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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA – DME
CAMPUS DE JI-PARANÁ
DAIANE GOMES DA SILVA
O LIVRO DIDÁTICO NO PROCESSO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA: CONSIDERAÇÕES
DE PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS DE JI-PARANÁ
Ji-Paraná
2014
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA – DME
CAMPUS DE JI-PARANÁ
DAIANE GOMES DA SILVA
O LIVRO DIDÁTICO NO PROCESSO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA: CONSIDERAÇÕES
DE PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS DE JI-PARANÁ
Trabalho de Conclusão de Curso submetido
ao Departamento de Matemática e
Estatística, da Universidade Federal de
Rondônia, Campus de Ji-Paraná, como
parte dos requisitos para obtenção do título
de Licenciado(a) em Matemática, sob a
orientação do(a) professor(a): Dra.
Aparecida Augusta da Silva.
Ji-Paraná
2014
DAIANE GOMES DA SILVA
O LIVRO DIDÁTICO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA
MATEMÁTICA: CONSIDERAÇÕES DE PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS
DE JI-PARANÁ
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado como parte dos requisitos para
obtenção do título de Licenciado(a) em Matemática e teve o parecer final como Aprovado, no
dia 21.07.2014, pelo Departamento de Matemática e Estatística, da Universidade Federal de
Rondônia, Campus de Ji-Paraná.
Banca Examinadora
___________________________________________
Professora Dra. Aparecida Augusta da Silva – Fundação Universidade Federal de Rondônia -
UNIR
___________________________________________
Professora Ms. Eliana Alves Pereira Leite – Fundação Universidade Federal de Rondônia -
UNIR
___________________________________________
Professora Ms. Márcia Rosa Uliana – Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus, pela vida e as oportunidades. Porque dele e por ele para ele
são todas as coisas.
A minha mãe, Sra. Rosely e ao meu pai, Sr. João Milto, pelo companheirismo e incentivo, são
a minha motivação. A vocês o meu amor e admiração em todos os sentidos.
À toda minha família, em especial minha avó Maria, minha irmã Viviane, sobrinhas Larissa e
Gabrieli, minha prima Elezilda e ao meu querido e amado Thauay Erua. Pois sem vocês os
meus sonhos não fazem sentido.
A todos os acadêmicos com quem tive o prazer de estudar, principalmente a Deisy, o Judsy e
a Larissa, que muito me ajudaram e se tornaram mais que colegas, amigos.
A todos os meus amigos, em especial Dalila Maitê, grande amiga.
Àqueles em que tive a oportunidade de conviver no meu período de estágio na Direção do
Campus de Ji-Paraná, principalmente a Daniela que muito me ajudou e ensinou.
A Professora Aparecida Augusta, pela oportunidade de estar no grupo PIBIC, pois nesse
período aprendi muito com ela, exemplo de profissionalismo e dedicação. Agradeço o carinho
e a paciência que teve comigo.
À banca examinadora, composta pelas professoras: Ms. Eliana Leite e Ms. Marcia Rosa, por
estarem sempre dispostas a ajudar, pela competência e contribuições com a presente pesquisa.
Agradeço imensamente a todos os professores do curso de Licenciatura em Matemática, pois
contribuíram para o meu conhecimento e formação.
Agradeço a todos que fizeram parte de minha história acadêmica e me ajudaram direta ou
indiretamente na realização deste sonho.
5
RESUMO
GOMES, Daiane. O LIVRO DIDÁTICO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
DA MATEMÁTICA: CONSIDERAÇÕES DE PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS DE
JI-PARANÁ. 2014. 49f. Monografia (Licenciatura em Matemática) – Departamento de
Matemática e Estatística, Universidade Federal de Rondônia, Ji-Paraná.
Este trabalho investigou como o livro didático vem sendo percebido por alguns professores de
matemática e desta forma apresenta algumas concepções, análises e consequentemente
reflexões sobre este recurso no contexto escolar. Estas concepções inferem-se quanto ao uso
do livro didático de matemática no processo de ensino e aprendizagem, seu contexto histórico
e pesquisas que o envolvem. As análises se nortearam em respostas obtidas por meio de
questionários aplicados para professores de escolas públicas do município de Ji-Paraná e
voltaram-se para a percepção de como o livro didático vem sendo compreendido e utilizado
pelos professores de matemática. Para tanto, realizou-se a pesquisa em duas escolas públicas
do município de Ji-Paraná. Elaborou-se dois questionários, um para identificar aspectos como,
tempo de trabalho e formação do professor e outro com relação ao uso do livro didático de
matemática no contexto escolar. Estes questionários foram aplicados aos professores de
matemática que trabalham nas escolas visitadas e o conteúdo obtido foi analisado com base
no método de trabalho da pesquisa qualitativa. Desta forma, as respostas obtidas convieram
para a elaboração de categorias e reflexões apresentadas neste trabalho. As mesmas envolvem
a escolha, o uso e a concepção dos professores quanto ao livro didático e sua prática
pedagógica. Em tudo, as analises apresentaram o livro didático como instrumento, muitas
vezes, dominante no contexto escolar e não como recurso auxiliador e importante tanto para o
profissional docente como para os alunos, mesmo quando este não se insere adequadamente
ao ambiente em que é utilizado, pois suas possíveis contribuições necessitam ser
intermediadas pelo profissional docente.
Palavras-chave: Contexto Escolar; Livro Didático de Matemática; Processo de Ensino e
Aprendizagem.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................. 07
CAPITULO I – Um breve histórico do livro didático no Brasil.................................. 10
1.1 Os materiais didáticos...................................................................................................
1.2 Breve histórico do livro didático no Brasil ..................................................................
1.3 O livro didático de matemática no Brasil.....................................................................
10
13
17
CAPITULO II – O livro didático de matemática no processo de ensino e
aprendizagem ....................................................................................................................
19
2.1 O uso do livro didático no processo de ensino e aprendizagem da matemática..........
2.2 O Livro Didático de Matemática e o Currículo.............................................................
2.3 Um breve panorama de pesquisas realizadas sobre o livro didático de
matemática...........................................................................................................................
19
23
26
CAPITULO III – Metodologia de Pesquisa.................................................................... 29
2.1 Descrição metodológica................................................................................................
2.2 Instrumento para coletas de dados................................................................................
2.3 Procedimentos da Aplicação dos Questionários...........................................................
29
29
30
CAPITULO IV – Apresentação das análises e dos resultados...................................... 31
4.1 Análises e Resultados...................................................................................................
4.2 Da escolha do livro didático de matemática..............................................................
4.2.1 Com criticidade, sendo essa apresentada de forma irônica........................................
4.2.2 Com Incoerência........................................................................................................
4.2.3 Com Limitação...........................................................................................................
4.2.4 E por fim, mais elaboradas.........................................................................................
4.3 Dos Recursos Metodológicos......................................................................................
4.4 Seleção de Conteúdos e Utilização.............................................................................
4.4.1 Da Utilização..............................................................................................................
4.5 Importância do livro didático de matemática para o processo de ensino e
aprendizagem....................................................................................................................
31
33
34
35
36
37
38
39
40
41
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 45
6. REFERÊNCIAS........................................................................................................... 47
INTRODUÇÃO
No contexto escolar, no que se refere a recursos metodológicos, o livro didático se
destaca e é considerado o material didático mais utilizado pelos professores no processo de
ensino e aprendizagem. Sua utilização passou a ser abrangente nas escolas a partir de 1930
quando surgiram os primeiros decretos, legalizando e impulsionando novas políticas públicas
para legislar sobre os livros didáticos.
Com o passar dos anos seu emprego em sala tornou-se relevante nas escolas públicas
do Brasil. Programas implantados pelo governo que subsidiaram o seu uso, bem como o
aperfeiçoamento dos mesmos com a finalidade de alcançar os ideais políticos buscados por
cada época, contribuíram para isso e o caracterizaram como instrumento importante na prática
de ensino.
Em virtude a essa intensa presença e importância do livro didático no meio
educacional surgiram vários questionamentos e reflexões sobre a sua qualidade, pois esse
material didático, em algumas situações, acaba por determinar conteúdos e condicionar
estratégias educacionais.
Embora o livro didático seja um material rico de informações, ainda sim não
contempla todas as especificidades e com isso necessidades encontradas em um determinado
contexto escolar. A sua utilização apenas, não deve ser suficiente, faz-se necessário a busca
por outras metodologias com o intuito de complementar a prática docente, bem como
proporcionar aos alunos a possibilidade de participação na construção de seu aprendizado.
No processo de ensino e aprendizagem da matemática o livro didático também exerce
papel influente e o professor desta área precisa almejar as perspectivas de que o mesmo não
está completo e faz-se necessário a busca por novos recursos auxiliadores. Visto que o ensino
da matemática é considerado por muitos um desafio, devido às dificuldades encontradas em
se inovar e proporcionar novas metodologias para se apresentar os conteúdos matemáticos.
Apesar da necessidade de complementação do livro didático de matemática, o mesmo
pode contribuir com o professor para a elaboração de aulas mais dinâmicas, com melhor
aproveitamento de tempo. Apontar novas situações problemas envolvendo algum contexto
matemático e ser para o aluno uma fonte de pesquisa.
Desta forma, diante da importância que assume o livro didático no contexto escolar,
apresenta-se neste trabalho uma pesquisa feita com professores de matemática de escolas
públicas do município de Ji-Paraná. Esta intentou-se para a apreensão de como o livro
didático de matemática vem sendo percebido e utilizado por esses professores.
8
Cabe destacar que o interesse pelo tema ocorreu devido a minha participação no
Programa de Iniciação Cientifica – PIBIC, onde trabalhei a respeito das contextualizações
contidas no livro didático de matemática. Tal pesquisa me oportunizou conhecer as políticas
que abrangem este recurso, de como o mesmo pode e tem influenciado no processo de ensino
e aprendizagem, bem como sobre a importância atribuída por parte do governo e do
profissional docente a este material. Ampliando assim a minha concepção com relação ao uso
do livro didático no meio educacional.
Com o passar dos anos o livro didático assumiu relevante importância no âmbito
educacional, isso está evidente quando observamos sua trajetória histórica, seus marcos legais
e as próprias salas de aula.
Como mencionado ele está inserido em todo o processo de ensino e determinando,
muitas vezes, o que se ensinar e como ensinar. Isso acaba por condicionar o professor que
transfere suas responsabilidades para o livro e espera que ele atenda todas as necessidades e
especificidades existentes em um contexto escolar, afinal o livro é apenas um livro,
instrumento de apoio.
Essa supervalorização do livro didático pelo profissional docente pode ocasionar o
comprometimento da aprendizagem do aluno, uma vez que por meio do seu uso constante, ele
poderá ser visto como a única fonte de ajuda ao professor.
Sabe-se que o profissional docente enfrenta problemas, com a desvalorização
profissional e salarial, com a precariedade de programas voltados para a sua capacitação.
Esses fatores não se excluem quando buscamos compreender os porquês que envolvem a
educação e em específico sobre o uso excessivo e exclusivo, muitas vezes, do livro didático
por parte do professor em suas aulas.
Apesar das dificuldades enfrentadas pelo profissional da educação, elas não justificam
aulas monótonas, e não o eximem do compromisso com a formação dos futuros cidadãos.
