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Ano 45 • Nº 448 • Novembro - Dezembro 2012 CORREIO FRATERNO SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA ISSN 2176-2104 Livro espírita Uma conversa necessária “Eu começaria tudo de novo” Conheça a história de uma das fundadoras das Casas André Luiz, em Guarulhos, SP. Há mais de sessenta anos colaborando na instituição, dona Jandyra Tidon recorda a trajetória do grande trabalho que viu despontar ainda bem jovem. “Quando a espiritualidade nos comunicou que receberíamos crianças órfãs, não podíamos imaginar o que viria pela frente.” Pág. 7 D iante das mudanças que rapidamente vão surgindo em plena era digital, o convite é para reflexão. As informações chegam abarrotando nosso dia. Tudo tem pressa, enquanto milhões de dados podem ser aces- sados em segundos através da internet. É neste momento que perguntamos: Qual o papel da comunicação espírita e como ela vem se adaptando aos novos tempos? Grande difusor das ideias espíritas, o livro também vive momentos especiais. Entre obras de estudo e romances, cresce o número de editoras e clubes de livros. Os down- loads gratuitos de obras que ainda não estão em domínio público também invadem as comunidades espíritas. A di- vulgação se faz, mas muitas questões ainda estão em busca de respostas, num ajuste de mercado que assinala grandes desafios. Autores, editores e livreiros espíritas abordam os diver- sos aspectos do tema que, longe de estarem aqui concluí- dos, levantam apenas a ponta do véu em forma de análise para que você, leitor, principal razão disto tudo, também tire suas conclusões. Págs. 8 e 9 Pesquisa sobre mediunidade desafia cientistas Estudos realizados na Universidade da Pensilvânia com médiuns brasi- leiros revelam que a comunicação com os mortos não é uma hipótese científica a ser descartada, como muitos céticos acreditavam. Este estudo é um marco e abre caminho para novas pesquisas. Pág. 3 Entrevista Richard Simonetti Um dos criadores do clube de livro espírita analisa a dinâmica do mercado editorial. Págs. 4 e 5 UM CLUBE PARA EXERCITAR O ESPÍRITO Receba em casa por apenas: LIVRO JORNAL SITE 80, R$ 00 3 vezes de [email protected] www.correiofraterno.com.br 11 4109-2939

Correio Fraterno 448

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Correio Fraterno, um dos mais conceituados veículos de informação espírita do Brasil.

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A n o 4 5 • N º 4 4 8 • N o v e m b r o - D e z e m b r o 2 0 1 2

CORREIOFRATERNO

SEMPRE ATUAL, COM O MELHOR DO CONTEÚDO ESPÍRITA

ISSN

217

6-21

04

Livro espíritaUma conversa necessária

“Eu começaria tudo de novo”Conheça a história de uma das fundadoras das Casas André Luiz, em Guarulhos, SP. Há mais de sessenta anos colaborando na instituição, dona Jandyra Tidon recorda a trajetória do grande trabalho que viu

despontar ainda bem jovem. “Quando a espiritualidade nos comunicou que receberíamos crianças órfãs, não podíamos imaginar o que viria pela

frente.” Pág. 7

Diante das mudanças que rapidamente vão surgindo em plena era digital, o convite é para refl exão. As informações chegam abarrotando nosso dia. Tudo

tem pressa, enquanto milhões de dados podem ser aces-sados em segundos através da internet. É neste momento que perguntamos: Qual o papel da comunicação espírita e como ela vem se adaptando aos novos tempos?

Grande difusor das ideias espíritas, o livro também vive momentos especiais. Entre obras de estudo e romances, cresce o número de editoras e clubes de livros. Os down-loads gratuitos de obras que ainda não estão em domínio público também invadem as comunidades espíritas. A di-vulgação se faz, mas muitas questões ainda estão em busca de respostas, num ajuste de mercado que assinala grandes desafi os.

Autores, editores e livreiros espíritas abordam os diver-sos aspectos do tema que, longe de estarem aqui concluí-dos, levantam apenas a ponta do véu em forma de análise para que você, leitor, principal razão disto tudo, também tire suas conclusões. Págs. 8 e 9

Pesquisa sobre mediunidade desafi a cientistas

Estudos realizados na Universidade da Pensilvânia com médiuns brasi-leiros revelam que a comunicação com os mortos não é uma hipótese

científi ca a ser descartada, como muitos céticos acreditavam. Este estudo é um marco e abre caminho para novas pesquisas. Pág. 3

EntrevistaRichard

SimonettiUm dos criadores do clube de

livro espírita analisa a dinâmica do mercado editorial. Págs. 4 e 5

EntrevistaRichard

SimonettiUm dos criadores do clube de

livro espírita analisa a dinâmica Págs. 4 e 5

UM CLUBE PARA EXERCITAR O ESPÍRITOReceba em casa por apenas:

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2 CORREIO FRATERNO noVeMBRo - DeZeMBRo 2012

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eDItoRIAL

Quando iniciamos a primeira reunião de pauta, nosso desafi o era desco-brir qual seria o principal assunto

a ser abordado nesta última edição do ano. Refl etíamos sobre como o Correio poderia ser útil ao leitor, numa época em que as lu-zes do Natal se acendem, os corações fi cam mais sensibilizados e o estresse toma conta pedindo um tempo de descanso.

Analisávamos a velocidade com que as informações chegam abarrotando nosso dia a dia, pensando como isso tudo po-deria ser visto à luz do espiritismo. Ou melhor, qual seria o papel da comunicação espírita e como estava ela se adaptando aos novos tempos.

Uma chamada para nós “ao acaso” do pesquisador Jáder Sampaio, pela internet, acabou fazendo parte de nossa reunião e

defi nindo a necessidade de pautarmos algo sobre o mercado editorial espírita. Tam-bém um email do GEEM chegava para nossa divulgação, alertando para o fato dos prejuízos dos downloads gratuitos de obras espíritas fora do domínio público. Marco Milani, responsável pela área do livro da USE, enviara-nos um texto sobre livrarias espíritas. Um encontro com Richard Simo-netti, numa palestra, nos permitiu uma bela entrevista sobre clube de livros. E a partici-pação da editora Correio Fraterno no Fei-rão de Livros de Araras selou também uma conversa com Ricardo Carrijo, presidente da Adeler. Pronto, a edição se formou. E, agora, abordando os diversos aspectos da questão, todos estão aqui presentes para analisar o que você, leitor, está lendo. Afi nal você é a principal razão disto tudo.

CORREIO DO CORREIO Joia no acervo do Correio“Canuto Abreu visita Léon Denis” (edi-ção 447): verdadeira preciosidade! Fiz um post a partir da matéria e espalhei por aí. Assim, não só se divulga – e se relembra essa pessoa fantástica que foi Léon Denis, mas também o Correio, graças a Canuto Abreu.Um abraço, bom trabalho.

Paulo Santos, por e-mail

Edição comemorativa Agradecemos a lembrança dos nomes de nossos pais (edição 447): Jorge Rizzini, que dedicou toda sua vida ao trabalho de divulgação da doutrina espírita, e Iracema Sapucaia Rizzini, que amorosamente facili-tou o entendimento dos conceitos espíritas às crianças através de seus livros infantis. Ambos encontraram neste jornal e editora o apoio necessário e indispensável para que

Envio de artigosEncaminhar por e-mail: [email protected] Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 3.800 caracteres, constando referência bibliográfi ca e pequena apresentação do autor.

CORREIOFRATERNO

JORNAL CORREIO FRATERNOFundado em 3 de outubro de 1967 Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel

www.laremmanuel.org.brDiretor: Raymundo Rodrigues Espelho

Editora: Izabel Regina R. VitussoJornalista responsável: Eliana Ferrer Haddad (Mtb11.686)

Apoio editorial: Cristian FernandesEditor de arte: Hamilton Dertonio

Diagramação: PACK Comunicação Criativawww.packcom.com.br

Administração/fi nanceiro: Raquel MottaComercial: Magali Pinheiro

Comunicação e marketing: Tatiana BenitesAuxiliar geral: Ana Oliete Lima

Apoio de expedição: Osmar TringílioImpressão: Lance Gráfi ca

Telefone: (011) 4109-2939 E-mail: [email protected]

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Atendimento ao leitor: [email protected]: entre no site, ligue para a editora ou,

se preferir, envie depósito para Banco Itaú,agência 0092, c/c 19644-3 e informe a editora.

Assinatura anual (6 exemplares): R$ 36,00Mantenedor: acima de R$ 36,00

Exterior: U$ 24.00

Periodicidade bimestralPermitida a reprodução parcial de textos,

desde que citada a fonte.As colaborações assinadas não representam

necessariamente a opinião do jornal.

Editora Espírita Correio FraternocnPJ 48.128.664/0001-67

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Presidente: Izabel Regina R. VitussoVice-presidente: Tânia Teles da MotaTesoureiro: Vicente Rodrigues da Silva

Secretária: Ana Maria G. CoimbraAv. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2955

Vila Alves Dias - CEP 09851-000 São Bernardo do Campo – SP

Uma ética para a imprensa escrita

em dois artigos, escritos por Allan Kardec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Cor-reio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação:

• A apreciação razoável dos fatos, e de suas conseqüências.

