EPIFANIO Sintaxe Historica

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Syntaxe histrica portuguesa

Syntaxe Histrica

PortuguesaPOR

AUGUSTO EPIPHANIO DA SILVA DIAS

ISC-iqo"S.

I

.

^

(H

LISBOALIVRARIA CLSSICA EDITORA

17,

M. TEIXEIRA Praa dos Restauradores,DE A.1918

17

COMPOSTO E

AO

&.'^ nr. Dr.

^os

Ceiie

c/e

Yasconce//os

em testemunho

de amizade e subida considerao

dedica este trabalho

^ngus/o Qpiphano

c/a

Silpa S)as.

;

Designaes abreviadas

Aff.

de Albuq.

Comm.= Commentarios de

Affonso de Albuquerque;

cita-se a pagina.

Alma

instruda do Padre Manuel Fernandes: cit. o tomo e a pagina. Aniorini=Francisco Gomes de Amorim. Andrade, A5ce/.= Miguel Leito d'Andrade, Miscellanea : cita-se a

pagina.

Ant. de S=Antonio de S (16201678) pagina.Archeol,^=Archeologo Portugus:cit.

:

cit,

o titulo do sermo e a

o tomo e pagina. o numero do dialogo. \ulegr.=Aulegrafia de Jorge Ferreira de Vasconcellos:

Arraes=Frei Amador Arraes:e a scena.

cit.

cit.

o acto

Azurara=Gomes Eanes deConquista da Guin..

Azurara, Chronica da Guin=Chronica da

Balthasar Estaco, Sonetos ed. de 1604 cit. o folio. Mrio Barreto: Novos Estudos da Lingoa PortuBarreto, Novos Es/.. :

=

guesa cita-so a pagina. Barros=Joo de Barros:sia

v

Iiopica=R. Pnefma: cit. a ed. do Visconde de Azevedo; Dialogo da Viciosa Vergonha.

Bern.=Diogo Bernardes, O Lima: cit. o folio da edio de 1596; s vezes o numero da cloga. Bern. Ribelro=Bornardim Ribeiro, Menina e Moa: cit. a parto e o capitula,ou ento o folio da edio de 1557. As eglogas socitadas pela edio de 1557.Blut.,

yoc.=Kaphael Blutoau, Vocahtdario Portugus,

etc.

Brchy\.=Brachyologia de Prncipes de Fr. Jacintho de Deus.

;

VIII

SYNTAXK HIBTOUICA roKTUGUKSA

CamilloCainillo Castollo IJraiico: rcrfilPerfil do Marquez de Pomba!; JiohcmiaIiuhcnnu do lispirito. Caminha-!*, do Andrndo Caminlia, PoesiasDr. Priebscli, llallca pagina.a. S.: cit.

inditas

publicadas pelocit.

a pagina.l'"r.

Cartas Esplrit.=Ca/7as EnjiirHuais de

Antnio das Cliagas:

Cast.-Antnio Feliciano de Castilho: Chavc=:A Chave do Euiyma: cit. a pagina da Historia do Portugal

ed.

da Empresa da

FaM.=Os Faslos do Ouiono=0 OtUono:

Ovidio:cit.

cit.

o tomo e a pagina;

a edio da lmprosa da Historia de

Portugal, o tomo e a pagina; Quadros RisLOs Quadros Histricos, da ed. da mpresa otc.: cit. o tomo o a pagina; Misanth.=^0 Misanlhrojw. Castanh. - Castanheda, Hist. du dc^cobr. c conquista da ndia: cit. da edio rollandiana o tomo e o capitulo, quando no se diga outra cousa. Ceita- -Frei Joo do Ceita, Sermes: cit. o folio. Chiado Antnio Ribeiro Chiado: Pral. Pratica doilo fiyuras: cit. o folio da 1. edio; Rcgal,=Aulo das licgateiras, contido no volume em (jue vem a Pratica das oito figuras: cit. o folio da 1." edio. cit. da edip de EpiphaChr. F. Ciiristovo Falco, Obras do nio Dias o numero da decima do Crisfal. Corr. de Abusos= Corrcrfo de Abusos do Fr. Manoel de Azevedo. Corte lmp.=-Corlc Imperial (obra anonyma): cit. a pagina. Corte ReaI=-.Jeronymo Corto Real: .\auf.=z Naufrgio de Seplveda: cit. a pagina tia ed. rollan-

:

diana.

Costa e SiIva=Jos Maria da Costa o Silva, Os Argonautas de Apolonio de Khodos: cit. a pagina. Crystaes d'Alma de Cerardo do Kscobar. Diego Aff. Diogo Affonso, Historia da vida e martyrio do glorioso:

S.'"

Thomas,

1554:

cit.

a pagina.riais an-

Doe. das Chance!. Reais--Docun)cntos das chancelarias teriores a 1531 publicados por Pedro de Azevedo. Ea de Queiroz, Crime=0 Crime do Padre Amaro.

SYNTAXE HISTRICA PORTUGUESA

IX

En. Pori.=Eneida Forlugueza de Joo Franco Barreto. Esmeraldo='sfera/o de silu orbis de Duarte Pacheco Pereira: cit. a pagina da ed. de Epiphanio Dias. Esp[eIho] de casados do Dr. Joo de Barros: cit. o folio da 1.^ edio (quando no se diz outra cousa). Eufros. ='/>"osmn de Jorge Ferreira de Vasconcellos: cit. o acto e a scena. F. OIiveira=Ferno de Oliveira, Gramtica portuguesa ; cit o capitulo

da edio de Tito de Noronha. Fabul(ario)=0 Livro de Esopo, publicado pelo Dr. Leite de Vasconcellos: cit. o numero da fbula. Ferno Lopes: D. Joo I=Chronica de D. Joo I: cit. a pagina da ed. do Arquivo Histrico Portugus.Ferreira=:Antonio Ferreira. P.e Antnio Pereira de Figueiredo, Figueiredo

=

traduco

da

Biblia.

Fonseca (Joo da): Silva Moral e Histrica: cit. a pagina. Fr. Anton. de Sousa, Man. de Epicteto=Frei Antnio de Sousa, Manual de Epideto, edio de 1785: cita-se o capitulo. Fragmentos (Dois) de uma vida de S. Nicolau, do sculo xiv: publicados por Pedro Augusto d'Azevedo. Freire^Jacintho Freire de Andrade, Vida de D. Joo de Castro: cit. a pagina da edio rollandiana. G. Barros=Henrique da Gama Barros, Historia da administrao publica em Portugal nos sculos xii a xv: cit. o tomo e pagina. G. de Orta=Garcia de Orta, Colloquios: cit. o numero do coUoquio. Garrett Visconde de Almeida Garrett: Cam. ^Cames : cit. o canto e a pagina da 4.^ edio; Viagens^Viagens na minha terra: cita-se a pagina;Alfageme^=Alfageme de Santarm: cita-se a pagina.Gir., Alveit. =^lestve Giraldo, Livro d'Alveitaria: cit. avista Lusitana,

pagina da Re-

tomo

12.

Godinho^P. Manoel Godinho, Relao do Novo Caminho edio de1665: cita-se a pagina.

Goes=Damio de Ges:Cat.

M.=Cato Maior:episdios

cit.

a pagina da ed. rollandiana;cit.

D. Manoel=Chronica de D. Manoel:

o

tomo

e a pagina.

Grl=Dois

da Demanda do Saoto Graal publicados na Re6..

vista Lusitana,

tomo

SYNTAXE HISTRICA PORTUGUESA

H. P.^IIeitoredio.

i'into,

halgos:

rit.

o

^

^

.

da primeira

Herc.=Alexandro

Ileroi; ''>

eit. a pagina; Cas. Civ.=EstHdos ^ Eur.=Eurico, o Prosuyioro: cu. a jtagina; Lend.= Lendas c narrativas: cit. o tomo e a pagina; Monge=0 Monge de Cislcr: cit. o tomo e a pairina/;

Op.=0pusculos :

cit.

o

tomo

e a parina

;

Poes.'~roc..

OKTIIGUES\

Cada umel

diz

da74)

feira

como

lhe

rey de Cochim lhe/,

mandou perguntar como

vae nella (Prov.). lhe ya e cms

seus (Castanh.,

como vos vay com vosso amo?

(Chiado, Prat, 87).Substitue o latimqiiin aliquid facete el esse: Ntimquam iam male est Sculis commode dicant. (Cie. Vers., 2, 4, 43).

b)

tempo vaeteceu:

das preposies em, para, exprimindo-se quanto fazer que uma cousa acontece ou acon-

vay em dous annos que partimos delias (Vasconc, Meinorial, 75) vay em quatro meses no mais [=n mais](Chiado, Regai., 98v.j.

acompanhado da prep. por ou a, expri9) mindo o tempo em que uma cousa acontece (E sintaxe pouco vulgar): E, quando veo aos sete dias (Livro de Jos d'Arim., quando veyo tarde ordenou-se hfm formosa pro233). cisso (Sousa, V. do Are, I, 204). N'esse mesmo dia, qtmndo veio pela tarde, (Cast., Q. Hist., 2, 107).vir10)

Com

Com

passare

cie;

Era principio de Agostode hum anno Are, I, 267j.11)

deste

anno de 663

e

meyo que

o Concilio durava, (Sousa, V.

passava do

Com

a loc. de estilo litterario feito e de, signi-

cousa est perdida: para sempre, dos alterosos fados nascentes d'esta Monarchia, se dos Ceos lhe no assistira umu Providencia, e na terra um D. Egas (Cast., Q. Hist.,Feito era talvezI,

ficando-se que

uma

104).

loc.

Si prorogatur,

que traduz o latim: Adum est de aliqua adum est (Cie, ad AU., 5, 15, 1).

re:

:

:

SYNTAXE IIISTOUICA POKTUOUESA

12)

Com(v.

a conjug. reflexa

empregada como passiva:

sobe-se13)

136, b). Com tocar e tanger: J tocou a recolher: tancheirar e synon.(Prestes, 30).

ger a capitulo.14)

Com Com

no cheira aqui bem15)

doer,lhe

lhe

de? Onde

comer (fallando do prurido): come?nonlibi,

Onde

MihiMen.,

dolehil,

siquid ego slulte foccro (Plaut,,

u

3, 84).

pesar (a algum de algo): Pesa-me a mi muito d' isso (Prestes,16)

Com

139J.rei.

Substituiu o latim: pfPtiUd aliqttem alicujus

Com lembrar (a algum de v. g.: ter ouvido isto) 17) (Construco da ling. familiar). Sem te lembrar ao menos do teu gdo (Quita, /, 8).Tambm emlemporis (Cie,

latim se diz: mihi inmruleni vcnire7,J).

illiiis

ad fam.,

18)

Com

dar-se na loc. no se

me dj

Massoi

o pior de tudo he que a ventura\

3'o

aspemos

os fez e to austeros

Que a muitos

lhe

To rtidos e de engenho to remisd pouco ou nada d' isso (Lus., F.

98). d-se-lhes [aos filhos] de vs

em fechmxln7).

os olhos?

(Man. Bernardes, Po partido,19)

II,

(a algum de algo): Praz-mh a mi, senhor, de morrer (D. Dinis, Vat., 80). sey que vos praz de meu ben (Martim de Caldas, Vat., qudo souberon como Hercolles era viindo em Es800).

No

port. arch.

com

prazer, desprazer

:

SYNTAXE HISTRICA POHTUGUESA

panha, prougiie-lhes ende muyio (Esloria Geral., apud. L. de Vasconc. Text. Arck., 46). E o rroussinol vq matar o gaviam, e prouve-lhe tVello muyio, (FabuL, fab., 31). despraz-me de tanta vida (Diogo Fogaa, Canc. Ger., 7, 483, 26).Obs. No foi includo o verbo archaico caler, empregado V. g. por D. Diiiis (nom m'en cal; Vat, 80) porque, segundo o melhor parecer, um provenalismo.

4.

