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Ecossistemas comunicacionais: uma análise da produção científica
brasileira
Communicacional ecosystems: an analysis of the brazilian’s scientific
production
Ecosistemas comunicacionales: un análisis de la producción científica
brasileña
Mateus da Silva Bento1
Maria Emilia de Oliveira Pereira Abbud2
Resumo
Este artigo apresenta os resultados finais do Projeto de Iniciação Científica “Ecossistemas
Comunicacionais: uma análise acerca da produção científica brasileira”, desenvolvido na Ufam. O
objetivo da pesquisa foi analisar a produção científica brasileira sobre os ecossistemas
comunicacionais. Realizou-se uma pesquisa quantitativa e qualitativa em que foram identificados 31
trabalhos produzidos por pesquisadores da Amazônia e 13 produções das diversas regiões do país.
Percebe-se que os estudos ecossistêmicos não ignoram os campos de conhecimento já estabelecidos,
mas ultrapassam seus limites conceituais, em busca de uma compreensão integrada e complexa dos
fenômenos comunicativos. Conclui-se que a perspectiva dos ecossistemas comunicacionais contribui
para a compreensão da comunicação enquanto fenômeno complexo que entrelaça sistemas sociais,
naturais e tecnológicos envolvidos por um ambiente que, ao mesmo tempo em que influencia, é
influenciado pelos sistemas participantes da comunicação.
Palavras-chave: Ecossistemas Comunicacionais. Processos Comunicacionais. Comunicação.
Abstract
This article presents the final results of the Scientific Initiation Project " Communicational Ecosystem:
an analysis of the Brazilian’s scientific production," developed in Ufam. The objective of the research
was to analyze the Brazilian scientific production on communicational ecosystems. We conducted a
quantitative and qualitative research in which they identified 31 works produced by researchers in the
Amazon and 13 productions of various regions of the country. It is noticed that the ecosystem studies
do not ignore the established fields of knowledge, but beyond its conceptual boundaries, in search of
an integrated and complex understanding of communicative phenomena. It follows that the
perspective of communication ecosystems contributes to the understanding of the communication as a
complex phenomenon that interweaves social, natural and technological systems surrounded by an
environment at the same time influence is influenced by the participants of communication systems.
Keywords: Communicational Ecosystems. Communicative processes. Communication.
1 Graduando em Relações Públicas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), membro do Grupo de Pesquisa
Comunicação Social: Estudos Interdisciplinares da Ufam e membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Ciências da
Comunicação, Informação, Design e Artes da Ufam (Interfaces). Email: [email protected]
2 Doutora em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Professora Adjunta do Departamento de Comunicação Social da Universidade
Federal do Amazonas, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação - PPGCCOM e Vice-
coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa da Ufam, Membro do Comitê de Ciências Sociais Aplicadas (PIBIC - Ufam),
Líder do Grupo de Pesquisa Comunicação Social: Estudos Interdisciplinares, e Pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisa
em Ciências da Comunicação, Informação, Design e Artes da Ufam (Interfaces). Email: [email protected]
Resumen
En este artículo se presentan los resultados finales del Proyecto Iniciación Científica "Ecosistemas
Comunicacionales: un análisis de la producción científica brasileña", desarrollado en Ufam. El
objetivo de la investigación fue analizar la producción científica nacional sobre los ecosistemas
comunicacionales. Se realizó una investigación cuantitativa y cualitativa en la que se identificaron 31
trabajos producidos por los investigadores en Amazón y 13 producciones de diferentes regiones del
país. Se observa que los estudios del ecosistema no ignoran los campos establecidos del conocimiento,
pero más allá de sus límites conceptuales, en busca de una comprensión integrada y compleja de los
fenómenos comunicativos. De ello se desprende que la perspectiva de los ecosistemas de
comunicación contribuye a la comprensión de la comunicación como un fenómeno complejo que
entrelaza los sistemas sociales, naturales y tecnológicos rodeado de un ambiente al mismo tiempo la
influencia se ve influenciada por los participantes en los sistemas de comunicación.
Palabras clave: Ecosistemas Comunicacionales. Procesos comunicativos. Comunicación.
1 INTRODUÇÃO
Os ecossistemas comunicacionais compõem a Área de Concentração do Programa de
Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade Federal do Amazonas
(PPGCCOM/Ufam). Primeiro mestrado acadêmico em Comunicação na região Norte do
Brasil, o Programa foi aprovado em 2007 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (Capes).
Apesar da redundância na apropriação do termo “ecossistemas comunicacionais”, uma
vez que o conceito de “ecossistemas” já implica comunicação entre os sistemas constituintes
desses ambientes, o complemento “comunicacionais” é proposital à medida que revela o
desafio em desenvolver uma proposta científica paradigmática para a pesquisa dos fenômenos
comunicacionais na e para a Amazônia.
Assim, os ecossistemas comunicacionais são constituídos por diferentes sistemas que
sustentam a vida na Terra; eles são ambientes complexos colocados em diálogo. Na
intermediação do discurso ecossistêmico, surgem as pesquisas que visam ultrapassar as
fronteiras disciplinares do conhecimento em busca da compreensão dos objetos-sujeitos
integrados às redes de relações, que são possíveis e muitas vezes enigmáticas.
Segundo Pereira (2011), as pesquisas realizadas sob a perspectiva dos ecossistemas
comunicacionais compreendem o mundo não a partir de uma coleção de partes, mas como
uma unidade integrada, em que a diversidade da vida (natural, social, cultural e tecnológica) é
investigada a partir das relações de interdependência que regem a vida em sociedade.
