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ESCUTA DICÓTICA EM USUÁRIOS IDOSOS DE PRÓTESE AUDITIVA NICOLI VALVERDE MAFRA (1) ANGELA RIBAS (2) (1) Fonoaudióloga, Especializanda em Audiologia clínica e ocupacional pela Universidade Tuiuti do Paraná, UTP, Brasil. (2) Fonoaudióloga; Mestre em Distúrbios da Comunicação, Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Professora adjunta da Universidade Tuiuti do Paraná, UTP, Brasil. Orientadora de pesquisa. Trabalho apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista, Curso de Audiologia clínica e ocupacional, Universidade Tuiuti do Paraná.

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ESCUTA DICÓTICA EM USUÁRIOS IDOSOS DE PRÓTESE AUDIT IVA

NICOLI VALVERDE MAFRA (1)

ANGELA RIBAS (2)

(1) Fonoaudióloga, Especializanda em Audiologia clínica e ocupacional pela Universidade

Tuiuti do Paraná, UTP, Brasil.

(2) Fonoaudióloga; Mestre em Distúrbios da Comunicação, Doutora em Meio Ambiente e

Desenvolvimento Urbano, Professora adjunta da Universidade Tuiuti do Paraná, UTP,

Brasil. Orientadora de pesquisa.

Trabalho apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista, Curso de

Audiologia clínica e ocupacional, Universidade Tuiuti do Paraná.

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RESUMO

Introdução: Atualmente, a exemplo do que acontece no mundo, a população brasileira vem

crescendo aceleradamente e, com a melhora da qualidade de vida, está atingindo idade mais

avançada. A dificuldade de audição é um dos déficits que acometem o idoso em seu processo de

envelhecimento e a utilização de recursos tecnológicos, como a prótese auditiva, é uma forma de

minimizar os efeitos negativos da deficiência auditiva no idoso. A prática clínica revela que,

muitas vezes, idosos com perda bilateral não se acostumam com o uso de duas próteses,

abandonando um aparelho. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a escuta dicótica de

usuários de prótese auditiva que não se adaptam ao uso binaural. Método: Participaram da

pesquisa 15 indivíduos com idade entre 50 e 80 anos, de ambos os sexos, usuários de aparelhos

auditivos com indicação bilateral há mais de seis meses. Apesar de terem dois aparelhos utilizam

somente um. Foi aplico: breve anamnese, audiometria tonal e teste Dicótico de Dígitos em

cabine tratada acusticamente e audiômetro Beta 6000. Resultados: 100% da amostra falharam

no teste dicótico de dígitos, fato esperado devido à idade e a deficiência auditiva da amostra. Em

relação à dominância da orelha no teste Dicótico de Dígitos, a maior parte dominou a orelha

direita. Correlacionando o lado dominante com o lado da prótese auditiva, 93% obtiveram o

mesmo lado de dominância no exame e no uso da prótese. Conclusão: Pode-se concluir com os

achados, que os pacientes utilizavam a prótese auditiva do mesmo lado em que apresentavam a

maior porcentagem de acertos no teste Dicótico de Dígitos. Este fato demonstra que a via

auditiva na qual os usuários apresentam mais acertos para o teste é considerada a melhor via para

qualidade sonora ser enviada com sucesso. Isto pode justificar a escolha destes usuários de

somente uma prótese auditiva. Este estudo possui a importância de demonstrar a eficácia da

inserção de exames do processamento auditivo na bateria da avaliação audiológica para

indicação e seleção de próteses auditivas.

Palavras - Chaves: Audição, idoso, percepção auditiva, escuta dicótica, testes auditivos,

interação binaural.

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente a população brasileira vem crescendo aceleradamente, contribuindo assim

para o crescimento da população idosa. Os efeitos do envelhecimento podem iniciar-se antes

mesmo da idade considerada idosa, 60 anos, para países em desenvolvimento, como é o caso do

Brasil. Estes efeitos acontecem pela diminuição do desempenho do funcionamento do

organismo.

O índice de envelhecimento aponta para mudanças na estrutura etária da população

brasileira. Em 2008, para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos existiam, 24,7 idosos de 65

anos ou mais. Em 2050, o quadro muda e para cada 100 crianças existirão 172,7 idosos, o que

demonstra a grande aceleração populacional dos idosos (IBGE, 2008).

Em dezembro de 2011, o IBGE, divulgou a expectativa de vida da população brasileira

no ano de 2010 de 73,5 anos (COUTINHO e LAKS, 2012).

A dificuldade de audição é um dos déficits que mais atingem os indivíduos que

envelhecem, sendo esta uma doença incapacitante, pois afeta a habilidade do sujeito de se

relacionar com o outro. É a agente de diversos efeitos, como: isolamento social, depressão,

comunicação inativa, que afetam seriamente a qualidade de vida do indivíduo (FRANCELIN,

MOTTI e MORITA, 2010).

