Drogas de Abuso 01

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    CURSO DEDROGAS DE ABUSO

    (Lcitas e Ilcitas)

    MDULO I

    Ateno: O material deste mdulo est disponvel apenas como parmetro de estudos para estePrograma de Educao Continuada, proibida qualquer forma de comercializao do mesmo.Os crditos do contedo aqui contido dado a seus respectivos autores descritos nasreferncias bibliogrficas.

    Programa de EducaoContinuada a Distncia

    CURSO DEDROGAS DE ABUSO

    (Lcitas e Ilcitas)

    Aluno:

    Educao a Distncia: Parceria entre Portal Farmcia On-line, Conselho Regional de Farmcia e Sindicato dos

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    MDULO I

    HISTRICO

    O Uso indiscriminado das drogas de abuso (lcitas e ilcitas) um tema que est

    sempre em evidncia, seja nas escolas, em casa, no trabalho, na mdia. Abordaremos

    aqui vrios tpicos sobre este problema, que est desestabilizando as estruturas

    familiares, sociais e que precisa ser abordado de forma esclarecedora e sem

    preconceitos. Vamos iniciar nossos estudos falando um pouco sobre o histrico das

    drogas.

    H mais de 4.000 anos a. C. os Sumerianos (atual Ir), utilizavam a papoula de

    pio como a "planta da alegria", que traduzia o contato com os Deuses.

    Em 500 a. C o povo Cita (habitantes do Rio Danbio/Rio Volga - Europa Oriental),

    queimavam a maconha (cnhamo) em pedras aquecidas e inalavam os vapores dentro de

    suas barracas ou tendas. Na Antigidade, o lcool ou mais comumente o vinho, era

    conhecido como a ddiva de todos os deuses, sendo BACO o Deus do Vinho.

    Aproximadamente no ano de 1.500 o CACTUS PEYOTE era utilizado em cerimnias

    religiosas (no descobrimento da Amrica).

    O pio foi por muito tempo cultivado livremente por camponeses, por volta dosculo XVI, era usado como fonte de alvio de sua triste realidade sofredora.

    Na mesma poca, os espanhis utilizavam as drogas alucingenas como uma forma de

    auto-castigo, pois para este povo DROGA significa "DEMNIOS".

    Em 1776, o pio (morfina/anestsico) incentivado na guerra civil americana era utilizado

    para fornecer alvio dolorosa vida dos soldados.

    Em 1890, iniciou-se a livre comercializao do vinho, elaborado com extratos de

    coca e xaropes, com as mesmas composies. Em 1914, deu-se a proibio da livre2

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    negociao, com isto iniciou-se o Mercado Negro - ilcito (os Estados Unidos faturou cerca

    de 100 a 200 bilhes de dlares). Por volta de 1920, os Estados Unidos instauraram a

    "LEI SECA" - Proibio do comrcio de lcool - lei esta que prorrogou-se por 13 anos.

    Durante a 2 Grande Guerra Mundial, receitas de anfetaminas (estimulantes) eram

    utilizadas para combater a fadiga.

    Os Barbitricos/Hipnticos (ex: Gardenol) teve seu auge em 1950 "VIVA MELHOR

    COM A QUMICA" (Lema utilizado pelos laboratrios).

    Em 1960 foi o auge do LSD (a era dos cidos), muitos psiquiatras receitavam

    impiedosamente o consumo deste tipo de droga.

    Em 1970 proliferao da cocana e seus derivados, entre eles o "crack", e mais

    recentemente aparecendo o ecstasy, mais popular entre as classes mdia e alta.

    Na tabela abaixo mostramos a trajetria das substncias psicotrpicas ao longo

    dos sculos:

    Trajetria das Substncias Psicotrpicas

    5400 - 5000 A.C.Um jarro de cermica descoberto no norte do Ir, com resduos de vinhoresinado, considerado a mais antiga evidncia da produo de bebidaalcolica

    4000 A.C. Os chineses so, provavelmente um dos primeiros povos a usar a maconha.Fibras de cnhamo descobertas no pas datam dessa poca

    3500 A.C.Os sumrios, na Mesopotmia, so considerados o primeiro povo a usarpio. O nome dado por eles papoula pode ser traduzido como "flor doprazer"

    3000 A.C.

    A folha de coca costumeiramente mastigada na Amrica do Sul. A coca

    tida como um presente dos deuses

    2100 A.C. Mdicos sumrios receitam a cerveja para a cura de diversos males,segundo inscries em tabuletas de argila

    2000 A.C.Hindus, mesopotmios e gregos usam o cnhamo como planta medicinal.Na ndia, a maconha considerada um presente dos deuses, uma fonte deprazer e coragem

    100 A.C. Depois de sculos, o cnhamo cai em desuso na China e empregadoapenas como matria-prima para a produo de papel

    Sculo 11Hassan Bin Sabah funda a Ordem dos Haximxim, uma horda de guerreirosque recebia, em sua iniciao, uma grande quantidade de haxixe, a resinada Cannabis

    1492 O navegador Cristvo Colombo descobre os ndios usando tabaco durante

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    suas viagens ao Caribe

    Sculo 16 Amrico Vespcio faz na Europa os primeiros relatos sobre o uso da coca.

    Com a conquista das Amricas, os espanhis passam a taxar as plantaesSculo 16 Durante a expanso martima para o Oriente, os portugueses adotam a

    prtica de fumar pio

    1550 Jean Nicot, embaixador francs em Portugal, envia sementes de tabacopara Paris

    Sculo 17 O gim inventado na Holanda e sua popularizao na Inglaterra no sculo18 cria um grave problema social de alcoolismo

    Sculo 18 O cnhamo volta a ser usado no Ocidente, como planta medicinal. Algunsmdicos passam a us-lo no tratamento da asma, tosse e doenas nervosas

    Sculo 19 Surgem os charutos e cigarros. At ento, o tabaco era fumadoprincipalmente em cachimbos e aspirado na forma de rap

    1845 O pesquisador francs Moreau de Tours publica o primeiro estudo sobredrogas alucingenas, descrevendo seus efeitos sobre a percepo humana

    1850-1855 A coca passa a ser usada como uma forma de anestesia em operaes degarganta. A cocana extrada da planta pela primeira vez.

    1852 O botnico Richard Spruce identifica o cip Banisteriopsis caapi como amatria-prima de onde extrada a ayahuasca

    1874 Com a mistura de morfina e um cido fraco semelhante ao vinagre, aherona inventada na Inglaterra por C.R.A. Wright

    1874A prtica de fumar pio proibida em San Francisco (EUA). A Sociedadepara a Supresso do Comrcio do pio fundada na Inglaterra, e s quatroanos depois as primeiras leis contra o uso de pio so adotadas

    1884

    O uso anestsico da cocana popularizado na Europa. Dois anos depois,John Pemberton lana nos EUA uma beberagem contendo xarope decocana e cafena: a Coca-Cola. A cocana s seria retirada da frmula em1901

    1896 A mescalina, princpio ativo do peyote, isolada em laboratrio

    1898 A empresa farmacutica Bayer comea a produo comercial de herona,usada contra a tosse

    1905Cheirar cocana torna-se popular. Os primeiros casos mdicos de danosnasais por uso de cocana so relatados em 1910. Em 1942, o governo dosEUA estima em 5.000 as mortes relacionadas ao uso abusivo da droga

    1912 A indstria farmacutica alem Merck registra o MDMA (princpio ativo doecstasy) como redutor de apetite. A substncia, porm, no chega a sercomercializada.

