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DEZ ANOS DE FOTOGRAFIA ESPANHOLA CONTEMPORÂNEA. COLEÇÃO FUNDAÇÃO COCA-COLA MUSEU DE ARTE MODERNA DA BAHIA | SETEMBRO | 2011

Dez anos de fotografia espanhola contemporânea

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A exposição Dez anos de fotografia espanhola contemporânea - Coleção Fundação Coca-Cola ficou em cartaz no MAM-BA de 19 de setembro até 20 de novembro de 2011. Veja mais em: http://www.mam.ba.gov.br/exposicao-detalhe.asp?conId=457

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DEZ ANOS DE FOTOGRAFIA ESPANHOLA CONTEMPORâNEA.COLEÇÃO FUNDAÇÃO COCA-COLA

MUSEU DE ARTE MODERNA DA BAHIA | SETEMBRO | 2011

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SANTIAGO SIERRA. 133 personas remuneradas para teñir su pelo de rubio, 2001

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O contato com a produção artística contemporânea possibilita ao público local a elabo-ração de um conhecimento próprio. Promover o diálogo efetivo, a troca de experiências e viabilizar uma relação mais participativa do espectador são algumas das prioridades para a atual gestão do Museu de Arte Moderna da Bahia.

Neste sentido, a exposição Dez Anos de Fotografia Espanhola Contemporânea – Coleção Fundação Coca-Cola, que traz a Salvador fotografias e vídeos de 26 artistas espanhóis, nos possibilita refletir sobre algumas destas questões.

Para compreendermos o contexto em que uma produção simbólica é realizada, é pre-ciso entender a relação da obra de arte com a sociedade e a cultura local, e lançar um olhar atento sobre a estrutura do sistema da arte e suas complexas ligações. As obras presentes nesta exposição nos mostram não só a pluralidade de técnicas, processos formais e interpretações subjetivas da realidade espanhola: nos permitem entender o papel que a cultura desempenha no âmbito político e econômico de um país. Assim, dando continuidade a um debate iniciado com a realização, no início deste ano, da itinerância da 29ª Bienal de São Paulo: Obras Selecionadas – Salvador, voltamos a provocar a reflexão sobre arte e política, além de incentivar a discussão a respeito do sistema da arte, abordando as especificidades da prática curatorial, da produção artís-tica, além do multiculturalismo, e, entre todos estes fatores, o papel do espectador e a fruição da arte.

Os desdobramentos elaborados pelo núcleo de Arte e Educação do MAM-BA para esta exposição buscam acompanhar o público neste processo reflexivo. Convido a todos a participarem ativamente destas ações, após conhecerem um recorte significativo da produção contemporânea espanhola presente nesta exposição.

Stella CarrozzoDiretoraMuseu de Arte Moderna da Bahia

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As imagens são nosso patrimônio. Dos cinco sentidos, o que se vê é o que faz parte da nossa memória mais viva sobre tudo aquilo que nos torna seres humanos providos de biografia. A cada hora centenas de imagens impactam em nossa retina, destas só uma pequena parte ficará armazenada em nosso cérebro como recordação. Depois de anos, muito poucas terão permanecido e, nesse processo de seleção e arquivo, se determina aquilo que é memorável. Para esta exposição foram selecionadas as imagens criadas nos últimos dez anos por um importante grupo de artistas que fazem parte do panorama nacional espanhol. Não se trata de mostrar características próprias de um país, mas sim de confrontar diferentes interpretações forjadas nos universos próprios de artistas com as interpretações que os espectadores de outro país têm de uma realidade que a cada dia é mais e mais comum. O olhar do público brasileiro em direção ao interior dos discursos artísticos que têm lu-gar hoje em dia dentro das fronteiras espanholas e a comparação com os discursos que estão sendo feitos no terreno artístico brasileiro será sem dúvida muito enriquecedora.

