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A galera tem a força! A galera tem a força! Número 2 – 2009 Distribuição Gratuita www.revistaviracao.org.br Jovens na linha de frente contra a aids Jovens na linha de frente contra a aids

Escuta Soh 02

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Revista produzida pelos adolescentes e jovens da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/aids

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Page 1: Escuta Soh 02

A galeratem a força!A galeratem a força!

Número 2 – 2009Distribuição Gratuitawww.revistaviracao.org.br

Jovens na linha de frentecontra a aidsJovens na linha de frentecontra a aids

Page 2: Escuta Soh 02

Quem segurou as pontasAmanda Proetti, Fátima Ribeiro,Rassani Costa e Vivian Ragazzi,do Projeto/Revista Viração eCamila Pinho, do Grupo Vhiver

Jovens repórteresAna Paula, Anne Caroline,Ariane Gabriel, Arislene Cerqueira,Ezequiel Lima, Iago Costa, JéssicaPaixão, Josy Salazar, Kelly Borges,Natasha Ferreira, Rafael Biazão,Samuel Rodrigues eWilian da Cruz Amancio

ColaboradoresCarla Perdiz, Celia Szterenfelde Ludmila Viegas do Unicef;Márcio Baraldi, ilustrador

Projeto do site – EscutaSoh!Link e Cérebro

Coordenação geralPaulo Lima, do Projeto RevistaViração; Daniela Ligiéro e AlexandreMagno, do Unicef

Toda a Galera

••••• SOLTA O VERBOSOLTA O VERBOSOLTA O VERBOSOLTA O VERBOSOLTA O VERBO 44444••••• TESÃOTESÃOTESÃOTESÃOTESÃO 66666

••••• NA RODANA RODANA RODANA RODANA RODA 88888••••• RAP DEZRAP DEZRAP DEZRAP DEZRAP DEZ 1919191919

Fotos: Agência Jovem de Notícias

• MINAS BOMBOU!• MINAS BOMBOU!• MINAS BOMBOU!• MINAS BOMBOU!• MINAS BOMBOU! 77777Confira tudo o que rolou no 3o EncontroNacional de Jovens Vivendo com HIV/aids

• UMA ODE À VIDA!• UMA ODE À VIDA!• UMA ODE À VIDA!• UMA ODE À VIDA!• UMA ODE À VIDA! 1010101010A galera fez uma vigília em homenagem

a todas/os que a aids tirou de perto de nós!

• MÃO NA MASSA• MÃO NA MASSA• MÃO NA MASSA• MÃO NA MASSA• MÃO NA MASSA 1111111111Uma mostra do que aconteceu nas oficinas,grupos temáticos e mesas de debatedurante o Encontro

• JOVENS VIVENDO NA BAHIA• JOVENS VIVENDO NA BAHIA• JOVENS VIVENDO NA BAHIA• JOVENS VIVENDO NA BAHIA• JOVENS VIVENDO NA BAHIA 1616161616Salvador também viveuum super encontro de jovensvivendo com HIV/aids

• HQS NA LUTA CONTRA A AIDS• HQS NA LUTA CONTRA A AIDS• HQS NA LUTA CONTRA A AIDS• HQS NA LUTA CONTRA A AIDS• HQS NA LUTA CONTRA A AIDS 1717171717As histórias em quadrinhossão mais uma ferramentapara vencer o preconceito

Mapa da

minaMapa da

mina

Projeto GráficoIDENTITÀ Profissionais de ComunicaçãoAdriana Toledo BergamaschiMarta Mendonça de Almeida

Fotolito DigitalSANT´ANA Birô

ImpressãoTarfc

e-mail – Redação da Viraçã[email protected]

Jornalista ResponsávelPaulo Pereira LimaMTB 27.300

De mãos dadas pela vida

Page 3: Escuta Soh 02

é agalera

é agaleramandandomandandoseu recado!seu recado!

3Revista Escuta Soh!

ESCUTA SOH! E FAÇA BARULHO

Escuta Soh!scuta Soh!scuta Soh!scuta Soh!scuta Soh! o tamanho do barulho que o tamanho do barulho que o tamanho do barulho que o tamanho do barulho que o tamanho do barulho quejovens do Grupo Vhiver, de Belo Hori-jovens do Grupo Vhiver, de Belo Hori-jovens do Grupo Vhiver, de Belo Hori-jovens do Grupo Vhiver, de Belo Hori-jovens do Grupo Vhiver, de Belo Hori-zonte, juntamente com Unicef,zonte, juntamente com Unicef,zonte, juntamente com Unicef,zonte, juntamente com Unicef,zonte, juntamente com Unicef,

UNFPA, Governo de Minas e Programa Na-UNFPA, Governo de Minas e Programa Na-UNFPA, Governo de Minas e Programa Na-UNFPA, Governo de Minas e Programa Na-UNFPA, Governo de Minas e Programa Na-cional DST/aids fizeram no 3cional DST/aids fizeram no 3cional DST/aids fizeram no 3cional DST/aids fizeram no 3cional DST/aids fizeram no 3ooooo Encontro Na- Encontro Na- Encontro Na- Encontro Na- Encontro Na-cional de Jovens Vivendo com HIV/aidscional de Jovens Vivendo com HIV/aidscional de Jovens Vivendo com HIV/aidscional de Jovens Vivendo com HIV/aidscional de Jovens Vivendo com HIV/aids“Protagonismo Jovem e Ativismo”.“Protagonismo Jovem e Ativismo”.“Protagonismo Jovem e Ativismo”.“Protagonismo Jovem e Ativismo”.“Protagonismo Jovem e Ativismo”.

Falamos em silêncio e ouvimos barulhos,Falamos em silêncio e ouvimos barulhos,Falamos em silêncio e ouvimos barulhos,Falamos em silêncio e ouvimos barulhos,Falamos em silêncio e ouvimos barulhos,gritos e sussurros de um chamamento àgritos e sussurros de um chamamento àgritos e sussurros de um chamamento àgritos e sussurros de um chamamento àgritos e sussurros de um chamamento àluta contra toda e qualquer forma de dis-luta contra toda e qualquer forma de dis-luta contra toda e qualquer forma de dis-luta contra toda e qualquer forma de dis-luta contra toda e qualquer forma de dis-criminação, ofensas e desrespeito aos Di-criminação, ofensas e desrespeito aos Di-criminação, ofensas e desrespeito aos Di-criminação, ofensas e desrespeito aos Di-criminação, ofensas e desrespeito aos Di-reitos Humanos.reitos Humanos.reitos Humanos.reitos Humanos.reitos Humanos.

Mais uma vez estava lá a Vira, levandoMais uma vez estava lá a Vira, levandoMais uma vez estava lá a Vira, levandoMais uma vez estava lá a Vira, levandoMais uma vez estava lá a Vira, levandouma rádio com todos os tons e sons queuma rádio com todos os tons e sons queuma rádio com todos os tons e sons queuma rádio com todos os tons e sons queuma rádio com todos os tons e sons quemotivaram a galera, chamando, incitando,motivaram a galera, chamando, incitando,motivaram a galera, chamando, incitando,motivaram a galera, chamando, incitando,motivaram a galera, chamando, incitando,entretecendo as discussões, as alegrias, oentretecendo as discussões, as alegrias, oentretecendo as discussões, as alegrias, oentretecendo as discussões, as alegrias, oentretecendo as discussões, as alegrias, oteatro, as músicas, as noites, as festas...teatro, as músicas, as noites, as festas...teatro, as músicas, as noites, as festas...teatro, as músicas, as noites, as festas...teatro, as músicas, as noites, as festas...celebrando!celebrando!celebrando!celebrando!celebrando!