O

infinitivo

e o participio

em ndo de um

nam

verbo impessoal, combinados com um verbo pessoal, toreste impessoal, v. g, pode haver casos; vae havendo:

descuidos

Em estes montes deve aver pedras e seixos (Gir., Alveit.,7).

pode aver descuidos (Sousa,

T^.

do Are,

I,

293).

Que-

ria anoitecer (Cast., Fast.,

II, 4j.

Observao aos 3.^ e 4". Na conversao descurada no se extranha dar aos verbos impessoaes por sujeito grammatical o pronome elle ou os pronomes:isto, isso,

aqiiiUo:

E(H. P.

porque7,

isto

406)

Istoelle

No que

para o lugar so dez Jioras j (Prestes, 125j. ha marotos muito grandes na tropa!he noite rccolhamo-nos

(Camillo, Corja, 24.)

5. Os verbos na 3."^ pess. do plural, podem empregar-se sem sujeito, significando-se d'este modo que, con-

quanto a aco se conceba referida a uma pessoa ou pessoas determinadas, todavia no podemos, ou no quere-

mos nome-las:Moo, d porta batem, vtes, 299).T5\

d^essa janella

quem

(Pres-

ampliao d'uma praxe que, maislatim (Madv. 211, obs.2).

restricta, exis-

tia

em

10

YNTAXB HISTRICA rOKTUQtfKSA

6.

A lingoagem

i)opular,

e s

vezes

a

litteratura arch.

media empregam

diz que

com o

prpria sentido

de dizem que, diz-se que: Diz que as Parcas senhoras so das vidas (Caminha, 136). Diz que muitas lguas ao lartjo de Ceylo j percebe na fragrncia das viraes tpidas o gajeiro. as selvas de cavelleiras da ilha (Cast., Chave, 39). Diz que ha na, nossa gente, no exercito do nosso rei, uns senhores. mas so muitos que se chama a Ala dos Namorados e outros da Madresilva (Garrett, Alfageme, 87).. . .

.

ctc,

No latim da decadncia occorre tambm dicil, dical, em vez de didlur, etc.; v. Lfst. A'omm. pg. 319 esg.C.

cero, pg. 139, escrevo:

d ice:

Giambelli no commentario ao de fiuibus de C qui in Firenzo usa il popolo: invece di si dice, dicono, etc.:

'

servia

7.

Para designarport. arch.

um

sujeito

pessoal

indefinido,

homem, correspondente ao que a grammatica francesa costuma chano

mdio o

suljstantivo

mar o

pron. indefinido ov:

pode homem hyr de Santarm a Beia [Beja] en quatro dias (Estoria Geral., ap. L. de Vasconc, Text. Arch., Mas o alto Dios, que pra longe guarda O castigo 49). Ou, pra que se emende, s ved'aquelle que o merece, Ou por segredos que homem no conhece (Lus., zes tarda quanto homem vive v mais (Prestes, 32). III, 69). No port. moderno tal emprego devido a reminis|\\

E

cncias litterarias.Obs. Deve notar-so que oata construco s se emprega em phrases do sentido geral; niio parece ter-se jamais dicto 'homem bate porta* omquanto em francos se diz: *on frappe la porte.:

SYNTAXE HISTRICA POKTDGUESA

'

11

CAPITULO

II

Concordncia do predicado com o sujeito

A.

Concordncia do verbo

Quando o sujeito simples, o verbo do predicado vae para o numero e pessoa a que pertence o su8.

jeito:

A memoria de Joo odiosa (Herc, Op. III, 166). Nesta hora no fora eu; foras tu quem deveria perecer (Herc, Eur., 201 j. Todas as classes sodaes, cujos interesses, mais ou menos legitimos, so feridos por qualquer opinio, acham sempre essa opinio perniciosa e dissolvente (Herc, Op. IV, 228). da9.

U

a)

Havendo mais de

ura sujeito, se

um

d'elles

o verbo vae para a l.*^ pess. do plural, posposto aos sujeitos; pode concordar com o primeiro, quando vae antes d'elles: n eu n? vs devemos de temer (Diego AT., 92) Eu, e o Francs fomos mais devagar (Godinho, 81) Padecemos vs y eu (G. de Ks., Canc. Ger., III, 75, 11) estvamos.^

pess.,

quando

vs

e

eu

ambos presos (Bern.elle

Ribeiro, Men., 7)

mo tempo fomos ambos285, V.).

salvo

e

num meseu perdido (H. P. /,

nhum

Se um dos sujeitos da 2.'^ pess. e no ha neda l."*, o verbo vae para a 2.'' pess. do plural, quando posposto aos sujeitos; pode concordar com o primeiro, quando vae antes d'enes:b)\

Ella vil e tu vil, sanctos sublimes Sereis ante meu Pae, (Herc, Pes., 133). Se so embusteiros os que nos guio para a vida eteitia, que sers tu, e os teus, que

:

12

SYNTAXB HISTOUICA 1'0HTUGUE8A

meteis

a pique as almas no inferno? (Man. Hernardes.sul (lo pas'i."

Flor., IJ, 77, ap. Barreto, 189).

No

familiar a

pessoal do plural

no se costuma empregar na pratica mas a 3.'*, por isso quepela palavra vocs3." pess.,

substitumos oc)

pronome vs

(v.

187).

Se os sujeitos so todos daS.**

o verbo vae

para a

pessoa

Se so todos do plural, o verbo vae para o plural. 1) Os brandes j gastos e os candieiros mmiios derramavam nma claridade suave pelo aposento. (Herc, Eur.,195).

Se todos so do singular, e esto antes do verbo, 2) o verbo vae geralmente (sobretudo no port. moderno) para o plural; se esto depois do verbo, cmprega-so tanto o singular como o plural: A ira c a soberba estrago as viiludes {H. P. 7, 198 e v.). A ignorncia e rudeza no excluem a faculdade du imaginao (Herc, Op. IV. 137j. Uma e ordra- cousa duraram apenas rpidos instantes (Herc, Eur., 218). Ningum sabia dizer quando, de que modo ou para onde tinham um e outro partido (Herc, Monge, 2. 275). Tanto o bispo conu) o parodio podem encarregar outro sacerdote de intervir na celebrao do mulrimonio (Herc Cas. Civ., O urso fcrocif:simo, o javali indomvel, a leve cora 167).abasteciam a grosseira mesa desse.s godos, a cpiem a desgraa e a vida dura das solides fizera mais feros, mais indomveis e mais ligeiros do que elles (Herc, Eur., 166). Isto nos contaram assi aquelle peregrino como a dona honrrada (Diego AT.). frasbordam-lhe o tarro o a eira E que me importam a mim esse (('ast., Outono, II, 69). adio impotente, essa lingoagcm vergonhosa ? (Herc, Op.III, 68).

E

bello esse

mundo

entre cujos lbios descorados

de phantasmas areos por no transpiram nem petju-

.

SYNTAXE lUSTORlCA TORTUGUESA

13

rio

nem dobrei (Herc, Em.,

39).

necessrio esforo e

vigilncia (Herc, Eiu\, 70).

EUe

throno que lhe deii a iraio e se so de nmeros differentes, o verbo vae, em 3) regra, para o plural. Quando, porm, os sujeitos esto

folga e ri assentado no o j)erjurio (Herc, Eur., 68).

depois do verbo, emprega-se perfeitamente o singular,caso o primeiro sujeito seja do singular:

Os dios civis, as ambies, a ousadia dos bandos e a corrupo dos costumes haviam feito incriveis progressos. (Herc, Eur., 21). Nas solides do Calpe tinha reboado a desastrada morte de Wiliza, a enihronisao violenta de Ruderico e as conspiraes que ameaavam rebentar por toda a parle e que a milito custo o novo monarcha. ia affogando em sangiie (Herc, Eur., 21).Madv. 212 o213.

a)

10.

Particularidades da Concordncia do verbo.

rios

O emprego do verbo no singular, depois de vnomes de coisas (todos ou o ultimo d'elles no singular) como sujeitos, tem lugar: quando se pretende representar os sujeitos como 1) formando um todo uno (v. g. fallando de circumstancias que operam de concerto para produzir um effeito): A vozearia e estrpito que fazia aquella mtdido desordenada assustou (Herc, Lendas. J, 105). Em tal sorriso O passado e o fiduro estava impresso (Herc, Pes.,. .\

211).2)

quando

se quer fazer sobresair o ultimo sujeito:

Nem um pendo3)

mourisco,

nem um albornoz brancoII, 81).

alveja ao longe (Herc, Lendas.

quando ha hendiadys: tu, gerao d'aqnelle insano|

Mas

Cujo peccado

e

.

.

14

SYNTAXK HISTOUICA PORTUGUESA

desobedinciab)

\

No somente do. .

reino soberano(Liis.

\

Te ps

neste desterro e triste ausncia-

IV, 98).

Ciuando antecedem o verbo vrios sujeitos (todos ou o ultimo d'elles do singular) ligados por ou ou nem, o numero para que vae o verbo, deponde de razes subjectivas, vendo que vae para o plural, se quem falia pretende fazer sobresair a ideia da pluralidade dos sujeitos, a que se refere ou pode referir o predicado; para o singular se tem em vista dar realce referencia do predicado a cada sujeito em separado: Qual Austro fero ou Boreas na espessura De silvestre arvoredo abastecida Rompendo os ramos vo da mata escura Com mpeto e braveza de^sniedida... {Lus. /, O negocio em que vos vay a vida, ou a fazenda, ou 35). a honra Nem a fortuna nem a vul(Vieira, //, 84). garidade se atrevem, contra o cuidado {Brachyl. 77) E com tudo, nem David, nem Job iivero confiana para (Vieira, /, 92) Com tudo nem elle, nem sua mulher ficharo contentes (Vieira, 7, 218-9). Nem crocodilo nem spide se vio mais naquelta comarca [Mon. Lus. 7, 97. col. 3, ap. BI.) Mas nem a lisonja, nem a razo, nem o exemplo, nem a esperana bastava, a lhe moderar as nsias, nem as vozes (Vieira, I, 324). A 7iullidade ou a validade do contracto que o sacramento sanctificava eram assumpto de direito civil (Herc, Cas. Civ., 128). Quando, como sujeitos, se coordenara o pron. vs, e outro nome do plural da 3.^ pess., o verbo indo depois pe-se normalmente na S.'' pess. do plural: pecados ... de que nem vs, nem outros fazem escrpulo (Vieira, /, 503).|\

\

.

.

.

.

.

.

.

.

Obs.ciio,

E' obvio quo servindo ou do exprimir correo verbo ha-de concordar com o segundo sujeito:

SYNTAXK HISTRICA POKT0GUE8A

15

Eurico ou, antes, a sua sombra, fugiu do lado de Thcodemiro (Herc, Eur., 60). Quando se exprime reciprocidade, o verbo vae c) sempre para o plural: olhos, onde luciavam amor profundo e clera violenta (Herc, Eur., 201). d) Quando o n. predicativo do plural, o verbo vae para o plural: So cousas to differentes e e^tconiradas amizade e adulao, que nunca se amatisarajn, nem fezeram parcaria (H. P.11,

316).

Madv. 212 e

213.

B.

Concordncia do adjectivo ou participio do predicado

11. a)participiosujeito:.4

Quando o sujeito simples, o adjectivo ou do predicado vae para o gnero e numero do

pretenso infabilidade sempre ridicula no in/, 5).

dividuo (Herc, Op.b)

Quando o

participio

sujeito composto, o adjectivo ou do predicado vae para o mesmo numero em

que

est o verbo, e1)

adjectivo

so todos do mesmo gnero, o toma o gnero dos sujeitos: Esta (noite) e as que se lhe seguiram foram semelhantes antecedente, povoadas de vises e terrores (Herc,se os sujeitos

ou

participio

Monge,

I,

56).

Obs.

De

igual

modo,

v. g.;

num mesmoI,

tempo fomos

ambos

elle

salvo e eu perdido (H. P.

285).

