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choque hipovolêmico Aula 6 Prof Gabriela Hugues

choque hipovolêmico

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Page 1: choque hipovolêmico

choque hipovolêmico

Aula 6

Prof Gabriela Hugues

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Choque

• Choque, particularmente o hemorrágico, é uma das principais causas de mortalidadematerna, especialmente em países em desenvolvimento

• Condição de profundo distúrbio hemodinâmico e metabólico, caracterizada porinsuficiência do sistema circulatório em manter adequada perfusão dos tecidos

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Tipos de Choque

• Hipovolêmico – volume intravascular insuficiente

• Choque distributivo1. Sepse: abortamento infectado, infecção puerperal, pielonefrite2. Anafilaxia: embolia por líquido amniótico, reações de hipersensibilização3. Neurogênico: inversão uterina aguda (fase inicial)• Choque cardiogênico: infarto agudo do miocárdio, cardiomiopatia periparto

• Choque obstrutivo: tromboembolia pulmonar

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Choque hipovolêmico – volume intravascular insuficiente

• Ocorre por perda de sangue, gravidez ectópica, DPP, placenta prévia/acreta, ruptura uterina, lacerações do trajeto retenção placentária, inversão uterina aguda

• Por perda de líquido extracelular: hiperêmese gravídica, íleo paralítico

• Etiologia: placentação anormal (26,6%); atonia uterina (21,2%); DPP (16,7%); coagulação intravascular disseminada CIVD (15%)

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Fisiologia da gestação

• A grávida tem importantes modificações na dinâmica dos sistemas respiratório e cardiovascular. • Há elevação de 15 a 20 bpm, elevação de 40% do débito cardíaco, o que pode

determinar perdas sanguíneas mais exuberantes

• Aumento de 50% do volume plasmático, desproporcional ao volume globular, que só aumenta 25% = anemia fisiológica da gravidez, o que diminui a capacidade de transporte de oxigênio tecidual

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Fisiologia da gestação

• Aumento dos níveis de progesterona, responsável pelo relaxamento do esfíncter esofágico inferior e retardamento do esvaziamento gástrico• Fatores mecânicos também responsáveis por mudanças: volumes pulmonares,

aumento do volume uterino resulta em elevação do diafragma, leva à diminuição da capacidade residual funcional

• Relaxamento dos ligamentos aumenta diâmetros do tórax, possibilitando maior volume corrente

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Fisiologia da gestação

• Progesterona diminui sensibilidade do centro respiratório ao O2 o que leva à hiperventilação

• Hiperventilação associada à maior excreção de bicarbonato pelo sistema urinário resulta em alcalose respiratória compensada fisiológica da gestação

• Todas essas alterações tornam possível o equilíbrio no organismo da grávida, para que a maior parte do O2 seja suprida

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E quando a hipoventilação ocorre?

• Toda a dinâmica é alterada, acelerando o surgimento de anoxia, hipoxia e acidose

• Até mesmo a posição supina a partir de 20 semanas pode causar hipotensão, quando o útero comprime a veia cava inferior e a aorta.

• A própria hipotensão supina pode provocar colapso materno, facilmente revertido quando colocada em DLE

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Choque hipovolêmico

Volume sanguíneo diminuído

Retorno venoso diminuído

Volume sistólico diminuído

Débito cardíaco diminuído

Perfusão tecidual diminuída

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Bases fisiopatológicas do Choque

• Vasoconstrição é a modificação hemodinâmica fundamental• Queda de volume circulante traz vasoconstrição como resposta simpática para proteção

do coração, cérebro e suprarrenais. Esses órgãos só começam a sofrer hipoperfusão quando a PAS < 70 mmHg • Vasoconstrição duradoura leva à hipoperfusão tecidual com anóxia e acúmulo de

metabólitos ao redor dos capilares • A resposta é a dilatação holocapilar. À medida que os capilares se ampliam, aumentam

em número e...

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Bases fisiopatológicas do Choque

• Acentua-se a disparidade entre o volume do compartimento e o volume sanguíneo. A dilatação holocapilar agrava a perfusão nos tecidos • Acúmulo de metabólitos traz hipotonia do esfíncter arteriolar, o que não ocorre do

lado venoso • Consequência: sangue torna-se estagnado nos capilares e cresce a pressão hidrostática • Associada à lesão do endotélio pelos metabólitos leva ao extravasamento dos fluido

circulante, diminuindo ainda mais a volemia

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Bases fisiopatológicas do Choque

• Estágio seguinte é decoagulação intravascular,formação de microtrombos emaior comprometimento daperfusão

Rezende, 2016

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O que acontece com o organismo?

