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    Telefonia Digital: Transformando Voz em Dados

    O contedo deste tutorial foi obtido do artigo elaborado pelo Alessandro para a etapa de classificao do IIConcurso Teleco de Trabalhos de Concluso de Curso (TCC) 2006.

    Este tutorial apresenta os conceitos da telefonia digital, especialmente o que se refere converso da voz empacotes de dados, requisito bsico para que se possa migrar para o mundo VoIP.

    Alessandro de Souza Campos

    Engenheiro da Computao pelo Centro Universitrio do Norte Paulista (UNORP, 2004), e Tcnico emTelecomunicaes pela Escola Tcnica Estadual Philadelpho G. Netto (CEETEPS, 1997).

    Atuou inicialmente com Estagirio em Telecomunicaes, na Teleservice Rio Preto e Segurana Ltda., tendoassumido posteriormente as funes de Tcnico Jnior e de Tcnico Pleno. Atuou tambm como TcnicoSnior na Telebrasil Telecomunicaes Ltda.

    Atualmente assumiu a funo de Engenheiro de Computao na Telebrasil Telecomunicaes Ltda.,executando atividades de engenharia de processos tecnolgicos da empresa.

    E-mail: [email protected]

    Durao estimada: 15 minutos

    Publicado em: 10/12/2007

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    Telefonia Digital: Introduo

    O avano tecnolgico possibilitou grandes mudanas na comunicao distncia, aproximando cada vezmais o mundo.

    Tcnicas de processamento de sinal foram criadas, protocolos de comunicao a cada dia so mais usados,aprimorados e o crescente uso da Internet est aumentando a cada dia o trfego de voz e dados.

    A telefonia IP (Internet Protocol), que segundo Hersent (2002, p. XV) ... o setor de telecomunicaes quemais cresce e seu crescimento est ocorrendo a uma taxa mais veloz do que o crescimento da telefoniamvel.

    Este tutorial mostrar os conceitos fundamentais compreenso do sistema de telefonia e convergncia devoz em dados e principais tcnicas de telefonia sobre redes de dados.

    Viso Geral

    Surpreendentemente, um telefone um dos aparelhos mais simples que pode existir, ele funciona da mesmaforma h aproximadamente um sculo.

    Se algum possuir um telefone antigo fabricado por volta de 1920, provavelmente poder conect-lo a umatomada telefnica em sua casa e ele funcionar. Ele composto por cinco dispositivos bsicos, o transmissor,o receptor, a campainha, um emissor de sinais numricos e o circuito de transmisso.

    A grande evoluo que houve, principalmente com relao ao emissor de sinais numricos, que hojeexistem trs tipos descritos abaixo e mostrados na figura 1.

    Decdico envia informaes para a rede de telefonia utilizando seqncias de pulsos; Multifreqencial envia informaes utilizando uma combinao de pares de freqncias associado

    a cada tecla; Digital envia informaes no formato de dados para a rede de telefonia, onde os elementos desta

    esto preparados para receber e tratar esta informao neste formato.

    Figura 1: Representao dos tipos de discagem telefnica.Fonte: Dgitro.

    O circuito de transmisso formado por um par de fios bidirecionais onde atua uma tenso contnua de -48V. Quando o telefone est no gancho, esse circuito fica em repouso com uma corrente eltricapraticamente nula.

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    Quando o telefone retirado do gancho, o circuito se fecha realizando o chamado loop de corrente. Nestemomento, uma corrente de 20 mA circula nesta linha, suficiente para que a rede de telefonia perceba que esteaparelho deseja realizar uma chamada. Imediatamente o aparelho recebe um tom de discagem indicando queest habilitado para utilizar os servios da rede.

    Principais fundamentos de um sistema telefnico

    O sistema telefnico composto por assinantes, sistemas de distribuio, centrais telefnicas e sistemas detransmisso. A figura 2 mostra um esboo de um sistema telefnico, e seus componentes bsicos elementos:

    Figura 2: Representao do sistema telefnico urbano.Fonte: Dgitro.