• Acolhimento de todas observações a nós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.

• Discussão, porém não disputa. As in-conveniências de linguagem jamais ti-veram boas razões aos olhos de pessoas sensatas.

• A história da doutrina espírita, de al-guma forma, é a do espírito humano. O estudo dessas fontes nos forneceráuma mina inesgotável de observações, sobre fatos gerais pouco conhecidos.

• Os princípios da doutrina são os de-correntes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, uma teoria pessoal que exporemos.

• Não responderemos aos ataques diri-gidos contra o espiritismo, contra seus partidários e mesmo contra nós. Aliás, nos absteremos das polêmicas que po-dem degenerar em personalismo. Discu-tiremos os princípios que professamos.

• Confessaremos nossa insufi ciência sobre todos os pontos aos quais não nos for possível responder. Longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicita-mos. Serão um meio de esclarecimento.

• Se emitirmos nosso ponto de vista, isso não é senão uma opinião indivi-dual que não pretenderemos impor aninguém. Nós a entregaremos à discus-são e estaremos prontos para renunciá--la, se nosso erro for demonstrado.

Esta publicação tem como fi nalidade ofe-recer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões. E ligar, por um laço comum, os que com-preendem a doutrina espírita sob seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade do evangelho para com todos.

Envie seus comentários para [email protected]. Os textos poderão ser publicados também no nosso site www.correiofraterno.com.br

ISSN 2176-2104

As diversas faces de um

pudessem atingir seus objetivos. O espiri-tismo no Brasil tem no Correio Fraterno o aliado sincero, destemido, que valorosa-mente tem divulgado com exatidão seus conceitos que tanto nos confortam. Para-béns!

M. Angélica Rizzini, São Paulo

Jornal, site, livros em mais um ano, tudo foi feito com muito carinho e respeito a to-dos aqueles que aguardam, leem, apreciam e ainda mandam recadinhos de incentivo. Valeu a pena! Ano que vem tem mais! Sempre o nosso muito obrigado!

Outro assunto um tanto quanto inte-ressante também surgiu: a recente desco-berta científi ca sobre mediunidade, que mereceu capa da revista Época.

A cada edição temos a certeza de que não estamos sozinhos, que a sintonia com o Bem é mesmo a grande fonte para nos-so trabalho da comunicação espírita e que numa atitude liberta ninguém pode se co-locar como dono da verdade. E aí está o pa-pel do bom jornalismo: mostrar as diversas faces que compõem o fato, deixando que o leitor tire suas conclusões.

Nessa última edição do ano, nossa gra-tidão a todos os que contribuíram com seus textos, suas opiniões, suas leituras. Fe-liz Natal e que o Ano Novo seja repleto de amor e paz!

Equipe Correio Fraterno

fato

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NOVEMBRO - DEZEMBRO 2012 CORREIO FRATERNO 3

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No último 16 de novembro, foi pu-blicado importante artigo científi-co revelando os resultados de pes-

quisa com médiuns psicógrafos. Depois de vasculhar seus cérebros com equipamentos de neuroimagem, os cientistas descobri-ram que durante o transe mediúnico há uma nítida alteração do funcionamento cerebral dos psicógrafos experientes. Entre as hipóteses plausíveis para os motivos da alteração cerebral, figura a de que a comu-nicação entre vivos e mortos pode ser um processo real. O estudo não é conclusivo, porém. Nada, neste campo, ainda pode ser festejado como uma comprovação científi-ca da comunicação espiritual. Mas já é um grande passo dado neste sentido. Afinal, a pesquisa demonstra que a comunicação com os mortos não é uma hipótese cientí-fica a ser descartada, como muitos céticos acreditavam. Este estudo é um marco e abre caminho para novas pesquisas.

Em reportagem à revista Época (nº 757) a jornalista Denise Paraná, que acom-panhou de perto as experiências, relatou os bastidores da investigação. Tudo começou em 2008, na Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, onde dez médiuns brasileiros, psicógrafos, colocaram-se à disposição de um grupo de cientistas para serem monito-rados por equipamentos de alta tecnologia durante e fora do transe mediúnico. A ex-periência, pioneira no mundo, foi realizada segundo critérios e métodos rigorosamente científicos, sendo os pesquisadores de insti-tuições de prestígio e competência no meio acadêmico: Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade de São Paulo, Universi-dade Federal de Goiás e Universidade da Pensilvânia.

Acontece

Para os pesquisadores brasileiros en-volvidos no projeto, o psicólogo clínico e neurocientista Julio Peres, autor principal do artigo, os médicos Alexander Moreira--Almeida, Frederico Camelo Leão, Leo-nardo Caixeta e para o cientista americano Andrew Newberg, o interesse sobre o tema não é recente. Em sua tese de doutorado, em 2005, Alexander demonstrou que um grupo importante de médiuns que ele es-tudou não era esquizofrênico; Frederico Leão, em 2004, analisou em dissertação de mestrado o impacto de práticas espirituais na evolução clínica e comportamental de pacientes portadores de deficiência mental, e Julio Peres vem se dedicando há vários anos à regressão de memória, ao estudo e trabalho relacionados à psicoterapia e espi-ritualidade.

A conclusão inicial dos cientistas na pesquisa é de que a mediunidade pode ser considerada uma manifestação saudável. “É conhecido o fato de experiências reli-giosas afetarem a atividade cerebral. Mas a resposta cerebral à mediunidade, à prática de supostamente estar em comunicação com ou sob o controle do espírito de uma pessoa morta, até então nunca tinha sido investigada”, disse à Época o cientista An-drew Newberg, especialista em neuroima-gem de experiências religiosas e referência mundial em documentários que tratam de ciência e religião.

Os médiuns voluntários pesquisados foram selecionados após uma longa tria-gem para preencherem os requisitos exigi-dos. Os pesquisadores queriam observar o mapeamento cerebral nas duas condições de escrita, em transe mediúnico, quando os pesquisados escreviam como psicógrafos, e

Pesquisa sobre mediunidade

desafia cientistas

em estado “normal”, quando elaboravam textos de sua própria autoria. Através das imagens obtidas da irrigação sanguínea do cérebro no momento da escrita, seria possí-vel a comparação da atividade nas duas di-ferentes situações. “Os resultados causaram espanto”, descreve a jornalista, pós-doutora pela Universidade de Cambridge. O que se constatou foi que durante a psicografia o cérebro dos médiuns apresentava me-nor atividade, ainda que os textos gerados fossem bem mais complexos. Outro dado interessante revelado pela pesquisa foi que nos médiuns mais experientes a atividade cerebral era ainda menor. Para os cientistas, isso seria “compatível” com a hipótese de que os médiuns não teriam mesmo sido os autores dos textos psicografados e sim os espíritos comunicantes.

O estudo sugeriu também que há se-melhanças entre a ativação cerebral dos médiuns nos momentos de psicografia e a de pacientes esquizofrênicos, sendo que os primeiros gozam de saúde mental, o que leva os cientistas a reconhecerem a necessi-dade de se dar mais importância a pesqui-sas nesta área em que a dissociação (proces-sos em que as ações e os comportamentos fogem da consciência) não é doentia. A

mediunidade seria, portanto, uma expres-são comum à natureza humana.

Para Denise Paraná, apesar de a linha de pesquisa sobre espiritualidade ter sofri-do forte oposição materialista, onde “ex-perimentos com mediunidade se torna-ram uma mácula nos currículos oficiais de eminentes cientistas”, o cinema, a TV e a literatura cada vez mais se apropriam das questões do espírito.

“Cientistas laureados com o Nobel consagraram parte de sua vida buscando respostas para os mistérios da alma e a pos-sibilidade de comunicação com os mortos. Pesquisas que hoje seriam consideradas as-sombrosas, como materialização de espíri-to e movimentação de objetos à distância, foram realizadas na passagem do século 19 e 20, mas experimentos frustrados e comprovação de fraude de alguns mé-diuns lançaram um manto de ceticismo e silêncio sobre o tema... A questão tem sido esquecida, mas não totalmente”, disse De-nise Paraná. “Ainda há muito a se explicar. Muita coisa não cabe dentro o discurso que prevalece hoje na ciência”.

Para acessar a matéria da Revisa Época e o artigo cien-tífico completo acesse: www.correiofraterno.com.br

Da ReDAÇÃo

Julio Peres, no laboratório da Universidade de

Pensilvânia, analisando as imagens dos exames:

paradoxo científico

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Um retrato do mercado editorial espírita

entReVIStA

Por IZABeL VItUSSo e eLIAnA HADDAD

Como está o mercado do livro?Richard: Há um problema sério: a concor-rência. Há muita gente escrevendo, muitas editoras produzindo livros espíritas, não raro sem qualidade, sem conteúdo doutri-nário. Médiuns psicografam algumas men-sagens e entendem que devem ser publica-das, confundindo exercícios de psicografia com material para um livro.

