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Começando Grupos Familiares Pastorais - David Kornfield

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  • COMEANDO GRUPOS FAMILIARIES

    PASTORAIS

    DAVID KORNFIELD Categoria: Grupos pequenos, discipulado, igreja em miniatura Primeira Edio: Fevereiro, 1999 Coordenao Editorial: Judith Ramos Reviso de Texto: Anglica Rodrigues Edison Mendes de Rosa Lus Francisco de Viveiros

    Capa: Douglas Lucas

    Editora Sepal Caixa Postal 2029, So Paulo, SP, Cep. 01060-970 Telefone (011) 523-2544; FAX (011) 523-2201 E-mail: Editora [email protected]

    Todos os direitos reservados pela Editora Sepal; toda reproduo proibida, a no ser com permisso escrita da Editora Sepal.

    Como indicado, as citaes bblicas foram extradas da Bblia Viva (BV), da Bblia na Linguagem de Hoje (BLH), da Nova Verso Internacional (NVI) ou da Edio Revista e Atualizada (ERA).

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    NDICE

    Introduo . . . . . . . . 5

    Retiro: Introduzindo a Viso dos Grupos Familiares Pastorais . . . . . 9

    1. Nossos Testemunhos . . . . . . 16

    2. Nossos Sonhos . . . . . . . 20

    3. A Importncia das Casas no Ministrio de Jesus . . 24

    4. A Importncia das Casas na Igreja Primitiva . . 28

    5. O Perfil da Igreja Saudvel (Atos 2.42-47) - Parte 1 . 32

    6. O Perfil da Igreja Saudvel (Atos 2.44, 45) - Parte 2 . 36

    7. A Vida do Corpo (1 Corntios 12) . . . . 40

    8. A Importncia do Amor (1 Corntios 13) . . . 44

    Dicas para os Lderes . . . . . . . 48

    Quebra-Gelos . . . . . . . . 49

    Pedidos de Orao . . . . . . . 50

  • Todos os dias, no templo

    e de casa em casa

    no deixavam de ensinar e de proclamar

    que Jesus o Cristo

    Atos 5.42 - NVI

    Voc gostaria que sua igreja experimentasse a qualidade de vida da Igreja do primeiro sculo? Quer vivenciar encontros divinos dessa poca, que deixavam as pessoas cheias de temor santo? Anseia ter o nvel de intimidade e relacionamentos comprometidos e saudveis que os primeiros captulos de Atos demonstra?

    Este livro levar voc de volta incrvel aventura da Igreja do primeiro sculo, uma Igreja que aps, o martrio de Estevo, reunindo-se somente nas casas, ficou trs sculos, experimentando muito poder, alegria e cresci-mento. Essa poca est sendo redescoberta entre ns restaurando o ministrio e a maravilha da igreja nas casas alm da dinmica normal nos templos. Estudando este livro com um grupo de 10 a 15 pessoas, voc se integrar ao grande mover do Esprito que est acontecendo em nossa gerao: a experincia da Igreja em miniatura, a Igreja que se rene nas casas para ter um encontro com Jesus e desfrutar de relacionamentos comprometidos e saudveis pelo fato de sermos uma famlia e estender o amor dEle para o mundo atravs do evangelismo pessoal.

    David Kornfield, missionrio da Sepal, lidera o MAPI (Ministrio de Apoio para Pastores e Igrejas). O MAPI oferece seminrios de treina-mento para pastores e lderes e para o pastoreio de pastores em diversas formas. Reside com sua esposa Dbora e quatro filhos na cidade de So Paulo.

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    INTRODUO

    Deus est trazendo um novo mover de Seu Esprito Igreja brasileira no comeo deste novo milnio. Esse mover to grande que algumas pessoas o entendem como uma segunda Reforma. A primeira Reforma, que comeou com Martinho Lutero, tinha a ver com a justificao pela f e a salvao individual. A segunda Reforma celebra e desenvolve a alegria de sermos salvos a nvel coletivo para, reciprocamente, vivenciarmos a alegria da vida em Cristo.

    Sem querer parecer presunoso observo, pelo menos, cinco grandes expresses desta onda nos ltimos anos no Brasil. So elas:

    1) O movimento de grupos familiares, iniciado por Paul Yonggi Cho;

    2) Os movimentos de discipulado e de comunidades crists, despertados na dcada de 80, com forte influncia de Juan Carlos Ortiz, Jorge Himitian e outros lderes argentinos;

    3) A Rede Ministerial, com nfase sobre equipes de ministrio na igreja, liderado por Armando Bispo e pela Primeira Igreja Batista Regular de Fortaleza;

    4) A Igreja em Clulas, liderada por Roberto Lay e a Igreja Menonita de Curitiba;

    5) A atuao da Sepal, especificamente atravs do MAPI (Ministrio de Apoio para Pastores e Igrejas), liderado por mim.

    Deus est agindo de forma sobrenatural para trazer Sua Igreja um avivamento nos relacionamentos, permitindo que ofereamos esperana a um mundo com relacionamentos cada vez mais quebrados, de famlias mais dispersas e casamentos frgeis e divididos.

    Com os valores da famlia em queda, com a perda de relacionamentos saudveis e a necessidade gritante de as pessoas redescobrirem o amor, Deus est promovendo essa segunda Reforma em Sua Amada Igreja por meio de grupos pequenos saudveis.

    Na minha viso, hoje, existem quatro tipos de igrejas:

  • A. A igreja sem grupos pequenos (clulas, grupos familiares pastorais, koinonias, igrejas nos lares). Este tipo de igreja - que no experimentou a segunda Reforma - continua baseando-se em programas. Nas palavras de Ed Ren Kivitz, mantm o paradigma do Antigo Testamento; o modelo do povo de Deus que se expressa principalmente no culto, no dia sagrado (domingo), no clero e no templo.

    B. A igreja com grupos pequenos, baseia-se ainda em programas, mas inclui os grupos pequenos como um desses programas; como uma boa opo entre muitas na mesa de self-service que os crentes podem desfrutar.

    C. A igreja em clulas. Este modelo baseia-se no desen-volvimento de clulas, sendo estas, o seu corao. Nesse caso, cada pessoa membro da igreja apenas se for membro de uma clula e todas as estruturas da igreja servem s clulas.

    D. A igreja de clulas. Eis uma igreja que encoraja e chama cada pessoa a ser membro de uma clula ou grupo pastoral, mas que entende que existem diferentes tipos de grupos pastorais para as diversas necessidades das pessoas. No MAPI indicamos trs tipos de grupos pastorais: 1) o grupo de discipulado, para o treinamento de liderana, 2) o grupo de apoio, para pessoas enfrentando dificuldades alm da sua capacidade de resolv-las e 3) o grupo familiar pastoral, a clula bsica para a maioria dos membros. Este livro indica como comear este ltimo tipo de clula e como ele funciona.

    Qual destes quatro modelos sua igreja adota? Voc sente o mover do Esprito nessa opo? Na sociedade urbana massificante, como na igreja dominada por programas, poucas pessoas experimentam relacionamentos profundos capazes de trazer alegria, significado e apoio para suas vidas. A alegria de estarem juntos e de compartilharem suas vidas eram caratersticas marcantes entre os integrantes da igreja primitiva. Todos os dias, continuavam a reunir-se no ptio do templo. Partiam o po em suas casas, e juntos participavam das refeies, com alegria e sinceridade de corao, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos (At 2.46, 47 - NVI). Se vamos continuar oferecendo verdadeiramente Boas Novas ao mundo, precisamos redescobrir e restaurar esse estilo de vida.

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    Algumas pessoas podero estar se perguntando: Por que o David, est lanando esta srie de grupos familiares pastorais? Afinal Seus livretes para grupos familiares e o livro Implantando Grupos Familiares (Editora Sepal) no so mais vlidos? Sim, eles so! Esses livretes so muito importantes e teis para grupos familiares evangelsticos, grupos familiares opcionais (no estilo de igreja com grupos) e grupos familiares pastorais.

    Por que, ento, a nova srie pastoral? Porque os outros livretes no ensinam como formar um grupo familiar pastoral, ou uma igreja no lar. Diversas pessoas que procuraram desenvolver tal modelo usando o referido material ou simplesmente estudando o tema das pregaes nos domingos, ficaram perdidas quanto identidade e funo do grupo pastoral ou mini-igreja. A presente srie repara isso e permite que outros livretes, como tambm outros materiais produzidos por outros autores, sejam usados aps esse fundamento ser firmado.

    Os estudos a seguir nos ajudam a entender a natureza da igreja em miniatura, encorajando os participantes a experi-mentar essa realidade. Cada um dos livros desta srie comea com um retiro, seguido por oito encontros semanais. O retiro normalmente ocupa um sbado, sendo, a parte da manh, para um estudo de cerca de quatro horas e, a parte da tarde para lazer e o desfrutar das amizades que o Esprito est aprofundando. O retiro introduz a viso dos grupos familiares pastorais, ajudando-nos a refletir sobre o que uma igreja no lar, um grupo familiar pastoral e, mais especificamente, como funcionaria em nosso contexto.

