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MALHARIA II DEFEITOS EM TECIDOS DE MALHA INTRODUÇÃO Abordaremos a seguir, os principais defeitos em artigos de malha, fornecendo algumas indicações sobre suas causas prováveis. É óbvio que se torna muito difícil especificar todos os defeitos que podem ser encontrados, tão grande é a gama de variação com que eles se apresentam, razão pela qual optamos por descrever os defeitos mais frequentes dando explicações relativas as suas causas e medidas corretivas. Antes de abordamos os defeitos propriamente ditos, daremos alguns parâmetros úteis a uma pré-identificação dos mesmos. Malharia de trama Os defeitos que aparecem no sentido horizontal abrangendo toda a largura do tecido e desenvolvendo-se de forma periódica são, via de regra, devido um ou mais sistemas de formação de malha, podendo ser causados por problemas de fio, ou no próprio conjunto de órgãos relativos aos sistemas. Os defeitos que ao contrário, tem um desenvolvimento na vertical acompanhando as colunas de malha, serão normalmente devido às agulhas, ou seus elementos afins como: canais, jacks, seletores, platinas, etc. Malharia de urdume Os defeitos devido a fios ou órgãos de formação de malha (passetas, agulhas, platinas, prensa) aparecerão na vertical acompanhando as colunas de malha respectivas. Os problemas advindos do urdimento, quando causados em alguns fios esporálicos se comportarão da mesma forma descrita acima. Quando uma bobina de uma barra for urdida de modo diverso das demais bobinas de mesma barra teremos faixas verticais no tecido cuja largura será igual àquela ocupada pela quantidade de fios existentes na bobina defeituosa.

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MALHARIA II

DEFEITOS EM TECIDOS DE MALHA

INTRODUÇÃOAbordaremos a seguir, os principais defeitos em artigos de malha, fornecendo

algumas indicações sobre suas causas prováveis.É óbvio que se torna muito difícil especificar todos os defeitos que podem ser

encontrados, tão grande é a gama de variação com que eles se apresentam, razão pela qual optamos por descrever os defeitos mais frequentes dando explicações relativas as suas causas e medidas corretivas.

Antes de abordamos os defeitos propriamente ditos, daremos alguns parâmetros úteis a uma pré-identificação dos mesmos.

Malharia de tramaOs defeitos que aparecem no sentido horizontal abrangendo toda a largura do

tecido e desenvolvendo-se de forma periódica são, via de regra, devido um ou mais sistemas de formação de malha, podendo ser causados por problemas de fio, ou no próprio conjunto de órgãos relativos aos sistemas.

Os defeitos que ao contrário, tem um desenvolvimento na vertical acompanhando as colunas de malha, serão normalmente devido às agulhas, ou seus elementos afins como: canais, jacks, seletores, platinas, etc.

Malharia de urdumeOs defeitos devido a fios ou órgãos de formação de malha (passetas, agulhas,

platinas, prensa) aparecerão na vertical acompanhando as colunas de malha respectivas.Os problemas advindos do urdimento, quando causados em alguns fios esporálicos

se comportarão da mesma forma descrita acima. Quando uma bobina de uma barra for urdida de modo diverso das demais bobinas de mesma barra teremos faixas verticais no tecido cuja largura será igual àquela ocupada pela quantidade de fios existentes na bobina defeituosa.

Os defeitos que aparecem nitidamente na horizontal são devidos principalmente ao sistema de desenrolamento das bobinas e ao sistemas de puxamento do tecido, ou ainda à falta de paralelismo entre barras de agulhas, passetas, prensa e platinas.

Observação: Esses parâmetros de pré-identificação tanto para malharia de trama como de

urdume são os mais gerais e característicos. Outros tipos de defeitos, podem aparecer de forma aleatória não são enquadrando portanto nos itens acima e necessitando de uma apuração mais minuciosa.

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PRINCIPAIS DEFEITOS EM MALHARIA

DEFEITOS DEVIDO À REGULARIDADE DO FIO

Irregularidade de massaAs irregularidades de massa de um fio causam aspectos defeituosos no tricot, os

quais são mais evidenciados em algumas ligações como jersey ( ½ malha simples), pique e jacquard (fig. 1).