Este foi o 3Este foi o 3Este foi o 3Este foi o 3Este foi o 3ooooo Encontro Nacional de JVHA Encontro Nacional de JVHA Encontro Nacional de JVHA Encontro Nacional de JVHA Encontro Nacional de JVHAe o primeiro construído por jovens da Redee o primeiro construído por jovens da Redee o primeiro construído por jovens da Redee o primeiro construído por jovens da Redee o primeiro construído por jovens da RedeNacional de Jovens Vivendo com HIV/aidsNacional de Jovens Vivendo com HIV/aidsNacional de Jovens Vivendo com HIV/aidsNacional de Jovens Vivendo com HIV/aidsNacional de Jovens Vivendo com HIV/aids(RNJVHA). Elas/es fizeram acontecer o pra-(RNJVHA). Elas/es fizeram acontecer o pra-(RNJVHA). Elas/es fizeram acontecer o pra-(RNJVHA). Elas/es fizeram acontecer o pra-(RNJVHA). Elas/es fizeram acontecer o pra-zer da troca de experiências, a sensibiliza-zer da troca de experiências, a sensibiliza-zer da troca de experiências, a sensibiliza-zer da troca de experiências, a sensibiliza-zer da troca de experiências, a sensibiliza-ção, a construção do indivíduo, suas di-ção, a construção do indivíduo, suas di-ção, a construção do indivíduo, suas di-ção, a construção do indivíduo, suas di-ção, a construção do indivíduo, suas di-mensões e envolvimentos, passando pelamensões e envolvimentos, passando pelamensões e envolvimentos, passando pelamensões e envolvimentos, passando pelamensões e envolvimentos, passando pelaexposição, provocação, conscientização eexposição, provocação, conscientização eexposição, provocação, conscientização eexposição, provocação, conscientização eexposição, provocação, conscientização echegando até a construção de uma Agen-chegando até a construção de uma Agen-chegando até a construção de uma Agen-chegando até a construção de uma Agen-chegando até a construção de uma Agen-da Anual de Prioridades.da Anual de Prioridades.da Anual de Prioridades.da Anual de Prioridades.da Anual de Prioridades.

Escuta Soh!Escuta Soh!Escuta Soh!Escuta Soh!Escuta Soh! o tamanho da “responsa” o tamanho da “responsa” o tamanho da “responsa” o tamanho da “responsa” o tamanho da “responsa”desse pessoal! O engajamento, a profun-desse pessoal! O engajamento, a profun-desse pessoal! O engajamento, a profun-desse pessoal! O engajamento, a profun-desse pessoal! O engajamento, a profun-didade das discussões, as metodologiasdidade das discussões, as metodologiasdidade das discussões, as metodologiasdidade das discussões, as metodologiasdidade das discussões, as metodologiasutilizadas, quem estava presente nas me-utilizadas, quem estava presente nas me-utilizadas, quem estava presente nas me-utilizadas, quem estava presente nas me-utilizadas, quem estava presente nas me-sas, oficinas, grupos temáticos e... vamossas, oficinas, grupos temáticos e... vamossas, oficinas, grupos temáticos e... vamossas, oficinas, grupos temáticos e... vamossas, oficinas, grupos temáticos e... vamoscombinar... a beleza do lugar onde foi rea-combinar... a beleza do lugar onde foi rea-combinar... a beleza do lugar onde foi rea-combinar... a beleza do lugar onde foi rea-combinar... a beleza do lugar onde foi rea-lizado o encontro, a “ma-ra-vi-lho-sa” co-lizado o encontro, a “ma-ra-vi-lho-sa” co-lizado o encontro, a “ma-ra-vi-lho-sa” co-lizado o encontro, a “ma-ra-vi-lho-sa” co-lizado o encontro, a “ma-ra-vi-lho-sa” co-mida, a alegria que pontuou todo o Encon-mida, a alegria que pontuou todo o Encon-mida, a alegria que pontuou todo o Encon-mida, a alegria que pontuou todo o Encon-mida, a alegria que pontuou todo o Encon-tro. Uma ode ao amor e à vida!tro. Uma ode ao amor e à vida!tro. Uma ode ao amor e à vida!tro. Uma ode ao amor e à vida!tro. Uma ode ao amor e à vida!

O Unicef disse: “Aproveitem cada minu-O Unicef disse: “Aproveitem cada minu-O Unicef disse: “Aproveitem cada minu-O Unicef disse: “Aproveitem cada minu-O Unicef disse: “Aproveitem cada minu-to, coloquem o que querem, falem, esta-to, coloquem o que querem, falem, esta-to, coloquem o que querem, falem, esta-to, coloquem o que querem, falem, esta-to, coloquem o que querem, falem, esta-mos aqui para ouvir”. O MEC disse: “Po-mos aqui para ouvir”. O MEC disse: “Po-mos aqui para ouvir”. O MEC disse: “Po-mos aqui para ouvir”. O MEC disse: “Po-mos aqui para ouvir”. O MEC disse: “Po-dem contar com o MEC no que couber”. As/dem contar com o MEC no que couber”. As/dem contar com o MEC no que couber”. As/dem contar com o MEC no que couber”. As/dem contar com o MEC no que couber”. As/os jovens da RNJVHA disseram: “Nós nãoos jovens da RNJVHA disseram: “Nós nãoos jovens da RNJVHA disseram: “Nós nãoos jovens da RNJVHA disseram: “Nós nãoos jovens da RNJVHA disseram: “Nós nãoiremos nos calar mais, vamos formalizar,iremos nos calar mais, vamos formalizar,iremos nos calar mais, vamos formalizar,iremos nos calar mais, vamos formalizar,iremos nos calar mais, vamos formalizar,sustentar esta Rede, vamos alcançar os jo-sustentar esta Rede, vamos alcançar os jo-sustentar esta Rede, vamos alcançar os jo-sustentar esta Rede, vamos alcançar os jo-sustentar esta Rede, vamos alcançar os jo-vens vivendo com HIV/aids e fazer com quevens vivendo com HIV/aids e fazer com quevens vivendo com HIV/aids e fazer com quevens vivendo com HIV/aids e fazer com quevens vivendo com HIV/aids e fazer com queeles mostrem a sua voz!”. Depois de umaeles mostrem a sua voz!”. Depois de umaeles mostrem a sua voz!”. Depois de umaeles mostrem a sua voz!”. Depois de umaeles mostrem a sua voz!”. Depois de umaleitura silenciosa, discuta, faça barulho,leitura silenciosa, discuta, faça barulho,leitura silenciosa, discuta, faça barulho,leitura silenciosa, discuta, faça barulho,leitura silenciosa, discuta, faça barulho,entre no site (www.revistaviracao.org.br/entre no site (www.revistaviracao.org.br/entre no site (www.revistaviracao.org.br/entre no site (www.revistaviracao.org.br/entre no site (www.revistaviracao.org.br/escutasoh), celebre a diversidade, reivin-escutasoh), celebre a diversidade, reivin-escutasoh), celebre a diversidade, reivin-escutasoh), celebre a diversidade, reivin-escutasoh), celebre a diversidade, reivin-dique, cultive o respeito, VIVA!dique, cultive o respeito, VIVA!dique, cultive o respeito, VIVA!dique, cultive o respeito, VIVA!dique, cultive o respeito, VIVA!

É importante destacar que as reporta-É importante destacar que as reporta-É importante destacar que as reporta-É importante destacar que as reporta-É importante destacar que as reporta-gens da revista não sofreram censura, egens da revista não sofreram censura, egens da revista não sofreram censura, egens da revista não sofreram censura, egens da revista não sofreram censura, epor isso podem não corresponder à opiniãopor isso podem não corresponder à opiniãopor isso podem não corresponder à opiniãopor isso podem não corresponder à opiniãopor isso podem não corresponder à opiniãodos parceiros e apoiadores, e sim à visãodos parceiros e apoiadores, e sim à visãodos parceiros e apoiadores, e sim à visãodos parceiros e apoiadores, e sim à visãodos parceiros e apoiadores, e sim à visãodesses jovens, viabilizando suas demandasdesses jovens, viabilizando suas demandasdesses jovens, viabilizando suas demandasdesses jovens, viabilizando suas demandasdesses jovens, viabilizando suas demandase protagonismo.e protagonismo.e protagonismo.e protagonismo.e protagonismo.

Page 4: Escuta Soh 02

Revista Escuta Soh!4

Pra você, o que émais importante na luta

texto e fotostexto e fotostexto e fotostexto e fotostexto e fotos

AMANDA PROETTIAMANDA PROETTIAMANDA PROETTIAMANDA PROETTIAMANDA PROETTI,,,,,da Viraçãoda Viraçãoda Viraçãoda Viraçãoda Viração

4 Revista Escuta Soh!

Andressa de Castro, 18 anos – São Gabriel (RS)Andressa de Castro, 18 anos – São Gabriel (RS)Andressa de Castro, 18 anos – São Gabriel (RS)Andressa de Castro, 18 anos – São Gabriel (RS)Andressa de Castro, 18 anos – São Gabriel (RS)

“Eu acho que é a informação. O que as pessoas fazemé lembrar da gente só no dia 1 de dezembro, carnaval,

datas comemorativas. A gente temo HIV o ano inteiro. As pessoas têm

que receber informação o ano inteiro.Assim não vamos ser tão discrimi-nados. As pessoas têm uma idéiamuito errada da gente. Elas achamque a gente vai morrer e nãoé bem assim. A gente vivee vive muito!”

