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Catalogo Semana da Fotografia 2012

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a fotografia

Dados da REDE de Produtores Culturais de Fotografia do Brasil apontam que em 2010 foram realizados no pais 42 festivais de fotografia e cerca de 30 encontros especializados, entre simpósios e seminários. Atualmente existem 28 cursos de graduação e pós-graduação em fotografia, alem de 22 cursos livres, 17 associações e 95 fotoclubes. A própria REDE reúne 195 profissionais envolvidos com a produção cultural voltada à fotografia. O surgimento de mais de 20 galerias de arte especia-lizadas no setor também mostra o interesse que o meio vem despertando entre os artistas contemporâneos e o mercado de arte, cada vez mais receptivo à produção de obras por meios tecnológicos. A fotografia digital é a catalisadora desta revo-lução, que veio afetar nossa maneira de ser e comunicar. O conceito de broadcast yourself é a verve do momento. O acesso nunca foi tão democrático. Ha pouco mais de dois séculos, o processo de produção de imagem estava restrito a um pequeno grupo, confinado nos castelos e igrejas. Hoje, o interesse pela produção de imagens é intenso, revolucionando a nossa maneira de nos relacionarmos socialmente. Nos comunicamos por imagens e o fato da fotografia ter perdido o suporte tornando-se portátil e etérea, ainda não foi devidamente analisado e discutido.

A II Semana da Fotografia de Belo Horizonte nasceu com uma proposta curatorial específica: selecionar 20 propostas para ocupação do CentoeQuatro de fotógrafos

mineiros, nascidos ou residentes no Estado. Foram centenas de ensaios recebidos e curiosamente, algumas propostas recusadas neste edital foram selecionadas em outro. Isso mostra o vigor e diversidade da produção atual. Mostra também a inade-quação do formato de edital proposto, onde um recorte sempre vai se fazer notar, o que contradiz (ou reduz) a proposta primordial de ser plural.

Não estranhe se notar que a Semana da Fotografia se estende por todo o mês de agosto, ocupando Belo Horizonte e arredores. Este catalogo ambiciona noticiar o que acontece na cidade envolvendo a fotografia de arte, preocupada com as mani-festações do intelecto em encontros com pensadores, exposições e projeções multi-media em diversos locais da cidade, de produtores diversos e entidades apoiadoras variadas. Alguma coisa ficou de fora, pois não foi possível mapear toda a cidade, devido a sua dimensão territorial e diversidade de ações voltadas a Fotografia e as Artes Visuais. Entre e fique a vontade para apreciar um pequeno fragmento da pro-dução mineira contemporanea.

Tibério França

Coordenador da II Semana da Fotografia de Belo HorizonteJú

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a homenagem

a festa

Juvenal Pereira, o poeta da luz

O homenageado desta edição da Semana da Fotografia é o fotojornalista mineiro Juvenal Pereira. Atuando profissionalmente desde 1970, já percorreu os mais importantes veículos de comunicação do país como as revistas O Cruzeiro, Veja, Isto É e jornais Folha de São Paulo, Estadão, Zero Hora e Correio Brasiliense.

Foi um dos mentores do Mês Internacional da Fotografia em São Paulo e representou o Brasil no Mois de la Photo-graphie em Paris. Tem suas fotografias dentro de importantes acervos, como o do MAM-SP, MASP/Pirelli e também de colecionadores particulares como Joaquim Paiva.

Curadoria Marília Panitz

Foyer do cinema - CentoeQuatro

17/08 - 22h2º andar do CentoeQuatro

DJ Weber Pádua e Marcos CorrêaShow com a banda Low-Fi e

Deco Lima e o CombinadoIngressos no local

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ExposiçõesAlexandra Simões

André HauckAnna Paola Guerra

Camila OttoCleber Falieri

Cristiano XavierDaniel Moreira

Elmo AlvesFábio Cançado

Guilherme BergaminiManu Melo Franco

Marcelo AlbertPaula HuvenPedro David

Pedro SilveiraRafael Pinho

Randolpho LamounierRogério de Souza

Warley DesaliWilson Ferreira

os selecionados

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Por uma Fotografia Desterritorializada

Se há um traço que compõe hoje a fotografia contemporânea, ele é a perda de um contorno nítido. A fotografia, para o seu próprio bem, tornou-se dilatada, movediça e nômade.

Exemplo claro disso foi a diversidade de trabalhos recebidos a partir da convo-catória dessa Semana da Fotografia. Pensar a fotografia hoje é pensar em vídeo, em performance, em instalação, em intervenção, em repetição, em land art, em deslocamento, em esquecimento, em apropriação, em literatura.

Toda essa riqueza de vetores torna o trabalho de seleção difícil. Ainda mais quan-do os envolvidos nessa escolha vêm de histórias e territórios distintos e se juntam nessa mesma pluralidade de pensamentos. Portanto, uma seleção é sempre um recorte possível em meio a uma infinidade de outros.

Os artistas e fotógrafos que participam dessa Semana trazem uma ampla gama de propostas. Aqui temos as tipologias, os seriais, a documentação do outro, a documentação de si, a encenação, o espaço da intimidade, a relação com o tem-po, com a memória, o trabalho com o aparentemente insignificante, a imagem precária, a imagem lúcida.

São trabalhos que entram em sintonia com o contemporâneo, mas uma sintonia em disrupção, fraturada, se pensarmos, como quis Agamben, que ser contem-porâneo é saber estranhar seu próprio tempo, saber ver em seu tempo mais as trevas que as luzes.

Mais do que qualquer vinculação geográfica ou de pertencimento a uma possível tradição, o que está em jogo é, antes, a capacidade que esses trabalhos possuem ou não de estabelecer fricções e rupturas com sua própria época, num sentido político, estético e conceitual.

Dessa forma torna-se obsoleto falar de uma fotografia mineira e mais urgente pensar em uma fotografia de multiplicidades. Sem nacionalidades, donos ou guetos, que não seja propriedade de profissionais ou de entidades. Uma fotogra-fia que consiga traçar rotas de fuga para saber se desvencilhar das amarras e das armadilhas normatizantes.

Por uma fotografia líquida, por uma fotografia de cacos, por uma fotografia en-trópica, por uma fotografia desterritorializada.

João Castilho

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Alexandra Simões

Janelas do Meu Quarto - 2009

“Janelas do meu quarto, do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?)”.

Álvaro de Campos

Janelas do meu quarto é uma série de auto-retratos, que possui duas fontes de inspiração: as janelas de Vermeer e o poema Taba-caria de Fernando Pessoa.

Vermeer foi um pintor do século XVII que realizou dezoito quadros no mesmo quarto, sempre na mesma janela. Ele não precisava de buscar inspiração em outro lugar e uma pessoa só bastava.

Já Tabacaria é um poema que fala de alguns instantes e ao mesmo tempo de uma vida inteira. Usando os contrastes sonho e realida-de, sensações e pensamentos, vida vivida e vida sonhada, o eu poé-tico segue numa jornada em busca de uma compreensão.

Assim a partir das janelas do meu quarto, o meu eu poético sente e pensa, sonha e apreende, representa e subjetiva a realidade atra-vés das objetivas de minha câmera fotográfica.

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Andre Hauck

Limítrofe - 2011

Uma expressão curiosa da língua portuguesa, com o perdão da imagem repulsiva, é fulano está cagando e andando. Alguém cagar enquanto anda é o cúmulo absoluto do descaso. Se você pensar por um momento na cena, e mais uma vez peço desculpas por fazer você pensar nisso, o sujeito definitivamente não está se importando com nada, está absolutamente descomprometido com as consequências de seus atos.

Às vezes imagino a civilização industrial como um sujeito cagando e andando. Ele vai avançando sobre as matas, sobre os campos, sobre os rios, e vai esburacando as montanhas para arrancar metais, e mastigando as árvores, e matando, secan-do, envenenando, extinguindo. No estômago do monstro esses recursos naturais todos viram coisas – produtos, serviços, dinheiro.

E aí, na retaguarda, o que sobra da digestão vai escorrendo pelas pernas do mons-tro peludo e se espalhando pelo caminho, uma confusão de metal retorcido e erosões e pedra moída e fatias de árvores mortas.

Para cada lugar que existe no mundo – a Praça da Sé, a torre Eifel, o Pão de Açúcar, a sua casa – há mil não-lugares, restos de digestão mal feita, sobras da glutonice do monstro, que só olha para frente, nem nota a sujeirada lá trás. Como ando pelo mundo de bicicleta, vejo muito esses não-lugares pós-apocalípticos, essas cicatrizes do nosso modelo de viver na Terra. São cantos tristes, o sol é excessivo, o cheiro é ruim, há muitas moscas. De bicicleta, o tempo entre um lugar e outro lugar é pre-enchido com longos trechos de não-lugares. É tempo suficiente para se perguntar quem é que retorceu esta barra de ferro, o que é que se guardava neste armário, que árvore foi esta tábua, que lugar foi este, antes de não ser mais lugar.

Li num livro que, entre os antigos chineses, quando alguém ia jantar na casa de outro alguém, era considerado falta de educação não ir ao charco nos fundos da casa e atender ali ao chamado da natureza. Se você come na casa de alguém tem a obrigação de deixar lá mesmo os nutrientes que não vai usar, para que eles alimentem o solo que vai fazer crescer a comida para o jantar do ano que vem. Cagar e andar era algo que não se fazia naquela cultura.

Mas hoje não. Somos seres tecnológicos, nossos iPads tem altíssima resolução e nossos carros parecem tanques de guerra de filmes de ficção científica. E, quanto mais im-pressionante é a nossa tecnologia, mais vastos e desolados são os nossos não-lugares.

Denis Burgierman Russo.

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Anna Paola Guerra

Silêncio-vaca - 2010/2012

Série de fotografias feitas na distância espaco/tempo, recolhidas em caminhos diversos, percursos cotidianos e viagens.

Fazem parte desses percursos, predisposição e acaso. Extravio e extraver.