:

:

16

SYNTAXK ;nSTORICA P0UTD0UE8A

2)

se so de gneros diversos, o adjectivo

ou par-

ticipio1') no caso do se empregar o singular, vae para o gnero do sujeito mais prximo: E' necessrio esforo e

vigilncia; necessria vigilncia e esforo.1")2')

no caso de

se

empregar o

plural,

tratando-se de seres animados, vae para o masesposo, e

culino:

O2")

a esposa estavam juntose inanimados,

(Vieira, 1, 286).

tratando-se de seres inanimados ou simultanease os sujeitos esto antes, vae para o masculino:

mente de seres animados3)

E

ioda esta energia, iodo

este record-ar-se.

da

rica he-

(Herc., Eur., 84). rana dir-se-hia que eram suscitados a alma, e o corpo de Jhezu Christo foram ajuntados em huu e hunydos suslanialmente (Corte imp., 21). os casaes e as aldes, os burgos e as cidades sero ceifados. .

(Cast., Q..

HiM.,

4, 115).

3")

se esto depois, vae

4') no port. arch. mdio, mais frequentemente para o gnero do sujeito mais prximo: Antes de estarem exploradas as mais terras e mares do sul (Queirs, 11, 375, ap. Blut.). serem isentas de pagar tributo as pessoas, e bens ecclesiasticos (Vieira, S. de6'.'''

Ant.").4")

no

port.

moderno, mais frequentemente para o

masculinoSo-lhe negros noite, e dia (Herc, Pes., 206).Madv. 214.

12.

Quando

o

n.

tem formas

differentes,

predicativo substantivo que segundo os gneros, emprega se

SYNTAXB HISTRICA PORTUGUESA

17

a forma correspondente aos gnero dos sujeitos (v. g.: A Historia mestra da vida), a no ser que o sentido que se queira exprimir, requeira o emprego do outro gnero.Madv. 211

b, ohs. 2.

C.

Particularidades da concordncia do predicado

13 a) Quando um sujeito composto resumido ou generalizado pelos pronomes ningum ou nada, tudo, o predicado concorda com estes pronomes: Ao p da seJustia, gloria, amor, saudade, tudo pultura, soyri perdido De harpa elia esquecida em brenha ou selva (Herc, Pes., 54). b) Quando um sujeito composto seguido de cada um ou cada qual, como appostos, o predicado, indo aps estes pronomes, concorda com elles: Pae e filho cada um seguia por seu caminho.|\

c)

Quando

vrios sujeitos (da 3. pess.) representam

uma

s pess. ou cousa (da qual hajam, ppr assim dizer,

de considera r-se appostos), o predicado concorda com o mais prximo:Este empregado modesto, este

homem socialmente obscU'

ro [Munoz y RomeroJ todavia um dos maiores eruditos da Hespanha (Herc, Op. III, 238).d)

Qunndo

a

um

sujeito

composto se

liga

um

pre-

dicado tal, que no pode referir-se seno aos sujeitos no seu conjunoto, vae o predicado necessariamente para oplural:

Nos prprios tempos brbaros dever e direito so inseparveis; porque as duas ideias so forosamente correlativas (Herc, Op. III, 306-7).

:

18

6YNTAXE HISTRICA PORTUGUESA

e)

Quando o predicadosujeitos

se intercala entre os sujei-

tos, s se attende, na concordncia

do predicado, aoensinar\

su-

jeito

ou

que esto\

antes:lhee e

um hymno pio (Herc, Pes., 134).cellas (Id., ibd., 164).

AO

solido

a

noite

vento gelado

S reine

as pro-

14 a)

mentoo

(v. g.

Quando o sujeito uma expresso de trataSua Santidade), o predicado concorda com

nome

prprio da pessoa que recebe o tratamento:

Sua Santidade no fora servido de livrar de tamanha carga a quem era io pouco pra ella (Sousa, V. do Are.I,

327).

b) De igual modo, quando o sujeito o pron. vs, empregado como expresso de tratamento, para designar uma s pess., o n. predicativo e o participio do predicado (como tambm o apposto) vo para o singular: Vs mesSois injusto comigo (Herc, Monge II, 34). mo haveis de alisar essa fronte sempre enrugada e sombria (Herc, Monge II, 235).

observar alguns gramempregado em vez de eu (v. g.: antes sejamos breve que prolixo); tal regra, que no se funda na tradio da grammatica latina, com razo, no seguida da maior parte dos escritores: E ns deste dito nom somos comtemte (Fern. Lopes, D. Joo I, 3). Entre o desejo de alimentar a curiosidade do leitor e o receio de faltar exaco histrica, hesitvamos perplexos (Herc, Monge, 2, 354). 15. Nas expresses abreviadas constitudas por um adverbio negativo (v. g. no, nunca) e seno ou mais (do) que, o predicado concorda, por attraco, normalmente com as palavras ligadas por seno ou mais (do) quec)

A mesma

regra

mandam

ticos,

quando o

sujeito o pron. ns,

:

SYNTAXB HISTRICA PORTUGUESA

19

Noros, II,

entro nelle (porto) seno barcos pequenos (BarNeste estado de tanto aperto, em que se 3, 8).

no ouvio mais que clamores ao ceo, chegou Moyfs ao Egypto (Vieira, XI, 523). Ao redor de toda a cidade se no vem mais que sepulturas de Turcos (Godinho, 161). 16. As expresses mais de, menos de, passante de, cousa de, obra de, cerca de, antepostas a nomes de numero, so tidas na conta de advrbios, e porisso, quando pertencem para um sujeito, com este que o predicadoconcorda

Mais de

sete sculos

so passados depois que

Christo, vieste visitar

a

terra (Herc, Eur., 34).

oh Logo aotu,

sbado viero obra de duzentos negros (Castanh., 1, 3). ao outro dia viero obra de quinze onde estava a nossafrota (Castanh.,I, 2).

Emet

latim ad emprega-se

tambm adverbialmente,no caso: ad duo milia

antes de numeraes,

sem

influir

quingenti vivi capiuntur (Tit. Liv., iv, 59).

17 a)

Quando o

sujeito palavra substantiva

significao partitiva, o predicado

a determinao partitiva,esta fosse o sujeito:

de concordar com clara ou subentendida, como se

pode

em demasia, e a mr parte bem armados (Castanh., III, 56). Ho geral das molheres som (z=so) mui opiniticas (Espelho de casados, Os amigos de Antnio parte foram mortos, parte des7). baratados (H. P., 7, 281, V.). A maior parte das ruas doesta cidade (de Baor) so navegveis por esteiros queos Imigos ero muytosdelles

mano do

Eufrates (Godinho, 92, ap. Blut.). Uma parte dos cavalleiros offerecer-lhes-hiam dbil resistncia (Herc,Eur., 273).

Seria

bem

triste

que essa poro de compa-

.

20

SYNTAXK HISTRICA PORTUGUESA

tricios

meus

.

.

me

cressem traidor

tria

(Herc,

Op. III, 64).institudos

Portuigal

foram

santa causa da PO comum dos morgados em em teros, de que os institui-

dores

podiam

livremente dispor (Herc, Op. /F, 38).

Comter-

a

cultura racional

em

vez de tradicional^ metade dos

renos fundeiros produziriam o dobro ou mais (Horc, Op. IV, 161-162). Ento o grosso dos cavalleiros acommette-los-hiam pelas costas (Herc, Eur., 272)...

Madv.

215.

b)

Tambm quando

o sujeito numero ou gnero

acompaou 3.* pess. do nhado de uma determinao do gnero da plural, o predicado pode concordar com esta determinaoutro substantivo de significao semelhante,o,

como

se ella fosse o sujeito:

Etnio

logo aquella ora se ajuntarom de ante Santo An-

(Mil. de S.^" Ant.y

tamanha mullidom de pexes grandes e pequenos Grande numero de cavalleiros cor1)..

riam pelas praas (Herc, Op. 7, 112). Ento um grande atravesnumero de crianas, de velhos e de mulheres sam por meio de duas fileiras de soldados (Herc, Eur., As prestaes agrarias que pagavam esta espcie 151). (Herc, Op. III, 302). Neste momento de colonos-servos nma grande multido de crianas, de velhos, de mulheres penetraram na caverna (Herc, Eur., 300). um grande numero de velas branquejavam sobre as aguas do Estreito.

.

(Herc, Eur.,

63).

Madv. 215.

c)

Quando o

sujeito o plural

de

um

pron.,

ou pa-

lavra adjectiva de significao partitiva (quaes, quantos.

1

:

SYNTAXB HISTOKICA PORTUGUESA

21

alguns, nenhuns, muitos, poucos), o predicado concorda

com

a determinao partitiva

do

plural,

como

se esta

fosse o sujeitosois neste mundo ss e no tendes Qiiaes d' entre vs quem na morte regue com lagrymas a terra que vos cobrir?.

.

(Herc, Eur., 188). equivalente de quand) Quando o sujeito que de to, quanta, quantos, quantas, o predicado concorda com a determinao que regida da prepos. de: Que de coraes se no finavatn com saudade (Cast.,

Q. Hist., 4, 60).

e)

Ligar

um

predicado do plural a

uma

simples pa-

que no tem, clara nem subentendida, uma determinao partitiva ou de gnero, irregularidade, que se encontra, por exemplo, em: Se esta gente que busca outro Hemispherio Cuja valia e obras tanto amaste No queres qu. padeo vitulavra de significao collectiva,\j

prio

.

.

(Lus.

I,

38).

Semelhante pratica tambmridade Madv. 215,:

em

latim era irregula-

o,

obs.

Ohs.

O povo

liga

frequentemente a gente1.

com o

valor de ns o predicado no plural da

pessoa.

18. Quando a um sujeito se liga, pela prepos. com, o que haveria de ser segundo sujeito, a concordncia do predicado pode fazer-se, como se realmente o sujeito fosse

composto:\

Mas\

ha-se de soffrer que o fado desse\

A

to poucos

tatnanho esforo e arte, Quem co gro Macednio e o Romano Demos logar ao nome Lusitano? (Lus. I, 75). Constantino de Abreu e Lifna com sua fatnitia sahiram

do Porto para

uma

quinta nas vizinhanas de Barcellos,

:

22

SYNTAXE HISTRICA PORTUGUESA

um anno

depois do Iragico festim (Camillo,

Vingana,

240, ap. Barreto, 202).

Ipse

21, 60. Vid.

dux cum aliquot prnpibtts capiuniur Madv. 215, c).

(Tit. Liv.,

li). Os infinitivos, as oraes e as palavras tomamaterialmente, consideram-se do numero singular e das

do gnero masculino. 20. O verbo concorda com oplural)1)

n.

predicativo (doaquillo,

Quando algum dos pronomes:

is/o, isso,

tudo, o (que) =- aquelle (que),

ou uma expresso de sen-

tido collectivo (o resto, o mais) sujeito dos verbos ser

ou parecer :

Como

tudo nelle [deserto] sejo planicies a perder de

vista (Godinho, 115).

Que sam

isto

seno

effeitos

dhum

Deos, que he

amm- ?

(H. P., 7, 71 v.).

enganos do demnio? (H. P., I, 78). tinuos repiques das vossas torres (Vieira, 9, 35, ap. Blut.). Tudo so traas do mesmo Aman, para que a execuo da morte universal dos Hebreos se no pudesse revogar(Vieira,S. de S. Estan.). Isto no so citaes fal^a^ (Herc, Op. III, 209). A concordncia com o sujeito rara.

Que sam isso sena^n O que ouo so con-

Em

tivo predicativo

latim a concordncia do verbo com o substantambom so dava, quando o vorbo iav. g.:

logo depois d'este substantivo,ris integratio est; v.

amantitim irae amo-

Madv.

216.

Quando o verbo 2) constituido por:

ser est

na accepo de: ser

:

SYNTAXE HISTRICA PORTUGUESA

23

tristezas (Jorge de Res., Canc. Ger. sua figura [do u consoante] so duas costas de triangulo com o canto para hayxo (F. Oliveira, cap. ho comercio que aquy pode haver, sa^n escravos, 14). (Esmeraldo, 117). Toda a carga das caravelas foram, mantimentos (na verso inglesa The whole of the cargo of the caravels consistet of provisions) (Lendas da ndia). O segundo gnero de hospedes do pao ero os ecclesiasticos que em algum tempo avio sido seus familiares (Sousa, V. do Are, I, 129). O fructo sero desgostos, dios, guerra (Id. ibd., I, 421). Quando o sujeito o interrogativo quem: 3) quem so os meu^ irmos? (Vieira, Serm. de S. Jos). Quando o verbo ser empregado impessoalmante 4) Ero j vinte e tantos de May o (Godinho, 165). ao outro (dia) que faro dezasete de Dezembro (CasIII, 345).