    1914 A cocana banida dos EUA

    1930 Num movimento que comea nos Estados Unidos, a proibio da maconhaalcana praticamente todos os pases do Ocidente

    1943O qumico suo Albert Hofmann ingere, por acidente, uma dose de LSD-25,substncia que havia descoberto em 1938. Com isso, ele descobre osefeitos da mais potente droga alucingena

    1950-1960 Cientistas fazem as primeiras descobertas da relao do fumo com o cncerdo pulmo

    1953 O exrcito norte-americano realiza testes com ecstasy em animais. O

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    objetivo era investigar a utilidade do agente em uma guerra qumica1956 Os EUA banem todo e qualquer uso de herona

    1965 O LSD proibido nos EUA. Seus maiores defensores, como os americanosTimothy Leary e Ken Kesey, comeam a ser perseguidos

    1965 Alexander Shulgin sintetiza o MDMA em seu laboratrio. Ao mastig-lo,sente "leveza de esprito" e apresenta a droga a psicoterapeutas

    Anos 70O uso da cocana torna-se popular e passa a ser glamourizado. Nos anos80, o preo de 1 Kg de cocana cai de US$ 55 mil (1981) para US$ 25 mil(1984), o que contribui para sua disseminao

    1977 Incio da "Era de Ouro" do ecstasy. Terapeutas experimentais fazempesquisas em segredo para no chamar a ateno do governo

    Dcada de 80 Surge o crack , a cocana na forma de pedra. A droga, acessvel scamadas mais pobres da populao tem um alto poder de de pendncia

    1984 A Holanda libera a venda e consumo da maconha em estabelecimentosespecficos - os coffee shops

    1984 O uso recreativo do MDMA ganha as ruas. Um ano depois, a droga proibida nos EUA e inserida na categoria dos psicotrpicos mais perigosos

    2001 Os EUA do apoio financeiro de mais de US$ 2 bilhes ao combate aotrfico e produo de cocana na Colmbia

    2003O governo canadense anuncia que vai vender maconha para doentes emestado terminal. a primeira vez que um governo admite o plantio ecomercializao da droga

    Fonte: Revista Galileu Especial n3 - Agosto/2003

    O INCIO DA PROCURA PELAS DROGAS

    H algumas fases da vida em que as pessoas ficam mais expostas s drogas. Os

    adolescentes, curiosos e contestadores por natureza, so aqueles que mais

    experimentam drogas. Os adolescentes so leais aos amigos. Desse modo, curiosidade,

    contestao e lealdade so qualidades naturais do adolescente. Quando se juntam a um

    grupo que usa drogas, se sentem impelidos a experimentar tambm. Todos querem se

    sentir iguais, dividir as mesmas experincias, angustias e solucionarem juntos as suas

    dificuldades.

    Muitas pessoas iniciam ou aumentam o consumo de drogas em idades mais

    avanadas. o caso das mulheres que a partir dos quarenta anos vem seus filhos

    sarem de casa para estudar, trabalhar ou casar. Elas se sentem deprimidas e pensam

    que sua vida perdeu o sentido. Passam ento a tomar calmantes (benzodiazepnicos) e

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    acabam por se tornar dependentes destes. J os homens tendem a aumentar o consumo

    de lcool quando se tornam vivos ou se aposentam e experimentam o cio dentro de

    casa.

    Abaixo colocamos um belo trecho do artigo de Cid Martins Batista (scio do RC de

    Viosa/MG), sobre o porqu da procura das drogas pelo homem:

    ... a nica capaz de levar algum a usar drogas, o famigerado esprito grupal ou a

    identificao com os dolos. O jovem s consegue ingressar num grupo de maconheiros

    se ele tambm comear a usar maconha. Isto vale para a cocana, o crack, ou qualquer

    outra droga. interessante observar que o esprito grupal manifesta-se mais

    intensamente em relao aos dependentes do crack, porque em grupo eles se

    consideram mais protegidos, alm de ocorrer, quando necessrio, um emprstimo de

    droga entre eles. Outra causa capaz de levar algum a usar drogas a identificao com

    os dolos. Isto nos preocupa de maneira assustadora porque aumenta a cada dia o

    nmero de atletas, cantores, msicos e artistas do cinema e da televiso, que esto

    usando drogas. E eles passam para os fs a imagem do sucesso, da fama, da idolatria e

    da riqueza. Como sabido, os jovens procuram imitar os dolos em tudo que fazem,

    inclusive no uso das drogas. Ainda hoje, a mdia sensacionalista est explorando a tristeimagem do mais famoso jogador de futebol da dcada de 80, o fenomenal Maradona,

    vtima da cocana que j destruiu, segundo os mdicos que o atendem, dois teros de seu

    corao. Sua fotografia estampada nos jornais mostra, de maneira cruel, todo o estrago

    feito pela cocana no seu organismo. E nos perguntamos, por qu? Por que um jovem

    que teve o mundo a seus ps, que foi idolatrado, endeusado e rico, se aniquila usando tal

    droga?

    Por outro lado, duas ou trs causas juntas, como, por exemplo, curiosidade,desinformao e falta de perspectiva, transformam os jovens nas mais indefesas vtimas

    dos traficantes de drogas. Quem no gostaria de experimentar o xtase (a droga do

    amor), se algum lhe disser que esta droga aumenta seu desejo sexual, prolonga sua

    ereo, melhora sua aprendizagem na escola e no faz nenhum mal? Claro que tudo isso

    mentira. Mas e da? Curioso por natureza, desinformado por omisso de quem devia

    orient-lo e sem perspectiva de um futuro melhor, certamente ele ir experiment-la. E

    da ao vcio apenas questo de tempo.6

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    Drogas no escolhem vtimas

    O problema das drogas muito maior "do que a nossa v filosofia imagina" e no

    ser solucionado enquanto a sociedade no se conscientizar da sua importncia nesta

    luta, principalmente porque as drogas no escolhem vtimas, no respeitam classes

    sociais e nem mesmo se preocupam com o poder aquisitivo das pessoas. Simplesmente

    elas chegam e se apossam dos indivduos, que, salvo raras excees, tornam-se seus

    escravos. Para todos os que acham que seus filhos jamais sero atingidos pelas drogas,

    devo mencionar o provrbio chins que diz: "A chuva no cai apenas no telhado do

    vizinho, ela cai no nosso telhado tambm."

    Aceitando como verdade o que est escrito acima, e considerando o que disse

    Mariz de Oliveira no seu artigo "Os equvocos de sempre" (O Estado de S.Paulo,

    14.05.1991), a soluo do problema torna-se muito mais difcil numa sociedade em que o

    indivduo passou a ser valorizado pelo sucesso financeiro que conseguiu obter e pelo

    patrimnio que conseguiu amealhar. Assim, a substituio do Ser pelo Ter, inverteu a

    escala de valores sociais e morais. Atualmente, o indivduo vem sendo avaliado pelo que

    tem e no pelo que . A angstia gerada por esse contexto pode, e seguramente , uma

    das causas fundamentais do maior consumo de drogas, porque as pessoas procuram,com essa prtica, camuflar suas insatisfaes.

    indiscutvel que a sociedade gera, permanentemente, fatores crimingenos, que

    provocam reaes de efeitos diversos, dependendo do carter e da personalidade de

    cada um. Nem todo menor carente um infrator ou poder se tornar um marginal, em

    funo da misria e do abandono em que se encontra. No entanto, suas necessidades

    culturais e afetivas constituem um campo frtil a impulsion-lo para a marginalidade.

    Da, uma sociedade que passou a valorizar o Ter em detrimento do Ser, que sevangloria de tentar levar vantagem em tudo e aplaude e busca solues fora da lei,

    agindo de tal forma, e medida que volta as costas para os menos afortunados, somente

    provoca situaes de convite violncia e de estmulo criminalidade. Essas verdades

    incomodam, porque somos todos responsveis, desde o governo s elites dirigentes e,

    tambm, classe mdia, entregue aos prazeres dos pequenos delitos e adotando como

    valores morais os pregados na novela das 8 horas.

