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Jornal Espírita On-Line de Uberaba – Nº 35 – agosto/2009 1 “Se você almeja situações que presentemente não consegue alcançar, faça o melhor que possa, onde esteja, e, sem dúvida, trabalhando sempre, você atingirá o lugar que deseja”. André Luiz (Respostas da vida) EVENTOS ESPÍRITAS REUNIÃO LÍTERO MUSICAL DOUTRINÁRIA Encerramento da Semana da Mediunidade Palestra: VALORIZAÇÃO DA VIDA (Palestra cantada) Palestrante: Wanir Caccia (São Paulo-SP) Atrações: Apresentações musicais, Sorteio de Livros e Confraternização. Data: 29/08/2009 – sábado Horário: 19h30min Local: Centro Espírita Uberabense (Rua Barão de Ituberaba nº. 449 - Estados Unidos) Organização: UMEU União da Mocidade Espírita de Uberaba Apoio: AME – Aliança Municipal Espírita de Uberaba PELOS CAMINHOS DE CHICO XAVIER Tema: Laços de Família Data: 8 de agosto de 2009 Horário: 15h Local: Biblioteca Municipal Bernardo Guimarães Apresentação de música, contação de histórias, poesia e esquetes. Traga suas crianças e jovens! Promoção: Casa da Cultura Espírita de Uberaba Agosto/2009 – nº. 35 – Responsável: Luiz Carlos de Souza (Trabalhador na seara espírita em Uberaba-MG / Brasil)

EDIÇÃO 35

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Jornal Espírita de Uberaba com artigos sobre: juventude, estudos espíritas, mensagens espíritas, trabalhos espíritas importantes, datas importantes do movimento espírita, eventos espíritas, personalidades do movimento espírita. Tudo sobre a doutrina espírita.

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Jornal Espírita On-Line de Uberaba – Nº 35 – agosto/2009 1

“Se você almeja situações que presentemente não consegue alcançar, faça o melhor que possa, onde esteja, e, sem dúvida, trabalhando sempre, você atingirá o lugar que deseja”. André Luiz (Respostas da vida)

EVENTOS ESPÍRITAS

REUNIÃO LÍTERO MUSICAL DOUTRINÁRIA Encerramento da Semana da Mediunidade

Palestra: VALORIZAÇÃO DA VIDA (Palestra cantada) Palestrante: Wanir Caccia (São Paulo-SP) Atrações: Apresentações musicais, Sorteio de Livros e Confraternização. Data: 29/08/2009 – sábado Horário: 19h30min Local: Centro Espírita Uberabense (Rua Barão de Ituberaba nº. 449 - Estados Unidos) Organização: UMEU – União da Mocidade Espírita de Uberaba Apoio: AME – Aliança Municipal Espírita de Uberaba

PELOS CAMINHOS DE CHICO XAVIER Tema: Laços de Família

Data: 8 de agosto de 2009 Horário: 15h Local: Biblioteca Municipal Bernardo Guimarães Apresentação de música, contação de histórias, poesia e esquetes. Traga suas crianças e jovens! Promoção: Casa da Cultura Espírita de Uberaba

Agosto/2009 – nº. 35 – Responsável: Luiz Carlos de Souza (Trabalhador na seara espírita em Uberaba-MG / Brasil)

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55ª FEIRA DO LIVRO ESPÍRITA Período: 9 a 15 de agosto de 2009 Horário: De 9h às 20h. Local: Rua Segismundo Mendes nº 50 Organização: AME – Aliança Municipal Espírita de Uberaba

VI CALDO BENEFICENTE

Casa Espírita Legionários do Bem Data: 08/08/2009 – sábado Horário: 19h30min Local: Quadra 13 de maio (Rua Cândida Mendonça Bilharinho Nº. 280 – Mercês) Preço único: R$ 5,00 – Crianças até 5 anos não pagam.

5º SER JOVEM Tema: Estudando e Vivendo Kardec e Chico Xavier Data: 15/08/2009 – sábado Horário: 19h30min Local: Centro Espírita Uberabense (Rua Barão de Ituberaba nº 449 – Estados Unidos) Programação:

• Apresentações musicais; • Apresentação teatral – Maria João de Deus (do livro Cartas de

uma Morta) • Palestra com Simão Pedro de Patrocínio-MG

FEMEU – FESTIVAL DE MÚSICA ESPÍRITA DE UBERABA

A União da Mocidade Espírita de Uberaba – UMEU, com os apoios da FEB (Federação Espírita Brasileira); UEM (União Espírita Mineira); CRE’s Norte, Sul, Pontal, Alto Paranaíba e Planalto; além da AME/Uberaba, irá promover o VIII FEMEU DE MÚSICA ESPÍRITA DE UBERABA – FEMEU, que será de abrangência de todo o Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, no dia 24 de outubro de 2009, às 19h, no Centro Espírita Uberabense – Uberaba-MG.

Os objetivos do FEMEU são: Valorizar a arte produzida no movimento espírita; Incentivar a participação e criação artística das músicas espíritas; Proporcionar a descoberta de novos talentos no movimento espírita; Divulgar a música espírita, elevando o espírito; Promover o intercâmbio artístico e cultural entre as cidades abrangidas pelos CRE’s Norte, Sul, Pontal, Alto Paranaíba e Planalto.

A premiação do FEMEU será: 1º lugar (01 violão, 01 troféu e livros espíritas); 2º lugar (01 troféu e livros espíritas); 3º lugar (01 troféu e livros espíritas); Melhor arranjo (livros espíritas); Melhor letra (livros espíritas); Melhor intérprete (livros espíritas).

As inscrições estarão abertas no período de 01 de setembro de 2009 até às 11 horas do dia 10 de outubro de 2009, na Livraria Espírita Emmanuel (Rua Artur Machado

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nº 288 – Sala 04 – Centro – Galeria Fausto Salomão – Uberaba-MG – CEP. 38010-020 – Telefone: [34] 3312-8327).

As informações poderão ser obtidas através dos telefones (34) 3311-2681 ou (34) 9969-7191; Pelo e-mail [email protected] ou pelo site http://femeu.blogspot.com.

No site http://femeu.blogspot.com os interessados encontrarão além do Regulamento e Ficha de Inscrição a história de todos os Festivais de Música Espírita de Uberaba.

CAMPANHA DO BRINQUEDO “VOVÓ FLOZINA LUIZA” A campanha teve início no dia 12 de Outubro de 2008, no Centro Espírita Luz e

Caridade, na Rua Eduardo Pimentel, 129, Boa Vista, Monte Carmelo, MG, e tem como objetivo, doar brinquedos para centenas de crianças carentes desta cidade.

A criação deste evento deu-se através dos integrantes da casa, alguns residentes em Uberaba, como William Alves de Oliveira, que após participar de uma distribuição de

brinquedos em uma casa espírita na cidade de Uberaba, MG, juntamente com sua filha Rafaelly Luiza e sua mãe Aparecida Luiza, demonstraram interesse em realizar algo assim em Monte Carmelo.

Contando com o incentivo delas e de sua esposa Fernanda Alves, ligou para o então presidente do Centro Espírita Luz e Caridade, o querido e saudoso Sr. Jerônimo Luiz e também para a professora de Evangelização Sra. Albanil Davi, ambos acolheram com muito amor a idéia,

e aí começaram a rotina intensa de arrecadação de brinquedos em Uberaba, Monte Carmelo e demais cidades da região.

A diretoria do Centro decidiu após uma reunião entre eles, a homenagearem como mentora espiritual e responsável pela campanha, o nome da já desencarnada avó materna do William e que foi uma das grandes trabalhadoras da casa, a Sra. Flozina Luiza.

Foram arrecadas no ano passado, mais de 600 brinquedos, que foram amplamente doados no Dia das Crianças.

Neste ano, já se iniciou a arrecadação de brinquedos. E está precisando muito da ajuda de quem possa interessar em doar brinquedos novos ou usados em boas condições.

Interessados em realizar tais doações, seja de qualquer cidade, favor entrar em contato com o William Alves, pelo e-mail: [email protected].

EM DIA COM O ESPIRITISMO

SITE NOVO O site www.evamar.com.br traz dicas de pesquisas e estudos espíritas, além de

um link para Esperanto no kurso.com.br da página dá até para aprender Esperanto sem qualquer custo, e ainda tem um dicionário Esperanto-português gratuito. Na página tem também 10 mensagens mediúnicas de nossa autoria e uma mensagem no prelo, além disso tem como plantar uma arvore por dia de graça via internet pela Fundação SOS Mata atlântica e muito mais.

