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1 COLÉGIO ESTADUAL ADILES BORDIN ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO UNIÃO DA VITÓRIA – PR setembro - 2010

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COLÉGIO ESTADUAL ADILES BORDIN

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

UNIÃO DA VITÓRIA – PRsetembro - 2010

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SUMÁRIO

Apresentação ................................................................................................. 03

Identificação .................................................................................................. 04

Objetivo Geral ................................................................................................ 10

Marco situacional ........................................... ............................................... 11

Marco conceitual ............................................................................................ 33

Marco operacional .......................................................................................... 61

Avaliação do projeto-politico-pedagógico ....................................................... 65

Avaliação institucional .................................................................................... 66

Bibliografia ..................................................................................................... 68

Anexos ............................................................................................................ 70

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APRESENTAÇÃO

O Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Adiles Bordin – Ensino

Fundamental e Médio foi elaborado coletivamente pela comunidades escolar. Para tanto,

foram realizadas reuniões com os profissionais da escola, trabalhos em sala de aula com

os alunos e reunião com os responsáveis pelos alunos para orientá-los sobre o

preenchimento de um questionário para que pudéssemos conhecer melhor a comunidade,

saber seus anseios e expectativas em relação à escola. Nas reuniões com os

profissionais da escola foram estudados e discutidos vários textos, na maioria orientados

pela Secretaria Estadual de Educação e Núcleo Regional de Ensino, o que possibilitou o

estabelecimento de relações com a nossa prática, ou seja, a reflexão sobre a realidade e

a definição de objetivos e ações necessárias para a construção de uma escola

democrática que garanta aos alunos uma educação de qualidade.

Dessa forma, o Projeto Político Pedagógico possibilitou uma reflexão sobre as

finalidades da escola, assim como a explicitação de ações a serem empreendidas por

todos os envolvidos no processo educativo. A construção do Projeto Político Pedagógico,

além de ser uma necessidade, pois aponta uma direção para um compromisso

estabelecido coletivamente, atende o previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

(LDB) 9394/96, em seu artigo 12, inciso I: “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as

normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e

executar sua proposta pedagógica”. Essa elaboração é caracterizada pela autonomia

dentro da escola para efetivação de um trabalho coletivo ao nível de uma prática

cotidiana.

IDENTIFICAÇÃO

O Colégio Estadual Adiles Bordin – Ensino Fundamental e Médio, código 00862,

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está localizado na Rua Ivaldo Thomazi, s/nº, no bairro Cidade Jardim, município de União

da Vitória, código 2840, estado do Paraná. O bairro onde o Colégio está localizado

pertence à zona urbana de União da Vitória e fica a dois quilômetros de distância do

Núcleo Regional de Ensino.

O contato com o Colégio pode ser realizado também pelo telefone/fax (42) 3524

4031 e dos e-mails colé[email protected], [email protected],

[email protected]. O site www.uvaadilesbordin.seed.pr.gov.br está a

disposição da comunidade como mais uma alternativa para conhecer melhor o Colégio.

Este Estabelecimento de Ensino está sob a jurisdição do Núcleo Regional de

Ensino (NRE) de União da Vitória, código 29, e tem como mantenedor o Governo do

Estado do Paraná.

Aspectos Históricos

Em quatro de outubro de mil novecentos e setenta e nove foi fundada, no bairro

Cidade Jardim, a Escola Estadual Dario Bordin para atender os alunos de 1ª a 4ª séries

da comunidade local. O terreno no qual a escola foi construída foi doado pela família

Bordin e a construção do prédio foi realizada com recursos do governo do estado do

Paraná.

Com o processo de municipalização do ensino que ocorreu com a maioria das

escolas de 1ª a 4ª série do Estado, em 1991, a Escola Dario Bordin passou a ser

municipal e em 28 de novembro do mesmo ano é fundada a Escola Estadual Adiles

Bordin – Ensino Fundamental para atender, a partir da 5ª série, os alunos da mesma

comunidade, somente no período da manhã e funcionando as duas escolas no mesmo

prédio.

Quando fundada, em 1991, a escola teve como primeiro nome Escola Estadual do

Conjunto Habitacional Bento Munhoz da Rocha – Ensino de 1º Grau. Recebeu a

autorização de funcionamento do Ensino de 1º Grau nº4056 de 28/11/91, para

implantação gradativa das séries a partir de 1992.

Em 23 de outubro de 1992, pelo ato 3571, a escola passou a denominar-se

Escola Estadual Adiles Bordin – Ensino de 1º Grau. Sua primeira diretora foi a professora

Irene Niemes Jeremias, que mais tarde foi homenageada pela comunidade escolar, tendo

a Biblioteca da escola seu nome.

Em 1993, preocupada em minimizar os problemas de evasão, repetência e

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avaliação classificatória, a Escola busca uma nova metodologia para garantir uma

educação de qualidade e concretizar as orientações do Currículo Básico das Escolas

Públicas do Paraná. Desde então, a sistemática avaliativa foi o cerne das mudanças, ou

seja, buscou-se uma forma de avaliação do desempenho dos alunos não apenas com

provas e notas, pois estas não traduzem o desenvolvimento e a aprendizagem. Optou-se

por uma avaliação diagnóstica e contínua, registrada através de pareceres descritivos que

já eram realizados pelos professores do Ciclo Básico de Alfabetização.

Mas, como o sistema formal ainda exigia notas, o trabalho dos professores foi

realizado paralelamente com notas e pareceres descritivos. Assim, com as duas formas

de registro, além de se tornar mais trabalhoso, a comunidade escolar foi sentindo que as

notas eram desnecessárias e que descaracterizava a prática pedagógica desejada.

Em 2001 a escola passou a trabalhar legalmente com esse sistema de avaliação,

implantando os ciclos de aprendizagem: III e IV ciclo, permitindo a reprovação somente ao

final de cada ciclo.

Em 1994 a escola recebe a renovação para funcionamento nº 1986 de 19/04/94.

O reconhecimento do curso de 1º grau foi outorgado pelo parecer 0038/1995 e pelo ato

4107 de 27/10/95. Pelo ato 3120 de 31/08/98, a escola passa a ser denominada Escola

Estadual Adiles Bordin – Ensino Fundamental. A renovação do reconhecimento do Ensino

Fundamental foi outorgada pelo parecer 0858/2002 e pelo ato 4649 de 26/11/2002.

Com o aumento do número de alunos, devido ao crescimento dos bairros

próximos à escola, houve a necessidade de aumentar a estrutura física da escola. Em

2005, com recursos que foram doados pela comunidade à Associação de Pais, Mestres e

Funcionários (APMF), a escola iniciou a construção de oito novas salas de aula em

alvenaria.

Também em 2005 é autorizado o funcionamento da Sala de Recursos, no período

vespertino, para atender os alunos de III e IV ciclo na área de deficiência mental e

distúrbios de aprendizagem, de acordo com o parecer 0969/2005 e com o ato 1761 de

05/07/2005.

No início do ano de 2006 a escola implantou, de forma gradativa, o Ensino Médio,

passando a denominar-se Colégio Estadual Adiles Bordin – Ensino Fundamental e Médio,

através do parecer 0342/2006 e do ato 203/2006 de 03/02/2006 que autoriza seu

funcionamento.

Com essa implantação e o aumento constante de matrículas, o Colégio dobrou

seu turno de atendimento em 2006, passando a oferecer no período vespertino turmas de

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1º e 2º ano do III ciclo, com a previsão de, gradativamente, atender até o 2º ano do IV

ciclo nesse período.

Em 2008 a Escola recebe seu primeiro Laboratóriod e Informática (Paraná Digital)

Em 2009, a Escola passou a oferecer a Educação de Jovens e Adultos (EJA),

Ensino Fundamental séries finais e Ensino Médio, passando a coordenadar 03 (três)

APEDs (Ação Pedagógica Descentralizada), sendo duas turmas no Colégio Estadual

Inocêncio de Oliveira ( uma turma de fundamental e uma turma de médio); duas turmas

na Escola Municipal Maridalva Palamar ( uma turma de fundamenta e uma turma de

médio) e, duas turmas na Escola Municipal Jacinto Pasin (uma turma de fundamental e

uma turma de médio). Ainda nete ano é construída a quadra de esporte coeberta da

escola, antiga reivindicação dos alunos(as).

Outros diretores nes período foram: Marli Brugnago; Kátia Elizabeth Drosda Senn, Pedro

Rinaldo Ribeiro e, desde 2003, Salvador Ribeiro Jazzini.

Caracterização do Atendimento

O Colégio Estadual Adiles Bordin oferece as séries finais do Ensino Fundamental,

Ensino Médio e EJA (Educação de Jovens e Adultos) como SEDE, e coordenando

03(três) APEDs e Paraná Alfabetizado. O Ensino Fundamental é organizado em dois

ciclos de formação: III e IV ciclo. O Ensino Médio teve sua implantação do ano letivo de

2006, de forma gradativa, tendo hoje todas as turmas e funcionando. A partir de 2010,

está fincionando por Blocos de Disciplinas. A Eja atende por disciplinas, tanto no

Fundamental quanto no Médio.

O atendimento ocorre em três períodos: matutino (das 7 h e 30 min às 11 h e 55

min) e vespertino (das 13 h às 17 h e 25 min), com aulas de 50 minutos e intervalo de 15

minutos (Anexo I), à noite atende das 19:00 às 20:30. Atualmente, o Colégio possui em

torno de 500 alunos matriculados no Ensino Regular, distribuídos em três turmas de 1º

ano do III ciclo, sendo duas no período matutino e uma no período vespertino, três turmas

de 2º ano do III ciclo, sendo duas no período matutino e uma no período vespertino, três

turmas de 1º ano do IV ciclo no período matutino, sendo duas no período matutino e uma

no vespertino, duas turmas de 2º ano do IV Ciclo no período matutino, duas turmas de 1ª

série, uma turma de 2ª série e uma turma de 3ª série do Ensino Médio no período

matutino (Anexo II). Possui seis APEDs (EJA) e na SEDE atende turmas de Ensino Médio

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e Ensino Fundamental.

No período vespertino funciona uma Sala de Recursos para atender, no máximo

vinte alunos regularmente matriculados no período matutino no Ensino Fundamental de

III e IV ciclo ou 5ª a 8ª séries da rede estadual, egressos da Educação Especial ou

aqueles que apresentam problemas de aprendizagem com atraso acadêmico significativo,

distúrbios de aprendizagem que necessitam de apoio especializado complementar para

obter progresso no processo de aprendizagem na Classe Comum. Esses alunos são

atendidos individualmente ou em grupos de até três alunos, conforme cronograma

elaborado pela professora regente da Sala de Recursos e equipe pedagógica (Anexo III).

Os grupos de alunos são organizados por faixa etária e/ou conforme as necessidades

pedagógicas semelhantes dos mesmos. O atendimento pode ser de duas a quatro vezes

por semana, não ultrapassando duas horas diárias.

O Colégio também oferece Salas de Apoio à Aprendizagem, que é uma ação

pedagógica da Secretaria de Estado da Educação para enfrentamento dos problemas

relacionados ao ensino de Língua Portuguesa e Matemática e às dificuldades de

aprendizagem, identificadas nos alunos matriculados no 1º ano do III ciclo, no que se

refere aos conteúdos de leitura, escrita e cálculo.

No período matutino o Colégio tem uma Sala de Apoio de Matemática e uma de

Língua Portuguesa para atender os alunos que estudam regularmente no período

vespertino, e neste tem uma Sala de Apoio de Matemática e uma de Língua Portuguesa

para atender os alunos que estudam regularmente no período matutino. A carga horária

para cada uma das disciplinas é de quatro horas-aula semanais, sendo ofertadas duas

vezes por semana duas aulas germinadas (Anexo IV).

O Colégio também oferece o Centro de Estudos de Língua Estrangeira Moderna

(CELEM) de Espanhol, conforme cronograma em anexo (V).

Também oferece duas turma do Viva a Escola ( projeto da Secretaria de Estado

da Educação), uma turma de voleibol e uma turma de informática.

Quadro de Pessoal

O Colégio Estadual Adiles Bordin possui atualmente quarenta professores

quatorze funcionários (Anexo VI). A maioria dos professores (72,5%) são concursados

(QPM/SCO2), 97,5% dos professores possuem o Ensino Superior completo em sua área

de atuação. Os professores que ainda não possuem o Ensino Superior completo não são

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concursados, estão cursando a faculdade e atuam na área em que estão sendo formados.

Duas professoras possuem formação na área de Educação Especial, sendo que

uma é professora da Sala de Recursos e outra é professora de Apoio Permanente de uma

aluna com Esquizofrenia . Essa professora atua no contexto da sala de aula em que o

aluno está matriculado, auxiliando-o em suas dificuldades.

Quanto aos funcionários, onze são concursados e apenas dois possuem outro

vínculo (PSS). Um funcionário é contratado e pago com recursos da APMF. Sete

funcionários possuem curso superior completo, quatro funcionários possuem o Ensino

Médio completo, três possuem o Fundamental completo.

Para atender aos 600 alunos matriculados atualmente, a escola precisa de mais

funcionários (inspetor e pedagogo), sobretudo, no período matutino que possui cerca de

430 alunos.

Organização do Espaço Físico

O Colégio Estadual Adiles Bordin funciona no mesmo prédio da Escola Municipal

Dario Bordin e a maioria dos espaços são compartilhados. O Colégio Estadual Adiles

Bordin ampliou seu espaço construindo salas de aula (duas no piso inferior e seis no

superior) e, atualmente, possui seis salas de aula no piso inferior e seis salas no superior.

Duas salas foram disponibilizadas para o Laboratório do Paraná Digital e sala de

professores e uma para Biblioteca e Laboratório do PROINFO.

No piso inferior possui ainda: duas secretarias (uma estadual e outra municipal),

duas salas de uso dos pedagogos (uma estadual e outra municipal), uma cozinha

pequena, uma despensa também pequena e sem ventilação, dois banheiros para

professores e funcionários com apenas um vaso sanitário e uma pia em cada, um

banheiro para meninas com quatro vasos sanitários, um banheiro para meninos com três

vasos sanitários, uma pequena área coberta onde estão dispostas cinco mesas com

bancos para que os alunos possam lanchar, que funciona como um refeitório inadequado.

Há também três salas de aula separadas do prédio principal que são usadas apenas pelo

município.

Com o crescente aumento de alunos, professores e funcionários, esses espaços

tornaram-se pequenos e, segundo medidas técnicas da FUNDEPAR, insuficientes para o

número de alunos. Além disso, a escola não possui um banheiro adaptado para os alunos

cadeirantes que já estão matriculados (um aluno no estado e dois alunos no município).

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Na parte externa há uma quadra coberta e outra quadra pequena sem cobertura,

com piso bruto, e um pátio na frente da escola. Há também uma pequena parte coberta,

além daquela onde estão as mesas, onde os alunos formam as filas para a entrada nas

salas de aula. O Colégio possui também um pequeno estacionamento, uma área lateral

onde foram construídos os canteiros para os alunos desenvolverem a horta escolar, uma

casa de alvenaria onde mora um Policial Militar que cuida da escola.

Apesar de ser fácil o acesso à parte inferior da escola, ela não possui nenhuma

adaptação para alunos cadeirantes, apenas a entrada nas salas, e o acesso ao piso

superior é impossível a estes.

OBJETIVO GERAL

O Colégio Estadual Adiles Bordin se preocupa com a formação humana do aluno,

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por isso queremos construir uma escola que forme um cidadão integralmente, que tenha

um projeto de vida que leve em conta o bem comum e que use o conhecimento para sua

efetivação. Queremos uma escola que dê todas as condições para o aluno, através do

seu aprendizado, para que ele possa romper com essa sociedade capitalista, excludente

e injusta. Uma escola que seja democrática, que dê as mesmas condições de partida para

todos os alunos, mas também as mesmas condições de chegada, uma escola pública que

garanta o pleno desenvolvimento do aluno. Portanto, é necessário que a escola trabalhe

para formar sujeitos críticos, que saibam defender seus interesses e os da coletividade,

que não fiquem apáticos e paralisados diante das injustiças que ameaçam o bem comum,

que se reconheçam parte da sociedade e que saibam que o que nela ocorrer os afetam

diretamente, que lutar por ela é lutar por si e pelos outros sujeitos.

Para tanto, é necessário valorizar e respeitar a cultura que o aluno traz, além de

trabalhar outras culturas para que ele também valorize e respeite a diversidade. Partindo

do conhecimento que o aluno possui, será trabalhado o conhecimento científico como um

processo dinâmico que precisa ser compreendido, construído e reelaborado, e não como

algo pronto e acabado que deve ser memorizado.

A avaliação terá um papel central na efetivação dos nossos objetivos. A partir da

avaliação diagnóstica e emancipadora é que poderemos incluir todos os alunos no círculo

da aprendizagem, fazendo com que superem suas dificuldades e desenvolvam suas

potencialidades.

MARCO SITUACIONAL

Vivemos em uma sociedade capitalista, injusta, organizada em classes desiguais.

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A globalização é um fenômeno que tem sido usado para caracterizar essa sociedade que

exclui, classifica, explora, gera desemprego e todo tipo de violência.

Essa globalização apresenta, de um lado, a homogeneização dos espaços e da

sociedade e, de outro, a ampliação das desigualdades sociais e econômicas. Ou seja,

teoricamente, todos têm liberdade e possibilidade de participar de todos os espaços

sociais, mas na realidade o que acontece é que a grande maioria da população vive à

margem, sem ter acesso nem aos direitos básicos como educação e saúde, numa

evidente exclusão. Para que possamos considerar uma pessoa realmente incluída na

sociedade, de acordo com Kuenzer (2005), é preciso, em primeiro lugar, que ela participe

da produção e apropriação dos bens, ou seja, que tenha um trabalho e possa usufruir de

tudo o que a humanidade produz. Em segundo lugar é preciso que a pessoa participe da

posse e da construção do conhecimento e da cultura e, finalmente que ela tenha acesso

ao poder, usando seu direito de eleger e ser eleito. Isto não é possível numa sociedade

capitalista, portanto, poucas pessoas num mundo que vende o sonho da liberdade são

realmente livres para incluírem-se nele.

Nosso país vive essa realidade que vem sendo construída há mais de quinhentos

anos: apesar de ser grande e rico, a maioria da população não possui condições dignas

de vida. A riqueza sempre concentrada na mão de poucos é a principal causa do

empobrecimento da maioria da população, ao lado do desemprego, da vulnerabilidade

externa, da carência de serviços básicos, como saúde e educação, e das relações de

corrupção, principalmente entre políticos e grandes empresas.

A concentração de renda pode ser entendida melhor quando transformamos os

dados em um exemplo mais prático: imaginemos que 57 pessoas, que são as mais

pobres, tenham que dividir 3 sanduíches; 26 pessoas, que são pobres, tenham que dividir

9 sanduíches; que 13 pessoas, que são ricas, tenham que dividir 26 sanduíches; e que 4

pessoas, que são as mais ricas, tenham 62 sanduíches para serem divididos. Esses são

os dados da riqueza produzida por todos, mas que ficam nas mãos de poucos.

O Colégio Adiles Bordin atende exatamente essa população que participa da

produção da riqueza, mas que é excluída do produto dessa produção. Para ter um

conhecimento melhor da comunidade que a escola atende, elaboramos um questionário

(Anexo VII) para ser respondido pelas famílias. Assim, foi possível levantar vários dados

importantes que contribuirão para nossa ação pedagógica.

Além da comunidade do bairro Cidade Jardim, o Colégio atende os alunos dos

bairros próximos (Bairro Bento Munhoz, Conjunto Panorama, Conjunto Bandeirante,

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Bairro Bom Jesus, Bairro Ouro Verde e Bairro São Sebastião), porque nesses bairros não

há escolas que ofereçam as séries finais do Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Não

possuímos, no momento, alunos que venham de reservas indígenas, do campo,

quilombolas, itinerantes e ilhéus.

A grande maioria das famílias dos alunos possui religião (97%), sendo que 75%

das que possuem declaram-se católicas e as demais evangélicas. Quanto à origem

étnica, 66% são descendentes de europeus (portugueses, italianos, poloneses,

ucranianos, alemães) e 28% são descendentes de índios e negros e, quanto à raça, 56%

declaram-se brancos, 8% negros, 30% pardos e 6% amarelos.

A comunidade acredita que no Brasil há o pior tipo de racismo, que não há raças

superiores ou inferiores e que os preconceitos que temos, mas negamos, nos são

passados pelas piadas, pela televisão e pela própria família.

Em nossa sociedade não existe apenas um modelo de família, pois construímos

laços familiares com as pessoas com as quais moramos. Em nossa comunidade, a

maioria das famílias (62%) são formadas por até cinco pessoas, possuindo vários graus

de parentescos entre elas, como pais, avós, tios e primos.

Quase na metade das famílias (42%) existem problemas constantes de saúde que

afetam um ou mais membros da família. Entre os mais freqüentes aparecem os

problemas com pressão arterial, pulmão, coração e depressão. Além disso, 24% da

comunidade possui um familiar dependente químico (álcool ou fumo).

Várias dificuldades encontradas na comunidade foram apontadas, em ordem de

preocupação: uso de drogas, animais soltos na rua, roubos, esgotos e valetas a céu

aberto, ruas em péssimas condições de tráfego, vandalismo contra o patrimônio público,

lixo nas ruas, iluminação pública precária, falta de áreas de lazer, falta de segurança,

destruição ambiental, falta de respeito entre as pessoas.

Quanto ao problema dos animais soltos nas ruas (cachorros, gatos e cavalos),

que preocupa 62% da população, a comunidade sugere que as autoridades das áreas da

saúde e justiça tomem providência e que haja um trabalho de conscientização que atinja

principalmente os donos desses animais.

Sobre o problema do lixo, a grande maioria (71%) coloca na frente de casa para

ser levado pelo caminhão de coleta, apenas 3% utiliza o lixo orgânico no quintal da

própria casa. Ao colocar o lixo para ser coletado, 51% da comunidade faz a separação

dos materiais que podem ser reciclados.

As pessoas da nossa comunidade têm valor pelo que são e não pelo que têm,

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mas acreditamos que elas deveriam ter acesso a todos os serviços e bens produzidos

pelo trabalho humano para a garantia de sua cidadania. Infelizmente não é isso que

acontece: os bens materiais que a maioria das famílias possuem são a televisão (82%), a

geladeira (73%), o aparelho de som (66%), a casa (66%) e a bicicleta (66%). Apenas uma

pequena minoria possui vídeo-cassete, DVD, computador, internet, antena parabólica e

carro.

Quanto aos serviços, a maioria tem apenas água encanada e luz elétrica (80%),

esgoto, telefone fixo e celular são possuídos por menos da metade das famílias. O meio

de locomoção mais usado é a bicicleta e os menos usado são o ônibus (pelo custo da

tarifa) e o carro.

O serviço de telefonia é considerado importante pela comunidade, sendo que o

celular ainda é mais acessível que o fixo. A comunidade destaca, porém, que na escola o

telefone celular é desnecessário e prejudicial aos estudos, não concordando em hipótese

alguma com seu uso dentro do Colégio.

O lazer é considerado importante para uma boa qualidade de vida, sendo uma

atividade presente na maioria das famílias, através das seguintes atividades:

campeonatos, festas, bailes, jogos e passeios. Por isso, a comunidade sugere que nos

finais de semana o Colégio e outros espaços, como o Centro Comunitário, sejam usados

para atividades desse tipo, além de serem usados para oferecer cursos de teatro, dança e

informática.

Sobre a questão do trabalho, a comunidade apresenta a seguinte realidade: a

maioria trabalha com carteria assinada exercendo as seguintes profissões: mecânico,

pedreiro, pintor, doméstica, professora, vigia, secretária, cozinheira, marcineiro,

comerciante, motorista, servente, operador de máquina e jardineiro. Na comunidade

existem casos de menores que trabalham para ajudar na renda familiar, fazendo “bicos”

como ajudante de pedreiro, ajudante de mecânico, sorveteiro, jardineiro.

A renda da maior parte da comunidade (55%) é de um a dois salários mínimos,

13% ganham menos que um salário e apenas 11% mais que cinco salários. Portanto, a

maioria da comunidade é beneficiada com algum programa do governo que visa diminuir

as desigualdades sociais: 40% são beneficiadas com o programa Bolsa-família do

governo federal, 13% participam do programa Leite das Crianças, 13% são beneficiadas

com o programa Luz Fraterna e 2% com o programa Água em sua Casa, todos do

governo estadual. A opinião que possuem a respeito desses auxílios é que eles ajudam

muito, são importantes para melhorar um pouco as condições sociais das famílias, mas o

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ideal seria que todos tivessem oportunidade de trabalhar e com isso garantir o sustento e

o bem-estar da sua família.

Quanto ao nível de escolaridade da comunidade, a maioria possui o Ensino

Fundamental incompleto e uma pequena minoria possui o Ensino Superior completo.

Várias pessoas das famílias dos nossos alunos, que não tiveram a oportunidade de

continuar seus estudos anteriormente, voltaram a estudar na Educação de Jovens e

Adultos (EJA).

Vários pontos positivos da escola são destacados pela comunidade: a atuação

dos professores, o atendimento prestado pelos funcionários, as atividades oferecidas pela

escola (piquenique, festas, futsal, grupo de teatro), o nível de aprendizagem dos alunos e

os conteúdos trabalhados em sala de aula e a organização da escola em geral. Alguns

pontos também são destacados para serem melhorados: o comportamento de alguns

alunos que desrespeitam os colegas, a indisciplina de alguns alunos.

Através do questionário e das conversas freqüentes com as pessoas da

comunidade, sentimos que todos querem um futuro melhor para seus filhos, querem que

eles sejam pessoas felizes, que tenham acesso ao conhecimento e que possuam um

trabalho e possam usufruir do produto dele, ou seja, o rompimento desse modelo de

sociedade em que vivemos é uma necessidade urgente, pois da maneira como ela está

organizada não terá espaço para todos viverem com dignidade.

Sabemos que esse modelo de sociedade foi construído historicamente, segundo

valores da classe dominante e que, portanto, pode ser transformada. Nesse sentido é que

destacamos o papel da escola, descartando duas posturas inadequadas, citadas por

Kuenzer (2005). A primeira postura diz respeito ao imobilismo, ou seja, não podemos

pensar que a sociedade é assim mesmo e que nada podemos fazer porque a escola é

determinada pelas mesmas políticas que mantém esse modelo de sociedade. A segunda

postura diz respeito ao idealismo, ou seja, não podemos ser ingênuos a ponto de pensar

que somente através da escola mudaremos o mundo e que ela é a solução para todos os

males.

Diante disso, nossa opção é por uma postura responsável, ou seja, temos

consciência que a burguesia cede alguns espaços para a classe trabalhadora e um deles

é o espaço escolar. Sendo cedido pela classe dominante não está isento das ideologias

dessa classe que deseja apenas a reprodução do modelo social que oprime, explora,

classifica e exclui. Mesmo assim, acreditamos que o objetivo do nosso trabalho, que

contraria o que vemos na sociedade é formar a pessoa humana para que seja ética,

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solidária, que possua um projeto de vida que leve em conta o bem comum e que force

espaços de atuação para que essa sociedade perversa seja transformada. Nosso

trabalho, por si só, não transforma a sociedade, mas pode formar pessoas melhores, com

capacidade para intervir e transformar.

Nesse contexto é que se situa o Colégio Estadual Adiles Bordin – Ensino

Fundamental e Médio e EJA, apresentando a seguinte realidade:

Aprendizagem

Fase ano Sem freq

%

Aprov % Reprov % Transf % Desist %

1º 2005 0 2,4 6,0 4,8

ANO 2006 0 0,0 15,0 7,0

3º 2007 0 3,8 13,6 2,9

CICLO 2008 0 10,2 10,2 0

2009 0 100,00%2º 2005 0 72,9 4,9 22,2 0ANO 2006 0 65,0 8,0 10,0 17,03º 2007 0 76,9 5,4 13,2 4,3CICLO 2008 0 77,7 11,1 11,1 0

2009 0 93 71º 2005 0 2,0 10,2 0ANO 2006 0 0,0 11,0 9,0IV 2007 0 0,0 7,6 3,2CICLO 2008 0 5,7 5,7 1,1

2009 0 100

2º 2005 0 79,2 6,9 4,6 9,3

ANO 2006 0 64,0 8,0 16,0 12,0

IV 2007 0 71,1 11,5 8,7 8,7

CICLO 2008 0 82,6 10,6 6,6 0

2009 0 94 4,1 3,9

1EM 2006 0 45,0 6,0 21,0 28,0

2007 0 60,4 16,2 9,3 13,9

2008 0 63,7 22,4 6,9 6,9

2009 0 89,1 6,9 4

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2 EM 2007 0 74,0 3,7 11,1 11,1

2008 0 71,4 14,2 14,2 0

2009 0 92 4 4

3 EM 2008 0 77,7 0 16,6 5,52009 0 100

Analisando o quadro acima, vemos que no 1º Ano do III Ciclo e no 1º Ano do IV

Ciclo não há porcentagem de aprovação porque a escola está organizada em ciclos de

aprendizagem e nessas séries não há reprovação, exceto por freqüência, como determina

a LDB 9394/96, artigo 24, inciso VI, “o controle de freqüência fica a cargo da escola,

conforme o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino,

exigida a freqüência mínima de sententa e cinco por cento do total de horas letivas para

aprovação”.

Há uma grande porcentagem de transferidos porque as famílias dos alunos

mudam muito de endereço por questões sociais: moram em casas alugadas ou mudam

de cidade em busca de emprego. É comum, porém, haver retorno desses alunos no

decorrer do ano letivo.

Um dado que preocupa a todos é a porcentagem de alunos desistentes e sem

freqüência, ou seja, alunos que foram matriculados e não frequentam regularmente as

aulas. Mesmo sendo um índice baixo, nos inquieta já que nosso objetivo é garantir o

acesso a e permanência das crianças/adolescentes na escola. O motivo dessas

desistências, na maioria das vezes, é o ingresso desses no mercado de trabalho.

Geralmente são alunos em defasagem idade/série que precisam trabalhar para ajudar no

sustento da família e esta, por sua vez, incentiva o trabalho em detrimento da escola

porque a necessidade que possuem é imediata. Sabemos que vários alunos que desistem

da escola regular acabam retornando mais tarde para a Educação de Jovens e Adultos.

Em todos os casos de alunos que reprovaram por freqüência e que desistiram

houve o seguinte procedimento por parte da direção e equipe pedagógica: conversa com

o aluno, conversa com os responsáveis pelo aluno, encaminhamento para o Conselho

Tutelar. Infelizmente estas ações não deram conta de mantê-los na escola.

Mesmo não sendo possível avaliar a aprendizagem somente através de dados,

sendo esta um processo contínuo, que não acontece por saltos, os dados nos dizem que

a grande maioria dos alunos aprende. Um avanço significativo que tivemos foi a

implantação da Sala de Recursos e da Sala de Apoio à Aprendizagem no ano de 2005,

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pois os alunos que antes possuíam dificuldade e necessitavam de um atendimento

diferenciado tinham apenas o período regular para superá-las. Desde a implantação dos

ciclos, os profissionais da escola começaram a se preocupar com as questões de

avaliação e com um apoio para todas as turmas no período contrário da sala regular, o

que tem sido uma reivindicação constante.

Enfrentamos algumas dificuldades no dia-a-dia que interferem na aprendizagem

dos alunos, como a não realização das tarefas de casa, a falta de cuidado dos materiais

por parte dos alunos, a falta do hábito de estudo, a falta de incentivo e motivação para

estudar, a dificuldade de relacionamento entre alguns alunos e a dificuldade que alguns

alunos apresentam na atenção, concentração e memória. Outra dificuldade se refere à

concepção de alguns alunos que, influenciados pelo mundo adulto e pela sociedade em

que vivem, acreditam que devem estudar apenas para passar de ano e que a escola que

tenta não classificar nem excluir não exige estudo.

As disciplinas trabalhadas no Colégio Adiles Bordin, assim como a carga horária,

estão de acordo com a matriz curricular (Anexo VIII) que ficou assim definida para atender

ao artigo 26 da LDB 9394/96, a instrução nº 04/2005 da Secretaria Estadual de Educação

e as necessidades e realidade da escola. Além da Base Nacional Comum, o Colégio

oferta no Ensino Fundamental uma Língua Estrangeira Moderna como parte diversificada:

Língua Inglesa e no Ensino Médio a Língua Inglesa e a Língua Espanhola A prática

pedagógica dentro de cada área é orientada pelas Diretrizes Curriculares Estaduais que

foram construídas pelos professores do Estado do Paraná. O planejamento em cada área

do conhecimento é realizado pelos professores semestralmente, depois que tivereem

conhecimento da turma que irão trabalhar.

Os conteúdos trabalhados em cada área levam em consideração os

conhecimentos que os alunos já possuem. Ou seja, parte-se da prática social, ampliam-se

os conhecimentos para que, novamente, eles sejam aplicados na prática social. Existem

conteúdos que se tornam mais difíceis para os alunos fazerem essa ponte conhecimento-

prática, por isso é fundamental partir da realidade mais próxima e valorizar a contribuição

dos alunos durante as aulas.

Portanto, os professores não se prendem somente ao livro didático ou ao

planejamento; acontecimentos que ocorrem no dia-a-dia são aproveitados para se

trabalhar com o conhecimento científico, temas sociais contemporâneos (desemprego,

fome, racismo, relações de gênero, água e meio ambiente, entre outros) são valorizados e

estão muito presentes em sala de aula, assim como temas que vão surgindo durante o

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ano e criando a necessidade de serem abordados (Drogas, Sexualidade, entre outros).

A história e a cultura afro-brasileira, africana e indígena também são temas

contemplados, sobretudo, nas áreas de História, Língua Portuguesa e Artes, e os estudos

sobre o Estado do Paraná estão inseridos nas disciplinas de História e Geografia.

Com relação à Educação Fiscal, seis professores foram capacitados para serem

os disseminadores, possuindo o compromisso de trabalhar com os colegas e alunos os

conteúdos inerentes ao Curso on-line do programa Nacional de Educação Fiscal, como

objetivo de promover o exercício da cidadania.

São trabalhados em todas as turmas os temas sociais contemporâneos.

Avaliação da Aprendizagem

Procuramos desenvolver a avaliação da aprendizagem de acordo com nossa

concepção de escola e sociedade e para atender aquilo que os ciclos de aprendizagem

pressupõem, ou seja, trabalhamos com uma avaliação contínua que se desenvolve ao

longo do processo educativo e não se destina a julgamento definitivo, mas ao diagnóstico.

Isso significa que a avaliação não serve para selecionar os alunos e, sim, para incluir

todos no círculo da aprendizagem.

Todos os professores utilizam vários mecanismos para avaliar os alunos, como:

provas, trabalhos individuais, trabalhos em grupo, pesquisas, apresentações, exercícios

realizados em aula, acompanhamento dos cadernos. A participação dos alunos é sempre

valorizada, havendo constantemente incentivo para que todos façam as tarefas,

exponham seu pensamento e tirem suas dúvidas. Como não trabalhamos com o sistema

de notas no Ensino Fundamental, os(as) professores(as) utilizam conceitos e pareceres

nas avaliações. O grupo de professores avaliam tudo o que é produzido pelos alunos em

todas as aulas, sem a preocupação em pontuar atividades que servem somente para

avaliar. Os professores(as) conversam no início do ano com as turmas para estabelecer

junto com os alunos os critérios de avaliação.

Assim como são oportunizadas várias chances para os(as) alunos(as)

demonstrarem o que e como aprenderam, existe, por parte dos(as) professores(as), uma

preocupação constante em retomar os conteúdos que não foram bem compreendidos. Ou

seja, não priorizamos recuperação de estudos depois do processo de aprendizagem,

valorizando-a no próprio processo de aprendizagem.

Alguns professores demonstram várias preocupações, principalmente pelo fato de

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nossa escola ser organizada em ciclos de formação que não prevêem reprovações nos

primeiros anos de III e IV ciclo, acreditando que, por esse motivo, alguns alunos precisam

de mais apoio no período contrário da aula (no momento é oferecido somente para os

alunos do 1° ano do III ciclo); em caso de transferência para outra escola, temem que os

alunos não consigam acompanhar os conteúdos.

O Conselho de Classe realizado ao final de cada bimestre (Ensino Médio) e de

cada trimestre (Ensino Fundamental) tem sido um espaço para exposição de nossas

angústias, reflexão sobre a prática e para a avaliação do nosso trabalho. Mas, ainda tem

sido um espaço com vários limites: não conta com a participação de todos os professores,

apontam-se muitos fatores negativos, em detrimento dos avanços, não sobra tempo para

estudo de textos que são necessários para desencadear uma boa discussão.

No Conselho de Classe do Ensino Fundamental que ocorre no final do ano é que

decidimos, coletivamente, sobre o aproveitamento ou não por parte dos(as) alunos(as).

Esse não é um momento fácil, pois é preciso avaliar o desempenho dos alunos durante

todo o ciclo, e não apenas durante o último ano, e em todas as áreas do conhecimento.

Só acontece a reprovação quando há consenso entre os professores e não temos o

sistema de dependência no Ensino Fundamental.

No Ensino Médio, por ser organizado de forma seriada (por Blocos de

Disciplinas), o aluno precisa atingir a média no final dp Bloco, de seis pontos em cada

disciplina. Quando o aluno não atinge a média em até três disciplinas, no ano, ele pode

passar para a série seguinte, ficando em dependência. Ou seja, além de ter que aprender

os conteúdos do Bloco em que está, terá que estudar novamente os conteúdos do Bloco

anterior das disciplinas em que ficou em dependência.

O registro da avaliação do Ensino Fundamental acontece da seguinte forma:

semestralmente os professores elaboram pareceres descritivos do desempenho de cada

aluno, dentro de cada área do conhecimento. Esses pareceres substituem as notas

usadas nos sistemas seriados e acompanham os históricos escolares em caso de

transferência. Para comunicar aos pais o rendimento dos alunos e para complementar a

poposta difrerenciada de avaliação, o Colégio adota um parecer trimestral individual onde

os professores registram o desempenho dos alunos em cada área do conhecimento,

usando para isso conceitos pré-estabelecidos (Anexo IX). Além disso, cada turma realiza,

sob a coordenação do professor conselheiro, um parecer sobre os avanços e as

dificuldades encontradas no período e registram as expectativas para o próximo (Anexo

X).

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Depois da avaliação da turma, cada aluno faz individualmente uma auto-

avaliação, registrando suas dificuldades, seus avanços e suas expectativas. Quando os

pais recebem a pasta com esses pareceres têm a oportunidade de identificar qual é

efetivamente o desempenho de seu filho e têm, também, a oportunidade de dar seu

posicionamento sobre a vida escolar dele, preenchendo o seu parecer (Anexo XI).

Essa maneira de registrar a avaliação, além dar condições para que os alunos

percebam quais são suas dificuldades, incentiva os alunos a estudarem e faz com que

todos assumam seu papel no processo educativo. O que os alunos e os pais escrevem

nos pareceres tem ajudado muito na reflexão sobre nossas ações e cada vez mais

reafirma a validade da nossa prática avaliativa. No início de cada ano letivo os pareceres

são revistos pelos professores; e podem sofrer alterações, de acordo com as

necessidades que vão surgindo.

O Ensino Médio apresenta o registro da avaliação em forma de boletins.

A EJA apresenta registro de avaliação em livro de registro de classe próprios,

conforme quadro de disciplinas e cronograma (anexos)

Inclusão

Mesmo não possuindo ainda todas as condições necessárias para que nossa

escola se constitua o lugar preferencial para o atendimento aos alunos com necessidades

educacionais especiais que não necessitam de atendimento educacional em Escola

Especial, sabemos da importância da inclusão. A escola acolhe os alunos, mas entende

que este é um processo gradativo, que tem que ser construído aos poucos e que algumas

condições devem ser dadas no momento da inclusão (professor de apoio permanente,

intérprete de libras, por exemplo) e outras farão parte do próprio processo.

Temos, atualmente, na área da Educação Especial, dois serviços de apoio

especializados: Sala de Recursos e Professora de Apoio Permanente.

A Sala de Recursos é ofertada aos alunos do Ensino Fundamental no período

contrário daquele em que freqüentam a classe comum, com professor da Educação

Especial, onde o atendimento pedagógico específico se dá individualmente ou em

pequenos grupos, com cronograma de atendimento, com vista ao progresso global dos

alunos que apresentam dificuldade no processo de aprendizagem, com utilização de

programações específicas, métodos, estratégias, atividades diversificadas e

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extracurriculares. A professora regente da Sala de Recursos vem à escola uma vez por

semana no período da manhã para conversar com os professores da classe regular e

com a equipe pedagógica sobre as dificuldades e os avanços para redefinição de ações

junto aos alunos que freqüentam essa sala.

A professora de apoio permanente atua no contexto da sala de aula junto a uma

aluna com esquizofrenia.

O Colégio não possui ainda nenhuma adaptação de sanitários para alunos

cadeirantes, exceto as carteiras escolares adaptadas que foram recebidas no início do

ano de 2006.

Formação inicial e continuada

Consideramos a formação continuada essencial no exercício da nossa profissão,

pois é através do estudo teórico e da reflexão sobre nossa prática que temos

oportunidade de revermos nossos pontos de vista, reconsiderarmos nossas ações e

melhorarmos nossa atuação.

Quanto à formação inicial, todos/as os/as professores/as possuem a formação na

sua área de atuação e a maioria tem especialização. Os funcionários também possuem a

formação mínima exigida para o exercício de suas funções. No que se refere à formação

continuada, os professores têm tido várias oportunidades, como: cursos de formação nas

diferentes áreas realizados em Curitiba e Faxinal do Céu, palestras realizadas pelo

Núcleo Regional de Ensino (NRE), grupos de estudos por disciplina e por temas

realizados na própria cidade aos sábados, simpósios nas diferentes áreas realizados em

Curitiba e em Faxinal do Céu, Jornada Pedagógica organizada pelo NRE, encontros

realizados no NRE para discussão de assuntos específicos (exemplo: grupo de estudo

das Salas de Apoio), capacitações realizadas no início dos períodos letivos nas escolas e

cursos on-line (Ex.: Educação Fiscal, Prevenção ao Uso de Drogas).

Os conteúdos abordados e os materiais disponibilizados nessas formações são

bons, os professores são de qualidade, mas destacamos alguns pontos que precisam ser

melhorados para atingir todos os professores. O primeiro ponto diz respeito aos grupos de

estudo por área e temas que deveriam acontecer no horário de trabalho, pois a formação

faz parte do exercício da nossa profissão. O segundo se refere às palestras que o NRE

organiza e que acontecem no horário das aulas sem haver dispensa de alunos, ou seja,

apenas alguns professores podem participar. O terceiro ponto se refere aos simpósios e

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cursos oferecidos fora da cidade que também dificultam a participação de todos porque,

além das vagas serem limitadas, alguns professores não podem se ausentar da cidade.

Quanto a outros pontos mais específicos de cada formação, preenchemos sempre as

avaliações colocando nossas opiniões a respeito.

As capacitações realizadas na escola atingem um número maior de professores e

a discussão é voltada especificamente para nossa realidade, por isso consideramos que

deva ocorrer com maior freqüência e não apenas duas vezes ao ano. Por iniciativa da

própria escola, temos forçado algumas reuniões de estudo durante o ano (uma hora a

cada quinze dias) para discutir assuntos que assumem no dia-a-dia relevância e

urgência, mas pela necessidade de pensar mais sobre nossa prática e relacionar nossas

dificuldades com teorias que nos apontem um caminho, esses espaços ainda são

insuficientes.

Infelizmente, os funcionários ainda não possuem todas essas oportunidades.

Mesmo quando as formações ocorrem na escola, não há a participação efetiva de todos

os funcionários porque ocorrem justamente nos períodos em que eles precisam organizar

a escola para a volta dos alunos. Consideramos necessário investir mais na formação

dos(as) funcionários(as), oportunizando cursos direcionados às funções que exercem e

espaços para que realmente possa haver a participação de todos.

Quanto ao repasse dos conteúdos abordados nos cursos pelos professores que

participaram, o tempo impede sua efetivação. O espaço do recreio não atinge todos os

professores e é insuficiente para o repasse do mínimo que se pode socializar. O que

ocorre, então, é uma socialização rápida com os colegas que estão naquele dia na escola

ou com um ou dois colegas que realizam a hora-atividade juntos.

Organização do tempo e do espaço

A Colégio Adiles Bordin oferece, de acordo com a LDB 9394/96, a carga horária

mínima anual de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo

trabalho escolar. O calendário escolar é adequado, atendendo a comunidade local e o que

rege a legislação (Anexo XII).

É ofertado aos alunos apenas um turno de estudo regular e, são oportunizadas

atividades que além das Salas de Apoio a Aprendizagem, da Sala de Recursos e do

CELEM, complementam a ação educativa, como:

- Futebol de campo (masculino) e futsal (masculino e feminino), sob coordenação do Sr.

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Brandizio Borges Domingues (campo) e Jesse Voidaleski e Alex Felipe Alves (futsal),

voluntários da comunidade. Os alunos que participam dos treinos participam também dos

Jogos Colegiais.

- Horta escolar ( a ser implantado a partir de setembro) que foi um projeto iniciado pela

professora Marlene de Fátima Gavasso para incentivar os alunos para usar técnicas de

plantio sem uso de agrotóxico, além de enriquecer a merenda escolar. Atualmente, é

coordenado pela direção e tem a participação de todas as turmas do Colégio, sendo que

será inserida no Programa Agenda 21, que terá inicício em setembro de 2010,

coordenado por vários professsores.

- Música – desenvolvido em párceria com a FAFI/SETI

- Trabalho realizado pelos acadêmicos do curso de Farmácia da Uniguaçu de

acompanhamento parasitológico dos/as alunos/as.

- Projetos Viva a Escola desenvolvidos de acordo com as instruções recebidas da

Secretaria de Estado da Educação:

– Familiarização com os recursos tecnológicos (Informática), coordenado pelo professor

Aldo Roman Alves Chuk.

– Vôlei, coordenado pela professora Eleice Pigatto

Além dessas atividades, temos o atendimento no período integral da biblioteca e

do laboratório de informática para que os alunos possam ler e realizar seus estudos e

pesquisas.

O tempo escolar, assim como acontece nas escolas seriadas, é dividido em cinco

aulas diárias, sendo que a maioria das disciplinas não possui aulas conjugadas. O tempo

de cada aula é curto para se trabalhar com metodologias diferenciadas, prevalecendo,

muitas vezes, as aulas expositivas.

A fragmentação do tempo é sentida, sobretudo, pelos alunos que iniciam o III ciclo

que vem de outra organização de tempo escolar nas séries iniciais do Ensino

Fundamental: um professor regente que trabalha com quase todas as disciplinas e mais

um ou dois professores que trabalham com Artes e Educação Física.

Acontecem, no decorrer do ano, alguns trabalhos interdisciplinares para amenizar

a fragmentação do conhecimento, retomando sua totalidade. Para facilitar esses

trabalhos, no início do ano letivo são levantados alguns temas de importância social para

serem trabalhados em todas as turmas por todas as disciplinas.

Também decidimos coletivamente, para que haja participação de todos num

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trabalho interdisciplinar, que participaremos e/ou desenvolveremos as seguintes

atividades:

– FERA (Festival de Arte da Rede Estudantil) que é uma iniciativa da Secretaria

de Estado da Educação do Paraná e que tem por objetivo estimular experiências nas

diversas áreas e linguagens artísticas, desenvolvendo a interdisciplinaridade,

trabalhando o conhecimento da arte e da cultura, contribuindo para a reflexão sobre a

arte na educação e, ainda, promovendo o intercâmbio para enriquecer o tempo e o

espaço escolar.

– Com Ciência que também é uma iniciativa da Secretaria de Estado da

Educação e se caracteriza como uma atividade pedagógica complementar e

interativa, na qual as escolas – alunos e professores – possuem espaço para expor

publicamente suas produções planejadas e executadas no cotidiano escolar.

– Agenda 21 que envolve diversas ações relacionadas ao meio ambiente,

entendendo-o não apenas como a natureza, mas a relação dos sujeitos no meio em

que vivem, seja este social ou natural. Apoiaremos as ações desenvolvidas pelo grupo

Eco que trabalha com as escolas essas questões, a exemplo da Passeata que

participamos em defesa da Vida e da Água. Além disso, fizemos no Colégio uma

Conferência Ambiental envolvendo todos os alunos na decisão de uma questão para

se trabalhar com o objetivo de melhorar o meio em que vivemos. Realizada em 2005,

discutimos a importância da preservação do Rio Vermelho que passa perto da nossa

escola e que está sofrendo com a devastação da mata ciliar e com a plantação de

pinus em áreas próximas.

- Aula de Leitura que acontece em todas as turmas semanalmente, conforme

cronograma pré-estabelecido. Esse momento é destinado a leitura de diversos

gêneros e conta com a participação de todos os professores, independente da

disciplina que leciona pois entendemos que a leitura é fundamental para a

aprendizagem e para o exercício da cidadania.

– Noite da Poesia que é organizada na própria escola pelas professoras de Língua

Portuguesa, que após desenvolverem um trabalho sobre poesia nas salas de aula,

fazem da noite um ponto de culminância, com declamação de poemas feita por vários

alunos.

– Festival da Canção que também é uma atividade organizada anualmente pela própria

escola com o objetivo de desenvolver no aluno o gosto pela música, o respeito pelos

diversos estilos musicais, além de ser uma atividade educativa que envolve toda a

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comunidade escolar e é coordenado por Francis Rafael Alves, músico, formado

emHistória, ex-aluno da escola e integrante da Banda Coração Tapera que contribui

para o evento.

- OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) que é uma

iniciativa do governo federal, através dos Ministérios da Educação e da Ciência e

Tecnologia, e tem como objetivos: contribuir para a melhoria da qualidade da

Educação Básica, promover a inclusão social por meio da difusão do conhecimento,

identificar jovens talentos e incentivar seu ingresso nas áreas científicas e

tecnológicas.

- Jogos Colegiais e Jogos diversos – competições esportivas em que as equipes da

escola participam.

Além de recuperar o caráter totalizante do conhecimento, essas atividades

favorecem a aprendizagem porque contam com a participação efetiva dos alunos.

A organização do Grêmio Estudantil Ismela Weber, que é um espaço de atuação

dos alunos, tem como objetivo, de acordo com o seu estatuto, representar

condignamente o corpo discente; defender os interesses individuais e coletivos dos

alunos do Colégio; incentivar a cultura literária, artística e desportiva de seus membros;

promover a cooperação entre administradores, funcionários, professores e alunos no

trabalho escolar, buscando seus aprimoramentos; realizar intercâmbio e colaboração de

caráter cultural e educacional com outras instituições de caráter educacional, lutar pela

democracia permanente na Escola, através do direito de participação nos fóruns internos

de deliberação da Escola.

Organização e distribuição das turmas

Os professores lotados na escola escolhem, no início do ano letivo, as turmas

com as quais vão trabalhar e as aulas que sobram são oferecidas, em nível de NRE, para

os professores que estão sem lotação, depois para os professores que trabalham com

aulas extraordinárias e, se mesmo assim faltarem professores, o NRE se encarrega de

chamar aqueles que se inscreveram no Processo Seletivo Simplificado (PSS).

Quanto à organização das turmas, essa se dá da seguinte forma: os alunos que

são matriculados no início do III ciclo escolhem o período em que querem estudar (manhã

ou tarde). Depois de escolhido o período, as turmas são distribuídas de maneira que

fiquem equilibradas quanto ao número e ao sexo dos alunos e seguem assim até que os

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alunos saiam do Colégio. Quando ocorre matrícula nova no decorrer do ano, o aluno é

colocado na turma que, no momento, tem menos alunos, garantindo assim um equilíbrio

entre as turmas. Quando há necessidade e consenso entre os professores, mudanças

são feitas nas turmas no início do ano ou ocorre remanejamentos no decorrer das aulas.

O horário das aulas é organizado pela direção e equipe pedagógica depois de

conversar com os professores. Cada professor faz a opção pelos dias de suas aulas e

são atendidos na medida do possível. Alguns casos se tornam impossíveis de serem

atendidos porque a maioria dos professores possui aulas em outras escolas e é preciso

conciliar e estudar cada possibilidade separadamente. O horário é feito logo no início do

ano letivo, mas, devido às alterações no quadro de professores, é mudado durante o ano,

ocasionando algumas vezes descontentamentos.

Hora-atividade:

Infelizmente, depois de organizado o horário é que se pensa a hora-atividade, que

fica nas “janelas” e dificilmente os professores da mesma área conseguem fazê-la juntos.

Isso também dificulta algumas trocas que se fazem necessárias como, por exemplo,

quando um professor é chamado fora do horário para participar de uma reunião de estudo

sem poder compensá-la porque sua hora-atividade não é nem no início e nem no final do

horário das aulas, impedindo sua saída da escola. O Núcleo Regional de Educação

propôs um calendário para concentrar a hora-atividade dos professores, mas,

infelizmente, há uma grande dificuldade de organizar dessa forma o horário.

A hora-atividade é usada pelos professores para leitura, estudo, conversa com os

colegas, direção e equipe pedagógica, planejamento, preparação de aulas, avaliação,

preenchimento de pareceres e livro de chamada. Ou seja, a demanda é grande para ter

somente vinte por cento do tempo destinado à hora-atividade.

Sofremos com a falta de um espaço físico adequado para fazer a hora-atividade,

pois a sala dos professores é muito pequena e usada também pelo município e a

biblioteca possui um fluxo muito grande de pessoas.

Equipamentos Físicos:

O Colégio Estadual Adiles Bordin possui vários equipamentos e materiais que são

essenciais para a prática docente, como mostra a relação de bens móveis (Anexo XIV).

Destacamos, portanto, as necessidades atuais:

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- As cortinas das salas de aula estão novas, mas são feitas com um tecido muito

fino, prejudicando algumas vezes a visibilidade que os alunos devem ter do quadro.

Participação dos pais

A participação dos pais acontece nas reuniões realizadas durante o ano.

Geralmente, as reuniões são realizadas da seguinte forma: uma no início do ano para

conversarmos sobre o funcionamento da escola e sobre o que está previsto para o ano,

uma reunião ao final de cada trimestre (Ensino Fundamental) para entrega dos pareceres

e conversa geral sobre o que acontece na escola, e uma ao final de cada bimestre

(Ensino Médio) para entrega dos boletins e também para uma conversa geral sobre o que

acontece na escola. Nessas reuniões há uma boa participação dos pais, pois acontecem

no período da noite, quando a maioria não está em horário de trabalho.

As reuniões ao final de cada trimestres são realizadas em dois momentos: no

primeiro, a direção expõe para todos os presentes como a escola está desenvolvendo seu

trabalho, e, no segundo, os pais vão até as salas de aula, separadas por série, para

receberem dos professores os pareceres. Ou seja, no segundo momento, os pais podem

conversar especificamente sobre a aprendizagem de seus filhos.

Em algumas reuniões fazemos apresentações artísticas para que os pais também

tenham a oportunidade de acompanhar as atividades que a escola desenvolve.

Nas promoções que a escola precisa fazer para arrecadar dinheiro e fazer

melhorias, há também uma boa participação dos pais. Há também a participação através

da APMF (Associação de Pais, Mestres e Professores) e do Conselho Escolar, mas essa

se dá, geralmente, acatando o que a escola decide, pois confiam naquilo que ela

determina.

Quanto à participação fora das reuniões e eventos, a maioria dos pais vêm até a

escola somente quando são chamados para conversar sobre o desenvolvimento de seus

filhos. Sabemos que isso ocorre, também, por falta de tempo, pois a maioria trabalha o dia

todo fora de casa.

Relações de trabalho

Apesar de termos um objetivo comum que é a aprendizagem dos alunos, as

relações entre os profissionais da escola não acontecem sem conflito, o que é positivo,

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pois gera discussão e crescimento.

As relações entre professores, alunos, direção e funcionários são relações de

poder que, algumas vezes, ainda refletem a hierarquia tão presente em toda sociedade.

Os professores possuem um relacionamento bom, de confiança, com a maioria

dos alunos. Em algumas turmas isso é mais complicado, pois os próprios alunos, entre

eles, possuem dificuldade de relacionamento.

Quando o coletivo de professores encontra a necessidade de encaminhar alunos

que possuem dificuldades que vão além das pedagógicas, ou seja, dificuldades de ordem

psicológica, o Colégio busca ajuda na Universidade do Contestado (UnC), através do

Projeto Psicologia Escola que esta desenvolve, e ajuda na área da saúde.

Quando surgem problemas no que dizem respeito à área da saúde e que também

interferem no processo educativo (visão, audição, fala, entre outros), os pais dos alunos

são chamados na escola e orientados para que procurem o serviço de saúde.

Quanto aos problemas que ocorrem com os alunos referentes à disciplina, a

direção e equipe pedagógica tentam fazer um trabalho de orientação junto aos alunos e

às famílias, sendo necessário, algumas vezes, a convocação do responsável. Havendo

reincidência ou um ato infracional grave, a direção da escola recorre ao Conselho Tutelar

e a Promotoria Pública, tendo ouvido o Conselho Escolar ou Patrulha Escolar.

A relação dos professores com os pais é insuficiente, o contato entre eles ocorre

somente nas reuniões e quando os pais são chamados na escola e mauitas vezes os

professores não vem na reunião ou não estã na escola quando os pais vem.

Um fator que interfere diretamente nas relações de trabalho é a falta de circulação

de algumas informações, ou seja, nem todos ficam sabendo o que está acontecendo ou

vai acontecer na escola. Isto se deve a vários fatores, entre eles: vários professores não

estão todos os dias na escola, os murais sempre estão cheios de informações e mesmo

assim não estão contemplando todas, alguns professores não participam do recreio que é

onde circula mais informações.

O Colégio compartilha o espaço com a escola municipal e, algumas vezes,

surgem conflitos que são resolvidos pelas direções das duas escolas, devido ao pouco

investimento que o município faz na escola e no que se refere à divisão do trabalho dos

funcionários que cuidam da limpeza e organização das escolas.

Contradições e conflitos

A maior contradição que sentimos está no desejo que temos em construir uma

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escola que não cabe nesse modelo de sociedade que faz com ela seja um espaço para

atender aos interesses do capital. Nós, educadores, que somos frutos de uma educação

autoritária, também sentimos dificuldade em romper com alguns conceitos que não cabem

no sonho de escola que queremos.

Algumas vezes nossa prática também não condiz com nosso discurso por

questões externas (organização do espaço e tempo escolar, condições físicas e materiais

da escola, por exemplo). Outras vezes, o que planejamos realizar em determinada turma

ou circunstância não funciona para atingir nossos objetivos, forçando algumas atitudes

que também contrariam nossos princípios e concepções.

Estudos e discussões são realizados para diminuir a distância entre aquilo que

acreditamos e aquilo que fazemos, mas a prática demora um pouco mais para mudar.

MARCO CONCEITUAL

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Quando falamos em educação, a reflexão deve partir sempre do contexto social

no qual está inserida. Torna-se fundamental, portanto, relacionar educação, cultura e

sociedade, centrando a atenção na perspectiva política da prática educativa, apontando

características de que se reveste a escola em nossa sociedade.

Para falar da educação é preciso refletir sobre a cultura, na medida em que se

pode afirmar que educação é um fenômeno histórico e social de socialização de cultura.

Não existe sociedade sem cultura, nem cultura sem uma relação social.

Podemos definir cultura, de acordo com Rios (1994), como o mundo transformado

pelas pessoas, através das relações estabelecidas. O mundo com o qual o ser humano se

relaciona se apresenta em duas dimensões: natureza e cultura. A primeira independe do

homem e da mulher para existir e a segunda é o mundo transformado pelo ser humano

devido a sua necessidade de sobrevivência e interesse de alguns grupos. No momento

que se interfere na natureza para satisfação de algumas necessidades, é posta em ação

razão e criatividade, que são elementos inseparáveis. Dessa forma, cria-se cultura porque

as maneiras de atender às necessidades não estão inscritas na natureza humana.

Assim, não existem culturas melhores ou piores, existem culturas diferentes, pois

todas as pessoas são cultas porque participam de algum modo da criação cultural, que é

o resultado do trabalho. Não podemos falar em cultura sem falar em trabalho, que é a

intervenção consciente e intencional na realidade.

O trabalho está na essência humana, é o que nos faz sermos, não pode ser

separado da sociedade, na medida em que é com os outros que se trabalha e cria cultura.

Trabalhamos e criamos culturas que precisam ser preservadas e socializadas

porque não estão incorporadas ao patrimônio natural, sendo esta a função fundamental

das diversas instituições sociais.

Podemos dizer que a educação, definida como socializadora de cultura, está

presente em todas as instituições, mas especificamente na escola, o espaço de

socialização sistemática do saber historicamente acumulado pela sociedade, com o

objetivo de formar pessoas capazes de participar na construção dessa sociedade.

Em cada sociedade a organização do trabalho determina a tarefa da educação

escolar. Por exemplo, na sociedade capitalista, a escola é concessão da burguesia para

que os sujeitos sejam inseridos nos valores e crenças da classe dominante.

A ideologia presente na sociedade encontra na escola um espaço privilegiado

para instalar-se no bojo do saber a ser transmitido e é caracterizada na dissimulação da

realidade, apresentando como naturais elementos que são determinados pela relação

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econômica de produção.

Surge, assim, uma questão fundamental que merece consideração: se a escola é

socializadora do saber acumulado, ela deve ser fonte de apropriação da herança social

pelos que estão em seu interior. Entretanto, constatamos que grande parte de população

está excluída do processo educativo formal e que a maioria que freqüenta a escola não

tem oportunidade de apropriar-se dessa herança.

Como a educação se insere na prática social global, passa a ser espaço de luta

entre as classes sociais opostas. Saviani (1994) destaca que para uma classe tem uma

função de ajustar, acomodar à ordem social vigente; para a outra, atua como instrumento

de luta de mobilização, com vistas à promoção integral do ser humano.

O processo educativo é, pois um conjunto de práticas que, ao mesmo tempo,

mantêm e transformam a estrutura social. A escola intervém nos rumos da sociedade e é

também continuamente influenciada pelo que ocorre fora do seu âmbito, na sociedade

global.

A ação das pessoas em sociedade tem um caráter político, ou seja, o poder é um

elemento presente como constituinte do social. A idéia de política está associada à de

poder, que, por sua vez, não se separa da idéia de força, e esta significa a posse de

meios que permitam influir no comportamento das pessoas.

A escola é uma instituição que tem como função específica a influência, na

medida em que se destina a ensinar, dando-lhes o acesso ao saber necessário para

direcionar sua inserção na sociedade.

O poder não é somente a capacidade de influência, mas também a possibilidade

de escolha, de definição entre alternativas de ação.

Não há vida social que não seja política; é função de fins específicos, definidos

por certos interesses, que as pessoas estabelecem suas relações com a natureza e uns

com os outros, articulando em sua ação sua vontade com as condições concretas do

contexto em que vivem.

A função da educação tem uma dimensão técnica e uma política, dialeticamente

relacionadas. É na articulação do que é especificamente pedagógico com a totalidade do

social que se realiza a dimensão política da educação.

O papel político da educação se revela na medida em que ele se cumpre sempre

na perspectiva de determinado interesse. A escola está posicionada no âmbito da

correlação de forças da sociedade em que se insere e, portanto, servindo às forças que

lutam para perpetuar ou transformar o modelo de sociedade.

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A escola está funcionando, na realidade, como um aparelho privilegiado para

inculcação ideológica. Não apenas no que diz respeito aos conteúdos e técnicas, mas,

principalmente, na postura dos educadores que nela desenvolvem sua prática.

É importante lembrar o que Paulo Freire (1996) nos fala sobre o ato de ensinar:

ensinar não é apenas transferir conhecimentos como se os alunos fossem bancos, onde o

professor pode depositar o que quiser, como se o conhecimento fosse pronto e acabado e

os alunos tivessem a obrigação apenas de guardar na memória o que o professor fala. Ao

contrário, ensinar é uma atividade de produção e construção que envolve ensinantes e

aprendentes, não sendo necessariamente o professor apenas aquele que ensina e

educando apenas aquele que aprende.

Diante disso, Freire (1996) propõe uma pedagogia fundada na ética, no respeito à

dignidade e à autonomia do educando. O educador deve reforçar a capacidade crítica do

educando, sua curiosidade, sua insubmissão, sempre levando em conta os saberes que

os educandos já trazem consigo, respeitando-os e ampliando-os através da pesquisa, da

criticidade, da estética e da ética.

É imprescindível que o educador negue a velha postulação: “faça o que eu falo,

não faça o que eu faço”, pois ele deve ensinar pelo exemplo e não apenas por palavras,

aceitando o novo (negando-o ou acolhendo-o) e rejeitando qualquer forma de preconceito

e discriminação.

O professor não deve abrir mão da competência técnico-científica no

desenvolvimento de seu trabalho, mas é preciso lembrar que isso é perfeitamente

compatível com a amorosidade necessária às relações educativas. A postura amorosa,

humilde e tolerante favorece a construção de um ambiente propício à produção do

conhecimento, onde o medo do professor e o mito que se cria em torno da sua pessoa

não possuem espaço.

Enfim, é preciso ser coerente, agir com bom senso. De nada adianta o discurso

competente se a ação pedagógica é impermeável à mudanças. Através de sua prática,

movida pelo desejo e vivida com alegria, o professor não deve abrir mão do sonho, do

rigor, da seriedade e da simplicidade, inerente à competência.

Os educadores são desafiados constantemente pelo desconhecido e a renovação

de suas práticas educacionais, através da formação continuada, torna-se uma questão de

sobrevivência da escola. Porém esta renovação é complexa, primeiro porque perpassa

todos os aspectos da prática pedagógica; segundo, porque exige abertura dos envolvidos

no processo, somada à vontade política de mudar e, terceiro, porque os meios para

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concretizar as aspirações devem estar em consonância com o contexto histórico concreto.

Para isso, é fundamental, de acordo com Doll (1997), que o professor trabalhe

levando em consideração os conceitos norteadores: autonomia, qualidade e cidadania

(numa relação dialética entre os mesmos). Esses conceitos contribuem para o

desenvolvimento de uma educação com qualidade formal e política e, conseqüentemente,

instrumentalizam os/as professores/as para a participação na vida da escola.

Destaca-se a autonomia, por ser um reconhecido valor hoje que “se constitui

numa categoria central da essência da vida humana, e como tal, confere o poder de

determinar os processos e as estratégias de ação, escolher caminhos e alternativas, bem

como objetivar desejos e ideais no sentido de efetivar a ação crítica nas mais diversas

situações que a vida nos impõe” (Soares; Pereira, 1997, p. 04).

Castoriadis (1992), destaca que a autonomia é uma necessidade emocional, uma

vez que os indivíduos precisam desenvolver uma efetiva comunicação entre si, numa

sociedade em que o diálogo é essencial para o desenvolvimento das atividades. A falta de

autonomia cria obstáculos às discussões abertas, gera violência e impede a manifestação

plural.

É uma necessidade sócio-cultural, uma vez que a nova sociedade traz, em suas

contradições produtivas um amplo movimento cultural de superação de velhas

concepções de mundo, exigindo uma nova direção das relações sociais e a elaboração de

um novo comportamento chamado reflexivo. Sob este aspecto, a autonomia torna-se

necessidade política, pois somente um indivíduo autônomo possui condições de entender

as contradições do mundo globalizado, questionando-as e agindo no sentido de canalizar

as oportunidades para mudanças qualitativas.

Por tudo isso, a autonomia tornou-se condição de sobrevivência para os

indivíduos na sociedade atual. Somente o ser humano autônomo será capaz de interferir

nas esferas econômica, sócio-cultural e/ou política, pois a autonomia faz interrogar, refletir

e deliberar com liberdade e responsabilidade, ou como diz Castoriadis (1992, p. 46), "é

capaz de uma atividade refletida própria", e não de uma atividade que foi pensada por

outro sem a sua participação.

É importante, pois, que todos os envolvidos com o processo educativo

reconheçam a importância da mesma, e estejam trabalhando para favorecer a autonomia

individual e, conseqüentemente coletiva, pois é assim que nos tornaremos conscientes e

autores de nosso próprio envolver histórico.

A escola que tem como princípio norteador a autonomia, "permite que os poderes

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humanos de organização e reorganização criativa da experiência, sejam operativos no

contexto educacional" (Doll, 1997, p.117). Esse sistema aberto permite que professores,

alunos, funcionários, pais de alunos, pedagogos e diretores estabeleçam uma

comunicação dialógica, propícia à criação de estruturas metodológicas mais flexíveis para

reinventar sempre que for preciso.

A confirmação desse contexto só poderá ser dada numa escola autônoma, onde

as relações pedagógicas são humanizadas. Portanto, pode-se dizer que a autonomia faz

parte da própria natureza da educação.

Observamos que não há autonomia por questões burocráticas tais como

documentação, organização com relação ao horário e espaço, atendimentos

diferenciados de acordo com a necessidade.

A respeito da qualidade, entende-se a mesma no sentido colocado por Demo

(1994, p.35), como "elaboração histórica, o que se cria, em contraposição às

circunstâncias dadas (...). É diminuir as formas dadas de determinação externa, é

conquistar o espaço de autodeterminação". Este não é um entendimento ingênuo, mas

crítico e que exige, além da capacitação de cunho mais técnico, a capacitação política

para atingi-la.

Um verdadeiro processo educativo só é possível se feito com qualidade; ao

mesmo tempo, sabemos da complexidade desta questão quando estamos tratando de um

contexto contraditório como o da escola, mas que por isto mesmo precisamos colocá-la a

fim de sanar lacunas que impedem a educação de ser um canal para a cidadania.

Já com relação à cidadania destaca-se sua concepção plena analisada por

Gadotti; Romão (1997, p.38), e que consiste na mobilização da sociedade para a

conquista dos direitos civis, sociais e políticos: "pode-se dizer que cidadania é

essencialmente consciência de direitos e deveres e exercício da democracia”. Portanto,

uma educação para a cidadania, deve ser conscientizadora desses direitos, bem como da

importância da participação da sociedade na reivindicação dos mesmos.

Logo, educar para a cidadania deve ser o objetivo político de cada área de ensino,

fazendo da cidadania uma questão interdisciplinar por excelência. Este é um caminho que

leva à construção do que se chama hoje escola cidadã, e cujos eixos norteadores são: “a

integração entre educação e cultura, escola e comunidade (...), a democratização das

relações de poder dentro da escola, o enfrentamento da questão da repetência e da

avaliação, a visão interdisciplinar e transdisciplinar e a formação permanente dos

educadores” (Gadotti; Romão, 1997, p.40).

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A nós, educadores, cabe o compromisso de direcionar nossa prática nesses

parâmetros, fazendo educação para a emancipação das pessoas e, para tal, necessário

se faz adotarmos uma postura metodológica que viabilize a educação numa perspectiva

revolucionária; ou então, faremos o jogo do sistema que representa as elites tão distantes

da realidade do nosso povo, repetindo o modelo de sociedade desigual em que vivemos.

Para construirmos a escola que queremos é preciso rever um conceito

fundamental, que é motivo de nossa prática diária: o/a aluno/a.

A criança, ao longo da história e da evolução do ser humano, nem sempre foi

considerada como é hoje. Antigamente, ela era caracterizada como um ser ingênuo,

inocente, gracioso, ou ainda imperfeito e incompleto. Estas noções se constituíram em

elementos básicos que fundamentaram o conceito de criança, entendido como um ser

sem existência social, miniatura do adulto.

Atualmente, a concepção que temos sobre criança está relacionada à criança

como ser social. Nesta visão, o/a aluno/a como cidadão caracteriza-se por ser um sujeito

ativo, onde a situação sócio-cultural, as condições econômicas, o sexo e a etnia exercem

grande influência sobre ele e seu comportamento.

Dessa forma, o conceito de aluno/a passa a não ser único, mas depende de

vários fatores, do contexto onde ele/a está inserido. Por isso, os/as educadores/as que

atuam junto a ele/a precisam estar atentos para o atendimento de suas necessidades

básicas, a fim de contribuírem positivamente no seu desenvolvimento.

Esse estar atento refere-se também à posição que tomamos, enquanto

educadores/as, diante dos processos de aprendizagem e desenvolvimento do/a aluno/a.

Diante das posições que explicam o desenvolvimento infantil, a interacionista é a que

considera a criança da forma como a vemos hoje. Sem desconsiderar os fatores

maturação e transmissões culturais, os interacionistas atribuem participação ativa da

criança no processo de desenvolvimento. Ela constrói seus conhecimentos interagindo

com o mundo em que vive.