Diante do exposto, o Projeto de Iniciação Científica – PIBIC, Ufam, intitulado
Ecossistemas Comunicacionais: uma análise acerca da produção científica brasileira, propôs
uma análise da temática a partir do levantamento bibliográfico realizado no período de agosto
a setembro de 2015.
Este projeto integra os Grupos de Pesquisa cadastrados no Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Comunicação Social: Estudos
Interdisciplinares e Grupo de Estudos e Pesquisa em Ciências da Comunicação, Informação,
Design e Artes da Ufam (Interfaces). Integra ainda os estudos desenvolvidos no Programa de
Pós-Graduação em Ciências da Comunicação – PPGCCOM, Ufam.
O objetivo principal do projeto foi analisar a produção científica brasileira acerca dos
ecossistemas comunicacionais. Quanto aos objetivos específicos: identificar a produção
científica brasileira sobre a temática nos portais de periódicos de acesso livre, portais de
Programas de Pós-Graduação em Comunicação, portais online de Congressos Brasileiros
Nacionais e Regionais de Comunicação e acervo físico do Programa de Pós-Graduação em
Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam); e
apresentar a produção científica brasileira identificada no levantamento bibliográfico,
utilizando como critérios: a abordagem teórica, a metodologia e as considerações finais
apresentadas pelos autores.
Nesse sentido, a pesquisa dividiu-se em duas fases: quantitativa e qualitativa. Na
primeira fase, identificamos e obtivemos trabalhos científicos (artigos, dissertações, teses) nos
portais online de acesso de livre (Scielo e Capes). Efetuamos também um levantamento
bibliográfico nos Congressos Nacionais e Regionais de Comunicação e investigamos os
Programas de Pós-Graduação em Comunicação Social cadastrados no CNPq que possuem
Área de Concentração e/ou Linhas de Pesquisa direcionadas ao estudo da temática. Além
disso, averiguamos no acervo físico do Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Comunicação (PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) obras
bibliográficas que possuem capítulos realizados sob a perspectiva dos ecossistemas
comunicacionais.
Na segunda fase da pesquisa, analisamos a produção científica brasileira identificada
no levantamento bibliográfico, a partir dos seguintes critérios: abordagem teórica,
metodologia e as considerações finais apresentadas pelos autores.
2 ECOSSISTEMAS COMUNICACIONAIS: O SURGIMENTO DA PERSPECTIVA
NA AMAZÔNIA
A perspectiva ecossistêmica constitui uma abordagem interdisciplinar e
transdisciplinar que busca entender os problemas da comunicação na e para a Amazônia. As
maneiras de integrar cultura e natureza são pontos chave para a abordagem no campo da
Comunicação na compreensão da Amazônia como uma unidade integrada ao mundo. Por esse
motivo, os ecossistemas comunicacionais ultrapassam as demais abordagens científicas,
porém não as excluem do seu campo de ação interpretativo para entender a complexidade
comunicacional nas sociedades contemporâneas.
Monteiro e Colferai (2011) complementam esse pensamento ao afirmarem que a
pesquisa em comunicação na Amazônia implica a necessidade de pensar a região como
totalidade, com partes que se intercomunicam, mesmo que isso signifique extrapolar as
fronteiras tradicionalmente constituídas dos campos de conhecimento.
Nesse sentido, os ecossistemas comunicacionais dialogam com campos de
conhecimento considerados antagônicos pelo pensamento cartesiano ou reducionista, como
Ecologia, Educação, Geografia e Saúde. Os arcabouços teóricos fundamentais para o
entendimento dessa perspectiva encontram-se na intersecção entre as ciências naturais e
sociais por meio da ecologia profunda3 (CAPRA, 1996), pensamento complexo4 (MORIN,
2008) e a compreensão biológica da vida5 (MATURANA; VARELA, 1995).
Há muito tempo, o pensamento cartesiano tem predominado na Ciência. Neste
paradigma, a ênfase dos estudos recai nas partes e o comportamento de qualquer sistema
complexo é explicado inteiramente pela análise de suas partes. Entre as consequências desse
pensamento, Gomes Júnior (2011) aponta: a divisão entre as ciências naturais e
sociais/humanas, o isolamento dos objetos de estudo de seus contextos e a disciplinarização
do saber.
Atualmente, observamos uma mudança de paradigma, não apenas no campo científico,
mas também na esfera social, em uma proporção mais ampla. A presença cada vez mais
marcante das tecnologias de informação e comunicação reforça a necessidade de uma
abordagem complexa para os fenômenos comunicacionais. Hoje, a Internet é a “grande rede”
(LAENA; PEREIRA, 2012), um ecossistema que entrelaça sistemas tecnológicos, culturais e
biológicos humanos para a produção de significados compartilhados.
Desse modo, o pensamento ecológico ganha contornos e considera que os processos
comunicacionais só podem ser entendidos dentro de um contexto mais amplo. Capra (1996)
adota "ecológico" como sinônimo de "sistêmico”, sendo este apenas o termo científico mais 3 Na concepção da ecologia profunda, os seres humanos – ou qualquer coisa - são inseparáveis do meio ambiente natural. O
mundo não é entendido como uma coleção de objetos isolados, mas como uma rede de fenômenos que estão
fundamentalmente interconectados e são interdependentes (CAPRA, 1996).
4 O pensamento complexo aspira ao conhecimento multidimensional, ou seja, que articule os diversos domínios disciplinares.
Contudo, reconhece que o conhecimento completo é impossível, assim como reconhece os elos entre as entidades que o
nosso pensamento deve necessariamente distinguir, mas não isolar umas das outras (MORIN, 2008).
