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* Trabalho promovido pelo Curso de Pós-Graduação em Dermatologia da UFRJ e realizado no Hospital Geral de Bonsucesso, Hospital de Força Aérea do Galeão e Universidade Federal do Rio de Janeiro - (UFRJ) - Rio de Janeiro (RJ), Brasil. • Conflito de interesse declarado: Nenhum. 1 Mestre em Dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Rio de Janeiro (RJ), Brasil. 2 Doutora em Dermatologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Médica do Hospital Central Aristarcho Pessoa - Rio de Janeiro (RJ), Brasil. 3 Acadêmico do 3º Ano de Medicina da Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro (RJ), Brasil. 4 Chefe da Clínica Dermatológica do Hospital Geral de Bonsucesso - Rio de Janeiro (RJ), Brasil. 5 Chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital de Força Aérea do Galeão - Rio de Janeiro (RJ), Brasil. 6 Professora Adjunta do Departamento de Histologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Rio de Janeiro (RJ), Brasil. ©2006 by Anais Brasileiros de Dermatologia Enxertia de pele em oncologia cutânea * Skin grafts in cutaneous oncology * José Anselmo Lofêgo Filho 1 Paula Dadalti 2 Diogo Cotrim de Souza 3 Paulo Roberto Cotrim de Souza 4 Marcos Aurélio Leiros da Silva 5 Cristina Maeda Takiya 6 An Bras Dermatol. 2006;(5):465-72. Artigo de Revisão Resumo: Em oncologia cutânea depara-se freqüentemente com situações em que a confec- ção de um enxerto é uma boa alternativa para o fechamento do defeito cirúrgico. Conhecer aspectos referentes à integração e contração dos enxertos é fundamental para que os cirur- giões dermatológicos procedam de maneira a não contrariar princípios básicos do trans- plante de pele. Os autores fazem uma revisão da classificação e fisiologia dos enxertos de pele, acrescendo considerações cirúrgicas determinantes para o sucesso do procedimento. Palavras-chave: Neoplasias cutâneas; Transplante de pele; Transplante homólogo Abstract: In cutaneous oncology, there are many situations in which skin grafts could be a good alternative for closing surgical defect. Dermatological surgeons should have enough knowledge about graft integration and contraction in order to not contradict the basic prin- ciples of skin transplantation. The authors review skin graft classification and physiology and make some surgical considerations on successful procedures. Keywords: Skin neoplasms; Skin transplantation; Transplantation, homologous 465 INTRODUÇÃO Enxerto é parte de um tecido vivo transplanta- do de um lugar para outro no mesmo organismo ou em organismos distintos. 1 Contudo, a utilização da terminologia enxerto para designar uma modalidade cirúrgica, apesar de errônea, tornou-se coloquial. Os termos apropriados para designar o procedimento cirúrgico que envolve a transferência da pele de uma região para outra, mediante perda total de continui- dade com sua área doadora, são enxertia ou trans- plante de pele. Existem quatro diferentes classificações para os enxertos. Uma, baseia-se em sua constituição his- tológica. São simples quando apresentam um único tipo de tecido e compostos quando constituídos de dois ou mais tipos de tecidos. Em oncologia cutânea, um enxerto composto é usado quando o defeito cirúrgico a ser coberto requer mais suporte interno, como acontece nas reconstruções situadas na orelha e asa nasal. 2,3 Nessas reconstruções tridimensionais a cartilagem auricular é incluída em busca de melhorar a performance do enxerto. Segundo sua fonte de obtenção, podemos classificá-los também em autólogos, quando doador e receptor são o mesmo indivíduo; alógenos ou

Enxertia de pele em oncologia cutânea Skin grafts in ... · 4 Chefe da Clínica Dermatológica do Hospital Geral de Bonsucesso - Rio de Janeiro (RJ), Brasil. 5 Chefe do Serviço

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* Trabalho promovido pelo Curso de Pós-Graduação em Dermatologia da UFRJ e realizado no Hospital Geral de Bonsucesso, Hospital de Força Aérea do Galeão e UniversidadeFederal do Rio de Janeiro - (UFRJ) - Rio de Janeiro (RJ), Brasil. • Conflito de interesse declarado: Nenhum.

