Causalidade e TDAH

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    KAYO DOUGLAS DA SILVA

    ESTUDOS DE CAUSALIDADE ENTRE VARIÁVEIS USANDO DADOS DE

    RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CÉREBRO

    SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP2015

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    KAYO DOUGLAS DA SILVA

    ESTUDOS DE CAUSALIDADE ENTRE VARIÁVEIS USANDO DADOS DE

    RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CÉREBRO

    SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP

    2015 

    Projeto de pesquisa atendendo aoedital 01/2015 de iniciação científica

     –   Fundação Universidade Federal doABC

    Orientador: João Ricardo Sato

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    SUMÁRIO

    1 Resumo .................................................................................................................................. 4

    2 Introdução ............................................................................................................................. 4

    2.1 Causalidade ................................................................................................................... 4

    2.2 Conectividade Cerebral ................................................................................................. 5

    3 Objetivos ............................................................................................................................... 7

    3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 7

    3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 7

    4 Metodologia .......................................................................................................................... 7

    4.1 O algoritmo LiNGAM ..................................................................................................... 7

    4.1.1 Análise do Algoritmo ............................................................................................. 9

    4.2 Aplicações em neurociências para estudar a conectividade cerebral ........................ 10

    4.3 O consórcio ADHD-200 ................................................................................................ 11

    4.4 O processamento de informações .............................................................................. 12

    4.4.1 Obtenção dos dados ............................................................................................ 12

    4.4.2 Organização das informações ............................................................................. 12

    4.4.3 Tratamento dos resultados ................................................................................. 13

    5 Resultados ........................................................................................................................... 14

    5.1 Grupos ......................................................................................................................... 14

    5.2  Bootstrapping .............................................................................................................. 18

    6 Discussão ............................................................................................................................. 19

    7 Referências Bibliográficas ................................................................................................... 20

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    1  RESUMO

    Muitos pesquisadores em neurociência e biomedicina têm recorrido à

    causalidade na tentativa de compreender o fluxo de informação entre estruturas

    cerebrais e como ele pode acarretar neuropatologias, como o déficit de atenção. Ométodo para realizar tal observação se constitui de duas partes: a obtenção de dados de

    imagens por algum sistema de mapeamento neural, e a análise destes dados. Os dados

     podem ser obtidos por métodos como o eletroencefalograma ou a Imagem por

    Ressonância Magnética funcional.

    Para a análise da informação colhida, pode ser usado o algoritmo Acíclico

    Linear Não-Gaussiano (LiNGAM, do inglês  Linear Non-Gaussian Acyclic Model ), o

    qual não possui limitação quanto ao ruído ou a distribuição dos dados, já que a não-

    gaussianidade é um de seus parâmetros. O  pooling  aplicado ao LiNGAM supre uma

    demanda do algoritmo pelo número de pontos de dados reunindo indivíduos em grupo

    com variabilidade mínima, criando um individuo típico, combinação de análises de

    indivíduos distintos.

    INTRODUÇÃO

    2.1 

    Causalidade

    Causalidade constitui-se da relação entre dois ou mais eventos em uma

     passagem temporal, sendo o primeiro a “causa” e o último o “efeito”. Dentre os

    inúmeros exemplos nos quais podemos aplicar ou buscar o conceito de causalidade, o

    mais comum seria a relação entre o caso do fumo e o câncer de pulmão [1]. As políticas

    contra o tabaco afirmam que fumar aumenta a chance de um indivíduo desenvolver

    câncer de pulmão. Por outro lado, a indústria defende a teoria do genótipo, que diz queuma probabilidade biológica do indivíduo é causa comum ao desenvolvimento do

    câncer e à ânsia por nicotina.

    Outros exemplos famosos podem ser citados para que se entenda a

    complexidade da relação entre causa e efeito, como o da relação entre a diferença de

    salário e a de formação entre homens e mulheres ocupando cargos semelhantes [2]. Essa

    complexidade vai além do desafio de identificar essa relação, ela também está na

    formalização de seus argumentos e enunciados [3]. O grande obstáculo é o fato de a

    relação “causar” não se encontrar no vocabulário padrão da probabilidade, isto é “A é

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    independente de B” é diferente de “A não causa B” para dois eventos A e B diversos,

    levando em consideração as tabelas de contingência de Pearson como prova da

    dependência.