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    Embora de difcil soluo, porm no impossvel, devemos comear agora com

    dedicao, perseverana e competncia, tentar solucion-lo. Se no fomos ns que

    criamos tal problema, no adianta tambm ficar jogando a culpa no vizinho. Mesmo

    porque somente ele no o responsvel. O que importa agora no nos omitirmos, mas

    participarmos do mutiro que se prope a resolv-lo.

    A primeira etapa seria um processo educacional, comeando nas nossas casas e

    continuando nas escolas, onde os jovens teriam oportunidade de retomar antigos valores

    perdidos no tempo, tais como tica, moral e cidadania. Consolidados esses valores,

    dificilmente algum seria envolvido pelos prias da sociedade, os narcotraficantes,

    porque ele saberia neutralizar seus argumentos.

    Somente isto no resolveria o problema, mas seria o ponto de partida para vivermos os

    prximos anos em paz, harmonia e felicidade. Que Deus nos ajude...

    Os Professores Sollero T. C.S. e Amaral J.R. da Universidade Federal do Rio de

    Janeiro, enquadram as razes das pessoas utilizarem drogas em quatro grupos:

    1. Para reduzir sentimentos desagradveis de angstia e depresso. Estes sentimentos

    seriam :

    Gerais, decorrentes da prpria condio humana. A angstia do ser humano

    diante da vida foi muito bem descrita pelos filsofos da corrente

    existencialista. Para eles o ser humano, sem saber porqu e para que,

    jogado no mundo hostil ou indiferente. Durante sua vida o ser humano

    permanentemente ameaado pelo aniquilamento, confrontado com o

    absurdo, tendo apenas uma certeza em relao ao seu futuro a sua

    inevitvel morte, que ocorrer em data e condies desconhecidas. Deacordo com os conceitos existencialistas poderamos, pois, definir a vida

    como uma aventura trgica, absurda e ilgica, que sempre termina em

    morte. Considerando a situao existencial do homem alguns autores

    afirmam que no de se estranhar que ele se angustie e sim que ele se

    angustie to pouco.

    Especficas, prprias de cada indivduo originadas por experincias

    traumticas ou condies patolgicas. Constituiriam exemplos o uso de8

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    drogas por veteranos de guerras ou por pessoas com fobia social ou

    depresso.

    2. Para exaltar sensaes corporais e provocar gratificaes sensoriais de natureza

    esttica e, especialmente, erticas. Dizem os usurios de drogas que a msica soa

    melhor, as cores so mais brilhantes e o orgasmo se torna mais intenso, durante o uso de

    sua droga preferida.

    3. Para aumentar rendimentos psicofsicos, reduzindo sensaes corporais

    desagradveis, como dor, insnia, cansao ou superando necessidades fisiolgicas como

    o sono e a fome. Durante o imprio Inca a folha de coca era mascada por mensageiros e

    carregadores para aumentar sua resistncia e velocidade.

    freqente o uso de anfetaminas por choferes de caminho que desejam encurtar

    a durao de suas viagem. Um exemplo curioso foi o caso de um psicopata, visto por um

    de ns, internado por intoxicao anfetamnica. Empregado de um traficante de drogas,

    este rapaz passara a usar os anfetamnicos para permanecer mais tempo acordado e

    poder vender mais drogas, ganhando assim o reconhecimento de seu chefe. Dorescrnicas e insnia persistente constituem causas bem reconhecidas de abuso de

    analgsicos e hipnticos diversos.

    4. Como meio de transcender as limitaes do corpo e o jugo da espao-temporalidade,

    unindo-se realidade por trs de todos os fenmenos ou, mais limitadamente, a alguma

    entidade espiritual qualquer, capaz de conferir-lhe, pelo menos temporariamente, poderes

    especiais.So bem conhecidos os relatos de uso de cactos e fungos por diversas naes

    indgenas, em ocasies especiais, como uma forma de unir-se a seus deuses ou

    antepassados. Tambm documentados esto o uso de drogas pelos shamans durante

    suas atividades curativas e a ingesto de lcool por mdiuns possuidos por entidades

    espirituais nos rituais de cultos afroamericanos. Comumente nestes casos o uso das

    drogas faz-se somente em situaes bem definidas, culturalmente aceitas e

    reconhecidas, no comprometendo o desempenho social das pessoas. Por outro lado,9

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    muitos usurios de drogas, como por exemplo alguns hippies dos anos 60, procuraram

    em drogas diversas (principalmente alucingenos) um substituto para experincias

    religiosas.

    O NARCOTRFICO

    Baptista G.C (2001) cita que o Brasil , nos dias de hoje, o maior corredor de

    passagem de drogas do mundo. Com algumas poucas excees de esforos policiais

    localizados, no observa-se, nacionalmente, uma poltica efetiva de combate ao

    narcotrfico. Os problemas so resolvidos medida em que eles, sem o devido

    questionamento acerca dos objetivos das polticas adotadas. A Amaznia, a ttulo de

    exemplo, tradicionalmente lembrada nas salas de aula pelos seus recursos naturais. Ela

    se notabiliza pela primazia entre os maiores sistemas biolgicos, rios, bacias

    sedimentares e florestas do mundo (Branco, 1989). A nova ordem mundial, entretanto,

    com o final da diviso das naes em dois blocos antagnicos, mostrou uma alterao

    neste quadro. Neste contexto, a Amaznia, juntamente com os pases que a compe

    (Brasil, Bolvia, Peru, Equador, Colmbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana

    Francesa) continuam sendo temas em inmeros debates acerca do meio-ambiente, mas

    tambm esto relacionados a um flagelo que cada vez mais dita as diretrizes das relaes

    geopolticas desta regio o narcotrfico (Procpio, 1999).

    Pode-se dizer que desde a dcada de oitenta o narcotrfico o negcio mais

    lucrativo do planeta (Magalhes, 2000; Procpio, 1999). Segundo estimativas da ONU,

    movimenta mais de quatrocentos bilhes de dlares por ano, o que significa cerca de 8%

    do comrcio internacional. Isto se deve ao fato de o carter ilcito do narcotrfico permitir

    uma diferena colossal entre o preo das matrias primas e o do entorpecente que chega

    ao consumidor final. No caso da cocana, por exemplo, a folha deste narctico vale cerca

    de US$ 2,50 o quilo, na Bolvia e na Colmbia. Transformado em cocana, o quilo passa a

    valer US$ 1.500,00. Ela chega ao narcotraficante norte-americano por US$25.000,00,

    que, por sua vez, a revende ao consumidor final por um preo proporcional a US$

    110.000,00 (Magalhes, 2000).

    10Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    Conforme ressaltou-se no "Relatrio da Comisso Parlamentar de Inqurito

    destinada a Investigar o avano e a impunidade do Narcotrfico" (Brasil, 2000a), a

    lucratividade tornou o comrcio ilegal de narcticos altamente eficiente, constituindo a

    diviso mais lucrativa das vastas redes do crime organizado, customeiramente

    denominadas "mfias". Estas organizaes mantm uma ampla gama de outras

    atividades criminosas, incluindo-se a o contrabando de armas, a lavagem de dinheiro, a

    prostituio adulta e infantil, o roubo de carros e de cargas, dentre outros. Para acobertar

    ou fornecer apoio operacional a suas aes, seus membros cometem uma infinidade de

    delitos, como subornos, extorses, homicdios, tortura, estelionato, lavagem de dinheiro,

    roubos, apoio a guerrilhas, controle poltico de reas e territrios por meio de

    organizaes paramilitares. interessante observar que, como resultado disso, as mfias

    buscam incorporar a sua rea de influncia policiais, magistrados, polticos, e outras

    autoridades - e com isto efetivamente chegando ao poder em alguns pases (Procpio,

    1999; Brasil, 2000a).