1 Mestre em Dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Rio de Janeiro (RJ), Brasil. 2 Doutora em Dermatologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Médica do Hospital Central Aristarcho Pessoa - Rio de Janeiro (RJ), Brasil.3 Acadêmico do 3º Ano de Medicina da Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro (RJ), Brasil. 4 Chefe da Clínica Dermatológica do Hospital Geral de Bonsucesso - Rio de Janeiro (RJ), Brasil. 5 Chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital de Força Aérea do Galeão - Rio de Janeiro (RJ), Brasil.6 Professora Adjunta do Departamento de Histologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

©2006 by Anais Brasileiros de Dermatologia

Enxertia de pele em oncologia cutânea*

Skin grafts in cutaneous oncology*

José Anselmo Lofêgo Filho1 Paula Dadalti2 Diogo Cotrim de Souza3

Paulo Roberto Cotrim de Souza4 Marcos Aurélio Leiros da Silva5 Cristina Maeda Takiya6

An Bras Dermatol. 2006;(5):465-72.

Artigo de Revisão

Resumo: Em oncologia cutânea depara-se freqüentemente com situações em que a confec-ção de um enxerto é uma boa alternativa para o fechamento do defeito cirúrgico. Conheceraspectos referentes à integração e contração dos enxertos é fundamental para que os cirur-giões dermatológicos procedam de maneira a não contrariar princípios básicos do trans-plante de pele. Os autores fazem uma revisão da classificação e fisiologia dos enxertos depele, acrescendo considerações cirúrgicas determinantes para o sucesso do procedimento. Palavras-chave: Neoplasias cutâneas; Transplante de pele; Transplante homólogo

Abstract: In cutaneous oncology, there are many situations in which skin grafts could be agood alternative for closing surgical defect. Dermatological surgeons should have enoughknowledge about graft integration and contraction in order to not contradict the basic prin-ciples of skin transplantation. The authors review skin graft classification and physiologyand make some surgical considerations on successful procedures.Keywords: Skin neoplasms; Skin transplantation; Transplantation, homologous

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INTRODUÇÃOEnxerto é parte de um tecido vivo transplanta-

do de um lugar para outro no mesmo organismo ouem organismos distintos.1 Contudo, a utilização daterminologia enxerto para designar uma modalidadecirúrgica, apesar de errônea, tornou-se coloquial. Ostermos apropriados para designar o procedimentocirúrgico que envolve a transferência da pele de umaregião para outra, mediante perda total de continui-dade com sua área doadora, são enxertia ou trans-plante de pele.

Existem quatro diferentes classificações paraos enxertos. Uma, baseia-se em sua constituição his-

tológica. São simples quando apresentam um únicotipo de tecido e compostos quando constituídos dedois ou mais tipos de tecidos. Em oncologia cutânea,um enxerto composto é usado quando o defeitocirúrgico a ser coberto requer mais suporte interno,como acontece nas reconstruções situadas na orelhae asa nasal.2,3 Nessas reconstruções tridimensionais acartilagem auricular é incluída em busca de melhorara performance do enxerto.

Segundo sua fonte de obtenção, podemosclassificá-los também em autólogos, quando doadore receptor são o mesmo indivíduo; alógenos ou

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homólogos, quando doador e receptor são diferen-tes, porém da mesma espécie; e heterólogos ouxenoenxertos, quando doador e receptor são deespécies diferentes.4,5 Na prática dermatológica osautoenxertos são os mais empregados já que osaloenxertos e xenoenxertos são temporários e fun-cionam apenas como curativos biológicos estimulan-do a cicatrização.6,7

Uma terceira classificação tem por base a espes-sura. Os enxertos de espessura total contêm epider-me e toda a derme incluindo as estruturas anexiais.Os enxertos de espessura parcial contêm epiderme eapenas parte da derme. Estes últimos se subdividemem finos, médios e grossos, de acordo com a quanti-dade de derme existente no enxerto8 (Tabela 1).

Por fim, os enxertos cutâneos podem ser classi-ficados de acordo como foram processados. Após acoleta, os enxertos podem ser processados de modoa expandi-los, o que pode ser feito na sala de cirurgia,por meio de um expansor que os transforma numamalha ampliada semelhante a uma rede (meshgrafts), ou em laboratório, mediante cultura de célu-las. Os queratinócitos cultivados podem ser de ori-gem autóloga ou alogênica e podem ser aplicadosassociados ou não a um substituto dérmico.9

A situação clínica determina o tipo de enxertoa ser colocado.