5 Na concepção biológica de Maturana e Varela (1995), a comunicação existe, mas não transmite informação. Os autores
enfatizam que o fenômeno da comunicação não depende do que se fornece, e sim do que acontece com o receptor. E isso é
muito diferente de transmitir informação.
técnico. Colferai (2014) salienta que o termo "ecológico" é mais adequado do que “holístico”,
pois a visão ecológica admite a compreensão de um todo funcional e as interdependências
entre as partes, assim como acontece na visão holística, mas acrescenta os encaixes com o
ambiente social e natural, como também leva em conta a origem da matéria que constitui cada
coisa e como sua existência e usos afetam o meio ambiente e a comunidade em que está
inserida.
Assim, os ecossistemas comunicacionais promovem um olhar fincado no contexto e
nos nós que compõem a rede de relações a partir da qual o fenômeno comunicacional se
manifesta, além de transformar o ponto de vista que rege a pesquisa ao observar não apenas o
objeto, mas o processo comunicacional como um todo integrado à diversidade que mantém a
vida no planeta, independente da sua natureza (FREITAS; PEREIRA, 2013).
Monteiro e Colferai (2011) ressaltam a necessidade de se pensar os ecossistemas
comunicacionais a partir da afirmação de Capra (2002), para o qual num ecossistema nenhum
ser é excluído da rede, pois todas as espécies, mesmo as menores entre as bactérias,
contribuem para a sustentabilidade do todo. Os autores enfatizam ainda a importância de uma
pesquisa em comunicação:
Capaz de, simultaneamente, dar conta das particularidades encontradas nesse
campo na Amazônia, falar para além de suas fronteiras e contribuir para a
compreensão dos fenômenos comunicacionais por meio do prisma da
circularidade típica dos ecossistemas biológicos e correlata aos conceitos de
ecossistemas comunicacionais (MONTEIRO; COLFERAI, 2011, p.34).
Dessa forma, a proposta do PPGCCOM da Ufam ao adotar os ecossistemas
comunicacionais como Área de Concentração pressupõe aos pesquisadores do Programa a
busca por investigações que perpassem os diferentes campos do conhecimento, que embora
distintos são complementares. Nesse processo, o próprio conceito de método é posto em
discussão, uma vez que o pesquisador precisa se libertar do pensamento científico
unidirecional, isto é, linear, que impossibilita a adesão de novos elementos e, possivelmente,
novas descobertas no decorrer da pesquisa.
3 O PESQUISADOR E O AMBIENTE: A NECESSIDADE DA INTERCONEXÃO
Na perspectiva ecossistêmica, não há método definido para estudar o fenômeno
comunicacional, pois este se modifica conforme o olhar daquele que o observa e dos fluxos
existentes entre ele e o ambiente a sua volta. Nesse contexto, Marcondes Filho (2008) explica
que o método para estudar a comunicação acompanha a própria dinâmica, a versatilidade, a
mutabilidade contínua da comunicação. É um procedimento em que se abre o caminho da
pesquisa, libertando-se das correntes da linearidade presente no pensamento cartesiano para
desbravar-se no campo enquanto se realiza o estudo.
Dessa forma, o pesquisador precisa se manter atento não ao traçado a ser seguido no
trabalho, mas às nuances que o seu objeto de pesquisa faz eclodir. Isso permite a adesão de
novos elementos, que na perspectiva tradicional seriam deixados de lado por não serem
variantes relevantes no método adotado (MONTEIRO; COLFERAI, 2011). A perspectiva
ecossistêmica reconhece a importância da criatividade no processo de pesquisa.
Marcondes Filho (2008) ressalta a necessidade de se construir um novo olhar durante
o caminhar da pesquisa comunicacional, o qual denomina Metáporo (meta + poros), ou seja,
uma abertura mais flexiva para o estudo do objeto da pesquisa. É nessa mesma reciprocidade
que acontecem os estudos dos ecossistemas comunicacionais; o pesquisador necessita
presenciar e viver o objeto de estudo.
A perspectiva ecossistêmica recorre ao pensamento de Marcondes Filho (2008) ao
compreender que o pesquisador não deve ter a pretensão de esgotar o objeto. Entretanto, para
a leitura do objeto, é necessário realizar um recorte que possibilite o contato do pesquisador
com a parte do ambiente que será analisada. A ideia é fazermos parte do ambiente para que
possamos acompanhar o objeto em algum dos seus movimentos. Em outras palavras, o que se
procura na pesquisa ecossistêmica é, basicamente, as condições do aparecimento do objeto.
Assim, percebemos que o pesquisador interessado em estudar a comunicação sob a
perspectiva ecossistêmica precisa ser flexível, isto é, ser um observador atuante que abra
caminhos para se analisar o objeto de pesquisa a partir de métodos que a própria pesquisa
demanda.
4 PERCURSO METODOLÓGICO DA PESQUISA
Em um primeiro momento, adotamos como critério para a coleta de dados a busca
conjunta das palavras-chave: ecologia da comunicação; ecossistemas comunicacionais.
Entretanto, não obtivemos êxito, uma vez que identificamos um número reduzido, quase
inexpressível, de produção científica. Diante dessa realidade, optamos pela busca individual
das palavras-chave “ecologia da comunicação” e “ecossistemas comunicacionais”.
O período delimitado para a coleta dos dados abrange os anos de 2005 a 2015. A
coleta foi realizada nos meses de agosto e setembro de 2015, nas seguintes bases
identificadas:
Portais de periódicos de open access;
Portais online de Programas de Pós-graduação em Comunicação;
Portais online de Congressos Brasileiros Nacionais e Regionais de
Comunicação.
Inicialmente, realizamos um levantamento nos portais de acesso livre (open access).