Kagilson Lima, 27 anosKagilson Lima, 27 anosKagilson Lima, 27 anosKagilson Lima, 27 anosKagilson Lima, 27 anosSão Tomé e PríncipeSão Tomé e PríncipeSão Tomé e PríncipeSão Tomé e PríncipeSão Tomé e Príncipe

“O preconceito maior vem da camada baixa.A informação é útil, mas há pessoas ignorantesque mesmo com a informação não mudam. Elas

fixam uma idéia na cabeça e levam isso até a morte.”

Edson Silva, 21 anosEdson Silva, 21 anosEdson Silva, 21 anosEdson Silva, 21 anosEdson Silva, 21 anosBelo Horizonte (MG)Belo Horizonte (MG)Belo Horizonte (MG)Belo Horizonte (MG)Belo Horizonte (MG)

“O nome já diz. O preconceito é quandovocê não tem conhecimento de alguma

coisa, então você tem uma respostanegativa em relação a isso. O engajamento

dos próprios jovens nessa luta é o quecontribui muito pra gente quebrar o

preconceito. Por exemplo, é muito maissignificativo o negro levar informação da sua

cultura, dos seus direitos pra combater opreconceito, do que outra pessoa falar por ele.”

Talita MartinsTalita MartinsTalita MartinsTalita MartinsTalita MartinsSão Paulo (SP)São Paulo (SP)São Paulo (SP)São Paulo (SP)São Paulo (SP)

“É a informação. Se a pessoaé preconceituosa, ela precisaser informada. Eu acho que

os jovens têm que continuarnesse caminho de luta e de

engajamento por seus direitos.”

Wilian, 21 anosWilian, 21 anosWilian, 21 anosWilian, 21 anosWilian, 21 anosRio de Janeiro (RJ)Rio de Janeiro (RJ)Rio de Janeiro (RJ)Rio de Janeiro (RJ)Rio de Janeiro (RJ)

“A informação e a formacomo você passa essa informação

é muito importante.”

contra o preconceito de jovens vivendo com HIV/aids?

Pra você, o que émais importante na luta

contra o preconceito de jovens vivendo com HIV/aids?

Page 5: Escuta Soh 02

5Revista Escuta Soh!

Ademir Junior, 18 anosAdemir Junior, 18 anosAdemir Junior, 18 anosAdemir Junior, 18 anosAdemir Junior, 18 anosSão Paulo (SP)São Paulo (SP)São Paulo (SP)São Paulo (SP)São Paulo (SP)

“É informação e também formação.Informação você pode ir num site epesquisar. A formação é que tem que

vir de cedo, da escola, dos pais.”

Karina da Cruz, 21 anosKarina da Cruz, 21 anosKarina da Cruz, 21 anosKarina da Cruz, 21 anosKarina da Cruz, 21 anosSão Paulo (SP)São Paulo (SP)São Paulo (SP)São Paulo (SP)São Paulo (SP)

“O mais importante é a informa-ção. É muito importante que o

jovem se assuma para lutarcontra esse estigma.”

Nelma de Lima, 15 anos – Brasília (DF)Nelma de Lima, 15 anos – Brasília (DF)Nelma de Lima, 15 anos – Brasília (DF)Nelma de Lima, 15 anos – Brasília (DF)Nelma de Lima, 15 anos – Brasília (DF)

“O que eu acho que falta é união. Com a uniãoas pessoas vão procurar entender o próximo eisso vai fazer com que o preconceito diminua.”

Samuel Menegoni, 15 anosSamuel Menegoni, 15 anosSamuel Menegoni, 15 anosSamuel Menegoni, 15 anosSamuel Menegoni, 15 anosPorto Alegre (RS)Porto Alegre (RS)Porto Alegre (RS)Porto Alegre (RS)Porto Alegre (RS)

“Eu acho que é a convivência, porque existemvários tabus. Muita gente pensa que só por

chegar perto da pessoa vai pegar aids, e não éassim. Então, com a convivência, as pessoas vão

perceber que nós somos iguais a todo mundo.”

Deivid de Souza,Deivid de Souza,Deivid de Souza,Deivid de Souza,Deivid de Souza,17 anos – RS17 anos – RS17 anos – RS17 anos – RS17 anos – RS

“É informação, mas issose a pessoa estiver dispos-

ta a ouvir, a aprender.”

MITOS SOBRE O HIV/aids

MITO: Uma pessoa pode se contaminar com o HIVITO: Uma pessoa pode se contaminar com o HIVITO: Uma pessoa pode se contaminar com o HIVITO: Uma pessoa pode se contaminar com o HIVITO: Uma pessoa pode se contaminar com o HIVpor usar a mesma piscina que um soropositivo.por usar a mesma piscina que um soropositivo.por usar a mesma piscina que um soropositivo.por usar a mesma piscina que um soropositivo.por usar a mesma piscina que um soropositivo.

VERDADE:VERDADE:VERDADE:VERDADE:VERDADE: Mesmo que uma pessoa HIV positivo se fira Mesmo que uma pessoa HIV positivo se fira Mesmo que uma pessoa HIV positivo se fira Mesmo que uma pessoa HIV positivo se fira Mesmo que uma pessoa HIV positivo se firae sangre dentro de uma piscina, ela não poderá infectar nin-e sangre dentro de uma piscina, ela não poderá infectar nin-e sangre dentro de uma piscina, ela não poderá infectar nin-e sangre dentro de uma piscina, ela não poderá infectar nin-e sangre dentro de uma piscina, ela não poderá infectar nin-

guém porque o HIV não “sobrevive” fora do corpo humano.guém porque o HIV não “sobrevive” fora do corpo humano.guém porque o HIV não “sobrevive” fora do corpo humano.guém porque o HIV não “sobrevive” fora do corpo humano.guém porque o HIV não “sobrevive” fora do corpo humano.

MITO: Todas as pessoas que têm HIV apresentamMITO: Todas as pessoas que têm HIV apresentamMITO: Todas as pessoas que têm HIV apresentamMITO: Todas as pessoas que têm HIV apresentamMITO: Todas as pessoas que têm HIV apresentamsintomas visíveis.sintomas visíveis.sintomas visíveis.sintomas visíveis.sintomas visíveis.

VERDADE:VERDADE:VERDADE:VERDADE:VERDADE: A aids não tem cara. Normalmente, o porta- A aids não tem cara. Normalmente, o porta- A aids não tem cara. Normalmente, o porta- A aids não tem cara. Normalmente, o porta- A aids não tem cara. Normalmente, o porta-dor do vírus não carrega nenhum sinal que denuncie suador do vírus não carrega nenhum sinal que denuncie suador do vírus não carrega nenhum sinal que denuncie suador do vírus não carrega nenhum sinal que denuncie suador do vírus não carrega nenhum sinal que denuncie suacondição. Acreditar que a beleza ou a aparência saudá-condição. Acreditar que a beleza ou a aparência saudá-condição. Acreditar que a beleza ou a aparência saudá-condição. Acreditar que a beleza ou a aparência saudá-condição. Acreditar que a beleza ou a aparência saudá-vel comprovam a soronegatividade de uma pessoa é umvel comprovam a soronegatividade de uma pessoa é umvel comprovam a soronegatividade de uma pessoa é umvel comprovam a soronegatividade de uma pessoa é umvel comprovam a soronegatividade de uma pessoa é umgrande erro. Nos envolvimentos afetivo-sexuais, a únicagrande erro. Nos envolvimentos afetivo-sexuais, a únicagrande erro. Nos envolvimentos afetivo-sexuais, a únicagrande erro. Nos envolvimentos afetivo-sexuais, a únicagrande erro. Nos envolvimentos afetivo-sexuais, a únicagarantia contra o HIV é o uso correto do preservativo.garantia contra o HIV é o uso correto do preservativo.garantia contra o HIV é o uso correto do preservativo.garantia contra o HIV é o uso correto do preservativo.garantia contra o HIV é o uso correto do preservativo.

MITO: O HIV é uma ameaça apenas para homossexuais,MITO: O HIV é uma ameaça apenas para homossexuais,MITO: O HIV é uma ameaça apenas para homossexuais,MITO: O HIV é uma ameaça apenas para homossexuais,MITO: O HIV é uma ameaça apenas para homossexuais,profissionais do sexo e seus clientes.profissionais do sexo e seus clientes.profissionais do sexo e seus clientes.profissionais do sexo e seus clientes.profissionais do sexo e seus clientes.