A utilização dos recursos tecnológicos é uma forma de minimizar os efeitos negativos da

deficiência auditiva em idosos. Contudo, diversos aspectos podem influenciar a não utilização

desses recursos, como: a precária orientação ao usuário; falta de aconselhamento; expectativas

inadequadas quanto aos benefícios da prótese auditiva e suas limitações (ANDRADE, et al.

2007).

Segundo Russo (1999) em indivíduos portadores de perda auditiva bilateral, o uso de dois

aparelhos é o ideal, pois confere ao usuário a capacidade de localizar eventos sonoros no

ambiente, bem como favorece a resolução de freqüência. Apesar disto, na prática clínica não é

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raro observarmos pessoas que possuem perdas bilaterais não se acostumarem com o uso de dois

aparelhos, em geral, abandonam o uso de um e referem ter melhor ganho com adaptação

unilateral.

Diante disso, o objetivo deste estudo foi avaliar a escuta dicótica em usuários de prótese

auditiva que não se adaptam ao uso binaural, assim como analisar a ocorrência de dominância

em uma das orelhas testadas no teste Dicótico de Dígitos e correlacionar a orelha não adaptada

com a prótese auditiva, quanto ao lado não dominante do usuário.

1.1 A perda auditiva no idoso

A presbiacusia é a perda de audição provocada pelo processo de envelhecimento, uma

diminuição da sensibilidade auditiva com redução na inteligibilidade de fala em níveis

supraliminares, tendo seu início anterior aos 60 anos. Atinge ambos os sexos, porém estudos

mostram que nos homens o inicio é precoce, sendo a evolução mais rápida (SOUSA e RUSSO,

2009).

Existem três tipos de perda auditiva. A perda auditiva condutiva é provocada pelo

bloqueio ou lesão do ouvido externo e/ou médio dando origem a perda de intensidade sonora. A

neurossensorial é ocasionada por lesão ou mau funcionamento da cóclea (parte sensorial) ou do

nervo auditivo (parte neural) conducente a uma perda de intensidade sonora. A perda auditiva

mista ocorre quando existe um problema na via condutiva (no ouvido externo ou médio) e na

via nervosa (ouvido interno) (BISTAFA, 2011).

Seguindo a classificação de Lloyd e Kaplan (1978), as perdas auditivas são

especificadas em grau leve (26 – 40dBNA), moderado (41 – 55dBNA), moderadamente severo

(56 – 70dBNA), severo (71 – 90dBNA) e perda auditiva de grau profundo (> 90dBNA)

(BISTAFA, 2011).

Em virtude da interferência da perda auditiva na qualidade de vida dos indivíduos, estes

são encaminhados para reabilitação que se inicia em muitos casos, com a seleção e a adaptação

de próteses auditivas.

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Os aparelhos de amplificação sonora são compostos basicamente por microfone,

amplificador, receptor e a fonte geradora de energia (pilha). Diante das características físicas, os

aparelhos podem ser retroauriculares, no qual a posição do corpo do aparelho encontra-se atrás

do pavilhão auricular ou intra-aurais, sendo posicionado na concha do pavilhão ou no meato

acústico externo da orelha. O conhecimento dos componentes e características eletroacústicas

dos aparelhos auditivos é fundamental para que o fonoaudiólogo possa obter a seleção adequada,

indicação e adaptação, almejando o sucesso do tratamento (GARCEZ e TEIXEIRA, 2011).

O objetivo principal da adaptação de próteses auditivas é assegurar sua efetividade em

minimizar as dificuldades auditivas experimentadas pelos idosos e reduzir as conseqüências

psicossociais geradas pela deficiência auditiva. Ao avaliar as limitações auditivas de idosos com

perda auditiva sensorioneural de grau moderado a severo segundo variáveis escolaridade e grau

da perda, por meio do questionário de auto-avaliação Abbreviate Profile of Hearing Aid Benefit

(APHAB), os autores Flores e Iório (2012), observaram benefícios com a prótese na facilidade

de comunicação, reverberação e ruído ambiental. Não encontraram associação entre benefício,

escolaridade e grau da perda auditiva.

Segundo Ferrari (2011), é grande o número de adaptações de aparelhos auditivos com

amplificação digital, devido à melhor qualidade sonora, se comparado a analógica. A seleção

destes componentes apropriadas às necessidades do usuário propicia a aceitação e satisfação do

uso do aparelho em adultos.