Em sua opinião qual o maior desa-fio do mercado editorial espírita?Richard: Sustentar a pureza doutrinária. Depois que Chico Xavier desencarnou “soltaram a tampa da revelação”. Médiuns transmitem fantasias sobre a vida espiritu-al, situando-as como desdobramentos do conhecimento espírita. Livros assim ven-dem bem, fazem mal ao movimento.

Por que o senhor acha que ven-dem tanto esses livros? É o pessoal que não sabe escolher ou é o que se está oferecendo a eles?Richard: Falta de cultura doutrinária. Gos-tam de fantasia, principalmente quando romanceada. Aceita-se tudo sem a pergun-ta essencial: é compatível com a doutrina?

Como fazem a escolha de roman-ces em seu centro?Richard: Impossível analisar tudo o que é publicado. Um bom recurso é selecionar editoras sérias, que publicam livros obser-vando o conteúdo doutrinário.

O senhor acha que essa situação de mercado é consequência ape-nas da parte comercial, de ser pre-ciso ganhar dinheiro, ou pode ser um movimento das trevas?

Richard: Ingenuidade atribuir tudo às tre-vas. O problema maior é a falta de com-promisso com a doutrina, superada pelo empenho de vender mais, ter mais associa-dos, lucrar mais.

O senhor, como autor, presidente do Ceac, foi também o grande in-centivador do clube do livro. Como avalia esse projeto hoje?Richard: Em 1976 realizamos, sob os auspícios da USE-Bauru, um amplo mo-vimento de divulgação do clube do livro espírita. Conseguimos contabilizar perto de 200 CLEs. Hoje há um número bem maior, realizando o mais importante tra-balho de divulgação do livro espírita. Os CLEs vendem muito.

Qual foi a dinâmica pensada para o funcionamento do clube?Richard: O CLE é muito simples. Orga-niza-se uma lista de adesões. Em seguida é feita a compra do livro junto à editora, com distribuição ao associado que paga a men-salidade e recebe o seu exemplar. Quando fizemos a campanha de instalação do CLE o slogan era “O Ovo de Colombo” da di-vulgação espírita. Fizemos inclusive no Correio Fraterno. Muito simples, prático e objetivo.

A ideia era fazer um livro venden-do-o bem mais barato antes de ele sair para as distribuidoras, ga-nhando-se no volume das vendas, é isso?Richard: Sim e, o mais importante: to-dos ganham. A editora, que publica mais livros, o CLE, que vende muito, e o leitor, que paga mais barato o livro.

com 53 livros publicados, Richard Simonetti, 77anos, nasceu em Bauru. Filho de duas tradicionais famílias de descendência italiana, conviveu desde cedo com atividades sociais. Sua mãe, Adélia, dirigiu por várias décadas uma oficina de cos-tura, no Centro Espírita Amor e Caridade, atendendo migrantes e famílias po-bres da região. Casado com Tânia Regina Simonetti, é pai de Graziela, Alexandre, Carolina e Giovana e avô de Rafaela. Com mais de dois milhões e duzentos mil exemplares vendidos, é membro da Academia Bauruense de Letras.Simonetti foi funcionário do Banco do Brasil. Desde que se aposentou, em 1986, passou a se dedicar inteiramente às atividades espíritas, particularmente no Cen-tro Espírita Amor e Caridade, ao qual está ligado desde a infância, que desenvolve importante trabalho no campo social – albergue, triagem de migrantes, atendi-mento à população de rua, creche, assistência familiar e cursos profissionalizantes – beneficiando anualmente cerca de 25 mil pessoas.Expositor espírita nacional e internacional, com centenas de artigos publicados em jornais, revistas e portais, é de opinião que a imprensa espírita hoje está com-portada “até demais”, nela faltando um espaço para críticas e resenhas literárias. Em 1970, articulou o movimento inicial de instalação dos Clubes do Livro Espírita no Brasil. E é justamente sobre esse mercado editorial que ele fala nessa entrevis-ta. Acompanhe.

Falta de cultura doutrinária e o gosto por fantasias atrasam a divulgação do espiritismo

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entReVIStA

Mas sabe-se que algumas pesso-as não honram o compromisso de vender exclusivamente para clu-bes o que compram com grande desconto, e acabam prejudicando a própria dinâmica do mercado.Richard: Normalmente não deve aconte-cer, porquanto um CLE costuma ter no mínimo 50 associados. Nenhuma livraria compra tantos livros de um mesmo título. O que o senhor mudaria se tivesse que lançar o clube do livro hoje?Richard: Tentaria mudar a mentalidade dos dirigentes de clube de livro. Hoje te-mos um problema sério. Para fazer publi-car um romance, a editora vai desembolsar, por exemplo, cinco reais e cinquenta cen-tavos. Os clubes cobram do associado cerca de vinte reais. Mas eles querem comprar da editora por no máximo 6,50. A editora vai receber um real de lucro bruto em cima do custo do livro, que não inclui o custo de manutenção da própria editora. Já escrevi sobre isso. É preocupante como os dirigen-tes de clube lidam com isso, interessados sempre no lucro. Muitos querem preço, o livro barato. E nem sempre estão preocu-pados com o conteúdo nem com a sobrevi-vência das editoras.

Há casos de trabalhadores em ca-sas espíritas que, entusiastas na divulgação da doutrina, vendem li-vros em porta de centros pelo pre-ço que conseguem nas distribuido-ras, o que tem causado problemas com livrarias espíritas há muito es-tabelecidas nas cidades. Vale tudo em nome da divulgação? Richard: Vender livros nas portas do cen-tro até abaixo do preço de custo pode ser um belo ideal, mas não é compatível com o bom senso. É preciso cuidado para preser-var as livrarias. Elas têm despesas, precisam de uma margem de lucro para se susten-tar. Considere-se, ainda, que o leitor pode comprar apenas porque está barato. Será que irá ler?

Comenta-se que 60% das pessoas que assinam o clube de livro espíri-

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ta não são espíritas, gostam de ler romance por prazer. O senhor tem alguma informação sobre isso?Richard: Provavelmente isso acontece. Se-gundo o IBGE apenas 2% da população brasileira dizem-se espíritas. Certamente haverá muita gente associada ao CLE sem vinculação ao Espiritismo. Os CLEs fazem um excelente trabalho de divulgação entre os simpatizantes, mas seria conveniente uma dosagem quanto ao conteúdo, não fi cando apenas em romances, que nem sempre são de conteúdo legitimamente es-pírita.

Ingenui-dade atribuir

tudo às trevas. O problema maior é a falta de com-promisso com a

doutrina”

E sobre os temas abordados nos livros? O que poderia se fazer de novo em termos de conteúdo?Richard: Pela minha experiência como es-critor, acho que a literatura espírita deve ser clara, objetiva, agradável, bem-humorada. Procuro fazer isso, tanto que há pessoas usando os meus livros para fazer palestras e citações. Não há necessidade do uso de dicionário.

É fácil escrever fácil?Richard: Mario Moacyr Porto diz que é fácil escrever difícil; difícil é escrever fácil.

Posso escrever um artigo em rápidos mi-nutos, mas é provável que o leitor tenha difi culdade para entender. É fundamental fazê-lo de forma objetiva, eliminar termos de difícil entendimento, demonstrar clare-za de linguagem. Isso dá muito trabalho.

O público hoje compra muito mais os lançamentos e deixa de com-prar os livros básicos, as obras sub-sidiárias, se assim podemos dizer, como Kardec, Emmanuel, Denis, Yvonne Pereira, Herculano. O que acontece?Richard: As obras de Allan Kardec ven-dem bem. Outros autores talvez careçam de maior divulgação. Herculano Pires es-creveu muitos livros, mas quase não os vemos, edições esgotadas. É um autor dos mais importantes.

O senhor acha que o público mu-dou ou continua precisando das mesmas coisas?Richard: Há uma elevação do nível cultu-ral do brasileiro. Natural que hoje se exija mais dos autores.

O que deve ter um bom romance espírita?Richard: Deve ter história envolvente, que prenda a atenção, mas com temática legitimamente espírita que ofereça ao lei-tor subsídios para uma visão doutrinária da existência humana. Vemos isso na obra de André Luiz. Histórias que fl uem bem, mas em cada página há algo para pensar. Alguns editores têm se manifesta-do sobre a questão de livros, como o caso dos de Chico Xavier, que ainda não estão em domínio pú-blico, mas já estão sendo disponi-bilizados para serem baixados na internet. É esse o caminho para a divulgação? Richard: Se não houver autorização do autor ou da editora, é uma desonestidade, incompatível com os princípios espíritas. Ressalte-se, porém, que esse movimento não tem grande repercussão. Ler em moni-tor de computador não é convidativo.