Contudo, é evidente que o livro didático pode interferir no contexto escolar tanto de
maneira positiva como negativa e por isso faz-se necessário análise de como este recurso vem
sendo entendido e utilizado pelos profissionais docentes.
Para tanto foram elaborados questionários, que se destinaram a coleta de dados, assim
como pesquisas teóricas, ambos comporam as análises e reflexões evidenciadas nos capítulos
deste trabalho.
Que está dividido em quatro capítulos. O primeiro capítulo situa o livro didático
como um dos materiais didáticos mais utilizados no contexto escolar, apresenta-se um breve
histórico do mesmo no Brasil e introduz aspectos de nossa questão norteadora da pesquisa.
9
No segundo capítulo, abordam-se os procedimentos utilizados para a realização da pesquisa,
método de trabalho, instrumentos e sujeitos. Destaca-se, no capítulo que segue, o livro
didático de matemática no processo de ensino e aprendizagem, suas contribuições e
problemáticas advindas de seu uso exclusivo e algumas pesquisas que o envolvem. O quarto
capítulo está ligado às análises e resultados da pesquisa. Apresenta-se neste, respostas dos
professores aos questionários, categorias e reflexões obtidas por meio destas.
Em tudo este trabalho, apresenta algumas considerações sobre o uso do livro didático
de matemática pelos professores no contexto de algumas escolas públicas em Ji-Paraná.
10
CAPITULO I - Um breve histórico do livro didático no Brasil
Neste capítulo situaremos o livro didático em um contexto sobre materiais didáticos.
Onde destacamos a sua importância e influência no âmbito escolar, pois o mesmo se
caracteriza como um dos recursos mais utilizados pelos professores. Para sustentar a sua
importância e conhecermos mais sobre este material, apresentamos também um pouco sobre o
conceito e a história do livro didático e do livro didático de matemática no Brasil.
1.1 Os materiais didáticos
A palavra material possui diferentes conceitos nas diversas áreas de atuação humana,
no entanto neste estudo priorizaremos a definição de material descrita por Ferreira (2001, p.
451) que é o “conjunto dos objetos que formam uma obra, construção, etc.”. Portanto são
objetos que se reúnem de acordo com sua utilização para algum fim específico.
Mas o que faz um material ser didático? De acordo com o mesmo dicionário didático
é algo “relativo ao ensino, próprio para instruir”. Subentende-se que para o material ser
didático ele deve reunir os objetos que o constitui de maneira que venha facilitar e contribuir
com o ensino e a aprendizagem (FERREIRA, 2001, p. 235).
Santos apud Bandeira (2011) (2012, p. 02), apresenta que o “material didático pode
ser definido amplamente como produtos pedagógicos utilizados na educação e,
especificamente, como material instrucional que se elabora com finalidade didática”.
Observa-se que o material didático é um recurso empregado no meio educacional com
finalidade específica de auxiliar no processo de ensino e contribuir para uma aprendizagem
significativa.
Freitas (2007, p. 21) menciona que o material didático “[...] visa à estimulação do
aluno e à sua aproximação do conteúdo”. Assim, se percebe, mais uma vez, que esse recurso
destina-se para uma atividade educativa, que proporcione ao aluno a possibilidade de
reflexão, de absorção do conteúdo de maneira mais didática.
Ainda, Bandeira (2011, p.15) evidência que a definição de material didático vincula-
se,
[...] ao tipo de suporte que possibilita materializar o conteúdo. Essa condição
foi defendida pelo historiador francês Chartier (2002, p. 61-62) ao afirmar
que o texto não existe fora dos suportes materiais que permitem sua leitura
(ou sua visão) e nem fora da oportunidade na qual pode ser lido (ou
possibilitar sua visão).
11
Nessa mesma perspectiva, Santos (2012, p. 02) define que o “material didático está
agregado ao tipo de suporte que possibilitará materializar o conteúdo que nele estará imerso
para que o agente (professor) seja capaz de utilizar-se desse material”.
Portanto, o material didático está ligado há algum suporte. E esses suportes podem se
caracterizar, por exemplo, como recursos impresso, audiovisual, visual ou auditivo.
A garantia da presença de materiais didáticos no contexto escolar, conforme a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), n. 9394/96, art. 4°, inciso VIII é atribuída ao
estado que deve garantir “atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica,
por meio de programas suplementares de material didático-escolar [...]” (BRASIL, 1996, p.
03).
Assim, os materiais didáticos se caracterizam como instrumentos importantes que
auxiliam o professor e subdisiam o trabalho docente.
Há uma diversidade de materiais didáticos presentes no meio educacional, são
exemplos de materiais utilizados para o ensino da matemática, os materiais concretos: ábaco,
tangram, material dourado. Bem como os recursos tecnológicos educacionais, fotos, filmes,
slides, objetos de aprendizagem. Dentre essa diversidade de materiais didáticos o que se
destaca é o livro didático que atende todos os níveis educacionais e é utilizado constantemente
nas salas de aula.
Verceze e Silvino (2008, p. 87) mencionam que “[...] embora, haja, por um lado, o
desenvolvimento das novas tecnologias, da mídia, dos textos digitais, por outro, o livro
continua sendo o mais fiel aliado do professor e um recurso imprescindível para os alunos”.
De modo subjetivo o livro didático é um material que se tornou imprescindível para os
alunos, pois ainda há uma grande maioria que não possuem acesso a outros recursos que
possam auxiliar seu aprendizado. O mesmo oportuniza aos alunos contato direto com o
conteúdo já que é um material disponibilizado para eles durante todo o percurso escolar.
Conforme Freitas (2007, p. 89) a partir do Ensino Fundamental até o superior, “o livro
torna-se um poderoso instrumento na mediação dos conhecimentos necessários à construção
do sujeito”.
Verifica-se a importância que esse material didático assume no contexto escolar, de
como ele é influente e se tornou instrumento principal de apoio ao profissional de educação.
Freitas (2007, p. 89) destaca sobre essa influencia bem como sua contribuição para a
educação,
O livro didático é um dos mais fortes e influentes recursos encontrados nas
escolas brasileiras. Cabe a ele um papel bastante relevante: o de apresentar
12
às crianças o mundo da escrita e sua forma peculiar de construir
conhecimentos que são socialmente reconhecidos, legitimados, valorizados.
E é essa legitimação social que faz com que seja o livro, ainda que em
realidades culturais materialmente desenvolvidas, a âncora das práticas
pedagógicas.
Diante da grande influência que assume o livro didático, sua utilização nas salas de
aula é constante e desta forma, ele acaba, muitas vezes, se tornando o determinador de todo o
processo de ensino aprendizagem. Em relação a isso Thomaz (2013, p. 65) argumenta,
Para muitos professores o livro didático é o único recurso para o seu trabalho
didático, passando a assumir até mesmo a função de currículo e de definidor
das estratégias de ensino. O livro torna-se assim um importante suporte de
conhecimento e de métodos para o ensino, servindo como orientação para as
atividades de produção e reprodução de conhecimento.
Está evidente que o livro didático tem a sua utilização de maneira marcante nas
escolas públicas brasileiras. E como Thomaz cita, ele acaba por ser o condicionador de
estratégias e assume grande relevância na educação.
Mas esse mesmo instrumento que contribui para o processo de ensino-aprendizado se
utilizado de forma inadequada e como o único material de apoio pode tornar-se ineficiente.
Freitas (2007, p. 90), alerta que o posto honroso de liderança que o livro didático assume
sobre os demais recursos didáticos [...] “pode influenciar tanto positiva quanto negativamente
as relações e as práticas educativas”.
Conforme Thomaz (2013, p.66), “O uso indiscriminado do livro didático, não só torna
as aulas monótonas e desinteressantes para os alunos, ou seja, sem interação entre o aluno e o
professor na construção do conhecimento, como também provoca uma perda gradativa de
autonomia do professor”.
Nesse sentido, faz-se necessário cuidado em relação ao uso desse material, análise
mais crítica sobre os conteúdos propostos e uma busca aprofundada por outros materiais que
possam somar com o livro didático, a fim de não comprometer a aprendizagem do aluno e que
ao mesmo tempo tais materiais não sejam os condicionadores de todo o processo de ensino e
aprendizagem.
Freitas (2007, p. 90) argumenta sobre,
Usando sem crítica, sem critério, o livro didático acaba por desempenhar o
papel do professor, restringindo a ação dos sujeitos e impedindo, pela
automatização, o processo de construção do conhecimento. A ilusão de
completude, o prestígio social e cultural de que desfruta, adicionando ao
desejo da educação fundamental, que é o de formar para a cidadania.
Contudo, pode se constatar a importância que assume o livro didático no processo
educacional. Uma vez que o mesmo é utilizado de forma contínua em sala de aula e como
13
instrumento principal de apoio ao professor, determinando o que ensinar e como ensinar e a
sua utilização requer observância e análise mais precisa sobre seus conteúdos, para que assim
a sua utilização, de fato, possa contribuir com os professores e alunos.
Por isso, busca-se neste trabalho fazer uma análise de como esse instrumento vem
sendo compreendido e utilizado pelos professores de Matemática do Município de Ji-Paraná.
1.2 Breve histórico do livro didático no Brasil
O livro didático se constitui como um material de apoio ao profissional de educação, e
objetiva a orientação e complementação do processo de ensino e aprendizagem.
De acordo com o Guia de Livros Didáticos de Matemática (PNLD Matemática 2014,
p.12), “no processo de ensino e aprendizagem, o livro didático é um interlocutor que dialoga
com o professor e com o aluno. Nesse diálogo, o livro é portador de uma perspectiva sobre o
saber a ser estudado e sobre o modo mais eficaz de aprendê-lo.”
Pode se perceber que esse material didático tem por finalidade auxiliar no contexto
escolar, fazendo parte de um diálogo entre professor e aluno e que o mesmo perpassa uma
ideologia sobre como proceder diante da proposta dos conteúdos.
O referido Guia destaca (PNLD Matemática 2014, p.12), “[...] que as possíveis
funções que um livro didático pode exercer não se tornam realidade, caso não se leve em
conta o contexto em que é utilizado”. Portanto, não existe uma completude total no livro
didático, a maneira como é feita o seu uso é fundamental para que possa contribuir com o
processo de ensino e aprendizagem.
Quanto aos aspectos históricos do livro didático, segundo Thomaz (2013, p. 19), foi a
partir da década de trinta, no Brasil, “que se desenvolveu uma política pública mais
consistente sobre a questão do livro didático”, em detrimento as primeiras atividades, no que
tange a materiais didáticos, desenvolvidas pelo Estado Novo1, período em que o Brasil foi
governado pelo presidente Getúlio Vargas de 1930 a 1945.
Nesse período criou-se o Instituto Nacional do Livro (INL), órgão específico para
legislar sobre políticas do livro didático, com o intuito de contribuir para a legitimação do
livro didático nacional e com isso auxiliando no aumento de sua produção.
Porém, foi apenas em 1938, por meio do Decreto n. 1.006, de 30/12/1938, que se
oficializou e regulamentou a primeira política de legislação e controle de produção e
1Também conhecido como Era Getúlio Vargas. Período marcado por um golpe militar, onde por meio deste
Getúlio toma o poder e inicia um novo regime político para o Brasil.
