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Jornal Realizado pelos alunos da 2a série do Ensino Médio do CSL nas aulas de Redação. Alunos Ana Carolina Cavallini Isabela Reiter Maria Luiza Bueno Saskia Lima Júlia Grams Bruna Lozano Guilherme Zugliam
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Nosso colégio, nosso negócio
Quarta-feira, 17 de setembro de 2014 R$ 1,50 Ano 1 Nº 0002
O roteiro de viagens do En-
sino Médio Saiba como funcionam as viagens voltadas para o aprendizado no Ensino Médio
Após várias mudanças e
anos que ficaram sem nenhum
passeio para determinadas
séries, teve início, a partir do
ano passado, uma proposta
integrada de Estudo do Meio
para todo o Ensino Médio.
O roteiro se inicia pelo
conhecimento das questões
de funcionamento público do
país e a formação política dos
estudantes do primeiro ano
através de uma viagem à Bra-
sília.
Dando conti-
nuidade à ideia de
internacionalização
do colégio e tendo
como suporte os
conceitos vivencia-
dos e aprendidos
durante a primeira
viagem, os alunos
brasileiros passam
por um processo
de imersão na cul-
tura americana
com a viagem para
Omaha, NE, onde
devem fazer um
paralelo com as ca-
racterísticas do país.
As expec-
tativas do
ginásio OPINIÃO / PÁGINA A2
Colegial News
Finalmente, no tercei-
ro ano, retomam-se às raí-
zes com a já consagrada
viagem de Cordisburgo, na
qual toma-se a subjetivida-
de do interior humano com
o interior do próprio sertão,
através das vivências de
Guimarães Rosa.
COLÉGIO / PÁGINA B1
Uma mulher
de várias
habilidades CULTURA E SOCIEDADE /
PÁGINA C1
Protestos na Avenida Paulista renovam
crença na geração jovem Durante os protestos, os
jovens desmentiram que a ge-
ração atual era apática e aco-
modada. Esses jovens adul-
tos mostraram a indignação
das camadas mais novas com o go-
verno atual e reivindicaram mais
honestidade na política. Agora, os
protestos ainda refletem no cenário
político e farão a diferença, a longo
Novidade da SINU dinamiza
seu adiantamento Nos dias 12,13 e 14 de se-
tembro deste ano, ocorreu, no
Colégio São Luís, a VIII Simu-
lação Interna das Nações Uni-
das.
Nessa edição, houve uma no-
vidade: a instituição de um comitê
histórico, o Tribunal de Nuremberg,
no qual os participantes foram divi-
didos em três categorias – réus,
Analisamos
“12 anos de
escravidão” CULTURA E SOCIEDADE /
PÁGINA C1
Memorável conquista: grupo do segundo ano se reúne uma última vez an-
tes da partida no aeroporto de Omaha, Eppley Airfield, em Nebraska.
prazo, na memória dos
cidadãos e políticos do
Brasil.
OPINIÃO / PÁGINA A1
promotoria e advogados
de defesa.
COLÉGIO / PÁGINA B1
10daysin
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ah
a
Protestos na Avenida Paulista renovam
crença na geração jovem
último ano e meio foi
marcado por inúmeras
manifestações contra
as injustiças sociais
do Brasil. A imensa maioria
desses protestos ocorreu na
Avenida Paulista, afetando di-
retamente muitos moradores,
estudantes e trabalhadores da
região. Esses contratempos
não impedem que as reivindi-
cações sejam feitas, contanto
que sejam completamente pa-
cíficas.
Desde 1992, quando o
movimento dos “caras pinta-
das” ganhou as ruas, o povo
brasileiro parecia estar omisso
diante das calamidades ocorri-
das na administração do país.
No entanto, a população pare-
ce ter acordado. O estopim foi
o aumento das tarifas dos ôni-
bus que atingiram valores es-
Quarta-feira, 17 de setembro de 2014 CN Colegial News
O
Opinião
nossa
opinião
tratosféricos e fizeram a gran-
de massa popular se juntar
para alcançar seus objetivos.
Embora a população deva rei-
vindicar seus direitos, algumas
dessas manifestações perde-
ram a razão quando minorias,
como os Black Blocks, vanda-
lizaram espaços públicos e
privados.
