizar medidas de campos próximos em um
mesmo plano sobre a placa de circuito impresso (ou outro equipamento
analisado) em pontos igualmente distanciados, criando assim, uma malha de
medidas contendo os valores da intensidade de radiação em cada freqüência para
todas as regiões da placa.
Para iniciar as medidas deve-se ter conhecimento prévio da região na qual
se deseja realizar a aquisição e as freqüências a serem analisadas. Esta
informação é fornecida ao programa de gerenciamento de medida através do
ponto inicial de medida, a distância entre dois pontos consecutivos em cada uma
das direções, o número de pontos a ser analisado em cada um dos eixos
cartesianos e a faixa de freqüência em que será realizado o mapeamento de
emissão radiada de campo elétrico.
O aparato de aquisição de medidas de campo próximo tem basicamente
quatro componentes:
Computador com um software de aquisição;
Receptor de campo elétrico e magnético;
Ponteira de medição;
Posicionador XY.
A seguir, na Figura 3.2.2.1 pode-se verificar o escâner desenvolvido
realizando um ensaio de medição de emissão de campo próximo sobre um
aparelho de telefonia celular.
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Figura 3.2.2.1 – Escâner de campo próximo desenvolvido no Maglab.
Cada elemento tem seu papel fundamental no processo de aquisição. O
posicionador indica o local da medida, alocando o sensor no ponto onde vai ser
feita a medição de campo. A ponteira de campo elétrico é responsável por enviar
a medida ao receptor de campo, que a recebe, interpreta e envia ao computador
onde o respectivo software interpreta e armazena os dados das medidas.
Existem softwares que calculam, através da análise do layout e de um
banco de dados de componentes, as possíveis emissões de uma placa. Os
resultados aqui descritos não vêm de simulações e uso de fórmulas, são obtidos
através de medidas reais, com ponteiras de campo próximo e representam o que
realmente ocorre no equipamento analisado.
No final da medida, pode-se escolher a freqüência em questão e o software
apresenta os pontos onde o campo eletromagnético foi mais intenso. Deve-se
ressaltar aqui, que o mesmo não apresenta garantias quanto a amplitude dos
campos mensurados. O escâner apenas identifica os pontos com maior emissão,
na freqüência determinada. A seguir, na Figura 3.2.2.2 um exemplo de resultado
oferecido pelo escâner é apresentado. Note que o software ainda possibilita
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inserir uma foto de tamanho real do equipamento avaliado, com a finalidade de
proporcionar uma localização mais real dos pontos analisados.
Figura 3.2.2.2 – Resultado proporcionado pelo escâner desenvolvido no Maglab.
3.2.3 Instrumentos auxiliares.
Para efetuar as medidas com as ponteiras de campo próximo se faz
necessária sua conexão a equipamentos que serão responsáveis pela visualização
da leitura obtida nas mesmas. Normalmente, as ponteiras são diretamente
conectadas através de um cabo coaxial ao dispositivo no qual será feita a leitura
da medida de tensão induzida na ponteira. Dentre os equipamentos utilizados
nas medições efetuadas na pesquisa, encontram-se um EMI test receiver, um
analisador de espectro e um osciloscópio. Na Figura 3.2.3.1 são apresentados os
três instrumentos descritos.
Figura 3.2.3.1 – Receiver, analisador de espectros e osciloscópio.
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Através do receiver e do analisador de espectros, podemos selecionar a
freqüência desejada e verificar diretamente, nos seus mostradores, os valores
medidos instantaneamente pelas ponteiras de campo próximo. Quando
conectadas ao osciloscópio, o resultado é apresentado no tempo, através de uma
forma de onda, de onde são retirados os valores de tensão e a freqüência do sinal
medido. As duas configurações de teste são válidas e oferecem solidez nos
resultados entregues.
3.3 Instrumentos de medição de campo distante
A medição de campos distantes visada na pesquisa em questão, são as
medidas de emissão consideradas nas distâncias de 3 e 10 metros, estabelecidas
pelas normas CISPR 11 e CISPR 22.
No Maglab, estes tipos de medidas podem ser executados de duas formas.
Numa primeira, o equipamento sob avaliação é inserido no interior de uma célula
GTEM, e esta, conectada a um receiver, envia os valores de tensão acoplados no
seu interior, oriundos da fonte emissora, para um computador provido do
software que irá estabelecer o valor de emissão eletromagnética radiada para as
distâncias pretendidas. No caso da célula GTEM, o equipamento sob teste é
considerado um conjunto de dipolos elementares, e através de um algoritmo
específico, o software converte as características mensuradas no valor de campo
distante procurado.
De modo análogo, o segundo método para se obter os campos distantes de
um equipamento qualquer, é analisando os campos emitidos pelo mesmo, dentro
de uma câmara stripline. A câmara, com dimensões menores que a célula GTEM,
funciona basicamente com o mesmo princípio, excetuando-se que a relação da
tensão medida e o campo radiado nas distâncias definidas é outra, entretanto,
provendo o mesmo resultado.
Após a escolha da amostra específica, as mesmas serão utilizadas para se
alcançar os valores de campo distante, que servirão de base para os estudos para
a tão almejada relação entre campo próximo e campo distante.
Na Figura 3.3 abaixo, são apresentadas a câmara stripline e a célula GTEM,
disponíveis no laboratório Maglab para medir os valores de campo distante.