    2.2  Conectividade Cerebral

    O cérebro é constituído, entre vários elementos, de uma imensa teia de neurônios

    que não possuem causa-final quando isolados [4]. Nessa teia, podemos identificar

     padrões de conectividade entre neurônios individuais ou grupos de Neurônios e utilizar

    dessas conexões para entender o fluxo de informação no cérebro do indivíduo [5]. Esse

    fluxo é medido por ligações de interações causais e de dependência estatística e pode ser

    dividido em três níveis de estruturas: as micro(neurônios e sinapses), as meso (grupos

    de neurônios) e as macroestruturas (regiões do cérebro).

    As unidades desses níveis possuem complexidades proporcionais ao número de

    neurônios (e, portanto, de ligações) envolvidos. Essas estruturas detêm especificidade

    no que diz respeito ao arranjo de suas unidades e variabilidade em tamanho, função e

    comprimento das ligações.

    Essas correlações cruzadas entre regiões podem ser vistas também por análises

    em três dimensões que detectam perturbações e interferências direcionais –  causais - ou

    não direcionais -de dependência- em seus impulsos. Essas análises operam a partir de

    modelos computacionais e matemáticos, como equações estruturais e softwares de

    modelagem de dados.

    Visto que a conectividade cerebral pode ser estrutural (ligações entre unidades),

    funcional (dependência estatística) ou eficaz (causalidade), nos é possível em processos

    de neuroimagiologia as atividades destas conexões distintamente, o que contribui

    altamente para a acurácia no diagnóstico de uma doença cerebral e até em uma cirurgiano órgão [6].

    A conectividade estrutural ou anatômica, que envolve sinapses e seus arranjos, é

    mais estável e rígida em organização quando as escalas ocorrem em tempo curto, ou

    seja, de segundos a minutos. Em tempos maiores, essa organização tende a passar por

    alterações de forma. Sua rede se comporta como o de uma rede Small-world  com alto

    coeficiente de cluster, isto é, devido ao grande número de vértices centrais (clusters), O

    comprimento das conexões entre os vértices é reduzido, facilitando o fluxo deinformação [7].

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    A conectividade funcional envolve conceitos estatísticos como correlação e

    covariância, que levam às tabelas de contingência de Peason citadas anteriormente, para

    mensurar alterações nas relações de independência de grupos separados da rede. Esse

    tipo de conectividade é muito mais dependente do tempo e pode tomar intervalos

    infinitesimais para que se possam identificar alterações notáveis. Estudos indicam que,

    assim como na conectividade estrutural, a funcional possui arranjo de rede small-world ,

    embora análises mais detalhadas [8] indiquem organização fractal entre as unidades

    observadas.

    A interface entre essas duas estruturas, a conectividade eficaz, representa

    relações temporais e direcionais dos efeitos de um elemento em outro, isto é, mede as

    relações de causalidade entre regiões do cérebro. Alguns modelos são usados para que

    se entendam as diferenças, durante o cumprimento de tarefas dependentes de tempo,

    entre regiões distintas (ou conjuntos de neurônios) do cérebro.

    Uma das principais ferramentas na análise da conectividade eficaz é a

    Causalidade de Granger [9], que tem como pressuposto o fato de a causalidade ser

    unilateral em relação ao tempo, ou seja, um evento nunca ocorre antes de sua causa.

    Esse conceito foi aplicado em Eletroencefalogramas (EEG) e Ressonância Magnética

    Funcional (fMRI) para construir graficamente um esboço do fluxo de informações

    através de impulsos transcranianos.

    Dentre diversos métodos de construir, graficamente, uma interpretação para a

    análise de conectividade, podemos destacar dois recursos: grafos e matrizes. Grafos são

    objetos matemáticos constituídos de pontos (vértices) e suas conexões (arestas) [10]. Ao

    estudar conectividade cerebral, podemos entender unidades neurais como os vértices e

    suas conexões (fibra, sinapses, caminhos etc.) como arestas. Esses grafos podem ser

    extraídos de matrizes onde os índices são os vértices e seus valores indicam se há

    conexão entre eles.Os grafos possuem a vantagem de fornecer facilmente informações sobre

    clusters (vértices com maior número de conexões), o que diminui o trabalho necessário

     para se criar uma análise estatística visando compreender a correlação entre duas ou

    mais regiões geograficamente distantes, mas que apresentam um número grande de

    características semelhantes quando calculamos suas variações em relação ao tempo ou

    frequência e as tarefas por elas efetuadas.