    Ainda conforme Baptista G.C (2001), mfias de inmeros pases, como as italianas

    (Cosa Nostra, Camorra, Ndranghetta), americanas (La Cosa Nostra), os crteiscolombianos, japonesas (Yakuza), russas, chinesas (Trades) e as incipientes

    organizaes criminosas brasileiras (Comando Vermelho, Terceiro Comando, PCC)

    recrudesceram nas ltimas duas dcadas em grande parte devido aos lucros obtidos com

    a globalizao do narcotrfico. Isto as tornou progressivamente mais complexas, fazendo

    com que suas estruturas hierrquicas se assemelhassem a de empresas multinacionais.

    Conseqentemente, estas grupos se associaram e passaram a dividir funes com o

    objetivo de ampliar seus ganhos. Uma intricada economia subterrnea foi formada,

    permitindo-lhes, em qualquer parte do mundo, o acesso a diversos tipos de armas, de

    drogas, de meios de transporte e de comunicao, e a remessa de seus lucros para

    "parasos fiscais" (Procpio, 1999; Magalhes, 2000).

    Existe um grande nmero de adolescentes entre 15 e 17 anos de idade envolvido

    em atividades criminosas, e um aumento progressivo na quantidade de crianas entre 13

    e 17 anos de idade envolvidas em esquemas de narcotrfico. importante salientar,

    entretanto, que o que os dados sugerem, e vrios pesquisadores confirmam, que a11

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    idade das crianas empregadas pelo comrcio de drogas est diminuindo, o que

    preocupante.

    A determinao do motivo pelo qual uma criana entra ou no para o trfico

    somente pode ser analisada por meio de uma combinao de diversos fatores. Assim, o

    curso das vidas de indivduos de diversos grupos sociais determinado com base nas

    influncias recprocas dos atributos subjetivos pessoais e os da rede social qual eles

    pertencem. Fazendo parte de determinadas redes sociais tanto famlia, vizinhana,

    igreja, escola, etc. a forma singular pela qual um indivduo se relaciona com diversos

    grupos e com sua prpria experincia so as variveis que podem melhor levar algum a

    entender porque uma criana ser cooptada pelo trfico enquanto seu irmo ou irm

    prosseguiro como trabalhadores. Os pontos de vista sobre porque as crianas no

    ingressam no narcotrfico reforam esta premissa.

    De um modo bastante sinttico, pode-se dizer que as atividades que envolvem o

    narcotrfico compreendem: a) produo; b) transporte pas produtor pas de trnsito; c)

    transporte pas de trnsito pas consumidor; d) distribuio; e) venda ao consumidor

    final; f) lavagem do dinheiro. O Brasil hoje o principal pas de trnsito da cocana que

    levada para os Estados Unidos e, segundo diversos autores, o segundo maior consumidorde entorpecentes do planeta (Procpio, 1999; Magalhes, 2000). Isto se relaciona ao fato

    da fronteira brasileira ser notoriamente extensa e desguarnecida, o que faz com que os

    entorpecentes entrem no territrio nacional tanto pelo Par, quanto pelo Amazonas,

    Roraima, Acre, Rondnia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paran (Magalhes, 2000;

    Brasil, 2000a).

    Segundo Procpio (1999), enquanto os governos dos demais pases amaznicos

    colocam em destaque o tpico do combate ao narcotrfico em suas polticas externas, o

    governo brasileiro permanece alheio ao assunto. Este fato agravado pois, conforme

    ressaltou-se no relatrio da CPI do Narcotrfico (2000a), "o Brasil encontra-se totalmente

    despreparado para enfrentar o crime organizado; na verdade, sequer existe conscincia

    da verdadeira natureza e dimenso do problema".

    Quem quem no trfico

    12Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    - Soldado: o traficante que anda armado dentro da favela e protege as bocas-de-fumo.

    Ele mora no morro

    - Boca-de-fumo: o local dentro do morro ou da favela onde os traficantes passam a

    droga para os distribuidores

    - Vapor: o morador do morro que vende a droga na boca-de-fumo. Ele tambm faz

    entregas na estica

    - Estica: um posto avanado das bocas-de-fumo da favela no asfalto. Os moradores das

    redondezas ficam na estica e revendem a droga vinda do morro

    - Formiguinha: o microtraficante que compra pequenas quantidades e revende aos

    amigos nos bares, academias e escolas. Com o pequeno lucro, custeia o prprio vcio

    - Disque-drogas: o servio bancado pelo traficante autnomo, que compra nos morros

    boas quantidades, com maior grau de pureza. Ele entrega o produto por meio de

    motoboys e entregadores de pizza

    - Quiosques: alm de gua-de-coco e refrigerantes, vendem entorpecentes e servem de

    ponto de contato entre os consumidores e os formiguinhas

    - Fume-txi: motoristas de txi de fachada utilizam os carros para entregar drogas em

    pontos chiques da cidade

    ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES

    Abuso: Caracteriza-se pela forma inadequada de consumir alguma substncia qumica.

    Alcalides: Qualquer das substncias de um extenso grupo encontrado nos vegetais,

    com pronunciada ao fisiolgica sobre os animais.

    lcool Etlico: Ou simplesmente lcool, uma droga psicotrpica que atua no sistema

    nervoso central, provocando mudanas de comportamento em quem o consome e, no

    raro, Dependncia Qumica. Tem seu consumo admitido e at incentivado pela

    sociedade, sendo proibido, todavia, em alguns pases por questes religiosas. Sua

    aceitao social concorre fundamentalmente para que seja encarado de forma diferente

    das demais drogas. Alm dos inmeros acidentes de trnsito e da violncia, sobretudo

    domstica, associada a episdios de embriaguez, o consumo de lcool a longo prazo,

    13Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    dependendo da dose, freqncia e circunstncias, pode provocar estados demenciais e a

    morte. Assim, o consumo do lcool um grave problema de sade pblica, acarretando

    altos custos e grandes danos para a sociedade.

    Alcoolismo: uma doena progressiva, incurvel e que pode levar morte. Ela no faz

    distino entre classe social, idade, cor, condio tnica, nvel cultural e financeiro. Como

    qualquer outra doena, necessita de tratamento, envolvendo o alcolatra e todas as

    pessoas que se relacionam com o mesmo.

    Alucingenos: Drogas que "geram" alucinaes. Alucinao significa percepo sem

    objeto; isto , a pessoa percebe coisas sem que elas existam, ouve sons imaginrios. As

    alucinaes podem aparecer espontaneamente no ser humano em casos de psicoses (ex.

    esquizofrenia) ou podem ocorrer em pessoas normais, ao usarem drogas alucingenas.

    Grande nmero de drogas alucingenas vm da natureza, principalmente de plantas. So

    conhecidas h centenas de anos e algumas so consideradas como "plantas divinas", isto

    , que faziam com que quem as ingerisse recebesse mensagens divinas. Assim, at hoje

    em algumas culturas o uso destas plantas alucingenas tem este significado religioso.

    Alguns autores tambm as chamam de psicodlicas.

    Alucingenos Primrios: Agem em doses muito pequenas e praticamente s atingem o

    crebro, quase no alterando portanto, qualquer outra funo do corpo da pessoa: so os

    alucingenos propriamente ditos.

    Alucingenos Secundrios: Drogas que alm de atuar no crebro, produzindo efeitos

    mentais, tambm afetam de maneira importante vrias outras funes. Exemplos: a

    Datura, uma planta conhecida no Brasil sob vrios nomes populares e o remdio Artane

    (sinttico).

    Anabolizantes: Substncia geralmente sinttica que estimula o crescimento da massa

    muscular.