Acessamos o portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes) e o Portal da Scientific Electronic Library Online (SciElo). Reconhecendo
que a produção científica nesses portais abrange todas as grandes áreas do conhecimento,
restringimos nossa pesquisa à grande área das Ciências Sociais Aplicadas - área da
Comunicação Social. Após essa etapa, partimos para os portais dos Programas de Pós-
Graduação em Comunicação Social, por acreditarmos ser a principal fonte de produção e
divulgação científica.
Buscamos na relação de cursos recomendados e reconhecidos pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) os Programas de Pós-Graduação
brasileiros na grande área das Ciências Sociais Aplicadas - área de Comunicação Social.
Selecionamos os Programas que continham Área de Concentração e/ou Linhas de Pesquisa
direcionadas para os estudos dos ecossistemas comunicacionais. Prosseguimos com a
identificação e exploração dos portais online dos mesmos. Verificamos a produção científica
proveniente de dissertações, teses e artigos disponíveis nessas páginas.
Em seguida, cientes da produção científica e da participação dos pesquisadores nos
Programas de Pós-Graduação, buscamos a identificação dos Grupos de Pesquisa em que
atuam. Para o levantamento dos Grupos, utilizamos como base de coleta de dados o Diretório
dos Grupos de Pesquisa no Brasil cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq). Identificamos os líderes e os principais pesquisadores
identificados nesses grupos como referência para a próxima etapa, que consistiu na
investigação da produção científica produzida e apresentada nos congressos brasileiros de
Comunicação Social. Os portais de congressos contemplados foram, respectivamente:
Congressos Brasileiros de Comunicação (Intercom) regionais e nacionais e Congressos da
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós).
A pesquisa bibliográfica realizada na Internet revelou uma quantidade significativa de
trabalhos produzidos por pesquisadores brasileiros sob a perspectiva dos ecossistemas
comunicacionais. Foram identificados 40 trabalhos (14 dissertações, 3 teses, 21 artigos
científicos, 2 capítulos em revista):
Palavra-chave:
Ecossistemas comunicacionais
Portais de acesso livre (SciELO e Capes): 2 dissertações (Ufam/AM), 1 tese
(PUC/SP) e 2 artigos científicos (PUC/RS e PUC/SP).
Portais online de Programas de Pós-Graduação em Comunicação: 12
dissertações (Ufam/AM) e 1 tese (Ufam/AM).
Portais do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação/ Nacionais
(Intercom): 8 artigos científicos (7 realizados por pesquisadores da Ufam/AM e 1 realizado
por pesquisadores da UNESP/SP)
Portais do Congresso de Ciências da Comunicação/Regionais (Intercom): 1
artigo científico (Ufam/AM).
Fontes diversas: 1 capítulo em revista (Ufam/AM).
Palavra-chave:
Ecologia da comunicação
Portais de acesso livre (SciELO e Capes): 1artigo científico (PUC/SP).
Portais online de Programas de Pós-Graduação em Comunicação: 1 tese
(PUC/SP).
Portais do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação/ Nacionais
(Intercom): 3 artigos científicos (PUC/SP, Ufam/AM e Cásper Líbero/SP).
Portais do Congresso de Ciências da Comunicação/Regionais (Intercom): 1
artigo científico (Cásper Líbero/SP).
Portal do Congresso da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação
em Comunicação (Compós): 1 artigo científico (Ufam/AM).
Fontes diversas: 1 capítulo em revista (USP/SP), 1 artigo nos anais do
Encontro de pesquisa na Graduação (UNESP/SP), 1 artigo nos anais do Encontro
Internacional de Tecnologia, Comunicação e Ciência Cognitiva (Metodista/SP) e 1 artigo nos
anais do 10º Interprogramas de Mestrado (Cásper Líbero/SP).
De posse dos dados, realizou-se uma análise de cada trabalho científico a partir dos
critérios: abordagem teórica, metodologia e as considerações finais apresentadas pelos
autores.
A análise demonstrou que os trabalhos se apropriam de campos teóricos já firmados na
Comunicação, como Semiótica (GOMES JÚNIOR, 2011; LOPES, 2013; PEREIRA, 2005,
2008; LAENA, 2012; LOPES, 2011), Teoria Geral dos Sistemas (LIMA, 2013), Teoria da
Informação, Cibernética e Teoria da Complexidade. De mesmo modo, observou-se que os
estudos dialogam com as demais áreas do conhecimento (Sociologia, Educação, Geografia e
Ecologia), em busca de um olhar interdisciplinar e transdisciplinar acerca dos objetos/sujeitos
e suas relações com meio ambiente natural e social.
Os trabalhos se agrupam em dois grupos. Enquanto um grupo estuda os fenômenos
comunicacionais sob o viés da semiótica e da ecologia da comunicação proposta por Pereira
(2005); o outro grupo analisa a comunicação a partir da compreensão de Monteiro e Colferai
(2011) de Amazônia como metáfora explicativa para o conceito de ecossistema
comunicacional. Nesta abordagem, a perspectiva ecossistêmica considera as relações entre
sujeitos, meio ambiente social e natural e as tecnologias de informação e comunicação
utilizadas na mediação dos processos comunicativos. Já na abordagem ecológica da
comunicação, o conceito de semiose é fundamental, pois permite falar em relação,
interdependência, continuidade entre os sistemas participantes da comunicação; a semiose
designa a ação que guia, conduz, interpreta, elabora, conhece (PEREIRA, 2012).
