23
Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 1 JORNAL ESPÍRITA ON JORNAL ESPÍRITA ON JORNAL ESPÍRITA ON JORNAL ESPÍRITA ON-LINE DE UBERABA LINE DE UBERABA LINE DE UBERABA LINE DE UBERABA setembro/2008 – nº. 24 Responsável: Luiz Carlos de Souza Trabalhador na seara espírita em Uberaba-MG “Somos uma grande família dispersa em setores de trabalho, com o Espiritismo por nossa bênção de luz. Hoje cada qual de nós permanece em linha particular de luta, mas amanhã estaremos todos novamente reunidos na Vida Real, apresentando, cada qual de nós, a soma dos esforços que levou a efeito para nos desincumbirmos dos sagrados deveres com que fomos agraciados, não é mesmo?” – Chico Xavier – 08/03/1959 [Trecho de carta de Chico Xavier a D. Neném Aluotto – ex-Presidente da União Espírita Mineira] EVENTOS ESPÍRITAS FESTIVAL DE MÚSICA ESPÍRITA Será realizado pela União da Mocidade Espírita de Uberaba – UMEU, com o apoio da Aliança Municipal Espírita de Uberaba – AME, da União Espírita Mineira – UEM; da Federação Espírita Brasileira – FEB e da empresa JÔ MUSICAL, o VII FESTIVAL DE MÚSICA ESPÍRITA DE UBERABA – FEMEU. O VII FEMEU, será realizado no âmbito do Conselho Regional Espírita Sul – CRE- SUL, abrangendo todos os artistas das cidades de: Água Comprida; Aparecida de Minas; Campina Verde; Campo Florido; Carneirinhos; Comendador Gomes; Conceição das Alagoas; Conquista; Delta; Fronteira; Itapagipe; Iturama; Limeira do Oeste; Pirajuba; Planura; Prata; Rio do Peixe; Rufinópolis; Sacramento; São Francisco de Sales; Uberaba; União de Minas; Veríssimo. O VII FEMEU é um festival de composições inéditas, voltado à temática ESPÍRITA e tem como objetivo: a) Valorizar a arte produzida dentro do movimento espírita; b) Incentivar a participação e criação artística elevada; c) Proporcionar a descoberta de novos talentos, além de buscar a elevação do espírito humano; d) Divulgar a música de qualidade, que eleva a alma humana e dignifica a vida; e) Promover o intercâmbio artístico e cultural entre as cidades do CRE-SUL. As músicas classificadas e apresentadas no VII FEMEU, serão premiadas: a) lugar (1 violão e troféu); b) 2º lugar (Coleção de livros espíritas e troféu); c) 3º lugar (Coleção de livros espíritas e troféu); d) Melhor arranjo (coletânea de livros espíritas); e) Melhor letra (coletânea de livros espíritas); f) Melhor intérprete (coletânea de livros espíritas).

EDIÇÃO 24

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Jornal Espírita de Uberaba com artigos sobre: juventude, estudos espíritas, mensagens espíritas, trabalhos espíritas importantes, datas importantes do movimento espírita, eventos espíritas, personalidades do movimento espírita. Tudo sobre a doutrina espírita.

Citation preview

Page 1: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 1

JORNAL ESPÍRITA ONJORNAL ESPÍRITA ONJORNAL ESPÍRITA ONJORNAL ESPÍRITA ON----LINE DE UBERABALINE DE UBERABALINE DE UBERABALINE DE UBERABA setembro/2008 – nº. 24

Responsável: Luiz Carlos de Souza Trabalhador na seara espírita em Uberaba-MG

“Somos uma grande família dispersa em setores de trabalho, com o Espiritismo por nossa bênção de luz. Hoje cada qual de nós permanece em linha particular

de luta, mas amanhã estaremos todos novamente reunidos na Vida Real, apresentando, cada qual de nós, a soma dos esforços que levou a efeito para nos desincumbirmos dos sagrados deveres com que fomos agraciados, não é mesmo?” – Chico Xavier – 08/03/1959 [Trecho de carta de Chico Xavier a D.

Neném Aluotto – ex-Presidente da União Espírita Mineira]

EVENTOS ESPÍRITAS

FESTIVAL DE MÚSICA ESPÍRITA Será realizado pela União da Mocidade Espírita de Uberaba – UMEU, com o apoio

da Aliança Municipal Espírita de Uberaba – AME, da União Espírita Mineira – UEM; da Federação Espírita Brasileira – FEB e da empresa JÔ MUSICAL, o VII FESTIVAL DE MÚSICA ESPÍRITA DE UBERABA – FEMEU.

O VII FEMEU, será realizado no âmbito do Conselho Regional Espírita Sul – CRE-SUL, abrangendo todos os artistas das cidades de: Água Comprida; Aparecida de Minas; Campina Verde; Campo Florido; Carneirinhos; Comendador Gomes; Conceição das Alagoas; Conquista; Delta; Fronteira; Itapagipe; Iturama; Limeira do Oeste; Pirajuba; Planura; Prata; Rio do Peixe; Rufinópolis; Sacramento; São Francisco de Sales; Uberaba; União de Minas; Veríssimo.

O VII FEMEU é um festival de composições inéditas, voltado à temática ESPÍRITA e tem como objetivo: a) Valorizar a arte produzida dentro do movimento espírita; b) Incentivar a participação e criação artística elevada; c) Proporcionar a descoberta de novos talentos, além de buscar a elevação do espírito humano; d) Divulgar a música de qualidade, que eleva a alma humana e dignifica a vida; e) Promover o intercâmbio artístico e cultural entre as cidades do CRE-SUL.

As músicas classificadas e apresentadas no VII FEMEU, serão premiadas: a) 1º lugar (1 violão e troféu); b) 2º lugar (Coleção de livros espíritas e troféu); c) 3º lugar (Coleção de livros espíritas e troféu); d) Melhor arranjo (coletânea de livros espíritas); e) Melhor letra (coletânea de livros espíritas); f) Melhor intérprete (coletânea de livros espíritas).

Page 2: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 2

As inscrições serão gratuitas, limitando-se a duas por autor ou parceria, e estarão abertas no período de 01 de agosto até o dia 13 de setembro de 2008, às 11h, na Livraria Espírita Emmanuel (Rua Artur Machado nº 288 – Sala 4 – Centro – Galeria Fausto Salomão – Uberaba-MG – Telefone: [34] 3312-8327). Os interessados poderão pegar o Regulamento e a Ficha de Inscrição na própria Livraria ou pelo e.mail: [email protected].

REUNIÃO LÍTERO MUSICAL DOUTRINÁRIA

VII Festival de Música Espírita de Uberaba Data: 27/09/2008 – sábado Horário: 19h Local: Centro Espírita Uberabense (Rua Barão de Ituberaba nº. 449 - Estados Unidos). Organização: União da Mocidade Espírita de Uberaba – UMEU Apoio: Federação Espírita Brasileira; União Espírita Mineira – UEM; Aliança Municipal Espírita de Uberaba – AME; Instituto Musical “Jô Musical”.

FILME: BEZERRA DE MENEZES – O MÉDICO DOS POBRES

Foi lançado no dia 29 de agosto, o filme “BEZERRA DE MENEZES – O MÉDICO DOS POBRES”.

Primeiro longa-metragem cearense passado no Século XIX, o filme é um marco na cinematografia do Estado.

Realizado com a mais avançada tecnologia digital e finalizado em 35mm, o longa-metragem “Bezerra de Menezes- Médico dos Pobres” faz uma fiel

reconstituição de época para representar o Ceará e o Rio de Janeiro do Século XIX. Com cuidadosa pesquisa história de Luciano Klein, biógrafo de Bezerra de Menezes, aliada a extensa pesquisa iconográfica nos acervos mais importantes do país, a vida de Bezerra de Menezes será contada com passagens ficcionais e relatos de pesquisadores de sua vida e obra.

Elenco: Carlos Vereza, Lúcio Mauro, Caio Blat, Nanda Costa, Paulo Goulart Filho, Juliana Carvalho, Lucas Ribeiro, Cláudio Raposo, Magno de Carvalho, Márcia Zeinke, Thaís Dahas, Alexandra Marinho, B. de Paiva. Direção: Glauber Santos Paiva Filho e Joel Pimentel.

Informações sobre o filme: www.bezerrademenezesofilme.com.br. Vamos divulgar, convidar nossos entes queridos, pois essa não dá para

perder!!! Assistam o trailer: http://www.bezerrademenezesofilme.com.br/ver_trailer.php

EVENTOS ESPÍRITAS

Se você tem um evento espírita e gostaria de ver divulgado em um site, acesse o Blog http://eventosespiritas.blogspot.com/ para ver o resultado. Se interessando é só enviar para o e.mail: [email protected]. Vamos divulgar nossa Doutrina Espírita.

Page 3: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 3

VISITAR O Centro Espírita Chico Xavier, de São Leopoldo – Rio Grande do Sul, tem um site muito interessante para ser visitado. Ele traz muitas informações interessantes para quem gosta de estudar a Doutrina Espírita. Vale a pena visitar.