14
circulação do livro didático no Brasil, por meio dela se instituiu uma Comissão Nacional do
Livro Didático (CNLD).
De acordo com Thomaz (2013, p. 20-21), “essa comissão tinha como função examinar
e julgar os livros didáticos, indicar livros estrangeiros de valor para tradução e sugerir
abertura de concurso para produção de determinadas espécies de livros didáticos ainda não
existentes no país”.
Verificam-se as primeiras iniciativas para análises da qualidade dos livros didáticos e,
consequentemente, a verificação se os mesmos estavam satisfazendo as ideologias buscadas
naquela época. Verceze e Silvino (2008, p.86) destacam que especialmente nesse período “o
livro era considerado um instrumento da educação política e ideológica, sendo o Estado
caracterizado como censor no uso desse material didático”.
Desta forma, entende-se que os livros didáticos tinham como intuito transmitir os
objetivos buscados pelo Estado para a população da época, os mesmos sofriam influência em
seus conteúdos pelo Estado Novo.
No período subsequente, conhecido como Regime Militar de 1964 a 1984, não foi
diferente, a educação mais uma vez foi alvo da ideologia política. Foram firmados vários
acordos, dentre os educacionais se destacam os acordos entre o Ministério da Educação
(MEC) e a Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em
1966, que impulsionaram a edição de uma grande quantidade de livros didáticos a fim de
atender a demanda do novo contexto escolar que estava para surgir. Conforme descreve
Thomaz (2013, p. 29),
Um dos objetivos principais da nova proposta educacional implantada no
Brasil por meio dos acordos MEC/USAID era o de reprimir as ideias
educacionais anteriores, baseadas nas européias, e impor o modelo anglo-
saxônico, que na época era considerado de maior eficácia no sentido
econômico e técnico (formar um contingente de mão-de-obra técnica para
trabalhar na indústria), mas também, principalmente, porque não estimulava
a consciência crítica dos alunos [...].
Pode-se observar que o foco desse novo sistema era capacitar de forma técnica, e
preparar os brasileiros para o trabalho nas indústrias e os materiais didáticos, no caso os livros
didáticos, eram ricos dessa nova proposta.
Segundo Thomaz (2013, p. 32), o período militar “impôs severo controle no sistema
educacional e nos materiais didáticos usados nas escolas brasileiras”. O que nos faz refletir
mais uma vez sobre a influência política que sofreu o livro didático nesses contextos da
história e fazendo uma reflexão mais crítica talvez ainda sofra nos dias atuais.
15
Ainda, o referido autor destaca esse pensamento sobre a influência política nos livros
didáticos, “[...] o livro didático foi um dos instrumentos, que, na época, ajudou a materializar
os ideais educacionais determinados pelo sistema político vigente do país”. Portanto, esse
material didático acabou por servir de apoio para a satisfação de um ideal político, fugindo
assim do principal objetivo, de todos os recursos didáticos, que é auxiliar no processo de
ensino-aprendizagem e proporcionar educação de qualidade a quem se apropria deles como
um material de apoio educacional. (THOMAZ, 2013, p. 31).
Com o fim do período militar no Brasil, por meio do Decreto n° 91.542, de 19/08/1985
foi criado um novo programa responsável pela compra e distribuição dos livros didáticos o
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que permanece até os dias atuais. Esse
programa é voltado à Educação Básica brasileira sendo executado em ciclos trienais e além da
distribuição dos livros didáticos o programa prove acervos de obras literárias, obras
complementares e dicionários.
Porém, mesmo com a criação desse novo programa somente a partir dos anos 90 que
começou uma discussão mais sistemática pelo Ministério da Educação (MEC), sobre a
qualidade do livro didático. Com isso foram apresentados projetos pedagógicos que foram
divulgados por meio dos Guias do livro didático e dos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN).
Segundo Thomaz (2013, p. 46),
É no ano de 1996 que se inicia o processo de avaliação pedagógica dos
livros inscritos para o PNLD 1997. Esse procedimento foi aperfeiçoado,
sendo aplicado até hoje. Os livros que apresentam erros conceituais, indução
a erro, desatualização, preconceito ou discriminação de qualquer tipo são
excluídos do Guia do livro didático.
Atualmente, conforme o Decreto 7084, de 27 de janeiro de 2010, o programa funciona
de acordo com as seguintes etapas:
As escolas da rede pública que desejam participar do programa deverão
manifestar este interesse mediante adesão formal, observados os prazos,
normas, obrigações e procedimentos estabelecidos pelo Ministério da
Educação e essa adesão deve ser atualizada sempre até o final do mês de maio
do ano anterior àquele em que a entidade deseja ser atendida.
São estabelecidos regulamentos, prazos e regras em editais para as inscrições
dos livros didáticos no programa. Esses editais são publicados no Diário
Oficial da União e também disponibilizados pela internet no Portal do FNDE
(Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
16
Nos editais constam exigências técnicas e físicas que as obras inscritas devem
seguir. É feita uma triagem dessas obras pelo Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) para se constatar se as mesmas se
enquadram nessas exigências, após os livros selecionados são encaminhados à
Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), é a SEB que escolhe os
especialistas para analisar as obras, conforme critérios divulgados no edital e
estes elaboram as resenhas dos livros aprovados, que passam a compor o guia
de livros didáticos.
Este Guia do livro didático tem como objetivo orientar professores e Diretores
na análise e escolha dos livros didáticos que serão utilizadas pelos alunos em
sua escola. O Guia é disponibilizado no portal do FNDE na internet e impresso
nas escolas cadastradas no censo escolar.
Após a escolha dos livros é feita a formalização via internet, por meio de senha
previamente enviada pelo FNDE às escolas e assim é iniciado o processo de
aquisição que é realizada por inexigibilidade de licitação, prevista na Lei
8.666/93. Concluído esse processo inicia-se a produção desses livros, que são
supervisionados por técnicos do FNDE que analisam também sua qualidade
física.
Contudo, os livros aprovados chegam às escolas entre outubro do ano anterior ao
atendimento e o início do ano letivo.
Em síntese, segue de forma cronológica, no Quadro 1 alguns dos principais momentos
históricos na trajetória histórica do livro didático no Brasil.
17
Quadro 1 – Percurso histórico do livro didático no Brasil
Ano/Período histórico Descrição
1930-1945
(Estado Novo)
-Políticas públicas mais consistentes sobre materiais
didáticos, em detrimento as primeiras atividades
desenvolvidas pelo Estado Novo, com relação a recursos
educacionais;
-Oficialização e regulamentação da primeira política de
legislação e controle de produção dos livros didáticos. E
Instituição da Comissão Nacional do Livro Didático (CNLD).
Tudo por meio do Decreto n. 1.006, de 30/12/1938.
1964 a 1984
(Regime Militar)
-Novos acordos educacionais;
-Acordos entre o Ministério da Educação (MEC) e a Agência
Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional
(USAID), capacitar de forma técnica por meio do livro
didático;
-Severo controle no sistema educacional e nos materiais
didáticos, a fim de atender a demanda do novo contexto
escolar que estava para surgir.
1985
-Após fim do período Militar, cria-se um novo programa
responsável pela compra e distribuição dos livros didáticos o
PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), por meio do
Decreto n° 91.542. Este permanece até os dias atuais.
1990
-Discussão mais sistemática pelo Ministério da Educação
(MEC), sobre a qualidade do livro didático;
-Novos projetos pedagógicos divulgados por meio dos Guias
do livro didático e dos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN).
1996
-Inicia-se o processo de avaliação pedagógica dos livros
inscritos para o PNLD 1997.
2010
-Decreto 7084, de 27 de janeiro de 2010. Regula a
participação das escolas e procedimentos de escolha do livro
didático no PNLD.
Assim, se percebe a importância que o livro didático assumiu com o passar dos anos, a
preocupação que se gerou em relação a sua qualidade, pois o mesmo tem se constituído
elemento estruturador das salas de aula.
1.3 O livro didático de matemática no Brasil
Além do apresentado sobre a história do livro didático no Brasil, que por sua vez,
emoldura os aspectos históricos do livro didático de matemática. Optamos por abordar de
maneira mais específica este material, no que tange aos primeiros livros publicados de
matemática e as suas possíveis funções.
18
Como exposto anteriormente, somente a partir da década de trinta que se iniciou o
movimento de políticas relacionadas ao livro didático a fim de viabilizar a sua produção e
demais aspectos relacionados ao mesmo.
Sendo assim, a maior parte dos livros utilizados no Brasil, eram de autoria
internacional. Pois, o processo de elaboração de livros didáticos por brasileiros levou um
tempo para se consolidar até mesmo pelas restrições advindas da época.
A predominância de livros didáticos de matemática de origem estrangeira reflete-se
nas primeiras publicações de livros por editoras brasileiras que em sua maioria se constituíam
de livros traduzidos.
Este aspecto histórico é evidenciado por Biehl e Bayer (2009, p. 01),
A primeira editora brasileira foi a Impressão Régia do Rio de Janeiro, que
teve como seu primeiro livro didático publicado Elementos de Geometria, de
Legendre, seu tradutor foi Manoel Ferreira Guimarães (1738 – 1777), que na
época desempenhou um papel significativo para a divulgação de novas
idéias no Brasil.
Verifica-se que o primeiro livro didático publicado no Brasil não teve autoria
brasileira, no entanto, a criação da primeira editora brasileira, juntamente com tradutores
brasileiros, cita-se Manoel Ferreira, contribuíram para novas perspectivas e assim com a
incitação dos brasileiros a escreverem seus próprios livros.
De acordo com Biehl e Bayer (2009, p. 01), “Os primeiros livros didáticos de
matemática foram utilizados para a formação dos alunos da academia militar do Rio de
Janeiro, a maior parte foram traduções de livros estrangeiros [...]”.
Nota-se mais uma vez a predominância de livros estrangeiros no Brasil, estes foram
bem marcantes antes da década de 30 e por um determinado período após. Contudo, as
editoras e autores brasileiros foram se consolidando e ganharam força no mercado nacional.
Atualmente o livro didático de matemática é produzido em grande escala e sua utilização
destinada a todos os alunos de escolas públicas.
Contudo, por meio deste capítulo pode-se perceber a importância do livro didático no
contexto escolar. Diante desta perspectivas traçamos nossa questão de como o livro didático
de matemática vem sendo utilizado e percebido por professores de escolas públicas do
município de Ji-Paraná.
19
CAPITULO II - O livro didático de matemática no processo de ensino e aprendizagem
O objetivo deste capítulo é apresentar algumas concepções sobre o uso do livro
didático de matemática no contexto escolar, seja para o processo de ensino e aprendizagem ou
em sua relação com o currículo. Apontar algumas pesquisas que envolvem o livro didático de
matemática. Assim como, obtermos sustentação teórica para tecermos as análises sobre o
livro didático de matemática no contexto escolar.
2.1 O uso do livro didático no processo de ensino e aprendizagem da matemática
O processo de ensino e aprendizagem se caracteriza como os meios empregados para a
intermediação de conteúdos e saberes, visando à construção e apropriação de conhecimentos
em determinadas áreas. Trata-se de um procedimento contínuo e assim um tema de grande
amplicidade e que não podemos limitá-lo, porém trabalharemos nesse enfoque e voltado para
a área da Educação Matemática. (FERREIRA, 2001, p. 54 e 558).