Quanto à metodologia utilizada nas pesquisas, observou-se a predominância de
estudos de casos com enfoque na análise das mídias digitais e nas redes de interações
estabelecidas entre os diversos sistemas que compõem o ambiente virtual, a exemplo da
análise do site Metacritic (FREITAS, 2013), do Centro de Mídias de Educação do Amazonas
com o seu projeto de educação à distância (FRANÇA, 2013), do portal institucional da
Universidade do Estado do Amazonas (MARINHO, 2013), do museu virtual do google art
Project (LOPES, 2011), de cinco sites que publicam histórias em quadrinhos (LAENA,
2012), do programa de educação à distância Visualizar’11 (GOUDART, 2012) e dos perfis no
twitter da Fundação Amazonas Sustentável (GOMES JÚNIOR, 2012) e das Lojas Bemol e
Fogás Distribuidora (SILVA, 2012).
Entretanto, também se verificou pesquisas qualitativas sobre as demais mídias e suas
influências na vida humana, como videogames (IZIDRO; PEREIRA, 2012), desenhos
animados (PEREIRA, 2005) e mídias exteriores - painel, homem-seta e bandeirada - em
empreendimentos localizados em Manaus (ARAÚJO, 2013). Há ainda estudos a respeito da
natureza autopoiética dos fenômenos comunicacionais presentes no cotidiano de grupos
sociais na Amazônia, a exemplo do Festival de Sairé (LIMA, 2013) e do Museu Amazônico
da Universidade Federal do Amazonas (GONÇALVES, 2012); como também da
complexidade envolvida nas organizações sociais (LIMA; OLIVEIRA; ABBUD, 2013), mais
especificamente no Instituto Ler para Crescer, uma organização não governamental que
realiza atividades com crianças e adolescentes na cidade de Manaus, Amazonas (LIMA,
2015).
Nas considerações finais, os autores apontaram a necessidade de ultrapassar o
paradigma tradicional, uma vez que o cenário contemporâneo é complexo e exige abordagens
que considerem o contexto das relações entre os múltiplos sistemas que permeiam a vida em
sociedade. Isso não significa ignorar os estudos já realizados, mas se trata da busca por novos
olhares para o fenômeno comunicacional na e para a Amazônia. Assim, é unânime entre os
autores o entendimento dos objetos/sujeitos de pesquisa como resultado de uma relação
ecossistêmica, que precisa ser analisada do ponto de vista da totalidade e da inter-relação
entre os múltiplos sistemas participantes da comunicação e do ambiente a sua volta.
Após a coleta e análise dos dados realizada na Internet, buscamos obras bibliográficas
que tivessem capítulos relacionados à perspectiva dos ecossistemas comunicacionais. Para
isso, utilizamos o acervo local do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação
(PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que recebe obras produzidas
por Programas de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação de diversas regiões do país. O
critério utilizado para a identificação dos capítulos foi a busca individual das palavras-chave:
ecossistemas comunicacionais; ecologia da comunicação.
Identificamos as seguintes obras:
MONTEIRO, Gilson Vieira; ABBUD, Maria Emilia de Oliveira; PEREIRA,
Mirna Feitoza. Estudos e perspectivas dos ecossistemas da comunicação. Manaus: UFAM,
2012.
Esta obra apresenta artigos que exploram os fenômenos comunicativos numa
perspectiva sistêmica e ecossistêmica. Como exemplo, podemos citar o trabalho realizado por
Dantas e Monteiro (2012), no qual os autores, a partir da observação em campo das práticas
de comunicação incorporadas ao cotidiano da Colônia de Pescadores Z-4 de Tefé, no estado
do Amazonas, identificam ecossistemas comunicacionais no Programa de Rádio, nas relações
de parcerias entre os pescadores, nas aulas de informática, nas reuniões. A pesquisa
demonstra que cada um dos atores envolvidos nesses processos forma seus próprios sistemas
que em um dado momento se acoplam, por meio da linguagem, gerando um contínuo de
conhecimento (em reformulação permanente), que envolve todos os atores (em intensidades
diferentes), mas que interfere na subjetividade de cada ator social e também na coletividade.
SEIXAS, Netília Silva dos Anjos; COSTA, Alda Cristina; COSTA, Luciana
Miranda. Comunicação: visualidades e diversidades na Amazônia. Belém: FADESP, 2013.
Nesta obra, identificamos dois capítulos relacionados à temática. No primeiro, Lima e
Freitas (2013) analisam o festival Sairé sob o ponto de vista ecossistêmico e semiótico. As
autoras revelam que o festival é um sistema sígnico que produz significados e sentidos por
meio das interações entre os participantes do evento e os subsistemas religioso (manifestado
por meio de artefatos e personagens sagrados) e profano (manifestado por meio das atividades
não relacionadas ao sagrado).
No segundo capítulo, Freitas e Pereira (2013) discutem os contextos e fundamentos
teóricos que auxiliam no estudo dos ecossistemas comunicacionais. As autoras concluem que
a perspectiva ecossistêmica é um campo em construção que exige uma mudança
paradigmática na investigação do fenômeno comunicacional. Nesse sentido, a perspectiva
observa não apenas o objeto, mas também o contexto e os nós que compõem a rede de
relações a partir da qual a comunicação se manifesta.
CORREIA, Claudio Manoel de Carvalho et al. (Orgs). Processos
comunicacionais: tempo, espaço e tecnologia. Manaus: Valer, Edua e Fapeam, 2012.
Nesta obra, identificamos o trabalho de Dias e Pereira (2012), no qual as autoras
apresentam as histórias em quadrinhos virtuais sob a perspectiva ecossistêmica. Elas
concluem que nas histórias em quadrinhos há dois sistemas heterogêneos em interação: o
sistema de entretenimento (representado nas histórias em quadrinhos) e o sistema tecnológico
(a própria Web). Ao entrarem em contato, os signos desses sistemas geram novos signos,
porém conservando as características dos sistemas anteriores.