1207º ENCONTRO FRATERNO AUTA DE SOUZA

Tema Central deste Encontro: “Senhor, quantas vezes perdoarei meu irmão?” Datas: 27 e 28 de setembro de 2008 Local: Escola Polivalente – Frutal-MG Realização: Centro Espírita Cássio Siqueira Campos e,Posto de Assistência Gilson de Mendonça Henriques Apoio: Posto de Assistência Auta de Souza e, Aliança Municipal Espírita – AME de Frutal Inscrições: dia 27 a partir de 10h Início do Encontro: dia 27 às 13 horas Término do Encontro: dia 28 às 12h Observação: No dia 27, às 20h, dentro da programação, no mesmo local, haverá palestra com Richard Simonetti.

COMO USAR A BÍBLIA DO CAMINHO O Grupo Espírita Cairbar Schutel está oferecendo um curso para as pessoas

aprenderem trabalhar com o e-book – A Bíblia do Caminho. Neste livro eletrônico contêm o “Velho” e o “Novo Testamento”; Todas as obras

de “Allan Kardec”; Além de todas as obras psicografadas por Chico Xavier. Um trabalho riquíssimo para pesquisa do Espiritismo, desenvolvimento de pesquisas, e preparação de estudos e palestras.

As aulas acontecem sempre no primeiro domingo de cada mês na Escola Municipal Adolfo Bezerra de Menezes, situada à Rua Patos, 406 – Abadia, aos domingos, das 09h às 11h.

Para participar, é necessário agendar a Casa Espírita, por meio de nosso e-mail: [email protected], na Livraria Espírita Emmanuel (R. Artur Machado, 288 – sala 04 – Fone: 3312 8327) ou na Banca do Livro Espírita Maria Dolores.

DIVULGAÇÃO DE EVENTOS

Nosso modesto jornal está à disposição dos dirigentes espíritas para auxiliarmos na divulgação dos seus eventos espíritas.

A pauta do jornal (conteúdo), bem como, a sua elaboração e redação, é realizada sempre na última semana de cada mês e, enviado aos assinantes virtuais, sempre na primeira semana do mês subseqüente, salvo alguma exceção.

Desejamos ajudar os Centros Espíritas na divulgação de seus eventos, mas pedimos a caridade da compreensão quanto aos prazos.

Os contatos são: E.mail [email protected] ou pelo telefone (34) 9969-7191, com Luiz Carlos de Souza.

Page 4: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 4

EM DIA COM O ESPIRITISMO

A GÊNESE – 140 ANOS Em 6 de janeiro de 1868, portanto há cento e quarenta anos, era publicado em

Paris o último livro da série de cinco obras que constitui a base da Doutrina Espírita. Allan Kardec, seu autor, desenvolve nessa obra um conjunto de importantes

assuntos que ficaram sintetizados no título e subtítulo – “Os milagres e as predições segundo o Espiritismo”.

Entretanto, as matérias abordadas nesse livro são de tal magnitude que ultrapassam a síntese do título escolhido.

Assuntos como Deus e a visão dos homens sobre sua existência e natureza, a Divina Providência, o espaço e o tempo, a gênese orgânica e a gênese espiritual, os milagres e sua explicação, a superioridade da natureza de Jesus e o desaparecimento de seu corpo, e muitos outros que induzem à idéia de que são chegados os tempos novos para a Humanidade conhecer a Verdade e a Vida, como está expresso no último capítulo, tornam esse livro imprescindível para o seguro conhecimento da Doutrina Consoladora, minuciosamente exposta nas obras básicas.

Não devemos esquecer que essa obra, que encerra a série iniciada com O Livro dos Espíritos, embora escrita e publicada sob a responsabilidade de Allan Kardec, contou com a assistência permanente dos Espíritos reveladores.

É sempre útil relembrar a advertência do Codificador de que, sendo a Doutrina Espírita progressiva, qualquer aspecto da verdade, que se modificar por novos conhecimentos, será por ela aceito, desde que devidamente comprovado.

Essa advertência é importante e nunca deve ser esquecida, máxime em se tratando de uma obra que se ocupa, em grande parte, de conhecimentos científicos, quando as diversas ciências têm modificado seus próprios conceitos por outros, diante de descobrimentos novos, como é comum nos domínios da Geologia, da Física, da Química, da Medicina e de outros conhecimentos.

É sempre útil lembrar também que, dos dois elementos que constituem o Universo, as ciências humanas têm estudado somente um deles – a matéria – não cogitando do espírito, o outro elemento, ou força, em contínua interação com o primeiro.

Esse posicionamento das ciências dos homens, rejeitando a existência do elemento espiritual, traz conseqüências extremamente prejudiciais ao conhecimento humano, por negar uma realidade comprovada.

A Doutrina Espírita, desde que surgiu neste mundo, cumprindo a promessa de que o Consolador, ao ser enviado traria o conhecimento de coisas novas, demonstra a necessidade da correção do grande erro cometido pelas ciências em cogitar somente da matéria, na explicação dos inúmeros fenômenos universais.

Revelação superior, oriunda da Espiritualidade, não há dúvida de que, no futuro, prevalecerá a Verdade, libertando os homens da ignorância que ainda subsistir nos setores mais intelectualizados deste mundo. É uma questão de tempo, já que a evolução, a progressividade dos conhecimentos, é uma das leis divinas.

A Providência de Deus deixa aos próprios homens, Espíritos eternos, o mérito de se convencerem por si mesmos, pela razão, no processo da busca das realidades.

Page 5: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 5

Para isso, conjugam-se a inteligência com o esforço individual, a lei do progresso com as experiências das vidas sucessivas em planos diferentes.

Nas leis divinas, justas, perfeitas, eternas e imutáveis, não há contradições.

Os homens é que, muitas vezes, não as compreendem em toda a sua grandeza e extensão.

Assim, as ciências humanas são convocadas a retificar seus conceitos que não se ajustam às realidades. Excluir o elemento espiritual e considerar somente a matéria, na generalidade dos fenômenos universais, é um erro grave que vem ocorrendo há milênios, os quais, na atualidade, com as revelações superiores, deverá ser corrigido.

Destruindo o materialismo, de múltiplas faces, que é uma das chagas das sociedades humanas e que atinge as ciências, estará o Espiritismo contribuindo para o progresso geral.

Allan Kardec, quando já havia publicado as quatro primeiras obras componentes da Doutrina dos Espíritos, bem como outros livros e a Revista Espírita, resolveu elaborar um vasto estudo sobre as origens do planeta Terra, com base nas concepções resultantes dos ensinos trazidos pela Espiritualidade, além de desdobramentos de vários assuntos já tratados anteriormente.

A Gênese resultou desses estudos, que abrangem variadas matérias, todas relacionadas à novel doutrina, e não somente ao que o próprio título sugere, bastando o exame do índice para se chegar à conclusão de que a obra é muito mais rica e abrangente do que esse título propõe.

Observa-se nesse livro, apesar da variedade das matérias estudadas, uma total coerência entre a Ciência, a Filosofia e a Religião Espíritas, não havendo as contradições encontradas nas outras culturas humanas, quando abordam tais questões.

Com essa publicação completava- se a Codificação Espírita. Cumprira-se a missão do Codificador, que desencarnou no ano seguinte.

Na impossibilidade de nos fixarmos em todas as matérias da obra, vamos nos referir a alguns aspectos dos estudos que impressionam pela profundidade e coerência com que são abordados e que se encontram na “Introdução” e nos capítulos I, II e XVIII.

Apresentando seu trabalho, o autor se refere à magna questão dos dois elementos, ou duas forças que compõem o Universo – o espírito e a matéria – em ações simultâneas. Entretanto, ressalta, somente a matéria é considerada por muitos pensadores e

Page 6: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 6

cientistas, que negam a existência do espírito. Esclarece que o Espiritismo não encerra mistérios, já que tudo que ensina é real e

está patente, para que todos possam julgá-lo com conhecimento de causa. Reafirma que a Doutrina é obra dos Espíritos, com a cooperação

humana naquilo que compete aos homens. A formulação da Doutrina resultou da concordância de opiniões e idéias de muitos

seres espirituais e não da opinião de um ou outro isoladamente. Para tanto, o Codificador utilizou método apropriado, confrontando conceitos e juízos diversos, antes de ser admitida uma idéia, ou um fato, como verdadeiros.

Desta forma, O Livro dos Espíritos, a obra básica da Doutrina, representa o pensamento correto, geral e coletivo das Entidades espirituais incumbidas de trazer aos homens o Consolador prometido por Jesus.

A concordância universal na opinião dos Espíritos reveladores, submetida ainda à razão e à

lógica, é que constitui a força da Doutrina, fazendo-a prevalecer sobre os sistemas pessoais.