    Os oito encontros demoraro mais de oito semanas, j que, s vezes, o grupo vai querer aprofundar algum tema e em outros momentos, o Esprito levar o grupo a tratar de assuntos que no tm muito a ver com o estudo daquela semana. Nesses casos, simplesmente deixamos o estudo para a semana seguinte.

    Os dois primeiros encontros aps o retiro quebram o gelo, convidando as pessoas a olhar para seu passado e depois para seu futuro. No primeiro encontro, como encontramos Jesus, e no

  • segundo, alguns de nossos sonhos, sejam estes, pessoais, para a famlia, para o grupo familiar ou para a igreja.

    Os terceiro e quarto encontros nos levam a ver a importncia das casas no ministrio de Jesus e, depois, na igreja primitiva. O Esprito Santo pode ministrar profundamente atravs desses dois estudos em relao ao uso de nossas casas e de nossas vidas e nos libera da dependncia do culto do domingo, do templo e do clero.

    No quinto e sexto encontros, mergulhamos na descrio de Atos 2.42-47, pedindo ao Esprito Santo que nos mostre como podemos nos aproximar dessa realidade to maravilhosa. No estudo, no pensamos sobre como a Igreja poderia mudar mas, sim como nosso pequeno grupo, de 10 a 12 pessoas, e sobre como Deus pode tornar-se vivo em nosso meio.

    Nos dois ltimos encontros, descobrimos mais sobre a vida do Corpo: o quanto cada um de ns importante (1 Corntios 12) e como podemos nos aproximar mais e sermos uma comunidade de amor (1 Corntios 13). Para estabelecermos o sentido de famlia, encorajamos que, no incio, o grupo familiar seja fechado. No final deste livro, aps ganhar um sentido de identidade como grupo familiar pastoral, como mini-igreja, recomendamos que o grupo se abra, convidando outras pessoas, especialmente novos convertidos, para o mdulo seguinte, usando o segundo livro desta srie: Desenvolvendo Relacionamentos Comprometidos e Saudveis (Editora Sepal).

    Espero que este livro possa ser o comeo de uma grande aventura em sua vida: a de aproximar-se do estilo de vida da Igreja primitiva e, assim, ver mais dos resultados que ela experimentou. Abracemos juntos o privilgio de sermos parte desta segunda Reforma!

    David Kornfield Fevereiro de 1999

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    RETIRO: INTRODUZINDO A VISO DOS

    GRUPOS FAMILIARES PASTORAIS

    1. Qual foi o momento de sua vida em que a experincia de ser igreja tornou-se real para voc? (Nessa pergunta de quebra-gelo, como nas outras questes abaixo, cada um gasta um ou dois minutos para responder e depois compartilha sua resposta; 20 minutos).

    2. Quais so os pontos em comum baseados em nossas experincias?

    (10 minutos).

  • 3. A partir do que foi compartilhado, passe para um tempo de louvor (20 minutos).

    4. Como seria uma igreja em miniatura? O que voc mais gostaria de ver no grupo familiar, se ele assumisse essa identidade? (30 minutos).

    5. Viso (explicada pelo lder). A seguir damos nossa definio do

    que o grupo familiar pastoral, que pode ser adaptada ou modificada. Deixamos espaos entre as partes para voc anotar comentrios do lder (30 minutos).

    Um grupo familiar um grupo, reunido num contexto familiar, comprometido em ser uma igreja em miniatura que:

    Glorifica a Jesus Cristo

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    Ouve e obedece a Jesus Ministra s necessidades mtuas do grupo em Seu amor Alcana o mundo para Ele. H trs elementos bsicos e fundamentais para um bom xito

    no desenvolvimento de grupos familiares pastorais. Eles so:

    A. Encontros com Jesus (ouvindo a Deus) - onde a presena, o poder ou os propsitos dEle so revelados em cada reunio.

    B. Sermos uma famlia (incluindo cobertura espiritual) -

    relacionamentos comprometidos e saudveis. C. Crescimento e multiplicao (evangelismo e novos

    con-vertidos) - alvo para o grupo se multiplicar entre 6 e 12 meses.

  • INTERVALO

    6. A descrio dos cinco elementos do encontro abaixo adaptada da pgina 37 do livro Manual do Auxiliar de Clula (Ministrio Igrejas em Clulas, Curitiba, PR). H uma certa seqncia natural, mas a ordem dos elementos pode ser variada de um encontro para outro (40 minutos).

    A) Encontrando uns com os outros. A reunio deve comear com uma pergunta, ou dinmica, sempre que possvel ligada ao tema do encontro, que ajude as pessoas a comearem a compartilhar sobre suas vidas. Isto fortalece os vnculos entre os membros da igreja em miniatura e os ajuda a fazer uma transio entre o corre-corre de seu dia, o encontro com Jesus, ou o estudo. s vezes, isso ocorrer na forma de um quebra-gelo descontrado. Veja a lista de perguntas ou quebra-gelos para comear uma reunio que se encontra na pgina 49 (10 minutos).

    B) Encontrando a Deus. Reunimo-nos para um encontro com

    Jesus. Baseado no que surge no primeiro momento (acima) o tempo com Deus pode tornar-se mais uma expresso de intercesso, de confisso ou de louvor. Neste livro, no colocamos cnticos. Se quiser, providencie cpia de uma msica ou um livrete de cnticos. Muitas vezes, um perodo de silncio para ouvir a Deus pode ser a chave para um encontro divino. Dependendo da orientao do pastor, os grupos podem celebrar a ceia nesse contexto (20-30 minutos).

    C) Evangelismo. Cada membro do grupo deve identificar trs

    pessoas para intercesso e evangelismo pessoal. A cada semana, compartilhamos como vai nosso evangelismo com essas pessoas e intercedemos por elas. Geralmente, no trazemos pessoas no-crentes ao grupo. Ao mesmo tempo, o grupo investe seriamente em ajudar cada pessoa a obter xito em seu evangelismo pessoal (20 minutos).

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    D) Estudo. O enfoque do estudo no acadmico e sim de aplicao prtica, esperando que Deus fale conosco de forma pessoal. Compartilhamos a partir da tarefa feita, no tanto a informao estudada e, sim, como Deus est falando conosco e como queremos mudar nossas vidas para aceitarmos sua palavra.

    Normalmente, a ltima meia hora deve ser gasta em grupos de aproximadamente quatro pessoas, compartilhando, prestando contas e orando. Se faltar tempo, nos ltimos 15 minutos o grupo pode dividir-se em duplas para esse propsito. Para que todos fiquem vontade, s vezes, terminamos o encontro nesses grupos compartilhando um lanche ou algo parecido.

    Os estudos so elaborados neste livro, mas as trs partes anteriores ficam por conta do lder. Os estudos tm um comentrio que as pessoas podem ler aps completarem seu prprio estudo (60 minutos).

    E) Cuidado pastoral: compartilhar necessidades e

    atend-las. Isso deve fluir naturalmente na estrutura acima, mas se passar uma ou duas reunies sem que isso acontea, uma ou mais etapas devem ser puladas para se ter um tempo pastoral. Isso geralmente acontece na diviso para a formao dos subgrupos mas, s vezes, ser importante ter um tempo equivalente no grupo, para que todos fiquem entrosados. Segundo a necessidade, pode-se at dedicar um encontro totalmente a um tempo pastoral (com todos ou em subgrupos), deixando de lado o estudo daquele dia.

    O lder deve sempre ouvir de Deus em sua preparao do

    estudo, assim como os outros membros tambm. Eles devem considerar o grupo uma alta prioridade, preparando-se tanto para receber como para doarem-se Deus e aos outros.

  • 7. Os participantes devem conviver fora dos encontros do grupo. Ajuda muito se morarem prximos uns dos outros. Anote algumas formas em que esse envolvimento poderia acontecer (15 minutos).

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    8. Para que a parte evangelstica funcione, cada um precisa identificar trs pessoas com as quais se encontra com uma certa regularidade, que gostaria de destacar como alvos de intercesso e evangelismo pessoal. Anote trs nomes aqui e depois acrescente os nomes das outras pessoas que os outros membros do grupo compartilharo. Se houver tempo, terminem esse perodo orando em duplas por essas pessoas (30 minutos).

    1. _____________ 2. ______________ 3. _____________

    9. A cada semana haver uma tarefa de, no mximo, uma hora,

    preparando o grupo para o prximo encontro. O grupo responder algumas perguntas relacionadas ao tema do encontro seguinte e ler duas pginas de comentrios sobre esse tema ou texto chave. recomendvel que cada membro do grupo d uma olhada rpida na prxima lio para tirar as dvidas quanto tarefa a ser executada. (5 minutos).