Com intuito de verificar a efetividade de um programa de treinamento auditivo com

idosos usuários de próteses auditivas, Andrade et al. (2007), aplicaram em um grupo de 18

idosos um treinamento formal, no qual, demonstrou benefícios aos usuários idosos no período de

adaptação das próteses auditivas, além de modificar o comportamento auditivo destes pacientes.

No estudo de Almeida et al. (2008) foi verificado a melhora na qualidade de vida de

adultos e idosos após a adaptação da prótese auditiva e se ocorre influencia nos resultados

perante a variável sexo. Foi utilizado o instrumento WHOQOL-bref, como questionário em 20

indivíduos de ambos os sexos, com idade entre 45 e 81 anos. A pesquisa obteve como resultado

que a adaptação da prótese auditiva promoveu a melhora na qualidade de vida de todos os

sujeitos avaliados, independente do sexo.

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A adaptação ao uso dos aparelhos de amplificação sonora costuma ser um processo

complexo, especialmente para os indivíduos idosos, no qual, necessita de um maior período para

assimilarem todas as etapas da adaptação e ajustamento a amplificação.

Assim, Borges et al. (2008), caracterizaram a percepção do idoso e do familiar sobre as

dificuldades e os benefícios vivenciados pelo idoso no processo inicial de adaptação da prótese

auditiva. Foram aplicados questionários padronizados para 31 idosos e seus respectivos

familiares. Em relação aos benefícios da utilização da prótese, não ocorreu concordância entre o

usuário e o familiar, demonstrando a falta de orientação adequada quanto ao objetivo da

amplificação.

1.2 Escuta dicótica – definição da habilidade e situações de uso na vida diária

O processamento auditivo diz respeito aos processos do sistema da audição responsáveis

pelos elementos comportamentais de localização e lateralizacao sonora; discriminação auditiva;

reconhecimento de padrões auditivos; aspectos temporais, abrangendo resolução, mascaramento,

integração e ordenação temporal; e desempenho auditivo na presença de sinais competitivos

(BATISTA, 2010).

Uma das mais comuns manifestações da desordem do processamento auditivo central é a

dificuldade de compreensão da fala em situações de ruído. Resultante de um déficit no

processamento neural do estímulo auditivo.

A população idosa pode apresentar uma desordem do processamento auditivo central,

devido a uma progressiva assimetria do cérebro decorrente do envelhecimento cerebral. Este

processo resulta em uma diminuição da informação auditiva, levando a dificuldades em

processar informações verbais e não-verbais (FROTA e LIPORACI, 2010).

Na pesquisa de Costa e Henriques (2011), foi observada a diferença estatisticamente

significante entre a relação sinal ruído em campo livre, com sujeitos com e sem perda auditiva.

No qual houve um desempenho inferior do deficiente auditivo para perceber as sentenças no

ruído.

Ao comparar o desempenho entre mulheres jovens e idosas para o teste de resolução

temporal RGDT (Random Gap Detection Test), Barreiro, Queiroz e Santos (2009), concluíram

7

que com o avanço da idade a dificuldade de resolução temporal é de grande importância dentre

as habilidades auditivas do indivíduo idoso.

A percepção da direção dos sons é um fenômeno que acontece de maneira inconsciente

desde o início da vida, sendo uma função relacionada com a sobrevivência. Para que ocorra a

percepção da direção sonora, a discriminação de diferenças muito sutis de intensidade,

freqüência e tempo devem existir. A localização sonora ocorre pela influência da onda entre as

orelhas, as denominadas diferenças interaurais (COLAFÊMINA, et al. 2008).

Em idosos com deficiência auditiva, a percepção da direção sonora é ineficaz,

apresentando grandes dificuldades em identificar a localização da fonte sonora durante um

discurso.

Os primeiros testes para avaliar o sistema nervoso auditivo central surgiram na década de

1950, tendo como finalidade a verificação da integridade da via auditiva. Em seu estudo, Frasca,

Lobo e Schochat (2011) se propuseram avaliar a confiabilidade de alguns dos testes que avaliam

o processamento auditivo central, por meio de teste e reteste. A amostra foi de 40 indivíduos,

todos fizeram duas vezes os testes de localização, memória seqüencial verbal e não verbal, dois

testes monóticos e dois dicóticos, incluindo o teste Dicótico de Dígitos.

O teste Dicótico de Dígitos avalia a habilidade do indivíduo de agrupar elementos do

sinal acústico em figura-fundo e identificá-los. Este teste deve ser aplicado através de um

Audiômetro de dois canais, acoplado a um CD player. O exame é composto de uma lista de 20

pares de dígitos, nos quais serão denotados ao paciente pelo fone em cabine acústica. Os

resultados obtidos são registrados em folha de marcação própria. Resultados normais, ou seja,

pela literatura, porcentagem de acertos maior que 90%, indicam uma boa habilidade inter-

hemisférica. Respostas alteradas em ambas as orelhas sugerem alterações no hemisfério esquerdo

(PEREIRA e SANTOS, 1997).