Sabe-se que no âmbito educacional a diversidade de saberes predomina, considerando
que cada indivíduo que integra este campo, traz consigo especificidades e com isso
particularidades para o aprendizado. Tais peculiaridades podem tornar o processo de ensino
complexo, pois acaba por demandar estratégias educacionais com métodos de trabalho
específicos para cada ambiente de ensino.
Desta forma, o processo de ensino e aprendizagem, de acordo com Freitas (2007, p.
13) se constitui por uma série de “[...] elementos que vão desde a postura do docente até os
meios empregados para promover o ensino e garantir a aprendizagem”. Observa-se que o
processo de ensino e aprendizagem requer uma postura crítica e sensível do profissional
docente ao espaço em que acontece, considerando que o mesmo, de maneira mais abrangente,
se torna o agente deste.
Destacamos que as ações desenvolvidas pelo profissional docente nesse processo se
tornam valiosas e constitutivas de uma boa aprendizagem quando não contemplamos a
concepção “[...] de que os alunos são os pacientes, de que os agentes são os professores e de
que a escola estabelece simplesmente o cenário do processo de ensino”. Todos os
componentes do meio educacional e até mesmo os externos, como o vínculo familiar de quem
faz parte desta área, se tornam importantes e também atuantes neste processo. (GUIA DE
LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA, PNLD 2011, p. 43).
20
Em tudo, as diversas situações que envolvem e compõem o campo educacional, seja
na interação professor-aluno, métodos e materiais de trabalho precisam ser sempre
consideradas a fim de implementá-las no processo de ensino e aprendizagem visando a
construção, compreensão e apropriação de conceitos por parte dos alunos.
Com relação ao ensino da matemática, considerar estas especificidades é
imprescindível, quando defendemos a opinião de que a mesma “[...] não se reduz a
transmissão de informação sobre o saber acumulado neste campo”. Compreende-se então que
o conhecimento matemático se faz e refaz por um conjunto de elementos, não apenas
técnicos, mas como também construídos e relacionados com o ambiente em que acontece.
(Guia de livros didáticos de matemática, PNLD 2013, p. 12).
Apesar do entendimento de que o ensino e a aprendizagem da matemática vão além do
simples transmitir, é fato, que na sua maioria, é assim que ocorre. Conforme aponta a pesquisa
feita por Bastos (2004, p. 03), nesta é destacado que o profissional docente “[...] privilegia o
treino e a memorização de conceitos e regras, caracterizando uma visão estática da
matemática e não como um corpo de conhecimentos que se constrói a partir da investigação e
da resolução de problemas.” Podemos destacar então a predominância de um modelo
historicamente construído e cristalizado sobre o ensinar matemática, que mesmo com tantas
concepções inovadoras persistem em dominar a prática de muitos profissionais docentes.
Não queremos estabelecer ou apontar uma maneira de se ensinar, contudo acreditamos
que se faça necessário a observação de que o ensinar contempla diversas situações que são
estabelecidas de acordo com cada ambiente e por isso uma determinação não caberia, contudo
podemos destacar quanto à complexidade encontrada no processo de ensino e aprendizagem
da matemática, conforme é elencado no Guia de Livros Didáticos de Matemática (PNLD
Matemática 2011, p. 15),
Muito mais amplo e complexo, o processo de ensino e aprendizagem da
Matemática envolve a construção de um leque variado de competências
cognitivas e requer, além disso, que se favoreça a participação ativa do aluno
nessa construção. Nesse contexto, convém lembrar que as competências não
se realizam no vazio e sim por meio de saberes de diversos tipos, dos mais
informais aos mais sistematizados, estes últimos a serem construídos na
escola.
Nota-se que nesse processo perpassam várias informações e concepções que precisam
ser analisadas pelo profissional docente já que estas, em sua maioria, mesmo que de maneira
indireta compõem o contexto educacional.
Visando a contribuição para a inserção das diversas especificidades que
necessariamente precisam estar interligadas aos conteúdos que se pretende ensinar, a fim de
21
tornar o processo de ensino e aprendizagem significativo, contemplando e aproximando a
realidade de seus alunos, surgem os elementos auxiliares, os materiais didáticos por exemplo.
O livro didático é considerado o mais importante e influente desses elementos,
principalmente para o ensino da matemática. Participando ativamente do processo de ensino e
aprendizagem, conforme destaca Biehl e Bayer (2009. p. 02) “[...] o livro didático um dos
mais importantes componentes do cotidiano escolar em todos os níveis de ensino”. Pois, se
trata de um recurso de fácil acesso, disponibilizado para professores e alunos. Para o professor
a oportunidade de complemento, otimização de suas aulas e aos alunos a possibilidade de
retomada dos conteúdos propostos, se caracterizando como um material de pesquisa e,
portanto como tem sido a sua utilização, quais os objetivos para tal é relevante para que o
livro didático possa de fato colaborar com o ensino e a aprendizagem.
O uso do livro didático está interligado aos meios destinados para a contemplação das
propostas elaboradas por cada contexto escolar, visando à contribuição com o profissional
docente que ali está inserido,
Um bom projeto educacional exige um professor atuante, com uma prática
que se apropria da realidade como instrumento pedagógico e que utiliza os
materiais didáticos disponíveis, incluindo o livro didático, de forma
apropriada e devidamente contextualizada com o processo de ensino-
aprendizagem. Só podemos dizer que um livro é completo se ele está bem
inserido neste contexto. (BIEL E BAYER, 2009, p. 11)
Para o ensino da matemática tais concepções são importantes, e devem permear a
prática do profissional docente. Os recursos metodológicos, em questão o livro didático,
precisa se aproximar ao máximo da realidade dos alunos, no entanto, esta aproximação caberá
ao professor, por meio de outros métodos que visam emoldurar este recurso de maneira mais
apropriada aquele determinado grupo atendido. Considerando que o livro didático destina-se
para atender uma maioria, mas não é possível que ele apresente todos os elementos
necessários para cada ambiente de ensino. Destacamos que não coadunamos com a ideia de
completude do livro didático mesmo que esteja bem inserido em qualquer contexto, com
relação ao aprendizado não há nada que seja completo o suficiente.
A ligação dos conteúdos ministrados em sala, com contextos reais, elevam o aluno a
participar com mais autonomia no seu desenvolvimento escolar e por isso Biehl e Bayer
(2009, p. 04) descrevem que dentre os requisitos necessários para que o livro didático de
matemática contribua com o processo de ensino e aprendizagem do aluno é que o mesmo,
“deve oferecer atividades que o incentivem a participar ativamente de sua aprendizagem e
22
interagir com seus colegas. Além disso, o livro precisa assumir a função de texto de referência
tanto para o aluno, quanto para o docente.”
Observa-se a importância em se inserir os alunos de maneira mais atuante em um
processo que objetiva-se para o seu aprendizado e, desta forma o livro didático de matemática
como recurso auxiliador na apresentação dos conteúdos pode contribuir para que isso ocorra,
associando atividades com situações em que o aluno possa perceber a aplicação destas em
suas atividades diárias.
Ao que se discute sobre as referências que o profissional docente tem com relação ao
livro didático de matemática é deveriam ser voltadas para a perspectiva descrita por diversos
documentos oficiais de que o mesmo se trata de um recurso auxiliador, complementador das
aulas. No entanto, algumas pesquisas apontam que não é bem está à concepção de alguns
professores de matemática, conforme Bastos (2004, p. 04) apresenta, “[...] para os professores
pesquisados o livro didático configura-se como um manual de exercícios que conduz suas
ações em sala de aula.” Observa-se uma inversão de competências onde o livro, muitas vezes,
determina o que ensinar e como ensinar.
Está questão acaba por condicionar o profissional docente que transfere suas
responsabilidades para o livro e espera que atenda todas as necessidades e especificidades
existentes em um contexto escolar, afinal o livro é apenas um livro, instrumento de apoio.
Essa perspectiva sobre o livro didático de matemática pelo profissional docente pode
ocasionar o comprometimento da aprendizagem do aluno e de sua própria autonomia,
conforme o mesmo autor argumenta (BASTOS, 2004, p.04),
Este fato é preocupante uma vez que o livro didático é escrito de acordo com
o que o autor pensa sobre o processo ensino-aprendizagem da matemática e
isto pode levar o professor a exercer uma prática que priorize a transmissão
ao aluno por meio da exposição e da resolução de exercícios-padrão.
Desta forma, podemos destacar quanto à importância da percepção do professor em
complementar o livro didático de matemática disponível, com o intuito de adequá-lo ao
contexto de sua sala de aula, visando também possibilitar que este material didático exerça
sua principal função, a de recurso auxiliar.
De acordo com o Guia dos Livros Didáticos de Matemática (2011, p. 13), “[...] tanto
na escolha quanto no uso do livro, o professor tem o papel indispensável de observar a
adequação desse instrumento didático à sua prática pedagógica, ao seu aluno e ao projeto
político- pedagógico de sua escola”. Verifica-se, mais uma vez, o vínculo entre professor e
livro didático no processo de ensino e aprendizagem, mas que deve ter como mediador
principal o professor, visando a garantia de sua autonomia pedagógica neste processo.
23
Ao considerar estas concepções o livro didático de matemática passa a exercer um
papel de contribuinte com o processo de ensino e aprendizagem, sua importância neste é
inegável, conforme evidência Biehl e Bayer (2009, p. 10), “O livro didático é um recurso
indispensável para o professor, pois facilita o planejamento diário, auxilia no tempo da aula,
motiva o aprendizado do aluno, traz exercícios e textos [...]”. O que nos leva a perceber ainda
mais a sua importância no processo de ensino, como instrumento principal de apoio ao
professor em suas aulas e aos alunos que nem sempre possuem acesso há outros recursos que
complementem o seu aprendizado em sala.
Cabe destacar quanto às principais funções do livro didático de matemática, que são
“[...] transmitir conhecimentos, desenvolver capacidades e competências, consolidar e avaliar
o conteúdo estudado”. Esses são alguns exemplos de como o livro didático pode contribuir
com o desenvolvimento das aulas e consequentemente possibilitar os alunos aprendizagem.
dos alunos também. (BIEHL e BAYER, 2009, p. 11).
Acreditamos que seja necessário levar sempre em consideração que, “[...] o livro
didático pode mostrar-se como instrumento eficiente, mas cabe ao professor o papel de
mediador insubstituível dentro do processo de ensino e aprendizagem.” (BIEHL e BAYER,
2009, p. 07).
Contudo, as possíveis funções do livro didático no processo de ensino e aprendizagem,
dependem de como o professor o utiliza. O livro pode ser classificado como bom ou ruim,
porém a prática do professor poderá mudar estas classificações. O que é visto como bom pode
se tornar ruim quando o professor o considera como determinador de todo o processo de suas
aulas e não traz complementações para o mesmo e assim vice e versa. Como mencionado
essas concepções dependem da maneira de como o professor faz o uso deste recurso.
2.2 O Livro Didático de Matemática e o Currículo
O ensino da matemática é considerado por muitos um desafio. São diversos os fatores
que levam a está concepção, dentre eles podemos destacar, as dificuldades encontradas pelo
profissional docente em proporcionar aos seus educandos uma matemática de sentidos,
contextualizada e voltada para uma perspectiva de que o conhecimento matemático está
permanentemente em evolução e não contempla apenas fórmulas e conceitos pré-
estabelecidos.