Para além dos automatismos do ver, as coisas se libertam de suas funções, exis-tem com força.

Objetos singulares que se expressam, nos olham e nos contemplam.

Fotografias – vias de mão dupla – quando as coisas capturam mais do que são capturadas.

Dispostas lado a lado, as imagens revelam uma geometria, antes impensada: tangências, simetrias, convergências.

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Camila Otto

Esplendoroso é o que sucede, não o que se espera - 2011

“A viagem não começa quando se percorrem distâncias, mas quando se atraves-sam as nossas fronteiras pessoais. A viagem acontece quando acordamos fora do nosso corpo, longe do ultimo lugar onde podemos ter casa”.

Mia Couto

Através do registro impreciso de uma câmera pinhole, apresento uma narrativa urbana repleta de sobreposições, fragmentações e movimentos, um verdadeiro convite para uma viagem. As imagens se comportam como reflexos da realidade, simulacros enganosos e abissais, que revelam um mundo fragmentado e fantástico. O tempo e o espaço perdem suas dimensões. As sobreposições anulam a certeza do olhar e trazem novas possibilidades que se abrem ao infinito, uma forma de se espe-cular a realidade a partida fotografia. Dessa maneira,esplendoroso é o que sucede, não o que se espera, se coloca em direção à fantasia, miragem e fabulação poética.

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Cleber Falieri

Manipulações Ensaios com as mãos - 2011

Fotografar com câmeras de orifício, a ‘pinhole’, sempre foi, para mim, um ato e uma realização muito pessoal. Seu processo de produção me encanta e instiga incessantemente a minha criatividade. Suas características próprias me condu-zem a um ‘modus operandi’ quase sempre experimental, empírico e porque não dizer, lúdico.

Em “Manipulações, Ensaios Com As Mãos”, há um pouco de tudo isso. Minha inte-ração com a câmera estenopeica ultrapassa os limites do convencional. Há aqui uma fusão da câmera e do fotógrafo, cujos resultados propiciam imagens de uma beleza (ou estranheza) onírica.

Procuro retratar a ação das mãos em situações diversas, manipulando objetos, numa representação cênica onde braços e mãos fazem parte da câmera e são por ela registrados. Deste trabalho, selecionei seis imagens que remetem especifica-mente à ação do fazer fotográfico, ou mais diretamente à sua manipulação. Uma metalinguagem ainda mais direta, que também se traduz em etapas do meu próprio ofício em laboratório.

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The Low Light Trees - 2011

The Low Light Trees tem a proposta de mostrar o que a visão não alcança. O tempo comprimido e as formas tortuosas das árvores condensados numa só estética.

Imagens que estimulam a percepção das múltiplas possibilidades que só a foto-grafia permite, registrando a passagem do tempo sobre elementos da natureza

congelados numa luz irreal. “Produzir estas imagens me proporciona momentos de extremo silêncio e comunhão com o meio, os quais julgo essenciais no meu processo criativo“. O ensaio vem sendo desenvolvido pelo fotógrafo nos últimos 12 anos, usando captura por filme e digital.

Cristiano Xavier

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Daniel Moreira

Cara da Saudade - 2011

O Projeto fotoliterário “A cara da Saudade” propõe uma reflexão sobre essa cate-goria de emoção que é básica da existência humana. Através de fotografias de pessoas comuns, em diálogo com textos que relatam o que esses personagens sentem mais falta, o ensaio busca captar a essência desse sentimento que tem relação direta com a memória e a passagem do tempo.

“É a noção de saudade que nos faz refletir e, sobre tudo, sentir com mais vigor, presença e intensidade o nosso amor e ausência dos entes e das coisas que queremos bem. Ou seja: sei que amo porque tenho saudade. Sei que sinto falta de um lugar porque dele sinto saudade”.

Roberto da Matta

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Elmo Alves

A Velha Guarda do Samba - 2012

Senhoras e Senhores, a Velha Guarda do Samba!

Não se sabia que Belo Horizonte tinha samba, quanto mais velha guarda! Samba sim, que aqui tem sim, velha guarda sim, que aqui tem sim. Notícia boa, ser acordado com a surpresa dela, com o batuque dela, na cozinha, no quintal, na roda, de samba. Lagoinha, Concórdia, Pedreira Prado Lopes, Santo André, Raul Soares, Tropical na Paraná, Tabajara na Caetés, Praça Sete, Cidade Jardim. Lá estavam eles, lá estavam elas, cá estão eles, cá estão elas.

Nas lentes precisas de Elmo Alves, o fotógrafo certo, no lugar certo, na hora certa. Tem que haver certa cumplicidade entre retratado e retratista, modo de por em destaque a majestade, a nobreza, a galhardia dos velhos guardiões, des-velando o olhar, em termos de preto, em termos de branco, do perfil elegante, daqueles senhores, daquelas senhoras, pele preta, cabelo branco e amor ao sam-ba, que não acaba mais, que não demora nunca, no coração vermelho. Logo eles, as mais velhas, os mais velhos, sexagenários, septuagenários, octogenários, vêm dar seu testemunho, certificar o samba de BH, com sua presença ancestral, an-tológica, politicamente incorreta, extra-oficial, na contramão do pode não pode afro-descendente dos dias que correm.

Afinal, só existe samba no Brasil. Como dizia o poeta Vinicius de Morais, o samba é uma forma de bênção, às vezes branco, na poesia, mas negro demais no coração. Se o poeta falou, tá falado. O samba é uma forma de oração. Mas que oração é essa que corre dos bairros da BH dos primeiros anos, percurtindo em preces negras o mapa de Minas Gerais, produzindo com toque mineiro, um canto alterosa, par da verve carioca de Cartola, da vertente paulista, de Adoniran?

O samba mineiro é único. A velha guarda viva, em flor, faz desconfiar que tem mais por aí, nas cidades por aqui, nas cidades por acolá, misturado no congado, mis-turado no camdombe, nas giras do candomblé. Ouviu, viu. Quem vir, vai querer ouvir. Quem ouvir, vai querer ver. Foto. Cd. Filme. Roda de samba.

Sergio Farnese

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Fábio Cançado

Asteróide - 2012

Asteróide é uma pesquisa fotográfica onde a câmera não pertence ao fotogra-fo. Ele apenas se apropria de lentes do GoogleMaps para explorar mentalmente vistas aéreas do planeta onde o território fotografado traz consigo uma interpre-tação autoral do lugar, país ou cidade em relação a uma semiologia crítica do fragmento de imagem recortado e fotografado.

Distante de qualquer função estratégica de informação ou vigilância, distante até da temática estetizada dos ensaios de fotógrafos, com as suas câmeras dispara-das em aviões e helicópteros em direção a paisagem da Terra.

Nestes ensaios, quase sempre importa diante dos enquadramentos e belos luga-res, um caráter de grandiosidade do planeta, evoca-nos a beleza das texturas e dos relevos em comunhão as cores. Cada foto nos faz pensar o tamanho e a di-versidade deste privilegiado planeta. Ali, não há limites, fronteiras, não se cita os países, se imagina a exótica África, com manadas de gnus correndo, ou a imensa devastação da Amazônia, sempre o relevo e os acidentes da geografia são espe-taculares, a luz sempre exata, escava o terreno, os animais e a vegetação. Quanta beleza e quão livre é este planeta visto por cima.

Asteróide pesquisa a fresta entre o significado do lugar, sempre citado na monta-gem final das fotografias (o país, a cidade) e seu significante, micróbio de um in-consciente achado no seu corpo–território, através da imagem selecionada. Algo que lhe escapou e que se faz evidência para ser visto com uma câmera satélite distorcida da sua imediata função. Uma forma vista de cima que nos remete a um objeto da história do lugar e das estórias que nos fez imaginar aquele país ou aquele cidade, no passado mais que pretérito ou até recente, às vezes, com medo, romantismo, ludicidade ou visão política. Traz o fotógrafo para um setor da contemporaneidade, onde o olhar se volta ameaçando os temas da própria fotografia, suas ferramentas , sua idéia histórica de beleza, a câmera usada agora nem necessita tanta definição, pode estar longe do seu corpo.

Porém, ainda se sustenta a noção intencional dos fotógrafos pelo vagar. Sua an-tiga capacidade de buscar significado nas imagens ao acaso, no caminhar, no ser flâneur. Não mais saímos do lugar e temos todo o trajeto do mundo, andando com o olhar em uma tela.

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Guilherme Bergamini

Série Quatro Gerações - 2012

Desde criança vejo esses quadros pendurados nas paredes da casa da minha avó Nice Catão Masca-renhas. Ex- aluna do pintor Alberto da Veiga Guig-nard, ela mantém sua paixão pelas artes, mesmo afetada pelo Mal de Alzheimer. Filha de Heraldo Catão, entalhador e escultor de técnicas precisas, foi esposa de Cincinnatus Goulart Mascarenhas, engenheiro agrônomo e entusiasta pelas letras.

O silêncio de um quarto, a intimidade de uma cama, que foi o lugar onde meu avô viveu aprisionado os últi-mos dez anos de sua vida, devido ao desenvolvimento de uma doença degenerativa. Os quadros, as pinturas, os desenhos e as fotografias, que observo e contem-plo, representam a memória visual de minha família – iconografias que fazem parte de meu íntimo.

A série Quatro Gerações é minha singela homena-gem para demonstrar minha gratidão e meu gosto pelas pequenas e mais significantes coisas da vida.

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Manu Melo Franco

Senhoras do Czar - 2011

O ser humano constrói museus na tentativa vã de parar o tempo, bloquear o esquecimento. Há um traço de poesia nesse esforço monumental. O tesouro do Hermitage, mais do que a sua imensa coleção, é esse tempo aprisionado: até o ar que se respira, a brisa que vem do Neva, parece conter partículas de passado. Percorrer seus corredores é transitar por entre os séculos. E qual visitante atento não há de se surpreender com os olhares enviesados dessas simpáticas senhoras que, sala após sala, nos vigiam, como se fôssemos estranhos viajantes do futuro? Sentadas em suas cadeiras, elas, guardiãs do tempo, compõem o cenário poético de um império que ficou na História.