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6 CORREIO FRATERNO NOVEMBRO - DEZEMBRO 2012

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QUEM PERGUNTA QUER SABER

Na Revista Espírita (fevereiro de 1865), tendo como médium o próprio sr. Dellane, pai de Gabriel

Dellane, um espírito protetor esclarece que a infância propriamente dita é uma longa série de efeitos mediúnicos e que, se as crianças não temessem as manifestações espirituais naturais do período, esses efeitos seriam constatados de uma forma muito melhor.

Sob o título de “Mediunidade na in-fância”, o texto traz ainda as seguintes ex-plicações:

Quando, após ter sido preparado pelo anjo guardião, o Espírito reencarna, come-çam a se estabelecer os laços misteriosos que o unem ao corpo, para manifestar sua ação terrestre. A ação do espírito sobre a maté-ria, nesse tempo de vegetação corpórea, é pouco sensível. Assim, os guias espirituais procuram aproveitar esses instantes, em

As crianças veem espíritos?Por que os bebês

parecem sorrir quando estão dor-mindo. Eles veem

espíritos?

Marcelo Bastos Silveira, Vitória, ES

que a parte car-nal não obriga a participação da inteligência do Espírito, a fim de preparar este último e o enco-rajar às boas re-soluções de que sua alma está impregnada. É nesses momen-tos de despren-dimento que o Espírito, saindo da perturbação que teve que passar para a encarnação presente, compreende e se lembra dos compromissos contraídos para o seu adiantamento moral. Assim, estudai o rosto de criancinhas que dormem e que muitas vezes “sorriem como anjos”, como

se diz vulgar-mente, expres-são mais justa do que se pen-sa. Com efei-to, sorriem aos Espíritos que os cercam e de-vem guiá-los... Como Deus ja-mais abandona as suas criaturas, esses mesmos es-píritos lhes dão mais tarde boas

e salutares instruções, quer durante o sono, quer por inspiração, em estado de vigília. Daí podeis ver que todos os homens pos-suem, ao menos em germe, o dom da me-diunidade.

Em outra ocasião, comenta Allan Kar-

dec sobre um correspondente da Revis-ta Espírita que lhe relata o caso de uma criança que ele deduzira fosse um mé-dium vidente. “É lamentável que o nosso correspondente não tenha tido a ideia de interrogar essa menina quanto às pessoas com quem conversava”, lembrando que a mediunidade vidente é muito comum, se não mesmo geral nas crianças. Ele explica ser este fato “providencial”, pois ao saírem da vida espiritual, os guias da criança aca-bam de conduzi-la ao “porto de desem-barque para o mundo terreno”, como vêm buscá-la em seu retorno. A elas se mostram nos primeiros tempos, para que não haja transição muito brusca; depois, se apagam pouco a pouco, à medida que a criança cresce e pode agir em virtude de seu livre--arbítrio. Então a deixam às suas próprias forças, desaparecendo aos seus olhos, mas sem as perder de vista.

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O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ!Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção. E-mail: [email protected].

Quem nunca ouviu falar das Casas André Luiz na cidade de Guaru-lhos, em São Paulo? Instituição re-

conhecida pela qualidade do atendimento prestado a pacientes com defi ciência inte-lectual, surgiu como Centro Espírita Nos-so Lar Casas André Luiz, em 28 de janeiro de 1949. De caráter fi lantrópico, sem fi ns lucrativos, há 63 anos, tem como missão,

BAÚ De MeMÓRIAS

atender gratuitamente a pessoas com todos os graus de comprometimento intelectual: leve, moderado, grave e profundo, com ou sem defi ciência física associada.

Quem conhece a história da instituição fi ca sensibilizado. Em 1959, foi adquiri-do um terreno de 70 mil m², onde foram construídas as quatro unidades hoje exis-tentes. Atualmente são atendidos cerca de

1.600 pacientes, dos quais 600 são residen-tes numa unidade de longa permanência, necessitando de cuidados por toda a vida, e os demais em regime ambulatorial, onde são realizados aproximadamente 2 mil atendimentos por mês aos pacientes da co-munidade.

Juntamente com Osmar Marsili e Gas-tão de Lima Neto, Jandyra Delgado Tidon, 83 anos, foi uma das fundadoras da insti-tuição. Ativa nas atividades da FEAL- Fun-dação Espírita André Luiz, ela recorda com carinho a trajetória de um grande trabalho que viu despontar ainda bem jovem.

Nascida em berço espírita, seus pais frequentavam a casa da família Castaldelli, que realizava reuniões espíritas no lar. Após a morte do fi lho João Castaldelli, a família cedeu o andar de cima da casa para efetivar o início das atividades do centro espírita. Tem-pos depois, a família fez a doação da casa, na rua Ezequiel Freire, em Santana, que se tor-nou a sede da primeira unidade do Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz.

Envolvida nas atividades mediúnicas desde o começo, dona Jandyra se prepa-rou no curso sobre espiritismo, colaborou com as escolas, trabalhou no atendimento às famílias carentes, gestantes e funcioná-rios, participou das atividades do passe, fez palestras, formou novos trabalhadores, preparando voluntários que muitas vezes seguiam para outras instituições que se for-mavam.

“É preciso levar a doutrina espírita para dentro dos lares, já que as pessoas não saem de seus lares para buscar a doutrina”, costu-ma analisar. E isso lhe foi possível realizar muito bem, ao desempenhar atividades diversas, sustentada pela formação espírita que recebeu da família e por sua vontade constante de ajudar o próximo.

“Quando a espiritualidade nos comu-nicou que receberíamos crianças órfãs, não podíamos imaginar o que viria pela frente. Conforme as mensagens chegavam, íamos descobrindo que tínhamos que cuidar de crianças com defi ciência, mesmo sem pre-paro algum para isso”, conta, ao lembrar a forma pela qual foram assumindo seus postos de trabalho. “As crianças chegavam de toda parte, encaminhadas por órgãos es-taduais e pela prefeitura ou abandonados pelas famílias”, acrescenta.

Segundo dona Jandyra, a responsabi-lidade da tarefa foi crescendo junto com

Ninguém disse que seria fácil

a quantidade de crianças que chegavam, pois a qualidade do atendimento prestado exigia esforços para sua manutenção. “Por diversas vezes, acreditamos que as crianças não tinham recuperação, mas aos poucos íamos descobrindo que o tratamento apre-sentava um resultado efi ciente na qualida-de de vida dos pacientes”, explica.

Novas necessidades surgiram e outras unidades foram construídas, oferecendo--se oportunidades variadas de trabalho e permitindo o exercício de inúmeras ativi-dades voluntárias ao longo de décadas na instituição.

Ela destaca também que a sociedade paulistana muito colaborou para a cons-trução do projeto, através da doação de móveis e objetos usados, que eram comer-cializados a baixo custo, sendo seus valores revertidos para a instituição. “Buscávamos as doações em cima de caminhões e depois separávamos o que se podia vender e o que seguia para doação”. Foi assim que se for-mou o popular Mercatudo, que passou a comercializar também objetos e móveis novos e seminovos, além dos objetos anti-gos sempre muito procurados por decora-dores e pessoas que reciclam ou que têm uma visão sustentável.

Sobre seu trabalho como voluntária, dona Jandyra esclarece que sempre dividiu as intensas atividades no centro espírita e na Unidade de Longa Permanência com sua vida pessoal. Esposa, mãe de quatro fi -lhos, costurava para ajudar nos ganhos da casa para sustento da família. ”As necessi-dades batiam à porta a todo o momento”, destaca.

Hoje, permanecendo ativa, há mais de seis anos colabora na revisão dos programas da Rede Mundo Maior de Televisão, a con-vite de Onofre A. Baptista, presidente do conselho diretor da FEAL.

Exemplo de vida e dedicação, susten-tada por uma contagiante boa vontade, lucidez e disposição, dona Jandyra é uma daquelas fi guras pioneiras do movimento espírita que, mobilizadas no grande ideal pelo Bem, demonstram a importância da responsabilidade da tarefa voluntária e a satisfação do dever cumprido. “Trabalho é alegria. Nunca nos disseram que seria fácil. Com certeza, eu começaria tudo de novo”, garante.

Visite o site: http://www.casasandreluiz.org.br

Por MAGALI BISCHOFF

1 Casas André Luiz, em Guarulhos. 2- Dona Jandyra na juventude. 3- Dona Jandyra e Ana Gaspar, fundadoras. 4- Dona Jandyra em foto recente. 5. Trabalhadores da casa na inauguração de uma das unidades de trabalho na Vila Galvão.

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eSPecIAL

Livros, tablets, download e pirataria

Uma conversa necessária

No início do milênio, estava às voltas com o doutorado em São Paulo. Como a família fi cou em Belo Hori-zonte, optei por ir e vir semanalmente, em princípio

de ônibus, que esperava pacientemente na estação rodoviária Bresser, hoje extinta. Às vezes fi cava horas assentado nas des-confortáveis cadeiras do terminal, e ainda cheio de energia, resolvi aproveitar o tempo e fazer avançar o projeto de tradu-ção de O aspecto científi co do sobrenatural (Editora Lachâtre).

