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1 Aula 6: A moeda e o sistema bancário Nessa nossa sexta aula, nós vamos entrar no maravilhoso mundo do dinheiro e dos sistema bancário-comercial. Primeiro, nós vamos apresentar uns conceitos básicos sobre moeda, suas origens, sua evolução e seu papel na economia. Depois, veremos como o Banco Central controla a quantidade de dinheiro na economia e como ele controla o sistema bancário para que este não provoque uma expansão descontrolada na quantidade do dinheiro em circulação. Os conceitos monetários que desenvolve-remos aqui serão bastante úteis mais à frente, quando estudarmos o papel da política monetária no desempenho da economia como um todo. Assim, vamos ao que nos interessa aqui. 6.1. Introduzindo o conceito de moeda: Evolução, Formas, Tipos e Funções da Moeda Conceitualmente, o termo “moeda” é usado para denominar tudo aquilo que é geralmente aceito como meio de trocas de bens e serviços. Não se pode afirmar com exatidão quando surgiu e qual foi a primeira moeda. Remontando aos primórdios da civilização, imagina-se facilmente que o homem primitivo produzia tudo quanto bastava ao seu sustento. Suas necessidades limitavam-se à garantia de sua sobrevivência. As associações e o desenvolvimento natural da vida em grupo criaram, porém, outras necessidades para cuja satisfação o indivíduo, isoladamente, se viu impotente. Sua auto-suficiência se reduzia na medida do crescimento de suas necessidades. Nesta cadeia de raciocínio, o próximo passo foi a introdução paulatina da divisão e especialização do trabalho: cada indivíduo passou a produzir um ou poucos produtos, consumindo uma parte

Economia aula 6 - a moeda e o sistema bancário

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Aula 6: A moeda e o sistema bancário

Nessa nossa sexta aula, nós vamos entrar no maravilhoso mundo do dinheiro e dos sistema bancário-comercial. Primeiro, nós vamos apresentar uns conceitos básicos sobre moeda, suas origens, sua evolução e seu papel na economia. Depois, veremos como o Banco Central controla a quantidade de dinheiro na economia e como ele controla o sistema bancário para que este não provoque uma expansão descontrolada na quantidade do dinheiro em circulação.

Os conceitos monetários que desenvolve-remos aqui serão bastante úteis mais à frente, quando estudarmos o papel da política monetária no desempenho da economia como um todo. Assim, vamos ao que nos interessa aqui.

6.1. Introduzindo o conceito de moeda: Evolução,

Formas, Tipos e Funções da Moeda

Conceitualmente, o termo “moeda” é usado para denominar tudo aquilo que é geralmente aceito como meio de trocas de bens e serviços.

Não se pode afirmar com exatidão quando surgiu e qual foi a primeira moeda. Remontando aos primórdios da civilização, imagina-se facilmente que o homem primitivo produzia tudo quanto bastava ao seu sustento. Suas necessidades limitavam-se à garantia de sua sobrevivência. As associações e o desenvolvimento natural da vida em grupo criaram, porém, outras necessidades para cuja satisfação o indivíduo, isoladamente, se viu impotente. Sua auto-suficiência se reduzia na medida do crescimento de suas necessidades.

Nesta cadeia de raciocínio, o próximo passo foi a introdução paulatina da divisão e especialização do trabalho: cada indivíduo passou a produzir um ou poucos produtos, consumindo uma parte

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deles e tentando passar a outro o seu excedente em troca de outros bens de que necessitava. Estabeleceu-se, então, um sistema de trocas diretas, isto é, mercadorias por mercadorias.

É fácil imaginar as dificuldades para um razoável funcionamento desta economia de escambo: primeiro, esse sistema exigia uma permanente coincidência de interesses (o indivíduo A dispõe de arroz e quer trocar por carne; para se realizar esta troca, é imprescindível que ele encontre um indivíduo B que não só tenha carne mas que, também, queira arroz!); segundo, há ainda a dificuldade de se estabelecerem as relações ou preços de troca (valores entre dois bens bastante diferentes).

Por tudo isso, este sistema, que vigorou na mais remota antiguidade, era claramente ineficiente.

As mudanças requeridas se realizaram lentamente. O próximo passo foi o surgimento de um sistema de trocas indiretas: por esse novo esquema, uma mercadoria qualquer, que tivesse aceitação geral, passava a ser usada, por convenção e aceitação do grupo, como meio de pagamento. Tem-se aqui a introdução da moeda no sistema econômico e que, passando por um processo evolutivo natural, dá origem a todo o sistema monetário moderno.

No desenvolvimento deste novo sistema de trocas indiretas, a moeda assumiu as mais diferentes formas, nos mais diferentes países e épocas. Numa ordem quase cronológica de seu aparecimento, podemos registrar, sinteticamente, as seguintes formas e tipos de moeda:

a) Moeda-mercadoria: geralmente escolhia-se uma mercadoria que fosse relativamente escassa e não facilmente perecível (nem sempre possível). A história registra que, em diferentes locais e épocas, foram usados como moeda: sal, gado, fumo, peles, trigo, rum, ostra, carne-seca, ferro, cobre, etc.

b) Metais preciosos: sem dúvida, de todas as mercadorias, a preferência maior recaía, geralmente, sobre os metais, não só pela sua relativa escassez mas, também, pela sua durabilidade e fácil divisibilidade. Muito embora o ferro, o cobre e o bronze tenham sido bastante utilizados, houve uma predominância do uso dos metais preciosos, notadamente a prata e o ouro.

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c) Moeda-papel: com o crescimento do volume e valor das transações, o manejo de grandes quantidades de metais preciosos tornou-se problemático pelas dificuldades de transporte e os riscos envolvidos. Pouco a pouco, nota-se o aparecimento de casas de custódia desses metais em diversos pontos, em diversos países. Estas casas passaram a receber em depósito os metais preciosos dos comerciantes, emitindo em troca um recibo ou certificado de valor correspondente. Este certificado recebeu a denominação de moeda-papel e era generalizadamente aceito nas transações. Sua característica principal era possuir lastro integral em ouro, isto é, a qualquer momento o possuidor do certificado poderia ir à casa de custódia emissora e reconvertê-lo em ouro ou prata. Daí sua crescente aceitabilidade como meio de pagamento em substituição aos próprios metais preciosos.

d) Papel-moeda: com o tempo, e diante da crescente demanda por tais certificados – para atender os negócios em franca expansão - as casas de custódia passaram a emitir certificados cujo valor global em circulação excedia o valor total dos metais preciosos ali depositados. A experiência acumulada pelos custodiadores mostrava que nem todos os depositantes resgatavam, ao mesmo tempo, seus depósitos, Além do mais, enquanto alguns vinham para reconverter seus certificados em ouro, outros vinham para depositar mais ouro. Assim, com um encaixe metálico menor, era possível garantir a liquidez dos certificados, isto é, garantir as reconversões que, em média, na semana ou no mês, correspondia a apenas uma fração do total dos certificados em circulação.

Temos, assim, um novo marco histórico na evolução das formas de moeda: a passagem da moeda-papel para os certificados emitidos sem o correspondente lastro em ouro ou prata e que vieram a ser chamados de papel-moeda. Pouco a pouco, o papel-moeda passou a ter uso generalizado como meio de pagamento nas transações pelo simples fato de que sua aceitação era geral, não se questionando sobre a possibilidade de convertê-lo ou não em ouro.

Num processo evolutivo normal, e com o intuito de evitar riscos de emissões exageradas, o passo seguinte foi dado pelo governos, com a proibição de emissão de papel-moeda pelos bancos privados

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(antigas casas de custódia), limitando-se o direito de sua emissão a uma instituição oficial que, pouco a pouco, se transformou nos atuais bancos centrais de cada país. E não guardando mais qualquer idéia de representatividade, nem valor intrínseco, o papel-moeda passou a ser aceito porque simplesmente se sabe que será aceito em outra operação amanhã (posteriormente, sua aceitação passou a ser imposta por lei).

e) Moeda escritural bancária: é representada pelos depósitos à vista, do público, nos bancos comerciais – ou seja, as contas correntes das empresas e dos indivíduos – materializados, na prática, pelo cheque.

Tipos de moeda

Numa classificação didática, temos hoje, as seguintes espécies ou formas de moeda:

I - moeda manual – representada pelas moedas metálicas e pelo papel-moeda;

II - moeda escritural ou bancária – representada pelos depósitos à vista nos bancos comerciais. Note-se que é o depósito à vista é que é moeda, e não o cheque. Este último é apenas a forma mais comum para se utilizar a moeda “depósito à vista” – que é, este sim, o meio de pagamento. O cheque sem um depósito à vista por trás dele não tem qualquer valor econômico.

Vale observar que o papel-moeda e a moeda escritural ou bancária são chamados moedas fiduciárias (isto é, em que se tem fé ou em que se acredita), já que não possuem valor intrínseco, constituindo-se em moeda simplesmente porque têm aceitação generalizada nas transações econômicas.