VERDADE:VERDADE:VERDADE:VERDADE:VERDADE: Nos anos 80, a crença nesse mito infundado Nos anos 80, a crença nesse mito infundado Nos anos 80, a crença nesse mito infundado Nos anos 80, a crença nesse mito infundado Nos anos 80, a crença nesse mito infundadocustou a vida de muitas mulheres e homens heterossexu-custou a vida de muitas mulheres e homens heterossexu-custou a vida de muitas mulheres e homens heterossexu-custou a vida de muitas mulheres e homens heterossexu-custou a vida de muitas mulheres e homens heterossexu-

ais. O fato é que o HIV não faz distinção de raça, gêneroais. O fato é que o HIV não faz distinção de raça, gêneroais. O fato é que o HIV não faz distinção de raça, gêneroais. O fato é que o HIV não faz distinção de raça, gêneroais. O fato é que o HIV não faz distinção de raça, gêneroou orientação sexual. Não importa se você é homem ouou orientação sexual. Não importa se você é homem ouou orientação sexual. Não importa se você é homem ouou orientação sexual. Não importa se você é homem ouou orientação sexual. Não importa se você é homem ou

mulher, heterossexual ou gay, jovem ou idoso: o preservativomulher, heterossexual ou gay, jovem ou idoso: o preservativomulher, heterossexual ou gay, jovem ou idoso: o preservativomulher, heterossexual ou gay, jovem ou idoso: o preservativomulher, heterossexual ou gay, jovem ou idoso: o preservativoé a única defesa realmente eficaz contra o HIV/aids.é a única defesa realmente eficaz contra o HIV/aids.é a única defesa realmente eficaz contra o HIV/aids.é a única defesa realmente eficaz contra o HIV/aids.é a única defesa realmente eficaz contra o HIV/aids.

Fonte: www.vhiver.org.brFonte: www.vhiver.org.brFonte: www.vhiver.org.brFonte: www.vhiver.org.brFonte: www.vhiver.org.br

Page 6: Escuta Soh 02

Revista Escuta Soh!6

Veja a entrevista que rolou com o ator Paulinho Borges,do grupo teatral Cia. Condelon, que apresentou a peçaPedaços de Vida no 3o Encontro Nacional de Jovens Vivendo

com HIV/aids, realizado entre 25 e 28 de setembro, em Caeté (MG).A peça, que já foi vista por cerca de 1 milhão de jovens, problematizavários temas que estão presentes no dia-a-dia da galera, como abusoe exploração sexual, violências, homofobia, preconceito, e outros.

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Entrevista comPaulinho

Borges

Espetáculo teatral emociona e diverte no3o Encontro Nacional de Jovens Vivendo com HIV/aids

Revista Escuta Soh!6

ção, sobre os riscos, como setransmite ou não o vírus, porqueé muito importante a gente ter essainformação. Por isso, eu não aceiteifazer outro trabalho de teatro, poisa área de educação é a área ondeeu me sinto realizado.

Como é pra você saber queComo é pra você saber queComo é pra você saber queComo é pra você saber queComo é pra você saber queessa peça já atingiu cercaessa peça já atingiu cercaessa peça já atingiu cercaessa peça já atingiu cercaessa peça já atingiu cercade um milhão de jovens?de um milhão de jovens?de um milhão de jovens?de um milhão de jovens?de um milhão de jovens?

Participar hoje deste eventoestá sendo muito importante. Umahora eu me emocionei porque mesenti como o jovem que está dooutro lado. Não como o PaulinhoBorges, o ator que está passandoa informação, mas como jovemque está recebendo a informação.

Como é para você apresentarComo é para você apresentarComo é para você apresentarComo é para você apresentarComo é para você apresentaruma peça que proporcionauma peça que proporcionauma peça que proporcionauma peça que proporcionauma peça que proporcionainformações para estas/esinformações para estas/esinformações para estas/esinformações para estas/esinformações para estas/esjovens que vivem com HIV/aids?jovens que vivem com HIV/aids?jovens que vivem com HIV/aids?jovens que vivem com HIV/aids?jovens que vivem com HIV/aids?

Trabalhar com educaçãode jovens não é fácil porque ojovem tem uma barreira que,às vezes, é muito difícil de quebrar.Mas eu sinto uma satisfação enor-me. Ano que vem nós iremos levara peça pro Vale do Jequitinhonha,interior de Minas Gerais. Sei queiremos levar pra muitas pessoasinformações que, de certa forma,não chegam na mesma velocidadedo que chega aqui pra gente. É umasatisfação enorme estar alertandomuitos jovens, batendo de portaem porta, falando sobre a preven-

É muito complexo falar sobre isso.E a gente não tem que só lembrarda prevenção porque a TV fala otempo todo sobre isso. Nós precisa-mos alertar também sobre o precon-ceito e mostrar como estes jovensvivem, o que é ter o HIV.

Que mensagem você deixaQue mensagem você deixaQue mensagem você deixaQue mensagem você deixaQue mensagem você deixapara a Rede Nacional de Jovenspara a Rede Nacional de Jovenspara a Rede Nacional de Jovenspara a Rede Nacional de Jovenspara a Rede Nacional de JovensVivendo com HIV/aidsVivendo com HIV/aidsVivendo com HIV/aidsVivendo com HIV/aidsVivendo com HIV/aids(RNJVHA)?(RNJVHA)?(RNJVHA)?(RNJVHA)?(RNJVHA)?

Que ela venha a se fortalecercada vez mais e nunca desista, poiseu tenho certeza de que a Rede hojeajuda muita gente de todo o Brasil epode estar colaborando com muitomais na luta contra a discriminaçãoe a prevenção do HIV.

KELLY BORGES,KELLY BORGES,KELLY BORGES,KELLY BORGES,KELLY BORGES,do Escuta Soh!do Escuta Soh!do Escuta Soh!do Escuta Soh!do Escuta Soh!

Page 7: Escuta Soh 02

7Revista Escuta Soh!

Depois de ser realizadono Rio de Janeiro (RJ) e emSalvador (BA), o Encontro

Nacional de Jovens Vivendo comHIV/aids chega a sua terceira edição,desta vez em Caeté (MG). O eventoaconteceu entre os dias 25 e 28 desetembro, no Hotel Fazenda Tauá.

Este Encontro teve o diferencialde ter sido pensado e organizadopelas/os jovens. Tanto tempo parao pessoal da Rede Nacional deJovens Vivendo com HIV/aids(RNJVHA) se programar, tantasnoites mal-dormidas, tantas coisaspara resolver e, finalmente, deu tudocerto, o evento foi um sucesso.

O que foi, o que é, e o que seráa aids foi tema da primeira mesano segundo dia do Encontro (26) eabordou a história da aids. Por ai jádá pra ter noção do que foi o evento.

Essa mesa foi composta pelo in-fectologista Dirceu Greco, do Centrode Treinamento e Referência emDoenças Infecciosas e Parasitárias(CTR-DIP BH), que apresentou dadoscomo por exemplo, que cerca de10 mil pessoas são infectadaspelo vírus por dia, e a trajetóriahistórica social da aids.

Quem também esteve presentefoi Karina Ferreira (CEDOC e RNJVHA– SP) contando como é viver comHIV/aids nos dias de hoje. Ela apre-sentou perguntas para reflexão.“Mesmo tendo tanto avanço, aindahá coisas que devem ser realizadas”,disse a jovem protagonista.

Mais uma vez a Vira facilitou a comunicaçãojovem do evento e o resultado você confere

aqui na 2a edição da revista Escuta Soh!

Temas como auto-estima,comunicação e exposição social,protagonismo e defesa dos direitosdos jovens, necessidade de uniãoentre os movimentos das juventu-des, álcool, drogas e medicação,vulnerabilidade e co-infecção, aidse sexualidade X religião, família,diversidade, estigma e preconceito,também foram temas abordadosno 3o Encontro Nacional JVHA.

O que se destacou no eventofoi a união e o amor entre todas/osali. Amor de irmão, amor de amigo,o pessoal se juntou para rir e parachorar nos momentos maisemocionantes.

Um ótimo local de trocapara o fortalecimento do trabalhode cada um. Todos juntos lutandopor uma causa limpa, justa e quetodos defendem com muito amore força. Luta esta que busca umasociedade sem preconceito e querespeite as diferenças.

E por fim José Ryan (RNJVHA – AM).“O pre-conceito é uma batalha diá-ria, e acho que nunca vai acabar portermos uma sociedade egoísta.”

Havia representações de diferen-tes movimentos, além da participa-ção de pessoas do Uruguai e deSão Tomé e Príncipe, o que é legalpara que possamos fazercomparações de comoanda a aids no nos-so país e foradele. Até houvea sugestão deintercâmbiode jovens comjovens deoutros países.