O capítulo I – “Caráter da revelação espírita” – impressiona pela profundidade, clareza e qualidade da exposição do Codificador, ao ressaltar o que representa a Doutrina Espírita, por sua natureza, sua índole e seu caráter.

Diversas questões e indagações suscitadas por críticos e simpatizantes do Espiritismo, antes e depois da publicação da última obra da Codificação, estão respondidas de forma admirável nesse capítulo inicial.

Está esclarecido que o Espiritismo se apresenta também como uma Ciência de observação, utilizando em suas pesquisas metafísicas o método experimental, mostrando que ele se aplica perfeitamente ao elemento espiritual e não somente à matéria.

Não resta dúvida que o aspecto mais importante da obra é o que focaliza o Universo invisível, desprezado pelas ciências e cogitado somente pelas religiões e pela magia, mas de forma inadequada.

Refere-se à necessidade do conhecimento das realidades ocultas do mundo invisível e seu relacionamento com o mundo material visível, como preparo do homem para a vida futura.

Mostra que todas as Revelações à Humanidade têm sido feitas por prepostos e enviados de Deus, incumbidos das mais diversas missões, não havendo, entretanto, nenhuma prova de manifestação direta do Criador entre os homens, embora seus mensageiros tenham sido confundidos com Ele, como ocorreu com Moisés na recepção dos Dez Mandamentos.

É demonstrado que a Revelação Espírita tem, ao mesmo tempo, caráter divino e científico.

Participa do primeiro por ser providencial e não da iniciativa dos homens, que ignoravam as verdades reveladas pela Espiritualidade.

Seu caráter científico evidencia-se por não terem sido dispensados os homens, especialmente o Codificador e os médiuns, nos trabalhos de elaboração, observação, pesquisas e raciocínio lógico, uma vez que a Doutrina não resultou simplesmente de um ditado completo, mas foi deduzida dos fatos e das instruções trazidas

Page 7: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 7

pelos Espíritos. Assim, a Doutrina é uma Nova Luz que, longe de negar o Evangelho do Cristo,

vem confirmá-lo, explicá-lo, elucidando os pontos incompreendidos ou obscuros. A Doutrina Consoladora, absorvendo integralmente os ensinos de Jesus, requer

madureza e emancipação mental, para que as coisas superiores não sejam aceitas às cegas, mas sob a luz do entendimento e da razão esclarecida.

O capítulo II trata de Deus, da sua natureza e da Providência Divina. É a reafirmação do que se acha no capítulo I de O Livro dos Espíritos, com o acréscimo de outros pensamentos e raciocínios lógicos sobre esse magno assunto.

Começa por lembrar que, sendo Deus a causa primária de todas as coisas, portanto, a base de toda a Criação, é o ponto que deve ser considerado antes de qualquer outro.

Lembra que em todas as obras da Natureza estão presentes a harmonia, a sabedoria e a providência, não havendo nenhuma que não ultrapasse a mais portentosa inteligência humana.

É que elas são produto de uma Inteligência Suprema, já que não pode haver efeito sem causa.

Esse raciocínio lógico, baseado nos fatos e na observação do que é real e constatado por toda parte, responde aos raciocínios materialistas, baseados nas forças que atuam mecanicamente nos reinos mineral, vegetal e animal, como o calor, a luz, a eletricidade, a umidade e outras.

O raciocínio materialista, que prevalece nas ciências dos homens, não percebe que as forças, que produzem os inúmeros fenômenos da Natureza, têm uma causa suprema e inteligente–o Criador de tudo o que existe.

A Providência Divina “é a solicitude de Deus para com todas as suas criaturas” – afirma Kardec.

O último capítulo do livro – “São chegados os tempos” – refere-se aos acontecimentos previstos para a regeneração da Humanidade, os quais nada representam para os incrédulos, mas que, para a maioria dos crentes ingênuos, participam de algo de místico e de sobrenatural.

Devemos afastar da previsão toda idéia de capricho, por não se conciliar com a Providência Divina, não podendo deixar de considerar que novos acontecimentos decorrem da divina lei do progresso.

A evolução física do globo terrestre tem sido comprovada pela Ciência e o progresso da Humanidade decorre da inteligência e da melhoria dos costumes dos homens.

Portanto, o movimento progressivo é inevitável, podendo, contudo, ser rápido ou lento, dependendo de diversos fatores.

A Humanidade tem realizado muitos progressos nas ciências, nas artes e no bem-estar material.

Resta-lhe realizar a evolução dos sentimentos, para que reine, entre os homens, o amor, a solidariedade, a fraternidade.

Será, assim, a evolução dos sentimentos o que caracterizará os tempos novos, com a chegada de um mundo regenerado. Por Juvanir Borges de Souza. Transcrito da Revista “Reformador” Ano 126 – Nº 2.147 – Fevereiro/2008.

Page 8: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 8

ESTUDO

A PRÁTICA MEDIÚNICA O intercâmbio mediúnico é um dos temas mais importantes do Espiritismo, pois

muitos crêem que a prática mediúnica só ocorre nos Centros Espíritas, o que não é verdade. E, além disso, um dos mais difíceis de ser abordado em qualquer círculo, justamente pela falta de conhecimento das pessoas, pelo misticismo e crendices que envolvem o lema e as pessoas possuidoras de mediunidade: os médiuns.

Allan Kardec afirma, em “O Livro dos Espíritos”, que “o Espiritismo é toda uma ciência, toda uma filosofia, e como tal não pode ser aprendido a brincar”. Certamente o Codificador não se referia as técnicas, as dinâmicas e aos exercícios de sensibilização, hoje tão utilizados para melhor aproveitamento e fixação do aprendizado, já codificado e consagrado por todos.

Ao que parece, poucos são os espíritas que conhecem esta afirmativa e agem à luz deste conhecimento.

Allan Kardec – Hippolyte Léon Denizard Rivail – pedagogo francês, profundo conhecedor e estudioso do magnetismo, possuidor de vastos conhecimentos no campo da ciência e da filosofia, precisou, com o auxilio dos Espíritos superiores, de quatorze anos consecutivos, de ininterruptos trabalhos, de integral dedicação para codificar “toda” a Base do Espiritismo. Todavia, algumas pessoas crêem que um, dois, três ou mais anos sejam suficientes para se conhecer a Doutrina Espírita. Devemos nos lembrar que nestes anos normalmente estão inseridos os primeiros contatos com a Codificação Kardequiana, algum tempo de indecisão, entre outras coisas, outro tanto de entrosamento, etc. Esquecem-se também que a Doutrina Espírita, segundo Kardec, é uma ciência de observação. Devem-se observar os fenômenos, que com o conhecimento prévio da teoria ficam mais fáceis de identificar. Os que não têm pleno conhecimento da parte teórica podem cometer, e geralmente cometem muitos erros e desvios.

Dirão alguns: - Então é preciso uma inteligência superior para se conhecer o Espiritismo? Não. “O Espiritismo é resultado de uma convicção pessoal, que os sábios, como indivíduos, podem adquirir abstração feita da qualidade de sábios”. (“O Livro dos Espíritos”, Introdução, VII).

Entretanto, para se adquirir uma primeira convicção, recomenda O Codificador que se leia nesta ordem: “O que é O Espiritismo”, “O Livro dos Espíritos”, “O Livro dos Médiuns”. Esta afirmação se encontra em “O Livro dos Médiuns” (1ª parte, cap. III, Do Método, item 35). Nessa época Kardec ainda não havia publicado os demais livros da Codificação e acreditamos que se o tivesse feito teria prosseguido na recomendação, citando “O Evangelho segundo o Espiritismo”, “O Céu e o Inferno” e “A Gênese”.

Em “O Livro dos Espíritos”, Introdução, VIII, diz Allan Kardec: “Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita (...) só pode ser feito com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado”.

Para este estudo, necessário se faz

acrescentar “continuidade, regularidade e o recolhimento indispensáveis”. Deve-se estuda-la “metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento

Page 9: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 9

e o desenvolvimento das idéias”. Na Introdução, XIII, diz: “(...) estes estudos requerem atenção demorada, observação profunda e,

sobretudo, como aliás o exigem todas as ciências humanas, continuidade e perseverança. Anos são precisos para formar-se um médico medíocre e três quartas partes da vida para chegar-se a ser um sábio. Como pretender-se em algumas horas adquirir a Ciência do Infinito? Ninguém, pois, se iluda: o estudo do Espiritismo é imenso;” (...)

Apesar disso, podemos constatar que o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita ainda carece de muita divulgação e desenvolvimento nas Casas Espíritas.

Reflitamos. Quantas pessoas, nos Centros Espíritas, conhecem em profundidade a escala

espírita e o quadro sinóptico apresentados por Allan Kardec em “O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos Médiuns”, respectivamente? Quantas pessoas, após os primeiros contatos com o Espiritismo e, depois de alguns anos de freqüência aos Centros Espíritas, de participação no Movimento Espírita continuam estudando? Quantos estudam em grupo? Quantos apresentam as mensagens recebidas por seu intermédio para a analise de terceiros? Quantos expõem ou discutem seus pontos de vistas sobre os temas considerados polêmicos? Quantos conseguem identificar nas mensagens a interferência do médium, sendo ou não ele o próprio médium? Quantos crêem que as mensagens que chegam as suas mãos são primeiramente para eles, depois para os outros? São poucos.