Funções da moeda

De uma forma geral, os economistas reconhecem as seguintes funções desempenhadas pela moeda:

i) meio de pagamento ou intermediário de trocas;

ii) padrão de referência de valor ou unidade de conta; e,

iii) reserva de valor.

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Tendo aceitação generalizada como meio de pagamento nas transações, a moeda desempenha sua função mais cristalina e fundamental – que é de servir como instrumento ou intermediária de trocas entre os indivíduos para satisfação de ambas as partes.

Como padrão de referência de valor, a moeda possibilita que todos os valores dos bens, serviços e fatores de produção sejam expressos em unidades monetárias, propiciando a fácil avaliação e comparação de todos os recursos disponíveis na Economia.

A moeda desempenha, também, a função de reserva de valor no sentido de que o indivíduo pode manter sua riqueza (ou parte dela) sob a forma de moeda, por um período de tempo, sabendo que, amanhã ou depois, este ativo será aceito em qualquer transação por ter liquidez absoluta. Trata-se, no entanto, de uma função que merece duas ressalvas: primeiro, se o indivíduo prefere manter sua riqueza sob a forma de moeda, ele deixa de ganhar, pois a moeda em si não gera rendimentos; segundo, e ao contrário, em períodos inflacionários o indivíduo perde com a desvalorização da moeda.

6.2 Indicadores Monetários

Existem três conceitos monetários – indicadores do volume de dinheiro na economia que, a despeito de medirem coisas diferentes, são muitas vezes usados, até mesmo pela imprensa, como se fossem a mesma coisa. Mas, na realidade, são conceitos bastante distintos. Trata-se, no caso, do “papel-moeda emitido”, do “papel-moeda em circulação” e do “papel-moeda em poder do público”.

Diariamente, o Banco Central do Brasil divulga uma estatística da evolução do saldo desses diversos conceitos de moeda – que podem assim ser definidos:

i) papel-moeda emitido (PME) – trata-se do total de dinheiro “autorizado” (isto é, produzido ou fabricado) pelas Autoridades Monetárias;

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ii) papel-moeda em circulação (PMC) – equivale ao total do papel-moeda emitido menos o dinheiro que se encontra no caixa do Banco Central;

iii) papel-moeda em poder do público (PMP) – deduzindo-se do PMC o dinheiro em caixa dos bancos comerciais, tem-se o total de dinheiro em poder do público, isto é, todos os indivíduos e empresas (exclusive, claro, os bancos comerciais).

6.3. Meios de Pagamento

O público – aí incluídos os indivíduos e as empresas – possui, de uma forma geral, diversos ativos ou haveres – isto é, coisas que têm valor econômico e que constituem seu patrimônio, podendo ser citados entre estes os imóveis, fazendas, carros, depósitos de poupança, aplicações financeiras em bancos, títulos do governo, depósitos à vista nos bancos comerciais, papel-moeda em espécie em seu poder, ações e outros tantos.

Cada ativo deste possui um grau diferente de liquidez – medido este pela capacidade de o ativo se transformar em moeda ou em dinheiro propriamente dito. Assim, quanto mais fácil for transformar um ativo em dinheiro, maior se diria que é o seu grau de liquidez.

Do ponto de vista da economia, se o indivíduo A tem uma fazenda no valor de R$ 100 mil e o indivíduo B tem um depósito de poupança também no valor de R$ 100 mil, podemos afirmar que ambos têm o mesmo nível de riqueza, porém a riqueza do indivíduo B tem muito mais liquidez. Isso porque é muito mais fácil sacar sua riqueza no banco, transformando-o quase que instantaneamente em dinheiro do que vender a fazenda e receber o dinheiro. Para vender a fazenda, pode-se levar algum tempo; para sacar o depósito do banco não se gasta mais que 30 minutos1.

É esta diferença entre os diversos graus de liquidez de um ativo que o torna mais ou menos instrumento ou meio de

1 Jocosamente, diríamos que o depositante gastaria não mais que 30 minutos, sendo 15 minutos para conseguir uma vaga no estacionamento e outros 15 minutos na fila do banco!

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pagamento. Poucos, pouquíssimos mesmo, são os haveres que são considerados, pelo Banco Central, meios de pagamento, valendo para estes a seguinte definição:

Tecnicamente, consideram-se meios de pagamento (M

1) todos os haveres possuídos pelo

público não-bancário e que podem ser utilizados a qualquer momento para a liquidação de qualquer dívida em moeda nacional. Ou seja, são haveres que possuem liquidez absoluta e imediata.

Muito embora haja controvérsia em relação ao maior ou menor grau de liquidez de um ativo, é praticamente consensual que apenas dois haveres preencham estas condições de possuírem liquidez absoluta e de serem aceitos, de imediato, como pagamento nas transações: o papel-moeda em poder do público – PMP - (aí incluídas não só as notas mas, também, as moedas metálicas) e a moeda escritural ou bancária – representada pelos depósitos à vista, do público, nos bancos comerciais públicos e privados (DVbc).

Assim, no caso brasileiro, o total de meios de pagamento – geralmente denominado M

1 – é definido pela expressão:

M1 = PMP + DVbc

Este universo M1 corresponde, de outra parte, ao total da chamada oferta monetária.

No caso brasileiro, as estatísticas mostram que o público vem mantendo, na média dos últimos anos, cerca de 14% de seus meios de pagamento sob a forma de dinheiro no bolso (=PMP) e os restantes 86% como depósitos em conta corrente nos bancos comerciais, sendo interessante observar que estas relações são relativamente estáveis, só se alterando em função de uma anomalia no mercado (como foi o caso do “confisco” dos depósitos, na época da ex-ministra Zélia, em 1991, e que acabou por alterar aquela composição. Temeroso de novos confiscos, o público reduziu a proporção de seus depósitos nos bancos!).

Uma ressalva importante que se deve fazer em relação às estatísticas de meios de pagamento, neste conceito de M

1, é que

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nelas não estão incluídos nem os depósitos voluntários e compulsórios dos bancos comerciais nas Autoridades Monetárias (Banco Central) – dos quais falaremos mais adiante-, nem os depósitos da União, também, no Banco Central.

É fácil entender o porquê disso: como a preocupação, no caso, é medir a liquidez do público, não há por que incluir os depósitos dos bancos comerciais (que não são parte do público); quanto à União, é importante entender que, ao contrário do público, ela não limita ou condiciona o montante de seus gastos ao volume de depósitos que, eventualmente, tenha no Banco Central, mas, sim, ao que dispõe o orçamento federal. Mas, note-se que os depósitos da União nos demais bancos que não o Banco Central, bem como os depósitos dos Estados e Municípios em qualquer banco estão computados no total do M

1.

Outros conceitos de moeda: os “quase-moeda”

Além desse conceito tradicional de meios de pagamento, existe uma gama de outros ativos financeiros que são aceitos como pagamento em diversas transações ou que podem ser transformados em moeda sem grandes dificuldades e num espaço de tempo relativamente curto. A estes ativos se dá geralmente o nome de quase-moeda – que são haveres financeiros de alto grau de liquidez, porém de grau inferior ao da moeda manual e ao dos depósitos à vista.

Como exemplos de quase-moeda citam-se os depósitos de poupança, depósitos a prazo, títulos públicos, etc.

A partir dessas considerações, foram desenvolvidos outros conceitos e classificações de meios de pagamento mais abrangentes, de acordo com o grau de liquidez do ativo financeiro. Estas classificações divergem de autor para autor, terminando, muitas vezes, por serem convencionais e arbitrárias. No caso brasileiro, segue-se o critério adotado pelo Banco Central – critério este que tem se alterado muito nestes últimos anos, principalmente em função do surgimento de inúmeros tipos de aplicações financeiras. Assim, por exemplo, nos anos noventa, o Banco Central adotava os seguintes conjuntos de meios de pagamento:

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M1 = PMP + DVbc

M2 = M

1 + FAF + títulos públicos (federais, estaduais e

municipais) em poder do público

M3 = M

2 + depósitos de poupança

M4 = M

3 + títulos privados (depósito a prazo, letras

hipotecárias e letras de câmbio)

A importância desses conceitos é ressaltada no momento em que o Banco Central, por competência legal, procura controlar a quantidade de moeda na economia, como parte, digamos, de uma estratégia de combate à inflação. A questão que, então, se coloca é: no controle da inflação, deve o Banco Central controlar a quantidade de meios pagamento (= à oferta monetária). Para tanto, deve aquela autoridade monetária assestar suas baterias sobre qual deles? M

1? M

3? M

4?

Na verdade, não há consenso sobre isso entre os economistas. O Banco Central, por falta, talvez de condições técnicas, limita-se a controlar apenas a evolução do M

1.