FISIOLOGIA DOS AUTOENXERTOSA cicatrização da ferida após a enxertia de pele

se processa por dois eventos característicos e seqüen-ciais.

A - Integração As características clínicas da integração dos

enxertos autólogos são aderência, perfusão e viabili-dade do segmento de pele transferido, o que depen-de obrigatoriamente de sua vascularização.

Nas primeiras 24 horas após a enxertia o plas-ma que transuda da área receptora é absorvido peloenxerto formando uma malha de fibrina que servepara sua fixação e nutrição (fase de embebição plas-mática). Na seqüência, pequenos capilares se anasto-

mosam comunicando a superfície do enxerto à doleito receptor (fase inosculatória). O enxerto encon-tra-se ainda fragilmente fixado, podendo estar cianó-tico. O surgimento e proliferação de novos vasos éque irá garantir a sobrevivência da pele transplanta-da. Fluxo sangüíneo verdadeiro ocorre do quinto aosétimo dia do pós-operatório (fase de revasculariza-ção).4,5

Yamagushi e cols.10 estudaram o envolvimentode uma quarta fase, a fase de ativação dos queratinó-citos, na cicatrização dos enxertos cutâneos. Numestudo experimental a ativação dos queratinócitos foiavaliada pelo marcador de proliferação celular Ki-67,e a adesão da célula matriz, pela marcação de B1 inte-grina. A expressão de Ki-67 e B1 integrina foi observa-da apenas nos enxertos de espessura parcial. Porserem mais delgados, eles permitem melhor embebi-ção na fase inicial da enxertia e necessitam de menorsuprimento sangüíneo a partir do leito subjacente.No entanto a ocorrência da ativação dos queratinóci-tos pode vir a ser uma razão adicional que facilita aintegração dos enxertos de espessura parcial quandocomparados aos de espessura total.

O preparo da solução anestésica utilizada nasenxertias de pele costuma incluir substância vaso-constritora em concentrações variadas. Solução anes-tésica contendo epinefrina em solução 1: 100.000parece aumentar levemente o risco de complicações,como perda parcial do enxerto e necrose epidérmi-ca, na primeira semana da enxertia.11 O risco/benefí-cio relacionado ao uso da epinefrina deve ser avalia-do em cada situação clínica isoladamente. Em cir-cunstâncias cujo leito receptor esteja com sua vascu-larização comprometida ou em tabagistas, o uso iso-lado de lidocaína parece ser vantajoso no que se refe-re à integração.

B - ContraçãoUma vez integrado a seu leito receptor e a par-

tir do 10º dia, a ação de miofibroblastos e proteínascontráteis promove a contração do enxerto. Esseprocesso pode durar seis meses e traz prejuízo cos-mético.

Os miofibroblastos (fibroblastos do tecido degranulação) desenvolvem características bioquímicase ultra-estruturais de células musculares lisas, incluin-do a presença de microfilamentos e a expressão daactina alfa de músculo liso. Atribui-se a eles, além dafunção retrátil na contração das feridas, a síntese decomponentes da matriz extracelular.12 Os enxertospodem afetar a população de miofibroblastos na feri-da, dependendo do percentual de derme enxertado.Em enxertos espessos os miofibroblastos encontram-se em menor proporção, sendo a retração tecidualmenos evidente.13

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Espessura do Polegadas Milímetrosenxerto

Fino 0,005 a 0,012 0,12 a 0,30Médio 0,012 a 0,018 0,30 a 0,45Grosso 0,018 a 0,030 0,45 a 0,76

TABELA 1: Tabela de mensuração da espessura dosenxertos parciais. Tais referências são úteis na regu-

lagem do dermátomo antes da coleta do enxerto

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A fibronectina, elemento de sustentação damatriz provisória, desaparece quando as fibras coláge-nas já se encontram orientadas. Em enxertos deespessura total, sua intensidade e distribuição sãomarcadas de forma menos evidente, desaparecendoprecocemente em comparação aos enxertos de espes-sura parcial.14 Tais observações revelam uma associa-ção entre a presença de fibronectina e miofibroblas-tos, e desta com a contração dos enxertos.