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Figura 3.3 – Câmara stripline e célula GTEM – instrumentos para medição de campo distante
3.4 Medidas realizadas
Antes de iniciar a realização das medidas de campo próximo com a
finalidade de se criar o banco de dados que servirá para os estudos da relação
entre campo próximo e campo distante, é preciso certificar-se de que estas
medidas sejam corretas e confiáveis.
Numa primeira etapa do trabalho, diversos tipos de medições foram
realizados com os dois conjuntos de ponteiras de campo próximo disponíveis, a
fim de se familiarizar com os instrumentos de medida e analisá-los para
posteriormente escolher quais deles seriam os mais apropriados ao trabalho
proposto. Os tipos de medições realizados serão aqui apresentados
separadamente, juntamente com seus resultados para uma posterior análise.
3.4.1 Medidas de campo próximo em fonte emissora com campo distante conhecido.
3.4.1.1 Objetivo
Realizar um teste com as ponteiras do conjunto de campo próximo HZ-11 e
HZ-14, sobre um equipamento cujos valores de campos eletromagnéticos
emitidos eram previstos. O desígnio primário destas medições foi criar uma
familiarização com os instrumentos de medida e efetuar um primeiro
levantamento de parâmetros das ponteiras de campo próximo presentes.
3.4.1.2 Artefato
O dispositivo selecionado como fonte emissora de campo eletromagnético foi
um gerador de ruído padrão, chamado de NE3000. O mesmo, designado para
ensaios e pesquisas na área de compatibilidade eletromagnética, é capaz de
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emitir tanto ruído conduzido, quanto ruído radiado, de valores conhecidos, para
uma vasta faixa de freqüência.
Sua alimentação, através de baterias (pilhas médias alcalinas), permite sua
operação como uma pequena fonte elétrica, minimizando o seu efeito no
ambiente eletromagnético. Seu invólucro é condutor para permitir seu contato
direto com planos aterrados, caso necessário, e as baterias do mesmo ficam num
compartimento interno da unidade. Abaixo, na Figura 3.4.1.1, o mesmo é
detacado:
Figura 3.4.1.1 – Gerador de ruído padrão NE3000.
Cada uma das três antenas, que fazem parte do conjunto, emite um campo
específico para uma determinada faixa de freqüência. O campo analisado no
ensaio foi o referente à antena para a faixa que varia de 30 MHz a 1 GHz. O
equipamento oferece em seu manual o campo distante emitido, para cada antena
emissora. Na Figura 3.4.1.2 [75] a seguir, o campo conhecido emitido pelo
equipamento é exposto.
Figura 3.4.1.2 – Emissão de campo radiado conhecido do NE3000 para 3 e 10 metros.
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70
3.4.1.3 Metodologia do ensaio.
Durante a execução das medições, o equipamento sob teste foi posicionado
sobre uma base fixa, pertencente ao escâner de campo próximo desenvolvido no
laboratório Maglab, previamente apresentado. Para cada ponteira de campo
próximo conectada ao receiver, foi levantado o maior valor de tensão induzido na
mesma, em uma varredura feita sobre toda superfície da antena da fonte
emissora, nas distâncias de 1, 2, 5, 10, 15, 20, 30, 50, 75, 100 e 200 milímetros.
As mesmas varreduras ainda foram executadas nas freqüências de 80, 90, 100,
200, 300, 400, 500, 700, 900 e 1000 MHz. O deslocamento das ponteiras, ao
longo da superfície da antena, foi executado pelo escâner de campo próximo, que
transladou a ponteira de campo próximo, através de um motor de passo,
controlado através de um software desenvolvido para este fim. A Figura 3.4.1.3
mostra o sistema ensaiado.
Figura 3.4.1.3 – Configuração das medições realizadas sob NE3000.
Para cada ponteira, foram executadas 110 medições, inseridas em gráficos
para uma melhor visualização dos resultados em função das distâncias e das
freqüências utilizadas.
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71
Deve-se ressaltar que os resultados para o conjunto de antenas HZ-14 não
apresentaram lógica ou coerência. Como somente uma das ponteiras era
aplicada ao caso (ponteira magnética de 30 MHz a 1 GHz) e a mesma apresentou
resultados instáveis (sem repetibilidade) e contraditórios, os mesmos foram
suprimidos e sua apresentação se torna dispensável neste ensaio.
3.4.1.4 Resultados obtidos
Abaixo, são apresentados os valores de tensões induzidos nas ponteiras de
campo próximo, tanto em função da distância da fonte, quanto em função da
freqüência. Os gráficos apresentam todos os valores medidos, para cada
distância ou freqüência estabelecida. Nos gráficos em função da freqüência, o
valor correspondente de tensão do NE3000, é esboçado, representado pela linha
superior.
Nos gráficos em função da distância da fonte emissora, a legenda à direita
designa o nível de tensão que deveria ser medido em determinada freqüência,
caso o valor medido fosse o mesmo emitido pelo NE3000.
Figura 3.4.1.4 – Gráfico da tensão induzida na ponteira esférica em função da freqüência.
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72
Figura 3.4.1.5 – Gráfico da tensão induzida na ponteira esférica em função da distância da fonte.