Nesse desenvolvimento intervém um conteúdo biológico, sem o qual nada é

possível. Se não houver um organismo dotado de estruturas orgânicas e funcionando de

modo integrado, não há possibilidade de os conhecimentos progredirem. Ocorre também

a influência do meio social adulto, das experiências e do que, a partir delas, a criança

pode abstrair das transmissões educativas e dos fatores ligados ao funcionamento interno

da organização intelectual.

Durante a evolução da aprendizagem, a criança reelabora a seu modo o que lhe é

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transmitido e extrai de suas experiências aquilo que seu nível de entendimento possibilita.

Mas a evolução das suas conquistas é, de fato, um ato de criação.

O/a aluno/a é, portanto, um ser em desenvolvimento, com características próprias

e que constrói seu conhecimento e se estrutura na interação com o meio. Desde o

nascimento, está em constante interação com os adultos, que compartilham com ele seus

modos de viver, de fazer as coisas, de dizer e de pensar, integrando-a aos significados

que foram sendo produzidos e acumulados historicamente. As atividades que realiza

adquirem significados nos sistemas de comportamento social do grupo a que pertence.

Com certeza, esse pensamento nos remete a Vygotsky. A partir de suas

concepções sobre o desenvolvimento e aprendizagem, podemos apontar, de acordo com

Castorina (1996), três idéias básicas desse estudioso que têm particular relevância para a

questão do ensino escolar.

Em primeiro lugar sua postulação de que o desenvolvimento psicológico deve ser

olhado de maneira prospectiva, isto é, além do momento atual, com referência ao que

está por acontecer na trajetória do indivíduo. O conceito de zona de desenvolvimento

proximal (zdp), talvez o conceito específico de Vygotsky mais divulgado e reconhecido

como típico de seu pensamento, está estreitamente ligado à essa postulação: marca

como mais importante, no percurso do desenvolvimento, exatamente aqueles processos

que já estão embrionariamente presentes no ser humano, mas ainda não se

consolidaram. Em termos de atuação pedagógica, essa postulação traz consigo a idéia de

que o papel explícito do/a professor/a de provocar nos/as alunos/as avanços que não

ocorreriam espontaneamente consiste exatamente em uma interferência na zdp dos

alunos.

Em segundo lugar, é fundamental para a educação a postulação de Vygotsky de

que os processos de aprendizado movimentam os processos de desenvolvimento. Se o

aprendizado impulsiona o desenvolvimento, a escola, agência social explicitamente

encarregada de transmitir sistemas organizados de conhecimento e modos de

funcionamento intelectual às crianças e aos jovens, tem um papel essencial na promoção

do desenvolvimento psicológico das pessoas que vivem nas sociedades letradas.

A terceira idéia de Vygotsky que tem particular relevância para a educação fala da

importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação entre a cultura

e o indivíduo e na promoção dos processos interpsicológicos que serão posteriormente

internalizados. O mero contato com objetos de conhecimento não garante a

aprendizagem, assim como a simples imersão em ambientes informadores não promove,

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necessariamente, o desenvolvimento, balizado por metas culturalmente definidas.

O referencial teórico vygotskyano nos aponta, assim, os processos

pedagógicos como processos intencionais, deliberados, dirigidos à construção

de seres psicológicos que são membros de uma cultura específica, cujo perfil,

portanto está delimitado por parâmetros culturalmente definidos.

É nesse sentido que a escola, enquanto criação cultural das sociedades

letradas, tem um papel singular na construção do desenvolvimento pleno dos

membros dessas sociedades.

Ao lado da concepção de aluno e aluna, destacamos a visão de

currículo. O conceito de currículo tem se modificado ao longo do tempo. O

sentido mais usual relaciona-se ao conteúdo, à matriz curricular, à organização

dos conteúdos distribuídos pelas disciplinas e carga horaária. Outras definições

apontam para planejamento ou para o conjunto de experiências vividas pelos

alunos e alunas.

Todas essas definições estão presentes nas nossas práticas, mas o eixo

do currículo, em torno do qual ele gira, é o conhecimento escolar. Podemos

dizer que o currículo apresenta quatro características: é instrumento

organizador do processo educativo, envolve intenções e práticas, é um

conjunto de escolhas e gera efeitos, contribuindo para a construção de

identidades.

As escolhas devem ser feitas de maneira coletiva, nenhum/a professor/a

pode abdicar do direito e do dever de discutir o currículo com o qual vai

trabalhar. Construir um currículo não é um trabalho técnico, que uma pessoa

faz para outros seguirem. O planejamento, a implementação e a avaliação de

um currículo deve ser uma tarefa de todos que trabalharão com ele.

Coletivamente os/as educadores/as devem ter condições de decidir o que se

considera significativo que os/as alunos/as aprendam, como fazer para que

eles e elas compreendam e transformem o mundo em que vivem.

Esse processo de discussão coletiva e construção foi realizado pelos

educadores do estado do Paraná resultando na versão preliminar das Diretrizes

Curriculares (2006) que direcionarão nossa Proposta Pedagógica.

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Sendo o conhecimento o centro do currículo, devemos pensar como

trabalhar com ele na forma de conteúdo escolar sem que a aprendizagem se

torne algo repetitivo, mecânico e que privilegie apenas a memorização de

conceitos.

Vasconcellos (1995), partindo do princípio de que os conteúdos

trabalhados na escola devem estar relacionados aos conhecimentos prévios

dos alunos e que estes devem adotar uma atitude favorável para a

aprendizagem, faz uma crítica à metodologia expositiva, devido a dois fatores:

sua presença é ainda muito atuante e representa um obstáculo para o

educador na construção de uma nova concepção metodológica e, muitas

vezes,não oportuniza uma aprendizagem significativa.

Nessa metodologia o grande trabalho do professor se concentra na

exposição, o mais clara e precisa possível, a respeito do objeto de estudo, onde

procura trazer para os alunos elementos mais importantes para a compreensão

do mesmo, recuperando o conhecimento acumulado pela humanidade.

Ou seja, a metodologia expositiva passa pelas seguintes etapas:

apresentação do ponto, resolução de um exercício modelo, proposição de

vários exercícios para que os alunos fixem o ponto.

Os grandes problemas da metodologia expositiva são: seu alto risco de

não aprendizagem, em função do baixo nível de interação sujeito-objeto de

conhecimento e a formação do homem passivo, não crítico.

Buscando o inverso, a escola deve superar a metodologia tradicional

através da utilização da metodologia dialética, como sugere Vasconcellos

(1995), passando a ter três grandes preocupações:

1- mobilização para o conhecimento que corresponde a uma

sensibilização para o conhecimento. Trata-se de estabelecer um primeiro nível

de significação, em que o sujeito chegue a elaborar as primeiras

representações mentais do objeto a ser conhecido. Para tanto, o educador

deve: conhecer a realidade do grupo, para ver as suas redes de relações e

necessidades; partir do que é mais próximo, mas absolutamente não ficar ali;

ter clareza dos objetivos; buscar as mediações apropriadas, estabelecendo

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uma prática pedagógica para o grupo.

2- construção do conhecimento que é o processo de conhecer, é o

estabelecimento de relações significativas entre as representações, idéias, conceitos do

sujeito e o objeto, num determinado contexto. Contextualizar é uma estratégia

fundamental para a construção de significações. Se pensarmos a informação ou o

conhecimento como uma referência ou parte de um texto maior podemos entender o

sentido da contextualização: enraizar o conhecimento ao texto original do qual foi extraído

ou a qualquer outro contexto que lhe empreste significado. Para que a aprendizagem seja

eficaz há a necessidade da ação do sujeito sobre o objeto de conhecimento. O/a

educador/a deve orientar quanto ao processo de conhecimento, revelar ao aluno como

deve ser a abordagem do objeto para que se possibilite o melhor conhecimento. Aqui, o

livro didático não ocupa o papel central. Ele deve ser concebido pelos/as professores/as

como um recurso, entre outros, colocado à sua disposição para favorecer o trabalho

pedagógico e não como o condutor do processo de aprendizagem em sala de aula.

O/a professor/a é, sem dúvida, mais capacitado do que o autor do livro didático,

para encaminhar os alunos e alunas da melhor maneira possível na aprendizagem, pois,

convivendo com eles, conhece suas possibilidades, dificuldades e expectativas.

3- elaboração da síntese do conhecimento que é o momento em que o/a

educando/a, tendo percorrido as etapas anteriores da aproximação e análise do

objeto de conhecimento, deve ter oportunidade de sistematizar o

conhecimento que vem adquirindo e expressá-lo concretamente, seja de forma

oral, gestual, gráfica, escrita ou prática.

Assim, o educando deverá expor os vários níveis de relações que conseguiu

estabelecer com o objeto de conhecimento, seu significado, bem como a generalização, a

aplicação em outras situações que não as estudadas.

É certo que nem todo conhecimento permite uma articulação prática imediata,

mas é importante que, mesmo através de mediações, seja garantido seu vínculo com a

transformação da realidade.

Mesmo utilizando essa metodologia, é preciso pensarmos que quando estudamos

alguma realidade a fim de conhecê-la, fazemos isso com os objetivos próprios de uma

área do conhecimento. Esse estudo é rico e necessário, mas é importante termos

consciência de que estamos fazendo um recorte do nosso objeto de estudo. A visão

obtida é necessariamente fragmentada.

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È preciso reconhecer que as disciplinas, como produto do desenvolvimento

histórico, encontram-se em transição contínua e estão submetidas a forças exteriores em

constantes mudanças e que a superação da fragmentação das disciplinas é possível a

partir de uma prática interdisciplinar, que segundo Fazenda (1993, p.17)

parte do princípio de que nenhuma forma de conhecimento é em si mesma racional. Tenta, pois, o diálogo com outras formas de conhecimento, deixando-se interpenetrar por elas. Assim, por exemplo, aceita o conhecimento do senso comum como válido, pois é através do cotidiano que damos sentido às nossas vidas. Ampliando através do diálogo com o conhecimento científico, tende a uma dimensão utópica e libertadora, pois permite enriquecer nossa relação com o outro e com o mundo.

Pensar a interdisciplinaridade enquanto processo de integração recíproca entre

várias disciplinas e campos de conhecimento "capaz de romper as estruturas de cada

uma delas para alcançar uma visão unitária e comum do saber trabalhando em parceria" ,

conforme afirma Palmade, citado por Doll (1997, p.48), é sem dúvida, uma tarefa que

demanda, de nossa parte, um grande esforço no rompimento de uma série de obstáculos

ligados a uma racionalidade extremamente positivista da sociedade industrializada. A

primeira tarefa é oportunizar momentos que os professores(as) se reúnam e discutam as

questões que estão sendo trabalhadas.

O contexto histórico vivido nessa virada de milênio, caracterizado pela divisão do

trabalho intelectual, fragmentação do conhecimento e pela excessiva predominância das

especializações, demanda a retomada do antigo conceito de interdisciplinaridade que no

longo percurso desse século foi sufocado pela racionalidade da revolução industrial.

Trabalhar a interdisciplinaridade, de acordo com Soares; Pereira (1997), não

significa negar as especialidades e objetividade de cada ciência. O seu sentido, reside na

oposição da concepção de que o conhecimento se processa em campos fechados em si

mesmo, como se as teorias pudessem ser construídas em mundos particulares sem uma

posição unificadora que sirva de base para todas as ciências, e isoladas dos processos e

contextos histórico-culturais.

A interdisciplinaridade tem que respeitar o território de cada campo do

conhecimento, bem como distinguir os pontos que os unem e que os diferenciam. Essa é

a condição necessária para detectar as áreas onde se possa estabelecer as conexões

possíveis. Como observa Gusdorf, citado por Gadotti (2000, p. 26), "a exigência

interdisciplinar impõe a cada especialista que transcenda sua própria especialidade,

tomando consciência de seus próprios limites para colher as contribuições das outra

disciplinas".

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Ou seja, a interdisciplinaridade deixa de ver barreiras entre áreas de

conhecimento e, a partir de uma área estabelece o diálogo com a outra, buscando nela

elementos necessários para o alargamento explicativo de alguma problematização

proposta, de modo a superar as concepções redutoras das disciplinas isoladas.

Esse diálogo é caracterizado por atividades mentais como refletir, situar,

problematizar, verificar, especular, relacionar. Ele ocorre entre uma e outra, e entre elas,

fazendo com que o ser que aprende construa um saber consciente e globalizador da

realidade.

Ainda sobre currículo, é preciso refletir mais sobre duas questões que

estão sempre presentes na escola: a inclusão e a diversidade. Essas reflexões

fazem parte de dois documentos elaborados pela Secretaria Estadual de

Educação (2006).

constitui verdade inquestionável o fato de que, a todo momento, as diferenças entre os homens fazem-se presentes, mostrando e demonstrando que existem grupos humanos dotados de especificidades naturalmente irredutíveis. As pessoas são diferentes de fato, em relação à cor da pele e dos olhos, quanto ao gênero e à sua orientação sexual, com referência às origens familiares e regionais, nos hábitos e gostos, no tocante ao estilo. Em resumo, os seres humanos são diferentes, pertencem a grupos variados, convivem e desenvolvem-se em culturas distintas. São então diferentes de direito. É o chamado direito à diferença; o direito de ser, sendo diferente (Ferreira; Guimarães, 2003, p. 37).

No que se refere à educação, a tradução desse direito compreende a construção

de um espaço dialógico no qual as diferenças se complementem, e não sejam fatores de

exclusão, e os currículos tornem-se abertos e flexíveis, oportunizando a reflexão crítica

sobre a história das minorias, dos estigmatizados, dos colonizados, dos dominados.

A escola deve ter, assim como as políticas da SEED, como alvo, todos os grupos

que sofreram exclusão física ou simbólica, ao longo da história, reconhecendo seus

direitos sociais como é o caso, entre outros, dos grupos afrodescendentes, das crianças e

jovens que, por inúmeros motivos, se evadem da escola, das pessoas que apresentam

necessidades especiais, oriundas ou não de deficiências.

Cabe ao Estado democrático, por meio da implementação de políticas públicas,

enfrentar as desigualdades sociais e promover o reconhecimento político e a valorização

dos traços e especificidades culturais que caracterizam a diferença das minorias sem

visibilidade social, historicamente silenciadas.

É a preocupação da escola com o atendimento à diversidade social, econômica e cultural existente que lhe garante ser reconhecida como instituição voltada, indistintamente, para a inclusão de

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todos os indivíduos (...) o grande desafio dos educadores é estabelecer uma proposta de ensino que reconheça e valorize práticas culturais de tais sujeitos sem perder de vista o conhecimento historicamente produzido, que constitui patrimônio de todos (Paraná, 2005).

Esse conjunto de fatos inverte a ótica da discussão para a questão do amplo

leque da exclusão e não mais para a preocupação com a inclusão de um único grupo no

espaço escolar: o das pessoas com deficiência. “As escolas inclusivas são escolas para

todos, implicando num sistema educacional que reconheça e atenda às diferenças

individuais, respeitando as necessidades de qualquer dos alunos” (Carvalho, 2004, p.26).

A partir dessa concepção fica evidente que há muitos alunos que apresentam

problemas ou dificuldades de aprendizagem, por razões inerentes a sua compleição

física, limitações sensoriais ou déficits intelectuais. Entretanto, há um sem número de

alunos que não atingem às expectativas de aprendizagem e avaliação da escola em

decorrência das condições econômicas e culturais desfavoráveis que vivenciam. Assim, o

insucesso na escola revela que não são apenas os alunos com deficiência os que

apresentam necessidades referentes ao processo de aprendizagem e que devem ser

beneficiados com recursos humanos, técnicos, tecnológicos ou materiais diferenciados

que promoverão a sua inclusão.

Não se admite, portanto, continuarmos a ouvir declarações em que a escola

inclusiva seja caracterizada apenas como aquela, que possui, matriculados em suas

turmas, alunos com deficiências, ainda que continue a apresentar altos índices de evasão

e repetência, um grande número de analfabetos funcionais, ou alunos marginalizados por

sua condição de pobreza extrema ou pela cor de sua pele, entre outras situações de

exclusão e fracasso.

Especificamente, quanto à inclusão de alunos com necessidades educativas

especiais, esta tem que acontecer de maneira responsável. O desafio da inclusão escolar

deve ser enfrentado como uma nova forma de repensar e reestruturar políticas e

estratégias educativas, de maneira a não apenas criar oportunidades efetivas de acesso

para crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais, mas, sobretudo,

garantir condições indispensáveis para que possam manter-se na escola e aprender.

A inclusão educacional é mais que a presença física, é muito mais que

acessibilidade arquitetônica, é muito mais que matricular alunos com deficiência nas salas

de aula do ensino regular, é bem mais que um movimento da educação especial, pois se

impõe como movimento responsável que não pode abrir mão de uma rede de ajuda e

apoio aos educadores, alunos e familiares (Carvalho, 2004).

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É partindo desse princípio que entendemos que embora a escola regular seja o

local preferencial para promoção da aprendizagem e inclusão de alunos com

necessidades educacionais especiais, há uma parcela de crianças e adolescentes que,

em função de seus graves comprometimentos ou necessidade de comunicação

diferenciada, requerem atenção individualizada e adaptações curriculares significativas,

os quais necessitam que seu atendimento seja, atualmente, realizado em classes ou

escolas especiais.

Uma inclusão responsável requer a constante avaliação da qualidade dos

serviços prestados, seja em escolas comuns, seja em escolas especiais. A reflexão

acerca da educação inclusiva e seus desafios aos pais, educadores, gestores e pessoas

com necessidades educacionais especiais provocam o surgimento de uma vasta gama de

expectativas a respeito da efetivação, na prática, do ideal de uma escola pública de

qualidade, que acolha todos os alunos.

No entanto, essa é uma tarefa que não depende apenas da convicção e do

compromisso técnico e político dos governos, mas de pais, familiares, professores,

profissionais, enfim, de todos os membros da sociedade, sob o risco de termos apenas o

efeito de seus benefícios para os alunos no discurso e nenhuma ação concreta e

transformadora da realidade em que se encontram.

O processo de inclusão educacional exige planejamento e mudanças sistêmicas

político-administrativas na gestão educacional, que envolvem desde a alocação de

recursos governamentais até a flexibilização curricular que ocorre em sala de aula.

Mesmo com todas as garantias legais que asseguram o direito de acesso à

escola, na prática, nem sempre se garante o ensino de qualidade, almejado nos princípio

das políticas educacionais. Isso se deve a um complexo conjunto de fatores que

envolvem desde a ineficaz gestão de órgãos governamentais, consideradas barreiras

político-administrativas, até as que são consideradas as formas mais perversas de

exclusão, aquelas com baixa visibilidade, que se manifestam simbolicamente por meio de

(pré)conceitos e discriminação que constroem estereótipos e mitos sobre as pessoas,

consideradas barreiras atitudinais, presentes na sociedade como um todo.

De fato, há uma diversidade de atitudes e práticas, favoráveis e desfavoráveis no

enfrentamento desse processo e, infelizmente, algumas posturas hostis residem na

desinformação. A educação escolar, nesse contexto, ocupa um inegável papel de

destaque na formação do cidadão, já que detém os mecanismos sistematizados que

oferecem possibilidades de reflexão e, conseqüente, transformação da realidade.

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É preciso construir coletivamente na escola culturas inclusivas, o que envolve

propostas para a construção de uma comunidade escolar segura, receptiva, colaboradora

e estimulante em que todos são considerados importantes para a remoção de barreiras

para a aprendizagem e para a participação.

Além disso, é preciso rever organização do processo de aprendizagem, por meio

da flexibilização e adaptações curriculares (de conteúdos, métodos, avaliação), de modo

a contemplar a participação de todos os alunos, considerando seus conhecimentos

prévios, suas necessidades lingüísticas diferenciadas e o contexto social.

Como afirma Matiskei (2004), nesse processo, cada sujeito é um elemento

fundamental na trama que constitui a rede que sustenta o processo inclusivo. Certamente,

não podemos esperar que todos os requisitos necessários estejam prontos para que a

inclusão se concretize, de fato.

Do mesmo modo, não podemos estabelecer, por meio de um decreto

governamental, que ela se transforme em realidade, como em um passe de mágica, do

dia para a noite.

Quanto à diversidade cultural, os grupos sociais constituem muitas formas de

simbolizar o mundo e, embora a base social seja a mesma, o modo de valorizar,

simbolizar, classificar é diferente. Estamos inseridos num quadro em que a natureza é a

mesma, no entanto o modo de apropriação é culturalmente determinado. O problema é

que na sociedade capitalista tudo é hierarquizado, as diferenças étnicas e culturais são

transformadas em desigualdade.

As desigualdades estão ligadas à condição econômica. Partilhamos da mesma

sociedade, mas cada um vive conforme suas possibilidades. Esta é a sociedade de

classes sociais que nomina e hierarquiza as pessoas conforme a quantidade de bens

materiais. Ser pobre significa estar num lugar social desigual que impede o acesso a

determinados bens e serviços. Ser pobre, negra, idosa e homossexual pode complicar

ainda mais a condição de pobreza. Assim fica claro que na situação de classe social

agregam-se outras condições tais como: espacialidades, temporalidades, pertencimento

étnico, diferenças etárias, étnicas, de gênero, de orientações sexuais, religiosas, de

visões de mundo, projetos individuais, desejos, valores, potencialidades, habilidades,

experiências vividas e ressignificadas, etc.

Sabemos que a sociedade brasileira constitui-se de diferentes matrizes étnicas e

culturais, entre as quais se ressaltam índios, caboclos e negros. Esses grupos têm

sobrevivido com muitas dificuldades a diferentes etnocídios e múltiplas formas de

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invisibilidade social, ainda assim permanecem reafirmando suas identidades étnicas.

Entretanto, a nacionalidade brasileira transmitida nos meios de comunicação de

massa e, às vezes, na própria escola, muitas vezes se apresenta de forma acabada como

se não existissem outros mecanismos de pertencimentos diferentes do modelo

eurocêntrico.

Os diferentes modos de vida que se organizam no meio social, algumas vezes,

são conteúdos negados nas práticas escolares. Muitos talentos são ocultados,

impossibilitados de transformarem-se em ato não apenas pela falta de oportunidade, mas

principalmente, porque na escola muitas vezes paira uma espécie de recusa em ensinar

aqueles que já chegam marcados pela pobreza, pelo trabalho rural, pela cor, pelo sexo,

pela idade e por outros pertencimentos diferentes daquele que se têm como modelo

hegemônico.

Em uma mesma sala de aula estão reunidos educandos de gêneros diferentes,

religiosidades, pertencimentos étnicos, culturais, trajetórias de vida, saberes acumulados,

fazeres, espacialidades vividas, temporalidades, concepções, etc. Essa diversidade de

sujeitos implica práticas pedagógicas que, evidentemente, não podem ser a mesma para

todos. Algumas crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos conseguem aprender

conforme os ditames dos padrões didáticos hegemônicos, mas outros necessitam de

suportes diferenciados por que também existem diferenças cognitivas.

O atendimento às especificidades sócioculturais demanda políticas diferenciadas.

Em termos mais concretos isso implica também que a distribuição de verbas públicas

deve ser feita de acordo com as necessidades sociais e não apenas conforme os critérios

burocráticos.

As tentativas oficiais de objetivar o princípio da igualdade universal esbarram em

políticas iguais para grupos que vivem em desigualdade social. A igualdade universal

permanece como o horizonte a ser alcançado. Essa luta impõe a necessária democracia

econômica e a eliminação de privilégios.

Reconhecer que sabemos pouco sobre as culturas com as quais lidamos no dia-

a-dia do trabalho docente e, mais do que isso, pesquisar sobre as manifestações e ações

resultantes das interações entre culturas diferentes, bem como garantis o reconhecimento

do outro, faz parte das necessidades mais imediatas no campo escolar. Para além do

reconhecimento da heterogeneidade e da complexidade do ser humano é preciso acolher

as diversidades nas práticas educativas. Trata-se de uma caminhada cujos atalhos

deverão ser construídos enquanto se caminha. A configuração desses atalhos depende

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da sensibilidade dos envolvidos na educação. A heterogeneidade emerge na medida em

que se processam comparações, e, conforme os critérios que são utilizados, ora são

ressaltadas as diferenças, ora as semelhanças. Nessa direção se pode reafirmar que as

práticas educativas devem estar fundamentadas na alteridade (olhar o outro no seu

mundo de cultura) e não na etnicidade (o meu mundo cultural prevalecendo sobre o do

outro), devem trabalhar com as diferenças de modo a reconhecê-las e valorizá-las, devem

quebrar a cultura do silêncio, para que os educandos possam falar e ser ouvidos.

Aos/as educadores/as incumbe a tarefa mais importante de conhecer as

esperanças, lutas, trajetórias e especificidades culturais que caracterizam os/as alunos/as

e levar em consideração os saberes e fazeres populares, o bom senso presente no senso

comum a fim de estabelecer diálogos pedagógicos mais interculturais, mais reflexivos e

menos excludentes.

Outra questão que acompanha todo o processo educativo e que merece

atenção especial é a avaliação. A avaliação da aprendizagem escolar somente

adquire sentido quando articulada com um projeto pedagógico porque subsidia

um curso de ação que visa construir um resultado previamente definido.

Dessa forma, a prática da avaliação da aprendizagem destina-se a servir de base

para tomada de decisões no sentido de construir com e nos/nas educandos/as

conhecimentos que possibilitem o seu efetivo desenvolvimento, por meio de assimilação

ativa do legado cultural da sociedade.

A avaliação deve ser praticada como uma atribuição de qualidade aos resultados

da aprendizagem dos/das educandos/as, tendo por base seus aspectos essenciais e,

como objetivo final, uma tomada de decisão que direcione o aprendizado e,

conseqüentemente, o desenvolvimento do educando.

Nesse sentido, ao avaliar, o professor deverá:

- coletar, analisar e sintetizar, da forma mais objetiva possível, as manifestações das

condutas dos educandos, produzindo uma configuração do efetivamente aprendido;

- atribuir uma qualidade a essa configuração da aprendizagem a partir de um padrão

preestabelecido e admitido como válido pela comunidade dos educadores e especialistas

dos conteúdos que estejam sendo trabalhados;

- a partir dessa qualificação, tomar uma decisão sobre as condutas docentes e discentes

a serem seguidas, tendo em vista:

- a reorientação imediata da aprendizagem, caso sua qualidade se mostre

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insatisfatória e caso o conteúdo que esteja sendo aprendido seja efetivamente essencial

para a formação do/a educando/a;

- o encaminhamento dos educandos para passos subseqüentes da

aprendizagem, caso se considere que, qualitativamente, atingiram um nível satisfatório no

que estava sendo trabalhado.

A prática da avaliação da aprendizagem, só será possível na medida em que se

estiver efetivamente interessado na aprendizagem do educando.

Se nós, professores/as, ensinamos e os/as alunos/as não aprenderam e estamos

interessados em que aprendam, há que se ensinar até que aprendam, deve-se investir na

construção dos resultados desejados.

Sem essa perspectiva dinâmica de aprendizagem para o desenvolvimento, a

avaliação não terá espaço; terá espaço, sim, a verificação, desde que ela só dimensiona o

fenômeno sem encaminhar decisões.

O processo de verificação configura-se pela observação, obtenção, análise e

síntese dos dados ou informações que delimitam o objeto ou ato com o qual se está

trabalhando. A verificação encerra-se no momento em que o objeto ou ato de investigação

chega a ser configurado.

A dinâmica do ato de verificar encerra-se com a obtenção do dado que se busca,

por isso não implica que o sujeito retire dela conseqüências novas e significativas.

Dentro dessa visão, em que educar é formar e aprender é reconstruir o próprio

saber, a avaliação não se reduz em atribuir notas. As notas são enganosas do ponto de

vista de ter ciência daquilo que o educando desenvolveu. As notas criam uma forte

distorção na expressão da realidade. Por isso, o ideal é a construção de pareceres

descritivos realizados de todos os alunos individualmente. Ao lado dessa avaliação feita

pelos professores, a auto-avaliação do aluno, a avaliação coletiva da turma e a avaliação

dos responsáveis pelos alunos dão conta de dizer quais foram os avanços e as

dificuldades encontradas. Ou seja, quais práticas devem permanecer e quais devem ser

reorientadas para garantir a aprendizagem de todos.

A avaliação educativa é um processo complexo, que começa com a formulação de objetivos e requer a elaboração de meios para obter evidência de resultados, interpretação dos resultados para saber em que medida foram os objetivos alcançados e formulação de um juízo de valor (Sarabbi apud Sant’ Anna, 1995, p. 28).

Completando esse pensamento, Luckesi (1998) afirma que a avaliação é um ato

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amoroso e que por isso é difícil mudar a sua prática em uma sociedade que não é

amorosa. As provas são mais compatíveis com o senso comum exigido pela sociedade

burguesa e implicam julgamento, com conseqüente exclusão; já a avaliação pressupõe

acolhimento, tendo em vista a transformação: “enquanto as finalidades e funções das

provas e exames são compatíveis com a sociedade burguesa, as da avaliação a

questionam; por isso, torna-se difícil realizar a avaliação na integralidade do seu conceito,

no exercício de atividades educacionais, sejam individuais ou coletivas” (Luckesi, 1998, p.

171).

O autor afirma que a avaliação é um ato amoroso porque este pode ser

considerado como aquele que acolhe a situação como ela é, sem a característica de

julgar. Julgamentos aparecerão, mas, é claro, para dar continuidade à ação e não para

excluí-la.

A avaliação, neste sentido, tem por base acolher uma situação, para, então,

ajuizar a sua qualidade, tendo em vista dar-lhe suporte de mudança, quando necessário.

Isto quer dizer que avaliar um aluno com dificuldades é criar a base do modo de como

incluí-lo na aprendizagem; o diagnóstico permite a decisão de direcionar ou redirecionar

aquilo que precisa ser melhorado.

A avaliação da aprendizagem possui dois objetivos: auxiliar o/a educando/a no

seu desenvolvimento pessoal, a partir do processo de ensino-aprendizagem; e responder

à sociedade pela qualidade do trabalho educativo realizado.

Esses dois objetivos só fazem sentido se caminharem juntos, ou seja, “se dermos

atenção exclusivamente ao sujeito individual, podemos cair no espontaneísmo; caso

centremos nossa atenção apenas no segundo, chegaremos ao limite do autoritarismo”

(Luckesi, 1998, p. 174).

Além dos objetivos da avaliação propostos acima, ressalta-se que a função

primordial da avaliação é de diagnosticar e conseqüentemente levar a uma tomada de

decisão. Articuladas com esta função básica, estão outras funções destacadas por

Melchior (1994): propiciar a autocompreensão, motivar o crescimento, aprofundar e

auxiliar na aprendizagem.

Para que estas funções sejam efetivadas na prática, é necessário que o/a

professor/a esteja atento/a aos instrumentos utilizados como meio de avaliação, nos

seguintes pontos destacados por Rabelo (1998): a) Articular o instrumento com os

conteúdos planejados, ensinados e aprendidos pelos/pelas educandos/as, no decorrer do

período escolar que se toma para avaliar. b) Cobrir uma amostra significativa de todos os

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conteúdos ensinados e aprendidos de fato, compatibilizando as habilidades do

instrumento de avaliação com as habilidades trabalhadas e desenvolvidas na prática do

ensino-aprendizagem. c) Compatibilizar os níveis de dificuldade do que está sendo

avaliado com os níveis de dificuldade do que foi ensinado e aprendido, usando uma

linguagem clara e compreensível para salientar o que se deseja pedir nas avaliações. d)

Construir instrumentos que auxiliem a aprendizagem dos/as educandos/as, seja pela

demonstração da essencialidade dos conteúdos, seja pelos exercícios inteligentes, ou

pelos aprofundamentos cognitivos propostos.

Os instrumento de avaliação devem ser, portanto, variados, não se admitindo

mais fazer uso de uma ou duas provas no final dos bimestre ou trimestres. Se o processo

de aprendizagem é contínuo, a avaliação, que tem por objetivo acompanhar todo o

processo, também deve ser contínua. Dessa forma, as avaliações podem ser diárias e

não com datas marcadas ou rituais próprios que só deixam os/as alunos/as tensos/as.

A avaliação deve ser encarada, por professores/as e alunos/as, como uma

atividade normal, que faz parte do processo e não como algo que cria um abismo entre o

aluno e sua aprendizagem. Assim, a avaliação assume uma dimensão diagnóstica e

orientadora, pois permite que o/a professor/a tome consciência dos avanços e

dificuldades dos/as educandos/as, direcionando sua prática para que os/as mesmos/as

continuem progredindo na construção do conhecimento.

Hoffmann (1991) ressalta que a forma de encarar e realizar a avaliação reflete a

atitude do professor em sua interação com a classe bem como sua relação com o aluno.

Por exemplo, um/a professor/a autoritário/a e inseguro/a, poderá ver na avaliação uma

arma de tortura ou punição para alunos/as apáticos/as ou indisciplinados/as. Por sua vez,

um professor sério e responsável, que orienta as atividades de aprendizagem, tenderá a

encarar a avaliação como uma forma de diagnóstico dos avanços e dificuldades dos

alunos e como indicador para o replanejamento de seu trabalho docente. Nessa

perspectiva, a avaliação ajuda o aluno a progredir na aprendizagem e o/a professor/a

aperfeiçoar sua prática pedagógica.

Para ser coerente aos princípios de uma avaliação contínua, mediadora,

que se fundamenta no princípio da continuidade do conhecimento, é preciso

que a organização escolar seja em forma de ciclos de aprendizagem

plurianuais.

Isto se justifica porque, de acordo com Hoffmann (2001), os regimes

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seriados estabelecem obstáculos ao prosseguimento dos estudos a partir de

critérios, definidos pelos professores como requisitos à promoção dos alunos à

série seguinte. O processo de aprendizagem é dividido em etapas anuais e a

tendência é analisar cada ano separadamente dos demais. Alguns/algumas

professores/as se responsabilizam pela aprendizagem dos/as alunos/as ao

longo de um ano, sem estabelecer ligações com o passado e o futuro deles na

escola.

Ao contrário, os ciclos de aprendizagem visam o acompanhamento

integral dos alunos, a sua progressão por ciclos de formação, respeitando

ritmos e interesses individuais, sem deixar de perseguir a aprendizagem

máxima possível de todos os/as alunos/as.

Nesta perspectiva, toda manifestação dos/as alunos/as é provisória

frente à história do seu conhecimento, que é reformulada, complementada,

enriquecida ao se levantar dúvidas sucessivamente. O seu acompanhamento

exige a compreensão dessa história pelo/a educador/a. Trata-se de um

compromisso compartilhado pelos educadores que ultrapassa limites de tempo

e divisões disciplinares, e confia na capacidade de aprendizagem de todos os

alunos a partir de desafios e oportunidades que levem em conta suas

possibilidades e interesses.

Para Perrenoud (2000, p. 46) é preciso cada vez mais um trabalho em equipe:

Não basta ter uma idéia aproximada dos programas dos anos anteriores e posteriores, assim como aqueles que moram em um país têm vaga idéia dos países limítrofes. O verdadeiro desafio é o domínio da totalidade da formação de um ciclo de aprendizagem, e, se possível, da escolaridade básica, não tanto para ser capaz de ensinar indiferentemente em qualquer nível ou ciclo, mas para inscrever cada aprendizagem em uma continuidade em longo prazo.

Mesmo considerando a continuidade da aprendizagem, alguns alunos e

alunas podem apresentar, em algum momento, dificuldades em aprender.

Quando isso acontece, o ideal é que pudessem contar com apoio no horário

contrário das aulas. É importante lembrar que o/a aluno/a que freqüenta um

apoio é o que mais precisa de estímulos para vencer os obstáculos

relacionados à sua aprendizagem. Sua freqüência nesse período é necessária

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pelas dificuldades apresentadas e por precisar de um atendimento

diferenciado, mas sua capacidade de aprender se equivale à dos demais.

A assiduidade do/a aluno/a, a qualidade desse ensino, as condições físicas e

materiais, as oportunidades de aprendizagem e a disposição do/a professor/a são fatores

essenciais para a superação das dificuldades. Além disso, é necessário que haja muito

incentivo a esse/a aluno/a e seria obstáculo muito grande para a sua aprendizagem se

ele/a perceber sentimento de discriminação ou de neutralidade por parte do/a professor/a,

principalmente o/a da turma regular a que pertence.

Outro obstáculo igualmente significativo é o possível desinteresse em um trabalho

integrado entre os professores do apoio e os regentes da classe comum. Esse trabalho

deve estar em consonância com as necessidades da criança e as concepções de ensino-

aprendizagem que embasam nosso projeto de escola. Portanto, é preciso que o/a

professor/a da turma de ensino regular e o/a professor/a do apoio tenham oportunidades

de estarem em contato para garantia da integração e para que a interferência no apoio

garanta a superação das dificuldades.

É bem mais difícil a superação das dificuldades quando os/as professores/as

fazem um trabalho isolado, assim como é igualmente difícil quando o/a professor/a

regente distancia-se das necessidades do/a aluno/a esperando que só o/a professor/a de

apoio consiga o resultado esperado.

As atividades a serem ofertadas no apoio não devem visar um reforço, mas

devem despertar a continuidade de aprender, pois o/a aluno/a não esqueceu nada que

precise reforçar. Por isso, não podem ser atividades repetitivas, mecânicas, sem

significado, mas dinâmicas, inovadoras, com espaço garantido para o manuseio de

material didático, jogos, situações de observação, comparações, convites variados e

sugestivos para a aprendizagem.

O apoio pedagógico é o espaço ofertado para garantir condições que levem à

aprendizagem. Assim sendo, torna-se necessário considerar o que cada aluno já sabe e

ofertar atividades diferenciadas que levem em conta as especificidades de cada aluno.

Um momento privilegiado de avaliação das práticas pedagógicas deve ser o

Conselho de Classe que precisa ser pensado, de acordo com Hoffmann (2001) como um

espaço educativo dos educadores na construção de uma proposta interdisciplinar, para a

ampliação de seus perspectivas acerca dos diferentes jeitos de ser e aprender do/a

aluno/a na relação com outros saberes. Os Conselhos de Classe só possuem sentido se

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tiverem o propósito de aprofundar a análise epistemológica e didática dos processo de

aprendizagem dos alunos, de decisões conjuntas que contribuam para o aprimoramento

das ações futuras de toda a equipe de profissionais.

As discussões nos Conselhos de Classe não podem ser restritas à problemas

emocionais e de conduta, é preciso que as questões epistêmicas e didáticas assumam o

centro das discussões para que o trabalho pedagógico da escola seja beneficiado. Além

disso, os Conselhos de Classe devem partir do pressuposto de que a avaliação é um

compromisso de futuro que deve reforçar que vale a pena confiar, apoiar, sugerir e

desafiar os/as alunos/as para que prossigam o caminho da aprendizagem.

Para a escola realmente se tornar esse espaço para a construção contínua da

cidadania, através de práticas que neguem a exclusão e a seleção, é preciso que a

gestão seja democrática.

Nesse sentido, a participação de toda comunidade (alunos, famílias, funcionários,

professores, pedagogos e direção) na escola não é uma concessão, mas uma prática que

expressa princípios, que influencia na qualidade da educação e está vinculada a um

projeto coletivo por uma sociedade melhor.

Para superar a lógica burocrática, fragmentada e autoritária que ainda está

presente no cotidiano da escola é preciso abrir espaços para a efetivação da participação

da comunidade no interior da escola. Essa participação não diz respeito à integração da

escola com a família ou a colaboração dos pais e mães na escola, e, sim, à participação

enquanto mecanismo de representação e participação política.

A organização das pessoas envolvidas no processo educativo deve ocorrer a

partir da possibilidade real de serem tomadas decisões e, sobretudo, o reconhecimento

da responsabilidade, da diversidade de concepções e de práticas. Neste sentido, o

consenso não é ponto de partida, mas o de chegada, devendo ser buscado dialógica e

coletivamente.

Para contribuir com esse organização, a eleição para direção é fundamental, mas

por si só não garante a gestão democrática. É essencial rever a participação da

comunidade escolar nos órgãos colegiados (Conselho Escolar, APMF, Grêmio Estudantil),

assim como nas Reuniões de Pais e Mães e Conselhos de Classe. Os órgãos colegiados

não podem existir apenas para concordar com as decisões já tomadas pela escola, a eles

cabe: avaliar o trabalho desenvolvido na escola, propor metas e ações para serem

incorporadas no plano de ação, definir as linhas que orientarão a (re) construção do

Projeto Político Pedagógico e discutir e deliberar sobre a aplicação dos recursos

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financeiros.

Para isso, as pessoas envolvidas no processo educativo precisam ser ouvidas e

não podem ter receio em expor suas idéias, sugestões e críticas.Esse espaço precisa ser

construído através do diálogo, da valorização da comunidade na qual a escola está

inserida e do conhecimento real dos anseios e expectativas que esta comunidade possui

em relação à escola.

Quando se fala em participação da comunidade escolar é importante ressaltar o

papel dos/as funcionários/as da escola que desempenham funções que atingem

indiretamente a aprendizagem dos alunos.

Infelizmente, as funções que os/as funcionários/as dempenham, muitas vezes,

não são valorizadas, fazendo com que pertençam a um outro bloco no trabalho da escola

que os coloca em condições de reconhecimento social diferente dos/as professores/as.

A organização do trabalho escolar ainda fortalece a separação entre trabalho

manual e intelectual. Neste sentido, o trabalho considerado simples acaba por ser

“naturalmente” desconsiderado no fazer pedagógico da escola. É preciso que se

questione o papel dos/as funcionários/as como sujeitos ativos da escola.

Esta não é uma tarefa fácil, mas é possível começar superando o autoritarismo,

democratizando os mecanismos de comunicação, fazendo com que os/as funcionários/as

participem dos Conselhos de Classe (onde podem expor informações sobre os alunos

que nem sempre os professores dispõem) e da construção do Projeto Político

Pedagógico.

A tomada de decisões em seus vários âmbitos, a socialização do conhecimento e

dos espaços são condições necessárias para a superação da sepração entre pensar e

fazer e para que os/as funcionários/as sintam-se realmente incluídos/as no processo

educativo.

Para finalizar, precisamos insistir na formação continuada dos profissionais da

escola. A LDB 9394/96 afirma que os sistemas de ensino deverão promover a valorização

dos profissionais da educação, assegurando-lhes aperfeiçoamento profissional

continuado e período reservado a estudos, planejamento e avaliação incluído na carga de

trabalho.

A escola deve ser o local privilegiado para essa formação que faz parte da ação

docente. Isso significa que devemos forçar momentos além da hora-atividade que foi uma

conquista para que os/as professores/as deixassem de levar tanto trabalho para casa

(planos de aula, avaliações, seleção de materiais, leituras, pesquisas, entre outras

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atividades). Esses momentos devem contar também com a participação efetiva dos/as

funcionários/as.

A formação continuada permite a reflexão sobre nossa prática, melhora nossa

atuação como pessoa e como profissional, contribui consideravelmente para a melhoria

da qualidade do ensino, além de alimentar nossos argumentos e nossa prática em defesa

de uma escola includente, humana, solidária, autônoma e participativa, que contribua

para a construção da sociedade que tanto sonhamos.

MARCO OPERACIONAL

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Diante da realidade apresentada pelo Colégio Estadual Adiles Bordin e à luz de

teorias que embasam nossa concepção de sociedade, de homem e de educação, o

coletivo definiu algumas ações, além daquelas que já fazem parte do marco situacional,

para melhorar o processo educativo.

Registraremos todos os casos de transferências para conhecermos com precisão

os motivos das mesmas, sabendo, assim, se cabe à escola desenvolver alguma ação a

esse respeito.

Quanto aos problemas de freqüência às aulas, seguiremos os passos descritos no

programa FICA e, além de encaminhar os casos, cobraremos com mais rigor ações dos

órgãos competentes. Encaminharemos um documento elaborado coletivamente pela

comunidade escolar denunciando aos órgãos competentes a questão das crianças e

adolescentes que passam o dia todo na rua, sem oportunidade de freqüentar um

programa social.

Dessa forma agiremos também no que diz respeito ao serviço de saúde, que é

direito de todos. A escola possui uma função específica, que é o trabalho com o

conhecimento, e não dá conta de resolver todas as questões que acabam interferindo no

processo educativo, por isso, chamaremos os responsáveis por cada área para que

façam a parte que lhes cabe.

Trabalharemos com a comunidade escolar, em reuniões organizadas em horário

que a maioria possa participar, a questão do direito à educação para conscientizar as

famílias que os/as alunos/as não devem estar na escola somente porque a lei assim

determina, conscientizar sobre a importância da freqüência, da responsabilidade na

entrega dos trabalhos e nos estudos. Além disso, continuaremos insistindo no trabalho

diário, incentivando os alunos, valorizando seus avanços e apontando o que precisa ser

superado.

Faremos um trabalho com todas as turmas sobre o hábito de estudar, utilizando

técnicas que incentivem os alunos e alunas e dêem a eles/as sugestões para melhorar o

desempenho.

Nas aulas de Educação Física serão trabalhadas, além dos conteúdos da

disciplina, atividades que levem o/a aluno/a a desenvolver sua atenção, concentração e

memória. Para isso, faremos uma coletânea de atividades que ficarão à disposição dos

professores.

Entraremos em contato com a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras

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– FAFI para firmarmos uma parceria no sentido de nos cederem estagiários,

principalmente na área de Matemática, para que realizem, no período contrário da classe

regular, aulas de apoio à aprendizagem aos alunos e alunas do 2° ano do III ciclo e dos

dois anos do IV ciclo.

Desenvolveremos um projeto de leitura, pois sabemos que ela é fundamental no

processo de aprendizagem. Uma vez por semana faremos uma aula de leitura, com todas

as turmas, de acordo com cronograma pré-estabelecido, mas não será, portanto, somente

nas disciplinas de Língua Portuguesa. Para que esta seja aproveitada ao máximo, os/as

alunos/as terão um horário semanal para fazer empréstimos e/ou troca de livros na

biblioteca, também seguindo um cronograma pré-estabelecido.

Outro projeto que será desenvolvido, sobretudo com os alunos do IV ciclo, diz

respeito à prevenção ao Uso Indevido de Drogas. O projeto será coordenado pelo

professores que participaram da capacitação on-line oferecida pelo MEC e SENAD

(Secretaria Nacional Anti-Drogas), em parceria com a UnB.

Para trabalhar os temas que surgem e assumem relevância no dia-a-dia da escola

(assédio, aborto, afetividade, gravidez na adolescência, machismo, entre outros), além

dos mesmos serem abordados nas diferentes áreas do conhecimento, chamaremos

pessoas especializadas para conversar com os/as alunos/as, agrupando-os de acordo

com a necessidade. Para ajudar nesse trabalho faremos coletâneas de textos (dados,

imagens, pesquisas, informações, depoimentos, entre outros) para leitura de alunos/as e

professores/as e deixaremos à disposição na biblioteca.

Trabalharemos com todas as turmas a questão da Educação Fiscal, através de

um projeto que será aplicado pelos professores que participaram do curso de

Disseminadores, com o objetivo de contribuir permanentemente para a formação das

pessoas, visando ao desenvolvimento da conscientização sobre seus direitos e deveres

no tocante ao valor social do tributo e ao controle social do Estado democrático.

Para que nós, educadores/as, tenhamos mais clareza sobre o desenvolvimento

dos/as nossos/as alunos/as e para conhecermos melhor as características dessa fase

pela qual estão passando (11 a 16 anos aproximadamente), buscaremos textos para

serem estudados em nossos grupos de estudo e entraremos em contato também com

pessoas especializadas para socializarem o saber que possuem conosco. Acreditamos

que, conhecendo melhor sobre o desenvolvimento psicológico dos/as alunos/as, podemos

desenvolver um trabalho melhor, com atitudes mais adequadas e voltadas aos interesses

e expectativas deles e delas.

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Sobre a questão da avaliação é visto que precisamos de mais estudo para

definirmos alguns critérios que deverão fazer parte da prática de todos/as os/as

professores. Para isso, organizaremos reuniões de estudo e chamaremos, também,

pessoas especialistas no assunto para que possamos discutir e chegar a alguns pontos

comuns que atendam o nosso projeto de escola. Depois de definido pelos professores os

critérios de avaliação, trabalharemos com os/as alunos/as essa questão e entregaremos

por escrito para cada um deles como é a prática avaliativa da nossa escola.

Quanto à nossa formação continuada, continuaremos participando, na medida do

possível, das capacitações oferecidas pelo estado, insistiremos nos grupos de estudo

quinzenalmente e abriremos um espaço de, no mínimo, quinze minutos para que o

professor que participou de um curso tenha a oportunidade de repassar para os colegas

no dia do seu retorno à escola.

As ações referentes às condições físicas, materiais e didáticas deverão ser

sempre decididas no coletivo para que todos possam colocar as necessidades que

sentem no dia-a-dia e, assim, otimizar os recursos.

As instâncias colegiadas (Grêmio Estudantil, APMF e Conselho Escolar) que, no

momento, se mostram pouco atuantes, devem receber maior incentivo para que haja uma

atuação mais efetiva. Faz-se necessário para isso esclarecer para as pessoas que

participam dessas instâncias quais são as verdadeiras funções e como estas podem ser

exercidas.

Quanto às relações de trabalho, buscaremos cada vez mais a abertura para a

participação de todos os envolvidos no processo educativo, tomaremos decisões

coletivamente e buscaremos manter todos informados através da confecção de um mural

específico para o agendamento das atividades semanais. Incentivaremos aos pais e mães

a participarem mais da escola, tornando as reuniões agradáveis, trazendo pessoas da

comunidade para conversar com eles/as a respeito de temas que interessem,

questionando e pedindo opniões, mesmo através de bilhetes, sobre o que acham de

determinados assuntos que envolvem a escola.

Acreditamos que através dessas ações, junto com as ações expressas nos planos

de trabalho da direção e da equipe pedagógica, teremos um bom resultado no que se

refere à organização e ao trabalho pedagógico, não perdendo de vista que nosso objetivo

é a formação, através do conhecimento científico, de pessoas que tenham capacidade

para intervir e transformar a sociedade.

AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

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Toda avaliação é o núcleo da ação de formação, pois todas as informações

obtidas através dela são úteis aos ajustes necessários para o cumprimento dos objetivos

da escola. Faremos, portanto, uma avaliação ao final de cada ano letivo do Projeto

Político Pedagógico para reformular as questões que merecem atenção, considerando

todos os momentos de avaliação ocorridos ao longo do período, como Conselhos de

Classe, reuniões com a comunidade escolar e todas as atividades desenvolvidas com

os/as alunos/as. A colocação de um tempo determinado para sua avaliação não impede

de revermos as questões que se mostrarem relevantes e urgentes antes do término do

ano letivo, possibilitando as modificações necessárias no documento no decorrer do

próprio período.

Os registros realizados desses momentos na escola é um mecanismo que

facilitará a discussão e a reorientação das práticas, favorecendo uma avaliação que tem

como objetivo não apenas encontrar falhas, mas reafirmar nossas convicções e cumprir

com o objetivo de formação da pessoa humana.

Para avaliar o Projeto Político Pedagógico é preciso compreender os vários

fatores que influenciam sua aplicação para que as ações sejam redefinidas e cumpram

seu sentido na prática cotidiana. Portanto, a participação de toda comunidade escolar é

fundamental, assim como foi na sua elaboração.

AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

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A avaliação institucional é uma política que objetiva conhecer de forma

sistemática a realidade das instâncias do estado, através da intensa participação de seus

profissionais, a fim de intervir nesta realidade de forma responsável e efetiva.

Um dos pontos centrais tem sido a preocupação com o caráter educacional do

processo, na medida em que os indivíduos, além da tomada de consciência de seu papel

e do papel da instituição, vão se co-responsabilizando com a implantação do programa e

com a utilização dos resultados da auto-avaliação como referência para tomar decisões

coletivas e para projetar melhorias necessárias e possíveis.

Nesse sentido, a avaliação se configura com um caráter formativo, descartando,

portanto, qualquer espécie de classificação, premiação ou punição, e processual, sendo

possível de alteração por não se encontrar acabada.

O Colégio Estadual Adiles Bordin acha importante a auto-avaliação. Vemos isso

como um momento importante nas relações democráticas da escola, para descobrirmos

nossos pontos destaque e buscarmos solução para os problemas encontrados.

Toda a auto-avaliação tende a uma reflexão critica que leva todos a se engajarem

na luta da qualidade educacional.

Criticamos a SEED com relação a falta de organização e priorização de

atividades da entidade, o que acarreta em muitas atividades próximas umas das outras, e

espaços sem matrículas, Projeto Político Pedagógico e atividades de fim de ano nas

Escolas.

Também destacamos o apoio da SEED na escola, já que conseguimos para 2006

a implantação do Ensino Médio na Escola, a dobra de turno (atendemos matutino e

vespertino), ganhamos a cobertura para uma quadra de esportes; conseguimos demanda

para o curso de Espanhol (duas turmas na Escola), seremos beneficiados com um

laboratório de informática com 12 computadores, temos uma merenda escolar suficiente e

de qualidade para os alunos. Outro ponto destacável na SEEd foi proporcionar

capacitação continuada a todos os profissionais da educação.

Criticamos a Fundepar com relação às questões físicas que não são

proporcionadas à Escola, já que temos um projeto de ampliação da área administrativa

que está lá parado. Também solicitamos mesa e bancos para refeitório e ainda não veio;

solicitamos prateleiras para a biblioteca que também ainda não foram entregues. A

Fundepar também não fornece algumas coisas solicitadas na Escola como extintor de

incêndios, quadro-negro, tendo que a Escola comprar através do Fundo Rotativo, dinheiro

que poderia ser investido na parte pedagógica da Escola.

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Destacamos o apoio dos professores e funcionários da Escola, tanto nas

questões pedagógicas e no empenho em atender e superar as dificuldades, as vezes

agindo de unhas e dentes nessa superação.

Destacamos o trabalho coletivo, comandado pela direção, que se empenhou em

conseguir todos os itens relacionados acima, além der estar comandando, via APMF, a

ampliação da Escola. Atualmente estamos construindo 08 salas via APMF.

Esperamos que esta avaliação venha a construir e melhorar mais ainda a

educação do Paraná, tão abandonada em administração passadas.

BIBLIOGRAFIA

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MELCHIOR, M. C. Avaliação Pedagógica: função e necessidade. Porto Alegre: Mercado

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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. FICA

Comigo. Curitiba: SEED, 2005.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Inclusão e

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62

Diversidade: reflexões para a construção do projeto político pedagógico. Curitiba:

SEED/SUED, 2005 (texto).

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Ensino

Fundamental na Rede Pública de Ensino da Educação Básica do Estado do Paraná.

Curitiba: SEED/SUED, 2005 (texto).

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Identidade

do Ensino Médio. Curitiba: SEED/SUED, 2005 (texto).

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. A

Educação Especial no Paraná. Curitiba: SEED/SUED, 2004 (texto).

PERRENOUD, P. Os Ciclos de Aprendizagem: um caminho para combater o fracasso

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RABELO, E. H. Avaliação: novos tempos, novas práticas. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 1998.

RIOS, T. A. Ética e Competência. São Paulo: Cortez, 1994.

SANT’ANNA, I. M. Por que avaliar? Como avaliar?: critérios e instrumentos. 4 ed.

Petrópolis: Vozes, 1995.

SAVIANI, D. Escola e Democracia. Campinas: Mercado de Letras, 1994.

SOARES, H.; PEREIRA, M. A. O Sentido da Autonomia no Processo de Globalização.

Santa Maria: UFSM, 1997 (texto).

VASCONCELLOS, C. Construção do Conhecimento em Sala de Aula. São Paulo:

Libertad, 1995.

ANEXO I

HORÁRIO DAS AULAS

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63

MANHÂ

AULA INÍCIO TÉRMINO1ª 07:30 08:202ª 08:20 09:103ª 09:10 10:00

RECREIO 10:00 10:154ª 10:15 11:055ª 11:05 11:55

TARDE

AULA INÍCIO TÉRMINO1ª 13:00 13:502ª 13:50 14:403ª 14:40 15:30

RECREIO 15:30 15:454ª 15:45 16:355ª 16:35 17:25

NOITE

AULA 19:00 ás 22:30

ANEXO II

NÚMERO DE ALUNOS POR TURMA

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SÉRIE TURMA A TURMA B TURMA C TOTAL1º Ano do III

Ciclo30 28 31 89

2º Ano do III Ciclo

34 32 31 97

1º Ano do IV Ciclo

33 25 31 89

2º Ano do IV Ciclo

26 30 26 82

1ª Ensino Médio 28 30 - 582ª Ensino Médio 40 - - 403ª Ensino Médio 20 - - 20

TOTAL DE ALUNOS Ensino Fundamental e Médio Regular – 475total de alunos matutino - 356

total de alunos vespertino - 119

ANEXO III

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65

CRONOGRAMA DE ATENDIMENTO

SALA DE RECURSOS

AULA

SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA

1ª Grupo 3 Grupo 32ª Grupo 3 Grupo 4 Grupo 4 Grupo 2 e 33ª Grupo 2 Grupo 4 Grupo 4 Grupo 2 e 34ª Grupo 2-5 Grupo 1 Grupo 15ª Grupo 5 Grupo 1 Grupo 1

ANEXO IV

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66

HORÁRIO DE ATENDIMENTO

SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM

1º ANO DO III CICLO

TARDE

DIA DISCIPLINA HORÁRIO-TERÇA - FEIRA L. PORTUGUESA 13:00 ÀS 14;40QUINTA-FEIRA L. PORTUGUESA 13:50 ÀS 15:30QUARTA-FEIRA MATEMÁTICA 15:45 ÀS 17:25SEXTA-FEIRA MATEMÁTICA 15:45 ÁS 17:25

ANEXO V

HORÁRIO CELEM – ESPANHOL

TURMA DIA HORÁRIO

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67

1º ANO A SEGUNDA-FEIRAQUARTA-FEIRA

07:30 ÀS 09:10

1º ANO B SEGUNDA-FEIRAQUARTA-FEIRA

13:15 ÀS 14:55

2º ANO A SEGUNDA-FEIRAQUARTA-FEIRA

15:15 ÀS 16:55

2º ANO B TERÇA-FEIRAQUINTA-FEIRA

07:30 ÁS 09:10

ANEXO VI

RELAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS

NOME CH SEMANAL NA ESCOLA FUNÇÃO

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Antonia Zatorski 40 Aux. Serviços gerais

Daiane Glaza Lopes 20 Técnico-administrativo

Eliane de Fátima Pattes 40 Secretária

Elisana Saldeni Moretti 20 Pedagoga

Luciane Maria Serrer 20 Pedagoga

Josiane Peres 20 Pedagoga

Mari Inês Mocknacz 40 Técnico-administrativo

Maria da Luz Guimarães 40 Aux. Serviços gerais

Nilce Stachera 40 Aux. Serviços gerais

Salvador R. Jazzini 40 Diretor

Samara de Lara 40 Aux. Serviços gerais

Silvia Arrabar da Cruz 40 Aux. Serviços gerais

Solange T. Mysczak 40 Aux. Serviços gerais

Alex Felipe Alves 20 Inspetor

Francisca Camilo Ribeiro 40 Aux. Serviços gerais

Eliane Ostvald de Oliveira

40 Aux. Serviços gerais

Marli Freitas 20 Pedagoga

Pedro Rinaldo G Ribeiro 16 Vice direção

Cláudia Ribeiro de Cristo 16 Pedagoga noturno

Fernando José Mattos 20 Técnico Administrativo

Relação de Professores (as)

NOME CH SEMANAL NA ESCOLA DISCIPLINA

Adelhet Hobi Zimer 16 CELEM - Espanhol

Aldo Roman Chuk 16 História

Ana Cristina Covlachuk 16 Língua Portuguesa

Arnaldo Araújo Filho 8 Educação Física

Angelita Dombrowski 32 Ciências/Matemática

Alceu Pereira Júnior 16 Biologia

Cheila Rosane Kudlack 16 Inglês

Cladian R. Eggers 8 Artes

Ana Maria Fonseca 12 Sociologa/ E Religioso

Carlos Henrique Miranda 12 Educação Física

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69

Dilmeri Henkel Silveira 16 Língua Portuguesa

Edson Vande Weiwanko 12 Educação Física

Elenice Maria Muniz 8 Língua Portuguesa

Eliane Affonso 16 Língua Portuguesa

Eliane Ap. Bughay 16 História

Elenice Pigatto 12 Educação Física e Viva a Escola

Erickson Clementino da Silva

8 Sociologia

Gislaine Carla Waltrik 12 Geografia

Gizele Ap. Crespo 16 Apoio Permanente

Ivaneide Zaboroski 16 História

Izaura Crema 6 Ensino Religioso

Jociliane Maria Ferreira 24 Ciências/Matemática

Janete Sebben 16 Arte

Lilian Beatrz Kingerski 4 E Religioso

Katia E. Drosda 16 Sala de Recursos

Lori Pereira de Almeida 4 Química

Leia Bodnar 9 Geografia

Luciane Ap. Ristow 8 Física

Marcia Maria da Maia 8 L Inglesa

Marcio H. Rzewuski 14 Ciências/Matemática

Maria Bernadete Lapa 34 Ciências/Matemática

Maria Salete Xavier Correia

4 L Inglesa

Maria Regina Martins 20 Língua Portuguesa

Marlon Angelo Maltauro 3 História

Miguel Angelo Chmileski 4 Química

Mirian Martins Nunes 32 Geografia

Noely de Fátima Pira Fila 16 Geografia

Pedro Rinaldo G Ribeiro 12 E Física

Rosemeire Vezaro 16 Arte

Sandra Vilhena Zortea 4 L Portuguesa

Verônica Conceição 3 História

Ana Maria Y Dolinski 16 Física - EJA

Arsênio L Garbin 16 L Portuguesa – EJA

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Carla Eliane Mikolaiewski 6 E Física – EJA

Eliane Kraczkovski 8 História – EJA

Huerlin Ademar Balyk 16 Física – EJA

José Adilson 8 História – EJA

Luis Hélio Chamaleski 16 L Portuguesa – EJA

Marisa Nancy de Souza 16 Inglês – EJA

Marlene de Fátima Gavasso

16 Ciências – EJA

Marta Michalichen 16 Matemática – EJA

Suelen Antoniazzi 8 Filosofia

ANEXO IX

COLÉGIO ESTADUAL ADILES BORDIN – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIOFONE/FAX (42) 3524-4031 E-mail: [email protected]

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UNIÃO DA VITÓRIA PARANÁ

NOME: Série: Nº:

Ano Letivo: 2006

PARECER TRIMESTRALSenhores Pais:

Este parecer refere-se ao desempenho do(a) aluno(a) nos respectivos trimestres e substitui o boletim escolar. Para maiores esclarecimentos, por favor, dirija-se à escola.

Nº PARECER01. Continue assim, você esta compreendendo e/ou praticando os

conhecimentos trabalhados02. Continue se esforçando, você pode superar suas dificuldades.03. Você precisa melhorar seu rendimento, sendo mais participativo(a) e

atencioso(a)04. Leia, pois é através da leitura que crescemos e nos inteiramos com o

mundo.05. Você é faltoso(a), lembre-se que sua presença é importante para o seu

sucesso.06. Você esta com caderno e/ou pastas incompletos, coloque em dia suas

atividades.07. Seja responsável. Entregue seus trabalhos nas datas marcadas.08. Melhore seu comportamento. As suas boas atitudes auxiliarão na

construção de sua cidadania.

Disciplinas PARECER1º TRIM FALTAS 2ºTRIM FALTAS 3ºTRIM FALTAS

CiênciasEducação ArtísticaEducação FísicaEnsino ReligiosoGeografiaHistóriaLíngua PortuguesaMatemáticaInglês

ASSINATURA DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre

ANEXO X

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COLÉGIO ESTADUAL ADILES BORDIN – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIOFONE/FAX: (42) 3524-4031 E-mail: [email protected]

UNIÃO DA VITÓRIA PARANÁ

PARECER – 2º TRIMESTRE DE 2006

NOME DO(A) ALUNO(A):___________________________________________ SÉRIE:__________

PARECER DA TURMA

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

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ANEXO XI

AUTO-AVALIAÇÃO DO(A) ALUNO(A)

1º- QUAIS FORAM OS MEUS AVANÇOS?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________

2º- QUAIS FORAM AS MINHAS DIFICULDADES?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________3º- O QUE EU PRETENDO PARA O PRÓXIMO

TRIMESTRE?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4º- ASSINALE AS DISCPLINAS QUE VOCÊ POSSUI MAIS DIFICULDADES:

( ) Língua Portuguesa ( ) Educação Artística ( ) Educação Física

( ) Ensino Religioso ( ) Geografia ( ) História ( ) Matemática

( ) Ciências ( ) Inglês

PARECER DOS PAIS:

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

____________________________

__________________________________________________________________________________________

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ANEXO XIV

RELAÇÃO DE BENS MÓVEISQUANTIDADE DESCRIÇÃO

18 Televisor3 Vídeo cassete06 Retroprojetor44 Microcomputador5 Copiadora01 Mimeógrafo04 Impressora12 Mesa para micro/terminal02 Microscópio monocular01 Episcópio16 Caixa acústica02 Máquina de escrever manual01 Máquina de escrever eletrônica7 DVD01 Guilhotina01 Alarme02 Relógios2 Bebedouro8 Rádio CD

01 Freezer vertical02 Fogão semi-industrial4 Extintor de incêncio02 Antena parabólica02 Carrinho com suporte TV e vídeo01 Geladeira01 Circulador de ar01 Liquidificador industrial01 Batedeira semi-industrial03 Botijão de gás01 Pia01 Globo mundi01 Rack para TV e vídeo20 Armário06 Escrivaninha11 Cadeira fixa estofada05 Quadro negro02 Arquivo de aço10 Mesa para professor03 Carteiras educação especial06 Enciclopédia245 Cadeiras escolares240 Carteiras escolares

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PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO

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O presente Projeto Político Pedagógico apresenta como anexos:

1. Proposta Pedagógica

2. regimento Escolar

3. Plano de Ação da Escola

4. Plano de trabalho Pedagógico

5. Calendário Escolar

6. Estatuto do Conselho Escolar

7. Estatuto do Grêmio Estudantil (onde houver Grêmio)

8. Estatuto da APMF

9. Estatuto da Biblioteca Escolar (se tiver)

10.Estatuto da Cantina Comercial (se tiver)

11. Quadro de Pessoal

12.Projetos Desenvolvidos pela Escola

13.Parecer

Foi aprovado pelo Conselho Escolar do Colégio Estadual Adiles Bordin

Local e Data: União da Vitória, 08 de setembro de 2010

]

Diretor: Salvador Ribeiro Jazzini NRE de União da Vitória

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COLÉGIO ESTADUAL ADILES BORDIN

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

UNIÃO DA VITÓRIA – PR

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SUMÁRIO

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO ................................................................. 003

Apresentação ....................................................................................................... 004

Identificação ......................................................................................................... 005

Objetivo Geral ...................................................................................................... 011

Marco situacional ........................................... ..................................................... 012

Marco conceitual .................................................................................................. 034

Marco operacional ................................................................................................ 060

Avaliação do projeto-politico-pedagógico ............................................................ 064

Avaliação institucional .......................................................................................... 065

Bibliografia ............................................................................................................ 067

Anexos .................................................................................................................. 069

PROPOSTA CURRICULAR ................................................................................. 008

Proposta Curricular de Física para o Ensino Médio ............................................. 081

Proposta Curricular de Língua Estrangeira Moderna para o Ensino

Fundamental e Médio.......................................................................................... 090

Proposta Curricular de Matemática para o Ensino Fundamental e Médio .......... 101

Proposta Curricular de Arte/Artes para o Ensino Fundamental e Médio ............ 119

Proposta Curricular de Biologia para o Ensino Médio ........................................ 137

Proposta Curricular de História para o Ensino Fundamental e Médio ................ 152

Proposta Curricular de Ciências para o Ensino Fundamental e Médio ............... 177

Proposta Curricular de Geografia para o Ensino Fundamental e Médio ............ 198

Proposta Curricular de Educação Física para o Ensino Fundamental e Médio ... 215

Proposta Curricular de Ensino Religioso para o Ensino Fundamental .............. 223

Proposta Curricular de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental

e Médio.................................................................................................................. 234

Proposta Curricular de Filosofia para o Ensino Médio ........................................ 256

Proposta Curricular de Sociologia para o Ensino Médio ...................................... 262

Proposta Curricular de Química para o Ensino Médio ......................................... 271

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COLÉGIO ESTADUAL ADILES BORDIN

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

UNIÃO DA VITÓRIA – PR

2007

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APRESENTAÇÃO

O Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Adiles Bordin – Ensino

Fundamental e Médio foi elaborado coletivamente pela comunidades escolar. Para tanto,

foram realizadas reuniões com os profissionais da escola, trabalhos em sala de aula com

os alunos e reunião com os responsáveis pelos alunos para orientá-los sobre o

preenchimento de um questionário para que pudéssemos conhecer melhor a comunidade,

saber seus anseios e expectativas em relação à escola. Nas reuniões com os

profissionais da escola foram estudados e discutidos vários textos, na maioria orientados

pela Secretaria Estadual de Educação e Núcleo Regional de Ensino, o que possibilitou o

estabelecimento de relações com a nossa prática, ou seja, a reflexão sobre a realidade e

a definição de objetivos e ações necessárias para a construção de uma escola

democrática que garanta aos alunos uma educação de qualidade.

Dessa forma, o Projeto Político Pedagógico possibilitou uma reflexão sobre as

finalidades da escola, assim como a explicitação de ações a serem empreendidas por

todos os envolvidos no processo educativo. A construção do Projeto Político Pedagógico,

além de ser uma necessidade, pois aponta uma direção para um compromisso

estabelecido coletivamente, atende o previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

(LDB) 9394/96, em seu artigo 12, inciso I: “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as

normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e

executar sua proposta pedagógica”. Essa elaboração é caracterizada pela autonomia

dentro da escola para efetivação de um trabalho coletivo ao nível de uma prática

cotidiana.

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IDENTIFICAÇÃO

O Colégio Estadual Adiles Bordin – Ensino Fundamental e Médio, código 00862,

está localizado na Rua Ivaldo Thomazi, s/nº, no bairro Cidade Jardim, município de União

da Vitória, código 2840, estado do Paraná. O bairro onde o Colégio está localizado

pertence à zona urbana de União da Vitória e fica a dois quilômetros de distância do

Núcleo Regional de Ensino.

O contato com o Colégio pode ser realizado também pelo telefone/fax (42) 3524

4031 e dos e-mails colé[email protected], [email protected],

[email protected]. O site www.uvaadilesbordin.seed.pr.gov.br está a

disposição da comunidade como mais uma alternativa para conhecer melhor o Colégio.

Este Estabelecimento de Ensino está sob a jurisdição do Núcleo Regional de

Ensino (NRE) de União da Vitória, código 29, e tem como mantenedor o Governo do

Estado do Paraná.

Aspectos Históricos

Em quatro de outubro de mil novecentos e setenta e nove foi fundada, no bairro

Cidade Jardim, a Escola Estadual Dario Bordin para atender os alunos de 1ª a 4ª séries

da comunidade local. O terreno no qual a escola foi construída foi doado pela família

Bordin e a construção do prédio foi realizada com recursos do governo do estado do

Paraná.

Com o processo de municipalização do ensino que ocorreu com a maioria das

escolas de 1ª a 4ª série do Estado, em 1991, a Escola Dario Bordin passou a ser

municipal e em 28 de novembro do mesmo ano é fundada a Escola Estadual Adiles

Bordin – Ensino Fundamental para atender, a partir da 5ª série, os alunos da mesma

comunidade, somente no período da manhã e funcionando as duas escolas no mesmo

prédio.

Quando fundada, em 1991, a escola teve como primeiro nome Escola Estadual do

Conjunto Habitacional Bento Munhoz da Rocha – Ensino de 1º Grau. Recebeu a

autorização de funcionamento do Ensino de 1º Grau nº4056 de 28/11/91, para

implantação gradativa das séries a partir de 1992.

Em 23 de outubro de 1992, pelo ato 3571, a escola passou a denominar-se

Escola Estadual Adiles Bordin – Ensino de 1º Grau. Sua primeira diretora foi a professora

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Irene Niemes Jeremias, que mais tarde foi homenageada pela comunidade escolar, tendo

a Biblioteca da escola seu nome.