Quis realizar esta exposição como um conjunto diverso de possibilidades da imagem dentro da arte. Assim podemos nos deparar com - sem nenhuma pretensão de fazer uma classificação fechada, mas apenas sugestões de interpretação - a imagem testemunho, como no caso da obra de Santiago Sierra, que nos fala do que já aconteceu, neste caso uma performance; a imagem arquivo, exemplificada na obra de Lara Almárcegui na qual se busca uma coleta de realidades sob uma ideia comum; a imagem sonho, como a de Pablo Genovés, que recorre a uma ficção evidente para experimentar a beleza do que não aconteceu; a imagem lembrança, como é o caso da obra de Maider López, na qual a paisagem capturada tem desejos de imortalidade; a imagem biográfica, como a de Félix Curto, na qual os objetos relembram uma história narrada em primeira pes-soa; a imagem detida, como a de Miren Doiz que fixa o efêmero transformando-o em atemporal… ou tantas outras, todas as obras da exposição, fotografia e vídeo, tem uma razão essencial de ser imagem, todas elas possuem uma dívida com o real da qual não conseguiram se desprender.

A itinerância da Colección Coca-Cola no Brasil organizada pelo Instituto Cervantes é uma prova do compromisso com a arte jovem e com as coleções que se ocupam de promover o enorme talento da arte contemporânea espanhola.

Lorena Martínez de CorralCuradoraJaneiro de 2011

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AMPARO GARRIDO (1962)O olhar de Garrido é dirigido ao privado, à nossa realidade mais íntima, aos lares ou lugares de convivência de um modo geral. As casas representadas em suas séries fotográficas, que aliam uma complexidade de conteúdos à perfeição formal, são a viva imagem de seus moradores, e por isso a presença da figura humana é quase sempre abolida. Sua obra é relacionada ao novo pictorialismo e equilibra-se entre a crítica social e a beleza. http://www.amparogarrido.com/

CARLES CONGOST (1970)O artista combina diferentes meios e suportes como o vídeo, a música, a fo-tonovela, o desenho e a fotografia para falar, sempre de forma irônica, sobre identidade, o universo clubber, a estética pop. Sua obra estabelece relações com os subgêneros televisivo e cinematográfico, e através dos códigos da es-tética adolescente norte-americana revisa o debate entre alta e baixa cultura, adotando, também, uma posição crítica ao próprio mundo da arte.http://carlescongost.blogspot.com/

CARMELA GARCIA (1970) Após ter explorado a nostalgia do paraíso perdido, o sofrimento e a reden-ção da mulher, a artista evoca a natureza essencial e eterna das coisas e dos seres. Inscreve seu propósito dentro da representação do futuro, desbor-dando o espaço próprio da imagem e do quadro para construir um universo tridimensional mais amplo, que permite não só a contemplação da obra mas a experimentá-la fisicamente. Adota, assim, a postura de muitos artistas contemporâneos, que propõem ao espectador que compartilhe com eles a experiência física. http://www.carmelagarcia.com/main.html

CHEMA ALvARGONZÁLEZ (1960-2009)Fotógrafo e artista multimídia, sua obra, de abordagem conceitual, é resul-tado de uma profunda investigação sobre o homem moderno na sociedade pós-industrial. As cidades foram uma fonte de inspiração constante, per-cebidas pelo artista como contexto vital ao ser humano. A urbe era, para Alvargonzález, o reflexo do estado coletivo do homem; daí veio o seu interesse pela arquitetura, os distintos elementos urbanos e a luz artificial. http://www.chemaalvargonzalez.com/

ARTISTAS

CONCHA PEREZ (1969)Sua obra reflete sobre a questão do visível e seus significados, abordando temas como natureza, território, paisagem, cidade, arquitetura e a própria fotografia. Diz Perez: “A minha é uma proposta de trabalho sobre as cidades, dos espaços transitáveis dentro e fora das cidades, e de como eles vão se transformando continuamente, através da ação das pessoas que os ocupam e por eles transitam. É uma crítica à forma de interagir com tudo aquilo que nos rodeia”. http://conchaperez.net/

CRISTINA FONTSARÉ (1970)Iniciou suas atividades artísticas como escultora, trabalhando atualmente com fotografia. Sua série de paisagens noturnas mostra a vastidão de um es-paço selvagem, apenas marcado pelo homem. Sua obra nos dá a sensação de estar assistindo mais a uma aparição de presenças fugazes que a um registro de acontecimentos específicos, remetendo à falta de limites precisos entre a experiência da realidade e sua evocação fantástica ou fantasmagórica.

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CRISTINA MARTÍN LARA (1972). A artista faz parte de um importante movimento de artistas andaluzes que emergiu no final dos anos 90. Suas imagens fotográficas, através da in-quietante visão de personagens que protagonizam uma humanidade con-trovertida, falam do isolamento da humanidade, da solidão, do vazio, da inconsciência das incertezas, da falta de esperança e de comunicação. Em seu trabalho, a artista usa a informação de maneira fragmentada, como um quebra-cabeças, fazendo com que o espectador preencha, através de sua própria experiência, os vazios deixados.