Figura 3.4.1.6 – Gráfico da tensão induzida na ponteira stub em função da freqüência.
Figura 3.4.1.7 – Gráfico da tensão induzida na ponteira stub em função da distância da fonte.
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73
Figura 3.4.1.8 – Gráfico da tensão induzida na ponteira loop 6cm em função da freqüência.
Figura 3.4.1.9 – Gráfico da tensão induzida na ponteira loop 6cm em função da distância da fonte.
Figura 3.4.1.10 – Gráfico da tensão induzida na ponteira loop 3cm em função da freqüência.
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74
Figura 3.4.1.11 – Gráfico da tensão induzida na ponteira loop 3cm em função da distância da fonte.
Figura 3.4.1.12 – Gráfico da tensão induzida na ponteira loop 1cm em função da freqüência.
Figura 3.4.1.13 – Gráfico da tensão induzida na ponteira loop 1cm em função da distância da fonte.
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75
3.4.2 Estimativa do Fator de Antena do conjunto de ponteiras HZ-11. 3.4.2.1 Objetivo
Estes ensaios tem por escopo submeter as ponteiras de campo próximo a
um valor de campo eletromagnético conhecido, a fim de levantar os fatores de
antena para cada sonda de campo próximo, averiguando se os dados obtidos com
a medição são equivalentes os valores fornecidos pelo fabricante.
3.4.2.2 Artefato
Neste teste, os equipamentos testados serão as próprias ponteiras de campo
próximo do conjunto HZ-11.
3.4.2.3 Metodologia do ensaio.
O procedimento para execução destas medidas consiste-se em sujeitar as
ponteiras de campo próximo a um valor de campo eletromagnético conhecido, e,
a partir da tensão induzida nas mesmas, levantar um fator de antena para cada
ponteira.
Os testes foram executados no interior da Célula GTEM do Maglab. A
mesma possui a capacidade de gerar um campo eletromagnético de valor estável
em toda faixa de freqüência analisada. As ponteiras, localizadas no seu interior,
foram submetidas a um campo eletromagnético de 10V/m. As mesmas foram
conectadas a um receiver, de forma a que as leituras fossem realizadas
externamente. A célula GTEM oferece uma abertura, por onde é praticável a
passagem de cabos. Esta mesma abertura foi utilizada para conectar o cabo que
ligou a ponteira de campo próximo ao receiver. As leituras de tensão induzidas
nas ponteiras foram feitas para as freqüências de 80, 90 e 100 MHz e, a partir de
então, a passos de 50 MHz até alcançar a freqüência de medição final de 1000
MHz.
Tem-se a ciência de que, para um campo de 10 V/m, a tensão lida deve ser
de 140 dBμV. O fator de antena levantado para cada ponteira, nada mais é, do
que o valor de 140 subtraído do valor de leitura no receiver para cada freqüência.
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76
3.4.2.4 Resultados obtidos
Após a execução dos testes para as cinco ponteiras constituintes do kit HZ-
11, os seguintes fatores de antena foram determinados:
Figura 3.4.2.1 – Gráfico do fator de antena para a ponteira de campo elétrico esférica.
Figura 3.4.2.2 – Gráfico do fator de antena para a ponteira de campo elétrico stub.
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77
Figura 3.4.2.3 – Gráfico do fator de antena para a ponteira de campo magnético loop 6 cm.
Figura 3.4.2.4 – Gráfico do fator de antena para a ponteira de campo magnético loop 3 cm.
Figura 3.4.2.5 – Gráfico do fator de antena para a ponteira de campo magnético loop 1 cm.
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78
3.4.3 Estimativa do fator de antena, para ponteiras de campo próximo de campo elétrico do conjunto HZ-11, utilizando a stripline.
3.4.3.1 Objetivo
Realizar um ensaio onde as ponteiras de campo elétrico do kit HZ-11 sejam
expostas a um valor de campo eletromagnético conhecido, a fim de levantar os
fatores de antena das ponteiras, com a finalidade de compará-los com os obtidos
dentro da célula GTEM.
3.4.3.2 Artefato
No presente experimento, as ponteiras de campo elétrico pertencentes ao kit
de ponteiras de campo próximo HZ-11 serão os itens ensaiados.
3.4.3.3 Metodologia do ensaio.
Para efetuar este teste, um procedimento semelhante ao explanado no item
anterior foi executado. O mesmo se fundamentou na submissão das ponteiras de
campo elétrico a um valor de campo eletromagnético conhecido, e, a partir da
tensão induzida nas ponteiras, objetivou-se levantar um fator de antena para
cada ponteira.
Os testes foram executados dentro da câmara stripline modelo S-LINE 700.
Com o auxílio de um gerador de sinais externos, foram injetados valores de
potência para determinadas freqüências específicas, a fim de garantir o valor de
10V/m dentro da câmara. Para efetuar a validação destes dados, uma ponteira
isotrópica calibrada foi utilizada. Para cada valor de freqüência (neste caso as
freqüências aplicadas foram 80, 200, 500, 750 e 1000 MHz) foi injetada uma
determinada quantidade de potência por meio do gerador, para que a leitura no
interior da stripline fosse um campo estável de 10V/m. A única freqüência onde
não foi possível se estabelecer o campo desejado foi a de 1 GHz, devido a
limitações do próprio gerador. Entretanto, para esta freqüência ficou
determinado um campo de 9V/m, tendo seu equivalente em dbμV, para se
levantar o fator de antena.