Em 1993, preocupada em minimizar os problemas de evasão, repetência e

avaliação classificatória, a Escola busca uma nova metodologia para garantir uma

educação de qualidade e concretizar as orientações do Currículo Básico das Escolas

Públicas do Paraná. Desde então, a sistemática avaliativa foi o cerne das mudanças, ou

seja, buscou-se uma forma de avaliação do desempenho dos alunos não apenas com

provas e notas, pois estas não traduzem o desenvolvimento e a aprendizagem. Optou-se

por uma avaliação diagnóstica e contínua, registrada através de pareceres descritivos que

já eram realizados pelos professores do Ciclo Básico de Alfabetização.

Mas, como o sistema formal ainda exigia notas, o trabalho dos professores foi

realizado paralelamente com notas e pareceres descritivos. Assim, com as duas formas

de registro, além de se tornar mais trabalhoso, a comunidade escolar foi sentindo que as

notas eram desnecessárias e que descaracterizava a prática pedagógica desejada.

Em 2001 a escola passou a trabalhar legalmente com esse sistema de avaliação,

implantando os ciclos de aprendizagem: III e IV ciclo, permitindo a reprovação somente ao

final de cada ciclo.

Em 1994 a escola recebe a renovação para funcionamento nº 1986 de 19/04/94.

O reconhecimento do curso de 1º grau foi outorgado pelo parecer 0038/1995 e pelo ato

4107 de 27/10/95. Pelo ato 3120 de 31/08/98, a escola passa a ser denominada Escola

Estadual Adiles Bordin – Ensino Fundamental. A renovação do reconhecimento do Ensino

Fundamental foi outorgada pelo parecer 0858/2002 e pelo ato 4649 de 26/11/2002.

Com o aumento do número de alunos, devido ao crescimento dos bairros

próximos à escola, houve a necessidade de aumentar a estrutura física da escola. Em

2005, com recursos que foram doados pela comunidade à Associação de Pais, Mestres e

Funcionários (APMF), a escola iniciou a construção de oito novas salas de aula em

alvenaria.

Também em 2005 é autorizado o funcionamento da Sala de Recursos, no período

vespertino, para atender os alunos de III e IV ciclo na área de deficiência mental e

distúrbios de aprendizagem, de acordo com o parecer 0969/2005 e com o ato 1761 de

05/07/2005.

No início do ano de 2006 a escola implantou, de forma gradativa, o Ensino Médio,

passando a denominar-se Colégio Estadual Adiles Bordin – Ensino Fundamental e Médio,

através do parecer 0342/2006 e do ato 203/2006 de 03/02/2006 que autoriza seu

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funcionamento.

Com essa implantação e o aumento constante de matrículas, o Colégio dobrou

seu turno de atendimento em 2006, passando a oferecer no período vespertino turmas de

1º e 2º ano do III ciclo, com a previsão de, gradativamente, atender até o 2º ano do IV

ciclo nesse período.

Caracterização do Atendimento

O Colégio Estadual Adiles Bordin oferece as séries finais do Ensino Fundamental

e o Ensino Médio. O Ensino Fundamental é organizado em dois ciclos de formação: III e

IV ciclo. O Ensino Médio funciona de maneira seriada e sua implantação se deu no início

do ano letivo de 2006, de forma gradativa.

O atendimento ocorre em dois períodos: matutino (das 7 h e 30 min às 11 h e 55

min) e vespertino (das 13 h às 17 h e 25 min), com aulas de 50 minutos e intervalo de 15

minutos (Anexo I). Atualmente, o colégio possui 360 alunos matriculados, distribuídos em

três turmas de 1º ano do III ciclo, sendo duas no período matutino e uma no período

vespertino, três turmas de 2º ano do III ciclo, sendo duas no período matutino e uma no

período vespertino, três turmas de 1º ano do IV ciclo no período matutino, sendo duas no

período matutino e uma no vespertino, duas turmas de 2º ano do IV Ciclo no período

matutino , uma turma de 1ª série do Ensino Médio no período matutino e uma turma de 2ª

série do Ensino Médio no período matutino.(Anexo II).

No período vespertino funciona uma Sala de Recursos para atender, no máximo

trinta alunos regularmente matriculados no período matutino no Ensino Fundamental de

III e IV ciclo ou 5ª a 8ª séries da rede estadual, egressos da Educação Especial ou

aqueles que apresentam problemas de aprendizagem com atraso acadêmico significativo,

distúrbios de aprendizagem e/ou deficiência mental e que necessitam de apoio

especializado complementar para obter progresso no processo de aprendizagem na

Classe Comum. Esses alunos são atendidos individualmente ou em grupos de até dez

alunos, conforme cronograma elaborado pela professora regente da Sala de Recursos e

equipe pedagógica (Anexo III). Os grupos de alunos são organizados por faixa etária e/ou

conforme as necessidades pedagógicas semelhantes dos mesmos. O atendimento pode

ser de duas a quatro vezes por semana, não ultrapassando duas horas diárias.

O Colégio também oferece Salas de Apoio à Aprendizagem, que é uma ação

pedagógica da Secretaria de Estado da Educação para enfrentamento dos problemas

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relacionados ao ensino de Língua Portuguesa e Matemática e às dificuldades de

aprendizagem, identificadas nos alunos matriculados no 1º ano do III ciclo, no que se

refere aos conteúdos de leitura, escrita e cálculo.

No período matutino o Colégio tem uma Sala de Apoio de Matemática e uma de

Língua Portuguesa para atender os alunos que estudam regularmente no período

vespertino, e neste tem uma Sala de Apoio de Matemática e uma de Língua Portuguesa

para atender os alunos que estudam regularmente no período matutino. A carga horária

para cada uma das disciplinas é de quatro horas-aula semanais, sendo ofertadas duas

vezes por semana duas aulas germinadas (Anexo IV).

O colégio também oferece o Centro de Estudos de Língua Estrangeira Moderna

(CELEM) de Espanhol. São quatro turmas de aproximadamente 25 alunos que

freqüentam duas vezes por semana duas horas-aulas (Anexo V). Três turmas funcionam

no período vespertino para atender os alunos que estudam no matutino e uma funciona

no período matutino para atender os alunos que estudam no vespertino. Uma turma do

vespertino concluirá o 4º período no final deste ano, fazendo a formatura na data prevista

para a formatura do Ensino Fundamental.

Quadro de Pessoal

O Colégio Estadual Adiles Bordin possui atualmente trinta e cinco professores

onze funcionários (Anexo VI). Desses professores, um exerce a função de direção e dois

são pedagogos. A maioria dos professores (77%) são concursados (QPM/SCO2), 88%

dos professores possuem o Ensino Superior completo em sua área de atuação e 62,9%

possui Especialização. Os professores que ainda não possuem o Ensino Superior

completo não são concursados, estão cursando a faculdade e atuam na área em que

estão sendo formados.

Atualmente, uma professora está em licença para participar do PDE (Programa de

Desenvolvimento Educacional). Duas professoras possuem formação na área de

Educação Especial, sendo que uma é professora da Sala de Recursos e outra é

professora de Apoio Permanente de um aluno cadeirante, portador de Distrofia Muscular

de Duchene (DMD). Essa professora atua no contexto da sala de aula em que o aluno

está matriculado, auxiliando-o em sua dificuldade física.

Quanto aos funcionários, seis são concursados e quatro possuem outro vínculo

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(PSS, CLADE, PR Educação). Um funcionário é contratado e pago com recursos da

APMF. Três funcionárias possuem curso superior completo, duas funcionárias possuem o

Ensino Médio completo, duas estão cursando o Ensino Médio uma possui o Ensino

Fundamental completo e duas cursaram somente as séries iniciais.

Para atender aos 360 alunos matriculados atualmente, a escola precisa de mais

funcionários (inspetor e pedagogo), sobretudo, no período matutino que possui 278

alunos.

Organização do Espaço Físico

O Colégio Estadual Adiles Bordin funciona no mesmo prédio da Escola Municipal

Dario Bordin e a maioria dos espaços são compartilhados. O Colégio Estadual Adiles

Bordin ampliou seu espaço construindo salas de aula (duas no piso inferior e seis no

superior) e, atualmente, possui sete salas de aula no piso inferior e seis salas no superior.

Uma dessas salas de aula é usada para o laboratório de informática.

Possui também duas salas de aula de madeira que são separadas do prédio

principal e que, atualmente, são ocupadas somente pelo município. No piso inferior possui

ainda: uma sala de aula que está sendo usada como biblioteca, duas secretarias (uma

estadual e outra municipal), uma sala de professores inadequada pelo seu tamanho, duas

salas de uso dos pedagogos (uma estadual e outra municipal), uma cozinha pequena,

uma despensa também pequena e sem ventilação, um banheiro desativado onde é

guardado materiais para as aulas de Educação Física, um banheiro para professores e

funcionários com apenas um vaso sanitário e uma pia, um banheiro para meninas com

quatro vasos sanitários, um banheiro para meninos com três vasos sanitários, uma

pequena área coberta onde estão dispostas cinco mesas com bancos para que os alunos

possam lanchar, que funciona como um refeitório inadequado.

Com o crescente aumento de alunos, professores e funcionários, esses espaços

tornaram-se pequenos e, segundo medidas técnicas da FUNDEPAR, insuficientes para o

número de alunos. Além disso, a escola não possui um banheiro adaptado para os alunos

cadeirantes que já estão matriculados (um aluno no estado e dois alunos no município).

Na parte externa há uma pequena quadra sem cobertura, com piso bruto, onde são

realizadas as aulas de Educação Física e um pátio na frente da escola também utilizado

para Educação Física, Horas-cívicas, apresentações, entre outras atividades que

precisam reunir todos os alunos. Há também uma pequena parte coberta, além daquela

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onde estão as mesas, onde os alunos formam as filas para a entrada nas salas de aula e

que, em dias de chuva ou com muito sol, é usada para as aulas de Educação Física, o

que prejudica a qualidade das aulas, assim como o barulho interfere nas salas de aula. O

Colégio possui também um pequeno estacionamento, uma área lateral onde foram

construídos os canteiros para os alunos desenvolverem a horta escolar, uma casa de

alvenaria onde mora um Policial Militar que cuida da escola e ainda um pequeno pedaço

de terra atrás das salas de madeira onde também foram feitos canteiros.

Nesse ano será construída pelo Governo do Estado do Paraná a tão esperada

quadra coberta. Para tanto, o terreno ao lado da escola foi cedido pela Prefeitura

Municipal de União da Vitória, através da lei municipal 3324/05.

Apesar de ser fácil o acesso à parte inferior da escola, ela não possui nenhuma

adaptação para alunos cadeirantes e o acesso ao piso superior é impossível a estes.

OBJETIVO GERAL

O Colégio Estadual Adiles Bordin se preocupa com a formação humana do aluno,

por isso queremos construir uma escola que forme um cidadão integralmente, que tenha

um projeto de vida que leve em conta o bem comum e que use o conhecimento para sua

efetivação. Queremos uma escola que dê todas as condições para o aluno, através do

seu aprendizado, para que ele possa romper com essa sociedade capitalista, excludente

e injusta. Uma escola que seja democrática, que dê as mesmas condições de partida para

todos os alunos, mas também as mesmas condições de chegada, uma escola pública que

garanta o pleno desenvolvimento do aluno. Portanto, é necessário que a escola trabalhe

para formar sujeitos críticos, que saibam defender seus interesses e os da coletividade,

que não fiquem apáticos e paralisados diante das injustiças que ameaçam o bem comum,

que se reconheçam parte da sociedade e que saibam que o que nela ocorrer os afetam

diretamente, que lutar por ela é lutar por si e pelos outros sujeitos.

Para tanto, é necessário valorizar e respeitar a cultura que o aluno traz, além de

trabalhar outras culturas para que ele também valorize e respeite a diversidade. Partindo

do conhecimento que o aluno possui, será trabalhado o conhecimento científico como um

processo dinâmico que precisa ser compreendido, construído e reelaborado, e não como

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algo pronto e acabado que deve ser memorizado.

A avaliação terá um papel central na efetivação dos nossos objetivos. A partir da

avaliação diagnóstica e emancipadora é que poderemos incluir todos os alunos no círculo

da aprendizagem, fazendo com que superem suas dificuldades e desenvolvam suas

potencialidades.

MARCO SITUACIONAL

Vivemos em uma sociedade capitalista, injusta, organizada em classes desiguais.

A globalização é um fenômeno que tem sido usado para caracterizar essa sociedade que

exclui, classifica, explora, gera desemprego e todo tipo de violência.

Essa globalização apresenta, de um lado, a homogeneização dos espaços e da

sociedade e, de outro, a ampliação das desigualdades sociais e econômicas. Ou seja,

teoricamente, todos têm liberdade e possibilidade de participar de todos os espaços

sociais, mas na realidade o que acontece é que a grande maioria da população vive à

margem, sem ter acesso nem aos direitos básicos como educação e saúde, numa

evidente exclusão. Para que possamos considerar uma pessoa realmente incluída na

sociedade, de acordo com Kuenzer (2005), é preciso, em primeiro lugar, que ela participe

da produção e apropriação dos bens, ou seja, que tenha um trabalho e possa usufruir de

tudo o que a humanidade produz. Em segundo lugar é preciso que a pessoa participe da

posse e da construção do conhecimento e da cultura e, finalmente que ela tenha acesso

ao poder, usando seu direito de eleger e ser eleito. Isto não é possível numa sociedade

capitalista, portanto, poucas pessoas num mundo que vende o sonho da liberdade são

realmente livres para incluírem-se nele.

Nosso país vive essa realidade que vem sendo construída há mais de quinhentos

anos: apesar de ser grande e rico, a maioria da população não possui condições dignas

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de vida. A riqueza sempre concentrada na mão de poucos é a principal causa do

empobrecimento da maioria da população, ao lado do desemprego, da vulnerabilidade

externa, da carência de serviços básicos, como saúde e educação, e das relações de

corrupção, principalmente entre políticos e grandes empresas.

A concentração de renda pode ser entendida melhor quando transformamos os

dados em um exemplo mais prático: imaginemos que 57 pessoas, que são as mais

pobres, tenham que dividir 3 sanduíches; 26 pessoas, que são pobres, tenham que dividir

9 sanduíches; que 13 pessoas, que são ricas, tenham que dividir 26 sanduíches; e que 4

pessoas, que são as mais ricas, tenham 62 sanduíches para serem divididos. Esses são

os dados da riqueza produzida por todos, mas que ficam nas mãos de poucos.

O Colégio Adiles Bordin atende exatamente essa população que participa da

produção da riqueza, mas que é excluída do produto dessa produção. Para ter um

conhecimento melhor da comunidade que a escola atende, elaboramos um questionário

(Anexo VII) para ser respondido pelas famílias. Assim, foi possível levantar vários dados

importantes que contribuirão para nossa ação pedagógica.

Além da comunidade do bairro Cidade Jardim, o Colégio atende os alunos dos

bairros próximos (Bairro Bento Munhoz, Conjunto Panorama, Conjunto Bandeirante,

Bairro Bom Jesus, Bairro Ouro Verde e Bairro São Sebastião), porque nesses bairros não

há escolas que ofereçam as séries finais do Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Não

possuímos, no momento, alunos que venham de reservas indígenas, do campo,

quilombolas, itinerantes e ilhéus.

A grande maioria das famílias dos alunos possui religião (97%), sendo que 75%

das que possuem declaram-se católicas e as demais evangélicas. Quanto à origem

étnica, 66% são descendentes de europeus (portugueses, italianos, poloneses,

ucranianos, alemães) e 28% são descendentes de índios e negros e, quanto à raça, 56%

declaram-se brancos, 8% negros, 30% pardos e 6% amarelos.

A comunidade acredita que no Brasil há o pior tipo de racismo, que não há raças

superiores ou inferiores e que os preconceitos que temos, mas negamos, nos são

passados pelas piadas, pela televisão e pela própria família.

Em nossa sociedade não existe apenas um modelo de família, pois construímos

laços familiares com as pessoas com as quais moramos. Em nossa comunidade, a

maioria das famílias (62%) são formadas por até cinco pessoas, possuindo vários graus

de parentescos entre elas, como pais, avós, tios e primos.

Quase na metade das famílias (42%) existem problemas constantes de saúde que

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afetam um ou mais membros da família. Entre os mais freqüentes aparecem os

problemas com pressão arterial, pulmão, coração e depressão. Além disso, 24% da

comunidade possui um familiar dependente químico (álcool ou fumo).

Várias dificuldades encontradas na comunidade foram apontadas, em ordem de

preocupação: uso de drogas, animais soltos na rua, roubos, esgotos e valetas a céu

aberto, ruas em péssimas condições de tráfego, vandalismo contra o patrimônio público,

lixo nas ruas, iluminação pública precária, falta de áreas de lazer, falta de segurança,

destruição ambiental, falta de respeito entre as pessoas.

Quanto ao problema dos animais soltos nas ruas (cachorros, gatos e cavalos),

que preocupa 62% da população, a comunidade sugere que as autoridades das áreas da

saúde e justiça tomem providência e que haja um trabalho de conscientização que atinja

principalmente os donos desses animais.

Sobre o problema do lixo, a grande maioria (71%) coloca na frente de casa para

ser levado pelo caminhão de coleta, apenas 3% utiliza o lixo orgânico no quintal da

própria casa. Ao colocar o lixo para ser coletado, 51% da comunidade faz a separação

dos materiais que podem ser reciclados.

As pessoas da nossa comunidade têm valor pelo que são e não pelo que têm,

mas acreditamos que elas deveriam ter acesso a todos os serviços e bens produzidos

pelo trabalho humano para a garantia de sua cidadania. Infelizmente não é isso que

acontece: os bens materiais que a maioria das famílias possuem são a televisão (82%), a

geladeira (73%), o aparelho de som (66%), a casa (66%) e a bicicleta (66%). Apenas uma

pequena minoria possui vídeo-cassete, DVD, computador, internet, antena parabólica e

carro.

Quanto aos serviços, a maioria tem apenas água encanada e luz elétrica (80%),

esgoto, telefone fixo e celular são possuídos por menos da metade das famílias. O meio

de locomoção mais usado é a bicicleta e os menos usado são o ônibus (pelo custo da

tarifa) e o carro.

O serviço de telefonia é considerado importante pela comunidade, sendo que o

celular ainda é mais acessível que o fixo. A comunidade destaca, porém, que na escola o

telefone celular é desnecessário e prejudicial aos estudos, não concordando em hipótese

alguma com seu uso dentro do Colégio.

O lazer é considerado importante para uma boa qualidade de vida, sendo uma

atividade presente na maioria das famílias, através das seguintes atividades:

campeonatos, festas, bailes, jogos e passeios. Por isso, a comunidade sugere que nos

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finais de semana o Colégio e outros espaços, como o Centro Comunitário, sejam usados

para atividades desse tipo, além de serem usados para oferecer cursos de teatro, dança e

informática.

Sobre a questão do trabalho, a comunidade apresenta a seguinte realidade: a

maioria trabalha com carteria assinada exercendo as seguintes profissões: mecânico,

pedreiro, pintor, doméstica, professora, vigia, secretária, cozinheira, marcineiro,

comerciante, motorista, servente, operador de máquina e jardineiro. Na comunidade

existem casos de menores que trabalham para ajudar na renda familiar, fazendo “bicos”

como ajudante de pedreiro, ajudante de mecânico, sorveteiro, jardineiro.

A renda da maior parte da comunidade (55%) é de um a dois salários mínimos,

13% ganham menos que um salário e apenas 11% mais que cinco salários. Portanto, a

maioria da comunidade é beneficiada com algum programa do governo que visa diminuir

as desigualdades sociais: 40% são beneficiadas com o programa Bolsa-família do

governo federal, 13% participam do programa Leite das Crianças, 13% são beneficiadas

com o programa Luz Fraterna e 2% com o programa Água em sua Casa, todos do

governo estadual. A opinião que possuem a respeito desses auxílios é que eles ajudam

muito, são importantes para melhorar um pouco as condições sociais das famílias, mas o

ideal seria que todos tivessem oportunidade de trabalhar e com isso garantir o sustento e

o bem-estar da sua família.

Quanto ao nível de escolaridade da comunidade, a maioria possui o Ensino

Fundamental incompleto e uma pequena minoria possui o Ensino Superior completo.

Várias pessoas das famílias dos nossos alunos, que não tiveram a oportunidade de

continuar seus estudos anteriormente, voltaram a estudar na Educação de Jovens e

Adultos (EJA).

Vários pontos positivos da escola são destacados pela comunidade: a atuação

dos professores, o atendimento prestado pelos funcionários, as atividades oferecidas pela

escola (piquenique, festas, futsal, grupo de teatro), o nível de aprendizagem dos alunos e

os conteúdos trabalhados em sala de aula e a organização da escola em geral. Alguns

pontos também são destacados para serem melhorados: o comportamento de alguns

alunos que desrespeitam os colegas, a indisciplina de alguns alunos e a falta quadra de

esportes.

Através do questionário e das conversas freqüentes com as pessoas da

comunidade, sentimos que todos querem um futuro melhor para seus filhos, querem que

eles sejam pessoas felizes, que tenham acesso ao conhecimento e que possuam um

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trabalho e possam usufruir do produto dele, ou seja, o rompimento desse modelo de

sociedade em que vivemos é uma necessidade urgente, pois da maneira como ela está

organizada não terá espaço para todos viverem com dignidade.

Sabemos que esse modelo de sociedade foi construído historicamente, segundo

valores da classe dominante e que, portanto, pode ser transformada. Nesse sentido é que

destacamos o papel da escola, descartando duas posturas inadequadas, citadas por

Kuenzer (2005). A primeira postura diz respeito ao imobilismo, ou seja, não podemos

pensar que a sociedade é assim mesmo e que nada podemos fazer porque a escola é

determinada pelas mesmas políticas que mantém esse modelo de sociedade. A segunda

postura diz respeito ao idealismo, ou seja, não podemos ser ingênuos a ponto de pensar

que somente através da escola mudaremos o mundo e que ela é a solução para todos os

males.

Diante disso, nossa opção é por uma postura responsável, ou seja, temos

consciência que a burguesia cede alguns espaços para a classe trabalhadora e um deles

é o espaço escolar. Sendo cedido pela classe dominante não está isento das ideologias

dessa classe que deseja apenas a reprodução do modelo social que oprime, explora,

classifica e exclui. Mesmo assim, acreditamos que o objetivo do nosso trabalho, que

contraria o que vemos na sociedade é formar a pessoa humana para que seja ética,

solidária, que possua um projeto de vida que leve em conta o bem comum e que force

espaços de atuação para que essa sociedade perversa seja transformada. Nosso

trabalho, por si só, não transforma a sociedade, mas pode formar pessoas melhores, com

capacidade para intervir e transformar.

Nesse contexto é que se situa o Colégio Estadual Adiles Bordin – Ensino

Fundamental e Médio, apresentando a seguinte realidade:

Aprendizagem

Fa

se

an

o Sem

freqüência

%

Aprovados

%

Reprovados

%

Transferidos

%

Desistentes

%

1º 2003 1,5 4,5 14,9 0ANO 2004 1,8 3,6 3,6 03º 2005 0 2,4 6,0 4,8CICLO 2006 0 0,0 15,0 7,02º 2003 0 69,9 12,7 17,4 0

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ANO 2004 0 66,7 17,3 13,3 2,73º 2005 0 72,9 4,9 22,2 0CICLO 2006 0 65,0 8,0 10,0 17,01º 2003 0 0 15,0 0ANO 2004 0 2,0 8,2 0IV 2005 0 2,0 10,2 0CICLO 2006 0 0,0 11,0 9,02º 2003 2,0 86,3 9,7 2,0 0ANO 2004 0 90,2 4,9 4,9 0IV 2005 0 79,2 6,9 4,6 9,3CICLO 2006 0 64,0 8,0 16,0 12,01EM 2006 0,0 45,0 6,0 21,0 28,0

Analisando o quadro acima, vemos que no 1º Ano do 3º Ciclo e no 1º Ano do IV

Ciclo não há porcentagem de aprovação porque a escola está organizada em ciclos de

aprendizagem e nessas séries não há reprovação, exceto por freqüência, como determina

a LDB 9394/96, artigo 24, inciso VI, “o controle de freqüência fica a cargo da escola,

conforme o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino,

exigida a freqüência mínima de sententa e cinco por cento do total de horas letivas para

aprovação”.

Há uma grande porcentagem de transferidos porque as famílias dos alunos

mudam muito de endereço por questões sociais: moram em casas alugadas ou mudam

de cidade em busca de emprego. É comum, porém, haver retorno desses alunos no

decorrer do ano letivo.

Um dado que preocupa a todos é a porcentagem de alunos desistentes e sem

freqüência, ou seja, alunos que foram matriculados no início do ano letivo, mas que nunca

compareceram. Mesmo sendo um índice baixo, nos inquieta já que nosso objetivo é

garantir o acesso a e permanência das crianças/adolescentes na escola. O motivo dessas

desistências, na maioria das vezes, é o ingresso desses no mercado do trabalho.

Geralmente são alunos em defasagem idade/série que precisam trabalhar para ajudar no

sustento da família e esta, por sua vez, incentiva o trabalho em detrimento da escola

porque a necessidade que possuem é imediata. Sabemos que vários alunos que desistem

da escola regular acabam retornando mais tarde para a Educação de Jovens e Adultos.

Em todos os casos de alunos que reprovaram por freqüência e que desistiram

houve o seguinte procedimento por parte da direção e equipe pedagógica: conversa com

o aluno, conversa com os responsáveis pelo aluno, encaminhamento para o Conselho

Tutelar. Infelizmente estas ações não deram conta de mantê-los na escola.

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Mesmo não sendo possível avaliar a aprendizagem somente através de dados,

sendo esta um processo contínuo, que não acontece por saltos, os dados nos dizem que

a grande maioria dos alunos aprende. Um avanço significativo que tivemos foi a

implantação da Sala de Recursos e da Sala de Apoio à Aprendizagem no ano de 2005,

pois os alunos que antes possuíam dificuldade e necessitavam de um atendimento

diferenciado tinham apenas o período regular para superá-las. Desde a implantação dos

ciclos, os profissionais da escola começaram a se preocupar com as questões de

avaliação e com um apoio para todas as turmas no período contrário da sala regular, o

que tem sido uma reivindicação constante

Enfrentamos algumas dificuldades no dia-a-dia que interferem na aprendizagem

dos alunos, como a não realização das tarefas de casa, a falta de cuidado dos materiais

por parte dos alunos, a falta do hábito de estudo, a falta de incentivo e motivação para

estudar, a dificuldade de relacionamento entre alguns alunos e a dificuldade que alguns

alunos apresentam na atenção, concentração e memória. Outra dificuldade se refere à

concepção de alguns alunos que, influenciados pelo mundo adulto e pela sociedade em

que vivem, acreditam que devem estudar apenas para passar de ano e que a escola que

tenta não classificar nem excluir não exige estudo.

As disciplinas trabalhadas no Colégio Adiles Bordin, assim como a carga horária,

estão de acordo com a matriz curricular (Anexo VIII) que ficou assim definida para atender

ao artigo 26 da LDB 9394/96, a instrução nº 04/2005 da Secretaria Estadual de Educação

e as necessidades e realidade da escola. Além da Base Nacional Comum, o Colégio

oferta no Ensino Fundamental uma Língua Estrangeira Moderna como parte diversificada:

Língua Inglesa. No Ensino Médio, a parte diversificada é composta de uma Língua

Estrangeira Moderna (Língua Inglesa) e das disciplinas de Sociologia (1ª série) e Filosofia

(2ª e 3ª séries). A prática pedagógica dentro de cada área é orientada pelas Diretrizes

Curriculares Estaduais que foram construídas pelos professores do Estado do Paraná. O

planejamento em cada área do conhecimento é realizado pelos professores no início de

cada ano letivo, depois que tiveram conhecimento da turma que irão trabalhar. Na maioria

das vezes, os professores se reúnem por área para elaborá-lo.

Os conteúdos trabalhados em cada área levam em consideração os

conhecimentos que os alunos já possuem. Ou seja, parte-se da prática social, ampliam-se

os conhecimentos para que, novamente, eles sejam aplicados na prática social. Existem

conteúdos que se tornam mais difíceis para os alunos fazerem essa ponte conhecimento-

prática, por isso é fundamental partir da realidade mais próxima e valorizar a contribuição

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dos alunos durante as aulas.

Portanto, os professores não se prendem somente ao livro didático ou ao

planejamento; acontecimentos que ocorrem no dia-a-dia são aproveitados para se

trabalhar com o conhecimento científico, temas sociais contemporâneos (desemprego,

fome, racismo, relações de gênero, água e meio ambiente, entre outros) são valorizados e

estão muito presentes em sala de aula, assim como temas que vão surgindo durante o

ano e criando a necessidade de serem abordados (Drogas, Sexualidade, entre outros).

A história e a cultura afro-brasileira e africana também são temas contemplados,

sobretudo, nas áreas de História, Língua Portuguesa e Artes, e os estudos sobre o estado

do Paraná estão inseridos nas disciplinas de História e Geografia.

Com relação à Educação Fiscal, seis professores foram capacitados para serem

os disseminadores, possuindo o compromisso de trabalhar com os colegas e alunos os

conteúdos inerentes ao Curso on-line do programa Nacional de Educação Fiscal, como

objetivo de promover o exercício da cidadania.

Avaliação da Aprendizagem

Procuramos desenvolver a avaliação da aprendizagem de acordo com nossa

concepção de escola e sociedade e para atender aquilo que os ciclos de aprendizagem

pressupõem, ou seja, trabalhamos com uma avaliação contínua que se desenvolve ao

longo do processo educativo e não se destina a julgamento definitivo, mas ao diagnóstico.

Isso significa que a avaliação não serve para selecionar os alunos e, sim, para incluir

todos no círculo da aprendizagem.

Todos os professores utilizam vários mecanismos para avaliar os alunos, como:

provas, trabalhos individuais, trabalhos em grupo, pesquisas, apresentações, exercícios

realizados em aula, acompanhamento dos cadernos. A participação dos alunos é sempre

valorizada, havendo constantemente incentivo para que todos façam as tarefas,

exponham seu pensamento e tirem suas dúvidas. Como não trabalhamos com o sistema

de notas no Ensino Fundamental, os(as) professores(as) utilizam conceitos e pareceres

nas avaliações. O grupo de professores avaliam tudo o que é produzido pelos alunos em

todas as aulas, sem a preocupação em pontuar atividades que servem somente para

avaliar. Os professores(as) conversam no início do ano com as turmas para estabelecer

junto com os alunos os critérios de avaliação.

Assim como são oportunizadas várias chances para os(as) alunos(as)

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demonstrarem o que e como aprenderam, existe, por parte dos(as) professores(as), uma

preocupação constante em retomar os conteúdos que não foram bem compreendidos. Ou

seja, não priorizamos recuperação de estudos depois do processo de aprendizagem,

valorizando-a no próprio processo de aprendizagem.

Alguns professores demonstram várias preocupações, principalmente pelo fato de

nossa escola ser organizada em ciclos de formação que não prevêem reprovações nos

primeiros anos de III e IV ciclo, acreditando que, por esse motivo, alguns alunos precisam

de mais apoio no período contrário da aula ( no momento é oferecido somente para os

alunos do 1° ano do III ciclo); em caso de transferência para outra escola, temem que os

alunos não consigam acompanhar os conteúdos.

O Conselho de Classe realizado ao final de cada bimestre (Ensino Médio) e de

cada trimestre (Ensino Fundamental) tem sido um espaço para exposição de nossas

angústias, reflexão sobre a prática e para a avaliação do nosso trabalho. Mas, ainda tem

sido um espaço com vários limites: não conta com a participação de todos os professores,

apontam-se muitos fatores negativos, em detrimento dos avanços, não sobra tempo para

estudo de textos que são necessários para desencadear uma boa discussão.

No Conselho de Classe do Ensino Fundamental que ocorre no final do ano é que

decidimos, coletivamente, sobre o aproveitamento ou não por parte dos(as) alunos(as).

Esse não é um momento fácil, pois é preciso avaliar o desempenho dos alunos durante

todo o ciclo, e não apenas durante o último ano, e em todas as áreas do conhecimento.

Só acontece a reprovação quando há consenso entre os professores e não temos o

sistema de dependência no Ensino Fundamental.

No Ensino Médio, por ser organizado de forma seriada, o aluno precisa atingir a

média anual de seis pontos, ou seja, somar ao final do ano vinte e quatro pontos em cada

disciplina. Quando o aluno não atinge a média em até duas disciplinas, ele pode passar

para a série seguinte, ficando em dependência. Ou seja, além de ter que aprender os

conteúdos da série em que está, terá que estudar novamente os conteúdos da série

anterior das disciplinas em que ficou em dependência.

O registro da avaliação do Ensino Fundamental acontece da seguinte forma:

semestralmente os professores elaboram pareceres descritivos do desempenho de cada

aluno, dentro de cada área do conhecimento. Esses pareceres substituem as notas

usadas nos sistemas seriados e acompanham os históricos escolares em caso de

transferência. Para comunicar aos pais o rendimento dos alunos e para complementar a

poposta difrerenciada de avaliação, o Colégio adota um parecer trimestral individual onde

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os professores registram o desempenho dos alunos em cada área do conhecimento,

usando para isso conceitos pré-estabelecidos (Anexo IX). Além disso, cada turma realiza,

sob a coordenação do professor conselheiro, um parecer sobre os avanços e as

dificuldades encontradas no período e registram as expectativas para o próximo (Anexo

X).

Depois da avaliação da turma, cada aluno faz individualmente uma auto-

avaliação, registrando suas dificuldades, seus avanços e suas expectativas. Quando os

pais recebem a pasta com esses pareceres têm a oportunidade de identificar qual é

efetivamente o desempenho de seu filho e têm, também, a oportunidade de dar seu

posicionamento sobre a vida escolar dele, preenchendo o seu parecer (Anexo XI).

Essa maneira de registrar a avaliação, além dar condições para que os alunos

percebam quais são suas dificuldades, incentiva os alunos a estudarem e faz com que

todos assumam seu papel no processo educativo. O que os alunos e os pais escrevem

nos pareceres tem ajudado muito na reflexão sobre nossas ações e cada vez mais

reafirma a validade da nossa prática avaliativa. No início de cada ano letivo os pareceres

são revistos pelos professores; e podem sofrer alterações, de acordo com as

necessidades que vão surgindo.

O Ensino Médio apresenta o registro da avaliação em forma de boletins com

notas, mas, decidimos juntamente com os alunos manter o parecer da turma e o individual

para serem entregues aos responsáveis que também poderão fazer seus pareceres.

Inclusão

Mesmo não possuindo ainda todas as condições necessárias para que nossa

escola se constitua o lugar preferencial para o atendimento aos alunos com necessidades

educacionais especiais que não necessitam de atendimento educacional em Escola

Especial, sabemos da importância da inclusão. A escola acolhe os alunos, mas entende

que este é um processo gradativo, que tem que ser construído aos poucos e que algumas

condições devem ser dadas no momento da inclusão (professor de apoio permanente,

intérprete de libras, por exemplo) e outras farão parte do próprio processo.

Temos, atualmente, na área da Educação Especial, dois serviços de apoio

especializados: Sala de Recursos e Professora de Apoio Permanente.

A Sala de Recursos é ofertada aos alunos do Ensino Fundamental no período

contrário daquele em que freqüentam a classe comum, com professor da Educação

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Especial, onde o atendimento pedagógico específico se dá individualmente ou em

pequenos grupos, com cronograma de atendimento, com vista ao progresso global dos

alunos que apresentam dificuldade no processo de aprendizagem, com utilização de

programações específicas, métodos, estratégias, atividades diversificadas e

extracurriculares. A professora regente da Sala de Recursos vem à escola uma vez por

semana no período da manhã para conversar com os professores da classe regular e

com a equipe pedagógica sobre as dificuldades e os avanços para redefinição de ações

junto aos alunos que freqüentam essa sala.

A professora de apoio permanente atua no contexto da sala de aula junto a um

aluno cadeirante, portador de Distrofia Muscular de Duchene. Essa é uma doença rara e

grave que se manifesta na criança por volta dos três anos de idade e que não tem cura.

Essa doença pode ocorrer nos sexos masculino e feminino, no entanto, as meninas

apenas são portadoras da doença, enquanto os meninos manifestam-na da seguinte

forma: não se sustentam em pé, devido à flacidez dos músculos e têm dificuldades

respiratórias.

O Colégio não possui ainda nenhuma adaptação para alunos cadeirantes, exceto

as carteiras escolares adaptadas que foram recebidas no início do ano de 2006. A

freqüência desse menino às aulas tem sido prejudicada porque a cadeira de rodas que

ele possui não suporta seu peso e as condições das ruas, estando constantemente

estragada. Outras alternativas estão sendo buscadas pela escola junto aos órgãos

competentes (cadeira de rodas nova, transporte de sua casa até à escola), mas ainda

sem respostas.

Formação inicial e continuada

Consideramos a formação continuada essencial no exercício da nossa profissão,

pois é através do estudo teórico e da reflexão sobre nossa prática que temos

oportunidade de revermos nossos pontos de vista, reconsiderarmos nossas ações e

melhorarmos nossa atuação.

Quanto à formação inicial, todos/as os/as professores/as possuem a formação na

sua área de atuação e a maioria tem especialização. Os funcionários também possuem a

formação mínima exigida para o exercício de suas funções. No que se refere à formação

continuada, os professores têm tido várias oportunidades, como: cursos de formação nas

diferentes áreas realizados em Curitiba e Faxinal do Céu, palestras realizadas pelo

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Núcleo Regional de Ensino (NRE), grupos de estudos por disciplina e por temas (Ex.:

História e Cultura Afro) realizados na própria cidade aos sábados, simpósios nas

diferentes áreas realizados em Curitiba e em Faxinal do Céu, Jornada Pedagógica

organizada pelo NRE, encontros realizados no NRE para discussão de assuntos

específicos (exemplo: grupo de estudo das Salas de Apoio), capacitações realizadas no

início dos períodos letivos nas escolas e cursos on-line (Ex.: Educação Fiscal, Prevenção

ao Uso de Drogas).

Os conteúdos abordados e os materiais disponibilizados nessas formações são

bons, os professores são de qualidade, mas destacamos alguns pontos que precisam ser

melhorados para atingir todos os professores. O primeiro ponto diz respeito aos grupos de

estudo por área e temas que deveriam acontecer no horário de trabalho, pois a formação

faz parte do exercício da nossa profissão. O segundo se refere às palestras que o NRE

organiza e que acontecem no horário das aulas sem haver dispensa de alunos, ou seja,

apenas alguns professores podem participar. O terceiro ponto se refere aos simpósios e

cursos oferecidos fora da cidade que também dificultam a participação de todos porque,

além das vagas serem limitadas, alguns professores não podem se ausentar da cidade.

Quanto a outros pontos mais específicos de cada formação, preenchemos sempre as

avaliações colocando nossas opiniões a respeito.

As capacitações realizadas na escola atingem um número maior de professores e

a discussão é voltada especificamente para nossa realidade, por isso consideramos que

deva ocorrer com maior freqüência e não apenas duas vezes ao ano. Por iniciativa da

própria escola, temos forçado algumas reuniões de estudo durante o ano (uma hora a

cada quinze dias) para discutir assuntos que assumem no dia-a-dia relevância e

urgência, mas pela necessidade de pensar mais sobre nossa prática e relacionar nossas

dificuldades com teorias que nos apontem um caminho, esses espaços ainda são

insuficientes.

Infelizmente, os funcionários ainda não possuem todas essas oportunidades.

Mesmo quando as formações ocorrem na escola, não há a participação efetiva de todos

os funcionários porque ocorrem justamente nos períodos em que eles precisam organizar

a escola para a volta dos alunos. Consideramos necessário investir mais na formação

dos(as) funcionários(as), oportunizando cursos direcionados às funções que exercem e

espaços para que realmente possa haver a participação de todos.

Quanto ao repasse dos conteúdos abordados nos cursos pelos professores que

participaram, o tempo impede sua efetivação. O espaço do recreio não atinge todos os

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professores e é insuficiente para o repasse do mínimo que se pode socializar. O que

ocorre, então, é uma socialização rápida com os colegas que estão naquele dia na escola

ou com um ou dois colegas que realizam a hora-atividade juntos.

Organização do tempo e do espaço

A Colégio Adiles Bordin oferece, de acordo com a LDB 9394/96, a carga horária

mínima anual de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo

trabalho escolar. O calendário escolar é adequado, atendendo a comunidade local e o que

rege a legislação (Anexo XII).

É ofertado aos alunos apenas um turno de estudo regular e, são oportunizadas

atividades que além das Salas de Apoio a Aprendizagem, da Sala de Recursos e do

CELEM, complementam a ação educativa, como:

- Grupo de Teatro que acontece duas vezes por semana, durante uma hora, sob coordenação da professora Maria Regina Martins Gelchaki, que faz este trabalho de forma voluntária.

- Escolinha de Futebol de Campo que acontece duas vezes por semana, durante duas

horas, sob coordenação do Sr. Brandizio Borges Domingues, voluntário da comunidade.

Os alunos que participam da escolinha participam também dos Jogos Colegiais.

- Horta escolar que foi um projeto iniciado pela professora Marlene de Fátima Gavasso

para incentivar os alunos para usar técnicas de plantio sem uso de agrotóxico, além de

enriquecer a merenda escolar. Atualmente, é coordenado pela direção e tem a

participação de todas as turmas do Colégio.

- Arte na Argila que é um projeto desenvolvido uma vez por semana, sob coordenação do

Sr. Osmair Antônio Lazier, para desenvolver a sensibilidade e a criatividade. Além disso, o

acesso à arte incentiva as manifestações culturais e contribui para a inclusão social.

- Capoeira que acontece uma vez por semana sob a coordenação do Sr. Adilson

Cordeiro, com o objetivo de difundir e valorizar a cultura afro-brasileira, além de

desenvolver nos educandos a socialização, o respeito e a disciplina.

- Dança que acontece duas vezes por semana, sob coordenação de Jofrancis Gelchaki,

com o objetivo de desenvolver a expressão corporal, a socialização e contribuir para a

desinibição e auto-estima.

Além dessas atividades, temos o atendimento no período integral da biblioteca e

do laboratório de informática para que os alunos possam ler e realizar seus estudos e

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pesquisas.

O tempo escolar, assim como acontece nas escolas seriadas, é dividido em cinco

aulas diárias, sendo que a maioria das disciplinas não possui aulas conjugadas. O tempo

de cada aula é curto para se trabalhar com metodologias diferenciadas, prevalecendo,

muitas vezes, as aulas expositivas.

A fragmentação do tempo é sentida, sobretudo, pelos alunos que iniciam o III ciclo

que vem de outra organização de tempo escolar nas séries iniciais do Ensino

Fundamental: um professor regente que trabalha com quase todas as disciplinas e mais

um ou dois professores que trabalham com Artes e Educação Física.

Acontecem, no decorrer do ano, alguns trabalhos interdisciplinares para amenizar

a fragmentação do conhecimento, retomando sua totalidade. Para facilitar esses

trabalhos, no início do ano letivo são levantados alguns temas de importância social para

serem trabalhados em todas as turmas por todas as disciplinas. Para o ano letivo de 2006

foram escolhidos os seguintes temas: Mulher, Eleição, Racismo, Preconceito,

Sexualidade, Drogas, Grêmio Estudantil, Avaliação.

Também decidimos coletivamente, para que haja participação de todos num

trabalho interdisciplinar, que participaremos e/ou desenvolveremos as seguintes

atividades:

- FIEL (Feira Intercolegial Estudantil do Livro) que é uma iniciativa de um grupo de

pessoas para incentivar a leitura. A Feira não tem caráter lucrativo e é o momento de

culminância de várias atividades envolvendo as escolas e realizadas anteriormente:

estudo do livro de reflexões sobre a FIEL, criação de slogans, leituras e produções de

textos, palestra para professores, apresentações para alunos (Exemplo: poeta João

Bello).

-Festa Ambiental que é realizada por nove municípios da região Sul do Paraná,

em parceria com as escolas, através do Núcleo Regional de Educação, Secretaria

Estadual da Educação, Instituto Ambiental do Paraná e Secretaria Estadual do Meio

Ambiente. Cada ano a festa acontece em um dos nove municípios e um tema é

trabalhado nas escolas que podem preparar apresentações para representar o seu

município. A Festa Ambiental tem como objetivo sensibilizar os alunos para as questões

ambientais e conscientizá-los do papel que cada um tem na preservação do meio

ambiente.

- FERA (Festival de Arte da Rede Estudantil) que é uma iniciativa da Secretaria de

Estado da Educação do Paraná e que tem por objetivo estimular experiências nas

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diversas áreas e linguagens artísticas, desenvolvendo a interdisciplinaridade, trabalhando

o conhecimento da arte e da cultura, contribuindo para a reflexão sobre a arte na

educação e, ainda, promovendo o intercâmbio para enriquecer o tempo e o espaço

escolar.

- Com Ciência que também é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Educação

e se caracteriza como uma atividade pedagógica complementar e interativa, na qual as

escolas – alunos e professores – possuem espaço para expor publicamente suas

produções planejadas e executadas no cotidiano escolar.

- Agenda 21 que envolve diversas ações relacionadas ao meio ambiente, entendendo-o

não apenas como a natureza, mas a relação dos sujeitos no meio em que vivem, seja

este social ou natural. Apoiaremos as ações desenvolvidas pelo grupo Eco que

trabalha com as escolas essas questões, a exemplo da Passeata que participamos em

defesa da Vida e da Água. Além disso, fizemos no Colégio uma Conferência Ambiental

envolvendo todos os alunos na decisão de uma questão para se trabalhar com o

objetivo de melhorar o meio em que vivemos. Realizada em 2005, discutimos a

importância da preservação do Rio Vermelho que passa perto da nossa escola e que

está sofrendo com a devastação da mata ciliar e com a plantação de pinus em áreas

próximas.

- Aula de Leitura que acontece em todas as turmas semanalmente, conforme

cronograma pré-estabelecido. Esse momento é destinado a leitura de diversos

gêneros e conta com a participação de todos os professores, independente da

disciplina que leciona pois entendemos que a leitura é fundamental para a

aprendizagem e para o exercício da cidadania.

- Noite da Poesia que é organizada na própria escola pelas professoras de Língua Portuguesa, que após desenvolverem um trabalho sobre poesia nas salas de aula, fazem da noite um ponto de culminância, com declamação de poemas feita por vários alunos.

- Festival da Canção que também é uma atividade organizada anualmente pela própria

escola com o objetivo de desenvolver no aluno o gosto pela música, o respeito pelos

diversos estilos musicais, além de ser uma atividade educativa que envolve toda a

comunidade escolar e é coordenado por Francis Rafael Alves, músico, formado

emHistória, ex-aluno da escola e integrante da Banda Coração Tapera que contribui

para o evento.

- OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) que é uma

iniciativa do governo federal, através dos Ministérios da Educação e da Ciência e

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Tecnologia, e tem como objetivos: contribuir para a melhoria da qualidade da

Educação Básica, promover a inclusão social por meio da difusão do conhecimento,

identificar jovens talentos e incentivar seu ingresso nas áreas científicas e

tecnológicas.

Além de recuperar o caráter totalizante do conhecimento, essas atividades

favorecem a aprendizagem porque contam com a participação efetiva dos alunos.

A organização do Grêmio Estudantil Ismela Weber, que é um espaço de atuação

dos alunos, tem como objetivo, de acordo com o seu estatuto, representar

condignamente o corpo discente; defender os interesses individuais e coletivos dos

alunos do Colégio; incentivar a cultura literária, artística e desportiva de seus membros;

promover a cooperação entre administradores, funcionários, professores e alunos no

trabalho escolar, buscando seus aprimoramentos; realizar intercâmbio e colaboração de

caráter cultural e educacional com outras instituições de caráter educacional, lutar pela

democracia permanente na Escola, através do direito de participação nos fóruns internos

de deliberação da Escola.

Para isso, a professora Maria Regina Martins Gelchaki desenvolve um trabalho

com todas as turmas para conscientizá-los da importância da organização estudantil e

para incentivar todos os alunos a participarem. No ano de 2006, a chapa TPC

(Trabalhando para Crescer) foi eleita para dirigir o Grêmio pelo período de dois anos com

várias propostas de melhorias na escola (Anexo XIII).

Organização e distribuição das turmas

Os professores lotados na escola escolhem, no início do ano letivo, as turmas

com as quais vão trabalhar e as aulas que sobram são oferecidas, em nível de NRE, para

os professores que estão sem lotação, depois para os professores que trabalham com

aulas extraordinárias e, se mesmo assim faltarem professores, o NRE se encarrega de

chamar aqueles que se inscreveram no Processo Especial do Paraná (PEPR).

Até o ano de 2006, com o aumento de turmas, houve a necessidade de mais

professores, modificando a forma de trabalho.

Quanto à organização das turmas, essa se dá da seguinte forma: os alunos que

são matriculados no início do III ciclo escolhem o período em que querem estudar (manhã

ou tarde). Depois de escolhido o período, as turmas são distribuídas de maneira que

fiquem equilibradas quanto ao número e ao sexo dos alunos e seguem assim até que os

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alunos saiam do Colégio. Esse ano, os alunos do 2° ano do III ciclo e do 1º ano do IV

Ciclo também tiveram a oportunidade de escolher o turno e os que permaneceram no

período da manhã, ficaram na mesma turma do ano anterior.Quando ocorre matrícula

nova no decorrer do ano, o aluno é colocado na turma que, no momento, tem menos

alunos, garantindo assim um equilíbrio entre as turmas. Quando há necessidade e

consenso entre os professores, mudanças são feitas nas turmas no início do ano ou

ocorre remanejamentos no decorrer das aulas.

O horário das aulas é organizado pela direção e equipe pedagógica depois de

conversar com os professores. Cada professor faz a opção pelos dias de suas aulas e

são atendidos na medida do possível. Alguns casos se tornam impossíveis de serem

atendidos porque a maioria dos professores possui aulas em outras escolas e é preciso

conciliar e estudar cada possibilidade separadamente. O horário é feito logo no início do

ano letivo, mas, devido às alterações no quadro de professores, é mudado durante o ano,

ocasionando algumas vezes descontentamentos.

Hora-atividade:

Infelizmente, depois de organizado o horário é que se pensa a hora-atividade, que

fica nas “janelas” e dificilmente os professores da mesma área conseguem fazê-la juntos.

Isso também dificulta algumas trocas que se fazem necessárias como, por exemplo,

quando um professor é chamado fora do horário para participar de uma reunião de estudo

sem poder compensá-la porque sua hora-atividade não é nem no início e nem no final do

horário das aulas, impedindo sua saída da escola.

A hora-atividade é usada pelos professores para leitura, estudo, conversa com os

colegas, direção e equipe pedagógica, planejamento, preparação de aulas, avaliação,

preenchimento de pareceres e livro de chamada. Ou seja, a demanda é grande para ter

somente vinte por cento do tempo destinado à hora-atividade.

Sofremos com a falta de um espaço físico adequado para fazer a hora-atividade,

pois a sala dos professores é muito pequena e usada também pelo município, a biblioteca

possui um fluxo muito grande de pessoas,. Outra necessidade é a aquisição de materiais

para leitura, como revistas, periódicos e livros para formação dos profissionais da escola.

Equipamentos Físicos:

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O Colégio Estadual Adiles Bordin possui vários equipamentos e materiais que são

essenciais para a prática docente, como mostra a relação de bens móveis (Anexo XIV).

Destacamos, portanto, as necessidades atuais:

- Os televisores ficam no piso inferior e é difícil levá-los até o superior, portanto em

cada sala de aula que fica em cima é necessário colocar um aparelho para evitar trocas

de salas de aula entre as turmas, como acontece atualmente. Além disso, é necessário

que todos os aparelhos eletrônicos passem por uma revisão periódica para manter

sempre seu bom estado de conservação.

- As cortinas das salas de aula estão novas, mas são feitas com um tecido muito

fino, prejudicando algumas vezes a visibilidade que os alunos devem ter do quadro.

- A aquisição de scanner e data show facilitaria várias ações da escola: aulas,

reuniões com pais e com professores, apresentações.

- A aquisição de jogos e materiais para uso na Sala de Apoio e Sala de Recursos

também são essenciais, pois a quantidade que o Colégio possui atualmente não atende à

demanda. Além disso, é preciso investir mais em mapas, que estão desatualizados, livros,

CDs e materiais esportivos.

Participação dos pais

A participação dos pais acontece nas reuniões realizadas durante o ano.

Geralmente, as reuniões são realizadas da seguinte forma: uma no início do ano para

conversarmos sobre o funcionamento da escola e sobre o que está previsto para o ano,

uma reunião ao final de cada trimestre (Ensino Fundamental) para entrega dos pareceres

e conversa geral sobre o que acontece na escola, e uma ao final de cada bimestre

(Ensino Médio) para entrega dos boletins e também para uma conversa geral sobre o que

acontece na escola. Nessas reuniões há uma boa participação dos pais, pois acontecem

no período da noite, quando a maioria não está em horário de trabalho.

As reuniões ao final de cada trimestres são realizadas em dois momentos: no

primeiro, a direção expõe para todos os presentes como a escola está desenvolvendo seu

trabalho, e, no segundo, os pais vão até as salas de aula, separadas por série, para

receberem dos professores os pareceres. Ou seja, no segundo momento, os pais podem

conversar especificamente sobre a aprendizagem de seus filhos.

Em algumas reuniões fazemos apresentações artísticas, como do grupo de teatro,

para que os pais também tenham a oportunidade de acompanhar as atividades que a

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escola oferece.

Nas promoções que a escola precisa fazer para arrecadar dinheiro e fazer

melhorias, há também uma boa participação dos pais. Há também a participação através

da APMF (Associação de Pais, Mestres e Professores) e do Conselho Escolar, mas essa

se dá, geralmente, acatando o que a escola decide, pois confiam naquilo que ela

determina.

Quanto à participação fora das reuniões e eventos, a maioria dos pais vêm até a

escola somente quando são chamados para conversar sobre o desenvolvimento de seus

filhos. Sabemos que isso ocorre, também, por falta de tempo, pois a maioria trabalha o dia

todo.

Relações de trabalho

Apesar de termos um objetivo comum que é a aprendizagem dos alunos, as

relações entre os profissionais da escola não acontecem sem conflito, o que é positivo,

pois gera discussão e crescimento.

As relações entre professores, alunos, direção e funcionários são relações de

poder que, algumas vezes, ainda refletem a hierarquia tão presente em toda sociedade.

Os professores possuem um relacionamento bom, de confiança, com a maioria

dos alunos. Em algumas turmas isso é mais complicado, pois os próprios alunos, entre

eles, possuem dificuldade de relacionamento.

Quando o coletivo de professores encontra a necessidade de encaminhar alunos

que possuem dificuldades que vão além das pedagógicas, ou seja, dificuldades de ordem

psicológica, o Colégio busca ajuda na Universidade do Contestado (UnC), através do

Projeto Psicologia Escola que esta desenvolve, e ajuda na área da saúde, agendando

encaminhamentos com a Dra. Margarete, especialista em adolescentes.

Quando surgem problemas no que dizem respeito à área da saúde e que também

interferem no processo educativo (visão, audição, fala, entre outros), os pais dos alunos

são chamados na escola e orientados para que procurem o serviço de saúde.

Quanto aos problemas que ocorrem com os alunos referentes à disciplina, a

direção e equipe pedagógica tentam fazer um trabalho de orientação junto aos alunos e

às famílias, sendo necessário, algumas vezes, a direção da escola seguir o que diz o

regimento escolar em vigor: advertência oral, advertência por escrito, convocação do

responsável. Havendo reincidência ou um ato infracional grave, a direção da escola

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recorre ao Conselho Tutelar e a Promotoria Pública, tendo ouvido o Conselho Escolar.

A relação dos professores com os pais é insuficiente, o contato entre eles ocorre

somente nas reuniões e quando os pais são chamados na escola.

Um fator que interfere diretamente nas relações de trabalho é a falta de circulação

de algumas informações, ou seja, nem todos ficam sabendo o que está acontecendo ou

vai acontecer na escola. Isto se deve a vários fatores, entre eles: vários professores não

estão todos os dias na escola, os murais sempre estão cheios de informações e mesmo

assim não estão contemplando todas, alguns professores não participam do recreio que é

onde circula mais informações e nem todas as decisões são tomadas no coletivo.

O Colégio compartilha o espaço com a escola municipal e, algumas vezes,

surgem conflitos que são resolvidos pelas direções das duas escolas, devido ao pouco

investimento que o município faz na escola e no que se refere à divisão do trabalho dos

funcionários que cuidam da limpeza e organização das escolas.

Contradições e conflitos

A maior contradição que sentimos está no desejo que temos em construir uma

escola que não cabe nesse modelo de sociedade que faz com ela seja um espaço para

atender aos interesses do capital. Nós, educadores, que somos frutos de uma educação

autoritária, também sentimos dificuldade em romper com alguns conceitos que não cabem

no sonho de escola que queremos.

Algumas vezes nossa prática também não condiz com nosso discurso por

questões externas (organização do espaço e tempo escolar, condições físicas e materiais

da escola, por exemplo) . Outras vezes, o que planejamos realizar em determinada turma

ou circunstância não funciona para atingir nossos objetivos, forçando algumas atitudes

que também contrariam nossos princípios e concepções.

Estudos e discussões são realizados para diminuir a distância entre aquilo que

acreditamos e aquilo que fazemos, mas a prática demora um pouco mais para mudar.

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MARCO CONCEITUAL

Quando falamos em educação, a reflexão deve partir sempre do contexto social

no qual está inserida. Torna-se fundamental, portanto, relacionar educação, cultura e

sociedade, centrando a atenção na perspectiva política da prática educativa, apontando

características de que se reveste a escola em nossa sociedade.

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Para falar da educação é preciso refletir sobre a cultura, na medida em que se

pode afirmar que educação é um fenômeno histórico e social de socialização de cultura.

Não existe sociedade sem cultura, nem cultura sem uma relação social.

Podemos definir cultura, de acordo com Rios (1994), como o mundo transformado

pelas pessoas, através das relações estabelecidas. O mundo com o qual o ser humano se

relaciona se apresenta em duas dimensões: natureza e cultura. A primeira independe do

homem e da mulher para existir e a segunda é o mundo transformado pelo ser humano

devido a sua necessidade de sobrevivência e interesse de alguns grupos. No momento

que se interfere na natureza para satisfação de algumas necessidades, é posta em ação

razão e criatividade, que são elementos inseparáveis. Dessa forma, cria-se cultura porque

as maneiras de atender às necessidades não estão inscritas na natureza humana.

Assim, não existem culturas melhores ou piores, existem culturas diferentes, pois

todas as pessoas são cultas porque participam de algum modo da criação cultural, que é

o resultado do trabalho. Não podemos falar em cultura sem falar em trabalho, que é a

intervenção consciente e intencional na realidade.

O trabalho está na essência humana, é o que nos faz sermos, não pode ser

separado da sociedade, na medida em que é com os outros que se trabalha e cria cultura.

Trabalhamos e criamos culturas que precisam ser preservadas e socializadas

porque não estão incorporadas ao patrimônio natural, sendo esta a função fundamental

das diversas instituições sociais.

Podemos dizer que a educação, definida como socializadora de cultura, está

presente em todas as instituições, mas especificamente na escola, o espaço de

socialização sistemática do saber historicamente acumulado pela sociedade, com o

objetivo de formar pessoas capazes de participar na construção dessa sociedade.

Em cada sociedade a organização do trabalho determina a tarefa da educação

escolar. Por exemplo, na sociedade capitalista, a escola é concessão da burguesia para

que os sujeitos sejam inseridos nos valores e crenças da classe dominante.

A ideologia presente na sociedade encontra na escola um espaço privilegiado

para instalar-se no bojo do saber a ser transmitido e é caracterizada na dissimulação da

realidade, apresentando como naturais elementos que são determinados pela relação

econômica de produção.

Surge, assim, uma questão fundamental que merece consideração: se a escola é

socializadora do saber acumulado, ela deve ser fonte de apropriação da herança social

pelos que estão em seu interior. Entretanto, constatamos que grande parte de população

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está excluída do processo educativo formal e que a maioria que freqüenta a escola não

tem oportunidade de apropriar-se dessa herança.

Como a educação se insere na prática social global, passa a ser espaço de luta

entre as classes sociais opostas. Saviani (1994) destaca que para uma classe tem uma

função de ajustar, acomodar à ordem social vigente; para a outra, atua como instrumento

de luta de mobilização, com vistas à promoção integral do ser humano.

O processo educativo é, pois um conjunto de práticas que, ao mesmo tempo,

mantêm e transformam a estrutura social. A escola intervém nos rumos da sociedade e é

também continuamente influenciada pelo que ocorre fora do seu âmbito, na sociedade

global.

A ação das pessoas em sociedade tem um caráter político, ou seja, o poder é um

elemento presente como constituinte do social. A idéia de política está associada à de

poder, que, por sua vez, não se separa da idéia de força, e esta significa a posse de

meios que permitam influir no comportamento das pessoas.

A escola é uma instituição que tem como função específica a influência, na

medida em que se destina a ensinar, dando-lhes o acesso ao saber necessário para

direcionar sua inserção na sociedade.

O poder não é somente a capacidade de influência, mas também a possibilidade

de escolha, de definição entre alternativas de ação.

Não há vida social que não seja política; é função de fins específicos, definidos

por certos interesses, que as pessoas estabelecem suas relações com a natureza e uns

com os outros, articulando em sua ação sua vontade com as condições concretas do

contexto em que vivem.

A função da educação tem uma dimensão técnica e uma política, dialeticamente

relacionadas. É na articulação do que é especificamente pedagógico com a totalidade do

social que se realiza a dimensão política da educação.

O papel político da educação se revela na medida em que ele se cumpre sempre

na perspectiva de determinado interesse. A escola está posicionada no âmbito da

correlação de forças da sociedade em que se insere e, portanto, servindo às forças que

lutam para perpetuar ou transformar o modelo de sociedade.

A escola está funcionando, na realidade, como um aparelho privilegiado para

inculcação ideológica. Não apenas no que diz respeito aos conteúdos e técnicas, mas,

principalmente, na postura dos educadores que nela desenvolvem sua prática.

É importante lembrar o que Paulo Freire (1996) nos fala sobre o ato de ensinar:

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ensinar não é apenas transferir conhecimentos como se os alunos fossem bancos, onde o

professor pode depositar o que quiser, como se o conhecimento fosse pronto e acabado e

os alunos tivessem a obrigação apenas de guardar na memória o que o professor fala. Ao

contrário, ensinar é uma atividade de produção e construção que envolve ensinantes e

aprendentes, não sendo necessariamente o professor apenas aquele que ensina e

educando apenas aquele que aprende.

Diante disso, Freire (1996) propõe uma pedagogia fundada na ética, no respeito à

dignidade e à autonomia do educando. O educador deve reforçar a capacidade crítica do

educando, sua curiosidade, sua insubmissão, sempre levando em conta os saberes que

os educandos já trazem consigo, respeitando-os e ampliando-os através da pesquisa, da

criticidade, da estética e da ética.

É imprescindível que o educador negue a velha postulação: “faça o que eu falo,

não faça o que eu faço”, pois ele deve ensinar pelo exemplo e não apenas por palavras,

aceitando o novo (negando-o ou acolhendo-o) e rejeitando qualquer forma de preconceito

e discriminação.

O professor não deve abrir mão da competência técnico-científica no

desenvolvimento de seu trabalho, mas é preciso lembrar que isso é perfeitamente

compatível com a amorosidade necessária às relações educativas. A postura amorosa,

humilde e tolerante favorece a construção de um ambiente propício à produção do

conhecimento, onde o medo do professor e o mito que se cria em torno da sua pessoa

não possuem espaço.

Enfim, é preciso ser coerente, agir com bom senso. De nada adianta o discurso

competente se a ação pedagógica é impermeável à mudanças. Através de sua prática,

movida pelo desejo e vivida com alegria, o professor não deve abrir mão do sonho, do

rigor, da seriedade e da simplicidade, inerente à competência.

Os educadores são desafiados constantemente pelo desconhecido e a renovação

de suas práticas educacionais, através da formação continuada, torna-se uma questão de

sobrevivência da escola. Porém esta renovação é complexa, primeiro porque perpassa

todos os aspectos da prática pedagógica; segundo, porque exige abertura dos envolvidos

no processo, somada à vontade política de mudar e, terceiro, porque os meios para

concretizar as aspirações devem estar em consonância com o contexto histórico concreto.

Para isso, é fundamental, de acordo com Doll (1997), que o professor trabalhe

levando em consideração os conceitos norteadores: autonomia, qualidade e cidadania

(numa relação dialética entre os mesmos). Esses conceitos contribuem para o

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desenvolvimento de uma educação com qualidade formal e política e, conseqüentemente,

instrumentalizam os/as professores/as para a participação na vida da escola.

Destaca-se a autonomia, por ser um reconhecido valor hoje que “se constitui

numa categoria central da essência da vida humana, e como tal, confere o poder de

determinar os processos e as estratégias de ação, escolher caminhos e alternativas, bem

como objetivar desejos e ideais no sentido de efetivar a ação crítica nas mais diversas

situações que a vida nos impõe” (Soares; Pereira, 1997, p. 04).

Castoriadis (1992), destaca que a autonomia é uma necessidade emocional, uma

vez que os indivíduos precisam desenvolver uma efetiva comunicação entre si, numa

sociedade em que o diálogo é essencial para o desenvolvimento das atividades. A falta de

autonomia cria obstáculos às discussões abertas, gera violência e impede a manifestação

plural.

É uma necessidade sócio-cultural, uma vez que a nova sociedade traz, em suas

contradições produtivas um amplo movimento cultural de superação de velhas

concepções de mundo, exigindo uma nova direção das relações sociais e a elaboração de

um novo comportamento chamado reflexivo. Sob este aspecto, a autonomia torna-se

necessidade política, pois somente um indivíduo autônomo possui condições de entender

as contradições do mundo globalizado, questionando-as e agindo no sentido de canalizar

as oportunidades para mudanças qualitativas.

Por tudo isso, a autonomia tornou-se condição de sobrevivência para os

indivíduos na sociedade atual. Somente o ser humano autônomo será capaz de interferir

nas esferas econômica, sócio-cultural e/ou política, pois a autonomia faz interrogar, refletir

e deliberar com liberdade e responsabilidade, ou como diz Castoriadis (1992, p. 46), "é

capaz de uma atividade refletida própria", e não de uma atividade que foi pensada por

outro sem a sua participação.

É importante, pois, que todos os envolvidos com o processo educativo

reconheçam a importância da mesma, e estejam trabalhando para favorecer a autonomia

individual e, conseqüentemente coletiva, pois é assim que nos tornaremos conscientes e

autores de nosso próprio envolver histórico.

A escola que tem como princípio norteador a autonomia, "permite que os poderes

humanos de organização e reorganização criativa da experiência, sejam operativos no

contexto educacional" (Doll, 1997, p.117). Esse sistema aberto permite que professores,

alunos, funcionários, pais de alunos, pedagogos e diretores estabeleçam uma

comunicação dialógica, propícia à criação de estruturas metodológicas mais flexíveis para

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reinventar sempre que for preciso.

A confirmação desse contexto só poderá ser dada numa escola autônoma, onde

as relações pedagógicas são humanizadas. Portanto, pode-se dizer que a autonomia faz

parte da própria natureza da educação.

Observamos que não há autonomia por questões burocráticas tais como

documentação, organização com relação ao horário e espaço, atendimentos

diferenciados de acordo com a necessidade.

A respeito da qualidade, entende-se a mesma no sentido colocado por Demo

(1994, p.35), como "elaboração histórica, o que se cria, em contraposição às

circunstâncias dadas (...). É diminuir as formas dadas de determinação externa, é

conquistar o espaço de autodeterminação". Este não é um entendimento ingênuo, mas

crítico e que exige, além da capacitação de cunho mais técnico, a capacitação política

para atingi-la.

Um verdadeiro processo educativo só é possível se feito com qualidade; ao

mesmo tempo, sabemos da complexidade desta questão quando estamos tratando de um

contexto contraditório como o da escola, mas que por isto mesmo precisamos colocá-la a

fim de sanar lacunas que impedem a educação de ser um canal para a cidadania.

Já com relação à cidadania destaca-se sua concepção plena analisada por

Gadotti; Romão (1997, p.38), e que consiste na mobilização da sociedade para a

conquista dos direitos civis, sociais e políticos: "pode-se dizer que cidadania é

essencialmente consciência de direitos e deveres e exercício da democracia”. Portanto,

uma educação para a cidadania, deve ser conscientizadora desses direitos, bem como da

importância da participação da sociedade na reivindicação dos mesmos.

Logo, educar para a cidadania deve ser o objetivo político de cada área de ensino,

fazendo da cidadania uma questão interdisciplinar por excelência. Este é um caminho que

leva à construção do que se chama hoje escola cidadã, e cujos eixos norteadores são: “a

integração entre educação e cultura, escola e comunidade (...), a democratização das

relações de poder dentro da escola, o enfrentamento da questão da repetência e da

avaliação, a visão interdisciplinar e transdisciplinar e a formação permanente dos

educadores” (Gadotti; Romão, 1997, p.40).

A nós, educadores, cabe o compromisso de direcionar nossa prática nesses

parâmetros, fazendo educação para a emancipação das pessoas e, para tal, necessário

se faz adotarmos uma postura metodológica que viabilize a educação numa perspectiva

revolucionária; ou então, faremos o jogo do sistema que representa as elites tão distantes

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da realidade do nosso povo, repetindo o modelo de sociedade desigual em que vivemos.

Para construirmos a escola que queremos é preciso rever um conceito

fundamental, que é motivo de nossa prática diária: o/a aluno/a.

A criança, ao longo da história e da evolução do ser humano, nem sempre foi

considerada como é hoje. Antigamente, ela era caracterizada como um ser ingênuo,

inocente, gracioso, ou ainda imperfeito e incompleto. Estas noções se constituíram em

elementos básicos que fundamentaram o conceito de criança, entendido como um ser

sem existência social, miniatura do adulto.

Atualmente, a concepção que temos sobre criança está relacionada à criança

como ser social. Nesta visão, o/a aluno/a como cidadão caracteriza-se por ser um sujeito

ativo, onde a situação sócio-cultural, as condições econômicas, o sexo e a etnia exercem

grande influência sobre ele e seu comportamento.

Dessa forma, o conceito de aluno/a passa a não ser único, mas depende de

vários fatores, do contexto onde ele/a está inserido. Por isso, os/as educadores/as que

atuam junto a ele/a precisam estar atentos para o atendimento de suas necessidades

básicas, a fim de contribuírem positivamente no seu desenvolvimento.

Esse estar atento refere-se também à posição que tomamos, enquanto

educadores/as, diante dos processos de aprendizagem e desenvolvimento do/a aluno/a.

Diante das posições que explicam o desenvolvimento infantil, a interacionista é a que

considera a criança da forma como a vemos hoje. Sem desconsiderar os fatores

maturação e transmissões culturais, os interacionistas atribuem participação ativa da

criança no processo de desenvolvimento. Ela constrói seus conhecimentos interagindo

com o mundo em que vive.

Nesse desenvolvimento intervém um conteúdo biológico, sem o qual nada é

possível. Se não houver um organismo dotado de estruturas orgânicas e funcionando de

modo integrado, não há possibilidade de os conhecimentos progredirem. Ocorre também

a influência do meio social adulto, das experiências e do que, a partir delas, a criança

pode abstrair das transmissões educativas e dos fatores ligados ao funcionamento interno

da organização intelectual.

Durante a evolução da aprendizagem, a criança reelabora a seu modo o que lhe é

transmitido e extrai de suas experiências aquilo que seu nível de entendimento possibilita.

Mas a evolução das suas conquistas é, de fato, um ato de criação.

O/a aluno/a é, portanto, um ser em desenvolvimento, com características próprias

e que constrói seu conhecimento e se estrutura na interação com o meio. Desde o

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nascimento, está em constante interação com os adultos, que compartilham com ele seus

modos de viver, de fazer as coisas, de dizer e de pensar, integrando-a aos significados

que foram sendo produzidos e acumulados historicamente. As atividades que realiza

adquirem significados nos sistemas de comportamento social do grupo a que pertence.

Com certeza, esse pensamento nos remete a Vygotsky. A partir de suas

concepções sobre o desenvolvimento e aprendizagem, podemos apontar, de acordo com

Castorina (1996), três idéias básicas desse estudioso que têm particular relevância para a

questão do ensino escolar.