Stephenson e cols.15 realizaram um estudo cujoobjetivo era avaliar a suposição de que os enxertos depele humana de espessura total contraem minima-mente. Até então a contração dos enxertos de espes-sura total nunca havia sido mensurada em humanos.Cinqüenta enxertos foram acompanhados por foto-grafias com mensuração da contração, em seguimen-to de oito meses. Parâmetros avaliados, como idade,área doadora do enxerto e tamanho inicial do defei-to, não mostraram diferença significativa relacionadaà contração. Na presença de infecção a contração foide quase metade da área inicial, e, em sua ausência,enxerto/leito receptor contraíram-se em um terço daárea inicial.

Yamagushi e cols.10 também avaliaram a contra-ção usando enxertos de diferentes espessuras em feri-das com profundidades variadas. Feridas superficiaiscobertas com pele de espessura total contraíam maisdo que se cobertas com pele de espessura parcial.Feridas que atingiam a fáscia muscular, se cobertascom epiderme pura ou enxerto de pele de espessuraparcial, apresentavam contração maior do que secobertas com pele de espessura total. Tais resultadossinalizam para a necessidade de ajustar a espessurado enxerto à profundidade da ferida.

ENXERTIA CUTÂNEA COMO COBERTURA TEMPORÁRIA

A cobertura temporária das feridas com pelecadavérica fresca ou armazenada, ou, ainda, pele ani-mal, é de reconhecido valor em grandes queimados,6

e pode ser usada com o mesmo sucesso em cirurgiadermatológica e reconstrutiva.7 Sua aplicação promo-ve oclusão da ferida, e assim o ambiente permaneceúmido, tendo sua granulação, neovascularização econseqüentemente cicatrização aceleradas. Por seremfortemente imunogênicas, com o passar de algunsdias, são rejeitadas.

A pele alogênica quando enxertada chega a ser,por um curto período, revascularizada. Ela sofre rejei-ção devido à presença de antígenos do doador queelicitam a reação imunológica.16 Sua rejeição é anun-ciada por uma vasodilatação seguida da aparência decirculação lentificada. Completa cessação do fluxosangüíneo ocorre na maioria dos aloenxertos de pelehumana viável entre sete e 10 dias. Ela então se torna

seca e se desprende espontaneamente de seu sítio deimplantação.1 O uso de aloenxertos de pele cadavéri-ca são mais seguros e economicamente viáveis do queoutras coberturas biológicas temporárias, comoxenoenxerto porcino e membrana aminiótica.Apresentam rápida aderência e menor potencial deantigenicidade em comparação com as demais.17

Essas coberturas temporárias muitas vezessão usadas com o intuito de preparar o leito da feri-da para uma cobertura definitiva. Sobre áreas avas-culares, como defeitos sobre ossos e cartilagem,esses enxertos aumentam dramaticamente a forma-ção do tecido de granulação, aumentando a possibi-lidade de integração de um enxerto autólogoseqüencial.

Vários trabalhos demonstram a segurança douso da pele cadavérica, isentando-a do risco de trans-missão de agentes infecciosos viáveis.18,19 Para minimi-zar o risco de transferência de doenças, os bancos depele seguem protocolos submetendo o doador cadá-ver a uma rigorosa análise sorológica.

Outra preocupação se refere à contaminaçãodo enxerto por bactérias. Obeng e cols.17 em estudomicrobiológico envolvendo a pele de 1.112 doado-res, demonstraram taxa de contaminação de 4,9%.Apesar da limpeza realizada com antissépticos antesda coleta e posterior incubação da pele em recipien-te com antibióticos, o controle microbiológico dosenxertos deve ser feito de rotina, e, quando detecta-da a contaminação desse material, ele deve ser des-cartado.

Na prática dermatológica os autoenxertos sãoos mais empregados por sua comodidade, segurança,baixo custo e capacidade de atuação como coberturadefinitiva.

ESCOLHENDO O ENXERTOA enxertia de pele é freqüentemente usada em

reconstruções após remoção de neoplasias malignascutâneas. No entanto, também está indicada parasubstituir o tecido perdido em queimaduras e paracobertura de úlceras crônicas que não cicatrizam.Outras indicações são o tratamento das alopecias e deleucodermias em que a transferência de minienxertosrestitui os pêlos e a pigmentação das áreas afetadas.