    10. Conclua com oraes de consagrao e intercesso baseados no

    que Deus tem falado neste encontro (25 minutos).

  • 1. NOSSOS TESTEMUNHOS 9 Se voc confessar com a sua boca que Jesus Senhor e crer em

    seu corao que Deus o ressuscitou dentre os mortos, ser salvo. 10

    Pois com o corao se cr para justia, e com a boca se confessa para salvao (Rm 10.9, 10 - NVI).

    1. Qual frase acima chama mais sua ateno? Por qu? 2. Uma forma de nos conhecermos melhor, compartilhar um

    momento muito importante de nosso passado. Cada um de ns tem um testemunho para contar, uma histria de como Deus foi maravilhoso em nos alcanar e a diferena que isso fez em nossas vidas. A primeira parte dessa histria inclui as caratersticas negativas ou problemas que enfrentamos antes de conhecer a Jesus. (Se nos convertemos quando crianas, pode ter havido outro momento, mais tarde, quando entramos em crise, perdendo de vista a presena ou a perspectiva de Deus. Nesse caso, descreva sua condio nesse momento de crise.) Descreva aqui como era sua vida antes de entrar numa relao ntima com Deus.

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    3. Anote as circunstncias que levaram voc a entregar sua vida para Jesus.

    4. Indique a diferena que isso fez em sua vida. Como sua vida

    mudou depois dessa deciso?

    Dicas para o encontro

    No grupo, algumas pessoas podem compartilhar seus teste-munhos. Depois, pode-se dividir em subgrupos para que cada pessoa tenha tempo para compartilhar. Se surgirem pedidos de orao, estes podem ser anotados nas pginas indicadas no final deste livro.

  • COMENTRIO SOBRE ROMANOS 10.9, 10 9 Se voc confessar com a sua boca que Jesus Senhor e crer em

    seu corao que Deus o ressuscitou dentre os mortos, ser salvo. 10

    Pois com o corao se cr para justia, e com a boca se confessa para salvao (Rm 10.9, 10 - NVI).

    Se voc confessar indica a importncia de cada indivduo fazer sua prpria confisso. Ainda que muitas vezes, no Novo Testamento, famlias inteiras tenham se entregado a Jesus, cada membro da famlia precisava ter sua prpria experincia pessoal e fazer sua prpria confisso. Confisso, nesse contexto, quer dizer declarao ou profisso, dando seu testemunho de forma verbal.

    Com sua boca indica que nossas palavras so importantes, elas tm poder. O Salmo 8.2 diz Da boca de pequeninos e crianas de peito suscitaste fora, por causa dos teus adversrios para fazeres emudecer o inimigo e o vingador (ERA). As palavras das pessoas mais novas na f podem emudecer Satans e seus demnios. O poder de Satans se concentra em suas palavras, especialmente mentiras e engano. Mas as simples declaraes de quem ns somos em Cristo deixa-o sem fora, e poder para usar suas armas. (no livro Introduo Cura Interior, de minha autoria, h uma lista destas declaraes nas pginas 168-171, Editora Sepal).

    Jesus cita esse versculo acrescentando uma interpretao em Mateus 21.15: Da boca de pequeninos e crianas de peito tiraste perfeito louvor (ERA). Nosso louvor, a exaltao de Deus, uma fora que acaba com nosso Inimigo. Ele foge quando Deus exaltado, no podendo tolerar a presena do Santssimo que habita nos louvores do Seu povo.

    Nossa confisso precisa ser que Jesus Senhor de nossa vida. Isso inclui que Ele Senhor do nosso tempo, finanas, atividades, trabalho, ministrio, relacionamentos, posses, agenda, enfim, tudo! Aceitar Jesus como nosso Salvador, no suficiente. No Novo Testamento, Jesus chamado de Salvador 24 vezes; de Senhor, 700 vezes. Na verdade, no d para separar os dois papis, mas a nfase do Novo Testamento reconhecermos o Senhorio dEle.

    A confisso oral precisa ser acompanhada por crer em seu corao. Existem diversos tipos de f, mas apenas uma salva. A simples f intelectual, a f que acredita que houve um Jesus histrico que fez o que a Bblia diz, no salva. F que acredita que Jesus Deus, Senhor e Salvador, mas no demonstra fruto do Esprito e obras

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    que fluem dessa vida, tambm no salvam. Como Tiago diz, At mesmo os demnios crem e tremem! A f que salva a f da entrega, que oferece nossa vida para Jesus e aceita a troca divina de Sua vida em ns.

    Ns acreditamos que Deus o ressuscitou dentre os mortos. Nessa ressurreio literal e histrica, temos a prova de que Jesus verdadeiramente foi o filho de Deus, como Paulo declara em 1 Corntios 15. Nossa salvao tem trs partes:

    Passado: quando Jesus entrou em nosso corao;

    Presente: no processo contnuo de santificao;

    Futuro: quando O veremos face a face e seremos como Ele.

    Cada uma destas partes depende do mesmo poder que ressuscitou Jesus dentre os mortos. A cruz e a ressurreio so a base, no s da nossa f, mas, tambm do nosso poder para viver segundo essa f (veja Ef 1.18-23).

    Ser salvo quem une as palavras e o corao. Palavras certas sem vida transformada no so o suficiente, nem o oposto: ser um crente secreto, dizendo que sua vida mudou mas no testemunhar sobre Aquele que a mudou.

    Pois com o corao se cr para justia. Essa f nos torna justos, santos, novas criaturas (2 Co 5.17). No temos uma justia prpria da qual podemos nos orgulhar, e sim o carter de Deus, do qual no somos merecedores (Ef 2.8, 9), mas que Ele escolheu trocar por nosso pecado (2 Co 5.21). Essa f tem olhos espirituais (2 Co 5.7, 16); a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que no vemos (Hb 11.1).

    Com a boca se confessa para salvao. Paulo se repete para no deixar nenhuma dvida. Se ns estivermos envergonhados do Evangelho e de Jesus, Ele tambm ter vergonha de ns (Lc 9.26). Encorajemo-nos com estas palavras de Paulo: Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que no tem do que se envergonhar, que maneja corretamente a palavra de verdade (2 Tm 2.15 - NVI). Compartilhemos as grandes coisas que Deus tem feito por ns!

  • 2. NOSSOS SONHOS 17

    Nos ltimos dias, diz Deus, derramarei do meu Esprito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizaro, os jovens tero vises, os velhos tero sonhos.

    18 Sobre os meus servos

    e as minhas servas derramarei do meu Esprito naqueles dias, e eles profetizaro (At 2.17, 18 - NVI)

    1. Qual das frases acima chama mais sua ateno? Por qu?

    2. Na semana passada compartilhamos sobre o nosso passado. Para

    nos conhecermos um pouco melhor, falemos sobre nosso futuro. Passe um tempo ouvindo a Deus quanto s perguntas que seguem, pedindo que Ele esclarea os sonhos e vises que tem para sua vida.

    3. O que almeja para sua vida? Voc sente que esse sonho vem de Deus?

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    4. Se voc pudesse fazer o que quisesse com sua vida, no tendo

    nenhuma limitao (financeira, educacional, etc.), o que gostaria de fazer?

    5. Que sonhos voc tem em relao sua igreja?

    Dicas para o encontro

    O grupo dever discutir a primeira pergunta e responder brevemente terceira. Em seguida dever se dividir em grupos de 4 pessoas, para compartilhar sobre as outras questes, repetindo os mesmos subgrupos da primeira semana.

  • COMENTRIO SOBRE ATOS 2.17, 18 17

    Nos ltimos dias, diz Deus, derramarei do meu Esprito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizaro, os jovens tero vises, os velhos tero sonhos.

    18 Sobre os meus servos

    e as minhas servas derramarei do meu Esprito naqueles dias, e eles profetizaro (At 2.17, 18 - NVI).

    Nesses versculos, Lucas est citando o profeta Joel (2.28-32). Nos ltimos dias refere-se a dois momentos: idade messinica e aos acontecimentos apocalpticos que sero o prenncio da segunda vinda de Cristo e do julgamento final.

    Deus disse: Derramarei do meu Esprito sobre todos os povos. Esse derramar que aconteceu no Pentecostes no foi apenas para os Doze ou para os 120 reunidos no aposento alto (At 1.15). para cada filho de Deus: para voc e para mim! Essa uno ou batismo vem sem discriminao de raa, sexo ou idade, sendo um derramar missionrio que atingir todos os povos.