Portanto, esses tecidos exigem a utilização de fios de boa regularidade.Convém lembrar que se ao fabricarmos um determinado tecido o seu aspecto fica

ruim apesar de utilizarmos um fio cuja regularidade esteja próxima da regularidade limite (regularímetro USTER), uma melhoria no aspecto do tecido só será possível modificando as características das fibras e do fio de forma a obter um fio nitidamente regular na fiação.

Fig.1

Pontos finosTrata-se de um defeito localizado correspondentemente a uma porção do fio em

que a massa é notadamente inferior à que compõe os fios do tricot (fig. 2).Além dos problemas de aparência os pontos finos são responsáveis, durante a

tricotagem, pela maioria das rupturas de fio causando em consequência outros incidentes como caída do tecido, grade, buracos, etc.

Fig.2

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Pontos grossosÉ um defeito localizado correspondentemente a uma porção de fio cuja massa é

nitidamente superior á dos fios que compõem o tricot (fig.3).Pode ser eliminado e na conicaleira através do purgador. Porém, nesse caso, o

ponto grosso será substituído por um nó. Dessa forma, um fio de má qualidade se submetido a uma purga rigorosa terá uma qualidade elevada de nós e estes causarão outros defeitos nos tecidos como veremos a seguir.

Assim, o problema dos pontos grossos é um dos mais delicados dentre os devidos a irregularidade do fio e deve ser corrigido na fiação, no que diz respeito à quantidade e frequência com que aparecem no fio.

Fig.3

DIFERENÇAS DE AFINIDADE TINTORIAL Essas diferenças aparecem nas malhas de urdume como faixas verticais e podem

ser causados por mistura de lotes diferentes, diferenças de tensão num fio durante o urdimento (notadamente em fios texturizados) variações nas condições do tratamento dos fios durante a texturação, variação na torção ou nas suas condições de fixação.

Em malhas de trama as diferenças de afinidade tintorial formam barras no tecido e aprecem devido aso mesmos motivos citados acima, excetuando-se os causados por problemas específicos de urdimento.

Os defeitos de barramento ou “barre” em malharia circular serão abordados adiante com maior detalhamento.

INCLINAÇÃO DAS MALHAS

Deslocamento diagonal conjunto das colunas de malhaEsse defeito é característico pela inclinação das colunas de malha em relação à

perpendicular às carreiras (fig.4).É provocado pela tendência à inclinação do fio que compõe o tricot: fios fiados com torção elevada; fios de filamentos texturados com grande tendência à formação de gavinhas

(efeito torque).Essa inclinação das malhas manifesta-se preferencialmente em algumas

contexturas (jersey, charmouse) mas, só se releva totalmente após tratamentos como relaxamento, lavagem tintura, etc) .

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Fig.4Se um determinado fio apresenta tendência a apresentar esse tipo de defeito, um

tratamento de fixação da torção do fio pode permitir atenuar o defeito.No entanto, algumas vezes essa fixação não basta e o tricot, ainda apresenta uma

inclinação das laçadas inaceitável.De qualquer forma, a melhor maneira de corrigir esses problemas está em melhor

escolher as características dos fios utilizados ou sua distribuição na máquina, como por exemplo:

escolher um fio de torção menos elevada para qual, o tratamento de fixação da torção possa ser suficiente.

usar um fio retorcido equilibrado ao invés de fio singelo, com torção de retorção no sentido inverso dos cabos e com um valor adequadamente escolhido (fig.5).

alimentar num mesmo sistema dois fios de torções em sentido contrários, mas iguais em valor absoluto.

tricotar em sistemas alternados um fio com torções S e outro com torção Z; formando uma carreira cada um.

Isso faz com que as malhas de uma carreira inclinem-se para um lado e as da outra em sentido contrário formando no conjunto uma malha sem inclinação (fig.6)

Porém, isso só acontece se as torções tiverem o mesmo valor caso contrário o tricot aguardará uma inclinação cuja direção é determinada pelo fio com torção de valor maior (fig.7).

Fig. 5, 6 e 7

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O defeito de deslocamento diagonal das laçadas não deve ser confundido com a inclinação inevitável das carreiras de malha, devido ao deslocamento helicoidal das carreiras num tricot feito em máquina circular.