A - Enxerto autólogo de espessura totalRaras são as circunstâncias em que nos depara-

mos com defeitos cirúrgicos cuja extensão impossibi-lite a cobertura por enxerto de espessura total. Esse éo tipo que proporciona, na maioria das vezes, osmelhores resultados cosméticos, razão pela qual sãopreferidos em reconstruções na face.

Os enxertos de espessura total têm sua escolhabaseada não apenas no tamanho da área receptora. É

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preciso priorizar como área doadora aquelas quemimetizam em cor e textura a área receptora, ou seja,os dois sítios devem ter a maior proximidade anatô-mica possível.

A área receptora deve ser bem vascularizada.Músculos, aponeurose e granulações de boa qualida-de são desejáveis. O subcutâneo, por ser um tecidomal vascularizado, deve ser removido do leito recep-tor. A gordura residual da face profunda do enxertotambém deve ser eliminada previamente à enxertia,com o auxílio de tesoura.

O fechamento parcial de grandes defeitoscirúrgicos, de preferência dentro das unidades cos-méticas, reduz o tamanho do enxerto necessário paraa cobertura da parte remanescente da ferida.20 Emdefeitos circulares uma sutura colocada ao redor dodefeito – sutura em bolsa de tabaco – reduz seu tama-nho. A pele circundante adquire um franzimento queem nada prejudica a pega do enxerto.21

B - Enxerto autólogo de espessura parcialA enxertia de pele de espessura parcial apre-

senta como grande vantagem a maior disponibili-dade de áreas doadoras, já que sua reparação ocor-re de forma espontânea. Podem ser obtidos pormeio de dermátomo ou faca de Blair, que podemser regulados com o intuito de se conseguir aespessura desejada, ainda que possam ocorrer irre-gularidades de espessura, na dependência da fir-meza do operador durante seu manuseio. O uso deóleo mineral previamente à coleta permite a lubri-ficação da área doadora, facilitando o movimentodo dermátomo.22

Na escolha da área doadora, deve-se dar prefe-rência àquelas normalmente cobertas pelo vestuário,pois uma diferença de espessura e/ou pigmentaçãocostuma ocorrer. A fácil reepitelização da área doado-ra ocorre em função da preservação de seus anexoscutâneos. Em contrapartida, não há crescimento depêlo no sítio enxertado, o que pode causar contrastequando a região vizinha ao enxerto apresenta pêlosdesenvolvidos. O contrário pode acontecer com aenxertia de pele de espessura total, isto é, pêlos pas-sarem a crescer em áreas glabras.

As áreas doadoras de enxertos parciais devemser mantidas sob boas condições de umidade. Oambiente úmido favorece a síntese de fatores de cres-cimento celular e os torna mais disponíveis. Damesma forma, a migração do epitélio torna-se facilita-da.23 Outras vantagens do curativo oclusivo incluemredução da dor e do risco de infecção. A redução dainflamação, também observada, faz com que hajamenos fibrose e, assim, melhor resultado final dacicatriz.24 Entre os recursos auxiliares disponíveis nacicatrização, os filmes adesivos semipermeáveis com-

postos de uma película de poliuretano transparenteestão bem indicados.25

Para lesões extensas podem ser utilizadosenxertos de pele expandida em que o enxerto é trans-formado em uma espécie de malha que possibilita suadistensão. O índice de expansão alcançado varia de3:1 a 9:1. A área aberta da malha traz consigo o riscode atingir resultado ruim sob o ponto de vista cosmé-tico e funcional, já que cicatriza por segunda inten-ção.26,27 Esses enxertos tendem a apresentar maiorcontração secundária, estando indicados em casosselecionados. Esse método merece consideraçãodiante de grandes queimaduras, sendo seu uso bas-tante reservado em cirurgia oncológica cutânea.

C - Enxerto de queratinócitos cultivadosAs primeiras experiências bem-sucedidas com

cultivo de queratinócitos aconteceram há mais de 25anos. Em 1979, Green e colaboradores demonstra-ram que uma grande quantidade de epitélio cultivadopoderia ser produzida a partir de um pequeno frag-mento de epiderme em curto espaço de tempo, aten-tando para a possibilidade do uso da cultura de célu-las epiteliais para restaurar defeitos epidérmicos deum mesmo indivíduo.28

A autoenxertia de queratinócitos cultivadosestá disponível comercialmente desde 1988(Epicel®). No entanto, seu uso requer biópsia dapele do paciente e intervalo de duas a três semanaspara expansão dos queratinócitos de modo a atingir odiâmetro da área que se deseja cobrir.