    O derramar do Esprito Santo muda radicalmente dando a nossa vida discernimento espiritual, amor, dons, chamados e um entendimento dos propsitos eternos de Deus. Ganhamos a habilidade de perceber realidades espirituais que no podamos ver anteriormente. O ambiente de amor nos d confiana e criatividade que nunca experimentamos antes. Os dons nos do poder espiritual, uma graa divina que toca as vidas de outras pessoas de forma sobrenatural. Nosso chamado nos direciona, enchendo-nos de energia e alegria. O entendimento dos propsitos de Deus permite que alinhemos nossas vidas de tal forma que cada dia conte para a eternidade.

    Os seus filhos e as suas filhas profetizaro. O derramar do Esprito nos permite ouvir a Deus, tornando-nos pessoas que profetizam. Profetizar quer dizer: ouvir uma mensagem de Deus para uma situao especfica. Paulo repetidas vezes destaca que cada crente deve procurar ouvir de Deus dessa forma (1 Co 14.1, 5, 12, 31, 39). No grupo familiar, quando algum compartilha uma crise ou uma necessidade grande, devemos procurar Deus para que nos d Sua perspectiva e orientao sobre o assunto. Um ambiente de louvor e um perodo de silncio para ouvi-Lo podem ajudar tremendamente. Muitas vezes, numa leitura silenciosa da Bblia, Ele pode nos falar, trazendo-nos consolo ou edificao.

    Os jovens tero vises, os velhos tero sonhos. Aleluia!

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    Duvido que exista outro grupo no mundo inteiro to cheio de criatividade e motivao como a Igreja sob o derramar do Esprito. Precisamos estimular-nos e encorajarmo-nos mutuamente a sonhar, tendo vises bem alm do que ns poderamos ter se Deus no estivesse no nosso meio.

    George Barna escreveu dois tremendos livros sobre este assunto: O Poder da Viso (Abba Press) e Transformando a Viso em Ao (Editora Crist Unida). Abaixo, incluo algumas citaes desse segundo livro (pgs. 9, 10, 17):

    Se sua viso para um ano, plante trigo. Se sua viso para uma dcada, plante rvores. Se sua viso para toda a vida, plante pessoas (Provrbio chins).

    Algumas coisas precisam ser acreditadas para ser vistas (Ralph Hodgson).

    Senhor, concede que eu possa sempre desejar mais do que posso realizar (Michelangelo).

    O mundo odeia mudana, no entanto a nica coisa que tem trazido progresso (Charles Kettering).

    Nada digno de ser feito se completa em nossa existncia (Reinhold Neibuhr).

    Viso a arte de ver coisas invisveis (Jonathan Swift).

    O futuro est at onde alcana nosso maior impulso (Joel Barker).

    Quando se trata do futuro, h trs espcies de pessoas: aquelas que deixam acontecer, aquelas que fazem acontecer e aquelas que se espantam com o que aconteceu (John Richardson).

    No havendo profecia, o povo se corrompe (Pv 29.18 - ERA).

    Um pas sem a orientao de Deus um pas sem ordem (Pv 29.18 - BLH).

    Sem viso, as pessoas morrem (Pv 29.18 - traduo do ingls, King James Version).

    Que o Esprito de Deus, a viso que Ele tem de ns e o que Ele quer para ns, sejam derramados sobre Seus filhos hoje. Amm!

  • 3. A IMPORTNCIA DAS CASAS

    NO MINISTRIO DE JESUS 14

    A Palavra (Cristo) tornou-se carne e viveu entre ns; morou entre ns [BLH]. Vimos a sua glria, a glria como do Unignito vindo do Pai, cheio de graa e de verdade.

    Jo 1.14 - NVI

    1. Jesus Cristo tornou-se humano e, como tal, Se revelou, fazen-do Sua morada entre ns, deixando-nos ver como Ele era e como vivia. Ele Se revelou em muitos contextos, e de forma especial, nas casas, demonstrando momentos em que ficava em casa, momentos de intimidade e tambm de ministrio. Anote pelo menos trs versculos ou passagens nos Evangelhos que falam do que Jesus fez nas casas. (Estamos deixando bastante espao aqui para que no encontro voc possa acrescentar os versculos que outras pessoas comentarem. Cada um deve ler um ou dois versculos e depois comentar brevemente, indicando como Jesus usou a casa em Seu ministrio. Alguns exemplos:

    Mc 2.1-11: Jesus estava em casa; momento de ensino, cura, perdo e enviando o curado para sua prpria casa (multiplicando grupos familiares?!).

    Lc 7.36-50: momento de intimidade, de ensino, perdo e salvao.

    Lc 19.1-10: evangelismo pessoal (casa de Zaqueu).

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    2. Qual o impacto desta pesquisa em sua vida ou em sua casa?

    Dicas para o encontro

    Cada um pode compartilhar uma passagem e, depois, todos podem ter uma segunda oportunidade para acrescentar passagens ainda no comentadas. A ministrao do louvor pode vir aps o estudo, e em seguida podem responder pergunta 2 em grupos pequenos.

  • RESUMO

    O ministrio de Jesus comeou na sua prpria casa. Dois discpulos de Joo, o Batista, encontram Jesus aps seu batismo e perguntam onde Ele mora. Ele os convida para Sua casa (Jo 1.38, 39), onde passam a conhecer Jesus de tal forma que entendem Seu verdadeiro carter e misso (v. 40-42). Sua glria revelada no primeiro milagre durante a celebrao de um casamento (Jo 2.1-11).

    Quando Jesus chama homens a segui-Lo (Mc 1.14-20), Ele logo vai para suas casas, curando a sogra de Pedro e trazendo alegria e harmonia a esse lar (Mc 1.29-31). Jesus tinha um ministrio itinerante, mas voltando para Cafarnaum ele estava em casa (Mc 2.1), provavelmente de volta casa de Pedro e Andr. A casa se torna um centro de ministrio, enchendo-se de lderes religiosos junto com a multido. Jesus cura um paraltico, espiritual e emocionalmente, seguido por sua cura fsica. Uma vez curado, Jesus manda que esta v para casa, para comear sua nova vida e ministrio em seu lar (Mc 2.11). Jesus falou de forma parecida para o homem geraseno que foi liberto de demnios: V para casa, para a sua famlia e anuncie-lhes o quanto o Senhor fez por voc e como teve misericrdia de voc (Mc 5.19).

    No chamado de Levi, vemos de novo que Jesus leva o disci-pulado para a casa do discpulo (Mc 2.14-15), fazendo festa com ele, seus discpulos, e os amigos do novo convertido: muitos publicanos e pecadores. A casa se tornou um centro de discipulado e evangelismo. Isso se repetiu no caso de Zaqueu, chefe dos publicanos, de forma dramtica. Jesus o chamou, dizendo Zaqueu, desa depressa (da rvore). Devo ficar em sua casa hoje (Lc 19.5). No final dessa visita, Jesus proclama Hoje houve salvao nesta casa! (v. 9). Jesus recebeu muitas crticas por comer com os publicanos e pecadores (Lc 15.1, 2).

    Jesus tambm freqentava as casas de lderes religiosos, usando os eventos que aconteciam nessas ocasies para ensinar (Lc 6.36-50; 14.1-35). Ele usou ilustraes da vida cotidiana em seus muitos ensinos (Lc 15.3-32).

    As casas eram uma base estratgica para o evangelismo e o discipulado. Quando enviou os Doze, Jesus instruiu-os sobre como

  • 27

    chegar a uma casa, discernir se era digno de ser o centro do Reino de Deus e como estabelecer seu ministrio ali (Mt 10.11-14). Ele fez o mesmo com os setenta (Lc 10.5-11).

    A casa tambm providenciava momentos de intimidade e amizade profunda, especialmente valorizando as mulheres que na poca eram excludas dos crculos religiosos, comumente analfabetas e dominadas por uma cultura machista. Na casa de Lzaro, Maria ficou sentada aos ps do Senhor, ouvindo-O. O privilgio de participar do ensino de um Rabi normalmente era limitado aos homens, mas Jesus defende e valoriza a mulher (Lc 10.38-41). Em outra ocasio, na casa de Simo, o leproso, Maria unge os ps dEle com perfume caro e enxuga-os com os seus cabelos (Jo 12.3; veja Mc 14.3-9), do mesmo modo que uma mulher pecadora em outra ocasio na casa de um fariseu (Lc 8.36-50).