Essa inclinação é frequentemente pouco perceptível e só em caso excepcionais pode causar problemas.

Se considerarmos, por exemplo, um tecido interlock simples, produzindo numa máquina circular com 48 sistemas, 20 malhas por cm de largura (peça aberta) teremos:

altura da faixa de tecido feito numa volta da máquina.

A inclinação é expressa como % em relação à largura, ou seja:

Malhas distorcidas O tecido apresenta um aspecto bastante irregular resultante de malhas inclinadas

desordenadamente (fig.8)A origem deste defeito está nas variações aleatórias de torção ao longo dos fios

que forma o tecido.Geralmente tal defeito aprece após tratamentos que provocam uma liberdade ao

menos parcial do tecido como lavagem, vaporização, tingimento, etc.A melhor forma de prevenir esses incovenientes está em se submeter o fio a um

tratamento de fixação da torção.Porém no caso de fios de fibras naturais isso não é possível devido as

características não termoplásticas da mesmas.Realizando-se o tecido com pontos mais fechados consegue-se em vários casos,

diminuir sensivelmente a intensidade do defeito.

Fig. 8

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LISTAS VERTICAIS DE MALHAS DISTORCIDAS Aparece notadamente em tecido de malha de urdume feitos com fios de torções S e

Z (principalmente texturados) em que não se respeite a alternância entre os sentidos de torção.

A obtenção de passamentos em que os fios estão colocados respeitando-se a alternância S e Z necessita de cuidados durante a colocação dos cops na gaiola e no passamento na urdideira.

Por outro lado, a tricotagem com utilização de fios com um só sentido de torção permite evitar essas listas porém corre-se o risco de ter todas as laçadas deslocadas em conjunto na mesma direção.

DEFEITOS DEVIDO A PROBLEMAS NO URDIMENTO

Diferença de tensão em um ou mais fiosFios urdidos sem tensões diferentes dos demais formarão colunas de malhas mais

abertas ou mais fechadas conforme sua tensão seja menor ou maior que a dos outros fios.

Diferença de bobinas de uma mesma barraTal problema aparece, quando numa mesma barra, temos bobinas com: tensões diferentes de enrolamento; dureza diferente de enrolamento; diferentes quantidades (metros) de fios enrolados de uma bobina para outra;Quaisquer desses fatores isolados ou em conjunto farão com que o comando

positivo de alimentação libere quantidades de fios diferentes de uma bobina para outra formando faixas onduladas no tecido cuja largura corresponde ao número de colunas formadas pelos fios da(s) bobina(s) diferente(s).

FIO DOBRADOEsse defeito aparece quando no desenrolamento forma-se uma laçada no fio

(gavinha) ou quando ocorre o desenrolamento simultâneo de várias espiras, geralmente no final do cone.

No primeiro caso podemos utilizar um dispositivo pré-tensor colocado acima do cone que tem como função ou impedir a formação da laçada ou sendo ela formada, impedir a sua passagem, quebrando o fio e fazendo parar a máquina, caso em que, obviamente, teremos bastante diminuído o rendimento da máquina.

No segundo caso, além da formação do defeito, o desenrolamento de várias epiras simultâneas impede a dupla alimentação com conicais de reserva.

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Fig. 9

NÓSQuando são aparentes, os nós por si só constituem um defeito do tricot (fig.14).Além disso os nós são frequentes causadores de outros defeitos como malhas

cortadas, grelhas, buracos, etc.Dessa forma, cumpre salientar a importância do tipo de nó utilizado: frequentemente é desaconselhável a utilização de nós “moineau” ou “bico de

pato”, pois as duas fibras cortadas ficando perpendiculares ao fio constituem um obstáculo no andamento desta (fig.10).

em muitos caso é conveniente a utilização de nós achatados ou nós de tecelão a fim de evitar os inconvenientes acima (fig.11).

para fios muito escorregados é aconselhável o uso de nó tipo nó de pescador (fig.12) para evitar o escorregamento na emenda..

atualmente há possibilidade de recorrer ao uso de fios com emendas tipo “splice” ao invés de nós. Com isso, consegue-se em muitos casos evitar a formação de buracos (especialmente em finura elevadas e ponto fechado), porém esse tipo de emenda além de aparecer como um ponto grosso no tecido apresenta um acúmulo de fibras que dificultam a penetração do corante no tingimento. Dessa forma, nas emendas teremos locais de tonalidades diferentes no tecido tinto.