Fotografá-las é proibido - um sacrilégio!, diria talvez a guardiã-mor, temendo que esse viajante fosse capaz de lhes roubar a alma. “Senhoras do Czar” é, portanto, a confissão de um ato transgressor, que nos convida a espiá-las de volta e assim romper a barreira do tempo, ainda que de forma sutil, incógnitos entre turistas e obras de arte, disfarçados entre passado, presente e futuro. Não lhes roubamos a alma, é certo, mas tomamos para nós um gole de poesia.

Paulo Fehlauer

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Marcelo Albert

Futebol Arte - 2010/2011

Não importa a cor do campo, a dureza da terra, o peso da bola!

Por traz dos holofotes e do dinheiro que envolve o futebol profissional existe uma nação, um povo que não tira a bola do pé. Passar perto de um campinho é ficar encantado, magnetizado, hipnotizado pelo dri-bles das canelas tortas ou pelo vôo do arqueiro alado.

A série traz um contraste entre dois lugares, dois po-vos, dinâmicas, cores, pessoas e luzes diferentes, mas a mesma paixão. Onde o compromisso é com o gol, com a corrida, com a poeira e com o mergulho no mar, onde a partida nem sempre acaba com o fim da luz do sol.

O contraste das duas cidade retratadas ficaram regis-tradas nas cores aqui exibidas. A árida Diamantina no Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, onde permea-da de morros ainda conserva a rotina do campinho de terra, aqui observado do alto do “Cruzeiro”. E a paradi-síaca praia de Moreré, na Bahia, onde o clima tropical e a luz litorânea contribuíram para o resultado do ensaio.

“Futebol arte” é atemporal, da criança ao idoso, do gordo ao magro, o forte e o fraco, o alto e o baixo, qualquer um pode participar, diferente do “futebol dinheiro” que: se o pênalti é batido com maestria o goleiro fica fora da fotografia!

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Paula Huven

Relações - 2007/2008

A mudança de cidade impõe completa alteração no ciclo das relações cotidianas e isso me fez viver a rotina quase provinciana do comércio local do Leme de outra forma. Há poucos meses havia me mudado de Belo Horizonte para o Rio de Janei-ro e, na ausência de relações íntimas na nova cidade, os contatos ligeiros com as pessoas desconhecidas e redimensionavam em possíveis ou pequenas relações.

Quando algum contato era feito através de uma compra ou serviço eu pedia para fotografar a pessoa e para que ela me fotografasse. Mais do que uma imagem, a

fotografia era o dispositivo dessa relação. A câmera Polaroid determina ordens específicas. O objeto, tão único quanto as trocas submersas naquele momento fotográfico: a trama irreproduzível não só dos olhares que se cruzam, como dos encontros corriqueiros e cotidianos.

Vulneráveis aos traços do tempo, essas fotografias Polaroids são possíveis fósseis desses encontros, de certa forma, ficcionais. Em instantes, surgia em nossa frente esse objeto, tornando palpável o que era, antes, apenas visível.

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Pedro David

Sufocamento - 2012

As florestas brasileiras estão sendo gradativamente substituídas pelo eucalipto.

Diversas indústrias siderúrgicas implantadas ao longo do território nacional compram desvaira-damente enormes porções de terra, as desmatam totalmente, e realizam o que chamam “reflores-tamento”: a substituição da vegetação nativa por essa espécie exótica vegetal, transgênica, que tem rápido crescimento e alta resistência a pragas. O eucalipto é a madeira ideal para a obtenção do car-vão vegetal, fundamental para a transformação do minério de ferro em aço.

O cerrado é o bioma mais ameaçado. Especialistas dizem que, se o ritmo da devastação continuar crescendo como nos últimos anos, em pouco tempo o cerrado vai deixar de existir.

O eucalipto cobra um alto preço para realizar seu milagre desenvolvimentista: esgota a água e os nu-trientes do solo, seca nascentes próximas e espanta totalmente a fauna, que não suporta seu odor.

Nenhuma outra espécie vegetal sobrevive dentro de um campo de eucalipto.

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Pedro Silveira

Escola da vida - 2012

Fragmentos da memória de vidas inteiras, sonhados ou vividos, recriados para dar vazão aos incômodos que insistem em desatinar a cabeça para o olhar. Os ditos experimentados estão por aí, entre uma foto e outra, condensados e fundidos neste tempo e espaço, pairados no ar.

Quisera poder explicar com as palavras, mas elas começaram a faltar. Talvez tenha sido bom. Ainda era cedo, a estrada estava cheia de incertezas e o silêncio nunca deixou de provocar. Quem sabe um dia vai ser possível gritar de boca fechada, como num sonho, com o peito desacelerado, sem deixar que o olho desvie seu caminho. Cada qual escolhe o seu. Rearranjar a estrada é ato intempestivo, que reverbera mui-to mais aqui dentro do que aí de fora, assim como as fotografias devem ser. Mais profundidade e menos superfície, seja lá onde o correr desta curva vai dar.

A vida não é assim mesmo? Aperta, esquenta, esfria, afrouxa e tudo mais?

A coragem que incide aqui é de provocar. Deleitar-se na inquietude das questões do íntimo. Iluminar as interrogações, agora suspensas a espera de degustação. Não viemos a um desfile de verdades. Assim, sigo consumando a vivência que me coube e aqui deixo apenas perguntas, acompanhadas de um pote tenro de edu-cação e outro com pequena dose do amargo gosto da terra por onde me procurei.

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Rafael Pinho

Reykjavík Backyards e outros retratos - 2009

Esta série de fotografias explora personagens e o espaço arquitetônico de uma cidade bastante peculiar que é Reykjavík, capital da Islândia.

Rafael Pinho viveu e se formou em Belo Horizonte, mas nos últimos 6 anos morou na Islândia, Alemanha, Dinamarca e França. Por ser arquiteto, Pinho ficou atraído pelo espaço novo que encontrou: viu nas casas que visitou em Reykjavík uma área externa, um quintal, que era usado por cada morador de uma forma diferente. A situação de luz da cidade também causou impacto no trabalho de Pinho: para quem, em Belo Horizonte, tivesse interesse na luz do fim de tarde, encontraria talvez 40 minutos para experimentar. Em Reykjavík disporia de várias horas nos dias de verão para criar seu temperamento, e muitas vezes explorou criativamen-te essas situações.

Reykjavík Backyards e Outros Retratos é uma pesquisa visual cuidadosa de um fotógrafo que busca uma assinatura forte e atual, se valendo de uma qualidade técnica construída pelo uso de luz artificial em combinação com natural. O resul-tado é uma superfície de temperamento bastante peculiar, onde Pinho adiciona uma pitada de humor e mistério, envolvendo o espaço, situações e personagens que trazem ao seu trabalho um tom de voz muito expressivo.

Gabriel Malard

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Randolfo Lamounier

Molotov Love - 2012

Com Molotov Love, Randolpho Lamonier retrata o cotidiano, subvertendo seu caráter privado e relacionando sua própria vida com a experiência co-letiva, em algum lugar entre a ficção e a documentação. Seu vocabulário

visual se apropria do espaço doméstico, reformulando-o nos termos de uma narrativa que busca traduzir no absurdo um olhar afetivo sobre a identidade e a memória.

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Rogério de Souza

One Year Up! - 2012

Este trabalho teve início de uma pesquisa pes-soal sobre a iconografia do universo Pinup, especialmente representado pelo trabalho dos ilustradores Gill Elvgren e Alberto Vargas. Busquei nestas 12 fotografias uma aproxima-ção com o estilo destes dois ilustradores e a aplicação das imagens em forma de calendário de parede, por se tratar do suporte em que as ilustrações eram originalmente veiculadas .

Mais do que um abordagem estética , ví aqui a possibilidade de um exercício projetual de criação de imagens. Neste caso a fotografia não precisa necessariamente ser uma representa-ção fiel de seu referênte, mas um instrumento de criação.

A fotomontagem, que vem sendo praticada desde o século XIX, ganhou na contemporânei-dade aliados importantes com a digitalização da fotografia e a oferta de softwares de trata-mento fotográfico. O fotógrafo tem agora em mãos um novo elenco de ferramentas para se expressar criativamente.

O que proponho com esta série, é a junção da tec-nologia e da sensibilidade representada aqui em forma de imagens fotográficas.

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Warley Desali

Homem Semelhante, Caiapós - 2008

O que impressiona em “homem semelhante, Caiapós”, série fotográfica de Warley Desali, não é a forma nem o objeto, antes a aparente distân-cia entre os dois. Não é a luz dura e o preto e branco marcado, de pou-cas nuances. Não são os adolescentes e as casas pobres, é a insuspeita relação entre essas duas esferas. Uma relação de aparente contradição que Desali transforma em obscena obviedade: os corpos podem ser absolutamente comuns, ordinários; porém a forma utilizada para re-tratá-los é sublime, dramatica, destinada aos grandes homens e fatos. Não há descompasso: a forma é justa pro objeto. Sob o olhar rígido, as indicações precisas de poses e a luz talhada a faca de Desali, os jovens garotos do bairro Caiapós se tornam sublimes, grandiosos: rapazes cujos olhos e mãos são represas de poesia e beleza.

Não se trata de uma beleza fácil, exploradora. Não é da pobreza deles que advém uma suposta beleza. Não é imputando aos rapazes a carga de sofrimento que as fotografias adquirem carga dramática. A beleza e o drama vem do artifício, ou antes, da junção entre a manipulação subjetiva do autor e a realidade. O drama é uma pose, não uma situa-ção. Não é a fome, nem o gás acabado, é a mão retorcida, a flor de lírio contra o peito. A beleza, sob a mesma via, não vem do olhar triste, da pele desgastada, vem da luz branca contra o peito e rosto dos rapazes, vem da mão magra por sobre o rosto.