    Jesus precisava de momentos a ss com seus discpulos, e algumas vezes foi para o deserto com esse objetivo (Mc 6.30-32). Em outra ocasio foi para uma casa onde no esperava ser descoberto (Mc 7.24). A casa, ento tornava-se um lugar para retiros, milagres; para conversas com os discpulos mais ntimos (Lc 8.51); momentos de ensino (Mt 13.36) e correes (Mc 9.33-37) ou para celebraes especial. O caso mais notrio foi a ltima noite da vida de Jesus, quando temos o relato detalhado de Joo 13 a 17. Naquela noite, Jesus lavou os ps dos discpulos (e nos mandou fazer o mesmo - Jo 13.14-17); repartiu a ceia, um ato de extrema intimidade, compartilhando de alguma forma seu corpo e seu sangue; revelou a tristeza e a perturbao de seu corao (Jo 13.21); disse palavras profticas quanto s vidas dos discpulos (13.21, 38; Mt 26.31); consolou-os, ensinou e prometeu o Esprito Santo (Jo 14-16); abriu seu corao na orao mais ntima e completa que temos registrada dos Evangelhos (Jo 17).

    Resumindo, podemos dizer que o ministrio de Jesu, antes da cruz, comeou numa casa e terminou numa casa. Jesus usou as casas como centros de ensino, discipulado, evangelismo, cura, intimidade e servio, e ensinou os discpulos, os Doze e os Setenta (e ns?) a fazerem o mesmo.

  • 4. A IMPORTNCIA DAS CASAS

    NA IGREJA PRIMITIVA

    Todos os dias. . . partiam o po em suas casas, e juntos participavam das refeies. . . (At 2.46 - NVI).

    Todos os dias, no templo e de casa em casa, no deixavam de ensinar e proclamar que Jesus o Cristo (At 5.42 - NVI).

    1. Anote pelo menos quatro versculos ou passagens do livro de Atos (no contando os dois acima) ou das epstolas que falam das casas e comente brevemente como elas foram usadas no ministrio da Igreja primitiva.

  • 29

    2. Em que sentido a pesquisa acima causou-lhe impacto? E caso

    voc no tenha sido impactado, poderia dizer por qu?

    Dicas para o encontro

    Como na semana passada, cada pessoa pode compartilhar sobre uma passagem e depois todos podem ter uma segunda oportunidade para acrescentar passagens ainda no comentadas. O perodo de louvor, neste encontro, pode vir depois do estudo, com a diviso em subgrupos para responder segunda pergunta.

  • RESUMO

    Depois da ascenso de Jesus, os discpulos voltaram para a casa onde estavam hospedados (At 1.13), provavelmente ficando no mesmo aposento alto onde tomaram a ceia com Ele, tornando o lugar um centro de reunies, e especialmente de orao, e inclu-indo de forma radical e inovadora as mulheres (At 1.14). Nessa casa, que provavelmente pertencia me de Marcos (At 12.12), o Esprito Santo chegou no Dia de Pentecostes (At 2.1, 2). A vida da igreja primitiva, que comeou numa casa, fluiu natural-mente entre os grandes encontros no ptio do templo e reunies nas casas (At 2.46; 5.42). Elas eram centros de ensino, pregao, comunho, orao, festas e de participarem da ceia do Senhor. Quem tinha uma casa, especialmente uma segunda propriedade, a vendia ou doava para atender s pessoas necessitadas (At 2.44, 45; 4.32-37; 5.1-11).

    Depois do martrio de Estevo, a Igreja parou de encontrar-se no ptio do templo e s se reunia nas casas. Quando Paulo perseguia a Igreja, ele teve que ir de casa em casa (At 8.2). E Deus acabou chegando a Paulo numa casa, curando-o e enchendo-o do Esprito (At 9.11, 17, 18).

    Saindo de Jerusalm, muitos aspectos da vida da Igreja continuavam acontecendo nas casas: curas milagrosas (At 9.39), vises divinas (At 20.6), oraes e viglias (At 12.12), ensino (At 18.26; 20.20), hospedagem de missionrios (At 16.15; 18.7; 21.8, 16) e at perseguies (At 8.2; 17.5).

    Uma casa foi o contexto para a vinda do Esprito Santo no Pentecostes, como tambm para a extenso do Reino aos gentios. Cornlio e sua casa foram o ponto de partida para a Igreja cruzar a barreira transcultural, quebrando o preconceito judaico. Cornlio e todos os de sua casa foram salvos (At 10.2, 22, 24, 44; 11.12-14).

    A Igreja se reunia nos lares (At 12.12), e em muitas de suas cartas, Paulo sada a Igreja que se rene na casa de algum: de Priscila e quila em Roma (Rm 16.5); do mesmo casal quando estavam em feso (de onde Paulo escreveu a primeira carta aos

  • 31

    Corntios - 1 Co 16.19); a casa de Ninfa (Cl 4.15) e de Filemom (1.2). Priscila e quila tambm hospedaram Paulo em Corinto (At 18.3), possivelmente tornando sua casa nessa cidade um centro de reunies ou da Igreja (At 18.26). Nesse caso, parece que aonde eles iam, comeavam igrejas em suas casas: pelo menos em Corinto, feso e Roma.

    Na Igreja primitiva, o lder da casa se convertia primeiro seguido pelo restante da famlia. Por exemplo, um anjo falou para Cornlio que Pedro lhe traria uma mensagem por meio da qual sero salvos voc e todos os de sua casa (At 11.14). Essa mensagem foi pregada para todas as pessoas da casa; isso normalmente inclua empregados, parentes e at amigos (At 10.24). Depois de Ldia ser batizada, bem como os de sua casa, ela convidou os apstolos a se hospedarem em sua casa (At 16.15), onde tambm foram abrigados depois da priso (At 16.40). Os apstolos falaram ao carcereiro que queria saber o que deveria fazer para ser salvo: Creia no Senhor Jesus, e sero salvos, voc e os de sua casa. Ele e todos os seus foram batizados (At 16.30-33). Crispo, chefe da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa (At 18.8).

    Quando Paulo descreveu seu ministrio, falou que ensinava tudo publicamente e de casa em casa (At 20.20). Em Roma, no final de sua vida, ele alugou uma casa por dois anos, onde recebia as pessoas que o procuravam, ensinando e pregando (At 28.30, 31).

    Resumindo, a primeira reunio da Igreja primitiva depois da ascenso de Cristo foi numa casa, e foi ali que o Esprito Santo manifestou-se no Dia do Pentecostes. A Igreja continuou encontrando-se nas casas, at diariamente. Depois do martrio de Estevo, no voltou a encontrar-se num templo ou prdio dedicado ao uso sagrado at o quarto sculo, quando o Cristianismo entrou num declnio muito grande. O livro de Atos abre e fecha no contexto domstico, demonstrando que as casas eram lugares idneos para a Igreja se reunir e realizar seus ministrios.

  • 5. O PERFIL DA IGREJA SAUDVEL

    ATOS 2.42-47 - PARTE 1

    1. Sublinhe as frases abaixo que descrevem a sua igreja. 42

    Eles se dedicavam ao ensino dos apstolos e comunho, ao

    partir do po e s oraes. 43

    Todos estavam cheios de temor, e

    muitas maravilhas e sinais eram feitos por meio dos apstolos. 44

    Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. 45

    Vendendo suas propriedades e bens, distribuam a cada um

    conforme a sua necessidade. 46

    Todos os dias, continuavam a

    reunir-se no ptio do templo. Partiam o po em suas casas, e

    juntos participavam das refeies, com alegria e sinceridade de

    corao, 47

    louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E

    o Senhor lhes acrescentava todos os dias o que iam sendo salvos

    (At 2.42-47 - NVI).

    2. s vezes, muito difcil mudar o perfil de uma igreja inteira. Pode ser bem mais fcil um grupo de 10-15 pessoas mudar o quadro de suas vidas. O que seria necessrio para seu grupo familiar se aproximar mais do estilo de vida descrito acima? (Anote suas idias e depois acrescente as idias de outros no grupo).

  • 33

    3. Pessoalmente, qual a implicao deste estudo para voc?

    Dicas para o encontro

    O grupo dever compartilhar as respostas aos dois primeiros itens e em seguida dividir-se em subgrupos para refletir sobre o terceiro. razovel que ao menos metade do tempo seja utilizado para isto.

  • COMENTRIO SOBRE ATOS 2.42

    Eles se dedicavam ao ensino dos apstolos e comunho, ao partir do po e s oraes (NVI).

    Eles so os 12 apstolos, os 120 que se reuniam no aposento alto (At 1.15) e os trs mil que se converteram pela mensagem de Pedro (At 2.42), sem contar os que o Senhor lhes acrescentava todos os dias (At 2.46). Era um grupo muito grande, cheio de novos convertidos que crescia a cada dia.

    Se dedicavam, perseveravam (ERA), continuavam firmes (BLH) no ritmo de vida indicado nesse versculo. Essa palavra no grego tambm usada em Atos 1.14 e 6.4, onde encontramos a referncia de que todos se reuniam constantemente em orao e os apstolos deixaram as tarefas organizacionais para outros fazerem a fim de dedicarem-se orao e ao ministrio da palavra. Esse tipo de dedicao foi um estilo de vida que comeou antes de Pentecostes com os 120, sendo tambm a grande prioridade dos apstolos como lderes da Igreja.