Após alguns anos havia conseguido um exemplar em lín-gua inglesa, importado dos Estados Unidos, de um livro que apresentava os principais trabalhos de Alfred Russel Wallace sobre o espiritualismo e a pesquisa dos fenômenos espirituais (Miracles and the modern spiritualism). O texto de Wallace, difícil, também pela distância do tempo, exigia cuidados, pois vez por outra lançava mão de conceitos próprios da fi losofi a e das ciências naturais. No terminal rodoviário eu podia passar para o português apenas as frases e expressões mais fáceis, deixando os trechos mal compreendidos do texto para uma pesquisa posterior.

Para não cansar o leitor, posso dizer que o trabalho demo-rou mais de um ano. Envolveu pesquisa, internet e, no fi nal, uma revisão criteriosa que exigiu mudanças e discussões ami-gáveis entre autor e editor, até que o livro fi casse pronto. Pen-sei que o movimento espírita não se interessaria pelo trabalho, mas estava enganado. Para um livro de pesquisa, a demanda tornou-se contínua, e embora não tenha se tornado nenhum best-seller, esgotou-se.

Já estava empenhado na publicação de outra tradução do mesmo autor, ainda mais técnica, que saiu com o título Diálogo com os céticos, quando recebi a notícia desalenta-dora. Talvez o Aspecto científi co do sobrenatural não fosse reimpresso porque havia sido pirateado e disponibilizado na internet. Imediatamente fui pesquisar a procedência da afi rmação, e qual não foi a minha surpresa quando encon-trei o livro em sites espíritas. Ao examinar o texto, descobri ainda que havia pelo menos duas versões. Uma delas devia ter sido digitada e inseriu uma quantidade enorme de erros no livro. Eles ocultavam todas as informações editoriais, deixando apenas o texto do autor britânico. Fiquei abisma-

do. Por que alguém cometeria tão claro desrespeito à lei de direitos autorais no nosso país? A tradução é uma produção intelectual tão protegida quanto um romance autoral, uma música ou um software.

Passei a entrar em contato com os supostos pirateadores, uma vez que os considero potenciais homens de bem. Eles estariam abertos a um diálogo. Alguns retiraram o livro de suas listas, mas o estrago já estava feito, com os diversos tex-tos espalhados pela internet, com traduções desfi guradas e equivocadas.

Lembrei-me dos evangelhos cristãos. Nós espíritas conhece-mos o trabalho de São Jerônimo, que foi convocado pelo poder eclesiástico a selecionar, dentro de uma enormidade de textos e cartas atribuídas aos apóstolos e primeiros cristãos, aqueles que comporiam o Novo Testamento. Ele lamentou-se, dizendo que ao fi nal de seu trabalho, ninguém reconheceria sua seleção, que se tornou a base da vulgata e proscreveu inúmeros documentos à condição de apócrifos. Acho que em breve teremos este tipo de discussão no movimento espírita, com o avanço dos tablets e outros meios digitais. Qual texto será confi ável? Esta é uma das consequências que não apenas antevejo, mas que já percebo estar acontecendo pontualmente.

Outra questão que estamos vivendo, nesta transição do mer-cado editorial espírita, é um efeito indesejado dos clubes do livro espíritas. Eles foram criados para disseminar o livro espírita e viabilizar a edição de obras de qualidade de autores novos, de livros clássicos, de livros de estudo e outras iniciativas nobres, ou seja, na contramão da economia de mercado. Todavia, parece que a criatura se voltou contra o criador. Os leitores, em vez de se interessarem por este traçado, aos poucos foram demandan-do a transformação dos clubes em uma espécie de indústria de entretenimento. Querem romances. E o apelo é tão grande, que as editoras passam a ter que editar romances e mais romances, para tornarem-se viáveis e talvez editar um livro de estudos ou pesquisas. Nada tenho contra a literatura e o romance é um gê-nero importante, mas, uma vez banalizado, lembra os livretos vendidos em bancas de jornal para passar o tempo.

Da edição de livros de má qualidade aos centros espíritas o efeito se faz perceber. As livrarias cedem às políticas de lança-

Por JÁDeR SAMPAIo

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mento das distribuidoras e resolvem adquirir livros que ven-dem, em vez de priorizarem a divulgação do espiritismo como sua meta primordial. Em pouco tempo, o grande público co-meça a consumir livros publicados para “fazer caixa” e a trazer para os centros espíritas confusões elementares, ocultas sobre autorias que se tornaram notáveis por fazerem best-sellers. Auto-res muito respeitados, que alimentaram as gerações de espíritas que nos antecederam, começam a ser esquecidos, porque não têm como concorrer com os lançamentos divulgados a torto e a direito para sustentar as editoras.

A situação torna-se ainda mais crítica, quando o funciona-mento das sociedades espíritas depende da renda da livraria, em vez das contribuições dos sócios. Por uma questão de autono-mia, o dinheiro dos livros deveria fi car entre os livros. As livra-rias deveriam manter um acervo mínimo para que os leitores pudessem ter acesso ao livro, folheá-lo. Isso é tão importante quanto assistir a uma palestra. O lucro poderia ser revertido às

bibliotecas para atender a um número ainda maior de interessa-dos, e se houver uma política de aquisição de acervo, auxiliar a viabilizar aqueles livros de estudos, que são de baixa vendagem. É assim que funciona nas universidades, visto que os livros téc-nicos são de baixa procura e muitas vezes apoiados por fundos do estado, dada a sua importância.

Como reverter este processo? Alguns acreditam que não há como. Outros, mais radicais, querem acabar com o mercado editorial e colocar tudo de graça da internet. Eu espero que os diversos atores sociais, como lideranças, editores, livreiros e outros se mobilizem para que tenhamos livros de qualidade nos centros espíritas, pelo menos, e para fazermos escolhas que possibilitem o uso das novas mídias que estão surgindo, como o livro digital.

Jáder dos Reis Sampaio é psicólogo, professor do Departamento de Psicologia (UFMG) e doutor em Administração. Autor de dezenas de projetos editoriais (como tradutor, organizador e escritor). Coordenador do blog Espiritismocomentado.blogspot.com.br

Preocupado com as questões de cunho mais comercial, o presidente da Associação de editoras, Distribuidoras e

Divulgadoras do Livro Espírita, Ricardo Carrijo, enfatiza que público leitor existe. Mas a difi culdade está em como fazer o livro espírita chegar até ele. “As livrarias leigas estão redu-zindo cada vez mais o espaço. São muitas editoras, não há somente as espíritas, sendo preciso muita “briga” para se conseguir uma área espírita”. Ricardo também salienta que os centros poderiam trabalhar melhor as livrarias. “Muitos não têm livraria e precisavam ter. Sei que é preciso de apoio, estrutura, mas trata-se de um local importante, porque é ali que está o nosso público-alvo”. Outro ponto importante é a qualidade da divulgação. “Temos que profi ssionalizar e

conciliar isso com o ideal. Hoje o público está mais exigen-te, quer produto bom, capa bonita, bom conteúdo. e tudo isso custa.” Quanto à qualidade de conteúdo, o presidente da ADELER lembra que “há de tudo no mercado”. Para ele, algumas coisas são aceitáveis, outras não. “Sem contar que cada um tem seu gosto, sua preferência, não sendo fácil con-seguir um equilíbrio”.

A ADELER foi fundada em 1996, para fortalecer e defen-der a divulgação do livro espírita junto aos órgãos públicos da área do livro, ao público em geral e à imprensa, sendo um de seus principais trabalhos a organização de um estande nas bienais de livro, reunindo várias editoras espíritas.

Saiba mais em www.adeler.com.br.

Infelizmente, tem sido comum, em alguns sites, a disponi-bilização para downloads de obras de Francisco cândido

Xavier, que não são de domínio público, sem autorização ou ao menos consulta prévia aos titulares dos direitos autorais.

De modo geral são disponibilizados sem a capa, sem o nome da editora e alguns são apresentados resumidamente, descaracterizando totalmente a obra do chico e dos autores espirituais.

O GEEM, titular do direito autoral de várias obras, por cessão expressa de Chico Xavier, discorda desta prática, pois a divulgação da doutrina espírita deve ser feita em total res-peito às leis do País.

Note-se, a esse respeito, que o GEEM, entidade religio-sa sem fi ns lucrativos, há quase 50 anos divulga a obra de chico Xavier.

Editamos até o momento em torno de dois milhões e meio de exemplares sem qualquer objetivo de lucro. toda a diretoria e os participantes do grupo são voluntários, sem qualquer remuneração.

No entanto, na estrutura da máquina administrativa há evi-dentemente funcionários remunerados, cuja folha é custosa.

Nossos livros têm uma longa preparação, pré-edição com despesas signifi cativas no que tange às capas, à diagrama-ção, à qualidade gráfi ca e não nos parece justo que deles se apossem terceiros, mesmo com a melhor das intenções, como se tivessem nascido do nada.

Por que razão chico Xavier nos teria cedido os direitos? Para cuidarmos dos livros com atenção e respeito.