Alguns dizem que para ser médium não é necessário conhecer a si mesmo, nem ao Espiritismo.

É verdade, mas para o médium espírita deve ser muito importante conhecer perfeitamente os Postulados Espíritas, para que não se tome instrumento dos Espíritos inferiores, encarnados e desencarnados, ou seja, não caia nas malhas da obsessão.

A prática mediúnica, o fenômeno mediúnico, pode acontecer, e acontece, em qualquer lugar, dentro ou fora das instituições espíritas, em casa, no trabalho, na rua, em outros núcleos religiosos ou não.

As questões 87 e 459, de “O Livro dos Espíritos”, dizem-nos que os Espíritos estão em todos os lugares do Universo e, portanto, a nossa volta, e de ordinário são eles que nos dirigem. Esta direção dá-se através de nossos pensamentos, pois é através deles que nos inspiram e nos influenciam.

Assim, quando resolvemos mudar de caminho, passando por outro diferente, provavelmente isto é fruto da influência de um Espírito, podendo ser boa ou má de acordo com os nossos pensamentos, o que podemos avaliar pelos resultados de nossos atos.

Para entrarmos em contato com os Espíritos é necessária a satisfação de algumas condições.

1. A permissão de Deus, sem a qual nada e possível incluímos aqui a atuação dos anjos de guarda e dos Espíritos protetores, que podem impedir ou facilitar as comunicações;

2. A afinidade de fluidos entre os Espíritos, encarnados e desencarnados. 3. Vontade do Espírito comunicante. Se o Espírito desencarnado não quiser ou não

puder comunicar-se, nada acontecerá. 4. Condições do Espírito encamado. A vontade ou a fé não são condições

necessárias as comunicações, pois muitos não as possuem e, apesar disso, as comunicações ocorrem. No entanto, incluímos a aptidão do encamado que está ligada à organização física.

Não estamos tratando da qualidade ou dos tipos das comunicações, apenas estamos falando da ocorrência do fenômeno.

Satisfeitas estas condições o intercâmbio acontecerá naturalmente, ficando na

Page 10: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 10

dependência da organização física o tipo de manifestação, ou seja, se será pela intuição, pela vidência, psicografia, psicofonia, etc. O grau de influência dependerá, entre outras coisas, do objetivo da comunicação.

O que podemos afirmar e que nenhum Espírito bom causa uma impressão má. Assim, quando sentirmos algum mal-estar tenhamos a certeza de que e um Espírito que esta em má situação, mesmo que seja provisória.

Os Espíritos levados às reuniões mediúnicas têm afinidades com os médiuns, e muitas vezes são aproximados antecipadamente para facilitar as comunicações. Entretanto, é comum ouvirmos os médiuns alegarem que não foram à reunião mediúnica porque estavam passando mal; pareciam que iam morrer do coração; ou, pareciam ter uma faca cravada no peito, por isso correram logo para o médico.

Esses médiuns, com certeza, não souberam distinguir o que é seu do que é dos Espíritos; o que é físico, do que é espiritual. De forma geral, esses médiuns não tomam nenhum remédio para melhorar do mal que estão sentindo. Geralmente, o mal passa logo após não dar mais tempo para chegar à reunião. É sempre bom observar isto.

Obviamente, não estamos dizendo que tudo é espiritual e que não se deva procurar o médico quando acometido de um mal súbito. Apenas lembramos que uma das características da influenciação espiritual e a mudança repentina de humor. Isto nos leva a constatar a necessidade do autoconhecimento.

"A Casa Espírita que não possui um grupo de estudo sério e não esteja atenta aos possíveis desvios corre o risco de parar no tempo”.

Por isso Allan Kardec e os Espíritos recomendam, por toda a Codificação, que o médium e os orientadores estudem com atenção toda a teoria e analisem profundamente os fenômenos. Cabe aqui uma pergunta: Quantos médiuns ou dirigentes analisam profundamente e com seriedade as comunicações de que são instrumentos ou testemunhas? Outra recomendação kardequiana e dos Espíritos é que as comunicações sejam analisadas. Antigamente, a dificuldade de se analisar as mensagens psicofônicas era muito grande. Hoje, porem, com o aparecimento dos minigravadores, de todos os tipos e preços, para todos os gostos e objetivos, ficam muito mais fáceis estas análises. Mas quantos fazem isto? Nem sequer conversam sobre elas. Muitas informações, apren-dizados, orientações, alertas, simplesmente são desprezados.

Temos também as psicografias. Muitos recebem mensagens e entregam-nas para o dirigente, sem saber do seu

teor. O dirigente, por sua vez, nenhum retorno fornece ao médium. Isto pressupõe que o médium ficará na ignorância do fruto de seu trabalho, pelo menos os obtidos naquela reunião. O médium sério jamais deve aceitar ou ter este tipo de comportamento. O médium sério deve sempre estar consciente do que recebe, analisando todas as comunicações obtidas por seu intermédio.

Em outros casos, o médium lê a mensagem para os presentes e a passa para o dirigente. Aqui, preciso é lembrar que há uma diferença muito grande entre ler e analisar. O que a priori e bom, a posteriori pode não ser tão bom, pode até mesmo ser ruim.

Há os que, após lerem, levam as mensagens para casa. Mesmo ficando de posse da mensagem, não as analisam. Isso também é ruim, pois o médium não acompanha o seu estado e as interferências nas comunicações.

Page 11: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 11

Por esses motivos, vemos muitos absurdos sendo publicados, sem o menor critério doutrinário. Inconseqüências que nos fazem refletir sobre a importância e a necessidade do Estudo Sistematizado para todos os espíritas.

Se nos considerarmos sem condições de analisar as mensagens devemos submetê-las a outras pessoas que possam fazer isso por nós. É por esta falta de conhecimento doutrinário que geralmente quando se fala em analisar as comunicações acontecem os famosos melindres que dispersam grupos e mais grupos. O orgulho e a vaidade, de cada um, aparecem com força total, tanto dos médiuns, como dos dirigentes e daqueles que se propõem a analisar as comunicações. Então, o medo da dispersão do grupo, ou sob a bandeira da fraternidade, faz com que não se toque mais no assunto, e é aí que os Espíritos inferiores se imiscuem nos Centros Espíritas e fazem deles o que bem entendem.

A Casa Espírita que não possua um grupo de estudo sério e não esteja atenta aos possíveis desvios corre o risco de parar no tempo; de transformar-se num Centro somente assistencialista, como acontece em outras religiões, faz-se e fala-se de tudo, menos de Doutrina Espírita; de fazer seguidores de médiuns, de dirigentes, de Espíritos, mas nunca de fazer espíritas sérios e convictos, que possuam a fé raciocinada.

Reflitamos sobre estas palavras de Allan Kardec: “(...) os Espíritos verdadeiramente superiores nos recomendam de contínuo que

submetamos todas as comunicações ao crivo da razão e da mais rigorosa lógica”. (“O Livro dos Médiuns”, 2ª parte, cap. X, 136).

“Um bom Espírito produz sempre uma impressão suave e agradável; a de um mau Espírito, ao contrário, é penosa, angustiosa, desagradável. Há como que um cheiro de impure-za”. (Idem, cap. XIV, 164.)

“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro”. (“O Livro dos Espíritos”, Introdução, VII.)

“O que se chama razão não é muitas vezes senão o orgulho disfarçado, e quem quer que se considere infalível apresenta-se como igual a Deus”. (“O Livro dos Espíritos”, Introdução, VII.)

“O estudo da especialidade dos médiuns não só lhes é necessário, como também ao evocador”. (“O Livro dos Médiuns”, 2ª parte, cap. XVI, 199).

“Por isso é que indispensável se faz o estudo prévio da teoria, para todo aquele que queira evitar os inconvenientes peculiares à experiência”. (Idem, p. 254).

Diante do exposto e das palavras de Allan Kardec difícil é aquele que não chega à conclusão, de sã consciência, da importância e necessidade do Estudo Sistematizado e constante da Doutrina Espírita. Por: Albucacys M. de Paula Filho. Transcrito da Revista “Reformador” – janeiro/2000.

JUVENTUDE

O JOVEM ESPÍRITA

Foge também dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor. – Paulo. (II Timóteo, 2:22).

A amplitude da vida espiritual permite considerar a existência humana como um pequeno período de aprendizado, quase minúsculo, e avaliado em função do tempo de

Page 12: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 12

que dispõe o Espírito para seguir sua trajetória imortal, na obtenção de conquistas morais e intelectuais.