Fig. 10, 11 e 12

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FIO AUSENTEÉ constituído pela ausência localizada de um fio.A falta de um fio em tecidos em que necessitamos de um só sistema para formar

uma carreira de malhas (máquinas circulares) irá causar buracos ou a caída do tecido, defeitos que serão analisados mais adiante.

Dessa forma o nome fio ausente é mais indicado para caracterizar: ausência de fio em tricots em que temos mais de um sistema para formar uma

carreira (por exemplo, interlock). ausência de fio moletão ou fio de trama. ausência de fio em malhas de urdume. De um modo geral a ausência de fio resulta da não alimentação do fio pelo

guia-fios (malharia de trama) ou pelas passetas (malharia de urdume). Isso pode acontecer devido o erro na passagem do fio (MU), ruptura do fio, final do cone, etc.

BURACOSCaracteriza-se pela abertura acidental do tricot, a qual pode ter várias causas: quebra de agulha; linguetas ou agulhas mal alinhadas; agulhas, platinas ou canis defeituosos; tensão excessiva no fio; disposição incorreta das agulhas; excessivo número de fangs seguidos na mesma agulha; enrolamento ruim no conical; fio irregular ou pouco resistente; má sincronização das agulhas; título do fio não coerente com a finura da máquina; temperatura e umidade incorretas; automáticos de parada por quebra de fio ausentes ou defeituosos; mau posicionamento dos guia-fios; nós.

Caídas parciais e totaisAs caídas ocasionadas por quebra ou falta de fios em máquinas circulares, poderão

causar a caída total de tecido se a máquina completar uma volta sem que o problema seja detectado.

Nesse caso, para se colocar a máquina em andamento novamente tem que se recorrer a uma operação de montagem do tecido o qual é bastante trabalhosa e requer tempo de máquina parada bastante grande.

As caídas parciais ocorrem, quando a falta de fio num sistema é detectada tardiamente ou quando a máquina tem uma reação lenta de parada.

As caídas totais podem ser causadas ou pela ausência ou funcionamento defeituoso dos automáticos de parada.

Pode-se acontecer ainda de o fio arrebentar entre o guia-fio e as agulhas devido a formação de uma “rolha” no orifício do guia-fio (nós, quebra de filamentos, rompimentos

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de um cabo em fios retorcidos, etc.) que mantém o fio tenso e impede que a sua quebra seja detectada pelo automático de quebra de fio.

Malhas caídasTrata-se de uma malha não formada acidentalmente e que se apresenta como

flutuante no tecido (fig.13)Esse efeito pode ser causado por: má posição de guia-fios, fazendo com que o bico da agulha não pegue o fio; má posição dos órgãos de abertura das linguetas; agulha defeituosa; tensão insuficiente ou irregularidade do fio;As malhas caídas formam sempre um buraco no tecido.É preciso detectar esse defeito o mais rápido possível para evitar que se transforme

em malhas corridas.Normalmente esse defeito pode ser reparado por uma operação de remendo.

Fig.13

Malha cortadaOcorre quando o fio arrebenta após a malha ter sido formada (fig.14). se não

detectado a tempo pode agravar-se formando malhas corridas.Suas causas mais comuns são: defeito do fio (grossura, nós pontos fracos, etc); agulhas, platinas, guia-fios ou passetas defeituosas; tensão excessiva no fio; tensão de puxamento do tecido excessiva; corte acidental causado por manipulações no tecido.

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Fig. 14

Malhas corridas Apresenta-se sob a forma de uma sucessão de malhas caídas ao longo de uma

coluna (fig.15). são provocadas por malhas caídas ou cortadas.O risco de malhas corridas é função da ligação, do ponto e do tipo de fio utilizado.

O caso mais crítico é o do tecido ½ malha com fio contínuo liso e ponto aberto. Essas condições desfavoráveis encontram-se, frequentemente, em artigos com meias de nylon e colants.