Certamente, as reivindi-
cações devem ser feitas dian-
te da insatisfação presente na
sociedade, porém a violência
gratuita desmoraliza e disper-
sa os manifestantes pacíficos
e o próprio movimento. No fer-
vor do movimento, muitos jo-
vens participaram e desmenti-
ram a teoria de que a geração
jovem atual era apática e aco-
modada. Esses jovens adultos
mostraram a indignação das
camadas mais jovens com o
governo atual e reivindicaram
por mais honestidade na políti-
ca.
Os protestos ainda se
refletem no cenário político
atual. Em ano eleitoral, com o
atual governo concorrendo à
reeleição, mas afogado em
escândalos de corrupção, os
protestos tiveram papel decisi-
vo para conscientizar a grande
massa eleitora que o país co-
mandado pela presidente Dil-
ma Rousseff não vai tão bem
quanto as propagandas ale-
gam.
No Colégio, o apoio dos
alunos aos protestos foi prati-
camente unânime apesar do
temor inicial da violência, que
fez as aulas do período ves-
pertino serem canceladas.
Membros da redação que par-
ticiparam dos movimentos in-
formaram que não houve ne-
nhum ato de violência nos dias
em que frequentaram os pro-
testos na avenida mais famosa
do estado.
Definitivamente, os pro-
testos pacíficos são uma forma
legítima de manifestação da
insatisfação com as injustiças
que são recorrentes no nosso
país e têm resultados positivos
que, a longo prazo, farão a di-
ferença na memória dos cida-
dãos e políticos do Brasil.
Mural do Aluno Interpanelas
Sou aluna do EM do Colégio São Luís e li a última edição do jornal “Colegial News”, que continha o texto sobre o Interpanelas.
Esse evento esportivo é um campeonato muito dinâmico e inovador cujos participantes são os próprios alunos do EM. Acredito
que a oportunidade de participação em um campeonato relativamente grande como esse, tanto como atleta quanto espectador,
promove uma sensação de união entre nós alunos. Acredito que o objetivo do colégio em promover essa competição é o de for-
mar o aluno como cidadão que sabe perder e ganhar honestamente, meta que tem sido alcançada. Como aluna e espectadora
do evento, gostaria que a escola promovesse atividades como essa com maior frequência e que elas durassem mais tempo para
que nossos intervalos fossem mais interativos.
Olívia J, Turma 2.3
Para se corresponder com a redação de Colegial News:
Estão convidados a escrever para o jornal alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio do Colégio São Luís. As cartas devem
conter nome e turma. Enviar para Diretor de Redação, Colegial News - [email protected]. Por motivos de espaço, o Colegial se
reserva o direito de publicar as cartas resumidamente. Só poderão ser publicadas na edição imediatamente seguinte as cartas que
chegarem até a quinta-feira de cada semana. Correspondências sem identificação serão desconsideradas.
As expectativas do ginásio
a metade de 2012, foi
iniciada a moderna
obra do ginásio. Essa
visa o melhor aprovei-
tamento do espaço, renovan-
do áreas recreativas que sem-
pre foram importantes para a
realização de eventos escola-
res, como os jogos Inter ami-
zades, celebrações juninas e
danças de final de ano. No en-
tanto, estamos chegando ao
fim de 2014 com a reforma
ainda não concluída. Resguar-
dadas as grandes melhorias,
a ausência do novo ginásio
continua refletindo negativa-
mente no cotidiano escolar.
O novo ginásio terá qua-
dras modernas, arquibanca-
das removíveis, vários anda-
Quarta-feira, 17 de setembro de 2014 CN Colegial News
res e uma quadra com grama
sintética, o que trará muitos
benefícios aos alunos que te-
rão tal acesso. Por outro lado
o primeiro ano de reformas,
que consistiu na demolição do
antigo ginásio, trouxe consigo
muito barulho de britadeiras,
atrapalhando diariamente as
N
aulas.
A rotina do Pilotis tam-
bém foi drasticamente afeta-
da. Enquanto espaços de la-
zer, como a arquibancada,
permaneceram interditados
durante quase toda a obra, a
educação física teve que ser
totalmente rearranjada, com
aulas e jogos adiados ou can-
celados.
O atraso por conta da
falta de materiais decorrente
das construções da copa au-
mentou ainda mais a expecta-
tiva dos alunos em relação à
inauguração, prevista para o
fim de maio, e deixou estu-
dantes que estão terminando
o colégio sem oportunidades
para conhecer o local.