Por esse motivo, há jovens que parecem ter amealhado experiências milenares, de singular progresso, no decorrer de suas reencarnações, enquanto certos homens mais velhos não conseguem, sequer, demonstrar simples atitudes éticas e de respeito, no trato com os seus

semelhantes. Reconhece-se, todavia, que nem todos os jovens revelam possuir maior evolução e nem todos os idosos estão impossibilitados de orientá-los com serenidade, amor e sabedoria.

A história da Antigüidade registra a preocupação de filósofos como Sócrates (470-399 a.C.), que pagou com a vida seu

devotamento ao ensino da juventude; Platão (427-347 a.C.), que dedicou o livro III da República à educação da mocidade, e Aristóteles (384-322 a.C.) que, em sua Retórica, descreve a natureza do jovem como imprevisível, impulsiva, apaixonada e com pouca capacidade para tolerar a crítica. Por suas obras, esses filósofos consideravam a fase juvenil como propícia para a formação do homem, na aquisição de valores e qualidades essenciais ao seu engrandecimento moral.

Mais recentemente, a partir do início do século XX, cientistas desenvolveram estudos sobre a adolescência, centrando-se, principalmente, na análise de suas condições comportamentais, tentando conhecer os intrincados liames que caracterizam a personalidade do adolescente.

Espíritos superiores, encarregados da nobre missão de dirigir a educação da infância e da juventude, em nosso planeta, destacam, da mesma maneira, a importância da fase juvenil, mas nos alertam para a necessidade de observar, constantemente, as tendências trazidas pelo jovem, de suas vidas pretéritas, as quais influenciarão, fortemente, “as experiências recém-adquiridas”. Tendências que, quase sempre, são acompanhadas por pequenas ou grandes enfermidades morais; vícios não superados e que marcam de forma indelével o Espírito, prejudicando-o, sensivelmente, em sua ascensão espiritual. Infelizmente, nem sempre, a cada reencarnação, os jovens recebem a orientação segura e responsável daqueles que, como pais, os acolhem, apoiando-os, moral e espiritualmente, para vencerem a si mesmos. Muitos deles, em número significativo, são prejudicados pelas desavenças em lares desestruturados e, largados sem rumo, transitam em busca das ilusões, dos prazeres fáceis, no cultivo de paixões e sentimentos inferiores.

A formação de jovens espíritas tem como objetivo prepará-los para adquirirem as qualidades essenciais que constituem o homem de bem, quais sejam: ser bom, caridoso, trabalhador, sóbrio e modesto, pois assim nos ensina a Doutrina. No entanto, os conturbados problemas sociais que existem atualmente parecem influenciar, de forma devastadora, até mesmo alguns adolescentes espíritas, levando-os a optar por escolhas que reforçam suas imperfeições morais.

Veja-se, por exemplo, o artigo publicado na revista Reformador, de maio de 2005, a respeito de uma pesquisa realizada pela Universidade de Campinas (UNICAMP), sobre a religião e o uso de drogas por adolescentes. Causou-nos surpresa o seu resultado, divulgado na Revista Brasileira de Psiquiatria: a equipe de pesquisadores verificou que o consumo de álcool e drogas, por adolescentes, adeptos de várias religiões, foi significativamente maior entre os católicos e os espíritas. O autor, de posse

Page 13: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 13

desses dados, levanta questões interessantes, indagando, entre elas, se os pais, educadores e evangelizadores estariam envidando esforços para desenvolver nos jovens “[...] a consciência do que é prejudicial e do que é saudável para a vida, tanto material quanto espiritual”.

Cabe-nos refletir sobre isso. Os adolescentes espíritas, como os demais adolescentes, apresentam comportamentos inerentes à própria idade: desejo de liberdade, despertar da sexualidade, carência afetiva, rebeldia e reivindicações, autenticidade, hipersensibilidade, atração pelo grupo. É nessa fase que começa a se manifestar mais vigorosamente a personalidade do Espírito, a qual deixa de ser fonte de muitos conflitos se, no período infantil, houve observação atenta dos pais nas tendências daquele indivíduo, educando-o para a aquisição de hábitos moralizadores, o que amenizará as dificuldades de adaptação enfrentadas pelo jovem para vivência em uma época de vertiginosas mudanças sociais. A propósito, Allan Kardec, o insigne Codificador, em nota à questão 685a, de O Livro dos Espíritos, observa: [...].

Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as conseqüências desastrosas que daí decorrem?[...].

Uma das influências nefastas que atinge o Espírito, em seus primeiros anos de vida, no corpo de carne, a ser combatida pelos pais, é não deixar que o sentimento de indiferença e apatia surja como manifestação de tédio em sua existência, fruto de estímulos excessivamente materialistas, redundando em apelos desenfreados ao consumismo e na valorização do prazer físico em detrimento de qualquer outra responsabilidade moral.

Certos pais, no afã de agradar os filhos, deixam que eles abusem da aquisição de bens de consumo, sem perceber o mal que lhes causam, esquecidos de que sua prole deve ser preparada para ficar satisfeita com o que tem, no meio familiar, não havendo a menor obrigação de oferecer-lhe mais do que aquilo que lhe seja indispensável para o seu bem-estar físico, socioemocional e afetivo.

No capítulo XVI, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, em um dos trechos do item 14, o Espírito Lacordaire ressalta: O amor aos bens terrenos constitui um dos mais fortes óbices ao vosso adiantamento moral e espiritual. Pelo apego à posse de tais bens, destruís as vossas faculdades de amar, com as aplicardes todas às coisas materiais. [...].

Nem todos os pais, porém, estão em condições de cuidar, pessoalmente, da formação moral dos filhos, e os maus exemplos de uma vida de gastos excessivos e contínua ânsia por status social e econômico fazem preponderar nos jovens o desejo de atingir as mesmas metas que lhes assegurem apenas êxitos nas experiências acadêmicas, profissionais, sociais e esportivas, afastando-os do conhecimento e da prática das virtudes cristãs. Em decorrência desse acendrado interesse mundano, os adolescentes sentem- se movidos pelos próprios impulsos e passam a querer experimentar novas sensações que lhes excitem a personalidade, como, por exemplo, o consumo de drogas, de bebidas alcoólicas e do sexo precoce e excessivo, influenciados, enormemente, pela mídia e pelos “modismos” defendidos por determinados grupos de nossa sociedade.

Em face desses problemas cruciais, como educar os filhos adolescentes, incutindo-lhes o dever de assumirem seus atos, fazendo com que eles adquiram uma conduta reta e aprendam a subordinar suas ações a comportamentos éticos e morais, no âmbito das relações familiares, sociais e religiosas? Como conscientizá-los para a importância de amealhar outros valores, não amoedados, que lhes permitirão adquirir as boas

Page 14: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 14

qualidades da alma, que são a caridade, a justiça, a misericórdia, a tolerância, enfim, o amor fraterno para com todos?

Os pais necessitam praticar constantemente o diálogo com os filhos; adotar não um sistema rígido de controle e repressão,mas sim, promover a troca de idéias, utilizando a crítica e a avaliação, de forma sincera e explícita, confrontando-as com as conseqüências de suas decisões e escolhas que, em determinadas situações, podem ultrapassar as fronteiras da conveniência, pondo em risco até sua segurança física, psíquica ou social.

A verdadeira obediência implica aceitação consciente por parte dos filhos e, portanto, não pode ser cega. O jovem espírita sabe que deve se submeter aos limites determinados pelas Leis Morais, que a todos norteiam, e os conduzem à permanente prática do bem comum (Calligaris, 2006).

Cabe aos pais espíritas empregar todos os esforços na educação doutrinária de seus filhos, o que talvez exigirá renúncias e sacrifícios de uma existência inteira. Não basta apenas encaminhá-los ao Centro Espírita para que freqüentem as Escolas de Evangelização, é imprescindível que o lar preserve suas obrigações sagradas para que os rebentos recebam as bases do sentimento e do caráter, e a melhor maneira de agir contra as agressões sociais que o ameaçam é cultivar como roteiro os ensinamentos cristãos.

Nutrir nos corações dos filhos a fé na existência de Deus, ensinando-os a orar, humilde e sinceramente, sem fórmulas, ritos ou posturas especiais, pois a prece é a maneira mais simples que temos de “conversar” com o Criador. Do mesmo modo, dar-lhes uma visão correta sobre a realidade e o futuro do Espírito, orientando-os, sempre, nos fundamentos espirituais da origem do ser e do destino humano. Mas, são a prática da caridade e o comportamento verdadeiramente cristão que contribuirão para a modificação do jovem espírita, a ser conquistada, não só pelo exemplo dos pais, como, também, no exercício das atividades próprias e comuns ao Centro Espírita.

Em corroboração às considerações sobre o tema, nada melhor do que ouvir, resumidamente, Allan Kardec, que relata, em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XIII, a história de uma mãe, com ar distinto, que traz em sua companhia a filha, uma mocinha, também modestamente vestida, a visitar pobre choupana, onde as aguardam membros de uma mesma família, necessitada de amparo material e moral, que sorriem alegres ao perceber sua chegada. Essa bondosa mãe ensina à filha como se deve praticar a beneficência, orientando-a para que dispense cuidados especiais a todos que ali estão e dê alguma coisa de si mesma, preparando-a para a prática das virtudes cristãs. Ao final, Kardec afirma acerca da benfeitora: “Em casa, é a mulher do mundo, porque a sua posição o exige”.