FÉLIx CuRTO (1967)A ideia da viagem, tanto como experiência como construção da memória, está intimamente ligada ao trabalho de Curto. Utilizando o meio fotográfico e objetos que encontra e coleciona, o artista revive os aspectos poéticos e nos-tálgicos do passado recente. Seus trabalhos apresentam temas recorrentes como motéis, carros velhos, auto estradas e paisagens, e têm forte influência dos road-movies.http://www.kunsthaus.org.mx/felix/felhtml/texto.html

jOSÉ MANuEL bALLESTER (1960) É considerado um dos expoentes da fotografia contemporânea. O caráter mu-tante, característico da mobilidade da vida contemporânea, está presente na obra de Ballester, quase sempre focada nos espaços vazios, públicos, zonas indústriais, locais em obras ou em processo de transformação. Sua visão foi fortemente influenciada por sua experiência como pintor, e, além deste meio, continua trabalhando com gravura e vídeo instalações. http://www.josemanuelballester.com/

juAN LÓPEZ (1979)Através da instalação e do vídeo, põe em contato direto a linguagem urbana com os diferentes códigos artísticos próprios dos âmbitos privado e institu-cional. Assim, suas produções estão permeadas por elementos que fazem referência ao espaço urbano, usando materiais efêmeros e descartáveis, como o grafitti, pôsteres, cartazes, fotocópias e fanzines. São características marcantes de seu trabalho as instalações realizadas com fita isolante e a alusão aos espaços cotidianos através do vídeo.

juANDE jARILLO (1969)Seu trabalho, de uma maneira quase inadvertida e casual, alude a uma re-alidade que deixou de ser compreensível. Suas séries mais conhecidas apre-sentam imagens que reproduzem as aparências de forma verossímil, mas através de procedimentos digitais de manipulação, se introduz um elemento delirante: planos inclinados que rompem com a coerência da imagem, ex-pressando a ideia de perda da percepção do mundo como um sistema coer-ente e racional.

LARA ALMARCEGuI (1965)Desde 1995, Almarcegui explora as relações entre a arquitetura e o urbanismo, focando sua pesquisa em espaços abandonados, edifícios deteriorados e descampados. Em seus projetos, ela examina alguns lugares e situações de forma pessoal e intuitiva; às vezes, a representação se dá após uma minuci-osa e cuidadosa pesquisa. Retrata ruínas, no entanto, não pelo seu interesse em um mundo que desapareceu, e sim pelo tempo que é revelado através destes processos.

MAbEL PALACÍN (1965)Seu trabalho reflete a relação que mantemos com as imagens, e de como estas atuam como mediações para a realidade. Desde o começo de sua car-reira, vem realizando fotografias, vídeos e instalações, interessando-se pela multiplicidade de formatos pelos quais uma imagem pode se manifestar. Influenciada pela arte conceitual, sua obra apresenta múltiplas camadas de leitura, mas que permite um olhar centrado no deleite estético da imagem.

MAIDER LÓPEZ (1975)O trabalho de López nos convida a reexaminar o ambiente em que vivemos, seja nas ruas, nos campos, em algum estacionamento ou praia, além dos nossos códigos de comportamento urbano. Trabalhando em dois diferentes campos, o macro espaço e a arquitetura íntima, suas obras interagem com espaços e situações. A artista é conhecida pelos seus trabalhos em espaços públicos envolvendo um grande número de participantes.http://www.maiderlopez.com/

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JOSÉ MANUEL BALLESTER. Ah, mio cor, 2008

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MANOLO bAuTISTA (1974)Com ironia e humor, Manolo Bautista expõe suas fotografias e brinca com os sentidos do espectador através de espaços inusitados, que não envolvem muita lógica ou realidade, mas que no entanto, apresentam uma forte nar-rativa do sobrenatural. Especializado em escultura e novas mídias, o ar-tista recentemente tem focado seu trabalho nas interações de espaços ar-quitetônicos, utilizando uma complexa estrutura de animação virtual para esta proposta.http://www.manolobautista.com