Quando o foco recai sobre o encontro entre a forma e os corpos, as situa-ções fora do quadro da foto diminuem em importância. Perde peso o fato de eles serem pobres ou não. Se suas ruas são em um bairro de periferia ou outro mais abastado acaba não sendo o fato preponderante (mesmo que isso seja visível e componha a foto). O importante é ver o poder que ganham os jovens rapazes ante a câmera de Desali. O importante é ver o quão sublimes eles podem se tornar quando seus corpos magros encon-tram a forma fotográfica do autor. O importante é perceber o que De-sali diz com essas camisetas de estampas agressivas e chinelos de dedo banhados em luz sepulcral: esses meninos são grandiosos e belos, e em suas mãos retorcidas e troncos desnudos um tanto do drama do tempo.

Affonso Uchoa

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Wilson Ferreira

Totens - 2012

A Companhia de Cimento Portland Itaú produziu seu primeiro saco de cimento em Contagem no ano de 1945 e operou até o ano de 1988. Além de ter um papel impor-tante no processo de industrialização da região metropolitana de Belo Horizonte, foi uma das principais fornecedoras de cimento para a construção de Brasília.

A matéria prima era extraída da pedreira Carrancas situada em São Jose da Lapa. O transporte feito por um teleférico que percorria 28 km em linha reta. Esse sistema de caçambas sobre fios era sustentado por torres de concreto. Após o fechamento da usina essas estruturas permaneceram na paisagem como monumentos esquecidos. Observá-las nos leva à reflexão sobre como as atividades econômicas agem na con-figuração das cidades.

Page 26: Catalogo Semana da Fotografia 2012

Onde encontrar?

01 - CentoeQuatro

Praça Ruy Barbosa, 104 - Centro

02 - Centro de Arte Contemporânea e Fotografia Av. Afonso Pena - 737 - Centro

03 - SESC Palladium

Av. Augusto de Lima, 420 - Centro

04 - Palácio das Artes

Av. Afonso Pena, 1537 - Centro

05 - Associação Médica de Minas Gerais

Av. João Pinheiro, 161 - Centro

06 - Carminha Macedo Galeria de Arte

Rua Bernardo Guimarães, 1200 - Lourdes

07 - Memorial Minas Gerais Vale

Pça da Liberdade, s/nº- Funcionários

08 - Biblioteca Pública Estadual Luiz Bessa

Praça da Liberdade, 21, Funcionários

09 - Aliança Francesa

Rua Tomé Souza, 1418 - Lourdes

10 - Universidade FUMEC

Rua Cobre, 200 - Cruzeiro

11 - Oi Futuro

Av. Afonso Pena, 4001 - Mangabeiras

12 - Fundação Zoo-Botânica

Av. Dr Otacílio Negrão Lima, 8000 - Pampulha

13 - Lemos de Sá Galeria de Arte

Avenida Canadá, 147 - Jardim Canada - Nova Lima

link Google maps:

http://goo.gl/maps/rcCS2

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Juvenal Pereira O poeta da luz

a homenagem

Já faz tempo que a possibilidade da máquina de capturar imagens-pensamento encantou Juvenal, pela primeira vez. Das fotos familiares ao mundo do jornalis-mo, já na Revista O Cruzeiro e depois em todos os grandes veículos da imprensa impressa do país, seu olhar esquadrinha a vida.

Juvenal é um etnógrafo da cidade (e do interior profundo também). Seu olhar não é aquele da captura instantânea – embora esta seja a marca do fotojornalis-mo. Há uma construção por trás da imagem que evoca a idéia de ler o outro, de dar-lhe voz na imagem capturada.

Daí que o seu percurso entre a foto documental e a poesia da imagem foi sempre pendular. Um trajeto percorrido organicamente, que aponta para o pressuposto de que todo olhar constitui uma versão (uma entre outras) do que é visto e que tal versão diz muito do olhador.

A mostra O POETA DA LUZ não se pretende uma retrospectiva nos moldes tradi-cionais. Não tem a intenção de revisitar todo o trabalho do fotógrafo-artista nem de organizá-lo em uma ordem cronológica. Ela se debruça sobre algumas séries, escolhidas por ele e representadas por algumas das imagens pertencentes a elas, ora como narrativa, ora como classificação de determinado ícone recorrente, ora propondo um jogo ao fruidor, que poderá compor, ele mesmo, uma determinada sintaxe com as fotos. Mais do que revelar a trajetória de Juvenal Pereira, a propos-ta é demonstrar, de maneira poética, como o artista concebe as suas sentenças após a sua coleta de vestígios do mundo.

Quem visitar o CentoeQuatro vai se deparar, logo na entrada, com dois recep-cionistas especiais: um Juvenal no tempo de suas primeiras clicadas e, um Raul Seixas, fruto de ensaio feito em 1988. a partir daí, já podemos descansar nossos olhos nas panorâmicas que Juvenal produz e que iniciam e fecham a mostra.

Seguindo, se pode visitar cinco séries: uma chamada Iãkwa, nos leva ao universo de cor e mistério de um raro ritual indígena documentado pela primeira vez, pelo fotógrafo. Mas não espere uma documentação stritu sensu! Juvenal fotografa ao ritmo da festa...

Outra duas séries que resultam de seu mergulho pelo Brasil pouco conhecido por nós são a do Tambor do Quelé, em São Luis, em festa de matança do porco e com os tambores de crioula em ação – rito, alegria, violência e louvor em pequenos gestos

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documentados em preto e branco - e outra dos Bastões da Congada de Minas Gerais, bela catalogação do cetro/falo, portados pelos rei da festa (O Rei do Congo).

Há também uma série de retratos, onde personalidades da arte , políticos, anô-nimos e amigos se misturam. Ela se abre com uma foto que já nos conta a que veio... Um homem anda ao lado de sua bicicleta na chuva trazendo dentro de sua camisa... um menino que nos olha de seu esconderijo. De quem é o retrato? Junto a ela, um slideshow revisita de forma randômica os diferentes “personagens” de Juvenal Pereira.

A outra série é resultado de mais uma paixão do artista: o bambu. Grandes ima-gens de pequenos detalhes ou panorâmicas das touceiras da planta são expostas, as vezes, quase abstrações, mas sempre nos conduzindo à descoberta do motivo. As fotos aqui parecem ter um namoro com o ukio-ê, a pintura gestual de tradição ancestral japonesa.

Por fim, Juvenal Pereira nos oferece suas manipulações das imagens fotográficas. Não! Não pense em transformações com photoshop ou outro programa oferecido pelas novas tecnologias (embora ele os veja com bons olhos e não faça parte do grupo que defende a tradição do analógico). São manipulações concretas: tramas com duas imagens trançadas, a maneira da cestaria (arte aprendida com o bam-bu), quebra cabeças poéticos, o enorme jogo de contatos, sua obra participativa Impermanência que compomos com ele... E uma bela instalação que nos leva à nascente do Rio São Francisco.

Se tínhamos iniciado nosso itinerário pousando nosso olhar no horizonte de Água Suja (atual Romaria, no Triângulo Mineiro, terra onde o artista nasceu), termina-mos acompanhando os recortes das montanhas de Ouro Preto.

Boa Viagem!

Marilia Panitz

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Bruno MagalhãesNatureza Morta

“Natureza Morta” se configura como um ensaio sobre a memória, com imagens produzidas em cemitérios do interior do Brasil. A proposta surgiu durante a rea-lização de um documentário sobre a cultura dos imigrantes no estado de Santa Catarina. Enquanto Bruno Magalhães buscava imagens que criassem um paralelo entre as diversas etnias que formaram o estado, percebeu nos cemitérios uma dominância de flores artificiais, o que inspirou a crítica.

“O excesso de flores de plástico nos jazigos, que precisam de pouco ou nenhum cuidado, desmascara a culpa velada de não nos dedicarmos mi-nimamente às nossas memórias. Isto remete a um mundo contemporâneo confuso, artificial, onde os valores culturais são engolidos por facilitadores econômicos”, disse Magalhães.

os convidados

Page 31: Catalogo Semana da Fotografia 2012

Leo Drumond e Gustavo NolascoOs Chicos

“O Rio São Francisco desce para o norte e sobe para o sul. Entender os Chicos foi como entender o rio. Sua lógica é própria, antiga. Mas não está parada. O rio não para nunca. Os Chicos também não. É a mistura do folclore com o orkut.

O tempo que passa, mudando as pessoas, é o rio que passa, mudando a paisa-gem. Sofrimento e decadência, alegria e beleza. Todos juntos, na mesma corren-te. Assim são os Chicos. Assim é o Rio.”

Os Chicos é uma exposição multimídia do fotógrafo Leo Drumond e do escri-tor Gustavo Nolasco, fruto do projeto do mesmo nome que durante 100 dias percorreu comunidades do Rio São Francisco contando histórias de Franciscos e Franciscas. Em 2011 foi lançado o livro Os Chicos – Prosa e Fotografia, e tam-bém um curta metragem.

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Missão:Gandarela

A Serra do Gandarela, situada poucos quilômetros ao sudeste de Belo Horizonte, guarda as áreas remanescentes mais significativas no Estado de campos rupestres ferruginosos sobre canga, um geossistema riquíssimo em biodiversidade e extre-mamente importante para a recarga hídrica dos aquíferos que abastecem Belo Ho-rizonte pelo sistema do Alto Rio das Velhas, além de abrigar a segunda maior área remanescente contínua de Mata Atlântica em MG. Na Gandarela existem dezenas de cachoeiras belíssimas, cavernas de máxima relevância, lagoas de altitude no relevo de canga e algumas das paisagens mais impressionantes da região central de MG. A região é o último santuário natural ainda preservado no entorno da capital mineira, e está atualmente ameaçada por grandes projetos de exploração mineral, que po-dem comprometer irreversivelmente o abastecimento de água para Belo Horizonte e sua Região Metropolitana; além disso, a destruição da paisagem pelo processo de mineração de ferro a céu aberto tende a inviabilizar o enorme potencial de desen-volvimento econômico sustentável da região pelo turismo.