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    O modelo de LiNGAM é um Modelo de Equação Estruturada(SEM)

    representado por:

    = ∑ +  

    ()

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    4.1.1  Análise do Algoritmo

    Foram realizados vinte testes da eficiência computacional do LiNGAM: dois

    tamanhos de séries temporais (cem e dez mil dados por vetor) X três distribuições de

    valores (uniforme, nomal e t de student com 3 graus de liberdade) X quatro estruturas

    causais.

    Estrutura 1

    Equação Geradora:

    A=1000*rand(t,1);B=9.545*A+1000*rand(t,1);C=15.632*B+1000*rand(t,1);D=7.994*C+1000*rand(t,1);E=5.645*D+1000*rand(t,1);

    A B C D E 

    Figura 1- Estrutura linear sequencial

    U N T

    100 0,00964 2,000065 0,395892

    10k 0,000456 0,001356 0,000844

    Tabela 1- Valores de EA1 encontrados nos testes da Estr. 1

    Estrutura 2

    Equação Geradora:A=1000*rand(t,1);B=9.1532*A+1000*rand(t,1);C=8.3424*A+12.3423*B+1000*rand(t,1);D=9.9213*A+5.3429*B+4.2131*C+1000*rand(t,1);E=10.3424*A+8.2343*B+13.9348*C+6.3248*D+1000*rand(t,1);

    A

    B C

    D E  Figura 2 –  Estrutura crescente completa

    U N T

    100 0,43345 0,590344 0,669784

    10k 0,03252 0,038028 0,033964

    Tabela 2 - Valores de EA encontrados nos testes da Estr. 2

    1 Erro Absoluto. Considerando que o módulo do valor numérico esperado é irrelevante, utilizamos apenaso módulo da diferença entre o valor esperado e o obtido.

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    sistemas de mapeamento cerebral em funções matemáticas das quais podemos inferir

    sobre a conectividade eficaz.

    Entre as desvantagens encontradas na implementação desses métodos figura o

    fato de grande parte deles ser orientada a modelos pré-determinados, majoritariamente

    gaussianos, o que não corresponde à realidade da informação coletada. Outra

    desvantagem, apresentada por outros métodos, é a sensibilidade a ruídos, ou

     perturbações, o que acarretaria conclusões falsas.

    O algoritmo que melhor se adequa ao problema, o LiNGAM, tem sua acurácia

    limitada a um conjunto grande de dados, cerca de três vezes maior que o colhido em

    uma fMRI, portanto, para que se possa usá-lo em uma análise, foi necessário criar um

    método adicional, que reúne pontos de dados através de indivíduos, o pooling

    LiNGAM, ou pLiNGAM [15].

    Três métodos principais podem ser usados para a coleta de informação: o Sujeito

    típico Virtual (VTS), que divide grupos com características assumidamente

    equivalentes, desconsiderando variabilidade entre os indivíduos, a estrutura individual

    (IS), que analisa cada informação individualmente, mas não trabalha bem com grupos e

    a estrutura comum (CS), que sujeita todos a uma mesma estrutura. O método que

    melhor se adequa à demanda é o VTS.

    O método VTS baseia-se em levantar dados de diversos indivíduos e, desses

    dados, criar um indivíduo-V, o qual possui número maior de informação do que o de um

    “indivíduo real”. Após o levantamento desses dados, temos um número de informações

    igual ao produto do número de indivíduos e do número de informações por indivíduos.

    Com essas informações em mãos, utilizamos o método ICA-LiNGAM normalmente

     para a análise, considerando-o enviesado, apenas por questão de optimização de cálculo.

    4.3 

    O consórcio ADHD-200conhecimento acerca de psicopatologias tem passado por avanços substanciais

    nos últimos anos [16]. O método de ressonância magnética funcional tem potencial de

    crescimento imensurável quando se pensa em quantos novos problemas podem por ele

    ser solucionados. No entanto, ainda é insuficiente o conhecimento que se tem a respeito

    de condições neurais.

    Um dos obstáculos no avanço da pesquisa é a falta de um grande banco de dados

    de imagens cerebrais contendo informação sobre fenótipos e patologias psicológicas.Obstáculo maior é o custo de tempo e capital para o recrutamento de indivíduos, coleta

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    e análise de dados. É de se observar que o ambiente da ressonância magnética é

    desconfortável, principalmente para crianças e pessoas com a condição a ser analisada.