MANu ARREGuIN (1970)Pertence a uma nova geração de artistas que vê a arte como um instrumento para a transformação social, um aparato que interage com outros meios como o cinema, a publicidade, a moda, a música popular etc. Sua obra questiona noções estabelecidas de sexualidade e gênero. No vídeo “Un impulso lírico del alma” integra imagens reais e virtuais, utilizando sólida base teórica feminista. http://www.manuarregui.com/

MIGuEL ÁNGEL GAüECA (1967)O artista usa seu próprio corpo como ponto de partida para muitas de suas obras, realizando falsas campanhas publicitárias onde explicita seu entendi-mento sobre as armadilhas a que somos submetidos pela sociedade de con-sumo, refletindo também sobre o mundo da arte e sua própria condição de artista. Convida o espectador a introduzir-se em seu mundo pessoal, pro-jetando-se e identificando-se nele, abordando assim a construção do sujeito contemporâneo.

MIREN DOIZ (1980)A artista transforma o espaço misturando varias técnicas: fotografia, insta-lação e pintura. Alguns de seus quadros e fotografias se convertem em es-paços habitáveis de quatro dimensões. Sua série “Capriccio” é um exemplo de intervenção pictórica que precede a fotografia: foi realizada num edifício desabitado que foi pintado pela artista e posteriormente fotografado.

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SANTIAGO SIERRA (1966)A produção de Sierra se dá através de variadas técnicas e meios: fotografia, vídeo, música, performances, instalações. Através do minimalismo formal, suas obras propõem uma leitura do contexto geopolítico em que elas se pro-duzem, sublinhando a função social do artista e os limites e as restrições impostas pela sociedade contemporânea. Suas ações orbitam no universo dos “invisíveis” (marginalizados, imigrantes, explorados) esmagados pela he-gemonia do poder capitalista.http://www.santiago-sierra.com/index_1024.php

SERGIO bELINCHÓN (1971)As obras de Belinchón, descrevendo o ambiente urbano que nos rodeia, colo-cam uma questão: até que ponto a arte pode determinar uma discussão crítica sobre o real? Fotógrafo e artista plástico, a maioria da suas obras mostra paisagens urbanas, edifícios em construção ou estruturas abandona-das, espaços esquecidos por causa da expansão urbana descontrolada. Sua câmera capta a desumanização destas áreas em que a natureza desaparece e o homem reaparece através da sua ausência. http://www.sergiobelinchon.com/

SERGIO PREGO (1969)Sua obra questiona noções de espaço e desenvolvimento do tempo linear, combinando diferentes meios e técnicas. Prego trabalha com seu próprio corpo, de forma a abordar determinadas relações do indivíduo com o espaço de representação. Toda sua obra está relacionada com a escultura, mas o artista utiliza-se, frequentemente, de outros meios para fazê-la. A tecnologia empregada em seus trabalhos está sempre posta a serviço do conceito.

TERE RECARENS (1967)Muitas vezes não se percebe a fronteira entre arte e vida na obra de Recarens – a obra aparece na medida em que existe a possibilidade de negá-la, como resposta a uma situação ou simplesmente como afirmação em si mesma. O trabalho da artista está intimamente ligado ao desejo de marcar o seu próp-rio território, de mostrar o lado lúdico da própria arte. Neste jogo, a artista convida o espectador a participar deste universo festivo, que implica uma vontade de quebrar as regras estabelecidas.

MIREyA MASÓ (1963)Característica constante no trabalho de Mireya Masó é a relação homem/natureza. Sua fotografia é direta, tentando incidir o menos possível na reali-dade, evitando qualquer interferência na cena ou objeto retratado. Sua obra, tanto audiovisual quanto fotográfica, mostra as intervenções humanas no meio ambiente e as tentativas dos seres humanos de humanizar a natureza. Na série apresentada nesta exposição, Masó foca na relação do homem com a natureza artificial dos parques londrinos.http://www.mireyamaso.com/index.php

MÓNICA FuSTER (1967)Artista multidisciplinar, trabalha com fotografia, gravura, livros de artistas e desenho. É sobretudo no suporte de papel, espaço que a artista define como “espaço de liberdade absoluta”, que a imagem fotográfica e o desenho fundem-se gradualmente. Corpo humano, ciência orgânica, natureza e ar-quitetura são referências fundamentais em seu trabalho. A obra exposta, fotografia de uma instalação realizada em 2010, é fruto de um projeto que unificou os campos da arte, da arquitetura e da ciência.http://monicafuster.es/