Façamos o mesmo, pois assim nos aconselha Jesus! Por Clara Lila Gonzalez de Araújo. Transcrito do “Reformador” – ano 126 – Nº 2.152 – Julho/2008.

JOVENS

No estudo das idéias inatas, pensemos nos jovens, que somam às tendências do passado as experiências recém-adquiridas.

Com exceção daqueles que renasceram submetidos à observação da patologia mental, todos vieram da estação infantil para o desempenho de nobre destino.

Entretanto, quantas ansiedades e quantas flagelações quase todos padecem, antes de se firmarem no porto seguro do dever a cumprir!...

Page 15: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 15

Ao mapa de orientação respeitável que trazem das Esferas Superiores, a transparecer-lhes do sentimento, na forma de entusiasmos e sonhos juvenis, misturam-se as deformações da realidade terrestre que neles espera a redenção do futuro.

Muitos saem da meninice moralmente mutilados pelas mãos mercenárias a que foram confiados no berço, e outros tantos acordam no labirinto dos exemplos lamentáveis, partidos daqueles mesmos de quem contavam colher as diretrizes do aprimoramento interior. Muitos são arremessados aos problemas da orfandade, quando mais necessitavam de apoio amigo, junto de outros que transitam na Terra, à feição das aves de ninho desfeito, largados, sem rumo, à tempestade das paixões subalternas. Alguns deles, revoltados contra o lodo que se lhes atira à esperança, descem aos mais sombrios volutabros do crime, enquanto outros muitos, fatigados de miséria, se refugiam em prostíbulos dourados para morrerem na condição de náufragos da noite. Pede-se-lhes o porvir, e arruína-se-lhes o presente. Engrinalda-se-lhes a forma, e perverte-se-lhes a consciência. Ensina-se-lhes o verbo aprimorado em lavor acadêmico, e dá-e-lhes na intimidade a palavra degradada em baixo calão. Ergue-se-lhes o ideal à beleza da virtude, e zomba-se deles toda vez que não se revelem por tipos acabados de animalidade inferior. Fala-se-lhes de glorificação do caráter, e afoga-se-lhes a alma o delírio do álcool ou na frustração dos entorpecentes. Administra-se-lhes abandono, e critica-se-lhes a conduta. Não condenes a mocidade, sempre que a vejas dementada ou inconseqüente. Cada menino e moço no mundo é um plano da Sabedoria Divina para serviço à Humanidade, e todo menino e moço transviado é um plano da Sabedoria Divina que a Humanidade corrompeu ou deslustrou. Recebamos os jovens de qualquer procedência por nossos próprios filhos, estimulando neles o amor ao trabalho e a iniciativa da educação. Diante de todos os que começam a luta, a senha será sempre – “velar e compreender” –, a fim de que saibamos semear e construir, porque, em todos os tempos, onde a juventude é desamparada, a vida perece. Pelo Espírito – Emmanuel. Fonte: XAVIER, Francisco C. Religião dos espíritos. 20. ed. Rio de Janeiro: 2007. p. 137-139. (Questão 218 de O Livro dos Espíritos). Transcrito do “Reformador” – ano 126 – Nº 2.152 – Julho/2008.

PLANTÃO DE RESPOSTAS – PINGA FOGO II – COM CHICO XAVIER

Depois de termos reproduzido paulatinamente em toda a sua intera o “Pinga Fogo” na antiga TV Tupi – Canal 4, entrevistando o nosso querido e inestimável Chico Xavier, passamos a reproduzir agora também na integra, o “PLANTÃO DE RESPOSTAS – Pinga Fogo II”. CONTROLE DA NATALIDADE – Pergunta: Dr. Júlio (médico presente ao programa que só identificou-se pelo nome), falou-nos do uso de anticoncepcionais. Qual a posição do Espiritismo quanto à esterilização?

Page 16: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 16

Resposta: Tendo firmes nossos valores morais, nosso discernimento determinará o número de filhos que possamos criar com alegria, dentro dos padrões de correção e bons sentimentos.

Há clara diferença entre impedir a vinda de almas através do aborto, por egoísmo e desejo de sensualidade desequilibrada, e optar por um planejamento consciente, que cabe ao casal decidir.

A Doutrina deixa nossas consciências livres para tal gesto. COSTUMES – Pergunta: As crenças e costumes variam muito ao redor do mundo. Coisas que, para nós, são consideradas negativas (como é o caso de traição conjugar), para indígenas e esquimós são vistas com outros olhos. O mal está na intenção ou na ação? Resposta: As crenças e costumes variam no tempo e no espaço de

acordo com o grau evolutivo da sociedade a que pertencem. Houve uma época em que a escravidão era considerada normal, assim como,

atualmente, há países desenvolvidos economicamente que consideram legítimo o aborto e a pena de morte.

De uma maneira geral, as nossas imperfeições independem do nosso grau de evolução intelectual. Contudo, o conhecimento pode nos auxiliar e diferenciar o que é moralmente correto, do que não é.

Neste caso, como em todos os outros, o mal está em não se repelir uma intenção que se sabe que é moralmente incorreta.

O espírito verdadeiramente evoluído nem sequer cogita do mal. Chegaremos a este nível, afastando as más intenções que surjam no nosso espírito, para que, além de não se tornarem nunca ações concretas, este gênero de pensamentos enfraqueça até desaparecer por completo.

Convém lembrar que este exercício é individual e que não se deva nunca impor normas de conduta a outras pessoas ou povos, pois cada nível evolutivo corresponde um padrão de conduta adequado.

O verdadeiro ensinamento é o exemplo. DEUS – Pergunta: Como podemos compreender Deus? Resposta: Kardec incia sua série de perguntas aos Espíritos questionando sobre o que é Deus, e a ele é feita a seguinte afirmativa (...) “Deus é a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas”.

Questionando quando o homem compreenderia a Divindade, responderam-lhe: (...) “Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria Quando pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá.” DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA – Pergunta: Como a Doutrina vê o Espiritismo na forma com que vem sendo abordado nas novelas? Resposta: Esperamos que os meios de comunicação possam tratar as noções de vida espiritual conforme ela o é: buscando esclarecer, verdadeiramente, o grande número de espectadores quanto à realidade das influências dos chamados “mortos” nas nossas vidas terrenas e sobre a continuação da vida após a morte do corpo físico. DOAÇÃO DE ÓRGÃOS – Pergunta: O que a Doutrina Espírita pode falar a respeito de doação de órgãos, sabendo-se que o desligamento total do espírito pode às vezes ocorrer em ata 24 horas e que, para a medicina, o tempo é muito importante para a eficácia dos transplantes? O Espiritismo é contra ou a favor dos transplantes? Resposta: O benefício daqueles que necessita, consiste numa das maiores recompensas para o espírito.

Page 17: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 17

Desse modo, a Doutrina Espírita vê com bons olhos a doação de órgãos. Mesmo que a separação entre o espírito e o corpo não se tenham completado, a Espiritualidade dispõe de recursos para impedir impressões penosas e sofrimentos aos doadores.

A doação de órgão não é contrária às Leis da Natureza, porque beneficia: além disso, é uma oportunidade para que se desenvolvam os conhecimentos científicos, colocando-os a serviço de vários necessitados.

MENSAGEM ESPÍRITA

CARIDADE Meus filhos, a caridade e estrela que ilumina as noites angustiantes dos que

sofrem. Esteve tão presente na vida de um homem que nasceu numa estrebaria, vivenciando condições tão adversas para exalta-Ia como fez.

Não deteve os temporais recursos monetários da Terra, mas ensinou as criaturas a ofertarem os recursos de dentro da pr6pria alma, alertando-as que ninguém e indigente quando deseja sinceramente servir ao semelhante. Os meigos olhos do Cristo abençoavam também. Dizem os historiadores que poucos na presença Dele se continham e não derramavam lágrimas, porque Ele tinha a grandeza da alma e já auxiliava espontaneamente com sua simples presença. Sem recursos quaisquer, associando lições que pregava aos próprios exemplos, convertia multidões.

Não se tem noticias pelas mãos dos homens que relatam a história, que Jesus tenha sido surpreendido num momento de lazer e nem se fala que dormia alem do necessário ou que acordasse mais tarde.

O tempo de que dispomos na Terra ainda é usado indevidamente em prol de nossas necessidades, esquecendo ou transferindo para depois o restante que sobre para os irmãos padecentes.

Jesus tinha a saudável inquietação dos que pensam no próximo. Nada exige, serve sem requerimentos.