Em primeiro lugar sua postulação de que o desenvolvimento psicológico deve ser

olhado de maneira prospectiva, isto é, além do momento atual, com referência ao que

está por acontecer na trajetória do indivíduo. O conceito de zona de desenvolvimento

proximal (zdp), talvez o conceito específico de Vygotsky mais divulgado e reconhecido

como típico de seu pensamento, está estreitamente ligado à essa postulação: marca

como mais importante, no percurso do desenvolvimento, exatamente aqueles processos

que já estão embrionariamente presentes no ser humano, mas ainda não se

consolidaram. Em termos de atuação pedagógica, essa postulação traz consigo a idéia de

que o papel explícito do/a professor/a de provocar nos/as alunos/as avanços que não

ocorreriam espontaneamente consiste exatamente em uma interferência na zdp dos

alunos.

Em segundo lugar, é fundamental para a educação a postulação de Vygotsky de

que os processos de aprendizado movimentam os processos de desenvolvimento. Se o

aprendizado impulsiona o desenvolvimento, a escola, agência social explicitamente

encarregada de transmitir sistemas organizados de conhecimento e modos de

funcionamento intelectual às crianças e aos jovens, tem um papel essencial na promoção

do desenvolvimento psicológico das pessoas que vivem nas sociedades letradas.

A terceira idéia de Vygotsky que tem particular relevância para a educação fala da

importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação entre a cultura

e o indivíduo e na promoção dos processos interpsicológicos que serão posteriormente

internalizados. O mero contato com objetos de conhecimento não garante a

aprendizagem, assim como a simples imersão em ambientes informadores não promove,

necessariamente, o desenvolvimento, balizado por metas culturalmente definidas.

O referencial teórico vygotskyano nos aponta, assim, os processos pedagógicos como processos intencionais, deliberados, dirigidos à construção de seres psicológicos que são membros de uma cultura específica, cujo perfil, portanto está delimitado por parâmetros culturalmente definidos.

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É nesse sentido que a escola, enquanto criação cultural das sociedades letradas, tem um papel singular na construção do desenvolvimento pleno dos membros dessas sociedades.

Ao lado da concepção de aluno e aluna, destacamos a visão de currículo. O conceito de currículo tem se modificado ao longo do tempo. O sentido mais usual relaciona-se ao conteúdo, à matriz curricular, à organização dos conteúdos distribuídos pelas disciplinas e carga horaária. Outras definições apontam para planejamento ou para o conjunto de experiências vividas pelos alunos e alunas.

Todas essas definições estão presentes nas nossas práticas, mas o eixo do currículo, em torno do qual ele gira, é o conhecimento escolar. Podemos dizer que o currículo apresenta quatro características: é instrumento organizador do processo educativo, envolve intenções e práticas, é um conjunto de escolhas e gera efeitos, contribuindo para a construção de identidades.

As escolhas devem ser feitas de maneira coletiva, nenhum/a professor/a pode abdicar do direito e do dever de discutir o currículo com o qual vai trabalhar. Construir um currículo não é um trabalho técnico, que uma pessoa faz para outros seguirem. O planejamento, a implementação e a avaliação de um currículo deve ser uma tarefa de todos que trabalharão com ele. Coletivamente os/as educadores/as devem ter condições de decidir o que se considera significativo que os/as alunos/as aprendam, como fazer para que eles e elas compreendam e transformem o mundo em que vivem.

Esse processo de discussão coletiva e construção foi realizado pelos educadores do estado do Paraná resultando na versão preliminar das Diretrizes Curriculares (2006) que direcionarão nossa Proposta Pedagógica.

Sendo o conhecimento o centro do currículo, devemos pensar como trabalhar com ele na forma de conteúdo escolar sem que a aprendizagem se torne algo repetitivo, mecânico e que privilegie apenas a memorização de conceitos.

Vasconcellos (1995), partindo do princípio de que os conteúdos trabalhados na escola devem estar relacionados aos conhecimentos prévios dos alunos e que estes devem adotar uma atitude favorável para a aprendizagem, faz uma crítica à metodologia expositiva, devido a dois fatores: sua presença é ainda muito atuante e representa um obstáculo para o educador na construção de uma nova concepção metodológica e, muitas vezes,não oportuniza uma aprendizagem significativa.

Nessa metodologia o grande trabalho do professor se concentra na exposição, o mais clara e precisa possível, a respeito do objeto de estudo, onde procura trazer para os alunos elementos mais importantes para a compreensão do mesmo, recuperando o conhecimento acumulado pela humanidade.

Ou seja, a metodologia expositiva passa pelas seguintes etapas: apresentação do ponto, resolução de um exercício modelo, proposição de vários exercícios para que os alunos fixem o ponto.

Os grandes problemas da metodologia expositiva são: seu alto risco de não aprendizagem, em função do baixo nível de interação sujeito-objeto de

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conhecimento e a formação do homem passivo, não crítico.

Buscando o inverso, a escola deve superar a metodologia tradicional através da utilização da metodologia dialética, como sugere Vasconcellos (1995), passando a ter três grandes preocupações:

1- mobilização para o conhecimento que corresponde a uma sensibilização para o conhecimento. Trata-se de estabelecer um primeiro nível de significação, em que o sujeito chegue a elaborar as primeiras representações mentais do objeto a ser conhecido. Para tanto, o educador deve: conhecer a realidade do grupo, para ver as suas redes de relações e necessidades; partir do que é mais próximo, mas absolutamente não ficar ali; ter clareza dos objetivos; buscar as mediações apropriadas, estabelecendo uma prática pedagógica para o grupo.

2- construção do conhecimento que é o processo de conhecer, é o

estabelecimento de relações significativas entre as representações, idéias, conceitos do

sujeito e o objeto, num determinado contexto. Contextualizar é uma estratégia

fundamental para a construção de significações. Se pensarmos a informação ou o

conhecimento como uma referência ou parte de um texto maior podemos entender o

sentido da contextualização: enraizar o conhecimento ao texto original do qual foi extraído

ou a qualquer outro contexto que lhe empreste significado. Para que a aprendizagem seja

eficaz há a necessidade da ação do sujeito sobre o objeto de conhecimento. O/a

educador/a deve orientar quanto ao processo de conhecimento, revelar ao aluno como

deve ser a abordagem do objeto para que se possibilite o melhor conhecimento. Aqui, o

livro didático não ocupa o papel central. Ele deve ser concebido pelos/as professores/as

como um recurso, entre outros, colocado à sua disposição para favorecer o trabalho

pedagógico e não como o condutor do processo de aprendizagem em sala de aula.

O/a professor/a é, sem dúvida, mais capacitado do que o autor do livro didático,

para encaminhar os alunos e alunas da melhor maneira possível na aprendizagem, pois,

convivendo com eles, conhece suas possibilidades, dificuldades e expectativas.

3- elaboração da síntese do conhecimento que é o momento em que o/a educando/a, tendo percorrido as etapas anteriores da aproximação e análise do objeto de conhecimento, deve ter oportunidade de sistematizar o conhecimento que vem adquirindo e expressá-lo concretamente, seja de forma oral, gestual, gráfica, escrita ou prática.

Assim, o educando deverá expor os vários níveis de relações que conseguiu

estabelecer com o objeto de conhecimento, seu significado, bem como a generalização, a

aplicação em outras situações que não as estudadas.

É certo que nem todo conhecimento permite uma articulação prática imediata,

mas é importante que, mesmo através de mediações, seja garantido seu vínculo com a

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transformação da realidade.

Mesmo utilizando essa metodologia, é preciso pensarmos que quando estudamos

alguma realidade a fim de conhecê-la, fazemos isso com os objetivos próprios de uma

área do conhecimento. Esse estudo é rico e necessário, mas é importante termos

consciência de que estamos fazendo um recorte do nosso objeto de estudo. A visão

obtida é necessariamente fragmentada.

È preciso reconhecer que as disciplinas, como produto do desenvolvimento

histórico, encontram-se em transição contínua e estão submetidas a forças exteriores em

constantes mudanças e que a superação da fragmentação das disciplinas é possível a

partir de uma prática interdisciplinar, que segundo Fazenda (1993, p.17)

parte do princípio de que nenhuma forma de conhecimento é em si mesma racional. Tenta, pois, o diálogo com outras formas de conhecimento, deixando-se interpenetrar por elas. Assim, por exemplo, aceita o conhecimento do senso comum como válido, pois é através do cotidiano que damos sentido às nossas vidas. Ampliando através do diálogo com o conhecimento científico, tende a uma dimensão utópica e libertadora, pois permite enriquecer nossa relação com o outro e com o mundo.

Pensar a interdisciplinaridade enquanto processo de integração recíproca entre

várias disciplinas e campos de conhecimento "capaz de romper as estruturas de cada

uma delas para alcançar uma visão unitária e comum do saber trabalhando em parceria" ,

conforme afirma Palmade, citado por Doll (1997, p.48), é sem dúvida, uma tarefa que

demanda, de nossa parte, um grande esforço no rompimento de uma série de obstáculos

ligados a uma racionalidade extremamente positivista da sociedade industrializada. A

primeira tarefa é oportunizar momentos que os professores(as) se reúnam e discutam as

questões que estão sendo trabalhadas.

O contexto histórico vivido nessa virada de milênio, caracterizado pela divisão do

trabalho intelectual, fragmentação do conhecimento e pela excessiva predominância das

especializações, demanda a retomada do antigo conceito de interdisciplinaridade que no

longo percurso desse século foi sufocado pela racionalidade da revolução industrial.

Trabalhar a interdisciplinaridade, de acordo com Soares; Pereira (1997), não

significa negar as especialidades e objetividade de cada ciência. O seu sentido, reside na

oposição da concepção de que o conhecimento se processa em campos fechados em si

mesmo, como se as teorias pudessem ser construídas em mundos particulares sem uma

posição unificadora que sirva de base para todas as ciências, e isoladas dos processos e

contextos histórico-culturais.

A interdisciplinaridade tem que respeitar o território de cada campo do

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conhecimento, bem como distinguir os pontos que os unem e que os diferenciam. Essa é

a condição necessária para detectar as áreas onde se possa estabelecer as conexões

possíveis. Como observa Gusdorf, citado por Gadotti (2000, p. 26), "a exigência

interdisciplinar impõe a cada especialista que transcenda sua própria especialidade,

tomando consciência de seus próprios limites para colher as contribuições das outra

disciplinas".

Ou seja, a interdisciplinaridade deixa de ver barreiras entre áreas de

conhecimento e, a partir de uma área estabelece o diálogo com a outra, buscando nela

elementos necessários para o alargamento explicativo de alguma problematização

proposta, de modo a superar as concepções redutoras das disciplinas isoladas.

Esse diálogo é caracterizado por atividades mentais como refletir, situar,

problematizar, verificar, especular, relacionar. Ele ocorre entre uma e outra, e entre elas,

fazendo com que o ser que aprende construa um saber consciente e globalizador da

realidade.

Ainda sobre currículo, é preciso refletir mais sobre duas questões que estão sempre presentes na escola: a inclusão e a diversidade. Essas reflexões fazem parte de dois documentos elaborados pela Secretaria Estadual de Educação (2006).

constitui verdade inquestionável o fato de que, a todo momento, as diferenças entre os homens fazem-se presentes, mostrando e demonstrando que existem grupos humanos dotados de especificidades naturalmente irredutíveis. As pessoas são diferentes de fato, em relação à cor da pele e dos olhos, quanto ao gênero e à sua orientação sexual, com referência às origens familiares e regionais, nos hábitos e gostos, no tocante ao estilo. Em resumo, os seres humanos são diferentes, pertencem a grupos variados, convivem e desenvolvem-se em culturas distintas. São então diferentes de direito. É o chamado direito à diferença; o direito de ser, sendo diferente (Ferreira; Guimarães, 2003, p. 37).

No que se refere à educação, a tradução desse direito compreende a construção

de um espaço dialógico no qual as diferenças se complementem, e não sejam fatores de

exclusão, e os currículos tornem-se abertos e flexíveis, oportunizando a reflexão crítica

sobre a história das minorias, dos estigmatizados, dos colonizados, dos dominados.

A escola deve ter, assim como as políticas da SEED, como alvo, todos os grupos

que sofreram exclusão física ou simbólica, ao longo da história, reconhecendo seus

direitos sociais como é o caso, entre outros, dos grupos afrodescendentes, das crianças e

jovens que, por inúmeros motivos, se evadem da escola, das pessoas que apresentam

necessidades especiais, oriundas ou não de deficiências.

Cabe ao Estado democrático, por meio da implementação de políticas públicas,

enfrentar as desigualdades sociais e promover o reconhecimento político e a valorização

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dos traços e especificidades culturais que caracterizam a diferença das minorias sem

visibilidade social, historicamente silenciadas.

É a preocupação da escola com o atendimento à diversidade social, econômica e cultural existente que lhe garante ser reconhecida como instituição voltada, indistintamente, para a inclusão de todos os indivíduos (...) o grande desafio dos educadores é estabelecer uma proposta de ensino que reconheça e valorize práticas culturais de tais sujeitos sem perder de vista o conhecimento historicamente produzido, que constitui patrimônio de todos (Paraná, 2005).

Esse conjunto de fatos inverte a ótica da discussão para a questão do amplo

leque da exclusão e não mais para a preocupação com a inclusão de um único grupo no

espaço escolar: o das pessoas com deficiência. “As escolas inclusivas são escolas para

todos, implicando num sistema educacional que reconheça e atenda às diferenças

individuais, respeitando as necessidades de qualquer dos alunos” (Carvalho, 2004, p.26).

A partir dessa concepção fica evidente que há muitos alunos que apresentam

problemas ou dificuldades de aprendizagem, por razões inerentes a sua compleição

física, limitações sensoriais ou déficits intelectuais. Entretanto, há um sem número de

alunos que não atingem às expectativas de aprendizagem e avaliação da escola em

decorrência das condições econômicas e culturais desfavoráveis que vivenciam. Assim, o

insucesso na escola revela que não são apenas os alunos com deficiência os que

apresentam necessidades referentes ao processo de aprendizagem e que devem ser

beneficiados com recursos humanos, técnicos, tecnológicos ou materiais diferenciados

que promoverão a sua inclusão.

Não se admite, portanto, continuarmos a ouvir declarações em que a escola

inclusiva seja caracterizada apenas como aquela, que possui, matriculados em suas

turmas, alunos com deficiências, ainda que continue a apresentar altos índices de evasão

e repetência, um grande número de analfabetos funcionais, ou alunos marginalizados por

sua condição de pobreza extrema ou pela cor de sua pele, entre outras situações de

exclusão e fracasso.

Especificamente, quanto à inclusão de alunos com necessidades educativas

especiais, esta tem que acontecer de maneira responsável. O desafio da inclusão escolar

deve ser enfrentado como uma nova forma de repensar e reestruturar políticas e

estratégias educativas, de maneira a não apenas criar oportunidades efetivas de acesso

para crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais, mas, sobretudo,

garantir condições indispensáveis para que possam manter-se na escola e aprender.

A inclusão educacional é mais que a presença física, é muito mais que

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acessibilidade arquitetônica, é muito mais que matricular alunos com deficiência nas salas

de aula do ensino regular, é bem mais que um movimento da educação especial, pois se

impõe como movimento responsável que não pode abrir mão de uma rede de ajuda e

apoio aos educadores, alunos e familiares (Carvalho, 2004).

É partindo desse princípio que entendemos que embora a escola regular seja o

local preferencial para promoção da aprendizagem e inclusão de alunos com

necessidades educacionais especiais, há uma parcela de crianças e adolescentes que,

em função de seus graves comprometimentos ou necessidade de comunicação

diferenciada, requerem atenção individualizada e adaptações curriculares significativas,

os quais necessitam que seu atendimento seja, atualmente, realizado em classes ou

escolas especiais.

Uma inclusão responsável requer a constante avaliação da qualidade dos

serviços prestados, seja em escolas comuns, seja em escolas especiais. A reflexão

acerca da educação inclusiva e seus desafios aos pais, educadores, gestores e pessoas

com necessidades educacionais especiais provocam o surgimento de uma vasta gama de

expectativas a respeito da efetivação, na prática, do ideal de uma escola pública de

qualidade, que acolha todos os alunos.

No entanto, essa é uma tarefa que não depende apenas da convicção e do

compromisso técnico e político dos governos, mas de pais, familiares, professores,

profissionais, enfim, de todos os membros da sociedade, sob o risco de termos apenas o

efeito de seus benefícios para os alunos no discurso e nenhuma ação concreta e

transformadora da realidade em que se encontram.

O processo de inclusão educacional exige planejamento e mudanças sistêmicas

político-administrativas na gestão educacional, que envolvem desde a alocação de

recursos governamentais até a flexibilização curricular que ocorre em sala de aula.

Mesmo com todas as garantias legais que asseguram o direito de acesso à

escola, na prática, nem sempre se garante o ensino de qualidade, almejado nos princípio

das políticas educacionais. Isso se deve a um complexo conjunto de fatores que

envolvem desde a ineficaz gestão de órgãos governamentais, consideradas barreiras

político-administrativas, até as que são consideradas as formas mais perversas de

exclusão, aquelas com baixa visibilidade, que se manifestam simbolicamente por meio de

(pré)conceitos e discriminação que constroem estereótipos e mitos sobre as pessoas,

consideradas barreiras atitudinais, presentes na sociedade como um todo.

De fato, há uma diversidade de atitudes e práticas, favoráveis e desfavoráveis no

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enfrentamento desse processo e, infelizmente, algumas posturas hostis residem na

desinformação. A educação escolar, nesse contexto, ocupa um inegável papel de

destaque na formação do cidadão, já que detém os mecanismos sistematizados que

oferecem possibilidades de reflexão e, conseqüente, transformação da realidade.

É preciso construir coletivamente na escola culturas inclusivas, o que envolve

propostas para a construção de uma comunidade escolar segura, receptiva, colaboradora

e estimulante em que todos são considerados importantes para a remoção de barreiras

para a aprendizagem e para a participação.

Além disso, é preciso rever organização do processo de aprendizagem, por meio

da flexibilização e adaptações curriculares (de conteúdos, métodos, avaliação), de modo

a contemplar a participação de todos os alunos, considerando seus conhecimentos

prévios, suas necessidades lingüísticas diferenciadas e o contexto social.

Como afirma Matiskei (2004), nesse processo, cada sujeito é um elemento

fundamental na trama que constitui a rede que sustenta o processo inclusivo. Certamente,

não podemos esperar que todos os requisitos necessários estejam prontos para que a

inclusão se concretize, de fato.

Do mesmo modo, não podemos estabelecer, por meio de um decreto

governamental, que ela se transforme em realidade, como em um passe de mágica, do

dia para a noite.

Quanto à diversidade cultural, os grupos sociais constituem muitas formas de

simbolizar o mundo e, embora a base social seja a mesma, o modo de valorizar,

simbolizar, classificar é diferente. Estamos inseridos num quadro em que a natureza é a

mesma, no entanto o modo de apropriação é culturalmente determinado. O problema é

que na sociedade capitalista tudo é hierarquizado, as diferenças étnicas e culturais são

transformadas em desigualdade.

As desigualdades estão ligadas à condição econômica. Partilhamos da mesma

sociedade, mas cada um vive conforme suas possibilidades. Esta é a sociedade de

classes sociais que nomina e hierarquiza as pessoas conforme a quantidade de bens

materiais. Ser pobre significa estar num lugar social desigual que impede o acesso a

determinados bens e serviços. Ser pobre, negra, idosa e homossexual pode complicar

ainda mais a condição de pobreza. Assim fica claro que na situação de classe social

agregam-se outras condições tais como: espacialidades, temporalidades, pertencimento

étnico, diferenças etárias, étnicas, de gênero, de orientações sexuais, religiosas, de

visões de mundo, projetos individuais, desejos, valores, potencialidades, habilidades,

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experiências vividas e ressignificadas, etc.

Sabemos que a sociedade brasileira constitui-se de diferentes matrizes étnicas e

culturais, entre as quais se ressaltam índios, caboclos e negros. Esses grupos têm

sobrevivido com muitas dificuldades a diferentes etnocídios e múltiplas formas de

invisibilidade social, ainda assim permanecem reafirmando suas identidades étnicas.

Entretanto, a nacionalidade brasileira transmitida nos meios de comunicação de

massa e, às vezes, na própria escola, muitas vezes se apresenta de forma acabada como

se não existissem outros mecanismos de pertencimentos diferentes do modelo

eurocêntrico.

Os diferentes modos de vida que se organizam no meio social, algumas vezes,

são conteúdos negados nas práticas escolares. Muitos talentos são ocultados,

impossibilitados de transformarem-se em ato não apenas pela falta de oportunidade, mas

principalmente, porque na escola muitas vezes paira uma espécie de recusa em ensinar

aqueles que já chegam marcados pela pobreza, pelo trabalho rural, pela cor, pelo sexo,

pela idade e por outros pertencimentos diferentes daquele que se têm como modelo

hegemônico.

Em uma mesma sala de aula estão reunidos educandos de gêneros diferentes,

religiosidades, pertencimentos étnicos, culturais, trajetórias de vida, saberes acumulados,

fazeres, espacialidades vividas, temporalidades, concepções, etc. Essa diversidade de

sujeitos implica práticas pedagógicas que, evidentemente, não podem ser a mesma para

todos. Algumas crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos conseguem aprender

conforme os ditames dos padrões didáticos hegemônicos, mas outros necessitam de

suportes diferenciados por que também existem diferenças cognitivas.

O atendimento às especificidades sócioculturais demanda políticas diferenciadas.

Em termos mais concretos isso implica também que a distribuição de verbas públicas

deve ser feita de acordo com as necessidades sociais e não apenas conforme os critérios

burocráticos.

As tentativas oficiais de objetivar o princípio da igualdade universal esbarram em

políticas iguais para grupos que vivem em desigualdade social. A igualdade universal

permanece como o horizonte a ser alcançado. Essa luta impõe a necessária democracia

econômica e a eliminação de privilégios.

Reconhecer que sabemos pouco sobre as culturas com as quais lidamos no dia-

a-dia do trabalho docente e, mais do que isso, pesquisar sobre as manifestações e ações

resultantes das interações entre culturas diferentes, bem como garantis o reconhecimento

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do outro, faz parte das necessidades mais imediatas no campo escolar. Para além do

reconhecimento da heterogeneidade e da complexidade do ser humano é preciso acolher

as diversidades nas práticas educativas. Trata-se de uma caminhada cujos atalhos

deverão ser construídos enquanto se caminha. A configuração desses atalhos depende

da sensibilidade dos envolvidos na educação. A heterogeneidade emerge na medida em

que se processam comparações, e, conforme os critérios que são utilizados, ora são

ressaltadas as diferenças, ora as semelhanças. Nessa direção se pode reafirmar que as

práticas educativas devem estar fundamentadas na alteridade (olhar o outro no seu

mundo de cultura) e não na etnicidade (o meu mundo cultural prevalecendo sobre o do

outro), devem trabalhar com as diferenças de modo a reconhecê-las e valorizá-las, devem

quebrar a cultura do silêncio, para que os educandos possam falar e ser ouvidos.

Aos/as educadores/as incumbe a tarefa mais importante de conhecer as

esperanças, lutas, trajetórias e especificidades culturais que caracterizam os/as alunos/as

e levar em consideração os saberes e fazeres populares, o bom senso presente no senso

comum a fim de estabelecer diálogos pedagógicos mais interculturais, mais reflexivos e

menos excludentes.

Outra questão que acompanha todo o processo educativo e que merece atenção especial é a avaliação. A avaliação da aprendizagem escolar somente adquire sentido quando articulada com um projeto pedagógico porque subsidia um curso de ação que visa construir um resultado previamente definido.

Dessa forma, a prática da avaliação da aprendizagem destina-se a servir de base

para tomada de decisões no sentido de construir com e nos/nas educandos/as

conhecimentos que possibilitem o seu efetivo desenvolvimento, por meio de assimilação

ativa do legado cultural da sociedade.

A avaliação deve ser praticada como uma atribuição de qualidade aos resultados

da aprendizagem dos/das educandos/as, tendo por base seus aspectos essenciais e,

como objetivo final, uma tomada de decisão que direcione o aprendizado e,

conseqüentemente, o desenvolvimento do educando.

Nesse sentido, ao avaliar, o professor deverá:

- coletar, analisar e sintetizar, da forma mais objetiva possível, as manifestações das

condutas dos educandos, produzindo uma configuração do efetivamente aprendido;

- atribuir uma qualidade a essa configuração da aprendizagem a partir de um padrão

preestabelecido e admitido como válido pela comunidade dos educadores e especialistas

dos conteúdos que estejam sendo trabalhados;

- a partir dessa qualificação, tomar uma decisão sobre as condutas docentes e discentes

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a serem seguidas, tendo em vista:

- a reorientação imediata da aprendizagem, caso sua qualidade se mostre

insatisfatória e caso o conteúdo que esteja sendo aprendido seja efetivamente essencial

para a formação do/a educando/a;

- o encaminhamento dos educandos para passos subseqüentes da

aprendizagem, caso se considere que, qualitativamente, atingiram um nível satisfatório no

que estava sendo trabalhado.

A prática da avaliação da aprendizagem, só será possível na medida em que se

estiver efetivamente interessado na aprendizagem do educando.

Se nós, professores/as, ensinamos e os/as alunos/as não aprenderam e estamos

interessados em que aprendam, há que se ensinar até que aprendam, deve-se investir na

construção dos resultados desejados.

Sem essa perspectiva dinâmica de aprendizagem para o desenvolvimento, a

avaliação não terá espaço; terá espaço, sim, a verificação, desde que ela só dimensiona o

fenômeno sem encaminhar decisões.

O processo de verificação configura-se pela observação, obtenção, análise e

síntese dos dados ou informações que delimitam o objeto ou ato com o qual se está

trabalhando. A verificação encerra-se no momento em que o objeto ou ato de investigação

chega a ser configurado.

A dinâmica do ato de verificar encerra-se com a obtenção do dado que se busca,

por isso não implica que o sujeito retire dela conseqüências novas e significativas.

Dentro dessa visão, em que educar é formar e aprender é reconstruir o próprio

saber, a avaliação não se reduz em atribuir notas. As notas são enganosas do ponto de

vista de ter ciência daquilo que o educando desenvolveu. As notas criam uma forte

distorção na expressão da realidade. Por isso, o ideal é a construção de pareceres

descritivos realizados de todos os alunos individualmente. Ao lado dessa avaliação feita

pelos professores, a auto-avaliação do aluno, a avaliação coletiva da turma e a avaliação

dos responsáveis pelos alunos dão conta de dizer quais foram os avanços e as

dificuldades encontradas. Ou seja, quais práticas devem permanecer e quais devem ser

reorientadas para garantir a aprendizagem de todos.

A avaliação educativa é um processo complexo, que começa com a formulação de objetivos e requer a elaboração de meios para obter evidência de resultados, interpretação dos resultados para saber em que medida foram os objetivos alcançados e formulação de um juízo de valor (Sarabbi apud Sant’ Anna, 1995, p. 28).

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Completando esse pensamento, Luckesi (1998) afirma que a avaliação é um ato

amoroso e que por isso é difícil mudar a sua prática em uma sociedade que não é

amorosa. As provas são mais compatíveis com o senso comum exigido pela sociedade

burguesa e implicam julgamento, com conseqüente exclusão; já a avaliação pressupõe

acolhimento, tendo em vista a transformação: “enquanto as finalidades e funções das

provas e exames são compatíveis com a sociedade burguesa, as da avaliação a

questionam; por isso, torna-se difícil realizar a avaliação na integralidade do seu conceito,

no exercício de atividades educacionais, sejam individuais ou coletivas” (Luckesi, 1998, p.

171).

O autor afirma que a avaliação é um ato amoroso porque este pode ser

considerado como aquele que acolhe a situação como ela é, sem a característica de

julgar. Julgamentos aparecerão, mas, é claro, para dar continuidade à ação e não para

excluí-la.

A avaliação, neste sentido, tem por base acolher uma situação, para, então,

ajuizar a sua qualidade, tendo em vista dar-lhe suporte de mudança, quando necessário.

Isto quer dizer que avaliar um aluno com dificuldades é criar a base do modo de como

incluí-lo na aprendizagem; o diagnóstico permite a decisão de direcionar ou redirecionar

aquilo que precisa ser melhorado.

A avaliação da aprendizagem possui dois objetivos: auxiliar o/a educando/a no

seu desenvolvimento pessoal, a partir do processo de ensino-aprendizagem; e responder

à sociedade pela qualidade do trabalho educativo realizado.

Esses dois objetivos só fazem sentido se caminharem juntos, ou seja, “se dermos

atenção exclusivamente ao sujeito individual, podemos cair no espontaneísmo; caso

centremos nossa atenção apenas no segundo, chegaremos ao limite do autoritarismo”

(Luckesi, 1998, p. 174).

Além dos objetivos da avaliação propostos acima, ressalta-se que a função

primordial da avaliação é de diagnosticar e conseqüentemente levar a uma tomada de

decisão. Articuladas com esta função básica, estão outras funções destacadas por

Melchior (1994): propiciar a autocompreensão, motivar o crescimento, aprofundar e

auxiliar na aprendizagem.

Para que estas funções sejam efetivadas na prática, é necessário que o/a

professor/a esteja atento/a aos instrumentos utilizados como meio de avaliação, nos

seguintes pontos destacados por Rabelo (1998): a) Articular o instrumento com os

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conteúdos planejados, ensinados e aprendidos pelos/pelas educandos/as, no decorrer do

período escolar que se toma para avaliar. b) Cobrir uma amostra significativa de todos os

conteúdos ensinados e aprendidos de fato, compatibilizando as habilidades do

instrumento de avaliação com as habilidades trabalhadas e desenvolvidas na prática do

ensino-aprendizagem. c) Compatibilizar os níveis de dificuldade do que está sendo

avaliado com os níveis de dificuldade do que foi ensinado e aprendido, usando uma

linguagem clara e compreensível para salientar o que se deseja pedir nas avaliações. d)

Construir instrumentos que auxiliem a aprendizagem dos/as educandos/as, seja pela

demonstração da essencialidade dos conteúdos, seja pelos exercícios inteligentes, ou

pelos aprofundamentos cognitivos propostos.

Os instrumento de avaliação devem ser, portanto, variados, não se admitindo

mais fazer uso de uma ou duas provas no final dos bimestre ou trimestres. Se o processo

de aprendizagem é contínuo, a avaliação, que tem por objetivo acompanhar todo o

processo, também deve ser contínua. Dessa forma, as avaliações podem ser diárias e

não com datas marcadas ou rituais próprios que só deixam os/as alunos/as tensos/as.

A avaliação deve ser encarada, por professores/as e alunos/as, como uma

atividade normal, que faz parte do processo e não como algo que cria um abismo entre o

aluno e sua aprendizagem. Assim, a avaliação assume uma dimensão diagnóstica e

orientadora, pois permite que o/a professor/a tome consciência dos avanços e

dificuldades dos/as educandos/as, direcionando sua prática para que os/as mesmos/as

continuem progredindo na construção do conhecimento.

Hoffmann (1991) ressalta que a forma de encarar e realizar a avaliação reflete a

atitude do professor em sua interação com a classe bem como sua relação com o aluno.

Por exemplo, um/a professor/a autoritário/a e inseguro/a, poderá ver na avaliação uma

arma de tortura ou punição para alunos/as apáticos/as ou indisciplinados/as. Por sua vez,

um professor sério e responsável, que orienta as atividades de aprendizagem, tenderá a

encarar a avaliação como uma forma de diagnóstico dos avanços e dificuldades dos

alunos e como indicador para o replanejamento de seu trabalho docente. Nessa

perspectiva, a avaliação ajuda o aluno a progredir na aprendizagem e o/a professor/a

aperfeiçoar sua prática pedagógica.

Para ser coerente aos princípios de uma avaliação contínua, mediadora, que se fundamenta no princípio da continuidade do conhecimento, é preciso que a organização escolar seja em forma de ciclos de aprendizagem plurianuais.

Isto se justifica porque, de acordo com Hoffmann (2001), os regimes

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seriados estabelecem obstáculos ao prosseguimento dos estudos a partir de critérios, definidos pelos professores como requisitos à promoção dos alunos à série seguinte. O processo de aprendizagem é dividido em etapas anuais e a tendência é analisar cada ano separadamente dos demais. Alguns/algumas professores/as se responsabilizam pela aprendizagem dos/as alunos/as ao longo de um ano, sem estabelecer ligações com o passado e o futuro deles na escola.

Ao contrário, os ciclos de aprendizagem visam o acompanhamento integral dos alunos, a sua progressão por ciclos de formação, respeitando ritmos e interesses individuais, sem deixar de perseguir a aprendizagem máxima possível de todos os/as alunos/as.

Nesta perspectiva, toda manifestação dos/as alunos/as é provisória frente à história do seu conhecimento, que é reformulada, complementada, enriquecida ao se levantar dúvidas sucessivamente. O seu acompanhamento exige a compreensão dessa história pelo/a educador/a. Trata-se de um compromisso compartilhado pelos educadores que ultrapassa limites de tempo e divisões disciplinares, e confia na capacidade de aprendizagem de todos os alunos a partir de desafios e oportunidades que levem em conta suas possibilidades e interesses.

Para Perrenoud (2000, p. 46) é preciso cada vez mais um trabalho em equipe:

Não basta ter uma idéia aproximada dos programas dos anos anteriores e posteriores, assim como aqueles que moram em um país têm vaga idéia dos países limítrofes. O verdadeiro desafio é o domínio da totalidade da formação de um ciclo de aprendizagem, e, se possível, da escolaridade básica, não tanto para ser capaz de ensinar indiferentemente em qualquer nível ou ciclo, mas para inscrever cada aprendizagem em uma continuidade em longo prazo.

Mesmo considerando a continuidade da aprendizagem, alguns alunos e alunas podem apresentar, em algum momento, dificuldades em aprender. Quando isso acontece, o ideal é que pudessem contar com apoio no horário contrário das aulas. É importante lembrar que o/a aluno/a que freqüenta um apoio é o que mais precisa de estímulos para vencer os obstáculos relacionados à sua aprendizagem. Sua freqüência nesse período é necessária pelas dificuldades apresentadas e por precisar de um atendimento diferenciado, mas sua capacidade de aprender se equivale à dos demais.

A assiduidade do/a aluno/a, a qualidade desse ensino, as condições físicas e

materiais, as oportunidades de aprendizagem e a disposição do/a professor/a são fatores

essenciais para a superação das dificuldades. Além disso, é necessário que haja muito

incentivo a esse/a aluno/a e seria obstáculo muito grande para a sua aprendizagem se

ele/a perceber sentimento de discriminação ou de neutralidade por parte do/a professor/a,

principalmente o/a da turma regular a que pertence.

Outro obstáculo igualmente significativo é o possível desinteresse em um trabalho

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integrado entre os professores do apoio e os regentes da classe comum. Esse trabalho

deve estar em consonância com as necessidades da criança e as concepções de ensino-

aprendizagem que embasam nosso projeto de escola. Portanto, é preciso que o/a

professor/a da turma de ensino regular e o/a professor/a do apoio tenham oportunidades

de estarem em contato para garantia da integração e para que a interferência no apoio

garanta a superação das dificuldades.

É bem mais difícil a superação das dificuldades quando os/as professores/as

fazem um trabalho isolado, assim como é igualmente difícil quando o/a professor/a

regente distancia-se das necessidades do/a aluno/a esperando que só o/a professor/a de

apoio consiga o resultado esperado.

As atividades a serem ofertadas no apoio não devem visar um reforço, mas

devem despertar a continuidade de aprender, pois o/a aluno/a não esqueceu nada que

precise reforçar. Por isso, não podem ser atividades repetitivas, mecânicas, sem

significado, mas dinâmicas, inovadoras, com espaço garantido para o manuseio de

material didático, jogos, situações de observação, comparações, convites variados e

sugestivos para a aprendizagem.

O apoio pedagógico é o espaço ofertado para garantir condições que levem à

aprendizagem. Assim sendo, torna-se necessário considerar o que cada aluno já sabe e

ofertar atividades diferenciadas que levem em conta as especificidades de cada aluno.

Um momento privilegiado de avaliação das práticas pedagógicas deve ser o

Conselho de Classe que precisa ser pensado, de acordo com Hoffmann (2001) como um

espaço educativo dos educadores na construção de uma proposta interdisciplinar, para a

ampliação de seus perspectivas acerca dos diferentes jeitos de ser e aprender do/a

aluno/a na relação com outros saberes. Os Conselhos de Classe só possuem sentido se

tiverem o propósito de aprofundar a análise epistemológica e didática dos processo de

aprendizagem dos alunos, de decisões conjuntas que contribuam para o aprimoramento

das ações futuras de toda a equipe de profissionais.

As discussões nos Conselhos de Classe não podem ser restritas à problemas

emocionais e de conduta, é preciso que as questões epistêmicas e didáticas assumam o

centro das discussões para que o trabalho pedagógico da escola seja beneficiado. Além

disso, os Conselhos de Classe devem partir do pressuposto de que a avaliação é um

compromisso de futuro que deve reforçar que vale a pena confiar, apoiar, sugerir e

desafiar os/as alunos/as para que prossigam o caminho da aprendizagem.

Para a escola realmente se tornar esse espaço para a construção contínua da

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cidadania, através de práticas que neguem a exclusão e a seleção, é preciso que a

gestão seja democrática.

Nesse sentido, a participação de toda comunidade (alunos, famílias, funcionários,

professores, pedagogos e direção) na escola não é uma concessão, mas uma prática que

expressa princípios, que influencia na qualidade da educação e está vinculada a um

projeto coletivo por uma sociedade melhor.

Para superar a lógica burocrática, fragmentada e autoritária que ainda está

presente no cotidiano da escola é preciso abrir espaços para a efetivação da participação

da comunidade no interior da escola. Essa participação não diz respeito à integração da

escola com a família ou a colaboração dos pais e mães na escola, e, sim, à participação

enquanto mecanismo de representação e participação política.

A organização das pessoas envolvidas no processo educativo deve ocorrer a

partir da possibilidade real de serem tomadas decisões e, sobretudo, o reconhecimento

da responsabilidade, da diversidade de concepções e de práticas. Neste sentido, o

consenso não é ponto de partida, mas o de chegada, devendo ser buscado dialógica e

coletivamente.

Para contribuir com esse organização, a eleição para direção é fundamental, mas

por si só não garante a gestão democrática. É essencial rever a participação da

comunidade escolar nos órgãos colegiados (Conselho Escolar, APMF, Grêmio Estudantil),

assim como nas Reuniões de Pais e Mães e Conselhos de Classe. Os órgãos colegiados

não podem existir apenas para concordar com as decisões já tomadas pela escola, a eles

cabe: avaliar o trabalho desenvolvido na escola, propor metas e ações para serem

incorporadas no plano de ação, definir as linhas que orientarão a (re) construção do

Projeto Político Pedagógico e discutir e deliberar sobre a aplicação dos recursos

financeiros.

Para isso, as pessoas envolvidas no processo educativo precisam ser ouvidas e

não podem ter receio em expor suas idéias, sugestões e críticas.Esse espaço precisa ser

construído através do diálogo, da valorização da comunidade na qual a escola está

inserida e do conhecimento real dos anseios e expectativas que esta comunidade possui

em relação à escola.

Quando se fala em participação da comunidade escolar é importante ressaltar o

papel dos/as funcionários/as da escola que desempenham funções que atingem

indiretamente a aprendizagem dos alunos.

Infelizmente, as funções que os/as funcionários/as dempenham, muitas vezes,

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não são valorizadas, fazendo com que pertençam a um outro bloco no trabalho da escola

que os coloca em condições de reconhecimento social diferente dos/as professores/as.

A organização do trabalho escolar ainda fortalece a separação entre trabalho

manual e intelectual. Neste sentido, o trabalho considerado simples acaba por ser

“naturalmente” desconsiderado no fazer pedagógico da escola. É preciso que se

questione o papel dos/as funcionários/as como sujeitos ativos da escola.

Esta não é uma tarefa fácil, mas é possível começar superando o autoritarismo,

democratizando os mecanismos de comunicação, fazendo com que os/as funcionários/as

participem dos Conselhos de Classe (onde podem expor informações sobre os alunos

que nem sempre os professores dispõem) e da construção do Projeto Político

Pedagógico.

A tomada de decisões em seus vários âmbitos, a socialização do conhecimento e

dos espaços são condições necessárias para a superação da sepração entre pensar e

fazer e para que os/as funcionários/as sintam-se realmente incluídos/as no processo

educativo.

Para finalizar, precisamos insistir na formação continuada dos profissionais da

escola. A LDB 9394/96 afirma que os sistemas de ensino deverão promover a valorização

dos profissionais da educação, assegurando-lhes aperfeiçoamento profissional

continuado e período reservado a estudos, planejamento e avaliação incluído na carga de

trabalho.

A escola deve ser o local privilegiado para essa formação que faz parte da ação

docente. Isso significa que devemos forçar momentos além da hora-atividade que foi uma

conquista para que os/as professores/as deixassem de levar tanto trabalho para casa

(planos de aula, avaliações, seleção de materiais, leituras, pesquisas, entre outras

atividades). Esses momentos devem contar também com a participação efetiva dos/as

funcionários/as.

A formação continuada permite a reflexão sobre nossa prática, melhora nossa

atuação como pessoa e como profissional, contribui consideravelmente para a melhoria

da qualidade do ensino, além de alimentar nossos argumentos e nossa prática em defesa

de uma escola includente, humana, solidária, autônoma e participativa, que contribua

para a construção da sociedade que tanto sonhamos.

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MARCO OPERACIONAL

Diante da realidade apresentada pelo Colégio Estadual Adiles Bordin e à luz de

teorias que embasam nossa concepção de sociedade, de homem e de educação, o

coletivo definiu algumas ações, além daquelas que já fazem parte do marco situacional,

para melhorar o processo educativo.

Registraremos todos os casos de transferências para conhecermos com precisão

os motivos das mesmas, sabendo, assim, se cabe à escola desenvolver alguma ação a

esse respeito.

Quanto aos problemas de freqüência às aulas, seguiremos os passos descritos no

programa FICA e, além de encaminhar os casos, cobraremos com mais rigor ações dos

órgãos competentes. Encaminharemos um documento elaborado coletivamente pela

comunidade escolar denunciando aos órgãos competentes a questão das crianças e

adolescentes que passam o dia todo na rua, sem oportunidade de freqüentar um

programa social.

Dessa forma agiremos também no que diz respeito ao serviço de saúde, que é

direito de todos. A escola possui uma função específica, que é o trabalho com o

conhecimento, e não dá conta de resolver todas as questões que acabam interferindo no

processo educativo, por isso, chamaremos os responsáveis por cada área para que

façam a parte que lhes cabe.

Trabalharemos com a comunidade escolar, em reuniões organizadas em horário

que a maioria possa participar, a questão do direito à educação para conscientizar as

famílias que os/as alunos/as não devem estar na escola somente porque a lei assim

determina, conscientizar sobre a importância da freqüência, da responsabilidade na

entrega dos trabalhos e nos estudos. Além disso, continuaremos insistindo no trabalho

diário, incentivando os alunos, valorizando seus avanços e apontando o que precisa ser

superado.

Faremos um trabalho com todas as turmas sobre o hábito de estudar, utilizando

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técnicas que incentivem os alunos e alunas e dêem a eles/as sugestões para melhorar o

desempenho.

Nas aulas de Educação Física serão trabalhadas, além dos conteúdos da

disciplina, atividades que levem o/a aluno/a a desenvolver sua atenção, concentração e

memória. Para isso, faremos uma coletânea de atividades que ficarão à disposição dos

professores.

Entraremos em contato com a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras

– FAFI para firmarmos uma parceria no sentido de nos cederem estagiários,

principalmente na área de Matemática, para que realizem, no período contrário da classe

regular, aulas de apoio à aprendizagem aos alunos e alunas do 2° ano do III ciclo e dos

dois anos do IV ciclo.

Desenvolveremos um projeto de leitura, pois sabemos que ela é fundamental no

processo de aprendizagem. Uma vez por semana faremos uma aula de leitura, com todas

as turmas, de acordo com cronograma pré-estabelecido, mas não será, portanto, somente

nas disciplinas de Língua Portuguesa. Para que esta seja aproveitada ao máximo, os/as

alunos/as terão um horário semanal para fazer empréstimos e/ou troca de livros na

biblioteca, também seguindo um cronograma pré-estabelecido.

Outro projeto que será desenvolvido, sobretudo com os alunos do IV ciclo, diz

respeito à prevenção ao Uso Indevido de Drogas. O projeto será coordenado pelo

professores que participaram da capacitação on-line oferecida pelo MEC e SENAD

(Secretaria Nacional Anti-Drogas), em parceria com a UnB.

Para trabalhar os temas que surgem e assumem relevância no dia-a-dia da escola

(assédio, aborto, afetividade, gravidez na adolescência, machismo, entre outros), além

dos mesmos serem abordados nas diferentes áreas do conhecimento, chamaremos

pessoas especializadas para conversar com os/as alunos/as, agrupando-os de acordo

com a necessidade. Para ajudar nesse trabalho faremos coletâneas de textos (dados,

imagens, pesquisas, informações, depoimentos, entre outros) para leitura de alunos/as e

professores/as e deixaremos à disposição na biblioteca.

Trabalharemos com todas as turmas a questão da Educação Fiscal, através de

um projeto que será aplicado pelos professores que participaram do curso de

Disseminadores, com o objetivo de contribuir permanentemente para a formação das

pessoas, visando ao desenvolvimento da conscientização sobre seus direitos e deveres

no tocante ao valor social do tributo e ao controle social do Estado democrático.

Para que nós, educadores/as, tenhamos mais clareza sobre o desenvolvimento

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dos/as nossos/as alunos/as e para conhecermos melhor as características dessa fase

pela qual estão passando (11 a 16 anos aproximadamente), buscaremos textos para

serem estudados em nossos grupos de estudo e entraremos em contato também com

pessoas especializadas para socializarem o saber que possuem conosco. Acreditamos

que, conhecendo melhor sobre o desenvolvimento psicológico dos/as alunos/as, podemos

desenvolver um trabalho melhor, com atitudes mais adequadas e voltadas aos interesses

e expectativas deles e delas.

Sobre a questão da avaliação é visto que precisamos de mais estudo para

definirmos alguns critérios que deverão fazer parte da prática de todos/as os/as

professores. Para isso, organizaremos reuniões de estudo e chamaremos, também,

pessoas especialistas no assunto para que possamos discutir e chegar a alguns pontos

comuns que atendam o nosso projeto de escola. Depois de definido pelos professores os

critérios de avaliação, trabalharemos com os/as alunos/as essa questão e entregaremos

por escrito para cada um deles como é a prática avaliativa da nossa escola.

Quanto à nossa formação continuada, continuaremos participando, na medida do

possível, das capacitações oferecidas pelo estado, insistiremos nos grupos de estudo

quinzenalmente e abriremos um espaço de, no mínimo, quinze minutos para que o

professor que participou de um curso tenha a oportunidade de repassar para os colegas

no dia do seu retorno à escola.

As ações referentes às condições físicas, materiais e didáticas deverão ser

sempre decididas no coletivo para que todos possam colocar as necessidades que

sentem no dia-a-dia e, assim, otimizar os recursos.

As instâncias colegiadas (Grêmio Estudantil, APMF e Conselho Escolar) que, no

momento, se mostram pouco atuantes, devem receber maior incentivo para que haja uma

atuação mais efetiva. Faz-se necessário para isso esclarecer para as pessoas que

participam dessas instâncias quais são as verdadeiras funções e como estas podem ser

exercidas.

Quanto às relações de trabalho, buscaremos cada vez mais a abertura para a

participação de todos os envolvidos no processo educativo, tomaremos decisões

coletivamente e buscaremos manter todos informados através da confecção de um mural

específico para o agendamento das atividades semanais. Incentivaremos aos pais e mães

a participarem mais da escola, tornando as reuniões agradáveis, trazendo pessoas da

comunidade para conversar com eles/as a respeito de temas que interessem,

questionando e pedindo opniões, mesmo através de bilhetes, sobre o que acham de

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determinados assuntos que envolvem a escola.

Acreditamos que através dessas ações, junto com as ações expressas nos planos

de trabalho da direção e dos pedagogos, teremos um bom resultado no que se refere à

organização e ao trabalho pedagógico, não perdendo de vista que nosso objetivo é a

formação, através do conhecimento científico, de pessoas que tenham capacidade para

intervir e transformar a sociedade.

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AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Toda avaliação é o núcleo da ação de formação, pois todas as informações

obtidas através dela são úteis aos ajustes necessários para o cumprimento dos objetivos

da escola. Faremos, portanto, uma avaliação ao final de cada ano letivo do Projeto

Político Pedagógico para reformular as questões que merecem atenção, considerando

todos os momentos de avaliação ocorridos ao longo do período, como Conselhos de

Classe, reuniões com a comunidade escolar e todas as atividades desenvolvidas com

os/as alunos/as. A colocação de um tempo determinado para sua avaliação não impede

de revermos as questões que se mostrarem relevantes e urgentes antes do término do

ano letivo, possibilitando as modificações necessárias no documento no decorrer do

próprio período.

Os registros realizados desses momentos na escola é um mecanismo que

facilitará a discussão e a reorientação das práticas, favorecendo uma avaliação que tem

como objetivo não apenas encontrar falhas, mas reafirmar nossas convicções e cumprir

com o objetivo de formação da pessoa humana.

Para avaliar o Projeto Político Pedagógico é preciso compreender os vários

fatores que influenciam sua aplicação para que as ações sejam redefinidas e cumpram

seu sentido na prática cotidiana. Portanto, a participação de toda comunidade escolar é

fundamental, assim como foi na sua elaboração.

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AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

A avaliação institucional é uma política que objetiva conhecer de forma

sistemática a realidade das instâncias do estado, através da intensa participação de seus

profissionais, a fim de intervir nesta realidade de forma responsável e efetiva.

Um dos pontos centrais tem sido a preocupação com o caráter educacional do

processo, na medida em que os indivíduos, além da tomada de consciência de seu papel

e do papel da instituição, vão se co-responsabilizando com a implantação do programa e

com a utilização dos resultados da auto-avaliação como referência para tomar decisões

coletivas e para projetar melhorias necessárias e possíveis.

Nesse sentido, a avaliação se configura com um caráter formativo, descartando,

portanto, qualquer espécie de classificação, premiação ou punição, e processual, sendo

possível de alteração por não se encontrar acabada.

O Colégio Estadual Adiles Bordin acha importante a auto-avaliação. Vemos isso

como um momento importante nas relações democráticas da escola, para descobrirmos

nossos pontos destaque e buscarmos solução para os problemas encontrados.

Toda a auto-avaliação tende a uma reflexão critica que leva todos a se engajarem

na luta da qualidade educacional.

Criticamos a SEED com relação a falta de organização e priorização de

atividades da entidade, o que acarreta em muitas atividades próximas umas das outras, e

espaços sem matrículas, Projeto Político Pedagógico e atividades de fim de ano nas

Escolas.

Também destacamos o apoio da SEED na escola, já que conseguimos para 2006

a implantação do Ensino Médio na Escola, a dobra de turno (atendemos matutino e

vespertino), ganhamos a cobertura para uma quadra de esportes; conseguimos demanda

para o curso de Espanhol (duas turmas na Escola), seremos beneficiados com um

laboratório de informática com 12 computadores, temos uma merenda escolar suficiente e

de qualidade para os alunos. Outro ponto destacável na SEEd foi proporcionar

capacitação continuada a todos os profissionais da educação.

Criticamos a Fundepar com relação às questões físicas que não são

proporcionadas à Escola, já que temos um projeto de ampliação da área administrativa

que está lá parado. Também solicitamos mesa e bancos para refeitório e ainda não veio;

solicitamos prateleiras para a biblioteca que também ainda não foram entregues. A

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Fundepar também não fornece algumas coisas solicitadas na Escola como extintor de

incêndios, quadro-negro, tendo que a Escola comprar através do Fundo Rotativo, dinheiro

que poderia ser investido na parte pedagógica da Escola.

Destacamos o apoio dos professores e funcionários da Escola, tanto nas

questões pedagógicas e no empenho em atender e superar as dificuldades, as vezes

agindo de unhas e dentes nessa superação.

Destacamos o trabalho coletivo, comandado pela direção, que se empenhou em

conseguir todos os itens relacionados acima, além der estar comandando, via APMF, a

ampliação da Escola. Atualmente estamos construindo 08 salas via APMF.

Esperamos que esta avaliação venha a construir e melhorar mais ainda a

educação do Paraná, tão abandonada em administração passadas.

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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. FICA

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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Inclusão e

Diversidade: reflexões para a construção do projeto político pedagógico. Curitiba:

SEED/SUED, 2005 (texto).

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Ensino

Fundamental na Rede Pública de Ensino da Educação Básica do Estado do Paraná.

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Curitiba: SEED/SUED, 2005 (texto).

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Identidade

do Ensino Médio. Curitiba: SEED/SUED, 2005 (texto).

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. A

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VASCONCELLOS, C. Construção do Conhecimento em Sala de Aula. São Paulo:

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ANEXO I

HORÁRIO DAS AULAS

MANHÂ

AULA INÍCIO TÉRMINO1ª 07:30 08:202ª 08:20 09:103ª 09:10 10:00

RECREIO 10:00 10:154ª 10:15 11:05

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5ª 11:05 11:55

TARDE

AULA INÍCIO TÉRMINO1ª 13:00 13:502ª 13:50 14:403ª 14:40 15:30

RECREIO 15:30 15:454ª 15:45 16:355ª 16:35 17:25

ANEXO II

NÚMERO DE ALUNOS POR TURMA

SÉRIE TURMA A TURMA B TURMA C TOTAL1º Ano do III

Ciclo27 28 32 87

2º Ano do III Ciclo

29 25 26 80

1º Ano do IV Ciclo

22 21 24 67

2º Ano do IV Ciclo

32 31 - 63

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1ª Ensino Médio 40 - - 402ª Ensino Médio 23 - - 23

ANEXO III

CRONOGRAMA DE ATENDIMENTO

SALA DE RECURSOS

AULA SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA1ª Grupo 4 Grupo 2 Grupo 2 Grupo 1

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2ª Grupo 4 Grupo 2 Grupo 2 Grupo 13ª Grupo 1 Atendimento

IndividualGrupo 4 Hora-atividade

4ª Grupo 1 Grupo 3 Grupo 3 Hora-atividade5ª Hora-atividade Grupo 3 Grupo 3 Hora-atividade

ANEXO IV

HORÁRIO DE ATENDIMENTO

SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM

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1º ANO DO III CICLO

MANHÃDIA DISCIPLINA HORÁRIO

SEGUNDA-FEIRA LÍNGUA PORTUGUESA

8:00 ÀS 9:40

QUARTA-FEIRA LÍNGUA PORTUGUESA

8:00 ÀS 9:40

TERÇA-FEIRA MATEMÁTICA 8:00 ÀS 9:40QUINTA-FEIRA MATEMÁTICA 9:50 ÀS 11:30

TARDE

DIA DISCIPLINA HORÁRIOSEGUNDA-FEIRA LÍNGUA

PORTUGUESA13:15 ÀS 14:50

QUARTA-FEIRA LÍNGUA PORTUGUESA

13:15 ÀS 14:50

TERÇA-FEIRA MATEMÁTICA 13:15 ÀS 14:50QUINTA-FEIRA MATEMÁTICA 15:45 ÀS 17:25

ANEXO V

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HORÁRIO CELEM – ESPANHOL

TURMA DIA HORÁRIO1º PERÍODO A QUARTA-FEIRA

QUINTA-FEIRA9:40 ÀS 11:258:00 ÀS 9:40

1º PERÍODO B TERÇA-FEIRAQUINTA-FEIRA

15:20 ÀS 17:0013:20 ÀS 15:00

1º PERÍODO C SEGUNDA-FEIRAQUARTA-FEIRA

15:20 ÀS 17:0015:20 ÀS 17:00

2º PERÍODO A TERÇA-FEIRAQUINTA-FEIRA

13:20 ÀS 15:0015:20 ÀS 17:00

ANEXO VI

NOME VÍNCULO FUNÇÃO FORMAÇÃO01 Adolfo Eduardo Rodrigues REPR Professor Artes Visuais (em

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curso)02 Aldanila Enite Sequinelli QPM Professora História 03 Aldo Roman Alves Chuk REPR Professor História04 Ana Cristina Adler Michel QPM / SCO2 Professora Geografia05 Angelita Dombrowski QPM Professora Ciências/Matemática06 Cheila Rosane Kudlack QPM / SCO2 Professora Letras-Port/Inglês07 Daiane Glaza Lopes QPPE Letras- Port/Inglês

(em curso)08 Denise Mary Ribeiro F.

AlliotSCO2 Professora Educação Física

09 Divanzir de Lima Junior QPM Professor Educação Física10 Doralice deFátima Pereira READ 4ª série Ensino Fund.11 Eliane Affonso Smykaluk QPM Professora Letras-Port/Inglês12 Eliane Aparecida Bughay QPM Professora História13 Eliane de Fátima Pattes QPPE Geografia14 Emili Coimbra de Souza REPR Professora Letras- Port/Espanhol15 Francisca Camilo Ribeiro QPPE 4ª série Ensino Fund.16 Gisele Barcelos Amaral QPM / SCO2 Professora Ciências/Matemática17 Gizele Aparecida Crêspo

WolfQPM Professora

de Apoio Permanente

PedagogiaCurso na área de DM

18 Ivanira Luczkeivicz da Silva

QPPE História

19 Jucemir Adam Lazier QPM Pedagogo Pedagogia20 Juliana Amora Martins REPR Professora Artes Visuais (em

curso)21 Kátia Elizabeth Drosda QPM Professora

(Sala de Recursos)

Ciências/MatemáticaCurso na área de DM

22 Luciane Maria Serrer QPM Pedagoga Pedagogia23 Márcia Coleraus QPM Professora Biologia/Matemática24 Mari Inês Mocknacz QPPE25 Maria Bernadete Klobuko

LapaQPM / SCO2 Professora Ciências/Matemática

26 Maria Regina Martins Gelchaki

QPM / SCO2 Professora Letras-Port/Inglês

27 Mariza Aparecida Nascimento

REPR Professora Letras- Port/Inglês

28 Nilce de Paula Xavier QPPE29 Rafael Cândido Ferreira REPR Professor Química (em curso)30 Salvador Ribeiro Jazzini QPM Diretor Letrras-Port/Inglês31 Samara de Lara PEAD Ensino Médio32 Vera Lucia Dobler QPM Professora História33 Wilson Eduardo Lech

DrosdaSCO2 Professor Ciências/Matemática

34 Zuleica Eni Colita REPR Professora Geografia

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OBS.: O quadro de professores(as) e funcionários(as) refere-se ao ano letivo de 2006

ANEXO IX

COLÉGIO ESTADUAL ADILES BORDIN – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIOFONE/FAX (42) 3524-4031 E-mail: [email protected]

UNIÃO DA VITÓRIA PARANÁ

NOME: Série: Nº:

Ano Letivo: 2006

PARECER TRIMESTRALSenhores Pais:

Este parecer refere-se ao desempenho do(a) aluno(a) nos respectivos trimestres e substitui o boletim escolar. Para maiores esclarecimentos, por favor, dirija-se à escola.

Nº PARECER01. Continue assim, você esta compreendendo e/ou praticando os

conhecimentos trabalhados02. Continue se esforçando, você pode superar suas dificuldades.03. Você precisa melhorar seu rendimento, sendo mais participativo(a) e

atencioso(a)04. Leia, pois é através da leitura que crescemos e nos inteiramos com o

mundo.05. Você é faltoso(a), lembre-se que sua presença é importante para o seu

sucesso.06. Você esta com caderno e/ou pastas incompletos, coloque em dia suas

atividades.07. Seja responsável. Entregue seus trabalhos nas datas marcadas.08. Melhore seu comportamento. As suas boas atitudes auxiliarão na

construção de sua cidadania.

Disciplinas PARECER1º TRIM FALTAS 2ºTRIM FALTAS 3ºTRIM FALTAS

CiênciasEducação ArtísticaEducação FísicaEnsino ReligiosoGeografiaHistóriaLíngua PortuguesaMatemáticaInglês

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ASSINATURA DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS

1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre

ANEXO X

COLÉGIO ESTADUAL ADILES BORDIN – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIOFONE/FAX: (42) 3524-4031 E-mail: [email protected]

UNIÃO DA VITÓRIA PARANÁ

PARECER – 2º TRIMESTRE DE 2006

NOME DO(A) ALUNO(A):___________________________________________ SÉRIE:__________

PARECER DA TURMA

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

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72

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

__________________________________________

ANEXO XI

AUTO-AVALIAÇÃO DO(A) ALUNO(A)

1º- QUAIS FORAM OS MEUS AVANÇOS?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________________________

2º- QUAIS FORAM AS MINHAS DIFICULDADES?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________________________3º- O QUE EU

PRETENDO PARA O PRÓXIMO TRIMESTRE?

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4º- ASSINALE AS DISCPLINAS QUE VOCÊ POSSUI MAIS DIFICULDADES:

( ) Língua Portuguesa ) Educação Artística ( ) Educação Física ( ) Ensino Religioso

( ) Geografia ( ) História ( ) Matemática ( ) Ciências ( ) Inglês

PARECER DOS PAIS:

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________

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____________________________

__________________________________________________________________________________________

ANEXO XIV

RELAÇÃO DE BENS MÓVEISQUANTIDADE DESCRIÇÃO

08 Televisor05 Vídeo cassete06 Retroprojetor03 Microcomputador01 Copiadora01 Mimeógrafo04 Impressora03 Mesa para micro/terminal02 Microscópio monocular01 Episcópio16 Caixa acústica02 Máquina de escrever manual01 Máquina de escrever eletrônica01 DVD01 Guilhotina01 Alarme02 Relógio01 Bebedouro02 Rádio CD01 Freezer vertical02 Fogão semi-industrial03 Extintor de incêncio02 Antena parabólica02 Carrinho com suporte TV e vídeo01 Geladeira01 Circulador de ar01 Liquidificador industrial01 Batedeira semi-industrial03 Botijão de gás01 Pia01 Globo mundi01 Rack para TV e vídeo20 Armário06 Escrivaninha11 Cadeira fixa estofada05 Quadro negro02 Arquivo de aço10 Mesa para professor03 Carteiras educação especial

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06 Enciclopédia245 Cadeiras escolares240 Carteiras escolares425 Conjunto carteira/cadeira

PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO

O presente Projeto Político Pedagógico apresenta como anexos:

1. Proposta Pedagógica

2. regimento Escolar

3. Plano de Ação da Escola

4. Plano de trabalho Pedagógico

5. Calendário Escolar

6. Estatuto do Conselho Escolar

7. Estatuto do Grêmio Estudantil (onde houver Grêmio)

8. Estatuto da APMF

9. Estatuto da Biblioteca Escolar (se tiver)

10.Estatuto da Cantina Comercial (se tiver)

11. Quadro de Pessoal

12.Projetos Desenvolvidos pela Escola

13.Parecer

Foi aprovado pelo Conselho Escolar do Colégio Estadual Adiles Bordin

Local e Data: _______/_______/______.

Diretor: Salvador Ribeiro Jazzini NRE de União da Vitória

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COLÉGIO ESTADUAL ADILES BORDIN

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

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PROPOSTA CURRICULAR

UNIÃO DA VITÓRIA

2010

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PROPOSTA CURRICULAR

FÍSICA

ENSINO MÉDIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Dimensão histórica da Física

A Física tem como objeto de estudo o Universo, em toda a sua complexidade. Por

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isso a disciplina de Física propõe aos estudantes o estudo da natureza. A Física estudada no

Ensino Médio não é as coisas da natureza, ou a própria natureza, mas modelos de elaborações

humanas.

O olhar sobre a natureza tem origem em tempos remotos, provavelmente período

paleolítico, na tentativa de resolver seus problemas de ordem prática e garantir sua

subsistência. Assim, a astronomia é, talvez, a mais antiga das ciências, tendo encontrado

a sua racionalidade pelo interesse dos gregos em explicar as variações cíclicas

observadas nos céus. É o início do estudo dos movimentos.

Na Idade Média, a Igreja tornou-se uma instituição poderosa. O conhecimento do

universo foi associado a Deus e oficializado pela Igreja Católica que o transforma em

dogmas, os quais deveriam ser questionados. Dessa forma, a filosofia medieval cristã

(escolástica), é uma filosofia que submete a fé e as verdades ao cristianismo.

Esse discurso procura afastar os filósofos das questões relativas ao estudo dos

fenômenos naturais, mas já se pronunciava algumas mudanças, a partir dos que não se

enquadravam à escolástica.

A ampliação da sociedade comercial tornou-se favorável para que surgissem

mudanças econômicas, políticas e culturais, e contribuiu para a queda do poder arbitrário

abrindo caminho apara as revoluções industriais do século XVII e, para que a ciência se

desenvolvesse.

Nesse contexto, a Física tal qual a conhecemos hoje foi inaugurada por Galileu

Galilei, no século XVI, com uma nova forma de se conceber o Universo, através da

descrição matemática dos fenômenos físicos.

Bacon, Galileu, Descartes e, provavelmente outros anônimos, ao instituírem o

método, retiraram das autoridades eclesiásticas o controle sobre o conhecimento e

iniciaram um novo período que chamamos de moderno, abrindo caminho para que Isaac

Newton (1642-1727) fizesse a primeira grande unificação da ciência elevando a Física, no

século XVII, aos status de Ciência.

A nova ciência, que vem a partir de Newton e seus sucessores, carregam a idéia

de que o universo se comporta com uma regularidade mecânica, conhecida como

mecanismo, e está alicerçada em dois pilares: a Matemática, como linguagem para

expressar leis, idéias e elaborar modelos para descrever os fenômenos físicos e a

experimentação, como forma de questionar a natureza, de comprovar ou confirmar idéias,

de testar nossos modelos.

Na Inglaterra, na segunda metade do século XVII, o capitalismo consolidava a sua

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formação, com a incorporação das máquinas à indústria, mudando a maneira de produzir

bens e dando início a grandes transformações sociais e tecnológicas.

O contexto social e econômico favoreceu o avanço do conhecimento físico e a

Termodinâmica evoluiu. O trabalho do velho artesão aquele que dominava todas as

etapas do seu ofício, é substituída pelo trabalho especializado e fragmentado, não

sobrando ao trabalhador sequer o tempo para a educação, uma vez que é transformado

em força de trabalho.

Contraditoriamente, é a revolução industrial burguesa que vai levantar a bandeira

da educação gratuita para todos.

Em 1808, com a vinda da família real ao Brasil o ensino da Física é traduzido para

o nosso país para atender a corte e os desejos da intelectualidade local. O ensino da

Física tem, então, a preocupação com a formação de engenheiros e médicos, de modo a

formar as elites do país. Portanto, não era para todos, visto que esse conhecimento não

fazia parte da grade curricular das poucas escolas primária ou profissionais, as quais as

classes populares freqüentavam.

O século XX estava com o cenário preparado para que mudanças ocorressem em

todos os campos. No científico ocorre uma outra unificação da Física, cabendo ao

escocês James C. Maxwell, por volta de 1861, a sua sistematização. A intensificação do

processo de industrialização no país, a partir dos anos 1950, tornou a Física no Brasil

parte dos currículos do ensino secundário, hoje ensino médio.

Desta forma a diretriz busca construir um ensino de Física centrado em

conteúdos e metodologias capazes de levar, aos estudantes, uma reflexão sobre o mundo

das ciências sob a perspectiva de que esta não é somente fruto da pura racionalidade

científica, compartilhando, como disse Menezes: (2004) “com mais gente e com menos

álgebra, a emoção dos debates, a força dos princípios e a beleza dos conceitos

científicos”. Entende-se, então, que a Física deve educar para cidadania contribuindo para

o desenvolvimento de um sujeito crítico, capaz de admirar a beleza da produção científica

ao longo da história e compreender a necessidade desta dimensão do conhecimento para

o estudo e o entendimento do universo de fenômenos que o cerca.

OBJETIVOS GERAIS

A Física, com todos os seus conteúdos estruturantes e desdobramentos, visa à

evolução do educando como um todo. Esta evolução está alicerçada nos três campos do

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conhecimento: Movimento, Termodinâmica e Eletromagnetismo.

Após reconhecer a realidade da escola e dos alunos, a partir do ponto de vista

social, econômico e cultural, cabe ao professor elaborar a partir dos conteúdos, a

proposta curricular que melhor se adapte a esses sujeitos, buscando garantir-lhes

significados.

Mostrar uma visão de mundo que procure representar o real, sob a forma de

conceitos e definições ao buscar descrever e explicar seus objetos de estudo através de

leis que sejam universais, ampliando em teorias, num conjunto de hipóteses,

acompanhadas de um formalismo matemático, cujo conjunto de equações devem permitir

que se façam previsões, podendo, as vezes, receber o apoio de experimentos, onde se

defronta aos dados coletados com os previstos pela teoria.

CONTEÚDOS

Os conteúdos estruturantes englobam diversos itens que por sua vez são

trabalhados em todas as séries diferenciando apenas no que diz respeito a profundidade

do assunto, bem como a sua complexidade, evitando-se esgotar em uma determinada

série esse item, mais utilizar-se do mesmo com outra abordagem em séries seguintes,

fazendo a inter relação entre as séries. Segue abaixo uma proposta de divisão de

conteúdos por série sendo que já foi mencionado na metodologia em que se deve

respeitar o conhecimento prévio do aluno e a complexidade do assunto inerente a série.

Ensino Médio

MOVIMENTO

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81

M

E

C

Â

N

I

C

A

Conteúdo específico 1ª 2ª 3ªConceitos básicos da

cinemática

x x x

Velocidade x x xAceleração x x xMovimento Uniforme x x xMovimento

Uniformemente Variado

x x x

Cinemática vetorial x x xLançamentos x xMovimentos circulares x xDinâmica x x xTrabalho e Potência x x xEnergia x x xImpulso e Quantidade

de Movimento

x x x

Estática x x xTERMODINÂMICA

Conteúdo específico 1ª 2ª 3ªTermometria x x xDilatação xCalorimetria xTransmissão do calor x x xTermodinâmica x x x

ÓP

TIC

AG

EO

TR

IC

A

Luz x xReflexão da luz xRefração da luz xLentes xAnomalias de visão x

ELETROMAGNETISMOConteúdo específico 1ª 2ª 3ª

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Corrente elétrica xEstudo dos resistores xAssociação de

resistores

x

Medidores elétricos xGeradores e

receptores

x

Capacitores xForça elétrica x xCampo elétrico xTrabalho e Potencial

Elétrico

x x

Capacidade de um

condutor

x

capacitores xMagnetismo xEletromagnetismo xFísica Moderna x x x

METODOLOGIA

A Ciência surge na tentativa humana de decifrar o Universo físico, determinada

pela necessidade humana de resolver problemas práticos e necessidades materiais em

determinada época.

Uma abordagem histórica dos conteúdos se apresenta como útil e rica, pois pode

auxiliar sujeitos a reconhecerem a ciência como um objeto humano, tornando o conteúdo

científico mais interessante e compreensível, humanizando a ciência, aproximando-a dos

estudantes. Também a história que mostre a evolução das idéias e conceitos da Física,

um caminho quase sempre não linear, cheio de erros e acertos, avanços e retrocessos

típicos de um objeto essencialmente humano.

As concepções espontâneas dos estudantes relacionadas ao conhecimento

científico devem encontrar-se paralelo na história da Ciência.

O Ensino da Física constitui um processo no qual nos impõe uma reflexão a partir

de suas múltiplas faces: os sujeitos (docentes e estudantes), os livros didáticos, os

conteúdos escolares, os processos de transmissão e avaliação, o contexto escolar, os

laboratórios e a sociedade em que vivemos.

Diante disso, entendemos que a Física deve contribuir para a formação dos

sujeitos, porém através dos conteúdos que dêem conta do entendimento do objeto de

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estudo da Física, ou seja, a compreensão do Universo, a sua evolução, suas

transformações e as interações que nele se apresentam. Assumindo para o ensino da

Física o pressuposto fundamental que considera a ciência como uma produção cultural,

um objeto humano construído e produzido nas e pelas relações sociais e, a partir desse

pressuposto, consensuamos:

a) Que o processo de ensino-aprendizagem, em Física, deve partir do

conhecimento prévio trazido pelos estudantes, como fruto de suas experiências

de vida em seu contexto social e que, na escola, se fazem presentes no

momento em que se inicia aquele processo. Interessam-nos particularmente,

as concepções alternativas apresentadas pelos estudantes a respeito de

alguns conceitos, as quais acabam por influenciar a aprendizagem desses

conceitos do ponto de vista científico;

b) Que a experimentação no ensino de Física é importante se entendida como

uma metodologia de ensino que pode contribuir para fazer a ligação entre

teoria e prática, por proporcionar uma melhor interação entre professor e

alunos e, entre grupos de alunos, contribuindo para o desenvolvimento

cognitivo e social dos estudantes, dentro de um contexto especial que é a

escola;

c) que saber Matemática não pode ser um pré-requisito para ensinar Física, ainda

que a linguagem matemática seja, por excelência, uma ferramenta para a

Física. Entendemos que precisamos permitir que os estudantes se apropriem

do conhecimento físico, daí a ênfase aos aspectos conceituais sem, no

entanto, descartar o formalismo matemático;

d) que embora estamos adotando um tratamento disciplinar, devemos ir além,

visto que a Física não se separa das outras disciplinas, o que deve ser

considerado no planejamento de nossas atividades;

e) que é preciso localizar os conteúdos a serem trabalhados num contexto social,

econômico, cultura e histórico, situando-o no tempo o no espaço.