A região tem atualmente a esperança de sua preservação depositada na criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela, proposta pelo ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, órgão do Ministério do Meio Ambien-te responsável pela gestão das Unidades de Conservação federais.

O projeto Missão: Gandarela surgiu da iniciativa de um grupo de artistas visuais interessados em explorar a região com o olhar voltado para a conscientização da sociedade da necessidade da preservação de seus atributos naturais em benefício das presentes e futuras gerações. A proposta, inspirada no conceito de missão exploratória usado no século 19 em trabalhos de levantamento geográfico no Brasil e nos EUA e também nas missões fotográficas francesas do final do século

20, reúne trabalhos em fotografia, desenho e vídeo e multimidia, em um projeto colaborativo de apoio à criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela.

Em uma primeira apresentação pública, na I Semana da Fotografia de Belo Horizonte, promovida em agosto de 2011 pelo Fórum Mineiro de Fotografia Autoral no Espaço Cultural CentoeQuatro, em Belo Horizonte, MG.

Para esta segunda edição da Semana da Fotografia o projeto prevê uma aborda-gem ampliada, com o convite para participação de outros artistas e a inclusão de uma instalação multimídia interativa por projeção digital e atuação por sensores de movimento, atualmente em fase de desenvolvimento com o grupo de pesqui-sas em arte computacional 1maginari0, da Escola de Belas Artes da UFMG.

Participam desta instalação: Paulo Baptista, Marilene Ribeiro, Alice Okawara, Marcelo Prates, Danilo Siqueira, Ilana Lansky, Marcelo Andrê, Robson de Olivei-ra, Layne Juh e Giza Portilho, Maurílio Nogueira Júnior, Filipe Chaves e Carlos Eduardo Oliveira e Hamilton Junior.

O Prof. Paulo Baptista, coordenador do projeto e autor da presente proposta, de-senvolve pesquisas ligadas à documentação científica por imagem de bens do patrimônio cultural e natural, através de sua atuação no iLAB – Laboratório de Documentação Científica por Imagem, da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais.

Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela

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os convidados

Sala 3 CentoeQuatro

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Grupo 64”

64 é um número mítico na fotografia.

Em 1932, um grupo de fotógrafos com o objetivo de romper com os aspectos e intervenções pictóricas que a fotografia assumira até então, formou o famoso Grupo F/64.

Eles pretendiam alcançar aquilo que entendiam ser a “fotografia pura”- um tipo de fotografia sem artifícios técnicos, composição ou idéia derivada de qualquer outra forma de arte.

O signif icado do nome revela bem os propósitos do grupo, uma vez que F/64 era a menor abertura do diafragma das lentes das câmaras de grande formato e da sua utilização resultava uma maior profundidade de campo e, consequentemente, uma maior nitidez da imagem.

Participaram desse grupo: Edward Weston, Imogem Cunnigham, Ansel Adams, Willard Van Dyke, Brett Weston dentre outros. Em 1935 a KODAK lançou o seu mais famoso filme colorido, o KODACHROME 64. Filme com uma excelente la-titude de cores e com baixíssima sensibilidade, 64 ASA, o que lhe conferia um grão fino e possibilitava ampliações em grandes formatos com muita nitidez. Em dezembro de 2010, a Kodak fez a última revelação do Kodachrome encerrando de vez esse nobre material.

Em meados de 2011, a fabricante alemã de papéis HAHNEMÜHLE anunciou que pararia de cortar seus papéis no formato de 64 polegadas, já que a única impressora que imprime nesse formato é a EPSON 11880 e todas as outras em até 60 polegadas.

O Studio Anta, um dos precursores da impressão Fine Art no Brasil, lançou então um forte movimento internacional para que a HAHNEMÜHLE, única empresa a cortar papéis nesse tamanho, desistisse da ação.

Surgiu daí o GRUPO 64 polegadas.

O objetivo principal do GRUPO 64” é apresentar, em mostras frequentes, um novo formato para a expressão fotográfica, deslocando os limites do tamanho e da qualidade da imagem impressa e forçar a industria a continuar produzindo material para esse formato.

Os participantes do grupo estão completamente desvinculados de qualquer tendência artística ou censura. A questão é meramente métrica e técnica. Novos autores serão sempre bem vindos.

A idéia é levar esse conceito para outros países, formando um enorme intercâm-bio cultural através do formato.

Participam desta exposição Álvaro Fráguas, Eustáquio Neves, Guilherme Cunha, Gui-lherme Horta, Jomar Bragança, Henrique Gualtieri, Marco Mendes e Weber Padua

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Sala Multiuso CentoeQuatro

Page 34: Catalogo Semana da Fotografia 2012

Baita ProfissioniaisShanghai

Shanghai é uma exposição do grupo Baita Profissional, quinze fotógrafos unidos pela amizade e pela internet. Mas em Shanghai não há nenhuma foto de Shan-ghai. Ninguém foi até lá fotografar. Na verdade, a pergunta que todos se fizeram foi ‘’o que fotografar com Shanghai?’’

O projeto nasceu de uma idéia bem humorada, como grande parte das iniciativas dos Baita Profissionais. Na época do predomínio absoluto da fotografia digital, um de seus membros descobriu à venda, por quatro reais o rolo no site e-bay, um filme preto e branco chinês de qualidade e marca completamente desconhecidos. Shanghai GP3 100 Pan Film.

Da descoberta veio a provocação: ‘’Se eu comprasse um pacote de Shanghai quantos topariam pegar um dos filmes e fotografar?’’ Os quinze BPs aceitaram o desafio. Por diversão, basicamente. Para fotografar com um número de poses limitado e sem poder ver a imagem imediatamente. Para poder se reunir um dia e revelar os negativos. Para bom, porque sim.

Mais tarde, em um churrasco, ou em uma reunião de trabalho dos BPs (o que não faz muita diferença, pois em toda reunião se assa alguma carne, e em todo churrasco se fala de fotografia) decidiu-se que esse material viraria exposição.

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os convidados

Todos tiveram liberdade total. Cada um escolheu o que fotografar, o equipamento utilizado e a quantidade e o formato das fotos expostas. A única exigência, fio condutor do projeto: usar o filme Shanghai.

Participam da exposição Anderson Astor, Andréa Graiz, Carlos Stein, Eduardo Aig-ner, Edy Kolts, Fábio Del Re, Fabricio Barreto, Fernando Schmitt, Guilherme Ko Freitag, Lucas Cuervo Moura, Marcelo Curia, Paulo Backes, Ricardo Jaeger, Tamires Kopp, Ubirajara Machado e os convidados Ricardo Chaves, Leopoldo Plentz, Edu-ardo Seidl, Luiz Abreu, Eneida Serrano, Raul Krebs, Francilins Leal, Pedro David e João Marcos Rosa.

Page 35: Catalogo Semana da Fotografia 2012

projeções coletivas

Auto-retrato

O auto-retrato é um dos temas fascinantes da fo-tografia por apresentar o produtor de imagens da maneira como ele se vê ou se apresenta. Muitos não gostam de estar diante das cameras, mas não raro se mostram refletidos ou propositalmente presentes na imagem.

Curadoria: Tiberio França

Projechão

C.O.R.P.O.O corpo humano permeia as relações do ho-mem com o mundo, deslocando-se entre as figuras de sujeito e objeto, de acordo com os padrões estéticos estabelecidos por uma de-terminada época. Do diálogo que surge quan-do o corpo assume os papéis, ora de sujeito, ora de objeto, emergem diversas percepções sobre o mundo. A projeção C.O.R.P.O. apresenta as diferentes abordagens que o corpo adquire na fotografia contemporânea e através dessas representações, amplia-se o debate sobre a questão corporal na atualidade.

Curadoria: Gelka Barros

É uma projeção coletiva e constitui um Site Specific. O termo Site Specific refere-se a obras criadas de acordo com o ambiente onde estão instaladas e que geralmente se inte-gram a obra, ligando-se ainda à ideia de arte ambiente. Neste caso, o chão da garagem do CentoeQuatro é transformado em tela de pro-jeção e o trocadilho do termo confere a pro-posta o sabor de irreverência desta instalação inusitada. A projeção apresentada foi cons-truída através de uma convocatória publica e apresenta fotografias feitas do alto, sempre apontando a camera para baixo.

Curadoria: Camila Otto

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Page 36: Catalogo Semana da Fotografia 2012

Palestras e bate-papo

13h00 - Alexandre Henriques Direitos Autorais e Uso de Imagem O objetivo da palestra é abordar as interferências jurídicas no cotidiano fotográfico, demonstrando os principais direitos e deveres do fotógrafo, apresen-tando exemplos práticos ocorridos em nossos tribu-nais, e em todo o decorrer do “bate-papo” esclarecer as principais dúvidas do público presente.

19h00 - Cristiano Xavier Fotografia Noturna

A fotografia noturna proporciona um universo paralelo, onde o exercício do olhar se torna mais

calmo, apurado. As longas exposições dão tempo para pensar, admirar o céu e escutar o silêncio da

noite. Esta é uma oportunidade de encontro com o fotógrafo e autor de fotografias desta natureza.

14h30 - Flavio Valle Processos colaborativos em Fotografia

Reflexão sobre gestão colaborativa de grupos culturais com base na experiência do Coletivo Fora

das Bordas. Discussão sobre cooperação cultural, organização em redes e processos colaborativos e

interdisciplinares. Apresentação das facilidades e das dificuldades encontradas no dia à dia do coletivo.

16h00 - Missão: Gandarela Bate papo com o coletivoO papel da fotografia na discussão das questões ambientais ganha destaque nesses tempos de apetite voraz pela explo-ração dos recursos naturais no Brasil. Conversa com o coleti-vo que reúne artistas visuais em prol da criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela, última grande área ainda significativamente preservada do Quadrilátero Ferrífero.