    A rede de telefonia considerando a chamada telefnica inicia-se na casa do assinante, que est conectado rede atravs do circuito de transmisso do seu aparelho telefnico. Atravs de um sistema de distribuio,que se constitui basicamente de uma estrutura fsica de conexo, esse assinante tem acesso a uma operadorade telefonia, dando origem a RTPC (Rede de Telefonia Pblica Comutada). Em geral, este sistema composto por caixas de distribuio, armrios de distribuio, distribuidores gerais, meios fsicos, centraistelefnicos e telefones.

    As centrais telefnicas so responsveis pela inteligncia de um sistema telefnico, pois fazem o controle daschamadas, pela gerncia dos servios, promovem a sinalizao acstica e a sinalizao de controle. Ascentrais pblicas so classificadas de acordo com a abrangncia e os tipos de ligaes que efetuam:

    Local onde nascem s linhas de assinantes e toda troca de informao relacionada a essesassinantes;

    Trnsito local uma central telefnica que troca informaes entre outras centrais, que podem sercentrais locais ou at mesmo uma outra central trnsito;

    Trnsito interurbana interliga dois ou mais sistemas locais, inclusive por intermdio de umacentral de trnsito local. Tambm interliga centrais interurbanas;

    Trnsito internacional faz a interligao entre pases.

    A central de trnsito tambm comumente chamada de central TANDEM.

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    Telefonia Digital: Voz Analgica

    A maior parte da energia presente na voz humana est compreendida numa faixa de freqncias reduzida,sendo comum no sistema telefnico limit-la a uma banda de freqncias compreendidas entre 300 e 3400

    Hz, zona onde sero mantidas a integridade e confiabilidade, permitindo a adequada audio da voz.

    Sinais Analgicos

    Sinais analgicos so sinais fsicos que se manifestam na natureza e assumem sempre valores contnuoscomo, a temperatura, a presso, as vibraes acsticas, a eletricidade e o sinal de voz. Quando se fala em ummicrofone conectado a um osciloscpio, este mostrar uma onda que corresponde s vibraes acsticas dasua voz, conforme a figura 3:

    Figura 3: Sinais senoidais (sinais analgicos).Fonte: Martignoni.

    Sinais Digitais

    So os que assumem valores especficos, valores binrios, 1 e 0, on" e off", "alto" e "baixo", high andlow". So sinais processados por mquinas ou equipamentos para serem utilizados em um meio digital.

    O som da voz, para ser transmitido em um sistema digital deve ser codificado para o formato digital antes deser transmitido atravs do meio e decodificado no outro lado para a sua forma analgica original para que oouvinte possa compreend-lo, como mostra a figura 4.

    Figura 4: Representando uma conversao em sinal digital.Fonte: Dgitro.

    Qualquer informao analgica que precisa ser armazenada em um computador ou transmitida por umsistema de comunicao digital, passa necessariamente por um processo de codificao ou digitalizao dosinal, que permite grandes vantagens, tais como:

    Sinais digitais so muito menos sensveis a interferncias ou rudos; possvel transmitir mais informao atravs de sistemas digitais ao invs de sistemas analgicos; Podem ser enviados diretamente a computadores, que so equipamentos que utilizam sistemas

    digitais.

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    possvel atravs da digitalizao dos sinais telefnicos, desenvolver equipamentos mais compactos, commaior capacidade, mais precisos, menos sensveis a rudos e uma infinita integrao entre diversos tipos detransmisso de sinais.

    A qualidade dos servios oferecidos pelas companhias telefnicas cresceu consideravelmente e com a possibilidade de utilizao de processadores de sinais digitais e computadores, permitindo a expanso deservios oferecidos aos assinantes, gerando simultaneamente economia aos usurios e maior receita soperadoras de telefonia.

    O que visto hoje uma transformao geral em todo processo de telefonia e informtica, onde ambosestaro eternamente ligados.

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    Telefonia Digital: Voz Digital

    Possui vantagens significativas sobre um sistema de telefonia analgico. Sabe-se que a voz um conjunto devibraes acsticas e a forma como ela se manifesta na natureza analgica.