24
Frente a esses problemas, surgem alguns documentos que visam apoiar o professor e
propor alternativas para que possa atuar com o intuito de reverter tais situações. O currículo
de Matemática é um deles e,
[...] deve procurar contribuir, de um lado, para a valorização da
pluralidade sociocultural, evitando o processo de submissão no
confronto com outras culturas; de outro, criar condições para que o
aluno transcenda um modo de vida restrito a um determinado espaço
social e se torne ativo na transformação de seu ambiente. (PCN’S,
1998, p. ).
Assim, como o currículo escolar que, “[...] exige a estruturação de um projeto
educativo coerente, articulado e integrado, de acordo com os modos de ser e de se
desenvolver das crianças e dos adolescentes nos diferentes contextos sociais.” (DIRETRIZES
CURRICULARES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA, 2013, p.).
Nota-se que para o ensino da matemática é imprescindível considerar os diversos
contextos sociais, e principalmente o que seus alunos estão inseridos, para que se sintam
integrados em algumas situações matemáticas propostas e possam refletir criticamente e de
maneira atuante ao espaço em que vivem.
O professor desempenha função importante na concretização dos objetivos propostos
nesses documentos oficiais, assim como na organização e elaboração de um currículo que
melhor se ajuste no contexto escolar em que atua. Compete ao professor à percepção das
necessidades de seus alunos e intervenção neste meio, o que acaba requerendo a articulação
de algumas ações por parte do mesmo, para que os alunos possam se sentir atuantes no
processo de ensino e aprendizagem e os conteúdos matemáticos possam ser entendidos como
elementos importantes não somente para a sua formação como também para as suas práticas
diárias.
Deste modo, umas das possíveis ações do profissional docente para o desenvolvimento
do seu currículo é buscar instrumentos que possam o conduzir para a concretização de seus
objetivos. Cita-se o livro didático como um dos materiais didáticos mais relevantes neste
processo, conforme destaca Thomaz (2013, p. 46), “para muitos professores o livro didático é
o único recurso para o seu trabalho didático, passando a assumir até mesmo a função de
currículo e de definidor das estratégias de ensino.”
No entanto, quando visto desta forma o livro didático não se faz contribuinte na
concretização da proposta de um currículo que busca se adequar ao contexto em que se
acontece o ensino da matemática. O livro didático de matemática de acordo com o mesmo
autor precisa ser considerado,
25
[...] como instrumento no desenvolvimento do currículo, deve ajudar a
proporcionar ao educando condições para que ele possa organizar
pensamentos autônomos e críticos, e para que ele possa formular os
seus próprios juízos de valor, e instrumentá-lo para ter poder de
decisão frente às diferentes situações cotidianas da vida (THOMAZ,
2013, p. 61-62).
Verifica-se a importância do livro didático de matemática no contexto escolar quando
assume a sua função de recurso auxiliar e dependente de complementação. Como o próprio
autor elenca, ele é um instrumento de ajuda e suas possíveis contribuições advêm de um
conjunto, seja na relação com o currículo visando o seu desenvolvimento, e os outros diversos
materiais didáticos, que subsidiam o trabalho docente para o ensino da matemática.
O livro didático de matemática não deve ser interventor do currículo e como já
mencionado ocupar papel dominante no processo de ensino e aprendizagem, os dois precisam
se complementar. Nenhum recurso didático se faz eficiente se administrado individualmente,
todos requerem complementações.
Uma das possíveis relações do livro didático com o currículo é apresentada no Guia de
livros didático de matemática (2012), em que é sugerido ao professor que na hora de sua
escolha do livro leve em consideração o currículo, o projeto político pedagógico da escola e
outros documentos que foram elaborados de acordo com o contexto em que atua.
Esta perspectiva precisa ser sempre apreciada pelo profissional docente, pois as
coleções de livros didáticos são, “[...] na maioria das vezes, as principais fontes para
elaboração das aulas, a partir do que os autores desses materiais propõem” (JANUARIO,
2010, p. 34).
Desta forma, escolher um material que se aproxime da vivência dos alunos e dos
objetivos traçados pelo professor para a apresentação dos conteúdos e demais situações que
envolvem o contexto escolar é imprescindível, visto que, os autores destes materiais são
externos aquele ambiente e podem trazer contextos artificiais ao mesmo, sendo assim o
professor em sua prática pode intervir quanto algumas apresentações equivocadas e
incrementar o conteúdo neste apresentando.
Em tudo, o livro didático, o currículo e outros recursos em geral, colaboradores da
prática docente, precisam estar comprometidos com o aprendizado dos alunos, articulados as
suas necessidades e apresente também novas possibilidades de aprendizado.
26
2.3 Um breve panorama de pesquisas realizadas sobre o livro didático de matemática
O livro didático de matemática devido a sua notória influência no âmbito educacional
tem sido instrumento de pesquisas na área da Educação Matemática. Estas visam elencar
pontos positivos e negativos com relação ao uso do livro didático. Seja na análise dos
conteúdos apresentados ou em sugestões para o melhor aproveitamento deste recurso no
processo de ensino e aprendizagem.
Com relação aos conteúdos expostos nos livros didáticos, como estão sendo abordados
pelos autores, as pesquisas, geralmente, visam identificar, possíveis conceitos inadequados,
como o conteúdo tem sido contextualizado e se as atividades propostas desenvolvem o
pensamento crítico dos alunos ou limitam-se a atividades de reprodução.
No que tange as contextualizações de conteúdos nos livros didáticos de matemática
pesquisas apontam que, em sua maioria, elas são artificiais, não contemplam a realidade dos
alunos e não são significativas para a resolução das situações propostas, que se reduzem a
atividades algorítmicas.
Silva, Santos e Silva (2013, p.11), por meio de análises feitas em livros didáticos de
matemática levantam tais questões,
[...] pode-se perceber que as coleções têm tentado trazer contextos que
se remetem a realidade do aluno, seja com temas ambientais ou com
problemas que aparentemente são vivenciados por eles. Porém, muitos
desses livros apenas mascaram uma suposta realidade e acabam não
oportunizando aos alunos maior senso crítico.
Verifica-se então, que alguns livros didáticos apresentam falsas contextualizações. No
intuito de suprir a necessidade de textos e de relacionar o conteúdo estudado com situações
reais, acabam procedendo de maneira incoerente e ficam longes de se aproximar de alguma
realidade.
A introdução de contextos para a resolução de atividades auxilia o aluno na percepção
do conteúdo e no desenvolvimento de uma matemática de sentidos. Mas, para que isso ocorra
é necessário que estes textos tenham sentidos também e, como mencionado, se relacionem
com fatos verdadeiros.
O contexto quando aplicado nas situações matemáticas precisa ser bem elaborado e
contribuinte para a resolução da atividade. Pois é preciso levar em consideração que “[...] um
contexto qualquer não é condição para que uma atividade se aproxime da realidade do aluno,
nem tampouco facilite a sua compreensão.” Por isso, a necessidade em se preocupar com a
qualidade do contexto exposto em determinadas atividades é relevante, quando se objetiva
27
que os alunos reflitam sobre as ações matemáticas propostas e possam ter mais autonomia na
resolução destas. (SILVA, SANTO, SILVA, 2013, p. 11).
O grande potencial em se contextualizar o conteúdo é apresentar ao aluno uma
realidade a ser vista, que lhe dê a oportunidade de estudá-la e a liberdade para agir sobre ela,
seja em sua modificação ou em sua sustentação. Desta forma, os alunos poderão desenvolver
o seu senso crítico em situações do contexto escolar e, externos a ele.
No entanto, conforme apresentado nas pesquisas feitas por Silva, Santos e Silva (2013,
p 07),
Várias atividades exploradas nos livros não conduzem o aluno a uma
discussão crítica, muitas delas servem apenas para apresentar dados
numéricos para resolução de equações, caracterizando-se, desta forma, como
uma contextualização inadequada, que não possibilita o desenvolvimento da
criticidade do aluno.
Nota-se que ainda é pouco explorado, nas atividades matemáticas, o pensamento
crítico dos alunos. Em sua maioria as atividades estão ligadas a modelos pré-estabelecidos,
que por sua vez não levam os alunos a maiores questionamentos.
Contudo, é destacado também nestas pesquisas algumas contextualizações percebidas
nos livros didáticos consideradas adequadas, que são interessantes e motivadoras, que trazem
discussões críticas e a inclusão dos alunos nas atividades propostas.
Na perspectiva de que o livro didático é instrumento que subsidia o trabalho docente e
da autonomia do professor no contexto escolar. Destacamos que na abordagem dos conteúdos
matemáticos ou no tratamento de atividades os livros podem propor situações inapropriadas,
alguns conceitos podem não ser bem definidos e por fim exigirem complementações. E cabe
ao professor, “[...] intervir nesse processo [...]” para que assim o livro didático possa
contribuir com processo de ensino e aprendizagem. (JANUARIO, 2010, p.47).
O livro didático de matemática é um recurso importante e exerce diversas funções no
contexto escolar. O seu uso pode favorecer a prática do profissional docente e contribuir com
o aprendizado dos alunos. Segundo Thomaz (2013, p. 62-63),
[...] ao analisarmos num sentido mais amplo a função que o livro didático
ocupa numa sala de aula, verificamos que o mesmo, além de auxiliar o
professor no exercício de sua prática pedagógica, também representa para o
aluno da escola pública uma das fontes mais importantes de informação
científica.
Desse modo, o livro didático de matemática não pode ser ignorado. Mesmo que não
seja o mais adequado ao contexto em que é utilizado o professor precisa trazer aos alunos a
28
percepção de sua importância e apresentar suas possíveis contribuições e até mesmo em um
conteúdo não bem apresentado levantar questões que incentivem a criticidade do aluno.
Como retratado por Thomaz o livro acaba muitas vezes sendo um das, ou a única,
fonte(s) de informação dos alunos. Sendo assim, pode oportunizar a eles o conhecimento de
outras culturas, o aprimoramento de seus saberes e a retomada de assuntos já discutidos em
sala.
Quanto as suas contribuições para o profissional docente, o livro didático pode auxiliar
e muito no tempo das aulas de matemática, que por sua vez, encontra-se com carga horária
reduzida. O professor só precisa colocar alguns pontos mais essenciais e complementadores
do que está posto no livro didático, que também é disponibilizado para os alunos e que deve
ser utilizado, ou apresentar todo um conteúdo em lousa e depois fazer o uso das atividades do
livro, essas são apenas algumas das diversas funções que o livro pode exercer.
Assim, o livro didático de matemática, apesar das pesquisas apontarem falhas nas
apresentações dos conteúdos e principalmente na contextualização dos mesmos, se faz um
instrumento importante para o contexto escolar e fora dele. Por isso, o campo de pesquisas
nessa área tem sido relevante e objetiva o aprimoramento desse recurso e a apresentação de
sugestões para um melhor aproveitamento do livro didático.
29
CAPITULO III - Metodologia de Pesquisa
Este capítulo aborda sobre os métodos adotados para a realização da pesquisa, a fim de
que se haja um melhor entendimento de como a mesma se compôs. Traz uma breve descrição
metodológica com relação à pesquisa qualitativa e do questionário como instrumento para
coleta de dados. Assim como, apresenta os sujeitos da pesquisa.