PAbLO GENOvÉS (1959)Utiliza fotografias pré-existentes e estampas antigas para transformá-las com a técnica digital, libertando a imagem fotográfica da sua vida eterna, fornecendo aos elementos do passado um novo poder evocativo. Nas suas imagens, a luta entre natureza e cultura torna-se eterna e não é mais pos-sível discernir de onde parte a agressão. A luta pela apropriação do espaço transforma-se em cena de destruição, numa estética do apocalipse. http://www.pablogenoves.com/

RuTH GÓMEZ (1976)As imagens da videoartista Ruth Gómez são influenciadas pela publicidade, a estética dos vídeos-clipes e a animação japonesa. Há vários pontos comuns que atravessam suas criações animadas: a maneira em que as figuras são concebidas, as cores utilizadas que sempre tendem para o rosa, a necessi-dade de narrar o cotidiano. Suas criações têm um cunho autobiográfico e oferecem uma maneira pessoal de compreender o mundo e o que se passa ao seu redor.

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A IMAGEM COMO POTêNCIA DE TROCAS

(...) a arte é o meio mais direto de se unir ao Um, ao princípio de todas as coisas. Nela, por ela, conjugam-se com efeito o sensível e a ideia, um elo que, do mundo das percepções, vai direto à

alma do universo. A arte se abre sobre uma visão do todo.Anne Cauquelin

O Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), fundado em 1959, foi concebido por sua primeira diretora, Lina Bo Bardi, como espaço de criação e mostra, de interlocução entre a cidade, a universidade, as escolas, os artistas, os artesãos, irradiando-se para o interior do estado. Lina Bo Bardi pensou e propôs estratégias para o que hoje denomi-namos de mediação cultural. A mediação cultural aqui é compreendida como proposta educacional, para a experimentação e vivência sobre os processos de criação em artes visuais, de forma dialógica, consciente e contextualizada.

Esta proposta inicial de Lina Bo Bardi se adensou com a criação das Oficinas de Arte em Série, funcionando no Galpão das Oficinas no MAM-BA, na década de 1980, a partir de projeto dos artistas Juarez Paraíso e Francisco Liberato, então diretor do MAM-BA. Mas, se já possuímos um local para criação, conhecimento das técnicas e sua utili-zação – espaço que proporciona uma formação continuada –, como potencializar ações educativas a partir das propostas das exposições e mostras do MAM-BA? A importância para a criação de caminhos para esta aproximação ganhou um direcionamento mais efetivo a partir de 2007.

Com a exposição Dez Anos de Fotografia Espanhola Contemporânea - Coleção Fundação Coca-Cola a oportunidade de confrontar culturas distintas e ao mesmo tempo inseridas num mundo cada vez mais próximo é o grande mote para as reflexões intermediadas com o público, que resultarão em experimentos e fazeres poéticos ligados à imagem. A memória, o olhar detalhado e o momento inusitado são estímulos que as fotografias e os vídeos possibilitam e ampliam as relações estabelecidas pelo público com as obras e seu próprio contexto.

Assim, a discussão sobre os espaços expositivos, o fomento da produção de arte contem-porânea e a relação que o público estabelece com essa produção entram na conversa com as curadoras Maria de Corral e Lorena Martínez de Corral sob o tema Curadoria e espaços de exibição: instituições museais e bienais no fomento à produção artística contemporânea, nas últimas décadas. E, além da visita mediada, quando o público tem contato com as obras e é estimulado pelos mediadores culturais a ampliar a percepção e refletir sobre o conteúdo exposto, acontecem também as ações desenvolvidas num espaço preparado especialmente para potencializar a relação da reflexão e a prática poética.

Roseli Amado e Priscila Lolata Equipe de Coordenação do Núcleo de Arte-Eduacação

CRISTINA FONTSARÉ. A los ocho ãnos: Serie: No te prometo un mundo maravilloso, 2006

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A utilizAção dos processos fotográficos nA poéticA dA grAvurA convidAdo: renAto fonsecAA partir de sua experiência, Renato Fonseca apresentará a utilização de processos fo-tográficos como técnica e poética na criação de gravuras em litogravura e gravura em metal.30 de setembro > sexta-feira Das 15h às 17hGalpão das Oficinas do [email protected]