A stripline apresenta conectores internos e externos, responsáveis pela
conexão dos cabos que ligaram as ponteiras de campo próximo ao receiver. As
leituras de tensão induzidas nas ponteiras foram efetuadas para as freqüências
acima citadas. Para um campo de 10 V/m a tensão lida deveria ser de 140 dBμV
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79
enquanto que para 9 V/m a tensão equivalente equivale a 139,08 dBμV.
Novamente, o fator de antena levantado para cada ponteira, é o valor equivalente
mencionado em dBμV subtraído do valor de leitura no receiver para cada
freqüência. Na Figura 3.4.3.1 a configuração do teste é apresentada.
Figura 3.4.3.1 –Configuração do ensaio. Na primeira foto observa-se o gerador de sinais injetando
campo na stripline, e através do cabo saindo à direita da câmara, é feita a leitura do campo no seu
interior. A foto da direita ilustra a ponteira de campo próximo esférica no interior da stripline.
3.4.3.4 Resultados obtidos
De posse dos valores de tensão induzida, medidos nas ponteiras, obtiveram-
se os seguintes fatores de antena:
Figura 3.4.3.2 – Gráfico do fator de antena para a ponteira de campo elétrico esférica.
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80
Figura 3.4.3.3 – Gráfico do fator de antena para a ponteira de campo elétrico stub.
Tabela 3.4.3.1 – Fatores de Antena para as ponteiras de campo elétrico do conjunto
HZ-11
Freqüência em MHz Ponteira de campo elétrico
esférica
Ponteira de campo elétrico
stub
80 59,5 76,4
200 72,6 100,5
500 59,9 87,3
750 50,4 73,6
1000 76,08 89,98
3.4.4 Leitura e emissão de campo eletromagnético através das ponteiras de campo elétrico do conjunto HZ-11.
3.4.4.1 Objetivo
Este ensaio tem como objetivo emitir um campo eletromagnético através da
ponteira de campo elétrico esférica e realizar as leituras deste campo por meio da
ponteira stub, a diferentes distâncias da fonte emissora. Ainda neste experimento
pretende-se mensurar os resultados de emissão da ponteira esférica para campo
distante, através de ensaio realizado na câmara stripline. Desta forma, consegue-
se através da comparação entre os dois valores medidos, se efetuar a validação
do fator de antena levantado nos experimentos anteriores.
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81
3.4.4.2 Artefato
Neste estudo a amostra analisada foi a ponteira de campo elétrico esférica.
A mesma teve seus valores de emissão medidos, tanto pela câmara stripline como
pela outra ponteira de campo elétrico stub.
3.4.4.3 Metodologia do ensaio.
O procedimento executado nesta medição foi composto pela emissão de um
campo eletromagnético através da ponteira de campo próximo esférica do Kit HZ-
11. Injetando-se um sinal com potência de 36 dBm por meio de um gerador de
sinais conectado diretamente à ponteira, originou-se um determinado campo
desconhecido, emitido omnidirecionalmente pela ponteira em questão.
Posteriormente, inseriu-se a mesma no interior da câmara stripline, e foi
realizado um ensaio com a finalidade de averiguar a emissão radiada nas
freqüências de 80, 200, 500 e 1000 MHz. Concluída esta etapa, deu-se inicio a
medição do campo emitido em diferentes distâncias da fonte emissora, medido
através da ponteira de campo elétrico stub conectada ao receiver.
3.4.4.4 Resultados obtidos
Inicialmente efetuou-se a medição do campo distante, utilizando-se a
stripline. Na mesma foram levantados os valores em dBμV para as freqüências
estabelecidas. Na Figura 3.4.4.1 são apresentados os resultados alcançados.
Figura 3.4.4.1 – Resultado da emissão radiada pela ponteira esférica do kit HZ-11.
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82
Em seguida, foram executadas as medições do campo com a ponteira stub.
As mesmas foram aplicadas para as distâncias de 1, 350 e 1500 mm. Os dados
colhidos estão projetados na Tabela 3.4.4.1, abaixo.
Tabela 3.4.4.1 – Valores de emissão radiada pela ponteira esférica medidos
através da ponteira stub.
Freqüência (MHz) Fator de antena
(dBμV)
Leitura em 1 mm
(dBμV)
Leitura a 35
cm (dBμV)
Leitura a
150 cm
(dBμV)
80 76,4 66 49,2 41,5
200 100,5 69,7 35 22,1
500 87,3 78,4 48,1 37
1000 89,98 46 37,1 25,6
A seguir ainda são apresentados na Tabela 3.4.4.2 os valores lidos,
acrescidos do fator de antena levantado na stripline.
Tabela 3.4.4.2 – Valores de emissão radiada pela ponteira esférica, medidos
através da ponteira stub com o fator de antena incluso.
Freqüência (MHz) Fator de antena
(dBμV)
Leitura em 1 mm
(dBμV)
Leitura a 35
cm (dBμV)
Leitura a
150 cm
(dBμV)
80 76,4 142,4 125,6 117,9
200 100,5 170,2 135,5 122,6
500 87,3 165,7 135,4 124,3
1000 89,98 135,98 127,08 115,58
3.4.5 Comparação dos valores medidos pela ponteira de campo próximo
esférica para diferentes instrumentos de leitura.