    O objetivo transmitir o sinal de voz em um sistema digital atravs do processo de digitalizao, que permitem que esses conjuntos de vibraes acsticas sejam transmitidos em um meio digital assumindoapenas dois valores, zeros ou uns.

    As figuras 5 e 6 mostram as representaes dos sinais digitais.

    Figura 5: Sinais analgicos e sinais binrios.Fonte: Dgitro.

    Para que o processo de converso do sinal ocorra, necessria a utilizao de princpios de modulao ecodificao do mesmo, a esse processo dado o nome de digitalizao.

    Figura 6: Sinais digitais.Fonte: Martignoni.

    Digitalizando um Sinal

    o processo de transformao de um sinal analgico em um sinal digital, consiste em trs fases:

    Amostragem, que consiste em retirar amostras do sinal original conforme uma freqncia pr-determinada;

    Quantizao, que consiste em refinar o sinal amostrado; Codificao, que transforma o sinal quantizado em um sinal binrio.

    A figura 8 mostra todas as fases da digitalizao do sinal analgico.

    Figura 7: Digitalizao do sinal.Fonte: Dgitro.

    A digitalizao do sinal ocorre quando a transformao do sinal analgico em um trem de pulsos, onde aamplitude desse trem diretamente proporcional ao pulso da amplitude instantnea do sinal amostrado.

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    Segundo Gomes (1995, p. 232) ... O sistema PAM (Pulse Amplitude Modulation), aquele no qual seaplica mais diretamente o conceito de um sinal amostrado e do prprio Teorema de Amostragem, pois o

    sinal modulado pode ser compreendido como o produto do sinal modulante pelo trem-de-pulso da

    portadora....

    Para aplicaes em telefonia, a freqncia de amostragem adotada internacionalmente de 8.000 amostraspor segundo, definido pelo Teorema de Nyquist. Neste caso, cada nvel de valor corresponde a um cdigo de8 bits, o que permite serem quantizados nveis distintos.

    Fazendo-se uma conta simples, teramos ento, 8.000 amostras/segundo x 8 bits/amostra, onde obteramosuma taxa de 64.000 bits/segundo (64 kbit/s). Este procedimento chamado PCM (Pulse Code Modulation), aFigura 08 representa a taxa de amostras PCM.

    Figura 8: Quantificao das amostras.Fonte: Dgitro.

    O PCM a tcnica mais comumente utilizada dentro de um processo de digitalizao de udio, pois produzuma aproximao razovel da voz humana. Porm, para se reproduzir adequadamente sons mais complexos,como msicas, por exemplo, devem-se utilizar tcnicas mais sofisticadas. O antigo CCITT padronizoucategorias de PCM. As mais conhecidas so a padronizao americana e a europia, onde:

    Amrica utiliza 24 canais de udio ou 1544 Mbit/s de velocidade e consiste no chamado estgio ouenlace T1;

    Europia utiliza 30 canais de udio ou 2048 Mbit/s de velocidade e consiste no estgio ou enlace E1,o Brasil adota essa codificao.

    Amostragem

    Consiste em um processo, onde so retiradas amostras do sinal original que sero utilizadas para areconstituio desse sinal no receptor.

    A figura 9 mostra que segundo o teorema de Nyquist, que demonstrou que um sinal pode ser perfeitamentereconstitudo, se deste forem extradas amostras com no mnimo o dobro da largura de banda deste sinal, alargura de banda ou banda passante de um sinal, o intervalo de freqncias que compreende a diferena

    entre a maior e a menor freqncia que compe o sinal.

    Figura 9: Representao da faixa de freqncia.Fonte: Dgitro.

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    A figura 10 mostra como a faixa da freqncia da voz varia de 300 Hz a 3KHz, todo o processo de anlise dosinal de voz, feito levando em conta a faixa de freqncia de 1 Hz a 4 kHz, porm no processo deamostragem somente considerado o sinal variante de 300 Hz a 3kHz, pois o sinal a ser recuperado ser omais prximo possvel do original.

    Figura 10: Sinal sendo amostrado.

    Fonte: Dgitro.

