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Como construir ,montar e operar uma microdestilaria de álcool combustível (etanol) de capacidade de 100 litros/dia. Aprenda deste a plantação da cana de açúcar até a destilação do álcool combustível Helder Vitor Terra Rua Cel.Carlos Caiafa n°329 –CEP37160 000 Campos Gerais MG Fones:35 3853 2113- 35 8808 0715 email:[email protected] PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com

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Como construir ,montar e operaruma microdestilaria de álcool combustível (etanol) de

capacidade de 100 litros/dia.

Aprenda deste a plantação da cana de açúcar até a destilação doálcool combustível

Helder Vitor TerraRua Cel.Carlos Caiafa n°329 –CEP37160 000 Campos Gerais MGFones:35 3853 2113- 35 8808 0715 email:[email protected]

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Álcool etílico

O etanol também chamado álcool etílico ou álcool comum,de fórmula H3C-CH2-OHapresenta-se como líquido, incolor,de cheiro característico eagradável,e é miscível com a água.Esse composto é empregadoem bebidas alcólicas,como solvente,na farmacologia,na preparaçãode muitas substâncias e como combustível nos motores a explosão.(substituindo a gasolina).Os povos antigos já preparavam bebidasalcóolicas através da fermentação de sucos,e data da idade média aobtenção do álcool etílico em forma concentrada ,conseguida pelosárabes.Entretanto ,a preparação na forma pura foi feita por Tobias Lowitz,químico russo,em 1795.

Fórmula do etanol ou álcool etílico:

No Brasil a principal forma de preparação do etanol é através do processo de fermentação:

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-Processo de fermentação:Neste processo são utilizadas como matérias primas muitas substâncias ,dentre as quaissubstâncias açucaradas (melaço de cana ,suco de frutas, e beterraba),substâncias amiláceas(milho,arroz,trigo e batata) e substâncias celulósicas (madeira e papel)

Com relação as substâncias açucaradas,a fermentação conduz á formação de etanol a partirda sacarose.Assim partindo da garapa proveniente da cana-de-açucar,inocula-se omicroorganismo Saccharomyces cerevesae.Este ,na presença de sacarose,elabora umaenzima (invertase) ,que catalisa a hidrólise da sacarose ,produzindo glicose e frutose.Emseguida,o microorganismo elabora outra enzima (zimase) ,que catalisa a transformação daglicose e da frutose em álcool etílico.Essa reação é bastante exotérmica e libera gáscarbônico,o que dá ao sistema um aspecto de fervura,daí o nome fermentação (do latim:fermentare)atribuído por Pasteur.

Fotografia do processo de fermentação da garapa da cana-de-açucar:

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Sem dúvida ,o maior consumo de álcool se dá em bebidas alcoólicas,seguido pelo consumode álcool como combustível.

No processo de fermentação de açúcares para obter bebidas alcoólicas, não ocorre aprodução de bebidas com alto teor alcoólico. Em bebidas com elevado teor alcoólico énecessário um processo de destilação da solução e isso é o que ocorre na produção decachaça, por exemplo.

A cachaça ou também conhecida como aguardente é uma bebida que passa peloprocesso de destilação, utilizando o alambique, aparelho que serve como um destiladorfracionado, desenvolvido pelos alquimistas, na época medieval.No processo de destilação da cachaça, utilizando o alambique, ocorre a produção de váriasfrações da bebida, com diversificados teores alcoólicos.

No caso do álcool combustível ou do de uso doméstico, a destilação também ocorre, poisestes possuem alto teor alcoólico, geralmente acima de 85%.Mais afinal o que significa aquela marcação encontrada nas bebidas alcoólicas e demaisprodutos provenientes do álcool etílico?

Significa que temos ,aqui por exemplo,álcool etílico à 92,8°GL (gaylussac),ou seja temos álcool diluído em água a proporção de 92,8%deálcool e 11,2% de água.Devemos nos lembrar que o teor máximo

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encontrado no álcool comum é de 96% de etanol +4% de água ,em volume .Essa misturaálcool –água ,não pode ser separada por destilação,pois é uma mistura azeotrópica ,deponto de fusão constante (78,15°C)e inferior ao álcool puro (78,3°C).O álcool anidro (semágua)que é adicionado á gasolina no Brasil,a razão de 22% de álcool por volume degasolina é produzido apartir de reações químicas do etanol comum (96%) com outrassubstâncias.

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As diferenças entre os combustíveis:

-Poder calorífico (capacidade de gerar energia)

O álcool, por conter oxigênio na molécula, tem um poder calorífico menor que o dagasolina, uma vez que o oxigênio (34,7% do peso molecular do etanol é oxigênio) aumentao peso molecular, mas não produz energia. Isto explica a menor km/l de um motor a álcoolem relação ao mesmo motor a gasolina. O álcool hidratado (95%) produz a energia de20,05 MJ/litro, enquanto a nossa alcoosolina (22% de álcool) produz 27,57 MJ/l. Por aí jáse vê que a 1 litro de gasolina produz 37,5% mais energia do que 1 litro de álcool: Daí, emum motor com o mesmo rendimento térmico, um motor a gasolina que fizesse 10 km/l iriafazer 7,27 km/l de álcool.

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Proporção estequiométrica:

O álcool tem proporção estequiométrica de 8,4:1 (8,4 partes de ar para cada parte de álcool)em massa, enquanto a gasolina tem 13,5:1. Para a mesma massa de ar, é utilizado 60% amais de massa de álcool. Em volume, é necessário mais 43% de álcool do que de gasolina.Por isto, bicos para álcool tem que ter uma vazão em torno de 50% maior do que bicos paragasolina. Uma coisa interessante que decorre disto é a seguinte: Apesar de a gasolinafornecer mais 37,5% de energia, o fato de ser necessário 43% a mais de álcool para amistura faz com que um motor ganhe em torno de 5% de torque e potência só de passar aqueimar álcool.

Octanagem

O álcool tem um maior poder antidetonante do que a gasolina. Enquanto a gasolina comumtem 85 octanas, o álcool tem o equivalente a 110 octanas. Isto significa que ele conseguesuportar maior compressão sem explodir espontaneamente. Isto faz com que um motor aálcool possa ter uma taxa de compressão maior do que um motor a gasolina. Enquanto astaxas para gasolina variam entre 9 e 10,5:1, as taxas para álcool ficam entre 12 e 13,5:1.Como o rendimento térmico de um motor (rendimento térmico é quantos % da energia do

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combustível é transformada em movimento pelo motor) aumenta conforme aumenta suataxa de compressão, os motores a álcool tendem a ter um rendimento térmico maior do queum motor a gasolina, compensando parte do menor poder calorífico. Assim, nosso motornão faria apenas 7,27 km/l, faria algo entre 7,5 e 8 km/l, devido ao melhor aproveitamentoda energia do combustível. A velocidade da chama do álcool é menor, demandandomaiores avanços de ignição.

Calor de vaporização

O álcool tem um calor de vaporização de 0,744 MJ/l, enquanto a gasolina tem 0,325MJ/l.Isto quer dizer que o álcool necessita de mais do que o dobro de energia para se vaporizar.Esta vaporização acontece dentro do coletor de admissão, nos carros carburados e cominjeção monoponto. A energia para vaporizar é conseguida através do calor do motor, quetambém aquece o coletor. Porém, ao se vaporizar, o combustível diminui a temperatura docoletor, pois está "roubando" energia. Não é difícil concluir que o álcool "rouba" mais queo dobro de energia, diminuindo muito mais a temperatura do coletor. Se a temperatura cairmuito, o combustível não se vaporiza mais e caminha em estado líquido pelo coletor,causando uma súbita falta de combustível na mistura, fazendo o motor falhar. Para evitaristo, faz-se passar água do radiador pelocoletor de admissão, para aquecê-lo. Este aquecimento é muito mais necessário em ummotor a álcool, pela sua maior demanda de energia para vaporizar-se.

Ponto de fulgor

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Uma explosão é uma reação em cadeia. Quando uma molécula de combustível reage com ooxigênio presente no ar, ela gera energia, que faz com que a molécula vizinha também reajae por aí vai. O ponto de fulgor é a temperatura a partir da qual pode haver uma quantidadesuficiente de combustível vaporizado a ponto de gerar uma reação em cadeia. Bem, o pontode fulgor do álcool é 13ºC. Isto significa que não é possível haver combustão do álcoolabaixo desta temperatura. Isto explica por queé necessário usar gasolina para a partida a frio em motores a álcool em temperaturas baixas.O ponto de fulgor da gasolina pura é de aproximadamente -40ºC.

Estas 2 propriedades acima decorrem do oxigênio presente na molécula do álcool, que apolariza. Isto faz com que a força de coesão entre as moléculas seja maior do que as dagasolina, que se mantém líquida pelo maior peso de suas moléculas, apolares em sua grandemaioria. A menor atração molecular da gasolina é que faz com que esta tenha menorescalor de vaporização e ponto de fulgor.

Proálcool

Programa Nacional do Álcool

A primeira grande crise mundial do petróleo, em 1973, provocou desajustes nabalança de pagamentos do Brasil e colocou em risco o abastecimento interno,causando insegurança e exigindo a tomada de providências imediatas.

Através de estudos desenvolvidos pela iniciativa privada, surgiu a recomendação paraa criação de um programa de energia alternativa, baseado no álcool carburante. Em1975 foi lançado o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), primeira iniciativa mundialpara produção de energia alternativa em larga escala. A proposta do Proálcool não serestringia apenas à redução da dependência externa de combustível e economia dedivisas, mas também à interiorização do desenvolvimento, evolução da tecnologianacional e crescimento da produção nacional de bens de capital, gerando rendas eelevando o número de empregos.

A implantação do Proálcool pode ser dividida em duas fases distintas: 1) a primeira,iniciada em 1975, baseou-se na utilização da infra-estrutura já existente ecaracterizou-se pela produção de álcool anidro a ser adicionado na gasolina; 2) asegunda, marcada por outra crise do petróleo em 1979, além de produzir o álcoolanidro, passou a fabricar álcool hidratado que serviria para consumo em veículosprojetados para uso exclusivo do álcool como combustível.

O Brasil importava, no início do programa, 80% das suas necessidades de petróleo.Havia a necessidade de se impulsionar a produção de álcool para atender a demandacrescente do produto, principalmente com as definições dos índices de adição de álcoolà gasolina.

Entre os vários resultados alcançados pelo programa destacam-se: a melhoria dascondições do meio-ambiente; novas variedades de cana; geração de empregos; maior

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oferta de mão-de-obra no campo; criação, desenvolvimento e aperfeiçoamento doveículo a álcool e a capacidade de transformar resíduos em sub-produtos de alto valoreconômico.

Em seus 30 anos de existência, o Proálcool destacou-se não só por seus aspectoseconômicos, economizando bilhões de dólares em divisas, mas também por benefícioscomo a grande geração de empregos (mais de 1 milhão, entre funcionários dasunidades produtoras e trabalhadores utilizados no corte da cana), a melhor qualidadedo ar nas grandes cidades, etc.

MATÉRIA PRIMA PARA A PRODUÇÃO DO ETANOL.

Como já dissemos ,diversas substâncias podem ser usadas para a produção do etanol, maisvamos nos prender neste curso apenas a cana-de-açucar;porque é uma planta abundante nonosso país , também porque possui uma produtividade muito alta e é a matéria prima maissimples e eficiente na produção do álcool.

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CANA DE AÇUCAR.

Originária da Ásia ,a cana-de-açucar foi introduzida no Brasil por volta de 1530,por MartimAfonso de Souza,na Capitania de São Vicente.Historicamente a cana de açúcar é um dosprincipais produtos agrícolas do Brasil. Do seu processo de industrialização obtém-se comoprodutos o açúcar nas suas mais variadas formas e tipos, o álcool (anidro e hidratado), ovinhoto e o bagaço.Devido à grandeza dos números do setor sucroalcooleiro no Brasil, nãose pode tratar a cana-de-açúcar, apenas como mais um produto, mas sim como o principaltipo de biomassa energética, base para todo o agronegócio sucroalcooleiro, representadopor 350 indústrias de açúcar e álcool e 1.000.000 empregos diretos e indiretos em todo oBrasil.Vale lembrar que o Brasil é o maior produtor mundial.

O produtor deve escolher as variedade que melhor se adaptem ao solo,período de safra eclima de sua região,levando em conta as características de produtividade,riqueza de açúcare facilidade de fermentação.Você pode procurar ajuda de um técnico ou engenheiroagrônomo local para que ele possa determinar a melhor variedade para o seu caso.

A cana-de-açucar adapta-se a uma ampla faixa de clima,desde latitudes 35°N a 30°S sendonormalmente plantada em altitude até 1000m do nível do mar.

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A precipitação volumétrica anual mínima exigida é de1.200mm ,com chuvas bem distribuídas.O solo deve ser leve sem excesso de umidade ricoem matéria orgânica e minerais.Solos pesados ,argilosos e mal drenados são limitantes parao cultivo da cana-de-açucar.Caso sua propriedade não atenda as necessidades sitadas acima,não se preocupe basta procurar junto a um engenheiro agrônomo que ele te informará

sobre as correções de solos adequadas.

PRINCIPAIS ESPÉCIES:

.Saccharum officinarum:

Compreende as chamadas canas nobres ou tropicais caracterizadaas por seus altos teores deaçúcar,porte elevado,colmos grossos e baixos teores de fibras.Essa espécie foi cultivada noBrasil até 1952,quando um epidemia da doença mosaico trouxe grande prejuízo aoscanaviais.Pertencem a essa espécie asvariedades:preta,rosa,riscada,roxa,cristalina,creoula,manteiga,caiana,sem-pelo e outras.Sãomuito exigentes em clima e solos,além de sensíveis a doenças.

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Saccharum spontaneum:

Apresenta colmos curtos ,fino,fibrosos,praticamente sem açúcar,com sistema radicular bemdesenvolvido,perfilhamento vigoroso e abundante.São muito rústicas,vegetandopraticamente em qualquer tipo de solo e clima e é resistente à doença mosaico.

Saccharum sinensis:

Essa espécie inclui variedades da China e do Japão e caracteriza-se por alto porte ,colmosfinos e fibrosos,teor médio de açúcar ,raízes abundantes e fortes.

Saccharum barberi:

Apresenta porte baixo ou médio ,colmos finos,fibrosos e pobres em açúcar,sendo tambémsuscetível ao mosaico.

Saccharum robustom:

Apresenta colmos muito altos (de até 10m),relativamente grossos,muito fibrosos e pobresem açúcar,sendo também suscetível ao mosaico.

Saccharum edule:

Abrane algumas espécies da Nova Guine e das Ilhas vizinhas.Caracterizada porapresentarem inflorescências empregadas na alimentação humana.

VARIEDADES:

As variedades recomendadas resultam de cruzamentos entre as espécies .A escolha develevar em consideração as características da variedade ,o meio que vai ser implantado ocanavial e o período de fabricação do álcool.

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O período de maturação é importante fator a ser considerado. As variedades devemapresentar maturação entre Junho a Novembro,ocasionando maior rendimento de álcool;período este geralmente usado para a fabricação do Etanol.

Classificadas em precoces,médias e tardias,de acordo com o período útil de processamento,ou seja,a época em que apresentam teores de açúcar mais elevados,as variedades atingemmaturação entre maio e junho,de julho a agosto e setembro a novembro,respectivamente.

As precoces são apropriadas para o inicio da safra.Entretanto,dependendo de suaprodutividade podem ser vantajosas para todo o período.O teor máximo de açúcar éalcançado de agosto a setembro,época em que começa a declinar.A colheita corresponde a180 dias.

Já as variedade médias atingem brix (unidade de medida de percentual de açúcar)mínimopara corte entre final de julho e início de agosto,e o máximo,em setembro.Apresentam umperíodo de colheita de 120 dias.

As denominadas tardias atingem o brix mínimo para processamento entre final de agosto einicio de setembro.O período de colheita é curto ,em torno de 90 dias,e coincide com o finalda safra.

Atualmente as variedades mais utilizadas para produção de etanol são:

RB765418 –Precoce ,rica em açúcar,não floresce e apresenta interior excelente (semisoporizar).O periodo de safra é longo , e a cultura exige solos de fertilidade média aalta,produzindo melhor naquelas de textura leve.A variedade é resistente àsdoenças,ferrugem,escaldadura e carvão e tolerante a pragas.Sua despalha natural é media eapresenta um pouco de joçal no centro da bainha.O porte é semi-decumbenteapresentando,muitas vezes,tombamento por ocasião da colheita.

RB739359 –Variedade precoce,com inicio de colheita recomendado a partir dejunho.Muito rica em açúcar,normalmente não floresce e apresenta excelenteinterior.Adapta-se a solos de baixa e média fertilidade,e o período de safra é de médio paralongo.A produção agrícola é alta;porte ereto,com despalha natural media e presença dejoçal.É sensível ao carvão,porem resistente a ferrugem e escaldadura e tolerante a pragas.