Klagenberg, et al. (2009), estudaram o desempenho da escuta dicótica em idosos com

perda auditiva periférica. Foram avaliados 30 idosos com mais de 60 anos, portadores de perda

auditiva neurossensorial. Foi aplicado o teste de escuta dicótica – dissílabos alternados (SSW).

70% dos idosos apresentaram alteração em pelo menos uma das orelhas nas condições esquerda

ou direita competitiva. O desempenho na escuta dicótica em idosos pode ser comprometido

8

devido à perda auditiva periférica, com isso, tem-se observado um prejuízo das informações

acústicas, o que diminui a probabilidade de se entender a fala. Portanto, a avaliação da escuta

dicótica é uma importante ferramenta, no aperfeiçoamento da seleção e adaptação dos aparelhos

de amplificação sonora individual para que seu uso seja mais significativo.

1.2 Cuidados na adaptação de prótese no idoso.

Em um curto período de tempo, diferentes informações são transmitidas ao novo usuário

de prótese auditiva. O usuário necessita entender e armazenar tais informações para imediata

recuperação e ação, assegurando o uso adequado do amplificador.

Bastos, Ferrari e Geraldo (2011), realizaram uma pesquisa no intuito de verificar a

retenção de informações sobre a perda auditiva e o uso e cuidados da prótese auditiva em novos

usuários. Os achados demonstraram diferença significativa na retenção das informações entre

adultos e idosos, nos quais estes últimos apresentam maiores dificuldades. Os autores concluíram

a falta de estratégias que facilitem a melhor compreensão sobre a doença e suas alternativas de

tratamento.

A seleção da prótese demanda considerações cuidadosas em relação ao modelo

retroauricular (BTE), intra-auricular (ITE), intracanal (ITC) ou microcanal (CIC); ao tipo de

adaptação, monoaural ou binaural; tecnologia de amplificação, analógica ou digital; e

características eletroacústicas, como ganho acústico, saída máxima e faixa de freqüência

(AVILA, et al. 2011).

Ávila et al. (2011), verificaram o uso efetivo da prótese auditiva (AASI) pelos idosos,

seus benefícios sociais e pessoais e sua relação com o desempenho cognitivo. Os resultados

comprovaram que o uso do AASI proporcionou benefícios efetivos, sociais e pessoais para todos

os idosos, independentemente dos resultados do Mini-Mental, e lhes permitiu retornar às relações

comunicativas, além de reduzir a percepção do handicap auditivo. Entretanto, pôde-se observar

tendência de melhor desempenho com o AASI em sujeitos sem alteração no Mini-Mental.

Na pesquisa de Cintra, Maciel e Paiva (2011), foram identificados os fatores envolvidos

na busca e no uso de próteses auditivas pelos idosos. Foram selecionados 25 idosos de ambos os

sexos usuários de prótese. Todos os usuários responderam a um questionário. Os autores

9

concluíram que a maioria dos idosos entrevistados usa o(s) aparelho(s) diariamente, o que sugere

uma boa adaptação ao processo. Treze idosos relataram procurar próteses auditivas, por interesse

próprio. As facilidades quanto ao uso envolvem a melhora da conversação e para ouvir TV; as

dificuldades foram quanto ao uso em ambientes ruidosos, não conseguem compreender o que é

dito em palestras e igrejas, e quanto ao uso do telefone, referiram não apresentar melhora com a

prótese.

Buriti e Oliveira (2012), em seu estudo propuseram-se avaliar a adaptação dos aparelhos

auditivos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e propor ações educativas, com base nas

necessidades dos usuários. Foram aplicados dois questionários estruturados com questões

fechadas para os indivíduos. Os resultados demonstraram que os usuários apresentam

dificuldades em relação ao uso e ao manuseio da prótese, as quais influenciam negativamente na

adaptação do aparelho. Os autores enfatizaram a necessidade da promoção de ações de educação

em saúde auditiva, a fim de minimizar tais dificuldades e favorecer a adaptação ao uso de

prótese.

1.3.1 Dificuldades da adaptação binaural no idoso.

Há evidências que sugerem ocorrência de degeneração coclear, mudanças estruturais no

nervo auditivo, nas vias centrais no tronco encefálico e ao nível temporal, resultando em

disfunção do sistema auditivo periférico e central, associadas ao processo de envelhecimento

(BESS, F. H.; HEDLEY-WILLIAMS, 2001).