Galera durantedinâmica que

trabalhou os cincosentidos em uma das

oficinas do evento

Atores em cena durante apresenta-ção da peça Pedaços de Vida, do

grupo teatral Cia. Condelon

Mesa de aberturado 3o Encontro Nacionalde JVHA

3o Encontro Nacionalde Jovens Vivendo com HIV/aids3o Encontro Nacionalde Jovens Vivendo com HIV/aids

NATASHA FERRAZNATASHA FERRAZNATASHA FERRAZNATASHA FERRAZNATASHA FERRAZe e e e e RAFAEL BIAZÃORAFAEL BIAZÃORAFAEL BIAZÃORAFAEL BIAZÃORAFAEL BIAZÃO,,,,,

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Revista Escuta Soh!8

Saúde +Prevenção= Educação

AMANDA PROETTI, FÁTIMA RIBEIROAMANDA PROETTI, FÁTIMA RIBEIROAMANDA PROETTI, FÁTIMA RIBEIROAMANDA PROETTI, FÁTIMA RIBEIROAMANDA PROETTI, FÁTIMA RIBEIROe e e e e RASSANI COSTARASSANI COSTARASSANI COSTARASSANI COSTARASSANI COSTA, do Escuta Soh!, do Escuta Soh!, do Escuta Soh!, do Escuta Soh!, do Escuta Soh!

fotos fotos fotos fotos fotos AGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIAS

Revista Escuta Soh!8

Esta já é a 3Esta já é a 3Esta já é a 3Esta já é a 3Esta já é a 3aaaaa edição do Encontro edição do Encontro edição do Encontro edição do Encontro edição do EncontroNacional JVHA e é a primeira vezNacional JVHA e é a primeira vezNacional JVHA e é a primeira vezNacional JVHA e é a primeira vezNacional JVHA e é a primeira vezque o MEC está presente. Por quê?que o MEC está presente. Por quê?que o MEC está presente. Por quê?que o MEC está presente. Por quê?que o MEC está presente. Por quê?

Omovimento da Rede Nacionalde Jovens Vivendo com HIV/aids(RNJVHA) é uma coisa nova. O projeto

do Ministério da Educação (MEC) que fala daprevenção nas escolas, Saúde e Prevenção nasEscolas (SPE) foi lançado em 2003. Algumassecretarias tanto do Ministério da Saúde comodo MEC se juntaram no lançamento desse projetocom o apoio do Unicef, da Unesco e do UNFPA.

A etapa inicial consiste na formação dos jovenscomo protagonistas, formadores de pares. Em 2006,durante a formação do sudeste, estivemos emBelo Horizonte realizando a formação de 30 jovens.Thiago e Edson, da RNJVHA, estiveram comojovens formadores, convidados pela SecretariaMunicipal de BH e reivindicaram a presença dos

jovens soropositivos no debate. Na abertura oficial da 2a Mostra do SPE,que aconteceu ano passado em Brasília (DF), o Thiago pediu para ler umamoção e foi aí que nós começamos, enquanto Ministério da Educação,a ter contato com jovens soropositivos. Na 3a Mostra, eles já participa-ram de uma forma diferente. Se constituíram como jovens, se reuni-ram, fizeram um documento, e leram no final da Mostra.

3a Mostra Nacional Saúdee Prevenção nas Escolas

Saúde +Prevenção= Educação

Maria de Fátima Simas Malheiro, técnica da área pedagógica daSecretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC) esteveno 3o Encontro Nacional de JVHA para ouvir as reivindicações da galera

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9Revista Escuta Soh!

Neste documento,Neste documento,Neste documento,Neste documento,Neste documento,elas/es pediram ao SPE me-elas/es pediram ao SPE me-elas/es pediram ao SPE me-elas/es pediram ao SPE me-elas/es pediram ao SPE me-

didas não só para a questãodidas não só para a questãodidas não só para a questãodidas não só para a questãodidas não só para a questãoda prevenção, mas também parada prevenção, mas também parada prevenção, mas também parada prevenção, mas também parada prevenção, mas também para

as/os jovens que já vivem com o HIV.as/os jovens que já vivem com o HIV.as/os jovens que já vivem com o HIV.as/os jovens que já vivem com o HIV.as/os jovens que já vivem com o HIV.De que maneira o MEC se posicionaDe que maneira o MEC se posicionaDe que maneira o MEC se posicionaDe que maneira o MEC se posicionaDe que maneira o MEC se posiciona

com relação a isso?com relação a isso?com relação a isso?com relação a isso?com relação a isso?O MEC, dentro dessa articulação, é muito mais um indutor de

políticas para informar, formar e refletir junto aos sistemas de ensino.São os sistemas que operacionalizam a política nacional de educação.Nós apoiamos a vinda de quatro jovens formadores do SPE para esteEncontro. Eu estou aqui em nome do MEC para ouvir as reivindicaçõesdos jovens, acompanhar e levar isso para a diretoria. Essa diretoria vairefletir junto aos sistemas e universidades sobre qual é o currículo ade-quado. Já há três anos nós temos recursos e muitas vezes não consegui-mos gastar por dificuldades de operacionalização. Esse ano nós já conse-guimos executar a 3a Mostra com estes recursos. Conseguimos reproduzir800 mil exemplares do material do SPE e temos ainda recursos que estãosendo repensados quanto à forma como serão utilizados. Dentro destapauta existe o posicionamento do MEC e nós pretendemos sair daquicom uma proposta escrita, não só do jovem, mas também a nossa,para ser apresentada à diretoria, pedindo uma ação que possafortalecer a participação dos jovens.

As escolas têm que cumprir certas determinações do MEC.As escolas têm que cumprir certas determinações do MEC.As escolas têm que cumprir certas determinações do MEC.As escolas têm que cumprir certas determinações do MEC.As escolas têm que cumprir certas determinações do MEC.Mas algumas dizem não. Como o MEC pode interferir comMas algumas dizem não. Como o MEC pode interferir comMas algumas dizem não. Como o MEC pode interferir comMas algumas dizem não. Como o MEC pode interferir comMas algumas dizem não. Como o MEC pode interferir com

programas como este, necessários quando tantos alunosprogramas como este, necessários quando tantos alunosprogramas como este, necessários quando tantos alunosprogramas como este, necessários quando tantos alunosprogramas como este, necessários quando tantos alunosse evadem da escola por causa do preconceito?se evadem da escola por causa do preconceito?se evadem da escola por causa do preconceito?se evadem da escola por causa do preconceito?se evadem da escola por causa do preconceito?

O MEC não tem como interferir por causa dos sistemasautônomos. Existe a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional. Ela garante a autonomiadas Secretarias de Educação Municipais eEstaduais e garante a autonomia da escola.Para tratar esses temas tem que haver umasensibilização nacional. Aí sim, nós pode-mos sensibilizar os sistemas para incorpora-rem o SPE. Apesar das dificuldades emalguns municípios, nós temos entrado nosEstados por desejo dos municípios, porqueeles têm essa autonomia de funcionamento.As demandas de direitos sexuais, reprodu-tivos, de DSTs/aids, de drogas, de tabaco,de questão de gênero, etc, são questõesque eu costumo dizer que estão no chão daescola. A participação do jovem no SPE é

uma das nossos premissas. Nós não temos que dizer o que eles devem fazer,eles devem se organizar e saber o que é melhor para eles, e o MEC, imple-mentar uma ação que seja legítima daquele grupo de trabalho, daquela

prioridade escolar. Se a escola fosse introduzir o que a Secretariada Educação Municipal quer, qual seria a identidade da escola?

A de ser só uma reprodutora?

O SPE se preocupa com aO SPE se preocupa com aO SPE se preocupa com aO SPE se preocupa com aO SPE se preocupa com aformação de educadoras/esformação de educadoras/esformação de educadoras/esformação de educadoras/esformação de educadoras/es

para lidar com a demandapara lidar com a demandapara lidar com a demandapara lidar com a demandapara lidar com a demandadestas/es meninas/os?destas/es meninas/os?destas/es meninas/os?destas/es meninas/os?destas/es meninas/os?

Nesses cinco anos deexistência do SPE foi feitauma avaliação do projetopiloto pela Unesco. Nóstemos trabalhado essaquestão de acompanha-mento e monitoramento,mas não temos oficial-

mente o resultado doavanço do SPE. Nós traba-

lhamos com a perspectivade 350 municípios que já

Essa pesquisa da Unesco mostra

Segundo técnica do MEC, Saúdee Prevenção nas Escolas foca na

formação de estudantes e professores

9Revista Escuta Soh!