RB739735 –De maturação média/tardia,com teor de açúcar alto.Não floresce e apresentaexcelente interior.A produtividade é boa em diferentes tipos de solo,melhorando ainda maisnaquelas de textura leve e que apresentam boa retenção de umidade.Produção agrícolaalta.É tolerante às pragas e à escaldadura,resistente ao carvão e ferrugem.O porte é ereto etem uma despalha natural,facilitando a colheita.Não apresenta joçal.

RB72454-Variedade de maturação média a tardia,que normalmente não apresentaflorescimento.O índice de chochamento é baixo ,sendo encontrado somente em canasflorescidas.Rica em açúcar,adapta-se a diferentes tipos de solosproduzindo melhor naquelesde textura leve.Aprodução agrícula é alta.É moderadamente resistente ao

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carvão,escaldadura e ferrugem e tolerantes a pragas.O porte dos colmos é semi-ereto,comdespalha e colheita difíceis.Apresenta joçal.

SP71-1406-Variedade de maturação média a tardia ,não apresenta florescimento.Aproporção de açúcar é de média para alta,com bom interior e sem chochamento.A melhorépocapara corte é a partir do mês de agosto até o final de safra.É recomendada para solos defertilidade média e textura leve.Tem crescimento vigoroso e apresenta boa produtividadecana planta e soca.Mostra parte semi-ereto e despalha natural,o que favorece o corte,nãoapresentando joçal.É tolerante as doenças,carvão e mosaico.

DIMENSIONAMETO DO CANAVIAL

Os cálculos apresentados,foram realizados para uma produção média de 100 litros/dia.Consider de álcool etílico,com jornada de 8 horas e período de safra de aproximadamente200 dias.Considerou-se um rendimento médio de 100 toneladas de cana porhectare(ha=10.000 metros quadrados.) a média de rendimento é de 80 litros por tonelada.

IMPLATAÇÃO DO CANAVIAL:

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Uma vez dimensionada a área a ser plantada e escolhidas as variedades e locais deplantio,inicia-se a implantação do canavial.Além dos aspectos já mencionados,a escolha daárea de plantio deve considerar ainda a facilidade de acesso para a colheita e transporte dacana para a fábrica.Para as recomendações de corretivos de solo e fertilizantes,o primeiro passo é a realizaçãoda análise do solo.A partir do resultado e identificadas as deficiências,recomenda-se asquantidades de calcário e adubo a serem empregados no solo.De posse da análise ,o produtor deve buscar orientação técnica para conhecer asnecessidades de calagem e adubação do terreno.Recomenda-se aplicar calcário com,nomínimo,30 dias de antecedência ao plantio.Além do calcário e fertilizantes químicos ,a matéria orgânica no solo é fator importante naprodução agrícola valorizando as propriedades químicas,físicas e biológicas do solo.

Preparo do solo para plantio:

Em áreas mecanizáveis ,recomenda-se as praticas de aração e gradagem do terreno.Aaração é feita até 30 ou 40 cm de profundidade,com arados tipo aiveca ou de disco.Metadedo calcário deve ser aplicada antes da aração ,e a outra metade,antes da gradagempossibilitando melhor incorporação ao solo.Em áreas declinosas,não-mecanizaveis,recomenda-se o plantio direto,ou cultivomínimo,sem aração e gradagem.Os sucos de plantio são abertos,sem nenhum preparoanterior.Essa pratica diminui as possibilidades de erosão do terreno.Nesse tipo de plantio,ocalcário deve ser aplicado no sulco,de modo a não entrar em contato direto com o adubo.

Plantio:

O plantio adotado normalmente na região centro-sul é o chamado “cana de ano e meio”.O periodo de fevereiro a março é o mais recomendado.Havendo necessidade ,pode-seadotar o plantio da cana de ano (setembro-outubro).Neste caso,são indicadas as variedadesprecoces.Os sulcos deverão ser abertos em curvas de nível,numa profundidade de 20 a 25 cm eespaçamento de 0,90 a 1,40 m,dependendo da textura,estrutura,declividade e fertilidade doterreno.Em solos menos férteis ,mais inclinados ou quando se utilizam variedades com menoscapacidade de perfilhamento,deve-se optar por espaçamentos menores.Já em solos demelhor fertilidade e planos recomenda-se um espaçamento maior.

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Em áreas declivosas ,utilizando-se o cultivo mínimo,a sulcação deve ser feita com sulcadorou arado de aiveca,tração animal.Torna-se necessário a limpeza e o reafundamento dosulco.No descarregamento das mudas para plantio,deve-se ter o cuidado de dividir os montesestrategicamente,objetivando maior agilidade na distribuição das mudas na área a serplantada.As mudas são dispostas inteiras no fundo do sulco,ultrapassando –se pé eponta.Em seguida,faz-se com o podão o seu corte em toletes de duas ou três gemas.Adensidade de plantio é de 15 a 18 gemas por metro de sulco,levando-se em consideração avariedade a ser utilizada.O consumo médio de mudas de cana é de 10 a 14 toneladaspor hectare.A cobertura dos toletes deve ser realizada com uma camada de terra de 8 a 12cm,dependendo da maior ou menor temperatura e umidade do solo.No plantio deve-se utilizar mudas sadias,oriundas de viveiros livres de mistura devariedades,com idade de 10 a 12 meses (cana plana).

Tratos culturais

A cana-de-açucar,assim como outras culturas ,sofre com a competição de ervas daninhas.O período critico de competição situa-se entre 60 a 120 dias após a brotação dasgemas.Nesse período ,o canavial deve ficar limpo,garantindo uma boa produção efacilitando a futura colheita.O controle pode ser feito através da capina manual ou mecânicae ,em casos especiais ,através de herbicidas.Normalmente ,conforme a quantidade de chuva,gastam-se duas capinas para manter ocanavial limpo,no caso de cana de ano e meio.Nos plantios de cana de ano,as capinas sãoem maior número,devido a um período maior de chuvas na fase inicial de crescimento dacana.

Doenças da cana-de-açucar.

Mosaico

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Escaldadura.

Carvão

Podridão abacaxi

O controle de doenças da cana se dá,principalmente,através de trabalhos e melhoramentogenético,para se obter variedades resistentes ou tolerantes .Esse trabalho exigecontinuidade,pois os agentes causadores das doenças podem produzir novas raças capazesde vencer a resistência.Neste caso,irão ocorrer novos surtos da doença.A melhor conduta para o produtor que constatar alguma doença em seu canavial ainda ébuscar um orientação técnica.

Pragas

Entre as principais pragas da cana ,destacam-se pela importância econômica,as seguintes:

Pragas que atacam a parte aérea:

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Larva da broca.

Broca do colmo (Diatrea spp.)-causa,em canas novas,o “coração morto” (morte da gemaapical).Em canas adultas,provoca redução do peso,encurtamento dos entrenós,quebra decolmos ,brotação lateral.Devido às galerias abertas nos colmos,causa ,indiretamente,ainversão da sacarose pela ação dos fungos.Pode ser evitada através do controlebiológico,com moscas e vespas parasitas.

Cigarrinha da folha(Mahanarva posticata)-A maior injuria à planta é causada pelosinsetos adultos ,que,se alimentarem picando as folhas,injetam toxina provocando o seuamarelecimento e necrose.Os prejuízos,podem chegar a 20%,quando a população deadultos chega a 0,7 individuos/colmo.O controle com inseticidas mostra-se poucoeficiente,pois combate apenas os adultos.O controle biológico ,através da utilização dofungo Metarrhizum anisopliea,aplicando no inicio ataque da praga é o mais indicado.

Fungo baixa custo do canavial

Controle biológico da cigarrinha da raiz da cana faz produtor economizar até R$120/hectare

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo, 02/06/2004 - Suplemento Agrícola(www.estadao.com.br)Jornalista: BETH MELO

Os produtores paulistas de cana-de-açúcar estão rendendo-se aosbenefícios do fungo Metarhiziumanisopliae no controle dacigarrinha da raiz da cana(Mahanarva fimbriolata). Segundopesquisa do Instituto Biológico(IB), órgão da Agência Paulista deTecnologia dos Agronegócios(Apta), da Secretaria deAgricultura e Abastecimento doEstado de São Paulo, entre 2002 e2003, empresas e biofábricas deSão Paulo conseguiram receitabruta de R$ 2.680.000 com a produção de 268 toneladas de bioinseticida, vendidas pelamédia de R$ 10 o quilo.

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A crescente demanda, de acordo com o diretor do IB, Antonio Batista Filho, é por causa darelação custo/benefício. “Enquanto 1 hectare tratado com o fungo custa, em média, R$ 40, amesma área tratada com inseticida químico fica na faixa de R$ 160, o que dá umaeconomia de R$ 120 por hectare ou um total de R$ 19.429.200”, diz. “Mais importante éque se deixou de aplicar 3.238 toneladas de produto químico.”Colheita mecânica – Com a proibição da queima da cana, o produtor começou a adequar-seà colheita mecânica, conseguindo resultados positivos com a redução dos custos de mão-de-obra. O uso da máquina substitui 80 pessoas no campo, conforme Batista. “Mas amudança afetou o microclima, e a cigarrinha, que vivia em equilíbrio, virou a principalpraga da cultura.” Por meio do IB, há quatro anos, a secretaria iniciou as pesquisas visandoa aumentar o uso do Metarhizium, com base no sucesso do Nordeste, que já usava essefungo no controle da cigarrinha da folha da cana (Mahanarva posticata). Em São Paulopredomina a cigarrinha da raiz, de controle mais difícil, segundo Batista, pois a mesma ficano solo, na base da cana, sugando-a.A partir da demanda do setor sucoalcooleiro, o instituto montou um projeto temático emparceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq)/USP, UniversidadeFederal de São Carlos, câmpus de Araras (SP) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estadode São Paulo (Fapesp), responsável pelo aporte de R$ 500 mil.Na touceira – “O projeto trata dos problemas fitossanitários da cana, e abrange pragas,doenças e plantas daninhas no sistema de colheita da cana crua”, conta o diretor do IB. “Nocaso da cigarrinha, os isolados do fungo IBCB 348 e IBCB 425 hoje são utilizados pelamaioria das empresas produtoras de fungos entomapatogênicos do País.” A cigarrinha daraiz aloja-se na touceira, sugando a seiva da cana. Ao mesmo tempo, diz Batista, produzuma espuma que recobre todo o seu corpo. Na fase de ninfa, que dura 30 dias, passa porcinco estágios, trocando a pele cinco vezes até alcançar a fase adulta, caracterizada pelapresença de asas.Nessa etapa, vai para a parte aérea da cana, onde ocorre o acasalamento e a postura dosovos, embaixo dos restos da cultura. “Os ovos ficam no solo e, graças à umidade do solo,dão origem às ninfas nas primeiras chuvas de outubro”, informa. Por essa razão, elerecomenda o início do controle biológico da cigarrinha entre outubro e novembro.De acordo com Batista, o IB coordenou a instalação de seis biofábricas para a produção deMetarhizium. Atualmente, assessora 67% da produção de bioinseticida (164 toneladas), oque equivale a 66% da área total tratada com o fungo em São Paulo (107.747 hectares).Biofábrica– Em 2003, a Biocana, de Pontal (SP), produziu 25 toneladas do fungoMetarhizium anisopliae. Para este ano, a previsão da proprietária da biofábrica, Eni LeilaCosta Morsoletto, é alcançar acima de 50 toneladas do fungo para atender aos produtoresde cana de São Paulo, principalmente, e de outros Estados. “As usinas com as quais a gentetrabalha têm obtido excelentes resultados com o uso do fungo”, afirma. “É uma conquista amédio e longo prazos, pois os resultados melhoram com o tempo.”Segundo Eni, o fungo, que é produzido em arroz, é aplicado em calda ou em grânulos. Naforma líquida, explica, a recomendação é de 2 a 3 quilos do arroz mais o fungo para 300litros de água por hectare. Para tanto, o arroz é lavado com um pouco de água e passado poruma peneira. O arroz é jogado fora, e a água, completada até chegar ao volume indicado.No caso do granulado, utilizam-se 8 a 10 quilos por hectare. A aplicação da calda é feitacom pulverizador com jato dirigido, diretamente na soqueira, ou por avião. No caso dogranulado, a aplicação é feita com avião. “Economicamente, o uso do fungo é bem melhor

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do que a utilização de defensivos químicos”, compara. Ela diz, porém, que no casos de altainfestação da cigarrinha, recomenda-se o manejo integrado.

Formiga saúva (Atta bisphaerica e Atta capiguara)-inseto extremamente voraz;provocaa desfolha da planta,causando folhas e redução de “stand” e do porte dos colmos nocanavial.Estima-se que um sauveiro adulto ocasione uma queda de 5% na produtividade.Ocontrole por destruição do sauveiro com enxadão mostra-se eficiente para os novos (90 a120 dias de formação).Todavia a pratica mais recomendável é a termonebulização ,emboraa aplicação de iscas também se mostre eficiente,exceto em periodos de chuva.

Pragas de habito subterrâneo:

Culpins ou térmitas(Heterotermes,Rhyncnotermes,Syntermes,Embiratermes,Cornitermes,Procorniternese outros)-causam danos a cultura por atacarem os toletes,danificando as gemas eocasionando falhas na germinação .Em canas adultas,abrem galerias nos entrenós reduzindoo crescimento e provocando a secagem dos colmos.Em áreas com altas infecções ,umcontrole bem feito pode acrescer até 10 t de cana por hectare.Recomenda-se como controle

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um monitoramento da população,fazendo-se levantamentos antes do plantio.Determina-seassim o índice de ocorrência,identificando os gêneros presentes na área.Caso se justifique ocontrole,a etapa de preparo s]do solo exige uma aração profunda para expor as colônias .Noplantio,deve-se ,através de recomendações técnicas,utilizar um culpinicida eficiente.

Colheita da cana:

Apesar de destinada a facilitar a colheita da cana,a pratica de queimar os canaviais é umfator prejudicial a produção do álcool.Tal conduta acelera a deterioração da cana,ainda nocampo,pela inversão mais rápida da sacarose em glicose e frutose.Alem disso,acarretaacumulo de cinzas nas dornas de fermentação,interferindo negativamente no processo defermentação.

Considera-se adequado o nível de amadurecimento do canavial quando o teor de açúcar dacana atingir 18° brix.O teor de açúcar pode ser medido de duas maneiras:

.A primeira consiste no uso do “refratômetro de campo” aparelho de grande utilidade para oprodutor de álcool,que vem acompanhado de furador e espremedor manual.

O refratômetro possibilita uma leitura direta do grau brix,ou porcentagem de açúcar comapenas uma gota de caldo,obtida com o espremedor em amostra da parte media da cana.Aretirada das amostras deve ser feita em locais distantes uns dos outros,no interior docanavial.Outra alternativa ,é a utilização do sacarimetro ,de graus brix,que fornece também aporcentagem de açúcar existente no caldo de cana.

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O procedimento para determinar o ponto de maturação da cana é o seguinte:

-coletar cerca de 15 colmos em diferentes pontos de um hectare de cana,evitando-se aretirada de amostras da periferia do canavial;-passar os entrenós da parte mediana dos colmos na moenda e obter o caldo;-coar bem o caldo,eliminando o bagacilho;-encher uma proveta com o caldo;(a proveta pode ser substituída por tubos de pvc ou gomode bambu de 30 cm de comprimento,sendo que o diametro deve ser o dobro do diâmetro dobulbo do sacarimetro)

-deixar em repouso por algum tempo para eliminação do gás contido no caldo;-mergulhar o sacarimetro com cuidado no caldo de cana,soltando a haste somente quandoele estiver flutuando .O sacarímetro não pode tocar nas paredes do tubo;-efetuar a leitura ,observando o número correspondente na haste.A leitura deve ser feita nadireção da superfície livre do liquido acima do menisco-razão pela qual o tubo deve estarcheio;

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-verificar a temperatura do caldo utilizando termômetro ;-caso a temperatura seja superior ou inferir a 20°C (para qual o aparelho é calibrado),hánecessidade de se fazer a correção da leitura,utilizando-se uma tabela.

TABELA I - Correção de ºbrix em função de temperaturas inferiores e superiores a 20ºC

Temperatura Percentagem de sacarose (ºBrix)

ºC 0 5 10 15 20 25 30

Subtrair do Brix lido

10 0,50 0,54 0,58 0,61 0,64 0,66 0,68

11 0,46 0,49 0,53 0,55 0,58 0,60 0,62

12 0,42 0,45 0,48 0,50 0,52 0,54 0,56

13 0,37 0,40 0,42 0,44 0,46 0,48 0,59

14 0,33 0,35 0,37 0,38 0,40 0,42 0,43

15 0,27 0,29 0,31 0,33 0,34 0,34 0,35

16 0,22 0,24 0,25 0,26 0,27 0,28 0,28

17 0,17 0,18 0,19 0,20 0,21 0,21 0,21

18 0,12 0,13 0,13 0,14 0,14 0,14 0,14

19 0,06 0,06 0,06 0,07 0,07 0,07 0,07

Adicionar ao Brix lido

21 0,06 0,07 0,07 0,07 0,07 0,08 0,08

22 0,13 0,13 0,14 0,14 0,15 0,15 0,15

23 0,19 0,20 0,21 0,22 0,23 0,23 0,23

24 0,26 0,27 0,28 0,29 0,30 0,31 0,31

25 0,33 0,35 0,36 0,37 0,38 0,38 0,39

26 0,40 0,42 0,43 0,44 0,45 0,46 0,47

27 0,48 0,50 0,53 0,53 0,54 0,55 0,55

28 0,56 0,57 0,60 0,61 0,62 0,63 0,63

29 0,64 0,66 0,68 0,69 0,71 0,72 0,72

30 0,72 0,74 0,77 0,78 0,79 0,80 0,80

(cont.)