6.4. Criação e Destruição de Moeda

Este é um assunto que, recorrentemente, tem sido objeto de questões de provas de concursos onde entra a disciplina Economia. E o que vem a ser “criação” e “destruição” de moeda (ou, alternativamente, “criação” e “destruição” de meios de pagamento)? É fácil entender isso. Senão, vejamos:

Diariamente, o público - isto é, os indivíduos e as empresas -, realiza operações com o setor bancário comercial2, operações estas traduzidas em depósitos, saques, pagamentos diversos (luz, telefone), tomada ou quitação de empréstimos, etc.

Dependendo da natureza dessas operações, o total de ativos monetários da economia – isto é, os meios de pagamento (M

1) –

poderá se reduzir ou aumentar. Se o resultado for um aumento

2 De uma forma simples e sintética, banco comercial é aquele que abre conta corrente e emite talões de cheque para seus clientes.

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dos meios de pagamento, tem-se aí uma criação de moeda; se ocorrer uma redução dos meios de pagamento, tem-se uma destruição de moeda. Então, o que se tem de verificar, após a operação bancária, é se o total de meios de pagamento se alterou para mais ou para menos.

Para um melhor entendimento da explicação a seguir, é interessante que você conheça dois conceitos novos: primeiro, o conceito de haver monetário; segundo, o de haver não-monetário.

Haver ou ativo monetário corresponde a um dos componentes dos meios de pagamento (M1), ou seja, ou é o papel-moeda em poder do público ou é o depósito à vista. Já haver não-monetário é todo ativo possuído pelo público que não seja meio de pagamento (M1), como, por exemplo, ações, promissórias, títulos do governo, carro, lote, imóveis, etc.

Entendida, assim, a diferença entre haver não-monetário e haver monetário, fica mais fácil entende a criação e a destruição de moeda. Senão, vejamos:

No processo de criação de moeda, o público entrega ao setor bancário um “haver não-monetário” (por exemplo, uma promissória) e recebe deste um “haver monetário” (por exemplo, um empréstimo traduzido num depósito à vista). No caso de destruição de moeda, o público entrega ao banco um ativo monetário (digamos, dinheiro em espécie) e recebe um ativo não-monetário (a promissória vencida).

Vale repetir que a criação ou destruição de moeda só ocorre se, da operação entre o público e o banco, resultar uma alteração do total de meios de pagamento do público. Isto significa dizer que, se um indivíduo paga sua conta de luz com um cheque de sua conta corrente não haverá nem criação nem destruição de moeda, pois a queda de seus depósitos à vista é compensada pelo aumento dos depósitos da companhia de eletricidade – que também é público. Da mesma forma, se um correntista vai ao banco e saca de sua conta corrente, com um cheque seu, nada ocorre, de vez que ele trocou um ativo monetário (depósito à vista) por outro (dinheiro em espécie). Mas, claro, se ele saca de sua conta de poupança, há criação de meios de pagamento, pois os depósitos de poupança são considerados haveres não-monetários.

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6.5. Base Monetária e o Multiplicador Bancário

Conceitualmente, a política monetária consiste no controle da oferta monetária e das taxas de juros, pelas autoridades monetárias (Banco Cetral), através do uso de instrumentos diretos e indiretos (que serão vistos mais adiante), com vistas a controlar o nível de liquidez do sistema econômico.

A política monetária deve, por outro lado, se inserir no contexto da política econômica global do governo, procurando, sempre que possível, a compatibilização e o atingimento de seus objetivos macroeconômicos.

Quando se fala em controle da oferta monetária, pensa-se, imediatamente, que basta o Banco Central parar de emitir moeda, e tudo se arranja. Mas, as coisas não são assim tão simples. Não se pode esquecer que os bancos comerciais têm uma grande capacidade para “criar” moeda através de empréstimos que se transformam em novos depósitos, que dão origem a novos empréstimos, e assim por diante.

É através dos empréstimos que os bancos “multiplicam” o dinheiro circulante na economia. Quanto mais empréstimos fizerem, maior será a multiplicação dos meios de pagamentos. A origem desses empréstimos, como se disse, está nos depósitos captados pelo banco. Assim, um grande condicionante do volume dos empréstimos é o volume de depósitos à vista no banco. Um outro condicionante é o montante ou proporção dos depósitos à vista que o banco pode emprestar. Obviamente, os bancos gostariam de emprestar todo o volume de depósitos, mas este desejo esbarra na necessidade imperiosa de se manter em caixa, sob a forma de moeda, uma parcela dos depósitos para o pagamento de cheques dos clientes. Mas, as limitações ao volume de empréstimos que os bancos podem efetuar vão mais além, pois ainda existem restrições impostas por lei e outras medidas restritivas, de iniciativa do próprio Banco Central.

Com estas considerações, podemos, então, partir para a derivação do chamado multiplicador bancário (k) dos meios de pagamentos, relativamente ao volume de dinheiro que o Banco Central coloca em circulação – dinheiro, este dito, “de alto poder

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de expansão” e que, tecnicamente, é denominado de Base Monetária (B).

Contabilmente, a Base Monetária é dada pela soma dos valores constantes do chamado passivo monetário do Banco Central que se compõe de:

i) - o papel-moeda em poder do público (PMP);

ii) - o caixa em moeda corrente dos bancos comerciais (R1);

iii) - os depósitos voluntários dos bancos comerciais junto ao Banco Central (R

2); e,

iv) - os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais, também junto ao Banco Central (R

3)

Assim temos:

B = PMP + R1 + R

2 + R

3 (1)

Mas, como PMP + R1 = PMC (veja o item atrás “Indicadores Monetários”), temos que a base monetária pode ser definida ainda como:

B = PMC + R2 + R

3 (2)

E, já que R = R1 + R2 + R3, então a base monetária pode também ser definida como:

B = PMP + R (3)

sendo R = total das reservas ou encaixes dos bancos comerciais (R= R

1 + R

2 + R

3).

Já os meios de pagamento (M1), como sabemos, são assim

constituídos:

M1 = PMP + DVbc (4)

E sendo o total de meios de pagamento um múltiplo da base monetária (B), resultado do processo multiplicativo dos empréstimos bancários, deduz-se que o multiplicador (k) dos

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meios de pagamento é dado pela relação entre o total de M1 e a base monetária, ou

k = M1/B (5)

ou ainda,

M1 = B . k (6)

Para se achar a expressão ou fórmula do valor do multiplicador, consideremos as seguintes expressões:

Considere as seguintes relações comportamentais do público:

i) d1 = PMP/M

1 ou, d

1M

1 = PMP (7)

ii) d2 = DVbc/M1

ou, d2M

1 = DVbc (8)

A equação (7) mostra qual a proporção do papel-moeda em poder do público em relação ao total de meios de pagamento (M1); já a equação (8) indica qual a proporção dos depósitos à vista nos meios de pagamento.

Logo,

M1 = d

1M

1 + d

2M

1 (9)

E, dividindo-se todos os termos da equação (9) por M1, tem-se:

1 = d1 + d

2

e,

d1 = (1 - d

2) (10)

Recorde-se, agora, que a base monetária é definida por:

B = PMP + R (3)

Para se saber qual é a fração ou percentual das reservas ou encaixes totais (r) em relação aos meios de pagamento, dividimos as reservas totais (R) pelos depósitos à vista (DVbc), ou:

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r = R/DVbc ou R = rDVbc ou, ainda, R = rd1M

1 (11)

onde, r = taxa de reserva ou encaixe total.

Substituindo (7) e (11) em (3), tem-se:

B = d1M + rd

2M

1 (12)

Substituindo (10) em (12), tem-se:

B = (1 - d2)M

1 + rd

2M

1 (13)

Operando a expressão (13), obtém-se:

BM

d rd1

2 21= − +( )

BM

d r1

21 1= − −( )

M Bd r1

21 1=

− −( )

Md r

B12

11 1

=− −( )

. (14)

Ou seja, M1 é igual ao valor da base monetária (B) vezes o

multiplicador (k), sendo

kd r

=− −

11 12 ( ) (15)

onde,

d2 = fração dos meios de pagamentos que o público mantém

sob a forma de depósitos à vista nos bancos comerciais; e,

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r = fração dos depósitos à vista que os bancos comerciais mantêm como encaixes totais.

Vejamos um exemplo numérico:

Suponha que os depósitos à vista correspondam a 80% dos MP e que a taxa de reservas bancárias (r) seja 30% dos depósitos à vista. Com esses dados, vamos calcular o valor de k:

Fazendo as devidas substituições na equação (15), acima, temos:

7,237,01

63,011

)7,0(9,011

)3,01(9,011

==−

=−

=−−

=k

Pela expressão (15), pode-se deduzir que a expansão dos meios de pagamento, isto é, da oferta monetária, pode ocorrer em três situações:

i) - por aumento das operações ativas do Banco Central via aumento da emissão (o que aumenta B);

ii) - por aumento de d2, isto é, da proporção dos depósitos à

vista do público nos bancos comerciais em relação ao total dos meios de pagamentos; e,

iii) por redução da relação encaixes/depósitos à vista nos bancos comerciais.