A fotogrAfiA como ApontAmento: experiênciAs e processos de criAção.convidAdo: zé de rochAO artista Zé de Rocha apresentará suas experiências com a utilização dos processos fotográficos na realização de suas obras em gravura e desenho.20 de outubro > quinta-feiraDas 15h às 17hGalpão das Oficinas do MAMwww.zederocha.blogspot.com

A pesquisA em Artes visuAis: fotogrAfiA/imAgem convidAdo: eriel ArAújoEriel Araújo apresentará um recorte de sua pesquisa de doutoramento realizada na Es-panha, que integra o processo criativo de sua prática final.27 de outubro > quinta-feira Das 15h às 17hGaleria 3http://www.misterpink.net

A imAgem nAs poéticAs digitAis convidAdA: KArlA BrunetKarla Brunet apresentará suas propostas artísticas, dando ênfase às questões da ima-gem, das TIC’s – Tecnologias da Informação e Comunicação –, e também da interativi-dade.9 de novembro > quarta-feira Das 15h às 17hGaleria 3http://karlabru.net

progrAmA inter.mediAções

conversAs soBre ArteCuradoria e espaços de exibição: instituições museais e bienais no fomento à produção artística contemporânea, nas últimas décadas.Convidadas: Maria de Corral e Lorena Martínez de CorralMediação: Alejandra Muñoz Representantes de duas gerações, as curadoras Lorena Martínez de Corral e Maria de Corral apresentarão suas experiências em curadoria dialogando com os espaços de ex-ibição e mostra e a produção artística contemporânea, frente às transformações sócio-político-culturais e econômicas. 17 de setembro > sábadoDas 15h às 17h Cinema do MAM-BA

PROGRAMAÇÃO EDuCATIvA DO MuSEu DE ARTE MODERNA DA bAHIA

lorenA mArtínez de corrAlé historiadora de arte e curadora independente. é diretora da coleção de arte contem-porânea da Fundación Coca-Cola Juan Manuel Sáinz de Vicuña. Foi co-diretora do pro-jeto Escultura en Espacios Públicos da Ciudad Financiera Banco Santander, em Boar-dilla del Monte. Foi coordenadora de exposições da Fundación Caja Madrid. Ao longo dos últimos anos foi curadora, entre outras, das exposições Adquisiciones Recientes Fundación Coca-Cola, Salzillo21, co-curadora da exposição Realidades, Fotografías de Pierre Gonnord, Circuitos: Arte Joven de la Comunidad de Madrid e Olafur Eliasson: Caminos de Naturaleza. mAríA de corrAl é crítica de arte e curadora independente. é coordenadora da coleção de arte contem-porânea do Museo Patio Herreriano de Valladolid e curadora sênior no Dallas Museum of Art. Entre outras atividades desenvolvidas, foi diretora da Bienal de Veneza de 2005; diretora do Comitê Assessor das coleções da Fundación Telefônica; diretora da coleção de arte contemporânea da Fundación “la Caixa”; diretora do Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía e diretora de artes plásticas da Fundación “la Caixa”. Foi presidente do EUROPAN (Programa Europeu de Concursos de Arquitetura). Entre as distinções recebidas, figuram: LEO Award New York, Preis Art Cologne, prêmio KOINé, Verona; CHEVALIER y OFFICIER de l’Ordre des ARTS ET DES LETTRES da República Francesa; Medalha de Ouro do Círculo de Bellas Artes.

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visitAs mediAdAsAgendamentos de escolas, instituições e grupos para visitas mediadas à exposição. Dias para a realização das visitas mediadas: quartas e sextas-feirasHorários > 14h e 16hMais informações > 71 3117 6141 / [email protected]

visitAs espontâneAsOs visitantes que, ao chegarem ao museu, desejarem orientações acerca da exposição ou sítio arquitetônico do Solar do Unhão podem se inscrever na loja do museu.