Temperatura Percentagem de sacarose (ºBrix)

ºC 35 40 45 50 55 60 65 70

Subtrair do Brix lido

10 0,70 0,72 0,73 0,74 0,75 0,76 0,78 0,79

11 0,64 0,65 0,66 0,67 0,68 0,69 0,70 0,71

12 0,57 0,58 0,59 0,60 0,61 0,61 0,63 0,63

13 0,50 0,51 0,52 0,53 0,54 0,54 0,55 0,55

14 0,43 0,44 0,45 0,45 0,46 0,46 0,47 0,48

15 0,36 0,37 0,37 0,38 0,39 0,39 0,40 0,40

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16 0,29 0,30 0,30 0,30 0,31 0,31 0,32 0,32

17 0,22 0,22 0,23 0,23 0,23 0,23 0,24 0,24

18 0,15 0,15 0,15 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16

19 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08

Adicionar ao Brix lido

21 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08

22 0,15 0,15 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16

23 0,23 0,23 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24

24 0,31 0,31 0,31 0,31 0,32 0,32 0,32 0,32

25 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40

26 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48

27 0,56 0,56 0,56 0,56 0,56 0,56 0,56 0,56

28 0,64 0,64 0,64 0,64 0,64 0,64 0,64 0,64

29 0,73 0,73 0,73 0,73 0,73 0,73 0,73 0,73

30 0,81 0,81 0,81 0,81 0,81 0,81 0,81 0,81

Determinados os talhões do canavial,que pelo grau de maturação encontram-se prontos parao corte,o produtor deve optar inicialmente pelos locais de acesso mais difícil e maisdistantes da unidade de processamento.

Outro importante fator é a área de cana a ser cortada,que depende da capacidade dafábrica,da produtividade agrícola e industrial.Aliando-se esses fatores o teor de açúcar dacana,calcula-se a área a ser cortada por dia,para processamento na industria,pela seguinteformula:

A = CF/RI /RA

ONDE:

A = área a ser colhida

CF=capacidade da fabrica

RI=rendimento industrial

RA=rendimento agricula

Supondo-se que um produtor tenha uma fabrica com capacidade para produção de 150litros de álcool por dia,com rendimento industrial médio de 80 litros por tonelada de cana a18° brix,e um rendimento agrícola de 75 toneladas por hectare,a área a ser cortada é:

A=150/80/75=0,025 ha ou 250m quadrados.

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O dimensionamento do corte de acordo com as necessidades de moagem para um períodonormal de trabalho de 8 horas diárias evita perdas desnecessárias.As canas colhidas noperíodo da tarde serão armazenadas e moídas na manhã do dia seguinte.

A cana deve ser cortada o mais rente possível do solo,com um tipo especial de facão

,chamado podão.

A pratica correta do solo permite uma rebrota mais sadia e resistente dos rizomas,aumentando a longevidade do canavial.

O transporte da cana deve ser realizado simultaneamente ou logo após o corte.

Em seguida ,a cana é empilhada em depósito próprio,na área de moagem.O local deve sercoberto,de maneira a proteger contra sol e chuva;e fresco,para evitar perda de água portranspiração.

O armazenamento da cana além de 24 horas e em locais inadequados provoca perdas noteor de açúcar por respiração e transpiração.

Também é importante a ordem dos lotes de cana no depósito,para que a cana que foicortada e transportada primeiro seja também a primeira a ser moída,evitando-se assimperdas no rendimento da produção do álcool.

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RESUMÃO SOBRE A CANA DE AÇUCAR.

Cana de Açúcar(Saccharum hibridas)

IntroduçãoOriginária do sudeste da Ásia, onde é cultivada desde épocas remotas, a exploraçãocanavieira assentou-se, no início, sobre a espécie S. officinarum. O surgimento de váriasdoenças e de uma tecnologia mais avançada exigiram a criação de novas variedades, asquais foram obtidas pelo cruzamento da S. officinarum com as outras quatro espécies dogênero Saccharum e, posteriormente, através de recruzamentos com as ascendentes.Os trabalhos de melhoramento persistem até os dias atuais e conferem a todas as variedadesem cultivo uma mistura das cinco espécies originais e a existência de cultivares ouvariedades híbridas.A importância da cana de açúcar pode ser atribuída à sua múltipla utilização, podendo serempregada in natura, sob a forma de forragem, para alimentação animal, ou como matériaprima para a fabricação de rapadura, melado, aguardente, açúcar e álcool.

Clima e SoloA cana-de-açúcar é cultivada numa extensa área territorial, compreendida entre os paralelos

35º de latitude Norte e Sul do Equador, apresentando melhor comportamento nas regiõesquentes. O clima ideal é aquele que apresenta duas estações distintas, uma quente e úmida,para proporcionar a germinação, perfilhamento e desenvolvimento vegetativo, seguido de

outra fria e seca, para promover a maturação e conseqüente acumulo de sacarose noscolmos.

Solos profundos, pesados, bem estruturados, férteis e com boa capacidade de retenção sãoos ideais para a cana-de-açúcar que, devido à sua rusticidade, se desenvolve

satisfatoriamente em solos arenosos e menos férteis, como os de cerrado. Solos rasos, istoé, com camada impermeável superficial ou mal drenados, não devem ser indicados para a

cana-de-açúcar.Para trabalhar com segurança em culturas semi-mecanizadas, que constituem a maioria das

nossas explorações, a declividade máxima deverá estar em torno de 12% ; declividadeacima desse limite apresentam restrições às práticas mecânicas.

Para culturas mecanizadas, com adoção de colheitadeiras automotrizes, o limite máximo dedeclividade cai para 8 a 10%.

CultivaresUm dos pontos que merece especial atenção do agricultor é a escolha do cultivar paraplantio. Isso não só pela sua importância econômica, como geradora de massa verde eriqueza em açúcar, mas também pelo seu processo dinâmico, pois anualmente surgem

novas variedades, sempre com melhorias tecnológicas quando comparadas com aquelas queestão sendo cultivadas. Dentre as várias maneiras para classificação dos cultivares de cana,

a mais prática é quanto à época da colheita.Quando apresentarem longo Período deUtilização Industrial (PUI), a indicação de alguns cultivares ocorrerá para mais de uma

época.Atualmente os cultivares mais indicados para São Paulo e Estados limítrofes são:

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• para início de safra: SP80-3250, SP80-1842, RB76-5418, RB83-5486,RB85-5453 e RB83-5054• para meio de safra: SP79-1011, SP80-1816, RB85-5113 e RB85-5536• para fim de safra: SP79-1011, SP79-2313, SP79-6192, RB72-454, RB78-5148, RB80-6043 e RB84-5257

Os cultivares SP79-2313, RB72-454, RB78-5148, RB80-6043 e RB83-5486 caracterizam-se pela baixa exigência em fertilidade de solo.

Preparo do TerrenoTendo a cana-de-açúcar um sistema radicular profundo, um ciclo vegetativo econômico dequatro anos e meio ou mais e uma intensa mecanização que se processa durante esse longo

tempo de permanência da cultura no terreno, o preparo do solo deve ser profundo eesmerado. Convém salientar que as unidades sucroalcooleiras não seguem uma linha

uniforme de preparo do solo, tendo cada uma seu sistema próprio, variação essa que ocorreem função do tipo de solo predominante e da disponibilidade de máquinas e implementos.

No preparo do solo, temos de considerar duas situações distintas:- a cana vai ser implantada pela primeira vez;- o terreno já se encontra ocupado com cana.

No primeiro caso, faz-se uma aração profunda, com bastante antecedência do plantio,visando à destruição, incorporação e decomposição dos restos culturais existentes, seguida

de gradagem, com o objetivo de completar a primeira operação. Em solos argilosos énormal a existência de uma camada impermeável, a qual pode ser detectada através de

trincheiras abertas no perfil do solo, ou pelo penetrômetro.Constatada a compactação do solo, seu rompimento se faz através de subsolagem, que só éaconselhada quando a camada adensada se localizar a uma profundidade entre 20 e 50 cm

da superfície e com solo seco.Nas vésperas do plantio, faz-se nova gradagem, visando ao acabamento do preparo do

terreno e à eliminação de ervas daninhas.Na segunda situação, onde a cultura da cana já se encontra instalada, o primeiro passo é a

destruição da soqueira, que deve ser realizada logo após a colheita. Essa operação pode serfeita por meio de aração rasa (15-20 cm) nas linhas de cana, seguidas de gradagem ou

através de gradagem pesada, enxada rotativa ou uso de herbicida.Se confirmada a compactação do solo, a subsolagem torna-se necessária. Nas vésperas doplantio procede-se a uma aração profunda (25-30 cm), por meio de arado ou grade pesada.

Seguem-se as gradagens necessárias, visando manter o terreno destorroado e apto aoplantio.

Devido à facilidade de transporte, à menor regulagem e ao maior rendimento operacional,há uma tendência das grades pesadas substituírem o arado.

CalagemA necessidade de aplicação de calcário é determinada pela análise química do solo,

devendo ser utilizado para elevar a saturação por bases a 60%. Se o teor de magnésio forbaixo, dar preferência ao calcário dolomítico.

O calcário deve ser aplicado o mais uniforme possível sobre o solo. A época mais indicadapara aplicação do calcário vai desde o último corte da cana, durante a reforma do canavial,

até antes da última gradagem de preparo do terreno. Dentro desse período, quanto maiscedo executada maior será sua eficiência.

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AdubaçãoPara a cana de açúcar há a necessidade de considerar duas situações distintas, adubação

para cana-planta e para soqueiras, sendo que, em ambas, a quantificação será determinadapela análise do solo.

Para cana-planta, o fertilizante deverá ser aplicado no fundo do sulco de plantio, após a suaabertura, ou por meio de adubadeiras conjugadas aos sulcadores em operação dupla.

No quadro a seguir são indicadas as quantidades de nitrogênio, fósforo e potássio a seremaplicadas com base na análise do solo e de acordo com a produtividade esperada.

Adubação Mineral de PlantioP resina, mg/dm³Produtividade

esperada Nitrogênio0 - 6 7 - 15 16 - 40 >40

t/ha N, kg/ha P2O5, kg/ha<100

100 - 150>150

303030

180180

*

100120140

6080100

406080

K+ trocável, mmolc/dm³Produtividade esperada

0 - 0,7 0,8 -1,5

1,6 -3,0

3,1 -6,0 >6,0

t/ha K2O, kg/ha<100

100 - 150>150

100150200

80120160

4080120

406080

000

* Não é provável obter a produtividade dessa classe, com teor muito baixo de P no soloFonte: Boletim Técnico 100 IAC, 1996

Aplicar mais 30 a 60 kg/ha de N, em cobertura, durante o mês de abril; em solo arenosodividir a cobertura, aplicando metade do N em abril e a outra metade em setembro -

outubro.Adubações pesadas de K2O devem ser parceladas, colocando no sulco de plantio até 100

kg/ha e o restante juntamente com o N em cobertura, durante o mês de abril.Para soqueira, a adubação deve ser feita durante os primeiros tratos culturais, em ambos oslados da linha de cana; quando aplicada superficialmente, deve ser bem misturada com a

terra ou alocada até a profundidade de 15 cm.Na adubação mineral da cana-soca aplicar as indicações do quadro a seguir, observando os

resultados da análise de solo e de acordo com a produtividade esperada.

Adubação Mineral da Cana-Soca

P resina, mg/dm³ K+ trocável,mmolc/dm³Produtividade

esperada Nitrogênio0-15 > 15 0,15 1,5-3,0 > 3,0

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t/ha N, kg/ha P2O5, kg/ha K2O, kg/ha< 60

60 - 8080 - 100

> 100

6080100120

30303030

0000

90110130150

6080100120

30507090

Fonte: Boletim Técnico 100 IAC, 1996

Aplicar os adubos ao lado das linhas de cana, superficialmente e misturado ao solo, nomáximo a 10 cm de profundidade.

Se for constatada deficiência de cobre ou de zinco, de acordo com a análise do solo, aplicaros nutrientes com a adubação de plantio, nas quantidades indicadas a seguir:

Zinco no solo Zn Cobre no solo Cumg/dm³ kg/ha mg/dm³ kg/ha

0-0,5> 0,5

50

0-0,2> 0,2

40

Fonte: Boletim Técnico 100 IAC, 1996

Uso de Resíduos da Agroindústria CanavieiraAtualmente há uma tendência em substituir a adubação química das socas pela aplicação de

vinhaça, cuja quantidade por hectare esta na dependência da composição química davinhaça e da necessidade da lavoura em nutrientes.

Os sistemas básicos de aplicação são por infiltração, por veículos e aspersão, sendo quecada sistema apresenta modificações.

A torta de filtro (úmida) pode ser aplicada em área total (80-100 t/ha), em pré-plantio, nosulco de plantio (15-30 t/ha) ou nas entrelinhas (40-50 t/ha). Metade do fósforo aí contido

pode ser deduzido da adubação fosfatada recomendada. (Boletim Técnico 100 IAC, 1996)

PlantioExistem duas épocas de plantio para a região Centro-Sul: setembro-outubro e janeiro a

março. Setembro-outubro não é a época mais recomendada, sendo indicada em casos denecessidade urgente de matéria prima, quer por recente instalação ou ampliação do setor

industrial, quer por comprometimento de safra devido à ocorrência de adversidadeclimática. Plantios efetuados nessa época propiciam menor produtividade agrícola e

expõem a lavoura à maior incidência de ervas daninhas, pragas, assoreamento dos sulcos eretardam a próxima colheita.

O plantio da cana de "ano e meio" é feito de janeiro a março, sendo o mais recomendadotecnicamente. Além de não apresentar os inconvenientes da outra época, permite um

melhor aproveitamento do terreno com plantio de outras culturas. Em regiões quentes,como o oeste do Estado de São Paulo, essa época pode ser estendida para os meses

subseqüentes, desde que haja umidade suficiente.O espaçamento entre os sulcos de plantio é de 1,40 m, sua profundidade de 20 a 25 cm e a

largura é proporcionada pela abertura das asas do sulcador num ângulo de 45º, compequenas variações para mais ou para menos, dependendo da textura do solo.

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Os colmos com idade de 10 a 12 meses são colocados no fundo do sulco, sempre cruzandoa ponta do colmo anterior com o pé do seguinte e picados, com podão, em toletes de

aproximadamente de três gemas.A densidade do plantio é em torno de 12 gemas por metro linear de sulco, que, dependendo

da variedade e do seu desenvolvimento vegetativo, corresponde a um gasto de 7-10toneladas por hectare.

Os toletes são cobertos com uma camada de terra de 7 cm, devendo ser ligeiramentecompactada. Dependendo do tipo de solo e das condições climáticas reinantes, pode haver

uma variação na espessura dessa camada.

Tratos CulturaisOs tratos culturais na cana-planta limitam-se apenas ao controle das ervas daninhas,

adubação em cobertura e adoção de uma vigilância fitossanitária para controlar a incidênciado carvão. No que concerne à adubação em cobertura, já foi visto no item adubação e a

vigilância fitossanitária será comentada em doenças e seu controle.O período crítico da cultura, devido à concorrência de ervas daninhas, vai da emergência

aos 90 dias de idade.O controle mais eficiente as ervas, nesse período, é o químico, através da aplicação de

herbicidas em pré-emergência, logo após o plantio e em área total. Dependendo dascondições de aplicação, infestação da gleba e eficiência do praguicida, há necessidade de

uma ou mais carpas mecânicas e catação manual até o fechamento da lavoura. A partir dai ainfestação de ervas é praticamente nula.

Outro método é a combinação de carpas mecânicas e manuais. Instalada a cultura, após osurgimento do mato, procede-se seu controle mecanicamente, com o emprego de

cultivadores de disco ou de enxadas junto às entrelinhas, sendo complementado com carpamanual nas linhas de plantio, evitando, assim, o assoreamento do sulco. Essa operação é

repetida quantas vezes forem necessárias; normalmente três controles são suficientes.As soqueiras exigem enleiramento do "paliço", permeabilização do solo, controle das ervasdaninhas, adubação e vigilância sanitária. Os dois últimos tratos culturais encontram-se em

itens próprios.Após a colheita da cana, ficam no terreno restos de palha, folhas e pontas, cuja permanênciaprejudica a nova brotação e dificulta os tratos culturais. A maneira de eliminar esse material

(paliço) seria a queima pelo fogo, porém essa prática não é indicada devido aosinconvenientes que ela acarreta, como falhas na brotação futura, perdas de umidade e

matéria orgânica do solo e quebra do equilíbrio biológico.O enleiramento consiste no amontoamento em uma rua do "paliço" deixando duas, quatroou seis ruas livres, dependendo da quantidade desse material. É realizado por enleiradeira

tipo Lely, implemento leve com pouca exigência de potência.Após a retirada da cana, o solo fica superficialmente compactado e impermeável à

penetração de água, ar e fertilizantes. Visando à permeabilização do solo e controle daservas daninhas iniciais, diversos métodos e implementos podem ser usados.