Enfim, desejamos é formar pessoas que sejam criativas e participativas capazes

de atuar na sociedade atual.

AVALIAÇÃO

A avaliação deve levar em conta os pressupostos teóricos adotados pela diretriz

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curricular. Deve levar em conta o progresso do estudante.

A avaliação deve tem um caráter diversificado, levando em consideração todos os

aspectos: a compreensão dos conceitos físicos; a capacidade de análise de um texto; a

capacidade de elaborar um relatório sobre um experimento ou qualquer outro evento que

envolva Física.

No entanto, a avaliação não pode ser utilizada para classificar os alunos com uma

nota, como tradicionalmente tem sido feita, com o objetivo de testar o aluno ou mesmo

puni-lo, mas sim de auxiliá-lo na aprendizagem. Deve ser diagnóstica e contínua. Ou seja,

avaliar só tem sentido quando utilizada como instrumento para intervir no processo de

aprendizagem dos estudantes, visando o seu crescimento.

REFERÊNCIAS

ABRANTES, P.C.C. Newton e a Física Francesa no século XIX. IN; CAD. DE HISTÓRIA

E FILOSOFIA DA CIÊNCIA, série 2,1 (1): 5-131. P.5-31, jan-jun, 1989.

ALVARENGA Beatriz, Máximo Antônio. Curso de Física. São Paulo: Editora Harbra

LTDA, 1993.

CHAVES, A. Física: Mecânica. Vol. 1. Rio de Janeiro: Reichanne e Affonso editores,

2000a.

PARANÁ. Secretaria da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Física para o Ensino Médio. Curitiba: SEED, SUED, 2006.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO/Grupo de Reelaboração do Ensino de

Física – GREF: Física 1/Gref: Mecânica. São Paulo: Edusp, 1991.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO/Grupo de Reelaboração do Ensino de

Física – GREF: Física 2/Gref: Física Térmica e Óptica. São Paulo: Edusp, 1991.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO/Grupo de Reelaboração do Ensino de

Física – GREF: Física 3/Gref: Eletromagnetismo. São Paulo: Edusp, 1991.

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PROPOSTA CURRICULAR

LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

As línguas estrangeiras, no Brasil, passaram por vários momentos ao longo da

história. O ensino das línguas modernas só começou a ser valorizado depois da chegada

da Família Real, em 1808. Em 1809 cria-se cadeiras de inglês e francês com o objetivo de

melhorar a instrução pública e atender às demandas advindas da abertura de portos ao

comércio. Fato culminante ocorreu em 1837 com a fundação do Colégio Pedro II, onde o

currículo inspirava-se nos moldes franceses, e o seu programa constava de sete anos de

francês, curso de inglês e três anos de alemão. Esse modelo de ensino de línguas

manteve-se até 1929.

A publicação de COUR de LINGUISTIC GENERELE por Ferdinand Saussure,

1916, na Europa, inaugura os estudos da linguagem em caráter científico. Tais estudos

fundamentaram o estruturalismo, uma das principais correntes da língua moderna.

Final do século XIX e início do século XX houve uma série de fatores que

marcaram a história da Europa, como o aumento populacional, falta de emprego e de

terras, períodos de guerra e pós-guerra e perseguições étnicas, europeus acreditaram

numa melhor qualidade de vida no Brasil. No Brasil, por toda sua extensão territorial,

foram criadas as colônias de imigrantes. Nos sul do país, particularmente no Paraná, as

colônias maiores foram as de imigrantes italianos, alemães, ucranianos, japoneses. Na

tentativa de preservar suas culturas, colonos organizaram-se para construir escolas para

seus filhos, uma vez que a escolarização já fazia parte da vida dessas populações em

seus países de origem e o Estado brasileiro não ofertava atendimento escolar a todos as

crianças. Em muitas escolas de imigrantes, o currículo era centrado no ensino de línguas

e da cultura dos ascendentes das crianças. É possível ainda encontrar culturas bilíngües

no Paraná. O ensino da língua Portuguesa, era tido como uma língua estrangeira nessas

escolas.

Em meados da década de 1910, a concepção nacionalista, se expressava pela

busca de novos padrões culturais e, conseqüentemente, voltava-se para o campo

educacional, com vistas não só à escolarização, mas à solidificação dos ideais

nacionalistas nas futuras gerações.

Em 1930, no governo de Getúlio Vargas, iniciaram-se estudos com vistas à

reforma do sistema de ensino. A reforma de 1931, intitulada Francisco Campos,

constituiu-se também como um marco de centralização das decisões educacionais do

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governo federal, atingindo todas as escolas do país. O diferencial dessa reforma foi um

método de ensino de língua estrangeira que foi estabelecido: Método Direto. No Método

Direto, a língua materna perde e seu papel de mediadora no ensino de língua estrangeira

e tem como princípio fundamental a aprendizagem em constante contato com a língua em

estudo.

Foram privilegiados os conteúdos de História do Brasil e seus heróis. Deixando de

lado o estudo de línguas estrangeiras em muitas escolas, principalmente de colônias

alemãs.

Com a Reforma Capanema (1942), o ensino retornava a tradição clássica. Nessa

conjuntura, o prestígio das línguas estrangeiras foi mantido no ginásio. O espanhol foi

introduzido como matéria obrigatória como alternativa ao ensino do alemão e o latim

permaneceu como língua clássica.

Foi centralizada no Ministério de Educação e Cultura, a incumbência de indicar aos

estabelecimentos de ensino o idioma a ser ministrado nas escolas, a metodologia e o

programa curricular para cada série. Mesmo contemplando o ensino de língua

estrangeira, o MEC, comprometido com os ideais nacionalistas, preconizava que a

disciplina deveria contribuir para a formação da mentalidade do aprendiz e com o

desenvolvimento de hábitos de reflexão, para conhecimento da civilização estrangeira e

das tradições de outros povos. Mesmo com a valorização do espanhol no ensino

secundário, é importante destacar que o ensino de inglês teve o seu espaço garantido nos

currículos oficiais por ser o idioma mais usado nas transações comerciais.

Após a Segunda Guerra Mundial, intensificou-se a necessidade de aprender

inglês. Falar inglês passou a ser anseio das populações urbanas e o ensino dessa língua

ganhou cada vez mais espaço no currículo.

A partir da década de 60, fase em que o método áudio-visual está em expansão,

não apenas no Brasil, os estudos se fortalecem.

Chomsky, em 1965, ao retornar a discussão entre língua e fala, propõe a teoria

inatista de aquisição de linguagem, a qual postula que o ser humano já nasce com

determinadas capacidades que serão desenvolvidas com o tempo. Numa visão de caráter

estruturalista, a língua é vista como uma estrutura que faz intermediação entre o indivíduo

e o mundo, ou seja, ela seria um elemento de ligação entre dois (KRAUSE-LEMKE,

2004).

Nos anos 70, Piaget desenvolveu a abordagem cognitiva construtivista, na qual a

aquisição da língua resulta na interação entre o organismo e o ambiente, através do

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desenvolvimento da inteligência.

Desde a década de 50, o sistema educacional brasileiro era voltado ao mercado de

trabalho (ensino técnico), com o intuito de formar profissionais capazes de fazer

mudanças ao país. Acarretando assim a diminuição da carga horária das línguas

estrangeiras.

A LDB – 4.024 de 1961 – determinou a retirada da obrigatoriedade do ensino de

LE. Mesmo assim, a língua inglesa não perdeu a sua valorização devido às demandas do

mercado de trabalho.

Com a reforma da LDB – através da Lei 5692/71 – houve a desobrigação da

inclusão de línguas estrangeiras no currículo de 1º e 2º Graus. Tornando-se, desta forma,

o ensino de LE um privilégio das classes abastadas.

Em 1976, o ensino da LE volta a ser valorizado desde que em condições

favoráveis na escola. Isso fez com que muitas escolas suprimissem a língua estrangeira

ou reduzissem seu ensino para uma hora semanal. Ofertando apenas um único idioma.

No Paraná, iniciou-se um movimento de professores de LE pelo retorno da

pluralidade da oferta de línguas estrangeiras nas escolas públicas. Surgindo assim, a

partir de 1986, os Centros de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEMS).

Com as constantes necessidades de mudanças metodológicas, surgiram novas

abordagens, baseadas no conceito de competência comunicativa, englobando as quatro

habilidades: leitura, escrita, fala e audição. A partir das idéias de Paulo Freire de 1990, a

abordagem comunicativa passou a ser criticada, dando vazão ao campo da pedagogia

crítica, com a análise do discurso, onde o foco até então, centrado na gramática, passou

para o texto.

Em 1996, a LDB – Lei de nº 9.394/96 – determinou a oferta obrigatória de pelo

menos uma língua estrangeira moderna, no ensino Fundamental a partir da 5 ª série,

onde a escolha do idioma fica a cargo da comunidade escolar. Já no Ensino Médio, a lei

determina a inclusão de uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória,

também escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro

das disponibilidades da instituição.

Observando todo o processo histórico do ensino da língua estrangeira, em nosso

país, desde a implantação até os dias de hoje, deparamo-nos frente a novos enfoques

teóricos, que se interessam pela análise do discurso a partir da perspectiva de interação

social. Como afirma Paulo Freire: - “não há cultura nem história imóveis”.

Dessa forma, o ensino de Lê voltar-se-á para o desenvolvimento dos conteúdos

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estruturantes, como prática social. Favorecendo, desta forma, o uso da língua nessa

perspectiva interativa.

Esses conhecimentos de maior amplitude do ponto de vista do processo dialógico,

dialogam e relacionam-se continuamente uns com os outros, o que vai possibilitar uma

abordagem do discurso na sua totalidade, garantindo assim a compreensão e expressão

do aluno, através das seguintes práticas: leitura, escrita, expressão verbal e compreensão

auditiva.

Recaindo, desta forma, o foco do trabalho dirigido para a necessidade dos sujeitos

interagirem ativamente dentro de diferentes formas discursivas.

Segundo Freire – “Faz-se necessário que sejam desenvolvidas atividades em sala

de aula em que os alunos possam interagir entre si e aprender uns com os outros”, pág.

1243, pois estas estruturas de apoio colaborativo desenvolvem o processo dialógico numa

circunstância natural e evolutiva.

OBJETIVOS GERAIS

O principal objetivo da LEM contempla as relações com a cultura, a ideologia, o

sujeito e a identidade no processo ensino/aprendizagem, assim o professor ensina e

aprende línguas, percepções de mundo e maneiras de construir sentidos, e formar

subjetividade, num resgate da função social e educacional, através de LE.

Nas aulas de LE podem constituir-se um espaço para a construção de identidades.

Os alunos devem observar as questões de ordem global, desenvolver consciência crítica

a respeito do papel das línguas na sociedade, voltada para a formação básica do cidadão,

conforme a LDB 9394/96.

Assim espera-se que o aluno:

- tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;

- compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e, portanto,

passíveis de transformação na prática social;

- vivencie formas de participação que lhe possibilite estabelecer relações ente ações

individuais e coletivas;

- reconheça e compreenda a diversidade lingüística e cultural, bem como seus benefícios

para o desenvolvimento cultural do país.

- seja capaz de usar a língua em situações de comunicação oral e escrita;

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CONTEÚDOS

Os conteúdos específicos serão desdobrados a partir do conteúdo estruturante

com referência de diferentes discursos, contemplando uma análise dialógica dos

elementos do texto, sendo observada e respeitada a diversidade textual, bem como o

princípio da continuidade.

Nesta seleção de textos não serão levados em conta os objetivos lingüísticos, mas

sim, com fins educativos, contemplando as necessidades e os interessados alunos.

Possibilitando, desta forma, relações coletivas e individuais na construção do

conhecimento. O texto, desta forma, será uma unidade de comunicação verbal que pode

ser tanto escrita, oral ou visual, como ponto de partida de aula de língua estrangeira.

Tendo em vista a concepção discursiva da língua, não segmentada em habilidades,

consideram-se que tais práticas não se separam em situações concretas de comunicação

e, logicamente, naquelas efetivadas em sala de aula.

Os conceitos propostos poderão ser trabalhados em todas as séries, devendo-se

apenas observar o nível/maturidade, bem como, os conhecimentos de mundo dos alunos

e a necessidade de aprofundamento em determinados temas/assuntos.

• Prática de leitura, escrita e oralidade;

• Identificação de diferentes gêneros textuais, informativos, narrativos, descritivos,

poesias, tiras humorísticas, correspondência, receitas, bulas de remédios, manuais,

folders, outdoors, placas de sinalização, etc;

• Identificação de elementos coesivos e marcadores do discurso como responsáveis

pela progressão textual, encadeamento dês idéias e coerência do texto;

• Reconhecimento de variedades lingüísticas: diferentes registros e graus de

formalidade;

• Identificação da idéia principal do texto (skimming);• Identificação de informações expressa em diferentes formas de linguagem (verbal e

não-verbal);

• Interferência de significados a partir de um contexto;

• Trabalho com cognatos/falsos, afixos, grupos nominais;

• Textos (escritos, orais, visuais, dentre outros);

• Os conhecimentos lingüísticos poderão estar presentes em qualquer momento do

processo de aprendizagem independente de série, desde que seja respeitados os

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critérios de continuidade, necessidade e aprofundamento dialógico.

• Reconhecer a diversidade cultural: interna e externa entre as comunidades de língua

estrangeira e/ou de língua materna e, ainda dentro de uma mesma comunidade.

METODOLOGIA

O ensino de língua estrangeira, na escola, tem papel importante à medida que

permite aos alunos entrarem em contato com outras culturas, assim promovendo o

interesse deles pelo idioma.

Assim, é fundamental que o professor desenvolva com os alunos um trabalho que

lhes possibilite confiar na própria capacidade de aprender, dentro de uma atmosfera de

interação, motivação e afetividade. E que os temas abordados os leve a desenvolver as

quatro habilidades.

O professor deve utilizar todos os materiais disponíveis, tais como: livros, figuras,

áudios, vídeos, revistas, a fim de desenvolver processos que venham contribuir para um

contexto interativo, visando atividades em grupo ou atividades individuais que venham

contribuir para desenvolver o processo dialógico do conhecimento.

A gramática, assim, deve ser reconhecida como um elemento de ligação entre

fenômenos que se interpenetram, dando conta da interação que ocorre entre os discursos

e também entre os fatores psicológicos e sociais, levando o aluno a refletir sobre o

processo, devendo o conhecimento do mundo interagir com provável falta de competência

lexical, compensando este. Pois, segundo Benites (11) – “Todo discurso se constrói pela

relação com os outros, que dessa forma, se estabelecem com seu exterior constitutivo”,

sem levar-se em conta que o aluno possa vir a ter através da diversidade cultural

apresentada.

Na seleção de textos, não serão levados em conta os objetivos lingüísticos, mas

sim, os fins educativos, contemplando as necessidades e os interesses dos alunos.

Possibilitando, desta forma, relações coletivas e individuais na construção de

conhecimento. O texto, desta forma, será uma unidade de comunicação verbal que, pode

ser escrita, oral ou visual, como ponto de partida da aula de língua estrangeira.

Ao interagir com textos provenientes de vários gêneros, o aluno perceberá que as

formas lingüísticas não são sempre idênticas, não assumem sempre o mesmo significado,

mas são flexíveis e variam, dependendo do contento e da situação em que a prática

social do uso da linguagem ocorre.

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Esse processo de aprendizagem e interação envolve, deste modo, um tipo de

negociação constante, observando:

1 - O conhecimento de mundo dos envolvidos.

2 – Sua interação com os elementos do processo.

3 – Fatores que envolvem o processo em si.

Buscando assim, intrínseca relação entre LE e a pedagogia crítica, num contexto

global educativo em que a sala de aula passa a ser um espaço de produção de discurso

marcado de significação que levem a reflexões e que observam que os seus discursos

cruzam-se e se fundem com muitos outros.

Tal processo variará observando o nível em que o aluno está inserido, varando

assim a complexidade e aprofundamento do conteúdo. Assim, o professor deve buscar

constante atualização, para ser capaz de provocar mudanças necessárias no processo e

adequá-las à sua realidade. Proporcionando subsídios, para que os alunos sejam

capazes de inserir e colaborar com o processo, para partilhar com estratégias de

aprendizagem, conforme Vigotski (1998) – “a interação, o diálogo é a chave para o

desenvolvimento cognitivo”.

AVALIAÇÃO

A avaliação do ensino-aprendizagem de Língua Inglesa está intrinsecamente

atrelada à concepção de língua e aos objetivos para o ensino da Língua Inglesa,

subsidiando a construção da aprendizagem bem sucedida, deixando de ser usada como

forma de autoridade que decide os destinos do educando e assuma seu papel de auxilio

no crescimento desse educando.

Várias formas de avaliação, diagnóstica, formativa e contínua, serão oferecidas

para que cada aluno possa participar efetivamente do processo ensino/aprendizagem,

pois se cada um tem uma forma diferenciada de aprender, também precisa ser avaliado a

partir de diferentes experiências.

Dessa forma, além das avaliações escritas e orais o aluno será observado em

todas as suas formas de participação e construção do conhecimento, levando-se em

conta sua capacidade individual e sua contribuição neste processo. A Forma de trabalho

em grupo também proporcionarão oportunidades para que os alunos interajam e dessa

forma possam ser avaliados por seu trabalho de equipe, organização e participação.

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O aproveitamento dos alunos será feito em forma de “parecer” e constará de duas

formas: parecer trimestral e parecer semestral. No parecer trimestral tanto o aluno como o

pai também farão a sua avaliação pessoal.

A avaliação está profundamente relacionada com o processo de ensino e,

portanto, deve ser entendida como mais um momento em que o aluno aprende. A

relevância e adequação de um conteúdo estão atrelados a diversos fatores, entre eles as

características psicossociais dos alunos, seu grau de desenvolvimento intelectual, a

aplicabilidade dos objetos de conhecimentos ensinados, a capacidade do aluno em

estabelecer relações entre os conteúdos, as necessidades de seu dia-

a-dia e o contexto cultural dos alunos. Para que um processo de aprendizagem seja

efetivo, ele deve contemplar a avaliação diagnóstica, contínua, formativa e reflexiva. O

registro e observação do desempenho do aluno devem ser feitos de forma contínua e

reflexiva, tendo em vista as aprendizagens previstas.

Ressalta-se a necessidade de um envolvimento por parte de toda a comunidade

escolar, sendo que o professor avaliará o desempenho do aluno, seu progresso e

verificará se a sua metodologia está sendo adequada. Enquanto isso, o aluno, necessita

saber como está progredindo, como está sua evolução cultural e sua aquisição de

conhecimento. Os pais também devem estar envolvidos no processo, já que se trata da

educação de seus filhos. E devem acompanhar os degraus alcançados e as dificuldades

apresentadas por eles na escola. E, finalmente, a sociedade, esta a quem a educação

comprovar a sua eficiência no papel de sujeito crítico e participativo no meio que o cerca.

A língua, avaliada oralmente ou por escrito, permite nos observar as limitações e os

avanços dos aprendizes, bem como o reflexo do ambiente sócio-cultural, no qual estão

envolvidos.

As práticas – escrita, leitura e oralidade – realizam a abordagem do discurso em

sua totalidade, enquanto interagem entre si, constituindo uma prática sócio-cultural.

Os critérios, utilizados na avaliação, deverão ser flexíveis, levando em conta a

progressão de desempenho de cada aluno, as características particulares da classe em

que o aluno se encontra e as condições em que o processo de ensino aprendizagem se

concretize.

Alguns instrumentos de avaliação – exercícios individuais e em grupos, testes,

relatórios, pesquisas, leitura, produção de textos curtos, representações.

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REFERÊNCIAS

PARANÁ. Secretaria da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira para o Ensino Fundamental e Médio. Curitiba: SEED, SUED, 2006.

FREIRE, P. Pedagogia da Indignação. São Paulo. Editora Unesp, 2000

LEFFA, V (org) A interação na aprendizagem das línguas. Pelotas – R. S. EDUCAT

Editora da Universidade Católica de Pelotas, 2006

Projeto Político-Pedagógico do Colégio Adiles Bordin.

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PROPOSTA CURRICULAR

MATEMÁTICA

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Educação Matemática nos fornece fundamentação teórica e metodológica para

direcionar nossa prática docente, conforme Fiorentini, buscando melhor fazer o ensino,

para que se efetive a aprendizagem e o conhecimento matemático. Como citam Miguel e

Miorim “fazer com que o estudante compreenda e se aproprie da própria Matemática

concebida como um conjunto de resultados, métodos, procedimentos, algoritmos, etc.”

“fazendo com que o estudante construa, por intermédio do conhecimento matemático,

valores e atitudes de natureza diversa, visando a formação integral do ser humano e,

particularmente, do cidadão, isto é, do ser humano público”.

A postura a ser adotada por nós, educadores dedicados ao ensino de Matemática

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é a que garanta a aprendizagem durante as aulas semanais previstas e nos encontros

sociais com nossos educandos pois, sentimos que ser educador faz parte da nossa

natureza.

(...) o ensino de Matemática, assim como todo ensino, contribui (ou não) para as

transformações sociais não apenas através da socialização (em si mesmo) do conteúdo

matemático, mas também através de uma dimensão política que é intrínseca a essa

socialização. Trata-se da dimensão política contida na própria relação entre o conteúdo

matemático e a forma de sua transmissão-assimilação (Duarte, 1987).

A busca contínua se justifica para que possamos optar pelo ensino da Matemática

no contexto da Educação Matemática envolvendo falar na busca de transformações que

intencionam minimizar problemas de ordem social, visto que esta educação se dá em

uma escola que, por sua vez, está inserida em uma sociedade, cujo modelo de

organização precisa ser questionado, ou seja, a pensar nos aspectos pedagógicos e

cognitivos da produção do conhecimento matemático, mas também nos aspectos sociais

envolvidos. Pensar em uma prática docente a partir da Educação Matemática, portanto,

implica pensar na sociedade em que vivemos, constituindo-se assim, o ato de ensinar

numa ação reflexiva e política, de forma questionadora e participativa na comunidade

escolar. Sabendo que é necessário que o processo de ensino e aprendizagem em

Matemática contribua para que o educando tenha condições de constatar regularidades

matemáticas, generalizações e apropriação de linguagem adequada para descrever e

interpretar fenômenos ligados à Matemática e a outras áreas do conhecimento,

possibilitando ao estudante criticar questões sociais, políticas, econômicas e históricas.

“Assim como acontece com todo conhecimento, a Matemática é também um saber

historicamente em construção que vem sendo produzido nas e pelas relações sociais e,

como tal, tem seu pensamento e sua linguagem. Ocorre, entretanto, que essa linguagem

com o passar dos anos foi se tornando formas, precisa e rigorosa, distanciando-se

daqueles conteúdos dos quais se originou, ocultando, assim, os processos que levaram a

Matemática a tal nível de abstração e formalização”.

SURGIMENTO DOS NÚMEROS

O homem primitivo registrava o que caçou, deixando riscos em uma madeira, osso,

ou paredes da caverna onde vivia. Com o decorrer dos tempos o homem passou a criar

animais e a cultivar a terra. Eles precisavam saber com maior precisão o numero de rezes

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do seu rebanho ou a quantidade de cereais colhidos. O pastor dessa época, ao soltar

suas ovelhas do abrigo pela manhã, precisava recolher pedrinhas, contando assim suas

ovelhas. Eles faziam contagem biunívoca (correspondência um a um).

OS PRIMEIROS SISTEMAS DE NUMERAÇÃO

Os sumérios, na região onde hoje é o Iraque, representavam a escala sexagesimal

-com base 60 e não 10, como a que usamos- com figuras parecidas com as de seu

alfabeto. Herdamos deles a nossa contagem de tempo em 60 minutos, 60 segundos e

também aos 360° da volta inteira da circunferência. Os romanos também faziam a relação

das letras com os números e suas combinações: I, V, X, C, L e D.

Os egípcios também são citados como pertencentes a uma das civilizações mais

antigas que desenvolveram o estudo da geometria e de cálculos devido a necessidade de

se efetuadas e registradas as marcações de terras férteis nos vales do rio Nilo antes e

depois das cheias.

Por volta de 2000 antes de Cristo, os gregos tiveram um grande progresso em sua

cultura, desenvolvendo a Filosofia, Matemática, Música e Ciências Sociais. (Podemos nos

referir a escola Pitagórica).

SISTEMA INDO-ARÁBICO DE NUMERAÇÃO

Grandes comerciantes, os árabes sempre mantiveram contato com os hindus e

tomaram conhecimento das descobertas matemáticas dos mesmos.A partir do século VIII,

passaram a adotar todo o conjunto do sistema numérico hindu: os símbolos, a numeração

decimal de posição e os métodos de calcular. Levados para a Europa pelos árabes, a

partir da Espanha, esses símbolos ficaram conhecidos como indo-arábicos. A partir do

século XIV, os símbolos adquirem aparência definitiva que hoje conhecemos, passando a

serem chamados de algarismos ou dígitos. Atualmente, os símbolos indo-arábicos ou

algarismos são usados na maioria dos países para representação dos números.

Segundo Ribnikov: “do pensamento aristotélico entre os séculos X e XV, baseado

em um conjunto de premissas consideradas verdadeiras e inquestionáveis, a história

passa para o período das matemáticas de grandezas variáveis, no século XVI, chegando

às matemáticas contemporâneas, século XIX. Essas etapas seguiram-se dentro de

academias, nas mãos de teóricos e voltadas para os interesses maiores das nações,

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passando pelas Revoluções Francesa e Industrial. Em nosso país, como resultado

dessas três etapas históricas ocorre o ensino matemático de caráter técnico, preparando

os estudantes para as academias militares, ou formando engenheiros, geógrafos e

topógrafos, atendendo a demanda da época, Era a Matemática que demarcava os

programas de ensino, por ser a ciência que daria a base do conhecimento para solucionar

os problemas de ordem prática”.

O primeiro aparelho a voar e a teoria da relatividade foram dois fatos históricos

que, com todo o avanço tecnológico e científico que provocaram, marcaram os rumos da

Ciência e passaram a influenciar a história da humanidade.

O século XX, marcado por dois grandes conflitos mundiais, exigiu toda a tecnologia

de guerra, construção e reconstrução do pós-guerra, exercia sobre o ensino em geral uma

característica tecnicista, voltada para a corrida armamentista e da conquista do espaço.

A instalação do regime militar brasileiro em 1964, oficializou a tendência

pedagógica tecnicista, com um método enfatizado na memorização, manipulação de

algoritmos, expressões algébricas e resolução de problemas. Centrada nos objetivos e

técnicas, tinha como função manter e estabilizar o sistema de produção capitalista,

preparando o indivíduo para ser útil e servir o sistema – o que se firmou durante a década

de 1970.

Em 1987 e 1988 ocorreram discussões referentes à reestruturação do ensino de

Segundo Grau.

Em 1990 se concretizou com a participação ativa de discussões e relatos o

Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná; momento este em que as

idéias da Educação Matemática começava a se firmar no âmbito educacional tendo como

fundamento principal que “aprender matemática é mais do que manejar fórmulas, saber

fazer contas ou marcar X nas respostas: é interpretar, criar significados, construir seus

próprios instrumentos para resolver problemas, estar preparado para perceber estes

mesmos problemas, desenvolver raciocínio lógico, a capacidade de conceber, projetar e

transcender o imediatamente sensível”.

Em 1996 aconteceu a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, a LBDEN, inserindo novas interpretações para o ensino de Matemática, nas

quais a própria escola exerce certa autonomia em relação ao Projeto Político Pedagógico,

o que dividiu o ensino da Matemática proposta no Currículo Básico, criando disciplinas

onde eram propostos eixos que integravam o ensino da disciplina.

Os educadores atuantes neste Estabelecimento de Ensino sempre estão

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procurando participar ativamente das discussões visando a construção do PPP e

adequando-se a realidade em que se encontra.

OBJETIVOS GERAIS

A matemática deve desenvolver relações entre o ensino, a aprendizagem e o

conhecimento matemático. Visam desenvolver enquanto campo de investigação e de

produção de conhecimento. Este campo de investigação prevê a formação de um

estudante crítico, capaz de agir com autonomia nas suas relações sociais, para isso é

necessário que ele se aproprie de conhecimentos, também o matemático. O estudante

se apropria de conhecimentos que possibilita as relações sociais. Assim sendo possível

o estudante criticar questões sociais, políticas,econômicas e históricas.

Possibilitar o reconhecimento das inter-relações sociais entre os vários campos da

matemática e desta com outras áreas. Valorizar o conhecimento do aluno, proporcionar-

lhe a construção permanente de seu aprendizado.

A aprendizagem não ocorre apenas quando se apresenta um conteúdo de forma

organizada, mas sim quando existe reflexão em face das várias situações que envolvem

uma mesma idéia, e que aprender com compreensão é mais dos que dar respostas

certas, é poder construir o maior numero possível de relações entre os diferentes

significados da idéia investigada, saber criar e transformar o que já conhece, assim

poderemos garantir que houve aprendizagem, que o aluno é proprietário do conhecimento

que ele o controla com a necessária autonomia.

É necessário que o processo ensino aprendizagem em matemática contribua para que

o educando tenha condições de constatar regularidades matemáticas, generalizações

e apropriação de linguagem adequada para descrever e interpretar fenômenos ligados

a matemática e ouras áreas do conhecimento.Possibilitando ao estudante criticar

questões sociais, políticas, econômicas e históricas.

Partindo, não somente do senso comum (VYGOTSKY) para ter acesso à teoria

cientifica da matemática, oferecendo condições para apropriação dos aspectos que vão

alem daquelas observados pela aparência da realidade (RAMOS,2004) a opção pela

educação matemática para o nosso exercício docente, seguindo o que propõe as

Diretrizes Curriculares.

A educação matemática nos fornece fundamentação teórica metodológica para

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direcionar nossa pratica docente, conforme FIORENTINI, buscando melhor fazer o

ensino, para que se efetive a aprendizagem e o conhecimento matemático.

(...) o ensino de matemática, assim como todo ensino, contribui (ou não) para as

transformações sociais não apenas através da socialização (em si mesma) do

conteúdo matemático, mas também através de uma dimensão política que é

intrínseca a essa socialização. Trata-se da dimensão política contida na própria

relação entre o conteúdo matemático e a forma de sua transmissão- assimilação.

(DUARTE, 1987)

CONTEÚDOS

No Ensino Fundamental os conteúdos estruturantes são: Números, Operações e

Álgebra, Medidas, Geometria e Tratamento da Informação.

Apos estudos é possível visualizar os conteúdos estruturantes como referências

para contemplar a tradição da Matemática como disciplina escolar.

Números, Operações e Álgebra

- Sistema de numeração decimal e não decimal

- Números naturais e suas representações.

- Conjuntos numéricos (naturais, racionais, reais, inteiros e irracionais)

- As seis operações e suas inversas (adição, subtração, multiplicação, divisão,

potenciação e radiciação).

- Transformação de números fracionários na forma de razão/quociente em números

decimais.

- Adição, subtração, multiplicação e divisão de frações por meio de equivalência.

- Juros e porcentagens nos seus diferentes processos de calculo (razão, proporção,

frações e decimais).

- As noções de variável e incógnita e a possibilidade de cálculo a partir da substituição

de letras por valores numéricos.

- Noções de proporcionalidade: fração, razão, proporção, semelhança e diferença.

- Grandezas diretamente e inversamente proporcionais.

- Equações de 1° e 2° graus, inequações e sistemas de equações de 1° grau.

- Polinômios e os casos notáveis.

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- Ângulos.

- Fatoração.

- Calculo do número de diagonais de um polígono.

- Expressões numéricas.

- Funções.

- Trigonometria no triângulo retângulo.

Medidas

- Organização do sistema métrico decimal e do sistema monetário.

- Transformações de unidades de medidas de massa, capacidade, comprimento e

tempo.

- Perímetro, área, volume, unidades correspondentes e aplicações na resolução de

problemas algébricos.

- Capacidade e volume e suas relações.

- Ângulos e arcos – unidade, fracionamento e cálculo.

- Congruência e semelhança de figuras planas – teorema de Talles.

- Triangulo retângulos- relações métricas e teorema de Pitágoras.

- Triângulos quaisquer.

- Poliedros regulares e suas relações métricas.

Geometria

- Elementos de geometria euclidiana e noções de geometria não euclidiana.

- Classificação e nomenclatura dos sólidos geométricos e figuras planas.

- Construções e representações no espaço e no plano.

- Planificação de sólidos geométricos.

- Padrões entre bases, faces e arestas de pirâmides e prismas.

- Condições de paralelismo e perpendicularidade.

- Definição e construção do baricentro, ortocentro, incentro e circuncentro.

- Desenho geométrico com régua e compasso.

- Classificação de triângulos.

- Representação cartesiana e confecção de gráficos.

- Estudo dos poliedros de Platão.

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- Construção de polígonos inscritos em circunferências.

- Circulo e cilindro.

- Noções de geometria espacial.

Tratamento de informação

- Coleta, organização e descrição de dados.

- Leitura e interpretação e representação de dados por meio de tabelas, listas,

diagramas, quadros e gráficos.

- Gráficos de barras, colunas, linhas poligonais, setores e de curvas e histogramas.

- Noções de probabilidade.

- Medias, moda e mediana.

CONTEÚDOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

1º ANO DO III CICLO

Números:

-Números naturais e racionais absoluto em contagens e medidas.

-O S.N.D. e os outros sistemas de numeração: romana, maia, babilônicos.

-Números fracionários e números decimais como resultado da divisão.

-Números relativos em problemas de ganho e dívida.

-As noções de incógnita e de variável.

Operações:

-As quatro operações.

-Cálculo do fracionamento de quantidades e de porcentagens.Conceito de potenciação e

radiciação com naturais e sua relação com volumes e áreas.

Medidas:

-Fracionamento das medidas de tempo e de valor.

-Organização do Sistema Métrico Decimal e comparação do outros sistemas de medida.

-Verificação da estatura.

-Conceito de área, perímetro e volume. As unidades agrárias e as unidades padrão de

superfície.

-Conceito de volume e capacidade.

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Geometria:

-Construções e representações no espaço e no plano.

-Corpos redondos e poliedros, polígonos e círculos.

-Classificação dos triângulos quanto à medida dos ângulos e dos lados.

2º ANO DO III CICLO

Números:

-Números naturais e racionais em contagens e medidas (dividas e ganhos)

-Números inteiros e racionais relativos: comparação, ordenação e representação

geométrica (reta numerada).

-Tradução de problemas para a linguagem algébrica.

-Noção de incógnita, o papel a igualdade em sentenças algébricas e noções de equação

de 1° grau (idéia sobre função).

Operações:

-As seis operações com números naturais e com inteiros absolutos.

-Adição, multiplicação e divisão com inteiros e racionais relativos.

-Noção de proporcionalidade: fração e razão, semelhanças e diferenças, razão e

proporção.

-Grandezas diretamente e inversamente proporcionais.

-Resolução de equações de 1° grau.

-Porcentagens e juros (a partir da idéia de proporcionalidade).

Medidas:

-Medidas de ângulos com o uso de transferidor, soma dos ângulos internos de um

triangulo e de um polígono qualquer.

-Fracionamento do grau.

-Área e perímetro dos polígonos que formam as bases e superfícies laterais dos prismas

e pirâmides.

-Volume de cubos e de paralelepípedos.

Geometria:

-Representação cartesiana, confecção de gráficos.

-Montagem usando figuras planas ou sólidos geométricos (idéia de representação)

-Estudo dos polígonos encontrados a partir dos prismas e pirâmides.

-Noção de paralelismo e perpendicularismo, revendo a classificação de poliedros, de

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polígonos, de triângulos e quadriláteros.

Tratamento da informação:

-Estatura dos alunos e organização dos dados em listas, tabelas e gráficos.

-Plano cartesiano, barras, setores...

1º ANO DO IV CICLO

Números:

-Generalização da idéia de número: variáveis e parâmetros, escrita numérica e escrita

literal.

-Tradução de problemas em linguagem algébrica. Noção de equação e inequações.

Sistemas de equações.

-Noções de proporcionalidade, fração, razão, proporção, semelhança e diferença.

-Variação de uma grandeza em relação à outra: diretamente e inversamente proporcional.

Idéia de função.

Operações:

-Operações com ângulos envolvendo minutos e graus.

-Resolução e Equações e Inequações.

-As quatro operações algébricas, com monômios, binômios e polinômios e os casos

notáveis.

-Composição e decomposição de binômio e trinômios e o calculo de área e de volume.

-Cálculo do numero de diagonais de um polígono com a dedução da fórmula.

Medidas:

-Medidas de ângulos: unidade, fracionamento e cálculo.

-Área e perímetros de triângulos, quadrados, trapézios e losangos, com a dedução de

formulas.

-Superfícies laterais de prismas, pirâmides, cones e cilindros.

-Verificação experimental das congruências.

Geometria:

-Interpretação geométrica de equações, inequações e sistemas de equações.

-Noção de ângulo como mudança de direção de um segmento.

-Noção de plano, reta e ponto a partir de poliedros regulares.

-Os poliedros regulares e os poliedros: semelhanças e diferenças, numero de faces,

arestas, vértices.

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106

-Congruência: principais propriedades relativas a triângulos e quadriláteros.

-Lugar geométrico.

-Diagonais de um polígono.

Tratamento de informação:

-Levantamento e tabulação de uma amostra.

-Construção e interpretação de gráficos.

2º ANO DO IV CICLO

Números:

-A linguagem algébrica e as equações: incógnitas e variáveis.

-Resolução de sistemas de equações de 1° e 2° grau.

-Fórmula de Baskara e a equação de 2° grau.

-Equações fracionárias e sistemas de equação de 2° grau.

-Ampliação do campo numérico: os números irracionais, representação na reta numérica,

forma de radical e aproximação decimal.

-Os números reais e o “preenchimento” da reta numérica.

Operações:

-Operações algébricas: produtos notáveis e a fatoração.

-Uso dos produtos notáveis na abreviatura de expressões algébricas.

-Completar os quadrados para formar os produtos notáveis.

-A fatoração como possibilidade para a simplificação de expressões algébricas.

-Operações com racionais e irracionais.

-Propriedades dos racionais e irracionais.

-Propriedade da radiciação e da potenciação.

-Discussão sobre a impossibilidade de transformar os irracionais em fração.

-Racionalização.

Medidas:

-Perímetro e área de polígonos.

-Apótema e lado de polígonos inscritos.

-Congruência e semelhança de figuras planas (triângulo). Teorema de Tales.

-O triângulo retângulo: relações métricas e teorema de Pitágoras. Um triângulo qualquer.

-Poliedros regulares e suas relações métricas.

Geometria:

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107

-Representação geométrica dos produtos notáveis.

-Interpretação geométrica de equações e sistemas de equações.

-Interpretação geométrica de procedimento de completar os quadrados.

-Estudos dos poliedros de Platão (teorema de Euller).

-Construção de polígonos inscritos em uma circunferência de raio dado.

Tratamento de informação:

-Construção e interpretação de gráficos, histogramas, gráficos de barras, de setores, de

linhas poligonais e de curvas.

CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO

No ensino médio os conteúdos estruturantes são: números e álgebra, geometrias,

funções e tratamento de informação.

As discussões baseadas na pratica docente e nos valores que subscrevem essa

prática, na evolução dos conceitos com base nos registros da Ciência Matemática e na

constituição da disciplina Matemática no decurso histórico é que permitiram a

organização dos conteúdos estruturantes a seguir:

Números e álgebra

- Conteúdos dos números reais e noções de números complexos.

- Matrizes.

- Determinantes.

- Sistemas Lineares.

Funções

- Função Afim.

- Função Quadrática.

- Função Exponencial.

- Função Logarítmica.

- Função Trigonométrica.

- Função Modular.

- Progressão Aritmética e Progressão Geométrica.

Geometria

- Geometria plana.

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- Geometria espacial.

- Geometria analítica.

- Noções básicas de Geometria não-euclidiana.

Tratamento de informação

- Analise combinatória.

- Binômio de Newton.

- Probabilidades.

- Estatística.

- Matemática Financeira.

1ª SÉRIE

Números e álgebra:

-Conjuntos numéricos.

-Teoria dos conjuntos.

-Operações com arcos.

Funções:

-Trigonometria no triangulo retângulo.

-Relações trigonométricas em um triangulo qualquer.

-Função exponencial, logarítmica.

-Trigonometria na circunferência.

-Razoes trigonométricas na circunferência de raio unitário.

-Funções trigonométricas.

Geometria:

-Triangulo retângulo.

-Circunferência e seus componentes (raio, arcos, diâmetro)

Tratamento de informação:

-Coordenadas cartesianas.

2ª SÉRIE

Números e álgebra:

-Sucessão ou seqüência.

-Matrizes.

-Determinantes.

-Sistemas Lineares.

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Funções:

-Progressão Aritmética.

-Progressão Geométrica.

-Trigonometria.

Geometria:

-Geometria plana e espacial.

-Perímetro, áreas e volumes.

Tratamento de informação:

-Análise combinatória.

-Binômio de Newton.

-Teoria das probabilidades.

3ª SÉRIE

Números e algebra:

-Números complexos: a unidade imaginária e a forma algébrica, igualdade dos números

complexos.

-O conjugado de um número complexo.

-Operações cmo números complexos.

-Potências e plano de Argand-Gauss.

Geometria:

-Geometria Analítica: a reta no plano cartesiano.

-A circunferência no plano cartesiano.

Tratamento de informação:

-Estatística.

-Matemática Financeira.

METODOLOGIA

“Vincular o Ensino da Matemática ao domínio de um saber fazer Matemática e de

um saber pensar Matemática.”

O ensino da Matemática partirá de situações problemas desafiadoras. Sempre

permeado pelo estudo e discussão sobre historia da matemática, resolução de problemas,

conceitos matemáticos e sociais, linguagem matemática e suas representações, cálculo

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110

e/ou algoritmos, jogos e desafios.

Os conteúdos estruturantes e os conteúdos específicos serão desenvolvidos em

conjunto e de forma articulada, de maneira a proporcionar aos educandos a possibilidade

de desenvolver a capacidade de observar, argumentar, verificar, generalizar, concluir e

abstrair.

- RESOLUÇÃO DE PROBLEMA

Envolve a leitura, a interpretação matemática, a coleta e organização dos dados

apresentados, o levantamento de hipóteses, o cálculo e a comprovação, ou não das

hipóteses levantadas, e a retomada das hipóteses quando não comprovadas, podendo

ser concluída com uma resposta ou com um relato de todas as etapas. Abordando

conhecimentos prévios, com o intuito de fazer o educando pensar produtivamente,

desenvolver o raciocínio, enfrentamento de situações novas, dando a oportunidade de

envolvimento com as aplicações da matemática.

- ETNOMATEMÁTICA

Tendo como papel reconhecer e registrar questões de relevância social que produzem

conhecimento matemático, levando em consideração que não existe um único saber,

mas vários saberes distintos e nenhum menos importante que o outro. Uma forma de

trabalhar e valorizar as diferenças culturais/étnicas, como os indígenas, os afro-

descendentes, e seus saberes.

- MODELAGEM MATEMÁTICA

A modelagem como sendo “um ambiente de aprendizagem no qual os educandos

são convidados a indagar e/ou investigar, por meio da matemática, situações oriundas de

outras áreas da realidade. Essas se constituem como integrantes de outras disciplinas ou

do dia-a-dia.” BARBOSA (2001)

Essa pratica favorece a articulação com outras áreas do conhecimento, resgatando

o verdadeiro papel da Matemática como um das ciências que estabelece relações a partir

de observações e analise de fatos reais, o fazer matemático.

- USO DE TECNOLOGIAS

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111

Por ser um recurso a mais a ser apropriado por educadores e educandos

precisaremos sempre nos reportar às afirmações de outrem referentes ao uso das mídias.

“Destaca-se que abordar atividades matemáticas com os recursos tecnológicos enfatizam

a experimentação.” BORBA e PENTEADO(2001)

As comunidades virtuais que abrangem o campo da matemática promovem trocas

e ganhos de aprendizagem ao envolverem educadores, educandos e interessados na

área.

- HISTÓRIA DA MATEMÁTICA

A elaboração de problemas, partindo da História Matemática, favorece o conhecimento

de que a Matemática é um campo do conhecimento que se encontra em construção,

dividindo com os educandos as dúvidas e questionamentos que levam à construção da

Ciência Matemática. Neste caso, se faz necessário consultas e pesquisas de textos

referentes ao assunto que se deseja abordar, intervindo em questões de épocas

(tempo, espaços e culturas) diferenciadas: suas dificuldades encontradas para

resoluções de situações problemas que deveriam e precisariam ser resolvidas de

alguma forma. A curiosidade e a criatividade dos educandos devem ser incentivadas

neste momento histórico.

AVALIAÇÃO

A avaliação tem um processo de mediação no processo de ensino e

aprendizagem, estes devem ser vistos integrados na prática docente. Ela faz parte do

processo de construção do conhecimento, sendo possível identificar falhas nesse

processo. Dessa forma o educador pode rever sua metodologia aplicada.

É necessário que o educando tenha a oportunidade de expressar suas dificuldades, de

mostrar o que não está aprendendo. É importante a avaliação de atitudes de

cooperação, solidariedade e de autonomia, não somente conteúdos.

Como critérios de avaliação são sugeridos:

- provas

- trabalhos individuais e em grupos

- recuperação de conteúdos (recuperação paralela)

- pesquisas

- confecção de materiais (jogos, maquetes, sólidos geométricos,etc.)

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112

- participação e interesse (dedicação) durante as aulas.

REFERÊNCIAS

PARANÁ. Secretaria da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Matemática para o Ensino Fundamental e Médio. Curitiba: SEED, SUED, 2006.

Currículo Básico para a Escola Publica do Paraná, 1992.

Livros Didáticos, sobre o processo de construção histórica da Matemática.

PROPOSTA CURRICULAR

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113

ARTE/ARTES

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O papel da Arte na educação é grandemente afetado pelo modo como o professor

e o aluno vêem o papel da arte fora da escola.

A Arte não tem importância para o homem somente como instrumento para

desenvolver sua criatividade, sua percepção etc, mas tem importância em si mesma,

como assunto, como objeto de estudos.

O trabalho com a arte na escola tem uma amplitude limitada, mas ainda assim há

possibilidades dessa ação educativa ser quantitativa e qualitativamente bem-feita.

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A primeira forma registrada de arte na educação surgiu no periodo colonial, na

vilas e reduções jesuíticas, incluindo onde hoje é o Estado do Paraná. A congregassão

jesuita veio ao Brasil e desenvolveu uma educação de tradição religiosa, para grupos de

origem portuguesa, indígena e africana, bem como para as Missões Guaranis no estados

do sul de poder espanhol.

As reduções jesuíticas realizaram um trabalho de catequização dos indígenas com os

ensinamentos de artes e ofícios, através da retórica, literatura, música, teatro, dança,

pintura, escultura e outras artes manuais. Promoveram essas formas artísticas não

somente cultivando as formas ibéricas da alta idade média e renascentista como

assimilando também as formas locais.

O trabalho educacional jesuitico perdurou aproximadamente 250 anos, de 1500 a

1795 e foi importante pois influenciou na constituição da matriz cultural brasileira.

Por volta do século XVIII, busca-se a efetiva superação do modelo teoocêntrico

medieval, voltando-se ao projeto conhecido comi iluminista. O governo do Marquês de

Pombal expulsa os Jesuítas do território do Brasil Colônia e estabelece uma reforma na

educação colonial conhecido como Reforma Pombalina, que dava enfase ao ensino das

ciências naturais e dos estudos literários.

Apesar da formalização dessa Reforma, na prática não se registrou efetivas

mudanças. Os espaços que eram ocupados pelos colégios jesuítas foram substituídos por

colégios-seminários de outras congregações religiosas.

Em 1808 com a vinda da família real de Portugal para o Brasil, fugindo da invasão

de Napoleão Bonaparte, inicia-se uma série de obras e a ações para acomodar, em

termos materiais e culturais, a corte portuguesa. Entre essas ações destaca-se a chegada

ao Brasil de um grupo de artistas franceses encarregado da fundação da Acadêmia de

Belas-Artes, na qual os alunos poderia aprender as artes e ofícios artísticos. O grupo ficou

conhecido como Missão Francesa, e obedecia ao estilo neoclássico, fundamentado no

culto à beleza clássica, centrando os exercícios na cópia e reprodução de obras

consagradas que caracterizava a pedagogia da escola tradicional.

Com o fim dos colégios-seminários e sua transformação em estabelecimentos

públicos houve um processo de dicotomização do ensino de Arte: o de Belas Artes e

música pra a formação estética e o de artes manuais.

Nesse contexto surge a primeira reforma educacional do Brasil República em

1890. Entre conflitos de idéias positivistas e liberais, os positivistas inspirados em Augusto

Comte, valorizavam a Arte, o ensino do desenho geométrico, como forma de desenvolver

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a mente para o pensamento científico e os liberais inspirados nas idéias de Spencer e

Walter Smith, que baseavam-se no desenvolvimento economico e industrial, estavam

preocupados com a preparação do trabalhador. Benjamim Constant, responsável pelo

texto da reforma, direcionava o ensino novamente prara a valorização da ciência e da

geometria, propagando o ideário positivista no Brasil.

No periodo do governo de Getulio Vargas, houve a generalização do ensino

profissionalizante nas escolas públicas.

Um marco importante para a arte brasileira e os movimentos nacionalistas foi a

Semana da Arte Moderna de 922, nesse contexto o ensino da Arte teve o enfoque na

expressividade, espontaneidade e criatividade; pensada inicialmente para as crianças,

essa concepção foi gradativamente incorporada para o ensino de outras faixas etárias.

Essa valorização da arte encontrou espaço na pedagogia da Escola Nova, fundamentada

na livre expressão de formas, na genialidade individual, inspiração e sensibilidade,

desfocando o conhecimento em arte e procurando romper com a transposição

mecanicista de padrões estéticos da escola tradicional.

Em todos os períodos históricos a arte foi ensinada em diversos espaços sociais.

De acordo com a classe social, desenvolviam-se formas de ensino como a corporação de

músicos e a corporação de artesãos em Vila Rica no século XVIII, as aulas particulares de

piano das senhoritas burguesas do século XIX, nos circos com atores, músicos e

malabaristas e de diversos outros grupos sociais.

Os PCNs em Arte tiveram como principal fundamentação metodológica a proposta

de Ana Mae Barbosa, denominada Metologia Triangular, inspirada a D.B.A.E note

americana. A proposta relaciona o fazer artístico, a apreciação e os conhecimentos

históricos, estéticos e contextuais em Arte..

O ensino de Arte deixa de ser coadjuvante no sistema educacional e passa também a

se preocupar com o desenvolvimento do sujeito gente a uma sociedade construída

historicamente e em constante transformação.

OBJETIVOS GERAIS

O ensino da Educação Artística tem como objetivo o desenvolvimento global da

personalidade através de formas as mais diversificadas e complementares possíveis de

atividades expressivas, criativas e sensibilizadoras.

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Assim, a criatividade, a imaginação e a emoção precisam ser desenvolvidas através da apropriação dos meios que ampliem e consolidem a capacidade de ler e construir imagens.

A assimilação dos conhecimentos artísticos é fundamental para ampliar o campo

do já criado e desta forma, servir de base para novas criações. Mesmo que se coloque a

criação como meta principal, é indispensável, assimilar, repetir e trabalhar com as

soluções já existentes, sem estreitar ou limitar o trabalho escolar.

Através da arte somos levados a conhecer aquilo que não temos oportunidades de

experiênciar em nossa vida cotidiana. E isto é básico para que se possa compreender as

experiências vividas por outros homens, seja no cinema, no teatro, na música ou ao

apreciar uma tela.

A arte vem a constituir um estímulo permanente para que nossa imaginação flutue

e crie mundos possíveis, novas possibilidades de ser e sentir-se. Pela arte a imaginação é

convidada a atuar, rompendo o estrito espaço que o cotidiano lhe reserva.

Sendo a criatividade um potencial presente em todos os seres humanos, a arte

favorece o desenvolvimento desta dimensão da existência humana. Acredito que a

experiência nas artes é um instrumento básico de educação que promove o pensamento

criador. A Educação Artística na escola deve ser como uma disciplina propiciadora do

desenvolvimento criativo.

CONTEÚDOS

1º ANO DO III CICLO

Desenho:

- Elementos visuais;

- Elementos Conceituais;

- Desenho de memorização;

- Desenho de observação;

- Desenho criativo dirigido e desenho criativo livre;

- Desenho da figura humana;

- Cópia por decalque;

- Estilização;

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Uso de instrumentos auxiliares do desenho:

- Régua, lápis, compasso, transferidor

Relação fundo-Imagem:

- Contraste;

Noções de Geometria:

- Formas Geométricas;

- Formas geométricas na natureza.

A Cor e suas possibilidades:

- O que é cor?

- Cores primárias;

- Cores secundárias;

- Cores neutras;

- Cores monocromáticas;

- Cores Policromáticas.

Trabalhos Criativos:

- Atividades práticas com pintura (Obras e Pintores famosos);

- Colagens;

- Mosaico.

- Vitral

Artes Cênicas:

- O que é Teatro e seus elementos;

- Origem do Teatro;

- Jogos teatrais.

Música:

- O que é som;

- As propriedades do som.

Trabalhos manuais:

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118

- Desenvolver a criatividade e coordenação utilizando-se de material reciclável ou sucata,

criando formas e figuras;

2º ANO DO III CICLO

Desenho:

- Elementos Conceituais;

- Elementos Visuais;

- Desenho de memorização;

- Desenho de Observação;

- Desenho criativo dirigido e criativo livre;

- Ampliação e Redução;

- Desenho com repetição de formas;

- Estilização;

- Letras e algarismos em faixa;

- Desenho em profundidade

- Técnicas de sombreamento;

Desenho Geométrico:

- Classificação dos ângulos;

- Sólidos geométricos

- Polígonos

- Tangram

Cores:

- Cores primárias, secundárias, terciárias;

- Cores análogas;

- Cores Neutras;

- Cores quentes e frias;

Artes Gráficas:

- Recursos Gráficos;

- Onomatopéias

- Expressões Fisionômicas;

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119

- Criação de personagens;

- História em quadrinhos;

História da Arte:

- Semana da Arte Moderna;

- Pintura e artistas brasileiros e da história;

Artes Cênicas:

- Elementos de uma peça teatral ( palco, figurino, elenco, adereços...)

- Tragédia e Comédia;

- Dramatização;

Música:

- Instrumentos musicais;

- MPB

Trabalhos manuais:

- Desenvolver a criatividade e coordenação utilizando-se de material reciclável ou sucata,

criando formas e figuras.

1º ANO DO IV CICLO

Desenho:

- Ponto;

- Linha;

- Textura;

- Desenho de Observação;

- Desenho de memorização;

- Desenho criativo dirigido/ criativo livre

- Ampliação e Redução;

- Arte mural ( grafite);

- Ilustração de textos;

- Estilização;

- Decalque

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- Desenho em profundidade;

- Perspectiva cônica;

- Anatomia artística;

- Letras e números em perspectiva;

- Sombra própria e projetada;

Estudo das cores

- Cores primárias, secundárias, terciárias;

- Cores análogas,

- Cores complementares;

- Cores quentes, frias e neutras;

- Harmonia das cores entre si;

- Escalas cromáticas

Desenho Geométrico:

- Sólidos Geométricos,

- Tangran

- Quebra-cabeça.

Publicidade e Propaganda:

- Logotipos;

- Baners

Monograma

História da Arte:

- Artistas e obras;

Música:

- Produção de paródias

- Música clássica;

- Música no cenário atual

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Artes Cênicas:

- Teatro de fantoches;

- Construção de Mascaras

Trabalhos manuais:

- Desenvolver a criatividade e coordenação utilizando-se de material reciclável ou sucata,

criando formas e figuras.

2º ANO DO IV CICLO

História da Arte

- Evolução da arte através dos tempos;

- Divisão da arte;

- Artistas e obras;

Desenho:

- Ponto;

- Linha;

- Textura;

- Desenho de Observação;

- Desenho de memorização;

- Desenho criativo dirigido/ criativo livre

- Ampliação e Redução;

- Arte mural ( grafite);

- Ilustração de textos;

- Estilização;

- Decalque

- Desenho em profundidade;

- Perspectiva cônica;

- Anatomia artística;

- Caricatura;

- Letras e números em perspectiva;

- Sombra própria e projetada;

- Projeção ortogonal;

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122

- Vistas ortogonais em perspectiva;

- Cortes de formas tridimensionais;

Estudo das cores

- Cores primárias, secundárias, terciárias;

- Cores análogas,

- Cores complementares;

- Cores quentes, frias e neutras;

- Harmonia das cores entre si;

- Escalas cromáticas

Dramatização a partir de um texto dado:

- Improvisação, atuação, e interpretação de personagens, tipos, coisas, situações

Monogramas

- Entrelaçamento das letras iniciais do nome de uma pessoa.

Propaganda:

- Rafe, leiaute e arte final;

- Logotipos;

- Banners;

- Painel decorativo (Desenvolver o senso de estética/ Desenvolver a criatividade)

Música:

- Produção de paródias

- Música clássica;

- Música no cenário atual

Leitura de imagens;

Cartoon

ENSINO MÉDIO

1ª SÉRIE

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História da Arte:

- Pré História;

- Arte Medieval;

- Arte Acadêmica;

- Arte Moderna;

- Arte Nacional;

Artes Visuais:

- Pintura;

- Arquitetura;

- Escultura;

- Gravura;

- Desenho

Desenho:

- Ponto;

- Linha;

- Textura;

- Desenho de Observação;

- Arte mural (grafite);

- Ilustração de textos;

- Estilização;

- Decalque

- Desenho em profundidade;

- Perspectiva cônica;

- Anatomia artística;

- Letras e números em perspectiva;

- Sombra própria e projetada;

- Projeção ortogonal;

- Vistas ortogonais em perspectiva;

- Cortes de formas tridimensionais;

- Traços Mistos;

- Tipo de retas;

- Traços do desenho;

- Desenho geométrico (noções básicas)

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124

- Tangram

Música:

- O que é som;

- As propriedades do som;

- Instrumentos musicais;

- Música clássica

- Cenário atual;

Trabalhos criativos:

- Colagens;

- Fotografia;

- Mosaico.

Dança Artística:

- Clássica;

Publicidade:

- Monograma;

- Logotipos;

- Murais Criativos (Desenvolver o senso de estética/ Desenvolver a criatividade)

2ª SÉRIE

História da Arte:

- Pré História

- Arte no Egito

- Arte na Grécia

- Arte Romana

- O Renascimento

- Arte Barroca

- Arte da Primeira Metade do Século XX

Artes Visuais:

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125

- Pintura;

- Gravura;

- Desenho

Desenho:

- Desenho de Observação;

- Ilustração de textos;

- Desenho em profundidade;

- Letras e números em perspectiva;

- Sombra própria e projetada;

- Traços Mistos;

- Tipo de retas;

- Traços do desenho;

Pintura

- Tipos de tinta;

- Materiais para pintura;

- Estilo de pintores famosos

Música:

- O que é som;

- As propriedades do som;

- Instrumentos musicais;

Trabalhos criativos:

- Colagens;

- Mosaico.

- Releitura de obras

Publicidade:

- Logotipos;

- Anúncios;

- Outdoors

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3ª SÉRIE

História da Arte:

- Impressionismo

- Modernização da Arte no Brasil

- Arte Contemporanêa

Artes Visuais:

- Pintura

- Desenho

Desenho:

- Desenho de Observação;

- Desenho em profundidade;

- Anatomia artística;

- Sombra própria e projetada;

- Projeção ortogonal;

Pintura:

Tendências:

- Guache

- Aquarela

- Acrilica

- Óleo

Música:

- Classificação, gênero;

- Melodia, timbra , harmonia

- Pesquisa de som

Trabalhos criativos:

- Colagens;

- Mosaico.

- Fotografia

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127

- Origami

METODOLOGIA

Oferecer aos educandos oportunidades para o seu desenvolvimento de suporte o

qual compreende vários fatores como o auto-conhecimento, autonomia, iniciativa,

ousadia, criatividade, protagonismo, autoria, compreensão do erro como parte de um

processo, consciência da interdependência, sociabilização, e outros.

Promover oportunidades nas aulas para que o educando possa preparar-se para

enfrentar o público através de apresentações de interpretação, dramatizações e

expressão de sentimentos dentro e fora da escola.

Desenvolver o respeito mutuo, valorização, eliminação de pré-conceitos adquiridos

pela cultura de cada individuo, compreensão dos defeitos e erros, consciência da

importância de cada individuo e do trabalho em grupo.

Buscar progressivamente um desenvolvimento totalizado do educando para que

possa futuramente ser um agente ativo na sociedade, um cidadão crítico e capaz de

resoluções de problemas e principalmente um ser consciente de seus valores, direitos e

deveres.

A partir das concepções da arte e de seu ensino as diretrizes consideram alguns

campos conceituais que contribuem para as reflexões a respeito do objeto de estudo

desta disciplina:

• O conhecimento estético está relacionado à apreensão do objeto artístico em seus

aspectos sensíveis e cognitivos. O pensamento , a sensibilidade e a percepção

articulam numa organização que espressa esses pensamentos e sentimentos, sob a

forma de representações artisticas como, por exemplo palavras na poesia, sons

melódicos na música, expressões corporais na dança ou no teatro, cores, linhas e

formas nas artes visuais. (LOWENDFELD, V.; BRITTAIN, L.W. Desenvolvimento da

capacidade criadora. São Paulo: Mestre Jou, 1977)

• O conhecimento artístico está relacionado com o fazer e com o processo criativo.

Considera desde o imaginário, a elaboração e a formalização do objeto artístico até o

contato com o público. Durante esse processo, as formas resultantes das sínteses

emocionais e cognitivas expressam saberes especificos a partir da experienciação

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com materiais, com técnicas e com os elementos formais básicos constitutivos das

artes visuais, da dança , da música e do teatro. (FUSARI. M.F.R; FERRAZ, H.C.T. Arte

na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1992)

• O conhecimento contextualizado envolve o contexto histórico (político, econômico e

sociocultural) dos objetos artísticos e contribui para a compreensão de seus conteúdos

explícitos e implícitos, possibilitando um aprofundamento na investigação desse

objeto.

Sendo a educação básica um processo que se inicia no Ensino Fundamental e se

conclui no Ensino Médio, é necessário considerar neste documento de diretrizes, as

características e necessidades dos alunos dos diversos níveis e modalidades de

ensino. A partir dos diagnóticos realizados durante a discussão coletiva destas

diretrizes, optou-se por elaborar fundamentos teóricos que comtemplassem a educação

básica como um todo, apresentando as especificidades no encaminhamento

metodológico.

AVALIAÇÃO

A avaliação dentro de Educação Artística considerará a história do processo

pessoal de cada aluno, e a sua relação com as atividades desenvolvidas na sala de aula.

É um contínuo trabalho de verificação e acompanhamento em seus processos de

elaborar, assimilar e expressar os novo conhecimentos de arte.

Serão avaliados a coordenação motora, capricho com os materiais, comportamento em

sala de aula , participação efetiva das aulas e desenvolvimento de exercícios .

Para a viabilização da avaliação serão empregadas as seguintes técnicas:

TÉCNICA FUNÇÃOCaderno Artístico - o caderno será avaliado pela sua aparência

(estética), desenvolvimento dos trabalhos,

dificuldade dos trabalhos e a evolução do aluno a

cada trabalho desenvolvido.Avaliação Testes avaliativos da matéria teórica .

O colégio trabalha no Ensino Fundamental com o sistema de Ciclo, o rendimento

escolar do aluno é feito através de um parecer trimestral, onde não há notas, e sim

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conceitos avaliativos.

No Ensino médio a avaliação é bimestral, com os rendimentos escolares

apresentados em forma de boletim e notas de 0 a 10.

REFERÊNCIAS

PARANÁ. Secretaria da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte para o Ensino Fundamental e Médio. Curitiba: SEED, SUED, 2006.

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PROPOSTA CURRICULAR

BIOLOGIA

ENSINO MÉDIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

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A biologia tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA compreendido como

estudo dos seres vivos e relações entre eles e o meio.

A preocupação em registrar as observações de fenômenos naturais, animais e

plantas já estavam presentes nos primórdios da evolução humana e está registrada em

pinturas ruprestes. Inúmeras tentativas de definir VIDA foram registradas na antiguidade,

Platão (428/27-347 a.C) Aristóteles (384 a.C. 322.aC.)

Na idade (séc. V séc. XV) influencia do cristianismo, dogmas da igreja católica –

visão teocêntrica e concepção filosófica teológica medieval.

Entre a idade média e a idade moderna, a igreja perde o poder, surgindo a

revolução industrial (séc. XVIII) deixando de influenciar as ciências de modo geral. Na

renascença (séc. XV – XVI), período marcado pela contradição, surge o pensamento

matemático, com Leonardo da Vinci (1452 – 1519) enquanto na zoologia e na botânica,

Carl Von Linne (1707 – 1778) com o seu livro Systema Naturae (1735) seguindo os

princípios da criação divina introduz o pensamento biológico descritivo.

No inicio do séc. XIX a imutabilidade da VIDA é questionada, neste contexto

Erasmus Darwin (1731 – 1802) e Jean Baptiste Lamarck (1744 – 1829) e mais tarde

Charles Darwin (1809 – 1882) utilizam o método – hipotético – dedutivo.

Mendel em 1863 descreve as leis da hereditariedade, Schleidem e Schuwuan

1838/39 propõe a Teoria Celular no séc. XIX dando inicio a Revolução Conceitual na

Biologia ocorrida a partir do séc. XX levando à unificação da Ciências biológicas.

A biologia passa a ser vista como utilitária na medicina, agricultura e outras áreas.

Com o desenvolvimento da genética surge o pensamento biológico da manipulação

genética.

No Brasil o ensino da biologia inicia-se na década de 30 com o curso de ciências

naturais em que o ensino era de natureza descritiva, livresca e teórico-memorística. Nos

anos 50 surgem as aulas práticas ilustrativas, em 1960 os conhecimentos são reduzidos a

transmissão de um único método cientifico e a escola é voltada para a elite cultural - anos

80 – concepção empírica indutiva – anos 90 – pensamento construtivista.

Em 1998 surgem os PCNS que propiciaram um retrocesso marcado pela

concepção neoliberal.

Em 2003 percebe-se a descaracterização do objeto de estudo da biologia,

estabelecendo-se a construção das Diretrizes Curriculares para o Ensino da Biologia.

Considerando a concepção histórica da Ciência, foram identificados os marcos

conceituais da construção do pensamento metodológico.

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Estando esta proposta em conformidade com o atual contexto, sob a concepção da

ciência enquanto a construção humana. Destacam-se os principais encaminhamentos

metodológicos que são a utilização de atividades que configurem a construção do

conhecimento por meio do dialogo e da pesquisa, rompendo com a tradição de separar o

espaço de aprendizado do espaço de discussão que, aliás, raramente é espaço de

discurso e sozinho desarticula o pensamento.

Com base nos conteúdos estruturantes da disciplina, conteúdos estes que

constituíram historicamente e estruturam o Ensino da Biologia, os quais são:

Organização dos seres vivos

Mecanismos biológicos

Biodiversidade

Implicações dos avanços biológicos no fenômeno Vida.

Propõe-se o estudo dos conceitos da biologia e de suas relações interdisciplinares,

a partir da leitura textual e da resolução de atividades bem como, do aprofundamento dos

conteúdos estudados por meio de pesquisas e de debates.

OBJETIVOS GERAIS

A biologia, como ciência, ao longo da historia da humanidade vem construindo modelos

para tentar explicar e compreender o fenômeno – VIDA – com isto, estuda os seres

vivos quanto a sua origem, classificação e distribuição ; mecanismos de

funcionamento; evolução das espécies e manipulação do material genético pelo

homem.

Fornecer noções dos conceitos científicos e suas respectivas implicações, com a

utilização de textos que valorizem os conhecimentos científicos, filosóficos e artísticos

bem como a dimensão histórica da disciplina de biologia de maneira contextualizada,

numa linguagem que aproxime esses saberes de sua realidade.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Os conteúdos estruturantes de biologia agrupam as diferentes áreas de biologia, e

ao mesmo tempo proporcionam um novo pensar sobre a forma de relacioná-los sem que

se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no Ensino médio.

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Esta proposta curricular estabelece os conteúdos estruturantes e uma nova forma a

relacioná-los com seus conteúdos pontuais sob vários pontos de vista procurando uma

lógica que leve o professor a integrá-los e relacioná-los maneira que o aluno tenha uma

visão mais abrangente da biologia e não apenas de forma fragmentada e com pouco

relacionamento dos conteúdos entre si.

A) Organização dos seres vivos

O estudo acerca da organização dos seres vivos iniciou-se com as observações

macroscópicas dos animais e plantas ocorridas já nos primórdios de nossa civilização.

Somente com a invenção dos microscópio no século XVII, o misterioso mundo

microscópico, ate então totalmente desconhecido, foi evidenciado a luz da ciência e da

tecnologia.

A descoberta deste mundo microscópico colocou em xeque varias teorias sobre o

surgimento da vida e proporcionou estudos específicos sobre as estruturas celulares,

anatomia das células e também o aperfeiçoamento de teorias evolucionistas a partir do

século XVIII. E no século XIX, graças a estes conhecimentos e teorias desenvolveram-se

estudos sobre embriologia que estabeleceram as bases para o estudo da teoria celular.

Assim, como relatam GAGLIARD & GIORDAN (apud BASTOS, 1998,9255)”... a

relação entre o nível microscópico e o macroscópico é um conceito estruturante, uma vez

que o aluno tenha adquirido poderá entender que a compreensão de todos fenômenos de

um ser vivo requer um conhecimento dos níveis moleculares subjacentes “.

Justifica-se então, este conteúdo estruturante por ser a base do pensamento

biológico sobre a organização celular do ser vivo, relacionando-a com a distribuição dos

seres vivos na natureza, o que proporcionará ao aluno compreender a organização e o

funcionamento dos fenômenos vitais e estabelecer conexões com os demais conteúdos

estruturantes da disciplina.

B) Biodiversidade

A curiosidade humana sobre os fenômenos naturais e a necessidade de caçar para

se alimentar e vestir, tentar curar doenças, entre outras atividades vitais, fizeram com que

o ser humano passasse a estudar e observar a natureza.

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Têm-se registros deste conhecimento biológico empírico das atividades humanas

através de representações de animais e plantas nas pinturas ruprestes realizadas nas

cavernas e também de alguns manuscritos deixados pelos Babilônios por volta do ano

1800 a.C.

Através destes registros antigos, percebe-se que as primeiras áreas de biologia

foram a zoologia e a botânica, não só pela curiosidade e necessidade, mas também pela

facilidade de observação. Justificam-se estudos pelos mesmos motivos dos povos

antigos, que seria conhecer a diversidade de plantas e animais que habitam a Terra, qual

sua utilidade para nossa sobrevivência e a sobrevivência de todos seres viços.

Alem destes aspectos há a necessidade de se estudar outras implicações

decorrentes da história da humanidade que permeiam hoje as atividades agrícolas, de

manejo de florestas, o mau uso dos recursos naturais, a destruição das espécies de

animais e vegetais, a construção de cidades em lugares impróprios para habitação, como

também a influencia da tecnologia em nosso cotidiano. É importante salientar que ao

estudar biodiversidade estaremos diante de grandes desafios frente ao progresso

cientifico.

C) Mecanismos biológicos

A partir do século XVII com o desenvolvimento do microscópio, a biologia celular e

molecular teve um significativo avanço em suas descobertas observando uma grande

quantidade de tecidos animais e vegetais a estrutura celular e os microorganismos.