17h30 - Elmo Alves Revelação em Preto&Branco Nesses tempos em que as películas fotográficas parecem ter deixado órfãos seus apreciadores, assim como, os ma-teriais necessários para a prática da fotografia com filme estão mais restritos, Elmo Alves traça um panorama sobre as condições atuais da fotografia com filme, alternativas para os insumos e novidades na área. Na pauta, o uso de reveladores caseiros e possibilidades do processo químico.

programação CentoeQuatro

Entrada franca, limitada a capacidade do espaçoQuarta-feira, 15 de agosto

Page 37: Catalogo Semana da Fotografia 2012

17h30 - Pedro Maciel A escuridão da imagemQual a importância da fotografia na cultura contem-porânea? A fotografia é um meio artístico capaz de revelar o inexprimível? O fotógrafo contemporâneo nos leva a ver algo que até então era desconhecido, ou que havíamos entrevisto com os olhos embaçados pela pura e simples realidade?

14h30 - Nitro Agência de Imagens

A palestra será uma chance para se discutir as diversas oportunidades que o mercado apresenta

para os fotógrafos colocarem em práticas suas ideias, experimentos e projetos. Tudo parte da seguinte

provocação: “Ser apenas o fotógrafo de um projeto ou se posicionar como autor de um projeto?”

16h00 - Guto Muniz Memória das Artes Cênicas em Belo Horizonte

Nesta palestra, o fotógrafo falará sobre a experiência do resgate do acervo de 25 anos de Artes Cênicas

em Belo Horizonte, sua catalogação e a construção do site que traz ao público momentos históricos do

nosso teatro e dos grandes festivais de artes cênicas que se instalaram na cidade neste período.

19h30 - Juvenal Pereira O poeta da luz

Encontro com o autor, permitindo aos visitantes ouvir o próprio artista falando de sua obra, suas buscas e

intenções. Com 40 anos de profissão, Juvenal Pereira fala de seu início de carreira no fotojornalismo, a

mudança dos meios tecnológicos e o envolvimento com a produção cultural voltada à fotografia em São

Paulo, durante a década de 1990.

13h00 - Heitor Muinhos Gestão de Acervos e Conservação O acervo como o maior ativo do fotógrafo e artista; Processo de Gestão de Acervos, físicos e digitais; Tecno-logias, tendências e boas práticas para a Gestão de Acer-vos, restauração e permanência; Normas internacionais; O mercado da fotografia & artes e sua segmentação; Qual o posicionamento do fotógrafo/artistas diante de Fundos de Investimento, Galerias e Leilões.

Sábado, 18 de agosto

Page 38: Catalogo Semana da Fotografia 2012

SESC Palladiumcidade afora

Paulo BaptistaPaisagens da Serra do Espinhaço

De 03/08 a 23/09 Galeria de Arte GTO

Professor e pesquisador na Escola de Belas Artes da UFMG. Desde a década de 1980 fotografa a paisagem natural de Minas Gerais, especialmente na região da Serra do Espinhaço. As imagens desta série foram desenvolvidas a partir de sua pesquisa de doutorado na qual, utilizando-se de técnicas de fotografia digital em alta resolução, propõe um mapeamento fotográfico da paisagem, com ênfase em áreas ameaçadas de degra-dação ambiental. O trabalho pretende assim transitar entre arte e ciência, em um conjunto de fotografias que aliam apelo estético e conteúdo documental.

Cleber Falieri Projeto PAREDE

De 01/08 a 23/09 Foyer

O fotógrafo apresenta o trabalho Lúdica, que atua nas relações de escala entre os objetos, e

o ponto de vista de tomada da fotografia realça essa relação. Dinossauros que invadem a cidade

e se colocam nos pontos turísticos, como que apresentando suas atrações.

Antes de ameaçar, esses monstros divertem diante da possibilidade improvável de a cidade ser invadi-

da. Trata-se do lúdico como processo criativo.

Av. Augusto de Lima, 420terça a domingo de 9 às 21hentrada franca

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Page 39: Catalogo Semana da Fotografia 2012

Foto em Pauta - Ideias com Diogenes Moura e Rubens Fernandes Jr

11/08 - Cinema Prof. José Tavares de BarrosCuradoria: Eugênio SávioMediação: Georgia QuintasInscrições pelo e-mail [email protected]

Programação:

14h30 – Quem vê o quê? Para onde olha um curador de fotografia? O que enxer-ga um curador de fotografia? Com Diógenes Moura, escritor, editor e curador de fotografia da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

15h45 – Intervalo

16h30 – Fotografia: Percursos e Afetos. Com Rubens Fernandes Junior, diretor e professor de Teoria de Comunicação da FACOM-FAAP, doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, crítico e curador independente de fotografia.

Fotografando com uma caixa de fósforosMostra de fotografias PinholeDe 7 a 25/08 Mezanino

A mostra coletiva é composta por fotografias pinholes realizadas nas oficinas “Fotografando com uma Caixa de Fósforos”, desenvolvidas pelo Núcleo de Imagem Latente (NiL), em julho, no Sesc Palladium.

Essa produção fotográfica tem como tema “o olhar pela cidade”, uma maneira alternativa de retratar o centro de Belo Horizonte através da ótica de uma câmera de orifício. Serão apresentadas, também, as câmeras artesanais que foram cons-truídas pelos próprios participantes das oficinas.

Curadoria: NiL - Núcleo Imagem Latente

Palestras História da Fotografia Contrapartida Sociocultural da II Semana da Fotografia de BH

com Tibério França

Cinema Prof José Tavares de Barros13/08 - 19h - Processos pioneiros e primeiros pesquisadores - Do Renascimento ao final do século XIX.23/08 - 19h - Da captura do movimento ao período pós-guerra

Câmeras Antigas Coleção Pedro MordenteDe 11/08 a 23/09 Foyer

Esta exposição apresenta uma pequena par-te da coleção particular do Sr. Pedro Mordente. Comerciante do ramo, adquiriu ao longo da vida mais de mil unidades de marcas e modelos diversos: de câmeras russas de uso militar às pesadas câmeras de Grande Formato, passando pelas câmeras miniaturas espiãs: Leica, Contax, Rolleiflex, Minox, Kodak, grandes marcas que registraram o século XX, repleto de transfor-mações e mudanças.

Nitro

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Page 40: Catalogo Semana da Fotografia 2012

A energia de uma nova geração revelada

Pela primeira vez em Belo Horizonte, um panorama da arte contemporânea do Irã.A mostra traz fotografias e vídeos inéditos de importantes artistas contemporâ-neos iranianos, como Shadi Ghadirian, Abbas Kiarostami, Shirin Neshat e Amirali Ghasemi, que ocuparão a Galeria de Artes Visuais do Oi Futuro – Belo Horizonte.

Curadoria geral e direção artística: Marc Pottier

Oi Futuro - Av. Afonso Pena, 4001 - Mangabeiras

30 de junho a 26 de agosto de 2012 - Entrada franca

Pulso Iraniano

A experiência da exposição pulso iranianoPalestra com Marc Pottier (curador) e Mário Suarez (design de montagem)

O curador Marc Pottier e o designer e produtor Mário Suarez compartilham com o público o processo de realização da exposição que pela primeira vez, em Belo Horizonte apresenta um panorama das artes visuais contemporâ-neas produzidas no Irã. Marc Pottier vai expor os desafios do processo de curadoria que durou dois anos e contou com a colaboração de artistas locais como Shadi Ghadirian e Amirali Ghasemi.

Em seguida, o designer e artista plástico Mário Suarez apresentará algumas referências que nortearam a montagem como a fragmentação, escalas e perspectivas distorcidas e processo de design não linear.

Ao final haverá trinta minutos para perguntas do público.

Sala Multimeios.

16/08 - 19h00 - Entrada franca

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Page 41: Catalogo Semana da Fotografia 2012

Peso e Leveza

A exposição “Peso e Leveza” é resultado de uma seleção concebida no final de 2010 durante uma seleção de portifófios em Cartagena de Indias e Ma-nágua, organizada por PhotoEspaña, com o apoio do Instituto Cervantes e da AECID.

Esse território comum, imaginado e batizado como América Latina, mais que um lugar específico é o ambiente onde refletem as desigualdades que preocupam em escala mundial. As democracias frágeis, as agendas polí-ticas cheias de eufemismos, as novas formas de auto-colonialismo e uma surpreendente “normalização” da violência são fixadas sobre esse conti-nente sem ser um fenômeno exclusivo. Os autores desta mostra centram sua atenção em realidades fragmentárias desse gigantesco quadro. Algu-mas de suas imagens nos angustiam e nos levam ao extremo do medo. Outras são claras e nos provocam um sentimento de leveza.

Expositores Álvaro Villela, Daniel Baca, Diego Levy, Ernesto Muñiz, Eunice Adorno, Hafford-Uniformados, José Luis Rodriguez Maldonado, Juan Toro, Leonardo Ramirez, Mauricios Palos, Mayerling Garcia, Myriam Meloni, Pedro Linger, Pedro Motta e Ricardo Barcellos.

Entidades Organizadoras Instituto Cervantes (Río de Janeiro)

Entidades colaboradoras Agencia Española de Cooperacíon Internacional para el Desarollo (AECID)

Palácio das Artes

Av. Afonso Pena, 1537 - Centro

Terça a sábado de 9h30 às 21h e domingos das 16 às 21h - até 26/08

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Page 42: Catalogo Semana da Fotografia 2012

BH em P&B

Em meio a confusão dos dias de hoje e na contramão de um mundo cada vez mais digital e globalizado, com infinitas tramas de redes sociais e altamente tecnológi-co, um grupo de seis fotógrafos mineiros resolveu buscar um registro mais calmo e contemplativo da cidade, tendo como suporte a fotografia analógica em preto e branco e câmeras de pequeno e médio formato. Elmo Alves, Julio Cesar Cardoso, Marcos Toledo, Rafael Carneiro, Ronaldo Almeida e Walmir Monteiro andaram pelas ruas da capital, buscando encontros, desencontros, texturas e formas. Uma

imersão em uma realidade imaginária, com imagens objetivas e não objetivas, por vezes sobrepostas, que trazem novas analogias, novas recodificações e simu-lações da Urbe. Desvínculos da imagem real e da realidade imediata, levando a novas interpretações do caos urbano em que vivemos. Curadoria Tíberio França.