Existem no mercado implementos dotados de hastes semi-subsoladoras ou escarificadoras,adubadeiras e cultivadores que realizam simultaneamente, operações de escarificação,

adubação, cultivo e preparo do terreno para receber a carpa química, exigindo, para tanto,tratores de aproximadamente 90 HPs. Normalmente, essa prática, conhecida como operação

tríplice, seguida do cultivo químico, é suficiente para manter a soqueira no limpo.

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Além desse sistema, o emprego de cultivadores ou enxadas rotativas com tração animal oumecânica apresenta bons resultados. Devido ao rápido crescimento das soqueiras, o número

de carpas exigidos é menor que o da cana planta.

Pragas e seu controleA cana-de-açúcar é atacada por cerca de 80 pragas, porém pequeno número causa prejuízos

à cultura. Dependendo da espécie da praga presente no local, bem como do nívelpopulacional dessa espécie, as pragas de solo podem provocar importantes prejuízos à

cana-de-açúcar, com reduções significativas nas produtividades agrícola e industrial dessacultura.

Dos organismos que a atacam, três merecem destaque pelos danos que causam: osnematóides, os cupins e o besouro Migdolus. Veja mais detalhes em Pragas da Cana-de-

Açúcar.

ColheitaA colheita inicia-se em maio e em algumas unidades sucroalcooleiras em abril,

prolongando-se até novembro, período em que a planta atinge o ponto de maturação,devendo, sempre que possível, antecipar o fim da safra, por ser um período bastante

chuvoso, que dificulta o transporte de matéria prima e faz cair o rendimento industrial.

Maturadores QuímicosSão produtos químicos que tem a propriedade de paralisar o desenvolvimento da cana

induzindo a translocação e o armazenamento dos açúcares. Vêm sendo utilizados como uminstrumento auxiliar no planejamento da colheita e no manejo varietal. Muitos compostos

apresentam, ainda, ação dessecante, favorecendo a queima e diminuindo, portanto, asimpurezas vegetais. Há uma ação inibidora do florescimento, em alguns casos, viabilizando

a utilização de variedades com este comportamento.Dentre os produtos comerciais utilizados como maturadores, podemos citar: Ethepon,Polaris, Paraquat, Diquat, Glifosato e Moddus. Estudos sobre a época de aplicação e

dosagens vêm sendo conduzidos com o objetivo de aperfeiçoar a metodologia de manejodesses produtos, que podem representar acréscimos superiores a 10% no teor de sacarose.

Determinação do Estágio de MaturaçãoO ponto de maturação pode ser determinado pelo refratômetro de campo e complementadopela análise de laboratório. Com a adoção do sistema de pagamento pelo teor de sacarose,

há necessidade de o produtor conciliar alta produtividade agrícola com elevado teor desacarose na época da colheita.

O refratômetro fornece diretamente a porcentagem de sólidos solúveis do caldo (Brix). OBrix esta estreitamente correlacionado ao teor de sacarose da cana.

A maturação ocorre da base para o ápice do colmo. A cana imatura apresenta valoresbastante distintos nesses seguimentos, os quais vão se aproximando no processo de

maturação. Assim, o critério mais racional de estimar a maturação pelo refratômetro decampo é pelo índice de maturação (IM), que fornece o quociente da relação.

IM=Brix da ponta do colmoBrix da base do colmo

Admitem-se para a cana-de-açúcar, os seguintes estágios de maturação:

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IM Estágio de Maturação

< 0,600,60 - 0,850,85 - 1,00

> 1,00

cana verdecana em maturação

cana maduracana em declínio de

maturação

As determinações tecnológicas em laboratório (brix, pol, açúcares redutores e pureza)fornecem dados mais precisos da maturação, sendo, a rigor, uma confirmação do

refratômetro de campo.

Operação de Corte (manual e/ou mecanizada)O corte pode ser manual, com um rendimento médio de 5 a 6 toneladas/homem/dia, ou

mecanicamente, através de colheitadeiras. Existem basicamente dois tipos: colheitadeirapara cana inteira, com rendimento operacional médio em condições normais de 20 t/hora, e

colheitadeiras para cana picada (automotrizes), com rendimento de 15 a 20 t/hora.Após o corte, a cana-de-açúcar deve ser transportada o mais rápido possível ao setor

industrial, por meio de caminhão ou carreta tracionada por trator.

Rendimento AgrícolaEm relação à produtividade e região de plantio, observamos que a produtividade está

estritamente relacionada com o ambiente de produção, e este é dado por padrão do solo,clima e nível tecnológico aplicado.

Produção de MudasApós, em média, quatro ou cinco cortes consecutivos, a lavoura canavieira precisa ser

renovada. A taxa de renovação está ao redor de 15 a 20% da área total cultivada, exigindograndes quantidades de mudas. A boa qualidade das mudas é o fator de produção de mais

baixo custo e que maior retorno econômico proporciona ao agricultor, principalmentequando produzida por ele próprio.

Para a produção de mudas, há necessidade de que o material básico seja de boaprocedência, com idade de 10 a 12 meses, sadio, proveniente de cana-planta ou primeira

soca e que tenha sido submetido ao tratamento térmico.A tecnologia empregada na produção de mudas é praticamente a mesma dispensada à

lavoura comercial, apenas com a introdução de algumas técnicas fitossanitárias, tais como:- Desinfecção do podão - o podão utilizado na colheita de mudas e no seu corte em toletes,

quando contaminado, é um violento propagador da escaldadura e do raquitismo. Antes edurantes estas operações deve-se desinfetar o podão, através de álcool, formol, lisol, cresol

ou fogo. Uma desinfecção prática, eficiente e econômica é feita pela imersão doinstrumento numa solução com creolina a 10% (18 litros de água + 2 litros de creolina)

durante meia hora, antes do início da colheita das mudas e do corte das mesmas em toletes.Durante essas duas operações, deve-se mergulhar, freqüente e rapidamente, o podão na

solução.- Vigilância sanitária e "roguing" - formando o viveiro, torna-se imprescindível a

realização de inspeções sanitárias freqüentes, no mínimo uma vez por mês. A finalidade

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dessas inspeções é a erradicação de toda touceira que exiba sintoma patológico oucaracterísticas diferentes da variedade em cultivo.

Além dessas duas medidas fitossanitárias, algumas recomendações agronômicas devem serlevadas em consideração, como a despalha manual das mudas, menor densidade das mudas

dentro do sulco e maior parcelamento do fertilizante nitrogenado.- Rotação de culturas - durante a reforma do canavial, no período em que o terreno

permanece ocioso, deve-se efetuar o plantio de culturas de ciclo curto, em rotação com acana-de-açúcar. Amendoim e soja são as mais indicadas.

Além dos conhecidos benefícios agronômicos proporcionados pela rotação de culturas, acana-de-açúcar permite a consorciação com outra cultura, aproveitando o terreno numa

época em que estaria ocioso, proporcionando melhor aproveitamento de máquinas eimplementos. A implantação da cultura é feita sem gasto financeiro correspondente aopreparo do solo, havendo menor exposição do terreno à erosão e às ervas daninhas e

diminuição da sazonalidade de empregos.

EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES:

EQUIPAMENTOS:

Os equipamentos são dimensionados de acordo com a produção diária de álcoolcombustível,no nosso caso estamos dimensionando uma microdestilaria deaproximadamente 100litros/dia de etanol.

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A fabricação de álcool artesanal pode ser integrada a outras atividades ,como abovinocultura de leite ou corte e produção de adubo orgânico.Nesta concepção ,o bagaço,aponta da cana,e o vinhoto são usados na alimentação do gado no período seco doano,quando as pastagens são deficientes.O período coincide com o da safra de cana ,quandoos pecuaristas passam a contar com os subprodutos do álcool combustível.Um aspecto importante dos projetos integrados dentro da propriedade rural é a maiorestabilidade da mão-de-obra.O período de produção coincide com a entressafra de outrasculturas,quando há uma maior disponibilidade de trabalhadores no meio rural.Em projetointegrado é importante considerar o tamanho do rebanho e o número de empregadosdisponíveis.

Moendas:

O emprego de moenda com capacidade superior ao limite de produção esperado permiteuma maior durabilidade do equipamento,diminuindo as paralisações por quebra e desgastedas peças.Para a fabricação do álcool artesanal,é importante que as moendas tenham avelocidade dos rolos,dentro dos limites de 10 a 12 rotações por minuto(rpm).Velocidadesmais elevadas aumentam a produtividade do equipamento (em litros de caldo por hora),mascomprometem o rendimento da extração (em litros de caldo por tonelada de cana).Alémdisso,acarretam quabras e desgaste geral do equipamento de moagem.

Filtro e decantador de caldo

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Na saída da moenda ,o caldo passa por uma peneira,para retirar as impurezas maiores .Emseguida ,passa pelo decantador ,onde deiza as impurezas mais fins ,tais como terra ebagacilho,prejudiciais à fermentação e ao rendimento do etanol..decantador deve ser dimensionado de modo que o tempo de retenção do volume de caldode cana em seu interior seja metade do tempo gasto na moagem para sua obtenção.

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DORNAS:

Para produzir álcool artesanal,podemos usar diferentes tipos de materiais para construir asdornas de fermentação,destacando-se alvenaria,aço-carbono,aço inoxidável,fibrocimento(amianto).Devemos usar a que nos for mais conveniente.As dornas de alvenaria ,com revestimento de ardósia ou cerâmica são muito utilizadas,porassociarem facilidade de construção com baixo custo.Todavia ,apresentam o incovenientede esfriarem muito no inverno,prejudicando a fermentação.Quanto ao formato ,as dornas cilíndricas são mais recomendadas ,uma vez que ocupammenor espaço nas salas de fermentação .O fundo da dorna deve ser cônico,com registropara esgotamento do pé-de-cuba,facilitando a limpeza.O tamanho das dornas está relacionado com o volume de vinho a ser destilado.(Maisadiante apresentaremos o projeto completo da microdestilaria completa aonde serãopassados todos estes dados).O volume do pé-de-cuba ou fermento deve corresponder a 20%de seu volume útil,podendo ser ajustado através de uma bóia,conforme a necessidade.

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X

1

2

4

5

3

6

Dorna cilíndrica de fermentação com bóia.

Legenda:1.Pé-de-cuba;2.volume útil de mosto;3.volume livre;4.bóia de controle dovolume do pé-de-cuba;5.registro de saída de vinho;6.registro de limpeza.

Além das dornas de fermentação devemos contar com pelo menos uma outra dorna paracorreção do teor de açúcar e adição de nutrientes a garapa.Logo após a moagem edecantação ,o caldo é transferido para as dornas de preparo,onde é ajustado seu ph e índicede açúcar(graus brix) e,em seguida, para as dornas de fermentação.As dornas de preparo de caldo (sem pé-de-cuba)possibilitam medições do rendimento deextração de caldo por tonelada de cana.Conhecendo o volume total de caldo extraído e seubrix,pode-se calcular o volume de álcool combustível.

Moenda

Decantador

Dorna de preparo

Dornas de fermentação

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Coluna de destilação ou destilador:

Esta é com certeza a “peça”mais importante na produção artesanal de álcoolcombustível,por isso todo o cuidado deve ser tomado na compra e/ou construção da colunade destilação.A frente,como já foi dito,descreveremos detalhadamente o projeto completode uma coluna de destilação de simples construção que possibilita a fabricação de cerca de100 litros/dia.

Destilação:

Separar o puro do impuro. Para os Alquimistas, esta era a finalidade da técnica dedestilação. E continua sendo, até hoje. Destilação é um dos processos mais comuns nasindústrias químicas - desde as indústrias farmacêuticas aos polos petroquímicos. Opetróleo, uma mistura de líquidos orgânicos, é destilado e separado em diversas frações, deonde saem os éteres, gasolina, o piche, e a grande maioria dos compostos aromáticos queusamos no laboratório.

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Destilação é o processo de vaporizar o líquido para depois condensá-lo e recolhe-lo em

outro recipiente.

Destilação Simples é um processo que permite a separação de um líquido de umasubstância não volátil (tal como um sólido, p.ex.), ou de outro(s) líquido(s) que possue(m)uma diferença no ponto de ebulição maior do que cerca de 80o C. É um método rápido dedestilação, e deve ser usado sempre que possível - é uma técnica rápida, fácil e, serespeitado seus limites, eficaz.

.

Aparelho paraDestilação Simples

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Balão de DestilaçãoA solução a ser destilada é aquecida no balão de destilação. Aumentando-se a temperatura da solução, esta chega a ebulicão, e o vapor é forçado a

passar pelo condensador. Dentro do balão são adicionadas algumaspedrinhas de porcelana, que, devido a alta porosidade fornecem umagrande superfície de contado para as microbolhas que se formam na

solução, controlando-as, evitando um excesso de turbulência na ebulição.

A evaporaçãoOlheatentamente paraa figura ao lado:esta representaum líquido A emtrês condiçõesdiferentes; em(a) o líquido estáa temperaturaambiente; em (b)o líquido está emebulição e em(c) o ar dedentro dorecipiente foiretirado (pressãoreduzida).Perceba que em(a) algumasmoléculas dolíquido estão noestado de vapor,porém estas nãoconseguemultrapassar abarreira do aratmosférico, ouseja, vencer apressãoatmosférica.Quandoaquecemos o

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líquido A, apressão de suafase de vapor seiguala à pressãoatmosférica, eeste entra emebulição (b). Oefeito é o mesmose retirarmosparte dasmoléculas de ardo recipiente: olíquido entra,também, emebulição (c),porém com umamenor pressãode vapor, emenortemperatura.

CondensadorO condensador é um tubo de vidro cercado por um fluxo contínuo de

água termostatizada. O vapor, vindo do balao, entra em contato com asparedes frias do condensador e condensa. O líquido é, então, recolhido

no recipiente. Este líquido é chamado DESTILADO, e o líquidoremanescente no balão é chamado RESÍDUO de destilação.

Na destilação do mosto já fermentado ao qual chamamos de vinho,para a obtenção deálcool combustível,não poderemos usar a destilação simples,já que a diferença detemperatura de fusão entre os líquidos (água e álcool) é muito pequena (100°C/78,3°Crespectivamente).Na fabricação de cachaça usa-se um destilador simples comumentechamado de “alambique”,mais nestes casos conseguimos um produto com cerca de 50%deálcool ,o que seria impróprio para se usar como combustível.Teríamos que fazer diversas

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redestilações do produto,o que tornaria o processo caro e trabalhoso,além de extremamente

perigoso.

O que usamos é uma coluna de destilação capaz de realizar a destilação fracionada.

Destilação Fracionada.

A Destilação Fracionada é empregada quando a diferença entre os pontos de ebulição doslíquidos da mistura é menor do que 80oC. Um aparelho mais sofisticado e um pouco maisde tempo são necessários.

A principal diferença no aparelho de destilação fracionada é a presença de uma coluna defracionamento. O objetivo desta coluna é criar várias regiões de equilíbrio líquido-vapor,

enriquecendo a fração do componente mais volátil da mistura na fase de vapor.

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Destilando FraçõesNa coluna de fracionamento, acontece o mesmofenômeno: sucessivas destilações são realizadas,

e o vapor vai se enriquecendo com ocomponente mais volátil.

No nosso caso o componente mais volátil é o álcool etílico.Lembrando-se sempre que oálcool sem água (anidro)não pode ser obtido somente por destilação,são necessários outrosprocessos para que haja a separação desta mistura azeotropica (96%de álcool +4%de água)

AzeótroposCertos líquidos formam, em uma determinada composição, uma mistura com ponto de

ebulição constante - não podem ser separados por destilação. O termo foi criado por Wadee Merriman, em 1911, para designar todas as misturas binárias e ternárias que não podiam

ser separadas por destilação. Um bom exemplo de azeótropo é a mistura entre álcool etílicoe água: o álcool 96 GL que é usado como combustível.

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Esta coluna de fracionamento ,também é chamada de coluna de refluxo.Podemos usarsoluções bem simples para a obtenção deste refluxo e conseqüentemente uma maiorconcentração de álcool do destilado.Acima da “panela” aonde colocamos o mostofermentado pra aquecer acrescentamos a coluna simplificada mostrada na figura abaixo.