    Nesse verso, so apresentadas quatro disciplinas espirituais, cada uma delas nos aproximando mais de Jesus. A primeira, o ensino dos apstolos, foi fundamental para a sade dessa Igreja e continua sendo a mesma hoje. No foi ensino terico, mas prtico, ensino a ser obedecido (Mt 28.20). Os apstolos viven-ciavam seu ensino, ensinando com autoridade, com sinais e maravilhas (v. 43), a exemplo de Jesus.

    A segunda disciplina, da comunho, requer o compromisso de continuar junto mesmo quando h conflitos, diferenas de opinio e dificuldades de relacionamento. Essa palavra composta de duas outras: comum e unio. Ela nos leva a ser unidos de tal forma que temos as coisas em comum. No livro Crescendo na Comunho (Editora Sepal), eu defino essa disciplina como o compartilhar tudo o que sou e o que tenho com outros (pg. 17). E certo que, isso requer uma relao profunda e ntima com Cristo, como tambm nos incentiva a ter o mesmo uns com os outros.

    Os primeiros discpulos se dedicavam ao partir do po, a Ceia do Senhor. Algumas pessoas argumentam que a referncia aqui a uma refeio, mas difcil dizer que os discpulos se dedicavam comida tanto quanto orao, a comunho e Palavra! Uma vez que essas atividades so claramente disciplinas espirituais, a interpretao mais

  • 35

    simples e coerente que o partir do po a Ceia, uma atividade espiritual que promove unio com Cristo, assim como as outras. Mais adiante, o texto faz uma distino clara entre o partir do po (a Ceia) e participar das refeies juntos (v. 46).

    Na verdade, a Igreja, durante 15 sculos, manteve a Ceia como atividade central de suas reunies. Os primeiros reformadores tambm a mantinham como uma disciplina central. Foi apenas quando os Anabatistas surgiram com a perspectiva de que Jesus no estava presente e que a Ceia era simplesmente simblica que a Ceia passou a ser parte secundria ou at insignificante na vida rotineira da Igreja. Hoje em dia, a maioria das igrejas evanglicas do Brasil celebram a Ceia uma vez por ms, geralmente como um apndice do culto normal.

    A quarta disciplina e compromisso da Igreja primitiva foi a orao, patente em outros contextos, como j comentamos (At 1.14; 6.4). Essas oraes provavelmente estavam relacio-nadas aos sinais e maravilhas indicados no versculo seguinte. Se a orao de Atos 4.25-30 representativa, os primeiros discpulos chegavam a Deus com humilde ousadia, esperando e recebendo grandes coisas dEle. Depois de orarem, tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Esprito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus (At 4.31).

    A Bblia de Estudo Pentecostal comenta o seguinte:

    As igrejas do NT freqentemente se dedicavam orao coletiva prolongada (At 1.4; 2.42; 4.24-31; 12.5, 12; 13.2). A inteno de Deus que seu povo se reuna para a orao definida e perseverante; note as palavras de Jesus: A minha casa ser chamada casa de orao (Mt 21.13). As igrejas que declaram basear sua teologia, prtica e misso no padro divino revelado no livro de Atos e noutros escritos do NT devem exercer a orao fervorosa e coletiva como elemento vital da sua adorao e no apenas um ou dois minutos por culto. Na Igreja primitiva, o poder e presena de Deus e as reunies de orao integravam-se. Nenhum volume de pregao, ensino, cnticos, msica, animao, movimento e entusiasmo manifestar o poder e presena genunos no Esprito Santo, sem a orao neotestamentria, mediante a qual os crentes perseveravam unanimemente em orao e splicas (1.14). (pg. 1658).

  • 6. O PERFIL DA IGREJA SAUDVEL

    ATOS 2.44, 45; 4.32-37 - PARTE 2 44

    Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. 45

    Vendendo suas propriedades e bens, distribuam a cada um conforme a sua necessidade (At 2.44, 45 - NVI).

    32 Da multido dos que creram, uma era a mente e um o corao.

    Ningum considerava unicamente sua coisa alguma que possusse, mas compartilhavam tudo o que tinham.

    33 Com grande poder os

    apstolos continuavam a testemunhar da ressurreio do Senhor Jesus, e grandiosa graa estava sobre todos eles.

    34 No havia

    pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda

    35 e o colocavam aos ps

    dos apstolos, que o distribuam segundo a necessidade de cada um. 36

    Jos, um levita de Chipre a quem os apstolos deram o nome de Barnab (que significa Filho da Consolao),

    37 vendeu um campo

    que possua, trouxe o dinheiro e o colocou aos ps dos apstolos (At 4.32-37 - NVI).

    1. Qual frase mais chama sua ateno nos textos acima? Por qu?

    2. O cuidar das necessidades uns dos outros (At 2.44, 45) foi um

    idealismo romntico da Igreja primitiva ou o propsito de Deus para ns?

  • 37

    3. Uma regra de interpretao da Bblia que no podemos definir nossa teologia ou prtica de vida apenas com base em passagens histricas. Precisamos interpretar essas passagens luz de passagens didticas, isto , as que nos ensinam como devemos viver, como 2 Corntios 8 e 9.

    A. Em 2 Co 8.1-15, cite atitudes que Paulo afirma ou encoraja, relacionadas a dinheiro ou posses.

    B. 2 Co 8.13-15 contradiz ou apia Atos 2.44, 45?

    C. A ao da Igreja em Atos 2.44, 45 poderia contribuir com qual das atividades em Atos 2.46, 47? Podemos verificar algum paralelo com 2 Co 9.6-12?

    4. Qual a implicao do estudo acima para voc pessoalmente?

    Dicas para o encontro

    No grupo, compartilhem suas respostas aos primeiros dois itens, dividindo-se em subgrupos para o terceiro e quarto, deixando pelo menos a metade do tempo para os subgrupos.

  • COMENTRIO SOBRE ATOS 2.44, 45 44

    Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. 45

    Vendendo suas propriedades e bens, distribuam a cada um conforme a sua necessidade (At 2.44, 45 - NVI).

    Todos refere-se aos 12 apstolos, aos 120 crentes maduros, aos 3.000 novos convertidos e aos que iam sendo acrescentados diariamente. No h um clericalismo ou distino de pessoas com um estilo de vida diferente das outras, ainda que os apstolos fossem claramente reconhecidos como lderes.

    Os que criam esclarece que essa era uma comunidade de f. No havia membresia como ns conhecemos hoje; havia uma f real, que inclua compromisso completo com Jesus Cristo e Sua famlia. No havia rtulo de denominao. A palavra cristo era desconhecida at 43 d.C., (At 11.26). Nas primeiras dcadas, a Igreja era conhecida atravs da sua relao com Jesus (os discpulos), com Deus (os santos), suas caratersticas principais (os que criam; os irmos) ou simplesmente como a Igreja.

    Todos os que criam estavam juntos. A comunidade da f de 3.000, pessoas dentro de algumas semanas passou a ser de 5.000 homens ou uma comunidade de aproximadamente 20.000 pessoas (At 4.4), que crescia mais e mais (5.14). Esse nmero multiplicou-se antes e aps a instituio dos diconos (6.1, 7). Estima-se que a populao que morava dentro dos muros de Jerusalm era cerca de 25.000 pessoas. Se a grande Jerusalm era de cerca 50.000 pessoas, possivelmente a Igreja atingiu perto de 40% ou mais da populao antes do martrio de Estevo e subseqente perseguio. Com razo, os fariseus estavam assustados e a perseguio se tornou feroz! O versculo 46 esclarece que o estar juntos acontecia no ptio do templo e nas casas diariamente. Sem dvida, a proximidade geogrfica, a amizade antes das converses e os relacionamentos de parentesco tinham muito a ver com a intensa vida em comunidade da Igreja primitiva. Do centro de Jerusalm a qualquer casa dentro dos muros no havia mais de sete quarteires. A convivncia e a profunda preocupao com as necessidades mtuas foram multiplicadas pelo fato de todos morarem muito prximos. Precisamos repensar a possibilidade de mudar para vivermos

  • 39

    intencionalmente prximos comunidade de f para a qual Deus tem nos chamado.

    Tinham tudo em comum. As alegrias. As tristezas. As necessidades. Os recursos. As ameaas. A orao. O poder. A graa. O temor santo. Tudo!

    Vendendo suas propriedades e bens, normalmente, quem tinha duas, conforme os exemplos de Barnab e de Ananias e Safira (At 5). As pessoas que criticam a Igreja primitiva por ter se excedido nessas vendas se apoiam no fato de que outras igrejas tiveram que mandar ajuda financeira para ela 13 anos mais tarde (At 11.29). Mas, na verdade, o texto muito claro ao indicar que o motivo dessas ofertas foi a grande fome que veio sobre todo o imprio e a ajuda no era especificamente para Jerusalm e sim para toda Judia. Atos 11 comunica a necessidade da prtica, do cuidado mtuo, e no uma condenao dessa prtica.