3.4.5.1 Objetivo
Esta última seqüência de medições foi efetuada com o objetivo de verificar
se os valores medidos através do receiver ESPC estariam de acordo com os
outros dois sistemas praticáveis para medições utilizando as ponteiras de campo
próximo. Realizou-se três vezes a mesma medida de campo induzido na ponteira
de campo elétrico esférica, modificando-se apenas o leitor da tensão induzida.
Este tipo de medição permitiu verificar se os sistemas estavam equivalentes ou
não, no fornecimento dos resultados.
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83
3.4.5.2 Artefato
Neste estudo foi medido o campo de 10V/m, estabelecido dentro da
stripline, com o uso da ponteira esférica de campo elétrico do conjunto de
ponteiras de campo próximo HZ-11. A ponteira foi conectada a um receiver, um
analisador de espectros e um osciloscópio com a intenção de averiguar se os três
instrumentos garantem ou não os mesmo resultados,
3.4.5.3 Metodologia do ensaio.
Este último ensaio foi executado com seguinte configuração: com o auxílio
de um gerador de sinais foram injetados sinais dentro da câmara stripline, de
forma que se criasse um campo uniforme de 10V/m no interior da mesma.
Dentro da câmara, foi inserida a ponteira de campo próximo esférica, conectada
aos dispositivos leitores da sua tensão induzida. As freqüências onde o ensaio foi
realizado foram as de 200 e 500 MHz, respectivamente.
Para a freqüência de 200 MHz foram injetados 27,8 dBm de potência,
enquanto que para a freqüência de 500 MHz foram injetados 23,1 dBm. As
leituras das medidas foram então efetuadas através dos três instrumentos,
registrando-se os valores nos mesmos mensurados.
3.4.5.4 Resultados obtidos
A Tabela 3.4.5.1 apresenta os valores obtidos lidos em dbμV e em volt:
Tabela 3.4.5.1 – Valores de tensão induzidos na ponteira esférica, lidos
através de três instrumentos diferentes.
Leitura no
Receiver
Leitura no
analisador de
espectros
Leitura no
osciloscópio
Freqüência (MHz) Valor em
dBμV
Valor
em
volts
Valor em
dBμV
Valor
em
volts
Valor em
dBμV
Valor
em
volts
200 67,4 2,34 98,3 82,22 97,87 78,3
500 80,1 10,11 103,5 149 101,93 125
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
84
3.5 Discussão dos resultados
No decorrer das execuções dos testes, foram sendo verificadas determinadas
propriedades das ponteiras de campo próximo utilizadas, que permitiram a
criação de critérios de seleção e uma ampliação dos conhecimentos concernindo
estes instrumentos. A cada tipo de medição realizada, novas idéias foram
surgindo levando as técnicas de medição subseqüentes. Entretanto, ao mesmo
tempo em que estas idéias foram despontando, novas dúvidas e dificuldades
também passaram a existir, levantando diversos questionamentos sobre as
técnicas empregadas e a qualidade dos resultados obtidos.
Na primeira medição, onde foram levantadas as medidas para todas as
ponteiras a partir da medição dos campos emitidos pelo gerador de ruído padrão,
pode-se verificar por exemplo, que o kit de ponteiras HZ-14 não foi apropriado
para se efetuar medições, onde a distância da fonte fosse muito variável. Quando
a varredura sobre uma superfície a uma distância próxima da fonte é realizada, o
kit apresentou resultados interessantes e coerentes. No entanto, quando o
afastamento da ponteira em relação a fonte foi efetuado, a ponteira não
assegurava repetibilidade dos seus resultados. Para distâncias não muito
grandes, a ponteira de campo magnético do kit utilizada, já se mostrava bastante
susceptível a prováveis interferências eletromagnéticas externas, que alteravam
instantaneamente os valores lidos.
Uma vez que os testes querem dispensar o uso de locais
eletromagneticamente isolados para sua realização, ficou notado que a ponteira
de campo magnético do kit, que vai da faixa de 30 MHz a 1 GHz, não seria um
bom instrumento, excetuando-se para os casos onde a mesma é utilizada em
medições realmente próximas da fonte emissora.
Através da primeira medição é possível também averiguar que das cinco
ponteiras constituintes do kit HZ-11, a ponteira stub e a loop 1 cm são as que
apresentam menor sensibilidade e as que mostraram os menores valores de
tensão induzido. Isso significa que com um aumento não muito grande da
distância da fonte emissora, estas duas ponteiras já não garantem medições
eficientes apresentando quase sempre os mesmos valores de campo
independentemente da distância em que se encontram da fonte.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
85
A ponteira loop de 3 cm apresentou um bom seguimento da curva de campo
do NE3000. A mesma também mostrou que não apresenta perda de sensibilidade
com o aumento da freqüência, entretanto, apresenta uma sensibilidade inferior
quando comparada com a loop de 6 cm ou com a ponteira esférica.
A loop magnética de 6cm apresentou resultados bastante satisfatórios. Além
da maioria das curvas seguirem de forma consistente a curva induzida pelo
gerador de ruídos, os valores induzidos podem ser considerados bons. Verifica-se
ainda que quando a distância passou de 30 mm os resultados começaram a
piorar e a sensibilidade foi diminuída.
