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COMUNIDADES TERAPÊUTICAS: PRINCÍPIOS E DIRETRIZES! Laura Fracasso Dezembro 2017 Campinas

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COMUNIDADES TERAPÊUTICAS:

PRINCÍPIOS E DIRETRIZES!

Laura Fracasso

Dezembro 2017

Campinas

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Introdução

As Comunidades Terapêuticas são ambientes de

internação especializados, presentes em mais de

sessenta países, que oferecem programas de

tratamento estruturados e intensivos, visando ao

alcance da manutenção da abstinência,

inicialmente em ambiente protegido, com

encaminhamento posterior para internação parcial

e/ou seguimento ambulatorial, conforme as

necessidades do paciente.

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Evolução

Final dos anos setenta: desprestigiadas (base era o confronto e

não incluíam profissionais na equipe)

Final dos anos oitenta: CTs assumiram perfis que as tornavam

diferentes de suas predecessoras: incluíam abordagens

baseadas na psicanálise, terapia existencial e cognitivo-

comportamental. Passaram a ter profissionais especializados,

novas técnicas como a aprendizagem social e treinamento de

habilidades.

Houve maior investigação científica acerca de sua eficácia, dos

pacientes mais indicados e do papel dos profissionais envolvidos.

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Objetivos e metas do tratamento oferecido pelas

comunidades terapêuticas:

• Manutenção da abstinência de substâncias psicoativas em um

ambiente terapêutico controlado ou semi controlado.

• Vida comunitária com outros usuários em recuperação.

• Ênfase na divisão de responsabilidades com companheiros de

recuperação e conselheiros.

• Aconselhamento de suporte baseado em prevenção da recaída.

• Apoio individual, promoção da educação, treinamento e experiências

vocacionais.

• Preocupação com as condições de moradia e o processo de

reabilitação psicossocial do paciente.

• Apoio e cuidados pós-alta.

Fonte: DE LEON, G. A Comunidade Terapêutica. São Paulo: Loyola, 2003.

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Indicações

Em relação às demais modalidades e

ambientes de tratamento, a comunidade

terapêutica é apropriada e eficaz para perfil

de usuário com diagnóstico de dependência

de substâncias psicoativas desde que

aceita, voluntariamente, pelo indivíduo.

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Equipe de atendimento

Corpo de funcionários diversificado, que combina

profissionais tradicionais e não tradicionais.

Psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros

terapeutas ocupacionais e educadores, dependendo

do tamanho e da complexidade da organização.

Por vezes, médicos integram o corpo clínico ou se

associam à organização como prestadores de

serviço ou voluntários.

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A figura diferencial, porém, é a do ex

usuário que, ao longo de seu processo

de recuperação assumiu papéis cada

vez complexos na administração e nos

cuidados da comunidade, até tornar-se

um funcionário da comunidade.

Equipe de atendimento

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Equipe de atendimento

A combinação de técnicos, corpo clínico,

medicação e períodos mais curtos de

internação e de estudos mais intensos, para

auxiliar o processo de construção da

consciência e adesão ao programa e a

recuperação, são os grandes diferenciais da

CT clássica.

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Duração

Quanto mais a comunidade terapêutica proporcionar

momentos para que o indivíduo possa experienciar o

retorno à sociedade gradativamente, envolvendo:

autonomia conquistada progressivamente; cuidados

através da mudança de hábitos e valores para uma

vida saudável; Grupos de Prevenção de Recaída e

um Projeto de Vida que também contemple a

construção de ambientes, pessoas e situações

protetoras; mais eficaz será o resultado do programa

e do processo de recuperação.

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A Família do indivíduo em tratamento na

Comunidade Terapêutica

Uma família com funcionamento saudável

sucesso no processo de reorganização

e manutenção da recuperação do indivíduo..

Participação em grupos de mútua ajuda para

familiares (como Alanon, Naranon e Amor

Exigente, Pastoral da Sobriedade, entre

outros, com nomenclaturas diferentes, porém

o mesmo objetivo)

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A Família do indivíduo em tratamento na

Comunidade Terapêutica

Algumas comunidades terapêuticas incluíram a terapia familiar

no atendimento às famílias. Receber a família no estágio inicial

da internação; ajudá-la a reelaborar sua história; seguir com a

família; sair da conversa da “droga” e poder estar junto para

entender o que se passa; significar a experiência de cada um e

tentar construir uma maneira mais produtiva de seguir a vida:

tem sido o desafio dos terapeutas familiares que têm o papel

de agir como facilitadores, tradutores, mediadores. Devem

estar preparados para acolher, ouvir, sintonizar, significar,

traduzir, e não desafiar, confrontar, julgar, mas sim cooperar e

não querer controlar a vida do outro.

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A decisão de ir para a

Comunidade Terapêutica é

do indivíduo.

PRINCÍPIOS:(o que entra na composição de algo)

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A Perspectiva da Comunidade Terapêutica

Transtorno

Pessoa

Recuperação

Bem Viver

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FAMÍLIA | LINGUAGEM

HONESTIDADE | RESPEITO

AMOR | PAZ | SOLIDARIEDADE

LIMITES | RESPONSABILIDADE

AUTOAJUDA | AJUDA MÚTUA

ESPIRITUALIDADE | MANEJO DE CRISES

TRABALHO

CULTURA DA COMUNIDADE

TERAPÊUTICA

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Comunidade como Agente Terapêutico

Agente de mudança são os próprios pares

(como tudo começou)

Auto Ajuda / Mútua Ajuda ( Confronto)

(precisamos uns dos outros)

Membros da comunidade

O programa só será efet ivo se os residentes

f izerem a CT funcionar ( a CT é o método)

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VIVER O AQUI E O AGORA

CÓDIGO MORAL

DESENVOLVIMENTO ATRAVÉS DA:

APRENDIZAGEM, VÍNCULOS E

AUTOCONHECIMENTO

RECUPERAÇÃO

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TRANSIÇÃO CT > SOCIEDADE

VÍNCULOS FAMILIARES E SOCIAIS

FOCO CENTRAL NAS RELAÇÕES

EXTERNAS

REINSERÇÃO SOCIAL | REENTRADA

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ALIANÇA TERAPÊUTICA

OUVIR E SE COLOCAR

SER EXEMPLO | ATUAR

TRANSDISCIPLINARMENTE

NÃO PERSONALIZAÇÕES | MORALIZAÇÕES

ADAPTAR-SE E AVALIAR DESEMPENHO

AVALIAR NECESSIDADES

PERFIL DA ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

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Recepção e convivência com outros residentes e

equipe

Processo de entrosamento nas atividades

da CT

Percepções de algumas

mudanças e de esperança

Evolução e restabelecimento de funções psicossociais

por meio das interações sociais

Adaptação e vínculos saudáveis com a CT e companheiros

Participação ativa em papéis comunitários (imersão)

Melhora da estima e eficácia

das atitudes como

consequências subjetivas.

Primeiros sinais de mudanças em comportamentos,

atitudes e emoções.

Internalização dessas mudanças

Auto-percepçãodessas mudanças comportamentais e da identidade

Evolução do comportamento, percepções e experiências para

mudança de estilo de vida

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Desafios da evolução

Manter sua identidade por meio de um modelo

genérico de CT com base teórica, padrões

codificados para a prática, uma atividade de

treinamento organizada e uma agenda de

pesquisa que possa refinar a sua teoria e

melhorar a prática.

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Grata!!!!!!!!!

Laura FracassoPsicóloga Clínica

Especialista em Dependência Química - UNIFESP

[email protected]

19 996191632 (Tim)