Fátima foi aoEncontro para

ouvir as deman-das das/os jovens

e levar ao MEC

que os jovens declaram se sentiremmais seguros com isso e que asfamílias estão se abrindo para odiálogo com seus filhos. Mas comoa escola lida com as questões degênero, do portador, eu diria queé muito incipiente, frágil e isso vaidepender da orientação de cadaescola. No SPE, além dos alunos,focamos a formação nos profissio-nais de educação e de saúde porqueprecisamos deles articulados paraimplementar o Projeto. Para isso,estamos elaborando uma propostade formação à distância para osprofessores e profissionais desaúde em nas temáticas do SPE.Há também um movimento demobilização, que tem inclusive osinal verde da nossa diretoria, queconsiste em sensibilizar as universi-dades para pautarem essa temáticajunto à formação inicial dos profes-sores da educação básica.

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Revista Escuta Soh!10Revista Escuta Soh!

Era uma vez...uma história emocionante!

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Era uma vez...uma história emocionante!

FÁTIMA RIBEIROFÁTIMA RIBEIROFÁTIMA RIBEIROFÁTIMA RIBEIROFÁTIMA RIBEIRO, da Viração, da Viração, da Viração, da Viração, da Viraçãofotos: fotos: fotos: fotos: fotos: AGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIAS

Agente conta históriasde lobomau, de cinderela,de chapeuzinho vermelho,

enfim, de ídolos e heróis que estãoem nosso imaginário. Vamos contaruma história de gente, de pessoas,de seres humanos. Um conto demuitas fadas, ogros, duendes...

Uma pessoa ficou doente,uma pessoa sofreu preconceito,uma pessoa foi violentada, umapessoa foi hospitalizada, umapessoa lutou, uma pessoa morreu.

Um dia, outras pessoasque também ficaram doentesresolveram não mais calar suasvozes, seu sofrimento, suas dores.

Reuniram-se. Eram todas e todosmuito jovens, era vida pulsando nasbaladas, era escola pra estudar esorrir, era um hotel lindo pra seconhecer, era música pra cantare muitos sonhos pra sonhar.

Mais que tudo, eram amigase amigos pra conhecer, conviver,acrescentar, ser seu cipó!

Desta reunião, surgiuuma força tão grande quese transformou em uma redede pessoas lutando pelamesma causa. Não maisviolências, não maispreconceito, não maisdiscriminação. Lutandopor mais respeito, maisdignidade, mais concei-tos, mais oportunidades,mais vida, mais amigas,mais amigos, maisamores, muitos amores.

Conseguiram!Neste encontro, jovens

lembraram daqueles quenão estão mais no convíviodos humanos e que já sofre-ram, já ficaram doentes, játiveram seu tempo de/na vida.Deixaram tantas marcas!

Então, estes jovens reunidosfizeram uma “Vigília” em respeitoà vida, uma ode ao amor. Contarama história da vela que ilumina os

espaços particulares e coletivos,contaram a história da luz/chamaque cada um é e traz em si.

Uma história emocionante!Um círculo de luz/chama rodeadode seres humanos, de gente, de vidaque pulsa e chama a luz.

O final desta história cada umirá contar, do seu jeito, ao retornar.

Estes jovens descobriram o domde ter o sentimento do sonho, defalar em silêncio, de contar umahistória provocando um chamamen-to à luta, de se fortalecer e serem/saírem fortalecidos.

As histórias geralmente têm finalfeliz. Esta não é diferente. Elas e elesconstruíram seu final em homena-gem à vida, à luta e ao prazer dedescobrir sensações, palpitações.A mensagem final desta história:“Vocês não estão morrendo, vocêsestão renascendo para a vida”.

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Grupos Temáticosensinam, alertam eestimulam a galerano 3o Encontro Nacionalde Jovens Vivendocom HIV/aids

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No segundo dia do 3o En-contro Nacional de JovensVivendo com HIV/aids,

depois da belíssima apresentaçãoda Cia de Teatro Condelon e da Mesaque abordou a história da aids,começaram a acontecer os primeirosgrupos temáticos. Um deles trazia aproposta de trabalhar nossos cincosentidos: audição, olfato, paladar,tato e visão.

O facilitador, Marcos Vinícius,do Grupo Vhiver, trouxe materialpara mexer com a sensibilidade dossentidos dos participantes. A primei-ra dinâmica trabalhou com a ilusãode ótica. Alguns desenhos e ima-gens em um painel faziam com queas/os meninas/os enxergassemprojeções de outras imagens naparede ou até mesmo vissem aprópria ilustração se transformar,crescer ou diminuir, por exemplo.“Esse grupo temático foi umaexperiência nova, até porque essacoisa de ilusão de ótica é uma coisaque a gente tem que lidar todo dia.É uma dinâmica, mas sempre vaitrazer alguma coisa pra gente levare aplicar em nosso Estado”, dizThompson Santos Todelo, 21 anos,de São Paulo (SP), do Grupo deIncentivo ä Vida (GIV)

e da Rede Nacional de JovensVivendo com HIV/aids.

Outros elementos foramtrazidos para trabalharem a percep-ção dos cinco sentidos como objetospara a percepção do tato, alimentospara o paladar e substâncias parao trabalho de percepção do olfato.“Essa doença, quanto menos agente esperar, pode afetar algumacoisa. Então, se um dia, eu esperoque não aconteça, ficar cega ouentão não ouvir mais, aí a gentetrabalhou isso aqui e sabelidar com isso. Achei muito importan-te!”, conta Fernanda da Silva Pereira,16 anos, do Rio de Janeiro (RJ).

Algumas dinâmicas, além detrabalhar os sentidos das/os partici-pantes, trataram também da inte-gração entre elas/es. Primeiro, umexercício em dupla que consistia emsentir as mãos da/o colega de olhosfechados e tentar identicá-la/oatravés do toque. E por fim, outraatividade propunha que alguém dadupla gritasse uma palavra combi-nada previamente entre elas/es ea/o outra/o, de olhos fechados,fosse a procura de sua/seu parceira/o apenas usando a audição.“Na realidade, eles superaramas minhas expectativas. Eu não

esperava que fosse haver essaintegração, eles criaram um vínculomesmo dentro da oficina. Foi alémdo que eu queria, fiquei muito satis-feito com isso”, confessa Marcos.

Vínculos, principalmente o deamor, por sinal, é o que não deixa-mos de ver por ali!

Os cinco sentidosno 3o Encontro Nacional JVHA

AMANDA PROETTIAMANDA PROETTIAMANDA PROETTIAMANDA PROETTIAMANDA PROETTI, da Viração, da Viração, da Viração, da Viração, da Viraçãofotos fotos fotos fotos fotos AGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIAS

Os cinco sentidosno 3o Encontro Nacional JVHA

O toque não é proibido e faz toda a diferença

Marcos ficou surpresocom a vontade de

participar do Grupo

A ilusão de óticamexeu com a

imaginação da galera

A galeramergulhou

de cabeçanas dinâmicas

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GGGG G rrrr ruuuu u pppp p

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No segundo dia do 3o EncontroNacional JVHA, o pessoal se reuniunovamente em Grupos Temáticos.

Comunicação e Auto-Estima foi um deles,coordenado por Jeane, do Programa Nacionalde DST e aids, do qual participei.

Começamos com a apresentação dos que aliestavam. Depois retratamos, através de um desenho, as seguintes perguntas:“Como me vejo?”, “O que gosto de fazer?”, “O que não gosto de fazer?”, “Qual émeu sonho e maior dificuldade?”. Saiu muita coisa legal. Quanto aos sonhos,desde fazer faculdade até ter uma família.

Encerrada esta etapa, a proposta era fazer o mesmo,porém em grupo, complicando um pouco mais, já que

trabalhar em equipe exige um consenso de idéias.O objetivo desta vez era trabalhar as questões:“Como os outros me veem?”, “Como quero que mevejam” e “O que posso fazer para conseguir isso?”.

RAFAEL BIAZÃORAFAEL BIAZÃORAFAEL BIAZÃORAFAEL BIAZÃORAFAEL BIAZÃO,,,,,do Escuta Soh!do Escuta Soh!do Escuta Soh!do Escuta Soh!do Escuta Soh!

Revista Escuta Soh!12

trabalha auto-estima

Bárbara Gleice Barros de Lima, 19 anos,de Recife (PE), foi uma das participantes do Grupoe descreveu sua experiência: “Foi bem legal!Houve várias discussões e, na nossa vida,

se encontramos algo para nos deixar para baixo,temos que levantar a cabeça e continuar.”