     No entanto, uma iniciativa, o 1000 Functional Connectomes Project   ou FCP,

    tem auxiliado no avanço da reunião desses dados [17]. Esse projeto conta com um

     banco de dados colaborativo com amostras colhidas de ressonância magnética por um

    número crescente de laboratórios ao redor do mundo. Durante o levantamento,

     pesquisadores que trabalhavam em pesquisas sobre Déficit de Atenção uniram-se e

    criaram o consórcio ADHD-200.

    O consórcio tem como objetivo ampliar o conhecimento científico a respeito de

    transtornos de atenção. Entre os dados analisados estão fMRI de crianças e adolescentes

    com TDAH ou tendência colhidos, de oito laboratórios independentes localizados em

    três continentes. Uma competição ainda foi criada com o objetivo de levar mais

     profissionais ao campo de pesquisa. Dos dados analisados nessa competição derivam

    novos métodos e modelos de medição e detecção de padrões baseados em fenótipos

    [18].

    4.4  O processamento de informações

    4.4.1  Obtenção dos dados

    Para melhorar o acesso aos dados colhidos, um pré-processamento foi realizado

    na Virginia Tech Carilion2  por Cameron Craddock, atualmente na Child Mind Institut 3e,

    chamado The Athena Pipeline. Esse algoritmo tem o objetivo de fazer normalizações e

    diminuir ruídos e interferências, como correção do movimento da cabeça, da massa

     branca e do Fluído Cerebrospiral, sendo, dos dois últimos, os níveis de oxigenação do

    sangue (BOLD) que foram usados na obtenção dos dados amostrais [19].

    4.4.2 

    Organização das informaçõesForam analisadas setecentas e cinquenta e nove amostras de tabelas com dados

    de fMRI categorizados em três grupos de trabalho:

      Grupo Controle: sujeitos de avaliação caracterizados como saudáveis

     para o diagnóstico de déficit de atenção;

      Grupo Desatento: sujeitos de avaliação caracterizados como ;

    2 http://www.vtc.vt.edu/3 http://www.childmind.org/

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      Grupo Combinado: sujeitos avaliados com déficit de atenção e

    hiperatividade;

    O primeiro objetivo era avaliar os três grupos e obter o índice de causalidade

    entre as séries temporãos do sinal BOLD de quinze regiões selecionadas a partir de

    trezentas e cinquenta e um iniciais conforme tabela abaixo:

    Índice Região

    13 L IPL

    21 L Posterior temporal

    41 L Posterior cingulate

    46 R Posterior temporal

    55 L Middle temporal

    65 L Middle occipital278 vmPFC

    248 R Posterior cingulate

    113 L aI/fO

    160 R Middle temporal

    182 R Temporal pole

    240 dACC/msFC

    273 L Temporal pole

    345 L Anterior fusiform

    233 R aI/fO

    Tabela 5 – 

     Regiões de interesse4

     

    4.4.3  Tratamento dos resultados

    O teste de  Bootstrapping, utilizado para analisar os grupos, tem como objetivo

    aproximar conjuntos distintos para que se verifiquem semelhanças ou diferenças entre

    eles e se obtenha um intervalo de confiança. Na análise utilizada com o LiNGAM, o

     Bootstrap serviu para calcular o parâmetro original da diferença entre a taxa de

    recebimento ( Degree  In) e a taxa de envio ( Degree Out ) das quinze regiões e de mil

    coleções falsas de dados ( Bootstraps) obtidas trocando as entradas de grupo.O algoritmo do Boostrapping  consiste em:

    1.  Organizar as x1 entradas do grupo controle, x2 do grupo desatento e x3

    do grupo combinado;

    2.  Executar o algoritmo para os 3 grupos;

    3.  Gerar os vetores de Degree Out  e Degree In para cada um dos 3 grupos;

    4.  Gerar vetores diferença entre os grupos, dois a dois (Original );

    4 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3621133/table/T2/

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    5.  Reordenar as entradas, atribuindo às primeiras x1 o label 0, às próximas

    x2 label 1 e às últimas x3 o label 3;

    6.  Executar o algoritmo para cada Label;

    7.  Gerar Vetores Degree Out, Degree In e Diferença ( Bootstrap);

    8.  Refazer os passos 5 a 7 mil vezes, organizando os vetores diferença em

    seis matrizes;