Coluna de refluxo simplificada:

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Termômetro para controle dosvapores que vão ao condensador

Cano de 5 polegadas cheio de materialinerte(caco de vidro,brita,bolinhas de gude,etc)

Tela de aço inox

Tampa

“T”Saida de vapor para o condensador

Rolha de borracha

Neste caso já teríamos uma concentração bem maior de álcool no destilado,do que de umalambique simples.

Condensador:

O topo da coluna deverá ser conectado a um condensador para resfriar o vapor etransformá-lo em líquido.O condensador nada mais é que uma serpentina de cobreacondicionada dentro de um recipiente onde a água é usada como meio de troca de calor.Afigura abaixo ilustra o condensador .É importante que ele seja suficientemente grande pararesfriar todo o vapor para a temperaturas abaixo de 35°C.

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Algumas especificações para condensadores:

DIAMETRO DA COLUNA DIAMETRO DA SERPENTINA

80 mm(milímetros) 10 mm

100 mm 13 mm

150 mm 20 mm

Outro dispositivo utilizado para se aumentar a graduação alcoólica durante a destilação sãounidades chamadas controladores de refluxo,que nada mais é que um trocador de calorcolocado na coluna e utilizado para controlar a condensação.Durante a operação ,a água friaé forçada através do trocador para condensar parte do vapor ascendente e aumentar orefluxo.A quantidade de água deve ser regulada com bastante precisão .Para isso utiliza-seregistros de boa qualidade ou me casos mais sofisticados ,os registros popder semsubstituídos por selenóides acionados por sensores de temperatura.

Controladores de refluxo:

Outro dispositivo utilizado para aumentar a concetração de álcool na coluna é o chamadocontrolador de refluxo,que nada mais é do que um trocador de calor colocado na coluna eusado para controlar a condensação .Durante a operação a água fria é forçada através dotrocador de calor para condensar parte do vapor ascendente e aumentar o refluxo.Aquantidade de água deve ser regulada com bastante precisão .Por isso utiliza-se registros deboa qualidade.

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Instalações

O fator mais importante na instalação é sem dúvida o desnível que se deve dar ao conjunto,facilitando assim o transporte do caldo via queda natural.Devemos nos lembrar também dacobertura e piso cimentado ,principalmente,na moenda e na sala de fermentação.O espaçoevidentemente é em função do tamanho dos equipamentos.

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MOAGEM:

Moagem é a operação de extração do caldo existente nos colmos da cana-de-açucar.Emtermos aproximados ,essa matéria –prima possui 85% a 92% de caldo e 8% a 15 % defibras,dependendo da variedade ,clima,solo e outros fatores.Na cana madura,o caldocontém 75% a 82% de água e aproximadamente 18% a 25% de açucares,sendo 16% a 23%de sacarose e um pouco menos de 2% de glicose e frutose.Nas fabricas artesanais ,utilizam-se geralmente moendas de apenas três rolos para prensagem da cana.

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As moendas são compostas basicamente por:bases defundação,castelos,rolos,bagaceira,reguladores de pressão e motores.

Base de fundação:é normalmente retangular ,de ferro fundido ou aço-carbono,tendo seuspés fixados com parafusos em bases de concreto.Em suas laterais são fixados doiscastelos.A base também funciona como coletora de caldo,com saída em sua parte central.

Nas moendas mais modernas,a base de fundação vem sustentada em mesa de chapa de açoe fixada diretamente no piso de concreto.

Castelos:

São as bases de sustentação dos rolos das moendas e da bagaceira,fabricadas em ferrofundido ou chapa de aço.

Rolos.

Cada rolo consta de eixo de aço,revestido com camisa cilíndrica em ferro fundido ,comfrisos ou ranhuras para escoamento do caldo e fixação das canas na operação demoagem.As moendas possuem três rolos,sendo um fixo situado na parte superior e doismoveis em plano inferior.O cilindro inferior ,do lado em que entra a cana ,é denominado

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Rola cana e aquele situado do lado em que sai o bagaço é chamado rola bagaço.

Bagaceira.é constituída de uma chapa metálica ,levemente recurvada,de comprimento iguala distancia entre os castelos ,e de largura tal que impeça a queda do bagaço entre oscilindros rola cana e rola bagaço.Tem função de encaminhar a cana do primeiro para osegundo esmagamento.

Motor.utilizado para movimentar as moendas ,geralmente é elétrico e seudimensionamento depende das características das moendas,fica situado em torno de7,5HP(cavalo de força).

Outro aspecto importante é a possibilidade de utilização do bagaço ,ainda rico em açucarna alimentação do gado bovino,no período seco do ano,quando há deficiência naspastagens.

Essas moendas tem um poder de extração médio do caldo da cana que varia de 60% a70%.Algumas mais robustas podem atingir rendimento de extração de até 75%.No bagaço,ainda ficam de 30% a 40% de caldo.A maior parte dos produtores aproveita o bagaço,tantopara alimentação do gado,como para a fabricação de adubo.Além disso ,reservam até 50%dele para a queima em fornalhas ou caldeiras,como fonte de calor para a coluna dedestilação.

Na operação de moagem,a assepsia dos equipamentos e instalações é fundamental.Asmoendas coadores,os tanques de decantação e de recepção,assim como as tubulaçõesdevem ser lavados com abundancia de água quente .Essa operação diminui aspossibilidades de infecções capazes de prejudicar a fermentação do caldo econseqüentemente o rendimento do etanol.

PREPARO DO MOSTO.

Ao meu ver esta é a parte mais importante dentro do processo de fabricação do álcool,opreparo envolve operações que permitem melhorar as condições de fermentação do caldode cana.Inicialmente pela sua filtração e decantação ,com ajustes no teor deaçúcar,acidez,nutrientes e temperatura.

Diluição do caldo:

A fermentação ideal ocorre com o caldo de cana numa concentração de açucares em tornode 14°brix.Normalmente o caldo apresenta uma concentração de açucares de 14° a 22°brix.Acima de 14° brix,é necessário diluir o caldo ,para garantir a estabilidade do fermentoao longo de todo o processo de fabricação.Teores de açúcar acima de 15°brix acarretamfermentações mais lentas e freqüentemente incompletas,além de dificultarem amultiplicação do fermento.Quando se destila um mosto com fermentação incompleta,ocorrem perdas no rendimento da produção.Teores abaixo de 14°brix permitemfermentações mais rápidas ,sendo importantes na etapa de multiplicação do fermento.Entretanto acarretam uma diminuição no rendimento.

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A diluição é feita com água potável ,obedecendo ao seguinte calculo estabelecido atravésda “regra das misturas”:

Água = C x gb caldo -C

gb desejado

onde: Água =quantidade de água em litros a ser adicionada no caldo para redução do teorde açúcar.C=volume em litros de caldo que possui.gb caldo=graus brix do caldo quepossui.gb desejado=graus brix desejado (está aproximadamente em 14° brix)

Para um melhor entendimento,vamos dar um exemplo:temos um caldo com as seguintescaracterísticas -1000 litros e 22% de açúcar=22° brix.A pergunta é quantos litros de águadevo adicionar para reduzir esse caldo com 22° brix para 14° brix.

SOLUÇÂO: Água = 1000 x 22 -1000

14

água = 572 litros de água aproximadamente.

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Correção para acidificação do caldo:

O Ph (potencial hidrogenico),é a medida da acidez ou alcalinidade de uma solução e éexpresso numa escala de 0 a 14.Numa solução neutra,o ph é 7,0.Uma solução com ph de 0a 7 é tida como acida ,e com ph de 7 a 14,é tida como alcalina.O valor de ph de umasolução ,ou no caso do caldo a ser fermentado ,é determinado de diferentes maneiras.Amais comum é usar papel tornassol,que muda de cor de acordo com o ph da solução e que éfacilmente encontrado em casas especializadas em produtos,ou com medidor portátil de ph.

Papel de pH (indicador)

O pH aproximado de uma solução pode ser determinado colocando-se uma gota dasolução sendo analisada em um pedaço de papel indicador. Existem dois tipos depapel indicador, o Tornassol, ou Litmus, e o Universal. O tipo de papel indicador a serutilizado depende do tipo de solução a ser analisada, e do grau de precisão que sedeseja com a medida.

O papel de Tornassol é um papel indicador embebido com uma tintura orgânica quemuda de cor na presença de ácidos e de bases. É utilizado quando se quer determinar,simplesmente, se a solução é ácida ou básica, pois o Tornassol não providencianenhuma informação adicional - por exemplo a força (pH) do ácido, ou da base.

Existem dois tipos de papel de Tornassol, o vermelho e o azul.

O papel de Tornassol vermelho é utilizado para se determinar se uma solução é básica(pH > 7,00). Colocando-se uma gota de uma solução básica sobre o Tornassolvermelho, este irá mudar de cor para azul.

Diametralmente oposto, o papel de Tornassol azul é o indicado para se determinar seuma solução é ou não ácida. Se uma gota de uma solução ácida for vertida sobre umpapel de Tornassol azul, este irá mudar de cor para vermelho.

Acima, o Tornassol vermelho torna-se azul quando umedecido por uma solução básica.Abaixo, o Tornassol azul torna-se vermelho quando umedecido por uma solução ácida.

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Geralmente, ambos os tipos de papel de Tornassol são utilizados na mesmaexperiência, para se determinar se a solução a ser analisada é ou ácida, ou básica.Assim, um papel de Tornassol azul não irá mudar de cor quando umedecido com umasolução básica (pode parecer mais azulado por estar úmido), mas o Tornassolvermelho tornar-se-á azul; do mesmo modo, um Tornassol vermelho não mudará decor na presença de uma solução ácida (pode parecer mais vermelho por estar úmido),mas mudará instantaneamente para azul quando umedecido por uma solução básica.Portanto, se a solução sendo analisada não muda a cor do Tornassol, o Tornassoloposto deve ser utilizado para se determinar se a solução é ácida ou básica.

Soluções neutras, como tampões de pH = 7,00 ou água destilada bastante pura, nãomodificam as cores dos Tornassol.

O indicador Universal pode, por outro lado, checar por ambas as soluções ácidas oubásicas, e ainda, dar uma indicação do valor aproximado de pH da solução sendoanalisada. O indicador irá mudar de cor quando umedecido, e o pH será lidocomparando-se a cor final do indicador com uma carta de cores, geralmente contidana embalagem do próprio indicador.

Utilizando um papel de pH

Utilize um bastão de vidro ou um conta-gotas para remover uma gota de líquido dasolução a ser testada. Toque uma gota de líquido no papel de pH.

NUNCA coloque o papel de pH na solução: o corante do papel pode se dissolver,contaminando-a! portanto, preste muita atenção no procedimento correto.

Figura mostrando o medidor de ph portátil.

O controle do ph na produção do caldo,e mesmo durante a fermentação,é importante,porduas razões:o crescimento de bactérias indesejáveis é retardado por solução acida,e ofermento ira desenvolver somente em soluções ligeiramente ácidas.

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O caldo de cana natural é ligeiramente alcalino e deve ser acidificado antes dafermentação.A principal bactéria que traz problemas de contaminação é a que produz acidolático.Embora na produção de álcool combustível não se tenha preocupação com apalatabilidade ,qualquer quantidade de acido láctico formado reduz o rendimento doálcool.Portanto ,a produção de acido láctico e de outros contaminantes deve ser evitada aoMaximo.O desenvolvimento destes microorganismos é reduzido em valores de ph abaixode 5,0;acima deste valor o crescimento deles é bem rápido.A faixa ótima de ph para afermentação alcoólica é entre 4,8 e 5,0.A acidez abaixo de 4,5 é prejudicial a outrosprocessos durante a fermentação.

O operador de uma destilaria deve estar sempre atento ao controle de ph,não só docaldo,mas também durante a fermentação.Se estiver muito acima de 5,0 ,o ph deve serimediatamente reduzido pela adição de acido.O mais comumente empregado para ocontrole de ph é o acido sulfúrico,embora outro tipo de acido mineral possa ser usado,comopor exemplo o acido muriatico(acido clorídrico),encontrado facilmente em casasespecializadas em materiais para construção.O acido deve ser misturado lentamente atéatingir o valor ideal.Não existe uma quantidade pré-determinada;em termos de volumeadicionado de acido ,a quantidade deve ser adicionada cuidadosamente fazendo-se controleatravés do medidor de ph.

Caso o acido seja adicionado em excesso ,o valor do ph pode ser aumentado pela adição desoda caustica.Todavia,deve-se,sempre que possível,evitar a adição em excesso deacido.Outra maneira de controlar o ph é pela adição dos resíduos ácidos de uma previadestilação ,a chamada vinhaça ou vinhoto.

Temperatura

A temperatura ideal para fermentação situa-se entre 28° e 30°C.Temperaturas mais baixasdiminuem a atividade do fermento,enquanto as mais elevadas favorecem o enfraquecimentodas leveduras.Os produtores utiliza-se de técnicas simples ,nos meses de frio,para reter ocalor e elevar a temperatura do mosto,como por exemplo o uso de lona plástica sobre asdornas ,já que a transformação do açúcar em álcool libera calor (exortemica).Outra práticautilizada é o uso de água quente ou vapor através da introdução de serpentina de cobre nadorna de fermentação.No projeto apresentado mais a frente veremos que temos a opção deusar água quente proveniente da própria coluna de destilação.

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Em lugares de temperatura muitoelevada no verão,pode-se utilizar o mesmo dispositivo para realizar a circulação de águafria para abaixar a temperatura do mosto,vale lembrar que normalmente utiliza-se somentepara elevar a temperatura do mosto.

Nutrientes

O uso de nutrientes no mosto é de grande importância principalmente quando se faz o pé-de-cuba e também quando a fermentação por algum motivo não vai bem e precisamosreativar o fermento.Também,com o uso dos nutrientes,temos um elevação no rendimento deprodução do álcool.Sendo assim faremos comentários de 4 tipos diferentes denutrientes,sendo 2 naturais e dois sintéticos:

Sulfato de amônia:boa fonte de nitrogênio e ajuda na adificação do meio,devemos utiliza-lo na proporção de 1000g/1000L,ou seja 1000 gramas de sulfato de amônia para cada 1000litros de mosto.

Superfosfato de cálcio:boa fonte de cálcio,também deve ser usado na proporção de500g/1000 L.

Farelo de arroz: deve ser utilizado na proporção de 1000g/1000

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Fubá:aproximadamente 1000g/1000L.

Aconselho o uso destes nutrientes somente na fase inicial de multiplicação do pé-de-cuba equando,por algum motivo,a fermentação não esta dando o rendimento esperado.Entraremosem maiores detalhes na etapa da fermentação.

FERMENTO:

Diversos tipos de fermento podem ser usados,desde fermentos naturais provenientes daprópria cana até fermentos elaborados em laboratórios com a finalidade especifica deprodução de etanol,como é usado nas grandes usinas de álcool.

Neste trabalho nós prenderemos ao uso do fermento prensado ou “Fleischmann”,fermentomuito usado em padarias.O fermento ao qual nos referimos é o Saccharomycescerevisae,fermento largamente utilizado pelas industrias de bebidas para a produção doetanol em suas mais diversas formas (cerveja,vinho,cachaça,etc).Usaremos o mesmo pr serde fácil aquisição e também pela sua boa produtividade e resistencia.

Saccharomyces cerevisae.

FERMENTAÇÃO:

A fermentação consiste em adicionar ao mosto uma levedura (fermento),para transformar oaçúcar em álcool.A levedura é o microorganismo agente da fermentação.Além destatransformação o levedo ou levedura é responsável por várias outras reações benéficas emaléficas que atuam sobre o rendimento da produção.Com certeza é uma fase importantena cadeia de produção do etanol.A acepsia é de fundamental importância na fase defermentação e conseqüentemente em todo o processo.A tabela abaixo mostra a perca deetanol em comparação ao número de bactérias maléficas no mosto:

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A sala de fermentação:

A sala onde realizará a fermentação deverá ter cuidados especiais .As paredes desta saladeverão ser revestidas com material impermeável e ter amplas janelas que possam serfechadas rapidamente.A cobertura deverá ser de telha de barro ,para impedir a variaçãobrusca de temperatura .Provoca além da perda de álcool por evaporação,as infecções maiscomuns na fermentação.Estas infecções ou contaminações são provocadas por micro-organismos indesejáveis,que geralmente se desenvolvem a uma temperatura entre 30 e36°C.Abaixo de 25°C a atividade da levedura decresce provocando atraso no tempo defermentação.

Evidentemente que todos estes cuidados devem ser seguidos,mas é bom salientar quedemandam uma grande quantidade de recursos.Pensando nisto é que desenvolvi um sistemaque possibilita a fermentação em estruturas bem mais simples ,e até mesmo “no tempo”.

Para mim,a falta da sala de fermentação acarreta 3 problemas graves;1.variaçõesindesejáveis de temperatura;2-contaminações diversas;3-evaporação de grandesquantidades de álcool.Para contornar este problema usaremos o dispositivo exemplificadona figura abaixo:

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Trata-se de “sifão” que deverá ser instalado em uma tampa hermética que deverá sercolocada na dorna.Com este sifão teremos o escapamento do gás carbônico para aatmosfera ,estaremos evitando a entrada de microorganismos indesejáveis e principalmentee escape do etanol por evaporação.