Por fim, a antena esférica, foi a que apresentou a melhor sensibilidade,
alcançando os níveis mais altos de indução, expressando sua melhor capacidade
de acoplamento, pelo menos para o campo emitido pelo gerador de ruído.
Também nota-se que os resultados não caíram muito com a distância,
comprovando que esta ponteira apresenta realmente melhores atributos para a
medição de campo. Uma última constatação a respeito desta ponteira, concerne
a sua queda de sensibilidade com o aumento de freqüência. Apesar da queda não
ser muito significativa, esta informação é relevante e deve ser mencionada.
Da segunda bateria de ensaios, onde foram levantados os fatores de antena
para o conjunto de ponteiras HZ-11, conseguiu-se concluir que não se pode levar
em consideração os valores de performance factor fornecidos pelo manual do
fabricante. Através dos resultados apresentados, confere-se que para cada
freqüência, há um valor aleatório para todas as ponteiras, sendo impossível criar
uma relação ou uma reta que defina seu fator de antena. Já no manual, são
apresentadas retas decrescentes estáveis, erros de uma aproximação grosseira,
ou engano do fabricante, visto que segundo consta no manual, estes valores
foram estimados dentro de uma célula TEM.
Comparando os valores registrados na terceira etapa de medição, com os
valores alcançados na segunda, é factível se afirmar que os dois métodos
utilizados apresentaram fatores de antena diferentes para cada tipo de ponteira.
Com o surgimento destes dados, fica a incerteza sobre que tipo de fator de
antena utilizar. Realizando um estudo mais aprofundado do caso, observa-se
que, em ambas as estruturas, o levantamento dos dados é feito para o campo
considerado distante. Uma vez que tanto a GTEM como a stripline geram campos
uniformes no seu interior, pode-se considerar que o fator de antena levantado
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
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para as duas ponteiras, foi efetuado somente para medição de campo distante,
não tendo validade alguma na execução de medições de campo próximo.
Uma incógnita surgida neste terceiro ensaio, é oriunda da diferença dos
valores obtidos na estimativa dos fatores de antena. Se os campos injetados
dentro de ambas as estruturas eram estáveis e de mesma intensidade (com
exceção do campo de 1 GHz, que apresentava um valor de campo menor na
stripline), como foram obtidos resultados díspares no levantamento dos fatores?
Este é um problema que ainda merece ser estudado para que seja levantada sua
solução.
A conclusão da terceira análise acaba por invalidar os resultados da quarta
medição, onde se desejava comparar os valores de emissão de campo através da
ponteira esférica medidos na stripline e com a ponteira stub. Os valores obtidos
com a câmara, são valores extrapolados para o campo distante e os mesmos
indicam qual seria o valor de campo emitido pela ponteira esférica na distância
de 10 metros.
Os valores medidos com a ponteira stub, quando acrescidos do fator de
antena obtido tanto na GTEM, quanto na stripline, apresentaram valores de
campo muito superiores aos medidos com a stripline. Uma vez que estamos
trabalhando nas freqüências de 80, 200, 500 e 1000 MHz, teremos
conseqüentemente, comprimentos de onda de 3.75, 1.5, 0.6 e 0.3 metros. Isso
implica que para estas medidas, realizaram-se medições de campo próximo, onde
o fator de antena levantado não é válido. Logo, não é possível realizar uma
comparação direta entre os valores medidos na stripline e os medidos com a
ponteira stub. Destaca-se ainda que a sensibilidade da ponteira stub não é
grande, logo não seria possível se afastar até uma zona de campo distante, para
se efetuar uma medição com a mesma em caráter de comparação.
A última medição realizada constatou que o receiver não estava oferecendo
medições confiáveis. Mesmo somando o fator do atenuador (antes
desconsiderado) não se alcançaram valores em torno dos medidos com o
osciloscópio e o analisador de espectros. Como dentre os três ele foi o único que
não apresentou resultados iguais entre si, acredita-se que suas medições estejam
incorretas. Não pode-se excluir a hipótese de que as medidas com o osciloscópio
e com o analisador de espectros possam estar erradas, entretanto, esta
possibilidade é muito mais remota. O erro apontado na medição com o receiver
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
87
pode explicar porque os fatores de antena levantados com a stripline foram
diferentes dos encontrados na GTEM, uma vez que o equipamento é utilizado na
medição com a stripline. Também devem ser revistos os valores de emissão
mensurados na stripline analisando a emissão de campo através da ponteira
esférica. Seria interessante a realização de um mesmo ensaio, utilizando outro
receiver, a fim de verificar se há ou não existência de disparidades nos dados.
3.6 Considerações sobre o capítulo
Neste capítulo, foram detalhados todos os instrumentos de medição de
campo próximo disponíveis no laboratório, bem como as metodologias das
medições executadas até o presente momento da pesquisa.
Além disso, foram apresentados todos os resultados até aqui alcançados
através destas medições, e os mesmos foram discutidos, conduzindo a algumas
conclusões envolvendo as ponteiras de campo próximo e os métodos de medições
aqui envolvidos.
Verificou-se que algumas ponteiras não são compatíveis para os fins
destinados e que a calibração das mesmas para a região de campo próximo ainda
não foi concretizada, impedindo a validação dos valores mensurados com as
mesmas.