Minha vida ssam

A

:

tanheda,

/,

39).

Obs.

Fora

cVestes casos, a concordncia

do verbo

com

o n. predicativo irregularidade:

Netn he oira cousa os desvarios e desalentos dos que a}no (Lobo, C. na ald., 110, ap. Blut.).

do latim concordar o predicado no com o sujeito mas com um apposto do sujeito: Vede' los Alemes, soberbo gado, Que por to largos campos se apacenta, Do successor de Pedro rebellado, Novo pastor e nova seita inventa (Lus., VII, 4). 21.E' liberdade potica e imitao\ \

|

Moschi, gens ante alias scia Romanis, avia Armeniaeincursavit (Tac, Ann. xill, 37).

:

;

24

8YNTAXR HISTRICA PORTUGUESA

22. Nas locues ser necessrio, ser preciso, empregadas como predicados antepostos ao sujeito, os adjectivos necessrio, preciso podem empregar-se substanti-

vamenteca, 178).

:

Nam

necessrio

mais aucloridades (Barros, Ropi-

E' necessrio (Herc, Eur., 246).

.

.

.

uma

derradeira provatal pratica

d'esforo

Com

outros aljectivoste

inslita:

Namperfeies263).

parece que lhe fora mais saudvel menos(Barros,Dial.

intelectuaes ?

da

Vic.

Verg.,

He lambem perigoso prticas deshonestas (Fr. Ant. de Sousa, Man. de Epicteto, cap. 55).Varitimvid.et

mutabile semper femina (Verg., Aen. iv, 569b,

Madv. 211,

obs.

1).

pess, a

O pron. relativo (que) 6 do gnero, numero e que pertence o seu antecedente, e por este que se regula a concordncia do predicado Passatnos a grande ilha da, Madeira, Que do muito23.|

arvoredo assi se chama (Lus.,Madv. 318,

5, 5),r

Quando o

relativo pertence para

um|

vocativo, o re-

lativo consideri-se da 2.* pessoa:

Alma minha gentil, que te partiste To cedo desta vida descontente (Cames, son. 19). homem que me pedes amor, sabe que eu te detesto (Herc, Eur., 201). Quando o relativo pertence para um nome (ou pron.) que se liga appositiva ou predicativamento a ura pron.

synTaxr histrica poktuguesa

25

das duas primeiras pess., o relativo pode ser considerado da pess. a que pertence o pron. pessoal: terei eu, verme que passo sombra d meu nada, di? (Herc, Op. Ill, 33). reito de offender-me fui o primeiro que tentei fazer sentir aos escriptores hespanhoes a importncia.. (Id. ibid., III, 288). Es o primeiro que esse mal. .|

padece?Se,

(Cast., Fastos, I, 53).

porm, o que se liga appositiva ou predicativamente a um pron. das duas primeiras pess. (claro ou subentendido) aquellas), pess.o,

a,

os,

as (=--aquelle, aquella, aquelles,

de regra ser o pron. relativo considerado da(

do pron. pessoal:== sou) o que

Eu sam

me

venci

\

e

vs

quem me

co-

nheceo (Man. de Goyos. Can. Ger., III, 547). por culpa do impressor que mui bom valhacouto aos que compomos

Esta ilha pequena que (Barros, ///, 5, 10). habitamos He em toda esta terra certa escala De todos os que as ondas navegamos De Quiloa, de Mombaa e de Sofala (Lus., I, 54). vs sois o que vos culpais [fallando

alguma cousa\

\

I

a

uma

s pessoa] (Chiado, Regateiras)

.

Amai a

justia

os que julgais

a

terra (H. P.,

/,

158).

De

todos os que v-

nhamos em sua guarda,Eur., 183).

s eu, acaso,

pude escapar (Herc,ibd.,

Porque

voltastes,

sem

vo-lo eu ordenar, vs

os

que tnheis jurado obedecer-me em tudo? (Id. 227). Sois vs o que me faltou (Balth. Estaco, 191). O pron. quem leva o verbo a 3.^ pess. do:

sin-

gular

Eu

fui

queme

Eu, o silencioEur., 54).

te adestrou nos verdes annos (Quita, 10). a solido ramos quem estava ahi (Herc,

Obs.

Em

expresses

como um:

dos que mais traba-

lharam, erro concordar o predicado da orao relativa com a palavra um e dizer: um dos que mais traba-

26

SYNTAXE HISTRICA P0RTDGDE8A

Ihou. Este erro

disse: Esla cidade foyheregia (V. do Are.i,

commetteu Fr. Luis de Sousa, quando ha das qiie maia se corrompeo da191)(*).

SECOCAPITULO

III

Das palavras nominaes em geral 24.vestgios:

Dos casos do

latim s restam

em Portugus

ogano

[arch,];

em expresses que se tornaram advrbios (^apora, em substantivos avulsos, nos quaes, porm,(v. g.

a desinncia casual perdeu o seu valor syntactico

Deos, que, representando o nominativo Deus, se empregaf unco syntactica) e em alguns pronomes (-). funco syntactica de uma palavra nominal, ou indicada, j pela collocao (v. g.: Alfredo louva Eduardo e Eduardo louva Alfredo) (v. a Parte iii), j por uma flexo (v. g.: Pastes escriptores cita Alexandre Herculano na Historia de Poriugah), j por uma prepos. (v. g.: Esuccedeo que afrontando de palavra a Xavier h homem descomedido, lhe respondeo o santo: >) (Vieira, VIII, 468), j, na falia, pela intonao, e na escripta, pelos signaes orthographicos (v. g.: Alfredo sae> e: Alfredo, sae), ou se infere do sentido geral da phrase (v. g. em requerimentos e assentos: F., filho de F., natural de tal, fez exame de. .) (^).;

em qualquer

A

:

(>)

Foi escolhido este passo do Fr. Luis do Sousa, justamente para mostrar qne

as re(;ras mais certas da ^rammatica

silo vezes, por descuido, violadas i)or aquellos que mellior conhecem a lin^oa ptria. O Sobre este ponto v.: Dr. I^ite do VasconceUos Lie de PhUdogia Porlu-

giiesa, pg. 42 c se$rg., e as

obras alli citidas. Esta collocaSo continua a pratica dos Romanos; v. g.i Epaminondaa, limnidis filius, Thebanus; Milliades, Cinwnis filins, Atheniensi (Corn. Nep.).

O

I'o-

;

SYNTAXE HISTRICA PORTUGUESA

27

Mas ah, que doesta prospera victoria Com que despois vir ao ptrio Tejo Quasi lhe roubar a famosa gloria Hum successo que triste e negro vejo! (Lus., X, 37). 25. Um nome ou pron. emprega-se por si s: 1. Como sujeito, n. predicativo do sujeito, compl. obje|\

\

ctivo directo, predicativo

do compl. directo;3.

2.

Consti-

tuindo certas determinaes particulares;tivo;4.

Como

voca-

Nos indicaes semelhantes que no constituem oraes. Sobre o apposto, v. 45. Dos casos dos pronomes, tratar-se-ha no 66. 26. Acerca do nome empregado como sujeito e predicativo do sujeito, nada importante tem de accresn. centar-se ao que est na seco i. 27. O compl. objectivo directo (^) ou pode ser,titulos, letreiros, e

em

algnns casos, precedido da prepos. a. E de regra o emprego da preposio:1)

o pron. relativo quem: a quem, tinho j obrigado Os trabalhosos annos ao sossego Estando na cidade cujo prado Enverdecem as agoas do Mondego (Lus., III, 80). Hum valle aprazivel, a quem corta pelo meyo hum ribeyro de

Com

Mas

o velho,

\

\

j

.

.

agua

cristallina (M. Lus., 9, 64,

cl.

2,

ap. Blut.)

Com as formas tnicas dos pron. pessoaes: Vedes agora, a fraca gerao Que de hum vassallo meo o nome toma, Com soberbo e altivo corao A vs e a mi e o mundo todo doma (Lus., VI, 30). No havia esta regra no port. archaico: Aquele he verdadeyro agradecedor, que per leda voou2)\ \j

(')

o

realiza (v. g.torre).

complemento objectivo representa ou o que j existe, quando a aco se demolir uma torre), ou o que resultado daacSo (v. g.: construir uma:

28

SYNTAXB HISTRICA PORTUGUESA

tade he prestes a satisfazer, aynda que testemunha no tenha do seu boo falante, se nom sy mestno (Bemf.,248).3)

Na designao dase

reciprocidade,

com um outro

:

verem hm aos outros com o fumo (Aff. de Albuq., Comm., 32). Quando por causa da collocaco do compl., a 4) omisso da prepos. torna o sentido ambguo: E succedeo que afrontando de palavra a Xavier h/i homem descomedido, lhe respondeo o Santo: (Vieira, N,

Sem

463).

emprego da prepos. quando, em g(5o compl. designa pess. ou ser personificado [ou envolve em si a ideia de personalidade]. No port. moderno,E' facultativo oral,

pode dizer-se que se limita aos verbos que exprimem sentimentos ou manifestaes do sentimentos. Diz-se sempre Amar a Deos * como tradio da syntaxc antiga conservada no catholicismo, e temente aesta prtica:

e regalos, com que no mais vivo do conflicto, alentava aos soldados (Freire, 112). Por vencedor de todos apregoa a Cloanto (Eu. Port., 5,'59). A brisa frigidissima da madrugada consolava-o como ao febricitante a aragem de um sol posto do outono (Herc, Eur., Convida Christo aos homens para a acceitao e 281). observncia da sua ley (Vieira, S. de S.'" Ant.) No calvrio os soldados crucificaro a Christo (Vieira, S. de|

Deos. mimos,

Porque os remdios curem ao enfermo (Vieira, A funda de David derrubou ao gigante (Vieira, /, 29). Nunca desajuda a fortuna aos esforados (M. Lus., J, 329, cl. 2, ap. Blut), ensinando ao Serto a conhecer suas mesmas foras (Freire, 71). Mal poder governar aos outros, quem no sabe governar a si (H. P.,S.'" Cath.).S.

de

S.'" Ant.).

SYNTAXE HISTRICA PORTUGUESA

29

//,

49 V.). bradou de fora ao general Abuer que guardasse melhor ao seu Rey (Vieira, S. da 1.' 6.^ f. da Q.). e lhe disse que hospedasse hum dia aos Rechabitas (Vieira, S. da 1.". 6" Introduz o principe dos poetas latif. da Q.).

nos ao Deos Neptuno (Vieira, S. das 40 h.). doesse matis que aos olhos labirintha (Cast., Fast., 3,29). Lia Alexandre a Homero de maneira Que sempre se lhe sabe cabeceira (Lu^.j V, 96). a muitos navios meteo nas mos dos piratas a carga, no por muita, mas por descompassada (Vieira, S. de S.^^ Ant.J. Ouo os Mdicos ao seu Hippocrates (Vieira, S. de S. Lucas). O desregido Absalo reprdia ao bom Rei David de mao regimto (H. P., I, 97). a hum sarou, aos outros adoeceo (Vieira, Assi o quis o conselho alto celeste Que vena /, 611). o sogro a ti, e o genro a este (Lus., III, 73). Mas quando viro a S. Francisco Xavier pelas ruas, sem capa.. (Vieira,\

\

10, 298, ap. Blut.).