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JORNAL DA MEDIUNIDADE Se você deseja receber gratuitamente em sua residência o Jornal da

Mediunidade, envie um e-mail com seus dados (nome, endereço e cep) para [email protected]. Cadastre-se já!

HOSPITAL DO FOGO SELVAGEM PEDE AJUDA Conhecido por espíritas e não-espíritas por seu trabalho de auxílio ao próximo, sobretudo a portadores da grave doença dermatológica pênfigo-foliáceo, o popularmente chamado “fogo-selvagem”, o Lar da Caridade, de Uberaba, no Triângulo Mineiro, está enfrentando sérias dificuldades.

Fundado em 1957, vive hoje um dos seus momentos mais delicados, sobretudo por conta da crise mundial, que levou muitos colaboradores a suspenderem as suas contribuições. Para se ter uma idéia da gravidade da situação, a folha de pagamento da instituição está em aberto desde janeiro e as dívidas ao mês podem chegar a R$55 mil.

Se algo não for feito rápido, o futuro do Lar pode até estar ameaçado. Segundo Elvécio Lorena da Silva, contador da

instituição, as dificuldades se tornaram maiores depois da desencarnação de Chico Xavier. “Muitas caravanas, de todo o Brasil, deixaram de vir a Uberaba, onde também visitavam o Lar da Caridade e traziam sua ajuda” – explica.

Para quem não conhece, o Lar da Caridade nasceu depois que Aparecida Conceição Ferreira, ou, simplesmente, Dona Aparecida, hoje com 94 anos, decidiu levar para sua casa os portadores de pênfigo atendidos no hospital onde trabalhava como enfermeira, os quais iriam ficar desamparados depois que a direção da entidade decidiu acabar com o atendimento a este tipo de problemática.

Socorrida, então, por amigos, dentre os quais Chico Xavier e o repórter Saulo Gomes, da extinta TV Tupi, conseguiu erguer o Hospital do Fogo-Selvagem, que mais tarde passou a se chamar Lar

da Caridade. Nessa instituição, que em determinado instante de sua história chegou a atender cerca de 300 pessoas, entre carentes e portadores do pênfigo, hoje apenas umas 20 com esse tipo de patologia se encontram sob cuidados.

Contudo, fazendo jus ao seu nome, o Lar da Caridade, ao longo dos anos, foi expandindo as atividades, passando a beneficiar também crianças e jovens, famílias, idosos, deficientes físicos e mentais, que hoje perfazem um total de 50 pessoas atendidas diretamente, fora a comunidade carente que com freqüência

bate às suas portas à procura de auxílio. São realmente bastante diversificados os trabalhos realizados pela instituição, que

vão muito além do já conhecido atendimento aos portadores de pênfigo. Dentre eles figuram, por exemplo, a manutenção de uma escola de Ensino Fundamental, com o apoio da prefeitura local; programas de reforço escolar; aulas de informática; desenvolvimento de projetos voltados à educação, cultura e lazer para a comunidade

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carente; abrigo de crianças e adolescentes em risco social que lhe são encaminhados pela Vara da Infância e Juventude de Uberaba; atendimento clínico, psicológico e odontológico, tudo de forma gratuita, inclusive com o fornecimento de medicamentos mediante receita médica; assistência a hansenianos; curso profissionalizante no ramo de calçados; manutenção de uma confecção para consertos e produção de roupas usadas pelos assistidos; marcenaria, para reparos, reforma e produção de móveis; e distribuição de sopa, cestas-básicas e enxovais para recém-nascidos.

O Lar da Caridade – Hospital do Fogo Selvagem é presidido atualmente por Ivone Aparecida Vieira da Silva, neta de Dona Aparecida, que hoje ocupa a vice-presidência da instituição, localizada na Rua João Alfredo, 437 – Abadia – CEP 38025-300 Uberaba, MG. Doações, de qualquer valor, podem ser feitas pelas seguintes contas-correntes: 3724-9, agência 3278-6, do Banco do Brasil; e 14572-6, agência 0264-0, do Bradesco. O CNPJ da instituição é 25440835/0001-93. Outras informações, pelo telefone (34) 3318-2900 ou através dos correios eletrônicos [email protected] e

[email protected].

Fonte: SEI - Serviço Espírita de Informação n.º 2140

BIBLIA DO CAMINHO A “Biblia do Caminho” é uma compilação de

todas as obras de Allan Kardec e de Francisco Cândido Xavier e uma versão completa do Antigo e Novo Testamentos, sendo todos os livros e textos inter-relacionados através de um Índice temático.

A última versão da “Bíblia do Caminho” traz o ESDE – Estudos Sistematizados da Doutrina Espírita, versão completa.

Acesse agora o site: www.bibliadocaminho.com.br e instale já em seu micro.

O SANATÓRIO ESPÍRITA PEDE SOCORRO!!! O Sanatório Espírita de Uberaba – SEU, foi fundado

em 31/12/1933, pela estimada Maria Modesta Cravo. Atualmente o Sanatório possui 120 leitos e com uma média de 130 internações por mês.

Para garantir todo esse tratamento, o Sanatório conta com uma equipe de 92 funcionários, além das 12 equipes de médiuns passistas que fazem o

tratamento espiritual de segunda-feira a sábado nos períodos matutino e noturno.

O Sanatório está passando por dificuldades

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financeiras, por isso, lançou a campanha “O Sanatório Espírita Pede Socorro”. Se você desejar ajudar o Sanatório Espírita de Uberaba, faça sua doação na

Conta Poupança do Sanatório Espírita de Uberaba – Caixa Econômica Federal – Agência: 1538 – Conta: 013.7394-6

Outras informações pelo telefone (34) 3312-1869 com Márcio.

CONSTRUÇÃO DA CASA DA CULTURA ESPÍRITA DE UBERABA A Casa da Cultura Espírita de Uberaba

(departamento do Grupo Espírita Cairbar Schutel), iniciou sua construção, à R.Taufik Facure, 285 , Vila Celeste.

Quem quiser contribuir com cimento, tijolos ou outros materiais de construção, ficamos muito agradecidos.

Aceitamos doação de livros usados, que são vendidos e o dinheiro empregado na construção.Aceitamos também colaboração de mão-de-obra.

Contatos: [(34) 3332-5914 ou (34) 3312-8327]; Jonas Kappel – (34) 9164-4935 / (34) 9152-8858, ou pelo e-mail: [email protected].

Visite nossa construção: Rua Taufik Facure nº 285, Vila Celeste, Mercês, próxima ao Centro Espírita Jesus de Nazaré.

ESTUDO

EDUCAÇÃO DAS NOSSAS CRIANÇAS

A Clínica de Reabilitação Mental Jesus de Nazaré, com o apoio da Aliança Municipal Espírita de Uberlândia (AME/Uberlândia) realizou, no mês de abril, uma série de

palestras com a expositora espírita Eugênia Maria Pinheiro Ramires. Jornalista nascida em Fortaleza (CE), e atualmente residente em Jales (SP), ela é autora de três livros publicados e um no prelo. Espírita desde a infância e ligada ao Grupo de Estudos Espíritas em Jales e coordenadora de cursos de estudos espíritas, além de oradora espírita, como mãe viveu a experiência de uma filha hiperativa, que a levou à ampla pesquisa sobre a temática.

Em Uberlândia, Eugênia abordou os temas “Crianças Esquecidas”, “Educação Espírita”, “Criar ou Educar” e “Lar, Escola de Educação

Emocional”. O Vida Espírita aproveitou a visita e a entrevistou. Na conversa ela fala sobre os

novos espíritos que estão renascendo na Terra; as dificuldades para lidar com essas crianças. Ela também fala, entre outras coisas, sobre a contribuição da Doutrina Espírita para lidar com essas crianças. Vida Espírita – As crianças que estão hoje renascendo na Terra são diferentes das que renasciam anteriormente, no tempo de nossos pais e avós?