Parte signifi cativa de nossos livros é distribuída gratuita-mente a centros, instituições, bibliotecas, pessoas físicas e percentual signifi cativo das vendas é dirigido à população mais simples a preços inferiores ao custo dos livros.

e o eventual resultado na comercialização dos livros não é utilizado em benefício do GEEM, mas, sim, nos respectivos projetos de divulgação e obras de caridade.

Quando é o caso, temos concedido, gratuitamente, res-peitadas determinadas condições, autorização para a utiliza-ção das obras, às pessoas que o desejam, com equilíbrio e ponderação.

Mas não podemos aceitar a utilização indiscriminada, sem qualquer autorização ou consulta prévia.

GEEM — GRUPO ESPÍRITA EMMANUEL

VIOLAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS

Público leitor existe

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coISAS De LAURInHA Por tAtIAnA BenIteS

Papai Noel e JesusLaurinha pergunta à sua mãe:

– Mãe, quando você era pequena existia Papai noel?– existia.– e como ele era?– Como é hoje.– Impossível.– Por que impossível?– Porque hoje ele é um velhinho que usa roupas vermelhas.– E antes também era assim.– Mãe, não dá pra ser. Porque senão o Papai noel ia ser muuuuuuito mais ve-lhinho.– Mas Papai Noel é assim mesmo, ele existe há muuuuito tempo, lá no Polo norte.– Onde fi ca o Polo Norte?– no norte!– Ah! eu vi num livro de mapas. o norte fi ca pra cima. Se o norte fi ca pra cima... Papai Noel mora no céu?

– não, Laurinha. É norte do nosso pla-neta, lá onde tem muita neve.– Ah, entendi. – Laurinha faz uma pau-sa, pensa e pergunta: – Mãe, Papai noel existe mesmo?– essa história vem desde muito tempo. O Papai Noel que vemos hoje é só uma representação da bondade de um se-nhor que se chamava nicolau e gostava de presentear as pessoas.– no natal a gente comemora o aniver-sário de Jesus, não é?– É sim, fi lha!– Jesus e Papai noel são amigos?– Ué, Laurinha, Jesus é amigo de to-dos...Antes que sua mãe terminasse a frase, Laurinha respondeu:– Já sei, já sei, Jesus é quem fala para o Papai noel se a gente se comportou o ano inteiro pra merecer presente ou não.

– não foi bem isso que eu quis dizer, mas...– Eu entendi. Vou rezar direitinho até o Natal pra fi car beemmmmmmmmm ami-ga de Jesus. Mas sabe, pensando melhor, ter um amigo como este já é um presen-tão, né mãe?

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Por MARco MILAnI

O que livrarias e bibliotecas espíritas têm em comum? Livros, claro. Porém nem todo livro que está

nas livrarias se encontram nas bibliotecas e vice-versa. E isso tem uma razão muito simples. Livrarias e bibliotecas são ambien-tes com características próprias e devem ser estruturadas e administradas consideran-do-se essas peculiaridades.

Allan Kardec, em 1869, ao propor um catálogo de obras relacionadas ao espiritis-mo para se montar uma biblioteca temá-tica, recomendou cerca de duzentos livros de sua época, mas tomou o cuidado de classificá-los em três grupos: as obras fun-damentais, as diversas e aquelas realizadas fora do espiritismo, incluindo algumas de contraditores. Kardec sinalizou, assim, a necessidade inicial de se conhecer as obras fundamentais para compreender a cosmo-visão espírita e, adicionalmente, propôs obras que pudessem contribuir para o estudo dos adeptos sobre como determi-nados assuntos de interesse eram tratados em obras correlatas e populares. Kardec também demonstrou ser relevante a refle-

O leitor iniciante sabe discernir o que é um bom livro?

xão sobre os argumentos de que os contra-ditores se serviam para atacar a doutrina. Sinteticamente, ele indicou que o papel da biblioteca espírita era o de suporte ao estudo metódico do espiritismo. Esse con-ceito permanece válido nos dias de hoje, destacando-se que modernamente os livros também podem ser disponibilizados em formato eletrônico, favorecendo a consulta e o acesso a muitas obras.

E a livraria não teria o mesmo papel de suporte ao estudo? Certamente que ela também tem essa finalidade, agregando-se o fato de que, aos olhos de qualquer po-tencial consumidor, uma livraria espírita oferece livros espíritas! Chega a ser redun-dante explorar esse ponto, mas lamentavel-mente esbarramos em algo muito sério e que vem prejudicando a própria proposta de divulgação doutrinária em alguns cen-tros espíritas, que é a malfadada suposição de que o leitor deve ler de tudo e cabe a ele a responsabilidade de separar o joio do trigo, ou seja, identificar o que é coeren-te ou não com a doutrina... Ora, mas se é

um leitor iniciante ou sem muitos conhe-cimentos doutrinários, como ele consegui-rá fazer isso? E não adianta perguntar para o vendedor se o livro é bom, interessante etc, pois seria péssimo para a imagem da livraria se o atendente dissesse que esse ou aquele livro não é adequado, apesar de estar ali sendo oferecido ao público. Para o con-sumidor, se o livro está exposto em uma livraria espírita é porque, logicamente, tra-ta da temática espírita e passou por algum critério de escolha. Em outras palavras, os potenciais usuários, principalmente os ini-ciantes, confiam nos serviços e nos critérios de seleção da livraria do centro espírita.

O apelo comercial, por outro lado, vem fazendo com que muitos gestores de livra-rias priorizem a quantidade de títulos ven-didos e não a respectiva seleção pela quali-dade oferecida. Ninguém duvida de que a livraria possa ser uma importante fonte de receitas para a manutenção da instituição espírita. Mas será que se justifica a ausência de critérios doutrinários para a disponibi-

lização de alguma obra ao leitor? Supõe-se que alguém que compre um livro deseja gastar os seus recursos em algo útil e não para, ao final da leitura, lamentar a insensa-tez da obra. O problema é maior quando o leitor não consegue perceber a incoerência conceitual de que pode estar sendo vítima em suas leituras...

Uma comparação pertinente é a seguin-te: que mãe, propositadamente, ofereceria alimentos contaminados aos filhos? Pois então, que dirigente espírita, consciente de suas responsabilidades, ofereceria livros com inconsistências doutrinárias ao públi-co de sua livraria? Trata-se de uma relação de confiança e bom senso.

BibliografiaKardec, Allan. Catálogo racional: obras para se fun-dar uma biblioteca espírita. São Paulo: Madras, 2004.

Professor universitário e economista, responsável pelo Departamento do Livro, USE Regional, SP.

LeItURA

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Feira do Livro em ItabiraDias 17 e 18 de dezembro, das 9:00 às 17 ho-

ras, na Creche Nosso Lar – rua Madre Maria de Jesus, 139, Amazonas, em Itabira, MG,

numa promoção da Aliança Municipal Espírita de Itabira, com apoio da União Espírita Mineira.

Congresso Espírita ParaibanoSerá realizado de 4 a 6 de janeiro de 2013,

no auditório da Federação Espírita Paraiba-na (FEPB) – avenida Gal. Bento da Gama,

555, João Pessoa, PB – o V Congresso Espírita Paraibano. “Amanhecer de uma Nova Era” será o tema do evento, que contará com a participação de Divaldo Franco, Haroldo Dutra, Severino Celestino e Sandra Borba. Informações e inscrições pelo site www.fepb.org.br. Fone: (81) 3221-3590.

Encontro Nina ArueiraAcontece de 9 a 12 de fevereiro de 2013 o

5º Encontro Fraternal Nina Arueira. Local: Mansão do Caminho, Salvador. Rua Valdo-

miro Pereira Lima, 104 - Pau da Lima Salvador, BA. Pa-lestra com o orador Divaldo Franco sobre reencarnação, mediunidade e caridade à luz do espiritismo. Informações: www.mansaodocaminho.org. br. Fone (71) 3409-8320.

Confraternização de Mocidades Espíri-tas no RioCom o tema “No teu coração, uma semente. Que fruto dará?”, será realizada de 9 a 13 de

fevereiro de 2013 a 34ª Confraternização de Mocidades Es-píritas do Estado do Rio de Janeiro (COMEERJ), numa re-alização do Conselho Espírita do Estado do Rio de janeiro. Mais informações: www.ceerj.org.br e fone: (21) 2424-1244.

A Caminho da LuzAcontece de 10 a 12 de fevereiro de 2013,

promovido pela Federação Espírita de Mato Grosso do Sul, o Encontro Jovens Espíritas a

Caminho da Luz. As inscrições poderão ser realizadas até 15 de dezembro pelo site http://fems.org.br. Contato: (67) 3324-3757

Vida de Kardec ganha as telas dos cinemasA Conspiração Filmes, produtora que acaba de levar aos cinemas Gonzaga - de pai para fi lho, vai produzir uma nova biografi a. Ninguém menos que o francês Allan Kar-dec será foco da nova produção. A notícia foi publicada em novembro pelo jornal O Globo. Agora é esperar!