Toma um monte emprestado e o transforma em tribuna. Favorece-se de um barco alheio e tanta vez falava das consolações de Deus, nas

margens de rios. Usa o lar de Pedro, qual se o mesmo fosse um templo de aprendizado quando

pregava atendendo aos anseios da multidão. Desloca-se do sítio de suas próprias influências e prega por sua vez. Acolhe Zaqueu o rico da parábola e solicita-lhe pouso naquela noite.

Enaltece numa parábola a postura de um Samaritano, qual se desejasse deixar para a posteridade o modele da prática legítima da caridade exemplificada por um homem que provinha de um povoado que inspirava pouca estima.

Socorre uma mulher pecadora na praça pública e não requer qualquer recurso para tal empreitada, porquanto através das próprias palavras incisivas devido a sua autoridade moral, desarma sem forças contrárias a multidão desvairada.

Cura sem recorrer-se a quaisquer técnicas e muita vez bastava sua presença para que os aflitos se recuperassem. Relata os apóstolos que uma mulher se restabelece apenas tocando em suas vestes. Não impõe e nem expede cobranças, mas consegue reencaminhar Madalena sancionado por sua força moral. Sua presença era ameaça aos espíritos infelizes que faziam possessas suas vítimas. Jesus não fez, era a caridade em constante movimento lenindo as dores dos

Page 18: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 18

aflitos, dos quais nunca afastou-se. O amor é força do Universo. Sem que usemos de qualquer recurso de palavras ou ações dignificantes ele é percebido, e, o quanta influencia os que se acercam das pessoas de onde ele promana. E por esta razão que tantos choravam na presença de Jesus, porque Ele era a materialização o do amor espraiando claridades nas noites escuras da Terra. Eurípedes Barsanulfo – Página psicografada pelo médium Alaor Borges Jr, em reunião pública na manhã do dia 28/10/2007, no Grupo Espírita Eurípedes Barsanulfo, na cidade de Delta MG.

TRABALHO IMPORTANTE

O QUE É A CONCAFRAS PSE A CONCAFRAS-PSE - Confraternização das Campanhas de Fraternidade Auta de

Souza e Promoção Social Espírita - é um encontro anual de trabalhadores espíritas. Foi criada com a finalidade de dinamizar as Campanhas de Fraternidade Auta de Souza, porém hoje, possui diversos objetivos. Acontecendo há 48 anos, ininterruptamente, a CONCAFRAS-PSE não tem sede definitiva. Trata-se de uma caravana de amor e fraternidade, constituindo-se de um movimento de caravaneiros, integrando o

Movimento Espírita na Pátria do Evangelho, e não de um órgão. Sua presidência alterna-se anualmente, conforme a instituição espírita que a patrocine. CONCAFRAS CONCAFRAS

Acontece sempre no período de Carnaval, contrapondo-se às trevas do momento mais triste do nosso país, conforme nos elucida o espírito Manoel Philomeno de Miranda em sua obra "Nas Fronteiras da Loucura", psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco.

A CONCAFRAS-PSE tem deixado nas cidades por onde passou um rastro de luz, através da fundação e do aperfeiçoamento de centenas de Campanhas de Fraternidade Auta de Souza e de trabalhos de assistência e promoção social espírita, além da divulgação da Doutrina

Espírita de porta em porta, através da realização da Campanha de Fraternidade Auta de Souza por todos os caravaneiros que comparecem ao conclave, o que atinge milhares de lares todos os anos.

Objetivos • Fundação e Aperfeiçoamento de Campanhas de Fraternidade Auta de Souza. • Fundação e Aperfeiçoamento de trabalhos de assistência e Promoção Social

Espírita. • Exposição de trabalhos e troca de experiências em torno da Campanha de

Fraternidade Auta de Souza e atividades de assistência e Promoção Social Espírita.

• Divulgação da Doutrina Espírita. • Confraternização dos Caravaneiros e confrades que laboram em atividades

assistenciais e de Promoção Social Espírita. • Colaborar com os órgãos unificadores do Movimento Espírita Brasileiro,

notadamente com a Federação Espírita Brasileira e as Federativas Estaduais. Como ocorre o evento

O evento é constituído por diversos momentos em que se alternam estudos doutrinários, na forma de cursos, confraternização e práticas assistenciais.

Page 19: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 19

Iniciando-se sempre no sábado de Carnaval, quando se dá a abertura do conclave, a primeira atividade coletiva sempre é a realização da Campanha de Fraternidade Auta de Souza, no domingo pela manhã, da qual participam todos os caravaneiros, inclusive as crianças presentes ao encontro.

Seguem-se, no domingo e segunda feira, os estudos doutrinários, em que, entre outras coisas, são ministrados inúmeros cursos nos quais são apreciados os mais diversos trabalhos de assistência e promoção social espíritas que acontecem pelo Brasil afora.

Assim, a CONCAFRAS-PSE também é um grande encontro de treinamento de trabalhadores espíritas, já que os caravaneiros de uma cidade ou região podem trocar experiências com os caravaneiros de outras regiões, enriquecendo, desta maneira, o aprendizado de todos.

Após os estudos acontecem as práticas assistenciais, sempre correspondentes aos cursos aplicados, nas quais o caravaneiro irá vivenciar, na prática, o que aprendeu nas salas de aula.

O encerramento se dá na terça feira, em clima de muita solidariedade e confraternização.

O estudo e o trabalho assistencial na CONCAFRAS. Os pontos culminantes da CONCAFRAS-PSE são os estudos doutrinários e as

atividades práticas. Os estudos doutrinários, dividem-se em vários temas. O Tema Campanha de Fraternidade Auta de Souza, com aproximadamente

uma hora de duração, também é um dos temas estudados por todos os participantes. Objetiva estudar e aperfeiçoar a Campanha de Fraternidade Auta de Souza. Após o estudo, todos os participantes partem em grupos para as ruas a fim de realizarem, juntos, a Campanha de Fraternidade Auta de Souza.

O Tema Central, com aproximadamente duas horas de duração, é um tema estudado por todos os participantes divididos em salas de aula. Consiste, geralmente, no estudo e reflexão de um tema extraído do Evangelho Segundo o Espiritismo, uma das obras da Codificação da Doutrina Espírita.

O Tema Especial, também com duas horas de duração, é o terceiro tema estudado por todos os participantes do evento. Seu enfoque está geralmente associado às necessidades das Casas Espíritas.

Os Temas Livres, consistem em um rápido painel de 30 minutos a 1 hora de duração, com apresentação de experiências de diversas Instituições Espíritas da Pátria do Cruzeiro e de outros países.

Como ponto principal, temos os Temas Específicos, com aproximadamente seis horas de duração. Aborda experiências práticas voltadas a promoção social, desenvolvidas por instituições em todo Brasil. São mais de 50 temas diferentes para você escolher. Os instrutores destes temas configuram-se como especialistas em sua área de atuação, aptos, portanto, à apresentação de suas experiências e ao auxílio daqueles que pretendam desenvolver experiências similares em seus locais de atuação.

Durante o evento, os alunos dos Temas Específicos realizam Atividades Práticas Assistenciais de acordo com o estudo realizado, adquirindo experiência, espalhando consolações, atendendo o infortúnio oculto e amparando os aflitos de toda ordem.

A participação da criança e do jovem Paralelamente aos estudos dos adultos, os jovens de 12 a treze anos podem

optar por fazer alguns cursos voltados para sua faixa etária. As crianças também participam desde evento em todos os seus dias. Uma equipe específica de trabalhadores

Page 20: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 20

dedica-se à realização da "Concafrinhas", com todos os filhos dos participantes em momentos de estudo e trabalhos assistenciais.

Atividades Práticas Assistenciais da CONCAFRAS-PSE Além da realização da Campanha de Fraternidade Auta de Souza, durante o evento e mais específicamente no terceiro dia do evento, o público participante desloca-se do local do evento para os locais de realização das atividades práticas. As Práticas Assistenciais, abaixo listadas, são realizadas por todos os participantes da CONCAFRAS-PSE, de acordo com o Tema Específico escolhido. Todas possuem aproximadamento 4 horas de duração. Com a realização das práticas, além da oportunidade da vivência da caridade, os participantes podem melhor compreender as propostas e metodologias de promoção social apresentadas pelos instrutores. O próximo CONCAFRAS-PSE, será realizado no período de 21 a 24 de Fevereiro de 2009. Acesse o site oficial do evento e garanta sua vaga www.concafras2009.org.br

PERSONALIDADES DE DESTAQUE NO MOVIMENTO ESPÍRITA

BITTENCOURT SAMPAIO Francisco Leite Bittencourt Sampaio nasceu em Laranjais-SE em 01/02/1834. Foi jurisconsulto, magistrado, político, alto funcionário público, jornalista,

literato, poeta e excelente médium espírita. Bacharelou-se em 1859. Em 1861 mudou-se para o Rio de Janeiro.

Militando na política, filiou-se ao Partido Liberal; foi eleito deputado duas vezes entre 1864 e 1870. Em 1870 tornou-se republicano, sendo um dos fundadores do Partido Republicano no ano de 1873.