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Eugênia Maria Pinheiro Ramires – De um modo geral sim, praticamente todas. Mas algumas, em número cada vez maior, demonstram mais evolução em vários aspectos. Estão chegando para nos ajudar a evoluir. Só que aqui encontram dificuldades em se adaptar ao nosso mundo, pela nossa falta de entendimento de quem são elas e de como podemos educá-las de forma adequada. As pessoas também estão ficando mais inteligentes como pôde ser constatado cientificamente em várias pesquisas realizadas ao longo dos anos, demonstrando uma evolução nesse sentido. Vida Espírita – Por que os pais estão tendo dificuldades de lidar com essas crianças? O que nos tem faltado? Eugênia – Nas minhas palestras e cursos sempre faço questão de colocar, em primeiro lugar, a necessidade urgente de mudar nossos velhos costumes, deixando entrar, junto com o amor, a disposição para o estudo, para entender quem são essas crianças, quais os seus valores, o que elas pensam e como podemos contribuir para a sua formação. Isso é fundamental, pois muitas vezes os pais pensam que estão preparados, mas não estão. Essas crianças são diferentes. Precisamos entendê-las para saber lidar com essa nova situação. O que falta é assumirmos nossa ignorância para crescermos em nossas responsabilidades como pais de forma mais objetiva e voltada para a formação integral dos nossos filhos. Temos que disponibilizar mais tempo para convivências, para estudos e para a discussão do que realmente é importante nesse processo. Diferentemente do que aprendemos com nossos pais e avós, temos que buscar informações, entender o mundo de hoje, pois essas crianças estão vindo em número cada vez maior, colocando, literalmente, o mundo de pernas para o ar, como Kardec já prenunciava há mais de um século. Vida Espírita – Como lidar com essas crianças? O que precisamos modificar? O que fazer? Eugênia – Muitas vezes é colocado que o pai e a mãe não colocam limites a essas crianças. Só colocar limites não resolve. Precisamos, sim, impor as regras básicas de conduta, mas de uma forma com que a criança entenda e concorde. Não podemos simplesmente dizer que isso é certo e aquilo é errado. Educar é explicar, dar exemplos, mostrar os porquês. Às vezes isso pode até exigir uma postura mais enérgica, mas sempre seguida de diálogo, de colocações que justifiquem o nosso comportamento. No caso do adolescente, ele já tem uma idéia do que é certo e errado, mas precisa ser orientado e para isso temos que dar bons exemplos, para que ele cresça aprendendo. Já dizia Kardec, no Livro dos Espíritos, que “a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos”. Portanto, temos que nos abrir para que ele faça perguntas, ou explique suas condutas para podermos orientar. Mas para isso temos que nos despir dos velhos conceitos e preconceitos, entendendo os novos valores que ele procura seguir. Com o tempo e com os nossos exemplos ele vai saber se posicionar. Impor limites é uma necessidade, mas precisamos aprender a fazer isso, para não piorarmos a situação. Vida Espírita – Algumas crianças têm momentos de grande irritação, mesclados com momentos de carinho. Por que isso acontece? Eugênia – A irritação surge porque eles não sabem lidar com a frustração. Essa geração tem um alto QI (Quociente de Inteligência) e um baixo QE (Quociente Emocional). Hoje se dá uma grande ênfase ao QI, mas devemos dar uma importância maior ao QE. O QE está ligado às emoções, à sensibilidade, ao amor e à compreensão.

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Vida Espírita – Qual a contribuição da Doutrina Espírita para lidar com essas crianças? Eugênia – A Doutrina Espírita é, sem dúvida alguma, a principal fonte de orientação e inspiração para trabalharmos as novas formas de educar. Ela nos explica quem são essas crianças e qual a nossa função, como pais e educadores, em relação ao que Kardec chamou de A Nova Geração. E como ele também dizia, temos que nos instruir para saber nos conduzir na vida. E isso inclui a educação dessas crianças que estão chegando, cada vez mais inteligentes e por isso mesmo precisando cada vez mais do nosso apoio e da nossa compreensão. Temos que entender esse novo mundo em transformação para podermos dar a essas crianças uma orientação adequada. Vida Espírita – Os nossos evangelizadores precisam se preparar para trabalhar com essas crianças? O que é necessário fazer? Tem como dar um exemplo prático em uma sala de evangelização? Eugênia – Da mesma forma que os pais e educadores, os evangelizadores também precisam estar preparados. E mais ainda, precisam evangelizar não apenas ensinando os conceitos básicos, como fazem na maioria das vezes, mas trabalhando o comportamento, dando exemplos, orientando para a vida, sempre à luz dos ensinamentos espíritas e do Evangelho que Jesus nos deixou com suas lições de como nos conduzir nas mais diferentes situações. Conhecer o Espiritismo é condição fundamental, mas os evangelizadores precisam também se preparar, buscando conhecimentos pedagógicos e a melhor metodologia para trabalhar junto com essas crianças e jovens e não apenas impondo informações sem lhes despertar o interesse e acirrar sua curiosidade. Já estamos vivendo as grandes transformações previstas para o início do terceiro milênio. Portando, são essas crianças e jovens que estão iniciando a construção dessa nova fase da humanidade. Essas mudanças dependem totalmente da formação dessa nova geração. E não existe local mais apropriado para que possam conhecer a assumir essa responsabilidade do que as casas espíritas, pelos conhecimentos que precisam ser adquiridos desde a infância. A sala de evangelização não pode mais ser uma sala de aula comum, mas um local de encontros onde todos possam crescer juntos, pois esses alunos não são mais aqueles acomodados e comportadinhos, como fomos nós, nossos pais e avós. Eles estão chegando

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para trabalhar nessa grande transformação rumo à nova era. Portanto, são seres humanos dotados de inteligência aguçada que nos instigam e buscam extrair o que temos de informações e mais ainda, de conhecimentos que possam ajudá-los em suas indagações evolutivas. Hoje se exige muito mais dos evangelizadores e isso é muito bom porque eles também estão aprendendo e crescendo. Também é importante, sempre que possível, manter contatos com os pais, para que eles possam complementar esses ensinamentos em casa, com motivação e bons exemplos. Vida Espírita – Em umas de suas palestras em Uberlândia você abordou o “Criar ou Educar”. Em poucas palavras é possível esclarecer aos nossos leitores essa diferença? Será que estamos mais criando do que educando? Eugênia – Sim, pois na maioria das vezes estamos dando às crianças aquilo que elas esperam como recompensa ou castigo pelo que fazem, mas sem a preocupação de orientar, ensinar, mostrar com exemplos. Dar boa alimentação, boa escola, presentes, não é educar, é criar. É assim que criamos os animais, com boa comida, conforto e medicamentos. Só que hoje, com a nova geração, já não existe mais espaço para a lei da compensação, mas sim para a educação no seu verdadeiro sentido de orientação para a vida. Sem percebermos, as crianças dos nossos dias nos cobram insistentemente posicionamentos adequados e respostas coerentes, pois são mais inteligentes e em muitos casos, moralmente superiores. Muitas pessoas detestam ouvir isso pelas próprias dificuldades de se prepararem para a verdadeira educação, mas temos que dizer que a única forma de obtermos dessas crianças e jovens o respeito e a obediência é nos capacitarmos para enfrentar essas situações com posturas morais elevadas e com informações e conhecimento dessa nova situação. Só assim teremos condições de exercer sobre elas a nossa autoridade. Antes, bastava dizer “sim, sim, não, não” Agora, temos que explicar. E às vezes não é tão fácil quanto imaginamos ou quanto gostaríamos que fosse. Vida Espírita – Qual o papel do lar na formação dessas crianças? Eugênia – O lar é o nosso verdadeiro laboratório. É nele que educamos, errando e acertando, procurando acertar mais e errar menos, mas sempre trabalhando, burilando os conceitos, os sentimentos, as razões de um e de outro, preparando nossos filhos para a vida solidária, coletiva, social, produtiva e espiritual. Infelizmente, no mundo consumista e competitivo de hoje, cada vez mais os pais estão transferindo para as escolas a tarefa de educar, quando a função da escola é ensinar, embora os professores tenham, muitas vezes, também que dar educação. A criança, mesmo sendo um espírito com um histórico de muitas vidas passadas, quando chega é, mais uma vez, um ser em formação que precisa de muita atenção dos pais e professores. Vida Espírita – Deixe uma mensagem aos nossos leitores. Eugênia – Em primeiro lugar, nunca desanimar, insistir sempre, abrir o coração e os espaços para o diálogo permanente e quando isso não for possível, dar bons exemplos, para que a criança possa refletir sobre seus atos e suas aspirações. Temos que buscar inspiração nas leis divinas, nos ensinamentos espíritas, na nova educação, voltada para a vida e não só para o mercado de trabalho, com menos competitividade e mais crescimento espiritual. Já dizia Santo Agostinho, no Evangelho Segundo o Espiritismo, na mensagem A Ingratidão dos Filhos: “Quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir. Inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o

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vosso amor em aproximar de Deus essa alma. Tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes. Os vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o eu aperfeiçoamento e o seu bem-estar futuro.” Por Rubens de Castro – Entrevista: Jornal Vida Espírita – 6 de Julho de 2009 – Uberlândia-MG.