    Analgsico: Sedativo que capaz de diminuir a dor.

    14Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    Anfetaminas: Drogas estimulantes da atividade do sistema nervoso central, deixando as

    pessoas "ligadas" , ou com "menos sono". As anfetaminas so drogas sintticas,

    fabricadas em laboratrio. No so, portanto, produtos naturais. Existem vrias drogas

    sintticas que pertencem ao grupo das anfetaminas, algumas delas inclusive so

    comercializadas sob a forma de remdio. Os motoristas de caminho que as utilizam para

    dirigir por vrias horas as chamam de "rebite". Tambm so conhecidas como "bolinhas".

    Entre outros efeitos, podem causar insnia, taquicardia e agressividade.

    Ansioltico: Medicamento que exerce a sua ao, predominantemente, sobre estados

    exagerados de ansiedade e tenso nervosa, sem ter ao hipntica direta, podendocontudo, dependendo da dose administrada e do paciente, ter efeito hipntico.

    Anticolinrgicos: Substncias que bloqueiam a ao de nervos parassimpticos. Drogas

    capazes de, em doses elevadas, alm dos efeitos no nosso corpo, alterar as nossas

    funes psquicas. Drogas que produzem efeitos colinrgicos: a planta Trombeteira ou

    Lrio e o medicamento Artane.

    Antiepilpticas: Drogas capazes de acalmar o crebro hiperexcitado dos epilpticos,prevenindo as convulses destes doentes.

    Barbitricos: Substncias psicoativas sintticas, utilizadas farmacologicamente como

    medicao quando se desejam efeitos depressores, j que so capazes de diminuir a

    atividade em vrias reas do crebro, provocando, sonolncia e relaxamento. Estas

    drogas foram descobertas no comeo do sculo XX e como curiosidade conta-se que o

    qumico europeu que fez a sntese de uma delas pela primeira vez foi comemorar num

    bar. L, encantou-se com a garonete, que se chamava Brbara. Num acesso de

    entusiasmo, deu ao composto recm-descoberto o nome de barbitrico.

    Benzina: Inalante com utilizaes diversas, seja industrialmente ou mesmo em uso

    domstico, principalmente como solvente ou tira-manchas.

    Cnhamo: Planta herbcea, da famlia das canabidceas, amplamente cultivada em

    diversas partes do mundo. As folhas das plantas femininas segregam uma resina, a partir15

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    como o caso da cocana p, e por no ser solvel em gua tambm no pode ser

    injetado. Para passar do estado slido ao de vapor quando aquecido, o crack necessita

    de uma temperatura relativamente baixa (95 C) o mesmo ocorrendo com a merla, ao

    passo que o "p" necessita de 195 C, por esse motivo o crack e a merla podem ser

    fumados e o "p" no.

    Datura: Planta alucingena, conhecida no Brasil sob vrios nomes, entre os quais

    Trombeta e Lrio.

    Dependncia Fsica: Situao em que o usurio apresenta problemas orgnicos

    decorrentes da falta da substncia.

    Dependncia Psquica: Desejo compulsivo de usar a droga regularmente, por seus

    efeitos psicotrpicos.

    Dependncia Qumica: caracteriza-se por um desejo incontrolvel (compulso) de

    consumir uma substncia, que tanto pode ser o lcool, quanto o cigarro, a maconha, a

    cocana, etc, havendo persistncia no uso, apesar das conseqncias danosas seremevidentes. A Dependncia Qumica hoje, uma doena catalogada pela Organizao

    Mundial de Sade.

    Dimorfinas: Cada um de um grupo de peptdeos opiides encontrados no sistema

    nervoso, tanto central quanto perifrico.

    Droga: toda e qualquer substncia, natural ou sinttica que, introduzida no organismo

    modifica suas funes. As drogas naturais so obtidas atravs de determinadasplantas,de animais e de alguns minerais. Exemplo a cafena (do caf), a nicotina

    (presente no tabaco), o pio (na papoula) e o THC tetrahidrocanabiol (da maconha). As

    drogas sintticas so fabricadas em laboratrio, exigindo para isso tcnicas especiais. O

    termo droga, presta-se a vrias interpretaes, mas comumente suscita a idia de uma

    substncia proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivduo, modificando-lhe as funes, as

    sensaes, o humor e o comportamento. As drogas esto classificadas em trs

    categorias: as estimulantes, os depressores e os perturbadores das atividades mentais. O17

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    termo droga envolve os analgsicos, estimulantes, alucingenos, tranquilizantes e

    barbitricos, alm do lcool e substncias volteis. As psicotrpicas, so as drogas que

    tem tropismo e afetam o Sistema Nervoso Central, modificando as atividades psquicas e

    o comportamento. Essas drogas podem ser absorvidas de vrias formas: por injeo, por

    inalao, via oral, injeo intravenosa ou aplicadas via retal (supositrio).

    Encefalinas: Cada unidade de um par de pentapeptdeos que tm funo como

    neurotransmissor.

    Endorfinas: Certos peptdeos que ocorrem no crebro e em outros tecidos, capazes deproduzir efeitos semelhantes ao da morfina.

    Epadu: Nome dado pelos ndios brasileiros cocana.

    xtase: Ou Ecstasy, como conhecida em ingls, ou metilenodioximetanfetamina

    (MDMA), uma droga produzida sinteticamente com intensa atividade psicotrpica e

    vendida de forma ilcita como comprimidos de forma e cor variveis. Normalmente, em

    sua forma pura, um p branco cristalino e usualmente vendido como drgeas ou emcpsulas, sendo ilegal na maioria dos pases. Potencializa os sistemas nervosos central e

    perifrico, devido ao aumento na produo do neurotransmissor acetilcolina. Os principais

    efeitos mentais que o MDMA provoca devem-se sua interferncia no sistema serotonina

    (ou 5-HT). o mesmo stio ativado por drogas psicodlicas.

    Gamma: O Gamma Hidroxibutirato (GHB), tambm conhecido como lquido X e "leso

    corporal grave" (trocadilho com a sigla GHB em ingles --> "grievous bodily harm"), um

    depressor do sistema nervoso central, cujo abuso decorrente de sua caracterstica de

    produzir estados de euforia e alucinaes, sua alegada capacidade de liberar um

    hormnio de crescimento e estimular o desenvolvimento muscular. O GHB pode produzir

    sonolncia, vertigens e tonteiras, nusea, estado de inconscincia, ataques, profundas

    depresses respiratrias e at coma. encontrado em forma lquida ou sob a forma de

    um p branco.

    18Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    Haxixe: Resina extrada das folhas e das inflorescncias do cnhamo, mascado ou

    fumado, de uso comum no oriente e de efeitos estupefacientes.

    Herona: Alcalide obtido pela ao do anidrido actico sobre a morfina, com ao

    fisiolgica mais acentuada e poderosa que esta.

    Hiperemia: Superabundncia de sangue em qualquer parte do corpo.

    Hipntico ou sonfero: Sedativo capaz de afastar a insnia, produzindo o sono.

    Ice: Palavra em ingls que significa "gelo", designando vulgarmente a metanfetamina (umtipo de anfetamina). Nos EUA, tem sido muito consumida fumada em cachimbos.

    Inalantes: Assim so conhecidas genericamente as substncias qumicas de uso

    industrial, comercial e domstico, altamente volteis em contato com o meio externo, que

    provocam efeitos psicossomticos em quem as utilizam como drogas. Seu uso causa

    dependncia qumica. Em altas doses podem causar queda de presso arterial,

    diminuio da respirao e dos batimentos cardacos, podendo levar morte. O uso

    constante causa problemas nos rins e podem arruinar os neurnios. Principais exemplos:

    cola de sapateiro, esmalte, benzina, lana-perfume, etc.