    Distribuam a cada um conforme a sua necessidade. Parecido com o ditado comunista: D cada um segundo seus recursos; a cada um segundo sua necessidade. A diferena que foram ofertas voluntrias, uma qualidade que Paulo enfatiza em seu ensino de 2 Corntios sobre o tema (8.8, 10-12; 9.7). Paulo tambm destaca a graa como fonte das contribuies (8.1, 6, 9; 9.8, 14), a atitude de generosidade (8.2-4; 9.5-11, 13), a alegria e louvor (8.2; 9.11-13, 15), a importncia do relacionamento comprometido (8.5, 6), o alvo da igualdade (8.13-15), a necessidade de boa administrao das ofertas (8.16-24), o planejamento para poder contribuir bem (9.1-5) e o valor da recompensa (8.14; 9.6, 8-11, 14).

    Paulo ensina explicitamente que devemos responder s neces-sidades uns dos outros (2 Co 8.14; 9.9, 12), semelhantemente a Jesus, que respondeu s nossas necessidades (2 Co 8.9; 9.15). Em alguns casos, esse cuidado e amor, uns para com os outros, deve incluir aconselhamento financeiro e uma administrao pastoral das ofertas.

  • 7. A VIDA DO CORPO (1 CORNTIOS 12)

    1. Leia 1 Corntios 12.1-11, 27-31. Segundo essas passagens:

    A. Voc tem pelo menos um dom? Sim. No. No est claro.

    B. Quais os dons que: 1) voc sabe que tem e 2) voc pensa que

    poderia ter? (Veja outras listas de dons em Rm 12.6-8; Ef 4.11.)

    2. Leia 1 Corntios 12.12-20. Segundo essa ilustrao do corpo, com

    qual membro do corpo voc mais se identifica? Explique. (Por exemplo: como p, por que gosto de correr para servir, para ajudar a outros; ombro, por que gosto de carregar os fardos de outros.) Depois, no grupo, acrescente o que os outros comentarem.

  • 41

    3. Leia 1 Corntios 12.21-24.

    A. O que voc tem para oferecer ao grupo?

    B. O que voc precisa que o grupo lhe oferea?

    4. Leia 1 Corntios 12.25, 26. Voc se identifica mais com ser, nesse momento, um membro que sofre ou um membro honrado? Por qu?

    Dicas para o encontro

    No grupo grande, compartilhe os itens dois e trs. Dividindo-se em grupos pequenos, compartilhe sobre o item quatro e orem juntos.

  • COMENTRIO SOBRE 1 CORNTIOS 12

    Quando Paulo fala dos dons nos primeiros trs versculos de 1 Cor 12, (e ele faz o mesmo em Romanos e Efsios) ele esclarece que a base para compreender os dons o senhorio de Jesus Cristo. Jesus o Cabea do corpo e os dons no nos do o direito de agir sem ordem e harmonia ou falar coisas erradas e sem fundamento.

    A competio entre os corntios quase dividiu a Igreja. Essa rivalidade era absurda, porque cada um tem diferentes dons, oportunidades de servio e formas como o poder divino se manifesta. Essa diversidade funciona bem onde h unidade e nossa unidade se baseia em termos o mesmo Esprito, o mesmo Senhor e o mesmo Deus, quem efetua tudo em todos (v. 6). Os dons sempre visam o bem comum (v. 7).

    Paulo relaciona nove dons nos versculos 8-10, que defino no primeiro captulo de meu livro Desenvolvendo Dons Espirituais e Equipes de Ministrio (Editora Sepal) e repetirei aqui: Palavra de sabedoria: Receber uma intuio de Deus para

    responder a uma situao especfica. Palavra de conhecimento/cincia: Ter informao dada por Deus

    para uma situao especfica, que de outra forma no seria conhecida. Paulo associa conhecimento com profecia, mistrios e revelao (1 Co 13.2; 14.6).

    F: Visualizar o que Deus quer fazer e manter uma confiana constante de que Ele far, mesmo quando surgirem obstculos que paream ser impossveis de serem superados.

    Dons de cura: Restaurar a sade ao corpo e/ou alma de forma sobrenatural. O plural sugere diversos dons nessa rea.

    Milagres: Superar as leis naturais de tal forma que demonstre a mo divina.

    Profecia: Receber e transmitir uma mensagem imediata de Deus por meio de uma palavra divinamente ungida para uma situao especfica. (Veja o captulo inteiro de 1 Co 14).

    Discernimento de espritos: Perceber e distinguir entre espritos bons (anjos ou o Esprito Santo), espritos maus (demnios) e espritos humanos. (Veja 1 Jo 4.1-6).

    Lnguas: Falar um idioma (espiritual) que nunca tenha apren-dido. Isso pode incluir um dom de lngua particular de louvor.

  • 43

    Interpretao: Dar o significado de uma mensagem entregue atravs de lnguas. (Veja 1 Co 14.5, 13, 27-28).

    Paulo enfatiza a unidade (v. 12-13) como base e o contexto para uma diversidade sadia (v. 14-26). O corpo ilustra os dois conceitos, funcionando como uma unidade e em harmonia, ao mesmo tempo que tem diversos membros que so complementares e interdependentes. Os versculos 14-20 so escritos principalmente para os que se sentem inferiores por no terem os dons mais espetaculares que outros manifestam. No caso dos corntios, como em muitas igrejas hoje, o dom de lnguas havia sido exaltado. Deus coloca cada dom e cada pessoa como Ele quer para que Seu Corpo funcione bem.

    Os versculos 21-26 so escritos principalmente para pessoas que acham que seu dom superior e mais importante. O princpio destacado aqui que todos somos interdependentes, sendo mutuamente dependentes no exerccio de nossas diversas funes. As funes menos destacadas so indispensveis, como as funes de rgos internos de nosso corpo. Devemos dar uma honra especial s pessoas cujos dons no chamam ateno, e no precisamos nos preocupar em honrar aquelas cujos dons se destacam, porque elas j recebem honra atravs do destaque de seus dons ou suas funes. Os dons espirituais devem ser usados no com orgulho, nem visando a exaltao pessoal, mas com o desejo sincero de ajudar o prximo e com um corao que realmente se preocupa com os outros (cap. 13).

    Podemos destacar os seguintes princpios importantes tanto para a Igreja coletiva como para o grupo familiar pastoral:

    Cada um, um ministro. Todos tm um chamado. Somos parte do sacerdcio real (1 Pe 2.9). Um sacerdote um ministro.

    Cada um tem dons e deveria exerc-los. Relacionamentos comprometidos e saudveis so indispens-veis

    para ns exercermos bem nossos dons. Os dons funcionam com base em relacionamentos. O grupo

    familiar abrir muitas oportunidades para os dons flurem. O outro contexto onde isso pode acontecer em equipes de ministrio. Geralmente, Deus no chama pessoas para realizar um ministrio sozinhas e sim em equipe.

  • 8. A IMPORTNCIA DO AMOR

    (1 CORNTIOS 13)

    1. Anote o que chama sua ateno na leitura de 1 Corntios 13.

    Depois, acrescente os comentrios de outras pessoas.

    2. A lista abaixo relaciona caractersticas do amor. Leia-a e d, a si

    mesmo, uma nota de 0 a 10 em cada qualidade (com a possibilidade de 12, se superar as expectativas).

    ____ Paciente. ____ Bondoso, benigno. ____ No invejoso, nem ciumento. ____ No se vangloria, no presunoso, nem vaidoso (

    simples). ____ No se orgulha, no se ensoberbece ( humilde). ____ No maltrata, no grosseiro ( respeitoso). ____ No procura seus interesses, no egosta, no exige que

    faam o que quer (coloca o outro em primeiro lugar). ____ No se ira facilmente, no se exaspera ( calmo). ____ No guarda rancor ou mgoa, no se ressente do mal que

    outros lhe fazem ( perdoador). ____ No se alegra, nem est satisfeito com a injustia e com o

    mal dos outros (deseja e procura justia). ____ Alegra-se com a verdade, regozija-se quando ela triunfa. ____ Tudo protege, sempre defende o outro, no desiste. ____ Tudo cr, sempre acredita no outro, suporta tudo com f. ____ Tudo espera, espera o melhor do outro. ____ Tudo suporta, tudo sofre, leal custe o que custar.

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    3. Indique uma ou duas qualidades nas quais voc mais sente a necessidade de crescer e explique por qu.

    4. Entregue sua reflexo e avaliao nessas pginas em orao a

    Deus. Anote qualquer coisa que voc sente que Deus est lhe

    falando nesse breve perodo de orao.