JUVENTUDE

JOVENS ESPÍRITAS MINEIROS FM! Conversa com Marcos Pessoa Conceição, trabalhador do movimento

espírita jovem de Minas Gerais Marcos Pessoa Conceição é um brasileiro de 44 anos, casado e pai de 2 filhos.

Sem formação acadêmica é administrador de empresas e espírita há 17 anos. Atualmente é Presidente do 5º Conselho Regional Espírita (CRE-MG) na Região Centro Oeste de Minas Gerais. É também Presidente da AME Nova Serrana e Vice Presidente e Co-fundador da Casa Espírita Chico Xavier em Nova Serrana Palestrista.

Além de todos estes trabalhos exercidos, é ele, hoje, um dos responsáveis pelo trabalho do movimento jovem espírita mineiro. Confira o nosso bate-papo: FM! – COMO É O SEU TRABALHO COM OS JOVENS NO MOVIMENTO ESPÍRITA?

Marcos - Tenho trabalhado há alguns anos fazendo estudos para as mocidades, e já dirigi por um período de um ano, mais ou menos um grupo de pré-mocidade, e atualmente somos responsáveis (CRE) pela realização do encontro regional de jovens o EMEJE – Encontro de Mocidades e Juventudes Espíritas, que acontece no período de carnaval e é itinerante, acontecendo a cada ano em uma cidade. FALE UM POUCO COMO É O MOVIMENTO ESPÍRITA JOVEM EM MINAS GERAIS.

Gostaria de relatar um pouco sobre o de nossa região, por não ter informações concretas sobre o estado. O que percebemos é uma dificuldade muito grande para se manter os grupos de mocidades em funcionamento, grande parte das casas espíritas da região ainda não as tem. Temos observado que isso se deve principalmente a alguns fatores: - A falta de integração das mocidades com o restante da casa. - O não empenho dos dirigentes de casas em fundar e manter as mocidades por não considerá-las como prioridade. - A cultura dos próprios espíritas que não direcionam seus filhos para as casas espíritas e mocidades. - O momento de vida do próprio jovem, com estudos, faculdade, influências do mundo ... VOCÊ MENCIONOU ACIMA QUE AS CASAS NÃO PRIORIZAM O TRABALHO COM O JOVEM. COMO VOCÊ VÊ ISSO?

Nós do CRE entendemos que toda casa espírita deveria ter como prioridade, 2 departamentos, que é o DIJ e o DESDE, pois entendemos que se eles funcionarem bem,

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em pouco tempo teremos condições de termos um movimento espírita organizado, com casas bem estruturadas e com continuidade de seus trabalhos.

Entendemostambém, que a casa espírita tem a responsabilidade de receber e encaminhar os reencarnandos, crianças e jovens rumo à suas tarefas reencarnatórias no que dizem respeito ao trabalho doutrinário. VOCÊ SENTE FALTA DE INTEGRAÇÃO COM OS JOVENS DE OUTROS ESTADOS? POR QUÊ?

Temos tido algum contato com jovens do Rio de Janeiro (Macaé), o que nos trouxe novas experiências, temos também o trabalho federativo, onde através dos encontros na União Espírita Mineira com dirigentes de outros CREs de todo o estado nos colocamos a par dos trabalhos, e os dirigentes do DIJ da UEM por sua vez tem contato com as outras federativas e nos trazem informações.

Com relação ao trabalho de unificação, entendemos ser um de seus inúmeros benefícios. Entendemos que quanto mais conhecimento e troca de experiências pudermos ter melhor. QUAL A IMPORTÂNCIA DOS ENCONTROS DE JOVENS ESPÍRITAS?

Temos procurado através dos encontros, divulgar e praticar um processo educacional dentro dos moldes espíritas, que tanto beneficia aos “encontristas” como aos dirigentes, pois entendemos que precisamos quebrar os paradigmas de nosso modelo educacional atual, que conforme a questão 917 de O Livro dos Espíritos, entretêmo egoísmo.

Dessa forma procuramos fazer com que o jovem se torne consciente de seus potenciais, suas possibilidades, sua importância e responsabilidade na própria transformação e do mundo em que vivemos. Temos visto também a importância desses encontros, como forma de unir e incentivar jovens de vários locais para iniciação ou continuidade dos trabalhos das mocidades em suas cidades. Além da importância de um encontro no período de carnaval, dando opções aos jovens que preferem manter-se em harmonia. OS JOVENS DE HOJE SÃO DIFERENTES DOS JOVENS DE ANTIGAMENTE?

Não sei se poderíamos dizer que os jovens são diferentes, pois somos todos espíritos e como estamos num mesmo mundo, estamos mais ou menos na mesma faixa de evolução.

Mas com referência a vivência de hoje e de ontem, não há dúvidas. Estamos na era da informação, há um choque de culturas, tá assim meio bagunçado, mas é normal, toda arrumação na casa incomoda, desarruma primeiro, móveis fora do lugar... pra depois as coisas chegarem no lugar.

É preciso cautela e paciência de todos os lados. As possibilidades são outras, as necessidades também, mas ainda somos herdeiros de uma cultura de quadro verde e giz branco, que ainda estão aí. Quando falamos de quebra de paradigmas, precisamos entender que primeiramente ela vem a nível intelectual e depois deve ser feita com harmonia de vistas e ações, sem revoluções; continuidade com transformações. Precisamos entender também que nesse momento reencarnam espíritos de maiores possibilidades de realização, para contrabalançar com outros de menores condições que precisam reencarnar, temos visto muitos exemplos dos dois lados.

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VIVEMOS UM MOMENTO DE TRANSIÇÃO DO NOSSO PLANETA PARA UM MUNDO DE REGENERAÇÃO, COMO TODOS SABEMOS. QUAL SERIA O PAPEL DO JOVEM ESPÍRITA NESTA JORNADA?

Penso que já respondemos em parte nas questões acima, que seria entender seu papel, sua importância, estudar e vivenciar os preceitos evangélicos, trazidos através do Consolador Prometido, sabendo que muita coisa já foi feita, e que somos herdeiros de nós mesmos, mas que a transformação maior que podem realizar é a de si mesmos rumo ao amor.

Assim sem dúvida estaremos contribuindo da melhor forma possível, pois estaremos em condições de nos colocarmos à disposição das equipes espirituais e encarnadas, pois os trabalhos acontecem nos dois planos da vida, e quanto mais harmonia entre os dois, mais o trabalho rende. QUAIS AS MAIORES DIFICULDADES QUE OS JOVENS DE HOJE ENFRENTAM PARA SEREM ESPÍRITAS?

Tenho comigo que nossas maiores dificuldades são sempre de cunho íntimo, e que aqueles que ainda não se definiram, é por que ainda não estão preparados, pois quando chega realmente o momento, não tem quem segura (risos). QUE MENSAGEM VOCÊ DEIXARIA PARA OS JOVENS DO FALA MEU?

Muita paz, aquela paz de que nos fala Emmanuel da consciência tranquila, do dever retamente cumprido, dizendo que o jovem espírita é portador do conhecimento mais amplo que a terra já tem recebido, e que todas as suas atividades e missões no planeta, nunca prescindam da diretriz do Cristo, e se esforcem ao máximo para dar suas contribuições na seara cristã.