O protocolo fonoaudiológico de seleção e adaptação da prótese auditiva para adultos e

idosos evidencia que um maior número de informações coletadas propicia melhor orientação da

expectativa real e maior efetividade no aconselhamento ao uso da prótese, favorecendo, desta

maneira, o desempenho auditivo, a satisfação e o benefício do usuário (BENTO et al. 2011).

Costa, Petry e Santos (2010), em sua pesquisa propuseram comparar a influência do

tempo de uso da prótese de adultos e idosos, sobre o benefício obtido com as mesmas. Os

indivíduos foram avaliados 14 e 90 dias após a adaptação dos aparelhos. Não foi verificado

influência do tempo de uso da prótese sobre o benefício. Os resultados por adultos e idosos

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foram semelhantes. Contudo, o uso de prótese auditiva pode ocasionar plasticidade do sistema

auditivo e melhorar o reconhecimento da fala ao longo do tempo.

Canto et al (2012), propuseram-se avaliar o efeito da prótese auditiva na qualidade de

vida, no equilíbrio e no medo de queda em idosos com perda auditiva bilateral. O estudo foi

realizado com 56 idosos com perda auditiva neurossensorial, aplicando-se um questionário. 50%

dos idosos se adaptaram ao uso das próteses. Foi observado que o sexo masculino teve maior

dificuldade em adaptar-se ao aparelho auditivo e que as variáveis, idade, grau de perda, presença

de zumbido e vertigem não interferiram na adaptação. O uso da prótese auditiva propiciou a

melhora dos domínios da qualidade de vida, o que refletiu em uma melhor autoconfiança e

conseqüentemente, em longo prazo, na redução do medo de queda.

Com o objetivo de estudar a habilidade de escuta dicótica de um grupo de indivíduos com

mais de 50 anos, os autores Marques, Ribas e Rosa (2009), verificaram um transtorno do

processamento auditivo em todos os grupos avaliados. A habilidade auditiva mais afetada foi à

atenção seletiva. Os pesquisadores concluíram que com o avanço da idade as alterações do

processamento auditivo central, em especial para a escuta dicótica, ficam mais propensas a

aparecer.

1.3.2 Contribuições do processamento auditivo neste processo.

Evidências sugerem que o Sistema Auditivo Central de idosos é capaz de se modificar e,

com o treinamento auditivo, o indivíduo aprende a vivenciar diferentes sons de maneiras

significantes.

Iorio, Megale e Schochat (2010), submeteram 42 indivíduos, portadores de deficiência

auditiva, usuários de próteses auditivas binaurais, a um programa de treinamento auditivo. A

amostra foi avaliada com os testes de Fala com Ruído, Escuta com Dígitos, e questionário de

auto-avaliação Abbreviated Profile of Hearing Aid Benefit (APHAB), em três momentos: sem

próteses (primeira avaliação), quatro semanas (segunda avaliação), e oito semanas (terceira

avaliação. Os autores observaram que o programa de treinamento auditivo em cabina acústica foi

efetivo com relação ao benefício durante o processo de adaptação das próteses auditivas.

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A deficiência auditiva acarreta dificuldades na comunicação, as quais podem ser

eliminadas e minimizadas pela adequada indicação e adaptação de próteses auditivas e do

treinamento auditivo.

Na população idosa, déficits da inteligibilidade de fala podem ter causas periféricas ou

centrais. A dessimetria em testes dicóticos verbais aumenta com a idade e influência a falha na

transferência inter-hemisférica e nas funções cognitivas. A introdução dos testes dicóticos na

avaliação auditiva de idosos pode auxiliar na identificação precoce dos processos degenerativos

peculiares do envelhecimento (CURY e GONCALES, 2011).

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2. MÉTODO

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Tuiuti do

Paraná, sob o número CEP/UTP027/2008. Os participantes da pesquisa assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, autorizando a participação de seus dados, de acordo com as

Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, Resolução Nº

196/96.

Constituíram a amostra, 15 indivíduos, nove do sexo feminino e seis do sexo masculino,

com faixa etária de 50 a 80 anos. Todos os sujeitos com diagnóstico de perda auditiva

neurossensorial simétrica de grau moderado, com indicação de uso de prótese auditiva binaural

há mais de seis meses, porém não adaptados em uma orelha.

A coleta de dados ocorreu no período de Abril a Novembro do ano de 2011. Para seleção

dos sujeitos da pesquisa, foi realizada uma busca em 120 prontuários de uma Clínica de

Audiologia em Florianópolis, Santa Catarina. Esta Clínica é credenciada pelo Sistema Único de

Saúde de acordo com a Portaria de Saúde Auditiva em Média Complexidade (BRASIL, 2004).

Destes prontuários analisados, foram selecionados 34 pacientes que utilizavam apenas uma

prótese auditiva. Somente quinze sujeitos se disponibilizaram em participar da pesquisa, os

demais por motivo pessoal e de doença, não puderam ser avaliados.