Houve vários avanços tecnológicos decorrentes deste desenvolvimento inclusive a

formação de novas teorias sobre a origem da vida diferentes idéias transformistas foram

se consolidando entre os cientistas, sendo o grande marco para o mundo cientifico e

biológico a publicação do livro “Origens das Espécies” de Charles Darwin no século XIX,

foi também nesta época que entendeu-se o papel desempenhado pelos microorganismo

no desenvolvimento de doenças infecciosas.

No século XX com a descoberta do DNA foram desenvolvidas técnicas de

manipulação do material genético que permitem modificar espécies, produzir substâncias

e a aplicação de terapias gênicas para o tratamento e eliminação de doenças.

A biologia ajuda a compreender melhor essas e outras técnicas que com certeza

vão transformar nossa vida e aprofundar o conhecimento que temos de nós mesmos e de

outras espécies, daí a importância de seus estudos, dar o mínimo de conhecimento a

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todas as pessoas para que possam opinar e criticar a utilização dessas técnicas, uma vez

que o controle delas e a aplicação destas descobertas cientificas são função importante

da própria sociedade.

D) Implicações dos avanços biológicos no contexto da vida

Esse acelerado desenvolvimento cientifico e tecnológico nos deixa perplexos, sem

saber exatamente ate onde podemos chegar e do que realmente podemos nos apropriar,

mas por outro lado, proporcionam um enorme conhecimento sobre a natureza. É

importante o estudo da biotecnologia dos avanços científicos e das suas implicações

éticas e morais na sociedade, para que os estudantes possam discutir questões como

nutrição, saúde emprego e preservação do ambiente que indiretamente influenciam suas

vidas.

Quantos as questões éticas, a atual discussão sobre manipulação genética do ser

humano provoca inúmeras controvérsias sobre o uso da tecnologia e as perspectivas de

mudanças de valores morais, e devemos ser capazes de questionar, de nos manifestar

contra ou a favor de determinadas atitudes para procurar esclarecer ou resolver

problemas.

Porém questões sobre aborto, eutanásia, clonagem, transgênia, gera duvidas

quanto a decisão a ser tomada e põem ba prova, alem de nosso senso moral, nossa

consciência moral, pois exigem que justifiquemos nossas decisões e escolhas e requer

que assumamos todas as conseqüências delas, pois somos responsáveis por nossas

decisões.

Caberá ao professor de Biologia indicar temas de discussão ética e auxiliar o aluno

na analise das questões. É necessário que este conteúdo estruturante não faz parte de

uma determinada etapa ou serie de estudos, mas sim, devera estar integrado com os

demais conteúdos, analisando a cada novo tópico estudado, discutidas suas relações e

conseqüências e a todo instante devem ser acrescidos novos conhecimentos e

discussões.

QUADRO CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E CONTEÚDOS PONTUAIS

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ORGANIZAÇÃO

DOS SERES VIVOS

(OSVIV)

BIODIVERSIDADE

(BIODIV)

MECANISMOS

BIOLOGICOS

(MECBIOL)

IMPLICAÇÕES DOS

AVANÇOS

BIOLÓGICOS NO

FENÔMENO VIDA

(AVBIOL)• Característic

as dos seres vivos

• Biologia celular

• Classificação dos seres vivos

• Taxonomia• Reinos dos

seres vivos

• Teorias evolutivas

• Ecossistemas• Relações

ecológicas• Regiões

Biogeográficas

• Ciclos Biogeoquímicos

• Desequilíbrios ambientais

• Origem da vida

• Reprodução• Fisiologia

dos grupos animais

• Genética e evolução

• Hereditarie-dade

• Reprodução assistida

• Fertilização

• Biotecnologia

• Bioética

• Manipulação genética

• Desequilíbrios e

interferências

ambientais

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

1ª SÉRIE

1- Conceito e definição da biologia (OSVIV)

1.1-Principais características dos seres vivos

1.1.1-composição química

1.1.2-reprodução

1.1.3-evolução

1.1.4-metabolismo

1.1.5-irritabilidade

1.1.6-ciclo vital

1.1.7-nível de organização

1.2-Principais divisões da Biologia

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2- Relações dos seres vivos com o meio ambiente (MECBIOL)

2.1-Origem do Universo

2.2.1-Teoria do Big-Bang

2.2-Origem da Terra

2.3-Origem da Vida

2.3.1-Evolução Pré Biológica

2.3.2-Abiogênese

2.3.3-Biogênese

3-Organização dos seres vivos (osviv)

3.1-Citologia

3.1.1-Estudo da Célula

3.1.2-Estrutura e composição Celular

3.1.2.1-Componentes

3.1.2.2-composição Química

3.2-Organelas citoplasmáticas

3.2.1-Hialoplasma

3.2.2-Reticulo Endoplasmático

3.2.3-Ribossomos

3.2.4-Complexo de golgi

3.2.5-Lisossomos

3.2.6-Vacúolos

3.2.7-Plastos

3.2.7.1-Fotossíntese

3.2.8-mitocôndrias

3.2.8.1-Respiração celular

3.2.8.1.1-Anaeróbia

3.2.8.1.2-Aeróbia

3.2.9-Núcleo celular

3.2.9.1-Cromatina

3.2.9.2-Cromossomos

3.3-Divisão celular

3.3.1-Mitose

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3.3.2-Meiose

3.4- Histologia

3.4.1-Conceito de Tecido

3.4.2-Tecidos Animais

3.4.2.1-Tecido Epitelial

3.4.2.2-Tec. Conjuntivo

3.4.2.3-Tec. Muscular

3.4.2.4-Tec. Nervoso

3.3.3-Tec. Vegetais

4-Funções de conservação da espécie (MECBIOL)

4.1-Gametogênese

4.1.1-Espermatogênese

4.1.2-Ovulogênese

4.2-Reprodução

4.2.1- Reprodução assexuada

4.2.2- Reprodução sexuada

4.3- Reprodução humana

4.3.1-Aparelho Reprodutor Feminino

4.3.2- Aparelho Reprodutor Masculino

4.4-Embriologia

5-Implicações dos avanços biológicos no fenômeno vida (AVBIOL)

2ª SÉRIE

1-Classificação dos seres vivos(BIODIV)

1.1-Critérios Básicos

1.2-Grupos taxonômicos

1.3-Regras de Nomenclatura

2- Classificação dos seres vivos em Reinos (BIODIV)

2.1-Vírus

2.2-Reino Monera

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2.3-Reino Protista

2.4-Reino fungi

2.5-Reino plantae

2.6-Reino Animália

3-Caracterização e fisiologia dos grande grupos vegetais (MECBIOL)

3.1-Talófitos

3.2-Briófitas

3.3-Pteridófitos

3.4-Espermatófitos

4-caracterização e fisiologia dos grandes grupos animais ( mecbiol )

4.1-Poríferos

4.2-Cnidários

4.3-platelmintos

4.4-Nematelmintos

4.5-Anelídeos

4.6-Moluscos

4.7-Artrópodes

4.7.1-Insetos

4.7.2-Crustáceos

4.7.3-Aracnídeos

4.7.4-Diplópodes

4.7.5-Quilópodes

4.8-Equinodermos

4.9-Cordados

4.9.1-Protocordados

4.9.2-Vertebrados

4.9.2.1-Peixes

4.9.2.2-Anfíbios

4.9.2.3-Répteis

4.9.2.4-Aves

4.9.2.5-Mamíferos

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5-Implicações dos avanços biológicos no

Fenômeno vida (AVBIOL)

3ªSÉRIE

1-Citogenética (OSVIV)

1.1-Revisão Geral Conteudos Citologia

1.2-Mitose e Meiose

1.3-Acido Desoxirribonucléico

1.3.1-Estrutura do DNA

1.3.2-Duplicação do DNA

1.4-Ácido Ribonucléico

1.4.1-Tipos de RNA

1.5-Síntese de Proteínas

1.6-Códons e Anticódons

2-Genética Clássica(MECBIOL)

2.1Introdução a Genética

2.1.1-Conceitos da genética

2.1.2-Histórico da Genética

2.2-terminologia Genética

2.3-Alelos dominantes e Recessivos

2.3.1-A primeira lei de Mendel

2.4-Codominância

2.5-Cruzamentos testes em Genética

2.6-Dihibridismo

2.6.1-A segunda Lei de Mendel

2.7-Interação Gênica

2.8-Teoria cromossômica da Herança

3-Hereditariedade Humana (MECBIOL)

3.1-Genética do sistema ABO

3.2-Genética do sistema RH

3.3-herança ligada ao sexo

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-Daltonismo

-Hemofilia

3.4-Herança Restrita e influenciada pelo sexo

3.5-Aberrações cromossômicas

4-Evolução (MECBIOL)

4.1-Histórico das idéias evolucionistas

4.2-Teoria Evolucionista de Lamarck

4.3-Teoria Evolucionista de Darwin Wallace

4.4-Moderna Teoria da evolução

4.5-Origens das Espécies

4.6-Grandes linhas da Evolução

4.6.1-Origem dos grandes grupos de seres vivos

4.6.2-Evolução do Homem

5-Ecologia (BIODIV)

5.1-Ecossistemas / Equilíbrio ecológico

5.2-Cadeias e teias Alimentares

5.2.1-Produtor

5.2.2-Consumidor

5.2.3-Decompositor

5.3-Relações ecológicas

5.3.1-Harmônicas

5.3.1.1-Interespecíficas

5.3.1.2-Intraespecíficas

5.3.2-Desarmônicas

5.3.2.1-Interespecíficas

5.3.2.2-Intraespecíficas

5.4-Regiões Biogeográficas

5.5-Ciclos Biogeoquímicos

5.5.1-Ciclo da Água

5.5.2-Ciclo do carbono

5.5.3-Ciclo do Nitrogênio

5.5.4-Ciclo do Oxigênio

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5.6-Desequilíbrios ambientais

5.6.1-Poluição

5.6.2-Desmatamento

5.6.3-Recursos naturais

6-Implicações dos avanços biológicos no fenômeno vida (AVBIOL)

METODOLOGIA

Apontamos as seguintes estratégias metodológicas; aula dialogada, a leitura, escrita, a

experimentação, as analogias que possibilitem a participação dos alunos. Diferentes

imagens de vídeo transparência, data show, fotos e atividades experimentais, visitas,

passeios, aulas demonstrativas jogos didáticos. Utilizaremos ainda a pratica social,

problematização e instrumentalização possibilitando a expressão de pensamentos e o

confronto de diferentes idéias.

AVALIAÇÃO

A avaliação é uma atividade constante na vida de todas as pessoas, somos avaliados a

todo instante por nossos semelhantes, seja através de nossas ações, comportamentos

atitudes, etc. Na escola o processo de avaliação é também imprescindível para que o

aluno e o professor possam quantificar e analisar se esta ou não ocorrendo o

aprendizado. A avaliação muitas vezes está sendo usada meramente como um

instrumento para classificar os alunos, aferir resultados e tentar quantificar os

conhecimentos assimilados pelos alunos, o que muitas vezes mostra-se ineficiente,

uma vez que as avaliações usadas tendem a não contemplarem todos os aspectos

necessários de serem avaliados.

No que tange ao processo de avaliação é primordial que se busque analisar as

questões que são de extrema importância, ou seja, avaliar o que? Que resultados

esperam obter com a avaliação? É, portanto muito importante, definir se avaliamos para

diagnosticar como esta ocorrendo o processo ensino-aprendizagem ou se avaliamos para

quantificar e promover ou não os educamos.

Assim é necessário estabelecer parâmetro para uma avaliação mais competente e

que realmente demonstre o grau de sucesso que tanto professor como aluno estão

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alcançando. Assim a avaliação deve ser um processo contínuo, sistemático que forneça

um diagnóstico da aprendizagem do aluno, em que este se identifique, compreenda e

formule conceitos através de textos e objetivos; a avaliação deve ser orientadora, pois

deve permitir ao aluno conhecer os erros e corrigi-los, priorizando assim a retomada de

conceitos e pendentes de forma diferenciada de modo a suprir dificuldades, tornando o

aluno parte efetiva do processo ensino e aprendizagem.

Também obedecendo as normas vigentes, é preciso que haja uma quantificação

através de atribuições de notas aos resultados demonstrados com as avaliações,

portanto esta quantificação da avaliação será executada através da realização de

provas escritas, trabalhos de pesquisa, tarefas realizadas em classe, trabalhos grupais

e também através da analise da participação nas atividades propostas.

REFERÊNCIAS

PARANÁ. Secretaria da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Biologia para o Ensino Médio. Curitiba: SEED, SUED, 2006.

LOPES, SONIA ROSSO, SÉRGIO. Biologia – vol. Único Saraiva, 2005.

PAULINO, WILSON ROBERTO Biologia – vol. 1,2 e 3 Ática, 2005.

Vários autores, Biologia-Curitiba SEED/PR, 2006 p 272.

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PROPOSTA CURRICULAR

HISTÓRIA

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

1.1 Dimensão Histórica

Foi no ano de 1837, que a História passou a ser disciplina escolar obrigatória no

Brasil. Isso se deu com a criação do Colégio D.Pedro II, no Rio de Janeiro.

Com o nascimento do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), História

passa também a ser disciplina acadêmica.

Eram os intelectuais do IHGB os responsáveis pela elaboração dos programas

escolares, manuais didáticos e conteúdos a serem ensinados. Estes sofriam grande

influência da escola metódica e positivista com características da história política,

orientada pela linearidade dos fatos pelo uso restrito de documentos oficiais escritos e

pela valorização dos heróis.

Sob essa ótica, o modelo de nação brasileira seria mera extensão da Europa

Ocidental. A nacionalidade era a síntese das raças branca, índia e negra com

predominância da ideologia do branqueamento.

O currículo oficial tinha então por objetivo legitimar os valores aristocráticos onde

eram o s líderes que conduziam a História sem espaço para pessoas comuns. Esse

modelo de ensino de História manteve-se com o advento da República.

Houve pequena mudança em 1901, quando a História do Brasil passou a ser

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contida dentro da História Universal e na maioria das vezes nem era tratada por

professores e professoras.

Na ditadura do Estado Novo, o projeto político nacionalista fez com que a História

do Brasil retornasse aos currículos escolares por força da lei orgânica do Ensino

Secundário de 1942.

O acesso à disciplina era restrito às elites que se preparavam para conduzir os

destinos da nação. Seu conteúdo reforçava o caráter moral e cívico do ensino.

Desde 1930, discutia-se a inclusão dos estudos sociais no ensino de História. Sob

influência norte-americana, a Lei 5692/71, implanta o ensino de Estudos Sociais, no

primeiro grau. Essa mesma lei que organiza o primeiro grau em 8 anos e o segundo grau

profissionalizante. Com isso as disciplinas da área de ciências humanas perdem espaço

nos currículos.

No primeiro grau, História e Geografia são condensadas como área de Estudos

Sociais, dividindo ainda a carga horária com Educação Moral e Cívica (EMC).

No segundo grau, a carga horária de História foi reduzida. E a disciplina

Organização Social e Política Brasileira (OSPB) passaram a compor o currículo.

Proliferam com isso os cursos de licenciatura curta em Estudos Sociais. O ensino

de História desta época, era de caráter estritamente político, pautado no estudo de fontes

oficiais e narrado apenas do ponto de vista factual, com a presença dos “grandes heróis”,

exemplos a serem seguidos e não contestados pelas novas gerações.

O Estado figurava como o principal sujeito histórico, responsável pelos grandes

feitos da nação, exemplificado nas obras dos governantes e das elites condutoras do

país.

Com a abertura democrática na década de 1980, o ensino de Estudos Sociais

começou a ser bastante contestado. E, no início da década de 1990, buscavam-se

reformas democráticas no ensino de História.

Prova disso foi a tentativa da produção acadêmica da História com o ensino desta

disciplina, no primeiro grau, fundamentada na pedagogia histórica-crítica, por meio do

currículo básico para a escola pública do estado do Paraná (1990). Essa proposta tinha

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147

como pressupostos teóricos, a historiografia social pautada no materialismo histórico-

dialético e alguns elementos da nova história.

A década de 1990 então foi a busca na superação dos estragos que sofrem tanto o ensino

de História, quanto a produção acadêmica de História, nos anos do Regime Militar.

Com o fortalecimento do neoliberalismo, nos 1990, o Ministério da Educação

divulgou os parâmetros curriculares nacionais (PCNs), para os ensinos fundamental e

médio. E o estado do Paraná, de uma forma autoritária, apesar da autonomia das escolas

ser garantida na LDBN/96, implantou os PCNs.

Ainda que se propusesse o ensino humanístico, as novas propostas de ensino

confrontaram-se com a necessidade de preparar indivíduos para o mercado de trabalho.

Mais uma vez, a área de Ciências Humanas perde espaço no currículo escolar.

Foram contratados menos profissionais por concursos públicos, bem como se investiu

pouco ou quase nada em formação continuada destes profissionais.

A partir de 2003, a Secretaria Estadual do Paraná - SEED - trabalha na elaboração

das diretrizes curriculares para o ensino de História, buscando superar os problemas

diagnosticados, na organização curricular da disciplina e ainda atender as demandas dos

movimentos sociais organizados, como a aprovação da lei 13.381/01, que torna

obrigatória no ensino fundamental e médio da rede pública de ensino, os conteúdos de

história do Paraná, além da lei 10.639/036, que obriga a inserção dos estudos da temática

História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

1.2 - Correntes Historiográficas

São os “conflitos” entre correntes historiográficas que fazem com que novas

configurações e construções apareçam dentro da História. As Diretrizes Curriculares tem

sua fundamentação teórica apoiada na Nova História Cultural incluindo historiadores da

Nova História e da Nova Esquerda Inglesa.

Dentro da Nova História, alguns descompassos e críticas trocados entre intelectuais fez

com que ocorressem migrações para a História Cultural, entendida como um campo de

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investigação resultante das tendências que nasceram dos trabalhos dos historiados

italiano Carlo Ginzburg, do francês Roger Charter e do inglês Eduaward P.Thompson,

este último representante da Nova Esquerda Inglesa.

Segundo Peter Burke, tanto a Nova História Cultural quanto a nova História da

década de 1970, se utilizam do termo nova para distinguirem-se das produções

historiográficas das formas anteriores, muito embora a palavra “cultura” aqui ganhe nova

dimensão dada à influência da antropologia nesta nova História Cultural. Além disso,

historiadores culturais passam a utilizar-se em suas produções conceitos como descrição

densa, dialogismo, polifonia, representações, práticas culturais, descontinuidades

culturais, rupturas, entre outros.

A Nova Esquerda Inglesa surge em 1956 dadas à divergência dentro do Partido

Comunista Inglês. Intelectuais membros do Partido, descontentes com o Regime

Stalinista rompem com o partido e passam a reescrever a História britânica a partir de

uma revisão crítica do marxismo e contribuindo para os estudos da História Social.

Além disso, esses historiadores passam a utilizar novos métodos e a fazer uma

releitura das fontes históricas já pesquisadas e divulgadas em outros trabalhos. Eles

pautam seus estudos na experiência do historiador, na sua dimensão social e

investigativa, possibilitando novos questionamentos sobre o passado, a partir dos quais

têm surgido novos métodos de pesquisa histórica.

Essa concepção de História, enquanto experiência de homens e mulheres e sua

relação dialética com a produção material valorizam a possibilidade de luta e

transformação social. Justifica-se assim a concepção de História que se pretende, a qual

não se vincula ás teorias deterministas da estrutura e nem as teorias voluntaristas da

consciência que reduzem a produção historiográfica á categoria de ficção.

A nova História Cultural e a Nova Esquerda Inglesa como fundamentação teórica

nestas diretrizes são oportunas à necessária superação da História que vem se

desenvolvendo desde o Colégio D. Pedro II.

CONTEÚDOS

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ENSINO FUNDAMENTAL

Como há muito a ser trabalhado em pouco tempo, faz-se necessária a seleção de

conteúdos que nos pareçam essenciais serem trabalhados. Importância fundamental é

sabermos a realidade de nossa comunidade escolar e a partir daí traçar a melhor

maneira de trabalho. Para o Ensino Fundamental, a abordagem dos conteúdos

estruturantes está apresentada nas Diretrizes Curriculares como dimensões: política,

econômico-social e cultural em consonância com a concepção da fundamentação

teórica.

Dimensão Política

É necessária para ressaltar a importância de sujeitos comuns na História e corrigir a

“injustiça histórica” do ensino tradicional da História pautada nos grandes “heróis”,

grandes guerras, etc.

Dimensão Econômico-Social

Essa dimensão propõe superar a abordagem economicista e reducionista que tem

marcado o ensino de História. Através da busca de seu referencial teórico

metodológico, e também o intercâmbio com a antropologia, e o uso de fontes orais que

possibilitem o resgate do passado de sujeitos excluídos da história tradicional.

Dimensão Cultural

Ao longo dos tempos a humanidade criou conjuntos de significados para explicar o

mundo a seu redor. As Ciências Sociais ampliaram o conceito de cultura nos séculos XIX

e XX e contribuíram à novas leituras. Com isso cada comunidade pode ser notada como

resultado da cultura de cada indivíduo. Cultura não é mais só a cultura das elites.

Prova disso foi a tentativa de aproximação da produção acadêmica da História com o

ensino desta disciplina no Primeiro Grau, fundamentada na pedagogia histórica-crítica,

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por meio do Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná (1990). Essa

proposta tinha como pressupostos teóricos a historiografia social, pautada no

materialismo histórico dialético e alguns elementos da Nova História.

Com o fortalecimento do neoliberalismo nos anos 1990 o Ministério da Educação

divulgou os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Médio. E o

Estado do Paraná, de uma forma autoritária, apesar da autonomia das escolas ser

garantida na LDBEN/96, implantou os PCNs .

A partir de 2003, a secretaria Estadual do Paraná -SEED - trabalha na elaboração

das diretrizes curriculares para o ensino de História buscando superar os problemas

diagnosticados na organização curricular da disciplina e ainda atender ás demandas

dos movimentos sociais organizados, como a aprovação da Lei 13381/01 que torna

obrigatória no Ensino Fundamental e médio da rede pública de ensi-no os conteúdos de

História do Paraná, além da lei 10639/036 que obriga inserção dos estudo da temática

História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

1º ANO DO III CICLO

DAS ORIGENS DO HOMEM AO SÉCULO XVI – DIFERENTES TRAJETÓRIAS,

DIFERENTES CULTURAS.

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AL CONTEÚDOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS COMPLEMENTARES

Produção do conhecimento

histórico

� O historiador e a produção do

conhecimento histórico;

� Tempo, temporalidade;

� Fontes, documentos;

� Patrimônio material e imaterial;

� Pesquisa;

Articulação da História com outras

áreas do conhecimento

� Arqueologia, antropologia,

paleontologia, geografia, geologia,

sociologia, etnologia e outras.

*Observação: o estudo da

produção do conhecimento

histórico e a articulação da História

com outras áreas do conhecimento

se fazem necessário em todas as

séries do ensino fundamental, não

necessariamente no início do ano

letivo como está posto para a 5ª

série.

A Humanidade e a História

� De onde viemos quem somos, como

sabemos?

Arqueologia no Brasil

� Lagoa Santa: Luzia (MG);

� Serra da Capivara (PI)

� Sambaquis (PR)

Surgimento, desenvolvimento da

humanidade e grandes migrações

� Teorias do surgimento do homem na

América;

� Mitos e lendas da origem do homem;

� Desconstrução do conceito de Pré-

história;

� Povos ágrafos, memória e história

oral.Povos indígenas no Brasil e no

Paraná

As primeiras civilizações na América

� Olmecas, Mochicas, Tiwanacus,

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AL CONTEÚDOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS COMPLEMENTARES

A chegada dos europeus na

América

� (des) encontros entre culturas;

� Resistência e dominação;

� Escravização;

� Catequização;

Península Ibérica nos séculos XIV E XV:

cultura, sociedade e política

� Reconquista do território;

� Religiões: judaísmo, cristianismo e

islamismo;

� Comércio (África, Ásia, América e

Europa).

Formação da sociedade brasileira

e americana

� América portuguesa;

� América espanhola;

� América franco-inglesa;

� Organização político-

administrativa (capitanias

hereditárias, sesmarias);

� Manifestações culturais

(sagrada e profana);

� Organização social (família

patriarcal e escravismo);

� Escravização de indígenas e

africanos;

� Economia (pau-brasil, cana-de-

açúcar e minérios).

Os reinos e sociedades africanas e os

contatos com a Europa

� Songai, Benin, Ifé, Congo,

Monomotapa (Zimbabwe) e outros;

� Comércio;

� Organização político-administrativas;

� Manifestações culturais;

� Organização social;

� Uso de tecnologias: engenho de

açúcar, a batea, construção civil...

Diáspora Africana

2º ANO DO III CICLO

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DAS CONTESTAÇÕES A ORDEM COLONIAL AO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA

DO BRASIL – SÉCULO XVII AO XIX

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AL CONTEÚDOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS COMPLEMENTARES

Expansão e consolidação do

território

� Missões;

� Bandeiras;

� Invasões estrangeiras;

Consolidação dos estados nacionais

europeus e Reforma Pombalina

� Reforma e contra-reforma;

Colonização do território

“paranaense”

� Economia;

� Organização social;

� Manifestações culturais;

� Organização político-

administrativa.

Movimentos de contestação

� Quilombos (BR e PR);

� Irmandades: manifestações

religiosas sincretismo;

� Revoltas Nativistas e

Nacionalistas;

� Inconfidência mineira;

� Conjuração baiana;

� Revolta da cachaça;

� Revolta do maneta;

� Guerra dos mascates.

Independência das treze colônias

inglesas da América do Norte

Diáspora africana

Revolução Francesa

� Comuna de Paris.

Chegada da família real no Brasil

� De colônia a Reino Unido;

� Missões artístico-científicas;

� Biblioteca Nacional;

� Banco do Brasil

� Urbanização na Capital;

� Imprensa régia.

Invasão napoleônica na Península Ibérica

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1º ANO DO IV CICLO

PENSANDO A NACIONALIDADE: DO SÉCULO XIX AO XX – A CONSTITUIÇÃO DO

IDEÁRIODE NAÇÃO NO BRASIL

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AL CONTEÚDOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS COMPLEMENTARES

A construção da Nação

� Governo de D. Pedro II;

� Criação do IHGB;

� Lei de Terras, Lei Euzébio de

Queiroz – 1850;

� Início da imigração européia;

� Definição do território;

� Movimento Abolicionista e

emancipacionista.

Revolução Industrial e relações de

trabalho (XIX e XX)

� Ludismo;

� Socialismos;

� Anarquismo;

Relacionar: Taylorismo, Fordismo,

Toytotismo.

Emancipação política do Paraná

(1853)

� Economia;

� Organização social;

� Manifestações culturais;

� Organização político-

administrativa;

� Migrações: internas

(escravizados, libertos e homens

livres pobres) e externas

(europeus);

�Os povos indígenas e a política

de terras.A Guerra do Paraguai e/ou a Guerra da Tríplice AliançaO processo de abolição da

escravidão

� Legislação;

� Resistência e negociação;

� Abolição;

� Imigração – senador Vergueiro;

� Branqueamento e miscigenação

(Oliveira Vianna, Nina Rodrigues,

Euclides da Cunha, Silvio Romero,

no Brasil, Sarmiento na Argentina).

Colonização da África e da Ásia

Guerra Civil e Imperialismo

estadunidense;

Carnaval na América Latina: entrudo,

murga e candomblé;

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2º ANO DO IV CICLO

REPENSANDO A NACIONALIDADE BRASILEIRA: DO SÉCULO XX AO SÉCULOXXI –

ELEMENTOS CONSTRUTIVOS DA CONTEMPORANEIDADE

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AL CONTEÚDOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS COMPLEMENTARES

A Semana de 22 e o repensar da

nacionalidade

� Economia;

� Organização social;

� Organização político-

administrativa;

�Manifestações culturais;

� Coluna Prestes.

Crise de 29

A “Revolução” de 30 e o período

Vargas (1930 a 1945)

� Leis trabalhistas;

� Voto feminino;

� Ordem e disciplina no trabalho;

� Mídia e divulgação do regime;

� Criação do SPHAN, IBGE;

� Futebol e carnaval;

� Contestações a ordem;

� Integralismo;

� Participação do Brasil na II Guerra

Mundial.

Ascensão dos regimes totalitários na

Europa

Movimentos populares na América

Latina

Segunda Guerra Mundal

Populismo no Brasil e na América

Latina

� Cárdenas – México;

� Perón – Argentina;

� Vargas, JK, Jânio Quadros e João

Goulart – Brasil.

Independência das colônias afro-

asiáticas

Guerra Fria

Construção do Paraná atual

� Governos: Manoel Ribas, Moyses

Lupion, Bento Munhoz da Rocha

Netto e Ney Braga;

� Frentes de colonização do Estado,

Guerra Fria

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AL CONTEÚDOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS COMPLEMENTARES

O Regime Militar no Paraná e no

Brasil

� Repressão e censura uso

ideológico dos meios de

comunicação;

� O uso ideológico do futebol na

década de 70;

� O tricampeonato mundial

� A criação da liga nacional

(campeonato brasileiro)

� Cinema novo;

� Teatro;

� Itaipu, Sete Quedas e a questão

da terra.

Guerra fria e os Regimes Militares na

América Latina

� Política de boa vizinhança;

� Revolução cubana;

� 11 de setembro no Chile e a

deposição de Salvador Allende;

� Censura aos meios de comunicação;

� O uso ideológico do futebol na

década de 70;

� A copa as Argentina – 1978;

Movimentos de contestação no Brasil

� Resistência armada;

� Tropicalismo;

� Jovem Guarda;

� Novo sindicalismo;

� Movimento Estudantil.

Movimentos de contestação no mundo

� Maio de 68 – França;

� Movimento Negro;

� Movimento Hippie;

� Movimento Homossexual;

� Movimento feminista;

� Movimento Punk;

� Movimento Ambiental;

Paraná no contexto atual

Redemocratização

� Constituição de 1988;

� Movimentos rurais e urbanos:

MST (Movimento dos sem Terra),

MNLM (Movimento Nacional de Luta

pela Moradia) CUT (Central Única de

Trabalhadores), Marcha Zumbi dos

Palmares, etc.

� Mercosul;

Fim da bipolarização mundial

� Desintegração do bloco socialista;

� Neoliberalismo;

� Globalização;

� 11 de setembro nos EUA.

África e América Latina no contexto

atual

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162

CONTEÚDOS

ENSINO MÉDIO

“A proposta curricular reconhece a importância do conhecimento sistematizado,

fundamentado na idéia de conteúdos estruturantes das disciplinas escolares. Pra a

disciplina de História do Ensino Médio, os conteúdos estruturantes são as relações de

trabalho, relações de poder e as relações culturais, os quais dão seqüência aos

conteúdos estruturantes trabalhados no Ensino Fundamental.

No Ensino Médio, esses conteúdos assumem um recorte mais específico,

apontando para o estado das relações humanas.

“Os conteúdos estruturantes da disciplina de História estão interligados entre si e

permitem a busca do entendimento da totalidade das ações humanas.”

Relações de Trabalho:

“Expressa a relação que o ser humano estabelece entre si e a natureza”. A

execução do trabalho requer o emprego físico e mental. Estes esforços transformam

elementos natureza em bens que satisfazem as necessidades humanas.

A investigação sobre as relações de trabalho, a partir de problemáticas do presente

tais como: impactos ambientais, movimentos sociais e culturais, desemprego,

desigualdade social, fome, violência e articulações aos demais conteúdos estruturantes,

permitem a alunos(as) e professores(as) entender como as relações de trabalho foram

construídas no decorrer do processo histórico’.

Relações de Poder

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163

“O poder não possui forma de coisa ou de objeto, mas se manifesta como relações

sociais e ideológicas, estabelecidas entre aquele(a) que exerce e aquele(a) que se

submete. Portanto, o que existe são relações de poder”.

O estudo das relações de poder geralmente remete à idéia de poder político.

Porém as relações de poder não se limitam somente à dimensão política. Essas relações

encontram-se também na dimensão econômico-social e na dimensão cultural, ou seja, em

todo o corpo social.

O entendimento que as relações de poder são exercidas nas diversas instâncias

sócio-históricas, como o mundo do trabalho, as políticas públicas e as diversas

instituições permitem a alunos(as) perceberem que estas relações fazem parte de seu

cotidiano. Assim eles(as) poderão identificar onde se localizam as arenas decisórias,

porque determinada decisão foi tomada e de que forma ela foi executada ou implantada,

para que ele(a) entenda como, quando e onde reagir nas medidas do processo em

definição.

Relações Culturais

“O conceito de cultura“ aqui proposto parte de Raymond Williams (2003), o qual

afirmava que esta é comum a todos os seres humanos, na medida em que existe uma

estrutura comum de modos de pensar, agir e perceber o mundo que leva à constituição de

organizações sociais diferentes.

Assim, na forma de organizar a vida político-econômica, as sociedades

contemporâneas não são tão diferentes, pois são poucas as sociedades que destoam de

padrão cultural imposto pelo capitalismo contemporâneo. Em outras palavras, as classes

dominadas, existem numa relação de poder com as classes dominantes, de tal modo que

ambas partilham um processo social comum, portanto de uma experiência histórica

comum, produto dessa história coletiva. No entanto, os benefícios produzidos por esta

sociedade e seu controle se repartem desigualmente.

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164

O estudo das relações culturais deve considerar a especificidade de cada

sociedade e relações entre elas. O processo histórico constituído na relação entre as

diversas sociedades é o que pode ser chamado de cultura comum.

1ª SÉRIE

Relações de Trabalho

Conteúdos Específicos:

1- Conceito de Trabalho

O Trabalho e sua valorização

Divisão do Trabalho

Regimento da Escola

2- O Mundo do Trabalho em diferentes sociedades

O mundo do trabalho no Egito antigo

O mundo do trabalho nas sociedades Pré-Colombianas

O mundo do trabalho nas sociedades da antiguidade clássica: Grécia e Roma

Filosofia e escravidão

O mundo do trabalho na sociedade feudal.

Relações de Poder

Conteúdos Especificos:

1- O Estado nos mundos Antigo e Medieval

Conceito de Estado

Estados na Antiguidade oriental: poder político e religioso: Mesopotâmia, Egito,

Hebreus e Grécia.

Relações entre conquistadores e conquistados: Persas, Macedônicos.

Estado na Idade Média: a hierarquização do poder

Estado Islâmico.

Relações Culturais

Conteúdos Específicos:

1- As cidades na História

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165

Cidades Neolíticas

Cidades antigas: urbanismo em Grécia e Roma

Islã

As cidades pré-colombianas

Expansão urbana na Europa séculos Xl-Xlll

2- As relações culturais nas sociedades grega e romana na antiguidade: mulheres,

plebeus e escravos.

Mulheres na sociedade grega

Mulheres na sociedade romana

A luta por direitos da plebe na sociedade romana

Revolta dos escravos.

3- Relações culturais na sociedade medieval européia: camponeses, artesãos, mulheres,

hereges e doentes.

Conceito de Idade Media

Sociedades medievais

Dominação e resistência dos camponeses

Dominação e resistência nas cidades

Exclusão social

Hereges

Doentes.

2ª SÉRIE

Relações de Trabalho

Conteúdos Especificos:

1- A Construção do Trabalho Assalariado

Artesão independente a tarefeiros assalariados

Constituição do sistema de fábricas

Organização do tempo do trabalho

Trabalho infantil

Trabalho feminino

2- Transição do trabalho escravo para o trabalho livre: a mão-de-obra no contexto da

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166

consolidação do capitalismo na sociedade brasileira e estadunidense.

Os europeus e as etnias do Novo Mundo

Instituição da escravidão africana na América

Trabalho escravo na América

Abolição da escravidão nos EUA e no Brasil

Imigração

Escravidão do mundo contemporâneo.

Relações de Poder

Conteúdos Especificos:

1- O Estado e as relações de poder: formação dos Estados Nacionais

Formação do Estado Moderno

Teóricos do Estado Nacional Absolutista

Do Estado Absolutista ao Estado Nação

Independência do Brasil e formação do Estado Nacional

Construção de idéia de nação brasileira.

2- Relações de poder e violência no Estado

O Estado e as relações de poder

Guerras revolucionárias e nacionais: Revolução Francesa, 1º e 2º Guerra Mundial.

Totalitarismo e violência

Guerra Fria

Relações de poder e forma de violência

Violência e tortura.

Relações Culturais

Conteúdos específicos:

1- Relações Culturais nas sociedades africanas e asiáticas.

Sociedade e religiosidade

2- Movimentos sociais, políticos, culturais e religiosos na Idade Moderna.

Transformação do mundo moderno

Reforma Protestante

França Antártica: experiência protestante na América Portuguesa.

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167

Revolução Gloriosa

Iluminismo

Novas idéias e as contestações dos trabalhadores.

3ª SÉRIE

Relações de Trabalho

Conteúdos específicos:

1- Relações de dominação e resistência no mundo do trabalho contemporâneo séc. XVlll

e XlX.

As revoluções

Manifestações femininas

Organização dos operários

Os jovens, a participação política e cidadania

2- Urbanização e industrialização no Brasil:

Atividades econômicas no Brasil colonial

As cidades do Brasil

Vida urbana e industrialização no Brasil

3- Urbanização e industrialização no Paraná

As primeiras vilas e cidades do Paraná

A erva-mate na formação do Paraná

Ocupação do interior

Diversidade agropecuária e industrialização;

4- O Trabalho na sociedade contemporânea.

Trabalho assalariado

Mundo do trabalho no Brasil

O Trabalho na Era Vargas

O Trabalho como garantia do progresso brasileiro

O trabalho na década de 90.

Relações de Poder

Conteúdos específicos:

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168

1- O Estado Imperialista e sua crise.

Formação de Impérios e colônias no século XlX

Disputas coloniais

Crise dos Estados Imperialistas

Formação dos regimes totalitários

Arte nos regimes totalitários: Alemanha e Itália

Indústria Cultural

Os Estados e a bipolarização do mundo contemporâneo

Crise do socialismo na União Soviética.

Relações Culturais

Conteúdos específicos:

1- Urbanização e industrialização no século XlX.

Industrialização e urbanização

Cidade industrial

Problemas urbanos

Arquitetura

Revolução nos transportes

Eletricidade

Literatura e Arte

2- Movimentos sociais, políticos e culturais na sociedade contemporânea.

Mundo após 2º Guerra Mundial

Camponeses e a luta pela terra

Movimento feminista

Revolução jovem

Movimento negro.

3- Urbanização e industrialização na sociedade contemporânea.

Mundialização

Explosão urbana.

OBJETIVOS GERAIS

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O principal objetivo do estudo de História é contribuir na formação de cidadania,

uma vez que permite a análise, a crítica e o debate em torno dos diversos aspectos da

sociedade humana, podendo estabelecer relações com a realidade atual e tirar

conclusões a partir dela para buscar a solução de problemas de sua realidade.

Promover práticas pedagógicas que conduzam ao desenvolvimento do espírito

crítico do aluno.

Favorecer a produção do conhecimento histórico pela utilização de metodologias

diferenciadas.

Refletir historicamente os conteúdos apresentados pela ação de homens e

mulheres, do cotidiano, sua mentalidade e as relações do presente e passado.

AVALIAÇÃO

A avaliação deve estar colocada a serviço da aprendizagem de todos os alunos e

alunas, de modo que permeie o conjunto das ações pedagógicas, e não como um

elemento externo ao processo.

O professor (a) não deve avaliar o aluno(a) como uma pratica de caráter

classificatório, autoritário, que se desvincula da função da aprendizagem, que não se

ocupam dos conteúdos conforme a concepção pedagógica expressa no projeto político

pedagógico da escola. “A avaliação deverá ser assumida como um instrumento de

compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista

tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo de

aprendizagem” (Luckesi), 2002, p.8l).

Assim, a partir da avaliação diagnóstica, tanto professor(a) quanto alunos (as)

poderão revisar as práticas desenvolvidas e juntos(as) verificar as lacunas no processo de

ensino e aprendizagem, bem como planejar e propor outros encaminhamentos que visem

superar os obstáculos encontrados. Para o pleno êxito dessa avaliação é necessário um

diálogo entre alunos(as) e professor(as), envolvendo questões relativas aos critérios

adotados, a função de avaliação e a necessidade de tomada de decisões a partir do que

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foi constatado, tanto individualmente ou coletivamente, dando um caráter de avaliação

compartilhada, contínua, processual e diversificada, permitindo análise crítica das práticas

do professor(a), que podem constantemente serem retomadas e reorganizadas.

A avaliação será realizada através de síntese que pode ser apresentada por meio

de várias linguagens: produção de textos, desenhos, interpretações de texto,

dramatizações, história em quadrinhos, charges, estudos de gravuras e fotografias; e

provas subjetivas e objetivas.

METODOLOGIA

O ensino de História visa desenvolver o senso crítico, rompendo com a valorização

do saber enciclopédico, socializando a produção da ciência histórica, passando da

reprodução do conhecimento à compreensão das formas como esse se reproduz, capaz

de compreender a estrutura do mundo, da produção, onde ele se insere e nela interfere.

O/A aluno(a) que será motivado(a) a desenvolver e a expressar seu pensamento

será colocado(a) em situações que o conduzirão ao levantamento das hipóteses, à coleta

de dados e à reflexão do seu conhecimento prévio.

Essa reflexão partirá da produção individual para a coletiva, na qual serão

valorizados o debate, a discussão e a troca de idéias e informações. Desse aprendizado

será realizada a síntese que pode ser apresentada por meio de várias linguagens:

produção de textos, desenhos, interpretações de texto, dramatizações, história em

quadrinhos, charges, estudos de gravuras e fotografias.

REFERÊNCIAS

PARANÁ. Secretaria da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de História para o Ensino Fundamental e Médio. Curitiba: SEED, SUED, 2006.

Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Adiles Bordin

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PROPOSTA CURRICULAR

CIÊNCIAS

ENSINO FUNDAMENTAL

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Desde que o homem começou a se interessar pelos fenômenos a sua volta e

aprender com eles a ciência já estava presente. Mesmo antes da descoberta do fogo o

homem já utilizava técnicas e instrumentos rudimentares disponíveis na natureza para

satisfazer suas técnicas cotidianas.

A descoberta do fogo foi um marco na história da humanidade, a partir dela o ser

humano apresentou outras necessidades como cozinhar alimentos. Uma forma primitiva

de experiências químicas é criada para ajudar na transformação de uma substancia em

outra e facilitar a vida do homem primitivo. Há aproximadamente dez mil anos atrás o

homem passou a cultivar a terra e criar animais, assumindo assim outras condutas frente

a seu meio.

Alguns processos importantes da história marcaram acentuadamente a ciência:

Do séc. XI ao XIII as Cruzadas foram importantes na disseminação da cultura

entre o Oriente e o Ocidente.

Nos séculos XVII e XVIII a Revolução Industrial.

Grandes navegações séc. XIV e XV.

A Renascença séc. XV e XVI a partir da imprensa algumas ciências buscam explicar o mundo através de novas teorias. Por meio da Botânica e da Zoologia a ciência hoje chamada de Biologia se destacou através de ilustrações detalhadas, a ciência atualmente conhecida como Química colaborou com a mineração, a metalúrgica e a pólvora. A ciência conhecida como Física definiu os estudos referentes ao magnetismo, a mecânica e a óptica.

Séc. XVIII o Iluminismo a partir dessa época a ciência se torna mais independente das religiões.

Séc. XVIII a revolução Industrial.

O séc. XIX vem para consolidar a ciência evidenciando as relações entre homem-homem e homem-natureza.

Já no séc. XX as contribuições das ciências para a humanidade são incontáveis e considerando os últimos 50 anos ela evoluiu mais que em 10 mil anos. Entretanto, a ciência também teve momentos de efeitos negativos, ao incrementar guerras e influenciar a miséria de muitos.

Alguns pensadores foram importantes e suas descobertas foram marcos na historia das ciências e da humanidade: Leonardo Da Vinci, Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Francis Bacon, René Descartes, Isaac Newton, Denis Diderot, Jean-Baptiste d’Alembert, Antonie Lavoisier, Dimitri Mendeleiev,

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Charles Darwin, Gregor Mendel.

Nesse contexto, fica cada vez mais claro que a ciência é uma construção humana, tem suas aplicações, é falível, intencional e está diretamente relacionada com o avanço da tecnologia e com as relações sociais (CHASSOT, 2004).

Nessa mesma perspectiva histórica é importante analisar o currículo de ciências seguindo o trajeto histórico dos acontecimentos que marcaram o ensino aprendizagem no Brasil:

Década de 20: ensino das verdades clássicas;

Década de 50: a experiência pela experiência;

Década de 60: a solução dos problemas pelo método cientifico;

Década de 70: as unidades de trabalho com base na tecnologia educacional (DOMINGUES et al.2000).

Década de 80: o mundo se encontrava numa competição tecnológica enquanto no Brasil estávamos na transição da ditadura. Alguns temas freqüentemente estiveram presentes nos programas desenvolvidos, para aprimorar o ensino de ciências, dentre eles a educação ambiental, a saúde, as relações entre indústria e agricultura e entre a ciência e a tecnologia.

Década de 90: o Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná veio responder as necessidades sociais e históricas que caracterizavam a sociedade brasileira daquela época.

A partir da promulgação da lei nº 9394/96 que estabeleceu as diretrizes e bases para a Educação Nacional o Currículo Básico perdeu força como documento orientador da disciplina, isso se deve, entre outros fatores, a mudança de paradigma da educação na qual a escola perdeu o caráter de espaço social e transformador e passou a ser entendida como empresa.

A partir de 1996, mediante políticas publicas federais, o ensino de ciências teve seu objeto de estudo redirecionado e o esvaziamento de seus conteúdos clássicos, tendo em vista a publicação e ampla distribuição dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental - Ciências Naturais (PCNs) e temas transversais, hoje denominados temas transversais contemporâneos.

A partir de 2003, iniciou-se um novo período na historia da educação paranaense devido à reformulação da política educacional do Estado. Destaca-se como aspecto desta reformulação o resgate da escola precípua bem como a formação continuada dos professores, alem de instituir o currículo escolar como eixo fundante da escola. Cabe ressaltar que o acesso a formação continuada fornece subsídios consistentes e úteis ao cotidiano da sala de aula.

Ao analisar a educação e o currículo de ciências, em cada momento histórico, percebeu-se que o seu desenvolvimento seguiu uma trajetória de acordo com os interesses políticos, econômicos e sociais de cada período,determinando assim, a mudança de foco do processo ensino-aprendizagem. Isso alterou a concepção de aluno, professor, ensino, aprendizagem, escola e educação, contribuindo para a formação em diferentes

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épocas de novos cientistas, de cidadãos de pensamento lógico e critico, de mão de obra qualificada para o trabalho e de cidadãos participativos, críticos e transformadores.

Pautado nessa concepção, o processo de ensino e aprendizagem de Ciências valoriza a duvida, a contradição, a diversidade e a divergência, o questionamento de certezas e incertezas, superando o tratamento curricular dos conteúdos por eles mesmos, priorizando-se a sua função social.

A partir de uma abordagem pedagógica critica e histórica para a definição do currículo de ciências no Ensino Fundamental a “corrente teórica” denominada “Movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade” CTS (TEIXEIRA,2003,p177), contribui, juntamente com os conhecimentos físicos, químicos e biológicos, como um instrumental positivo que favorece a reflexão, a contextualização e a articulação dos conteúdos específicos propiciando uma analise critica relação entre ciência, a tecnologia e a sociedade.

A partir dessa concepção, os conteúdos específicos poderão ser abordados em suas inter-relações com os outros conteúdos e disciplinas, considerando seus aspectos conceituais, científicos, históricos, econômicos, políticos e sociais, as quais devem ficar evidentes no processo de ensino-aprendizagem da disciplina (GASPARIM,2003).

O currículo de Ciências no Ensino Fundamental é constituído historicamente por um conjunto de ciências que somam numa mesma disciplina escolar pra compreender os fenômenos naturais nesta etapa da escolarização, os conhecimentos físicos, químicos e biológicos, dentre outros são contemplados nesta disciplina com vistas à compreensão das diferenças e inter-relações entre essas ciências de referencia que compõem a área de ciências no processo ensino-aprendizagem. De forma geral os fenômenos naturais são tratados na disciplina focando:

Os conhecimentos físicos: a partir dos conhecimentos científicos em relação aos diversos fenômenos naturais e tecnológicos, abordando conteúdos como: movimentos, sons, luz, eletricidade, magnetismo, calor e ondas dentre outros.

Os conhecimentos químicos: contemplam as noções e conceitos científicos sobre os materiais e as substancias, sua constituição, suas propriedades e transformações necessárias para a compreensão dos processos básicos da química.

Os conhecimentos biológicos: orientam progressivamente na interpretação e compreensão dos processos biológicos, contribuindo no entendimento dos ambientes e da manutenção da vida.

Assim pode-se identificar como as ciências de referência orientam a definição dos conteúdos significativos na formação dos alunos na medida em que oportunizam o estudo da vida, do ambiente, do corpo humano, do universo, da tecnologia, da matéria e da energia, dentre outros, fornecendo subsídios para a compreensão critica e histórica do mundo natural (conteúdo da ciência), do mundo construído (tecnologia) e da pratica social (sociedade).

Nesse sentido foram elencados os conteúdos estruturantes, entendidos

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aqui como saberes fundamentais, capazes de organizar teoricamente os campos de estudo da disciplina, essenciais para a compreensão de seu objeto de estudo: Corpo Humano e Saúde, Ambiente, Matéria e Energia, Tecnologia.

Para que o tratamento de conteúdos específicos, na escola, seja de fato relevante, tendo em vista o currículo de ciências articulado, os conteúdos estruturantes e seus desdobramentos precisam ser abordados numa perspectiva critica e histórica, que leve em conta a pratica social do sujeito e suas implicações e limitações das relações entre ciência, a tecnologia e a sociedade. Para tanto, aos tratar os conteúdos específicos é preciso considerar os elementos dos CTS: os aspectos sociais, políticos, econômicos e éticos, abordados por meio da historicidade, da intencionalidade, da provisoriedade, da aplicabilidade e das relações e inter-relações.

OBJETIVOS GERAIS

Despertar no educando o interesse pela pesquisa e suas vantagens quanto ao conhecimento do que ocorre nas transformações do nosso cotidiano.

Fazer com que sua visão de ciência, seja modificada e ampliada para o lado positivo do futuro.

Compreender a natureza como um todo dinâmico, o ser humano, em sociedade, o meio ambiente e compreensão tecnológica.

METODOLOGIA

Para termos noção em Astronomia, transformação e interação de matéria, energia, saúde e melhoria da qualidade de vida, é conveniente criarmos oportunidades para que o estudante aprenda a interpretar o mundo de maneira critica e objetiva, apresentando a eles os conceitos e as descobertas cientificas.

Também dando condições ao nosso aluno para que ele possa aprender a partir de sua própria experiência de vida, habilitando ele a obter dados, organizar e registrar suas observações.

Baseado em observações, explicações, experimentando ou na combinação. Estabelecendo conexões significativas entre assuntos do Ensino Fundamental através de:

Aulas expositivas;

Pesquisas bibliográficas orientadas;

Desenvolvimento de mini projetos;

Palestras;

Feira de ciências;

Uso de diversos materiais didáticos: livros, revistas cientificas, vídeos, CD-

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ROM, Internet, esqueleto, torso, retroprojetor,, episcópio, sponlight;

Uso de material natural: plantas (folhas, flores, sementes e frutos);

Exposição de resultados dos estudos realizados;

Realização de passeios ecológicos.

CONTEÚDOS

1º ANO DO III CICLO

Inter relações entre os seres vivos e o meio ambiente.

Água no ecossistema.

Ar no ecossistema.

Solo no ecossistema.

2º ANO DO III CICLO

Biodiversidades – características básicas dos seres vivos.

Níveis de organização dos seres vivos - organização celular.

Biodiversidade – classificação e adaptações morfológicas.

1º ANO DO IV CICLO

Doenças, infecções, intoxicações e defesas do organismo.

Corpo humano como um todo integrado.

2º ANO DO IV CICLO

Poluição e contaminação do ar, da água e do solo.

Transformações da matéria e da energia.

Astronomia e Aeronáutica.

Segurança no transito.

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

1º ANO DO III CICLO

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CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CORPO HUMANO E SAÚDE – AMBIENTE – MATÉRIA E ENERGIA – TECNOLOGIA

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SOLO NO ECOSSISTEMA

CONHECIMENTOS FÍSICOS

CONHECIMENTOS QUÍMICOS

CONHECIMENTOS BIOLÓGICOS

Tecnologia utilizada para preparar o solo para o cultivo.

Composição do solo: Tipo de solo: arenoso, argiloso, calcário e húmus;

Agentes de transformação do solo: água, ar, seres vivos;

Utilidades do solo;

Adubação: orgânica e inorgânica (compostagem e fertilizantes) ;

Correção de Ph dos solos;

Processos que contribuem para o empobrecimento do solo: queimadas, desmatamentos e poluição,

dentre outros.

Combate à erosão: tipos de erosão; Mata ciliar; Contaminação do solo.

Doenças – prevenção e tratamento;

Condições para manter a fertilidade do solo: curvas de nível, faixas de retenção, terraceamento, rotação de culturas, culturas associadas.

AR NO ECOSSISTEMA

Existência do ar: ausência do ar; vácuo; aplicação do vácuo, atmosfera, camadas, propriedades, compressibilidade, expansão, exercer pressão;

Movimentos do ar: formação dos ventos, tipos de vento, brisa terrestre e marítima;

Composição do ar: Oxigênio (O2) e Gás Carbônico (CO2) Fotossíntese, respiração e combustão;

Ciclos biogeoquímicos;

Outros elementos presentes no ar;

Gases nobres: suas propriedades e aplicações.

O ar e os seres vivos;

Pressão atmosférica e a audição;

Contaminação do ar: doenças causadas por bactérias e vírus – prevenção e tratamento;

Poluição do ar: agentes causadores;

Causas e

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Velocidade e direção dos ventos; resistência do ar, pressão atmosférica, aparelhos que medem a pressão do ar, pressão atmosférica e umidade, Meteorologia e previsão do tempo;

Eletricidade atmosférica; ar como recurso energético; Tecnologia aeroespacial e aeronáutica, força de atrito; aerodinâmica;

Deslocamento de veículos automotores, velocidade, segurança no transito, prevenção de acidentes.

conseqüências: efeitos nocivos resultantes do contato com esses agentes;

Medidas para diminuir a poluição do ar.

ÁGUA NO ECOSSISTEMA

Estados físicos da água;

Forças de atração e repulsão entre as partículas da água;

Mudanças de estado físico da água;

Ciclo da água;

Pressão e temperatura;

Densidade: pressão exercida pelos líquidos;

Empuxo;

Água como recurso energético.

Composição da água;

Potencial de Hidrogênio (Ph);

Salinidade;

Água como solvente universal;

Pureza;

Soluções e misturas heterogêneas.

Ciclo da água;

Disponibilidade da água na natureza;

Água e os seres vivos;

Habitat aquático;

Contaminação da água: doenças – preservação e tratamento;

Equilíbrio ecológico.

ASTRONOMIA E ASTRONÁUTICA

Sol: fonte de luz e Sol: composição Planeta Terra: Biosfera,

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calor;

radiação;

Instrumentos construídos para estudar os astros: astrolábio, lunetas, telescópios, satélites, foguetes, estações espaciais, radiotelescópios;

Planeta Terra: movimento de rotação(dias e noites) e movimento de translação (estações do ano);

Inclinação do eixo da terra

em relação ao plano de órbita;

Força gravitacional;

Medidas de tempo – instrumentos construídos pelos seres humanos para marcar os dias no tempo e no espaço: relógio de sol, ampulhetas, relógios analógicos, digitais e calendários;

Desenvolvimento da Astronáutica e suas aplicações

Telecomunicações: satélites, internet, onda, fibra óptica, dentre outras;

Exploração aerofotogramétrica (monitoramento por imagens de satélites);

Utilização de satélites na meteorologia sideral por meio de foguetes, sondas espaciais,

química;

Sistema Solar: composição da Terra.

sol, produção de vitamina D;

Movimentos da Terra e suas conseqüências – ritmos biológicos;

A Lua como satélite natural da Terra; Influencias sobre a biosfera, marés;

Diagnóstico, tratamento e prevenção dos efeitos das radiações do sol sob o corpo humano: queimaduras, insolação e câncer de pele;

O ser humano do homem às viagens espaciais;

Sol: fonte de luz e energia;

Fotossíntese: processo e armazenamento de energia;

Estrutura da Terra – atmosfera, litosfera e hidrosfera.

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ônibus espacial e estação espacial;

Estrelas: constelações e orientação;

Sistema Solar: posição da terra e dos demais planetas.

TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA E DA ENERGIA

Energia: condutores – tipos, fontes, aplicações, transformações, segurança e prevenção;

Eletricidade: condutores, transformações, segurança e prevenção;

Magnetismo: imãs;

Bússola.

Fotossíntese;

Fermentação;

Respiração;

Decomposição;combustão.

Cadeia alimentar: Teia alimentar;

Relações de interdependência: seres vivos - seres vivos; seres vivos – ambiente;

Energia na célula: produção, transparência, fontes, armazenamento, utilização;

Nutrientes: tipos e funções.

2º ANO DO III CICLO

CONTEUDOS ESTRUTURANTES

CORPO HUMANO E SAUDE – AMBIENTE – MATERIA E ENERGIA – TECNOLOGIA

INTER-RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS

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CONHECIMENTOS FÍSICOS

CONHECIMENTOS QUIMICOS

CONHECIMENTOS BIOLOGICOS

População: taxas, densidade demográfica e fatores que influenciam.

Comunidade: transferência de matéria e energia (ciclos biogeoquímicos, teias e cadeias alimentares);

Fotossíntese: importância do processo de produção e armazenamento de energia química (glicose)

Seres vivos – Ambiente -

Biosfera – Ecossistema – Comunidade – População – Indivíduo – Habitat e nicho ecológico:

Divisão da Biosfera: biociclos terrestre, marinho e de água doce;

Teias e cadeias alimentares: produtores, consumidores e decompositores;

Alimentação e saúde: tipos e funções dos alimentos, nutrientes.

BIODIVERSIDADE – CLASSIFICAÇÃO E ADAPTAÇÕES MORFO-FISIOLÓGICAS

Capilaridade;

Fototropismo;

Geotropismo: movimento e locomoção: referencial, impulso, velocidade, aceleração.

Osmose;

Absorção;

Fotossíntese;

Respiração;

Gutação;

Fermentação;

Decomposição;

Hibridação.

Modo de agrupar os seres vivos: critérios de classificação: cinco reinos dos seres vivos;

Biosfera: adaptações dos seres vivos (animais e vegetais) nos ambientes terrestres e aquáticos;

Biotecnologia da utilização industrial de microorganismos e vegetais: industria, química e alimentícia (organismos geneticamente modificados) dentre outras;

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vegetais: raiz, caule, folha, flor, fruto e semente;

Vegetais: reprodução e hereditariedade – polinização, fecundação, formação do fruto e semente, disseminação;

Animais: digestão (alimentação) respiração, circulação, excreção, locomoção, coordenação, relação com o meio ambiente, reprodução e hereditariedade.

NIVEIS DE ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS – ORGANIZAÇÃO CELULAR

Unidade de medida; Equipamentos para observação e descrição das células: microscópios e lupas.

Unidades de medida;

Conceitos Básicos: colóides, osmose, difusão, substancias orgânicas e inorgânicas.

Aspectos morfo-fisiológicos básicos das células;

Células animais e vegetais (membrana, parede celular, citoplasma e núcleo);

Divisão celular: mitose (células somáticas); câncer ;

Divisão celular (meiose (gametogênese) ;

Anomalias cromossômicas;

Aspectos morfofisiológicos básicos dos tecidos animais e vegetais;

Conceitos básicos: biosfera- ecossistema – comunidade - população - indivíduo – sistema – órgãos –

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tecidos – células – organelas – moléculas – átomos.

1º ANO DO IV CICLO

CONTEUDOS ESTRUTURANTES

CORPO HUMANO E SAUDE – AMBIENTE – MATERIA E ENERGIA – TECNOLOGIA

CORPO HUMANO COMO UM TODO INTEGRADO

CONHECIMENTOS ESPECIFICOS

CONHECIMENTOS QUIMICOS

CONHECIMENTOS BIOLOGICOS

Ação mecânica da digestão: mastigação, deglutição, movimentos peristálticos;

Transporte de nutrientes;

Pressão arterial: Inspiração e Expiração;

Tecnologia de reprodução in vitro, inseminação artificial;

Tecnologias associadas ao diagnóstico e tratamento das DSTs - Tecnologias envolvidas na manipulação genética: clonagem e células troncos;

Tecnologias associadas ao aconselhamento genético como forma de prevenção à má formação genetica;

Nutrição: necessidades nutricionais, hábitos alimentares; alimentos diet e light;

Ação química da digestão: transformação dos alimentos;

Aproveitamento dos nutrientes; reações químicas; equações químicas; transformação energética;

Eliminação de resíduos, hemodiálise; sabores, odores e texturas; ácidos e bases: identificação, nomenclatura e aplicações; Ph de diversos produtos e substâncias; óxidos e sais;

Substâncias tóxicas de

Sistema digestório (digestão): disfunção do sistema digestório: prevenção: aspectos preventivos da obesidade, da anorexia e da bulimia, dentre outros;

Sistema cardiovascular;

Disfunção do sistema cardiovascular: prevenção; aspectos preventivos do Acidente Vascular Cerebral (AVC), do enfarte, da hipertensão e da arteriosclerose, dentre outros;

Sistema Respiratório; disfunção do sistema respiratório: respiração; aspectos preventivos do enfisema pulmonar, da

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Tecnologia envolvida na doação de sangue e órgãos;

A luz e a visão;

Propagação retilínea da luz e a formação de sombras: reflexão da luz e as cores dos objetos: olho humano como instrumento óptico;

Modelo físico do processo de visão; espelhos, lentes e refração; poluição visual; fibras ópticas;

Propagação do som com no ar ; velocidade do som; o som e a audição; a qualidade do som;

Reflexos sonoros: eco, poluição sonora;

Próteses que substituem parte e funções de alguns órgãos do corpo;

Aparelhos e instrumentos que o homem constrói para corrigir algumas deficiências físicas;

Objetos e aparelhos fabricados para corrigir deficiências dos órgãos dos sentidos;

Tecnologia utilizada para diagnosticar problemas relacionados aos sistemas sensorial, nervoso, endócrino, locomotor (esquelético e muscular), genital, digestório, respiratório, cardiovascular e

uso industrial: soda cáustica, cal e ácido sulfúrico entre outras;

Substâncias tóxicas de uso agrícola, agrotóxicos, fertilizantes e inseticidas dentre outras;

Substancias tóxicas de uso doméstico: detergentes, sabões, ceras, solventes, lustra-móveis, tintas e colas, dentre outras;

Composição química do álcool; teor alcoólico das bebidas; reações que ocorrem no sistema nervoso e no organismo com a liberação de neurônios, como por exemplo e adrenalina.

asma e da bronquite, dentre outras;

Sistema urinário: disfunção do sistema urinário: prevenção; aspectos preventivos da nefrite, da cistite e da infecção urinária, dentre outros;

Sistema genital feminino: prevenção; Sistema genital masculino: prevenção;

Métodos anticoncepcionais – tipos, ação no organismo, eficácia, acesso, causas e conseqüências do uso;

Tecnologias de reprodução in vitro, inseminação artificial;

Tecnologias associadas ao diagnostico e tratamento das DSTs – AIDS;

Manipulação genética: clonagem e células-tronco;

Aconselhamento genético como forma de prevenção à má formação genética;

Doação de sangue e órgãos;

Reprodução – hereditariedade;

Causas e conseqüências da gravidez precoce – prevenção;

Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) –

Síndrome de

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urinário;

Tecnologias que causam danos ao sistema nervoso central: radiação, metais pesados, drogas, acidentes com armas de fogo, acidentes de trânsito, automedicação, dentre outras;

Correção de lesões ósseas e musculares: traumatismos, fraturas e lesões.

Imunodeficiência Adquirida (AIDS): prevenção; defesa do organismo;

Sistema Sensorial: visão, audição, gustação, olfato e tato;

Portadores de Necessidades Educacionais Especiais: deficiência congênita e adquirida (causas, conseqüências e prevenção);

Sistema nervoso: central, periférico e autônomo.

DOENÇAS, INFECÇÕES, INTOXICAÇÕES E DEFESAS DO ORGANISMO

Diagnósticos exames clínicos por imagens;

Tratamento: radioterapia;

Intoxicações por agentes físicos: elementos radioativos, pilhas, baterias, dentre outros.

Imunização artificial: soros, vacinas, medicamentos;

Diagnósticos: exames clíni-cos; Tratamento: Quimiotera- pia. Intoxicação por agentes químicos: agrotóxicos, inseticidas e metais pesados, dentre outros.

Doenças causadas por animais: parasitoses, zoonoses e verminoses;

Doenças causadas por microorganismos: parasitoses, infecções bacterianas, viroses, protozooses e micoses;

Intoxicações causadas por plantas tóxicas;

Diagnósticos: exames clínicos; prevenção e tratamento: alopatia, homeopatia, fitoterapia, dentre outros;

Efeitos das intoxicações causadas por agentes físicos e químicos no organismo;

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Sistema imunológico: imunidade, barreira mecânica, glóbulos brancos (fagacitose), anticorpos.

2º ANO DO IV CICLO

CONTEUDOS ESTRUTURANTES

CORPO HUMANO E SAUDE – AMBIENTE – MATERIA E ENERGIA – TECNOLOGIA

POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA, DO AR E DO SOLO

CONHECIMENTOS ESPECIFICOS

CONHECIMENTOS QUIMICOS

CONHECIMENTOS BIOLOGICOS

Poluição térmica;

Poluição sonora: medidas contra a poluição – fontes alternativas de energia:energia eólica, hidrelétrica, solar entre outras;

Fenômenos: superaquecimento do planeta, efeito estufa, buraco na camada de ozônio (alterações de temperatura e mudanças de estado físico da matéria).

Gases tóxicos, resíduos industriais, metais pesados, chuva ácida, elementos radioativos, dentre outros;

causas e conseqüências da poluição e contaminação da água, do ar e do solo: efeitos noviços nos seres vivos e no ambiente;

Prevenção e tratamento dos efeitos nocivos resultantes do contato com agentes químicos;

Prevenção e recuperação de áreas degradadas por agentes químicos;

Substâncias puras, misturas homogêneas, densidade de substâncias;

Equilíbrio e conservação da natureza: fauna, flora, ar, água e solo;

Agentes causadores da contaminação e poluição da água, do ar e do solo;

Agentes causadores e transmissores de doenças;

Prevenção e tratamento das doenças relacionadas a poluição e contaminação do ar, da água e do solo;

Saneamento básico: estações de tratamento da água (ETA), de 4 mde agosto (ETE) e do lixo (aterros sanitários, reaproveitamento e reciclagem do lixo);

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Separação de misturas;

Fase química do tratamento da água;

Fenômenos: superaquecimento do planeta, efeito estufa, buraco na camada de ozônio e poluentes responsáveis.

Doenças relacionadas à falta de saneamento básico e prevenção;

Biodigestor;

Fenômenos: superaquecimento do planeta, efeito estufa, buraco na camada de ozônio e seus efeitos nocivos aos seres vivos e ao ambiente.

BIODIVERSIDADE – CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS SERES VIVOS

Temperatura;

Calor: diferenças entre os conceitos de calor e temperatura;

Equilíbrio térmico;

Transferência de calor;

Transmissão de calor;

Isolamento térmico;

Movimento e locomoção.

Metabolismo – transformação da matéria e da energia: fotossíntese; respiração; fermentação; decomposição; combustão.

Características básicas que diferenciam os seres vivos dos não-vivos;

Relações de interdependência: seres vivos – seres vivos; seres vivos – ambiente;

Adaptações e controle da temperatura corporal nos organismos;

Interações da pele com o meio: proteção do organismo, regulação de água e temperatura .

SEGURANÇA NO TRÂNSITO

Movimento, deslocamento, trajetória e referencial;

Velocidade, velocidade média e aceleração;

Distância ; Tempo; Inércia;

Teor alcoólico das bebidas e suas consequencias no trânsito.

Acidentes de trânsito relacionados ao uso de drogas (álcool) – causas e consequencias;

Tempo de reação e reflexo comparado entre um organismo

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Resistência do ar;

Força de atrito; Aerodinâmica; equipamentos de segurança nos meios de transporte: a relação entre força, massa e aceleração; Máquinas simples.

que não ingeriu drogas (álcool) e um embriagado;

Efeitos do álcool e outras drogas no organismo;

Prevenção de acidentes.

AVALIAÇÃO

Para podermos avaliar precisamos conhecer nossos alunos, sua vivência de aprendizagem, seus conhecimentos informais sobre um dado assunto, além disso é preciso considerar o desenvolvimento da capacidade do mesmo com relação a aprendizagem de conceitos, de procedimentos e de atitudes. Sendo que a avaliação é por parecer descritivo. Também teremos como base de avaliação os seguintes procedimentos:

A análise de pesquisas bibliográficas ou práticas realizadas pelos mesmos;

Sugestões coerentes propostas para temas trabalhados;

Formulação de textos sobre assuntos estudados e observados;

Descrição de procedimentos e argumentação para a solução de determinadas situações;

Resolução de listas de exercícios envolvendo conceitos e procedimentos;

Observação do desenvolvimento de habilidades como expressão oral e escrita;

Organização e registro de dados;

Sendo que a interpretação desses resultados nos servirá para reorientar a prática pedagógica;

REFERÊNCIAS

PARANÁ. Secretaria da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, SUED, 2006.

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PROPOSTA CURRICULAR

GEOGRAFIA

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

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O conhecimento da natureza e do espaço geográfico, suas relações e dinâmicas

permitiram às sociedades modificá-los em benefício próprio. As informações sobre

localização, acesso e características de áreas conquistadas eram cruciais para a

organização política e econômica dos Impérios da antigüidade. As discussões a respeito

da forma, tamanho, diâmetro, cálculo das latitudes da Terra, eram conhecimentos

necessários às Grandes Navegações. Posteriormente, era uma preocupação dos grandes

impérios coloniais entender os saberes geográficos; comércio, formas de poder,

organização do espaço, produtividade natural do solo, recursos minerais, crescimento

populacional, forma de representação e extensão de território.

No imperialismo do século XIX, surgiram escolas nacionais de pensamento

geográfico, com destaque para a alemã de Ratzel, cuja escola defendia o determinismo

geográfico, e para a escola francesa, representada por Vidal de La Blache, que pregava o

possibilismo geográfico.

Enquanto na Europa a Ciência Geográfica já se encontrava sistematizada e

presente nas universidades desde o século XIX, no Brasil as idéias geográficas só foram

institucionalizadas a partir da década de 1930. As mudanças decorridas da Segunda

Guerra Mundial interferiram no pensamento geográfico, e ao longo da segunda metade do

século XX essas transformações ocorreram mais intensamente. Novos enfoques para o

espaço geográfico originaram-se do ponto de vista econômico, com a internacionalização

da produção e, político, à degradação ambiental, desigualdades e organização do espaço.

Do ponto de vista econômico e político, a internacionalização da economia e a

instalação das empresas multinacionais em vários países do mundo alteraram as relações

de produção e consumo, trazendo para as discussões geográficas assuntos ligados: a) à

degradação da natureza em relação à intensa exploração dos recursos naturais e suas

conseqüências para o equilíbrio ambiental no planeta; b) às desigualdades e injustiças da

produção e organização do espaço geográfico no modo capitalista de produção em

relação à experiência de organização sócio-espacial do socialismo como uma das

realidades geográficas do mundo bipolarizado e; c) às questões culturais e demográficas

mundiais afetadas pela internacionalização da economia e pelas relações econômica e

política de dependência materializadas, cada vez mais, nos espaços geográficos dos

diferentes países.

O golpe militar ocorrido em 1964, implicou em reformas na educação com

valorização da formação profissional o que contribuiu para transformações significativas

no ensino, regulamentadas pela Lei 5692/71 (Lei de Diretrizes e Base da Educação

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nacional) que afetou, principalmente, as disciplinas relacionadas às ciências humanas,

Geografia e História fundiram-se instituindo as disciplinas de OSPB ( Organização Social

e Política do Brasil) e Educação Moral e Cívica.

Nos anos 80, após o parecer 332/84, o Conselho Estadual de Educação permitiu

que as escolas pudessem optar por ensinar as disciplinas de Geografia e História

separadamente. O desmembramento definitivo só ocorreu em 1986.