Mas, peças de tricot trata-se, as vezes, deter o defeito colocando cola na ponta da malha corrida. Na operação de remendo pode-se consertar o defeito refazendo as malhas uma a uma.

Fig.15

Malha duplaRefere-se à formação acidental de fang (fig.16).As causas mais frequentes são: subida ou descida limitada da agulha; puxamento insuficiente do tecido; prensagem insuficiente em agulha de bico que impede o descarregamento da

malha; agulha torta, deformada, com lingueta torta ou defeituosa; má sincronização entre os movimentos das agulhas e das platinas.

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Fig. 17

MARCAS DE AGULHA (Traços de agulha)Caracteriza-se pela formação de colunas de malha como uma constituição que

difere das demais quanto ao seu aspecto, formato, etc.Desse modo uma agulha pode deixar seu rosto no tecido sob a forma de sujeira

(graxa, óleo), lista de malhas duplas, de malhas peludas ou de malhas maiores ou menores que as outras.

As causas mais comuns são: agulhas com platinas apertadas dentro de seus canais; disposição incorreta das agulhas; agulhas tortas ou com linguetas defeituosas; lubrificação incorreta; canais tortos ou com excesso de sujeira.

FIOS PUXADOSEsse defeito se caracteriza por uma porção do fio extraído do tricot sem que se

tenha necessariamente uma ruptura do fio ou de seus cabos ou filamentos.Esse defeito é frequente aos tecidos feitos a partir dos fios texturados, pois o

frisado da texturação favorece o enganchamento.

PELUGEM E PILLINGChamamos de pelugem ao defeito formado quando fibras extraídas de tecido não

se juntam para formar “boletas”, mas constituem simplesmente uma zona onde a densidade dos pelos na superfície do tricot é normalmente elevada.

O atrito sofrido pelo tecido durante sua manipulação pode provocar a formação de bolotas (pilling) na superfície do tricot, constituída de fibras misturadas aderindo ao tricot por uma ou várias fibras.

Através de indicaçãoes abaixo é possível diminuir a propensão à formação de emanharamento:

utilizando fibras denominadas “baixo pilling” (fibras cujas características de resistência à tração e à flexão foram modificadas).

usando fio com maior torção; usando uma regulagem de ponto mais apertado.

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VOLÁTEISEsse termo designa o depósito de penugens no tecido durante a sua tricotagem.Quando essas fibras provém de outras máquinas podem ser de características

diferentes das do tecido que está sendo feito e nesse caso formarão um defeito muito aparente.

Quando se trabalha com materiais diferentes em várias máquinas pode-se separá-las por meio de cortinas para evitar contaminações. Essa solução é eficaz, porém apresenta o inconveniente de atrapalhar as operações e fiscalização das máquinas e dos tecidos.

QUEBRAS OU RUGASSão falsas pregas formadas sobre o tecido. Os defeitos de quebra são algumas

vezes agravadas no tingimento onde se revela uma migração preferencial do corante ao nível da prega que ficará com uma tonalidade mais intensa que o restante do tecido.

As principais são: estocagem excessiva do rolo de tecido; disposição errônea dos anéis do cilindro central de puxamento do tecido; posicionamento excessivamente longo do expansor; rolos de tecido enrolados de modo muito apertado.

ARQUEAMENTOCaracteriza-se por uma disposição em curva e não retilínea das carreiras de malha.As causas mais frequentes são devidas à problemas no enrolamento do tecido

como: expansor muito largo; deslizamento dos cilindros puxadores do tecido; excessiva tensão localizada de puxamento; técnica incorreta de enrolamento do rolo do tecido.Muitas vezes um tratamento eficaz de relaxamento pode reduzir ou até eliminar tal

defeito.

ESTABILIDADE DIMENSIONALOs artigos de malha, em geral, apresentam uma grande propensão à deformação.Durante as operações de tricotagem e tratamentos um tecido sofre deformações

importantes e muitas vezes inevitáveis.Se o corte e a confecção são efetuados com o tecido nessas condições, o artigo

final guardará esse estado. Porém durante o uso, as tensões, as lavagens domésticas e o descanso do artigo favorecem a volta do tecido ao seu estado de equilíbrio, dito relaxando, aliviando as tensões contrárias aos seu estado natural.