Depois de breve anamnese que visou colher dados sobre a identificação de cada usuário,

tempo de uso da prótese e queixa principal da motivação em usar somente um aparelho auditivo,

foi aplicado o teste de processamento auditivo central Dicótico de Dígitos, segundo Pereira e

Schochat (2005) utilizando-se um audiômetro Beta 6000 de dois canais e Cd player acoplado.

Todos os pacientes possuíam audiometria recente.

O teste foi realizado em cabine acústica e fone TDH 39, sem o uso dos aparelhos

auditivos.

Os dados foram digitados e tratados estatisticamente e estão apresentados a seguir.

13

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em nosso estudo verificamos que dos 15 sujeitos pesquisados 60% são do gênero

feminino e 40% do masculino. Na pesquisa de Birck et al. (2011), foi descrito o perfil dos

pacientes do Programa de Saúde Auditiva do Estado de Santa Catarina atendidos no Hospital

Universitário. Foram avaliados os dados referentes à idade, sexo, tipo e grau de perda auditiva,

duração, comorbidades e etiologia provável. Foram analisados 304 prontuários nos quais

demonstraram prevalência significante do sexo feminino, no grupo de adultos, com perdas

auditivas neurossensoriais. Este estudo vem a corroborar com a atual pesquisa, mesmo com a

pequena amostra o estudo atual apresentou prevalência do sexo feminino, com perdas auditivas

neurossensoriais.

O gráfico 1 apresenta a distribuição da amostra segundo a idade dos sujeitos da pesquisa.

Foi observado que dos quinze indivíduos, três apresentam idade entre 50 a 60 anos; três possuem

idade entre 61 a 70 anos e a grande parte do estudo, nove sujeitos apresentam idade entre 71 a 80

anos.

Gráfico 1 – Idade da amostra

0

2

4

6

8

10

50-60 anos 61-70 anos 71-80 anos

3 3

9

Faixa etária dos Pacientes

14

Pode-se notar que a maioria dos sujeitos se concentrou na faixa etária entre 71 a 80 anos,

sendo uma população mais idosa.

Barros et al. (2008), investigaram a eficiência das funções auditivas centrais de idosos

que relatam ouvir bem. Foram avaliados 40 idosos com faixa etária de 60 a 75 anos. Utilizaram-

se testes do processamento auditivo, como: padrão de freqüência e dissílabos alternados por meio

de tarefa dicótica. Concluiu-se que os indivíduos idosos que referem ouvir bem apresentam

prevalência relevante de sinais de ineficiência das funções auditivas centrais. O declínio no

processamento binaural está freqüentemente relacionado com o envelhecimento, mas não se

manifesta em todos os casos.

O gráfico 2 apresenta as queixas dos usuários e motivo pelo qual não utilizam dois

aparelhos auditivos, apesar de possuírem perda bilateral.

Gráfico 2 – Caracterização das queixas

4

9

2

Queixa Principal da Adaptação Binaural

Ruído Interferência na comunicação Estética

A interferência binaural é a condição na qual o desempenho binaural é mais prejudicado

do que o monoaural. Alguns indivíduos apresentam atuação de uma orelha tão inferior à outra

que uma orelha atrapalha o desempenho da outra ocorrendo à interferência binaural. A adaptação

binaural poderia ser acompanhada de maneira mais eficaz se as avaliações auditivas centrais

15

fossem incluídas como parte dos procedimentos de seleção e adaptação de aparelhos auditivos

(RUSSO, 2011).

A queixa de "ouvir pouco" está relacionada à compreensão de fala, principalmente em

local ruidoso. O progresso tecnológico das próteses auditivas nos últimos dez anos não atingiu o

completo contentamento quando o ambiente possui ruído competitivo. Muitos pesquisadores

vêm utilizando testes comportamentais do processamento auditivo na tentativa de encontrar

soluções para as dificuldades de compreender a fala, perceber seus aspectos suprasegmentais e

acompanhar as mudanças rápidas dos estímulos sonoros (COSTA e ZIMMER, 2012).

Os quinze pacientes da pesquisa adquiriram aparelhos auditivos binaurais, contudo todos

se adaptaram apenas a uma orelha, 53% da amostra preferem usar na orelha direita e 47% na

esquerda.

Branco-Barreto e Perrella (2005), em seu estudo citaram autores como: Carter et al.

(2001) e Jerger et al. (1993), nos quais referem que indivíduos que apresentam desempenho ruim

em tarefas de escuta dicótica podem obter melhor aproveitamento com o uso da amplificação

unilateral. Casos de idosos com prejuízo bilateral da audição que optaram pela adaptação

bilateral, demonstrando o efeito da interferência binaural. Neste caso a resposta da pior orelha

interferiu na resposta da melhor orelha, proporcionando um melhor desempenho com a

amplificação unilateral.