Deve-se observar que, na execução da política monetária e para controle da oferta monetária, as autoridades monetárias têm relativo controle sobre os itens (i) e (iii), mas nenhum controle sobre (ii) – que depende exclusivamente do comportamento do público.

No entanto, como se admite uma relação mais ou menos estável ou pelo menos previsível entre os DVbc e M

1, pode-se, em

princípio, afirmar que as autoridades monetárias podem controlar relativamente a expansão da oferta monetária. Este controle é exercido diretamente sobre a base monetária e indiretamente sobre o multiplicador (k) através do uso de diversos instrumentos.

6.6 Instrumentos Clássicos de Controle Monetário

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Como foi visto, o volume da oferta monetária (= meios de pagamento) depende de mudanças na base monetária e/ou de alterações no valor do multiplicador (k).

A tarefa fundamental do Banco Central é o de adequar o volume de meios de pagamento às reais necessidades da economia tendo em vista o atingimento dos objetivos macroeconômicos. Ocorre, no entanto, que, mesmo que haja uma programação monetária – pela qual se prevê a evolução dos agregados monetários, mês a mês, em decorrência do esperado comportamento das contas externas do País, das operações do Banco Central com o Tesouro Nacional e de empréstimos dos bancos oficiais aos bancos privados e ao setor produtivo – nem sempre o programado se comporta como esperado. Vez por outra, observa-se uma expansão exagerada dos meios de pagamento; outras, uma contração desse agregado, com evidente escassez de dinheiro na economia, com graves prejuízos para os negócios.

Para controlar a liquidez da economia, mantendo-a em níveis compatíveis com as necessidades conjunturais da economia, o Banco Central dispõe de diversos instrumentos que ora atuam sobre a base monetária, ora sobre o multiplicador bancário (k).

Os instrumentos mais tradicionais geralmente usados pelo Banco Central são:

a) controle da emissão;

b) fixação da taxa de recolhimento compulsório;

c) operações de redesconto de liquidez; e,

d) operações de mercado aberto (open market).

a) Controle da emissão – sobre este instrumento não há o que falar. Basta que se desligue a tomada da máquina impressora de dinheiro e a emissão monetária estará controlada.

b) Fixação da taxa de recolhimento compulsório – trata-se de um percentual dos depósitos à vista que os bancos comerciais devem recolher periódica e obrigatoriamente ao Banco Central.

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Claramente, quanto maior esta taxa, maior será o valor de r (taxa de encaixes totais) e vice-versa, já que os recolhimentos compulsórios são uma parte das reservas totais dos bancos.

Assim, na medida em que o Conselho Monetário Nacional decide elevar o percentual dos recolhimentos compulsórios (r3), o multiplicador (k) se reduz, uma vez que a medida levará a uma disponibilidade menor de recursos para os bancos efetuarem empréstimos. A recíproca é, também, verdadeira.

c) Operações de redesconto – consistem num empréstimo de última instância e de curtíssimo prazo que o Banco Central faz aos bancos comerciais sempre que estes estiverem com falta de liquidez, isto é, com falta de recursos em caixa para atender às demandas de seus clientes. Por isso mesmo são também chamados de “empréstimos de liquidez”.

Ao realizar tais operações, o Banco Central funciona como banco dos bancos, descontando títulos dos bancos a taxas de juros prefixadas.

Como instrumento de controle monetário, o redesconto inibe ou estimula os bancos a tomar o empréstimo através de:

a) alterações das taxas de juros cobradas pelo Banco Central;

b) mudança dos prazos concedidos para que os bancos quitem sua dívida;

c) fixação de tetos ou limites para a tomada do empréstimo;

d) exigência de garantias (títulos públicos ou o próprio compulsório);

e) controle da freqüência de utilização do empréstimo.

d) operações de mercado aberto (open market) – o mercado aberto, num sentido amplo, pode ser entendido como o mercado onde são transacionados os mais diversos títulos públicos federais e estaduais e bancários privados, de rentabilidade pré ou pós-fixada.

No entanto, entendido como instrumento de política monetária, as operações de mercado aberto consistem na compra e/ou venda de títulos públicos federais (NTN, LBC, LFT, BTN, etc.) pelo Banco

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Central, com o objetivo de influenciar o nível das reservas bancárias e, daí, o fluxo de crédito.

As operações de mercado aberto, pela sua flexibilidade, se constituem no mais poderoso instrumento de que dispõe o Banco Central para regular o nível de liquidez da economia no curtíssimo prazo. Assim, por exemplo, quando as autoridades monetárias desejam enxugar o mercado monetário, emitem e vendem lotes volumosos de títulos federais, retirando dos bancos e do público a quantidade desejada de moeda. Contrariamente, se a intenção for a oposta, isto é, expandir o nível de oferta monetária, o Banco Central realiza operações maciças de resgate (isto é, de compra) desses títulos, injetando moeda no sistema.

Estes são, em síntese, os instrumentos clássicos de controle monetário usados pelo Banco Central. Obviamente, sempre existirão outros que, eventual e conjunturalmente, podem ser utilizados, como, por exemplo, a limitação ou fixação de tetos para empréstimos, medida que, não raras vezes, foi usada no Brasil ao longo dos anos 80.

6.7. Teoria Quantitativa da Moeda

A teoria quantitativa, na versão clássica, enfatiza a função da moeda como meio de trocas. Assim, em qualquer período, o valor global das transações é igual ao número de transações (T), multiplicado pelo seu preço médio (P). Esse valor, por seu turno, será idêntico ao fluxo monetário que é igual à quantidade de moeda ou meios de pagamento (M) multiplicado pelo número de vezes que a moeda trocou de mão (V) naquele período. Resulta, daí, a conhecida “equação das trocas” que é geralmente apresentada como:

MV = PT (16)

Posteriormente, por razões essencialmente práticas, o número de transações (T) foi substituído pelo nível de renda (Y) uma vez que se dispõe de estatísticas sobre a renda e não sobre a quantidade de transações. Neste caso, é feita a hipótese de que o

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nível das transações totais seja proporcional ao nível da renda, passando a equação (16) a ser, então, reescrita como:

MV = PY (17)

onde,

M = estoque de moeda (meios de pagamento)

V = a velocidade de circulação deste estoque, isto é, o número de vezes que cada unidade monetária é empregada durante o período escolhido;

P = o nível médio de preços (índice); e,

Y = o nível da renda ou produto real.

Tal como se apresenta, dada a definição de V, a equação (16) é necessariamente verdadeira em relação a quaisquer valores de M, P e Y. Trata-se, no caso, de uma equação definicional ou tautológica, isto é, verdadeira em si mesma e, como tal, nada acrescenta de novo à teoria econômica.

No entanto, introduzindo-se certas hipóteses sobre algumas de suas variáveis, tal como fizeram os clássicos, a equação das trocas pode se tornar de alguma utilidade. Deste modo, são colocadas as seguintes hipóteses:

I - a oferta monetária é exógena, no sentido de que as autoridades monetárias (no caso, o Banco Central) controlam a quantidade de moeda na Economia;

II - supõe-se que não há desemprego no país, e que, portanto, o nível da renda ou produto é constante no curto prazo, ao nível do pleno emprego dos fatores;

III - também a velocidade de circulação da moeda (V) é constante no curto prazo dado que é determinada por fatores institucionais, padrões comerciais, e hábitos de compras e pagamentos, além do estado da tecnologia utilizada no processo de transações, citando-se, entre estes, os seguintes:

a) institucionalização, por determinações legais, da periodicidade de pagamentos salariais (semanal, mensal);

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b) o grau de sofisticação do sistema financeiro, especialmente na compensação de cheques; e,

c) os hábitos de compras da população.

Todos estes fatores são, a rigor, constantes num curto período, digamos, 6 meses. Assim, com as hipóteses de que V e Y são invariáveis a curto prazo, uma alteração na quantidade de M (para mais ou para menos), determina uma variação, na mesma proporção, no nível médio de preços. E a igualdade expressa na equação (16) se transforma numa teoria de determinação de preços, ou seja:

P = MVY

(17)

Um exemplo numérico:

Suponha que, hoje, os valores das variáveis da equação (16) sejam:

M = 200; V = 5 (constante, no curto prazo); P = 10; e

Y = 100.

Substituindo estes valores na equação (16), temos:

200 x 5 = 10 x 100

ou, 1000 = 1000,

Suponha, agora, que o Banco Central aumente a quantidade de meios de pagamento (através, por exemplo, de uma emissão monetária) no montante de 30%, ou, em valores absolutos, em 60 unidades monetárias. Como V e Y, por hipótese, são valores constantes no curto prazo, o ajuste da equação (16) – para que seus dois lados tenham o mesmo valor, ocorrerá no nível de preços (P), assim:

260 x 5 = P x 100

13100300.1

1005260

===xP

ou seja, o nível geral dos preços (P) se elevou de 10 para 13, um aumento de 30% - exatamente igual ao aumento ocorrido na quantidade de dinheiro em circulação. Ou seja, aumentos de

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moeda, sem que o nível do PIB tenha aumentado, só concorre para gerar inflação.