Já erramos muito e sofremos as consequências disso, bastando olhar nosso modelo atual de civilização, é hora de acertarmos, não mais nos é lícito atrasarmos nossa marcha e do mundo ao qual estamos ligados. Que o Divino Cordeiro, nos ilumine e abençoe a todos. Transcrito da Revista Eletrônica FM! FALA MEU, Ano 9, nº 76, junho/2009

CHICO XAVIER RESPONDE

SUA MORTE

Pergunta: Como ficará a Doutrina Espírita após a sua morte? O senhor acha que ela ficará abalada? Quem poderá substituí-lo na liderança? Chico Xavier: - A Doutrina Espírita estará tão bem depois da minha desencarnação quanto estava antes, porque eu não sou pessoa com qualidades especiais para servi-la. Eu

sou um médium tão comum, tão falível como qualquer outro. Não me sinto uma pessoa necessária e muito menos indispensável. Outros médiuns estarão aí interpretando o pensamento e a mensagem dos nossos amigos espirituais, e eu peço a Deus apenas que não me deixe dar “mancadas” em minha tarefa. Esta entrevista faz parte de um extenso trabalho de reportagem dos jornalistas Airton Guimarães e José de Paula Costa, do jornal "Estado de Minas", publicado nas edições de 8, 9, 10 e 12 de julho de 1980. Fonte: “O Espírita Mineiro”, número 182, maio/agosto de 1980 - Páginas 256/257 do livro “Chico Xavier – mandato de amor”/União Espírita Mineira – Belo Horizonte, 1992.

FATO Pergunta: Poderia nos contar um fato ou uma passagem de sua vida que lhe traz melhores recordações e que mais lhe tocou o coração?

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Chico Xavier: Peço permissão para contar um caso que para mim foi um dos mais expressivos, que mais parece uma história infantil.

Eu estava em Uberaba, há uns dois anos, esperando um ônibus para ir ao cartório. Da nossa residência até lá tem uns três quilômetros. Nós, com o horário marcado, não podíamos perder o ônibus. Mas, quando o ônibus estava quase parando, uma criança, de uns cinco anos, apresentando bastante penúria, gritava por mim, de longe. Chamava por Tio Chico, mas com muita ansiedade. O ônibus parou e eu pedi, então, ao motorista: “Pode tocar o ônibus, porque aquela criança vem correndo em minha direção e estou supondo que este menino esteja em grande necessidade de alguma providência”. O ônibus seguiu, eu perdi, naturalmente, o horário. A criança chegou ao meu lado, arfando, respirando com muita dificuldade. Eu perguntei: “O que aconteceu, meu filho?” Ele respondeu: “Tio Chico, eu queria pedir ao senhor para me dar um beijo”.

Esse eu acho que foi um dos acontecimentos mais importantes de minha vida. Esta entrevista faz parte de um extenso trabalho de reportagem dos jornalistas Airton Guimarães e José de Paula Costa, do jornal “Estado de Minas”, publicado nas edições de 8, 9, 10 e 12 de julho de 1980. Fonte: “O Espírita Mineiro”, número 182, maio/agosto de 1980 – Páginas 256/257 do livro “Chico Xavier - mandato de amor”/União Espírita Mineira – Belo Horizonte, 1992.

HISTÓRIA Pergunta: Em meados de 1978 um guru indiano visitava o Brasil e o assunto no alpendre da casa de Chico Xavier girava em torno da meditação transcendental e sua aplicação na vida do homem ocidental, conforme apregoado pelo religioso recém-chegado das montanhas do Himalaia. O médium ouviu com acatamento as notícias acerca dos prodígios obtidos pelos gurus e a seguir contou-nos a seguinte história: Chico Xavier: Às margens do Ganges vivia um guru que se propunha a meditar e a jejuar até que conseguisse cruzar as águas do rio sagrado, levitando o corpo. Nesse mister de esforços empreendeu dez anos de sua vida, até julgar-se apto a fazer aquela travessia a seco.

No dia escolhido, certo de que conseguiria volitar sobre a superfície líquida caminhou resolutamente e, para espanto de muitos, realmente chegou a seco no outro lado do rio.

Ao pisar a outra margem, embora com o coração cheio de júbilo, perguntou ao seu guia por que foram necessários dez anos para cruzar sobre as águas do rio sagrado.

“Muito simples”- respondeu-lhe o Espírito, “não terias esperado tanto se há dez anos tivesses construído aí uma pinguela para fazer essa travessia...” Depoimento dado pelo médium e escritor Carlos A. Baccelli, de Uberaba, MG, em agosto/1980, publicado no livro Lições de Sabedoria – Chico Xavier nos 23 anos da Folha Espírita. Escrito por Marlene R. S. Nobre.

APÓS A MORTE Pergunta: Por que, na maioria dos casos, após a morte, a fisionomia dos desencarnados adquire uma expressão de suave paz?

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Chico Xavier: - A maioria das criaturas, em se desencarnando, de maneira pacífica, isto é, com a paz de consciência, quase sempre reencontra entes queridos que a antecederam na viagem da chamada morte física e deixa no próprio semblante as derradeiras impressões de paz e alegria que o corpo consegue estampar. Resposta dada em entrevista feira pelo jornalista Fernando Worm, publicada no jornal "O Espírita Mineiro", de Belo Horizonte, MG, número 171, fevereiro/abril de 1977. Página 241 do livro "Chico Xavier - mandato de amor”/União Espírita Mineira - Belo Horizonte, 1992.

PENSAMENTO Pergunta: Sempre me pareceu que nós, a maioria das pessoas, desconhecemos a imensa força do pensamento na formulação da existência. O pensamento pode reformular a vida de uma pessoa? Chico Xavier: - Sem dúvida. Os benfeitores espirituais são unânimes em asseverar que toda renovação do espírito, em qualquer circunstância, começa na força mental. O pensamento é a força criadora nas menores manifestações. Resposta dada em entrevista feira pelo jornalista Fernando Worm, publicada no jornal “O Espírita Mineiro”, de Belo Horizonte, MG, número 171, fevereiro/abril de 1977. Página 241 do livro “Chico Xavier - mandato de amor”/União Espírita Mineira – Belo Horizonte, 1992.

MENSAGEM ESPÍRITA

DEVOTEMO-NOS A DEUS Meus irmãos e minhas irmãs: Deus, nosso Pai, nos abençoe! A amizade sincera nos autoriza as mais íntimas confidências do coração. E não é

por outro motivo que nos valemos deste ensejo bendito para lhes dizer, de alma e com profundo respeito fraternal, que somente o trabalho em favor dos que sofrem os males morais e as penúrias do corpo poderá, com altura e infinito poder, manifestar nossa fé, nossa gratidão, nosso amor ao Pai, a Jesus e aos companheiros que se nos tornaram benfeitores um dia...

Para quem efetivamente se ilumina com Jesus, o serviço caridoso e fraternal, sem outro móvel, é o caminho da felicidade.

Recordamos isso, entre vocês, com o intuito de valorizarmos tudo o que o Espiritismo Evangélico tem-nos ofertado gratuitamente, fecundamente...

Não há uma criatura que seja, por mais iluminada e santa nos pareça, capaz de substituir, ante nosso coração agradecido, admirado, reverente, o que a nossa entrega à Vontade de Deus, na caridade e na fé, pode fazer em nome do verdadeiro amor.

Durante séculos – ou mesmo por milênios – idolatramos seres e coisas, em detrimento de nossa elevação real, definitiva.

Quantas dores existem na Terra e quão intensa é a ignorância acerca da Vida, de Jesus, de Suas lições!... Esse é o nosso trabalho maior. Aí reside a Vontade de Deus!

Em nome do amor que temos uns pelos outros, não podemos estacionar a nossa vida, mesmo que seja em nome de nossa gratidão!...

Nós podemos nos influenciar, nos estimular, nos apoiar, nos compreender mutuamente, em sublime comunhão, mas não devemos criar nichos de adoração pessoal, de idolatria indevida, porque isso significa desvio em nossa caminhada no rumo da perfeição.

Estamos, todos nós, seguindo no encalço de Nosso Senhor Jesus Cristo e, através das lições de Allan Kardec – que nos legou a obra do Consolador –, aprendemos a fugir da adoração cega e improdutiva, a fim de nos exercitarmos em amor e sabedoria com os semelhantes.

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Tudo serve na vida: do verme no solo aos sóis da Imensidão, tudo é tributo de amor e vida no serviço inestancável!

Não nos detenhamos na aridez das posturas louvaminheiras e idólatras. Doemo-nos a Deus, na fé vigorosa e no amor caridoso. Aceitemo-nos uns aos outros, sem exigências constrangedoras, mas pelos exemplos vivos de amor!

Cada um de nós deverá fazer luz em si mesmo, e nossas claridades serão aproveitadas pelos que nos seguem os passos!...

Meus amigos, Deus nos abençoe e nos fortaleça em prol de um Espiritismo com Jesus, fraterno e caridoso, coerente e dinâmico no bem universal!