MALCHER, Maria Ataide et al. (Orgs.). Comunicação Midiatizada na e da
Amazônia. Belém: FADESP, v.2, 2011.
Nesta obra, o capítulo de Monteiro e Colferai (2011) alerta para a necessidade de um
pensamento comunicacional que extrapole o campo delimitado da Comunicação em busca de
uma abordagem universal que integre outros campos de conhecimento, típica dos
ecossistemas biológicos e correlata ao conceito de ecossistemas comunicacionais.
Em outro capítulo, Pereira (2011) traça uma linha histórica que levou ao conceito de
ecossistemas comunicacionais. Para a autora, essa perspectiva não se restringe aos meios
tecnológicos conectados às redes de comunicação, mas tem como desafio perceber o espaço
de relações no qual a comunicação está inserida.
Diante do exposto, percebemos que a perspectiva dos ecossistemas comunicacionais
está em processo de construção e solidificação como campo de estudos na área da
Comunicação. O gráfico a seguir apresenta o total de trabalhos identificados:
Gráfico 1 – Produção científica identificada
Fonte: os autores.
Os resultados do PIBIC 2015/2016 comprovam que a perspectiva ecossistêmica é
representativa da região amazônica, seja por ser Área de Concentração do Programa de Pós-
Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM) da Universidade Federal do
Amazonas (Ufam), seja pela quantidade de estudos que buscam uma compreensão complexa
da comunicação na e para a Amazônia. O gráfico a seguir apresenta o total de trabalhos
identificados na Amazônia:
Gráfico 2 – Produção científica na Amazônia
Fonte: os autores.
0
2
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6
8
10
12
14
16Portais de acesso livre (SciELO e
Capes)
Portais online de Programas de
Pós-Graduação em Comunicação
Portais do Congresso Brasileiro
de Ciências da Comunicação
Nacional e Regional
Obras do Acervo do PPGCCOM
– Ufam
Capítulos e artigos de fontes
avulsas (anais de eventos e
revistas) na InternetPortal da Compós
0
2
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6
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10
12
14
16
Artigos científicos
Dissertações
Teses
Capítulos em
livros/revistas
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise realizada no Projeto PIBIC demonstrou a necessidade de uma abordagem
ecossistêmica para os estudos dos fenômenos comunicacionais. Vale ressaltar que a
comunicação não se restringe aos instrumentos e técnicas utilizadas pelos seres humanos para
interagir e compartilhar significados; ela envolve um contexto mais amplo que exige dos
pesquisadores um olhar para além das fronteiras tradicionais da ciência.
O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação e, especialmente,
das redes sociais digitais, comprova a existência de inúmeras redes que conectam os sujeitos
entre si e ao seu ambiente social e natural, exigindo do campo da Comunicação uma visão de
mundo que contemple o cenário de complexidade o qual vive a sociedade contemporânea.
As pesquisas realizadas sob a perspectiva dos ecossistemas comunicacionais
comprovam a insuficiência do paradigma mecanicista, que entende a comunicação como um
processo de transmissão de informações entre emissores e receptores, e trazem elementos que
indicam uma nova forma de pensar a comunicação numa região que entrelaça a diversidade
de sistemas naturais, sociais, culturais e tecnológicos: a Amazônia.
Essa forma amazônida de pensar a comunicação demanda ultrapassagens científicas
que extrapolam a área da comunicação e das ciências sociais e se apropria de campos de
conhecimento considerados antagônicos pela ciência tradicional, mas que na visão
ecossistêmica se complementam e contribuem para um olhar complexo dos fenômenos da
vida. Por esse motivo, os estudos ecossistêmicos não deixam de lado os campos de
conhecimento já estabelecidos, mas ultrapassam seus limites conceituais, em busca de uma
compreensão integrada e complexa dos fenômenos comunicativos.
Assim, as investigações envolvem a percepção dos processos comunicacionais
integrados às redes de relações que os permeiam e o ambiente com o qual mantêm influências
constantes e reorganizadoras. Essa atitude frente aos objetos/sujeitos sinaliza uma abordagem
complexa da comunicação, como também revela o desafio assumido pelos pesquisadores do
PPGGCOM da Ufam ao adotar os ecossistemas comunicacionais como área de concentração.
Nesse embate, as pesquisas precisam levar em consideração a ineficiência de um
método pronto, marcante no pensamento unilateral. O fenômeno comunicacional se modifica
conforme o olhar do observador e dos fluxos existentes entre os sistemas da comunicação e o
ambiente a sua volta. Por esse motivo, o pesquisador deve se libertar das correntes da
linearidade e abrir novos caminhos no decorrer da pesquisa, a fim de revelar as
potencialidades do objeto enquanto se realiza o estudo.
Observamos que os objetos dos ecossistemas comunicacionais são amplos e
diferenciados, apreendendo reflexões sobre o caráter autopoiético (autorreprodutor) de
fenômenos corporais e/ou virtuais presentes no cenário contemporâneo e suas relações com o
meio ambiente natural e social e os múltiplos sistemas que permitem a vida em sociedade.
Contudo, a especificidade encontra-se no olhar, ou seja, na perspectiva que permite analisá-
los enquanto fenômenos complexos que precisam ser investigados por meio das interconexões
entre ciências sociais e naturais.
Percebemos, então, o caráter interdisciplinar e transdisciplinar da perspectiva
ecossistêmica para o estudo dos processos comunicacionais na e para a Amazônia. Embora
geograficamente distante dos centros acadêmicos do país, essa perspectiva contribui para a
discussão a respeito da comunicação enquanto fenômeno complexo que entrelaça sistemas
sociais, naturais e tecnológicos envolvidos por um ambiente que, ao mesmo tempo em que
influencia, é influenciado pelos sistemas participantes da comunicação.