O exame de processamento auditivo conta a maneira pela qual construímos a consciência

do mundo por meio da audição. Pode ser uma medida de atenção e memória auditiva. Resultados

podem ser considerados medidas da atenção e/ou memória auditiva que caracterizam diferentes

transtornos, disfunções e envelhecimento de vias (ALVAREZ, 2011).

O teste Dicótico de Dígitos avalia a habilidade auditiva de figura-fundo para sons verbais,

por meio da tarefa de escuta dicótica e integração binaural. Os estímulos verbais deste teste são

representados por vocábulos de dígitos apresentados em tarefa dicótica. A identificação

adequada dos estímulos recebidos na orelha direita indica integridade neurobiológica, incluindo a

comunicação inter-hemisférica em nível de corpo caloso. Resultados alterados em ambas as

orelhas sugerem alterações no hemisfério esquerdo (ORTIZ et al. 2007).

16

Este teste Dicótico de Dígitos foi aplicado aos quinze pacientes do estudo. O gráfico

abaixo apresenta a dominância de resposta, ou seja, o maior número de acertos referente ao lado

direito ou esquerdo do paciente. A maior parte da amostra obteve dominância na orelha direita

(oito sujeitos). Seis usuários tiveram dominância para a orelha esquerda. E somente um paciente

não teve dominância para nenhum dos lados, tendo o número de acertos iguais para as duas

orelhas.

Gráfico 3 – Dominância de orelha segundo o teste dicótico de dígitos

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Orelha Direita

Orelha Esquerda

Sem Dominância

Do

min

ân

cia

no

Te

ste

Dic

óti

co

de

Díg

ito

s

8

6

1

Dominância no Teste Dicótico de Dígitos

Em seu estudo, Jerger e Martin (2005), indivíduos normais destros eram mais rápidos e

exatos ao reportar estímulos verbais recebidos na orelha direita, apresentando vantagem auditiva

direita. Os autores descrevem a interferência binaural como ineficiência na transferência

interhemisférica, déficit de orelha esquerda em tarefas dicóticas e melhor desempenho de orelha

direita.

Neste aspecto a pesquisa acima vem a corroborar com o atual estudo, onde a maioria dos

participantes demonstrou dominância para a orelha direita.

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Em pesquisa de Pereira e Pinheiro (2004), foram estudados os aspectos de interação de

sons verbais e não-verbais em idosos com e sem perda auditiva, por meio dos testes de

processamento auditivo. Foram selecionados 110 idosos, na faixa etária dos 60 a 85 anos com

audição normal ou com perda auditiva neurossensorial de grau até moderadamente-severo. Os

idosos apresentaram dificuldade no processo de interação binaural quando a informação auditiva

não está completa. O grau da perda auditiva interferiu principalmente no comportamento

auditivo de localização.

Para Becker, et al. (2011), indivíduos com audição normal com queixas clínicas de

dificuldades de entender a fala em ambientes ruidosos possuem maior dificuldade na tarefa de

reconhecimento de sentenças no ruído quando comparados a sujeitos que não relatam essa

dificuldade. Devido a isso, sugerem na rotina de testes da avaliação audiológica, inclusão de

testes que empregam sentenças na presença de ruído competitivo, avaliando de forma mais eficaz

o desempenho do reconhecimento de fala.

No estudo de Frota e Liporaci (2010), foi avaliada a resolução temporal de indivíduos

idosos com deficiência auditiva. Verificou-se a influência da perda auditiva no desempenho do

teste Gaps in Noise (GIN). A presença da perda auditiva elevou os limiares de detecção de gap e

diminuiu a porcentagem de acertos no teste.

A correlação entre o lado adaptado da prótese auditiva e o lado dominante no teste

Dicótico de Dígitos também foi estudada e os dados encontram-se na tabela 1.

18

PACIENTES SEXO LADO ADAPTADO

DOMINÂNCIA NO EXAME

P1 F OD OD

P2 M OD OD

P3 F OE OE P4 F OE OE

P5 M OD OD

P6 F OE IGUAL

P7 M OE OE P8 F OD OD

P9 F OE OE

P10 F OE OE P11 M OD OD P12 F OE OE

P13 F OD OD

P14 M OD OD

P15 M OD OD

Tabela 1- Relação entre orelha dominante e lado da adaptação do AASI.

É possível verificar que na amostra estudada, oito sujeitos possuem a orelha direita como

o lado adaptado da prótese auditiva e a dominância no exame. Para a orelha esquerda seis

usuários apresentam como lado adaptado e dominante no teste. Somente um sujeito utiliza o

AASI no lado não dominante para o teste aplicado.