    Ketamina: A Ketamina um anestsico dissociativo, desenvolvido em meados da dcada

    de 60, usada inicialmente com finalidades veterinrias provocando efeitos psicodlicos,

    no sendo depressora da respirao ou da circulao. A Ketamina usada com fins

    recreativos primariamente sob a forma de um p branco cheirado e para fins terapeuticos

    e psicodlicos, ela freqentemente injetada por via intra-muscular. Seus efeitos variam(em pequenas doses) de um suave entorpecimento, pensamento areo, tendncia a

    tropear, movimentos desajeitados ou 'robticos', sensaes atrasadas ou reduzidas,

    vertigem, algumas vezes sensaes erticas e aumento de sociabilidade. A Ketamina

    tambm conhecida por ser mais viciante psicologicamente que a maior parte das

    substncias psicodlicas.

    19Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    Lana-Perfume: Inalante que tem sua utilizao associada principalmente ao Carnaval,

    poca quando costuma ter larga utilizao, havendo registros de seu uso desde os

    carnavais do incio do sculo.

    LSD: Ou cido Lisrgico, so substncias alucingenas que foram sintetizadas em

    laboratrio e dos quais o LSD-25 o mais representativo. A curiosidade a respeito que

    sua sigla advm da msica "Lucy in the Sky with Diamonds", dos Beatles, numa poca

    em que eles faziam uso da substncia.

    Maconha: Composto obtido da planta Cannabis Sativa, normalmente fumada sob a forma

    de cigarros feitos a mo (baseados). Produzida a partir das folhas e inflorescncias,

    dessecadas e trituradas do cnhamo e usada como droga alucingena, causando

    excitao seguida de relaxamento, euforia, problemas com o tempo e o espao,

    taquicardia, olhos avermelhados, diminuio dos reflexos e prejuzo da ateno e

    memria recente.

    Merla: Pasta base da cocana, preparada de forma diferente do crack, sendo tambm

    fumada. Enquanto o crack ganhou popularidade em So Paulo, Braslia foi a cidade vtimada merla. Pesquisa recente mostra que mais de 50% dos usurios de drogas da Capital

    Federal fazem uso de merla e apenas 2% de crack. Tambm conhecida como mela, mel

    ou melado. Por apresentar um aspecto de "pasta", a merla no pode ser transformada

    num p fino, no podendo, portanto ser aspirada como o caso da cocana p, e por no

    ser solvel em gua tambm no pode ser injetada. Veja tambm Cocana.

    Meperidina: Substncia sinttica, com efeitos semelhantes morfina, usada sob a forma

    de sal do cido clordrico;

    Mescalina: Alcalide alucingeno encontrado em certas espcies de cactus.

    Metadona: Substncia sinttica, usada como sedativo e no tratamento de dependentes

    em morfina, pois alivia a sndrome de abstinncia.

    20Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    Morfina: O principal e mais ativo alcalide obtido do pio, branco, cristalino, usado como

    sedativo. Inicialmente foi utilizado na guerra por soldados feridos para alvio de dores

    originadas pelos ferimentos.

    Narcticos: pio e seus derivados (herona, morfina, codena), extrato de papoula ou

    quaisquer produtos sintticos obtidos em laboratrio que causam sensao de leveza e

    prazer, sonolncia, amnsia, analgesia, dilatao da pupila e presso arterial alta, entre

    outros efeitos.

    Neurotransmissores: Molculas que transmitem sinais qumicos entre os neurnios.

    Nicotina: Alcalide existente nas folhas de tabaco, lquido, incolor e venenoso, presente

    nos cigarros. Veja tambm Tabaco.

    Oligospermia: Escassez de espermatozides no smen.

    pio: Substncia extrada dos frutos imaturos de vrias espcies de papoula, utilizado

    como narctico.

    Opiides: Qualquer substncia, sinttica ou no, com ao semelhante do pio, mas

    que no derive dele.

    Opiide endgeno: Qualquer substncia de um grupo de peptdeos existentes

    naturalmente que se ligam a receptores de opiceo de membranas celulares, ou neles

    influem de outra forma; podem ter ao semelhante ou antagnica de opiceo. O grupo

    compreende dimorfinas, endorfinas e encefalinas.

    Overdose: Consumo excessivo de algumas drogas que pode levar morte.

    Papoula: Planta herbcea da famlia das papaverceas, da qual se obtm o pio;

    Peptdeos: Qualquer substncia formada por dois ou mais aminocidos unidos por

    ligaes peptdicas.

    21Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

  • 8/7/2019 Drogas de Abuso 01

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    Peyote: Cactus que contm a mescalina, encontrado numa regio restrita do Mxico,

    originalmente utilizada pelos ndios em cerimnias religiosas. Normalmente consumido

    sob a forma de pedaos secos de seu topo.

    Psicodlicas: A palavra Psicodlico vem do grego (psico = mente e delos = expanso) e

    utilizada quando a pessoa apresenta alucinaes e delrios em certas doenas mentais

    ou por ao de drogas. Veja tambm Alucingenos.

    Psicoticomimticas: Drogas assim chamadas por "mimetizarem" um dos mais evidentes

    sintomas das psicoses - as alucinaes. Veja tambm Alucingenos.

    Psicotrpicos: Substncias que agem sobre o psiquismo, seja agindo como calmantes

    ou como estimulantes.

    Psilocibina: Alcalide alucingeno encontrado em certos cogumelos.

    Skank: Supermaconha produzida em laboratrio por processos industriais, com nveis de

    THC mais elevados que a maconha comum. O skank tem efeito at 10 vezes mais forte

    que o da maconha e custa quase o dobro do ouro. Tem cotao em dlar e se tornou uma

    das drogas preferidas entre os jovens mais ricos. Normalmente importado da Holanda

    para o Brasil.

    Sedativos: o nome que se d aos medicamentos capazes de diminuir a atividade do

    crebro, principalmente quando num estado de excitao acima do normal. O termo

    sedativo sinnimo de calmante ou sedante. Veja tambm Hipnticos, Ansiolticos,

    Antiepilpticas e Analgsicos.

    Sndrome de abstinncia: Sintomas desagradveis apresentados pelo dependente aps

    ter ficado algumas horas sem usar a substncia na qual viciado.

    Tabaco: Extrato da folha do fumo, sob a forma de cigarros, charuto ou simplesmente o

    fumo mascado. Estimulante, causa uma sensao de prazer e reduz o apetite. Seu uso

    prolongado provoca problemas circulatrios, cardacos e pulmonares. Uma das maiores

    22Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    causas de cncer de pulmo, bexiga, prstata e boca. Aumenta exponencialmente o risco

    de aborto e parto prematuro. Mulheres que fumam durante a gravidez aumentam as

    chances de gerarem filhos com peso abaixo do normal.

    Tensioltico: Veja Ansiolticos

    Tetraidrocanabinol: Substncia fenlica, encontrada nas folhas e flores da maconha e

    principal responsvel pelos efeitos - narctico, alucingeno e antiemtico - causados pelo

    consumo desta; THC.

    Tranquilizantes: Veja Ansiolticos

    THC: Ver tetrahidrocanabinol.

    Uso: Utilizao adequada de alguma substncia qumica sob orientao mdica.

    Vitamina K: Veja Ketamina

    Xarope: Composto farmacutico, originalmente utilizado para alvio da tosse. Algumas

    dessas formulaes, por conter codena e pela sua facilidade de obteno em farmcias,

    so utilizadas como narcticos.

    Xerostomia: Secura excessiva da boca.