    Quantizao

    Como no possvel transmitir esses valores tal como so amostrados, realiza-se o processo que tem oobjetivo de funcionar como um "arredondamento" dos diversos valores amostrados sobre nveis de valoresestabelecidos, esse processo modula o sinal em PAM dentro desses nveis estabelecidos de tenso chamadosde valores de deciso.

    Quando um pulso est acima de um nvel de deciso, ele aproximado para o nvel superior e quando opulso est abaixo da linha de deciso, ele aproximado para o nvel inferior imediato. A aproximao para o

    nmero inteiro mais prximo origina um erro de quantificao que minimizado se for utilizado um nmeroelevado de patamares ou nveis.

    Se houvesse, por exemplo, 128 ou 256 nveis de sinal, e no os 8 do exemplo, o erro na atribuio poraproximao, de um nmero inteiro a cada amostra, seria substancialmente inferior. Cada nvel designadopor um cdigo digital "n" bits. possvel ter 2n (dois elevado a n) nveis de valores quantizados.

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    Nas figuras 11 e 12, so mostrados os cdigos digitais de 3 bits possvel ter at 8 nveis para quantizar asamplitudes amostradas do sinal analgico utilizado neste exemplo, sendo quatro para amplitudes positivas equatro para amplitudes negativas.

    Figura 11: Sinal amostrado sendo quantizado.Fonte: Martignoni.

    Figura 12: Sinal quantizado.Fonte: Dgitro.

    Codificao

    Consiste em pegar todo o sinal quantizado e transform-lo em um sinal binrio, levando-se em conta a

    seqncia em que o mesmo foi gerado pelo trem de pulsos. O sinal resultante ser uma cadeia de Zeros eUns. Este sinal est pronto para trafegar em um determinado tipo de enlace RTPC, LAN ( Local Area

    Network) ou WAN (Wide Area Network).

    Obtm-se um sinal PCM atravs de uma onda quantizada, temos que analisar a mxima amplitude do sinalquantizado, para que possamos definir os seus estados como zero ou um, o nmero de bits da codificaoest relacionado quantidade de intervalos em que meo essa amplitude, que pode ser de 8, 16, 32, 64, 128bits e assim por diante, a Figura 13 define como codificado o sinal quantizado.

    Segundo Gomes (2002, p. 287) ... A grande vantagem do PCM reside justamente no fato de s haver doisnveis distintos para o sinal modulado, reduzindo-se de forma substancial o rudo que interfere sobre o sinal

    modulado, pois este pode ser constantemente regenerado, reassumindo sua forma original.

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    Figura 13: Sinal codificado.Fonte: Dgitro.

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    Telefonia Digital: Multiplexao de Sinais

    Mesmo com a digitalizao do sinal analgico, ainda preciso maximizar a transmisso do mesmo de umponto a outro e essa maximizao feita atravs da multiplexao, que nada mais do que, a transmisso

    simultnea de dois ou mais elementos, sinais, de informao utilizando o mesmo meio de transmisso. Paracompreender este conceito, a figura 14 apresenta uma breve analogia ao trfego simultneo de veculosatravs de uma grande avenida.

    Figura 14: Simplificao da multiplexao.Fonte: Dgitro.

    Analogamente transmisso de sinais, cada veculo corresponderia a um sinal, a rua procedente de cadaveculo representaria a largura de banda necessria para a circulao deste veculo, e a avenidacorresponderia ao meio de transmisso de maior capacidade de trfego que as ruas anteriores e quepossibilita o trfego simultneo de veculos.

    Sempre que a largura de banda de um meio fsico for maior ou igual largura de banda de um determinadosinal, este meio poder ser utilizado para transmitir este sinal. Na prtica, a banda passante necessria paraum sinal em geral bem menor do que a banda passante dos meios fsicos disponveis.

    Portanto, dentro deste fundamento de aproveitar a banda passante extra para a transmisso simultnea deoutros sinais se baseia o conceito de multiplexao, que nada mais do que a tcnica que permite a

    transmisso de mais de um sinal em um mesmo meio fsico, assim como mostrado na figura 15.