Ainda foi verificado que o fator causal mais indicado, pelo não uso das próteses auditivas

bilaterais, referidas pelos usuários foi a interferência que o segundo aparelho tem sobre a

comunicação. A maioria apresentou relatos de que um aparelho auditivo interfere na outra

prótese.

Walden, Walden (2005), realizaram um estudo comparando o desempenho de idosos com

perda auditiva neurossensorial com adaptação mono ou binaural no reconhecimento de sentenças

na presença de ruídos. Os achados verificaram que a maioria dos pacientes apresentou melhor

desempenho no ruído com amplificação unilateral, sendo esta tendência mais evidente com o

19

aumento da idade. Observaram ainda que o reconhecimento de fala foi melhor na orelha direita

do que na esquerda.

O processamento das informações auditivas depende do bom funcionamento de suas

habilidades auditivas. Para que estas habilidades se desenvolvam adequadamente, é preciso

haver integridade funcional e estrutural do sistema auditivo periférico e central (ALVARENGA,

2012).

Estudar as habilidades do processamento auditivo pode auxiliar na adequação dos

protocolos de adaptação dos aparelhos auditivos, na diminuição das queixas dos usuários e na

qualidade de escuta e de vida desses indivíduos (ALVARENGA, 2012).

Alvarenga, et al. (2011), ressaltam a importância do comparecimento geral das famílias

no programa desenvolvido para pacientes deficientes auditivos. Este envolvimento familiar

auxilia na adaptação do usuário com a nova tecnologia auditiva. Ainda refere o treinamento

auditivo como peça chave para o desenvolvimento da adaptação da prótese auditiva. O cérebro

pode se modelar, pode se corrigir e pode reverter à própria plasticidade diante de estímulos e

tarefas específicas, mesmo com o avanço da idade, isto é, sob treinamento cognitivo.

A prevalência da deficiência auditiva em idosos é alta. Entretanto, a falta de estudos de

base populacional em âmbito nacional, pode explicar o fato de a Política Nacional de Saúde da

Pessoa Portadora de Deficiência fazer referência à literatura internacional, ao citar a presbiacusia

como principal causa de deficiência auditiva em idosos, com incidência de aproximadamente

30% na população com mais de 65 anos (ALVES, et al. 2011).

A avaliação audiológica na pessoa idosa deve envolver não só os exames que visam

definir os limiares audiológicos do indivíduo, como a audiometria tonal, mas também considerar

a percepção do paciente em relação a sua perda auditiva, no aspecto funcional, suas atividades

sociais, familiares e diárias (ALVES, et al. 2011).

20

4. CONCLUSÃO

Nosso estudo permitiu verificar que os pacientes portadores de perda auditiva bilateral,

com indicação de prótese bilateral, mas que preferem utilizar apenas um aparelho, o fazem por

possuírem dominância de uma orelha sobre a outra.

Este fato sugere que a via auditiva na qual os sujeitos apresentam mais acertos para o

teste Dicótico de Dígitos é considerada a melhor via para a adaptação sonora. Isto pode justificar

a escolha dos usuários por somente um aparelho auditivo.

Esta pesquisa explanou a importância e eficácia da inserção de testes de processamento

auditivo central na bateria da avaliação audiológica para indicação e seleção de próteses

auditivas. A audiometria tonal e vocal indica a integridade da via auditiva periférica, os exames

do processamento auditivo sugerem a integridade da via central. Estes em conjunto, auxiliam na

adequada escolha da prótese auditiva e sua satisfação perante o usuário na qualidade sonora

apresentada.

Sugere-se um estudo com um número maior de participantes, para qualificar a amostra e

a pesquisa com maior fidedignidade, trazendo benefícios para ciência do estudo de idosos e

amplificação sonora com qualidade.

21

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APÊNDICE:

PESQUISA DAS HABILIDADES DE INTEGRACAO BINAURAL E S EPARACAO BINAURAL EM PACIENTES

MAL ADAPTADOS EM UMA ORELHA.

Data do Exame: ___/___/___.

Nome do Paciente: _____________________________________________________________.

N. do Prontuário: __________.

Tempo de Adaptação: ______________. AASI que usa (lado): _______. Tecnologia: ________.

Queixa: ______________________________________________________________________.

APLICACAO DO TESTE EM ATENCAO LIVRE E DIRECIONADA.

ntegração Binaural) (Separacao Binaural) (Separacao Binaural)

N. de acertos por orelha: N. de acertos: N. de acertos:

OD: ______% OD: ______% OE: _______%

OE: ______%

PARECER DO EXAME:

Assinatura do Paciente: ________________________________________________________________

Assinatura do Fonoaudiólogo: ___________________________________________________________