Para utilizarmos basta colocarmos água até a metade ,ou um pouco mais, de suacapacidade.Lembrando que todas suas peças são de pvc e facilmente encontradas emqualquer casa de material de construção.

Abaixo mostramos o funcionamento do sifão:

As moléculas de etanol,em estadogasoso,devido ao seu tamanho são bloqueadas pela água,já as de gás carbônico atravessam

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a água livremente.Este dispositivo é muito útil também para quando não pudermos destilaro mosto no mesmo dia em que acabar a fermentação do mesmo.

Nesta figura podemos ver como devemos instalar odispositivo de fermentação na dorna,neste caso foi utilizado um tambor metálico de 200Litros como dorna.

Dornas de fermentação:

As dornas de fermentação são recipientes onde serão inoculados os mostos elas podemserde ferro,plástico,ou cimento,não aconselho as de madeira ;as dornas devem tercapacidade volumétrica correspondente a 30% maior que a capacidade da coluna dedestilação,para conter também o pé de cuba e evitar transbordamento.

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As dornas devem passar por uma lavação especial usando uma solução de 3% de cal edesinfetá-las jogando álcool nas suas paredes internas e atear fogo.Ou ainda espalhando-secom uma brocha ,a solução quente a 2% de Emulsan AL.

Pé-de-cuba:

Denomina-se Pé de Cuba a um mosto preparado com cuidados especiais de maneira que ofermento se desenvolva nas melhores condições possíveis .Este mosto,devidamenteinoculado,será misturado ao mosto normal,em quantidade conveniente e teremos afermentação com as características desejadas.Na verdade o pé-de-cuba é a multiplicaçãoinicial do fermento ,para que ele possa desempenhar sua função da melhor maneirapossível.

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Obtenção do Pé-de-cuba:

O fermento é responsável pela transformação do açúcar do caldo da cana em gás carbônicoe álcool etílico.

O fermento mais simples e mais rápido é o prensado ,conhecido como fermento“Fleischmann”.Quando bem feito oferece bom rendimento.Ele leva vantagem sobre osoutros tipos pela facilidade de ser encontrado nas padarias em geral,de fácil preparo e podeser conservado em geladeira por uma semana ou no congelador durante três a quatromeses.Em locais onde não houver geladeiras pode-se usar o fermento granulado seco.

Algumas empresas e laboratórios vendem fermento selecionado,enviando instruções paraseu uso adequado.Com o selecionado a fermentação é rápida ,o rendimento é maior.

Pé-de-cubo com fermento prensado:

Obs:este pé-de-cubo tem receita dimensionada para dornas de 1000 litros,exatamente asque usaremos no projeto da microdestilaria ,caso sua dorna seja de tamanho diferente,bastadividir proporcionalmente os valores.

1)Ferver e resfriar ate 32°C, 20 litros de caldo de cana diluído a 14°brix e com ph em tornode 4,8;

2)adicionar 500gramas de fermento prensado tipo “Fleischmann”dissolvendo bem;

3)aguardar que o mosto caia para 2 ou 3°brix;

4)adicionar mais 100 litros de caldo de cana (a 14°brix,ph 4,8 temperatura ambiente)e+100g de sulfato de amônia+50g de superfosfato de cálcio+100g de farelo dearroz(opcional);

4)aguardar o mosto abaixar para 2 a 3° brix;

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5)adicionar mais 4 vezes o caldo ou seja,480 litros de caldo diluído a 14°brix,ph 4,8,temperatura ambiente +480 g de sulfato de amônia+240 g de superfosfato de cálcio;

6)aguardar abaixar o mosto para 2 a 3°brix;

7)completar com os 300 litros restantes (900 litros no total vai ficar a dorna);

8)aguardar cair para 2 a 3° brix

9)pé-de-cuba pronto,aguardando caldo de cana para prosseguirmos com a fermentação.

A utilização de recipientes menores para o preparo do pé-de-cuba é recomendável parafacilitar o processo.Em períodos muito frios ,o preparo do fermento é mais demorado.

Marcha da fermentação:

Obtido o fermento ou pé-de-cuba,adiciona-se à dorna o caldo com o teor de açúcarpreviamente ajustado,até o volume útil.

A adição do caldo à dorna não deve ser realizada de uma só vez,pois inibe o fermento-fenômeno a que os produtores denominam “afogamento do fermento”-o que favorece oaparecimento de infecções e atrasa a fermentação.O caldo deve ser ,por tanto,intriduzido nadorna de maneira parcelada ou em filete continuo.Devemos acompanhar a redução do brixpelo fermento e nas dorna NUNCA SE DEVE ULTRAPASSAR A METADE MENOS 1DO VALOR DO BRIX DO CALDO,ou seja no nosso caso ,na dorna nunca se podeultrapassar 6°brix,(14/2-1=6).

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Existem dois tipos de condução possível para a fermentação,o primeiro é chamado de cortedas dornas ,é um método que da mais trabalho,mais em compensação da um rendimentomaior.frr

Corte das dornas:

Utilizaremos 3 dornas de 1000 litros cada uma:

1)Dividiremos entre as dornas 1 e 2 os 900 litros de pé-de-cuba já previamente produzidoscomo nas instruções acima.

2)adicionar (em partes ou em filete continuo) mais caldo (diluido para 14° brix) até atingirmos

o volume de 900,lembrando que não podemos ultrapassar os 6°brix;

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3)aguardamos o brix da dorna 2 abaixar para 2° ou 3° e,então,dividiremos o conteúdo da dorna

2 com a dorna 3,enquanto isto deixamos o brix da dorna 1 cair.

4)adicionamos mais caldo nas dornas 2 e 3 ,enquanto isto o brix da dorna 1 deve estar em

0(zero),então destilamos a dorna 1.

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5)aguardamos o brix da dorna 3 cair para 2° ou 3°brix e dividimos seu conteúdo com a dorna

1,enquanto isto deixamos a dorna 2 cair seu brix.

6)acrescentamos mais caldo nas dornas 1 e 3 ,aguardamos o brix da dorna 2 zerar e destilamos;

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Continuamos assim indefinidamente até o final da safra,lembrando-se sempre que NÃO

PODEMOS ULTRAPASSAR NA DORNA A METADE MENOS 1 DO BRIX DO

CALDO,ou seja,no nosso caso 6°brix.

Veremos que as dornas possuem registros em paralelo para facilitar a divisão das dornas,e caso

alguma das dornas não vá bem ,ou não esteja dando a produção esperado faremos uso dos

nutrientes nas doses recomendadas.

Dorna única ou batelada:

Dividi-se o pé de cuba inicialmente preparado entre as 3 dornas,despeje em seguida ,sobre

ele,aos poucos,de maneira intermitente e contínua ,em filete fino,o mosto preparado.Inicia-se aí

a fase preliminar da fermentação ,quando a levedura se multiplica intensamente seguindo-se

uma fase tulmutuosa.Cassada a fermentação,deixa-se haver,por duas ou três horas a

sedimentação da levedura.Em, seguida retira-se quatro quintos deste mosto,agora denominado

vinho,cuidando para não ter ainda em suspensão ,uma parte do pé de cuba,evitando

agitação.Este vinho será,então ,destilado.

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O quinto restante da dorna funcionará como pé de cuba na operação seguinte.

Devemos lembrar,sempre que em ambos os casos não podemos ultrapassar metade menos 1 do

caldo já preparado (14°brix,ph 4,8).Para podermos destilar,esperamos o brix cair até zero o que

pode ser observado pelo sacarímetro de brix , e também devemos observar a superficie da

dorna que deve estar calma e reluzente.

O preparo de novos pés semanalmente ou mensalmente no sentido de substituir ou reforçar os

pés enfraquecidos ,é muito recomendável.

Conservação do fermento.

Uma vez iniciada a operação,as paradas eventuais da fabrica devem ser evitadas,pois isso

pejudica o vigor do fermento.Caso contrário,é necessário revigorar o fermento ,após cada

interrrupção.Para isso ,procede-se a lavagem do fermento com água potável na proporção de 2

vezes o seu volume,agitando bastante e aguardando a decantação.Em seguida,retira-se a água

de lavagem e repete-se a operação.A partir de então,o fermento é alimentado com igual volume

de caldo de cana bem diluído (2° brix) e deve-se realizar intensa aeração.Deixa-se decantar

novamente ,por cerca de 2 horas,retira-se o excesso de liquido sobrenadante ,ajustando-se o

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volume padrão do pé de cuba e reinicia-se a fermentação.Contudo ,o mais aconselhável é evitar

interrupções por períodos superiores a 24 horas.

Rendimento da fermentação alcoólica:

A transformação da sacarose em etanol e gás carbônico é expressa pela equação de Gay-Lussac

,a saber:

Entende-se por rendimento da fermentação alcoólica a relação porcentual entre o volume deetanol produzido e o valor máximo teórico.Os cálculos teóricos podem ser feitos tomando-se por base a relação de 1 molécula de sacarose para 4 de etanol(rendimento gay-lussac).

C12H22O11 ____________> 4 C2H5OH + 4 CO2

342 ___________________ 4,46 /0,789

100___________________ x

SENDO:

342 = peso molecular da sacarose(g)

4 = numero de moléculas de etanol por molécula de sacarose

46 = peso molecular do etanol

0,789 =densidade do etanol (g/ml)

X = volume teórico de etanol obtido pela fermentação de 100g de sacarose.

X =68,2ml de etanol

Para a produção de álcool combustível ,pode-se adotar como critério de referencia umrendimento de 80%,que corresponde a 54,6ml de etanol por 100g de açúcar.Considerandoque um tonelada de cana fornece 600 litros de caldo a 20° brix ,tem-se:

600 X 1,0830 X20/100 =130 kg de sacarose

onde:

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600=volume de caldo de cana a 20° brix,em litros

20/100=grau brix da cana convertido à base centesimal

1,0830=densidade do caldo g/ml ou Kg/L a 20°brix

(conforme tabela em anexo)

Daí pode-se esperar no maximo 71 litros de etanol,com base na seguinte relação:

Kg de açúcar litros de etanol

100 ___________________54,6

130 ___________________X ,X=71 litros

Considerando-se que vamos destilar o etanol com graduação alcoolica de 90°GL(o etanolpode ser utilizado com combustível apartir de 85°GL),e teremos perdas na ordem de 10%durante a destilação,pode-se esperar o seguinte volume de alcool etílico a 90°GL portonelada de cana:

Volume álcool=71 X100/90 X90/100=71 litros.

Onde:

71=volume de etanol por tonelada de cana;

90=graduação alcoólica do etanol

90=rendimento porcentual da destilação.

A pratica tem nos mostrada valores próximos de 80 litros de etanol (a 90GL) por toneladade cana ,em média.

Se esse rendimento não for conseguido,algum problema deve estar ocorrendo nafermentação ou na destilação.Valores iguais ou superiores ao esperado indicam boascondições no processo de fermentação e produção do etanol.

Acompanhamento e controle da fermentação alcoólica:

O acompanhamento da fermentação alcoólica é feito através de medições do grau brix domosto ao longo do processo e observação de aspectos da fermentação,tais comovisual,cheiro,temperatura do mosto e tempo de fermentação.

Durante a fermentação ,ocorre um queda permanente do teor de açúcar do mosto,bastanterápida na fase tumultuosa ,tornando-se mais lenta na fase final.O consumo do açúcar éavaliado por medições de graus brix do mosto.Na fase final,o brix aproxima-se de zero.Oatraso ou paralisação na queda do brix é sinal de algum problema no processo,podendoestar associado a infecção ,queda brusca de temperatura,etc.

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O cheiro normal de uma fermentação é agradável e frutado.Odores desagradáveis permitemidentificar algumas contaminações :o cheiro de vinagre esta associado a fermentaçãoacética e o de ranço ,à fermentação butírica.

Outro parâmetro importante a se observar é a evolução da temperatura do mosto durante oprocesso fermentativo.No inverno,quando as temperaturas são baixas,chegando a cerca de14° a 15° C,os produtores aquecem o caldo para tingir a faixa de temperatura ideal,que é de28°C a 30°C.Devemos usar o esquema de serpentina já explicado anteriormente.Noprocesso ideal,a temperatura se mantém próxima de 30°C na fase tumultuosa e depoisdecresce ,lentamente ,até a temperatura ambiente.

Durante o período normal de fermentação,a acidez total do mosto aumenta em torno de30% e ,conseqüentemente ,o ph tende a cair.Qualquer desvio na evolução normal do ph ésinal de anomalias na fermentação.

Tempo de fermentação:

O tempo de fermentação situa-se na faixa de 18 a 36 horas,sendo afetado pelosfatores:temperatura,pureza,teor de açúcar e acidez do mosto,temperatura ambiente eprocesso de fermentação.Em dias frios é normal a fermentação consumir 36 horas sem

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problemas de infecção .Entretanto ,essa destilação,pode prejudicar o rendimento,por issoaconselho o uso do dispositivo “sifão”explicado anteriormente./

Tempos de fermentação reduzidos podem indicar um processo incompleto,mosto muitopobre em açúcar,temperatura muito elevada do mosto,etc.

Terminada a fermentação,aguardamos a decantação do fermento e prosseguimosimediatamente com a destilação,um vez que terminada a fermentação alcoólica ocorre afermentação acética,prejudicando o rendimento.

Rendimento:

Para se acompanhar a qualidade de uma fermentação,deve-se anotar o rendimento de cadadorna.Ao se observar o rendimento da destilação do vinho,verifica-se o comportamento doprocesso fermentativo.Quando uma dorna trabalha com caldo de cana com o brixpadronizado e apresenta rendimento decrescente é porque fatores indesejáveis estãoocorrendo na fermentação.Em média podemos dizer que o rendimento é em torno de 80litros de etanol por tonelada de cana.

O processo fermentativo se divide em duas fases:fermentação tumultuosa e fermentaçãolenta.A primeira caracteriza-se por uma grande liberação de CO2.É a fase mais importantena formação do álcool .A segunda fase,também chamada de pós-fermentação ,pode serverificada pela diminuição da temperatura do mosto e queda na formação de gás carbônico.É nessa fase que ocorre a maior parte das infecções e a formação de álcoois superiorescomo por exemplo o metanol.

Acidentes da fermentação:

Os acidentes de fermentação decorrem,principalmente ,de infecções por bactériasindesejáveis.Bactérias do gênero Acetobacter,por exemplo,aumentam acentuadamente aformação de acido acético,pela oxidação do álcool ou aldeído acético,daí a estremacapacidade corrosiva do mosto fermentado.Este tipo de infecção é detectado pelo cheiro devinagre ou pela presença das moscas do vinagre(drosofilas).A fermentação acética éfavorecida pela presença de oxigênio.Portanto,deve-se evitar o arejamento do mosto emfermentação.Outro tipo de infecção acha-se associados as bactérias lácticas,principalmente dos gênerosLactobacillus e Atreptococus.Nesse caso,o processo á anaeróbico ,como o da fermentaçãonormal.As bactérias são favorecidas quando o ph do mosto não é adequadamentecontrolado,ficando acima da faixa ideal.Além disso ,a contaminação por essas bactériastorna-se mais acentuada quando falha no controle da temperatura e esta se eleva acima de30°C.

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Quando a fermentação alcoólica apresenta-se infeccionado,com fermentações irregulares emuito demoradas,deve-se esgotar completamente a dorna e desinfeccioná-la através deágua quente ou vapor.Nesse caso,deve-preparar novo pé-de-cuba.

Controle de acidentes da fermentação:

Para se evitar contaminações por bactérias na fermentação,os produtores de álcool devemtomar os seguintes cuidados:

1.não queimar a cana;

2.moer a cana no período máximo de 24 horas,armazenando-se em lugar coberto e fresco;

3.manter rigorosa higiene dos equipamentos e instalações,o que inclui:

.ao termino de operação de moagem,lavar a s moendas;

.lavar canalizações que transportam o caldo de cana para as dornas;etc.

4.no preparo do mosto ,utilizar água potável;

5.utilizar fermento vigoroso,capaz de realizar a fermentação dentro dos prazosdeterminados (24 a 36 horas);

6.controlar a temperatura do mosto nos parâmetros já citados.

DESTILAÇÃO:

Detalhes dos equipamentos de destilação:

Para destilarmos o vinho,faremos uso de uma coluna de destilação muito simples,eficiente ebarata;que terá capacidade de destilar aproximadamente 100 litros de etanol por dia.É umequipamento de fácil execução,mais todos os detalhes e medidas devem ser rigorosamenteseguidos.Podemos usar diversos tipos de material para a construção de suaspartes,principalmente o aço inox,o cobre e o ferro galvanizado;tudo depende de umaquestão de custo /beneficio.O aço inox é bem mais caro,mais em compensação tem umadurabilidade muito maior.Abaixo explicaremos suas diversas partes,esquema baseado emuma destilaria de minha propriedade que vem funcionando há mais de 2 anos de formamuito eficiente:

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condensador

fornalha

Coluna de destilação

Controlador de refluxo 1

Controlador de refluxo 2

Condensador:

O condensador é a parte ,da microdestilaria,responsável pela condensação dos vapores deálcool,ou seja,transformar os vapores de álcool em álcool liquido.Na prática ele é feitoutilizando-se um tambor,ou algo semelhante,com capacidade de 200 litros em média;nele éintroduzido uma serpentina feita de cano de cobre de 22mm(3/4 de polegadas),cano estefacilmente encontrado em lojas de material de construção.Este cano deve ser moldado demaneira a formar uma serpentina.