Reformado, o giná-
sio não apenas será aprovei-
tado pelo esporte como tam-
bém será palco de muitas no-
vas histórias. Sentimos ape-
nas pelo fato de que o ano de
inauguração será também o
ano de despedida para alguns
alunos que não puderam
aproveitá-lo.
Saskia C. Lima e Maria Luiza Bueno
Em construção: um novo ginásio se desponta no canteiro de
obras, enquanto o espaço da arquibancada permanece interditado.
cotidiano
Opinião
Guilh
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ilva
Novidade da SINU dinamiza seu
adiantamento
os dias 12,13 e 14 de
setembro deste ano,
ocorreu no Colégio
São Luís a VIII Simu-
lação Interna das Nações Uni-
das, um evento que promove
a discussão sobre temas de
relevância internacional entre
os alunos do Ensino Médio.
Especialmente nessa edição,
houve uma novidade: a insti-
tuição de um comitê histórico,
o Tribunal de Nuremberg.
A dinâmica desse comitê divi-
dia os participantes em três
categorias – réus, promotoria
e advogados de defesa. Aque-
les faziam papéis de nazistas
acusados de cometer crimes
de guerra, contra a humanida-
de ou crimes conta a paz; es-
ses tinham o dever de apre-
Quarta-feira, 17 de setembro de 2014 CN Colegial News
sentar provas contra os réus e
estes deveriam debater para
que houvesse a absolvição
dos acusados.
N
Os alunos representantes
das três partes componentes
do comitê deveriam fazer pro-
fundas pesquisas sobre o
contexto histórico no qual o
Tribunal estava inserido, so-
bre os réus e seus crimes. Ao
final do julgamento, que dura-
va os três dias, a promotoria e
a defesa tinham de entrar em
consenso para definir a pena
final de cada acusado.
Ao final do evento, pôde-se
notar grande satisfação por
parte dos participantes e dire-
tores do Tribunal de Nurem-
berg e da SINU em geral.
Ana Carolina França Cavallini
Julgamento: enquanto os réus nazistas eram acusados de cri-
mes contra a humanidade, os alunos que participaram como advo-
gados tinham de defendê-los.
Colégio
eventos
Ana
Ca
rolin
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O roteiro de viagens do Ensino
Médio
urante um certo tem-
po algumas séries do
Ensino Médio carece-
ram de Estudos do Meio, via-
gens que visam o conheci-
mento e aprendizado, ao pas-
so que outras ainda conse-
guiam manter firmes seus
passeios. Foi um período
conturbado: enquanto o pri-
meiro ano viajava para o Espí-
rito Santo reconstruindo os
“Passos de Anchieta”, o PE-
TAR (Parque Estadual Turísti-
co do Alto Ribeira) já não era
mais visitado pelo terceiro ano
e as idas à Bonito, MG, deixa-
vam um sentimento nostálgico
para o segundo ano.
Em 2011 novas expecta-
tivas de se ter uma viagem
para cada série surgiram com
a recuperação de uma viagem
para o terceiro ano com a en-
trada do Estudo do Meio de
Cordisburgo, dando indícios
de que a condição em que to-
dos os anos teriam um Estudo
estaria próxima. Porém, ainda
não fora daquela vez. Pouco
tempo depois já não podíamos
mais contar com a viagem pa-
ra o primeiro ano; Passos de
Anchieta deixara a lista. A par-
tir de sua saída foi o terceiro
ano que passou a ser reco-
nhecido como o único a ter um
Estudo do Meio.
A resolução desse pro-
blema se deu de modo drasti-
camente positivo a partir do
ano passado. A proposta atual
de Estudos do Meio, viagens
que visam o conhecimento e o
aprendizado, para o Ensino
Médio, é integrada e está bas-
tante diversificada e completa.
Integrada porque segue uma
certa sequência racional: co-
nhecer mais a fundo a organi-
Guilherme Zuglian Cordéro da Silva
especial
Brasília
São Paulo
Omaha
Cordisburgo
D
zação do país, depois viajar
para outro país, com a possibi-
lidade de comparar as infor-
mações, e, por último, retornar
ao país de origem, de um mo-
do profundo, conhecendo as
raízes da cultura.