Nosso profundo reconhecimento a vocês, à nossa União Espírita Mineira, à nossa Federação Espírita Brasileira!

Continuamos nosso esforço singelo na Vida Espiritual e temos rogado ao Alto nos fortalecer para a boa luta, nos unir em fraternidade cristã e nos tornar, ante tudo e todos, instrumentos do amor e da luz! Chico Xavier (Mensagem psicografada pelo médium Wagner Gomes da Paixão na noite de 17/04/09, na sede da União Espírita Mineira, durante palestra do presidente da Federação Espírita Brasileira, Nestor João Masotti) (NOTA: Página extraída do periódico “O ESPÍRITA MINEIRO”, órgão da União Espírita Mineira, meses maio/junho 2009 – número 309.

TRABALHO IMPORTANTE

CENTRO ESPÍRITA DISCÍPULOS DE JESUS Resumo Histórico e Organizacional da Entidade

O Centro Espírita Discípulos de Jesus, foi fundado em 03 de Maio de 1934, na cidade de Campo Grande, estado de Mato Grosso do Sul, na modalidade de associação civil sem fins lucrativos, de natureza filantrópica e reconhecida como de Utilidade Pública nos três níveis – Federal, Estadual e Municipal.

Desde a sua criação, em 1934, esta Entidade vem desenvolvendo as atividades previstas em seu Estatuto em prol da comunidade necessitada de todo o estado de Mato Grosso do Sul.

Dentre seus objetivos e finalidades previstos no Estatuto, cumpre ressaltar aqueles precípuos, ligados á:

• Coordenação e Desenvolvimento de atividades de Promoção e Assistência Social sem qualquer discriminação de pessoas, nacionalidade, classe ou posição social, cor raça, sexo e religião;

• Assistência médico-hospitalar e social, bem como ações de prevenção , habilitação e reabilitação de pacientes e pessoas portadoras de deficiências mentais;

• Desenvolvimento de atividades que possibilitem a integração de deficientes mentais e dependentes de substâncias psicoativas com a família;

• Apoio as famílias, com atendimento infantil em creche, ensino regular do 1° Grau e outros;

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• Ações sócio-educativas profissionalizantes destinados à carentes; • Integração ao mercado de trabalho dos pais e filhos, em especial mães solteiras; • Assistência social e de saúde aos carentes de todas as faixas etárias,

principalmente aos idosos; • Proteção a maternidade;

O cumprimento dos objetivos da Instituição, previstos em Estatuto, se tornam visíveis a comunidade na medida em que as suas entidades mantidas desempenham as suas funções e os Departamentos e Divisões exercem as suas atividades em consonância com as diretrizes institucionais.

O Centro Espírita Discípulos de Jesus de Campo Grande / MS, mantém o Hospital Nosso Lar (Hospital Psiquiátrico), a Casa da Criança (Creche) e Casa de Amália (Centro Educacional e Assistência Social).

Hospital Nosso Lar Dentro do contexto saúde de nosso estado, cumpre destacar o papel do Hospital

Nosso Lar, uma entidade de Fins Filantrópicos para tratamento de doenças nervosas e mentais, poderá ser resumido da seguinte forma.

Em 1948 e 1949, um grupo de pessoas beneméritas, tendo a frente a idealizadora da obra, D. Maria Edwiges Borges, dispuseram-se a construir um hospital psiquiátrico em Campo Grande, uma vez que ficou sensibilizada com as pessoas que apresentavam problemas mentais de comportamentos, e assim, tinham que ser recolhidas à cadeia pública, o que era um ato de desamor.

Com muito trabalho, D. Maria Edwiges Borges, buscou recursos

durante muitos anos para construção do referido hospital e, finalmente, no ano de 1966, dia 27 de janeiro, agradecendo a Deus a oportunidade de servir aos nossos semelhantes, inaugurou o primeiro hospital psiquiátrico nesta cidade. Iniciou o hospital, em 1966, com um atendimento de 20 leitos, hoje possuímos 200 leitos e um quadro de 150 funcionários.

Existimos há 40 anos como obra filantrópica, atendendo a capital e todo o Estado de Mato Grosso do Sul, abrigando a todos que aqui chegam por demanda espontânea ou encaminhadas por profissionais e serviços de saúde.

Os objetivos da Instituição não se alteraram no decorrer do tempo, e hoje tanto quanto na época da sua fundação, os pacientes atendidos no hospital têm acesso a atendimento digno e especializado, respeitando o ser humano como um ente único, possuidor de necessidades e atenção individualizada.

Este hospital continua cumprindo a missão abraçada por sua fundadora e se consolidou como uma entidade filantrópica digna de crédito junto a todos os órgãos oficiais do Estado e à comunidade de Campo Grande. Atendimentos:

O Hospital Nosso Lar mantém cerca de 193 leitos, dos quais 160 estão á disposição do SUS e cuja média de internação varia em torno de 19,82 a 27,15 dias; A taxa média de ocupação hospitalar média é de 93,45%, observando-se que o Hospital faz uso de praticamente toda a sua capacidade instalada, não mantendo ociosidade de leitos.

As principais causas de internação no Hospital Nosso Lar tem sido: • Esquizofrenia em 44,62 % dos casos;

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• Como a segunda maior causa de internação estão os Transtornos Mentais e de Comportamento por Substancias Psicoativas que representaram 35,24 % das internações;

• Os Transtornos Mentais Orgânicos, com 8,11 %, representaram a 3ª causa de internação;

• Em último lugar como causa de internação, estão os Transtornos de Humor , com 12,03 %.

Casa da Criança Em 05/08/1948 foi fundada a Fraternidade Espírita Educandária, sob a orientação

do Sr. Onésimo da Costa Faria, já com a finalidade de prestar assistência a menores carentes.

Durante 16 anos, o ideal de um espaço físico adequado à assistência de menores foi perseguido pelos colaboradores desta obra e em 17/10/1965 foi lançada a pedra fundamental da Fraternidade Espírita Educacional de Mato Grosso.

Em 1976, a Centro Espírita Discípulos de Jesus foi convidado a assumir a direção da entidade para a reorganização e dinamização do trabalho iniciado e assumiu a responsabilidade civil e ética de levar em frente os ideais e princípios que nortearam a Instituição desde a sua criação. Na ocasião, foi eleita como presidente a Srª Maria Edwiges Borges, pessoa de notória capacidade no trato com obras assistenciais.

Entidade passou então a denominar-se FRATERNIDADE EDUCACIONAL – CASA DA CRIANÇA e continua seguindo no desempenho de suas atividades os mesmo objetivos traçados em 1948 pelo seu fundador.

A Casa da Criança tem por objetivo principal prestar assistência global, de caráter inteiramente gratuito, à crianças de 01 a 03 anos em regime de creche e de 03 a 06 anos em regime de pré-escola , oriundos de famílias de baixa renda, cujos pais desenvolvem atividades laborativas fora do domicílio.

Centro Educacional e Assistência Social Amália Domingo Soler

Instituição mantida pelo Centro Espírita Discípulos de Jesus, destinada a apoiar programas e desenvolver ações destinadas à Educação Infantil, creche para crianças de 02 a 03 anos de idade, pré–escola para crianças de 04 a 06 anos e ensino fundamental (1ª a 4ª série), a partir de 06 e 07 anos de idade , bem como a promoção de Assistência Social que visa o atendimento de crianças e adolescentes de famílias de baixa renda.

Além disto, a Casa de Amália se propõe a promover e desenvolver projetos educacionais e oficinas semi-profissionalizantes, evangelização cristã, puericultura, lazer e esporte, visando o progresso social, cultural e moral dos educandos e da comunidade em geral onde a Casa está inserida.

Projetos O Centro Espírita Discípulos de Jesus, através de seus departamentos, desenvolve

projetos sociais que visam apoiar a população menos favorecida. Todos os benefícios oferecidos são totalmente gratuitos e estão de acordo com os estatutos de entidade.

Estas atividades são executadas de forma rotineira e sistemática e o serviço / benefício oferecido ocorre na comunidade na qual a população reside.

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Projeto Viver Bem: Projeto desenvolvido por 45 voluntários e visa melhorar a qualidade de vida da população carente residente na periferia de Campo Grande.

Projeto Aprendendo a Viver: Com ênfase nas crianças e famílias. Este Projeto distribui alimentos, orienta sobre horta caseira e favorece o relacionamento familiar.