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No nosso caso utilizaremos aproximadamente uma barra de cano de ¾ de polegada,ouseja,5 metros.O formato de serpentina é conseguido dobrando-se o cano com maquinasapropriadas para esta finalidade ,ou utilizando-se do artifício de encher o cano com áreaúmida e socá-la.Um serralheiro com certeza conseguirá fazer isto pra você.

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Devemos sempre nos lembrar que a direção da refrigeração da água em qualquer parte dacoluna de destilação é :água fria entrando em baixo e água quente saindo em cima.

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A água quente que saíra do condensador poderá ser utilizada para diversos fins:lavagem dasdornas,moendas,aquecimento do mosto nos dias frios,aquecimento de água de banho dapropriedade ,etc.

Para verificarmos a eficiência do nosso sistema condensador,basta observarmos atemperatura em que o álcool esta saindo na forma líquida,o ideal é que esteja por volta de28°C,caso a temperatura esteja muito superior a este valor ,é porque esta faltando água nocondensador,ou o mesmo esta subdimensionado para a nossa coluna.

Controlador de refluxo.

O controlador de refluxo ,nada mais é do que um trocador de calor colocado na coluna coma finalidade de controlar o refluxo dos vapores,permitindo assim ,somente a passagem devapores com concentrações de álcool altas.Sua operação é realizada mediante o controle davazão da água que entra nele.

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Os termômetrosutilizados nos controladores de refluxo,têm a finalidade de determinar a temperatura queestão os vapores,e possuem função fundamental na hora da destilação,neste projetooptamos por utilizar termômetros usados em secadores de café pela facilidade de serencontrado (em qualquer casa de artigos para agricultor) e também pelo seu preço.Otermômetro em questão é da marca PINHALENSE e possue sua haste de medição deaproximadamente 15 cm.Devemos soldar um cano de ½ polegada de diâmetro,e 15 cm decomprimento e uma porca na sua extremidade que tenha a mesma rosca que a dotermômetro.Este cano deve-se comunicar com o controlador de refluxo através de um furoque de para atravessar a haste do termômetro:

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Vale lembrar que precisaremos de 2 termômetros,um para cada controlador de refluxo.Suaescala pode ir de 0 até 150 ou 250°C ,como alguns modelos.

Os controladores de refluxo são peças de metal (no meu caso optei pelo ferrogalvanizado,por ser mais barato e de fácil obtenção),de 4 polegadas de diâmetro(100 mm)e 30 cm de comprimento.Em seu interior vai uma serpentina de cobre ,feita com tubos de5/16” utilizados em instalações de gás,utilizamos 5 metros deste cano.

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A FLANGE,a que me refiro no esquema anterior é uma peça que serve para unir asdiversas partes da coluna de destilação,ela deve ser feita de chapa preta grossa e possuir as

seguintes medidas:

Quando formos montar esta flange nas suas respectivas peças ,devemos solda-las naspeças.Os orifícios de 0,8cm tem a função de unir as diversas peças da coluna através deparafusos com porca,assim futuramente poderemos dar manutenção em qualquer parte dacoluna sem problemas.Entre uma flange e outra temos que usar uma junta feita de papelãoespecial próprio,este papelão é facilmente encontrado em auto peças e é vendido em metroquadrado.Devemos,também ,aplicar um silicone especial para altas temperaturas(ele é decor vermelha e também encontrado em auto peças),pois é a junta mais o silicone quevedarão os vapores.Também é possível,mais não muito aconselhado o uso de luvasrosquiaveis da mesma bitola que o cano,neste caso não faremos uso nem das juntas ,nem dosilicone .Caso você não encontre o papelão próprio para juntas,podemos fazer uso dacortiça,que é encontrada em casas de decoração ,e é vendida em folhas.

Outro coisa que devemos observar é que a foto mostrada anteriormente é do controle derefluxo1.No controle de refluxo 2,ou superior temos duas diferrenças básicas em relação aorefluxo 1,alias todas as medidas são iguais,inclusive da serpentina.

1.o cano aonde vai se colocar o termômetro não deve ficar reto como no controlador 1 ,esim em um ângulo de 45°para facilitar a leitura na hora da destilação,já que estetermômetro vai ficar bem no alto;

2.na parte superior do controlador 2 soldaremos um “chapéu chinês”,feito com chapa decobre ou aço galvanizado ,com saída para um cano de cobre de ¾ de polegada(22mm),é poraí que sairão os vapores de álcool para o condensador.O tamanho deste cano atécondensador ,vai depender da distancia ate a coluna,que deve ser a ,menor possível.E neste

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mesmo cano,entre o controlador 2 e o condensador devemos fazer uso de uma luva deunião de cobre rosqueavel.Tanto na luva quanto na rosca ,devemos fazer uso de teflon(veda rosca)

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Como já foi dito ,precisamos de um registro para podermos controlar com precisão o fluxode água nos controladores de refluxo,e conseqüentemente a temperatura.

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Copo para densimetro(opcional):

É um acessorio dispensável na microdestilaria,tem a função de se determinar a graduaçãoalcoólica enquanto o álcool esta sendo destilado,no meu caso após o condensador retiro oetanol diretamente em um tambor e com alcoômetro vou verificando a graduação alcoólica.

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Podemos verificar pela figura

o uso do alcoômetro e a graduação alcoólica.Vale lembrar que utilizo um pedaço de canode pvc para esgoto branco de 40mm como recipiente para transportar e utilizar o aparelho.

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Com o sistema em funcionamento ,o produto fabricado(álcool) saindo do condensador éintroduzido no fundo do copo para alcoômetro e drenado no topo.O alcoômetro etermômetro permitem uma constante verificação do teor ou concentração do álcoolproduzido pela coluna.O registro colocado no fundo do copo,permite que o álcool sejadrenado a qualquer momento.

Retificadores:

Na nossa coluna,fazemos uso de 2 retificadores ,semelhantes porem de tamanhosdiferentes.O retificador inferior é feito de um pedaço de tubo (do mesmo material dos

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controladores de refluxo) de 4 polegadas (100mm) de diâmetro e 80 cm decomprimento,devemos colocar as franges como nos controladores e na sua parte inferiorsoldamos uma chapa de aço inox perfurada por diversos furos de aproximadamente0,5cm.Dentro deste retificador acrescentaremos caco de vidro,eu disse cacos de vidro enão pó de vidro ,até a boca.

O retificador superior é feito exatamente igual ao inferior,mudando somente seucomprimento para 180cm(1,8m) .Soldamos uma chapa perfurada de aço inox e tambémenchemos de caco de vidro até a boca.A função da chapa perfurada é dar sustentação aoscacos de vidro.

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Panela :

Neste projeto,usaremos uma “panela” de capacidade de aproximadamente 400litros,novamente podemos usar materiais como o cobre,aço inox,aço galvanizado,etc.

A panela será alimentada por “fogo direto”,um sistema mais barato e muito eficiente.

No caso da minha destilaria optei por usar uma panela de um velho alambique de 400 litrosde capacidade.Devemos usar nesta panela uma chapa mais grossa,por medida desegurança,algo em torno de 1mm é suficiente.

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As medidas da panela são 80cm de diâmetro por 80 cm de altura,o que dáaproximadamente 400L.Na entrada do vinho devemos colocar um registro de 1,5polegada,ena saída do vinhoto um registro de 2polegadas .A flange que vai conectada a coluna é amesma explicada anteriormente.Passaremos agora a relação de chapa que iremosutilizar,lembrando que se você encontrar uma panela maior já pronto não temproblema,você poderá utilizar somente 300 litros de vinho por vez,já que a capacitadademáxima da nossa panela é de ¾ ou seja 300 litros,esta medida tem que ser respeitada parase evitar um fenômeno chamado “vomitar”que consiste na saída de garapa aonde deveriasair o álcool combustível após o condensador.Caso isto aconteça é sinal que você estacolocando vinho demais na panela.

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Fornalha:

Desempenha grande papel na economia de material de combustão para a destilação.É nafornalha em que se queima o combustível da destilação,geralmente o próprio bagaço dacana.Devemos tomar muito cuidado na execução minuciosa desta parte da destilaria.

Passaremos a detalhar a fornalha que usamos em nossa destilaria de simples feitio e fácil deser feita por qualquer pedreiro.Usaremos manilhas como chaminé ,vergalhões de ferro(mais grosso)para grelha e o traço é 1:3:8 (cimento,cal e areia lavada) e não utilizaremoságua na argamassa mais sim caldo de cana;os tijolos são maciços e de preferência bemqueimados.Estas medidas são para evitar o surgimento de trincas devido as altastemperaturas.Utilizaremos também areia como isolante térmico.

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A boca da fornalha tem as dimensões de 80X80cm sendo que na altura ela é dividida aomeio por uma grelha:

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A função desta grelha é permitir a entrada de ar por de baixo da lenha e oubagaço,permitindo uma queima total deste material alem de permitir a queda da cinza paraque seja recolhida posteriormente.

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Devemos assentar os tijolos das paredes externas de 1 tijolo e as paredes internas de ½tijolo.

A construção deve seguir o esquema assim até que se atinja 40cm de altura,neste momentodeveremos montar a grelha,com vergalhão de aproximadamente ½ de diâmetro ou mais.

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Prosseguimos até atingir a altura de 1,20m.É importante salientar que a panela deverá sercolocada logo após a grelha ,e a parede interna deverá circunda-la.Outra observação,é que agrelha não deverá ser instalada diretamente em cima da grelha e sim 28cm acima dela.

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A chaminé deverá ser instalada o mais alto possível,no meu caso ela tem aproximadamente3m a cima da parte superior da fornalha.

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Montagem da coluna de destilação:

Após construídos todos equipamentos da coluna (fornalha;com chaminé e panela,retificadorinferior,controle de refluxo 1,retificador superior,controle de refluxo 2 com saída paracondensador através do chapéu-chines,condensador e copo paraalcoômetro;opcional.)estamos prontos para montar a coluna.

Para monta-la devemos seguir a seqüência –fornalha(panela)-retificador inferior-refluxo1-retificador superior-refluxo2-condensador.Devemos colocar as juntas entre as flangesaplicada com silicone para altas temperaturas como já foi explicado anteriormente.

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Podemos observar que o condensador deve ficar no alto e o mais próximo possível docontrolador de refluxo 2,isto para diminuir o percurso dos vapores de álcool até ocondensador.O condensador aqui foi instalado sobre muretas de tijolos e uma pequenalaje.Mais na sua destilaria você pode optar por um poste de cimento,tora de madeira etc.

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A baixo mostraremos em detalhes a montagem das diversas peças e também as ligações deágua nos equipamentos da coluna.

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AONDE:

1.fornalha (2m de comprimento X 2m de largura X 1,6m de altura)

2.boca da fornalha (80cm X80cm e a grelha a 40cm de altura em relação a o chão e 28cmem relação ao fundo da panela)

3.Panela de 400L(80cm de alturaX80cm de diâmetro)

4.saida do vinhoto(2 polegadas de diâmetro-usar registro)

5.entrada do vinho(1,5 poleg.-usar registro)

6.retificador inferior(80cm de altura X 4polegadas diâmetro-cheio de cacos de vidro)

7.refluxo 1 (30cm de altura X 4 poleg.A=entrada de água fria proveniente deregistro;B=saída de água quente.)

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8.retificador superior(1,80metro X 4 poleg.de diâmetro.cheio de cacos de vidro)

9.rrefluxo 2(30cm X4poleg. C=entrada de água fria proveniente de registro decontrole,D=saída de água quente.)

10.tubo de cobre de 22mm(3/4”)utilizado para levar o vapor do chapéu chines até ocondensador.

11.condensador de volume de 200 litros,com serpentina interna de 22mm X5 metros decomprimento,E=entrada de água fria,F=saída de água quente)

12.suporte do condensador(o mais perto possível da coluna.)

13.copo para alcoômetro(opcional)-IMPORTANTE :a saída de álcool ,independentementede se utilizar o alcoômetro ou não,deve ser a mais longe possível da fornalha para se evitaracidentes.Caso não opte pelo copo para alcoolmetro,recolhiremos o álcool diretamente dasaída do condensador através de tubulação .

Abastecimento de água:

É extremamente importante um reservatório de água com capacidade pelo menos de 1000L,para suprir a demanda da microdestilaria.Usamos a água não somente durante a destilaçãomas também na lavagem dos equipamentos ,diluição do mosto,etc.O reservatório deverá serinstalado na parte mais alta da destilaria e devemos ter uma rede de abastecimento até os.equipamentos de pelo menos ¾ polegada.

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Operando a coluna de destilação:

Após o mosto ter caído seu brix para zero ele passa a se chamar vinho ,devemosimediatamente destilá-lo,sob pena de perdermos em rendimento.

Através de uma tubulação existente entre as dornas até a panela do destilador,encheremos apanela com 300 litros de vinho(3/4 da capacidade da panela),esta medida é feita atraves daintrodução de uma régua de madeira que indicara o nível do vinho dentro da panela.

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Observamos na figura acima que temos um registro para cada dorna e todas as dornas estãointerligadas por um único cano até a panela.O objetivo destes registros é dividir as dornasdurante o corte ,e também transferir seu conteúdo até o destilador.Observe também que embaixo temos caps que são os drenos das dornas,e os registros estão cerca de 20% dacapacidade da dorna,justamente para conservar o pé-de-cuba.

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300L

REGUA DE MADEIRA INDICANDO OS 300L.

Em seguida fechamos o registro da entrada do vinho e colocamos fogo na fornalha,utilizando lenha e/ou bagaço.O aquecimento ,pela primeira vez no dia,é em torno de 45minutos.A medida que o vinho começa a entrar em ebulição,o vapor subirá nacoluna.Depois de certo tempo,a coluna começará aquecer até atingir um temperatura deequilíbrio.Os controladores de refluxo 1 e refluxo 2,deverão ser regulados,através dosregistros para trabalhar a 82°C e 78°C,respectivamente.Ou seja o refluxo 1-82°C e orefluxo 2-78°C.Pode acontecer do termômetro que você esta utilizando não ser muitopreciso e por isso as temperaturas nos refluxos darem diferente.Tenha consciência quetemperaturas acima de 78°C no refluxo 2,fará com que a graduação alcoólica do destiladofique menor,e temperaturas inferiores a 78°C no refluxo 2,fará com que nenhum vapor váaté o condensador,por isso é bom fazer um teste da temperatura em função dos termômetrosque estão na sua coluna.Quando na saída do condensador estiver saindo um álcool em tornode 95°GL é sinal que a temperatura que estiver marcando o refluxo 2 e 1que são as ideais.

O refluxo 1 não tem sua regulagem critica,podendo ficar com seu registro abertoconstantemente em torno de 75% de sua capacidade,devendo ser aberto em 100% quando atemperatura no refluxo 2 estiver muito alta,bem acima dos 80°C.Mais não se preocupe,napratica a coluna praticamente se estabiliza nas temperaturas ideais sozinha.

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A medida que a destilação progride,o vapor irá conter cada vez mais água econseqüentemente menor será o teor de álcool produzido.Toda vez que o teor alcoólicoestiver abaixo de 85°GL,o material deve ser colocado em tanque separado e novamenteredestilado.Acima de 85°GL em álcool,a mistura pode ser usada no tanque docombustível,sem nenhum problema para o motor.Todavia a destilação deve continuar atéque a temperatura do refluxo 2 indique 100°C,ou quando o destilado estiver abaixo de15°GL.Quando estes valores forem atingidos a destilação deverá ser acabada.Retiramos ofogo,abrimos o registro de saída do vinhoto ,logo em seguida abrimos o registro de entradado vinho,e esvaziamos a panela.Assim recomeçamos todo o processo e o álcool que estacom o teor abaixo de 85% deverá voltar a panela junto com o novo vinho.Podemos destilartodo este álcool de uma vez quando eles juntos derem a capacidade da panela,ou seja300Litros.Vale lembrar que o vinho tem por volta de 10% de álcool etílico a 96°GL.

NOTAS IMPORTANTES:Antes de utilizarmos a coluna pela primeira vez,devemos fazerum teste destilando água,para que se possa determinar algum possível vazamento,queobviamente deve ser imediatamente reparado.

E deve-se ter com o álcool ,os mesmos cuidados que se teria com qualquer combustível.