    Abaixo trazemos algumas linguagem tpicas utilizadas no mundo das drogas:

    A

    - cido - LSD (cido lisrgico)

    - Acochar - apertar o cigarro de maconha

    - Apagar - entregar-se, etorpecer

    - Arpo - seringa de injeo

    B

    - Babila - carto onde se pe o p para aspirar23

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    - Baga - tco de cigarro de maconha

    - Bagana - o mesmo que baga; tco de cigarro

    - Bagulho - maconha

    - Bandeira - bobeira

    - Banho - plena exaltao

    - Barrufo - trago de cigarro de maconha

    - Beata - o mesmo que baga ou bagana

    - Bhang - maconha

    - Boca - local de venda ou reunies

    - Boca de asfalto - local de venda na rua, em esquina ou praa pblica

    - Boca de fumo - local de venda, sob teto

    - Bode - aquele que apaga, entorpece

    - Bolinha - anfetaminas, excitantes geralmente ingeridos com guaran ou coca-cola.

    C

    - Cachimbo da paz - cigarro de maconha fumado por grupo

    - Cafungar - aspirar o p (cocana)- Caminho - frao de p na babila

    - Cana - priso, cadeia, presdio, xadrez

    - Careta - o que no usa drogas

    - Castigar - usar drogas, txicos

    - Cemitrio - local de emergncia onde se depositam ou escondem as bagas, em caso de

    perseguio

    - Charo - cigarro de maconha

    - Cheirinho da lol - drogas aspiradas, ter, leno embebido em ter

    - Cheiro - cocana, herona

    - Cherubim - o mesmo que cheirinho da lol

    - Chincheiro - vendedor auxiliar, atravessador, intermedirio

    - Chinfra - turma de viciados

    - Chocar - modalidade de trfico: enterrar a maconha na areia da praia para evitar o

    flagrante policial, em local previamente marcado.

    24Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    - Coisa - maconha

    - Curtio - efeito forte, degustao do efeito

    D

    - Da poltica - o que acompanha a turma no vcio

    - Desarvorao - alucinao

    - Desarvorado - alucinado

    - Desembelotar - desembaraar

    - Devagar - no muito viciado, fuma pouco

    - Dlar - cigarro grosso de maconha

    E

    - Embandeirar - jactar-se de ser viciado

    - Erva - maconha

    - Esquadrilha da fumaa - turma de maconheiros

    - Estar na sua - ausentar-se mentalmente, entorpecer

    F- Fajuto - tolo, idiota, fingido

    - Fariseu - o que no fuma

    -Fininho - cigarro fino de maconha

    - Fumo - maconha

    - Furo - revelar-se como alucinado (deu o furo)

    G

    - Gelado - o que est afastado do vcio

    - Gerere - maconha

    - Grilado - preocupado, atemorizado

    - Grilo - preocupao, temor

    J

    - Jogada - participao em atos delituosos

    25Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    L

    - Ligado - o que est sob ao dotxico

    - Loque - bobo, otrio

    M

    - Manga-rosa - maconha de boa qualidade

    - Marica - aparelho prprio para fumar, podendo ser papelo enrolado ou mesmo caixa de

    fsforos, onde se pe, as bagas

    - Marijuana - maconha

    - Moc - local onde se estoca a droga

    N

    - Nego - viciado esperto, safo

    O

    - Ourio - viciado nervoso, impaciente, ouriado

    P- Paiol - local de estocagem da droga (moc)

    - Pico - (picada) - picada de seringa, injeo

    - Pirado - chagado ao auge da alucinao

    - Pitus - pequenas muito jovens levadas ao vcio

    - P - qualquer txico de absoro nasal

    - Puxar - fumar maconha

    Q

    - Quadrado - o que no entra na jogada, fora de moda

    R

    - Refrescar - fazer pausa no vcio, sem o abandonar

    - Ritual - preparao de sesso de intoxicao

    - Rebite - anfetamina

    26Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    S

    - Sauna - fumar maconha, em grupo, em recinto fechado s vezes at dentro de um carro

    T

    - Transa - transao, comrcio entre traficantes

    V

    - Vapor - vendedor, fumaa da sauna

    - Viagem, vinte e cinco - alucinao pelo LSD

    Iami Tiba, em seu livro Anjos Cados, traz tambm algumas grias utilizadas por

    usurios de drogas:

    queimar um - fumar

    mocosar - esconder

    caretao - livre de qualquer efeito da maconha

    sussu - sossegorol - volta

    pifo - bebedeira

    rolar - preparar um cigarro

    cabea feita - fuma antes de ir a um lugar

    chapado - sob o efeito da maconha

    bad trip - viagem ruim, com sofrimentos

    nia - preocupao

    marofa - fumaa da maconha

    tapas - tragadas

    palas - sinais caractersticos das drogas

    larica - fome qumica

    matar a lara - matar a fome qumica

    maricas - cachimbos artesanais

    pontas - parte final da maconha no fumada

    27Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    cemitrio de pontas - caixinha ou recipientes plsticos usados para guardar as pontas

    pilador - socador para pressionar a maconha j enrolada dentro da seda

    dichavar o fumo - soltar a maconha compactada em tijolos ou seus pedaos e separar as

    partes que lhe do gosto ruim

    sujeira - situao perigosa

    danou - usurio que foi flagrado fumando

    mocs - esconderijos de droga

    "pipou uma vez, est fisgado"

    MECANISMO DE AO

    Segundo os Prof. Sollero T. C.S. e Prof. Amaral J.R., quando uma pessoa usa

    uma droga psicoativa e o efeito por ela produzido de alguma forma agradvel, este

    efeito adquire para aquela pessoa o carter de uma recompensa. Como o comprovam

    estudos experimentais realizados por psiclogos comportamentalistas, todos os

    comportamentos que so reforados por uma recompensa tendem a ser repetidos e

    aprendidos. E as sucessivas repeties tendem a fixar no s o comportamento que

    conduz recompensa, mas, tambm, estmulos, sensaes e situaes indiferentes

    eventualmente associados a esse comportamento. Os usurios de drogas referem, por

    exemplo, que o ver certos lugares ou pessoas, o ouvir certas msicas, etc.,

    desencadeando-lhes a vontade de usar sua droga preferencial.

    Usando tomografia com emisso de psitrons (PET), a Dra. Edythe D. London e

    seus colegas do Centro de Pesquisa em Adio, em Baltimore, obtiveram imagens

    mostrando que em pessoas que haviam usado cocana, deixas associadas ao uso dacocana, disparavam aumento no metabolismo da glicose em regies cerebrais

    associadas com a memria e o aprendizado (crtex pr-frontal lateral, amgdala e

    cerebelo). Estudos recentes indicam que h uma cadeia de reaes, envolvendo diversos

    neurotransmissores, que culmina com a liberao do neurotransmissor dopamina em uma

    regio do crebro chamada ncleo accumbens. Este ncleo, que recebe projees de

    clulas dopaminrgicas situadas na rea tegmental ventral, um local de convergncia

    para estmulos procedentes da amgdala, hipocampo, rea entorrinal, rea cingulada28

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    anterior e parte do lobo temporal. Deste ncleo partem eferncias para o septo,

    hipotlamo, rea cingulada anterior e lobos frontais. Devido s suas conexes aferentes e

    eferentes o ncleo accumbens desempenha importante papel na regulao da emoo,

    motivao e cognio.

    Robinson e Kolb verificaram que a administrao repetida de anfetaminas, em

    ratos, produzia alteraes morfolgicas no ncleo accumbens e no crtex pr-frontal, que

    duravam mais de um ms. A exposio anfetamina produzia aumento no comprimento

    dos dendritos, na densidade das espinhas dendriticas e no nmero de espinhas

    ramificadas dos neurnios espinhosos mdios do ncleo accumbens e efeitossemelhantes nos dendritos apicais da camada III de neurnios piramidais no crtex pr-

    frontal.