Também deve entrar em discussão as distâncias envolvendo campo
próximo. Através das fórmulas apresentadas, verifica-se que medições a níveis de
metro são consideradas medições de campo próximo, o que torna um pouco mais
complexa a definição dos procedimentos para medição.
No capítulo a seguir serão discutidas as conclusões preliminares do
trabalho, bem como possíveis soluções que darão continuidade ao trabalho.
CAPÍTULO 4
4 Conclusões Preliminares
O levantamento bibliográfico efetuado se mostra atual e designa que ainda não
foram realizados trabalhos com o mesmo intuito desta pesquisa. As transformações
de campo próximo para campo distante já pesquisadas são quase que em sua
totalidade voltadas para as estimativas de campos distantes de antenas ou placas
de circuito impresso. As tentativas de se estimar a emissão de campo
eletromagnético distante, baseadas nas normas de emissão eletromagnética para
uma ampla faixa de freqüência, a partir de medições de campo próximo são
escassas, justificando a execução da presente pesquisa.
Além disso, outro ponto importante que merece destaque, é o esforço para o
desenvolvimento de um novo sistema de calibração das ponteiras. A pesquisa pode
vir a originar um método inédito na calibração deste tipo de instrumentos,
acarretando numa grande inovação, uma vez que a maioria das formas de
calibração das ponteiras de campo próximo apresentadas ao longo dos anos se dá
sob o domínio de campos distantes. É possível afirmar que este feito é o maior
desafio do trabalho, e que, garantindo-se a execução do mesmo, um importante
passo para o sucesso do estudo está consolidado.
O crescente uso de equipamentos controlados eletronicamente ganha
dimensões cada vez maiores, criando-se um cenário de geração e propagação de
interferências eletromagnéticas que precisarão ser mensuradas e controladas. A
descoberta de um novo método, para se atingir os valores de emissão de campo
delineados pelas normas vigentes, dispensando as instalações de alto custo, hoje
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
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indispensáveis para os mesmos, acarretaria numa revolução na ciência de ensaios
voltados para medição de emissão eletromagnética.
Apesar de ainda obscuro, o comportamento dos campos eletromagnéticos na
região de campo próximo tem sido alvo de estudos e cada vez mais se possui
conhecimento sobre seus comportamentos e características. Estes avanços,
apontados ao longo das pesquisas publicadas, incentivam de forma estimulante o
desenvolvimento da pesquisa. Como verificado no trabalho até o momento
desenvolvido, medições na esfera de campo próximo ainda são complexas e exigem
uma maior quantidade de pesquisas para que se possa esclarecer seu
comportamento e desenvolver sistemas de medições que garantam os resultados
tanto em freqüência como em amplitude. Uma vez que o domínio da faixa de
freqüência é extenso (9 kHz a 6 GHz), é necessário ressaltar ainda a dificuldade em
desempenhar este estudo, uma vez que se trabalha com domínios de campos
próximo que variam de milímetros a metros, dificultando tanto o trabalho de
calibração quanto o de medição.
O Laboratório Maglab conta com uma grande infra-estrutura de
equipamentos, permitindo que uma extraordinária quantidade de pesquisas e
medições seja executada, de forma a cingir todas as possibilidades e desafios
pertinentes a tarefa destinada.
Até o presente, foram executadas medições de caráter experimental que
permitiram um conhecimento dos instrumentos disponíveis e que forneceram
subsídios para dar continuidade ao trabalho.
Sabe-se que a melhor ponteira para medir emissão de campo elétrico no
domínio do campo próximo é a esférica e que a ponteira de campo magnético loop 6
cm é a mais adequada para medição de campo magnético, dentro do mesmo
domínio. Ambas pertencentes ao conjunto de ponteiras de campo próximo HZ-11.
Através de discussões internas no laboratório, a visualização de uma nova
possibilidade de calibração surgiu. Através de um emissor de campo
eletromagnético simples, que possa ter seus campos analiticamente calculados ou
simulados, quer se realizar uma bateria de medições em torno do mesmo, em
diversas distâncias distintas, a fim de concretizar a calibração da ponteira de
campo próximo, comparando os valores medidos com os calculados analiticamente.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
90
Se este feito for realizado, visando ainda a vasta faixa de freqüência (9 kHz a 6
GHz), um grande passo já estará efetuado.
Além das ponteiras de campo próximo testadas, há ainda a possibilidade
criação de outras novas ponteiras, através de diversos artigos científicos que
descrevem os processos de desenvolvimento de ponteiras de campo próximo bem
como também as validações de suas medidas.
Uma vez que se tenha posse da ponteira calculada, será dado início as
medições de campo próximo, com a intenção de verificar seu comportamento e
começar os estudos relativos à criação da relação entre campo próximo e campo
distante.
No estudo de referência bibliográfica, constatou-se a existência de diversos
métodos que transformam o campo próximo em campo distante. Apesar de nenhum
deles ser destinado a proposta desta pesquisa, é de grande valia a realização de
uma investigação mais aprofundada, com o propósito de verificar se estes métodos
já existentes (ou até mesmo uma combinação de diferentes métodos) são aplicáveis
ou não no auxílio da busca da solução do problema proposto.