No primeiro ano, conhe-
Quarta-feira, 17 de setembro de 2014 CN Colegial News Colégio
cemos a capital de nosso pró-
prio país, uma oportunidade
valiosa, já que viajar para Bra-
sília não está dentre os princi-
pais programas turísticos, por-
tanto será raro para o aluno
encontrar uma nova oportuni-
dade. No segundo, experimen-
tamos uma elevação da di-
mensão de mundo ao nos en-
volvermos na história e cultu-
ra dos Estados Unidos atra-
vés da viagem para Omaha,
Nebraska, uma cidade que
fica na região centro-oeste
estadunidense e tem sua cul-
tura ricamente enraizada. Fo-
ram essas as duas novas ex-
periências que iremos deta-
lhar.
Brasília, para uma maior formação política
A origem do Estudo do
Meio de Brasília se deu por
uma desejo do Padre Eduardo
Henriques, Reitor do Colégio
São Luís, de espelhar uma
tendência vista nos Estados
Unidos na qual alunos visitam
a capital do país, Washington.
A proposta se encaixou perfei-
tamente ao primeiro ano, que
ainda se encontrava órfão de
Estudos do Meio, e tem como
ideal a formação política dos
estudantes.
A preparação dos alunos
para Brasília tem início com
um outro passeio, que se dá
no centro de São Paulo, e que
inclui o Theatro Municipal, Via-
duto do Chá, Prefeitura, Mos-
teiro de São e Pateo do Colle-
gio. Os principais objetivos
são analisar a arquitetura e a
infraestrutura urbana para
compará-las com a de Brasí-
lia.
Depois, já em Brasília, os
alunos têm por objetivo, além
de visitar os pontos principais,
como a Praça dos Três Pode-
res, o Palácio do Itamaraty, o
Supremo Tribunal Federal e o
Memorial JK, ir a locais mais
incomuns, como o Museu da
Memória Candanga e outras
regiões administrativas
(Cidades Satélite), onde po-
dem conversar com os admi-
nistradores locais. Ressalta-se
olhar para a construção e con-
cepção de Brasília e compará-
Pro
sae
via
gen
s.b
logspo
t.com
Museu Vivo da Memória Candanga: antigo local onde fun-
cionou o Hospital JK, o museu possui edificações históricas,
fotos e objetos da época da construção da capital.
la com tais regiões.
A coordenadora Sandra
Vaiteka, do 1º ano, comentou
que “embora a preparação
para a viagem seja muito tra-
balhosa, é gratificante; pensa-
mos no objetivo e roteiro para
atingi-lo de um jeito prazeroso
para estudar e conviver.”
Para o Professor Edson,
a viagem à Brasília é importan-
te por ser uma peça chave em
um desejo de conscientização
política. Há bastante diferença
entre comentar sobre os po-
deres e contemplá-los diante
de seus olhos. É possível dis-
tinguir Brasília, com seus palá-
cios e arquitetura de vanguar-
da, do desnível social presente
nas cidades satélite. Brasília é
importante para a formação
integral do aluno, principal-
mente política.
A viagem para Brasília
viu um aumento de 40% na
participação de alunos em re-
lação ao ano passado; e como
principais mudanças ocorre-
ram a preparação pelo passeio
em São Paulo e a mudança da
hospedagem do Centro Cultu-
ral de Brasília para um Hotel,
embora o antigo local continue
sendo usado para atividades
como filmes, churrascos e,
nessa última viagem, um cover
da banda “Legião Urbana”.
Grupo que viajou para Brasília em 2014.
Omaha, para ampliar a visão sobre o mundo
A origem do Estudo do
Meio de Omaha, Nebraska,
nasceu pelo projeto de inter-
nacionalização do colégio, que
inclui a International Universi-
ties Week. Segundo o coorde-
nador do segundo ano Marco
Antônio, tinha-se enviado car-
tas a diversas universidades
para verificar a possibilidade
de estreitar relações entre elas
e o colégio. Uma diretora, que
era brasileira, de uma dessas
universidades se interessou
pelo colégio. Ao vir para o Bra-
sil, aproveitou para conhecê-
lo. Uma equipe do colégio, que
incluía o coordenador do se-
gundo ano, Marco Antônio, e o
professor de teatro Tuna Ser-
zedello, que também trata das
questões relacionadas a via-
gens, fez uma visita técnica à
Creighton University. Um fator
que, obviamente, contribuiu
para que os relacionamentos
se estreitassem é que se trata
de uma universidade também
jesuíta, assim como o colégio.