Esta construco,

ao

castelhano, e ao

dialectos

communi e em maior extenso menos em casos avulsos, a outros romnicos (v. M. Lb III, 350), parece no se,

encontrar, segundo Diez

sculo

XI, a

= la

antes dos princpios do que pertence o passo: ad illa una matabit una mato*, que vem na Espana Sagrada.(iii, 91),

Obs. Tambm compl. directo o que se liga ao verbo impessoal haver e a. eis (rigorosamente abreviao de haveis):

Perigos, e defeitos

em ioda a parte50).

os

nardes, Luz e Calor,

I,

Se

num

quando,

ha (Man. Berey-lo, vem

(Annryque da Motta, Canc. Ger.

III, 514).

como

28. O ser transitivo um verbo depende do modo a aco que elle significa, representada na ima-

:

30

SYNTAXB HISTRICA PORTUGUESA

conseguintemente sobre este ponto ha de tem cabimento algumas observaes: So transitivos: a) A maioria dos verbos que representam etymologi1) camente verbos latinos transitivos, v. g: ajudar, amar, ler,ginao(^);

consultar-se o diccionario; aqui s

medir, parir, pedir, pender, vedar, vender.J em latim, mormente na decadncia, occorrem verbos depoentes intransitivos com o participio dopretritoauxilialusliano.

empregado com

significao

em

Lucilio o Vitruvio; pairocinatus

passiva, v. g: em Tertul-

Os verbos que normalmente substituram os verbos latinos que, ou absolutamente ou em certas significaes, no se conservaram em port. v. g: quebrar, que2)

substituiu frangere.3)

Os verbos

factitivos derivados, v. g: amenizar,

fertilizar.

tivamente,

Verbos, alis intransitivos, empregam-se transitendo, por compl. directo, um substantivo cognato ou de significao correspondente do verbo (v. g: viver vida modesta). Este compl. acompanhado,b)

em

regra, de

uma expresso attributiva Ou que pecado pecou Enone ? (J.\

.

.

R. de liUcena,

neste

os que carem maiores quedas, e suas maiores glorias serem convertidas em maiores calamidades, tristezas e desaventuras (D. Jorge da Costa. Ms. da Chorou miiytas lagrimas Bibl. Nac. de Lisboa, N/1/26).

Canc. Ger.

II, 558-9).

esta he

a melhoria que tem

mundo so mais

altos:

(') Ao passo qua em port so diz:

aliqiiantum iniquior (Ter., HcaiU.,

1, 2,

27).

Quod (Teanum) abest a Lavino XVIII milia passuum (Cie. pro Chtentio, 9). quantum praestilerunt nostri majores prudentia [no conhecimento de direito] celeris gcniibtis (Cie. de Or., 1,44).

latinismo raro construir 'os adjectivos que dimenses, com a designao da dimenso sem preposio: Os anuros ero alfas duzentos ps (Godinho, 20, 124). hua casa larga duzentos palmos (Id., 20, 128). 36. A simples designao do tempo que ura facto dura, no tem preposio. Reala-se a ideia de durao com por, durante: Sanlo Ignacio viveu sessenta e cinco annos (Vieira, Serm. do bea. Estanislau). sustentaro o trabalho em 35. significam pezo, grande pedao

{Mon. Lus.,

1,

189,

cl. 3,

ap. Blut.).

Por hum quarto de hora durou o maremoto (Lucena, 241, Por trinta e seis annos serviu Fertio cl. 1, ap. Blut.). Lope^ de guarda dos archivos (Herc, Op., V, 6). E o meu Um dia supplicio durar por mezes (Herc, Pes., 73). bastava para anniquilar o imprio que durante quatro sculos fora o mais poderoso e civilisado entre as naesgermnicas (Herc, Eur.,126).

SYNTAXK HISTRICA POIITUGUESA

43

[Claudius] vixU annos IIII

d Lx

(Eutr., 7, 13).

Ludide-

cem per

dies facii suni (Cie. in Catil., 3, 8).

37. Depois dos verbos pesar, valer, custar, a designao do peso e do preo no tem preposio:vinte

D. Joo

tomo

^erno Lopes, no peso hum todes estes motivos (Vieira, Serm. da 1." sexta-feira de Quaresma).slidos valliam huQa livra87).. .

I,

[thynnos] talenta

XV

pependisse (Plin., n.lat., 6, 36).

h., 9,

44)..

denos aeris valebat (Varr., ling.

Avende

construco de custar devida analogia de sen-

tido entre custar e valer.

38.ou,

Quando

se diz

preo correspondente a certa unidade, a designao da unidade no tem preposio: escravos, que se vendem por manilhas de latam a doze e quinze manilhas a pea (Esmeraldo, p. 117). pagar a razo de duzentos cruzados cada cavallo (Barros,geral, setal2,

em

que uma cousa obtm por tal ou

se

compra ou

104, col.

4,

ap. Blut.).

39,

Alguns poetas tem ligado, bem que rarssimas

vezes, a participios passivos

um

substantivo

sem prepos.

para designar a parte da pess. ou cousa, com respeito qual o participio atribudo a esta pess. ou cousa: Onde em eneos grilhes ligado os membros Jaz Prometheo (Costa e Silva, Os Argonautas, 105). Junto d'elle, de pennas variegadas Cingido a frente e rins, imberbe um homem De brnzea tez, jazia malferido (Garrett, Cames, III, 2). Eis Calliope surge, a flor do rancho, De heras cercada as espargidas comas (Cast., Fast,\ \|

\

III, 13).

44

8YNTAXK HISTOUICA POKTUOUESA

...

Esta syntaxo 6 imitao do accusativo latino ligaa

do, por hellenismo, a adjectivos e participios para de-

signarmulto

jam

fraclus

mencionada relao grammatical: Miles membra labore (Hort., Sat., 1, 1,5).

.

.

pode

40. a) O tempo em que uma cousa acontece designar-se sem prepos.: Com a palavra dia e as demais expresses de tem1)

tarde, noite, semana, ms, etc.) acompanhadas de expresso attributiva (v. g: esta noite, dia de Paschoa): Nunalvarez chegou aita noite a vora (F. Lopes, 262). Crecia o amor com a cofnmunicao, porque cada dia hia descobrindo um no outro, cousas que os obrigavo a se amarem mais (Sousa, V. do Are, 1, 316). Hum dia que pregando ao povo estava Fingiram entre a gente\

po (manh,

hum

arroido (Lus., X, 117).

No

port. arch.

tambm

se dizia;

v. g:

EL.

finou-se sete

dias de janeiroText. Arch., 33).2)

da era de mil

e trezentos e sessenta e Irez

annos (Chron. breve do Arch. Nac. ap

de Vascon.,

Com

os dias da semana: chegou domingo, segunda

feira (etc); feira (etc),

domingo passado; chega domingo, segunda domingo prximo, domingo que vem. Com vez acompanhado de expresso attributiva: 3) Contasse que foy hia vez gram demanda antre o cam(v. g.:

e o

carneyro (Fabul., fabul. 4). Com certas expresses adverbiaes 4)

um

tem-

po [=-olim]): mal dia naci (Vasco Roiz de Calvelo, Vai., 582). a m erva se se no arranca, cada dia multiplica (H. P., elle cada hora se aventejava em obras santas II, 95).que muyto maa ora se meteu no seu cortio (lvaro de Brito, Can. Ger.(Sousa, V. do Arco,1,

122).

e diz

L

SYNTAXE HI8T0K1CA POUTUGUESA

45

217).

Certo eu naci

Ger. III, 484).

ora (Anrrique da Mota, Canc. a populosa hum tempo Cingapura (Mal.

maa

Conq.

1,

118, ap. Blut.).

Obs.

O

arch. nulla sazon

ser provenalismo,

(=em tempo nenhum) deve como bem pensa o Dr. Leite de

Vasconcelos

(Tcxl. arch., pg. 435).

b)

Designa-se sempre sem prepos.

com

as expres-

ses: todos os dias, todas as semanas, etc.

J

em

latim se dizia,

v. g.:

quos ego

.

.

ad me

id tem-

poris venturas esse praediveram (Cie. in

Caiil., 1,4),

41. a)

Em

outras determinaesellipse,

sem prepos. ha

propriamente, ou

ou anacoluthia.

Obs. Nas expresses como: Partiram caminho de Roma, parece que o compl. caminho ievido influen-

cia das locues:

tomar o cammho

de, seguir o

caminho

de:

quando ssora [=ss'oraJ foy sa vya (Ferno Roiz de Antes de chegar a Santiago, N. Calheiros, Vai., 234). Coelho apartou-se de V. da Gama e foi-se caminho dePortugalb)(Cast.,/,

29).

de explicar as expresses descriptivas constituidas por um substantivo seguido ou precedido de uma expresso predicativa: Encostado ao seu cajado ha (a) apata na outrafceis|

No so

mo

(Bern. Ribeiro, cloga,e

2).

cego o vedes pintar,

\

menino,

arco

assistiremdescalos,

na mo (Prestes, 423). com penitencia de certos Domingos porta de suas Igrejas, ps e cabeas descobertas e velas acesas nas mos

46

SYNTAXR HISTRICA POKTUQDKSA

em quantoArcheb.,1,

se cantasse

a Missa do dia (Sousa, Vida docostas e

322).

e

ambos a p suas capas s

bordes nas mos a uso monstico pe-se em caminho (Sousa, Vida do Archeb., J, 466). Chaves na mo, melena desgrenhada, Batendo o p na casa, a Mi ordena (N.\

Tolentino, Obras,\

I,

1801, 57).

OlhosJ.

em

brasa,

3.o

tur-

ba pavorosa Charonte acena (A. Inferno de Dante).

Viale,

Canto

do

42. Dos nomes empregados por si ss (correspondentes a nominativos latinos) v. g.: em titulos de obras, letreiros, e outros dizeres que no constituem oraes,

no necessrio 43.

fallar

na grammatica.

A

respeito do vocativo s tem de observar-se

que empregado,dirige a falia

quando se chama por algum ou se a uma pess. ou coisa personificada, j emj\

simples exclamaes:

nobre Coriolano, Catilina, e vs ouDizei-lhe que lambem dos Portugueses Alguns tredores houve algas vezes (Lus., IV, 33). Bem poders, Sol, da vista doestes Teus raios apartar aquelle dia, Como da seva mesa de Thyestes Quando os filhos por mo de Atreu comia! (Lus., III, 133). Alcanou ser amado ( sorte rara !), Da fermosa Lianor ( rara sorte!) (Corte lieal, Naufr., X, 17). 44. Das preposies que substituram os casos latinos (de, a, para, em, com, por) tratar-se-ha conjunctimente com as demais preposies no capitulo respectivo.tu Sertrio, |

tros dos antigosI

.

.

.

|

\

|

|

:

SYNTAXE HISTRICA PORTUGUESA

47

CAPITULO

II

Das palavras nominaes em particularA.

Do substantivo

45. a)

O

apposto

em

ctamente, isto

,

sem

estar posto

sentido estricto liga-se direem relao particular

D predicado, a uma palavra nominal: Vede coino concorda S. Paulo com S. Joo, os dons mayores iheologos da Escola de Christo (Vieira, XI, 523). a congregao de S. Mauro, aquelle brilhante Seminrio de homens illtistres, creou a diplomtica (Herc, Op., III, 69). Tu tambm, grosso Silva, lustre e gloria da tua Ptria,

com

\

antiga Torres Vedras,foste.I

|

Doutor em Anno-historico, no

Dos ltimos. (Hyssope, 107, 8). He assi nesmo muito abundante de arroz, mantimento commum naquellas partes (Godinho, 10). per meo dos sentidos, portas e serventia do entendimento (H. P., I, 7 v.). Aprendeo [D. Joo de Castro] as Mathematicas com Pedro Nunez, o maior homem, que desta profisso conheceo Portugal (Freire, 4). Desde essa epocha a distinco das du,as raas, a conquistadora ou goda e a romona ou conquistada, quasi desapparecera (Herc, Eur., 2). Um apposto d'esta espcie pode pertencer para uma orao Dizendo isto, Loureno Telles estava roxo de clera,. tomava rap a mido e com sofreguido, indicio vehemente do furaco que o revolvia (R. da Silva, Mocidade, 1, 87)...

,

sed prncipes

quidam

jiiventutis

invenii,

manifesta

fides

publica ope

Volscos hosfes adjufos (T. Liv. 6,14). V.