4.1 Continuidade dos Estudos
Os fatores colocados acima, justificam a continuidade do trabalho de
pesquisa, que se constituí, a partir de agora, de uma etapa que visa uma finalização
da busca por medições concretas e confiáveis de emissão em campo próximo.
Inicialmente devem ser empregadas técnicas baseadas na bibliografia existente ou
nas medições até aqui realizadas, que garantam os valores dos resultados medidos,
para que o estudo dos mesmos possa ser concluído.
Uma vez dominada a arte de medição de campo próximo, de forma que se
garantam os resultados de emissão mensurados, toda uma nova etapa do trabalho
pode ser executada, objetivando a caracterização do comportamento de campo
próximo a fim de se estabelecer sua efetiva contribuição na construção do campo
distante. Selecionada uma fonte emissora apropriada para os estudos, suas
medições em campo próximo e campo distante, fornecerão a fundamentação para
os estudos envolvendo as relações entre ambos.
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
91
Muito trabalho ainda deve ser realizado, e uma atenção especial deve ser
fornecida agora para o processo de calibração das ponteiras de campo próximo,
uma vez que todo o restante do trabalho está subordinado ao sucesso desta etapa
da pesquisa. O sistema de calibração que virá ser desenvolvido é relevante e reforça
a originalidade do trabalho, principalmente se voltado para toda a faixa de
freqüência compreendida nas normas de emissão de campo radiado, até hoje pouco
examinados.
Se a relação entre campo próximo e campo distante for estabelecida conforme
o ponto de vista deste trabalho, uma contribuição de enorme relevância será dada
para o estudo de emissão eletromagnética, principalmente no que concerne a
quantidade de investimentos necessários para realizar este tipo de medições. A
possibilidade da não necessitar de ambientes isolados eletromagneticamente para
realizar a medição de campo distante representa um grande avanço na ciência de
medições de campos eletromagnéticos.
Portanto, as próximas etapas de desenvolvimento desta Tese de Doutorado
objetivam a continuidade dos estudos quanto a métodos de medição de campo
próximo, a calibração eficiente das ponteiras, o desenvolvimento de um artefato
calibrável e a escolha de uma fonte emissora que será avaliada tanto em campo
próximo como campo distante. Através dos dados colhidos, serão desenvolvidos
estudos destas medições, para então, finalmente, conceber a relação entre campo
próximo e distante.
4.2 Próximas Etapas da Pesquisa
As próximas etapas pertinentes ao trabalho, no intuito de se alcançar seu
objetivo final, envolvem:
Etapa 1: Defesa do Exame de Qualificação.
Etapa 2: Realizar novas medições com a stripline e com um receiver
diferente a fim de verificar se os dados estão de acordos com os
levantados na célula GTEM;
Etapa 3: Desenvolver estudo aprofundado envolvendo medições no
domínio do tempo (osciloscópio).
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
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Etapa 4: Desenvolvimento de artefato que comprove através de cálculo
analítico os campos emitidos ao seu redor com o propósito de calibrar
as ponteiras de campo próximo.
Etapa 5: Executar as medições de campo próximo com valores
garantidos para um determinado equipamento específico, estudando e
analisando os comportamentos e características do campo próximo.
Etapa 6: Realizar a medição de campo distante do mesmo equipamento
e então dar início ao estudo das possíveis relações entre campo próximo
e campo distante;
Etapa 7: Publicações: Elaboração de artigos para congressos e revistas
da área;
Etapa 8: Estudar as relações de campo próximo e distante já existentes
com intuito de verificar se são aplicáveis para o problema aqui
discutido;
Etapa 9: Avaliação geral dos resultados, ajustes, geração de
publicações e redação da Tese;
Etapa 10: Defesa da Tese.
4.3 Cronograma
Cronograma de Atividades
Etapa Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
1 DQ 2009 2 2010
3 2010
4 2010
5 2010
6 2010 7 2011
8 2011
9 e
10 DT 2011
Medição: As etapas de medições faltantes, estão relacionadas a
efetivação da calibração das ponteiras, e ao levantamento de um banco
de dados constituído a partir de medidas de campo próximo com
valores corretos, que sirvam como fundamento para a criação da
relação que determine os valores de campo distante a partir dos
PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
93
mesmos. Algumas medições devem ser repetidas com o uso de outros
equipamentos e deve ser proposta uma fonte emissora que será
analisada tanto em campo distante como em campo próximo para o
desenvolvimento da relação.
Estudos: De posse dos resultados confiáveis das medições de campo
próximo, permite-se efetuar um estudo mais denso das características e
comportamento de campo próximo, no intuito de estabelecer a relação
entre o mesmo e a estimativa do campo distante para as distâncias
estabelecidas na norma. A fase de estudos envolve ainda uma análise
das transformações NF-FF existentes, verificando se as mesmas são ou
não aplicáveis para o caso aqui discutido.
Publicação: os primeiros resultados serão utilizados na elaboração de
artigos técnicos para publicação em eventos e revistas qualificadas na
área do conhecimento.
Redação: O processo de escrita da tese será efetuado paralelamente as
atividades, como forma de documentação das experiências e
conhecimentos relativos ao trabalho em questão. Posteriormente, as
fases destinadas ao envio do material aos relatores e a correspondente
solicitação da data para defesa, chegando ao prazo final para a defesa
do trabalho.
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