3.1 Descrição metodológica
A presente pesquisa é de caráter qualitativo, análise interpretativa dos dados e
configura-se no campo da Educação Matemática.
De acordo com Minayo (2007, p. 174), a pesquisa qualitativa se caracteriza como uma
“pesquisa de cunho compreensivo”. Tal atribuição se faz importante para trabalhos que visam
perceber os diversos aspectos relacionados ao ambiente estudado. Sendo, que esses, são
considerados relevantes para o desenvolvimento da pesquisa. O método da pesquisa
qualitativa proporciona ao pesquisador maior autonomia no processo de análise dos dados,
favorecendo uma interpretação mais profunda sobre os mesmos. Minayo (2007, p. 181)
evidência que “os estudos qualitativos também possibilitam construir teorias, reformulá-las,
refocalizá-las ou clarificá-las [...]”, por permitir está flexibilidade a pesquisa qualitativa
facilita uma compreensão menos superficialista de todo o contexto que se pretende estudar.
Sobre a pesquisa qualitativa, Neves (1996, p. 03) destaca que esse tipo de pesquisa é
“[...] marcada pela visão do todo, pela preocupação com o significado, e conforme o estudo
penda mais para o diagnóstico do que para a explicação dos fenômenos”.
Nestas perspectivas, no cuidado na interpretação dos dados, que as análises desta
pesquisa se comporam.
3.2 Instrumento para coleta de dados
Um dos procedimentos empregados para a coleta de dados foi a elaboração de
questionários. Que segundo Minayo (2007) articula-se com a pesquisa qualitativa, quando é
utilizado como um instrumento para captação de dados.
Ainda, sobre o questionário, Minayo (2001, p. 268) descreve sua função exercida na
pesquisa qualitativa, “no caso da pesquisa qualitativa, os questionários tem um lugar de
complementaridade em relação às técnicas de aprofundamento qualitativo.”
30
Desta forma, para a obtenção das informações foram elaborados dois questionários
denominados questionário A e B.
O questionário A foi elaborado com o intuito de identificar alguns dados profissionais
do professor, como tempo de trabalho e demais aspectos conforme segue:
Questionário A
1. Qual a sua formação e em qual universidade ela ocorreu?
2. Há quanto tempo trabalha na área educacional?
3. Você trabalha em mais de uma escola?
Quanto ao questionário B, foi preparado para identificar a relação do livro didático no
contexto escolar.
Questionário B
1. Você adotou algum livro didático de Matemática?
2. Qual o critério você utilizou para fazer a escolha do livro?
3. Como é feita a escolha do livro didático na(s) escola(s) em que atua?
4. Você utiliza outro livro didático além do adotado? Por quê?
5. Faça um breve comentário, sobre o que você acha do livro adotado pela escola, se
ele é adequado ao ano que se destina.
6. Você utiliza outros recursos metodológicos? Fale um pouco sobre isso.
7. Como é feito a escolha dos conteúdos a serem trabalhados em cada aula?
8. Como é feito a escolha dos conteúdos a serem trabalhados em cada ano letivo?
9. Como é a Política do uso do livro didático na escola? É aconselhável a sua
utilização de maneira integral?
10. Que importância você atribui ao livro didático de matemática para o processo de
ensino e aprendizagem?
11. Em algum momento, na sua formação inicial, foram discutidas algumas formas de
como utilizar o livro didático no processo de ensino e aprendizagem de matemática?
3.3 Procedimentos da Aplicação dos Questionários
31
Para a aplicação dos questionários foram feitas pesquisas de campo em duas escolas
públicas, localizadas no município de Ji-Paraná-RO.
Sendo elas:
- Escola Estadual de Ensino Médio Jovem Gonçalves Vilela; e
- Instituto Estadual de Ensino Marechal Rondon.
Destacamos que estas escolas trabalham com uma perspectiva de um ensino inovador,
são vinculadas a Fundação Universidade Federal de Rondônia, por meio do PIBID (Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência), assim como possuem em algumas etapas a
modalidade integral de ensino.
Os professores de matemática que atuam nessas escolas foram os sujeitos da pesquisa.
Existe um total de 06 professores nessas escolas, no entanto um não quis participar. Sendo
assim, participaram 05 professores, 02 mulheres e 03 homens, ambos com tempos distintos de
trabalho. Com no mínimo três e máximo de trinta e três anos de atuação.
Deste modo, as análises da presente pesquisa se constituíram com base nas respostas
destes professores aos questionários e de perspectivas teóricas sobre o seu uso.
Para tanto, elaborou-se quadros com o intuito de melhor exposição dos dados obtidos,
assim como para situar o leitor diante das análises apresentadas. As mesmas se constituem
com os seguintes dados:
E1 e E2 representam as escolas: Escola 1 e Escola 2.
P1, P2,..., Pn os professores da pesquisa. P1 : Professor 1 e assim por diante.
E nas demais colunas as perguntas elaboradas nos questionários seguidas das respostas destes
professores.
32
CAPITULO IV - Apresentação das análises e dos resultados
Neste capítulo, objetiva-se apresentar, interpretar, discutir e analisar dos dados
coletados por meio das respostas dos professores aos questionários.
4.1 Análises e Resultados
Para as análises, foram considerados dois questionários o A e o B, conforme descrito
na metodologia. Estes foram aplicados em duas escolas públicas do município de Ji-Paraná-
RO, para professores de matemática, que atuam no Ensino Médio e alguns no Ensino
Fundamental também, computando um total de 05 professores. Destacamos que apesar de
serem professores com tempo e práticas pedagógicas de trabalho distintas as respostas dos
questionários se mostraram similares, com limitações e incoerências no que se refere à
utilização do livro didático de matemática na escola em que atuam.
Ao que se refere aos dados do professor, como tempo de trabalho e sua formação, por
exemplo, encontrados no questionário A. Segue tabela com as respectivas respostas,
Quadro 01
Escolas Professores Qual a sua formação e em
qual universidade ela
ocorreu?
Há quanto tempo
trabalha na área
educacional?
Você trabalha
em mais de
uma escola?
E1 P1 -Pós-graduação – ICE –
Cuiabá.
-Graduação em Matemática –
UNIR.
-Graduação em Ciências
Naturais – UFPR.
-33 anos -Não
P2 -Licenciatura Plena em
Matemática – UNIR.
-Pós-graduação em Gestão
escolar – Facimed.
-26 anos
-Sim
P3 -Licenciatura Plena em
Matemática pela Universidade
Federal de Rondônia.
-24 anos -Sim. Escola
Jovem Vilela e
UNIJIPA
E2
P4 -Matematática – UNITINS -03 anos e 06
meses
-Sim
P5 -Matemática e Ciências /
Londrina – PR.
-30 anos -Sim. 03 escolas
Quadro 01: Dados referentes ao questionário A.
33
O conteúdo desta tabela e das demais serviram de base para as analises que tecemos
neste trabalho.
Em tudo, cabe destacar que as respostas dos professores aos questionários foram em
sua maioria do tipo dicotômicas: sim ou não. Mesmo nas questões em que buscou mais
explicações sobre sua prática conciliada ao uso do livro didático de matemática.
Desta maneira, as análises voltaram-se para um direção diferente da que prevíamos e
se comporam mais na contradição das respostas, mesmo sendo elas, sim ou não, no que tange
a proposta curricular das escolas e o uso integral do livro didático de matemática.
Por meio das análises dos conteúdos obtidos nos questionários foi possível elaborar
algumas categorias, que envolvem a escolha, o uso e a concepção dos professores quanto ao
livro didático de matemática no processo de ensino e aprendizagem.
4.2 Da escolha do livro didático de matemática
Neste tópico destacaremos as respostas dos professores com relação ao livro didático
utilizado por eles e seus critérios para a escolha do mesmo e apresenta-se interpretações sobre
algumas respostas.
Quadro 02 – Escolha do livro didático
Escolas Professores Você adotou algum livro
didático de Matemática?
Qual o critério você utilizou
para fazer a escolha do livro?
E1
P1 -Sim. -?
P2 -Sim.
-De acordo com o MEC.
P3 - Sim, de 3 em 3 anos é feita
escolha do livro didático pelos
Professores da Rede Estadual de
Ensino
-Linguagem clara.
-Se os conteúdos abordados no
livro são os componentes
adotados pela escola por ano de
ensino ministrado.
-Se está atualizado.
- Se aborda a
Interdisciplinaridade.
-Variação, qualidade e quantidade
de atividades, e outros.
E2
P4 -Sim. -O livro vem para a escola e é
direito do aluno ter, pois os pais
pagam imposto para isso.
P5 -Sim. -O governo mandou.
Quadro 02: Dados referentes ao questionário B.
34
Quadro 03 – Processo de escolha do livro didático
Escolas Professores Como é feita a escolha do livro didático na(s) escola(s) em que
atua?
E1
P1 -Em reunião com os professores da área.
P2 -Pela sequencia de conteúdos.
P3 - As editoras encaminham os livros para a Escola através do MEC, e
os Professores de Matemática da rede estadual que atuam no
Munícipio se reúnem e fazem a escolha. Nem sempre é escolhido
aquele que em nossa opinião é o mais adequado. É consenso, vale a
opinião da maioria.
E2
P4 -O MEC manda a coleção e os professores escolhem. O que for mais
votado é o escolhido.
P5 -Os professores da escola escolhem em grupos, na cidade pede o mais
votado.
Quadro 03: Dados referentes ao questionário B.
Esta categoria visa apresentar algumas respostas dos professores com relação ao
critério utilizado para escolha do livro didático e como funciona a escolha deste material no
ambiente escolar em que atuam.
Todos os professores adotaram um livro didático de matemática. No que diz respeito
aos critérios recorridos para a escolha do livro didático utilizado, foi possível constar
respostas,
4.2.1 Com criticidade, sendo essa apresentada de forma irônica
Na resposta do P5, tabela 02, “o governo mandou”, podemos apontar a criticidade e
talvez inconformidade com o sistema governamental em relação ao livro didático. Que
disponibiliza o material de escolha para os professores, conforme respostas dos professores P4
e P3 encontradas na tabela 03:
“O MEC manda a coleção e os professores escolhem, o que for mais votado é o escolhido”.
“As editoras encaminham os livros para a Escola através do MEC, e os Professores de
Matemática da rede estadual que atuam no Munícipio se reúnem e fazem a escolha. Nem
sempre é escolhido aquele que em nossa opinião é o mais adequado. É consenso, vale a
opinião da maioria”.
No entanto, segundo exposto pelo professor P5, o governo é quem manda a coleção, o
que de modo subjetivo nos leva a perceber que nem sempre o livro escolhido pelos
professores é o que vem. Biehl e Bayer (2009, p.05) abordam sobre o assunto, “[...]
35
conseguimos escolher um bom livro, mas aconteceram alguns problemas e veio um material
que não era o que escolhemos, acabamos adotando ele, mas, o usamos muito pouco”.
Esta criticidade pode ser refletiva também na resposta do P1 ao se trazer um ponto de
interrogação para responder o seu critério utilizado para a escolha do livro didático.