Daí, vem a conclusão dos teóricos da escola clássica: a moeda é um fator tipicamente neutro, servindo, por assim dizer, apenas como um lubrificante para a melhor operação das forças reais da economia. Para os clássicos, variações na quantidade real de moeda somente afetam o nível agregado de preços.

6.8. Sistema Financeiro Nacional: Constituição e Funções

O Sistema Financeiro Nacional (brasileiro) é constituído de dois grupos distintos de entidades financeiras:

I - Sistema Monetário – composto pelas entidades que criam moeda, isto é, meios de pagamento (= papel – moeda em poder do público e depósitos à vista, do público, nos bancos comerciais). Fazem parte deste sistema o Banco Central do Brasil – chamado de “Autoridades Monetárias” – que tem o poder de emitir moeda –, e os bancos comerciais, públicos e privados – que recebem depósitos à vista do público e efetuam empréstimos de curto prazo.

II - Sistema Não-Monetário – abrange todas as entidades de intermediação financeira não-bancária (isto é, exclusive bancos comerciais). Fazem parte desse sistema diversas entidades financeiras que se distinguem uma da outra pela sua principal operação passiva (captação de recursos) e sua principal operação ativa (aplicação dos recursos captados). Como principais entidades do sistema não-monetário, citam-se:

a) Bancos de Desenvolvimento – são entidades oficiais (governamentais) de crédito, cujas principais operações passivas são os recursos do PIS/PASEP, FINSOCIAL, transferências do orçamento do governo e empréstimos externos; suas operações ativas se limitam a empréstimos para capital de giro e de capital fixo para empresas (para implantação ou expansão). A principal

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entidade deste subsistema é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) havendo diversos outros bancos re-gionais e estaduais de desenvolvimento (BDMG, BRB, BANDESUL, BANDERJ).

b) Bancos de Investimentos – são entidades privadas, com finalidades semelhantes às dos bancos de desenvolvimento, atuando, de certa forma, como complementares a estes no fornecimento de crédito às empresas, mas seguindo as leis e taxas de juros praticadas no mercado. Suas principais fontes de recursos são os depósitos a prazo (CDB) e empréstimos externos.

c) Sistema Financeiro da Habitação – tendo como órgão central a Caixa Econômica Federal. Fazem parte deste subsistema as entidades que têm como objetivo captar recursos através de cadernetas de poupança e, eventualmente, através de venda de letras hipotecárias ou imobiliárias, e destinando tais recursos ao financiamento de construção e/ou aquisição de moradias. São exemplos as Caixas Econômicas Estaduais, as Sociedades de Crédito e Investimentos (SCI) e as entidades dos bancos privados que compõem o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

d) Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento – mais conhecidas como “financeiras”, são aquelas entidades que têm na venda de letras de câmbio sua principal operação passiva e, como principal operação ativa, o financiamento ao consumidor para aquisição de bens de consumo duráveis (eletrodomésticos, automóveis, etc.).

Importante observar que essas entidades não existem isoladamente. Em geral, fazem parte de uma empresa maior – a holding. Assim, por exemplo, o BRADESCO é uma grande holding do sistema financeiro, composto de um Banco Comercial Bradesco, um Banco de Investimento Bradesco, uma Financeira Bradesco, uma Seguradora Bradesco, uma Corretora e uma Distribuidora Bradesco, e assim por diante.

6.9. Funções Clássicas de um Banco Central

As funções típicas ou clássicas de um banco central são:

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a) banco emissor de papel-moeda;

b) banqueiro dos bancos comerciais;

c) banqueiro do Tesouro Nacional;

d) depositário das reservas internacionais do País.

Se se organizarem as contas de captação e de aplicação de recursos do Banco Central sob a forma de um balancete – com passivo (fontes de recursos) e ativo (aplicação de recursos) – veremos que aquelas funções estão espelhadas nas diversas rubricas ou contas do balancete.

Para melhor análise, costuma-se dividir as contas do passivo em dois grupos: passivo monetário e passivo não-monetário, conforme a natureza da conta. Os recursos não-monetários são aqueles que não se encontram à disposição do público, não sendo, portanto, exigíveis a curto prazo. Já os recursos monetários se constituem de todos aqueles valores exigíveis a curto prazo (o PMC, os depósitos voluntários e compulsórios dos bancos comerciais). Registre-se desde já que, por definição, o passivo monetário do Banco Central é igual à Base Monetária, como se verá mais adiante.

Voltando, agora, ao balancete do Banco Central, nota-se que, como órgão emissor de papel-moeda, o total emitido aparece no passivo monetário, como uma das fontes de financiamento do Banco Central, lembrando que, na prática, aparece, apenas, o PMC, de vez que na consolidação do balancete, elimina-se do ativo e do passivo o “encaixe em moeda” do Banco Central (recordando que PME – encaixe do Banco Central = PMC).

Continuando, como banqueiro dos bancos, aparecem no passivo os depósitos voluntários e o recolhimento compulsório dos bancos comerciais, enquanto no ativo aparecem os redescontos e outros empréstimos àqueles bancos.

Como banqueiro do Tesouro Nacional, aparecem no passivo os depósitos do Tesouro Nacional (geralmente, frutos da arrecadação de impostos) e, no ativo, o saldo dos títulos públicos federias e empréstimos à União.

Como depositário das reservas internacionais do País, aparece no ativo o contra-valor dessas reservas em cruzeiros.

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Como banco de fomento, função que o Banco Central do Brasil vem, paulatinamente, abandonando para se tornar um verdadeiro banco central nos moldes clássicos, aparecem no passivo recursos de diferentes fontes legais e, no ativo, o repasse desses recursos a entidades oficiais (ou mesmo privadas) de crédito para financiamento dos setores produtivos.

* * *

Com essas colocações, encerramos esta nossa 6ª Aula. A seguir, são apresentados alguns exercícios de revisão e fixação sobre balanço de pagamentos e taxa de câmbio. Até nossa próxima aula.

___________________

EXERCÍCIOS DE REVISÃO E FIXAÇÃO: (gabarito ao final)

1. Com relação às diversas formas assumidas pela moeda, ao longo da história, estão corretas as afirmativas abaixo, exceto: aa)) eeccoonnoommiiaa ddee eessccaammbboo éé aaqquueellaa eemm qquuee ssee ttrrooccaamm mmeerrccaaddoorriiaass ppoorr

mmeerrccaaddoorriiaa,, nnããoo eexxiissttiinnddoo mmooeeddaa ccoommoo mmeeiioo ddee ttrrooccaa;; bb)) mmooeeddaa--ppaappeell eerraa uumm cceerrttiiffiiccaaddoo ccoomm llaassttrroo iinntteeggrraall ((ee,, ddeeppooiiss,, ppaarrcciiaall))

eemm oouurroo;; cc)) oo ppaappeell--mmooeeddaa nnããoo ddiissppõõee ddee llaassttrroo eemm oouurroo,, oouu sseejjaa,, nnããoo ppooddee sseerr

rreessggaattaaddoo;; dd)) aa mmooeeddaa bbaannccáárriiaa oouu eessccrriittuurraall éé rreepprreesseennttaaddaa ppeelloo ddiinnhheeiirroo eemm ccaaiixxaa

nnooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss ee ppeellaa eemmiissssããoo mmoonneettáárriiaa;; ee)) aa mmooeeddaa--mmeerrccaaddoorriiaa aassssuummiiuu ddiivveerrssaass ffoorrmmaass,, ccoommoo,, ppoorr eexxeemmpplloo,, ssaall,,

ppeelleess,, oossttrraass,, eettcc.. 22.. CCoomm rreellaaççããoo àà eevvoolluuççããoo ee ffoorrmmaass ddee mmooeeddaa,, eessttããoo ccoorrrreettaass aass aalltteerrnnaattiivvaass

aabbaaiixxoo,, eexxcceettoo:: aa)) ppeelloo ssiisstteemmaa ddee ttrrooccaass iinnddiirreettaass,, uummaa mmeerrccaaddoorriiaa qquuaallqquueerr éé eessccoollhhiiddaa

ccoommoo mmeeiioo ddee ttrrooccaa,, ppoorr ccoonnvveennççããoo ssoocciiaall.. bb)) ppaarraa qquuee uummaa mmeerrccaaddoorriiaa ssee mmaannttiivveessssee ppoorr lloonnggoo tteemmppoo ccoommoo ““mmooeeddaa””

eerraa iinnddiissppeennssáávveell qquuee ffoossssee eessccaassssaa,, nnããoo--ppeerreeccíívveell ee ppaassssíívveell ddee ddiivviissããoo;; cc)) ooss ssiisstteemmaass ddee ttrrooccaass ddiirreettaass ssããoo aaqquueelleess eemm qquuee ssee uuttiilliizzaamm

mmeerrccaaddoorriiaass ccoommoo mmooeeddaa;; dd)) eenntteennddee--ssee ccoommoo mmooeeddaa--ppaappeell ooss cceerrttiiffiiccaaddooss ddee ddeeppóóssiittooss eemmiittiiddooss ppeellaass

ccaassaass ddee ccuussttóóddiiaa ee qquuee ttiinnhhaamm llaassttrroo eemm mmeettaaiiss pprreecciioossooss,, ppaarrttiiccuullaarrmmeennttee eemm oouurroo;;

ee)) eenntteennddee--ssee ppoorr rreeccoonnvveerrssããoo ddee uumm cceerrttiiffiiccaaddoo ddee ddeeppóóssiittoo aa ssuuaa ttrrooccaa ppeelloo llaassttrroo mmeettáálliiccoo qquuee llhhee ddeeuu oorriiggeemm..