    A multiplexao resulta na otimizao dos meios de transmisso, normalmente de capacidade limitada, coma transmisso de diversos sinais simultaneamente.

    Existem duas formas bsicas de multiplexao:

    Domnio do tempo, o chamado TDM ou Time Division Multiplexing; Domnio da freqncia, o chamado FDM ouFrequence Division Multiplexing.

    Segundo Hersent (2002, p. 8) A principal vantagem da multiplexao estatstica que ela permite que alargura de banda seja usada de maneira mais eficiente....

    Figura 15: Sinal multiplexado.Fonte: Dgitro.

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    TDM

    Multiplexao por Diviso de Tempo utiliza-se do conceito de alocao de espaos de tempo, chamadostime-slots, para os sinais previamente amostrados. Para compreender como so alocados estes time-slots e ofuncionamento do TDM, ser utilizada uma analogia com um PCM de 30 canais e uma chave seletorarotativa conforme a figura 16, onde na periferia desta chave, existem 32 posies correspondentes aos canaisdo PCM.

    Figura 16: Contador de Time-Slot.Fonte: Dgitro.

    A chave gira no sentido horrio e demora em cada canal um intervalo de tempo e cada vez que a chave passapor um canal ela retira uma amostra da amplitude do seu sinal naquele instante. O tempo em que a chavecomuta cada canal, denomina-se time-slot.

    A velocidade de 8000 revolues por segundo, que a freqncia de amostragem, pois de cada canal seroretiradas 8000 amostras por segundo. A volta completa da chave toma ento 1/8000 do segundo que equivalea 125 s e chama-se quadro.

    Como cada ponto da chave corresponde a um time-slot, analogamente um quadro conter 32 time-slots, cadaum com durao de 125 s/32. Assim, a chave abre um "espao de tempo" ou time-slot para amostragem docanal durante 125 s/32 = 3,9 s.

    Outro termo utilizado o multiquadro, que o conjunto de 16 quadros consecutivos que corresponde a 16vezes o tempo de um quadro. Logo, um multiquadro equivale a 16 x 125 s = 2 ms. A figura 17 representaos quadros e multiquadros.

    Figura 17: Quadro e Mulitquadro.Fonte: Dgitro.

    Isto provoca uma multiplicao na taxa de transmisso, quando comparada com a taxa de cada sinalindividualmente e conseqentemente a ampliao da banda passante total. Este aumento proporcional aonmero de canais multiplexados. Os sinais de voz so amostrados a uma taxa de transmisso de 8000amostras/segundo.

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    Como todos so codificados com 8 bits/amostra, produzem uma taxa de transmisso de 64 kbit/s por canal.Sendo assim, se tivermos 32 canais, a sada deste sistema ter uma banda passante de 32 vezes 64 kbit/s que igual a 2048 kbit/s .

    Mas por que 32 canais se foram mostrados 30? Bem, os outros dois canais so para sinalizao e controle,por isso no so mencionados, pois os outros 30 canais so os que funcionam como canais de servio ou deudio.

    Figura 18: Representao dos times-slots.Fonte: Dgitro.

    Conforme a figura 18, no time-slot 0 de todos os quadros que compe um multiquadro transportado osincronismo dos respectivos quadros. No time-slot 16 do quadro 0, sempre transportado o sincronismo demultiquadro. Onde sincronismo uma espcie de negociao entre os dois lados interconectados paragarantir a operao.

    Consiste em um procedimento utilizado para que o sistema reconhea o incio e o fim de um quadro oumultiquadro. A cada quadro, ou seja, a cada 125 s so enviadas no time-slot 16 informaes de dois canaisespecficos. Portanto, em um multiquadro, a cada 2 ms so transportadas informaes referentes aos 30canais. Repetidamente, a cada 2 ms, estas informaes so enviadas mesmo que os estados dos canais notenham sido alterados, isto , mesmo que as informaes sejam repetidas.

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    FDM

    Multiplexao por Diviso de Freqncia se assemelha ao TDM, o FDM uma tecnologia que transmitemltiplos sinais simultaneamente sobre um nico caminho de transmisso. Porm, esta tcnica funcionaatravs de modulao, que permitem o deslocamento de um sinal no espectro de freqncia.