Observa-se quanto à complexidade do assunto, pois todo o processo de escolha e
avaliação dos livros didáticos feita pelos professores, visando o melhor material que servirá
de auxílio para suas aulas durante três anos, poderá não se efetuar e com isso causar
transtornos para o profissional docente, que talvez se sinta despreparado para trabalhar com
coleções não escolhidas por ele e isso gerar a desvalorização do livro didático durante o
processo de ensino e aprendizagem. Sem contar também que o profissional docente poderá
não se sentir motivado para escolher os próximos materiais didáticos que serão utilizados pelo
professor.
Com certeza, há vários fatores que levam a não concretização das escolhas o que
demonstra a falha no sistema, que por sua vez deveria disponibilizar coleções que de fato
poderiam ser repassadas para aquela instituição.
Na perspectiva das respostas, podemos destacar também, quanto à importância do
professor no processo de escolha das coleções, que de acordo com o referencial abordado
nesta pesquisa, possui um guia para auxiliá-lo na sua escolha, com orientações para que os
mesmos, em conjunto com os diretores das escolas, possam ter a percepção de qual coleção
melhor se adeque aquele ambiente escolar.
4.2.2 Com incoerência
De acordo com o ponto de vista do P4, “O livro vem para a escola e é direito do aluno
ter, pois os pais pagam imposto para isso”. Considerando, que esse sim possa ser um motivo
a mais para que os professores exijam um bom material que não traga somente conceitos,
regras, atividades com modelos a ser seguido, mas que sejam capazes de atingirem seus
alunos, e os instigarem a pensar e desenvolver o seu senso crítico de maneira que possam se
perceber no processo de ensino e aprendizagem. Em tudo, podemos destacar que o livro é
sim direito do aluno e que não tem sido negado, porém o que se discute é sobre a qualidade
deste material para o contexto escolar em que se destina. Muito mais do que a concepção de
que é um recurso pago pelos pais dos alunos, enfim por toda sociedade em geral, acredita-se
que este tipo de resposta não cabe na pergunta em questão. Os critérios deveriam levar em
consideração as especificidades do grupo social atendido pela escola, pelos objetivos da
36
proposta pedagógica da mesma e principalmente na perspectiva de um material que
complemente suas aulas e auxilie de maneira proveitosa o tempo disponibilizado para elas.
4.2.3 Com limitação
O P2 ao responder sobre o critério utilizado para a escolha do livro didático (quadro
02) apresenta uma limitação ao considerar apenas dados sugeridos pelo MEC para escolha do
material didático. O mesmo considera uma contemplação de todas as necessidades advindas
de um contexto escolar e em específico, daquele em que atua, nos documentos elaborados
pelo MEC.
Esses documentos são orientadores e visam contribuir com a escolha do professor, sua
importância é relevante e pode trazer ao profissional docente um olhar ainda não explorado na
escolha das coleções.
Contudo, não devem servir como documentos determinadores, pois cabe ao professor
a sensibilidade de perceber a melhor coleção para auxiliar suas aulas e seus alunos. Nem
sempre uma coleção que é considerada ótima, de boa qualidade, que muitas vezes já é bem
conceituada, pode satisfazer o processo de ensino e aprendizagem de seus alunos e muito
menos contribuir com o seu trabalho escolar.
4.2.4 E por fim, mais elaboradas
Nota-se o cuidado do P3 (quadro 02) ao tratar de seus critérios para a escolha do livro
didático. Ele destaca alguns pontos importantes e que não podem se excluírem na hora da
seleção das coleções pelos professores.
É interessante quando se pode perceber um empenho a mais do professor seja na
resposta de um questionário, por exemplo, o que nos leva a perceber um maior
comprometimento do mesmo com relação à educação.
Enfatizamos, quanto à colocação da palavra “outros” por parte do professor, que não
limitou seus pontos de escolha do livro didático, que de fato são bem amplos e específicos ao
contexto em que cada professor atua.
Contudo, ao que se discute sobre os critérios de escolha do livro didático, diante das
respostas apresentadas, podemos abordar que em nenhum momento os alunos foram citados
pelos professores como base para suas escolhas, sendo que também farão o uso deste material.
37
De acordo com o Guia dos Livros Didáticos de Matemática (PNLD 2012, p. 07), o
professor possui o papel insubstituível “[...] de escolher o texto didático que o apoiará na
tarefa de formação de seus alunos [...]”. O que nos remete a concepção de que o professor
necessita levar sempre em consideração que o bom livro para ele, precisa ser bom para a
maior parte de seus alunos também.
4.3 Dos Recursos Metodológicos
Quadro 04
Escolas Professores Você utiliza outros recursos metodológicos? Fale um pouco sobre
isso.
E1
P1 -Sim.
P2 -Sim. Atividades extra classe, trabalho desenvolvido pelo corpo
discente.
P3 -Uso. Na escola possui PIBID, logo trabalhamos com projetos como:
jogos pedagógicos, Oficinas, Winplot, e outros.
E2
P4 -Sim. Lista de exercício e simulado.
P5 -Sim. Jogos.
Quadro 04: Dados referentes ao questionário B.
Nota-se com relação aos recursos metodológicos e sua importância, todos os
professores responderam que fazem o uso de outro material além do livro didático. Porém,
restringiram suas respostas com alguns exemplos, não abordando sobre a importância em se
utilizar outros recursos e o que eles significam para a sua prática.
Destacamos ainda, que esperávamos mais do que listas de exercícios como exemplos
para complementar as aulas, que por sua vez são sempre assim constituídas: conteúdos e
atividades.
Estas respostas nos trazem as percepções, descritas no referencial, de que o
profissional docente prioriza exercícios e, muitas vezes, o considera como a única forma para
se alcançar o aprendizado.
Em tudo, não podemos deixar de citar as respostas dos professores P3 e P5 que
evidenciam o uso de Jogos para a complementação de suas aulas. Estes se constituem
elementos importantes para o desenvolvimento do aprendizado, trazem novas possibilidades
de compreensão do conteúdo, proporcionam uma aula mais dinâmica e assim motivadora para
alguns alunos.
38
4.4 Seleção de Conteúdos e Utilização
Quadro 05
Escolas Professores Como é feito a escolha dos
conteúdos a serem trabalhados
em cada aula?
Como é feito a escolha dos
conteúdos a serem trabalhados
em cada ano letivo?
E1
P1 -Consulta ao Plano de Ensino
(Curso).
-Proposta curricular Estado do RO
e parâmetros nacionais.
P2 -Depende do desenvolvimento de
cada turma.
-Projeto Político Pedagógico.
P3 -No início do ano letivo, na
semana Pedagógica, os
Professores de matemática da
Escola se reúnem e elaboram o
Plano de Ensino Anual.
-Respeitamos a matriz curricular
adotada pela Secretaria de Estado
da Educação.
E2
P4 -No planejamento. -Semana pedagógica, Plano de
curso.
P5 -Segue o plano de ensino. -Conforme o plano de ensino.
Quadro 05: Dados referentes ao questionário B.
Nesta categoria destacaremos como é feita a seleção dos conteúdos a serem
trabalhados em cada aula e ano letivo pelos professores pesquisados e quais as observações da
escola com relação ao uso do livro didático de matemática, se a sua utilização é aconselhável
de forma integral ou não.
Decidimos elencar nos questionários quanto à escolha dos conteúdos trabalhados pelos
professores, seja por aula ou ano, a fim de perceber se eles apresentariam algum aspecto
relacionado ao livro didático neste processo.
Ao que se refere à escolha dos conteúdos a serem trabalhados por aula, as respostas se
voltaram para o plano de ensino, conforme evidenciado no quadro 05.
Nota-se que, em sua maioria, a base para a definição dos conteúdos que serão
trabalhados nas aulas de matemática se norteiam em algum plano de ensino, que por sua vez,
possui métodos e objetivos a serem alcançados por série e turma. A intenção era perceber se o
livro didático teria papel atuante neste momento de escolha, mas como as respostas foram
bem superficiais e não trouxeram maiores esclarecimentos sobre o plano de ensino citado
pelos professores, nos delimitaremos quanto a outras interpretações.
39
Apenas a resposta do professor P2 não se remeteu há algum plano de ensino, “Depende
do desenvolvimento de cada turma”.
É interessante este ponto de vista, em que o professor apresenta a percepção de que
cada turma, apesar de pertencer ao mesmo ano e formalmente existir um currículo com
conteúdos a serem atingidos, possui necessidades distintas de aprendizagem mediante suas
características próprias.
As respostas quanto à escolha dos conteúdos que serão trabalhados por cada ano
letivo, seguiram o mesmo padrão das anteriores, baseadas no plano de curso, semana
pedagógica e projeto político pedagógico. Nenhuma resposta apresentou algum dado
relacionado ao livro didático de matemática.
O que pode ser considerado como importante, visto que, o livro didático de
matemática, aparentemente, não foi apresentado como instrumento dominante no contexto
escolar.
4.4.1 Da Utilização
Quadro 06
Escolas Professores Como é a Política do uso do livro didático na escola? É
aconselhável a sua utilização de maneira integral?
E1
P1 -O atual, sim!
P2 -Sim.
P3 - Sim, contudo o Professor tem liberdade para utilizá-lo da forma que
julgar mais adequada.
E2
P4 -Sim.
P5 -Sim. Exigem tanto os alunos, quanto a escola.
Quadro 06: Dados referentes ao questionário B.
Seria ótimo permanecer na concepção descrita no parágrafo anterior, no entanto,
quando tratamos de como é a política do livro didático de matemática na escola em que os
professores atuam e se a sua utilização é aconselhável de maneira integral, nos deparamos
com os “sim” apresentados no quadro 06.
Observa-se a contradição existente entre as respostas, antes seguiam um plano de
ensino e agora elevam o livro didático a condição de estruturador de suas aulas.
Agora o professor encontra-se limitado a um recurso didático que é [...] instrumento
no desenvolvimento do currículo [...] e a sua utilização de maneira integral não alcançaria
40
todos os objetivos traçados em qualquer currículo que seja. Ressalta-se também quanto à
perda de autonomia pedagógica do professor quando permite que suas aulas sejam
direcionadas por um material didático, assim como, a incoerência encontrada na gestão
escolar, não democrática, que cobram do professor o uso do livro didático de maneira integral,
como se o mesmo articula-se com todas as necessidades advindas de um contexto escolar.
(THOMAZ, 2013, p. 61-62).
Convém enfatizar a resposta do P5, no que diz respeito ao uso integral do livro didático
de matemática, “Sim. Exigem tanto os alunos, quanto a escola.”.
Verifica-se a importância atribuída ao livro didático no âmbito escolar, a tal ponto que
é exigido do professor que o use de maneira integral. Esse material didático, às vezes, se
encontra tão marcante no processo de ensino e aprendizagem, e os outros materiais
auxiliadores acabam perdendo espaço neste contexto.
Realmente este material didático não deve ser deixado de lado no desenvolvimento das
aulas, conforme já exposto, pois pode contribuir e muito com o trabalho docente e é relevante
que os alunos também saibam a melhor maneira de utilizá-lo e qual a sua função no seu
desenvolvimento escolar.