A possibilidade de fazer
10daysin
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a
Foodbank for the heartland: um banco de alimentos, que
fornece refeições para necessitados. Os alunos ajudaram a
embalar refeições para mais de 1100 crianças.
Quarta-feira, 17 de setembro de 2014 CN Colegial News Colégio
uma viagem à Creighton Uni-
versity veio a se encaixar com
a procura de um novo Estudo
do Meio para o Segundo Ano,
para que este se integrasse
ao primeiro e ao terceiro. No
segundo ano se destaca a ori-
entação profissional e as
questões de o aluno ser para
o mundo, estar inserido no
mundo e ter autonomia. Por-
tanto, uma viagem à uma uni-
versidade americana condiz
com o intuito da série.
Os principais objetivos
da viagem são agregar valo-
res ao ver e usufruir da histó-
ria e cultura, e ampliar a visão
de mundo.
Pode-se dizer que a pre-
paração para Creighton tem
início desde o ano anterior,
quando o primeiro ano é con-
vocado a participar. Para os
assuntos que pertencerão ao
aproveitamento da viagem em
si, os alunos preparam um
material sobre o Brasil para
levar para apresentar ao pes-
soal da universidade, que ex-
plicava como o brasileiro se vê
e como se dá o jeitinho brasi-
leiro, dentre outras coisas.
Em Nebraska, os alunos
experimentam um cronograma
que propõe conhecer a histó-
ria dos Estados Unidos, viven-
ciar o presente e pensar sobre
as possibilidades do futuro. De
um modo geral, ao passado
estão relacionados os mu-
seus, a visita às fazendas anti-
gas, e a história do centro-
oeste como um todo. Ao pre-
sente, têm-se as característi-
cas da cultura americana, co-
mo o show de jazz em praça
pública, e os institutos e em-
presas visitados. E, referentes
ao futuro, algo mais subjetivo,
relacionado às profissões
apresentadas pela universida-
de, às palestras assistidas e a
escolha de carreira de cada
aluno.
A professora Carol, pri-
meira professora a participar
da viagem, disse que partici-
pou em muitos momentos co-
mo aluna, por ainda não ter
Grupo que viajou para Omaha em 2014.
vivenciado a experiência, o
que possibilita somente um
papel limitado. Notou também
que é possível enxergar os
alunos de uma forma diferen-
te, com situações desconheci-
das. Há uma outra pessoa a
se conhecer.
A viagem para Omaha
manteve exatamente o mes-
mo número de alunos em rela-
ção ao ano passado, e desta
vez enfrentou problemas ao
ter os voos para São Paulo
cancelados por duas vezes
durante o retorno por proble-
mas meteorológicos, fazendo
com que os alunos tivessem
que se hospedar em um hotel
em Atlanta. O coordenador se
pronunciou: “Isso de modo al-
gum deve intimidar os alunos,
é algo que não há como pre-
ver e a que nós já nos sujeita-
mos, temos que contar com
essa possibilidade”.
Uma mulher de várias habilidades
elita Grams, coordenadora de
recursos humanos do Colégio
São Luís há 20 anos, nos rece-
beu para uma entrevista em sua
sala. Ela, com seu bom humor e disposi-
ção, deu-nos informações sobre seu tra-
balho, que é desconhecido por grande
maioria dos alunos.
Colegial News: Em que consiste a sua
função dentro do Colégio São Luís?
Melita Grams: Eu, como coordenadora
de recursos humanos e de filantropia,
cuido de toda a área de seleção de funci-
onários, professores e do departamento
pessoal; dos benefícios aos trabalhado-
res, como o seguro de saúde e vale ali-
mentação; treinamentos; e por fim car-
gos e salários.
CN: Como é o processo de ingresso
de novos professores?