    Figura 19: Esboo de um sinal FDM.Fonte: Dgitro.

    Para compreender o FDM, considerando o exemplo da figura 19. Esto representados dois sinais de vozatravs de seus espectros. Um dos sinais foi modulado e, por isso, encontra-se deslocado para uma outrafaixa de freqncia.

    Aps a modulao, os sinais so passados por filtros de forma a impedir conflitos caso existam componentesdestes sinais em outras freqncias diferentes da faixa para eles reservada, permitindo que esses sinaistrafeguem simultaneamente pelo mesmo meio fsico.

    Os filtros utilizados nesta operao so filtros passa-faixa, filtros que s permitem a transmisso de sinais

    que se encontram dentro de uma faixa de freqncias.

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    Telefonia Digital: Transmisso PCM

    Em telefonia, so freqentes o uso de linhas com alta velocidade e conseqentemente de grande capacidadedesignados pelo termo tronco, usando PCM conjuntamente com a multiplexagem TDM, por exemplo, para o

    enlace T1 de 1544 Mbit/s, constitudo por 24 canais de voz digitalizados (PCM24), utilizado no EUA, e oenlace E1 de 2048 Mbit/s, constitudo por 30 canais de voz digitalizados (PCM30), amplamente usado naEuropa.

    Figura 20: Representao da sinalizao T1.Fonte: EPPET.

    Princpios do PCM24 e PCM30

    Realizam-se amostragens consecutivas dos canais de voz, ao ritmo de 8.000 amostras por segundo. Deacordo com o Teorema de Nyquist, considera-se fh = 4000 Hz, o fato dos filtros existentes terem roll-off, ouseja, no cortarem abruptamente o sinal para as freqncias de corte, mnima, e mxima, de 300 e 3400 Hzdo canal definido para a voz.

    A quantificao utiliza 7 bits por amostra, o que permite 2 7 = 128 patamares ou nveis distintos de tensopara o sinal codificado, assegurando assim uma razovel qualidade ao processo. A adio de um 8 bit decontrole a cada amostra, permite constituir um grupo de bits, representativo de uma amostra de todos os 24canais.

    Aos 24 canais x (7 + 1) bits/canal = 192 bits assim obtidos ainda acrescentado um outro bit paraenquadramento e sincronismo, dando origem a um total de 193 bits, conjunto este que se designa pormultiquadro.

    As Figuras 21 e 22 representam os quadros contendo as sinalizaes PCM 24 e PCM30. O bit 193 de cadatrama usado freqentemente para sincronizao, podendo, por exemplo, conter alternadamente os valoresbinrios 0 e 1 (... 0101010101...) o que permite ao multiplexerdo receptor obter uma informao de timing,

    e sincronizar o seu relgio de leitura dos bits com o do relgio de transmisso usado pelo emissor, resultandoem uma comunicao sincronizada.

    bc - bit de controle ou sinalizao;bs - bit de sincronismo.

    Cada um desses quadros, quando enviados pela linha de transmisso, sendo a amostra composta de todosos canais, tem de ser transmitida em 1/8000 = 125 microssegundos, visto que se efetuam 8000 destasamostras por segundo.

    A transmisso do sinal de voz relativo a um canal telefnico necessita assim de (7 bits + 1 bit de controle)/amostra x 8000 amostras/segundo = 64 000 bit/s. Uma vez que 7 bits em cada amostra de um canalcorrespondem efetivamente informao til (data) os canais so na verdade de 7 x 8000 = 56 kbit/s. A estavelocidade efetiva de transmisso dos dados do assinante d-se a designao de throughput.

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    A taxa de amostragem em cada canal implica o envio de 8000 quadros/segundo, ou seja, uma velocidade detransmisso relativa Portadora T1 de 193 bits/quadro x 8000 quadro/s = 1.544 kbit/s. A transmisso doscanais exige o uso de 2 Multiplexers devidamente sincronizados, fazendo um deles a desmultiplexagem chegada do sinal. Ter ainda de se proceder converso digital-analgica a fim de recuperar o sinal de voz

    original.