Projeto de Apoio aos Necessitados: Com este Projeto o Centro Espírita Discípulos de Jesus, leva alimentos para a população carente.

Projeto Casulo: Projeto desenvolvido junto às mães jovens e carentes. Distribuir enxovais e fornece orientações sobre puericultura.

Doações Para o Centro Espírita Discípulos de Jesus continuar assistindo suas obras sociais,

eles contam com o apoio de benfeitores que os ajudam a manter estes trabalhos junto à população carente.

Se você puder colaborar, deposite qualquer quantia na conta bancária: Entidade: Hospital Nosso Lar Nome do Banco: Banco do Brasil Nº da Agência: 4211-0 Nº da Conta: 6.114-X

“Aprende a colaborar com o bem do próximo, na convicção de que ninguém progride a sós.” Emmanuel

Contatos Centro Espírita Discípulos de Jesus Rua Maracaju nº 244/250 – CEP 79002-210 – Centro – Campo Grande-MS Fone: (67) 3321-9554 – Fax (67) 3383-3936 Hospital Nosso Lar Rua Dr. Bezerra de Menezes Nº 325 – Vila Planalto – CEP 79009-130 – Campo Grande – MS Fone: (67) 3324-7763 – Fax (67) 3321-3502 Casa da Criança Rua Dom Aquino nº 392 – Bairro Amanbaí – CEP 79008-070 – Campo Grande – MS Fone: (67) 3324-2395 – Fax (67) 324-2395

PERSONALIDADES DE DESTAQUE NO MOVIMENTO ESPÍRITA

ANÁLIA FRANCO Nascida na cidade de Resende, Estado do Rio de Janeiro, no dia 1º. de fevereiro

de 1856, e desencarnada em S. Paulo, no dia 13 de janeiro de 1919. Seu nome de solteira era Anália Emília Franco. Após consorciar-se em matrimônio com Francisco Antônio Bastos, seu nome passou a ser Anália Franco Bastos, entretanto, é mais conhecida por Anália Franco.

Com 16 anos de idade entrou num Concurso de Câmara dessa cidade e logrou aprovação para exercer o cargo de professora primária. Trabalhou como assistente de sua própria mãe durante algum tempo. Anteriormente a 1875 diplomou- se Normalista, em S. Paulo. Foi após a Lei do Ventre Livre que sua verdadeira vocação se exteriorizou: a vocação literária. Já era por esse tempo notável como literata,

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jornalista e poetisa, entretanto, chegou ao seu conhecimento que os nascituros de escravas estavam previamente destinados à “Roda” da Santa Casa de Misericórdia. Já perambulavam, mendicantes, pelas estradas e pelas ruas, os negrinhos expulsos das fazendas por impróprios para o trabalho. Não eram, como até então “negociáveis”, com seus pais e os adquirentes de cativos davam preferência às escravas que não tinham filhos no ventre. Anália escreveu, apelando para as mulheres fazendeiras. Trocou seu cargo na Capital de São Paulo por outro no Interior, a fim de socorrer as criancinhas necessitadas. Num bairro duma cidade do norte do Estado de S. Paulo conseguiu uma casa para instalar uma escola primária. Uma fazendeira rica lhe cedeu a casa escolar com uma condição, que foi frontalmente repelida por Anália: não deveria haver promiscuidade de crianças brancas e negras. Diante dessa condição humilhante foi recusada a gratuidade do uso da casa, passando a pagar um aluguel. A fazendeira guardou ressentimento à altivez da professora, porém, naquele local Anália inaugurou a sua primeira e original “Casa Maternal”. Começou a receber todas as crianças que lhe batiam à porta, levadas por parentes ou apanhadas nas moitas e desvios dos caminhos. A fazendeira, abusando do prestígio político do marido, vendo que a sua casa, embora alugada, se transformara num albergue de negrinhos, resolveu acabar com aquele “escândalo” em sua fazenda. Promoveu diligências junto ao coronel e este conseguiu facilmente a remoção da professora. Anália foi para a cidade e alugou uma casa velha, pagando de seu bolso o aluguel correspondente à metade do seu ordenado. Como o restante era insuficiente para a alimentação das crianças, não trepidou em ir, pessoalmente, pedir esmolas para a meninada. Partiu de manhã, à pé, levando consigo o grupinho escuro que ela chamava, em seus escritos, de “meus alunos sem mães”. Numa folha local anunciou que, ao lado da escola pública, havia um pequeno “abrigo” para as crianças desamparadas. A fama, nem sempre favorável da novel professora, encheu a cidade. A curiosidade popular tomou-se de espanto, num domingo de festa religiosa. Ela apareceu nas ruas com seus “alunos sem mães”, em bando precatório. Moça e magra, modesta e altiva, aquela impressionante figura de mulher, que mendigava para filhos de escravas, tornou-se o escândalo do dia. Era uma mulher perigosa, na opinião de muitos. Seu afastamento da cidade principiou a ser objeto de consideração em rodas políticas, nas farmácias. Mas rugiu a seu favor um grupo de abolicionistas e republicanos, contra o grande grupo de católicos, escravocratas e monarquistas.

Com o decorrer do tempo, deixando algumas escolas maternais no Interior, veio para S. Paulo. Aqui entrou brilhantemente para o grupo abolicionista e republicano. Sua missão, porém, não era política. Sua preocupação maior era com as crianças desamparadas, o que a levou a fundar uma revista própria, intitulada “Álbum das Meninas”, cujo primeiro número veio a lume a 30 de abril de 1898. O artigo de fundo tinha o título “Às mães e educadoras”. Seu prestígio no seio do professorado já era grande quando surgiram a abolição da escravatura e a República. O advento dessa nova era encontrou Anália com dois grandes colégios gratuitos para meninas e meninos. E logo que as leis o permitiram, ela, secundada por vinte senhoras amigas, fundou o instituto educacional que se denominou “Associação Feminina Beneficente e Instrutiva”, no dia 17 de novembro de 1901, com sede no Largo do Arouche, em S. Paulo.

Em seguida criou várias “Escolas Maternais” e “Escolas Elementares”, instalando, com inauguração solene a 25 de janeiro de 1902, o “Liceu Feminino”, que tinha por finalidade instruir e preparar professoras para a direção daquelas escolas, com o curso de dois anos para as professoras de “Escolas Maternais” e de três anos para as “Escolas Elementares”. Anália Franco publicou numerosos folhetos e opúsculos referentes aos cursos ministrados em suas escolas, tratados especiais sobre a infância, nos quais as professoras encontraram meios de desenvolver as faculdades afetivas e morais das

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crianças, instruindo-as ao mesmo tempo. O seu opúsculo “O Novo Manual Educativo”, era dividido em três partes: Infância, Adolescência e Juventude. Em 1º de dezembro de 1903, passou a publicar “A Voz Maternal”, revista mensal com a apreciável tiragem de 6.000 exemplares, impressos em oficinas próprias. A Associação Feminina mantinha um Bazar na Rua do Rosário nº 18, em S. Paulo, para a venda dos artefatos das suas oficinas, e uma sucursal desse estabelecimento na Ladeira do Piques nº 23.

Anália Franco mantinha Escolas Reunidas na Capital e Escolas Isoladas no Interior, Escolas Maternais, Creches na Capital e no Interior do Estado, Bibliotecas anexas às escolas, Escolas Profissionais, Arte Tipográfica, Curso de Escrituração Mercantil, Prática de Enfermagem e Arte Dentária, Línguas (francês, italiano, inglês e alemão); Música, Desenho, Pintura, Pedagogia, Costura, Bordados, Flores artificiais e Chapéus, num total de 37 instituições.

Era romancista, escritora, teatróloga e poetisa. Escreveu uma infinidade de livretos para a educação das crianças e para as Escolas, os quais são dignos de serem adotados nas Escolas públicas.

Era espírita fervorosa, revelando sempre inusitado interesse pelas coisas atinentes à Doutrina Espírita.

Produziu a sua vasta cultura três ótimos romances: “A Égide Materna”, “A Filha do Artista”, e “A Filha Adotiva”. Foi autora de numerosas peças teatrais, de diálogos e de várias estrofes, destacando-se “Hino a Deus”, “Hino a Ana Nery”, “Minha Terra”, “Hino a Jesus” e outros.