Associação Médica de Minas Gerais - Av. João Pinheiro, 161

03 a 31 de agosto - seg à sexta, de 8 às 22hs - sábados, de 8 às 13hsRa

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Page 43: Catalogo Semana da Fotografia 2012

Panorama Fotografico e AFNatura

Produzida pelo Panorama Fotográfico e Associação de Fotografos de Natureza - AFNatura em parceria com o Zoológico de Salvador, esta é uma exposição itinerante, como todo fotógrafo que escolhe a natureza como tema e seu formato é alinhado com conceitos filosóficos/estéticos/ambientais, tendo como objetivos o despertar da união entre fotógrafos, a divulgação da pratica da fotografia de natureza e a ecoconscientização do público e de todos os envolvidos no projeto. Conta com a participação de 87 fotógrafos, entre amadores e profissionais, revelendo 208 belas imagens traduzidas por observação aguçada, contemplação e inqueitação, que só na natureza aflora.

Fundação Zoobotânica

De 07 de agosto a 09 de setembro

Av. Otacílio Negrão de Lima, 8000 - Pampulha

Terça a domingo - 8 às 17h

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Natureza que aflora

Page 44: Catalogo Semana da Fotografia 2012

8APMINSIDEout

Esta exposição traz imagens captadas pelas lentes dos alunos do 8º período de Ar-tes Plásticas da Escola Guignard (UEMG), orientados pelo professor Tibério França. O tema em inglês, desenvolvido por fotógrafos brasileiros, usando câmeras japone-sas, imprimindo em papel alemão e expondo na Aliança Francesa, mostra a própria globalização do mundo, onde estar dentro ou fora só depende do ponto de vista.

Nos trabalhos, os fotógrafos registram seus próprios conceitos do título, que op-taram por não traduzir deixando aberta a interpretação.

A exposição conta com a participação de Ana Luiza Marigo, Ana Carolina Rodrigues, Ana Ricciardi, Camila Batista, Evandro Castro, Inácio Mariani, José, Luiza Palhares, Mariana Bastani, Soraia Costa e Vânia Cunha. Todos optaram pela fotografia como dis-ciplina de habilitação do bacharelado em Artes Plásticas pela Guignard.

Aliança Francesa

Rua Tomé de Souza, nº 1418 - Savassi.

25/08 a 22/09 - de segunda a sexta de 7h30 às 21h e sábados, de 8 às 12h30h.

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Page 45: Catalogo Semana da Fotografia 2012

Marcelo PratesPendurados nos fios

O fotógrafo Marcelo Prates ocupa mais uma galeria belo-horizontina, a da Biblioteca Pública, desta vez com a exposição “Pendurados nos fios”, um projeto de fotografias urbanas elevadas ao tridimensional na intersecção do objeto e da escultura.

Prates oferece registros inusuais de tudo que é arre-messado pelos fios de postes instalados nos ambientes públicos. São sapatos, tênis, peças de roupas, bonecos e outros objetos captados com originalidade e lirismo.

Acostumado a observar os passarinhos em vôo, a olhar para os céus com suas lentes apuradas, o au-tor de “Pássaros da Liberdade” imprime visão inu-sitada do olhar para cima. Como sempre, um olhar que foge do comum, do corriqueiro, para alcançar as alturas do surreal, nesse caso propiciando a in-terpretação do elo de pessoas e objetos.

Em cada parte do mundo, o que é descartado é tam-bém o testemunho das ações cotidianas. É sinal de comemoração, rito de passagem, o fim e o começo. Em alguns lugares, quando um jovem arremessa alguma coisa no fio, quer dizer que perdeu a vir-gindade e está anunciando isso para os colegas. Em outras plagas, militares jogam sapatos no fio, pin-tados de laranja ou outra cor, para demonstrar que terminaram seu treinamento básico. A diferença é a forma mágica com a qual Marcelo Prates focaliza e imprime os registros, diminuindo as distâncias entre homens e coisas, entre céu e terra.

Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa

Galeria de Arte Paulo Campos Guimarães

Praça da Liberdade, 21

De 11 de agosto a 31 de agosto

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João DinizFotos do Cantagalo

O arquiteto João Diniz apresenta fotografias sobre observações recentes feitas no moro do Cantagalo no Rio de Janeiro. Neste trabalho, o olhar do arquiteto e do fotógrafo se unem mostrando os espaços daquela comunidade e abordando aspectos humanos, ambientais e artísticos.

As fotografias investigam o dia a dia dos habitantes através de sua relação com as suas áreas comuns, a chegada do grafites nestes locais, a relação do morro com a magnífica geografia do Rio de Janeiro e a contradição do choque entre a cidade formal dos bairros de classe média circundantes com a cidade informal e espontânea da favela.

O elemento imagético condutor, presente em várias fotografias, são as redes de infra-estrutura local, os fios elétricos e os canos hidráulicos, que numa sobreposi-ção caótica simbolizam a capacidade de sobrevivência, a informalidade criativa e até a viabilidade do convívio entre os moradores e a cidade.

A exposição aborda o fazer fotográfico sobre dois focos. O primeiro é o da reporta-gem onde o olhar do fotógrafo busca aspectos espaciais e sociais da vida em seus instantes cotidianos num foco que pode variar entre o social/político e o poético/humano. O segundo foco é o da composição plástica que propõe uma visão esté-tica sobre a realidade existente. Estas duas maneiras de ver estão potencializadas pelo uso ou não da cor, da visão em profundidade ou plana e da busca de um rigor compositivo permeado por um senso crítico do momento.

Galeria Carminha Macedo

Rua Bernardo Guimarães 1200, Lourdes

19/07 a 20/08 - Horário comercial

cidade afora

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Paulo Laborne

Eu nasci numa cidade pequena e simples, no centro-oeste de Minas. E, desde sempre, este é meu universo de sentimentos. Algo da pureza é um imperativo, algo do vazio do ser é necessário para crescer.

A mostra “Perto de Mim” parte do meu primeiro olhar, daquele sentimento des-provido de qualquer influência que possa guiar a estética em função de idéias pré-concebidas. São fotos em preto e branco dos anos 80, com a cor e o digital dos dias de hoje. Hoje, em um mundo onde a imagem e a simplicidade ainda se fazem presentes. A fotografia dá o sentido de um mundo, se o aceitarmos tal como ele é. Os fotógrafos têm interpretado o mundo de maneiras diferentes. O desafio é transformá-lo.

Fotógrafo e cineasta com premiações nas áreas de fotografia, cinema e video, es-tudou artes plásticas com Arlinda Correia Lima e na Escola de Belas Artes da UFMG estudou desenho e cinema. Trabalhou inicialmente com fotografia industrial e assis-tência para vários filmes documentários do governo de Minas Gerais. Em 1978, di-rigiu seu primeiro curta metragem “Lua em Aquário’’, premiado pelo Modern Ame-rican Institute. Dirigiu ainda “O Ego filho da Égua”, “Zacarias”, “Ver- nissage”, entre outros. Na década de 1980 integrou a equipe técnica de filmes de longa-metragem de importantes cineastas brasileiros como Walter Lima Júnior, Gustavo Dahl, Fer-nando Cony Campos, Fernando Meirelles e Alberto Graça. Foi diretor de fotografia de curtas metragens dos cineastas mineiros Helvécio Ratton, Ricardo Gomes Leite, Paulo Augusto Gomes, José Sete Barros e Aluízio Sales Júnior.

Lemos de Sá Galeria de Arte

Av. Canadá, 147 - Jardim Canadá - Nova Lima - MG.

Abertura da exposição:

18 de agosto - Sábado - 11h as 14h

De 20 a 31 de agosto de 2012

De segunda a sexta-feira das 10 às 18h.

Sábado das 10 às 14h.

Perto de mim

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BH Elegante

Um projeto que pretende estreitar a relação cidade, imagem e cidadão, o BH Ele-gante vai reunir retrato e mensagem em uma exposição que acontecerá simulta-neamente em dois espaços distintos de consumo de imagens - a rua e a galeria. Com isso, o Fora das Bordas propõe uma reflexão sobre a lógica da imagem pro-pagandística. Por meio deste trabalho, o Fora das Bordas pretende se utilizar da linguagem publicitária para revelar não mais um produto, mas uma pessoa; não mais um slogan, mas uma mensagem de afeto. O projeto BH Elegante é realizado com os benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

O Fora das BordasColetivo de artes visuais que tem a fotografia como sua principal forma de ex-pressão. Foi criado em 2011, a partir de uma provocação feita pela organização do Transborda, Festival de Artes Transversais: desenvolver um projeto fotográfi-co cujo tema fosse a ocupação do espaço público. Como resposta foi proposta a

Lambança, projeto fotográfico inspirado nos lambe lambes: os antigos retratistas ambulantes e as imagens espalhadas pela cidade.

Intervenções UrbanasDurante a Semana da Fotografia, o Fora das Bordas irá realizar intervenções ur-banas no hipercentro de Belo Horizonte. Serão três sessões de fotografia e entre-vista, nos dias 11, 15 e 19, para captar imagens e mensagens das pessoas que circulam pela cidade. O material coletado irá compor a exposição BH Elegante.