    Dicas para o encontro

    Se estiver passando para o mdulo seguinte desta srie, acerte os detalhes quanto ao retiro introdutrio, normalmente feito num sbado. Em subgrupos compartilhe e ore sobre itens dois a quatro.

  • COMENTRIO SOBRE 1 CORNTIOS 13

    Eu defino o amor como desejar, e fazer, o melhor para o outro (ajud-lo a tornar-se mais e mais como Cristo), afirmando sua identidade real. Amor um mistrio. No simplesmente uma emoo que vai e vem, que s vezes sentimos e s vezes no. Ao mesmo tempo, no um simples ato de vontade, amamos porque Deus quer, ainda que ns no queiramos. o mistrio que est no cerne do carter de Deus, expresso nas palavras de Joo de que Deus amor (1 Jo 4.8). (Joo o apstolo do amor; ele fala sobre isto 33 vezes nos cinco captulos de 1 Joo.)

    C. S. Lewis, no seu livro Os Quatro Amores (ABU editora, identifica quatro tipos de amor: storge, de afeio, especialmente entre pais e filhos; fileos, de amizade; romntico, de eros e gape o amor incondicional de Deus de 1 Corntios 13. Esse ltimo quase no aparece na literatura secular da poca, sendo uma palavra nova para um conceito novo; e aparece 116 vezes no N.T. Os primeiros trs amores podem ser rivais do gape, no porque amamos algum demais, mas porque no amamos a Deus o suficiente. impossvel, na verdade, amar algum demais, a no ser que lhe amemos mais do que amamos a Deus.

    O gape ama sem depender da resposta do outro. Esse amor divino no reside em ns; reside em Deus e nos alcana quando Deus flui em nossas vidas, quando estamos cheios de Seu Esprito. Esse amor transforma tudo o que fazemos em algo maravilhoso, glorioso e misterioso. Um toque. Uma palavra. Um sorriso. Uma olhada. E vice-versa: os maiores atos ou empreendimentos, sem esse amor, no valem nada. Na verdade, tais atos podem at mudar as vidas de outras pessoas, mas no trazem alegria verdadeira para ns. Essa alegria pelo bem-estar do outro nos ajuda a perceber logo se estamos agindo com gape ou com base em satisfazer certas necessidades nossas de auto-estima, de nos sentirmos importantes ou valorizados. Quando nosso servio, ministrio ou o uso de nossos dons no coloca o bem-estar da outra pessoa acima do nosso, no estamos agindo com gape. Deus no aceita nem a generosidade nem o sofrimento que no so motivados pelo amor. Martrio egosta no vale nada (1 Co 13.1-3).

    No meu livro Desenvolvendo Dons Espirituais e Equipes de Ministrio, captulo cinco, fao um comentrio detalhado sobre as

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    caractersticas do amor (versculos 4-7) em relao aos dons. Aqui, farei apenas alguns comentrios gerais. Russell Shedd, nas notas da Bblia Vida Nova, indica que a pacincia (passiva) e a benignidade (ativa) so dois aspectos da mesma qualidade (vv. 4-5). Sem insistir nos seus direitos, preocupa-se em ajudar os outros. A reao perante as ofensas mostra a presena do gape que resolve criativamente os conflitos. O amor no se mostra indiferente para com as consideraes morais (v. 6). Tambm no crdulo, mas sempre confia na pessoa (v. 7) e no que Deus far nela (Fp 1.6).

    Os versculos 8-10 ressaltam que o amor mais duradouro que os dons. Muitos, especialmente no sculo 20, argumentam que os dons que Paulo comenta nesses versculos cessaram com a definio do cnon das Escrituras, que eles entendem ser o perfeito ao qual Paulo est se referindo aqui. Essa interpretao errada tem trazido muitos problemas para o Corpo de Cristo. O pargrafo a seguir indica que a vinda do perfeito ser quando enxergarmos Jesus face a face. Paulo esclarece isso ainda mais, ensinando sobre os dons em Efsios 4.7-16. Ele diz que precisamos de todos os dons e continuaremos precisando deles at que todos alcancemos a unidade da f e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo (Ef 4.13).

    Atravs do ato de estender Seu amor para ns, Deus nos convida a participar do relacionamento que Pai, Filho e Esprito Santo tm tido desde a eternidade. Em Joo 17 Jesus pede que ns sejamos um: Pai, como tu ests em mim e eu em ti. Que eles tambm estejam em ns... O mistrio do amor se aprofunda. No s um mistrio divino que reside na Trindade, cujo amor e natureza torna os trs um, mas tambm se estende a ns, que atravs do amor gape e nossa nova natureza nos torna um, como Jesus e o Pai so um! Se entendermos esse propsito eterno de Deus, cairemos de joelhos com os coraes quebrantados por estarmos to longe do que Deus quer para ns. Ainda de joelhos, junto com o apstolo Paulo, passaremos a pedir que possamos compreender esse grande amor divino que se estende a ns (Ef 3.14-21).

  • DICAS PARA OS LDERES

    Se voc quiser mais informaes sobre como comear grupos familiares pastorais, obtenha o livro Implantando Grupos Familiares (Editora Sepal, 2a Edio, 1999), de David Kornfield e Gedimar de Arajo. Pastores e lderes que quiserem mais informaes sobre como ser treinados para comear e liderar esses grupos ou grupos familiares evangelsticos, podem entrar em contato com David, na Sepal (CP 2029, S.P., S.P. 01060-970; fone: (011) 523-2544).

    Esta srie de grupos familiares pastorais segue um padro diferente dos outros livretes da Srie Grupos Familiares. Eles tem cinco elementos descritos no retiro introdutrio para todos entenderem como funciona uma igreja em miniatura (pginas 12 e 13). Voc, como lder, deve estar bem familiarizado com eles antes de comear o retiro.

    J que existe bastante dificuldade em fazer todos os elementos da reunio dentro do tempo previsto, sempre procure um equilbrio entre uma reunio e outra. Quanto mais nfase dada a um elemento em uma reunio, menos ele deve ser enfatizado na reunio seguinte. Esteja atento a responder a uma necessidade especial de algum, possivelmente precisando pular o louvor, o evangelismo ou o estudo. Esse ltimo pode acontecer especialmente se for preciso um tempo de cuidado pastoral, para responder a uma necessidade especial de algum que precisa de ateno e ministrao em orao pelo grupo todo.

    A cada semana, na hora de comentar a tarefa, deve-se levar as pessoas s duas pginas da lio seguinte e resolver as dvidas que surgiram ao responder s perguntas.

    Recomendo o seguinte ritmo para o retiro:

    08:30 Chegada 08:40 Primeira sesso (itens 1-5) 10:30 Intervalo com caf ou lanche 11:00 Segunda sesso (itens 6-10) 13:00 Sada ou almoar juntos com a opo de ter um perodo de lazer

    tarde.

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    QUEBRA-GELOS

    1. Aos sete anos, onde era o lugar mais quente de sua casa, emo-cionalmente falando, no qual voc se sentia seguro e amado?

    2. Qual foi um ponto alto ou baixo de sua semana?

    3. Se voc pudesse dar um presente a algum membro do grupo e dinheiro no fosse problema, o que voc daria?

    4. Indique (cada item que segue um quebra-gelo): A. Uma profisso de que voc no gosta. B. Um lugar que gostaria de visitar. C. Uma pessoa que gostaria de conhecer pessoalmente. D. Uma passagem bblica predileta. E. Uma situao na vida que no gostaria de ter passado. F. Uma deciso que se mostrou 10. G. A coisa que mais gosta de fazer na igreja. H. Uma decepo. I. Aos 7 anos eu morava em... J. Sua comida predileta. K. Um filme que gostou de ter assistido. L. Uma viagem que detestou. M. Meu melhor amigo ... N. Uma pessoa da igreja que gostaria de conhecer melhor. O. O ponto alto de sua vida (ou dos ltimos cinco anos, ou do

    ltimo ano). P. O ponto baixo de sua vida (ou dos ltimos cinco anos, ou do

    ltimo ano). Q. Um ponto que Deus est lhe mostrando para melhorar. R. Uma bno esta semana na Palavra. S. Um sonho. T. Uma qualidade que o atraiu ao seu cnjuge. U. Uma qualidade de que voc gosta na pessoa a sua direita. V. Uma qualidade sua (ou uma fraqueza). W. Um dos atributos de Deus mais importante para voc hoje. X. O melhor presente que algum lhe deu. Y. A pessoa que mais o influenciou. Z. O que voc mais gosta de sua casa (ou de seu trabalho).

    Para mais idias, veja Peas Rpidas e Quebra-Gelos, da Editora Vida Nova (1998).

  • PEDIDOS DE ORAO

    Data do pedido

    PEDIDO Data da

    resposta

    Se precisar de mais espao, pode usar outra folha.