Com o fim da ditadura militar, a renovação do pensamento geográfico chegou ao

Brasil. Uma linha teórico-metodológica deu novas interpretações aos conceitos

geográficos e ao objeto de estudo da Geografia ( Espaço Geográfico), chamada

Geografia Crítica, anunciada já em 1978 pelo geógrafo Yves Lacoste em seu livro “A

Geografia: Isso serve antes de mais nada para fazer a guerra”.

Esse movimento adotou o método de materialismo histórico dialético para os

estudos geográficos e para a abordagem dos conteúdos de ensino da Geografia. A

chamada Geografia Crítica, como linha teórico-metodológica do pensamento geográfico,

deu novas interpretações aos conceitos geográficos e ao objeto de estudo da Geografia,

trazendo as questões econômicas, sociais e políticas como fundamentais para a

compreensão do espaço geográfico.

Atualmente a abordagem teórico-crítica proposta para o ensino da Geografia,

segundo as diretrizes curriculares vigentes, propõe a reflexão da disciplina partindo das

seguintes conteúdos estruturantes: A dimensão Sócioambiental; Dinâmica Cultural

Demográfica; Dimensão Econômica de Produção do/no Espaço; A Questão Geopolítica.

Além da integração da cultura africana como reconhecimento da contribuição, às vezes,

complexa e valiosa aos modelos matemáticos, geométricos, de engenharia, astronomia,

construções jurídicas, sistemas políticos, doutrinas filosóficas, para citar algumas.

Diante disso, com o objetivo de estimular as reflexões a respeito da Geografia e do

seu ensino, problematizando a abrangência dos conteúdos desse campo do

conhecimento, necessária para compreensão do espaço geográfico no atual período

histórico, que por sua vez deverá estar ancorada num suporte teórico crítico, que vincula

o objeto da Geografia, seus conceitos referenciais, conteúdos de ensino e abordagens

metodológicas aos determinantes sociais, econômicos, políticos e culturais ao atual

contexto histórico.

FUNDAMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS

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O ensino de Geografia inicia-se pelas reflexões epistemológicas do seu objeto de

estudo, hoje entendido como o Espaço Geográfico.

Porém a expressão Espaço Geográfico, bem como sua composição conceitual

básica – lugar, paisagem, região, território, natureza, sociedade entre outros -, não se

auto-explicam. Ao contrário, exigem esclarecimentos, pois dependendo das correntes de

pensamento à qual se vinculam, assumem posições filosóficas e políticas distintas.

Na tentativa de conceituar o objeto de estudo, os geógrafos de diferentes correntes

de pensamentos especializaram-se em seus estudos, percorreram caminhos e métodos

de pesquisas distintos e, com isso, evidenciaram e, em alguns momentos aprofundaram a

dicotomia entre Geografia Física e Geografia Humana, que permanece até hoje em

alguns currículos universitários, assim como, em algumas práticas escolares.

Desse modo, as diretrizes curriculares propõem aprofundar a discussão no sentido

de buscar a superação dessa dicotomia.

A partir disso, o conceito adotado para o objeto de estudo da Geografia nas

diretrizes curriculares é Espaço Geográfico, entendido como o espaço produzido

(LEFEBVRE, 1974) e apropriado pela sociedade, composto por objetos (naturais, culturais

e técnicos) e ações (relações sociais, culturais, políticas e econômicas) inter-relacionados

(SANTOS, 1996b).

Assim, a espacialização dos conteúdos de ensino, bem como a explicação das

localizações relacionais dos eventos (objetos e ações) em estudo, são próprios do olhar

geográfico sobre a realidade.

De acordo com a concepção de Espaço Geográfico adotado nas diretrizes, torna-

se necessário compreender as escolhas das localizações e as relações políticas, sociais,

culturais e econômicas que as orientam. Para isso é preciso um referencial teórico

(conceitos geográficos) que sustente esta reflexão.

Considerando que nas diretrizes pretende-se a formação de um aluno consciente

das relações sócio-espaciais de seu tempo, assume-se o quadro conceitual das teorias

críticas da Geografia, ou seja, desconsidera as linhas de pensamento que negam, em

suas construções conceituais, os conflitos e as contradições sociais, econômicas,

culturais e políticas que constituem o espaço geográfico, pois estas são consideradas a-

críticas.

Cabe salientar que a relação dos conceitos, vinculada as teorias críticas da

Geografia, contemplam os estudos apenas de alguns autores que desenvolvem

pesquisas neste campo teórico. Porém o professor não deve se limitar somente a estas

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definições conceituais, podendo aprofundá-las em outras referências pertinentes. Desse

modo, apresenta-se algumas explicações sobre os conceitos básicos da Geografia.

O conceito de paisagem teve sua origem no pensamento naturalista e na idéia de

ecologia onde era entendida como resultado de um relacionamento harmonioso dos

objetos/elementos naturais (clima, vegetação, relevo, solo, fauna, etc.), com o homem

como mais um agente que por um lado adapta-se a estas condições naturais (em termos

biológicos) e por outro utiliza os elementos do meio em seu benefício, através de técnicas

que ele era capaz de desenvolver.

No movimento crítico de retomada do conceito de paisagem, o aspecto empírico

herdado da geografia tradicional é mantido, entendendo-se como “o domínio do visível,

aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volume, mas também de cores,

movimentos, odores, sons, etc” (SANTOS, 1998, p. 61). Assim, as teorias críticas da

Geografia reconhecem a dimensão subjetiva da paisagem, já que o domínio do visível

está ligado à percepção e à seletividade, mas acredita que seu significado real é

alcançado pela compreensão de sua objetividade.

Sua observação e descrição serve como ponto de partida para as análises do

espaço geográfico, mas é insuficiente para a compreensão do mesmo.

Santos argumenta que o Estado ainda é um elemento importante na organização

do espaço geográfico, ao contrário daqueles que falam do seu fim. Afirma que abalada

está a soberania nacional e não o Estado, cada vez mais indispensável diante da

multinacionalização de organizações e firmas. O que se redefine no atual período

histórico são as relações entre as porções territoriais do espaço nacional com as

empresas multinacionais. Esta redefinição afeta e modifica também os conceitos de

região e de lugar, como argumenta SANTOS (1996b, p. 197): “No decorrer da história das

civilizações, as regiões foram configurando-se por meio de processos orgânicos,

expressos através da territorialidade absoluta de um grupo onde prevaleciam suas

características de identidade, exclusividade e limites, devidas à presença desse grupo,

sem outra mediação.”

Contrário a argumentação de que a globalização tende a eliminar as diferenças

regionais do planeta, homogeneizando os espaços e tornando obsoleto o conceito de

região, Santos diz que: “As regiões são o suporte e a condição de relações globais que de

outra forma não se realizariam. Agora, exatamente, é que não se pode deixar de

considerar a região, ainda que a reconheçamos como um espaço de conveniência e

mesmo que a chamemos por outro nome” (1996b, p. 196).

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Seguindo em sua argumentação, esse autor afirma ainda que no mundo

globalizado onde as trocas são intensas e constantes a forma e o conteúdo das regiões

mudam rapidamente. “Mas o que faz a região não é a longevidade do edifício, mas a

coerência funcional, que a distingue das outras entidades, vizinhas ou não” (SANTOS,

1996B, P. 197).

Gomes, nesta mesma linha de análise, afirma que o fundamento político do

conceito de região se baseia no “controle e gestão de um território”.

O conceito de lugar é um dos mais ricos do atual período histórico. Pode ser

compreendido a partir de diferentes enfoques. Por um lado é no lugar que a globalização

acontece. O lugar, cada vez mais participa das redes e deixa de explicar-se por si mesmo.

Por outro lado o lugar é o espaço onde o particular, o histórico, o cultural e a

identidade permanecem presentes. Ele revela especificidades, subjetividades,

racionalidades próprias do espaço local.

Os lugares diferenciam-se uns dos outros enquanto espaços produtivos, mas a

produtividade do lugar é transitória, na medida que a qualquer momento outro lugar pode

oferecer atrativos maiores quanto a equipamentos e localização.

Diante destas reflexões, é possível perceber uma valorização intensa do conceito

de território, sobretudo pela conotação política do mesmo.

O território está ligado à normalização das ações, tanto globais quanto locais,

portanto, seja ele nacional, regional ou local, e é nele (território) que acontecerá a relação

dialética de associação e confronto entre o lugar e o mundo.

Com o aparente enfraquecimento do Estado – neoliberalismo – a sociedade civil

criou outras formas de combate ao império do mercado organizou maneiras de suprir a

ausência do Estado nos setores sociais. Esse rearranjo político-social trouxe à tona novas

territorialidades. Assim, a idéia de território passa a considerar mais do que o Estado e o

território nacional, como era na geografia tradicional.

Outro conceito base da Geografia é o de natureza, que deve ser isto aqui, como

um conjunto de elementos naturais que possuem em sua origem uma dinâmica própria e

que independe da ação humana, mas que, na atual fase histórica do capitalismo acabam

sendo reduzidos apenas a recursos (MENDONÇA, 2002).

SANTOS (1996), ainda destaca, que a natureza é vista muitas vezes apenas

enquanto recurso, e dessa forma está vinculada a uma crescente artificialização do meio,

não apenas na cidade, mas, também, para o mundo rural.

Assim, a natureza, no atual período técnico, perde a importância que tinha nos

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momentos iniciais do capitalismo em que os recursos naturais eram os grandes

direcionadores dos interesses locacionais do capital (SANTOS, 1996).

O conceito de sociedade sempre foi um importante conceito geográfico, porém nas

correntes a-críticas da Geografia, a preocupação era o estudo e a descrição dos aspectos

culturais que delimitam um região-paisagem e mais tarde essa preocupação passou a ser,

quantificar a população local e global, sem analisar profundamente suas especificidades

sociais e culturais.

As teorias críticas da Geografia, por sua vez, procuram entender a sociedade em

sua relação com a natureza e em seus aspectos culturais, políticos, sociais e econômicos.

O conceito de sociedade deve ser discutido também, a partir das relações que se

estabelecem entre sua composição local, em suas relações com sociedades distantes

(relação global-local) e com os migrantes, que têm fortes ligações com seu espaço de

origem e que ao se movimentarem levam influências do mesmo.

Aos apontamentos sobre a construção conceitual para análise do espaço

geográfico no atual período histórico, cabe a afirmação de Santos (1996b, p. 271) de que

“Não existe um espaço global, mas, apenas, espaços de globalização”. As ações globais

são desterritorializadas, mas o território faz a mediação entre o global e o local. E no

território está a “materialidade, esse componente imprescindível do espaço geográfico,

que é, ao mesmo tempo, uma condição para a ação; uma estrutura de controle, um limite

à ação; um convite à ação” (1996b, p. 257).

A partir desses apontamentos, cabe à escola, como um dos lugares onde se

analisa, produz e sistematiza-se conhecimentos, subsidiar os alunos no enriquecimento e

sistematização dos saberes para que sejam sujeitos capazes de interpretar, com olhar

crítico, o mundo que os cerca.

Para conseguir tais saberes, cabe ao professor ter uma postura investigativa de

pesquisa, recusando uma visão receptiva e reprodutiva de mundo – não somente de sua

parte, mas em conjunto com os alunos – tendo em vista sua função enquanto agente

transformador do ensino e da escola e, em decorrência disso, da própria sociedade.

Diante do exposto, assume-se a retomada do trabalho pedagógico a partir das

teorias críticas da educação e da Geografia, sem ortodoxias. Considera-se que o campo

das teorias críticas possibilita o ensino de Geografia com base na análise e na crítica das

relações sócio-espaciais, nas diversas escalas geográficas, do local ao global, retornando

ao local. Esta opção teórica é coerente com a concepção de currículo e com a identidade

que esta reformulação curricular quer atribuir à Educação Básica.

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OBJETIVO GERAL

Fornecer ao educando condições de desenvolvimento da capacidade de pensar, de

raciocinar lógica e criticamente o Espaço Geográfico; o impacto das novas tecnologias, da

comunicação e da informação; as relações entre conhecimento, poder e currículo; a

cultura como área de conflito em que se enfrentam diferentes concepções da vida social,

diferentes linguagens e diferentes interesses.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ENSINO FUNDAMENTAL

1º ANO DO III CICLO

Conteúdos Estruturantes Conteúdos Específicos

A Dimensão Socioambiental

Dinâmica Cultural Demográfica

Dimensão Econômica de Produção do/no

Espaço

A Questão Geopolítica

- Paisagens natural, cultural e geográfica

- Localização e orientação no espaço

- Cartografia

- Noções de Astronomia

- Movimentos da Terra

- Teorias da origem da Terra

- Agentes internos da Terra: vulcanismo,

tectonismo e abalos sísmicos.

- Agentes externos: intemperismo, erosão e

acumulação.

- Litosfera:camadas, rochas, minerais,

relevo, solo.

- Atmosfera: camadas,temperatura, pressão

atmosférica, ventos, climas.

- Hidrografia: oceanos, mares, rios, lagos.

- Ecossistema

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2º ANO DO III CICLO

Conteúdos Estruturantes Conteúdos Específicos

A Dimensão Socioambiental

Dinâmica Cultural Demográfica

Dimensão Econômica de Produção do/no

Espaço

A Questão Geopolítica

- O Brasil: dados gerais

- População: densidade demográfica,

crescimento natural, movimentos da

população (migrações, imigrações,

emigrações e êxodo rural

- Origem do espaço brasileiro

- O espaço socioeconômico: indústria,

comércio, agricultura, serviço, comércio e

turismo.

- O espaço urbano

- A divisão regional segundo o IBGE:

aspectos físicos, humanos e econômicos da

região Sul, Sudeste, Nordeste, Norte e

Centro Oeste..

1º ANO DO IV CICLO

Conteúdos Estruturantes Conteúdos Específicos

A Dimensão Socioambiental

- Geopolítica e Globalização

As novas tecnologias, as multinacionais e a globalização da

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Dinâmica Cultural Demográfica

Dimensão Econômica de Produção do/no

Espaço

A Questão Geopolítica

economia

Organização do espaço mundial

Socialismo e Capitalismo

Guerra Fria

Degradação Ambiental

- As Américas: dinâmica físico / natural –

humana / social

- América do Norte

- América Central

- América do Sul

- Geografia do Paraná

2º ANO DO IV CICLO

Conteúdos Estruturantes Conteúdos Específicos

A Dimensão Socioambiental

Dinâmica Cultural Demográfica

Dimensão Econômica de Produção do/no

Espaço

A Questão Geopolítica

- Geopolítica e Globalização

- Continente Europeu: dinâmica físico /

natural – humana / social

- União Européia

-Migrações e desemprego no continente

europeu

- Continente Africano: dinâmica físico /

natural – humana / social

- África: Instabilidade política e a miséria

humana

- Continente Asiático: dinâmica físico /

natural – humana / social

- Grupos terroristas

- Os conflitos no Oriente Médio

-Avanço Industrial dos países “emergentes”

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200

- Avanço do “dragão chinês”

-- Continente da oceania: dinâmica físico /

natural – humana / social

-As questões da posse de terras no continente antártico

ENSINO MÉDIO

1ª. Série

Conteúdos Estruturantes Conteúdos Específicos

A Dimensão Socioambiental

Dinâmica Cultural Demográfica

Dimensão Econômica de Produção do/no

Espaço

A Questão Geopolítica

Definição de geografia.

Espaço, paisagem e lugar.

O Sistema Solar,

Os Movimentos da Terra

Os pontos de Orientação

As coordenadas geográficas, Fusos

Horários

Cartografia, mapas temáticos,escalas e

projeções Geográficas

Evolução e Estrutura da Terra

Deriva Continental e a teoria das Tectônicas

de Placas

Estrutura Geológica, relevo terrestre.

Formação dos Solos e sua degradação

Composição e camadas da atmosfera,

Os climas, massas de ar.

Efeito estufa, aumento da camada de gás

ozônio, chuvas ácidas,

Hidrografia

Biomas da Terra.2ª. Série

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201

Conteúdos Estruturantes Conteúdos Específicos

A Dimensão Socioambiental

Dinâmica Cultural Demográfica

Dimensão Econômica de Produção do/no

Espaço

A Questão Geopolítica

População da Terra

Taxas de mortalidade e natalidade,

Crescimento da população e as teorias

demográficas,

Distribuição geográfica do mundo.

Movimentos da População

Agropecuária

Comércio

Fontes de Energia

Industrialização e suas características

Os continentes

3ª. Série

Conteúdos Estruturantes Conteúdos Específicos

A Dimensão Socioambiental

Dinâmica Cultural Demográfica

Dimensão Econômica de Produção do/no

Espaço

A Questão Geopolítica

Brasil no mundo globalizado

Brasil: estrutura geológica, relevo e solo,

hidrografia brasileira ...

Brasil: aspectos humanos

Brasil: aspectos econômicos

Geografia da região Sul do Brasil e do

Paraná.

Obs.: Os temas emergentes (turismo, agricultura transgênica, clonagem), geopolítica e as

questões ambientais serão estudados a medida que forem necessários, em todas as

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202

séries.

METODOLOGIA

Considerando o objeto de estudo da Geografia (Espaço Geográfico), os principais

conceitos geográficos, os Conteúdos Estruturantes, bem como, seus conteúdos

específicos, cabe apontar como os mesmos devem ser abordados no ambiente escolar.

Propõe-se, ainda, que os conteúdos específicos sejam trabalhados de uma forma

crítica e dinâmica, interligando teoria, prática e realidade, mantendo uma coerência dos

fundamentos teóricos propostos, utilizando a cartografia como ferramenta essencial,

possibilitando assim transitar em diferentes escalas espaciais, ou seja, do local ao global

e vice-versa.

Os conteúdos estruturantes estão inter-relacionados, garantindo uma totalidade de

abordagem dos conhecimentos específicos que estão dispostos em diferentes materiais

didáticos e não podem ser vistos isoladamente, permitindo assim, que o professor possa

a todo momento folhear e utilizar os materiais didáticos sem adotar uma linearidade de

conteúdos ou alimentando a dicotomia sociedade-natureza ( Geografia Física/Humana).

A partir do exposto, espera-se que o aluno, ao iniciar seus estudos na 5ª. Série do

ensino fundamental, amplie as suas noções espaciais, pos isso o professor abordará os

conhecimentos necessários para o entendimento das inter-relações entre as paisagens

naturais e artificiais. Dentro dessa perspectiva o professor aprofundará os conceitos de

lugar e paisagem, e em caráter introdutório, os conceitos de região e território.

Na 6ª. Série, o aluno pode, com mais propriedade e profundidade, analisar os

fenômenos citados na escala nacional (Brasil), relacionando-os quando possível, com a

realidade mundial.

Quando as especificidades do território nacional estiverem compreendidas, na 7ª. e

8ª. Séries, o aluno ampliará e aprofundará suas analises espaciais com relação aos

continentes: América, Europa, África, Ásia, Oceania e Regiões Polares.

Importante ressaltar que o professor de Geografia deve estar atento à Lei

10.639/03 que altera a Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, a qual torna brasileira e

Africana. Sendo assim, o professor de Geografia pode abordar essa temática nas

diferentes séries, através de mapas, maquetes, textos, imagens, fotos, entre outros, que

tragam conhecimentos sobre: a população brasileira/miscigenação dos povos, a

distribuição espacial da população afro-descendente no Brasil e no mundo, a contribuição

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do negro na construção da nação brasileira, o movimento do povo africano no tempo e no

espaço, questões relativas ao trabalho e renda, a colonização da África pelos europeus,

estudo de como o continente africano se configurou espacialmente, discussões de

práticas de segregação racial, entre outros.

O professor, quando necessário, pode promover aulas de campo, buscando

sempre fortalecer a relação entre teoria e prática na relação professor/aluno e garantindo

uma melhor compreensão do tema abordado.

Destaca-se, ainda, o uso de linguagem cartográfica, pois esta resulta de uma

construção teórica e prática que vem desde as séries iniciais e que deve seguir até o final

da Educação Básica.

Como afirmou Rua (1993, p. 13) o trabalho com mapas deve ser iniciado com as

representações dos alunos, ou seja, trabalhos que envolvam a representação da sala de

aula, da escola, da casa, do caminho de casa até a escola, pos meio da utilização de

símbolos (cores, figuras, formas, entre outros), familiarizando o aluno com o mundo da

representação e da linguagem cartográfica.

Levando em consideração o avanço do pensamento geográfico, os fundamentos

teóricos metodológicos, o quadro conceitual de referência, os conteúdos estruturantes,

suas especificidades bem como o encaminhamento metodológico, percebe-se que a

proposta não se finaliza no ensino fundamental, tendo continuidade no ensino médio,

onde, os mesmos conteúdos estruturantes serão abordados, porém, de maneira

verticalizada, pois o ensino médio é considerado, uma continuação do ensino

fundamental.

AVALIAÇÃO

A avaliação está inserida dentro do processo de ensino/aprendizagem e, antes de

mais nada, deve ser entendida como mais uma das formas utilizadas pelos professores

para avaliar a sua metodologia e o nível de compreensão dos conteúdos específicos

tratados durante determinado período.

O ensino da Geografia deve oportunizar situações em que o aluno teorize e

textualize as significações do Espaço Geográfico. Este ensino para qualquer série ou ciclo

jamais pode se sustentar apoiada em uma descrição empírica do espaço ou de outros

tempos, nem pode se revelar obcecado pó um papel condenatório de uma ideologia

política ou econômica nacional. Ao contrário, deve percorrer diferentes temas,

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encadeando-os sempre, contextualizando-os com o “aqui”e o “agora” do corpo e do

entorno do aluno, com as relações socioculturais do espaço neste e em outros tempos e

com os elementos físicos e biológicos que deles fazem parte, investigando suas múltiplas

interdependências.

É preciso possibilitar oportunidades de interação entre o saber formal e o saber

vivenciado por ele no cotidiano.

O processo de avaliação, então, será articulado com os conteúdos estruturantes,

com os conceitos geográficos e as relações espaço-tempo e sociedade-natureza para a

compreensão do espaço nas diversas escalas geográficas. Assim, as avaliações serão

feitas de formas diversificadas: atividades por escrito, dramatizações, trabalho de

pesquisa, avaliação oral e escrita, experimentação, desenhos, gráficos, maquetes,

interpretação de fotos, aulas de campo, produção de mapas.

Esta proposta avaliativa deve estar bem clara para os alunos, sendo um processo

não-linear de construções e reconstruções, assentado na interação e na relação entre os

sujeitos do processo – professor e aluno.

REFERÊNCIAS

ANTUNES,C. A Sala de Aula de Geografia e História – Inteligências múltiplas,

aprendizagem significativa e competências no dia-a-dia. 2.ed. Campinas:Papirus, 2003.

BENTO, M.A.S. Cidadania em preto e branco – Discutindo as relações raciais. 3.ed. São

Paulo:Ática.

CAVALCANTI, L.S. Geografia, Escola e Construção de Conhecimentos. 8.ed. Campinas:

Papirus, 1998.

FRANCISCHETT, M.N. A Cartografia no Ensino da Geografia – Construindo os Caminhos

do Cotidiano. 1.ed. Francisco Beltrão: Grafit, 1997.

PARANÁ. Secretaria da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Geografia para o Ensino Fundamental e Médio. Curitiba: SEED, SUED, 2006.

RUA, J.; WASZKIAVICUS, F. A.; TANNURI, M.R.P.; PÓVOA NETO, H. Para ensinar

geografia: contribuição para o trabalho com 1º. E 2º. Graus. Rio de Janeiro: ACESS, 1993.

SANTOS, M. A natureza do Espaço – Técnica e Tempo.Razão e Emoção. 4.ed. São

Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 2006.

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PROPOSTA CURRICULAR

EDUCAÇÃO FÍSICA

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A trajetória histórica da Educação Física passa por fatos ocorridos a partir do

século XIX, devido as transformações sociais pelas quais o Brasil passava,dentre elas ,o

fim da exploração escrava que já traziam na sua cultura e forma de viver a prática da

capoeira,uma mistura de dança,jogo e competição demonstrando o sentimento de

emoção e saudades de um povo,pratica essa que permanece até os dias atuais.

Dois documentos nortearam os princípios da Educação Física. O primeiro foi a

Carta Régia de 04/12/1810,que introduzia a Ginástica Alemã uma tentativa de equipar no

mesmo grau de importância o intelecto e o físico do homem) na Academia Real

Militar.Nesse momento instaura-se a função higienista, pois era importante termos

homens fortes,sadios,robustos com condutas morais e intelectuais para o

desenvolvimento do Brasil.

O segundo documento foi o de RUI BARBOSA,deputado geral do império,através

de um parecer sobre o projeto denominado “Reforma do Ensino Primário e várias

instituições complementares da Instituição Pública”,no ano de 1882,dentre outras

conclusões,afirmou a importância da ginástica para a formação do cidadão,e a partir daí,a

Educação Física tornou-se componente obrigatório dos currículos escolares. Desde então

a Educação Física foi influenciada por diversos modelos, principalmente o modelo militar,

pela medicina, pelos desportos e pelos governos, como forma de manipulação política.Em

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função dessa realidade política, dentro do processo educativo, podemos observar que, a

formação do homem consciente e crítico nunca existiu.

Na década de 80 a comunidade científica se faz presente na Educação Física

delimitando tendências ou correntes, levantando os primeiros debates voltados a uma

criticidade progressista destacando-se as seguintes abordagens:

- Desenvolvimentalista: que defende a idéia que o movimento é o principal meio e

fim da Educação Física.

- Construtivista: através da psicomotricidade, e preocupada coma cultura infantil

desenvolve o trabalho fundamentado na psicologia do desenvolvimento.

Ainda assim essas duas tendências não se vinculam a uma teoria critica da

educação,no sentido de fazer da crítica o papel da educação na sociedade capitalista.

As duas propostas seguintes estão mais diretamente vinculadas a discussão da

pedagogia crítica, passando a incorporar discussões nas ciências humanas

principalmente a partir das contribuições da sociologia e filosofia da educação:

- Critico Superadora: baseia-se nos pressupostos da pedagogia crítica desenvolvida

por Demerval Saviani, a proposta tem como objeto de conhecimento da Educação

Física a Cultura Corporal, concretizando-se nos seus diferentes conteúdos: o

esporte,a ginástica, os jogos, as lutas e a dança.

- Crítico Emancipatória: o movimento humano é entendido como forma de

comunicação, concepção dialógica, e a crítica se dá através de uma

ressintetização do movimento, sem considerar questões sócio-econômicas.

Na década de 90 com a elaboração do Currículo Básico no Estado do Paraná por

profissionais comprometidos com a educação pública,surgiu uma proposta avançada

onde o corpo deixava de ser apenas um instrumento dando lugar a formação humana do

aluno em todas as suas dimensões,mas a rígida listagem de conteúdos limitava o trabalho

do professor,enfraquecendo seus pressupostos teóricos-metodológicos. No mesmo

período,foi elaborado o documento de Reestruturação da Proposta Curricular do Ensino

de Segundo Grau para a disciplina de Educação Física, proposta essa fundamentada na

concepção histórico-crítica da educação que pretendia o resgate do compromisso social

da ação pedagógica da Educação Física, e vislumbrava-se a perspectiva de mudança e

transformação de uma sociedade fundamentada em valores individuais para uma

sociedade igualitária.

Ainda na década de 90 após a discussão e aprovação da LDB Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional, o MEC Ministério da Educação apresentou os Parâmetros

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Curriculares Nacionais (PCNs) para a disciplina de Educação Física. Assim, os PCNs

passaram a subsidiar propostas curriculares nos Estados e Municípios. O que deveria ser

um referencial curricular tornou-se um currículo mínimo,para além da idéia de

Parâmetros e propôs objetivos,conteúdos,métodos,avaliação e temas transversais.

Considerando o contexto histórico citado, onde a Educação Física transitou em

diversas perspectivas teóricas, desde as mais reacionárias até as mais críticas, torna-se

possível justificar sua presença na escola,através de propostas pedagógicas que

orientem estas diretrizes,com vistas a avançar sobre a visão hegemônica que aplicou e

continua aplicando a Educação Física a função de treinar o corpo,sem qualquer reflexão

sobre o fazer corporal.

O papel da Educação Física é ir além do senso comum e desmitificar formas

arraigadas e equivocadas em relação as diversas práticas e manifestações corporais.

Priorizam-se o conhecimento sistematizado, como oportunidade para reelaborar idéias, e

práticas que ampliem a compreensão do aluno sobre os saberes produzidos pela

humanidade e suas implicações para a vida. A Educação Física deve ser trabalhada de

interagindo com disciplinas variadas que permitam entender o corpo em sua

complexidade; ou seja, sobre uma abordagem biológica, antropológica, sociológica,

psicológica, filosófica e política, justamente por sua constituição interdisciplinar.

Através desta proposta nos conduzimos a ver que a finalidade das práticas

corporais deve ser a modificação das relações sociais. Portanto, os conteúdos esporte,

jogos e brincadeiras, ginástica, dança e lutas devem estar comprometidos com uma

Educação Física transformadora.

Devido as distintas características dos alunos do ensino fundamental e médio,os

conteúdos estruturantes foram abordados em complexidade crescente já que cada um

desses níveis de ensino trazem múltiplas experiências relativas ao conhecimento

sistematizado.

Para o Ensino Fundamental a expressividade corporal deve ser o foco principal

abordado através das manifestações culturais, essenciais para a educação do

corpo,como alicerce do projeto educativo. A noção de CORPORALIDADE, entendida

como construção histórica e social do corpo, e a noção de CULTURA ESCOLAR baseiam

a discussão dos conteúdos estruturantes para o Ensino Fundamental.

Para o Ensino Médio ,a cultura corporal norteará o trabalho com os conteúdos

estruturantes,constituindo,portanto,seu objeto de ensino,abordando os fundamentos

próprios da disciplina articulado com aspectos políticos,históricos,sociais,econômicos e

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culturais.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL

- Manifestações esportivas

- Manifestações ginásticas

- Manifestações estético-corporais na Dança e no Teatro

- Jogos,brinquedos e brincadeiras

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DO ENSINO MÉDIO

- Ginástica

- Esporte

- Dança

- Lutas

- Jogos

OBJETIVOS GERAIS

Produzir uma cultura escolar de Educação Física que mobilize práticas que

afirmem valores e sentimento que ampliem possibilidades formativas, evitando formas de

discriminação e competição exacerbada. O objetivo principal das práticas escolares e da

Educação Física deve ser a humanização das relações, não só no motriz, mas que

possibilite manifestações humanas. A Educação Física dos alunos, o cuidado com a

saúde, abordando elementos sociais, culturais, políticos, econômicos. Deve também

oportunizar uma maior valorização da cultura como lugar de produção de sentimento e de

pontencialização da riqueza da experiência humana,eminentemente corporal, aspecto

fundamental para a Educação Física.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

- O CORPO COMO CONSTRUÇÃO HISTÓRICO SOCIAL: manifestações

corporais, saúde, higiene, possibilidades expressivas, dimensões biológicas, histórica,

cultural e social do corpo, doenças, modismos;

- CONHECIMENTO DO CORPO: Auto conhecimento corporal, interação

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corporal, educação corporal (postura e deslocamento), concentração, relaxamento e

descontração, educação dos sentidos, atenção;

- MANIFESTAÇÕES ESPORTIVAS: Origem e história dos esportes, princípios

básicos, práticas esportivas: atletismo, basquete, voleibol, handebol, táticas e regras;

- MANIFESTAÇÕES GINÁSTICAS: origem, tipos, práticas;

- BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS: Tradicionais, com e sem material, jogos e

brincadeiras, adaptações, criação de novos;

- MANIFESTAÇÕES ESTÉTICAS-CORPORAIS: Na dança e no teatro,

mímicas, imitação, expressão corporal, desenvolvimento de formas corporais expressivas;

- LUTA: origem e técnica da capoeira.

METODOLOGIA

A corporalidade, como concepção orientadora da Educação Física,

pretende,por meios de práticas corporais, seja do esporte,da dança, da ginástica, dos

jogos, das brincadeiras e brinquedos, ir além da dimensão motriz levando em conta a

multiplicidade de experiências manifestadas pelo corpo os quais permeiam estas práticas,

ou seja, manifestam-se expressões de alegria, raiva, dor, violência, preconceito,

sexualidade, dentre outras que tem sentido amplo no corpo e são historicamente

produzidos.

O professor de Educação Física é, portanto, um intelectual responsável pela

organização e sistematização dessas práticas corporais que possibilitam a comunicação e

o diálogo com a diferentes culturas. Por isso, é essencial conhecer as culturas que

envolvem a realidade em que a escola está inserida.

Além disso, é importante dialogar com as outras áreas do conhecimento que

possam colaborar para o entendimento das manifestações corporais,tendo no horizonte

as problemáticas culturais que se evidenciam em torno da corporalidade atual.

O professor não pode resumir a educação do corpo a prática de atividades

físicas descontextualizadas, mas entendê-las como uma dimensão complexa e

abrangente. Isso poderá viabilizar-se na medida em que os alunos explorem sua

corporalidade por meio de atividades e experiências orientadas pelo professor que

considerará as diversas manifestações corporais presentes na escola.

Para a apreensão crítica dos conteúdos da disciplina de Educação Física, a

aula será organizada em três momentos distintos:

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- o conteúdo da aula é apresentado aos alunos e problematizado buscando as melhores

formas de organização para execução das atividades a serem desenvolvidas;

- atividades são desenvolvidas e o professor observa as diferentes manifestações. O

professor poderá fazer registros para uma posterior orientação ou intervir

pedagogicamente quando se observarem reações desfavoráveis ou quando ocorre recusa

na participação durante a aula;

- prática é refletida através do diálogo. Cada aluno será levado a pensar suas atitudes

pedagógicas durante a aula, ou seja, levantará os pontos positivos e os que deverá ser

melhorado;

Os conteúdos específicos partem da expressividade do corpo e são

desenvolvidos de quinta a oitava série. O tratamento dado na sétima e oitava série terá

maior amplitude,complexidade e aprofundamento.

AVALIAÇÃO

A avaliação deve ser colocada a serviço da aprendizagem de todos os alunos,

de modo que permeie o conjunto das ações pedagógicas e não como um elemento

externo ao processo.

A avaliação estará vinculada ao Projeto Político Pedagógico da escola, a fim

de priorizar a qualidade e o processo de ensino e aprendizagem, sendo contínua,

formativa e diagnóstica. Não serão atribuídas notas ao desempenho dos alunos, pois o

objetivo não é quantificar e sim desenvolver no aluno a corporalidade e o seu

posicionamento crítico diante das diferenças. Assim, o professor fará parecer descritivo

dos avanços e das dificuldades constatadas.

REFERÊNCIAS

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Diretrizes Curriculares de Educação Física para o Ensino Fundamental.

Curitiba: SEED, SUED, 2006.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Currículo

Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, SUED, 1992.

GONÇALVES, M. C. Et al. Aprendendo a Educação Física da Pré-escola até a oitava

série do 1º Grau. São Paulo: Bolsa Nacional do Livro,1996

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PROPOSTA CURRICULAR

ENSINO RELIGIOSO

ENSINO FUNDAMENTAL

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O Ensino Religioso no Paraná como no Brasil, tradicionalmente era da Religião

Católica Apostólica Romana, com a Proclamação da República o ensino passou a ser

laico, público gratuito e obrigatório. A partir da Constituição de 1934 passou a ser admitido

como disciplina na escola pública, porém com matricula facultativa.

Nas Constituições de 37, 46 e 67 foi mantido como matéria do currículo, de

freqüência livre para o aluno e de acordo com o credo da família, mas o catolicismo

predominava.

Na LDB 4024/61, Art. 97, determinava de matricula facultativa, sem ônus para o

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poder publico, delegando-se a responsabilidade às diferentes tradições religiosas.

Com o regime militar e a Lei nº 5692/71, no Art 7º no Estado do Paraná em 1972,

cria-se a Associação Internacional de Curitiba. (ASSINTEC) de caráter ecumênico, que

assumem a elaboração de material pedagógico, cursos de formação continuada e

apostilas. Por isso realizou-se o I Simpósio de Educação Religiosa no Centro de

Treinamento de Professores do Estado do Paraná (CETEPAR), e ai se buscou definir o

papel do Ensino Religioso, na nova Constituição que se projetava para o País.

Em 1987 teve início o Curso de Especialização em Pedagogia Religiosa, numa

parceria da SEED, ASSINTEC, e PUC/PR, voltada à formação para professores, aberta a

pluralidade religiosa. Neste ínterim os movimentos garantiram a segunda maior emenda

popular que deu entrada na Assembléia Constitucional garantindo-se á liberdade de culto

e expressão religiosa.

Em 1990 quando da elaboração do Currículo Básico para a Escola Pública do

Paraná, o Ensino Religioso recebe, só em 1992, um caderno nos modelos do Currículo.

Com a nova LDB-EN 9364/96 no Art. 33, as discussões fazem jus e legitimam o

caráter proseletista. Após um ano é promulgada a lei nº 9475/97 que dá nova redação ao

artigo 33 da LDBEN.

De 1995 a 2002 o Ensino Religioso no Paraná sofre um esvaziamento. No inicio da

gestão 2000-2003 o Estado retoma a responsabilidade observando a deliberação 03/02

do CEE, e a disciplina é legitimada na rede Estadual.

Com a aprovação da Deliberação nº 01/06 institui-se novas normas para o Ensino

Religioso no Sistema Estadual de Ensino do Paraná, como: repensar o objetivo da área

de formação docente tendo por base a diversidade religiosa.

Assim sendo o Ensino Religioso visa a apropriação dos conhecimentos: paisagem

religiosa, simbologia e textos sagrados, tendo como foco o Sagrado das diferentes

manifestações. Por isso, os conteúdos devem partir do desconhecimento ou pouco

conhecido para depois inserir a comunidade, alargando assim a compreensão do

conhecimento.

Tendo em vista que o conhecimento religioso constitui o patrimônio da humanidade,

conforme a legislação brasileira que trata do assunto o conhecimento desta disciplina é

importante como saber escolar e contribui para a formação do educando:

• Colaborando com a formação da pessoa;

• Promovendo a escolarização fundamental para que o educando se aproprie de saberes

religiosos para entender os movimentos religiosos específicos de cada cultura,

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valorizando a diversidade em todas as suas formas, pois a sociedade brasileira é

composta por grupos muito diferentes que fazem parte de um contexto diverso.

O Ensino Religioso contribui também para superar a desigualdade étnico-religiosa

e garantir o direito Constitucional de liberdade de crença e expressão, conforme Art. 5º,

inciso VI, da Constituição brasileira, sendo um desafio da escola superar o preconceito,

fornecendo instrumentos de leitura da realidade e criando as condições para melhorar a

convivência entre as pessoas, pelo conhecimento, isto é, construir os pressupostos para o

diálogo propiciando oportunidade de identificação, de entendimento, de conhecimento e

de aprendizagem em relação as diferentes manifestações religiosas presentes na

sociedade, e fomentar medidas de repúdio a toda e qualquer forma de preconceito e

discriminação.

Isto se fará observando a legislação brasileira que torna obrigatório o ensino da

História da África e a cultura Afro-brasileira, através da lei nº 10.639/03 que altera a LDB.

Temos por objetivos promover alteração positiva na realidade vivenciada pela população

negra, étnico social, trilhando um rumo à sociedade democrática, mais justo e menos

desigual.

Por isso a disciplina de Ensino Religioso tem como prioridade o estudo do Sagrado,

tendo-o como foco do Fenômeno Religioso que é cerne da experiência religiosa do

cotidiano, contextualizando no universo cultural. Por isso ao se apropriar do

conhecimentos de diferentes manifestações do Sagrado o educando deverá buscar

explicitar a experiência do mesmo, nas diferentes culturas expressas nas religiões mais

sedimentares e nas manifestações mais recentes. Explicando os caminhos percorridos da

busca do Sagrado na sua dimensão cultural se terá a compreensão da influência deste na

construção do cognitivo presente nas sociedades e no cotidiano. Ao se apropriar dos

conhecimentos: paisagem religiosa, simbologia, textos sagrados como patrimônio cultural

da humanidade os educandos poderão contribuir para a construção e a socialização do

conhecimento religioso na formação integral, no respeito e o convívio com o diferente.

• Foco de Estudo:

Sagrado

• Conteúdos Estruturantes:

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Paisagem religiosa

Símbolos

Textos sagrados

CONTEÚDOS DE ENSINO RELIGIOSO

1º ANO DO III CICLO

O Ensino Religioso na Escola Pública

• Orientações legais

• Objetivos

• Principais diferenças entre aulas de Religião e Ensino Religioso como disciplina

Escolar.

I RESPEITO À DIVERSIDADE RELIGIOSA

Instrumentos legais que visam assegurar a liberdade religiosa.

• Declaração Universal dos Direitos Humanos e Constituição Brasileira: respeito á

liberdade religiosa.

• Direito a professar fé e liberdade de opinião e expressão.

• Direito á liberdade de reunião e associação pacificas.

• Direitos Humanos e sua vinculação com o Sagrado.

II LUGARES SAGRADOS

Caracterização dos lugares e templos sagrados: lugares de peregrinação, de

reverência, de culto, de identidade, principais práticas de expressão do Sagrado

nestes locais.

- Lugares na natureza: Rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras, etc.

- Lugares construídos: Templos, Cidades Sagradas, etc.

III TEXTOS ORAIS E ESCRITOS – SAGRADOS

Ensinamentos sagrados transmitidos de forma oral e escrita pelas diferentes culturas

religiosas.

Literatura oral escrita (Cantos, narrativas, poemas, orações, etc.)

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Exemplos: Vedas – Hinduismo, Escrituras Bahá – Is Fé Bahá’I, Tradições Orais

Africanas, Afro – brasileiras e Ameríndias, Alcorão – Islamismo, etc.

IV ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS

As organizações religiosas compõem os sistemas religiosos organizados

institucionalmente. Serão tratadas como conteúdos, destacando-se as suas

principais características de organização, estrutura e dinâmica social dos sistemas

religiosos que expressam as diferentes formas de compreensão e de relações com o

Sagrado.

Fundadores e / ou Lideres Religiosos.

Estruturas Hierárquicas.

Exemplos de organizações Religiosas Mundiais e regionais: Budismo (Sidarta

Gaudama), Confucionismo (Confúcio), Espiritismo (Allan Kardec), Taoísmo (Lao

Tse), etc...

CONTEÚDOS DE ENSINO RELIGIOSO

2º ANO DO III CICLO

I UNIVERSO SIMBÓLICO RELIGIOSO

Os significados simbólicos dos gestos, sons formas, cores e textos.

• Nos ritos

• Nos mitos

• No cotidiano

Exemplo: Arquitetura Religiosa, Mantras, Parâmetros, Objetos, etc.

II RITOS

São práticas celebrativas das tradições / manifestações religiosas, formadas por um

conjunto de rituais. Podem ser compreendidos como a recapitulação de um

acontecimento sagrado anterior, é imitação, serve à memória e à preservação da

identidade de diferentes tradições / manifestações religiosas e também podem

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remeter a possibilidades futuras a partir de transformações presentes.

• Ritos de passagem

• Mortuários

• Propiciatórios

• Outros

Exemplos: Dança (Xire) – Candomblé, Kiki (Kaiangangue – ritual fúnebre), Via

Sacra, Festejo indígena de colheita, etc.

III FESTAS RELIGIOSAS

São eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos, com objetivos diversos:

confraternização, rememoração dos símbolos, períodos ou datas importantes.

• Peregrinações, festas familiares, festas nos templos, datas comemorativas.

Exemplos: Festa do Dente Sagrado (Budismo), Ramadã (Islâmica), Kuarup

(indígena), Festa de Iemanjá (Afro – brasileira), Pessach (judaísmo), etc.

IV VIDA E MORTE

As respostas elaboradas para vida além da morte nas diversas tradições /

manifestações religiosas e sua relação como sagrado.

• O sentido da vida nas tradições / manifestações religiosas.

• Reencarnação

• Ressurreição – ação de voltar á vida

• Alem da morte

• Ancestralidade – vida dos antepassados – espíritos dos antepassados se tornam

presentes.

• Outras interpretações.

Obs: no decorrer do ano nas aulas de Ensino Religioso deverão ser contempladas a Lei

10. 639/03, sobre a História e Cultura Afro – brasileira e Africana; as novas legislações

sobre o meio ambiente, a necessidade de participação nos movimentos sociais, políticos,

festivos, esportivos da comunidade local, buscando conhecimentos e daí análise com

crítica construtiva a nível de Estado, País e Continente (exemplos: PAM, catástrofes:

chuvas, granizo, calor, enfim a preocupação com o clima, a sobrevivência dos seres vivos,

acidentes, violência, injustiças).

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METODOLOGIA

O encaminhamento metodológico pressupõe um constante repensar das ações

que substituirão o trabalho em sala de aula.

As práticas pedagógicas desenvolvidas na disciplina contribuirão para o respeito as

diversas manifestações religiosas, ampliando e valorizando o universo cultural dos alunos.

A nova abordagem dos conteúdos de Ensino Religioso tendo como objeto de

estudo o Sagrado, será a base, a partir da qual serão tratados todos os conteúdos,

assegurando a especificidade dos conteúdos da disciplina, sem desconsiderar a sua

aproximação com as demais áreas do conhecimento, sendo que os espaços sagrados

podem constituir conteúdos de outras disciplinas, mas os significados atribuídos a esses

espaços pelos adeptos dessa ou daquela religião, serão mais aprofundados nas aulas,

tendo como foco o Sagrado.

A apresentação dos conteúdos específicos, intenciona-se a partir de abordagens e

manifestações religiosas ou expressões do sagrado desconhecidas ou pouco conhecidas

dos alunos, para posteriormente inserir os conteúdos que tratam de manifestações

religiosas mais comuns que já fazem parte do universo cultural da comunidade, levando a

um alargamento da compreensão do conhecimento a respeito da diversidade religiosa e

dos múltiplos significados do sagrado. De modo que os conhecimentos apreendidos de

outras manifestações religiosas, constituam-se em novas referências para se analisar e

aprofundar conhecimentos a respeito das manifestações já conhecidas ou praticadas

pelos alunos e ou na comunidade.

Todos os conteúdos a serem tratados, contribuirão para a superação da

discriminação de qualquer expressão do Sagrado.

Os conteúdos contemplam as diversas manifestações do sagrado, entendidas

como integrantes do patrimônio cultural, enriquecidos pelo professor e contribuirão para a

construção, reflexão e a socialização do conhecimento religioso, favorecendo a formação

integral dos educandos, o respeito e o convívio com o diferente.

Se estabelecerá uma relação pedagógica com os conhecimentos que compõem o

universo sagrado das manifestações religiosas como construção histórico social,

agregando-se ao patrimônio cultural da humanidade.

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As reflexões e analises se darão por meio do tratamento dos conteúdos,

destacando-se os aspectos científicos do universo cultural do sagrado e da diversidade

socio-cultural.

Assim o currículo dessa disciplina propõe subsidiar os alunos, por meio dos

conteúdos, a compreensão, comparação e análise das diferentes manifestações do

sagrado, com vistas à interpretação dos seus múltiplos significados, na compreensão e

comparação de conceitos básicos no campo religioso e na forma como a sociedade sofre

interferências das tradições religiosas ou mesmo na afirmação ou negação do sagrado.

O processo de ensino aprendizagem visa à construção / produção de

conhecimento e que, por conseqüência se caracteriza pela promoção do debate, da

hipótese divergente, da dúvida – real ou metódica, do confronto de idéias, de informações

discordantes e, também da exposição competente de conteúdos formalizados.

O Ensino Religioso permitirá que possa se refletir e entender como os grupos

sociais se constituem culturalmente e como se relacionam com o Sagrado,

compreendendo suas trajetórias e manifestações para poder elaborar o seu saber,

passando a entender a diversidade de nossa cultura e da constituição da vida em

sociedade, marcada pela religiosidade.

Com isso participar dos projetos da comunidade escolar: Projeto Fera, Agenda 21,

Semana Cultural e outros, bem como a interação com outras disciplinas, será

imprescindível.

AVALIAÇÃO

A disciplina do Ensino Religioso por não constituir objeto de reprovação, não deve

ter registro de notas ou conceitos na documentação escolar. De matrícula facultativa, a

avaliação terá caráter educativo. Assim permitirá acompanhar a apropriação do

conhecimento, observando-se a compreensão do sagrado no cotidiano. Isto se fará

através da observação com o respeito as diferenças. Deverá ser objeto de registro para

que: escola, alunos, pais e responsáveis possam identificar os progressos da disciplina e

das disciplinas tanto na escrita, oralidade e conhecimento, mesmo não tendo registros de

nota no SERE.

Também dará a oportunidade para a auto-avaliação do professor dando base para

continuidade do trabalho ou reorganização do mesmo, retomada das lacunas e, ou,

aprofundamento dos conteúdos. Possibilitará a articulação desta disciplina com as

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demais, pois abordam a cultura também.

REFERÊNCIAS

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1998.

________________. & GIL, H. C. F. Identidade religiosa e territorialidade do sagrado:

notas para uma teoria do fato religioso. In ROSENDAHL, Z & CORREA, R. L. (org)

Elementos de Epistemologia da Geografia Contemporâneo, Curitiba: Editora UFPR, 2002.

CISALPIANO, Murilo. Religiões. São Paulo: editora Scipione Ltda, 1994.

COSTELLA, Domenico. O Fundamento Epistemológico do Ensino Religioso. In:

JUNQUEIRA, Sérgio; WAGNER, Raul (Orgs) O ensino religioso no Brasil. Curitiba:

Champagnat, 2004.

DURKHEIM. Émile. As formas elementares de vida religiosa. São Paulo: ed. Paulinas,

1989.

ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo: Martins

Fontes, 1992.

GIL FILHO, Sylvio F. Espaço de representação e territorialidade do sagrado: notas para

uma teoria do fato religioso. Ra´a Ga O espaço Geográfico em Análise: Curitiba, v.3.3, p

91-1220, 1999.

MACEDO, Carmem Cinira. Imagem do eterno: religiões no Brasil. São Paulo: editora

Moderna Ltda, 1989.

OLIVEIRA, Maria Antonieta Albuquerque de “Componente Curricular”. In: Ensino Religioso

no Brasil. JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo; WAGNER, Raul. Curitiba: Champagnat,

2004, p.119.

OTTO, R. O Sagrado, Lisboa: Edições 70, 1992.

PARANÁ. Secretaria da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso para o Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, SUED, 2006.

Texto Introdução as Diretrizes Curriculares Doutora Yvelise Freitas de Souza Arco-verde.

Superintendente da Educação.

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PROPOSTA CURRICULAR

LÍNGUA PORTUGUESA

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

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O ensino de Língua Portuguesa/Literatura precisa estar pautado na interlocução e

perpassar as práticas de oralidade, leitura e escrita em situações reais de uso da língua,

tendo em vista o multiletramento que vai além do trabalho com o texto verbal (oral e

escrito), considerando outras modalidades de linguagem dando ao trabalho com a língua

um caráter interdisciplinar.

Nesta perspectiva, o ensino da língua está focado no texto, através da leitura,

produção de textos e a análise lingüística no interior de atividades de uso real da língua

com reflexões sobre o seu uso em diferentes contextos e situações. Assim, não se

justifica mais o estudo da gramática como tradicionalmente se fez, atendo-se somente ao

texto escrito, mas à sua real função no interior dos textos, conhecimento que não se

constrói com o estudo de regras e exercícios gramaticais, incapazes de abranger o

dinâmico sistema da linguagem.

Na disciplina de Língua Portuguesa do Colégio Estadual Adiles Bordin há o objetivo

de se romper com o ensino tradicional da língua, no qual o ensino é centrado em

exercícios mecânicos e na cobrança de nomenclatura gramatical, tirando da escrita o seu

significado e real função. Assim, busca-se fazer acontecer a concepção

sociointeracionista que considera a necessidade de interlocução entre os sujeitos para a

interiorização da língua, priorizando a produção e reflexão lingüística, a avaliação

diagnóstica.

“Não é a gramática abstrata, mas a vida em comum que nos deu uma língua comum.

Ensinar a língua é ampliar a experiência do aluno com a nossa.”

GERALDI, Portos de Passagem-1993

“Todo o menino que vem sentar-se nos bancos de uma escola traz consigo, sem

consciência de tal, o conhecimento prático dos princípios da linguagem, o uso dos

gêneros, dos números, das conjunções e, sem sentir, distingue as várias espécies de

palavras. É a gramática natural, o sistema de regras que formam a estrutura da língua e

que os falantes interiorizam ouvindo e falando.”

GERALDI, Portos de Passagem-1993

Priorizar o ensino da língua nas práticas discursivas valoriza o capital cultural que a

aluna e aluno traz da socialização familiar, étnica e de classe dentro da cultura

acadêmica dominante (currículo escolar formal), tornando as aulas de língua portuguesa

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espaço de análise das práticas generificadas, racistas e excludentes presentes

tradicionalmente no currículo masculino e branco, que sempre reafirmou desigualdades

de classe, gênero e raça, negando as culturas femininas, de classes sociais e grupos

étnicos que não exercem poder.

O ensino da língua que tradicionalmente reforçou desigualdades, segregou e

revelou indiferença à diversidade da língua juntamente com a de etnia/”raça”, de gênero,

religião e religião dos alunos e alunas continua, principalmente na constatação que os

estudos das DCEs também abordam timidamente essas questões. Só foi possível

perceber após varias revisões no PPP de Língua Portuguesa do Colégio Adiles Bordin,

que neste, estava praticamente ausente qualquer abordagem sobre o sexismo, racismo e

classismo na educação, embora sejam assuntos de pauta nas discussões nas reuniões e

no cotidiano das salas de aula de nossa escola. Isso se comprova pelo constante uso do

gênero feminino nos textos do PPP do colégio que foram construídos coletivamente.

Se ainda vai demorar para que toda a menção à mulher seja feita mediante o uso

do gênero feminino e que esteja presente nos textos dos livros didáticos, paradidáticos e

outros, é importante perceber que concepções trazem a respeito de gênero, raça/etnia,

classes sociais, nacionalidade geralmente pautadas na desigualdade para que nossos

alunos e alunas reconheçam a opressão e desigualdade social presentes na linguagem e

espaços sociais, já que imagens estereotipadas interferem na constituição da auto-

imagem e na aprendizagem.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

Nas Diretrizes Curriculares se adotou o conceito “conteúdo estruturante” pela

mobilidade histórica que o mesmo propõe, desafiando ao rompimento com o ensino

tradicional da gramática e seus conteúdos fixos e imutáveis, propondo, com a adoção do

novo conceito, que se assuma uma nova concepção de língua na qual o discurso,

enquanto prática social, passa a ser objeto de estudo e a linguagem a ser entendida no

seu caráter contextual e dialógico, não mais como algo pronto, mas como campo de ação

onde acontecem práticas de uso real da língua que contribuem para o aprimoramento da

competência lingüística dos(as) educandos (as).

No entanto, é necessário compreender que, nas diretrizes, não há a pretensão de

limitar as possibilidades das práticas docentes, mas, em todo o documento, propõe-se

uma abertura no campo das práticas de ensino num evidente respeito à diversidade e às

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peculiaridades das comunidades escolares existentes em todo o estado, numa proposta

clara aos(às) professores(as) de uma ação contínua de escrita e reescrita do texto das

diretrizes, a mesma orientação que norteia o ensino da língua, ao ser tomada, a partir dos

estudos de Bakhtin, como forma de interação entre as pessoas, levando-se em conta a

enunciação, já que são nos enunciados que o discurso se constrói, exigindo uma nova

abordagem para o ensino da língua.

OBJETIVOS GERAIS

De acordo com o texto das Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a

Educação Básica (página 23), assim se apresentam os objetivos:

Tendo em vista a concepção de língua como discurso que se efetiva nas diferentes

práticas sociais, os objetivos a seguir fundamentarão o processo de ensino:

• Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, saber adequá-la a cada contexto

e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos discursos do cotidiano e

propiciar a possibilidade de um posicionamento diante deles:

• Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por meio de práticas

sociais, considerando-se os interlocutores, seus objetivos, o assunto tratado, os gêneros e

suportes textuais, além do contexto de produção/leitura;

• Refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, de modo a atualizar o gênero e tipo

de texto, assim como os elementos gramaticais empregados na sua organização;

• Aprimorar, pelo contato com os textos literários, a capacidade de pensamento crítico e a

sensibilidade estética, bem como propiciar pela Literatura, a constituição de um espaço

dialógico que permita a expansão lúdica da oralidade, da leitura e da escrita:

• Reconhecer a importância da norma culta da língua, de maneira a propiciar acesso aos

recursos de expressão e compreensão de processos discursivos, como condição para

tornar o aluno capaz de enfrentar as contradições sociais em que está inserido e para a

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afirmação da sua cidadania, como sujeito singular e coletivo.

“É importante ressaltar que tais objetivos e as práticas deles decorrentes

supõem um processo longitudinal de ensino e aprendizagem que se inicia na

alfabetização, consolida-se no decurso da vida acadêmica do aluno e não se esgota no

período escolar, mas se estende por toda a sua vida.”

Dentro desse entendimento, questões como discriminação de gênero, raça e

classe social não devem ser tratadas eventualmente, mas em todas as atividades do

cotidiano escolar as quais podem trazer a neutralização da diversidade ou os conflitos

delas provenientes.

Embora não haja essa abordagem no documento das DCEs, há que se

destacar que no uso da língua oral é que mais comumente se evidenciam o preconceito

lingüístico, a neutralização do feminino, expressões racistas, presentes mais sutilmente

nos textos escritos, mas que precisam ser desvelados nas práticas discursivas. A

valorização do uso do feminino, a não depreciação ao uso das variantes lingüísticas, o

respeito às falas que foram construídas coletivamente ao longo da história, são assuntos

para o debate dos diferentes preconceitos na linguagem. Assim, é possível despertar nas

alunas e alunos das classes populares a necessidade de se apropriar da língua da classe

dominante e das causas políticas e históricas para que sua variante “culta” fosse eleita

como norma padrão.

CONTEÚDOS

O documento das Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para o Ensino

Fundamental e Médio não apresenta e não propõe a segmentação das práticas

discursivas e uma divisão de conteúdos gramaticais por série e de forma linear. Assim

sendo, a definição do trabalho com a língua e conteúdos dentro de um determinado

período de tempo, só deve ocorrer a partir do diagnóstico do conhecimento lingüístico

dos(as) alunos(as) e de acordo com as necessidades reais dentro de uma prática de

leitura e produção de textos orais e escritos, bem como a reflexão sobre o uso da

língua,conforme consta nas DCEs da Educação Básica do Estado do Paraná:

“É importante frisar que a escolha pelo professor deste ou daquele conteúdo, nesta

ou naquela série, vai depender dos conhecimentos prévios e do desenvolvimento

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cognitivo e lingüístico dos alunos, bem como das possibilidades de reflexão que cada

texto oferece.”

Portanto, há que se considerar, a partir das experiências e necessidades

percebidas na interação, as possibilidades de compreensão dos(as) alunos(as) para a

seleção e aprofundamento dos conteúdos, tornando-os mais complexos conforme a

autonomia lingüística adquirida nas práticas discursivas.

Ao se pautar a prática pedagógica no respeito à diversidade cultural, ao modo de

falar de cada povo como preservação da identidade, ao se destacar a necessidade das

pessoas aprenderem a norma culta, pouco se esclarece sobre a importância da utilização

de sua variante no uso cotidiano da linguagem.

PRÁTICAS DE ORALIDADE

GÊNEROS PARA PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS

Textos literários:

Canção e textos dramáticos.

Textos de imprensa:

Notícia, entrevista radiofônica e televisiva, debate e depoimento.

Texto de divulgação científica: exposição, debate, relato de experiência científica.

Textos da ordem do relatar:

Histórias em família, experiências vividas, diários, testemunhos, autobiografia, notícia

curta, etc.

Textos argumentativos:

exposição e debate.

Textos instrucionais ou prescritivos:

Instruções, regras em geral, receitas, normas.

Conteúdos decorrentes da produção oral em função da reflexão e do uso: a prática da

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análise lingüística na oralidade

• Materialidade fônica dos textos poéticos

• Reconhecimento das diferentes possibilidades de uso da língua

• Recursos lingüísticos próprios da oralidade

• As variedades lingüísticas e a adequação da linguagem ao contexto de uso: diferentes

registros, grau de formalidade em relação à fala e à escrita

• Aspectos formais e estruturais do texto.

O que observar na prática da oralidade:

A utilização pelo aluno da linguagem oral, com eficácia, sabendo adequá-la a intenções e

situações comunicativas, conforme as instâncias de uso da linguagem, ou seja, para

defender pontos de vista, narrar, relatar expor, intervir, formular questões, etc., tendo em

vista o atendimento à natureza da informação ou do conteúdo veiculado e adequação ao

nível de linguagem.

PRÁTICA DE LEITURA DE TEXTOS

GÊNEROS PARA LEITURA

Textos literários: Canção, textos dramáticos, romance, crônica, conto, poema, contos de

fada e fábula.

Textos lúdicos: Adivinhas, parlendas, quadrinhas, cantigas.

Textos de narrativa gráfico-visual: Histórias em quadrinho, tiras e cartum

Textos de imprensa: Notícia, entrevista, textos informativos e de opinião, classificados,

anúncios, folhetos, entre outros.

Textos midiáticos: textos publicitários, chats, e-mails, mensagens de telefone.

• Texto de divulgação científica: verbetes de dicionário e enciclopédia, relatos de

experiência científica.

• Textos da ordem do relatar: Histórias em família, experiências vividas, diários,

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testemunhos, autobiografias, etc.

* Textos da ordem da correspondência: Cartas familiares, correspondências comerciais,

bilhetes, convites.

• Textos argumentativos: Textos de opinião, editoriais.

• Textos instrucionais ou prescritivos: Instruções, regras em geral, receitas, normas, leis

e estatutos.

Conteúdos decorrentes da leitura em função da reflexão e do uso: a prática da análise

lingüística:

• Organização do plano textual: conteúdo veiculado, possíveis interlocutores, assunto,

fonte, papéis sociais representados, intencionalidade e valor estético.

• Diferentes vozes presentes no texto

• Reconhecimento e importância dos elementos coesivos e marcadores de discurso

para a progressão textual, encadeamento das idéias e para a coerência do texto,

incluindo o estudo, a análise e a importância contextual de conteúdos gramaticais na

organização do texto:

• A importância e função das conjunções no conjunto do texto e seus efeitos de sentido.

• Expressividade dos nomes e função referencial no texto (substantivos, adjetivos,

advérbios) e efeitos de sentido.

• O uso do artigo como recurso referencial e expressivo em função da intencionalidade

do conteúdo textual

• Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomada e seqüenciação

do texto.

• Valor sintático e estilístico dos tempos verbais em função dos propósitos do texto,

estilo composicional e natureza do gênero discursivo.

• Relações semânticas que as preposições e os numerais estabelecem no texto.

• A pontuação como recurso sintático e estilístico em função dos efeitos de sentido,

entonação e ritmo, intenção, significação e objetivos do texto.

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O que observar na prática da leitura:

• Os processos utilizados pelos alunos para a construção do sentido do texto de forma

colaborativa. Esses processos são: produção de inferências, coerência de sentido,

previsão, conhecimento prévio, leitura de mundo, intertextualidade, expressão da

subjetividade por meio do diálogo e da interação.

• Compreensão do texto de maneira global e não fragmentada.

• Utilização de diferentes modalidades de leitura adequadas a diferentes objetivos: ler

para revisar, obter uma informação, produzir outros textos, adquirir conhecimentos,

etc.

• O entendimento do aluno sobre os elementos lingüísticos do texto como pistas, marcas,

indícios da enunciação.

• Compreensão do aluno acerca do funcionamento dos elementos lingüísticos/ gramaticais

presentes no texto.

PRÁTICAS DE ESCRITA

GÊNEROS PARA PRODUÇÃO ESCRITA

• Textos literários: Canções, textos dramáticos, poemas, textos narrativos, etc.

• Textos de narrativa gráfico-visual: Histórias em quadrinho.

• Textos de imprensa: Notícias, entrevistas, textos informativos e de opinião,

classificados, anúncios, folhetos, entre outros.

• Textos midiáticos: Textos publicitários, chats, e-mails, mensagens de telefone

• Texto de divulgação científica: Relatos de experiências científicas

• Textos da ordem do relatar: Histórias em família, experiências vividas, diários,

testemunhos, autobiografias, etc.

• Textos da ordem da correspondência: Cartas familiares, correspondência comercial,

bilhetes, convites.

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• Textos argumentativos: Textos de opinião, carta do leitor.

• Textos instrucionais ou prescritivos: Instruções, regras em geral, receitas, normas, leis

e estatutos.

Conteúdos decorrentes da produção escrita em função da reflexão e do uso: a prática da

análise lingüística

• Conteúdos relacionados à norma padrão em função do aprimoramento das práticas

discursivas, tendo em vista o uso e o princípio da regularidade: concordância verbal e

nominal, regência verbal e nominal, acentuação, crase, ortografia, pontuação, tempos

verbais.

• Elementos de coesão e coerência na constituição textual, incluindo os conteúdos

relacionados aos aspectos semânticos e léxicos: sinônimos, antônimos, polissemia,

nominalizações, hiperonímia.

• Elementos composicionais formais e estruturais dos diferentes gêneros discursivos

O que observar na prática da escrita enquanto processo:

• Atendimento à natureza da informação ou do conteúdo veiculado

• Adequação ao nível de linguagem e/ou à norma padrão

• Coerência com o tipo de situação em que o gênero se situa (pública, privada,

corriqueira, solene, etc)

• Observância à relação entre os participantes (conhecidos, desconhecidos, nível social,

formação, etc.)

• Atendimento aos objetivos do texto

• Unidade temática

• Clareza na exposição das idéias

• Utilização dos recursos coesivos

• Atualização do gênero - as características são percebidas no uso.

Embora na norma padrão prevaleça o uso de vocábulos masculinos para se referir ao

gênero feminino, exista expressões racistas e preconceituosas, os movimentos sociais

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populares e intelectuais progressistas denunciam o preconceito lingüístico como

instrumento de perpetuação de estereótipos, o mito de que no Brasil se fala uma única

língua quando são falados por volta de duzentos idiomas.

O reconhecimento do país como multilingüe e pluricultural é fundamental para a

construção de uma nova concepção de língua e para o rompimento com o ensino

tradicional, no entanto, isso não se evidenciou nas discussões das DCEs.

METODOLOGIA

De acordo com o documento das DCEs de Língua Portuguesa – Educação Básica

(pág. 29): “Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos, os

professores de Língua Portuguesa têm o papel de aprimorar as possibilidades do domínio

discursivo na oralidade, na leitura e na escrita, para que compreendam e interfiram nas

relações de poder, em relação ao pensamento e às práticas de linguagem imprescindíveis

ao convívio social. Isso significa desvelar as cristalizações de verdade na língua,

possibilitando aos educandos tanto o entendimento do poder configurado pelas diferentes

práticas discursivas-sociais quanto a sua emancipação e autonomia em relação a essas

práticas.”

Para que se defina a metodologia de trabalho a ser realizado nas aulas de Língua

Portuguesa, faz-se necessário que se assuma a concepção de linguagem na perspectiva

sociointeracionista defendida na fundamentação teórica das Diretrizes Curriculares

discutidas e construídas coletivamente pelos(as) professores(as) paranaenses, na qual

os(as) alunos(as) devem ser valorizados enquanto sujeitos da linguagem e suas

experiências, enquanto leitores(as) e produtores(as), devem se transformar em objeto de

reflexão do uso da língua em situações reais de uso.

Dessa forma, não se justifica defender conteúdos historicamente valorizados,

principalmente no ensino médio, tendo em vista o vestibular e o mercado de trabalho, já

que o compromisso da educação básica é com uma formação ampla e abrangente para o

exercício da cidadania, numa prática pedagógica diferenciada que exige uma reorientação

para que se tenha clareza dos objetivos do ensino da Língua.

Para se garantir essa formação pautada na diversidade necessário se faz uma

prática pedagógica que priorize as questões de gênero, etnia/raça e classes sociais que

devem perpassar todas as práticas de linguagem entre professores(as) e alunos(as) nas

salas de aulas, outros segmentos e espaços da escola e comunidade.

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A prática de oralidade

Precisam ser desenvolvidas em sala de aulas atividades que favoreçam o

desenvolvimento das habilidades de falar e ouvir, bem como a sensibilidade de saber

ouvir o(a) outro(a), considerando a influência do discurso oral na nossa história cultural,

as variantes e o preconceito lingüístico , os diferentes gêneros textuais, as diferenças

entre a fala e escrita e não somente suas similaridades.

A prática de leitura

Segundo Bakhtin (1986), “o texto deve ser entendido como um veículo de

intervenção no mundo, ao mesmo tempo em que está articulado ao modo de produção

social”.

O trabalho com a leitura deve ocorrer possibilitando aos(às) alunos(as) a

diversidade de gêneros textuais presentes na sociedade, estimulando-os à leitura de

textos selecionados , respeitando, no entanto, suas preferências e opiniões. A leitura não

deve estar vinculada a questionários, já que há muitas possibilidades de trabalho com a

mesma, fazendo os(as) alunos(as) perceberem seus papéis na interação com o texto, os

elementos de linguagem que o texto manipula, as ideologias, valores e estereótipos

pautados nos preconceitos de etnia/raça, gênero, de classe nele presentes,numa prática

crítica e transformadora que permite a construção de significados.

A prática de escrita

O trabalho com a escrita deve ser adotado na perspectiva discursiva, sem vinculá-

lo à gramática tradicional que sempre ocorreu de maneira descontextualizada através de

exercícios vazios de significação.

É necessário que os (as) professores(as) adotem uma nova postura no ensino da

língua para que as aulas sejam de escrita e reescrita de textos de diferentes gêneros,

tornando-se mais significativas através do hábito de planejar, escrever, revisar e

reescrever suas produções textuais que devem ser socializadas para se recuperar o

caráter interlocutivo da linguagem.

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Literatura

Principalmente no Ensino Médio, tradicionalmente não se tem priorizado a

formação do leitor e sua experiência real de leitura ao se valorizar, no trabalho

pedagógico, apenas a historiografia literária com dados bibliográficos de autores, resumo

de obras, lista de obras e sua descrição, fragmentos de textos em livros didáticos,

circunscrição da obra a um contexto histórico desvinculado da realidade do aluno e aluna,

privando de um contato mais rico com as obras de arte literária (a literatura

afrodescendente, feminina, escritores(as) negras, etc.), possibilitando o contato com

textos integrais, levando-o à reflexão, á analise de como a mulher, o(a) negro(a), o

índio(a), o brasileiro(a) entre outros(as) estão representados, ao aprimoramento do

pensar, sendo necessário que se reserve um espaço nas aulas semanais para a leitura.

A análise lingüística

O trabalho com a complexibilidade dos fenômenos lingüísticos não é possível ao se

privilegiar somente o ensino da gramática normativa que predomina nas aulas de língua,

a qual a considera como uma série de regras a serem obedecidas, atendo-se somente à

língua escrita na modalidade padrão. Daí a importância de se considerar a gramática

descritiva e a internalizada que consideram a modalidade oral, sendo mais flexíveis, já

que o erro nestas, não é considerado transgressão à regra, mas necessário para se

adequar às situações reais de uso ou bem aceito dentro de determinada variante.

Mais importante é o contato dos(as) alunos(as) com diferentes tipos e gêneros de

textos para poder assimilar as regularidades do uso da língua e a utilização da gramática

normativa como documento de consulta nas atividades de reflexão sobre os seus próprios

textos e de outros, sempre que possível numa análise coletiva de um texto selecionado.

PRÁTICA DE ANÁLISE LINGÜÍSTICA - 3º E 4º CICLOS – ENSINO MÉDIO

• Problemas de estrutura textual

Respostas às questões: quem? o quê? quando? onde? como? por quê?

• Problemas de ordem sintática

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- concordância verbal

- concordância nominal

- regência

• Problemas de ordem morfológica

- léxico: adequação vocabular

- conjugação verbal

- formas de plural e feminino/masculino

• Problemas de ordem fonológica

- ortografia

- acentuação

- divisão silábica

Ainda no 2º ano do III ciclo ou já no IV ciclo e no Ensino Médio, dependendo do

nível da turma, podem ser acrescentados:

• Problemas de ordem textual

- ponto de vista do narrador (narrar na 1ª pessoa e 3ªpessoa)

- passagem do discurso direto para o indireto e vice-versa

- no quarto ciclo, considerar questões de clareza, objetividade e fidelidade aos

fatos

• Problemas de ordem estilística

- transformações simples de orações

- reescrita de parágrafos

(sugestões retiradas da proposta para prática de análise lingüística de João W. Geraldi no

livro: “O texto na sala de aula”)

AVALIAÇÃO

A avaliação na disciplina de Língua Portuguesa deve ser coerente com a

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concepção de língua presente nas diretrizes curriculares. Portanto, deve ser feita sobre

“as pistas concretas do caminho que o aluno está trilhando para se apropriar,

efetivamente, das atividades verbais – a fala, a leitura e a escrita. Logo, por sua

característica diagnóstica, a avaliação formativa é a que mais se presta ao processo de

ensino e aprendizagem da língua.”