• Dia11deagosto,sábado,de10hàs13h,naPraça7

• Dia15deagosto,quarta-feira,de9hà12h,naPraçaRuiBarbosa

• Dia19deagosto,domingo,de9hà12h,naFeiraHippie

Para mais informações: www.foradasbordas.com/bhelegante

cidade afora

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Guto MunizFoco In Cena

A partir de 19 de agosto, dia do ator e dia mundial da fotografia, entra no ar o site www.focoincena.com.br do fotógrafo Guto Muniz. A exposição Foco In Cena estará aberta ao público para visitação a partir do dia 15 de agosto, quarta-feira.

Há alguns anos, Guto Muniz começou a se preocupar em criar um espaço que fosse capaz de abrigar 25 anos de registros fotográficos das artes cênicas. “Guar-dei tudo que fiz nestes anos e sempre tive o hábito de colecionar programas de espetáculo, o que me ajudou muito a reunir essa memória”, diz Guto.

Hoje o acervo conta com cerca de 800 trabalhos artísticos, entre eles: Festivais Cênicos Internacionais (FIT-BH, Festival de Bonecos, Circo e outros), grupos locais que são referência como Grupo Galpão, Grupo 1º Ato, ZAP 18, Mimulus, e regis-tros da nova geração da cena mineira. A proposta é que o site funcione como um espaço para pesquisas, principalmente de fotos, mas também de informações em texto e outros formatos como áudio e vídeo. O usuário que quiser conhecer parte da produção cênica de palco e rua da capital mineira terá acesso a trabalhos de artistas e grupos de Belo Horizonte, do Brasil e do exterior, que por aqui se apre-sentaram em eventos culturais realizados desde 1987.

De acordo com o fotógrafo Guto Muniz, a catalogação não para em 2012: “Esta reunião de informações e das minhas fotos é só o começo. A ideia é continuar construindo essa memória viva da produção artística daqui, acompanhando sua evolução”, diz.

Com esse novo trabalho Guto Muniz torna pública a sua produção e resgata a memória de seus 25 anos de trajetória, por meio da retratação de várias gerações de artistas cênicos.

Visite o site: www.focoincena.com.br

Memorial Minas Gerais Vale

Pça da Liberdade, S/nº - Funcionários

15/08 a xx/09 de 10 às 18h

Projeções na Midiateca

Dia 16 – de 10 às 22h – “Minas são muitas” – Associação de Fotógrafos Fototech

Dia 17 – de 10 às 18h – Natureza que aflora – Associação de Fotógrafos de Natureza

Dia 18 – de 10 às 18h – UaiPhone

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Miguel Chikaoka

Natural do Vale do Ribeira, São Paulo, Miguel Chikaoka é formado em Engenharia Eletrotécnica pela Universidade de Campinas-SP mas encontrou na fotografia o caminho para exercitar e compartilhar suas inquietações. Reside em Belém desde 1980, onde idealizou a Fotoativa, um núcleo de experimentação, pesquisa e difu-são do fazer fotográfico e seus desdobramentos. Na década de 1980, atuou como fotógrafo junto aos Jornais “Resistência”, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos e “Movimento” (SP), colaborou com a Agência F4 (SP).

Em 1990 fundou, junto com 3 colegas fotógrafos, a Agência Kamara Kó, com a qual continua produzindo reportagens e documentários sobre temas sócio culturais emer-

Agên

cia Ac

re

gentes na Amazônia. Como autor, soma exposições individuais e participações em mostras e salões no Brasil e no exterior e conta com obras nos acervos do Museu de Arte de São Paulo - MASP, Bilblioteca Nacional - RJ, Museo de Arte de las Américas – USA, Museu de Arte Contemporânea Casa das Onze Janelas e Museu Histórico do Pará.

Atualmente, além de coordenar o Núcleo de Formação e Experimentação da Fotoativa e atuar como assessor cultural do Centro Cultural SESC Boulevard, experimenta as potencialidades pedagógicas do ensino aprendizagem dos princípios da fotografia.

Oi Futuro - Av. Afonso Pena, 4001 - Mangabeiras - Dia 10/08 - 19h30

Coordenação: Eugênio Sávio

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Sala 2 CentoeQuatro

“Troca de Olhares” é uma iniciativa de estímulo ao colecionismo. Através da permuta de fotografias os participantes podem iniciar ou aumentar a sua coleção.

Funciona da seguinte forma: cada participante deve se inscrever (por e-mail ou no local) e enviar uma ou mais fotografias para serem permutadas durante o pe- ríodo da II Semana da Fotografia. As fotografias, impressas em papel Fine Art, receberão um número de identificação (não será mostrado o nome do autor) e ficarão expostas na sala 2 do CENTOeQUATRO, durante os dias 15, 16, 17 e 18 de agosto. Durante o período de exposição, as fotografias poderão ser apreciadas por todos que visitarem o CENTOeQUATRO, aumentando assim o desejo de parti-cipar e obter, em permuta, as fotos desejadas. Quanto mais inscritos, mais fotos e maiores as oportunidades de troca.

A troca acontecerá das 14:00 às 18:00 horas do dia 18 de agosto, simultaneamen-te a outros eventos programados. Por ordem de chegada ao local, os já inscritos poderão escolher, dentre as fotografias expostas, aquelas desejadas, em número igual ao das fotografias disponibilizadas. Assim, se um dos inscritos enviou duas fotos para o evento, o mesmo terá o direito de escolher duas fotografias para levar para sua coleção. Uma vez escolhida a fotografia, pelo número de identificação será revelado o nome do autor.

As fotos já permutadas continuarão expostas até o encerramento, mas receberão um sinal indicativo de que aquela fotografia não está mais disponível para troca. Ao final do evento (18 horas do dia 18 de agosto) todas as fotografias poderão ser recolhidas por seus novos proprietários.

Coordenação: Cau Pansardi

Mar

co Au

rélio

Prat

es

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Onde o olhar se materializaUniverse Imports completa 20 anos no mercado de Belo Horizonte como uma referência para fotógrafos profissionais e amadores na hora de conhecer e adquirir as novidades em equipamentos fotográficos

É no coração de Belo Horizonte, mais precisamente no oitavo andar do Edifício Arcângelo Maletta, que a maioria dos fotógrafos de Belo Horizonte, profissionais ou amadores, se esbarra, naturalmente. Ali, nas cadeiras da Universe Imports, que muita gente, ao longo dos últimos 20 anos, planejou e realizou o sonho de ter um equipamento fotográfico que pudesse materializar o que o olhar captura.

Quando a Universe abriu as portas, em 1992, em uma sala acanhada do edifício, o empresário Ataíde Figueiró Vaz não imaginava virar referência no mercado de pro-dutos fotográficos. A ideia dele e de seu irmão, Domingos, então seu sócio, era criar um empreendimento que funcionasse como ponte para trazer para Belo Horizonte eletrônicos que até então só eram comercializados no exterior. Naquele momento, a fotografia ainda estava a alguns anos de entrar na era digital. As facilidades da inter-net para conhecer e pesquisar produtos eram inexistentes. “A maior tecnologia que tínhamos naquele momento era um aparelho de fax”, relembra o empresário.

Aos poucos, começaram a chegar na então salinha alguns diletantes da fotogra-fia em busca de câmeras e acessórios. Tudo analógico. “A primeira câmera que

vendi foi uma Nikon FM2”, conta Ataíde, que afirma que os primeiros clientes o motivaram a correr atrás de aprendizado não apenas sobre equipamentos e es-pecificações técnicas, mas também sobre a arte de fotografar. “Foi tudo sempre com muita luta e perseverança, com muita tentativa e erro”, comenta Ataíde, creditando a esses valores o respeito que conquistou da clientela nessas duas décadas de Universe que comemora em 2012.

Hoje, quando se senta numa das cadeiras da Universe, preço e negociações de pagamento são as últimas que saem das bocas do empresário e de seus 11 funcionários. Se o comprador tem uma dúvida sobre o que levar, o que cada produto oferece, vai receber sempre uma explicação na ponta da língua. “Uma coisa que fazemos questão é de sempre oferecer um atendimento personaliza-do. Desde sempre, tenho agendas em que anoto todas as informações dos meus clientes, tudo que eles já compraram, o que gostaram, o que não gostaram. Não me desfaço nunca dessas anotações. Elas servem de base para melhorar, sempre”, afirma.

Luis

Padil

ha

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Realização:

Fórum Mineiro de Fotografia Autoral

Coordenação Geral:

Tibério França

Conselho Curador:

Arnold Borgerth

Fabiana Figueiredo

João Castilho

Katia Lombardi

Tiberio França

Conselho Consultivo:

Eugênio Sávio

Guto Muniz

Paulo Baptista

Curadoria das projeções:

Camila Otto

Gelka Barros

Tibério França

Coordenação de Produção:

Inês Rabelo

Assistente de Produção:

Caroline Ribeiro

Supervisão Geral:

Gelka Barros

Comunicação:

Mônica Boscarino

Projeto e Produção Gráfica:

Dornelas Comunicação

Impressão:

Rona Editora

Plotagem:

Arte Adesiva

Cobertura fotográfica:

Júlio Cesar Cardoso

Vídeo:

Glênio Campregher

Som:

Felipe Vilela

Iluminação:

Flavio Vignoli

Marcos Lustosa (Marcolino)

Web Master:

Nereu Cavalheiro JR

Assessoria de imprensa:

Délio Campos

Denise Teixeira

Foto da capa:

Cristiane Fernandes

Agradecimentos:

Mariana Tavares

Violaine Dupic

Thierry Carre

Beatriz Mom

Mario Suarez

Sergio Ricardo Pereira

Maristella Medeiros

Guilherme Horta

Flander de Souza

Ataíde Vaz

Beto Mordente

Carlos Nascimento

Evelin Wanke

Roberto Murta

Alexandre Lopes

Jade Liz França

Marcela Yoko

Fabrício Barreto

Flávio Valle

Emídio Bastos

Lino Ramos do Nascimento

Bruna Finelli

Agencia Nitro

Madu Dorella

Sidney do Carmo

Deco Lima

Carlos Lisboa

Ficha Técnica

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