    9.  Calcular a proporção de células dos vetores diferença  Bootstrap que são

    menores ou iguais às suas referentes no vetor Original

    10. Calcular o p-valor 5, ou seja, 1 menos o resultado obtido para cada

     proporção;

    5  RESULTADOS

    5.1  Grupos

    Como resultado da avaliação pelo LiNGAM, conseguimos obter o perfil padrão

    de cada grupo, modelado como grafo para mais rápida compreensão das diferenças

    entre eles:

    5  Erro tipo 1, ou seja, probabilidade de a hipótese nula ser falsa ao julgarmos verdadeira

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    Figura 5 - Perfil de causalidade do grupo controle (as setas apontam no mesmo sentido que a causalidade, a

    espessura da linha indica a sua intensidade  –  O tracejado representa espessura mínima  –  e a cor o sinal dovalor numérico: azul para positivo e vermelho para negativo. Os números nos vértices referem-se às áreasindicadas na tabela 5);

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    Figura 6- Perfil de causalidade do grupo desatento (as setas apontam no mesmo sentido que a causalidade, aespessura da linha indica a sua intensidade  –  O tracejado representa espessura mínima  –  e a cor o sinal dovalor numérico: azul para positivo e vermelho para negativo. Os números nos vértices referem-se às áreas

    indicadas na tabela 5);

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    Figura 7 - Perfil de causalidade do grupo combinado (as setas apontam no mesmo sentido que a causalidade, aespessura da linha indica a sua intensidade  –  O tracejado representa espessura mínima  –  e a cor o sinal dovalor numérico: azul para positivo e vermelho para negativo. Os números nos vértices referem-se às áreas

    indicadas na tabela 5);

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    A observação das diferenças entre os grupos é possível através de tais perfis,

    mas é exigida análise estatística para fins de rigor científico. 

    5.2   Bootstrapping

    Realizado o teste de hipótese, com hipótese nula negando a semelhança entre os

    grupos, obtém-se o p-valor para cada região e combinação de grupos

    Região Degree In(C-D)

    Degree In(C-H)

    Degree In(D-H)

    Degree Out(C-D)

    Degree Out(C-H)

    Degree Out(D-H)

    L IPL 0,087 0,07 0,05 0,497 0,263 0,15

    L Posterior temporal 0,209 0,209 0,116 0,496 0,12 0,073

    L Posterior cingulate 0,132 0,121 0,053 0,5 0,503 0,291

    R Posterior temporal 0,045 0,12 0,082 0,496 0,253 0,124L Middle temporal 0,183 0,172 0,092 0,503 0,802 0,529

    L Middle occipital 0,201 0,191 0,118 0,495 0,119 0,087

    vmPFC 0,914 0,892 0,489 0,5 0,644 0,286

    R Posterior cingulate 0,141 0,104 0,113 0,497 0,133 0,155

    L aI/fO 0,281 0,24 0,12 0,5 0,4 0,137

    R Middle temporal 0,325 0,219 0,122 0,502 0,631 0,282

    R Temporal pole 0,865 0,9 0,447 0,499 0,535 0,249

    dACC/msFC 0,31 0,087 0,079 0,496 0,09 0,056

    L Temporal pole 0,724 0,711 0,326 0,498 0,256 0,109

    L Anterior fusiform 0,434 0,415 0,177 0,496 0,174 0,068

    R aI/fO 0,662 0,69 0,242 0,497 0,083 0,044

    Tabela 6 - Resultados do Teste de Bootstraping para Degree In e Out dos grupos de referência (C: Controle;D: Desatento; H: Combinado ou Hiperativo)

     Nota-se que, em um dos resultados apresentados na tabela acima, não há

    evidências contra a hipótese nula. Dessa forma, podemos dizer que a chance de

    dizermos que dois indivíduos são de grupos diferentes (ao analisarmos as regiões de

    interesse) sendo eles do mesmo grupo é desprezível.