Entretanto, o seu uso de maneira integral, desconfigura as possíveis funções que o
professor e próprio livro didático podem ter no processo de ensino e aprendizagem. Que
precisa se basear em conjunto, seja com o projeto pedagógico da escola e o currículo e não
apenas com um instrumento que é destinado para o auxílio do desenvolvimento das possíveis
propostas encontradas nestes documentos.
Ainda na perspectiva do uso integral do livro didático de matemática, somente o P3
destacou que,
“Sim, contudo o Professor tem liberdade para utilizá-lo da forma que julgar mais
adequada.”
Ele elucida a autonomia do professor no processo de ensino e aprendizagem e
apresenta que o mesmo possui liberdade para usar, o livro didático de matemática, da maneira
que achar mais conveniente.
Por meio deste ponto de vista pode-se observar que alguns professores não perderam a
percepção de sua importância no processo educacional e sabem que são autores do seu
próprio espaço em sala de aula.
Contudo, os pequenos argumentos obtidos com relação à escolha de conteúdos e o uso
do livro didático de matemática, nos levaram a refletir quanto à contradição destes. Em um
momento, o professor constrói suas aulas por meio de planejamentos e logo após atribui todas
41
as ações em sala ao livro didático, ou porque assim acha conveniente ou por exigências da
escola.
Apresenta-se então uma distorção diante das propostas curriculares existentes e dos
próprios projetos da escola, que segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
Básica (2013) precisa ser “[...] coerente, articulado e integrado, de acordo com os modos de
ser e de se desenvolver das crianças e dos adolescentes nos diferentes contextos sociais”.
Sendo assim, o livro didático, apesar de toda a sua importância, considerando as
especificidades dos alunos, a proposta pedagógica da escola, não supriria todas as
necessidades de um contexto escolar. É impossível que o livro compacte todos os atributos
encontrados em um determinado ambiente escolar até porque ele é um complemento o que
nos leva, mais uma vez, a conclusão de que cabe ao professor o melhor adequamento deste
recurso a este ambiente.
4.5 Importância do livro didático de matemática para o processo de ensino e
aprendizagem
Quadro 07
Escolas Professores Que importância você atribui ao livro didático de matemática
para o processo de ensino e aprendizagem?
E1
P1 -? PS.: A carga horária é de duas aulas por semana!
P2 -Adquirir conhecimento para formação do indivíduo.
P3 -É um suporte ao Professor, ainda que não contemple todo o conteúdo
da forma que o Professor gostaria. Eu particularmente uso muito por
vários motivos.
E2
P4 -Muito bom e direito do aluno.
P5 -Material para o Professor. Pois, o plano de ensino e o planejamento
são construídos conforme o livro didático.
Quadro 07: Dados referentes ao questionário B.
Diante das concepções apresentadas no quadro 07 sobre a importância do livro
didático de matemática. Tecemos as seguintes considerações:
Na resposta do P1,
“? PS.: “A carga horária é de duas aulas por semana!”.”
O conteúdo desta nos incitou a pensar com relação ao que o professor almejou nessa
sua resposta de forma indireta. Pois, existem dois lados interpretativos, a de que o livro não
42
teria muita participação em um processo com carga horária pequena ou a de que o livro
otimizaria suas aulas.
Em tudo, acreditamos que está colocação do professor referiu-se que o livro didático é
uma oportunidade para o professor aproveitar melhor o seu tempo de aula e, portanto se
caracteriza como um instrumento importante.
Quanto à resposta do P5,
“Material para o Professor. Pois o Plano de ensino e o planejamento são construídos
conforme o Livro Didático.”
Podemos evidenciar o que foi tratado nas discussões acima, que o professor, muitas
vezes, só vê este recurso como instrumento e não para seus alunos também e que o livro
didático, apesar de sua incompletude, acaba sendo base de todo o processo de ensino e
aprendizagem.
Nas respostas dos P4 e P3,
“Muito bom e direito do aluno”.
“É um suporte ao Professor, ainda que não contemple todo o conteúdo da forma que o
Professor gostaria. Eu particularmente uso muito por vários motivos.”
Nota-se que na primeira resposta é tratado que o livro didático é bom e direito do
aluno e por isso instrumento importante no processo de ensino e aprendizagem. Daí a reflexão
de que o professor, precisa escolher com cautela o livro didático, visando o melhor material
para auxiliar seus alunos também.
A segunda resposta está relacionada com o que se aconselha sobre o uso do livro
didático. Ele deixa claro que o livro é um recurso auxiliar, e que por sua vez não está
completo.
Contudo, apesar das análises se comporem em um universo pequeno de informações,
pode-se elencar que o livro didático se mostrou dominante no contexto escolar e infelizmente,
grande parte dos professores tem se mostrado conformado com isto.
Não poderíamos deixar de destacar que ao responderem a pergunta se em algum
momento da sua formação foram discutidas algumas formas de como utilizar o livro didático
(Questionário B). Apenas um professor respondeu que sim, os demais destacaram que não.
Sendo assim, um dado relevante quanto às respostas apresentadas, em sua maioria, os
professores não foram preparados para lidar com este material didático, está percepção acabou
advindo com o tempo, por meio da sua prática.
O que evidência a necessidade em se trabalhar mais, seja nos cursos de formação dos
professores, não somente, quanto à importância do livro didático de matemática no processo
43
de ensino e aprendizagem, mas provocar reflexões de como melhor utilizá-lo já que este é um
recurso que proporciona diversas possibilidades educacionais e estas estão inteiramente
ligadas a prática do profissional docente.
Ao tecermos nossas considerações sobre cada professor pesquisado, com base em suas
respostas aos questionários, podemos destacar que:
O Professor P1 possui o maior tempo de trabalho na área educacional dentre os demais
professores da presente pesquisa, conforme descrito no quadro 01, e trabalha em apenas uma
escola. Assim como os demais professores, adotou um livro didático, no entanto não
descreveu seus critérios utilizados para a escolha deste material. Apontando apenas que a
escolha do livro didático acontece em reunião com os professores da área. O que nos leva a
refletir que o processo de escolha do livro acaba sendo, muitas vezes, visto como algo sem
importância. O que não deveria acontecer, visto que o livro didático acaba sendo o condutor
de muitas atividades, ou quase todas, no contexto da sala de aula. Conforme podemos
observar no Quadro 06 onde a utilização do livro didático é aconselhada de maneira integral
destacando a influência deste recurso no ambiente escolar.
Quanto ao professor P2 o mesmo está na área educacional há bastante tempo e seus
critérios para a escolha do livro didático adotado, está ligado as instruções estabelecidas pelo
MEC. Ele elucida que a sequência dos conteúdos é um fator importante para a escolha do
livro didático na escola em que atua e traz também sobre a necessidade de se utilizar este
recurso de maneira integral nas escolas em que atua. Quanto à importância do livro didático
no processo de ensino e aprendizagem o mesmo descreve que este recurso auxilia na
formação do individuo ao possibilitar conhecimento.
As considerações do professor P3 quanto ao livro didático, foram mais informativas e
se percebeu uma maior importância ao que se refere sobre o processo de escolha do livro
didático. O professor apresenta diversos critérios recorridos na escolha do livro didático,
como linguagem clara, se os conteúdos estão correlacionados com os componentes adotados
pela escola e deixa claro que existem outros critérios necessários para uma boa escolha do
livro didático. Descreve que o professor não está totalmente condicionado a utilizar o livro
didático de maneira integral e que os mesmos possuem liberdade para usá-lo da maneira que
mais se adéque aos seus objetivos para se alcançar o aprendizado. O livro didático é posto
como um suporte para o professor e que não está completo. Sendo assim uma concepção
importante, em que o professor percebe a necessidade de complementação deste material
didático.
44
O Professor P4 é o que tem menos tempo de trabalho na área educacional, sua visão
sobre o livro didático é que o mesmo é um direito do aluno e assim pode-se considerar um
recurso bom. Não foram apresentados critérios utilizados para a escolha do livro didático.
Está concepção de que o livro é de direito do aluno, nos leva a entender como um fator um
importante no processo de escolha do livro, já que eles possuem direito então esse recurso
precisa ser bom para eles também. Contudo o professor precisa levar em consideração os
alunos que atende, as necessidades dos mesmos, para que este recurso seja bem aproveitado.
As respostas do professor P5 apresentaram criticidade ao que se refere aos critérios de
escolha do livro didático, que de acordo com suas respostas o governo é quem manda o livro
abolindo assim os critérios particulares dos professores. Ele deixa claro que a exigência em se
utilizar o livro de maneira integral vem da escola e dos alunos, assim como livro é importante
para a construção dos planos de ensino da escola. O que nos traz a reflexão discutida nos
referenciais de que o livro didático ocupa papel dominante no contexto escolar.
45
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao pesquisarmos o livro didático de matemática no contexto escolar de algumas
escolas públicas do município de Ji-paraná, constatamos sua influência e importância nestes
ambientes de ensino.
Os professores da pesquisa demonstraram algumas incoerências em suas respostas,
quanto ao uso do livro didático. Que em alguns momentos passou a ser o condutor de todo o
processo de ensino. Essa incoerência se reflete na gestão escolar que, por sua vez, exige do
profissional docente a utilização deste recurso de maneira integral, como se o mesmo
contemplasse todas as propostas elaboradoras que visam à aproximação da escola com o
contexto social dos alunos que a frequentam. Sem contar também com a perda de autonomia
do profissional docente em um contexto onde o livro didático se torna o condutor de suas
aulas.
Com base nas respostas aos questionários podemos ressaltar ainda que o professor
apresenta a percepção de que o livro didático é um recurso importante para o processo de
ensino e aprendizagem, seja para otimizar o seu tempo de aula, ou como suporte para a
elaboração de algum documento. No entanto, este material didático em sua maioria não é
visto como um recurso importante para os alunos, que quase sempre estão externos aos
critérios recorridos para a escolha e por fim utilização do livro didático.
Apesar das limitações dos conteúdos obtidos por meio dos questionários, foi possível
constatar respostas críticas ao processo de escolha do livro didático e perceber o livro como
instrumento dominante no contexto escolar.
A busca pela percepção de como os professores vêem e fazem o uso do livro didático
de matemática, nos mostrou que mesmo com tempos e práticas distintas de trabalho alguns
professores continuam tendo a mesma visão superficilista do livro didático, enfim do sistema
educacional em geral.
Frente ao apresentado, podemos destacar que o livro didático é sim um recurso
importante para a prática do professor e principalmente para os alunos. As possíveis funções
que o mesmo pode exercer no processo de ensino e aprendizagem, dependem de como o
professor fará o uso dele.
Durante a pesquisa foi possível perceber as dificuldades encontradas não somente para
a realização de uma pesquisa como também os problemas que permeiam o campo
educacional, as limitações sofridas pelos profissionais docentes e a sobrecarga existente nesta
área.
46
Em que os profissionais possuem uma extensa carga horária e um rigoroso currículo a
cumprir, que acaba por condicionar o professor a um único ritmo de aula. Também, destaca-se
a necessidade de formação continuada visando à atualização destes profissionais.
Contudo, aponta-se a necessidade de outros estudos sobre a problemática estudada, o
uso do livro didático no processo de ensino e aprendizagem da matemática, considerando a
singularidade da pesquisa realizada.
47
REFERÊNCIAS
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elaboração. Disponível em: < http://www2.videoliveira.com.br/pdfs/24136.pdf >. Acesso
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