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33.. SSããoo ffoorrmmaass ddee mmooeeddaa eexxiisstteenntteess mmooddeerrnnaammeennttee,, eexxcceettoo:: aa)) ppaappeell--mmooeeddaa;; bb)) mmooeeddaa mmeettáálliiccaa;; cc)) mmooeeddaa--ppaappeell;; dd)) mmooeeddaa bbaannccáárriiaa oouu eessccrriittuurraall.. 44.. SSããoo ffuunnççõõeess ddaa mmooeeddaa,, eexxcceettoo::

aa)) rreesseerrvvaa ddee vvaalloorr;; bb)) iinntteerrmmeeddiiáárriiaa oouu mmeeiioo ddee ttrrooccaass;; cc)) sseerrvviirr ddee llaassttrroo ppaarraa oo ppaappeell--mmooeeddaa eemm cciirrccuullaaççããoo;; dd)) uunniiddaaddee ddee ccoonnttaa oouu ppaaddrrããoo ddee vvaalloorr..

55.. AA mmooeeddaa eessccrriittuurraall oouu bbaannccáárriiaa éé rreepprreesseennttaaddaa::

aa)) ppeellooss ddeeppóóssiittooss àà vviissttaa ddoo ppúúbblliiccoo nnooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss;; bb)) ppeelloo ttaallããoo ddee cchheeqquueess;; cc)) ppeellooss ddeeppóóssiittooss ddee ppoouuppaannççaa nnooss bbaannccooss;; dd)) ppeellooss ddeeppóóssiittooss aa pprraazzoo ee àà vviissttaa nnooss bbaannccooss;; ee)) ppoorr ttooddooss ooss aattiivvooss ffiinnaanncceeiirrooss aacceeiittooss ccoommoo mmeeiioo ddee ttrrooccaass..

66.. CCoomm rreellaaççããoo aaooss ccoonncceeiittooss mmoonneettáárriiooss,, eessttããoo ccoorrrreettaass aass aaffiirrmmaattiivvaass aabbaaiixxoo,,

eexxcceettoo:: aa)) oo ppaappeell--mmooeeddaa eemm cciirrccuullaaççããoo éé iigguuaall aaoo ppaappeell--mmooeeddaa eemm ppooddeerr ddoo

ppúúbblliiccoo mmaaiiss oo ddiinnhheeiirroo eemm ccaaiixxaa nnooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss;; bb)) oo ppaappeell--mmooeeddaa eemm ppooddeerr ddoo ppúúbblliiccoo éé iigguuaall aaoo ppaappeell--mmooeeddaa eemmiittiiddoo

mmeennooss ddiinnhheeiirroo eemm ccaaiixxaa ddoo BBaannccoo CCeennttrraall;; cc)) oo ppaappeell--mmooeeddaa eemmiittiiddoo éé iigguuaall aaoo ppaappeell--mmooeeddaa eemm cciirrccuullaaççããoo mmaaiiss oo

ddiinnhheeiirroo eemm ccaaiixxaa ddoo BBaannccoo CCeennttrraall;; dd)) oo ppaappeell--mmooeeddaa eemmiittiiddoo éé iigguuaall aaoo ppaappeell--mmooeeddaa eemm ppooddeerr ddoo ppúúbblliiccoo

mmaaiiss oo ddiinnhheeiirroo eemm ccaaiixxaa ddoo BBaannccoo CCeennttrraall ee eemm ccaaiixxaa ddooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss..

77.. SSããoo eexxpprreessssõõeess ssiinnôônniimmaass::

aa)) ppaappeell--mmooeeddaa ee mmooeeddaa--ppaappeell;; bb)) mmooeeddaa bbaannccáárriiaa ee mmooeeddaa eessccrriittuurraall;; cc)) mmooeeddaa iinnccoonnvveerrssíívveell ee mmooeeddaa bbaannccáárriiaa;; dd)) mmooeeddaa ffiidduucciiáárriiaa ee mmooeeddaa eessccrriittuurraall;; ee)) nneennhhuummaa ddaass aalltteerrnnaattiivvaass aanntteerriioorreess..

88.. AA eexxpprreessssããoo éé aa lliiqquuiiddeezz ppoorr eexxcceellêênncciiaa aapplliiccaa--ssee::

aa)) aappeennaass aaoo ppaappeell--mmooeeddaa ccoonnvveerrssíívveell eemm mmeettaaiiss pprreecciioossooss;; bb)) aappeennaass àà mmooeeddaa eessccrriittuurraall,, ppoorr rreepprreesseennttaarr ddeeppóóssiittooss àà vviissttaa nnoo ssiisstteemmaa

bbaannccáárriioo ccoommeerrcciiaall,, qquuee ppooddeemm sseerr rreettiirraaddooss aa qquuaallqquueerr iinnssttaannttee ee sseemm pprréévviioo aavviissoo;;

cc)) aaoo oouurroo,, úúnniiccoo aattiivvoo llííqquuiiddoo ppoorr eexxcceellêênncciiaa;; dd)) aaoo ppaappeell--mmooeeddaa,, ssiimmpplleessmmeennttee;; ee)) ppoorr ddeeffiinniiççããoo,, aa qquuaaiissqquueerr ffoorrmmaass ddee mmooeeddaa..

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99.. AA eexxpprreessssããoo qquuaassee--mmooeeddaa aapplliiccaa--ssee:: aa)) aa ttooddooss ooss aattiivvooss ffiinnaanncceeiirrooss;; bb)) aaooss aattiivvooss ffiinnaanncceeiirrooss nnããoo--mmoonneettáárriiooss,, ddee eelleevvaaddoo íínnddiiccee ddee lliiqquuiiddeezz;; cc)) ààss ffoorrmmaass pprriimmiittiivvaass ddee mmooeeddaass nnããoo--mmeettáálliiccaass;; dd)) ààss ffoorrmmaass ffiidduucciiáárriiaass ddee mmooeeddaass ddeessttiittuuííddaass ddee vvaalloorr lleeggaall;; ee)) nneennhhuummaa ddaass aalltteerrnnaattiivvaass aanntteerriioorreess..

1100.. OO ccoonncceeiittoo ccoonnvveenncciioonnaall ddee mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo éé ddaaddoo ppeellaa ssoommaa::

aa)) ddoo ppaappeell--mmooeeddaa ee ddaass mmooeeddaass mmeettáálliiccaass eemm ppooddeerr ddoo ppúúbblliiccoo ccoomm ooss ttííttuullooss ddee eemmiissssããoo ddoo TTeessoouurroo NNaacciioonnaall;;

bb)) ddooss ddeeppóóssiittooss àà vviissttaa ddoo ppúúbblliiccoo nnooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss,, ccoomm oo ppaappeell--mmooeeddaa eemm cciirrccuullaaççããoo ee ccoomm ttííttuullooss ddaa DDíívviiddaa PPúúbblliiccaa;;

cc)) ddoo ppaappeell--mmooeeddaa ee ddaass mmooeeddaass mmeettáálliiccaass eemm ppooddeerr ddoo ppúúbblliiccoo ccoomm ooss ddeeppóóssiittooss àà vviissttaa ddoo ppúúbblliiccoo nnooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss;;

dd)) ddoo ppaappeell--mmooeeddaa ccoomm aass mmooeeddaass mmeettáálliiccaass eemm cciirrccuullaaççããoo;; ee)) nneennhhuummaa ddaass aalltteerrnnaattiivvaass aanntteerriioorreess..