o diA do pinholeDurante o mês de novembro, às quintas-feiras ofereceremos experimentações com a câmera pinhole, tendo o acompanhamento de educadores do MAM-BA. Os partici-pantes poderão trazer suas câmeras pinhole ou criar a mesma durante a experimentação no museu.Galeria 3 e Galpão das Oficinas do MAM Das 15h às 18h10 vagasInscrições > [email protected]

projeto zoom.in zoom.out O projeto Zoom.in Zoom.out busca estreitar relações entre o museu e a cidade, esta-belecendo vínculos com o entorno e a região metropolitana. Para preparar as visitas ao museu, tornando-as mais interessantes e proveitosas para os participantes, uma equipe de educadores do MAM-BA vai até as escolas e instituições para a realização de ativi-dades de sensibilização estético-artísticas e de educação patrimonial. Posteriormente os estudantes e seus professores realizam visitas mediadas aos espaços expositivos e ao sítio arquitetônico do Solar do Unhão. No momento, as visitas ao museu acontecem de acordo com a disponibilidade de transporte de cada instituição participante.Turno: matutino (nas escolas e instituições) e vespertino (no museu)Mais informações > 71 3117 6141 / [email protected]

pinte no mAm Projeto de autoria e coordenação do artista plástico Maninho que tem como objetivo proporcionar lazer às crianças e aos seus familiares, através da pintura livre no Museu de Arte Moderna da Bahia. Busca incentivar de forma lúdica o encontro do público com o universo das artes.Pátio do MAM-BADomingos > das 15h às 18h

redes mágicAs no mAm Atividade proposta pela arte educadora Ana Rachel Schimiti e arte educadores do Nú-cleo de Arte Educação do MAM BA, com visitas aos espaços expositivos e posterior realização de ação poética, voltado ao público infanto-juvenil.Galeria 3Domingos > das 16h às 18h.

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ExPOSIÇÃO DEZ ANOS DE FOTOGRAFIA ESPANHOLA CONTEMPORÂNEA COLEÇÃO FUNDAÇÃO COCA-COLA

ORGANIZAÇÃOInstituto CervantesFundação Coca-Cola Juan Manuel Sáinz de Vicuña

CURADORIALorena Martínez de Corral

ASSISTENTE DE CURADORIAEstefanía Gil Rodríguez de Clara

COORDENAÇÃO GERALMaría José Magaña ClementeAlberto Tuá Carulla (Instituto Cervantes de Salvador)

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA E AUDIOVISUALFundação Coca-Cola Juan Manuel Sáinz de Vicuña

INSTITUTO CERVANTES SALVADORDiretorAnastasio Sánchez Zamorano

FUNDAÇAO COCA-COLA JUAN MANUEL SÁINZ DE VICUÑAPresidenteJosé Núñez Cervera

MAM-bA

DIREÇÃO Stella Carrozzo

ASSESSORIA TÉCNICA Luciana Moniz

ASSISTENTE DE DIREÇÃO Liane Brück Heckert

COORDENAÇÃO NÚCLEO DE MUSEOLOGIA Sandra Regina Jesus

ACOMPANHAMENTO MUSEOLÓGICO Rogério Sousa

COORDENAÇÃO NÚCLEO DE ARTE EDUCAÇÃO Roseli Amado

COORDENAÇÃO NÚCLEO DE PRODUÇÃO Carolina Câmara

PRODUÇÃO Carmen Palumbo

COORDENAÇÃO NÚCLEO DE MONTAGEM Daiane Oliveira

PRODUÇÃO DE MONTAGEMLia Cunha

MONTADORES Agnaldo SantosJairo Morais Marlon Santana

COORDENAÇÃO NÚCLEO DE COMUNICAÇÃOAna Rodrigues

DESIGN GRÁFICO Dinha Ferrero

ASSISTENTE DE DESIGN Ângelo Serravalle

REDAÇÃO E MÍDIAS ONLINE Allysson Viana

COORDENAÇÃO NÚCLEO ADMINISTRATIVO Dércio SantanaM

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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

Governo do Estado da BahiaJaques Wagner

Secretaria de Cultura do Estado da BahiaAlbino Rubim

Instituto do Patrimônio Artístico e Culturalda Bahia - IPAC

Frederico Mendonça

Diretoria de MuseusMaria Célia Teixeira Moura Santos

MuSEu DE ARTE MODERNA DA bAHIA

DIREÇÃO Stella Carrozzo ASSESSORIA TÉCNICA Luciana Moniz ASSISTENTE DE DIREÇÃO Liane Brück Heckert

NÚCLEO DE MuSEOLOGIACoordenação Sandra Regina Jesus Museólogos Rogério de Sousa e Janaína Ilara Estagiária Cremilda Sampaio Restauro Maria Lúcia Lyrio | Alberto Ribeiro Walfredo Neto Supervisão de Guardas de Acervo Diego da Silva | Emile Ribeiro | Luiz Henrique Oliveira Guardas de Acervo Derilene Pinho | Diogo Vasconcelos | Fábio Messias | Gil Cleber Moreira | Gilson Assis | Jackson Queiroz | José Mario de Jesus | Robson José de Jesus | Sílvio Sérgio Silva Tamires Carvalho | Wilkens de Jesus Santos