Draeger,

Hist. Synt., 309.

:

48

SYNTAXK HISTOUIOA FORTUQUESA

Quando o apposto serve detico)

explicar (app. epesege-

ou de enumerar (app. enumerativo), pode ser precedido de: a saber; < convm a saber::.

duas cousas. convm a saber: vida e honra (Espelho de Casados, 2," ed. 21). O restante, a saber: capitel, esphera, e coroa fez-se pedaos (Gast, Q. Hist., 2, 66).Corresponde ao latim scilicd, empregado tambm modo na lingoa post-classica.

d'este

Pode

dizer-se v. g: os dois poderes, temporal e espi-

ritual; os dois poderes, o temporal e o espiritual.

Orationes

Campana

et

Lcontina (Cic. Philip., 2,39).

b)

O

apposto

em

sentido lato constitue ao

mesmo

tempo uma determinao do predicado.Parece dever considerar-se apposto a

Obs.

uma

or.

a locuo merc de algum ou de algo (=graQas a)

merc da longa experincia [como parenthesej (Lusii.transf.f.

6).

Quando

se

pretende

exprimir

tempo,

hypothese,

concesso, causa, comparao, ou debaixo de que res-

ou cousa, o apposto em adverbio ou do uma expresso tomada adverbialmente; na lingoagem litteraria, porra, tambm se liga immediatamente ao nome para que perpeito considerada a pess.

regra precedido de

um

tence:

Quando soldado, nnnca

entre

as balas

mudou os

cores (Vieira, I, 3923). [ Abraho] temeo que, como mulher e me [Sara], no tivesse valor para consentir

:

SYNTAXE HISTRICA PORTUGUESA

49

no

sacrifcio. .(Vieiva, /, 603). Verideo [S.

Pedro NolascoJ

todas as riquezas que possua, como grande Senhor que

era no

mundo

(Vieira //, 209).

Os nomes prprios vo para o plural: quando representam mais de uma pess. ou cousa, 1) que tem o mesmo nome: os dois Apollodoros (em francs: les deux Apollodore) os Ss; os Moreiras de S; os Forjazes 46.;

Os Correias de2)

S

(Camillo, Perfil, 11).

quando

se designa emphaticamente

uma

pess.

ou

cousa de grande nomeada: Os Augustos, os Claudios, os Tiberios, os Vespasianos, os Titos, os Trajanos, que he deites (Vieira, I, 116). os trabalhos prticos dos Pestalozzis, Lemaces, Jacotots, e Froebeis, so credores de universal agradecimento' (Cast., Out.I, 18).

3)

quando servem de representar emphaticamente

pess.

ou cousas d'aquella classe: Por isso, e no por falta de Natura,j

Virgilios

dura.4)

j

No ha tambm Nem haver, se este costume nem Homeros, Pios Eneas nem Achilles feros (Lus., V, 98).\

artista:

quando achei na

se

designam as obras de

um

autor ou

estante seis Vergilios.

uma cousa que pertence singularmente a cada um de vrios sujeitos, corrente nomear-se no singular (v. g.: puseram o chapo na cabea). Quando as expresses do typo de: vigrio da vara, chapo de sol, vo para o plural, o substantivo regido conserva-se no singular: vigrios da vara, chapos de 47 a)

Fallando-se de

chuva.lectivo,

Em certas locues emprega-se, em sentido colo singular em vez do plural de p descalo, descalo (descalos) de p e perna, o cair da folha:b):

:

50

SYNTAXB HISTRICA POKTUGUESA

O pobre monge,c)

que, de

p descalo

\

dum mundo

fal-

so os areaes percorre (Th. Kib., D. Jayme, 53).

Acompanhado

cie

muito, pouco, tanto,

pregar-se o singular

em

pode emvez do plural; muito homem,

pou^a laranja, tanta desgraa. 48 a) Alguns substantivos, que no pertencem categoria dos pluralia tantum, empregam-se ou podem empregar-se em certos casos no plural, quando era de esperar o singular. I)iz-se: a margem direita, a margem esquerda de um rio, mas, se no se especializar a margem, diz-se, V. g.: D. Affonso, filho de D. Joo II, morreu da queda de um cavallo nas margens do Tejo, junto a Santarm. Bons dias! (tambm: Muito bom dia!); Boa^i noites! (tambm: Boa noite!): Feitas as pazes (Comm. de Aff. de Albuq., 3).Weissenborn, annotando este passo de Tito Livio(II,

11): ripisquc Tiberis castra postiit, diz: ripis bezei-

chnet also nur das cine Ufer.Cf.

em

Plato, Protgoras

(2): xiv

vuxi&v (faltando

de

uma

s noite).

uso dos numeraes cardinaes, em vez dos ordiLuis XIV), trouxe comsigo o empregar-se o plural, em vez do singular, em algumas expresses, v. g. aos 5 capitulos (no port. ai*ch. mdio) (=no capitulo 5.); a paginas 4 (=na pagina 4."); a paginas tantas; a folhas 10, a folhas tantas; (quasi antiquado) aos 7 dias de Abril; aos 7 de Abril (=a 7 de Abril, em 7 de Abril): Aos V capitulos de S. Matheus (H. P., /, 158). Aos doze dias de Agosto de 1543 se fez vela toda, a armadab)

O

naes

(v. g.

:

(Freire, 19).

Diz-se sempre: s 4 hoi-as; a tantas horas; so 3 ho-

ras; que horas so?

:

SYNTAXE HISTOUICA PORTUGUESA

51

49. Em alguns casos" emprega-se um substantivo concreto (ou adjectivo) (precedidos de preposio), onde era de esperar um substantivo abstracto (ou o verbo ser com n. predicativo). D-se isto principalmente:

Com as designaes dos differentes perodos da vida (com as prep. desde, em, para) Os que em velhos comeo a ser hons, pouco tempo lhes fica para usarem da virtude (Lobo, Corte na ald., no gosta, como rei, que lhe lembrem que 221, ap. Blut.). estudou pouco em prncipe (R. da Silva, Mocidade, 3, 67).. .

EmObs.

latim: a puero (desde creana).

digo

Nas expresses como: accusar algum de pr(=de prodigalidade), estudar para medico, etc, deve-

ser,

ro antes ver-se casos de ellipse do infinitivo do verbo de que n. predicativo o substantivo ou adjectivo que se segue preposio de; vid. 411.

50. Conquanto no pertena propriamente grammatica, mas sim estilstica, consignar-se-ha neste lugar,

ao Bertrand (= livraria do no Lavado, seno tambm, V. g. ir Trindade, Rua dos Condes, s Variedades (=ao theatro da Trindade, etc.) fao Variedades, barbarismo recente); sabe o que vae hoje em S. Carlos?, em D. Maria? (=no theatro de S. Carlos, D. Maria, etc); amanh ha festa em S. Nicolao, na Magdalena (=na igreja de S. Nicolao, da Magdalena); e de igual modo ir para os Aores, para a Madeira (=para as ilhas dos Aores, para a ilha da Madeira).se diz,

que

no

s, v. g.: ir

Bertrand), comprar:

um

livro

:

Ad

tonsorem ire dixit (Plauto, Asin.,(id.

2,3,14); ego ibo

ad

medicum

Men.

3,7,17).

:

:

;

52

SYNTAXK HISTRICA PORTUGUESA

1)

51.

Funccionam como substantivos, alm das pa:

lavras tomadas materialmente

adjectivos (participios)

o temerrio e o imposs-

vel

da empresa; pronomes 2)

(entre elles o pron. pessoal

eti,

sobre

tudo na lingoagem philosophica); algumas palavras invariveis 3)es: at hoje;4)

em

certas combina-

certas combinaes de prepos.(

com

substantivo:

um sem numerotanto tempo

= uma

infinidade) de vezes e

com ha

sem numero de mysteriosas harmonias (Herc, Lendas, II). sermes de ha sessenta annos (Herc., Op.Ill, 9).

um

B.

Do

adjectivo

52 a)

O

adjectivo,

como

tal, :

ou attributo: cidade popidosa ou nome predicativo: esta cidade poptdosa; ou apposto (e neste caso designa o modo de ser da pess. ou cousa no 'tempo em que se d a aco do verbo): mal pode ter a vara direyta quem tem a cofisciencia torta (H. P,, /. 178 v.). A aurora rompeu meiga e serena (Herc, Eur., 113). Que o valor, e virtude preeminente\

Presente desagrada, ama-se ausente (Ulyss.,Obs.

5, 67).

Quando o apposto exprime

causa,

pode

ante-

pr-se-lho a prepos. de, para dar realce ao estado ou

qualidade:.

.

E

nisto de\

mimosaco

ardentes,

Como

O rosto banha em lagrimas orvalho fica a fresca rosa (Lus.\

II

41).

:

SYNTAXK HISTRICA PORTUGUESA

53

.

naturam ipsam de immorlalitate animoruni tadtam1,

judicare (Cie. Tusc,

14).

Cursu festinns Anhelo advolat

(Ovid. Met.,

II, 347-48).

V.

Madv.

300.

estilstica,

6 ponto que pertence propriamente observar-se-ha neste lugar, que a litteratura clssica, imitando o latim, quando um adjectivo pertence

b)

Ainda que

para um de dois substantivos ligados pela prepos. de, concorda s vezes o adjectivo com o outro substantivo

Vem

arneses e peitos reluzentes,\

|

Malhas

finas e lami\

nas seguras, Escudos de pinturas differ entes, espingardas de ao puras (Lus., I, 67).Generelevi

Pelouros,

armaiurae

(T. Liv., xxxv, 27);

Monumenio-

rum arduiim d operosum honorem

(Tcito. Germ.,2").

umtivo

53 a) O adjectivo attributo, quando pertence pra s substantivo, toma o gnero e numero do substan:

Vagas rumorosas

:

sol esplendido.

Obs. 1." Quando pertence para uma expresso de tratamento, o adjectivo toma o gnero do nome prprio da pess. a quem se d o tratamento Cf. 14 a.;

Obs. 2." Diz-se, v. g.: os volumes 4." e

.,

o

4." e 5." vo-

lumes, o 4.0 volume e o

5.,

o volume 4. e a4. c 5.:

.,

(menos

frequentemente) o volume

O quartoteus

e

quinto Affonsos

.

.

(Lus., I, 13).

sam Ma-

no primeiro e segundo capitolos (Corte imp., 133). na decima e undcima proposies que referistes (Man.Bernardes, Luze

Calor, 169,

apud Barreto,

228).

in undeviccssimam

et,

vcessimamlegiones

(T. Liv., 27, 38);

prima

et terlia

legione (Id. 40, 41).

:

54

SYNTAXE HISTRICA POKTUGUKSA

b)1)

Quando pertence paraSC todos elles so

vrios substantivos,

do mesmo gnero, toma o g-

nero dos substantivos o a) sendo todos do plural (ou de nmeros diversos), vae para o plural: Lemistes e selins cortesos. b) sendo todos do singular, vae para o plural, de preferencia, ou para o singular: dotada de conformidade e resignao hericas (Herc, Monge, 1, 250). o seio e o rosto da monja, suavemente pallidos (Id., Eiir., 159). a destreza e pericia rabes (Herc, Lendas, II, 83). cujo saio e cavallo negros (Id., ibid.. 223).

para uma2)

e

outra coisa juntas

(Cast.,

Q. Hist., I, 116).

se os substantivos so do gneros diversos, e:

o)

do

plural, vae para

o plural e para o gnero do

substantivo mais prximoDictes e sentenas furtadas (Ges, Cat. M., 6). Leis e CQstumes ptrios (Herc. Cas. Civ.). b) se do singular, vae de ordinrio para o singular e para o gnero do substantivo mais prximo, quandoest immediataniente antes d'este e de ordinrio, para o

plural masculino,

quando vae depois dos substantivos:

Assim como aquelle prfido deu a lanada, manou da ferida sangue e agoa verdadeiros (Bernardes, Nov. Flor.ap. Barreto, Est. 193).