Acesse a Agenda Eletrônica Correio Fraterno e fi que atualizado sobre o que

acontece no meio espírita. Participe.www.correiofraterno.com.br

qualquer hora, em qualquer lugar

Feira do Livro em ItabiraDias 17 e 18 de dezembro, das 9:00 às 17 ho-

numa promoção da Aliança Municipal Espírita de Itabira,

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Confraternização de Mocidades Espíri-tas no Rio

fevereiro de 2013 a 34ª Confraternização de Mocidades Es-

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A Caminho da LuzAcontece de 10 a 12 de fevereiro de 2013,

Caminho da Luz. As inscrições poderão ser realizadas até

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ENIGMA

Que nome se dá ao fenômeno da comunicação verbal e direta dos espíritos sem o auxílio dos órgãos da

voz de um médium?

CAÇA-PALAVRAS DO CORREIO

Resposta do Enigma:

Solução do Caça Palavras

Veja em:www.correiofraterno.com.br

PNEUMATOFONIAPneumatofonia, vem do gre-go pneuma (ar, sopro, vento, espírito) + phoné (som,voz). Trata-se de um fenômeno que depende da atuação de ao menos um médium de efeito físico para doação de

ectoplasma.

Congresso Espírita ParaibanoSerá realizado de 4 a 6 de janeiro de 2013,

555, João Pessoa, PB – o V Congresso Espírita Paraibano.

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Encontro Nina ArueiraAcontece de 9 a 12 de fevereiro de 2013 o

miro Pereira Lima, 104 - Pau da Lima Salvador, BA. Pa-

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Elaborado por Izabel Vitusso e Hamilton Dertonio, especialmente para o Correio Fraterno

ALGO MAIS NO NATAL

Senhor Jesus!

Diante do Natal, que te lembra a

glória na manjedoura, nós te agra-

decemos:

a música da oração;

o regozijo da fé;

a mensagem de amor;

a alegria do lar;

o apelo à fraternidade;

o júbilo da esperança;

a bênção do trabalho;

a confi ança no bem;

o tesouro da tua paz;

a palavra da Boa Nova;

e a confi ança no futuro!...

Entretanto, oh! divino mestre, de

corações voltados para o teu coração,

nós te suplicamos algo mais!

Concede-nos, senhor, o dom inefável

da humildade para que tenhamos

a precisa coragem de seguir-te os

exemplos!

Luz do coração, Emmanuel, Francisco

Cândido Xavier, Clarim.

E R B O L M N I F H L G A S T

Z A E O M U N I A D T U N B V

F L O P F A E U B G R Q U C C

Z M E D A D L I M U H Z E O I

O M B R Q U C T B O C X Z N G

R E Q P L M K J I H U E A F P

S E Ç Ã O O U N A D A D E I U

L O G H O F A A W E F T O A A

L M O O A S S T A L U N P N Z

T E R N Z D E A A O T A P Ç A

P O I U E I T L C D U L Ç A O

Ç Ã O V E R J U O X R T U M O

A D E R A T B O I E O C Z O P

M I O L G A U I N Z A O R B G

H V O E C N M B J H I R A D L

C U I O A A N O Z E R A P I N

M A N J E D O U R A A G O E A

E R A C B O P M C V E E A I O

L Z C X B Ç O A Ã E R M P Q R

V C Z A D E T O L P M N B G A

J K A L W Q A Q U A V T E O Ç

U N V C A E L X T P V Q E R Ã

A R Q A S S E R O U T R X Z O

M T A S G U G P H A B C A Q U

C O R A B U R Z E U N I F E M

C C Z A O E I U O O S Ç R P T

A O R I B Z A T O A E O A M O

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A V R A P L L O V X Z A E E R

A G E C Ç N F H A N F V R E A

L D A D E Ã I V O O Z E N I U

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ARTIGO

Por PAULo R. SAntoS

Nem sempre o hábito faz o monge. É fato! Uma crença não é garantia de qualidade, e tudo que é humano

está impregnado das imperfeições huma-nas, basta olhar mais de perto. O chamado movimento espírita pressupõe estruturas organizadas, instituições, algum tipo de hierarquia funcional com metas e métodos definidos. Mas o movimento espírita é fru-to dos interpretadores da doutrina espírita.

A doutrina espírita é a essência e a própria ‘substância’, digamos assim, das questões espirituais; estas sim, sujeitas aos equívocos dos interpretadores e opinado-res. Não é errado pensar sobre a doutrina espírita, já que esse é o caminho do apren-dizado. Contudo, pensar e firmar posições sem os cuidados com a experiência passa-da, com a própria história da doutrina e com o que o tempo ensinou e legou como ‘coisa testada’ e confirmada, é assumir uma postura de quase infalibilidade. Afinal, quem é dono da verdade?

Vivemos tempos de medos e incerte-zas que se transmitem às nossas formas de pensar a vida e de pensar o mundo. Diante da enorme dificuldade de vislumbrar o que vem depois do nevoeiro, é comum as pessoas retornarem aos fundamentos de suas cren-ças em busca de segurança emocional, com consequências que podem chegar facilmente à intolerância e ao dogmatismo. O dogma sempre foi confortável, pois ajustamo-nos a ele e não é mais preciso questionar, duvidar e principalmente mudar, se necessário.

O espiritismo, como fenômeno pessoal e social, não tem como escapar a esses meca-nismos de autoproteção e dos efeitos de uma sociedade ou do humano em crise. Não é difícil ver e ouvir, ler e observar pessoas (es-píritas no caso) assumindo posturas conser-vadoras e bem perto daquelas crenças dog-máticas e, por isso, aparentemente seguras e

Caminhar, acrescentar, repensar

duradouras. Trata-se de uma falsa segurança.O apego à letra, como se houvesse um

dogma ou norma de que ‘fora da codifica-ção não há salvação’ pode levar a erros não apenas na interpretação de uma doutrina livre pensadora, libertadora por nature-za, como também dar origem a cismas,

dissidências e divergências que criam res-sentimentos e desentendimentos, princi-palmente por parte daqueles que não dis-cutem ideias, mas pessoas.

Ser espírita não é seguir normas ou ri-tos, pois esses não existem no corpo doutri-nário. Apesar disso, é verdade que existem

aqueles que assumem comportamento policialesco, de patrulhamento ideológico, semelhante aos vigilantes da fé de outros tempos. Assim como aqueles que acredi-tam, de boa fé, que sua forma de pensar é a melhor, a ideal, a que condiz com a litera-tura fundamental.

O fundamentalismo, sob qualquer ves-timenta, sempre será um perigo para qual-quer crença, seja política ou religiosa. Se a sociedade é dinâmica, e se cada ser humano é singular, não existe possibilidade de for-mar rebanho a não ser pela força, pela coer-ção física ou psicológica. Esse cerceamento das buscas de novas formas de interpretar a vida e o mundo, impedir o aperfeiçoamen-to pessoal ou coletivo através de uma nova cosmovisão sempre significará estagnação, pois o retrocesso é impossível em termos absolutos e definitivos.

O espiritismo vem experimentando um sensível aumento no número de adep-tos e simpatizantes, seja pela sua atraente literatura, pela sua história ou pelos filmes bem sucedidos que estão hoje à disposição dos interessados. Isso estabelece o cuidado de o movimento espírita não tentar existir como uma comunidade fechada, fora da sociedade em seu conjunto. Os espíritas são parte integrante da sociedade, visível e invisível, influenciando e sendo influencia-dos por ela com todos os seus bons e maus momentos.

A doutrina espírita se mantém inteira como ponto de partida, como nos alertou o próprio codificador, Allan Kardec. Mas é preciso caminhar, acrescentar, repensar, pois o conhecimento doutrinário, como qual-quer outro, é cumulativo e progressivo e não repetitivo e circular como na Idade Média.

Paulo R. Santos, é sociólogo, professor e expositor em Divinópolis, MG.

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14 CORREIO FRATERNO noVeMBRo - DeZeMBRo 2012

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Por SÍLVIA PALHANO BRAGA

FoI ASSIM

Um pequeno reparo

VocÊ SABIA?

O apóstolo Lucas foi quem sugeriu o uso da expressão “cristão” no

lugar de “caminheiros” para designar os discípulos de Jesus.

Ele estava com Barnabé e Saulo de Tarso e a sugestão foi aprovada com geral alegria. “O próprio Barnabé abra-çou-o, enternecidamente, agradecendo o acertado alvitre, que vinha satisfazer a certas aspirações da comunidade in-teira. Saulo consolidou suas impressões

excelentes, a respeito daquela vocação superior que começava a exteriorizar--se. (…).”, relatou Emmanuel, pela psicografi a de Francisco Cândido Xa-vier, no romance Paulo e Estevão.

Lucas justifi ca a sugestão do novo nome, dizendo não ver na palavra “ca-minho” uma designação perfeita que traduzisse os esforços dos seguidores de Jesus. “Os discípulos do Cristo são chamados viajores, peregrinos, cami-

nheiros. Mas há viandantes e estradas de todos os matizes. Não seria mais justo chamarmo-nos – “cristão” – uns aos outros?”, perguntou, lembrando que também o mal tinha os seus cami-nhos.