Tinha o espírito alegre, era sincero e tenaz em tudo o que iniciava.

Não se sabe quando e como se tornou espírita, mas em 02/08/1873 já fazia parte da Diretoria do “Grupo Confúcio”, que foi a primeira sociedade espírita a surgir em terras cariocas. Neste grupo

desenvolveu sua mediunidade receitista, curando e ajudando muitos doentes com medicação homeopática.

Mais tarde (1882), já na condição de grande amigo de Bezerra de Menezes, Bittencourt fez o prodígio de transformar todo o Evangelho de João em magníficos versos decassílabos, na obra "A Divina Epopéia", por sinal, a mesma estrutura poética utilizada por Dante Alighieri na sua "Divina Comédia", pérola da literatura universal.

Enquanto na Bahia, já existiam sociedades espíritas que congregarem os profitentes, além de um jornal espírita, no Rio de Janeiro o Espiritismo era praticado de maneira informal. As reuniões eram feitas em residências particulares e não existia nenhum órgão de difusão da doutrina. Foi sugerido aos espíritas cariocas a criação de um núcleo. Uma entidade, que adotou o nome de Confúcio, transmitia mensagens instrutivas e ensinamentos nas reuniões particulares residenciais. Em 1873 foi fundado o “Grupo Confúcio”. Todos os simpatizantes da Doutrina passaram por esse centro; sendo nele revelada a missão espiritual do Brasil. O “Grupo Confúcio” teve existência efêmera de três anos.

Em 1876, Bittencourt Sampaio e outros, fundaram a “Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade” onde desenvolveu trabalhos e estudo dos Evangelhos à luz do Espiritismo.Colaborou com sua mediunidade curadora no “Grupo Ismael”, recebendo também, belas mensagens.

Page 21: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 21

Foi poeta e prosador capacitado e famoso. Conta-se que numa sessão fúnebre realizada em homenagem a um catedrático da Academia de Direito, Bittencourt Sampaio recitou comovente poesia que iniciava assim:

Morte! Palavra que traduz mistério!

Sombra nas trevas a vagar perdida!

Pálido círio de clarões funéreo!

Negro fantasma que se abraça à vida!

Deixou várias obras: “Harmonias Brasileiras”; “Flores Silvestres”; “Lamartianas”; “Poemas da Escravidão”; “A Bela Sara”; “Cartas de Além Túmulo”; entre outras. Mas a obra que realça a sua veia poética foi posto em versos decassílabos soltos, estilo empregado em composições epopeicas, por ser o que melhor exprime a grandiosidade do assunto. Acredita-se que seja única no gênero.

Desencarnou no Rio de Janeiro, em 10/10/1895. Já de volta à vida espiritual, foi autor de dois grandes clássicos da literatura

espírita: "Jesus Perante a Cristandade" e "Do Calvário ao Apocalipse", esta última o complemento para a obra "Os Quatro Evangelhos", de João-Baptista Roustaing, prometido pelos seus espírito autores desta última.

É apontado por Fred Figner, na obra "Voltei", como o responsável pelos estudos evangélicos na pátria de Ismael. Transcrito do site: http://www.universoespirita.org.br

DATAS IMPORTANTES DO ESPIRITISMO

Erramos: Na edição Nº 23 de agosto/2008, escrevemos nessa coluna: “29/08/1863 – Nascimento de Adolfo Bezerra de Menezes”. A data correta do nascimento de Adolfo Bezerra de Menezes é 29/08/1831. Peço desculpas pelo erro. 09/1887 – Bezerra de Menezes, sob o pseudônimo de Max, inicia a publicação de uma série de artigos doutrinários espíritas, nas páginas de “O Paiz”, jornal do Rio de Janeiro de maior tiragem na época. 09/1889 – Inaugura-se em Paris o 2º Congresso Espírita Internacional, no qual Leon Denis toma parte ativa como defensor da tese Kardequiana. 01/09/1892 – Funda-se no Rio de Janeiro a Sociedade Brasileira de Estudos Psíquicos. 29/09/1915 – Desencarne de Maria João de Deus, mãe de Francisco Cândido Xavier. 10 a 17/09/1960 – Realiza-se em Londres um Congresso Espiritualista Internacional, no qual a tese reencarnacionista foi brilhantemente defendida pelo Dr. Karl E, Muller, presidente da Federação Espírita Internacional.

LIVROS DO “CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA”

DEPARTAMENTO – CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA MARIA DOLORES

Rua Artur Machado nº. 288 – sala 04 – Centro Telefone: 3312-8327

E.mail: [email protected]

ESCULPINDO O PRÓPRIO DESTINO – Pelo Lucius, Psicografado por André Luiz Ruiz O que aguarda o político famoso quando regressa à Vida Espiritual? Como as forças invisíveis atuam sobre os representantes do povo reunidos no Congresso Nacional? O

Page 22: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 22

que é a Lei do Ventre Livre? Câncer: o que pode favorecer o seu desenvolvimento e como ajudarmos na sua cura? Como os Espíritos Protetores ajudam seus tutelados e de que modo as entidades missionárias penetram nos abismos para resgatar os seres amados? Qual o destino dos que se prostituem ou têm a vida leviana? Esses e muitos outrosassuntos, sob a ótica do Mundo Espiritual, estão costurados nesta história envolvente e reveladora, que Lucius traz até você no desejo de informá-lo para que não desperdice a oportunidade de Bem Viver, Esculpindo o Próprio Destino.

UM ADMIRÁVEL MUNDO BOM – Ricardo Orestes Forni O Dr. Ricardo Forni nos alerta que as situações corriqueiras do dia-a-dia, como a observação de fenômenos da Natureza, da vida das plantas e dos animais, enfim, tudo isso serve de orientação, quase um roteiro, aos viajantes da imortalidade, que somos nós, apontando-nos seguras setas para chegarmos, mais rapidamente, a Um admirável mundo bom. Por conta disso, o objetivo do autor é, sem dúvida, estimular o mergulho dentro de nós mesmos, crendo que é aí, no imo de nossa alma, que conseguiremos abrir caminho por entre monturos de vícios e imperfeições, aparando arestas e polindo virtudes ainda encobertas.

SUGESTÃO DE LEITURA

ANOTAÇÕES DA MEDIUNIDADE – Pelo Espírito de Emmanuel, Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Extrato dos livros Canais da Vida e Mediunidade e Sintonia, ambos de Autoria de Emmanuel. Frases e trechos extraídos de suas páginas. Pensamentos precisos, objetivos e oportunos têm endereço certo a todos os que estudam e praticam a mediunidade.

CAMINHOS –Pelo Espírito de Emmanuel, Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Com objetividade, Emmanuel compara o pensamento com estradas para as realizações. De fato, a idealização mental precede o conjunto de opções que levam a caminhos para a felicidade ou atalhos de tristeza e amargura. O livro eleva o discernimento do leitor, haja visto que nem sempre as avenidas de facilidades imediatas nos conduzem ao destino mais feliz.

RAPIDINHAS:

BIBLIA DO CAMINHO A “Biblia do Caminho” é uma compilação de todas as obras de Allan Kardec e

de Francisco Cândido Xavier e uma versão completa do Antigo e Novo Testamentos, sendo todos os livros e textos inter-relacionados através de um Índice temático.

Page 23: EDIÇÃO 24

Jornal Espírita On Line de Uberaba – Nº 24 – setembro/2008 23

A última versão da “Bíblia do Caminho” traz o ESDE – Estudos Sistematizados da Doutrina Espírita, versão completa.

Acesse agora o site: www.bibliadocaminho.com.br e instale já em seu micro.

O SANATÓRIO ESPÍRITA PEDE SOCORRO!!!

O Sanatório Espírita de Uberaba – SEU, foi fundado em 31/12/1933, pela estimada Maria Modesta Cravo. Atualmente o Sanatório possui 120 leitos e com uma média de 130 internações por mês.

Para garantir todo esse tratamento, o Sanatório conta com uma equipe de 92 funcionários, além das 12 equipes de médiuns passistas que fazem o tratamento espiritual de segunda-feira a sábado nos períodos matutino e noturno.

O Sanatório está passando por dificuldades financeiras, por isso, lançou a campanha “O Sanatório Espírita Pede

Socorro”. Se você desejar

ajudar o Sanatório Espírita de Uberaba, faça sua doação na Conta Poupança do Sanatório Espírita de Uberaba – Caixa Econômica Federal – Agência: 1538 – Conta: 013.7394-6

Outras informações pelo telefone (34) 3312-1869 com Márcio ou Sr. Moacir.

LIVRARIA ESPÍRITA – ACADEMIA DO PENSAMENTO A Livraria Espírita – “Academia do Pensamento” faz mensalmente promoções de livros com preços abaixo custo. Além disso, a Livraria tem um espetacular Clube do Livro. Vale a pena conferir!

Pça. Dr. Thomaz Ulhoa nº 416 – Abadia – Uberaba-MG – Telefone: 3333-9497.