A

existncia e esplendor antigos

(Herc. Cas. Civ.).c)

se de

nmeros

diversos, vae para o plural, de

preferencia, e para o gnero masculino,

ou para o numero

e gnero do substantivo mais prximo:

As calas73).

e

Com

os cnones e

jubo de ouro lavrados (C. Real., Naufr, com a disciplina promulgados emciv.).

Trento (Herc, Cas.

54) nome predicativo, vo nos 11 e 32.

A

regras de concordncia do adjectivo

como

;

:

:

SYNTAXK mSTOlUCA POKTUGUESA

55

As regras de concordncia do adjectivo empregado como apposto so as mesmas que a do adjectivo empregado predicativamente E siipitamente lhe apareceo sam Framisquo com 55)

samto Antnio vistidos de avitos respramdecentes e cimgidos com cordas (Mil. de S. Ant., 66). A maior parle do qual [GambeaJ corre turtuoso em voltas meudas (Barros, sempre /, 3. 8). Mas de quanto vos quero descuidada spera vos vejo, sempre dura (Caminha, 50). A imaginao e o orgidho exercem grande poder, e correm mais fogosos do que pensas (R. da Silva, Mocidade, 3, 115).\

adjectivo do plural pode estar apposto a do singular que venha depois, quando este sujeito algum dos pronomes cada um, cada qual, nenhum, ningum, referidos a certas pess. ou cousas j mencionadas:Obs.

Um

um

sujeito

sobresaltadosse

com

esta vista,

procurava cada

um pr-

a

salvo.

56.

57. a)1)

Sobre a gradao dos adjectivos, v. cap. iii. Com o valor de substantivos, empregam-se(e

os adjectivos

participios passivos)

designando pessoas: o fraco, o forte; os vivos, osdesignando cousas (no singular): o promettidoObs.deste

mortos2)

devido.

Um

pequeno numero tambmplural (possvel, impossivel).

se

emprega

modo no

em vez de substantivos abstractos, no singular, 3) quando queremos dar realce qualidade ou estado de um dado objecto (o temerrio da empresa):nemmembrosos molestava(Vieira,I,

o

estirado, e desconjuntado dos

A' altura da queda e ao mpeto das guas ajunctava-se o agudo dos rochedos (Herc,992).

:

56

8YNTAXE HISTRICA PORTUGUESA

Eur., 242).

pesavam mudos

o temerrio e o impossvel

da emprezab)1)

(Cast., Q. Hist., II, 10-11).

Em

particular substantivam-se:

alguns adjectivos, designando a parte respectiva da cabea, o alto de um monte; os comparativos, designando o momento respe2) ctivo de um acontecimento: no mais agro da tormenta: Amor com brandas mostras apparece, Tudo possvel Mas logo no melhor desapparece faz, tudo assegura,

de

um

objecto: o alto

j

\

(Cam., Sou., 180).

Achava-se D. Joo no melhor de seus

annos3)

(Freire, 11).

alguns adjectivos, no singular masculino, desiaquillo que tem a respectiva qualidade, considerada de modo geral, independentemente dos objectos concretos em que ella se manifesta: o bello, o sublime;

gnando

4)

os adjectivos designativos de cores

em

expresses

como: vestido de prelo; ser oiro sobre azul;5)

os adjectivos: alto, largo, comprido,:

quando de-

signam dimenses (v. g. ter tantos metros de alto): muro de madeira de dez palmos de largo e vinte dealto

(Comm.

Aff.

de Alb., 24).in longo millia passos forsilan scdcrim,1).

(vallis) habcl.in lato aiUem..

.

.

.:

Aeth. per., 2,

6)

um ou

outro adjectivo

em(i

sentido especial,

em

certas combinaes: ao antigocerto

=

moda

antiga; saber ao

Humcl. 2.

cavalleiro vestido

ao antigo (M.-Lus.,

2,

333,

ap. Blut.).Obs.

no

(e

Antigamente empregava-so o adjectivo pequeo diminuitivo pequenino) no sentido de pedao (p'

(lacinho):

;

SYNTAXE HISTRICA POIITUGUESA

57

toda

partev.).

lia

hu peqno de muo caminho (Esp. de

Casados, 37,

58. a) Alguns adjectivos empregam-se, em certas combinaes, referidos a um substantivo que se subentende.

Um

adjectivo substantivado est referido a

uma

de-

terminada ideia, porm, no a uma determinada palavra que designe essa ideia um adjectivo elliptico est referido no s a uma determinada ideia, mas tambm a uma determinada palavra que designa essa ideia. Diz-se: direita, d esquerda (tambm: mo direita, mo esquerda); portuguesa, francesa, etc.;

a dexteram, abdexdra ejus6, 99);

dextra, dextra (Ces. Bel. Civ., 2, 15);

(flioiinisj accoliint

Deximontani (Plin, Nat.etc.

Hisl.,

ad

sinistram,

ad lacram,

D'este modo empregam-se at adjectivos formados de nomes prprios: botas d Frederica, cabello cortado Saint-Simonia. No me recordo de ter encontrado escripta esta palavra, mas ouvi-a muitas vezes em pequeno. Actualmente diz-se, e seria difficil dizer- se d'outro modo, V. g. trajo Lus XV. b) A esta categoria pertencem as expresses::

etc.

;

s claras, s escondidas, s escancaras, s avessas, vir s boas ; viver larga (antigamente la larga):

andar peor:e

solta';

chegar justa; levar a melhor, levar a

cada vez os lobos levavam a peor (Fabul, fab. 38). Um pequeno numero de adjectivos empregam-se tambm, no sing. masc, adverbialmente dema 59.:

siado, nimio,

raro, continuo, sbito,

alto

(fallar,

voar);

caro (custar, comprar, vender); serio

(fallar):

E por

esto se diz

que a fretnosura gabada sobejo, per

:

58

SYNTAXK HISTOIUCA PORTUGUESA

vezes se torna

em

Pierio, doce cantas (Ferreira, egl.Obs.

fealdade {V. Bemf., 276). Doce tanges, 2., ap. Moraes).

O adjectivo meio (junto de adjectivos e partiemprega-se adverbialmente ou em forma invarivel ou concordando, por attraco ('), com o substantivo para (lue pertence o adjectivo ou participio:cipios)

tas de era (Vieira, S. de(Cast.,

miseiaveis ruinas, ou meyo sepultadas j, ou coberOlhos meio fechados S.'" Cath.).

Chave, 41).

Huns caem meios mortos

(Lus. III, 50).

Outros meios mortos se afogavo (Id., ibd., 113). Na quasi solitria e meia arruinada Carteia (Here., Eiir., 12). Attraco semelhante se d com os adjectivos caro e

baratodisposto

dim, ap. Barreto, Est., 261).(Reb. da Silva,Barreto,I

a vender cara a vida (Camilo, Cego de LanOs monumentos custam caros

De

noite todos os gatos so pardos, ap.

cavalgada ao Mouro j lhe pesa, mais barata (Lus. I, 90). D'estas palavras umas representam formas adjectivas latinas que se empregam adverbialmente (raro, continuo, sbito, nimio), outras so empregadas adverbialmente, por analogia de significao (demasiado, por analogia de nimio), outras so pura imitao litteraria do latim, como no passo acima citado, de Ferreira (dulce ridentem Lalugen amabo, dulce loquentem [Hor., Carm. I, 22, 23-24].Est., 261).

Da

Que

bem, cuidou compr-la

es

60.

Os adjectivos podem, nas suas diversas1)

func-

vsyntacticas,

ser substitudos por equivalentes

adjectivos, a saber, por:

de nomes precedidos de prepo-

(')

V. Dr. Leite de Vasconcellos, As Lies de Luig. do snt: Oiwd. de Fiyueittdo'

10 e

II.

:

SYNTAXE HISTRICA PORTUGUESA

59

sio; 2) infinitivos precedidos

de preposio;

3)

alguns

advrbios

Ca par Deus, semelha mui sem razoyn (Taver eu mal d'u o Deus nom pos, nom (D. Denis, Lang., 34). Nem cuidemos que he louvado por de grande e nobre coraom o que faz m.ercee onde a nom possa perder (V. Bemf. 108). a minha pena he sem medida (Cames, Son., 181). de ter por sem duvida (H. P., J, 7). homens sem conscinciaj

(Vieira,

VII,

52).

UmI).

Fr. Luiz de Sousa,Eur.,

portuguez s direitas (Garrett, nas luctas sem gloria (Herc,

a crypta estava em silencio (Id., ihid., 164). 84). no ficaro sem vingana (Id., ibid., 224). Como tudo nelle [desoioj sejo planicies a perder de vista (Godinho,

115).

Nunca

vi coisa assim (Garrett, Viagens, 35).

C.

Do nome numeral

a.

lumeraes propriamente dietos

61 a) Empregam-se os cardinaes em vez dos ordinaes: nas datas dos annos, nas dos dias do ms, na indi-

cao das horas, na das paginas, folhas (facultativamente), dos captulos, paragraphos; v. g. em 1872, no anno de 1872; a 3 de Maio, aos 3 de Maio, em 3 de Maio, no dia:

3 de Maio: domingo, 3 de Maio; mas diz-se: em um de Maio ou no primeiro de Maio domingo, um de Maio, ou dia primeiro de Maio; meia hora depois do meio dia, uma hora da tarde; s 4 horas da tarde, 5 horas e meia da manh; a paginas 1, et paginas 2, na pagina 1, na pagina 2; tambm: na primeira pagina ou na pagina primeira mudar de rua e bairro todos os trs mezes (Gar; ;

rett, Viag., 20)

(=de

trs

em

trs meses).

Diz-se: quarto1,

n.^ 1, n. 2, etc,

ou quarto

1, 9,

2; cavallaria

infanta-

:

60

SYNTAXE HISTOIUCA POnTUGDESA

ria

2,

artilharia

3,

o 1 de cavallaria, o 2 de infanta-

ria, etc.

Segundose dizia, v. g.ires

j se:

notou (no 48 b) antigamente tambm aos nove capitulos no capitulo nono, aos

=

dias

RO

(no) terceiro dia.

Obs. E' irregularidade (frequente na V. Bemf.) empregar o ordinal com o substantivo (capitulo, etc.) no plural, V. g. aos vigsimo segundo capilullos dos provrbios:

(pag. 90).

b)

Na

distinco de prncipes, etc,

do mesmo nome,

os cardinaes11

podem empregar-se, em,

em

diante (isto

vez dos ordinaes, de desde que os ordinaes deixam de serv. g.:

do conhecimento geral): Luiz 11 de Frana, o papa Leo 13 (mas,fonso 1).

D. Af-

O mesmoc)litro,

acontece com sculo. Na designao das fraces diz-se meio (v. g.: meio meia legoa, meio po ou metade de um po), dois

teros,

3 quartos, 4 quintos, 5(e

sextos, 6 stimos, 7 oitavos,

8 nonos, 9 dcimosavos).P'ra

tambm: duas

teras parles, etc);(v. g.:

d'ahi por diante emprega-se o

termo avos

2 on^e

do calculo das fraces ordinrias, tambm seordinaes,v, g.:

empregam alguns outros numeraesdcimos, 3 vigessimos.

5 duo-

62, Em certas condies um vem a equivaler a mesmo Oh cousa para espantar! Que ambos a ferida tem Dlium tamanho, em hum lugar! (Cames, Amphitries, acto V, scena I) (^). eram ambas irmas filhas do dictoo\ |

O

Esta obscrvaTo devida a Jlio Moreira, Estudos,

I,

pag. 43.

SYNTAXE HISTRICA PORTUGUESA

61

Rei dom Sancho posto que nom fossem dhua madre (F. Lopes, 538). 63 a) Tanto se diz, v. g. r vinte e um dia, como, o que mais usual, vinte e um dias: bella occupao para um homem de vinte e um annos^

(Garrett, Viagens, 108).

b)

No

port. arch.

mdiotrs

dzia-se, v. g.

:

ires quatro,

por 3 ou 4i no levava mais que (Mendes Pinto, 14).c)

quatro

[=3

ou 4] negros

No

port. arch. dizia-se, v. g.