1111.. IIddeennttiiffiiqquuee aabbaaiixxoo aass ooppeerraaççõõeess ddee ccrriiaaççããoo ((CC)) ee ddee ddeessttrruuiiççããoo ((DD)) ddee mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo,, oouu nneennhhuummaa ddeessttaass aalltteerrnnaattiivvaass ((NN)):: aa)) (( )) OO ZZéé PPeerreeiirraa lleevvaa aaoo BBaannccoo PPooppuullaarr RR$$ 55..000000,,0000 ee eeffeettuuaa uumm

ddeeppóóssiittoo àà vviissttaa.. bb)) (( )) OO ZZéé PPaattrriioottaa pprreeffeerree eeffeettuuaarr ddeeppóóssiittoo àà vviissttaa nnoo BBaannccoo ddoo BBrraassiill.. cc)) (( )) JJáá aa MMaarriiaa CCllaarriinneettaa lleevvaa aaoo BBaannccoo CCllaarriimm RR$$ 1100..000000,,0000 ee eeffeettuuaa uumm

ddeeppóóssiittoo aa pprraazzoo.. dd)) (( )) OO BBaannccoo ooff LLoonnddoonn,, ccoomm sseeddee nnoo RRiioo,, ccoommpprraa ddoo ZZéé EExxppoorrtt ttooddaass aass

ssuuaass ccaammbbiiaaiiss nnoo vvaalloorr ddee UUSS$$ 110000.. ee)) (( )) OO BBaannccoo ooff NNeeww YYoorrkk,, ccoomm sseeddee eemm SSããoo PPaauulloo,, vveennddeeuu ccaammbbiiaaiiss nnoo

vvaalloorr ddee RR$$ 1100..000000,,0000 aaoo JJooaaqquuiimm IImmppoorrtt.. ff)) (( )) AA eemmpprreessaa ZZéé GGaalloo lleevvaa aaoo BBaannccoo GGaalliinnhheeiirroo uummaa dduupplliiccaattaa ppaarraa

ddeessccoonnttoo,, ddeeppoossiittaannddoo àà vviissttaa nnoo mmeessmmoo bbaannccoo oo ddiinnhheeiirroo rreecceebbiiddoo.. gg)) (( )) OO BBaannccoo CCoonnffiiaannttee ccoommpprraa ttííttuullooss ddaa ddíívviiddaa ppúúbblliiccaa ppoossssuuííddooss ppeellooss

IIrrmmããooss DDeessccoonnffiiaaddooss.. hh)) (( )) OO BBaannccoo MMoorraaddaa VVeellhhaa vveennddee uummaa ccaassaa aa PPeeddrroo SSeemmoorraaddaa,, rreecceebbeennddoo

oo ppaaggaammeennttoo àà vviissttaa eemm ddiinnhheeiirroo.. ii)) (( )) OO BBaannccoo SSeemmffrroonntteeiirraa aauummeennttaa sseeuu ccaappiittaall vveennddeennddoo aaççõõeess aaoo

ppúúbblliiccoo.. jj)) (( )) OO BBaannccoo CCeennttrraall rreeddeessccoonnttaa uummaa dduupplliiccaaddaa eemm ppooddeerr ddoo BBaannccoo

PPrroommiissssóórriioo,, eennttrreeggaannddoo ppaappeell--mmooeeddaa aa eessttee úúllttiimmoo.. kk)) (( )) AA UUnniiããoo ppaaggaa aaooss ccoonnssttrruuttoorreess ddaa FFeerrrroovviiaa ddaa MMaaddeeiirraa,, ssaaccaannddoo ssoobbrree

sseeuuss ddeeppóóssiittooss nnaass AAuuttoorriiddaaddeess MMoonneettáárriiaass..

1122.. SSuuppoonnhhaa qquuee oo ssiisstteemmaa mmoonneettáárriioo tteennhhaa aapprreesseennttaaddoo,, eemm ddeezzeemmbbrroo//22000044,, ooss sseegguuiinntteess ddaaddooss ((eemm RR$$ mmiillhhõõeess)):: -- ppaappeell--mmooeeddaa eemmiittiiddoo:: 440000 -- mmooeeddaa eessccrriittuurraall:: 660000 -- eennccaaiixxee eemm mmooeeddaa ddooss BBaannccooss CCoommeerrcciiaaiiss ((RR11)):: 6600

-- ddeemmaaiiss eennccaaiixxeess oouu rreesseerrvvaass ddooss BBaannccooss CCoommeerrcciiaaiiss:: 224400 -- mmooeeddaa eemm ccaaiixxaa ddaass AAuuttoorriiddaaddeess MMoonneettáárriiaass:: 4400

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CCoonnssiiddeerraannddoo eesstteess ddaaddooss,, oo ppaappeell--mmooeeddaa eemm cciirrccuullaaççããoo ee oo ppaappeell--mmooeeddaa

eemm ppooddeerr ddoo ppúúbblliiccoo ssããoo,, rreessppeeccttiivvaammeennttee:: aa)) 660000 ee 224400;; bb)) 336600 ee 330000;; cc)) 440000 ee 335500;; dd)) 334400 ee 228800;; ee)) 440000 ee 330000..

1133.. CCoomm bbaassee nnooss ddaaddooss ddaa qquueessttããoo 1122,, ppooddee--ssee aaffiirrmmaarr qquuee oo ttoottaall ddee mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo ((MM11)) ee aa BBaassee MMoonneettáárriiaa ssããoo,, rreessppeeccttiivvaammeennttee::

aa)) 990000 ee 660000;; bb)) 990000 ee 330000;; cc)) 559900 ee 889900;; dd)) 330000 ee 229900;; ee)) 660000 ee 660000..

1144.. AAiinnddaa ccoomm bbaassee nnooss ddaaddooss ddaa qquueessttããoo 1122,, oo mmuullttiipplliiccaaddoorr ddooss mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo sseerráá:: aa)) 22,,00;; bb)) 11,,00;; cc)) 11,,55;; dd)) 33,,00;; ee)) 22,,55..

1155.. SSuuppoonnddoo qquuee oo ppaappeell--mmooeeddaa eemm ppooddeerr ddoo ppúúbblliiccoo ((PPMMPPPP)) sseejjaa 2200%% ddoo

ttoottaall ddooss mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttooss ee qquuee oo ttoottaall ddee eennccaaiixxeess ((oouu rreesseerrvvaass)) bbaannccáárriiooss sseejjaa 2255%% ddooss ddeeppóóssiittooss àà vviissttaa,, eennttããoo oo mmuullttiipplliiccaaddoorr bbaannccáárriioo ddooss mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo sseerráá:: aa)) 22,,00;; bb)) 22,,55;; cc)) 33,,00;; dd)) 33,,55;; ee)) 44,,00..

1166.. NNoo BBrraassiill,, aa bbaassee mmoonneettáárriiaa ssee ccoommppõõee ddee::

aa)) ttoottaall ddoo ppaappeell--mmooeeddaa eemmiittiiddoo;; bb)) ppaappeell--mmooeeddaa eemm cciirrccuullaaççããoo mmaaiiss ddeeppóóssiittooss àà vviissttaa nnooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss;; cc)) ppaappeell--mmooeeddaa eemm ppooddeerr ddoo ppúúbblliiccoo mmaaiiss ddeeppóóssiittooss;; dd)) ppaappeell--mmooeeddaa eemm ppooddeerr ddoo ppúúbblliiccoo,, mmaaiiss eennccaaiixxee eemm mmooeeddaa ddooss bbaannccooss

ccoommeerrcciiaaiiss,, mmaaiiss ddeeppóóssiittooss vvoolluunnttáárriiooss ddooss bbaannccooss nnoo BBaannccoo CCeennttrraall ee mmaaiiss rreeccoollhhiimmeennttoo ccoommppuullssóórriioo;;

ee)) ppaappeell--mmooeeddaa eemm ppooddeerr ddoo ppúúbblliiccoo.. 1177.. AA ooffeerrttaa mmoonneettáárriiaa ((== mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo)) ddeevveerráá ssee eexxppaannddiirr ccaassoo

ooccoorrrraa uummaa ddaass ssiittuuaaççõõeess aabbaaiixxoo,, eexxcceettoo:: aa)) aauummeennttoo ddaass ooppeerraaççõõeess aattiivvaass ddoo BBaannccoo CCeennttrraall,, vviiaa rreessggaattee ddee ttííttuullooss

ppúúbblliiccooss ffeeddeerraaiiss;; bb)) rreedduuççããoo ddaa pprrooppoorrççããoo ddoo ppaappeell--mmooeeddaa eemm ppooddeerr ddoo ppúúbblliiccoo eemm rreellaaççããoo

aaoo ttoottaall ddooss mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo;; cc)) aauummeennttoo ddaa pprrooppoorrççããoo ddooss ddeeppóóssiittooss àà vviissttaa ddoo ppúúbblliiccoo nnooss bbaannccooss

ccoommeerrcciiaaiiss eemm rreellaaççããoo aaoo ttoottaall ddee mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo;; dd)) rreedduuççããoo ddaa rreellaaççããoo eennccaaiixxee//ddeeppóóssiittooss àà vviissttaa ddooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss;; ee)) aauummeennttoo ddaa ttaaxxaa ddee rreeccoollhhiimmeennttoo ccoommppuullssóórriioo ddooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss..