• Diminuição do débito cardíaco desarranjo do metabolismo nas células

• Quando PA cai exageradamente, o fluxo coronariano apresenta-se abaixo do necessário para nutrição adequada do miocárdio depressão do ❤🖤, maior redução do débito cardíaco e da PA

• sangue nos intestinos absorção das endotoxinas liberadas pelas bactérias gram –mortas. Débito urinário pelo baixo fluxo sanguíneo renal

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Manejo do Choque

• Regra VIP:Ventilation (oxigênio)Infusion (reposição de volume soluções com cristaloides) DEVE SER GENEROSA Objetivo inicial é restituir a PA média a nível de 60 a 70 mmHgPump (admnistração de agentes vasoativos como norepinefrina) • Assegurar hemostase tratando a causa do sangramento ou corrigir coagulação

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Índice de Choque Classe I Classe II Classe III Classe IV

Perda (ml) Até 750 750-1500 1500-2000 >2000Perda (%) Até 15 15-30 30-40 >40FC <100 >100 >120 >140PA Normal Normal Diminuída DiminuídaPressão do pulso Normal ou

aumentada Diminuída Diminuída Diminuída

FR 14-20 20-30 30-40 >35Diurese (ml/h) >30 20-30 5-15 DesprezívelSNC Lev. ansioso Mod. ansioso Ansioso, confuso Confuso, letárgico Reposição volêmica 3:1 Cristaloide Cristaloide Cristaloide e sangue Cristaloide e sangue

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Cálculo de índice de choque

• FC/PAs. Entre 0,7 e 0,9 normal, acima de 0,9 choque, acima de 1 choque requerendo transfusão, acima de 1,7 choque grave exigindo intervenção agressiva

•NORMAL entre 0,7 - 0,9• CHOQUE >0,9• CHOQUE - REQUER TRANSFUSÃO >1,0• CHOQUE GRAVE - VAI MORRER, intervenção muito agressiva: >1,7.

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Cálculo de índice de choque Estratégia zero morte OPAS, 2018

• Cálculo = FC/PA sistólica•Normal na população geral = 0,5-0,7 Esperado na população obstétrica = 0,7-0,9• Índice de choque >0,9 indica estado de choque que requer intervenção de alta

complexidade/transferência, risco de transfusão• Índice de choque >1 (FC superior à PAS) sinaliza necessidade de abordagem agressiva do

quadro hemorrágico, incluindo a possibilidade real de transfusão• Índice de choque >1,7 indica estado de choque com alto risco de mau desfecho materno,

requerendo transfusão maciça

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Hemorragia pós-parto

• ESTIMATIVA DA PERDA SANGUÍNEA • Se você acha que o sangramento esta ́ aumentado, COM CERTEZA o sangramento está

MUITO aumentado (observação visual tende a subestimar a perda) • ENTRE IMEDIATAMENTE EM AÇÃO!!! •Não esperar manifestações clínicas do choque hipovolêmico • Considerar fatores de risco (TP prolongado, sobredistensão uterina, macrossomia,

grande multípara, história de HPP anterior) e fazer profilaxia

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Hemorragia pós-parto Manejo

•Multiprofissional: avisar equipe (obstetrícia, enfermagem, anestesiologia, banco de sangue, laboratório) •Iniciar a massagem uterina, venóclise (dois acessos de calibre 16 ou 18) e elevar membros inferiores •Administrar oxigênio (10-15 litros/ minuto) por máscara facial •Reposição volêmica: Infusão de cristaloide (conforme avaliação) •Transfusão: Se hemodinâmica não melhorar com 1,5 a 2 litros de cristaloide e sangramento continuar, administrar produtos sanguíneos, inicialmente duas unidades de concentrado de hemácias

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Vamos calcular IC? • PA: 120 x 90; FC: 100 bpm • IC= 0,83 • PA: 90 x 60; FC 100 bpm • IC= 1,1• PA: 100 x 70; FC 100 bpm • IC = 1 • PA: 90 x 70; FC 130 bpm • IC = 1,4