As lâminas de epitélio cultivado não apresen-tam boa integração quando aplicadas diretamentesobre áreas cruentas de superfície irregular e ondenão há derme. A utilização da epiderme isolada deverestringir-se a áreas cruentas que tenham derme naprofundidade. Boa integração ocorre sobre superfí-cie dérmica em áreas doadoras de enxerto de espes-sura parcial, promovendo epitelização mais rápida,eliminando a dor e as secreções das feridas.29

Queratinócitos alogênicos podem ser cultivadose enxertados apenas com o intuito de estimular a cica-trização. Funcionam como cobertura temporária que égradualmente substituída pelo epitélio do hospedeiro.30

Blight e cols.31 estudaram o efeito do enxertode queratinócitos alogênicos nas áreas doadoras deenxerto de pele de espessura parcial em pacientescom idade acima de 60 anos. Essas células não sãoincorporadas à ferida, mas produzem fatores queestimulam as células autólogas remanescentes aproliferar. Pode parecer despropositada a idéia derealizar enxerto em área que acabou de doar umenxerto, mas pacientes idosos com reconhecidadificuldade de cicatrização podem beneficiar-sedessa técnica.

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CONSIDERAÇÕES CIRÚRGICASEm oncologia cutânea, a enxertia de pele deve

ser considerada diante das feridas cujas dimensõesimpossibilitam fechamento primário e retalhos. Emregiões de menor distensibilidade cutânea, comonariz e a parte distal das pernas, a cobertura comenxerto está bem indicada mesmo em pequenosdefeitos.

Conhecer a fisiologia peculiar à enxertia depele é fundamental para que se proceda de maneira anão contrariar princípios básicos. Como em qualquercirurgia, o planejamento adequado de todo o pré,intra e pós-operatório será o grande determinante dosucesso no procedimento.

Muitas vezes a atenção fica direcionadapara a área receptora do enxerto, subestimando-se a importância da seleção de área doadoraadequada. Esta última, como já mencionado,deve assemelhar-se à pele adjacente ao sítioreceptor. No entanto, outras preocupações sãopertinentes. A região doadora deve estar livre delesões pré-neoplásicas – muito comuns empacientes que já apresentam uma neoplasiamaligna cutânea. Quando se opta por uma áreadoadora próxima à lesão, o tratamento dessaárea previamente à retirada do enxerto, sejacom 5-fluoracil ou imiquimod, pode eventual-mente ser necessário, minimizando o risco desurgimento precoce de um novo tumor na áreaoperada, o que poderia causar falsa impressãode recidiva.32 Por outro lado, esse tratamentoenvolve custos adicionais e retarda o ato cirúrgi-co. A escolha de área doadora coberta, livre delesões, é alternativa habitual, menos cosmética,porém mais segura (Figuras 1 e 2).

Outra observação importante antes da retirada

do enxerto é referente ao fechamento do defeito a sercriado. Uma boa análise da distensibilidade da pelefaz parte do planejamento cirúrgico, a fim de se evitartensão excessiva na sutura e toda morbidade conse-qüente ao emprego dessa má técnica. Rara, mas depossível ocorrência, é a desagradável situação de sernecessário retirar um segundo enxerto para auxiliarno fechamento da área doadora.

A pálpebra superior é sítio doador que não cos-tuma receber atenção e uso clínico. A reconstrução dedefeitos cirúrgicos faciais com enxerto palpebraldemonstrou taxa de contração inferior a 8%.33 É pos-sível que a grande quantidade de fibras elásticas pre-sentes na pálpebra seja responsável por esse baixopercentual de contração. Uma desvantagem relacio-nada a sua utilização é a espessura insuficiente para acobertura de defeitos profundos. A idade do pacientetambém é fator limitador.

A área receptora também deve ser analisada epreparada, devendo apresentar vascularização sufi-ciente para viabilizar a nutrição do enxerto. Enxertiasobre ossos desprovidos de periósteo, cartilagem des-provida de pericôndrio e diretamente sobre tecidoadiposo deve ser evitada. O leito receptor não podeapresentar sangramento ativo, deve ter sua superfícieregularizada e com o menor número possível deáreas cauterizadas.