1188.. SSuuppoonnddoo qquuee oo ttoottaall ddee rreesseerrvvaass oouu eennccaaiixxeess bbaannccáárriiooss sseejjaa 4400%% ddooss

ddeeppóóssiittooss àà vviissttaa,, oo mmuullttiipplliiccaaddoorr bbaannccáárriioo ssiimmpplleess ddooss mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo eennttããoo éé:: aa)) 44,,00;; bb)) 33,,55;; cc)) 33,,00;; dd)) 22,,55;; ee)) 22,,00..

1199.. QQuuaannddoo oo BBaannccoo CCeennttrraall rreeaalliizzaa uummaa vveennddaa mmaacciiççaa ddee ttííttuullooss ppúúbblliiccooss

ffeeddeerraaiiss,, oo eeffeeiittoo eessppeerraaddoo éé::

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aa)) rreedduuççããoo ddooss mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo ee ddaa ttaaxxaa ddee jjuurrooss;; bb)) rreedduuççããoo ddooss mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo ee aauummeennttoo ddaass ttaaxxaass ddee jjuurrooss;; cc)) aauummeennttoo ddooss mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo ee ddaass ttaaxxaass ddee jjuurrooss;; dd)) aauummeennttoo ddooss mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo ee qquueeddaa ddaass ttaaxxaass ddee jjuurrooss..

2200.. SSããoo ffuunnççõõeess ttííppiiccaass ddoo BBaannccoo CCeennttrraall,, eexxcceettoo::

aa)) bbaannccoo ddooss bbaannccooss,, rreecceebbeennddoo rreeccoollhhiimmeennttooss ccoommppuullssóórriiooss ee eeffeettuuaannddoo eemmpprrééssttiimmooss ddee lliiqquuiiddeezz ((rreeddeessccoonnttoo));;

bb)) bbaannccoo eemmiissssoorr ddee mmooeeddaa;; cc)) aaggeennttee ddoo TTeessoouurroo NNaacciioonnaall;; dd)) ccaappttaaddoorr ddee ddeeppóóssiittoo ddee ppoouuppaannççaa;; ee)) ffiissccaalliizzaaddoorr ddoo SSiisstteemmaa FFiinnaanncceeiirroo NNaacciioonnaall..

2211.. OO ppaassssiivvoo mmoonneettáárriioo ddoo bbaallaanncceettee ccoonnssoolliiddaaddoo ddoo ssiisstteemmaa mmoonneettáárriioo éé

iigguuaall aa:: aa)) mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo ((MM11));;

bb)) bbaassee mmoonneettáárriiaa;; cc)) ppaappeell--mmooeeddaa eemm cciirrccuullaaççããoo;; dd)) rreesseerrvvaass bbaannccáárriiaass..

2222.. NNoo BBrraassiill,, aa bbaassee mmoonneettáárriiaa ccoommppõõee--ssee ddoo::

aa)) ttoottaall ddoo ddiinnhheeiirroo eemmiittiiddoo ppeelloo BBaannccoo CCeennttrraall;; bb)) ppaappeell--mmooeeddaa eemm ppooddeerr ddoo ppúúbblliiccoo mmaaiiss ooss ddeeppóóssiittooss àà vviissttaa ddoo ppúúbblliiccoo

nnooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss;; cc)) ppaappeell--mmooeeddaa eemm cciirrccuullaaççããoo,, mmaaiiss ooss ddeeppóóssiittooss vvoolluunnttáárriiooss ddooss bbaannccooss

ccoommeerrcciiaaiiss jjuunnttoo ààss aauuttoorriiddaaddeess mmoonneettáárriiaass,, mmaaiiss ooss rreeccoollhhiimmeennttooss ccoommppuullssóórriiooss ddooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss;;

dd)) ppaassssiivvoo nnããoo--mmoonneettáárriioo ddaass aauuttoorriiddaaddeess mmoonneettáárriiaass.. 2233.. OO ppaassssiivvoo mmoonneettáárriioo ddoo BBaannccoo CCeennttrraall éé iigguuaall aa:: aa)) RReesseerrvvaass bbaannccáárriiaass;; bb)) PPaappeell--mmooeeddaa eemmiittiiddoo;; cc)) MMeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo;; dd)) PPaappeell--mmooeeddaa eemm cciirrccuullaaççããoo;; ee)) BBaassee mmoonneettáárriiaa.. 2244.. OO ttoottaall ddee ooffeerrttaa mmoonneettáárriiaa éé iigguuaall aa::

aa)) ttoottaall ddee mmooeeddaa eemmiittiiddaa ppeelloo BBaannccoo CCeennttrraall;; bb)) bbaassee mmoonneettáárriiaa;; cc)) bbaassee mmoonneettáárriiaa ddiivviiddiiddaa ppeelloo mmuullttiipplliiccaaddoorr;; dd)) ppaappeell--mmooeeddaa eemm ppooddeerr ddoo ppúúbblliiccoo mmaaiiss ooss ddeeppóóssiittooss àà vviissttaa ddoo

ppúúbblliiccoo nnooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss.. 2255.. AA ooffeerrttaa mmoonneettáárriiaa ddeevveerráá ssee eexxppaannddiirr ccaassoo ooccoorrrraa uummaa ddaass ssiittuuaaççõõeess

aabbaaiixxoo,, eexxcceettoo:: aa)) aauummeennttoo ddaass ooppeerraaççõõeess aattiivvaass ddoo BBaannccoo CCeennttrraall vviiaa aauummeennttoo ddaa

eemmiissssããoo ;;

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bb)) rreedduuççããoo ddaa rreellaaççããoo eennccaaiixxee//ddeeppóóssiittooss àà vviissttaa ddooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss;;

cc)) aauummeennttoo ddaa pprrooppoorrççããoo ddooss ddeeppóóssiittooss àà vviissttaa ddoo ppúúbblliiccoo nnooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss eemm rreellaaççããoo aaoo ttoottaall ddee mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo;;

dd)) aauummeennttoo ddaa pprrooppoorrççããoo ddoo ppaappeell--mmooeeddaa eemm ppooddeerr ddoo ppúúbblliiccoo eemm rreellaaççããoo aaoo ttoottaall ddee mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo..

2266.. SSããoo iinnssttrruummeennttooss cclláássssiiccooss ddee ccoonnttrroollee mmoonneettáárriioo,, eexxcceettoo::

aa)) ooppeerraaççõõeess ddee rreeddeessccoonnttoo ddee lliiqquuiiddeezz;; bb)) ooppeerraaççõõeess ddee mmeerrccaaddoo aabbeerrttoo;; cc)) aa lliimmiittaaççããoo ddoo vvoolluummee ddee ppaappeell--mmooeeddaa eemm ppooddeerr ddoo ppúúbblliiccoo;; dd)) aa ffiixxaaççããoo ddaa ttaaxxaa ddee rreeccoollhhiimmeennttoo ccoommppuullssóórriioo ssoobbrree ooss ddeeppóóssiittooss

àà vviissttaa nnooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss.. 2277.. NNoo sseennttiiddoo rreessttrriittoo ddee iinnssttrruummeennttoo ddee ppoollííttiiccaa mmoonneettáárriiaa,, aass ooppeerraaççõõeess ddee

mmeerrccaaddoo aabbeerrttoo ccoonnssiisstteemm:: aa)) nnuumm mmeerrccaaddoo oonnddee ssããoo ttrraannssaacciioonnaaddooss ooss mmaaiiss ddiivveerrssooss ttííttuullooss

ppúúbblliiccooss ee bbaannccáárriiooss pprriivvaaddooss;; bb)) nnuumm mmeerrccaaddoo oonnddee ssããoo ttrraannssaacciioonnaaddooss ttííttuullooss ddee rreennttaabbiilliiddaaddee

nnããoo ffiixxaaddaa;; cc)) nnaa ccoommpprraa ee//oouu vveennddaa ddee ttííttuullooss ppúúbblliiccooss ffeeddeerraaiiss ppeelloo BBaannccoo

CCeennttrraall;; dd)) nnaa ccoommpprraa ee//oouu vveennddaa ddee ttííttuullooss ppúúbblliiccooss ffeeddeerraaiiss ee ttííttuullooss pprriivvaaddooss

ppeellooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss ee ppúúbblliiccoo eemm ggeerraall.. __________________ G A B A R I T O: 1. d; 2. c; 3. c; 4. c; 5. a; 6. b; 7. b; 8. d; 9. b; 10. c; 11. aN; bN; cD; dC; eD; fC; gC; hD; iD; jN; kN. 12. b; 13. a; 14. c; 15. b; 16. d; 17. e; 18. d; 19. b; 20. d; 21. a; 22. c; 23. e; 24. d; 25. d; 26. c; 27. c. ______________