REFERÊNCIAS
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dinâmica da publicidade dos empreendimentos imobiliários na cidade de Manaus. 2013. 153p.
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(Mestrado em Ciências da Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Ciências da
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imagem institucional através do twitter. 2012. 101 p. Dissertação (Mestrado em Ciências da
Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação, Universidade Federal do
Amazonas, Manaus, 2012.
ELEMENTOS NORMALIZADORES
A revista Comunicação & Informação segue critérios nacionais e internacionais para sua
normalização. O seu design gráfico foi estabelecido pela equipe editorial. A normalização segue
as normas da Associação Brasileira de Normalizações Técnicas (ABNT) e deverá observar os
critérios abaixo:
a) Os artigos submetidos à apreciação devem ser originais e inéditos;
b) Os artigos devem ter pelo menos um Doutor entre os autores;
c) Os artigos submetidos devem conter no mínimo 14 páginas e no máximo 19;
d) Os artigos devem estar acompanhados dos títulos, resumos e palavras-chave em português,
inglês e espanhol;
e) Os textos devem vir em formato final, já revisto quanto à ortografia e a gramática.
Além desses, outros critérios específicos que serão detalhados a seguir:
1.1 ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
Os elementos pré-textuais são as informações que ajudam na identificação e utilização do artigo
científico. A seguir são apresentadas as regras de normalização desses elementos para a Revista
Comunicação & Informação.
1.1.1 Título do Artigo na Língua do Texto O título principal deve estar em fonte Times New Roman, tamanho16, alinhamento centralizado e
espaçamento simples. Quando houver subtítulo, ele deve estar separado por dois pontos, fonte
Times New Roman, tamanho16, alinhamento centralizado e espaçamento simples.
Exemplo:
Análise lexicográfica de dicionários de comunicação
1.1.2 Títulos em Línguas Estrangeiras Os títulos em línguas estrangeiras devem estar na fonte Times New Roman, Tamanho14,
alinhamento centralizado, espaçamento simples e em itálico. Quando houver subtítulo, ele deve
estar separado por dois pontos, fonte Times New Roman, alinhamento centralizado, espaçamento
simples e itálico.
Exemplo:
Analysis of lexicographical dictionaries of communication
Análisis de los diccionarios lexicográficos de comunicación
1.1.3 Nome(s) do(s) Autor(es) Nome(s) do(s) autor(es), acompanhado(s) de breve currículo que o(s) qualifique na área de
conhecimento do artigo. Deve(m) aparecer em nota de rodapé indicado por numeração no(s)
nome(s) do(s) autor(es), nessa sequência: o mine currículo, nacionalidade, Estado, cidade e o
endereço eletrônico.
Exemplo: Jéssica Câmara Siqueira¹
________________________________________________________________________ 1 Doutorado em andamento em Letras na Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas daUniversidade de São Paulo.
Mestre em Ciência da Informação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Brasil, Goiás,
Goiânia. E-mail:....@.....
1.1.4 Resumo na Língua do Texto e na Língua Estrangeira
O resumo deve seguir a NBR 6028 de 2003. Título (Resumo) em estilo negrito, fonte Times New
Roman, tamanho 11, negrito e alinhado à esquerda. Texto com fonte Times New Roman,
tamanho 11, espaçamento simples e alinhamento justificado. Deve ter entre 100 a 250 palavras e
ser redigido em parágrafo único.
Exemplo: Resumo A área da Comunicação, por sua constituição recente, possui poucos materiais lexicográficos e muitos
apresentam problemas de falta de sistematização e padronização. A partir do aporte teórico e
metodológico da Lexicografia são analisados quatro dicionários da área da Comunicação, sendo dois
de cobertura mais abrangente e dois de caráter mais técnico, referentes a duas subáreas. O objetivo é
analisar a macro e a microestrutura desses dicionários, apontando os aspectos positivos e negativos
quanto às escolhas terminológicas e a estrutura organizacional das obras lexicográficas. A análise
desses aspectos resulta na concepção de um roteiro para auxiliar a elaboração de dicionários nessa área
de especialidade.
1.1.5 As Palavras-chave Devem seguir a NBR 6028 de 2003. Devem conter entre três a cinco palavras-chave. Escolhidas para
representar a temática do artigo. Título em estilo negrito, fonte Times New Roman, tamanho 11,
negrito e alinhado à esquerda. Texto com fonte Times New Roman, tamanho 11, espaçamento
simples, alinhamento justificado e separado por ponto (.).
Exemplo: Palavras-chave: Comunicação. Dicionários. Lexicografia.
1.2 ELEMENTOS TEXTUAIS
Nos elementos textuais deve ser exposto o conteúdo do artigo científico.
1.2.1 Regras Gerais de Apresentação Os títulos devem estar em estilo negrito, letras maiúsculas, fonte Times New Roman, tamanho 12,
alinhado à esquerda e seguir sequencia numérica titular. As margens devem ser de 3 cm para
superior e esquerda, e 2 cm para inferior e direita. Os subtítulos devem começar com primeira
letra maiúscula e as outras em minúsculo, sem negrito, tamanho 12, fonte Times New Roman,
alinhado à esquerda e seguindo a sequência numérica titular.
1.2.2 Introdução Texto justificado apresentando o(s) objetivo(s) do trabalho, a(s) justificativa(s), o(s) problema(s) e
a importância/relevância da pesquisa. Contextualizar a situação problema, o ambiente e os atores.
1.2.3 Desenvolvimento O texto poderá ser organizado em subcapítulos (subseções). Apresentar o referencial teórico, os
dados obtidos, análise e a discussão dos resultados. Poderão ser apresentados também por
imagens, gráficos, quadros ou tabelas. Isso tudo conforme as normas ANBT-NBR 6022 e ABNT-
NBR 6024.