    Na Europa, bem como no Brasil, utiliza-se o sistema PCM30, e as portadoras E1 de 2048 Mbit/s, utilizadasem troncos digitais de grande porte, comportam 30+2 = 32 canais de 64 Kbit/s o que perfaz 32 x 64 = 2048Kbit/s.

    Figura 21: Representao da sinalizao E1.Fonte: EPPET.

    Contudo, 30 canais dos 32 canais existentes transportam informaes teis, pois a velocidade efetiva datransmisso (throughput) da portadora E1, de 30 x 64 = 1920 Kbit/s, os outros 2 canais restantes (canal 0 ecanal 16), destinam-se sinalizao (sistema designado por "Sinalizao por Canal Comum") e oalinhamento de quadros ou tramas, estabelecendo um sincronismo entre os pontos.

    As portadoras T1 (1,544 Mbit/s) e E1 (2,048 Mbit/s), fazem parte de um sistema hierrquico develocidades de transmisso existente nas redes digitais americanas e europias, designado por PDH(Plesiochronons Digital Hierarchy) que a seguir se transcreve, segundo a tabela abaixo.

    Europa Estados Unidos

    Nvel Velocidade N de canais Nvel Velocidade N de canais

    E1 2048 Mbit/s 30 T0, DS0 64 kbit/s 1

    E2 8448 Mbit/s 120 T1, DS1 1544 Kbit/s 24

    E3 34368 Mbit/s 480 T2, DS2 3612 Kbit/s 96

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    Referncias

    DGITRO, Ensinare. Telefonia Digital: Curso on-line, 2003.Disponvel em: http://ensinare.locaweb.com.brAcessado em 18 jul. 2004.

    DGITRO, Ensinare. Redes Convergentes: Curso on-line, 2003.Disponvel em: http://ensinare.locaweb.com.brAcessado em 14 Ago. 2004.

    EPPET, Escola Profissional Pblica de Eletrnica e Telecomunicaes. Telecurso, 2001.Disponvel em: http://www.eppet.pt/data/linkserv/telei/curso_telei/Acessado em: 10 Ago. 2004.

    GOMES, Eng Alcides Tadeu. Telecomunicaes: Transmisso, Recepo AM-FM - Sistemas Pulsados. 11

    ed. So Paulo: rica, 1995.HERSENT, Oliver.; GURLE, David.; PETIT, Jean-Pierre. Telefonia IP: Comunicao multimdia baseadaem pacotes. So Paulo: Prendice Hall, 2002.

    MARTIGNONI, Marco Aurlio. Road Show Tecnolgico.

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    Telefonia Digital: Teste seu Entendimento

    1. Qual das alternativas abaixo representa um tipo de discagem telefnica?

    Decdica, que envia informaes para a rede de telefonia utilizando seqncias de pulsos.Multifreqencial, que envia informaes utilizando uma combinao de pares de freqncias associadoa cada tecla.

    Digital, que envia informaes no formato de dados para a rede de telefonia, onde os elementos destaesto preparados para receber e tratar esta informao neste formato.

    Todas as anteriores.

    2. Qual das alternativas abaixo no representa usa das fases de transformao de um sinal analgicoem um sinal digital?

    Amostragem, que consiste em retirar amostras do sinal original conforme uma freqncia pr-determinada.

    Contagem, que consiste identificar o nmero de inverses do sinal analgico.

    Quantizao, que consiste em refinar o sinal amostrado.

    Codificao, que transforma o sinal quantizado em um sinal binrio.

    3. No contexto deste tutorial, quais so as duas formas bsicas de multiplexao citadas?

    TDM (Time Division Multiplexing) e FDM (Frequence Division Multiplexing).

    TDM (Time Division Multiplexing) e PDM (Phase Division Multiplexing).

    TDMA (Time Division = Multiple Access) e FDM (Frequence Division Multiplexing).

    TDM (Time Division Multiplexing) e CDMA (Code Division Multiple Access).