Ozéias Azevedo de Camargo, 23 anos, de Rondônia,contou como o 3o Encontro Nacional de JVHA o fezcrescer: “Estou gostando muito do evento e aprenden-

do também coisas que levarei para meu Estado. Emrelação a coisas que possam afetar a auto-estima,a dica é nunca abaixar a cabeça, não dar atençãoa nenhum tipo de discriminação, continuar a vida.Nunca sofri preconceito porque quando alguémtentou me afastar, consegui abrir os olhos da pessoae mostrar que estava errada.”

Este e outros Grupos Temáticos fizeram parteda programação do Encontro que também contou

com mesas, oficinas, festas e muita comunicação.A ViraViraViraViraVira, mais uma vez, esteve presente facilitando

a cobertura jovem feita pela galera.

A galera participou em pesoda programação do Encontro

Mais um Grupo Temático no 3o Encontrode JVHA: dessa vez a tarefa é conhecer

a si mesmo para impor respeito

Conhecer a si mesmoé o primeiro passo

para enfrentar o monstrochamado preconceito

Integração foi característicamarcante durante todo o evento

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13Revista Escuta Soh! 13Revista Escuta Soh!

Aimportância da comunicação e exposição social: vantagens e desvan-tagens, direitos e deveres de cada ator social. Este foi mais um GrupoTemático que rolou no segundo dia do 3o Encontro Nacional de JVHA.

Com Fátima Ribeiro como facilitadora, o Grupo debateu a importância dacomunicação na luta social para a construção do “ser cidadão”no processo de educação para as mídias.

Fátima iniciou exibindo um documentário chamado Riscando o Risco, produ-zido pelo grupo SOS Adolescentes, de Campinas (SP). Após o vídeo, o Grupo foiaberto para debate. Uma das discussões que rolou entre as/os participantes foia forma como a mídia conduz alguns casos relatados por elas/es mesmas/os.

Percebe-se que alguns profissionais de jornalismo não estão capacitados paraalguns tipos de matérias. Oséias Cerqueira deu um exemplo ao relatar uma expe-riência sua. Ele e um grupo de jovens vivendo com HIV/aids deram uma entrevista.Ao ser publicada, a matéria não continha quase nada do que eles haviam falado.O jornalista distorceu as declarações e ainda inventou algumas informações.

Chato e absurdo, mas isso é algo comum. Acontece todos os dias.E o pior é que as pessoas ainda não conhecem seus direitos parareivindicálos nessa hora. Informação existe, mas por que muitaspessoas não conseguem compreendê-la?

Muita discussão, troca de experiências e a contextualização dafacilitadora. Essa foi a dinâmica do Grupo. Fátima conduziu de maneira quetodos construíssem pensamentos e reflexões de forma coletiva, colaborativa.E deu certo! Chegamos à conclusão de que informação é diferente de forma-ção. Informação somente não educa. É preciso ensinar, formar, para que aspessoas saibam se valer da informação, para que ela seja uma ferramenta emmãos preparadas para utilizá-la. Temos que matar um leão por dia. E dá traba-lho. Mas, afinal, quem disse que luta cidadã é fácil?

na construçãoda cidadania

NATASHA FERREIRA,NATASHA FERREIRA,NATASHA FERREIRA,NATASHA FERREIRA,NATASHA FERREIRA, do Escuta Soh! do Escuta Soh! do Escuta Soh! do Escuta Soh! do Escuta Soh!fotos fotos fotos fotos fotos AGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIAS

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Oque foi, o que é e oque será a aids? Essefoi o tema da primeira

mesa no segundo dia do 3o En-contro Nacional de JovensVivendo com HIV/aids. A mesatrouxe a história da aids.

Dirceu Greco, do Centro deTreinamento e Referência emDoenças Infecciosas e Parasitárias(CTR-DIP) de Belo Horizonte (MG),contou o que é a aids e sua trajetóriahistórico-social. O infectologista,além de números (cerca de 10 milpessoas infectadas pelo vírus pordia) contou sobre a origem dadoença, possivelmente originadanos primatas da África. Devido àcaça e à alimentação, o homemteve contato com o vírus, que foi seadaptando até se instalar no corpohumano. Além disso, relatou quesete dos treze medicamentos dispo-níveis são produzidos no Brasil.

Um dos grandes problemasrelacionados à transmissão está nas350 mil pessoas, aproximadamente,que são portadoras do vírus e não

(RNJ VHA), de São Paulo (SP),contando como é viver com HIV/aidsnos dias de hoje. Trouxe perguntaspara o público poder refletir. “Mes-mo tendo tanto avanço, ainda hácoisas que devem ser realizadas”,disse a jovem protagonista.

José Ryan, da RNJ VHA (AM)trouxe a complementação, já queos componentes da mesa haviamfalado sobre o que foi e o que é aaids. José veio trazendo o que será,quais as perspectivas, porémcomeçou resgatando as vitóriasobtidas do movimento de luta contrao HIV/aids. “O preconceito é umabatalha diária e acho que nunca vaiacabar por termos uma sociedadeegoísta”, desabafou, e encerrou como trecho de um texto de sua criação:“Para se construir uma vida perfeita,precisamos sempre dar o primeiropasso, e para se dar o primeiropasso, temos que sonhar.”

da aidsda aids

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RAFAEL BIAZÃORAFAEL BIAZÃORAFAEL BIAZÃORAFAEL BIAZÃORAFAEL BIAZÃO, do Escuta Soh!, do Escuta Soh!, do Escuta Soh!, do Escuta Soh!, do Escuta Soh!fotos fotos fotos fotos fotos AGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIASAGÊNCIA JOVEM DE NOTÍCIAS

têm ciência disso. Dirceu encerroufalando sobre os cuidados médicospreventivos, os exames para transfu-são sanguínea, o trabalho que é feitovisando a prevenção na transmissãovertical e a redução de danos, ofere-cendo seringas para os usuáriosde drogas injetáveis.

Tivemos também Karina Ferreira,do Centro de Educação e Documen-tação sobre Adolescer Vivendo como HIV/aids da ONG Nossa Senhorado Bom Parto e da Rede Nacionalde Jovens Vivendo com HIV/aids

História, números e informação: o caminhopara prevenir e vencer o preconceito

Informações sobre a trajetória dovírus chamam a atenção da galera

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15Revista Escuta Soh! 15Revista Escuta Soh!

“Realizar um encontro com entidadesjuvenis para deliberar ações onde serãomultiplicadas as idéias para um eventode integração dos jovens do município”.Samuel, 23 anos, Coelho Neto

GISELLA HICHEGISELLA HICHEGISELLA HICHEGISELLA HICHEGISELLA HICHE, da Viração, da Viração, da Viração, da Viração, da Viraçãofotos fotos fotos fotos fotos GISELLA HICHEGISELLA HICHEGISELLA HICHEGISELLA HICHEGISELLA HICHE

De 23 a 25 de outubro,cerca de 80 jovens de maisde 40 municípios maranhen-

ses se reuniram no SESC Olho DÁgua, em São Luís (MA), paraparticipar da oficina “HIV/aids –Vamos prevenir? Então vamoscomunicar?”, promovido peloFundo das Nações Unidas paraa Infância (Unicef), em parceriacom a Bem-Estar Familiarno Brasil (BEMFAM).

O encontro aprofundou oconhecimento das/os jovenssobre o HIV/aids, a situação daaids no Maranhão e a necessidadede divulgar informação e combater opreconceito. O promotor da Infânciae da Juventude, Dr. Márcio ThadeuMarques, abordou o tema sob aótica dos direitos previstos naConstituição e no Estatuto daCriança e do Adolescente (ECA).

Depois das apresentações, queainda contaram com o depoimentode pessoas vivendo com HIV/aids,as/os jovens participaram deoficinas de rádio, fotografia,jornal mural e música. Conhecerou aprimorar o uso dessasferramentas de comunicaçãopara ajudar no trabalho demobilização nos municípios foium dos objetivos dessas oficinas.

Immaculada Prieto, do Unicef,afirma que “o incentivo paracomeçar o projeto vem da certeza deque o jovem e o comunicador temum papel importante com a preven-ção do HIV/aids e que este é umtema que precisa ser abordado emtodos municípios”. No que dependerdos participantes, a mobilização nosmunicípios vai começar assim queeles voltarem. Confira as ações queelas/es pretendem botar em prática!