Vinhoto:

O que sobrou da destilação do etanol,o chamado vinhoto ou vinhaça ,é uma mistura de98%de água e mais 2%de outras substancias principalmente sais minerais.Não podemoslançar esta substancia em lagos ,devido ao fato dela ser poluente,pois reagem com ooxigênio da água fazendo com que morram os peixes e outras formas de vida.O ideal éutilizá-la na alimentação de gado e ou porcos ,o que deve ser acompanhado por umengenheiro agrônomo ou utilizado com fertirrigação para o próprio canavial ou outrasculturas.Para isso fazemos uso de tanques e bombas.Caso você não queira utilizar ovinhoto,poderá optar pela construção de um buraco para armazenar este reziduo.

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Projeto da microdestilaria de 100litros/dia.

A quantidade de cana para se produzir cerca de 10 litros de álcool por dia durante cerca de200 dias já foi apresentada na parte sobre cana de açúcar.Caso você não tenha cnaplantada,não se preocupe com certeza você encontrará um grande número de pessoas emsua região vendendo ou até mesmo doando cana.

A parte dos equipamentos ,também já foram bem explicadas como a coluna porexemplo,vamos dar agora uma visão mais global desta microdestilaria.

Na figura temos:

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Moenda:É onde colocaremos a moenda e o decantador,esta área terá uma medidaaproximada de 20 metros quadrados,sendo 4m X 5m.

1.moenda ou engenho,deve ter capacidade de aproximadamente 400 litros de caldo /hora.

2.Decantador:abaixo temos o projeto de um decantador muito pratico e de fácil execução:

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FERMENTAÇÃO:

Deve possuir uma área de aproximadamente 25 metros quadrados-5m X 5m.

3.caixa de preparação do mosto:consta de uma caixa d’água de capacidade de 1000Lparaa preparação do mosto.Ela é ligada logo após o decantador e possue um registro commangueira flexível de 2”,para abastecer as dornas de fermentação.A finalidade do registro éregular a vazão da garapa para a dorna.

4.Dornas de fermentação:Também são caixas d’água de 1000L que terão ligações comoexplicadas anteriormente,também se deve fazer uso dos dispositivos “sifão”e serpentinapara aquecimento em dias frios.São em número de 3 .

DESTILAÇÃO:

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Já foi longamente explicado anteriormente,tem uma área de aproximadamente 12 metrosquadrados 3m X 4m.

5.condensador;

6.coluna de destilação.

Visão geral da microdestilaria:

Considerações finais:

A produção de álcool combustível pode ser feita em instalações ,desde sofisticadas ,paragrandes suprimentos ,até a diminutos sistemas para pequenas ,médias e até mesmo grandespropriedades rurais.Ao produzir o próprio combustível,você estará com certeza reduzindo emuito suas despesas.Quanto aos gastos,prefiro não incorrer em erros já que tudo dependeráde diversos fatores como:mão de obra,preço de metais ,solda etc.Siga meu conselho:adquiraas peças em ferro velhos assim você compra a preço de sucata.Adquirindo equipamentosusados em bom estado,com certeza você fará uma boa economia.Procure parcerias com

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amigos ,produtores de cachaça ,proprietários de canas que com certeza você estará tornandorealidade seu empreendimento.Para se ter uma idéia,a microdestilaria que foi feita estasfotografias é de 5 sócios,incluindo eu .Acredito que hoje ,um investimento na ordem de unsR$ 6000,00 deve ser o suficiente para se construir a destilaria aqui demonstrada.O custo doálcool fica em torno de 25 a 35%do preço do posto ,para mim hoje-28/08/2005 ,ele estasaindo a aproximadamente R$ 0,35 (trinta e cinco centavos) o litro.

Outro fator importante é a comercialização;até aonde eu tenho conhecimento ,não existe ,noBrasil,lei que regulamente as microdestilarias artesanais como esta.Eu vendo meucombustível à amigos meus que vão até a destilaria abastecer.Para que eu possa venderpara o posto ,preciso de uma autorização da agencia nacional de combustíveis,mais sei queé extremamente burocrática e a carga de impostos deve onerar muito o preço.

Se sua família gasta 60 litros por semana,então você terá que fabricar 240 litros pormês e no decorrer do ano seu gasto será de 60 X 52 =3120 litros de álcool/ano.Para seproduzir os 3120 litros de álcool,você usará cerca de 45 toneladas de cana de boaqualidade.Para se obter 45 toneladas de cana você precisará de uma área um poucomaior que a metade de um campo de futebol,ou seja pouco mais que meio hectare.

Em um hectare de terra (10000metros quadrados =100m X 100m )-área um poucomaior que um campo de futebol, da para se colher 100 toneladas de cana /ano queproduzirão cerca 8000 litros de álcool/ano.O que daria aproximadamente 667 litrosde álcool para você usar por mês ,ou 22 litros de álcool por dia.

Você já fez as contas de quanto esta gastando por mês com o posto???

E lembre-se “se você acredita que pode ou acredita que não pode,você esta sempre certo”.

Helder Vitor Terra -35 3853 2113 -35 8808 0715.

Não me responsabilizo pelo uso destas informações.

Links interessantes:

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• e aguardente em diversos sabores.

Jaboticabal, SP.

• Aguá Doce Aguardenteria - Fabricante

de cachaça.

• Aguardente - Assessoria em

fermentação e processos de produção de

aguardente.

• Aguardente Canto da Serra - Cachaça

de Minas. Araxá, MG.

• Aguardente Caribena - Produção

artesanal. Descrição do produto e mais.

• Aguardente Tapera - Cachaça com

produção artesanal.

• Aguardente Tucum - Página da

aguardente de cana produzida de forma

artezanal no Caboio. Campos, RJ.

• Aguardente Velho Alambique -

Aguardente, pinga, cachaça, alambique e

outros.

• Alambique de Barro - Pinga obtida

artesanalmente em alambique de barro,

fermento caseiro natural, condensação em

recipiente de vidro, concluindo todo o

processo sem contato com metais.

• Alambique Santa Luzia - Alambique

instalado no Sul de Minas, fabricando

cachaça estocada em tonéis de carvalho,

sendo a Cachaça do Roque e Cachaça

Garimpo da Princesa. São Gonçalo do

Sapucaí, MG.

• Alambiques Gravata - Consultoria,

assessoria, equipamentos para

alambiques (moenda, caldeira, barril e

tonel), projetos, técnica de produção de

cachaça artesanal. Alambiques caseiros e

rurais, história da cachaça e litera turas.

Belo Horizonte, MG.

• APAQ - Associação Pedrazulense de

Aguardente de Qualidade - Entidade

sem fins lucrativos que agrega produtores

de aguardente do município de Pedra Azul

e trabalha pela consolidação dos

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produtores no mercado.

• Armazém Vieira - Bar e cantina

produzindo aguardente de cana-de-açúcar

Armazém Vieira. Florianópolis, SC.

• Artesanato Mamulengo - Cachaça

Rapariga - Venda de cachaça em

embalagens artesanais. Viçosa do Ceará,

CE.

• Bandarra - Comércio de cachaça.

Contém informações sobre a empresa,

reportagens, piadas, receitas de drinks,

pratos e tira-gostos e mais. Belo

Horizonte, MG.

• Bendita - Detalhes de fabricação de

uma cachaça artesanal mineira: o produto,

pesquisa e encomenda. Divulga também

versos famosos sobre Minas Gerais.

• Benvinda Export - Empresa

especializada na comercialização e

exportação de cachaça artesanal.

• Cachaça & Cia. - As cachaças de

Minas, tonel de carvalho, rapadurinha,

caipirinha em pó e doce de leite.

• Cachaça Capelinha - Empresa

especializada na venda desta cachaça.

• Cachaça Coluninha - Aguardente

produzida artesanalmente.

• Cachaça Coral - Aguardente de cana.

• Cachaça da Velha - Cachaça artesanal

bidestilada do Paraná. Aguardente de

cana-de-açúcar em processo de

conversão para o sistema orgânico de

produção.

• Cachaça de Minas Urucuiana -

Produzida e engarrafada em Buritis (MG),

com canas despalhadas sem uso de fogo

e caldo extraído no período máximo de 24

horas após o corte.

• Cachaça do Parol - Destilaria mineira

apresenta sua cachaça artesanal,

envelhecida em barris de carvalho.

• Cachaça Engenho de Minas - Produção

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Page 115: Como construir ,montar e operar uma microdestilaria … · Como construir ,montar e operar uma microdestilaria de álcool combustível (etanol) de capacidade de 100 litros/dia. Aprenda

e comercialização de cachaça artesanal

mineira, envelhecida em tonéis de

madeiras nobres. Site contendo receitas,

processo de fabricação e história da

cachaça, aguardente, caninha, pinga, mar

afa etc... Belo Horizonte, MG.

• Cachaça Export - Apresenta as

cachaças Gold e Silver, além da história

deste aguardente e receitas de coquetéis.

• Cachaça Isaura - Produto brasileiro.

• Cachaça Pirenopolina Web Site - Site

da Cachaça Artesanal de Alhambique.

Fabricada artesanalmente em Pirenópolis,

GO. Fermentada, destilada, produzida e

engarrafada por Paulo de Campos Filho.

• Cachaça Realeza - Reúne informações,

vendas, fotos dos produtos. Varginha, SP.

• Cachaça Riacho Doce - Cachaça

artesanal envelhecida em barris de

carvalho. Como reconhecer uma cachaça

de qualidade. Perguntas e respostas mais

freqüentes sobre cachaça.

• Cachaça Sabor de Minas - Produzida

em Salinas/MG. Varios kits para presentes

ou brindes, inclusive personalizados.

Atende adegas, distribuidoras e

cachaçarias. Fabrica dornas, tonéis e

embalagens de madeira em geral.

• Cachaça Salinas - Empresa

especializada na fabricação de cachaças.

Informações sobre os produtos, a

empresa e sobre a cidade de Salinas, MG.

• Cachaça Santa Terezinha - Site da

cachaça Santa Terezinha. Fotos de seus

produtos e receitas de drink. Vila Velha,

ES.

• Cachaça Sant´Anna - Cachaça de

alambique de sabor elaborado. Kit

caipirinha, cachaça ouro, cachaça drink,

tonéis, mini garrafas e refil de 5 litros.

• Cachaça Sereinha - Apresentação e

venda de cachaça artesanal. Histórico,

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fotos, rótulos (desde sua criação em 1966)

e todo o processo de fabricação:

fermentação, destilação, alambicagem,

envelhecimento e envasamento.

• Cachaça Tucaninha - Produzidas

artesanalmente na região sudoeste de

Minas Gerais.

• Cachaça Velha Aroeira - Produzida

artesanalmente da garapa de cana-de-

açúcar, selecionada e fermentada com

milho maltado. Aguardente. Pinga. Viçosa,

MG.

• Cachaça Volúpia - Site da cachaça

Volúpia tipo exportação produzida com

técnicas a partir de canas selecionadas.

Plantação, fermentação, destilação,

envelhecimento, engarrafamento e

embalagem.

• CachaçaClub - Oferece a cachaça

Pirapora e a cachaça Barranqueira,

produtos da Viena Fazendas Reunidas.

Pira Pora, MG.

• Cachaçaria Salineira - Loja das

cachaças de Salinas, terra da Havana do

Anísio Santiago. Distribuidor da Sabor de

Minas. Vende produtos de Minas, barril e

aguardente Canarinha, Piragibana,

Indaiazinha e as pingas da AMPAQ.

• Cachasite - Produtos oferecidos, preços

e formas de compra.

• Cambéba Cachaça do Brasil -

Informações sobre este alambique,

história, receitas e outros assuntos

relacionados à cachaça. Alexânia, GO.

• Caninha 61 - Álcool, aguardente etc...

• Caninha Artesanal - Caninha destilada

em alambique de cobre e isenta de

aditivos químicos. Experimente ao pé do

tonel. Batatais, SP.

• Caninha Jaguarundi - Mostram o

processo de produção artesanal e opções

para compra no atacado.

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• Caninha Jamel - Receitas de batidas,

produtos e a empresa.

• Caninha Oncinha - Fabrica aguardentes

tradicionais e aromatizadas.

• Caninha Pura do Sertão - Venda de

caninha, ancorotes, vinhos e licores.

Atacado ou varejo. São Paulo, SP.

• Capuava - Atua no mercado como

revenda de gás garbônico (CO2),

fornecendo o produto em cilindros de 18

kg e 23 kg. Também é produtora e

engarrafadora de cachaça.

• Casa da Cachaca - Cachaca artesanal

envelhecida em toneis de carvalho. Lcores

caseiros de fabricação própria. BrROTAS -

SP.

• Caves do Campo - Apresenta suas

cachaças nobres: Aguardente de Cana

Republicana e Aguardente de Cana 6a

Cuba.

• Chico Mineiro - História e vendas desta

cachaça artesanal. Porto Feliz, SP.

• Companhia Müller - Fabricante de

Pirassununga 51, famoso aguardente à

base de cana-de-açúcar. Produz ainda

outras pingas e o conhaque Domus.

• Coquinho do Conde - Aguardente

envasada dentro de um coco seco.

• Empório Cachaça - Trabalha com

cachaças artesanais e brindes como kits

churrasco, estojo em madeira contendo

jogos de dominó, baralho e poker e kits

caipirinha.

• Engarrafamento Pitu - Serviço, história,

curiosidades, oportunidades de negócios e

muita informação sobre a bebida que se

tornou mania de brasileiro: a cachaça.

Vitória de Santo Antão, PE.

• Engenho Santo Mário - Vende cachaça

de fabricação artesanal, vinhos, doces e

licores caseiros.

• Fábrica de Alambiques Santa Efigênia -

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Alambiques em cobre, pré-aquecedores,

resfriadores, coluna para destilação de

álcool, caixas receptoras, projetos de

fabrica de cachaça, dimensionamento de

equipamentos, legalizações de fabricas e

eng arrafadoras etc... Itaverava, MG.

• Fábrica de Cachaça - Alambiques

Gravatá assessora na implantação e

fornecimento de equipamentos a

alambiques, além de kit caseiro e

complementos para quem quiser produzir

sua própria cachaça.

• Fazenda Boa Vitória - Apresenta suas

cachaças Montanhas de Minas, Garotinho,

Moeda Velha e Boa Vitória. Fala também

sobre a história da fazenda, mostra a

produção e ensina a preparar drinks.

• Fazenda Santa Rosa - Trabalha com

aguardente produzida artesanalmente.

Apresenta receitas.

• Fazenda Vale Verde - Produz

aguardente, doces caseiros, orquídeas,

além de dispor de piscicultura e criatório

de aves em extinção.

• Feira da Cachaça de Salinas - Loja de

cachaça de Salinas, conhecida como a

capital mundial da cachaça. Possui

diversas marcas de aguardentes de cana,

com fotos e descrição detalhada de todos

os produtos, além de tonéis e barris.

Entregas em todo o Brasil.

• Freguesia do Carmo - Cachaça de Minas

- Cachaça, pinga e aguardente com selo

de qualidade Ampaq. Envelhecida em

tonéis de carvalho e jequitibá. Prata, MG.

• Garapa Doida - Cachaças de Qualidade

- Loja no Rio de Janeiro especializada

em cachaça, a aguardente de cana-de-

açúcar. Marcas de varios estados

brasileiros. Rio de Janeiro, RJ.

• Musa Aguardente de Banana - Produz e

comercializa esta bebida, produzida

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Page 119: Como construir ,montar e operar uma microdestilaria … · Como construir ,montar e operar uma microdestilaria de álcool combustível (etanol) de capacidade de 100 litros/dia. Aprenda

artesanalmente.

• Pinga de Paraty - Apresenta sua

história, os engenhos, os rótulos antigos,

agenda, receitas de drinks e mais.

• Reduto da Cachaça - Distribui cachaças

do engenho do salto em Guararema/SP e

outras cachaças brasileiras.

• Seleta e Boazinha - Apresenta as duas

aguardentes, informando sobre sua

história e processo de produção com

envelhecimento em tonéis de madeira.

Traz receitas e glossário.

• Shopping da Cachaça - Empresa

especializada na elaboração de projetos

de cachaça de qualidade, com tecnologia

e equipamentos. Equipamentos, tonel,

dornas, barril, engarrafamento, moenda,

alambique, livro, aguardente-de-can a

etc... Belo Horizonte, MG.

• Sindicato da Cachaça - Venda de

bebidas como energéticos (Red Bull,

Flying Horse, Blue Jeans e Flash Power),

Cachaça de Minas, Ypioca, catuaba,

xiboquinha, cervejas, Mate Leão, guaraná,

água mineral, vodka, conhaque etc... Rio

de Janeiro, RJ.

• Tatuzinho - Fornece várias informações

sobre sua aguardente e seus outros

produtos: 3 Fazendas, Velho Barreiro e

Vodka Kamarada.

• UMA - Infromações sobre esta cachaça,

descrição do processo de produção e

qualidade, além de informações para

revenda, exportação e brindes para

empresas. Filiada à ABRABE. Torrinha,

SP.

• Ypióca - Traz a história da empresa,

apresenta os produtos, receitas de drinks,

museu da cachaça e reserva ecológica.

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