Nessa perspectiva, a oralidade deve ser avaliada considerando-se a participação

do(a) aluno(a) em atividades nas quais expõe suas idéias verbalmente bem como a sua

fluência , desembaraço, argumentação na defesa de seus pontos de vista e adequação

do seu discurso aos diferentes interlocutores e situações.

Quanto à leitura, devem ser oportunizadas diferentes situações e atividades que

permitam avaliar as estratégias empregadas, a compreensão do texto lido e o seu

posicionamento e reflexão a partir do mesmo.

Em relação à escrita, os textos produzidos devem ser considerados no seu

processo de produção e não como produto final, como fornecedores de elementos para

se atuar sobre os mesmos, como direcionadores das atividades para que ocorra o

aperfeiçoamento da leitura e escrita, que só se dará com o profundo respeito pelas

diferenças na sala de aula e pela promoção de uma ação pedagógica de qualidade.

Na disciplina de Língua Portuguesa do Colégio Adiles Bordin, não há um tempo de

ensinar e um tempo de avaliar enquanto momentos estanques. É a partir das pistas do

caminho que o aluno faz na apropriação do conhecimento lingüístico que seu progresso e

suas necessidades podem ser analisados e avaliados para as intervenções necessárias

Para isso, as produções textuais escritas são organizadas numa coletânea, após

as revisões e refacções. Dessa forma, a análise e observação permite que se

compreenda o nível de conhecimento dos alunos, aos quais não são concedidos nem

retirados pontos. A eles e elas é permitido errar e todas as intervenções são feitas no

sentido de que observem e reparem para que avancem progressivamente na apropriação

da norma culta da língua. As atividades de produção oral e leitura não estão

desassociadas das produções escritas e interferem na sua qualidade, sendo devidamente

valorizadas na avaliação..

Nesse sentido, a organização do Ensino Fundamental da escola em ciclos de

formação favorece essa prática no trabalho da disciplina de língua portuguesa devido à

utilização de pareceres descritivos e não de notas.

No entanto, no Ensino Médio, apesar das notas que favorecem a classificação e

rotulação de alunos(as) em bons e ruins, a avaliação acontece durante o processo

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ensino-aprendizagem através da avaliação diagnóstica que permite as intervenções

necessárias para que se oportunize aos alunos e alunas a apropriação desse bem comum

que é a língua-padrão, além do respeito a diversidade lingüística e cultural.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

DOMÍNIO DA LÍNGUA ORAL

- Exposição de idéias com clareza, seqüência, objetividade, consistência argumentativa e

adequação vocabular;

- Reconhecimento das intenções e objetivos na fala do outro;

- Julgamento da fala do outro quanto à adequação às circunstâncias, à clareza e

consistência argumentativa;

- Domínio progressivo da norma padrão na fala (concordância verbal e nominal, regência

verbal e nominal, conjugação verbal e emprego de pronomes, advérbios e conjunções);

- Reconhecimento da contribuição complementar de elementos não verbais na

comunicação (gestos, expressões faciais e postura corporal);

DOMÍNIO DA LEITURA

- Identificação das idéias básicas apresentadas no texto;

- Reconhecimento das especificidades dos textos;

- Compreensão das configurações de diferentes tipos de textos;

- Identificação do processo e contexto de produção;

- Confronto das idéias contidas no texto e argumentação;

- Atribuição de significados que extrapolem o texto lido;

- Prática de leitura contrastiva (vários textos sobre o mesmo tema em linguagens

diferentes, em épocas diferentes ou sob perspectivas diferentes);

- Avaliação do texto na perspectiva da unidade temática e unidade estrutural;

- Percepção do valor expressivo do texto e sua relação com os sinais de pontuação;

- Ampliação da capacidade de reconhecer as intenções do enunciador e posições

ideológicas do seu discurso;

E M - Troca de impressões com outros leitores a respeito dos textos lidos;

E M - Seleção de textos segundo seu interesse e suas necessidades.

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DOMÍNIO DA ESCRITA

- Produção de textos considerando as condições de produção (finalidade, gênero, áreas

de circulação e interlocutor);

- Produção de textos com clareza, coerência e argumentação;

- Utilização dos processos se coordenação e subordinação na construção das orações;

- Utilização dos recursos coesivos (conjunções, advérbios, pronomes, etc.);

- Organização dos textos em parágrafos e fazendo uso dos recursos da pontuação

(ponto, vírgula, ponto e vírgula, dois pontos, ponto de exclamação, ponto de interrogação

e reticências) e outros sinais gráficos (aspas, travessão e parênteses);

- Adequação do texto à norma padrão (concordância verbal e nominal, regência verbal e

nominal e conjugação verbal);

- Utilização da organização gráfica do texto (ortografia, acentuação e recursos gráficos

visuais como margem, título, etc.);

- Utilização dos padrões da escrita em função do projeto textual e das condições de

produção;

- Análise e revisão do próprio texto em função dos objetivos e interlocutores;

- Construção do conjunto de conhecimentos sobre o funcionamento da língua e sobre o

sistema lingüístico para a prática de leitura e produção, através da análise lingüística.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA O TERCEIRO E QUARTO CICLO E ENSINO MÉDIO

NA LÍNGUA ORAL:

- Expor suas idéias verbalmente com clareza;

- Argumentar em defesa de suas idéias;

- Manter um ponto de vista coerente ao longo de um debate;

- Adequar a fala aos diferentes interlocutores e diversas situações sociais;

- Ouvir com atenção a exposição oral do outro, respeitando sua vez de falar e as opiniões

alheias;

- Manifestar-se e intervir sem fugir do assunto tratado;

- Formular e responder perguntas;

- Identificar elementos não -verbais na comunicação;

- Identificar as intenções, valores e preconceitos presentes na fala;

- Resumir as idéias centrais de um texto lido ou dito;

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- Atribuir sentido aos textos orais, posicionando-se criticamente diante dos mesmos;

- Produzir textos orais, planejando-os previamente em função dos objetivos propostos;

- Apresentar publicamente textos memorizados sem apoio escrito;

- Elaborar esquemas e outros recursos para apoio na exposição oral;

- Identificar, nos textos orais, o dialeto característico de uma região ou classe social;

- Preocupar-se com a qualidade das produções orais próprias.

NA LÍNGUA ESCRITA – PRODUÇÃO DE TEXTOS:

- Escolher o tipo de texto de acordo com suas intenções: dar instruções, comunicar-se

com alguém que está longe, convencer, divertir, emocionar, enredar, divulgar, reivindicar,

etc.;

- Utilizar uma configuração discursiva adequada às finalidades dos textos;

- Utilizar recursos próprios do discurso escrito, em oposição à escrita impregnada de

marcas da oralidade;

- Utilizar recursos básicos de coesão: conjugações, advérbios, preposições, etc., para

garantir clareza e coerência;

- Aplicar estratégias de escrita como: planejar o texto, redigir rascunhos, relê-los, etc.;

- Compor um novo texto a partir de outras fontes e fazer roteiros, resumos, esquemas,

tópicos e sínteses;

- Escrever com clareza e coerência;

- Resumir as idéias centrais de um texto lido ou ouvido;

- Escrever textos com pontuação adequada e ortografia convencional;

- Conhecer as regularidades ortográficas e saber usar o dicionário para tirar dúvidas

quanto à grafia das palavras;

- Utilizar recursos gráfico-espaciais ( distribuição espacial, margem, marcação de

parágrafos e letra maiúscula);

- Utilizar mecanismos básicos de concordância verbal e nominal;

- Utilizar a inclusão do discurso alheio ( discurso direto e indireto) e a passagem de um

discurso para outro;

- Utilizar esquemas temporais básicos (presente x passado);

- Separar, no texto, o discurso direto e indireto e os turnos de diálogo utilizando travessão

e dois pontos ou aspas;

- Indicar, por meio de vírgulas, as listas e enumerações no texto;

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- Utilizar a acentuação das palavras segundo as regras gerais relacionadas à tonicidade.

NA LÍNGUA ESCRITA – LEITURA:

- Identificar diferentes suportes de textos, percebendo as diversas configurações textuais

aí presentes (notícias, reportagens, crônicas, contos, romances, cartas, contas, receitas,

bulas, etc.);

- Identificar diferentes tipos de textos de acordo com suas finalidades: informativos,

argumentativos ou de convencimento, de enredamento ( narrativos e poéticos) e

instrucionais;

- Identificar as características gráficas dos textos;

- Ler com autonomia par si e para o outro, textos cuja complexidade seja compatível com

seu nível de escolarização;

- Compreender as finalidades de diferentes tipos de textos;

- Explorar diferentes modalidades de leitura (ler para revisar, obter informações, se

divertir, etc.) e atingir diferentes objetivos;

- Extrair informações de notícias, reportagens, relatórios, textos didático - científicos,

cartas, etc.;

- Seguir instruções de receitas, bulas, regras de jogo, orientações para atividades, etc.;

- Perceber recursos lingüísticos e visuais utilizados em anúncios e propagandas, bem

como suas intenções;

- Diferenciar fatos de opiniões emitidas, bem como os argumentos utilizados em artigos e

editoriais;

- Deixar-se enredar por narrativas e poemas, reconhecendo suas características;

- Relacionar um texto a outro e à própria vida;

- Identificar os recursos utilizados pelo autor;

- Identificar os pontos mais relevantes de um texto;

- Identificar o tema central de um texto lido;

- localizar informações no texto lido;

- Inferir afirmações implícitas num texto;

- Inferir o sentido de uma palavra ou expressão a partir do contexto imediato;

- Relacionar uma informação identificada no texto com outras no próprio texto ou em

outros textos;

- Utilizar informações oferecidas pelo dicionário e/ou enciclopédias na compreensão do

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texto;

- Associar as características e estratégias de um texto ao gênero;

- Comparar opiniões e pontos de vista entre textos sobre o mesmo tema;

- Identificar características típicas da fala num texto escrito;

- Diferenciar, no texto, o registro formal do registro informal;

- Diferenciar, por comparação ou identificação de características, textos de diferentes

gêneros;

- Apropriar-se do sentido mais profundo do texto, atribuindo sentido ao que lê;

- Compreender a utilização de notações como travessão, aspas, dois pontos e reticências

na construção de um texto;

- Identificar e analisar os usos da língua enquanto instrumento de divulgação de valor e

preconceitos de raça, etnia, gênero, credo ou classe.

REFERÊNCIAS

O PPP de 2001 do Colégio Estadual Adiles Bordin e as Diretrizes Curriculares de

Língua Portuguesa para a Educação Básica – versão 2006.

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PROPOSTA CURRICULAR

FILOSOFIA

ENSINO MÉDIO

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A disciplina de filosofia, em razão de sua história inconstante traz consigo o

problema de seu ensino. Constituída como pensamento há mais de 2600 anos, sempre

enfrentou problemas em relação à construção de sua identidade, de seu papel e

conseqüentemente com a elaboração dos conteúdos programáticos.

Ao longo de sua história a disciplina de filosofia sofreu várias alterações no que se

refere ao seu lugar, ao seu papel e a sua importância junto ao trabalho de formação do

educando. Foi retirada dos currículos do segundo grau em pleno regime militar,

desaparecendo por completo dos currículos escolares nesse período, principalmente por

não servir aos interesses técnicos e econômicos do momento.

Em virtude da luta de vários profissionais da área, a filosofia retorna ao currículo

ocupando a condição de disciplina facultativa nas escolas do ensino médio (LDB

9.394/96). Esse esforço, a luta, a reflexão e análise em conjunto, assim como as

instigações contribuíram para a construção de uma identidade e homogeneidade da

disciplina, proporcionando uma maior solidez no ensino médio.

A filosofia apresenta-se como conteúdo filosófico e também como um

conhecimento que possibilita ao estudante desenvolver estilo próprio de pensamento. O

ensino de filosofia é um espaço para a criação de conceitos, sob esse caráter unindo

filosofia e o filosofar como atividades indissociáveis buscou-se estabelecer um referencial

teórico metodológico por meio de conteúdos estruturantes e específico: Mito e Filosofia;

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Teoria do Conhecimento; Ética; Filosofia Política; Filosofia da Ciência; Estética.

Lembrando que esses conteúdos servem como mediadores da reflexão filosófica

com possíveis recortes a partir de problemas sobre os quais cada conteúdo estruturante

nos remete a pensar.

OBJETIVOS GERAIS

Por mais que a técnica e a praticidade abreviam a necessidade do homem em

compreender-se a si mesmo e ao mundo ao qual pertence, a busca de respostas sobre

suas indagações ainda constitui o centro da preocupação humana.

Sendo assim, a tarefa da filosofia no processo educacional é desafiante. Não

podemos tratá-la apenas como mais uma disciplina, mas como uma pratica reflexiva que

auxilie na descoberta da identidade do homem diante da natureza, na construção da

liberdade e na transformação consciente da realidade.

É fundamental que o professor leve em conta as questões filosóficas para garantir

ao estudante a assimilação reflexiva e o desenvolvimento de uma postura filosófica

perante os problemas que a realidade apresenta. Desse modo, o ensino da filosofia

ajudará a construir o desenvolvimento e a autonomia do educando, o dialogo, a discussão

coletiva, a analise de textos filosóficos, e principalmente a filosofia contribuirá para a

análise e reflexão crítica, criativa, a formação, e o exercício intelectual na busca

incessante da compreensão com reflexões sobre o homem, sua evolução através do

trabalho, da linguagem, do desenvolvimento para possibilitar o exercício da cidadania.

Portanto, nesse sentido, o ensino de filosofia não se dá no vazio, no

indeterminado, na generalidade, na individualidade isolada, mas requer dos estudantes

compromissos consigo mesmo, com os outros e com o mundo.

CONTEÚDOS

Obs: É importante salientar que os conteúdos estão distribuídos para as três séries

do ensino médio, visto que, as escolas têm a distribuição diferenciada da disciplina.

MITO E FILOSOFIA

• Mito e filosofia;

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• Condições históricas para o surgimento da filosofia;

• O deserto do real;

• Ironia e Maiêutica.

TEORIA DO CONHECIMENTO

• O problema do conhecimento;

• O conhecimento e os primeiros filósofos;

• Filosofia e método;

• Perspectivas do conhecimento.

ÉTICA

• A existência ética;

• A virtude em Aristóteles e Sêneca;

• Amizade;

• Liberdade;

• Liberdade em Sartre.

FILOSOFIA POLÍTICA

• As filosofias políticas;

• Origem da vida política;

• Em busca da essência do político;

• A política em Maquiavel;

• Política e violência;

• A questão democrática.

FILOSOFIA DA CIÊNCIA

• A atitude cientifica;

• O ideal cientifico e a razão instrumental;

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• O progresso da ciência;

• Pensar e ciência;

• Bioética.

ESTÉTICA

• Pensar a beleza;

• A universalidade do gosto;

• Necessidade ou fim da arte?;

• O cinema e uma nova percepção.

METODOLOGIA

O estudo da filosofia é essencial porque ela nos ajuda a promover a passagem do

mundo infantil ao mundo adulto, na condição de amadurecimento no pensar e no agir.

Nesse sentido os conteúdos da disciplina serão trabalhados em quatro momentos: a

sensibilização, a problematização, a investigação e a criação de conceitos.

O ensino de filosofia deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida, na

busca de resolução do problema, na análise da realidade, de textos jornalísticos,

literários, filosóficos, debates e discussões, na elaboração e nas condições teóricas para

a superação da consciência ingênua e o desenvolvimento da consciência crítica, pela qual

a experiência vivida é transformada em experiência compreendida, isto é em um saber.

AVALIAÇÃO

A avaliação terá a função diagnóstica levando em consideração que o educando

deverá ter o domínio dos conhecimentos de filosofia necessários para uma reflexão

crítica, rigorosa desenvolvendo seu estilo próprio de pensamento.

Sendo assim a avaliação terá como função subdividir e redirecionar através da

observação direta e individual do processo de pesquisa, na produção de texto, na

elaboração de conceitos, opinião própria e principalmente na autonomia de pensamento.

A filosofia tem como recursos de avaliação: provas, debates, trabalhos, recortes.

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REFERÊNCIAS

PARANÁ. Secretaria da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Filsoofia para o Ensino Médio. Curitiba: SEED, SUED, 2006.

CHAUI, Marilena. Convite a Filosofia. 13ª edição. São Paulo. Ática. 2003.

VÁRIOS AUTORES. Filosofia e seu ensino. 2ª edição. Petrópolis. São Paulo. Vozes.

1996.

FILOSOFIA/ VÁRIOS AUTORES - Curitiba: SEED – PR. 2006. 336p.

GALLO, S.; KOHAN, W. O. Filosofia no Ensino Médio. Petrópolis: Vozes. 2000.

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PROPOSTA CURRICULAR

SOCIOLOGIA

ENSINO MÉDIO

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Sociologia no presente tem o papel histórico que vai muito além da leitura e explicações teóricas da sociedade. Não cabem mais explicações e compreensões das normas sociais e institucionais, para melhor adequação social, ou mesmo para a mera critica social, mas sim a desconstrução e desnaturalização do social no sentido de sua transformação. Os grandes problemas que vivemos hoje, provenientes do acirramento das forças do capitalismo mundial e de desenvolvimento industrial desenfreado, entre outras causas, exigem indivíduos capazes de romper com a lógica neoliberal da destruição social e planetária. É tarefa inadiável, de uma nova ética e de novas práticas sociais que apontem para a possibilidade de construção de novas relações sociais, esta é a tarefa desta ciência social e das instituições educacionais.

O objeto de estudo da sociologia, então, constitui-se historicamente como o conjunto

de relacionamentos que os homens estabelecem entre si na vida em sociedade.

Interessa, para a sociologia, portanto, não o individuo isolado, mas inter-relacionado

com os diferentes grupos sociais, dentre outros. Não é o homem enquanto ser isolado

da história que interessa ao estudo da sociedade, mas os homens enquanto seres

vivos que vivem e fazem a história.

Tudo isso nos coloca algumas questões centrais: como os homens agem em

sociedade? Como as ações de diferentes indivíduos se influenciam reciprocamente?

Como as pessoas obedecem as regras definidas pela sociedade? Como as práticas

sociais acabam definindo individualidade e, ao mesmo tempo, grupos homogêneos?

É nessa perspectiva, que a sociologia vem ao encontro da identidade de um

Ensino Médio que se quer capaz de instrumentalizar o aluno para prosseguir seus

estudos e/ou participar ativamente do mundo do trabalho.

As políticas públicas implantadas como o concurso para licenciados em ciências

sociais, as diretrizes curriculares de sociologia, a construção do livro público de

sociologia, a formação continuada, a Biblioteca do Professor, vem reforçar a importância

dada ao conhecimento sociológico para a efetivação da qualidade da educação pública do

Estado do Paraná.

A Sociologia do Ensino Médio se pautará em explicar como as ações individuais podem

ser pensadas no seu relacionamento com outras ações como, por exemplo, as

eleições, ou como os indivíduos incorporam as regras determinadas pela sociedade,

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seja através da escola, das igrejas, ou de outros grupos dos quais faz parte, ou ainda,

como práticas coletivas acabam definindo diferentes grupos sociais, como as

associações de bairros, os sindicatos ou os diferentes movimentos sociais.

Em todas essas situações citadas, estará em jogo o relacionamento entre individuo

e sociedade. Por isso, a Sociologia não deverá tratar o individuo como um dado da

natureza, isto é, como um ser autônomo, livre e absoluto desde o nascimento, mas,

também, como um produto social, em alguma medida. É necessário mostrar que a idéia

da individualidade é historicamente constituída, ou seja, em cada sociedade, em certo

momento histórico, há uma visão especifica a respeito do problema da individualidade.

A Sociologia possui um campo teórico capaz de orientar o estudo da cultura, dos

processos de socialização – informal e formal – as relações entre política, poder e

ideologia, os movimentos sociais, a industria cultural, os processos de trabalho e

produção num mundo globalizado, a violência institucionalizada ou não, as desigualdades

sociais e, assim, ajudar os alunos a confrontar com a realidade de seu bairro, cidade,

município, estado, país e mundo.

Independentemente, entretanto, do caminho a ser feito, se pela teoria, pelos conceitos

ou por temas, deve-se sempre partir sempre da prática social dos alunos, o que

permitirá a tomada de consciência sobre essa mesma prática. A prática aqui pensada

não é apenas o que pensam ou sentem os alunos, mas é, também, uma expressão

social do grupo do qual ele faz parte.

Teorizar sobre essa prática permitirá que se busque um suporte teórico capaz de

desvelar, explicitar e explicar essa realidade. Este é o caminho pelo qual nossos alunos

poderão passar do conhecimento empírico para o teórico ou, dito de outra, passar do

senso comum para conceitos científicos. Passando pela teorização da prática social, o

aluno pode se posicionar de maneira diferente em relação a sua prática, pois pode

entende-la a seu pensar e agir passam a ser direção da transformação da realidade.

OBJETIVOS GERAIS

Compreender a sociedade, sua gênese e transformação da mesma, e os múltiplos

fatores que nela intervem, como produtos de ação humana; a si mesmo como agente

social; e os processos sociais como orientadores da dinâmica dos diferentes grupos de

indivíduos.

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Inserção do aluno como sujeito social que compreende a sua realidade imediata,

mas que também percebe o que se estabelece além dela.

Questionamentos quanto à existência de verdades absolutas, sejam elas na

compreensão comum do cotidiano, ou na constituição da ciência.

Ao longo do ano letivo, a História e Cultura Afro-brasileira e Africana serão

estudadas na perspectiva de proporcionar aos alunos uma educação compatível com uma

sociedade democrática, multicultural e pluriétnica

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Pelo fato de não haver uma série definida para a disciplina, a mesma não foi

dividida por série. Os conteúdos estão distribuídos para as três séries do ensino médio, já

que os estabelecimentos de ensino, distribuem de forma diferenciada a disciplina, e em

alguns casos esta disciplina esta sendo implantada a partir de 2007.

A - Processo de socialização de instituições sociais

• Desenvolvimento histórico da sociologia

• Instituição familiar

• Instituição escolar

• Instituição religiosa

B – Cultura e industria cultural

• Diversidade cultural

• Relativismo

• Etnocentrismo

• Questões de gênero, étnicas e outras minorias.

C – Trabalho, Produção e Classes Sócias

• Salário e lucro

• Desemprego (conjuntural e estrutural)

• Subemprego e informalidade

• Terceirização

• Voluntariado e cooperativismo

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• Empreendedorismo

• Agronegócios

• Empregabilidade e produtividade

• Capital humano

• Reforma trabalhista e organização internacional do trabalho

• Economia solidária

• Flexibilização

• Reforma agrária e sindical

• Toyotismo e fordismo

• Estatização e privatização (parcerias público-privadas)

• Relações de mercado

D – Poder, Política e Ideologia

• Poder

• Estado

• Globalização

E – Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais.

Movimentos sociais urbanos (urbanização, serviços públicos e

conflitos)

Movimentos estudantis (grêmios, UPES,UNE e outros)

Movimentos sociais rurais (origens históricas, distribuição da terra no

Brasil, movimentos de luta como o MST e outros).

Movimentos sociais conservadores (UDR, TFP, golpe militar).

METODOLOGIA

A explicação da sociedade através da compreensão das diversas formas pelas quais os seres humanos vivem em grupos, das relações que se estabelecem no interior e entre esse diferentes grupos, bem como a compreensão das conseqüências das relações para indivíduos e coletividades.

Procurar explicar a sociedade capitalista como forma de organização social.

O conteúdo a ser desenvolvido não pode ser absolutista ou discutido como

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certezas pensadas por “alguns eleitos” ou ainda como uma doutrina pronta e acabada,

mas visto como um processo construído historicamente.

É pertinente que o aluno tenha acesso a diferentes concepções, possibilitando que

ele perceba as abordagens dos temas, bem como possa construir suas próprias

questões.

Levar em conta o saber que o aluno tem construído nas suas relações procurando

problematizar este saber e sistematiza-lo, superando assim o senso comum.

A disciplina de sociologia deve estar centrada na construção do conhecimento dos

alunos, no desenvolvimento pessoal e no espírito solidário, sentimentos indispensáveis

para o estabelecimento das relações sócias cotidianas.

A participação, a pesquisa, o interesse e o diálogo devem superar a aquisição

mecânica do conhecimento estimulando o desenvolvimento do espírito crítico e

consciente do educando.

Os métodos a serem utilizadas devem garantir a aprendizagem dos conteúdos

estruturantes propostos na disciplina.

Utilizar textos dos clássicos é fundamental, pois assim, os educandos poderão

perceber a maneira que os pensadores clássicos realizaram suas pesquisas, suas

análises e quais os métodos que foram utilizados.

A pesquisa teórica aliada à pesquisa de campo, com temas como instituições

sociais, movimentos sociais, questões sobre desemprego, violência deve ser utilizada,

pois os alunos, além de se envolverem com os conteúdos trabalhados, poderão ter

contato com as opiniões e perceber como o conhecimento chega à população e como ela

se organiza.

O uso de sala com Tv, Vídeos, Retroprojetor, Data Schow, Slides, Filmes, músicas

e com a literatura e material escrito, como livros, jornais, revistas, folder e outros, serão

utilizados para que os alunos possam aprofundar os conteúdos que estão sendo

aprendido-ensinado.

Aulas com exposição oral dialogada serão indispensáveis para além de motivar,

estimular os educandos a problematizarem os conteúdos a serem aprendidos-ensinados.

Metodologicamente esta disciplina deverá levar em consideração as diferentes

formas de pensar, proporcionando aos educandos a ampliação e as possibilidades de

análises que colaborem para a capacidade de compreensão e assimilação dos conteúdos

propostos.

Para Lakatos (1999, p.33) a “sociologia emprega, em suas investigações, vários

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métodos e técnicas, na maioria dos concomitantemente”. Sendo assim, é necessário

proporcionar meios para que os educandos tenham uma visão sobre a constituição das

relações sociais em nível nacional e internacional fazendo com que os alunos

desenvolvam o raciocínio sociológico.

AVALIAÇÃO

A função do ensino de Sociologia é mostrar ao aluno de Ensino Médio que, essa

disciplina estará ajudando o aluno a ser um cidadão crítico, consciente e atuante na

transformação da sociedade.

Entendendo que avaliar é um processo diagnóstico contínuo, portanto serão

observadas as mudanças de visão global dentro dos conteúdos trabalhados, buscando o

entendimento destes conteúdos trabalhados de forma integral, mudanças de

comportamento, levando a uma nova visão do mundo por meio de:

• Relatórios

• Pesquisas

• Auto-avaliação

• Interpretação de fatos obtidos em pesquisas

• Observação do professor

• Exercícios realizados

• Recuperação paralela

• Provas escritas bimestrais

METODOLOGIA

• Aula expositiva

• Vídeo

• Produção de textos

• Interpretação de Textos

• Exercícios individuais

• Exercícios em grupos

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• Interpretação de mapas

• Utilização de jornais e revistas

REFERÊNCIAS

ORDOÑÈZ, Marlene e QUEVEDO, Júlio. História para o Ensino Médio. Coleção

Horizontes, editora Ibep.

CONTRIM, Gilberto. História e Consciência do Mundo. Editora Saraiva.

CONTRIM, Gilberto. História e Consciência do Brasil. Editora Moderna.

ADAS, Melhem. Geografia: o subdesenvolvimento e o desenvolvimento mundial e o

estudo da América. Volume 3, editora Moderna.

ADAS, Melhem. Panorama Geográfico do Brasil. Editora Moderna.

COMTE, A. Sociologia. São Paulo: Ática, 1978.

História (terceiro volume) – editora Lê – Ricardo, Adhemar e Flávio.

HORT, João. Geografia do Município de União da Vitória. FAFI, 2ª edição, 1990.

OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à sociologia. Editora Àtica. 2001.

PARANÁ. Secretaria da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Sociologia para o Ensino Médio. Curitiba: SEED, SUED, 2006.

PAZZIANOTO, Alceu Luiz e SENISE, Maria Helena Valente. História Moderna e

Contemporânea. Editor Ática, 6ª edição.

PIFFER, Osvaldo. Geografia no Ensino Médio. Coleção horizontes, editora ibep.

SCHMIDT, Mario Furley. Nova história crítica: ensino médio: volume único. 1.ed. são

Paulo: Nova Geração, 2005.

VICENTINO, Cláudio. História Geral. Editora Scipione.

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PROPOSTA CURRICULAR

QUÍMICA

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ENSINO MÉDIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

No transcorrer da história, o homem conheceu a extração, produção e tratamento

de metais em especial o cobre, o ferro e o ouro.

A crença de que o ouro poderia ser obtido a partir de outras substâncias iniciou

uma nova era conhecida como alquimia. Seus praticantes eram chamados de alquimistas,

os quais desenvolviam trabalhos primitivos em laboratórios, executando experiências e

acumulando observações. Dominavam as técnicas de metalurgia. Na época os

alquimistas não eram bem vistos pela sociedade, eram considerados bruxos.

Na transição dos séculos XV – XVI, estudos desenvolvidos por Paracelso,

possibilitaram o nascimento da latroquímica, antecessora da Química (Bioquímica).

A partir do século XVII os precursores dos químicos começaram a encarar a

natureza sem mistérios ou mistificações. O inglês Robert Boyle foi um dos primeiros

cientistas a estabelecer vínculos teóricos para a interpretação dos fatos observados

experimentalmente.

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259

A química teve seu marco como constituição de ciência no final do século XVIII

com a publicação do “Traité Elémentaire de Chimie” escrito pelo cientista francês Antoine

Laurent Lavoisier.

Podemos dizer que o século XIX foi o período no qual a ciência se consolidou

realmente como a principal disciplina associada à industria e passou a definir as marcas

na caminhada da humanidade.

A ciência passou a interferir na própria natureza, a determinar novas e melhores

maneiras de viver.

No século XX, a química e todas as outras ciências naturais tiveram um grande

desenvolvimento. Com o esclarecimento da estrutura atômica, foi possível entender

melhor a constituição e formação das moléculas em especial a do DNA.

As primeiras atividades de caráter educativo envolvendo a química no Brasil

surgiram a partir do século XIX, provenientes das transformações de ordem política e

econômica como resultado da vinda da corte real portuguesa.

A construção dos currículos de química antiga teve por base as normas do curso

de filosofia contidas no Estatuto da Universidade de Coimbra, o texto de Lavoisier: Sobre

a maneira de ensinar química e as diretrizes para a cadeira de química da Bahia do

Conde da Barca.

Contribuições para a melhoria do ensino da química no Brasil vieram pelas mãos

de Francisco Ferreira de Abreu, que ministrou um curso livre no Museu Nacional do Rio

de Janeiro, e de Manuel Maria Moraes e Valle, autor de importantes compêndios de

química e responsável pela formação de diversos discípulos.

Em 1922, realizou-se no Rio de Janeiro, o primeiro Congresso Brasileiro de

Química, resultando na fundação da Sociedade Brasileira de Química.

A partir de 1931, com a Reforma Francisco Campos, a disciplina de Química

passou a ser ministrada de forma regular no currículo do ensino secundário brasileiro.

O período compreendido entre 1950 e 1970 foi caracterizado pelo método

positivista de ensinar ciências através da descoberta e redescoberta, a partir de

experimentos com o objetivo de prepara o aluno para ser cientista. Isto influenciou sobre a

maneira da atividade docente.

No início dos anos 1990, com a introdução da perspectiva histórico-cultural e o

papel da linguagem e das interações sociais no processo de ensino aprendizagem, o

professor passa a ter um papel fundamental na mediação do conhecimento.

Atualmente o plano de ação é que o educando interaja com o meio em que vive

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260

contextualizando o conhecimento fazendo disso pleno exercício da cidadania.

O conhecimento químico sistematizado, só tem sentido quando interagido com

outros campos de conhecimento. Faz parte do trabalho do professor, mediar à visão do

conhecimento químico, com os conhecimentos que o aluno traz para a sala de aula.

Como as demais ciências, a química não é um conjunto de conhecimentos

prontos e acabados, como geralmente é entendida, mas sim uma construção humana, em

contínua mudança. A história da química deve permear todo o ensino de química,

possibilitando a compreensão do processo de elaboração desse conhecimento com seus

avanços, erros e conflitos.

A química utiliza-se de símbolos, fórmulas, equações e nomenclaturas para

representar e classificar o real fenômeno, substâncias e transformações. As formas de

representação acompanham as mudanças de concepções do mundo, de ciências e de

conhecimento. Assim, a tabela periódica é um exemplo de representação e classificação

do real, isto é, dos elementos químicos.

Deve-se salientar e banir a concepção errada que só se aprende química, o aluno

que possui uma carga muito grande de inteligência. A educação em química acompanha

os avanços e pensam na formação do cidadão e em sua relação com o contexto social-

político, cujos conhecimentos serão essenciais à vida em sociedade, onde o saber

químico será requisito para a reflexão, análise, julgamento e ação.

O objeto de estudo de Química é a matéria, suas propriedades, composições e

suas transformações.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

→ Matéria e sua Natureza

→ Biogeoquímica

→ Química Sintética

OBJETIVO GERAL

Para o estudo da disciplina de Química, é importante que se destaque o

conhecimento da historia da disciplina e, o emprego dos conteúdos estruturantes, que

possibilitem reconhecer a disciplina como campo de conhecimento que se constitui

historicamente nas relações políticas, sociais e culturais das diferentes sociedades.

Estaremos desse modo, formando um aluno apropriado dos conhecimentos químicos e

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também, possibilitado de refletir sobre o período histórico atual.

Levar a alfabetização cientifica do sujeito, centrada na inter–relação de dois

componentes básicos: conhecimento químico e o contexto social.

Propiciar condições para uma aprendizagem significativa, atualizada e eficaz, que

prepare alunos competentes, éticos e com argumentação sólida e desenvolver hábitos,

atitudes e valores que identifique um cidadão comprometido com a sociedade.

A abordagem no ensino da Química será orientada pela construção e

reconstrução de significados dos conceitos científicos, vinculados aos contextos

históricos, políticos, econômicos, sociais e culturais, fundamentada em Chassat, Martiner,

Maldaner e Bernadelli.

CONTEÚDOS

1ª Série:

Matéria e Energia Propriedades Matéria e sua

naturezaSubstâncias

Alotrópicas

Transformações da MatériaQuímica Sintética

Fenômenos químicos e físicosBiogeoquímica

Misturas Homogêneas e Heterogêneas

(colóides) Biogeoquímica

Separação: Catação; destilação;

filtração; Matéria e sua

natureza

Dissociação fracionada do

petróleo. Química Sintética

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Estudo do átomo:

história e

constituição

Histórico; modelos atômicos de

Dalton, Thomson, Rutherford, Matéria e sua

natureza

Modelo atômico Bohr (luminosos

de néon; fogos de artifício,

espectro, radiações

eletromagnéticas, microondas,

laser, infravermelho).

Química sintética

Modelo Atual Matéria e sua

naturezaNúmeros Quânticos Principal; Secundário; Magnético;

Azimutal.Matéria e sua

natureza

Átomo Partículas fundamentais;

caracterização de um átomo;

elemento químico; número

atômico e de massa;

Matéria e sua

natureza

Comparação entre átomos:

isótopos; isotonos; isóbaros,

isoeletrônicos (água dura, isótopos

radioativos).

Química Sintética

Distribuição

Eletrônica

(eletrosfera)

Níveis, subníveis e orbitais.Matéria e sua

natureza

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263

Estudo do núcleo

(radioatividade)

Natural e artificial; primeiras

descobertas.Matéria e sua

natureza

; leis de desintegração radioativas

(elementos radioativos

empregados em metalúrgicas para

controle de qualidade, descobertas

de novos elementos não

oficialmente reconhecidos,

obtenção de energia, contador

Geiger).

Química Sintética

Radioterápicos e radiofármacosBiogeoquímica

Meia vida e vida média Matéria e sua

naturezaFissão e fusão nuclear

Biogeoquímica

Efeitos e aplicaçõesQuímica sintética

Tabela Periódica Classificação; Propriedades (a

fórmula do corpo humano)Matéria e sua

natureza

Super-actnídeosQuímica Sintética

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Ligações Valência; ligações. Matéria e sua

naturezaligação covalente; ligação

metálica; ligação covalente dativa

(Comprova a essência de

promover um sistema estável e

harmônico entre o homem e o

meio ambiente).

Biogeoquímica

Forças intermoleculares (ponte de

hidrogênio, dipolo-dipolo, dipolo

permanente, wan der walls).Biogeoquímica

Funções Inorgânicas Ácidos: Conceitos; propriedades;

classificação; nomenclatura;

formulação; indicadores; pH.

Matéria e sua

natureza

(ácidos do nosso organismo. Ex:

HCl segregado pelo estômago.

Efeito tampão do sangue, condutor

de corrente elétrica, sais do

organismo).

Biogeoquímica

(Produção de explosivos;

fertilizantes; refrigerantes e águas

gasosas; tintas e pigmentos;

indústria de papel; refino do

petróleo).

Química Sintética

Bases: Conceitos; propriedades;

classificação; nomenclatura;

formulação; indicadores; pó.

Matéria e sua

natureza

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265

Antiácidos estomacais; ciclo do

nitrogênio parte da excreção dos

morcegos da amônia, aumenta a

dependência da nicotina do cigarro

(drogas)

Biogeoquímica

Produtos de limpeza; construção

civil (argamassa), desodorante.

Química Sintética

Sais: Conceito; propriedades;

classificação; formulação;

nomenclatura; aplicação.

Matéria e sua

natureza

CuSO4.H2OBactericidas,

tratamento de água de piscinas;

NaNO3, KNO3 conservantes de

queijos; BaSO4 contraste em

radiografias estomacais e

intestinais; AgNO3 cauterizações

químicas; KMnO4 agente

bactericida em banhos de imersão,

quando crianças apresentam

brotoejas; cátions e ânions em

forma de sais, necessidade do

organismo K+,Na+, Ca+, Mg+2, Fe2+,

I-, PO43-; CaCO3 correção do pH do

solo; NaF anti-cárie; NaCl

deficiência: bócia, soro fisiológico

Biogeoquímica

Uso na produção de vidros;

Produção de fertilizantes NaClO. Química Sintética

Óxidos: Conceito; propriedades;

formulação; nomenclatura.

Aplicação

Matéria e sua

natureza

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Reações Químicas Equações químicas: reação de

neutralização.Matéria e sua

natureza

Balanceamento das equações;

método das tentativas;

Classificação. Formação de gases

tóxicos

Biogeoquímica

2ª Série

Cálculos químicos Massa atômica Matéria e sua

naturezaMassa molecular; molar; número

de Avogadro e mol (erros de

conversão de unidades primárias

comuns Ex: desvio da rota da

sonda Mars Climate Orbiter, erro

da NASA, custo: 125 milhões).

Química sintética

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Estequiometria Estudo quantidades de

substânciasMatéria e sua

natureza

Determinação

estequiométrica da quantidade de

poluentes despejados pelas

indústrias; Cálculo da quantidade

de LiOH necessária para absorver

o CO2 liberado na respiração de

astronautas; análise de excessos

de reagentes da combustão,

explicação do motivo de difícil

controle de incêndios florestais.

Biogeoquímica

Cálculos de combustão de

combustíveis fósseis,

determinação de tempo de corrida

feito no pit-stop de equipes de F1;

rendimento de combustão interna.

Química

Sintética

Leis Ponderais e volumétricas Matéria e sua

natureza

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Soluções Composição das soluções Matéria e sua

naturezaDispersão de colóides;

transformação de sol a gel;

alteração de quantidade ou ações

externas. Fagocitose de células,

citoplasma passa de sol a gel

dando movimento e englobando o

seu objetivo.

Biogeoquímica

Solubilidade (coeficiente) Matéria e sua

naturezaMeio ambiente; evitar jogar

soluções quentes nos rios, o

aumento de temperatura dificulta a

solubilidade de gases, afetando a

vida aquática.

Biogeoquímica

Fabricação de refrigerantes ao

dissolverem CO2 somente sob

pressão.Química sintética

Concentrações das soluções Matéria e sua

naturezaConcentração comum Matéria e sua

naturezaDeterminação de excesso de

algum íon no sangue, facilita

diagnósticos prévios.Biogeoquímica

Título em massa e volume

(porcentagem em massa e

volume).

Matéria e sua

natureza

Partes por milhão (ppm) Matéria e sua

naturezaDeterminação de quantidade de

iodeto acrescentado ao sal de

cozinha é 0,01 ppm para evitar

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Propriedades

Coligativas

Pressão de vapor Matéria e sua

naturezaPanelas de pressão aceleram

cozimentos e desnaturação de

proteínas.Biogeoquímica

Tonoscopia Matéria e sua

naturezaEbulioscopia: Água pura e água

saturada de sais; diferenciação de

ponto de ebulição (EX: cozimento

do macarrão).

Biogeoquímica

Crioscopia: abaixamento do ponto

de solidificação da água saturada

de saisBiogeoquímica

Pressão osmótica: transfusão

sanguínea, soro fisiológico,

injeções intravenosas de glicose

(sangue 7,38).

Biogeoquímica

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Termoquímica Entalpia; Equações

termoquímicas; entalpia de

formação.

Matéria e sua

natureza

Função dos alimentos, produzir

calor, mantendo temperatura ideal

para catálise enzimática e fonte de

energia para produção de

trabalho; diferenciação da

coloração mais avermelhada do

sangue da população dos trópicos

pelo menor consumo de oxigênio

pelo corpo.

Biogeoquímica

A propulsão de naves espaciais,

uso da hidrozina N2H4 liquida cuja

entalpia de formação 506kJ/mol;

Gasodutos: liberação de CO2 e

H2O durante a combustão.

Química Sintética

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Cinética

química (velocidades

das reações químicas)

Teoria das colisões; energia de

ativação.

Matéria e sua

naturezaUso do H3C-COOH, ácido acético

como antioxidante atuando como

inibidor.Química sintética

Velocidade das reações (atuação

de efervescentes, cápsulas ou

comprimidos como medicamentos,

suas velocidades de atuação no

organismo); cálculo de velocidade

de reação.

Biogeoquímica

Lei de velocidade (conversores

catalíticos dos automóveis,

redução de poluição)Química Sintética

Equilíbrio

Químico

(transformações

químicas)

Reações reversíveis e irreversíveis Matéria e sua

naturezaReação da hemoglobina Hb + O2

↔ HbO2, transporte de oxigênio no

organismo.Biogeoquímica

Constante de equilíbrio; grau de

equilíbrio; deslocamento do

equilíbrio.

Matéria e sua

natureza

Alteração do equilíbrio de

hemoglobina e oxigênio no sangue

devido baixas pressões

atmosféricas. Sintomas: náuseas,

fadiga, dores de cabeça.

Biogeoquímica

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272

Produto Iônico da água Matéria e sua

naturezapH e pOH (alterações na

disposição do organismo na

ingestão de alimentos, sonolência

e fadiga, alteração devido à

mudança de pH que se deve

manter neutro no sangue).

Biogeoquímica

Oxidação –

Redução (reação com

transferência de

elétrons)

Conceito; Número de oxidação

(NOX).

Matéria e sua

naturezaCorrosão e chuvas ácidas

Biogeoquímica

Balanceamento de equações oxi-

reduçãoMatéria e sua

natureza

Eletroquímica Potencial normal de redução;

cálculo do potencial de uma pilha;

reações de óxido-redução

espontâneas; pilhas comerciais e

baterias, reciclagem de baterias.

Biogeoquímica

3ª Série

Química orgânica Histórico Matéria e sua

naturezaEstudo do carbono

Química Sintética

Classificação das

cadeias carbônicas

Primária, secundária, terciária,

quaternária, aberta, fechada,

mista, normal, ramificada,

homogênea, heterogênea,

saturada, insaturada, aromáticas,

aliciclicas, mononucleares,

Matéria e sua

natureza

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273

polinucleares, homocíclica,

heterocíclica.

Funções orgânicas NomenclaturaQuímica Sintética

Hidrocarbonetos Alcanos, Alcenos, Alcinos,

Alcadienos, Ciclanos, Ciclenos,

Aromáticos.Química Sintética

Adulteração da gasolina; pixe,

GLP (gás liquefeito do Petróleo),

querosene.

Matéria e sua

natureza

Petróleo; gasolina; compostos

orgânicos do organismo;

combustíveis fósseis.Biogeoquímica

Radicais ou cadeias ramificadasQuímica Sintética

Haletos Orgânicos Nomenclatura (oficial e não oficial)

classificações Química Sintética

CFC, desinfetantes; Dicloro-difenil-

tricloroetano DDT. Biogeoquímica

Funções

Oxigenadas;

Álcoois.

Nomenclatura (oficial e não oficial)

classificações Química Sintética

Combustíveis; fermentação;

doenças hepáticas; alcoolismo;

vinho.Biogeoquímica

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274

Fenóis Nomenclatura (oficial e não oficial)

classificações Química Sintética

Desinfetantes, DDT, indicadores

pH. Biogeoquímica

Aldeídos Nomenclatura (oficial e não oficial)

classificações Química Sintética

Formol; conservação de

cadáveres; remédio; secreção de

aldeídos; Bile.Biogeoquímica

Extração e produção através de

formigas.Matéria e sua

natureza

Cetonas Nomenclatura (oficial e não oficial)

classificações Química sintética

Solventes de tintas e vernizes;

pólvora sem fumaça; produtos

medicinais; sedas artificiais.Biogeoquímica

Ácidos carboxílicos Nomenclatura (oficial e não oficial)

classificações Química Sintética

Corantes de tecidos, germicidas,

tratamento de reumatismo com

ácido metanóico; AAS (ácido acetil

salicílico); ácidos graxos.

Biogeoquímica

Sais de Ácidos Nomenclatura e classificaçãoQuímica Sintética

Sabão, dissolução de óleos;

polaridades entre moléculas. Biogeoquímica

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275

Éster Nomenclatura (oficial e não oficial)

classificações Química Sintética

Aromas, sabores artificiais,

Biodiesel, esterificação e

transesterificação.

Matéria e sua

natureza

Éter Nomenclatura (oficial e não oficial)

classificações Química Sintética

Colódio, anestésico local, produtos

inflamáveis. Biogeoquímica

Reações entre álcoois Matéria e sua

naturezaFunções

Nitrogenadas –

Aminas

Nomenclatura (oficial e não oficial)

classificaçõesQuímica Sintética

Corantes, Amônia, compostos da

vida, alcalóides, drogas, fármacos.Biogeoquímica

Amidas Nomenclatura (oficial e não oficial)

classificações Química Sintética

Uréia, ácido úrico, fertilizantes,

testes antidoping. Biogeoquímica

Nitrocompostos Nomenclatura (oficial e não oficial)

classificações Química Sintética

Explosivos, TNT, Reações com

HNO3. Biogeoquímica

Ácidos Sulfônicos Nomenclatura e ClassificaçãoQuímica Sintética

Detergentes; biodegradáveis.Biogeoquímica

Polaridade das moléculas Matéria e sua

natureza

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276

Tiocompostos NomenclaturaQuímica Sintética

Tratamento de intoxicação por

metais pesados – BAL Biogeoquímica

Organometálicos NomenclaturaQuímica Sintética

Clorofila, captação da luz e

transformação de energia, reações

fotossensíveis.

Matéria e sua

natureza

Isômeros – isomeria

plana

Isomeria de cadeia; posição;

função; metameria; tautomeria. Química Sintética

Visão – retinal, retinol.Biogeoquímica

Isomeria espacial Geométrica ou cis-transSintética

Cis-retinal e trans-retinalBiogeoquímica

Isomeria óptica Assimétrica; levógiro e dextrógiro;

simetria molecular e efeito

biológico, aspartame – adoçantes

doces e amargos.

Biogeoquímica

Reações Orgânicas

– reação de adição

Reação de adição /dupla e a triplaQuímica Sintética

Óleo x Margarina, quebra de

insaturações.Biogeoquímica.

Halogenação, hidrogenação,

halogenidretos, hidratação.Matéria e sua

natureza

Inseticida – BHC; benzeno hexa

clorado, obtido pela halogenação

do benzeno.Biogeoquímica

Ressonância Posições das insaturações;

Benzeno – kekulé.

Matéria e sua

Natureza

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277

Reação de

substituição

Alcanos: halogenação, nitração,

sulfonação; Aromática: alquilação,

acilação.Química Sintética

Bronzeamento, filtros solares.Biogeoquímica

Efeitos da radiação solar nas

reações de substituiçãoMatéria e sua

natureza

Reação do

Halogênio nos

haletos

Reação base forte: Williamson,

Grignard; cianetos; amônia; sódio. Química Sintética

Substituição da

oxidrila

Álcoois, fenóis, ácidos. Química Sintética

Compostos

orgânicos naturais

Glicídios: Glicose, Frutose,

Sacarose; amido; Celulose;

lipídeos; glicerídeos; Aminoácidos;

Proteínas; Enzimas.

Biogequímica,

matéria e sua

natureza, química

sintética.

Polímeros Borracha, plásticos, PVC, náilon,

garrafas PET.

Biogeoquímica;

química sintética,

matéria e sua

natureza.

METODOLOGIA

O conteúdo de Química, não deve ser tratado superficialmente. É necessário que

seja desenvolvido, que se consiga a construção dos significados dos conceitos científicos

da disciplina.

A apropriação e a compreensão do conhecimento químico deve acontecer por

meio do contato do aluno com o objeto de estudo da Química, numa relação dialógica,

onde a aprendizagem dos conceitos químicos aconteça no sentido da organização do

conhecimento cientifico.

Deve-se usar a experimentação, não somente para ilustrar a teoria e motivar o

aluno, mas para que possibilite a compreensão e o questionamento da ciência do seu

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tempo. Ela favorece a apropriação efetiva do conceito onde a reflexão proveniente das

situações que o professor integra o trabalho prático na sua argumentação, é o que

realmente tem importância.

O professor deve contribuir para que o aluno pense mais criativamente sobre o

mundo, reflita sobre as razões dos problemas (exemplos ambientais), devendo-se dessa

forma, criar situações de aprendizagem.

Deve-se trabalhar a interdisciplinaridade, fazendo-se uso dos conteúdos

estruturantes.

AVALIAÇÃO

A avaliação será processual e formativa, condicionada ao diagnostico e da

continuidade do aprendizado. E isto se dará no dia a dia, na própria aula, por meio de

interações recíprocas (professor–aluno).

Serão diversificadas, através de provas, leituras, produções e interpretações de

textos, pesquisas bibliográficas, relatórios de aulas e laboratórios, apresentações de

seminários, etc.

Os critérios e formas de avaliação devem ficar claro aos alunos, como um direito

deles, de acompanhar esse processo.

O principal critério de avaliação em química será a formação de conceitos

científicos, na perspectiva critica. Dessa forma, nos debates conceituais, o aluno deverá

posicionar-se criticamente, articulando o conhecimento químico, às questões sociais,

econômicas e políticas, ou seja, a construção coletiva do conhecimento, a partir do

ensino, da aprendizagem e da avaliação.

REFERÊNCIAS

COVRE, Geraldo José. Química Total. São Paulo, 2001.

FELTRE, Ricardo. Fundamentos da Química, São Paulo; Moderna, 2001.

FREIRE, Paulo. Medo e Ousadia, Editora Cortez, São Paulo, 1987.

PARANÁ. Secretaria da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Química para o Ensino Médio. Curitiba: SEED, SUED, 2006.

RAMANOSKI, Marcelo e JOSEPH, Elias. Química. São Paulo: Atual, 2003.

SARDELLA, Antônio. Química Ensino Médio. São Paulo: Editora Ática, 2003.

USBERCO, João e SALVADOR Edgar. Química. São Paulo: Saraiva, 2002.

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279

PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DELÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA -

ESPANHOL

LÍNGUA ESPANHOLA – Ensino Médio e Curso de CELEM

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil tem passado por várias mudanças

para atender as necessidades sociais atuais e para oportunizar a aprendizagem dos

conhecimentos produzidos ao longo da história às novas gerações.

No início da colonização houve a preocupação do Estado português em promover

a educação para facilitar a dominação e expandir o catolicismo. Assim coube aos jesuítas

a função de ensinar o latim aos gentios.

Com a chegada da família real ao Brasil, passou a ser valorizado o ensino de

línguas. Surgindo então os primeiros professores de Inglês e Francês com o objetivo de

melhorar a instrução pública e atender às necessidades do comércio. Esse ensino era

voltado para a Abordagem Tradicional privilegiando a escrita e o estudo da gramática.

A partir do século XIX, Saussure estabelece a oposição entre “langue” e “parole”,

surgindo então elementos possíveis para a análise da língua. Fundamentando assim o

estruturalismo.

Devido a várias questões sociais, econômicas e políticas, muitos imigrantes vieram

para o Brasil em busca de melhores condições de vida.

Essas colônias que se formaram no Brasil, tentavam preservar suas culturas,

organizando-se muitas vezes até para manter as escolas de seus filhos, uma vez que o

Estado brasileiro não ofertava atendimento escolar a todos. Devido a isso, o currículo era

centrado no ensino de língua e da cultura dos ascendentes das crianças.

No Paraná, as colônias que prevaleciam eram de italianos, alemães, ucranianos,

russos e japoneses, muitas vezes, o ensino da Língua Portuguesa era tido como língua

estrangeira.

Em 1917, com a concepção nacionalista, a educação passou a ser solidificada

valorizando o espírito nacional, assim as escolas estrangeiras ou de imigrantes foram

fechadas e então foram criadas primárias sob a responsabilidade dos estados.

Neste contexto, em 1931, foi iniciada a reforma do sistema de ensino para

encaminhar o país ao crescimento econômico, surgindo assim o Método Direto, vindo de

encontro aos novos anseios sociais, impulsionando as habilidades orais. Perdendo aqui a

língua materna seu papel de mediadora, e todo o processo passou a ser voltado para o

acesso direto da língua, sem intervenção da tradução.

Desta forma, o MEC passou a privilegiar, nos currículos oficiais, conteúdos que

fortaleciam e valorizavam a identidade nacional. Resultando assim a aversão ao

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estrangeirismo, onde muitas escolas foram fechadas ou perderam sua autonomia.

Com a Reforma Capanema de 1942, o currículo oficial solidifica ideais

nacionalistas. Com a divisão do curso secundário em ginasial e colegial, o prestígio das

línguas estrangeiras foi mantido apenas no ginásio. Sendo que o MEC era responsável de

indicar aos estabelecimentos de ensino o idioma a ser ensinado nas escolas.

Pós a Segunda Guerra Mundial, intensificou-se a necessidade de se aprender

inglês, quando o ensino ganhou, cada vez mais, espaço no currículo, em detrimento do

francês.

Nos anos 50, com o desenvolvimento da lingüística, surgiram mudanças

significativas quanto aos métodos de ensino. Quando os lingüistas Bloomfield, Fries,

Lado, dentre outros, baseados nos estudos da escola Behaviorista, trabalhavam a língua

a partir da forma para se chegar ao significado. Surgindo assim os métodos audiovisual e

áudio-oral. Com o intuito de formar rapidamente falantes de uma segunda língua.

A partir da década de 60, com base na psicologia cognitiva, a validade da teoria

Behaviorista passou a ser questionada. Então, sob as idéias de Chomsky (1965), surge a

Gramática Gerativa Transformacional que reestruturou a visão da língua e de sua

aquisição.

Nos anos 70, Piaget desenvolveu a abordagem cognitiva construtivista, na qual a

aquisição da língua resulta na interação entre o organismo e o ambiente, através do

desenvolvimento da inteligência.

Desde a década de 50, o sistema educacional brasileiro era voltado ao mercado de

trabalho ( ensino técnico), com o intuito de formar profissionais capazes de trazer

mudanças ao país. Acarretando assim a diminuição da carga horária das línguas

estrangeiras.

A LDB – 4.024 de 1961 – determinou a retirada da obrigatoriedade do ensino de

LE. Mesmo assim, a língua inglesa não perdeu a sua valorização devido às demandas do

mercado de trabalho.

Com a reforma da LDB – através da Lei 5692/71 – houve a desobrigação da

inclusão de línguas estrangeiras no currículo de 1º e 2º Graus. Tornando-se, desta forma,

o ensino de LE um privilégio das classes abastadas.

Em 1976, o ensino da LE volta a ser valorizado desde que em condições favoráveis

na escola. Isso fez com que muitas escolas suprimissem a língua estrangeira ou

reduzissem seu ensino para uma hora semanal. Ofertando apenas um único idioma.

No Paraná, iniciou-se um movimento de professores de LE pelo retorno da

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pluralidade da oferta de línguas estrangeiras nas escolas públicas. Surgindo assim, a

partir de 1986, os Centros de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEMS).

Com as constantes necessidades de mudanças metodológicas, surgiram novas

abordagens, baseadas no conceito de competência comunicativa, englobando as quatro

habilidades: leitura, escrita, fala e audição. A partir das idéias de Paulo Freire de 1990, a

abordagem comunicativa passou a ser criticada, dando vazão ao campo da pedagogia

crítica, com a análise do discurso, onde o foco até então, centrado na gramática, passou

para o texto.

Em 1996, a LDB – Lei de nº 9.394/96 – determinou a oferta obrigatória de pelo

menos uma língua estrangeira moderna, no ensino Fundamental partir da 5ª série, onde a

escolha do idioma fica a cargo da comunidade escolar. Já no Ensino Médio, a lei

determina a inclusão de uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória,

também escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro

das disponibilidades da instituição.

Observando todo o processo histórico do ensino da língua estrangeira, em nosso

país, desde a implantação até os dias de hoje, deparamo-nos frente a novos enfoques

teóricos, que se interessam pela análise do discurso a partir da perspectiva de interação

social. Como afirma Paulo Freire: - “não há cultura nem história imóveis”.

Dessa forma, o ensino de LE voltar-se-á para o desenvolvimento dos conteúdos

estruturantes, como prática social. Favorecendo, desta forma, o uso da língua nessa

perspectiva interativa.

Esses conhecimentos de maior amplitude do ponto de vista do processo dialógico,

dialogam e relacionam-se continuamente uns com os outros, o que vai possibilitar uma

abordagem do discurso na sua totalidade, garantindo assim a compreensão e expressão

do aluno, através das seguintes práticas: leitura, escrita, expressão verbas e

compreensão auditiva.

Recaindo, desta forma, o foco do trabalho dirigido para a necessidade dos sujeitos

interagirem ativamente dentro de diferentes formas discursivas.

Segundo Figueiredo – “Faz-se necessário que sejam desenvolvidas atividades em

sala de aula em que os alunos possam interagir entre si e aprender uns com os outros”,

pág. 124, pois estas estruturas de apoio colaborativo desenvolvem o processo dialógico

numa circunstância natural e evolutiva.

O ensino de Língua Estrangeira não é algo estático, mas transforma-se histórica e

socialmente. Desta forma, não deve ser considerada como um conjunto de estruturas

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sistemáticas do código lingüístico, mas como um processo dinâmico que é construído e

organizado de acordo com as percepções de mundo das culturas e sociedades

envolvidas.

O objeto da língua estrangeira é a língua como processo discursivo, envolvendo

cultura, ideologia, sujeito e identidade. Na proposta pedagógica curricular, construída

segundo Bakhtin, o discurso é construído a partir da interação e em função do outro. De

acordo com esta visão, a língua estrangeira serve como instrumento para ampliar as

formas de conhecer outros meios de construção da realidade. Assim, sendo a língua

considerada como discurso, transmite significados e não apenas os constrói. Neste

enfoque, língua e cultura são vistas como variantes de grupos e contextos específicos. Na

concretização do discurso são passadas cargas ideológicas repletas de significados

culturais. Desta forma, conclui-se que, a língua estrangeira pode favorecer a construção

das identidades dos alunos e as ligações entre a comunidade local e planetária.

Com base nessas considerações, entende-se que o objetivo do ensino de língua

estrangeira não é somente o lingüístico, mas também ensinar e aprender formas de

perceber o mundo e construir sentidos e identidade. Tal construção acontecerá nas

interações entre professores e alunos, na análise das questões globais, desenvolvendo

uma consciência crítica sobre o papel das línguas na sociedade. Trata-se do envolvimento

do aluno em situações significativas de comunicação, produções verbais e não verbais,

ou seja, o indivíduo como participante do processo de construção da língua como

discurso.

CONTEÚDOS

O conteúdo estruturante no ensino de língua estrangeira é o discurso como

prática social e efetiva-se a partir da leitura, escrita e oralidade. Na prática da leitura, o

aluno entrará em contato com diferentes gêneros textuais. O professor deverá

providenciar meios para que o aluno olhe o texto de forma crítica, analisando-o e

comparando-o com acontecimentos do meio em que vive e interagir com o mesmo. Na

prática da escrita o aluno deverá saber o que é significativo para a adequação ao gênero:

a forma, a intenção de quem escreve prevendo a reação de quem lê. Na prática da

oralidade são fundamentais o desenvolvimento da expressão oral e a compreensão de

enunciados orais. Para que isso ocorra efetivamente, é necessário que o aluno esteja

envolvido em atividades que exijam sua participação ativa, respondendo a perguntas

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significativas e dando opiniões, expressando sua visão como sujeito ativo e social.

Os conteúdos específicos serão desdobrados a partir do conteúdo estruturante

com referência de diferentes discursivos, contemplando uma análise dialógica dos

elementos do texto, sendo observada e respeitada a diversidade textual, bem como o

princípio da continuidade.

A seleção de textos não será feita levando-se em conta apenas os objetivos

lingüísticos, mas sim, com fins educativos, contemplando as necessidades e os interesses

dos alunos, possibilitando, desta forma, relações coletivas e individuais na construção do

conhecimento. O texto, desta forma, será uma unidade de comunicação verbal que, pode

tanto ser escrita, oral ou visual, como ponto de partida da aula de língua estrangeira.

Tendo em vista a concepção discursiva da língua, não segmentada em habilidades,

consideram-se que tais práticas não se separam em situações concretas de comunicação

e, logicamente, naquelas efetivadas em sala de aula.

Os conceitos propostos poderão ser trabalhados em todas as séries, devendo-se

apenas observar o nível e maturidade, bem como, os conhecimentos de mundo dos

alunos e a necessidade de aprofundamento em determinados temas ou assuntos.

• Prática da leitura: gêneros textuais sugeridos a serem trabalhados: diálogos,

histórias em quadrinhos, músicas, cartas de apresentação pessoal, poesias,

receitas, propagandas, contos, textos informativos ( cultura, temas transversais e

sociais), entrevistas, notícias, autobiografias e biografias, sinopses de filmes,

previsões meteorológicas e astrológicas, bilhetes, mensagens.

• Prática da escrita: a habilidade de produzir textos dar-se-á com a elaboração de

apresentações pessoais; perguntar e informar em situações básicas de

comunicação; descrever previsões; elaborar narrações de sua vida pessoal;

expressar opiniões nas compreensão de textos literários e informativos; produzir

descrições físicas e sociais; textos publicitários sobre alimentos; resumos de

histórias; elaborar bilhetes para comunicação em sala de aula; relacionar a

linguagem verbal e nõ-verbal para o ampliar o conhecimento. Enfim, a produção

escrita será efetivada a partir de discussões e observação de gêneros textuais

diversos, dependendo da situação.

• Prática da oralidade: busca-se proporcionar apresentações em sala de aula através

de textos lidos para demonstrar a produção feita pelos alunos através de diálogos,

notícias, previsões, trava-línguas, cartões postais, opiniões.

• Identificação de diferentes gêneros textuais, informativos, narrativos, descritivos,

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poesias, tiras humorísticas, correspondência, receitas, bula de remédios, manuais,

folders, outdoors, placas de sinalização, etc.

• Identificação de elementos coesivos e marcadores do discurso como responsáveis

pela progressão textual, encadeamento das idéias e coerência do texto.

• Reconhecimento de variedades lingüísticas: diferentes registros e graus de

formalidade.

• Identificação da idéia principal dos textos (skimming).

• Identificação de idéias específicas em textos (scanning).

• Identificação de informações expressas em diferentes formas de linguagem ( verbal

e não-verbal).

• Interferência de significados a partir de um contexto.

• Trabalho com cognatos/falsos cognatos, afixos, grupos nominais.

• Textos (escritos, orais, visuais, dentre outros).

• Os conhecimentos lingüísticos poderão estar presentes em qualquer momento do

processo de aprendizagem independente de série, desde que seja respeitado o

critério de continuidade, necessidade e aprofundamento dialógico.

• Reconhecer a diversidade cultural: interna e externa, ou seja, entre comunidades

de língua estrangeira e/ou as de língua materna e, ainda, dentro de uma mesma

comunidade. ( Cultura afro-brasileira)

Alem dos conteúdos basicos serão contemplados em momentos oportunos os

Desafios Educacionais Contemporaneos e as Diversidades

Prevencao ao uso indevido de drogas.

Enfrentamento a violência na escola.

Historia e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

Cidadania e Educação Fiscal.

Educação Ambiental.

Educação das Relações Étnico Raciais e Afro Descendência.

Gênero e Diversidade Sexual.

Observação: Os conteúdos não foram divididos por série, pois os gêneros textuais

poderão repetir-se em todas as séries. No entanto, é preciso levar-se em conta o

critério da continuidade, ou seja, a progressão entre as séries, considerando os

meios para o ensino da língua inglesa, tais como condições de trabalho, projeto-

político pedagógico, o intercâmbio com outras disciplinas e o perfil do aluno.

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METODOLOGIA

O Ensino de língua estrangeira, na escola, tem um papel importante à medida que

permite aos alunos entrarem em contato com outras culturas, assim promovendo o

interesse deles pelo idioma.

Assim, é fundamental que o professor desenvolva com os alunos um trabalho que

lhes possibilite confiar na própria capacidade de aprender, dentro de uma atmosfera de

interação, motivação e afetividade. E que os temas abordados os leve a desenvolver as

quatro habilidades.

O professor deve utilizar todos os materiais disponíveis, tais como: livros, figuras,

áudios, vídeos, revistas, a fim de desenvolver processos que venham contribuir para um

contexto interativo, visando atividades em grupo ou atividades individuais que venham

contribuir para desenvolver o processo dialógico do conhecimento.

A gramática, assim, deve ser reconhecida como um elemento de ligação entre

fenômenos que se interpenetram, dando conta da interação que ocorre entre os discursos

e também entre os fatores psicológicos e sociais, levando o aluno a refletir sobre o

processo, devendo o conhecimento do mundo interagir com provável falta de competência

lexical, compensando este. Pois, segundo Benites (11) – “Todo discurso se constrói pela

relação com os outros, que dessa forma, se estabelecem com seu exterior constitutivo”,

sem levar-se em conta análises desconectadas de elementos gramaticais, extrapolando o

domínio lingüístico que o aluno possa vir a ter através da diversidade cultural

apresentada.

Na seleção de textos, não serão levados em conta os objetivos lingüísticos, mas

sim, os fins educativos, contemplando as necessidades e os interesses dos alunos.

Possibilitando, desta forma, relações coletivas e individuais na construção do

conhecimento. O texto, desta forma, será uma unidade de comunicação verbal que, tanto

pode ser escrita, oral ou visual, como ponto de partida da aula de língua estrangeira.

Ao interagir com textos provenientes de vários gêneros, o aluno perceberá que as

formas lingüísticas não são sempre idênticas, não assumem sempre o mesmo significado,

mas são flexíveis e variam, dependendo do contexto e da situação em que a prática social

do uso da linguagem ocorre.

Esse processo de aprendizagem e interação envolve, deste modo, um tipo de

negociação constante, observando:

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O conhecimento de mundo dos envolvidos.

Sua interação com os elementos do processo.

Fatores que envolvem o processo em si.

Buscando assim, intrínseca relação entre a LE e a pedagogia crítica, num contexto

global educativo em que a sala de aula passa a ser um espaço de produção de discurso

marcado de significação que levem as reflexões e que observem que os seus discursos

cruzam-se e se fundem com muitos outros.

Algumas atividades podem ser realizadas na efetivação do processo: comparação

de um texto com outro; interpretação de textos a partir das reflexões em sala de aula;

leitura de textos autênticos (textos dos países que falam a língua estudada); análise de

textos sobre o mesmo assunto escritos na língua materna e na língua estrangeira.

Serão utilizados todos os materiais disponíveis na escola, tais como

livros,figuras,áudios, vídeos,revistas,tv,multimídia,tv pendrive,etc.

Tomando por base que o aluno é parte integrante do processo e deve ser

considerado como agente ativo, a aprendizagem se concretizará através de atividades

significativas e de seu interesse, respeitando sua faixa etária e seu desenvolvimento

físico-intelectual, bem como sua individualidade, suas limitações e habilidades, o nível em

que está inserido, variando assim a complexidade e aprofundamento de conteúdo. Assim,

o professor deve buscar constante atualização, para ser capaz de provocar mudanças

necessárias no processo e adequá-las à sua realidade. Proporcionando subsídios, para

que os alunos sejam capazes de inferir e colaborar com o processo, para partilhar com

estratégias de aprendizagem, Conforme Vigotski (1998) - “a interação, o diálogo é a

chave para o desenvolvimento cognitivo”.

AVALIAÇÃO

A avaliação está profundamente relacionada com o processo de ensino e, portanto,

deve ser entendida como mais um momento em que o aluno aprende. A relevância e

adequação de um conteúdo estão atrelados a diversos fatores, entre eles as

características psicossociais dos alunos, seu grau de desenvolvimento intelectual, a

aplicabilidade dos objetos de conhecimentos ensinados, a capacidade do aluno

estabelecer relações entre os conteúdos, as necessidades de seu dia-a-dia e o contexto

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cultural dos alunos. Para que um processo de aprendizagem seja efetivo, ele deve

contemplar a avaliação diagnóstica, contínua, formativa e reflexiva. O registro e

observação do desempenho do aluno devem ser feitos de forma contínua e reflexiva, tem

em vista as aprendizagens previstas.

Ressalte-se a necessidade de um envolvimento por parte de toda a comunidade

escolar, sendo que o professor avaliará o desempenho do aluno – seu progresso – e

verificará se a sua metodologia está sendo adequada. Enquanto isso, o aluno, necessita

saber como está progredindo – como está sua evolução cultural – e sua aquisição de

conhecimentos. Os pais também devem estar envolvidos no processo, já que se trata da

educação de seus filhos. E devem acompanhar os degraus avançados e as dificuldades

apresentadas por eles na escola. E, finalmente, a sociedade, esta a quem a educação

deve comprovar a sua eficiência no papel de sujeito crítico e participativo no meio que o

cerca.

A língua, avaliada oralmente ou por escrito, permite-nos observar as limitações e os

avanços dos aprendizes, bem como o reflexo do ambiente sócio-cultural, no qual estão

envolvidos.

As práticas – escrita, leitura e oralidade – realizam a abordagem do discurso em

sua totalidade, enquanto interagem entre si, constituindo uma prática sócio-cultural.

Os critérios, utilizados na avaliação, deverão ser flexíveis, levando em conta a

progressão de desempenho de cada aluno, as características particulares da classe em

que o aluno se encontra e as condições em que o processo de ensino e aprendizagem se

concretize.

A nota é um registro formal, sendo importante o professor considerar todo o

processo avaliativo, desde o desenvolvimento do trabalho até o esforço para sua

efetivação, observando os critérios pré-estabelecidos pelo professor.

Alguns instrumentos de avaliação – exercícios individuais e em grupos, testes,

relatórios, pesquisas, leitura, produção de textos curtos, representações, participação

efetiva do aluno, etc...

Sendo ofertada a recuperação paralela e concomitante, como mais uma

oportunidade para rever o conteúdo.

Ao avaliar o professor deve ter em mente os objetivos a serem alcançados,

observando se o aluno foi envolvido na construção do conhecimento como agente ativo e

crítico, transformador da realidade.

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REFERÊNCIAS

COLÉGIO ESTADUAL ADILES. Projeto político-pedagógico. União da Vitória: CEAB,

2010.

COLEGIO ESTADUAL ADILES. Regimento Escolar. União da Vitória. CEAB, 2010.

FREIRE, P. Pedagogia da Indignação. São Paulo. Editora Unesp, 2000.

LEFFA,V. (org.) A interação na aprendizagem das línguas. Pelotas – R.S.EDUCAT

Editora da Universidade Católica de Pelotas, 2006.

SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCACÃO. Diretrizes curriculares da rede pública de

educação básica do estado do Paraná: língua estrangeira moderna. Curitiba, 2006.