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Dessa forma o artigo ficará “ deformado” como mostra a figura 18.

Fig.18

ENROLAMENTOAlguns tecidos pela sua características de contextura ( ½ malha, charmeuse)

apresentam tendência a enrolar sobre si mesmos nas bordas (fig.34).Tal fenômeno é maléfico na confecção, notadamente nas operações de corte.Na realidade esse problema não é exatamente um defeito, mas uma característica

de determinados tecidos, que somente se pode tentar corrigir apelando a outras técnicas, que não as da tricotagem, como termofixação ou encolhimento.

A figura 19 mostra vistas em corte de um tecido ½ malha mostrando que o enrolamento é uma consequência inevitável resultante do modo de entrelaçamento dos fios, os quais tendem a tomar a posição retílinea.

Fig. 19

MÁ JUNÇÃO DO DESENHOAlguns tricots jacquard ou listados feitos em máquinas circulares apresentam

numa coluna de malhas uma interrupção do desenho.As peças feitas dessa forma deverão ser cortadas na coluna citada de modo que o

defeito coincida com a ourela do tecido. Em alguns casos não se pode cortar o tecido (meias ou colants com desenhos jacquard) e o defeito permanecerá.

ERROS DE PADRÃOAcontecem em desenhos onde os raportes não se repetem de maneira regular.Suas principais causas são: programação incorreta; agulhas ou jacks tortos; má sincronização da seleção das agulhas; mau posicionamento dos seletores ou dos elementos de programação.

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MANCHASSão vestígios aparentes resultantes de sujeiras, óleos, produtos de acabamento, etc.O problema de manchas de óleos de lubrificação das máquinas é o mais

importante devido a frequência e complexidade que apresenta.Muitas vezes as manchas embora pouco aparente no tecido cru, revelam-se

bastante após os tratamentos como tintura e alvejamento.Atualmente o produto de limpeza que parece ser o mais utilizado na indústria é o

percloroetileno.

DIFERENÇAS DE DENSIDADE DE MALHAS EM UM NÚMERO REDUZIDO DE CARREIRAS

É um defeito particular de malhas de urdume.Pode ser ocasionado por dois fatores: falta de continuidade de movimento nos cilindros de puxamento do tecido; diferenças de tensão do urdimento causado por descontrole no sistema de

alimentação.

DIFERENÇAS DE DENSIDADE DE MALHAS ENTRE OS DOIS EXTREMOS DO TECIDO

Também é um defeito característico de malha de urdume devido à falta de paralelismo entre platinas e agulhas.

Nesses tipos de máquinas todas as malhas de uma mesma carreira são produzidas simultaneamente. A parada e subsequente partida da máquina provoca excessos de tensão sucetíveis de modificar o comprimento de fio absorvido nessa carreira. Quando a parada do tear provoca uma barra esse defeito toma um caráter inevitável na em que é necessário para o andamento da máquina para conserto de outros defeitos, interrupção da jornada de trabalho, etc.

BARRAMENTO OU EFEITOS “BARRE”Os barramentos, juntamente com os buracos e caídas, são os defeitos de maior

gravidade nos tecidos de máquinas circulares, sendo caracterizados por faixas horizontais em toda a largura do tecido que as repetem periodicamente.

As principais causas são devidas a problemas no fio na máquina.

BARRAMENTOS CAUSADOS PELO FIO mistura de fios com títulos diferentes (fig.20); mistura de fios com torções diferentes (fig.21); deformação do fio durante a tricotagem; mistura de lotes; condições incorretas da texturização; mau estado das embalagens; fios impropriamente lubrificados ou parafinados.

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BARRAMENTOS CAUSADOS PELA MÁQUINA variação do percurso do fio; falta de paralelismo entre disco e cilindro; variação de tensões no fio (em máquinas sem sistemas de alimentação

positiva); regulagem errôneas do ponto de alguns sistemas ( a mais ou a menos) (fig.45); sincronização incorreta das escalas de graduação da regulagem do ponto; mau funcionamento dos alimentadores positivos ou sistemas de acumulação de

fio; estado precário das pedras de descida (gasta, sujas, velhas, etc.); idade excessiva da máquina.

Fig. 20 e 21

Fig.22