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    6  DISCUSSÃO

    Buscando comparar estatisticamente as redes Modo padrão e controle cognitivo

    entre indivíduos com TDAH, os mesmos com perfil combinado (TDAH e

    Hiperatividade) e seus pares diagnosticados como saudáveis, foi utilizado o métodoLiNGAM para verificar ou encontrar evidências de que há diferença na estrutura da

    rede entre esses três grupos de amostras. De fato, ao processarmos o algoritmo sobre a

     base de dados, foi possível observar tais evidencias no grafo de causalidade para o nó

    referente ao Córtex posterior temporal direito. Um dos indicadores que aponta para essa

    diferença está nos grafos apresentados na imagem 5,onde a região é identificada como

    nó de saída, e na imagem 6, como nó de entrada. Ainda é possível observar que, embora

    inconclusivo para análise estatística, esta região é um nó intermediário no perfil de

    causalidade do grupo combinado.

    Este achado está em acordo com resultados prévios da literatura, nos quais

    através do Magnetoencefalograma (MEG), foram realizados testes na  Aalto University6 

    e Universidade de Helsinque7  utilizando Go8 e NoGo Trials9 com ativações entre 355 e

    405ms. Desse teste, é evidente a maior atividade no Córtex posterior temporal direito

     para indivíduos com TDAH [20]. O teste para ativações entre 475 e 575ms tem

    resultado semelhante. Um segundo estudo [21], que compara indivíduos com

    Transtorno de conduta e TDAH, verifica através da ressonância magnética que o Cortex

    Posterior Temporal Direito tem visível aumento de atividade para pacientes com o

    Déficit de Atenção em relação ao controle para Sucessful vs Failed Stop Trials e Failed

    Stop vs Go Response Trials.

    O estudo com o LiNGAM, apresentado neste trabalho, difere dos já realizados

    em TDAH com neuroimagem pois combina a análise de redes com o foco na

    identificação da direção de causalidade entre a atividade de regiões do cérebro distintas

    (mensurada pelo sinal BOLD), a despeito de outros estudos que examinavam a

    correlação entre essas. O uso de algoritmos para identificação de causalidade

    direcionada é pouco observado, abrindo espaço para novas experiências, em

    neurociência e outros campos que podem utilizar este mecanismo estatístico.

    Embora conclusivo, o estudo está sujeito a limitações, pois a coleta dos dados

     pelos pesquisadores do ADHD 200 foi realizada a partir de múltiplos escaners de RM,

    6 http://www.aalto.fi/en/7

     https://www.helsinki.fi/en8 Testes onde o objetivo é executar um comando9 Testes onde o objetivo é não executar um comando

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    com diferentes parâmetros de aquisição, ou seja, não há uma uniformidade de aquisição

    de dados, embora parte desse ruído possa ter sido atenuada na fase de processamento de

    dados com o auxílio da  Athena Pipeline. Outra limitação é o diagnóstico

    comportamental realizado que, ao categorizar de forma subjetiva o grupo dos

    indivíduos, coloca maior variabilidade e heterogeneidade nos dados. O LiNGAM

    também possui limitações, pois além da não-gaussianidade dos dados, pressupõe que o

    grafo de causalidade se comporta como um grafo direcionado acíclico (DAG) , isto é,

    que não há uma ligação dirigida (de causalidade) que começa e termina no mesmo nó, o

    que pode não ser sempre válido. Por fim, existe também o potencial efeito de

    medicamento nos indivíduos com TDAH, o que interfere na atividade das regiões

    estudadas.

    Levando em conta a qualidade do resultado encontrado e a verificação através de

    seus pares, pode-se dizer que há evidências de que a região do Posterior Temporal sofre

    alteração, ou é ativada de forma distinta entre indivíduos com o Déficit de Atenção

    (Subtipo: desatento) e indivíduos saudáveis. Abre-se espaço para um estudo mais

    aprofundado para a utilização do LiNGAM em testes para diferir o Controle do sujeito

    de teste com perfil combinado (TDAH + Hiperatividade).

    CONCLUSÃO

    O resultado obtido na pesquisa é cientificamente relevante dado o quadro atual

    do diagnóstico do Déficit de Atenção, onde os pacientes são submetidos a tratamentos

    com psicofarmacos após análise comportamental do indivíduo [22]. O exame através de

    ressonância magnética da conectividade cerebral, sucedido do teste estatístico do dado

    colhido possui erro muito baixo ao se comparar com a análise subjetiva comportamental

    do paciente.

    Futuras pesquisas, com foco no córtex posterior temporal direito podem ser

    realizadas comparando indivíduos com o déficit de atenção e indivíduos saudáveis a fim

    de refinar o teste e seu resultado, contribuindo para estudos sobre a conectividade

    funcional e eficaz na região.

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