:

duas tanto por duas

vezes tanto:

a qual ssoomhra parecia a elle que era duas tanta carne (Fabul., fab. V). d) Escreve-se v. g. 33 varas e meia> (Cast., Q. Hist., 2, 62). e

>

vos

>

indirecto por lhes

>

vs por vocs.

d) Na conversao emprega-se a gente com o valor do pronome ns: Venha com a gente. 70. Na^emphase os, pronomes pessoaes, j empregados nas formas tonas, repetem-se nas formas tnicas

6 vice-versa:

fes-me htego a mim! (L. de Vasc, avarento cuyda que tem dinheyro, e o dinheyro tem-no a elle (H. P., /, 209). a mim me parece que (Idem, II, 32). isso te entrar a ti por casa (Eufros.,ella

engordou

|

E

Tx. Arch., 68).

Eu

.

.

III, 2).

Quem vos71. V.).

levanta

a

vs,

a mi me

exalta

(Bnltli.,

Estaco,

Izabel

no buscava

coroas, antes as coroas

a buscavo a

ella (Vieira, //, 20).

E

que me importam a

:

SYNTAXE HISTRICA PORTUGUESA

67

mim

esse

dio impotente,Ill, 68).

essa

linguagem vergonhosa?

(Herc, Op.

repetio nas formas tnicas de regra na coordenao no port. moderno (deu-me a mim e a meti irmo):

A

Maldiz-se aPes., 187).

si

e

a providencia

e o

mundo (Herc,

comou

Emphaticamente podem concorrer os pronomes tonos os nomes que funcionam como complem. directo

indirecto:

d a mo (Prov.). No lhe fora melhor a Sichem no ver a Dina (Vieira, I, 890). 71. Em lugar de ns, vs, pode dizer-se ns outros, vs outros, quando se quer contrapor emphaticamente

Ao homem ousado a fortuna

lhe

ns e vs a outras pessoas: Vs outros me chamaes mestre e senhor e dizes b, ca eu o som (Fios Sanctorum, f. 3, v.). Sabers, pois, leitor, como ns odros fazemos o que te fazemos ler(Garrett, Viug., 31).

72.

Os

escriptores antigos, tendo

substantivo era certa accepo, representaram-no,

empregado um tomado

emda

outra accepo, na3.^

mesma

phrase, pelo pron. pessoald'elles

pessoa:

pareceria falta de memoria no a fazer aqui(H. R).

73. A forma o, a, os, as, pode empregar-se referida a um substantivo tomado em sentido indefinido quero Weu ben e que-lo el ami (J. Baveca, Vat., 832).

Cordes de oiro, se os ha [em francs: sHl y en a] enrio collo da imagem (Lat. Coelho, Semana, II). 74. Em algumas phrases familiares emprega-se eliipticamente o pron. pessoal da 3.** pess,, feminino: fiseste-a bonita; has-de pagar-m,''as; aqui (ou agora) que so ellas.

quecem

.

.

68

8TNTAXK HI8T0KICA F0RTCGUR8A

b.

Pronomes possesaivos

75.b)

a)

Os pronomes possessivos funccionam comopredicativos.

attributos e

como nomes

empregadas s atributivamente iiia (escripto mha), nha (oscripto inha), ta, sa; noslro so: (s em Nostro Senhor = Deo3). Empregadas attributiva e prodicativamente: ton^ c)Fornias arch.8on.

76. a) Para obviar confuso que traz o pron. possessivo da 3.* pess., com respeito aos gneros e n-

meros, juntam-se, sobretudo na lingoagom familiar, as expresses: d'elle, d'ella, Vclles, d'ellas, ou se substituem os pronomes possessivos por estas expresses, podendo, tanto num caso, como no outro, juntar-se, em appos., osubstantivo respectivo:elles alguiias cousas que Lopes, 150). iomando-lke suas fermosas mos antrc as suas d'elle (B. liib., Men 11^ a culpa d'isso era sua delles (Aff. de Albuq. Comm., 93). I, para exercerem o cargo cm quanto fr merc 26). d'elle, rei (G. Barros, Hist., Hl, 704). b) seu, sua tambm se refere pess. com quem falamos e a quem tratamos na 3.* pessoa: encontrei o seu

dizdo que quiria fallar

com

eram seu

proveito delles (F.

filho.

77. Pode ter cabida aqui uma observao quo pertence rigorosamente estilistica, e que o portiigus, alm do, geralmente, fazer pouco uso dos possessivos, quando a clareza o no requer, substituo frequentcmento estes pronomes pelas formas tonas dos pronomes pessoaes empregados como compl. indirecto:

O Senhor no me

escutou as preces: 7io

me

acceilou

:

8YNTAXE HISTRICA P0UTUGUE8A

69

Eur., 80). alguma vergontea, que rompia da enrugada epiderme (Herc, ibid., 241). Metie dinheiro na bolsa (J. A. de Freitas, tr. do Olhello de Shaksp. ^ Pt money in thy piirse [acto I, se. lUJ). 78. raro o emprego dos pronomes possessivos

a resignao (Herc,lhe

em

sentido objectivo:

guinte

n achado hi ho arcebispo se partira logo ao dia seem sua busca (Diego AT., 114). Mova-te a piedade sua e minha (Liis., Ill, 127). 79.

Com

o pron. possessivo

podem concorrer

os

pronomes demonstrativos, indefinidos e numeraes, este meu filho, os meus trs filhos. 80. a) Diz- se, coenta anrios.b)v. g.:

v. g.

pessoa dos seus [de uns] cin-

Em

phrases como:

dades, o pron, possessivo

A empresa tem suus difficuluma expresso reservada, emn^estes dois

lugar de alguns:

Hac)

sua notvel differena

modos de acu-

dir ao pensamento (Garrett, Viag., 147).

Os pronomes

possessivos tem, s vezes, o sentido

de: devido:o Lusitano feito

Porque o amor fraterno e puro gosto De dar a todo Seu louvor (Lus., V, 100). d) E de notar o emprego, na conversao, em tom\ \

exprobrativo, dos pronomescativo,

ou a

meu e seu, juntos a um voum apposto d'um vocativo, v. g. meu men:

tiroso

!

v-se d'aqui, seu mata-genle (Amorim,tria, 19).

Amor da P-

Os pronomes possessivos empregam-se substan 81 tivamente.:

ter

no sing. masc. dar do seu; dar o seu a seu dono 1) de seu [=ter bens prprios] (Prestes, 420); (antiquado):

:

70

SYNTAXK HISTRICA PORTUGUESA

por si s, por si mesmo eles [instrumentos] de seu se tangiam (Tundalo, na Bev. Lus., II, 117). Perde seu:

=

doado he elle de sseu (Ferno Lopes, D. Joo J, 28). no plural masc. referidos aos parentes, concida2)dos, partidrios, etc:

Mas3)

louvar os meus prprios, arreceio

\

Que louvor

to suspeito

mal me

esteja (Lus., 3, 4).teu, seu, nosso^

na locuo arch. pollo (pelo) meu,

vosso (que significam: portc.)

meu

interesse,

por minha causa,

como eu peno cada dia pollo seu, com saudade (Nuno Pereyra, Canc. Ger., I, 251). 82. Os pron. possessivos erapregam-se elliptioamente em algumas locues familiares, v. g.: fazer das\

suas, querer dizer

na

sua.

C.

Pronomes demonstrativos

lo),

83. a) Os pron. este (isto), esse (isso), aquelle (aquilso pron. demonstrativos directos, que correspondem,1.*,

respectivamonte, aos pron. pess. dapessoa.

da

2."

e da

3.*

Aquelle b)relativa

tambm

pron. demonstrativo indirecto.

A um

substantivo apposto, a que se liga

uma

or.

se o iH'on. este

ou outra determinao equivalente, pode posporou esse: Omifiindo o mais que se innovou com boa mo para e para a o ensino prompto de calligraphia popular dos nmeros, tanto arbigos como romanos, peleitura quenos benefcios esses que a ingratido pode pagar sua moda (Cast., Outono, 28). a madrugada, o sol, e a wa com a alegria, com os resplendores, com a devoo, coisas.

.

.

.

SYNTAXE HISTRICA PORTDGUESA

71

e^tas todas

de Deus, mas rudes

e

sem entendimento

(Cast.,

Q. Hist., II, 23).

O pron. esse emprega-se tambm emphaticamente, c) representando uma pess. ou cousa como devendo, pela sua celebridade, etc, estar na mente das pessoas a quemfalamos ou a

quem

Que

,

pois,

se suppe que falamos: a caixa econmica, essa arvore que pro-

duz iaes fructos de beno ? (Herc, Op., I, 161). d) Esse, como apposto, emprega-se em gradaes: O marido esse adorava-a (Ea de Queiroz, Crime, 6, ap. M. Lbke, 575).emprega vero, v. g.: Scimus moribus abesse a principis persona, saltare vero etiam in tntiis poni (Com. Nep., Epamin., i).este fim o latiranostrs

Com

enim ynusicen

e)

Esse, na significao den.

tal,

como

n.

predicativo

ou equivalente do

predicativo, servia, no port. arch.

mdio, de evitar a repetio de um nome: Oh que certeza tamanha, o muito peccador no se conhecer por esse! (Cames, Filodemo, II, 2). 84, a) Quando os pron. isto, isso^ aquillo so determinados por uma or. relativa que tem um substaniivo(ou adjectivo substantivado) porrelativo, os clssicosn.

predicativo do pron.este,

substituem frequentemente aquellesesta, esse,

pron. substantivos pelos pron. adjectivosessa, aquelle, aquella:

AIL

censura deste que se

chama

costume,

.

.

.

(Vieira,

124).

quero escudar por isso de dar razo que parece impossvel (Vieira, /, 631). A razo verdadeira desta qxie ao principio parecia mudana (Vieira,deste,. .

Eu porm no me

VIII, 31).

:

:

:

72

SYNTAXB HISTRICA PORTUGUESA

Quie

apud

alioa iracundia dicitur, ea in imprio super-

bia cUque crudclilas appcllatur (Sall., Cal. 51).

b)

Semelhantemente, quando aos pron.

isto,

isso,

aquillo se liga,

como

n. predicativo,

um

substantivo preaquelle,

cedido do artigo, aquelles pron. so de preferencia substituidos pelos pron. adjectivoseste, esta, esse, essa,

aquella

He eMa uma

observacLo que(Vieira, S.

me admiro node

fizessem

aqui os HistoriadoresObs.

SJ'^ Cat.", 10).

O

port. arch. ia

mais mais longo nesta substi-

tuio, fazendo-a, s vezes,

quando a referncia era a

nomo de

pessoa:foi

porque

este

(Virgem Maria)

hue

castello

muytovirgin-

bem guarnido de cava de humildadedade(L.

de

muro de

de Vasconcellos, Tx. Arch.,

36).

tambm, quando o pron. aquillo, seguido de uma or. relativa, tinha de ser n. predicativo do sujeito, substituia-se s vezes por aquelle ou aquella, segundo o gnero do sujeito: a fremusura da alma he aquella que afremosenta oc)

No

port. arch.

corpo (Fahul, 20). Os pron. este, esse, aquelle, determinados por or. d) relativa, substantivam-se, designando pessoas: Esse que bebeo tanto da agoa Aonia, Sobre quem tem contenda peregrina Entre si Rhodes, Smfp-na e Colophonia, Athenas, los, Argo e Salamina (Lus., V, 87).|\ I

85. O, a, os, as, emprega-se na qualidade de pron. demonstrativo propriamente dicto seguido de uma determinao, referido a pessoas 1) o que muito miige tira sangue (Espelho de Casados, 41).

Saiba morrer o que viver no soube (Bocage,

son.).

:

:

:

SVNTAXE HISTRICA PORTUGUESA

73

2)

no

siiig.

masc.

como equivalente do pron.or.

aquillo

do relativo que): (determinado digamos tambm ho a que somos enmados (DiegoAT., 2).

por uma

rogou que

lhe dissesse

ho pra que ho levava (Bern.

Rib., Men., I, 26).

o que sabemos d^ouvido

p