MG: Nós, primeiro, recolhemos todos os
currículos por demanda espontânea ou
através de algum site de busca de currí-
culos, nisso eu os avalio e seleciono os
mais adeptos ao cargo. Após essa pri-
meira etapa, os candidatos são chama-
dos a participar de uma dinâmica de gru-
Quarta-feira, 17 de setembro de 2014 CN Colegial News
M
Júlia Grams
Cultura e Sociedade
entrevista
po, na qual começa o processo de tria-
gem. Os que passam devem realizar
uma aula teste; se essa for bem sucedi-
da, os candidatos seguem para uma en-
trevista e avaliação psicológica e, por
último, são aprovados pela direção por
meio de uma outra entrevista.
CN: Você cuida, também, do restau-
rante. Como é esse trabalho?
MG: O restaurante é uma empresa ter-
ceirizada, a GRSA, que é uma multinaci-
onal inglesa. Ela possui suas gerentes e
nutricionistas, que administram o dia a
dia do restaurante. Eu e os pais da APM
escolhemos o cardápio e os lanches e
acompanhamos a organização, higiene e
o controle dos estoques.
CN: Você cuida da distribuição de bol-
sas para o diurno e noturno, como é
feita essa seleção? Há alguma dife-
rença entre esses dois períodos?
MG: Para o noturno, procuramos trazer
somente alunos que necessitam de bol-
sa integral. Para isso, temos que respei-
tar uma legislação, a qual diz que a famí-
lia deve ter como renda per capta até 1,5
salário mínimo. Com isso, conseguimos
dar aos alunos todos os livros necessá-
rios e lanche todas as noites. Do diurno,
procuramos atender as necessidades de
famílias do CSL que passam por dificul-
dades, para isso fazemos uma analise
socioeconômica e acadêmica do aluno e
só assim conseguimos ajudar.
CN: Quais são os maiores desafios e
as partes mais agradáveis do seu tra-
balho?
MG: O maior desafio é avaliar as pesso-
as no processo seletivo, pois saber que
aquela é a pessoa certa para o nosso
colégio, que tem algo em comum com a
nossa missão, princípios e ideais é extre-
mamente complicado. E o que eu mais
gosto do meu trabalho é o contato diário
com pessoas de mundo e culturas dife-
rentes.
CN: Você gosta de trabalhar no Colé-
gio São Luís?
MG: Eu adoro trabalhar no colégio, se
não gostasse não estaria aqui há 20
anos (risos). Escola significa renovação
constante e isso para mim é um bem
maior.
De volta a Escravidão
indicação
filme “Doze anos de
escravidão” traz com
detalhes a história de
Solomon, um negro
livre que ao cair nas mentiras
de dois colegas de trabalho,
acaba sequestrado e afastado
de sua família. Não só é apri-
sionado, como também passa
a viver a dolorosa rotina de
escravo negro, tendo que es-
colher entre a sobrevivência e
a morte.
Como um balde cheio de
tensões, esse filme é capaz
de deixar seus espectadores
muito abismados e impressio-
nados, arrancando lágrimas
de piedade por quase todas
as cenas. Sem dúvida alguma,
a obra é extremamente indica-
da para aqueles que apreciam
filmes impactantes e com con-
teúdo real, além de ser um óti-
mo jeito de conhecer e se en-
cantar com a atuação de incrí-
veis atores como Chiwetel Eji-
ofor e Lupita Nyong’o.
O elenco é composto por
vários ganhadores do Oscar
que souberam representar
perfeitamente seus respecti-Pôste
r P
rom
ocio
nal
Bruna Lozano
O
vos papéis, expressando com
muita verdade as cenas de
tortura e desespero. Além dis-
so, seu roteiro, escrito por
John Ridley, foi o ganhador da
categoria de melhor Roteiro
Adaptado e foi o responsável
pela boa construção do filme,
possibilitando a fácil compre-
ensão da história.
De um jeito fiel, o filme
apresenta um cenário similar
Quarta-feira, 17 de setembro de 2014 CN Colegial News Cultura e Sociedade
ao espaço da época, como a
casa dos senhores, a planta-
ção de algodão e o alojamento
dos escravos; a relação entre
os senhores e seus escravos,
a qual é bem representada nas
cenas de castigo e abuso se-
xual; e as roupas e a maquia-
gem, as quais chocam os es-
pectadores por representarem
os trapos usados e os ferimen-
tos profundos.
Com um ótimo elenco e
detalhes bem feitos, “Doze
anos de escravidão” te levará
para uma viagem no tempo,
permitindo que você vibre e
acompanhe bem de perto es-
se lado sombrio da história
americana.