NÚCLEO ARTE EDuCAÇÃOCoordenação Roseli Amado Assistente de Coordenação Priscila Lolata Assistentes Eliane Silveira Garcia | Leila Regina dos Santos Produção do Educativo Eduardo Santana Estagiária Tássia Mirela Correia Gomes Supervisão das Oficinas do MAM Lica Moniz de Aragão Assistentes Oficinas Antonio Bento Antonio Cruz | José da Hora | Rai-mundo Bento | Sebastião Ferreira | Valter Lopes Costa | Ana Cláudia Muniz | Professores Barbara Suzarte | Maria Betânia Vargas | Evandro Sybine | Florival Oliveira | Hilda Salomão | Renato Fonseca | Marlice Almeida Supervisão Mediação Cultural | Adriana Araújo | Mediadores Culturais Aldemiro Rodrigues Brandão | Daniel Almeida Costa Ednaldo Gonçalves Junior | Janaina Silva Chavier | Luis Augusto Silva Gonçalves Margareth Maria Sales de Abreu Roseli Costa Rocha Biblioteca Vera Bezerra

NÚCLEO DE PRODuÇÃOCoordenação Carolina Câmara Desenvolvimento de Projetos Cristiane Delecrode | Carolina Almeida Produção Executiva Marcela Costa Produtora Cultural Clara Trigo Produção Carmen Palumbo | Ernani Victor | Paulo Tosta Paulo Victor Machado

NÚCLEO DE MONTAGEMCoordenação Daiane Oliveira Produção de Montagem Lia Cunha Montadores Agnaldo Santos | Jairo Morais Marlon Santana

NÚCLEO DE COMuNICAÇÃOCoordenação Ana Rodrigues Redação e Mídias Online Allysson Viana Assistente de Design Angelo Serravalle Produção de Comunicação Nara Pino Assistente Fábio Vasquez Estagiário de Comunicação Luiz Oliveira

NÚCLEO ADMINISTRATIvOCoordenação Dércio Santana Moreira Recepção Antonieta Pontes Assistentes Administrativos Alexsandro Muniz | Carlos Costa | Edmundo Galdino Fernando Nascimento Lopes | Júlio Cesar Santos Secretárias Cristiane Moreira | Sandra Cristina Moura | Valdete Moreira Silva Almoxarifado Antônio Mascarenhas | Jocimar Lopes Loja Adriano Silva | Nadiene Lopes Supervisores de Manutenção Ramon Maciel | Sergio Sena Pereira Marcenaria Marcos Antônio da Silva Pintores Antonio Jorge Ferreira | Ademir Ferreira dos Santos | Cid Eduardo Ferreira Eletricistas Jorge Bispo dos Santos | José de Assis Alecrim Jardineiro Claudio Pinheiro de Almeida Pedreiros Francisco Vitório | José Inácio Santos Copa Ângela Maria Pereira Limpeza Antonio Lourenço de Jesus | Emanuel Rubens Oliveira Isidro da Silva Cruz | Jean Lobo dos Santos | Jorge Luiz Mendes | Jussara Reis de Souza | Raimundo José | Rei-naldo Querino | Sueli Conceição dos Santos | Vera Lúcia Ferreira

ABERTURA19.09.2011

SEGUNDA-FEIRA 19H

VISITAÇÃO 20.09 a 20.11.2011

TERÇA a DOMINGO 13h às 19hSÁBADOS 13h às 21h

Casarão Térreo > Galeria Subsolo > Galeria 1

MuSEu DE ARTE MODERNA DA bAHIAAv.Contorno, s/n Solar do Unhão, Salvador - Bahia - Brasil - 40060-060

www.mam.ba.gov.br [email protected] 51 71 3117 6139

Page 15: Dez anos de fotografia espanhola contemporânea

REALIZAÇÃO

CO-PRODUÇÃO

MUSEU DE ARTE MODERNA DA BAHIAAv. Contorno s/n Solar Do Unhão - Salvador.Bahia.Brasil - 40060-060www.mam.ba.gov.br [email protected] 71.3117.6139

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