“Debater e esclarecer formasde infecção do vírus, comjovens da pastoral, escolas eoutras entidades.”Eleudiane, 21 anos,Duque Bacelar

“Sensibilizar com palestrase seminários. A parceria com

a prefeitura é muitoimportante para amultiplicação da

informação.”Damiana, 22 anos,

Presidente Juscelino

“O público-alvo são os jovens queainda estão na escola, para debatere informar, criar um boletiminformativo sobre HIV/aids edivulgar entre a população.”Franscisco, 29 anos, São Bernardo

“Por meio do ConselhoTutelar, além de jovensdas escolas, atingindo jovensde programas do Governo.”Deuzenir, 25 anos,Santo Amaro

“O melhor da artede comunicar sãoas ferramentas com

que se pode fazer palestras,oficinas, teatro e música.”

Carol, 20 anos, São Luís

Jovens do Maranhãona luta de prevenção contra o HIV/aids

Sabe como jovens do Maranhãovão ajudar a prevenir o/a HIV/aids?Pela comunicação!

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Revista Escuta Soh!16 Revista Escuta Soh!16

DAN DALTRO, MILENA OLIVEIRA, NILTON LOPESDAN DALTRO, MILENA OLIVEIRA, NILTON LOPESDAN DALTRO, MILENA OLIVEIRA, NILTON LOPESDAN DALTRO, MILENA OLIVEIRA, NILTON LOPESDAN DALTRO, MILENA OLIVEIRA, NILTON LOPESe e e e e WILTON MERCÊSWILTON MERCÊSWILTON MERCÊSWILTON MERCÊSWILTON MERCÊS, do Virajovem Salvador (BA), do Virajovem Salvador (BA), do Virajovem Salvador (BA), do Virajovem Salvador (BA), do Virajovem Salvador (BA)

fotos fotos fotos fotos fotos VIRAJOVEM SALVADOR*VIRAJOVEM SALVADOR*VIRAJOVEM SALVADOR*VIRAJOVEM SALVADOR*VIRAJOVEM SALVADOR*

Uma galera jovem se fez pre-sente no I Encontro Nordes-tino de Jovens Vivendo e

Convivendo com HIV/aids, realizadopelo Grupo de Apoio e Prevenção àAIDS (GAPA-BA), entre os dias 11 e13 de outubro, no Hotel Vila Velhaem Salvador (BA). O evento, quereuniu cerca de 100 participantes,trouxe à tona discussões sobre ocotidiano das/os jovens, revelandonovas possibilidades de atuaçãoindividual e coletiva. Foram levanta-das questões sobre os direitosdessas/es jovens, além de temas

como participação juvenil,adesão terapêutica,

convivência com aaids e diversidade

regional.Várias ofi-

cinas acontece-ram durante oEncontro, comoa “Aprendendo

a Ser e Convi-ver”, que envol-

veu dança eteatro e ressal-

tou a importânciada fala, da criação e da artecomo forma de terapia.A oficina Prevenção Positivatratou de pensar estratégiasde prevenção para que pessoassoropositivas mantenham asorologia e não transmitam ovírus para suas/eus parceiras/os.E a oficina Adesão Terapêutica

discutiu como as pes-soas aderem à medi-cação sem medo deserem discriminadas.

A jovem Camilade Sá, 21 anos, deItabuna (BA), partici-pou das oficinas e ficouatenta às palestras. “Oencontro está sendo muitobacana e tem gente de um bocadode lugar”, diz. Já o educadorHenrique Vieira, 26 anos, de Maceió(AL), achou a discussão polêmica eprodutiva: “Tenho certeza de queencontros como esse reforçam o serhumano para a valorização da vida epara que possa mobilizar outrosatores que vivem com a doença.”

A militante e ativista pela garantiados direitos da pessoa com vírusHIV/aids, Eliana dos Santos, disseque é muito discriminada pelasociedade, mas que encontra apoioquando vai tratar sobre o assunto

em escolas da regiãoonde mora.

“No início daminha faladigo quetenho o víruse fica umsilêncio total.Quando

acabo apalestra as

pessoas meabraçam. Isso é

gostoso!”, exclama.

Uma das atividades mais aguar-dadas foi a apresentação do grupode teatro Plataforma Solidariedadeque mostrou a peça A gente já dissetudo. Composto por jovens doGAPA-BA, a apresentação trouxereflexões sobre a pessoa que vive econvive com o vírus, a relação e oplanejamento familiar, o cuidadocom a/o outra/o, a negligência dosdireitos humanos, entre outrostemas importantes.

O Encontro mostrou a forma comque as pessoas que vivem e convi-vem com HIV/aids são vistas, trata-das e de que forma pode-se transfor-mar esse horizonte. A todo momen-to mexeu com a consciência das/osparticipantes, incentivando a lutacontra a discriminação e as condutaslesivas aos direitos humanos daspessoas com HIV/aids e a reivindica-ção pela adoção de uma política desaúde eficaz.

* Integrantes de um dos* Integrantes de um dos* Integrantes de um dos* Integrantes de um dos* Integrantes de um dosConselhos Jovens da Vira pre-Conselhos Jovens da Vira pre-Conselhos Jovens da Vira pre-Conselhos Jovens da Vira pre-Conselhos Jovens da Vira pre-sentes em 21 Estados do Paíssentes em 21 Estados do Paíssentes em 21 Estados do Paíssentes em 21 Estados do Paíssentes em 21 Estados do País

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é a palavraé a palavraConscientizaçãoConscientização

Jovens nordestinos que vivem e convivemcom HIV/aids se encontram em Salvador

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17Revista Escuta Soh! 17Revista Escuta Soh!

Quadrinhos prontos!

texto e fotos:texto e fotos:texto e fotos:texto e fotos:texto e fotos:GISELLA HICHEGISELLA HICHEGISELLA HICHEGISELLA HICHEGISELLA HICHE e e e e e VIVIAN RAGAZZI, VIVIAN RAGAZZI, VIVIAN RAGAZZI, VIVIAN RAGAZZI, VIVIAN RAGAZZI,

da Redaçãoda Redaçãoda Redaçãoda Redaçãoda Redação Este ano, o “slogan” do Dia Mundialde Luta Contra a AIDS foi Dia Mundial2008 – Sexo não tem idade. Proteção também

HIV/aids:informar é preciso!

Conheça maisuma ferramenta decomunicação social:a história em quadrinhos

não, com foco nas pessoas com mais de 50 anos,em especial, os homens. Isso por causa do cresci-mento da epidemia entre pessoas nessa faixa etária.

Mas, é importante que o enfrentamento ao HIV/AIDSnão se concentre somente no dia 1o de dezembro.

Poucos sabem que há distribuição gratuita decamisinha nos postos de saúde. Muitas letras

de funk alardeiam que “sem camisinha é melhor”.Os meios de comunicação de massa só falam sobre

o tema durante o Carnaval, como se as pessoassó transassem em fevereiro ou março.

A lista da desinformação é longa! Então,não importa se é por rádio, jornal, teatro ou quadrinhosquadrinhosquadrinhosquadrinhosquadrinhos.O importante é fazer circular informações sobre o HIV. É comconhecimento que podemos fazer da prevenção um hábitode todas/os, e do preconceito em relação às pessoas vivendocom HIV/aids, uma atitude do passado. Para isso,todas/os precisam se tornar comunicadores.

Com este foco, a ViraçãoViraçãoViraçãoViraçãoViração organizou nos dias11 e 12 de novembro a oficina Comics Power “HIV/ aids:Informar é preciso!”. Reunimos jovens das ONGs Centro SocialNossa Senhora do Bom Parto, Centro Franciscano de Luta contra

a Aids (Cefran) e do Criança Esperançapara ensinar a metodologia do indianoSharad Sharma. Trata-se da elaboraçãode Histórias em Quadrinhos (HQs) paraa mobilização social. Qualquer pessoa,mesmo sem saber desenhar, pode fazeras HQs. Como disse Helber Pereira dosSantos, “a oficina mostrou que o impor-tante não é saber desenhar. O ComicsPower ensina a passar a mensagem deuma forma descontraída”. As/os partici-pantes agora têm uma missão: passarpara frente o que aprenderam e organi-zar outras oficinas, seja na escola,na ONG ou entre amigos.

Confira os quadrinhos produzidos.Eles serão distribuídos em forma detirinhas nas ruas e também em forma decartazes para serem colados nos murosda cidade (lambe-lambe).

Aprendendo a fazerquadrinhos...

HIV/aids:informar é preciso!

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Revista Escuta Soh!18Arte e roteiro: Camila Santos, do Centro Franciscano de Luta contra a aids

Revista Escuta Soh!18

GRANDES AMIGOSGRANDES AMIGOS

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Roteiro produzido por Wilian da Cruz Amancio, do Escuta Soh!

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