    Ainda, segundo os Professores Sollero T. C.S. e Amaral J.R. certas caractersticas

    parecem ser comum a todas as drogas que levam ao abuso:

    O desejo similar para todas as que produzem dependncia, embora diferentes

    grupos de drogas tenham diferenas no efeito fisiolgico e comportamental,

    Fatores ambientais influenciam no somente o efeito agudo da droga, mas tambm

    a probabilidade de eventual dependncia, bem como a sua recada.

    H uma predisposio gentica para a dependncia.

    Na continua exposio droga, o desejo de consumi-la aumenta, embora em

    muitos casos a capacidade da droga em produzir euforia apresente uma gradativa

    diminuio.

    Para muitas drogas o desejo no ocorre durante a sndrome de abstinncia, masquando o efeito mximo da droga comea a declinar.

    fcil compreender a grande variedade de efeitos para diferentes classes de drogas,

    porque cada classe afeta diferentes sistemas de neurotransmissores, no entanto, a

    dependncia uma condio comum a todas as drogas.

    Robinson e Berridge em 1993, demonstraram que diferentes classes de drogas

    psicoestimulantes e o abuso de drogas levavam a um aumentam da concentrao

    29Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    extracelular de dopamina no ncleo accumbens, uma rea do sistema dopaminrgico

    mesolmbico, incluindo as drogas: cocana, anfetamina, opiide, lcool, cafena,

    barbitrico e nicotina.

    Como foi descrito por Nastler (1994) a dopamina atua na protena G, alterando os

    nveis de AMPc no ncleo accumbens. O AMPc ativa vrias protenas quinases que

    regulam fatores de transcrio como CREB (elementos que se ligam protena em

    resposta ao AMPc). Estes fatores de transcrio ligam-se a regies especificas no DNA

    promovendo aumento ou diminuio na velocidade de certas transcries gnicas. O

    stress agudo e principalmente crnico contribui com a liberao intensa de

    glicocorticides, que so conhecidos por aumentarem a sensibilidade do ncleo

    accumbens ao abuso de drogas, porque facilita a liberao da dopamina neste ncleo.

    A base gentica da dependncia afeta mltiplos genes localizados no genoma.A

    transcrio da ativao do receptor dentro do sistema dopaminrgico parece levar a

    ativao de gens especifico (C-fos), que ativam a protena (protena relacionada Fos) que

    pode ter um papel neuroadaptativo para administrao repetidas de drogas.Nova anlise

    gentica como a manipulao do genoma molecular ajuda a identificao de elementosque podem conferir vulnerabilidade para abuso de drogas e dependncia.

    EXAMES TOXICOLGICOS DE DETECO

    O teste de uso de entorpecentes o mais eficaz procedimento para identificao

    segura de usurios de drogas. Estes testes so usualmente baseados na anlise de

    amostras de sangue e urina e possuem um alto grau de preciso, porm as drogas so

    rapidamente metabolizadas e facilmente excretadas pelo corpo fazendo com que a janelade deteco destes testes dificilmente ultrapasse as primeiras 72 horas do consumo da

    substncia entorpecente; Este perodo de deteco pode ainda ser influenciado pela

    quantidade/qualidade da droga ingerida, logo o resultado negativo no significa que o

    indivduo no realmente um usurio habitual de drogas e sim apenas que ele no a

    consumiu nas ltimas horas.

    Segundo um artigo do Hospital Israelita Albert Einstein, a anlise toxicolgica para

    verificao do consumo de drogas vem sendo utilizada no meio profissional, no esporte,30

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    no auxlio e acompanhamento da recuperao de usurios em clnicas de tratamento e

    em pesquisas. H testes disponveis para a deteco de qualquer tipo de substncia

    psicoativa (maconha, cocana, barbitricos, opiceos, anfetaminas e ecstasy).

    H trs tipos de exames capazes de detectar a presena de drogas no organismo:

    EXAME DE URINA

    As drogas so geralmente destrudas (metabolizadas) pelo fgado e eliminadas

    pela urina. Portanto, analisar a urina em busca de metablitos das drogas um dos

    mtodos para se detectar a presena do consumo de drogas. A urina geralmente aceita

    como amostra para verificar o uso recente de drogas de abuso, mas no permite distinguir

    o usurio ocasional do abusivo ou do dependente. O perodo de durao da

    detectabilidade das drogas varia de acordo com a freqncia e intensidade do uso das

    mesmas. Este perodo pode variar de poucas horas at 27 dias (ver tabela abaixo). A

    anlise de amostras de urina podem detectar o uso de maconha e de cocana em

    perodos mais longos. J o lcool metabolizado e eliminado rapidamente e os exames

    toxicolgicos detectam somente o uso feito nas ltimas horas. A exata concentrao da

    droga ou de seu metablito presente na urina no pode ser estimada; oferecendo umresultado preliminar. A quantificao da droga realizada, quando solicitada, por

    metodologia especfica em centros especializados. Portanto, a interpretao do resultado

    desta triagem deve ser submetida considerao clnica e ao julgamento profissional do

    mdico. Ainda, as concentraes de deteco do mtodo seguem as recomendaes da

    "Substance Abuse and Mental Health Services Administration" SAMHSA, EEUU..

    DURAO DA DETECTABILIDADE DAS DROGAS DEABUSO NA URINA:

    Substncia Durao da Detectabilidade

    Anfetamina 48 horas

    Metanfetamina 48 horas

    Barbitricos:Ao curta 24 horasAo Intermediria de 48 a 72 horasAo Prolongada 7 dias ou mais

    31Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    Benzodiazepnicos 3 dias (dose teraputica)

    Metablitos da Cocana de 2 a 3 diasMetadona 3 dias aproximadamente

    Codena / Morfina 48 horas

    Canabinides (maconha):Uso nico 3 diasUso Moderado 4 diasUso Intenso (dirio) 10 diasUso Crnico de 21 a 27 dias

    Metaquoalona 7 dias ou mais

    Feniciclidina (PCP) 8 dias apoximadamente

    Journal of the American Medical Associations Council onScientific Affairs, 1987, pp. 3, 112

    EXAME DE SANGUE

    Pesquisa direta da droga no sangue. O exame de sangue possibilita apenas

    verificar o uso recente de substncias (algumas horas). Este exame realizado em

    centros especializados.

    TESTE DO CABELO

    A anlise de amostras do cabelo ainda no considerada vlida por ter sua

    eficcia e utilidade sendo discutida no meio cientifico. Portanto, a credibilidade deste

    tipo de teste precisa de mais estudos. O cabelo cresce cerca de um centmetro por

    ms. A base do fio est dentro do couro cabeludo e ricamente irrigada pelo sangue.

    Quando algum usa uma droga, parte da substncia absorvida pelo sangue que irriga

    o couro cabeludo e se deposita no cabelo. Quando ele cresce, leva a droga acumulada

    consigo. Com isso, o teste do cabelo seria capaz de detectar o consumo de drogas por

    vrios meses (cada centmetro de cabelo seria um ms de uso). importante salientar

    que os teste de deteco de drogas s podem ser realizados aps autorizao do

    indivduo por escrito ou em condies de urgncia clnica. No ambiente hospitalar a

    32Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.

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    triagem para drogas de abuso realizada exclusivamente para avaliao e suporte da

    conduta mdica, no podendo ser utilizado como subsdio para outras aes.

    O RIAH Radioimmunoassy of Hair um teste para a deteco de usurios de

    entorpecentes baseado na anlise de amostras de fios de cabelos. Vantagens: O

    aumento da janela de deteco em at 45 vezes, a estabilidade da presena de traos

    indicadores do consumo nos fios de cabelo e a possibilidade da coleta ser realizada em

    um ambiente no-laboratorial.

    ------ FIM MDULO I -----