Em 1911 conseguiu, sem qualquer recurso financeiro, adquirir a “Chácara Paraíso”. Eram 75 alqueires de terra, parte em matas e capoeiras e o restante ocupado com benfeitorias diversas, entre as quais um velho solar, ocupado durante longos anos por uma das mais notáveis figuras da História do Brasil: Diogo Antônio Feijó. Nessa chácara fundou Anália Franco a “Colônia Regeneradora D. Romualdo”, aproveitando o casarão, a estrebaria e a antiga senzala, internando ali sob direção feminina, os garotos mais aptos para a Lavoura, a horticultura e outras atividades agropastoris, recolhendo ainda moças desviadas, conseguindo assim regenerar centenas de mulheres.

A vasta sementeira de Anália Franco consistiu em 71 Escolas, 2 albergues, 1 colônia regeneradora para mulheres, 23 asilos para crianças órfãs, 1 Banda Musical Feminina, 1 orquestra, 1 Grupo Dramático, além de oficinas para manufatura de chapéus, flores artificiais, etc., em 24 cidades do Interior e da Capital.

Sua desencarnação ocorreu precisamente quando havia tomado a deliberação de ir ao Rio de Janeiro fundar mais uma instituição, idéia essa concretizada posteriormente pelo seu esposo, que ali fundou o “Asilo Anália Franco”.

A obra de Anália Franco foi, incontestavelmente, uma das mais salientes e meritórias da História do Espiritismo. Fonte: Grandes Vultos do Espiritismo Transcrito do site: http://www.feparana.com.br/biografia.php?cod_biog=28

DATAS IMPORTANTES DO ESPIRITISMO Dia 01 de 1865 – Em Paris, França, Allan Kardec lança O céu e o inferno, quarta obra da Codificação Espírita. Dia 02 de 1873 – Fundado o Grupo Confúcius, na residência de Francisco Siqueira Dias Sobrinho, sendo o primeiro grupo Espírita do Rio de Janeiro, tendo entre os participantes Bittencourt Sampaio. Dia 03 de 1951 – Em Goiânia, Goiás, fundada a Federação Espírita do Estado de Goiás.

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Dia 05 de 1951 – Em Salvador, BA, o médium Divaldo Pereira Franco inicia o programa espírita semanal Voz da Fraternidade, de 30 minutos. Dia 08 de 1946 – Em São Paulo, SP, fundada a Instituição Beneficiente Nosso Lar, dirigida por muitos anos pó Nancy Puhlmann Dia 14 de 1930 – Abertura do 1º Congresso Espírita da Bélgica, com o patrocínio da Union Spirite Belge, tendo à frente M. L. Home. Dia 15 de 1905 – Em Matão, São Paulo, fundada por Caírbar Schutel a Editora O Clarim e no mesmo dia começa a circular o jornal O Clarim. Dia 15 de 1952 – Em Salvador, Bahia, é fundada pelo médium Divaldo Pereira Franco e colaboradores a Mansão do Caminho, departamento assistencial do Centro Espírita Caminho da Redenção. Dia 29 de 1863 – Nasce na antiga Freguesia do Riacho do Sangue, hoje Solonópole, no Ceará, Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti – Bezerra de Menezes. Dia 16 de 1886 – O Dr. Bezerra de Menezes se torna adepto do Espiritismo e se filia à Federação Espírita Brasileira, sob a presidência de Ewerton Quadros. Dia 17 de 1885 – No Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, numa sala da Rua da Alfândega, a Federação Espírita Brasileira inaugura suas conferências públicas, tendo à frente Elias da Silva, Bittencourt Sampaio e outros pioneiros do Espiritismo. Dia 19 de 1936 – Na Rádio Cultura de Araraquara, São Paulo, Caírbar Schutel inicia o 1º Programa Espírita Radiofônico do Brasil. Dia 19 de 1937 – No Rio de Janeiro, RJ, fundação da Hora Espiritualista, por João Pinto de Souza. Primeiro programa radiofônico de longa duração no Rio de Janeiro. Denominado, posteriormente, por Geraldo Aquino, sucessor de João, como Hora Espiritualista João Pinto de Souza. Dia 20 de 1918 – Em São Paulo, São Paulo, a Dra. Marina Cardoso lança no Centro Espírita Pedro e Paulo, seu livro A religião nos presídios. Dia 24 de 1902 – Fundada a Federação Espírita do Paraná, na sala da redação da A Doutrina, na Rua América, número 9, às 10 horas da manhã, tendo sido assinada a ata por Vicente Nascimento Junior, Augusto Correia Pinto, Benedicto Vianna, João Urbano de Assis Rocha, Sebastião Paraná, João Álvaro de Aguiar, Domingos Duarte Velloso, Grupo Espírita Allan Kardec e Grupo Espírita Luz nas trevas, ambos de Antonina. Dia 28 de 1900 – Em Sacramento, Minas Gerais, fundado Centro Espírita Luz e Amor, tendo como fundador e primeiro Presidente Mariano da Cunha Júnior, amigo de Eurípedes Barsanulfo. Dia 31 de 1926 – Fundada em Lisboa, Portugal, a Federação Espírita Portuguesa. Dia 31 de 1948 – Em São Paulo, São Paulo, realiza-se o Congresso Brasileiro de Unificação.

LIVROS DO “CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA”

DEPARTAMENTO – CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA MARIA DOLORES

Rua Artur Machado nº. 288 – sala 04 – Centro Telefone: 3312-8327

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LÁGRIMAS DO SOL – Gilvanize Balbino Pereira No sombrio e conturbado final do século 15, os reis da Espanha iniciaram implacável perseguição contra muçulmanos e judeus que habitavam a Península Ibérica. Lutas cruéis foram travadas em nome de Deus. Nos tribunais da Inquisição, homens, mulheres e crianças foram condenados

Jornal Espírita On-Line de Uberaba – Nº 35 – agosto/2009 22

para satisfazer o ódio e a ambição daqueles que desejavam perpetuar-se na riqueza e no poder. Entre o Céu e a Terra, em plena Idade Média, destinos se entrelaçaram e almas se reencontraram para o inevitável acerto de contas. Em Granada, no Sul da Espanha, Joana - filha de don Sanchez e dona Maria de Alcântara - indignava-se contra tanta injustiça, e, em oração, entrega-se nas mãos de Jesus. Um dia, a divina

providência conduz Zarif, o mouro, até seu lar. O despertar daquele amor impossível leva Joana a descobrir do que é capaz a maldade dos homens e...

DESENCANTO – Pelo Espírito de Fénelon – Psicografado por Dario

Sandri Jr. Em Desencanto, o Espírito Fénelon narra a história de Laura, uma jovem italiana do século XIX que segue seus sonhos voluntariosamente, em um mundo convulsionado por graves mudanças sociais e políticas.

DEPOIS DA MORTE – Leon Denis – Tradução de Maria Lúcia Alcântara Carvalho Analisa as religiões antigas, as doutrinas secretas e o surgimento do Espiritismo como nova crença apoiada em fatos e no conhecimento das leis eternas de progresso e justiça. Trata de temas como: o Universo e Deus, a vida imortal, a pluralidade das existências e todas as suas conseqüências.

SUGESTÃO DE LEITURA

ENCONTROS COM A CONSCIÊNCIA – Pelo Espírito de Irmão Malco – Psicografado por Alaor Borges Jr. A obra é fruto da experiência do autor espiritual - que assinou com pseudônimo -, obtida em variadas reuniões que teve o ensejo de participar, compartilhando emocionantes impressões com confrades, outrora espíritas na Terra, cujo objetivo precípuo era captarem, em conjunto, a bênção das reflexões, apreciando possíveis erros e, se possível, alertar os companheiros da Terra por meio dos diversos canais mediúnicos de que se dispõe. As citações trazem experiências valiosas com Chico Xavier e muitas outras ocorridas em diferentes instituições

espíritas. EXPERIÊNCIAS NO MUNDO ESPIRITUAL – Pelo Espírito de Kelvin Van Dine – Psicografado por Alaor Borges Jr. Autênticos degraus de sabedoria e iluminação, como indica o subtítulo da obra, é o que melhor definiria o manancial de informações apresentado por Kelvin Van Dine em Experiências no Mundo Espiritual, na psicografia de Alaor Borges. Uma breve consulta ao índice da obra dará ao leitor uma idéia das preciosidades que a experiência da vivência espírita e do conhecimento do Evangelho de Jesus inspiram o autor espiritual a oferecer para cada coração humano.