O suprimento sangüíneo nas pernas costumaser pobre, principalmente em indivíduos idosos.Mesmo os enxertos de espessura parcial colocadosimediatamente após a retirada cirúrgica do tumorcom freqüência não sobrevivem. Retardar a enxertiaé particularmente útil nessa região. A presença dotecido de granulação torna o leito mais receptivo àcolocação do enxerto, trazendo como vantagens adi-cionais a redução da profundidade do defeito e apossibilidade de formação de seroma e hematoma.34FIGURA 1: Ceratoses actínicas nas adjacências do tumor,

inviabilizando a confecção de um retalho

FIGURA 2: Enxertia de pele sã associada a tratamento tópico daslesões pré-neoplásicas com 5-fluoracil

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De acordo com a fisiologia inerente à integra-ção dos enxertos, sua revascularização ocorre entre oquarto e o quinto dia do pós-operatório; assim, éfundamental a promoção de íntimo contato e imobi-lidade entre o enxerto e seu leito receptor por umperíodo mínimo de cinco dias. Um tipo especial decurativo é utilizado para esse fim: são dados pontoscardinais em número par voltados para uma mesmadireção e com fios longos o suficiente para amarrarsobre o enxerto algo que o comprima em direção aoleito da ferida. O molde aí interposto pode ser gazeadequadamente enrolada, algodão úmido ou espon-ja cirúrgica.35,36 Uma segunda camada de gaze presapor fitas adesivas assegura a imobilidade do enxerto.

Cola de fibrina e adesivos tissulares sintéti-

cos flexíveis podem ser usados na fixação de enxer-tos. Promovem imediata hemostasia, boa aderênciados enxertos ao leito das feridas e redução dotempo cirúrgico.37 Seu aproveitamento é excelenteem áreas de difícil fixação de enxerto, como axilas,períneo e dobras glúteas.38 Seu uso dispensa sutu-ras ou curativo compressivo no pós-operatórioimediato.39

O curativo inicial deve ser mantido entrecinco e sete dias, a não ser que haja secreção e eri-tema em suas bordas, caracterizando infecção, casoem que se retira o curativo e avalia-se a necessida-de de desbridamento de áreas necróticas ou drena-gem de secreções acumuladas. A partir de então aregião pode ser lavada diariamente e coberta comcurativo leve.

Garantida a integração do enxerto, a preocu-pação se volta para sua contração. Quando sãotomadas medidas de controle, essa fase torna-semais segura. A aplicação de um enxerto ligeiramen-te maior do que o defeito reduz a contração.15 A pre-sença de infecção modifica por completo o compor-tamento dos enxertos de pele. Deve-se monitorar apresença de infecção, que, caso ocorra, necessita sercontrolada precocemente. É prudente analisar cadacaso isoladamente, avaliando o benefício da antibio-ticoterapia, mesmo em se tratando de cirurgialimpa.

É norma não realizar enxertia próximo a bor-das livres para que a contração não promova retraçãolabial ou palpebral. Outra norma a ser seguida é evi-tar a enxertia em concavidades como pescoço e axila,pois retração nessas áreas pode reduzir a amplitudedos movimentos (Figuras 3, 4 e 5).

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FIGURA 4: Contração excessiva desencadeada pela infecçãoseguida de perda do enxerto, levando a retração labial

FIGURA 5: Resultado final após correção da retração labialFIGURA 3: Enxertia realizada em área de risco, próximo à bordalivre, que evoluiu com infecção

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CONCLUSÃODe acordo com a fisiologia dos enxertos, cro-

nologicamente a primeira complicação esperada seriaa não-integração, e a segunda, mais temida, contração

excessiva com distorção tecidual. Sempre que possí-vel, planejamento e atuação da equipe cirúrgicadevem minimizar a possibilidade de ocorrência detais complicações. �

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ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA:José Anselmo Lofêgo FilhoEst. dos Três Rios, 200 - Bl 1/201 - Jacarepaguá22755-000 - Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2456-1909E-mail: [email protected]

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Como citar este artigo: Lofêgo JA, Dadalti P, Cotrim D, Cotrim PR, Leiros da Silva MA, Takyia CM. Enxertia de pele em oncolo-gia cutânea. An Bras Dermatol. 2006;81(5):465-72.

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