1.2.3.1 Citações
Principalmente no desenvolvimento do trabalho aparecem as citações. Elas devem ser
apresentadas segundo a norma ABNT-NBR 10520. Ver baixo alguns exemplos:
1.2.3.1.1 Citação direta, de até três linhas:
É a transcrição ou cópia de pequenos trechos de um texto, usando exatamente as mesmas palavras
escritas pelo autor do trabalho consultado. Nesse caso, a citação deve aparecer entre duas aspas
duplas (“...”) com indicação da fonte consultada e a página.
Exemplo 1:
Segundo Santaella (2004, p. 30) o leitor do livro é aquele leitor “meditativo, observador ancorado,
leitor sem urgências, provido de férteis faculdades imaginativas, aprende assim a conviver com o
leitor movente.”
Exemplo 2: O leitor do livro é aquele leitor “meditativo, observador ancorado, leitor sem urgências, provido
de férteis faculdades imaginativas, aprende assim a conviver com o leitor movente.”
(SANTAELLA, 2004, p. 30)
1.2.3.1.2 Citação direta, com mais de três linhas:
As citações com mais de três linhas são transcritas com recuo esquerdo de 4 cm a partir da
margem, em parágrafo justificado, com espaçamento simples e com a mesma fonte, porém em
tamanho 11.
Exemplo: O leitor do livro é aquele leitor:
Meditativo, observador ancorado, leitor sem urgências, provido de férteis
faculdades imaginativas, aprende assim a conviver com o leitor movente;
leitor de formas, volumes, massas, interações de forças, movimentos; leitor
de direções, traços, cores; leitor de luzes que se acendem e se apagam; leitor
cujo organismo mudou de marcha, sincronizando-se à aceleração do mundo
(SANTAELLA, 2004, p. 30).
1.2.3.1.3 Citação indireta
É a transcrição das ideias de um autor com suas próprias palavras, mantendo o sentido original.
Exemplo: Nessa medida, dialogismo não significa mero intercâmbio de dois egos habitados de linguagem. A
fala não é propriedade privada de um eu, mas transformação contínua de uma pergunta em
resposta e vice-versa, propulsão criativa do falante que, para compreender a fala do outro, tem de
traduzi-la em outra fala: “própria-alheia”. (BAKHTIN, 1982)
1.2.3.1.4 Citação de citação
É a citação de um texto ao qual se tem acesso por outro. Deve evitar esse tipo de citação, pois há
risco de má interpretação e incorreções. No texto deve vir primeiro o autor que você quer citar,
depois a data. Em seguida a expressão “apud” e a referência do texto que você teve acesso.
Exemplo 1: Segundo Santaella (2004, apud REIS, 2014, p. 30) o leitor do livro é aquele leitor “meditativo,
observador ancorado, leitor sem urgências, provido de férteis faculdades imaginativas, aprende
assim a conviver com o leitor movente.”
1.2.3.2 Ilustrações
As ilustrações (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas,
plantas, quadros, retratos etc.) devem ser apresentadas conforme ABNT-NBR-6022 e indicados
no texto. Considerando que as legendas devem ser posicionadas acima das figuras e tabelas bem
como devem ser centralizadas na página segundo exemplo abaixo:
Exemplo: Assim, quando Panofsky adota, substancialmente, a definição de perspectiva como “intuição
perspectiva plena”, de Dürer toma o quadro todo agora não mais como apenas sua superfície
material individual isolada, mas como uma ‘janela’ através da qual vemos um espaço na Figura 1. Figura 1 - São Jerônimo em seu estúdio.
Autor: Albrecht Dürer (1445)
1.2.3.3 Tabela
As tabelas devem ser apresentadas conforme as Normas de Apresentação Tabular do IBGE de
1993, conforme exemplo na sequência:
Exemplo: Tabela 1 – Probabilidades de sucesso e risco no empréstimo de periódicos
Fonte: Borges, 2002.
1.2.3.4 Siglas
Ao usar a sigla, pela primeira vez, deve-se colocar a forma completa do nome precedente à sigla,
que ficará entre parênteses, respeitando as devidas peculiaridades.
Exemplos: • Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
• Faculdade de Informação e Comunicação (FIC)
• Universidade Federal de Goiás (UFG)
1.2.4 Metodologia Deve apresentar os métodos, técnicas, público, amostragem, período de pesquisa,
instrumento/técnica de coleta e análise de dados e etapas da pesquisa.
1.2.5 Conclusão Deve informar se os objetivos foram alcançados, tomando como referencial a discussão dos
resultados.
1.3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
1.3.1 Referências É um conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua
identificação individual. As referências devem ser apresentadas conforme NBR 6023 de 2002. O
título principal deve estar em fonte Times New Roman, tamanho11, caixa alta e alinhado à
esquerda. Texto com fonte Times New Roman, tamanho 11, espaçamento simples, alinhado à
esquerda. As referências devem estar em ordem alfabética.
Exemplos: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Apresentação de citações de
documentos. Rio de Janeiro, 2002.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação
– referências - elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
HALLEYPO. Biblioteca Nacional. 2011. Fotografia digital, color, 500×325 pixels, tamanho: 36,3
KB. Disponível em:
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Normas de
apresentação tabular. Rio de Janeiro, 1993.
PANOFSKY, E. A perspectiva como forma simbólica. In: PANOFSKY, E. História da arte italiana:
da Antiguidade a Duccio. Tradução de Wilma De Kantinszky. São Paulo: Cosac e Naify, 2003.
SANTAELLA, L. Navegar no ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo. São Paulo: Paulus,
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