Segundo o apóstolo, o título “cris-tão” sempre traria a recordação da presença do mestre e caracterizaria as atividades dos seguidores em concor-dância com seus ensinos.

Aos 90 anos já passei por muitas experiên-cias. A vida continua

me ensinando muito. Sempre tive a sorte de ter bons vizi-nhos que se tornaram amigos queridos.

Pouco tempo depois de vir para São Paulo, passei por uma fase muito difícil, que me deixava muito triste, triste e abatida. Mas eu tentava es-conder minhas preocupações de todos, sem imaginar que o problema era mediúnico. Afi nal eu era protestante pres-biteriana e não acreditava em espíritos.

Numa tarde eu estava so-zinha em casa (coisa rara) e minha vizinha apareceu lá. Trazia um vestido bem velho de uma das fi lhas, pe-dindo que eu ajudasse a consertá-lo. Estranhei, porque não tínhamos intimidade. Também a roupa era muito velha e a menina andava sempre muito bem vestida. Mas isso não era da minha conta.

Comecei a costurar e, de repente, tive uma crise de choro e o que eu não contava para ninguém, con-tei para uma estranha. Ela me ouviu, depois pegou a roupa da minha mão e disse: “Pode parar, essa roupa é muito velha. Minha fi lha não a usa mais.”

Começou a me contar que ela estava em sua casa, quando sentiu uma vontade muito for-te de conversar comigo, como se fosse uma ordem. Contou--me ainda que era espírita e frequentava um grupo onde havia um médium muito bom e que naquele mesmo dia iria conversar com ele sobre o as-sunto.

Conversaram e ele sugeriu que eu fosse ao centro o mais rápido possível, o caso era de obsessão.

Fui desconfi ada, mais por curiosidade, pensando que nunca mais voltaria lá. Isso em novembro de 1968 e até hoje

continuo no Batuíra [Grupo Espírita Batuíra], que foi e tem sido uma bênção na minha vida e da minha família.

Sou grata à bondade dos vizinhos Douglas Bellini e Rosalina, que me levaram a conhecer o sr. Sparta-co [Ghilardi]. Através dele entrei em contato com os bons amigos espirituais que me amparam sempre.

Esta história aconteceu com dona Sílvia Palhano Braga, de São Paulo. Conte sua história também. Escreva para Foi Assim, e-mail: [email protected]

Um nome para os seguidores de Jesus

Tentava esconder minhas

preocupações, sem imaginar

que o problema era mediúnico”

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NOVEMBRO - DEZEMBRO 2012 CORREIO FRATERNO 15

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enSAIo

Se analisarmos com atenção a frase ao lado,

conco rda remos com a verdade nela expressa. Todos nós, quando em relação com uma pessoa amada, não senti-mos o tempo passar, as horas transcor-rem sem peso, não nos damos conta do tempo despendido na companhia daquele ente querido, às vezes até nos surpreende-mos quando constatamos que anos e anos se passaram – “Puxa! Já completamos 25 anos de casados!” Ou ainda: “Filho, você já está um homem, credo!” Isto para citar apenas alguns exemplos mais próximos do nosso cotidiano...

Mas também nestes últimos meses do ano, com a proximidade das comemora-ções de Natal, muitos de nós exclama-mos: “Céus, o Natal já está chegando!” E a partir daí começa a correria, a preocu-pação com todos os detalhes que envol-vem essa data: as listas disso e daquilo, os itens da ceia, a relação de pessoas a reunir, a presentear, aquelas a quem enviar car-tões natalinos e assim por diante. E então o tempo voa... Perdemo-nos em meio a todos esses “quesitos convencionais so-ciais” e, de repente, percebemos que o Natal já passou, deixando-nos esgotados

Símbolo da eternidadePor DORIS M. GANDRES

e, muitas vezes, até endividados...Entretanto, apesar disso tudo, inclusi-

ve da euforia consumista de todo tipo, em nosso íntimo, em dado momento, abre-se inevitavelmente uma porta, por onde se es-capa um foco de luz intensa que nos envolve inexoravelmente – é esse amor que fulge de

toda eternidade e que nos faz perder a noção de tempo. E então nós, cristãos de todas as denominações do mundo ocidental, além de alguns outros espalhados pelo mundo afora, nos lembramos daquele irmãozinho, o Jesus lá de Belém, ou de Nazaré, tanto faz, nascido nessa época, ou quem sabe em

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outra, o que também não importa, por-que o que realmente importa é o ele veio vivenciar entre nós: a prática da lei maior e melhor, a lei do amor.

Em O evangelho segundo o espiritismo, capítulo 11, item 8, o espírito Lázaro nos

assegura que “O amor resume toda a dou-trina de Jesus, porque é o sentimento por excelência (...). A lei do amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e extin-gue as misérias sociais.”

E é justamente lembrando de Jesus, de seus ensinamentos e de seu exemplo, que compreendemos o que quis dizer a compa-nheira com a sua assertiva: na verdade, “o amor é o símbolo da eternidade”, porque supera tempo e distância; vence obstáculos que sem ele seriam intransponíveis; corri-ge defeitos, cura dores e sofrimentos onde nada mais pode surtir efeito – essa a lição desse querido irmão, que não podemos es-quecer na data que estabelecemos para seu aniversário aqui na Terra.

Carioca, articulista de diversos jornais e revistas espí-ritas. Autora do livro A felicidade ao nosso alcance, DPL Editora.Fonte: Histórias para aquecer o coração, de Jack Can-dield e Mark Victor Hansen

O amor é o símbolo da eternidade; ele nos faz perder a noção de tempo”

Anna Louise de Staël

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Diariamente ouvimos e vemos no noticiário casos de pessoas que morrem vítimas de brutalidades, crimes hediondos, enfermidades e até mesmo na-

turalmente, causando sofrimento e afl ição aos seus fami-liares e amigos que, surpreendidos pela fatalidade, muitas vezes demoram a acreditar no que aconteceu.

Em outras ocasiões as pessoas permanecem por mui-to tempo internadas em alas hospitalares em situação de extrema gravidade, sendo acompanhadas pela equipe médica e contando com a presença e solidariedade de parentes e amigos.

É nesse momento que o ser humano vivencia diversas emoções e deixa afl orar os seus mais íntimos sentimentos. Não consegue disfarçar o nervosismo, a agonia, o medo e a incerteza da recuperação da saúde de seus entes queridos.

Acompanhar o dia a dia do doente desestabiliza, alte-ra o emocional dos que lhe são próximos e, infelizmente, na maioria das vezes, muitos acabam se perdendo em grande consternação, melancolia e angústia de não mais conviverem com aquele que está enfermo e, assim, indi-retamente impregnam o ser que está acamado com uma gama de sentimentos, pensamentos e energia negativa.

Como, então, podemos auxiliar a estas pessoas?

A resposta se encontra no livro O sono dos hibiscos, de Lygia Barbiére Amaral – Editora Correio Fraterno –, em que a autora relata situações de morte e quase-morte vivenciadas na rotina de uma UTI hospitalar.

Nesse romance os personagens vivem experiências que transitam entre o presente e o passado, formando uma cadeia de elos que os une nesta e em outras encarna-ções, construindo, dessa maneira, um enredo comovente que nos impulsiona a continuar a leitura sem interrup-ções, até seu ápice fi nal.

Os relatos de dor e tristeza dos personagens são acom-panhados por espíritos iluminados que a todo momento inspiram e formam uma corrente vibratória, enchendo o ambiente com energias harmônicas e benéfi cas em prol dos que necessitam.

Obra belíssima, pois, transmite a mensagem de que aqui estamos para cumprir mais uma trajetória evolutiva com vistas a corrigir nossas imperfeições e erros passa-dos. Ao término de nosso tempo nesse mundo, passamos para outro plano onde, auxiliados por espíritos mento-res, prosseguimos nos aprimorando na espiritualidade até o momento de uma nova reencarnação.

Ótima leitura.

O auxílio pode estar numa leitura

Bem faz bem

LeItURA

Por SÔnIA M. c. KASSe

O auxílio pode estar numa leitura

O Lar da Criança Emmanuel, instituição fi lantrópica a que o jornal Correio Fraterno está vinculado, agra-dece a todos que colaboraram para que este ano de

2012 pudesse ser mais um período proveitoso, importante, para nossas crianças, jovens, educadores, famílias e comuni-dade.

Que a educação pelo amor possa ser sempre a estrela maior a iluminar os nossos caminhos.

Feliz Natal e que o Ano Novo seja repleto de boas reali-zações!

Funcionários da Volkswagen, empresa tão próxima, que sempre acompanhou a história do Lar Emmanuel nesses seus 52 anos, em São Bernardo do Campo, mais uma vez fi zeram a alegria e

encheram de emoção o Natal de nossas crianças. www.laremmanuel.org.br